FRC | Debate sobre “Puzzle China-Brasil” e lugar da RAEM

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, mais uma sessão de debate integrada no ciclo “Roda de Ideias”, e que tem como tema “O Puzzle China-Brasil: Posicionando a Peça Estratégica de Macau”. Segundo uma nota da FRC, o objectivo desta sessão é “reunir vozes-chave para abordar uma questão crucial: como pode o ecossistema único de Macau ser aproveitado para facilitar, reduzir o risco, e acrescentar valor tangível a este corredor económico vital”.

Co-organizada pela FRC e pelo Well Link Bank Macau, a conversa contará com quatro convidados, nomeadamente Yuri Ribeiro, fundador e CEO da “Valor da China”, empresa de consultoria e ‘market intelligence’ exclusivamente dedicada às relações Brasil-China, à compreensão cultural e ao desenvolvimento de negócios internacionais, com sede em Cantão.

Outro convidado, é Alexandre Lobo, vice-reitor e professor catedrático da Universidade de São José em Macau, apresentado como um “líder brasileiro em inovação, com 20 anos de experiência global, e que combina um profundo conhecimento em inteligência artificial e ciência de dados, com a paixão por liderar projectos transformadores”.

O leque de convidados completa-se com Felipe Ribeiro de Assis, advogado associado da PK Advogados, São Paulo, com um escritório full-service sediado no Brasil, onde coordena o “Chinese Desk”, e ainda Rodrigo Barbosa, co-fundador e director comercial da “Modular Park Brasil”, a representante exclusiva da Mussini no Brasil, especializada em construção metálica.

O moderador será José Paulo Esperança, professor e director de parcerias internacionais da Faculdade de Gestão da Universidade da Cidade de Macau. Ex-Reitor da ISCTE Business School e Pró-Reitor para as Relações Internacionais e Empreendedorismo do ISCTE-IUL, Portugal, é doutorado em Economia pelo Instituto Universitário Europeu. Foi ainda vice-presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia entre 2019 e 2022.

Desafios e oportunidades

Na conversa de hoje aborda-se o panorama global actual, onde, no “mundo de realinhamento geopolítico e económico, a relação China-Brasil apresenta oportunidades sem precedentes e desafios complexos”.

Assim, “neste novo cenário, o papel de Macau necessita ser reexaminado e redefinido”, defende-se. Nesta mesa-redonda, o que se pretende é “transpor este diálogo para a acção, identificando obstáculos reais e mapeando os caminhos práticos para uma integração dos serviços em Macau, transformando o seu potencial latente numa vantagem competitiva concreta”, é referido.

30 Out 2025

Netflix estreia em Novembro adaptação de obra de “O Filho de Mil Homens”

A adaptação do romance “O Filho de Mil Homens”, de Valter Hugo Mãe, pelo realizador brasileiro Daniel Rezende, que foi exibida na segunda-feira na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, estreia-se na Netflix, no dia 19 de Novembro.

De acordo com a Porto Editora, que publicou o romance “O Filho de Mil Homens”, a data de estreia da longa-metragem foi avançada pela plataforma de ‘streaming’. O filme teve a sua exibição oficial esta segunda-feira, na 49.ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, no Brasil, um dos principais eventos cinematográficos da América Latina.

Protagonizado por Rodrigo Santoro, o filme conta a história de Crisóstomo, um pescador que encontra novo sentido para a vida ao acolher Camilo (Miguel Martines), um jovem órfão. A relação entre ambos desencadeia uma reflexão sobre o amor, a aceitação e os laços que definem o conceito de família. Filmado em Búzios e na Chapada Diamantina, o filme é uma coprodução entre a Biônica Filmes e a Barry Company, que apostam numa abordagem visual delicada e simbólica, destaca a editora.

Segundo a Netflix, trata-se de “uma fábula sobre solidão, amor e aceitação”, que traduz para o cinema a força emocional da escrita de Valter Hugo Mãe. O elenco inclui ainda Rebeca Jamir, Johnny Massaro, Miguel Martines, Juliana Caldas, Grace Passô, Inez Viana, Lívia Silva, Antonio Haddad e Tuna Dwek.

