Hoje Macau EventosAlbergue SCM | Arte multimédia de cinco artistas em exposição “Verses of Rain in Late Spring – New Media Art Exhibition” abriu portas ontem na galeria do Albergue SCM. A mostra exibe trabalhos de arte multimédia de Cindy Ng Sio Ieng, Kit Lei Ka Ieng, Wang Tou Kun, Chon Iap Lam e Xiaoqiao Li O Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM) tem uma nova exposição em exibição desde ontem. Trata-se de “Verses of Rain in Late Spring – New Media Art Exhibition” [Versos da Chuva no Final da Primavera – Exposição de Arte de Novos Media] e apresenta trabalhos de cinco artistas: Cindy Ng Sio Ieng, Kit Lei Ka Ieng, Wang Tou Kun, Chon Iap Lam e Xiaoqiao Li. Segundo uma nota de imprensa divulgada pela organização, os artistas “utilizam fotografia digital, instalações sonoras digitais interactivas, pintura computorizada e tinta invisível” para fazer uma nova interpretação da “sabedoria ecológica contida nos 24 termos solares”, criando um novo vocabulário artístico. Na mesma nota descreve-se que as obras expostas “simulam efeitos de luz e sombra naturais através de técnicas de iluminação virtual, criando a estética da beleza da Primavera”. São também utilizados “dados sonoros em tempo real na condução das instalações, através dos quais o público pode experimentar o ritmo da coexistência” de todos os elementos expostos. Esta “criação interdisciplinar rompe com as formas narrativas tradicionais da arte, explorando questões de tecnologia e desenvolvimento sustentável”, refere a organização, que diz ainda pretender “proporcionar ao público uma experiência filosófica cíclica” com base no poder da chuva e na ideia de que “a chuva nutre todos os grãos”. Assim, encoraja-se “a contemplação da relação entre tecnologia e natureza enquanto se aprecia a arte”. Várias dimensões Patente até ao dia 28 de Maio, esta mostra foi organizada pelo CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau, tendo Cindy Ng Sio Ieng como curadora. Cindy Ng Sio Ieng indica que a exposição remete para o período final da Primavera, “com a chegada da estação das ‘chuvas de grãos'”, quando se revela uma poesia própria da estação que “flui pelo mundo”. Nesta mostra existem “luz e sombra virtuais que simulam a dança da natureza”, enquanto o uso de dados sonoros pelos artistas, em tempo real, serve “para impulsionar o ritmo da coexistência”. No caso do artista Wang Tou Kun, natural de Macau, a fotografia digital é o meio utilizado para se expressar artisticamente. Formado na Universidade de Massachusetts Dartmouth, com especialização em meios digitais e fotografia, o artista expressa as suas experiências pessoais, tanto na época como no meio ambiente, e explora “a relação entre a realidade e o virtual através do processamento de meios digitais, num conceito que descreve como ‘pós-fotografia'”. Nesta mostra no Albergue SCM Wang Tou Kun apresenta “The Interconnected Nature Forest Shadow”, inspirada no próprio ambiente do pátio do Albergue SCM, um espaço no meio do bairro de São Lázaro, com árvores antigas. Assim, apresentam-se imagens “em camadas fluidas de tecido transparente”, em que as árvores espelham “sombras dançantes” e em que “as fissuras das paredes de tijolo e os veios das folhas” se interligam. O artista apresenta ainda a série de imagens “9+2: Kunyu Wanguo Quantu”, focadas nas 11 cidades que compõem a área da Grande Baía. “Utilizando capturas de ecrã de websites, o artista recolhe extensivamente imagens relacionadas com estas cidades”, recorrendo depois a “técnicas de colagem digital, fundindo habilmente as capturas de ecrã para construir uma paisagem surreal de cidades interligadas”, descreve a organização. Chon Iap Lam, outro artista participante, é designer de luzes em teatro e apresenta a obra “Two-Dimensional Tree”, onde utiliza instalações de luz e sombra “para desconstruir a relação entre árvores antigas e as suas sombras, bem como as caraterísticas bidimensionais e tridimensionais das sombras”. Assim, “no espaço onírico criado pela instalação de luz, o público pode sentir as sombras das árvores a balançar, como se estivesse imerso numa floresta de tecido transparente, rodeado por várias silhuetas de árvores”, descreve a curadora da mostra. Com este trabalho, Chon Iap Lam mostra “a experiência profissional em design de luzes, reflectindo-se o seu espírito exploratório no domínio da arte digital”. Por sua vez, Xiaoqiao Li, professor no Departamento de Artes Criativas da Universidade Metropolitana de Hong Kong, apresenta um trabalho de animação digital intitulado “Phantom Terrain: Landscapes Reimagined Through Gaussian Point Clouds”, onde emprega tecnologia 3D para criar paisagens que exploram a fronteira entre a realidade e o virtual. Já a artista Kit Lei Ka Ieng apresenta “Unfold”, uma obra interactiva que “utiliza codificação para permitir que os padrões de crescimento das plantas se alterem em resposta a melodias musicais, transitando perfeitamente entre as formas de gotículas de água e cristais”. A artista tem-se dedicado à arte multimédia, com foco em imagens digitais, instalações sonoras e novos meios de comunicação.
Andreia Sofia Silva EventosHistória | Livro sobre americanos em Macau no século XIX apresentado hoje O livro “To the Farthest Gulf for the Wealth of India – Representações de Macau no Peabody Essex Museum (Salem)”, de Rogério Miguel Puga, conta a história de americanos que viveram em Macau no século XIX. O académico apresenta hoje na Livraria Portuguesa a obra que resultou da consulta a registos guardados num museu em Salem, no Estado do Massachusetts Macau é há muito tempo um lugar de comércio e de vivências de pessoas de todo o mundo. Uma das comunidades estrangeiras que residia no território, no agitado século XIX, era constituída por norte-americanos, cuja presença em Macau perdura em fotografias, diários, objectos e quadros, presentes no Peabody Essex Museum, em Salem, no Estado do Massachusetts. Estes sinais de ostentação da vida, riqueza e dos negócios que os americanos tinham no território foram objecto de análise por parte de Rogério Miguel Puga. O académico ligado à Universidade Nova de Lisboa lançou, em 2023 um livro que resultou de anos de investigação sobre essa temática, intitulado “To the Farthest Gulf for the Wealth of India – Representações de Macau no Peabody Essex Museum (Salem)”. O autor apresenta hoje a obra em Macau, a partir das 18h30, numa sessão na Livraria Portuguesa. Ao HM, conta um pouco sobre o longo percurso de investigação e escrita, que teve o apoio da Fundação Macau. “Comecei o livro em Macau em 2009, mas só em 2023 foi lançado. Faz todo o sentido apresentar o livro na cidade que é tema da investigação e onde o mesmo foi iniciado”. O académico refere que a apresentação de hoje na Livraria Portuguesa é “duplamente simbólica”, pelo facto de existir uma colaboração com o CIELA, um centro de investigação da Universidade de Macau (UM), onde Rogério Miguel Puga tem apresentado algumas palestras sobre os temas do livro, dinamizadas pelo docente Mário Pinharanda Nunes. A sessão de hoje na Livraria Portuguesa é moderada por Joshua Erlich, professor da UM, “que também realiza trabalhos de investigação sobre a Companhia das Índias Orientais, na Índia, comunicando, assim, o seu trabalho com o meu estudo sobre a presença britânica em Macau entre os anos de 1635 e 1793, já publicado”, disse Rogério Miguel Puga. O autor confessa que o evento simboliza também um regresso a um território que não visita desde 2019 e onde “encontra sempre novos temas para estudar”. “Desta vez, foquei-me na presença portuguesa em Hong Kong, depois de visitar a exposição ‘Estórias Lusas’, no Hong Kong Museum of History, sobre a qual publicarei em breve uma recensão em Portugal”, indicou ao HM. O livro apresentado hoje tem estado à venda na livraria Plaza Cultural Macau, Livraria Seng Kwong (Starlight Bookstore) e no Centro de Informações ao Público da Fundação Macau. Mostrar Macau ao mundo Que objectos eram então estes e para que serviam? Que utilidade tinham para os americanos viajantes, numa época de raras e difíceis comunicações? Numa altura em que Macau era a única porta de entrada para a China, que não permitia a residência a estrangeiros, estes aportavam aqui a fazer negócio. Depois, chegados aos EUA, mostravam a Macau que tinham conhecido. Rogério Miguel Puga descobriu este universo quando visitou o museu, em 2005. “Percebi que numa das salas do museu estavam várias representações de Macau. Achei curiosa a ligação [do território] a Salem. Estava um quadro identificado como sendo Macau, mas era, na verdade, uma representação de Xangai. Falei com o curador do museu que me disse que havia mais obras de reserva que não estavam expostas, nomeadamente de George Chinnery e outros artistas”, contou, em entrevista realizada em 2023. No museu de Salem existem objectos como leques, mesas de encaixe, tampos de mesas, retratos, mesas de costura com representações de Macau ou retratos encomendados por norte-americanos. Rogério Miguel Puga escreve não apenas sobre esses objectos, mas também sobre o contexto histórico da época, tendo realizado também investigação em cidades como Nova Iorque, Filadélfia e Washington. Entretanto, decorre também hoje, na UM, entre as 14h45 e as 16h, na Faculdade de Artes e Humanidades, a palestra “Anglo-Portuguese Relations and the British Presence in Macau (18th-19th centuries)”, temática existente no livro. Trata-se de uma sessão onde se fala um pouco da história destes negociantes ocidentais que buscavam Macau para fazerem negócio com a China, sobretudo a partir de 1700, quando a Companhia das Índias Orientais estabelece relações comerciais directas com o país. Na palestra serão também mencionadas as interligações sociais e culturais que decorreram nestes anos entre os estrangeiros negociantes e as populações locais.