A mostra de cinema de São Paulo exibiu ainda, em estreia mundial, no dia 25 de outubro, o documentário biográfico “De Lugar Nenhum”, do realizador português Miguel Gonçalves Mendes, sobre Valter Hugo Mãe e o seu processo criativo, que deverá chegar em 2026 aos cinemas portugueses.

“Retrato intimista”

A obra traça um retrato intimista de Valter Hugo Mãe, acompanhando o escritor ao longo de sete anos, enquanto escrevia o romance “A Desumanização”, entre viagens pela Islândia, Brasil, Portugal, Colômbia e Macau, segundo informação do consulado português em São Paulo.

O documentário, uma meditação visual sobre solidão, perda e pertença, conta com as participações da cartoonista Laerte Coutinho e do compositor islandês Hilmar Örn Hilmarsson, mentor de bandas como Sigur Ros e Bjork, especifica a página oficial da mostra. O filme “De Lugar nenhum” está integrado no projecto “O Sentido da Vida”, no qual o director Miguel Gonçalves Mendes trabalha há mais de uma década — um conjunto de nove longas-metragens, num caleidoscópio de figuras contemporâneas.

30 Out 2025

Wynn Macau | Estrelas do snooker jogam esta sexta-feira

O empreendimento de jogo e hoteleiro Wynn Macau traz ao território, esta sexta-feira, um grande evento de snooker com a promessa de ter duas “lendas” desta modalidade a jogar. Trata-se de Ronnie O’Sullivan, que foi sete vezes campeão do mundo, e Zhao Xintong, o primeiro jogador chinês e também da Ásia a vencer o Campeonato Mundial de Snooker.

Segundo uma nota da Wynn, o evento “Rei do Snooker vs. Campeão Mundial de 2025 – Um jogo de exibição inspirador entre lendas do snooker” acontece no Grand Ballroom do Wynn Macau, esperando-se “um confronto impressionante entre os mestres internacionais do snooker, que será certamente um espectáculo desportivo memorável”. Espera-se que ambos possam recriar “momentos clássicos de torneios mundiais anteriores”, estando este evento relacionado com uma iniciativa do ano passado, o “2024 Macau Snooker Masters”. Os bilhetes para este jogo já estão à venda, com preços a variar entre as 580 e 880 patacas. Os residentes de Macau têm direito a 25 por cento de desconto.

Na mesma nota, a Wynn promete “continuar a organizar eventos desportivos de classe mundial”, algo que pode ajudar a “melhorar o ambiente desportivo e o desenvolvimento da indústria de Macau, facilitando, assim, a integração completa do turismo com as indústrias de lazer e desporto” no território.

30 Out 2025

CCM | Vanessa da Mata em concerto com Orquestra Chinesa de Macau

A cantora brasileira Vanessa da Mata sobe ao palco do Centro Cultural no dia 15 de Novembro no âmbito do “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Trata-se de um concerto especial, anunciado depois da primeira divulgação do programa e acontece com a parceria musical da Orquestra Chinesa de Macau

O Instituto Cultural (IC) anunciou esta segunda-feira a realização de um concerto, no dia 15 de Novembro, com a cantora brasileira Vanessa da Mata, que promete trazer os ritmos do Brasil e cantá-los ao lado da Orquestra Chinesa de Macau (OCM). O espectáculo integra-se no “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, neste que é o seu sétimo ano de existência. Este evento integra uma série de actividades, onde se inclui o Festival da Lusofonia. O concerto com a cantora brasileira está marcado para as 20h, no Grande Auditório do CCM, sendo que os bilhetes estão à venda desde ontem na Bilheteira de Enjoy Macao com preços a variar entre as 200 e as 400 patacas.

Segundo uma nota do IC, Vanessa da Mata é descrita como sendo “uma das vozes mais influentes da música contemporânea brasileira”, bem como uma “cantora e compositora reconhecida pela sua versatilidade artística e pela força emocional das suas obras”.

Trata-se de uma artista com “voz inconfundível” e um “estilo marcante”, características que “conquistaram os fãs em todo o mundo, tornando-a uma das principais representantes da música popular brasileira”. Os temas de Vanessa da Mata combinam diversos géneros musicais, nomeadamente MPB (música popular brasileira), R&B, pop, frevo, samba e reggae.

O concerto do dia 15 de Novembro será dirigido pelo maestro Zhang Lie, director musical e maestro principal da OCM, que “tem conduzido diversas orquestras em atuações internacionais, recebendo ampla aclamação do público”.

“Sob a sua direcção, a OCM interpretará várias canções emblemáticas de Vanessa da Mata, especialmente orquestradas para esta ocasião. Unindo a subtileza e o lirismo da música tradicional chinesa com os ritmos intensos e coloridos do Brasil, oferecerá ao público uma experiência musical transcultural e inesquecível”, descreve ainda o IC.

Longa carreira

Vanessa da Mata nasceu em 1976 e já lançou oito álbuns de originais. Uma das músicas mais conhecidas do seu longo repertório é “Boa Sorte/Good Luck”, cantada ao lado de Ben Harper, e que alcançou projecção internacional. Nesta actuação em Macau, fica a garantia de que Vanessa da Mata trará “o melhor da música brasileira, cruzando-se no palco com o encanto e a delicadeza sonora da OCM, prometendo uma noite memorável de sonoridades diferentes”.

A cantora brasileira lançou, em Maio deste ano, um novo álbum, intitulado “Todas Elas”, sendo que o primeiro single é “Esperança”. Trata-se de uma música que “propõe uma reflexão sobre a expansão amorosa como um todo”, descreve-se no website oficial da artista. Vanessa da Mata acrescenta ainda que “Todas Elas” contém “mais poesia” face a trabalhos anteriores.

“A produção é minha, as músicas são todas minhas e terá parcerias maravilhosas, como Robert Glasper, Jota.pê e João Gomes. Robert é americano e considerado o primeiro cara do jazz no mundo, um nome para ficar atento. Uma participação linda do João Gomes em uma música que escrevi, um reggae maravilhoso com o Jota.pê”, descreveu a artista. “Todas Elas” dá também o nome à digressão que a artista tem na estrada.

Vanessa da Mata começou a cantar ainda na adolescência, em bares, tendo desistido de fazer o chamado “vestibular”, o exame de acesso ao ensino superior no Brasil, para seguir uma carreira na música. Começou a compor as suas canções, e o encontro com Chico César, aos 21 anos, foi fundamental para dar um passo adiante na sua carreira. O primeiro álbum de Vanessa da Mata chegou em 2004, intitulado “Essa Boneca Tem Manual”.

30 Out 2025

FRC | Exposição de Hu Jiawen para ver a partir de hoje

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje uma nova exposição. Trata-se de “Azul Radiante”, com trabalhos de Hu Jiawen, uma artista que explora toda a sua criatividade em conexão com o universo da pintura Gongbi e outras técnicas da pintura tradicional chinesa. Para ver até ao dia 8 de Novembro

A artista Hu Jiawen apresenta hoje, na Fundação Rui Cunha (FRC), diversos trabalhos de pintura da sua autoria, numa nova exposição patente até ao dia 8 de Novembro. Trata-se de “Azul Radiante”, com inauguração agendada para hoje, a partir das 18h30, onde se convida “o espectador a mergulhar num mundo onde o tradicional e o contemporâneo coexistem, através do diálogo entre as linhas tranquilas da pincelada meticulosa e as intensas queimaduras metálicas, da tinta azul e da folha dourada”, destaca a FRC, em comunicado.

Esta mostra inclui 30 obras compostas por pintura Gongbi, pintura tradicional chinesa, pintura experimental, pintura contemporânea, técnica mista com folha metálica, e escultura de bronze. Destaque para a “selecção apurada” das obras por parte do curador e renomado artista local, Chang Kuok Meng, numa mostra organizada pela FRC, Associação de Arte Juvenil de Macau e pela Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau.

Segundo o manifesto da organização, esta exposição individual é uma “exploração da arte visual enraizada na meticulosa pintura tradicional de figuras, integrando técnicas experimentais de tinta-da-china, impressão a azul e queima de folha de ouro”. Aqui, “a artista reconstrói a estética oriental a partir de perspectivas tradicionais e contemporâneas, criando um ambiente de pintura em seda e papel de arroz, que incorpora tanto o significado clássico, como a consciência moderna”.