Hoje Macau EventosFundação Rui Cunha acolhe lançamento de livro sobre vida útil dos edifícios O Centro de Investigação DOCOMOMO Macau lançou um convite para a apresentação do livro “Como Prolongar a Vida Útil dos Edifícios”, que resulta de uma investigação da Docomomo Macau sobre os exemplos mais significativos da arquitectura moderna do século XX. O evento está agendado para 23 de Abril, pelas 18h30, na Fundação Rui Cunha e vai contar com a participação dos arquitectos Cecilia Chu, Bernard Brennan e Rui Leão, numa conversa moderada por Francisco Ricarte. De acordo com os organizadores, o serão tem o “objectivo de levar a importância do movimento moderno à atenção do público, das autoridades, dos profissionais e da comunidade educativa preocupada com o ambiente construído, e promover o desenvolvimento de técnicas e métodos de conservação adequados e divulgar este conhecimento entre as profissões”. Ao longo da conversa vai ainda ser abordada a conservação do património arquitectónico, o que, segundo os organizadores, tem como plano de fundo as grandes ameaças cada vez mais intensas. “Nas últimas décadas, o património arquitectónico do século passado pareceu mais ameaçado do que em qualquer outro período. Isto deve-se principalmente ao facto de muitas destas obras-primas não serem consideradas elementos do património, de as suas funções originais terem mudado substancialmente e de as suas inovações tecnológicas nem sempre terem resistido a tensões a longo prazo”, foi comunicado. “Uma vez que a utilização funcional pode mudar ao longo do tempo, os edifícios bem concebidos são capazes de se adaptar a novos tipos de utilização e prolongar a sua utilidade quando a sua durabilidade ultrapassa o papel do seu inquilino original”, foi acrescentado. Vozes de intervenção Em relação aos oradores, Cecilia Chu é professora associada na Escola de Arquitectura da Universidade Chinesa de Hong Kong, formada em história urbana e com experiência em design e conservação. Bernard Brennan é associado da Wilkinson Eyre e professor assistente adjunto na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Hong Kong (HKU). Como arquitecto profissional, trabalhou numa vasta gama de projectos de reutilização adaptativa em cenários históricos, incluindo recentemente o local do State Theatre em Hong Kong. Por sua vez, o Rui Leão é um arquitecto cuja prática abrange projectos de arquitectura e de planeamento urbano, principalmente em Macau. Trabalha no ensino da arquitectura e em trabalhos editoriais relacionados com as áreas do património e do urbanismo. É licenciado em arquitectura pela Faculdade de Arquitetura da FAUP Porto, Portugal, em 1993, e tem um doutoramento em Arquitectura e Urbanismo pela RMIT, o Royal Melbourne Institute of Technology, na Austrália.
Hoje Macau EventosFRC | Ung Vai Meng apresenta hoje “Linhas • Sensação” É hoje inaugurada na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) a mostra “Linhas • Sensação” do artista Guilherme Ung Vai Meng. A exposição, em jeito de celebração do 13º aniversário da Fundação Rui Cunha (FRC), pode ser vista até ao dia 5 de Maio. A mostra reúne 21 trabalhos de Ung Vai Meng, “incluindo esboços ao ar livre realizados em Pequim, Macau, Portugal e Itália”, bem como “representações de bailarinos capturadas na escuridão dos teatros”. O público pode também ver “três peças criadas especialmente para esta mostra, que têm o corpo humano como tema central”, em que “através de manchas de aguada, o artista explora uma estética minimalista que oscila entre o abstrato e o figurativo, com um ritmo quase musical”, é descrito pela organização. Destaque ainda para a realização, amanhã, a partir das 18h30, da palestra sobre pintura linear, ministrada pelo próprio Ung Vai Meng, no auditório do rés-do-chão da FRC. Ung Vai Meng foi o primeiro Director do Museu de Arte de Macau, à data da inauguração do espaço em 1999, e Presidente do Instituto Cultural de Macau, entre 2010 e 2017. É membro da Associação de Belas Artes de Macau e membro fundador do CAC (Círculo de Amigos da Cultura), exercendo actualmente funções como Professor Convidado e Mentor de Doutoramentos na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST).
João Santos Filipe EventosMúsica | Bandas sonoras de clássicos de Hayao Miyazaki ao vivo no Londoner Yoshikazu Mera, Azumi Inoue e Yu-Yu Imao vão interpretar as obras de Joe Hisaishi compostas para os filmes “A Princesas Mononoke”, “O Meu Vizinho Totoro” e “Castelo no Céu”. O concerto vai também celebrar o 40º aniversário da estreia de “Nausicaä do Vale do Vento” Os fãs do realizador Hayao Miyazaki, do compositor Joe Hisaishi e do estúdio de animação Ghibli vão ter a oportunidade de ouvir ao vivo as principais músicas dos filmes “A Princesas Mononoke”, “O Meu Vizinho Totoro” e “Castelo no Céu”. O concerto da Studio Ghibli Symphony está agendado para 26 de Abril, sábado, na Arena do hotel e casino Londoner. O grupo de 18 músicos que vem do Japão será acompanhado pelos cantores originais das bandas sonoras dos filmes do realizador japonês. Um dos principais destaques é o contratenor Yoshikazu Mera, que aos 53 anos é um dos cantores de música clássica ocidental mais conhecido do Japão. Para este mediatismo contribuiu o facto de em 1997 ter sido escolhido para cantar a banda sonora do filme “A Princesas Mononoke”, e em especial o tema “Mononoke Hime”, composta por Joe Hisaishi. Azumi Inoue será outra das estrelas japonesas a subir ao palco do Londoner. A cantora ganhou grande notoriedade no país nipónico com as músicas “Sanpo” e “My Neighbor Totoro”, do filme de 1988. As duas músicas serviram como temas de abertura e encerramento do filme que viu a personagem Totoro tornar-se tão icónica, e facilmente reconhecida, que passou a integrar o logótipo do estúdio de animação Ghibli, fundado por Miyazaki. Nos últimos anos, Azumi Inoue tem feito várias actuações com a filha, Yu-Yu Imao, dueto que se vai repetir em Macau. Aos três cantores junta-se ainda a actriz Sumi Shimamoto, que ao longo de uma carreira, com várias décadas, a dar vozes a algumas das principais personagens das animações japonesas, teve como um dos pontos mais altos a interpretação de Nausicaä, na película “Nausicaä do Vale do Vento”, igualmente realizada por Hayao Miyazaki. Entre os 18 músicos conta-se ainda a presença do violinista Takeshi Hashima, também conhecido como Ken Hashima, o principal violinista da Orquestra Tokyo Asia. Noite e aniversário Além da celebração musical, os organizadores do concerto vão também assinalar o 40º aniversário do filme “Nausicaä do Vale do Vento”, estreado em 1984 no Japão. Este filme marcou o início da colaboração de Miyazaki com o compositor Joe Hisaishi, que perdura até aos dias de hoje e que teve como ponto alto o filme “Viagem de Chihiro” (2001). Esta foi a primeira película de Miyazaki a atrair verdadeira atenção mundial, nomeadamente com a entrada no mercado americano, o que lhe permitiu afirmar-se como a maior figuras do cinema de animação. Os bilhetes para o concerto estão à venda na plataforma da concessionária Venetian, que explora o Londoner, e ainda na Macauticket, e variam entre 380 e 980 patacas.
João Luz Eventos MancheteFotografia | Mostra de António Leong na Creative Macau a partir de 24 de Abril A Creative Macau irá exibir a partir de 24 de Abril “Déjà vu”, uma exposição de fotografia de António Leong. Com a cidade como pano de fundo, a mostra reúne imagens a preto e branco de momentos do quotidiano que evocam um sentido de nostalgia e memórias familiares Na exposição “Déjà vu”, cada imagem captada pela objectiva de António Leong funciona como “um portal, apreendendo momentos fugazes e estagnados que ressoam a essência de Macau. Estas imagens trazem-nos memórias de incidentes passados, encontros e narrativas pessoais em que Macau serve de pano de fundo. As imagens promovem o diálogo não só entre os objectos expostos, mas também com o público”. É desta forma que a Creative Macau descreve a exposição de fotografia de António Leong “Déjà vu”, que estará patente ao público entre os dias 24 de Abril e 12 de Maio. “Cada fotografia desta colecção cativou a minha atenção durante longos períodos, inspirando um profundo sentimento de admiração e calma. É um prazer poder partilhar com o público o consolo que me proporcionaram. Espero sinceramente que também possam experimentar a sua grandeza”, afirma o fotógrafo, citado por um comunicado da Creative Macau. A fisionomia e os contornos captados nas fotografias de “Déjà vu” entram em contraste com um jogo de sombras e luz. “As linhas, as formas e as silhuetas utilizadas pretendem transmitir a natureza sobrenatural destes temas no contexto do nosso mundo contemporâneo”, acrescenta o fotógrafo. A organização do evento descreve a exposição de António Leong como uma evocação de “nostalgia através de uma série de fotografias a preto e branco, captando narrativas silenciosas que aconteceram em Macau nos últimos anos”. Da internet para a galeria A relação de António Leong pela fotografia é uma paixão de longa data, aliada ao fascínio da estética da cidade que o viu nascer. As dualidades culturais de Macau têm sido uma das musas inspiradores do fotógrafo, que começou por partilhar imagens nas redes sociais, nomeadamente na página de Facebook que criou em 2012 – Antonius Photoscript. A exposição online abriu-lhe portas e oportunidades para participar em várias exposições fotográficas que promovem o turismo de Macau em todo o mundo, mas também para cooperar com diferentes organizações de caridade e artistas em vários tipos de actividades fotográficas. Tempo e experiência levaram-no a participar em actvidades como instrutor e orador, partilhando as suas técnicas e experiências fotográficas. Em 2021, António Leong e a Associação Católica Cultural de Macau apresentaram em conjunto a exposição “Descobrindo a Beleza do Quotidiano”, e em 2024 apresentaram a “Via Pulchritudinis: Património Mundial Católico de Macau”. A Creative Macau realça o papel fundamental da fotografia na documentação da realidade sem preconceitos, onde a estética da imagem é significativamente moldada pelas perspectivas e ângulos escolhidos por quem tira a fotografia. Nesta mostra que estará patente ao público a partir de 24 de Abril, a sensação de déjà vu é “ininterruptamente evocada através dos cliques do obturador da lente da câmara do fotógrafo”. “Desde os pormenores intrincados da arquitectura, até à tapeçaria vibrante das interacções diárias das pessoas, as imagens podem incorporar tanto a nostalgia da familiaridade como o entusiasmo da descoberta da cidade”, é acrescentado.