Ir além do habitual

Segundo Hu Jiawen, em “Azul Radiante” revela-se o “esforço para sair da zona de conforto e ir além do rótulo da ‘Pintura de Figuras Gongbi'”, onde a artista “recorre a diversos meios” para tentar “transmitir as emoções e o estatuto da mulher em espaços virtuais e presenciais, esperando que o público aprecie a beleza que surge da imperfeição e da transformação”.

Há “figuras femininas nas obras que existem frequentemente num espaço-tempo entrelaçado com a realidade e a ilusão”, verificando-se “a delicada representação da pincelada meticulosa”, ou ainda “a qualidade transformadora da tinta experimental e as camadas profundas da impressão em azul”.

Estas “são ainda mais realçadas pela intervenção da folha de ouro queimada, no sentido em que as suas fissuras e imperfeições não significam danos, mas antes conferem às figuras carácter e uma sensação de textura temporal”. Há depois “a luz e o matiz criados pela folha de ouro queimada que sugerem a fusão de emoções e a impressão de memórias”.

Hu Jiawen tem um bacharelato em Educação de Artes Visuais pela Universidade Politécnica de Macau e um mestrado em Educação pela Universidade de Macau. Actualmente a residir no território, dedica-se à educação artística e é contratada pela Feira Internacional de Arte de Cantão, além de desempenhar outras funções em várias organizações artísticas. As suas obras foram expostas em locais como Pequim, Cantão e Macau, tendo recebido prémios e estando incluídas em diversas colecções. É proficiente em diferentes géneros, com especial talento para a pintura tradicional chinesa, esboço, pintura a óleo, gravura, cerâmica, e pintura de figuras Gongbi a pincelada fina.

28 Out 2025

Mostra sobre património cultural intangível no Museu de Macau

Abre ao público, este sábado, uma nova exposição sobre o património cultural intangível da zona da Grande Baía, intitulada “Um Novo Impulso – Zona da Grande Baía Cultivada, Um Património Cultural Intangível Brilhante: Mostra do Património Cultural Intangível da Zona da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau”. A iniciativa pode ser vista no Museu de Macau até ao dia 15 de Março do próximo ano.

Organizada com diversas entidades museológicas da província de Guangdong e Hong Kong, a mostra “irá abranger uma exposição temática, demonstrações interactivas de técnicas artesanais, workshops e a venda de produtos culturais e criativos relacionados com o património cultural intangível”.

A exposição apresenta “mais de 50 manifestações representativas do património cultural intangível da zona da Grande Baía, incluindo o bordado cantonense, artesanato de papel colorido, esculturas em madeira e porcelana cantonense”.

Pretende-se, desta forma, “dar a conhecer ao público as técnicas artesanais do património cultural intangível no contexto cultural tradicional de Lingnan, bem como a estética oriental formada através da fusão das culturas chinesa e ocidental, tal como se encontra evidenciada no património cultural intangível da Grande Baía”.

A grande interacção

A propósito da abertura desta exposição, haverá no fim-de-semana, sábado e domingo, “demonstrações interactivas de técnicas artesanais” em locais como o jardim da Fortaleza do Monte e no Museu de Macau. Estas demonstrações incidem sobre várias artes, incluindo pintura em xilogravura do Ano Novo Chinês de Foshan, dança do qilin Hakka de Hang Hau em Sai Kung, fabrico e pintura de azulejos portugueses, dança folclórica portuguesa e dança do leão.

Incluem-se ainda demonstrações de artes marciais de Wing Chun, artes marciais de Choi Lei Fat, Canções Narrativas de Naamyam, música ritual taoista e percussão Baatyam. Toda a programação pode ser vista no portal do Museu de Macau.

Os workshops decorrem, também nos dias 1 e 2 de Novembro, no Museu de Macau, Casa do Mandarim e Museu Memorial de Zheng Guanying, focando-se no teatro de marionetas para toda a família, criação de marcadores de livros feitos com bordado com fio de ouro ou ainda criação de acessórios de ópera cantonense.

Destaque para a realização, este sábado, de duas sessões de visitas guiadas à exposição. O prazo para a inscrição em algumas actividades decorre até quarta-feira, podendo esta ser feita na plataforma da Conta Única de Macau.

Além de todas as actividades acima mencionadas, irá decorrer, entre sábado e segunda-feira, a venda de produtos culturais e criativos relacionados com o património cultural intangível, no jardim da Fortaleza do Monte.

Esta exposição é “a primeira exposição itinerante em grande escala dedicada ao património cultural intangível da zona da Grande Baía”, sendo que a primeira edição, intitulada “Comemorando o Dia Nacional -Património Cultural Intangível Auspicioso da Zona da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, realizou-se em Hong Kong em Outubro do ano passado. No início deste ano a mesma exposição realizou-se em Shenzhen, com o nome “Ano Novo em Shenzhen: Grande Reunião na Zona da Grande Baía”.

28 Out 2025

Influencers | Arranca hoje a “CreatorWeek Macao 2025”

Decorre, entre hoje e amanhã, o primeiro evento em Macau dedicado ao mundo dos influencers, intitulado “CreatorWeek Macao 2025”. Trata-se de um evento promovido pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) que inclui a “Conferência CreatorWeek”, que acontece hoje no Grand Lisboa Palace. Amanhã, tem lugar a “Academia CreatorWeek”, no mesmo empreendimento turístico.

Segundo uma nota da DST, estes dois eventos “visam criar uma plataforma para criadores de conteúdos, empresas e grupos locais de produção de novos meios de comunicação e líderes das redes sociais”, esperando-se que essa plataforma “proporcione valor comercial”.

Espera-se que um evento inteiramente dedicado à actividade de “influencer” possa olhar a “singularidade” de Macau e “contribuir para promover o desenvolvimento, no estrangeiro, de criadores do interior da China”, além de ajudar também “criadores internacionais a entrar na China para conhecerem a cultura chinesa”. A DST espera ainda que esta semana possa “elevar a imagem de Macau como uma cidade turística ‘célebre na Internet’, promovendo-se o desenvolvimento da economia de criadores de conteúdos”.

A “Conferência CreatorWeek” decorre entre as 10h e as 18h e visa debater “a integração cultural das redes sociais chinesas e ocidentais e as tendências das plataformas”, sem esquecer “a situação actual e o futuro da economia dos criadores”. O evento conta com dezenas de oradores, onde se inclui, por exemplo, Ben Wong, director de operações de marketing da Google na China.

Por sua vez, a “Academia CreatorWeek” decorre entre as 14h e as 17h e “conta com a participação de talentos do sector e líderes das plataformas principais”, discutindo-se temas como “Da Voz Local à Influência Global”, “Agentes, MCNs e Criadores: Construir Carreiras Sustentáveis” ou “Criar uma Comunidade com o Snapchat”, entre tantos outros.

27 Out 2025

Edição que celebra os 15 anos do Oktoberfest Macau já arrancou

Começou na sexta-feira mais uma edição do Oktoberfest Macau, que até ao dia 2 de Novembro acontece no MGM Cotai. Segundo um comunicado da operadora de jogo, trata-se de uma edição que faz “um brinde aos 15 anos” do evento que tem trazido ao território “o sabor e o espírito autênticos do icónico festival de cerveja alemã”. O Oktoberfest Macau recebeu, ao longo de 15 anos, mais de 190 mil participantes.

Na sexta-feira, na cerimónia de abertura, Kenneth Feng, presidente e director-executivo da MGM China, disse que esta festa “não é apenas uma celebração, mas também uma conexão”.

“É esse sentimento de união que tem sustentado o espírito do festival nos últimos quinze anos, tornando-o uma celebração anual que todos aguardam ansiosamente, repleta de risos e memórias. Este ano, o festival receberá o seu convidado número 200.000, um verdadeiro marco que reflecte o compromisso de longa data da MGM com o desenvolvimento de produtos culturais e turísticos para Macau”, acrescentou.