João Luz EventosExposição de fotografia de Alice Im inaugura hoje no The Parisian O terceiro piso do centro comercial The Parisian, no Cotai, será hoje palco da cerimónia de abertura de três exposições. “Dreamscape Macao-Solo Exhibition of Alice Im”, “Poetic Shadows: Macao’s Rhythms in Contemporary Art” e “The Spirit of China”. A primeira é uma exposição de fotografia de Alice Im, organizada pela AFA – Art for All Society, escolhida como projecto inaugural do programa “Ephemera – Women Narratives in Contemporary Images Exhibition Series I” para este ano. “A mostra fotográfica explora temas como a identidade, o lugar e a natureza transitória da existência, oferecendo uma visão espectral de Macau através dos olhos de uma mulher que há trinta anos chama a esta cidade a sua casa. “Dreamscape Macao” convida-nos a explorar os espaços liminares entre a existência e a ausência, a pertença e a alienação, através de uma série de imagens poderosas e evocativas”, refere em comunicado a AFA. Depois da cerimónia de abertura, a exposição estará patente ao público a partir de amanhã e pode ser visitada até 28 de Junho. Das paisagens oníricas captadas em fotogramas ao poder da palavra que se esconde nas sombras, o mesmo espaço, a rotunda do terceiro piso do The Parisian, acolhe “Poetic Shadows: Macao Poetry in Contemporary Art”, organizada pela Route Arts Association. Esta mostra, que volta a imaginar a poesia no mundo digital, propõe ao público uma experiência multimídia que “explora as possibilidades criativas da poesia para além da palavra escrita”. A exposição parte da colaboração entre dez poetas, artistas, engenheiros e músicos de Macau e do Interior da China, explorando a amplitude da palavra em “instalações interactivas, arte sonora e obras de vídeo”. No dia da abertura da mostra, o público será brindado com duas actuações, às 16h30 e 19h30, de Kam Un Loi e Lam Tana. Espírito do amor Finalmente, “The Spirit of China” é uma exposição que reúne trabalhos de 17 fotógrafos de Macau que exploraram a evolução da identidade chinesa através de diversas narrativas fotográficas. A mostra resulta da “interacção dinâmica entre tradição e inovação numa nação em rápida mudança, oferecendo reflexões profundas sobre marcos urbanos, património cultural e expressões visuais contemporâneas”. Depois da cerimónia de abertura, hoje ao final da tarde, a mostra organizada pela Halftone, estará patente ao público entre amanhã e 11 de Maio. As três exposições podem ser visitadas entre as 12h e as 19h.
João Luz Eventos MancheteFotografia | Pedro Paz revela “Remains of the city” na Livraria Portuguesa No interlúdio entre o caos urbanístico de Macau e a asfixiante densidade populacional existe um caleidoscópio colorido feito de infinitos detalhes de uma extrema e desoladora beleza. Pedro Paz coleccionou fragmentos de Macau, que vão estar expostos na galeria da Livraria Portuguesa na mostra “Remains of the City”. A exposição, organizada pela Associação Cultural d’As Entranhas Macau, inaugura às 18h30 da próxima terça-feira e estará patente ao público até 6 de Maio. A mostra que marca a estreia a solo de Pedro Paz “é uma exploração visual da cidade de Macau apresentada sob uma perspectiva única e singular”, indica a organização do evento. As 33 fotografias estão divididas em três séries: “You’ve Got Mail, Framing the Invisible e Where Chaos Meets Color”. “O trabalho propõe uma visão pictórica, sem a presença humana”, que convida o público “ao longo da exposição a reflectir e a observar o quotidiano urbano de Macau, de uma outra forma, onde os detalhes que muitas vezes passam despercebidos se transformam em composições poéticas de impacto estético”, é acrescentado. As fotografias que compõem “Remains of the City” foram “captadas em câmara de telemóvel Samsung, por opção e como forma de expressão artística” e são apresentadas em formato digital sobre PVC (40cmx40cm). Daqui até à eternidade A organização da exposição destaca a qualidade de permanência do trabalho de Pedro Paz, que “vai além do instante, imortalizando fragmentos da realidade”, conferindo profundidade aos detalhes “que escapam ao olhar apressado dos habitantes da cidade”. A magnitude que as pequenas coisas podem atingir é revelada nas fotografias de “Remains of the City”, trazendo para a luz do dia partículas invisíveis da cidade normalmente submersas em camadas sobrepostas de realidade. “Observar e reflectir sobre estas fotografias oferece uma experiência que vai além do olhar. Cada imagem convida-nos a redescobrir o significado e a beleza das pequenas coisas do quotidiano”, é indicado pela organização. Nascido em Lisboa, em 1979, Pedro Paz é licenciado em História, com Minor em Arte e Património. Apaixonado desde pequeno por fotografia, viveu em Macau até 1997, tendo retornado à cidade em 2012. Ao percorrer as ruas e ruelas históricas que marcaram a sua infância, foi redescobrindo elementos de um passado distante, registando paisagens urbanas, texturas, lugares “não habitados” propondo uma série de elementos cénicos de Macau, sem a presença do elemento humano. A exposição é subsidiada pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo da RAEM e conta com apoio da Livraria Portuguesa. A curadoria está a cargo de Vera Paz, o design gráfico é de Shao Hio Lam, enquanto Christine Kuok Ka Ieng é responsável pela assistência de produção e tradução. “Remains of the City” pode ser visitada gratuitamente todos os dias, das 11h às 19h.
Hoje Macau EventosFotografia | IIM com nova edição de “À Descoberta de Macau e Hengqin” O Instituto Internacional de Macau (IIM) volta a organizar uma nova edição do concurso de fotografia “À Descoberta de Macau e Hengqin”, aceitando submissão de imagens até ao dia 26 de Setembro. Segundo uma nota de imprensa, a iniciativa, organizada em parceria com diversas associações locais, pretende “reforçar o sentimento de pertença e promover um conceito de identidade radicado nos valores culturais e históricos de Macau”. Além disso, o concurso pretende “estimular o conhecimento dos participantes, especialmente entre os jovens, das riquezas do Património Cultural, construído ou não, de Macau, e das tradições que enformam Macau, incluindo atracções da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. O concurso tem duas categorias, destinadas a residentes e não residentes, por forma a “abranger um público vasto”. Os prémios variam entre as 500 patacas para menções honrosas e as cinco mil patacas, no caso do primeiro prémio. Existe ainda um “Prémio Especial” destinado ao melhor trabalho apresentado por um sócio da Associação de Fotografia Digital de Macau, no valor de mil patacas. Após a avaliação pelo júri do concurso, terá lugar uma mostra dos trabalhos em exposição prevista para o final do corrente ano. Com este concurso, o IIM “espera que os participantes retratem aspectos de Macau, com os quais o autor culturalmente se identifique e mais estime, desde monumentos históricos, edificações, manifestações de natureza cultural (conforme a lista do património imaterial)”. Podem também ser retratados “hábitos, costumes e crenças, eventos turísticos e festividades populares, tradicionais e religiosas das culturas chinesa, portuguesa e macaense, assim como eventos de cariz internacional, bem como fotografia com criatividade digital, e ainda atracções da zona de cooperação aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. As fotografias a concurso devem ter sido tiradas entre Setembro de 2024 e Setembro de 2025.