Música e salsichas

Quem for ao Oktoberfest pode ter a certeza que encontra a típica cerveja alemã e as salsichas que fazem as delícias da festa, sendo que este ano se dá o regresso da Högl Fun Band, directamente de Munique. Este grupo promete “subir ao palco com animadas melodias bávaras, conduzindo o público em coro com a canção que é tema original do festival”, a música “Nei Hou, Macau!”.

A fim de celebrar os 15 anos de existência, a MGM criou para esta edição uma “cabine fotográfica especial”, para que os participantes possam tirar fotografias temáticas sobre o Oktoberfest, além de que também se estreia o “Prémio de Melhor Traje”. Aqui, o público é convidado “a vestir-se com trajes temáticos e a abraçar totalmente o espírito do Oktoberfest”. O espaço oferece ainda actividades pensadas para as crianças.

A festa acontece até ao dia 2 de Novembro, das 18h à meia-noite, no primeiro terraço do MGM Cotai, sendo necessário adquirir bilhetes para o evento.

27 Out 2025

Somos! | Concerto “Trilogia das Sombras” para ver e ouvir na Casa Garden

A “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” traz a Macau o espectáculo “Trilogia das Sombras”, que é também um disco dos “Mano a Mano”, um duo com os irmãos André e Bruno Santos. Este é um projecto musical inspirado na obra da artista plástica Lourdes Castro acolhido pela Casa Garden. A música faz-se ouvir no dia 8 de Novembro

Chamam-se “Mano a Mano” e, como o nome indica, é um grupo musical composto pelos irmãos André e Bruno Santos. Vêm a Macau apresentar o seu mais recente disco, “Trilogia de Sombras”, com um espectáculo na Casa Garden, agendado para o dia 8 de Novembro. Trata-se de uma iniciativa com o cunho da “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP), e que se inspira na obra da artista plástica Lourdes Castro.

No dia 8, na sede da Fundação Oriente (FO) em Macau, pode-se ver algo diferente de um concerto normal: Tiago Martins apresenta uma performance num cenário criado pelo Ponto Atelier, enquanto que à música original dos “Mano a Mano” juntam-se textos de Tolentino Mendonça. Não falta ainda a presença de um “disco-livro” criado por Carla Cabral.

O que dizer de “Trilogia de Sombras”? Segundo um comunicado da Somos – ACLP, os “Mano a Mano” são irmãos e guitarristas da ilha da Madeira e fizeram, neste disco, uma mescla de “música, poesia, performance e artes plásticas”, tratando-se do quinto trabalho discográfico.

Esta obra “tem o formato de disco-livro, concebido por Carla Cabral com inspiração nos livros de artista de Lourdes Castro, e recurso a costura, pintura, desenho e ‘transfer’ sobre tecido e papel”, com um texto de José Tolentino Mendonça e “declamação do poema Lourdes Castro, o ‘Rua da Olaria’, num dos dez temas” que compõem o álbum.

Convidado especial

O espectáculo começa às 20h e dura cerca de 70 minutos sem intervalo, tendo entrada gratuita. Pode-se esperar uma “parafernália de guitarras e cordofones dos irmãos” e, como já foi referido, a performance de Tiago Martins que “atrás de uma tela, e inspirado pelo Teatro de Sombras de Lourdes Castro, interage com a música”.

Sobre este projecto José Tolentino Mendonça escreveu que “a obra visual incrível que a artista Lourdes Castro deixou é demasiado intensa e poliédrica para ficar limitada a um campo só”, sendo “o seu alcance maior”. “A obra de Lourdes Castro ajuda-nos a ser. Dá-nos música. E que música!”, adiantou.

A Somos – ACLP decidiu ainda promover “a fusão de culturas e identidades”, convidando o instrumentista Fang Teng, concertino da Orquestra Chinesa de Macau, para interpretar, em palco, obras emblemáticas da cultura musical portuguesa.

Desta forma, destaca a associação, fortalecem-se “laços que unem os nossos povos há séculos, criando-se um momento de perfeito vínculo musical e cultural”. No concerto, Fang pontuará as notas da música portuguesa com a capacidade dramática e melancólica do erhu, um instrumento tradicional chinês de duas cordas e tocado com um arco. Um apontamento que promete encantar e comover a audiência.