Andreia Sofia Silva EventosLetras&Companhia | Lançada versão chinesa de “A aventurosa viagem do Pátria” Lançado em Novembro do ano passado, em Portugal, o livro infanto-juvenil “A Aventurosa viagem do Pátria”, da autoria de Filipa Brito Pais, é apresentado este sábado no festival Letras&Companhia, mas em versão chinesa – “祖国号”的冒险之旅 从葡萄牙飞行到澳门 (1924). Eis a história da primeira viagem aérea entre Vila Nova de Mil-Fontes e Macau protagonizada pelos aviadores Sarmento Beires, Brito Pais e Manuel Gouveia O festival infanto-juvenil Letras&Companhia, promovido pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), acolhe este sábado o lançamento da versão chinesa de “A aventurosa viagem do Pátria”, livro da autoria de Filipa Brito Pais, docente, que conta a história da primeira viagem aérea entre Portugal e Macau protagonizada pelos aviadores Sarmento Beires, Brito Pais, tio-bisavô da autora, e o mecânico Manuel Gouveia. No ano passado celebrou-se o centenário desta viagem, e vai daí Filipa quis contá-la a um público mais jovem. A obra conta com ilustrações de Leonor Almeida. Numa nota enviada à imprensa, Filipa Brito Pais descreve que “como professora do primeiro ciclo, tenho ido a diversas escolas em Portugal e Macau para cumprir o meu dever de memória em relação ao meu tio”. Desta forma, “surgiu a possibilidade de escrever um livro infanto-juvenil que me acompanhasse nas palestras que dou, pela falta de informação adequada ao público mais jovem, e tem feito um sucesso no público mais adulto”. “A aventurosa viagem do Pátria” tem prefácio do Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, bem como o apoio de diversas entidades ligadas a Macau. Numa altura em que se conhece a versão traduzida para chinês, a obra já foi apresentada a mais de 2500 alunos em escolas e bibliotecas municipais em Portugal. Coube ao IPOR fazer a tradução da obra. Aquando do lançamento em Portugal, Filipa Brito Pais afirmou ao HM que muitas histórias da viagem tiveram de ficar de fora, mas que esta é uma homenagem a heróis que ficaram no esquecimento na historiografia portuguesa. “Não retrata todas as etapas, porque seria impossível que o fizesse por ser para crianças. É um livro cuja história está bastante reduzida, até a pedido do meu editor, porque queria meter todas as peripécias e aventuras que eles viveram. A história de escreverem na tela do avião, na partida, foi uma das que não escrevi. O facto de Manuel Gouveia [o mecânico], dizer que era um homem do Norte, e que se fosse para morrer, morria-se. Outra do banho tomado a água fria que afinal era água a ferver”, contou. Para a autora, tratam-se de peripécias “demonstrativas de coragem e perseverança, capacidade de liderança”, sendo que este é um livro com uma mensagem forte, para que os jovens “não desistam dos seus sonhos”. Alimentar a memória Na mesma nota enviada aos jornais, Filipa Brito Pais descreve o facto de “estes heróis nacionais [terem sido] esquecidos na história por questões políticas”, nomeadamente pela oposição de um dos aviadores à Ditadura Militar de 1926. O facto de o regime ditatorial do Estado Novo ter sido instituído uns anos depois em Portugal, em 1933, contribuiu ainda mais para que esse feito aéreo tenha caído no esquecimento. Para realizar a viagem, foram criadas várias campanhas populares de captação de fundos, mas o percurso aéreo que ficou mais conhecido foi mesmo a viagem de Gago Coutinho e Sacadura Cabral. “Tive a honra de ter estado presente, em Junho de 2024, em Macau e Hong Kong aquando das celebrações das comemorações do centenário da viagem do meu tio, em representação da família Brito Pais. Terei agora a maior honra de apresentar o livro em chinês e homenagear estes três heróis portugueses na diáspora”, afirmou. “Brito Pais e Sarmento de Beires sonharam em voar e em honrar a Pátria e Camões, escolhendo o destino de Macau, que nessa época era terra portuguesa. Sem apoios financeiros e com um avião velho e pesado, arriscaram e voaram por países que até então, nunca ninguém tinha ousado voar. Foram muitas as aventuras e poderiam ter desistido perante as adversidades que foram encontrando, mas não! Eles continuaram”, disse ainda na entrevista ao HM.
Hoje Macau EventosJurista Cristina Ferreira apresenta hoje livro na FRC A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe hoje, a partir das 18h30, a apresentação do novo livro da jurista Cristina Ferreira, intitulado “Estatuto Jurídico do GAFI na Ordem Internacional”, editado pela Brill. O evento decorre no âmbito do ciclo de palestras “Reflexões ao Cair da Tarde”, e conta com a moderação de Paulo Cardinal, jurista e docente. Ambos dão aulas na Faculdade de Direito da Universidade de Macau. O evento tem por objectivo dar a conhecer as premissas do livro “The Legal Status of the Financial Action Task Force in the International Legal System”, lançado em Janeiro, sendo que a conferência versa sobre a “evolução do estatuto jurídico do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) na cena internacional, com base no argumento ousado de que o GAFI evoluiu gradualmente para uma organização internacional, abordando este tema na perspectiva do direito internacional e do direito das organizações internacionais, combinando teoria e prática”, segundo a autora, citada por um comunicado da FRC. O GAFI (FATF – Financial Action Task Force) é a organização a nível mundial responsável por fixar as políticas e padrões internacionais no combate ao branqueamento de capitais, ao financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição maciça, e à ocorrência de outras ameaças à integridade do sistema financeiro mundial. Anos de análise Como consultora jurídica em Direito Internacional, a autora testemunhou ao longo de duas décadas “a metamorfose gradual, do que começou por ser um organismo técnico especializado, para uma organização complexa e multifacetada, cuja legitimidade é prejudicada pela falta de clareza quanto à sua posição jurídica”. O âmbito da organização, e o impacto de longo alcance das suas políticas e medidas, para responder às tendências e ameaças globais que representam um risco para o sistema financeiro internacional, bem como a forma como os membros, não membros, Organizações Internacionais e outros intervenientes, as aceitaram e implementaram, sem um exame minucioso (pesos e contrapesos) e sem questionar o seu estatuto legal, é a reflexão que se coloca. O tema tem especial relevância para audiências nas áreas do Direito Internacional Público, Direito das Organizações Internacionais ou Direito Institucional Internacional, Direito Económico Internacional, Relações Internacionais, e para um público potencial de decisores políticos, académicos, profissionais do Direito, advogados, reguladores e estudantes.
Andreia Sofia Silva EventosPeter Kogler, artista: “A linguagem visual que uso é universal” Peter Kogler é o artista escolhido para uma nova montra no estúdio de design e arquitectura Impromptu Projects, de Rita Machado e João Ó, inaugurada amanhã. Até ao dia 31 de Dezembro deste ano será possível ver, em “Peter Kogler: Showroom”, na Travessa de Inácio Baptista, os trabalhos deste artista internacional que inovou ao colar o mundo da tecnologia e computadores à arte, criando uma nova linguagem artística Como se sente por apresentar o seu trabalho em Macau? Infelizmente nunca estive em Macau. Fui contactado há cerca de dois ou três anos pela Rita e João [Rita Machado e João Ó] para participar num projecto, vi as coisas que estavam a desenvolver, e que me pareciam muito interessantes. Tivemos uma conversa e a partir daí sabíamos que havia a hipótese de fazer um projecto conjunto no futuro. Mas só agora o conseguimos concretizar. Que tipo de trabalhos traz a esta montra? É uma fachada interessante com um mosaico, em que há uma montra e fizemos uma instalação com papel de parede, que é uma espécie de continuidade da fachada, como se fosse uma grelha distorcida. Temos depois das ventoinhas LED com dois globos que rodam em todas as direcções de forma caótica. É uma espécie de exposição de rua, porque está numa montra. É, para si, uma forma diferente de apresentar o seu trabalho junto do público? Já expus em diversos museus e espaços, e expus de uma forma mais clássica, digamos assim, com exposições. Mas também fiz muitos projectos no chamado espaço público, como estações de metro ou de comboio. Essa é a razão pela qual estou agora em Nápoles, porque estou a trabalhar num projecto para uma enorme estação de metro em parceria com um arquitecto. Como artista, como se sente mais confortável a mostrar o seu trabalho? Num museu, ou num espaço público? Gosto de trabalhar das duas formas. É preciso ter em conta que, quando se faz um projecto no espaço público, as pessoas não têm escolha. Têm de atravessar uma estação de metro ou uma estação de comboios [e ver o projecto exposto]. Mas quando se vai a uma galeria ou a um museu, é uma decisão consciente de alguém que sabe que vai confrontar-se com a arte ali exposta. Essa é a principal diferença. Portanto, temos um público diferente quando trabalhamos num espaço dito público, e temos de ajustar a nossa linguagem visual a uma situação específica. É considerado um dos pioneiros da arte computacional e da integração de um ambiente digital na arte. Como decidiu que era este o caminho a seguir como artista? Quando era apenas um jovem artista, em 1984, fui a uma feira de máquinas de escritório em Viena. Recordo-me quando foi apresentado o Macintosh, da Apple, o primeiro computador que tinha uma interface de utilizador baseada em ícones, em informação gráfica. Foi, assim, a primeira máquina em que o utilizador não tinha de ter qualquer tipo de conhecimento sobre programação, podia-se usar o Macintosh de forma bastante intuitiva. Essa foi, claro, uma mudança paradigmática, e era evidente que iria mudar a forma como as imagens são produzidas e como são comunicadas. Este foi um dos aspectos que me influenciou. Outro tem a ver com o facto de, na história da arte, os computadores não terem, nessa altura, nenhuma presença, ou seja, não havia muito a fazer nessa altura, por isso a oportunidade de criar uma espécie de nova linguagem visual era bastante boa. Estas foram as duas principais razões que me levaram a escolher este meio como a minha ferramenta principal. Actualmente, com a Inteligência Artificial (IA), há todo um novo universo que pode ser explorado artisticamente. Bem, acredito que vai mudar a nossa vida em vários níveis, vai afectar todo o contexto social. A Internet foi, por si só, uma grande mudança, e as redes sociais também vieram alterar muita coisa. A IA não se trata apenas de algo com impacto na arte, mas em toda a nossa vida. Que tipo de mensagens são transmitidas com o seu trabalho? Não há um tipo de mensagem específica, eu diria. Quando trabalhamos com computadores e os usamos como ferramenta visual estamos ligados a todos os outros domínios em que este tipo de meios digitais desempenha um papel. Portanto, é uma área que nos diz algo sobre determinada situação em um determinado momento histórico. Que expectativas tem em relação ao acolhimento do seu trabalho em Macau? E que influência poderá o território trazer ao seu trabalho? Começo por dizer que a linguagem visual que utilizo no meu trabalho tem um carácter bastante universal. Trabalho com alguns elementos que podem ser lidos em qualquer tipo de cultura, como o cérebro, as mãos, o globo, tubos. Todas estas imagens não têm qualquer tipo de conotação cultural específica. Estou ansioso por ir a Macau, para que me possa aperceber das qualidades específicas do território. Presumo que Macau seja fruto de uma situação muito complexa devido às circunstâncias históricas, com o facto de ter sido uma colónia portuguesa junto à China que, neste momento, apresenta um poderoso contexto económico. São muitas as influências que se cruzam ali. Ao longo da sua carreira tem exposto nos principais museus e galerias de todo o mundo. Esperava este reconhecimento internacional? Acima de tudo penso que é um privilégio ter a possibilidade de trabalhar a tantos níveis diferentes e com tantos contextos culturais diferentes. É também um processo contínuo de aprendizagem. O seu trabalho está muito ligado ao universo abstracto. Como se sente se o público não compreender o que quer transmitir, ou até com críticas negativas? Claro que não fico nada contente, mas isso faz parte do trabalho. Sabe, há sempre opiniões diferentes, e é assim que as coisas são. Mas entende que o seu trabalho se pode centrar ao nível do abstracto, ou estou a fazer uma análise errada? Há de facto certos elementos na minha linguagem visual que se apresentam com uma espécie de tradição abstracta. Mas há também muitos elementos com ligação a coisas que conhecemos, como o cérebro ou o globo. O meu trabalho comunica também a diferentes níveis, mas há também coisas mais directas, como as instalações que faço mais direccionadas a crianças, por exemplo. Aí, as crianças reagem de maneira forte. Tal significa que a informação passa de forma bastante directa, porque não é algo que se lhes possa dizer ou explicar, porque as crianças não têm propriamente conhecimentos da história da arte. Quais as grandes influências na sua arte? Essas influências foram mudando ao longo dos tempos? Um aspecto importante é aquilo que se pode fazer com a tecnologia. Comecei a trabalhar com computadores em 1984, em que havia programas gráficos com uma linguagem visual específica. Mas havia muito poucos dispositivos para transferir os elementos para outros materiais, como telas ou papéis de parede. Portanto, eram processos de transferência e produção totalmente analógicos, ao nível da fotografia ou da serigrafia, por exemplo. Ao longo de todos estes anos a tecnologia desenvolveu-se rapidamente e hoje qualquer tipo de transferência de elementos ou produção é digital, como projectar animações de computador, imprimir coisas para fachadas… Para mim foi importante observar todas essas possibilidades técnicas e perceber como as posso utilizar e incluir na minha linguagem visual.
Hoje Macau EventosArquitectura | Proposta de Nuno Soares para praia de Hac-Sá vence prémio “Park of Tides”, projecto liderado pelo arquitecto Nuno Soares, do atelier “Urban Pratice”, recebeu o Prémio de Prata na categoria “Landscape Design – Public Landscape” nos London Design Awards 2024. A proposta, lançada em concurso público por convite pelo Instituto para os Assuntos Municipais de Macau no início de 2024, tinha como objectivo “criar um percurso pedestre acessível que ligasse as duas extremidades da praia, incorporando simultaneamente instalações de lazer”, descreve o comunicado. “Park of Tides” inspira-se “no ritmo natural das marés”, tendo uma área de 12 mil metros quadrados, onde se reinterpreta “o percurso com uma expansão em forma de onda”. Prevê-se, nesta proposta, “um espaço moderno, verde e acessível à beira-mar, que valoriza a beleza natural e o valor recreativo da Praia de Hac Sá”. Nuno Soares desenvolveu ainda três zonas, centradas no lazer e espaços interactivos, na exploração de materiais naturais e actividades ao ar livre e ainda outro local com “design e instalações contemporâneas”. Assim, em conjunto, estas três zonas “reimaginam a zona ribeirinha como um destino multifuncional e inclusivo para os visitantes se envolverem, explorarem e descontraírem”. Citado pela mesma nota, Nuno Soares explicou que este projecto “adopta uma abordagem de impacto mínimo, onde estruturas permeáveis e materiais naturais se envolvem com o terreno”, além de representar um “compromisso” do atelier “com práticas arquitectónicas sustentáveis e inclusivas, assegurando a preservação ecológica ao mesmo tempo que aumenta o bem-estar da comunidade”. Os London Design Awards, em conjunto com a International Awards Associate, reconhecem projectos que são excepcionais e de influência criativa propondo-se a promover trabalhos de designers envolvidos em vários campos, trazendo reconhecimento aqueles que superam a indústria.
Hoje Macau EventosImagens sobre a China povoam nova mostra da Halftone A Halftone – Associação Fotográfica de Macau inaugura esta sexta-feira uma nova exposição dedicada à cultura e visões da China. “O Espírito da China” é o nome da mostra que pode ser vista no piso 3 do empreendimento The Parisian Macao, no Cotai, a partir das 18h30, estando patente até ao dia 11 de Maio. Esta exposição coletiva reúne os trabalhos de 17 fotógrafos radicados em Macau, que exploram, através de narrativas visuais fortes, a evolução da identidade chinesa e o seu significado contemporâneo. Incluem-se nomes como João Palla, Sofia Mota, Sara Augusto ou Francisco Ricarte, entre outros. Alguns dedicam-se exclusivamente à fotografia, outros apenas fazem dela um passatempo. A ideia é revelar este cruzamento de formas de fotografar. Segundo um comunicado da Halftone, que publica também uma revista de fotografia, “a mostra propõe uma reflexão sobre a forma como a urbanização rápida e o surgimento de megacidades coexistem com bairros históricos, como os rituais religiosos e festividades antigas dialogam com a cultura digital, e como as novas gerações estão a redefinir o que significa ser chinês no século XXI”. “Com recurso à fotografia documental, contemporânea e conceptual, os trabalhos percorrem o tempo e o espaço — passado, presente e futuros imaginados — oferecendo visões profundas sobre património, marcos urbanos e novas formas de expressão visual”, acrescenta-se. Uma dinâmica própria A Halftone aponta ainda, na mesma nota, que “mais do que uma representação do legado chinês”, esta exposição “revela a identidade como uma força viva — constantemente moldada por mudanças sociais, dinâmicas da diáspora e interconectividade digital”. “O público é convidado a reflectir sobre a coexistência entre o antigo e o novo, e a envolver-se com o espírito de uma nação em transformação”, é ainda referido. “O Espírito da China” mostra um país que “tem passado por uma transformação impressionante nas últimas décadas, reconfigurando não apenas os seus horizontes urbanos e paisagens arquitectónicas, mas também a própria essência da sua identidade cultural”. “Perante uma modernização acelerada e o avanço da tecnologia, uma nova geração tem vindo a construir um diálogo dinâmico entre tradição e inovação”, descreve a nota.
Hoje Macau EventosCaligrafia | FRC acolhe nova mostra a partir de hoje A galeria da Fundação Rui Cunha acolhe uma nova mostra de trabalhos de caligrafia. Trata-se de “Feelings Expressed in Ink”, da autoria da artista e docente Ao Wan U e de alunos do Centro I Chon da União Geral das Associações de Moradores de Macau, conhecidos também como Kaifong A Fundação Rui Cunha (FRC) inaugura hoje, a partir das 18h30, a mostra colectiva de caligrafia com o nome “Feelings Expressed in Ink”, com trabalhos da artista e professora Ao Wan U e alunos séniores do Centro I Chon da União Geral das Associações dos Moradores de Macau. A entidade co-organiza este evento em conjunto com a Associação de Poesia dos Amigos do Jardim da Flora. Esta mostra apresenta cerca de 60 obras de caligrafia a caneta e pincel, ricas em contexto e diversidade, executadas por 40 artistas amadores de idades compreendidas entre os 45 e os 88 anos de vida. “A caligrafia, um aspecto essencial da cultura chinesa, transporta a sabedoria e as tradições estéticas desenvolvidas ao longo de milhares de anos. Não é apenas uma forma de arte, mas também um caminho para o crescimento espiritual”, refere Ao Wan U, citada por um comunicado da FRC. A responsável acrescenta ainda que “além de despertar o potencial mental dos nossos participantes mais maduros, a prática da caligrafia serve para enriquecer a sua compreensão e apreciação desta forma de arte, através da aprendizagem colaborativa e da troca. Os participantes transmitem as suas histórias com tinta, expressando as suas emoções através das obras de arte. Este esforço reflecte com perfeição o princípio da “aprendizagem ao longo da vida”, revelou ainda. A paixão da arte Na apresentação da mostra, Ao Wan U, que foi tutora deste projecto, refere a sua dedicação ao universo da caligrafia, na ligação à docência. “Como tutora deste projecto, possuo um mestrado em Educação e mais de 20 anos de experiência no ensino da caligrafia. Recebi vários prémios do Concurso de Caligrafia de Macau para Professores do Ensino Básico e Secundário, reflectindo o meu profundo empenho em nutrir uma paixão por esta forma de arte. A minha dedicação à excelência na educação valeu-me o reconhecimento como ‘Tutora de Excelência'”, explicou. A responsável ensina também caligrafia não só em escolas de ensino formal, mas também em programas de educação contínua para alunos adultos. “Através destes programas, espero contribuir para aumentar a sua autoconfiança e auto-estima”, disse. A mostra vai estar patente na FRC por um curto período de tempo, terminando já este sábado, 12.
Hoje Macau EventosExposição de pintura em pigmentos minerais até fim do mês em Ka-Hó A galeria do projecto Hold On to Hope, situada em Ka-Hó e gerida pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), apresenta até ao dia 27 deste mês uma exposição em parceria com o grupo “Questionmark Workshop”, intitulada “Academia de Artes da China – Exposição de Instrutores da Classe de Pesquisa e Criação em Pintura com Pigmentos Minerais”. Segundo um comunicado da ARTM, esta exposição “tem como objectivo promover a forma de arte tradicional da pintura com pigmentos minerais, reunindo oito professores influentes da China e do Japão nesta área”. Apresentam-se “criações únicas na área da pintura a cores de rocha, demonstrando uma perfeita fusão desta técnica ancestral com a arte moderna”, acrescenta-se. A pintura com pigmentos minerais é ainda descrita como “uma importante técnica expressiva na pintura tradicional chinesa, é conhecida pelas suas cores ricas e métodos únicos”. Assim, esta mostra “não apenas destaca os estilos individuais dos artistas, mas também reflecte a sua profunda compreensão e exploração inovadora das técnicas de cor de rocha”. A ARTM considera que “cada obra dos artistas carrega uma narrativa e emoção únicas, visando provocar a reavaliação e contemplação do público sobre a cultura da cor de rocha”. Com esta exposição, o público poderá “vivenciar o encanto da pintura com pigmentos minerais, sentindo a beleza da arte que funde tradição com modernidade”. Quem é quem No tocante aos artistas participantes nesta mostra, destaque para a presença de trabalhos de Wang Xiong Fei, director do Rock Color Painting Institute na China Academy of Art [Academia de Artes da China], e ainda reitor e professor no Institute of Eastern Art na Hebei University of Fine Arts [Universidade de Belas Artes de Hebei]. Podem também ver-se obras de Yiqiwava Yasumiqi, professor honorário na Tama Art University, no Japão; e vice-presidente da Japan Art Academy. Outro artista presente, é Yu Lv Kui, graduado pela antiga Zhejiang Academy of Fine Arts, actualmente Academia de Artes da China, e antigo aluno da Tokyo Gakugei University, no Japão. Zhang Lee, Wang Long, Li Han Ning, Sheng Xin Yi, Han Dian Liang são outros artistas que participam nesta mostra com as suas obras de arte.
Hoje Macau EventosSomos! | Moçambicano vence concurso fotográfico sobre religiões e crenças Já são conhecidos os vencedores do concurso fotográfico da associação local Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa. Marcos Júnior, de Moçambique, sagrou-se vencedor de um concurso que tinha como tema “O Homem e o Divino”, apresentando a fotografia tirada numa igreja em Moçambique O moçambicano Marcos Júnior foi o vencedor da sexta edição do concurso fotográfico da associação de Macau Somos – ACLP, dedicado ao tema “O Homem e o Divino”, foi ontem anunciado. Num comunicado, a Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP) anunciou que Marcos Júnior venceu com uma fotografia tirada numa igreja em Moçambique que retrata o gesto de um padre a abençoar um crente, “reflectindo a intermediação entre o terreno e o celestial”. O moçambicano vai receber um prémio no valor de dez mil patacas e uma viagem e estadia em Macau, para participar na cerimónia de inauguração da exposição do concurso e em ‘workshops’ organizados localmente. A exposição será organizada, a partir de finais de Maio, no complexo do hotel-casino Parisian Macau, com as fotografias premiadas e cerca de outras 40 que foram seleccionadas pelo júri. Os portugueses Adelino Meireles e João Carlos completam o trio de premiados, com fotografias da fé da comunidade ucraniana em Portugal e uma imagem inspirada na iconografia clássica da Madonna e o menino Jesus, respectivamente. Os dois fotógrafos portugueses vão receber prémios no valor de sete mil patacas e cinco mil patacas. A Somos – ACLP sublinhou ter recebido “o maior número de sempre de participantes com cerca de três centenas de fotografias a concurso, com elevada qualidade”. Mundo lusófono A avaliação das obras candidatas coube a um júri presidido pelo fotojornalista português radicado em Macau Gonçalo Lobo Pinheiro e que conta ainda com António Leong (Macau), Samba M. Baldé (Guiné-Bissau) e José Sena Goulão, Reinaldo Rodrigues e Alexandre Coelho Lima (Portugal). Lobo Pinheiro disse, citado no comunicado, que “o nível das obras submetidas surpreendeu o júri”, que recebeu “imagens vindas de diferentes cantos do mundo lusófono, revelando olhares diversos e narrativas visuais potentes”. O júri atribuiu ainda três menções honrosas, a começar pela brasileira Ana Cláudia Talieri, graças a “Prece no relento”, o retrato de Lucas, homossexual e HIV positivo. Bruno Taveira, com a fotografia “Cruz nas mãos, Fé no coração”, tirada num domingo de Páscoa, em Trás-os-Montes, e o também português Bruno Pedro, com “O Guardião do Tempo e da Tradição”, a imagem de um homem idoso parado à porta de uma mesquita, receberam as outras menções honrosas. No arranque do concurso, em Fevereiro, a presidente da Somos – ACLP, Marta Pereira, disse à lusa que o objectivo é contribuir para uma “maior compreensão das diferentes ideologias e credos” entre as regiões onde se fala português. O concurso, define o regulamento, destina-se “a todos os cidadãos dos países e regiões da Lusofonia ou residentes de Macau” com trabalhos realizados em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Goa, Damão e Diu.
Hoje Macau EventosLetras&Companhia | Luísa Sobral no Teatro D. Pedro V este sábado Luísa Sobral, cantora e romancista, está em Macau para participar em mais uma edição do festival literário infanto-juvenil “Letras&Companhia”, organizado pelo IPOR. A primeira actuação decorre este sábado no Teatro D. Pedro V, com o espectáculo “Coisas Pequenas”. Segue-se, na terça-feira, a apresentação do seu livro “O Peso das Palavras” O Instituto Português do Oriente (IPOR) volta a apresentar, a partir desta sexta-feira, mais uma edição do festival literário inteiramente dedicado a crianças, jovens e suas famílias, intitulado “Letras&Companhia”. E no meio de workshops de escrita e leitura, exposições e actividades em torno do tema da educação e inteligência artificial, há um destaque no programa: a presença da cantora portuguesa e romancista Luísa Sobral. Luísa Sobral, que tem uma carreira como compositora e cantora já de alguns anos, traz a Macau o seu “concerto intimista”, intitulado “Coisas Pequenas”, que acontece este sábado a partir das 20h no Teatro D. Pedro V. Segundo o cartaz do “Letras&Companhia”, este espectáculo traz a Macau “um reportório constituído por músicas dos sete álbuns lançados em nome próprio, canções que escreveu para outros e por algumas composições musicais que a marcaram”. Desta forma, “será um momento musical de partilha de histórias e memórias, pautado pela poesia das ‘coisas pequeninas’ que participam na beleza da vida”. Além disso, o concerto conta com a presença de Mina Pang, dos Cotton Kids, a acompanhar um tema em palco. Mas Luísa Sobral faz ainda uma segunda participação no “Letras&Companhia”, apresentando o seu livro infantil “O Peso das Palavras”, na próxima terça-feira, na Livraria Portuguesa, a partir das 18h30. Esta obra, que é ilustrada por “Ligeiramente Canhoto”, inclui a história “do (super)poder das palavras”, escreveu a Lusa, descrevendo que “rouxinóis e um elefante convidam o leitor a reflectir sobre o impacto que a escolha das palavras pode ter no quotidiano”. Elefantes e rouxinóis “O Peso das Palavras” nasce “da preocupação em mostrar aos mais novos como algumas palavras têm a capacidade de nos fazer sentir leves como rouxinóis, enquanto outras nos fazem sentir tão pesados como elefantes”, informa a nota de imprensa que acompanha o lançamento da obra. Luísa Sobral explica que “este poema nasceu de uma conversa que tive com a minha filha quando fez um comentário sobre outra menina”. “Nesse momento, senti a necessidade de lhe explicar de forma simples e descomplicada que as palavras têm um peso e que podem magoar ou ser boas. Que através da palavra podemos fazer bem ou mal às pessoas à nossa volta e que, por isso, é muito importante termos noção das palavras que usamos”, acrescentou, citada pela Lusa. “Acredito que a ilustração do livro acrescenta uma nova e importante camada à história, explicando que vamos sempre ouvir palavras que não queremos ouvir, “palavras elefante”. Mas que também faz parte da vida saber lidar com esses “elefantes” até porque querer uma vida repleta de “rouxinóis”, não é realista”, acrescenta a compositora e cantora portuguesa. Árvores e outras histórias Além de “O Peso das Palavras”, Luísa Sobral lançou, mais recentemente, o seu primeiro romance, desta vez para um público mais adulto, chamado “Nem todas as árvores morrem de pé”. “Os meus amigos de vez em quando lêem notícias e coisas que acham que podem ser inspiradoras para canções”, então uma amiga enviou a história de “um casal com o apelido Feliz, mas que decidira terminar a vida junto, ou seja, terminar-se”, em Vila Real, onde vivia na altura, disse a cantora em entrevista à agência Lusa. “Eu achei isso super irónico e poético ao mesmo tempo, então decidi escrever uma canção [‘Maria Feliz’] sobre isso. Só que todos os meus assuntos ficam resolvidos nas canções, mas este não ficou. Foi uma história que parecia que continuava em mim a querer ser mais alguma coisa. Então, decidi começar a escrever um texto que eu achei que ia ser uma peça de teatro, porque eu já ando há um tempo a querer escrever uma peça de teatro, e comecei a escrever, e de repente percebi – eu acho que os personagens aqui têm muita vontade própria – que não queriam ser só canção, depois não queriam ser peça de teatro, quiseram ser romance”, rematou. A narrativa é construída com base em duas histórias paralelas, uma das quais, acompanha Emmi, nascida antes do início da Segunda Guerra Mundial, com uma adolescência difícil e pobre, que se casa com um homem de Berlim Leste e vai viver para a RDA, até que a construção do muro, a separação da família e uma carta anónima a enterram numa profunda depressão. A outra, acompanha M., nascida após a divisão das Alemanhas, educada por uma ama, numa família onde imperam os valores do socialismo. M. vive no total desconhecimento do mundo ocidental e ao sabor de uma realidade distorcida, até ouvir um testemunho de uma rapariga, que mudará a sua vida.
Hoje Macau EventosConcerto com Jean-Yves Thibaudet dia 19 no CCM O pianista francês Jean-Yves Thibaudet actua em Macau no próximo dia 19 de Abril, sábado, ao lado da Orquestra de Macau, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM). O espectáculo intitula-se “A Sagração da Primavera”, sendo interpretadas composições como “Concerto para Piano nº 5 – O Egípcio”, de Camille Saint-Saëns. O programa inclui também a obra “A Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky, considerada uma das obras mais marcantes do início do século XX e reconhecida pela sua grandiosa orquestração e estilo inovador, descreve o Instituto Cultural (IC) numa nota. Apresenta-se ainda “O Grande Bazar”, de Fazıl Say. “Reconhecida pela sua instrumentação complexa e ritmos imprevisíveis, ‘A Sagração da Primavera’ exige aos músicos uma grande coordenação e mestria técnica. Esta obra inovadora rompeu com as convenções da música clássica e tornou-se uma referência para a música vanguardista e cinematográfica das gerações futuras”, lê-se ainda. A Orquestra de Macau irá ter em palco uma formação superior a cem músicos, “proporcionando ao público uma experiência intensa e arrebatadora”, é descrito. O melhor dos melhores Jean-Yves Thibaudet é amplamente reconhecido como “um dos melhores pianistas do mundo”, gozando de grande prestígio no panorama da música clássica. Com uma vasta discografia, participou em mais de 70 gravações e bandas sonoras de seis filmes. Foi nomeado duas vezes para os Prémios Grammy e recebeu diversos galardões, incluindo o Prémio da Crítica Discográfica Alemã, o Diapasão de Ouro (França), o Grande Prémio da Música Clássica (França), o Prémio Edison (Amesterdão), o Prémio Gramophone (Reino Unido) e o Prémio Echo Klassik (Alemanha). Destacou–se ainda como solista de piano na banda sonora do filme vencedor de Óscar “Orgulho e Preconceito”. Este espectáculo integra-se na temporada de concertos da Orquestra de Macau para os anos de 2024 e 2025. Os bilhetes já estão à venda e os preços variam entre 150 e 300 patacas.
Hoje Macau EventosFRC | Debate sobre dados e cidades sustentáveis hoje ao fim da tarde “O Poder dos Dados: Construir Cidades Inteligentes e Sustentáveis” é o nome da palestra que acontece hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha. A conversa decorre com dois académicos e analistas, Miguel de Castro Neto, director da Escola de Gestão e Informação da Universidade Nova de Lisboa, e André Barriguinha, director-executivo do Nova Cidade Urban Analytics Lab, ligado à mesma instituição de ensino A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, uma sessão de debate sobre cidades mais sustentáveis e dados, integrada no ciclo “Roda de Ideias”. A conversa intitula-se “The Power of Data: Building Smart and Sustainable Cities” [O Poder dos Dados: Construir Cidades Inteligentes e Sustentáveis” e é protagonizada por Miguel de Castro Neto, director da NOVA Information Management School (NOVA IMS) [Escola de Gestão e Informação] da Universidade Nova de Lisboa, e André Barriguinha, director-executivo do Nova Cidade Urban Analytics Lab, também ligado à Universidade Nova de Lisboa. A moderação ficará a cargo de José C. Alves, reitor da Faculdade de Gestão da Universidade da Cidade de Macau, co-organizadora do evento. Segundo uma nota de imprensa da FRC, os oradores “pretendem trazer ao território uma reflexão sobre o futuro das cidades inteligentes e sustentáveis”, destacando-se “a importância da análise tecnológica de dados” que pode “contribuir, não só para o progresso ambiental, mas também para a inclusão social, a resiliência económica e a confiança dos cidadãos” na estrutura e organização das sociedades. A ideia é partilhar o modelo seguido na Universidade Nova de Lisboa quanto ao “tratamento e aplicação de dados informáticos com um propósito definido”. “Mais do que analisar números, criamos valor, transformando os dados em conhecimento prático, o que impulsiona uma melhor governação, a tomada de decisões informadas e a inovação pública”, referem os oradores, citados pela mesma nota. Os académicos dizem acreditar que “desde melhorar a forma como as pessoas se movimentam, vivem, trabalham e se envolvem, os dados são um factor essencial para sociedades mais transparentes e impactantes”. Que desafios? Para os analistas da Universidade Nova de Lisboa, o desafio actual neste campo obriga a “repensar o papel dos dados na construção de um mundo mais inteligente, ético e sustentável”, pois “desde os avanços impulsionados pela Inteligência Artificial na área da saúde, até ao poder dos dados na tomada de decisões a nível global, como as alterações climáticas e a resiliência económica, o foco está nas escolhas que são feitas hoje e no seu impacto para o futuro”. Miguel de Castro Neto é, além de director da referida Escola, professor associado da mesma instituição de ensino. Criou e lidera o NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, dedicado às cidades inteligentes e analítica urbana. Além disso, dirige o mestrado em Gestão de Informação e as Pós-Graduações em Smart Cities e Busines Analytics for Hospitality and Tourism. Foi Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza nos XIX e XX Governos portugueses e considerado “Personalidade Smart Cities do Ano 2017” (Green Business Week/Fundação AIP). Por sua vez, André Barriguinha é doutorado em Gestão de Informação – Geoinformática, mestre em Ciência e Sistemas de Informação Geográfica e licenciado em Engenharia Agrícola. É também docente na NOVA IMS da Universidade Nova de Lisboa e investigador integrado no Information Management Research Center (MagIC) e Director Executivo do NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, onde desenvolve trabalho em sistemas de informação geográfica, gestão de informação, inteligência artificial geoespacial e analítica urbana e territorial.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca | “Flow”, vencedor do Óscar, em destaque no mês de Abril “Encantos de Abril” está aí, com uma nova selecção de filmes para ver este mês na Cinemateca Paixão. Destaque para “Flow – À Deriva”, que conquistou o Óscar de Melhor Filme de Animação este ano, bem como para “Dog on Trial” ou “Four Trails”, entre outros Um gatinho preto, de olhos brilhantes, tenta sobreviver à inundação do mundo que ele conhece. De repente, tem de partilhar o espaço de um barco com outros animais de espécies completamente diferentes, e garantir que vivem. “Flow – À Deriva” é uma lição de humanidade e, talvez, uma reflexão sobre as alterações climáticas, consoante o olhar de cada um. Pode agora ser visto na Cinemateca Paixão, a partir desta sexta-feira, tendo ainda outras três sessões programadas. “Flow – À Deriva”, de Gints Zilbalodis, é uma produção da Letónia que surpreendeu meio mundo e a Academia de Hollywood, tendo vencido o Óscar de Melhor Filme de Animação. O orçamento inicial do filme foi de 3,6 milhões de dólares americanos e o seu sucesso surpreendeu até o próprio autor do filme. “Pensámos que, na melhor das hipóteses, seríamos seleccionados para alguns festivais e teríamos uma boa temporada de festivais”, explicou Zilbalodis, de 30 anos, à agência France-Presse (AFP). Para a Letónia, as duas nomeações para os Óscares foram históricas, pois nenhum filme do país báltico de apenas 1,8 milhão de habitantes havia disputado um Óscar. Mas “Encantos de Abril” prossegue com outras histórias, já fora do mundo da animação. Uma delas é “Dog on Trial”, que pode ser visto já a partir desta quinta-feira. Trata-se de uma história fora do vulgar em que uma advogada, Avril, defende um cão na barra do tribunal. O filme acaba por revelar episódios cómicos e, ao mesmo tempo dramáticos, em torno de questões como o sistema judicial, os direitos das mulheres e dos próprios animais. Aventuras em Paris Segue-se “Grand Maison Paris”, um filme japonês passado na capital francesa. A primeira sessão acontece hoje às 19h30, seguindo-se mais duas datas de exibição. A história gira em torno da abertura de um restaurante em Paris, chamado “Grand Maison Paris”, depois do sucesso obtido com o “Grand Maison Tokyo”, ganhador de três estrelas Michelin. Natsuki Obana e Rinko Hayami aventuram-se então em Paris, querendo ser os primeiros chefes asiáticos a obter estrelas Michelin na cidade luz, mas os desafios que vão enfrentar fazem da aventura uma tarefa bem mais difícil do que pensavam. Os protagonistas têm de lidar também com a pressão de uma cidade cheia de chefes bem conhecidos da cozinha francesa. Outro filme, do género documentário, que pode ser visto a partir de amanhã é “Four Trails”, apesar de todas as sessões de exibição já estarem esgotadas. Trata-se de uma história real, a de Andre Blumberg, que partiu sozinho para correr os quatro trilhos icónicos de grande distância de Hong Kong em apenas 72 horas. São 298 quilómetros, e mais de 14.500 metros de desnível depois, acabou por ser criada uma das maratonas mais difíceis do mundo, com o nome “Hong Kong Four Trails Ultra Challenge”. O documentário retrata, assim, a edição de 2021 desta competição. Dentro do rol de filmes asiáticos apresenta-se “Montages of a Modern Motherhood”, um filme deste ano de Hong Kong, que será exibido nos dias 15 e 27 de Abril. Trata-se da história de Suk-jing, que acolhe uma filha bebé na sua vida, e que com isso nunca mais será a mesma. Depressa Suk-jing percebe que o dia é pequeno demais para tudo o que tem de fazer, queixando-se de que o marido não a ajuda nesta nova tarefa da maternidade. Depressa começam os dramas familiares e as reflexões sobre a necessidade de dias melhores. Dentro de uma outra secção, “Auter Style – Dupla Funcionalidade”, apresenta-se ainda, esta sexta-feira, o filme “Hard Truths”, do realizador britânico Mike Leigh sobre ética familiar. A história gira em torno da nervosa Pansy, com um comportamento psicológico contrastante face à irmã, mais nova e descontraída. Neste filme, pode-se explorar as relações familiares e as dificuldades que existem para, por vezes, se manter a harmonia nessas ligações.
Andreia Sofia Silva EventosArtista sul-coreana Shin Min vence primeira edição do “MGM Discoveries” Shin Min, artista sul-coreana, foi a vencedora da primeira edição do prémio “Prémio de Arte MGM Discoveries”, atribuído em conjunto pela MGM e Art Basel de Hong Kong. Segundo um comunicado da MGM, a artista, representada pela galeria P21, de Seul, venceu com uma “instalação inovadora”, com o nome “Ew! There is hair in the food!!!”, em que utilizou “um simbolismo potente e experiências pessoais para confrontar as normas sociais e as injustiças sistémicas”. Segundo a mesma nota, Shin Min “espera que este trabalho sirva como uma ferramenta poderosa para sensibilizar a sociedade e, em última análise, melhorar as condições de trabalho da população”. O prémio inclui um valor monetário de 50 mil dólares americanos e a “oportunidade de ser convidado pela MGM para realizar uma exposição e participar em intercâmbios artísticos em Macau”. O objectivo do prémio “MGM Discoveries” é “promover a diversidade artística e ligar Hong Kong, Macau e o mundo através de eventos culturais icónicos”, sendo que esta iniciativa “reconhece a originalidade e a inovação de artistas internacionais emergentes”, além de “ampliar a sua visibilidade no mundo da arte global”. Visões partilhadas Kenneth Feng, presidente e director-executivo da MGM China Holdings Limited, disse que “a MGM e a Art Basel Hong Kong partilham a visão comum de promover o desenvolvimento artístico e cultural global”, sendo que este prémio conjunto “é um compromisso para descobrir artistas emergentes e celebrar a sua originalidade e criatividade, oferecendo uma plataforma para desenvolver o seu potencial e crescer”. “Além disso, através dos esforços culturais internacionais, Macau está a unir-se estreitamente a Hong Kong e ao palco global, expandindo a rede global e o intercâmbio de Macau”, referiu o responsável. Já Angelle Siyang-Le, directora da Art Basel Hong Kong, referiu que o júri escolheu “Shin Min de entre um notável conjunto de artistas apresentados no ‘Sector Discoveries’, que destaca artistas e galerias emergentes através de apresentações individuais de projectos recentes”. A MGM organizou ainda uma visita guiada à Art Basel de Hong Kong, uma das mais importantes feiras de arte do mundo, para cerca de 50 líderes e representantes culturais e educacionais de Macau. Com este prémio, a operadora de jogo diz querer “trazer novas perspectivas artísticas a Macau e à Grande Baía”, bem como “uma variedade de actividades artísticas e culturais internacionais”.
Hoje Macau EventosIPOR | Festival literário “Letras&Companhia” arranca esta semana Começa esta sexta-feira mais uma edição do festival infanto-juvenil “Letras&Companhia”, organizado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), e que traz um tema bastante actual: o uso da inteligência artificial na educação. Destaque para a presença da cantora e escritora portuguesa Luísa Sobral e a apresentação do livro ilustrado “A Aventurosa Viagem do Pátria”, de Filipa Brito Pais Inteligência artificial (IA) e educação. Esta relação complexa, mas cada vez mais presente no nosso dia-a-dia, é o tema central da edição deste ano do Festival Literário e Cultural para Pais e Filhos “Letras&Companhia”, organizado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR) em parceria com o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong. O evento, que arranca esta sexta-feira, 4 de Abril, e termina a 6 de Maio, tem ainda uma série de apoios institucionais. O tema deste ano é, assim, “Inteligência Artificial na Educação – O Robô e Eu”. Um dos destaques do cartaz é a presença da autora e compositora Luísa Sobral que lança a edição bilingue (português e chinês) do seu mais recente livro, “O Peso das Palavras”. Segundo um comunicado do IPOR, Luísa Sobral irá “promover um conjunto de oficinas nas escolas locais, bem como um concerto aberto ao público” que decorre este sábado, 6 de Abril. Outro destaque do cartaz, é a apresentação do livro “A Semente do Amor”, de Joana Morgado Bento, uma obra escrita em verso que tem como tema a parentalidade positiva. “O ponto de partida da autora para a escrita deste livro foi o reconhecimento da inevitável imperfeição dos progenitores, da qual nasce uma reconhecida dificuldade: como educar um filho para que a criança de hoje seja um adulto feliz amanhã? Joana Morgado Bento irá responder a esta e outras questões, numa sessão dirigida a pais e filhos”, escreve o IPOR. Numa colaboração com a associação Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa, será ainda apresentado o livro “Era Uma Vez… A Minha Língua”, que resultou de um concurso literário promovido pela entidade. Trata-se de uma obra que junta contos escritos de propósito para este concurso, sendo que todos os textos estão traduzidos e adaptados para chinês. O lançamento do livro será realizado através de um teatro de sombras. Recordar o Pátria Depois de um lançamento em Portugal, Filipa Brito Pais prepara-se para lançar, neste festival, o livro dirigido aos mais novos em língua chinesa, “A Aventurosa Viagem do Pátria – de Portugal a Macau em avião (1924)”, que assinala os 100 anos da primeira viagem aérea Portugal – Macau. A autora, sobrinha-bisneta do aviador António Brito Pais, dará a conhecer aos mais jovens a extraordinária proeza dos três aviadores e sonhadores, António Brito Pais, José Manuel Sarmento de Beires e Manuel Gouveia, que, à época, conseguiram, com poucos apoios financeiros, fazer o que ninguém tinha conseguido fazer até então. O “Letras&Companhia” disponibiliza também duas oficinas desenvolvidas e dinamizadas por Catarina Mesquita, fundadora da editora de livros infantis “Mandarina Books”, dirigidas a crianças e jovens. As duas oficinas, intituladas “Normalmente…” e “Real ou Artificial?”, terão como objectivo estimular a criatividade dos mais novos, quer através de um mecanismo criativo que passa pela valorização do quotidiano e do banal, quer através de uma atitude que encontra na dúvida e na desconfiança sensorial um modo a promover a imaginação. Meditação e formação A instrutora de yoga Ana Júlia Sampaio ficará responsável por conduzir duas sessões de meditação. “Happy Kids” será uma actividade dividida em duas oficinas, devidamente pensadas e adaptadas tendo em conta a idade dos participantes. Estas duas sessões servirão para ajudar a desenvolver a consciência corporal, mental e emocional das crianças. O cartaz traz ainda a Macau Adelina Moura, formadora de Cursos de Formação de Formadores e Formação Contínua de Professores no âmbito da integração de tecnologias na sala de aula, sendo ainda membro do grupo de investigação “GILT-Games, Interaction and Learning Technologies”, do Instituto Superior de Engenharia do Porto. No festival, Adelina Moura vai dar uma formação a professores e ministrar a oficina “Literacia digital – Promoção de interações positivas em linha”, em que os participantes serão convidados a reflectir sobre temas como a aplicação de estratégias para proteger a identidade digital e os dados pessoais em ambientes online, a criação e partilha responsável de informações, a aplicação de métodos capazes de incentivar a pesquisa online e a análise crítica de fontes digitais. O festival apresenta ainda uma conferência aberta ao público em geral, intitulada “A IA na Educação”, que decorre a 16 de Abril com Adelina Moura, o psicólogo Nuno Gomes e a investigadora Min Yang, da United Nations University Institute in Macau. O teatro também marca presença no “Letras&Companhia” com duas peças, sendo que uma delas está a cargo da companhia “AtrapalhArte” que apresenta o espectáculo “Peripeças – A História de Portugal com Inteligência Artificial”, uma peça cómica sobre o poder que as narrativas e as histórias assumem nesta era predominantemente digital. A segunda representação teatral, “The Peakture”, será um espectáculo não-verbal desenvolvido pela companhia local “Comuna de Pedra”, em que os movimentos corporais dos actores, fantoches e ainda algumas projecções de vídeo ao vivo estarão ao serviço de uma história comovente sobre os impensáveis obstáculos que uma simples viagem pode suscitar. Destaque ainda para as iniciativas “Uma noite na… Biblioteca”, que visa estimular o gosto pela leitura através de sessões de leitura de contos dramatizadas, e a exposição “O Robô e Eu”, inaugurada na sexta-feira. Esta mostra irá apresentar os trabalhos desenvolvidos por artistas da região e alunos de escolas locais, contando com a participação especial do artista José Nyögéri, que irá expor um conjunto de trabalhos da sua autoria sobre o tema. O festival foi criado em 2021 e gira em torno do conceito dos “três L’s”: língua, livro e leitura. Para esta edição, procura-se “abordar a introdução das tecnologias não apenas no ensino, mas também na vida das crianças”.
Hoje Macau EventosAMAGAO | Exposição “Ano 3” inaugurada hoje É hoje inaugurada, na galeria AMAGAO, no Artyzen Grand Lapa, uma nova exposição colectiva que marca o terceiro aniversário da galeria. Trata-se de uma mostra com 30 trabalhos de 29 artistas, locais e não só, com nomes como Alexandre Marreiros, Abílio Febra, Clara Leitão, João Palla, Ieong Man Fai, Nuno Calçada Bastos ou Suzy Bila, entre outros. “Esta exposição tem a singularidade de todos os artistas terem recebido uma tela igual de 30 x 30 cm”, destaca-se ainda na mesma nota. A inauguração da mostra começa às 18h30. A galeria AMAGAO é um projecto de Lina Ramadas e Víctor Hugo Marreiros.