27 Out 2025

FRC | Concerto com saxofonista Julian Chan amanhã

Decorre amanhã, mais uma sessão da iniciativa “Saturday Night Jazz”, com o concerto “Meet The Masters: Julian Chan”, a partir das 21h, na Fundação Rui Cunha (FRC). Eis a oportunidade para assistir, de forma gratuita, à actuação do saxofonista, compositor e professor de música malaio Julian Chan, que vai actuar com a banda residente da Associação de Promoção do Jazz de Macau (MJPA).

Segundo um comunicado da FRC, Julian Chan é um “experiente saxofonista” e mestre em Jazz pelo Queen’s College dos Estados Unidos. Actualmente dá aulas na UCSI – University College Sedaya International, em Kuala Lumpur, na Malásia. É também fundador e maestro da Orquestra de Jazz Julian Chan.

Nesta edição do Saturday Night Jazz, Julian Chan apresentará uma série de clássicos do jazz e também obras originais que irá interpretar com os membros da MJPA.

A série “Meet the Masters”, promovida anualmente pela MJPA, apresenta e colabora com músicos profissionais radicados ou de passagem pelo território. Realiza-se desde 2014, e é uma das actividades de longo prazo da MJPA, tendo convidado já inúmeros músicos profissionais a vir até Macau para ensaiar com os seus membros e actuar em conjunto para o público local.

A Associação de Promoção de Jazz de Macau é uma associação artística local sem fins lucrativos, criada em 2010. O objectivo da MJPA é promover a música jazz junto do público de Macau e proporcionar oportunidades aos músicos locais, realçando assim a característica multicultural do território.

24 Out 2025

“Salão de Outono” abre hoje ao público na Casa Garden

É hoje inaugurada a exposição anual “Salão de Outono AFA 2025”, organizada pela AFA – Art for All Society, e que é acolhida na Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO) em Macau. A partir das 18h30, e até ao dia 6 de Dezembro, podem ser vistas cerca de 100 obras de artistas locais e ainda uma mostra da AFA com curadoria de Alice Kok, intitulada “Chinoiserie Surrealista: Golden City of Seres – Uma Exposição e Espectáculo de Intercâmbio Cultural e Artístico entre Macau e Antuérpia”.

Trata-se de um projecto de “colaboração interdisciplinar que reúne artes visuais, dança e música”, sujeito ao tema “Chinoiserie Surrealista”, e onde se proporciona um “diálogo artístico entre as culturas oriental e ocidental que se entrelaçam e onde o clássico se encontra com o futurista”. Depois de uma primeira apresentação em Antuérpia, na Bélgica, este projecto de Alice Kok estreia-se agora em Macau.

O tema desta edição do Salão de Outono, a 16.ª, é “Regresso a Casa: Um Reencontro entre a Luz e a Sombra da História” e apresenta obras de 50 artistas de Macau que expõem, assim, uma diversidade de trabalhos em termos de temas e estilos.

Destaque também para a apresentação da secção especial chamada de “Exposição dentro da Exposição”, composta pela mostra individual de cerâmica “The Whims of Creation” [Os Caprichos da Criação] de Lio Pou I, vencedor do Prémio de Arte da FO em 2024. Aqui, “as formas características de nuvens e corpos exploram o profundo significado da vida e da existência”, destaca-se numa nota da AFA.

Diversidade criativa

A edição deste ano do Salão de Outono conta com curadoria de Juliam Lam Tsz Kwan e Leong Kit Man. Ao HM, Julia Lam destaca que esta edição revela “a diversidade e vitalidade do panorama artístico contemporâneo de Macau”, mostrando-se também “talentos emergentes e uma herança e energias do ecossistema artístico” local.

Julia Lam salienta também a apresentação do prémio da FO. “Nesta mostra, Lio Pou I mergulha nos profundos mistérios da existência através da sua arte cerâmica, criando formas que lembram nuvens e figuras humanas para explorar o significado da vida e do viver. Esta série está exposta na galeria do rés-do-chão da casa histórica [Casa Garden], com acesso directo a partir do jardim, e este cenário único cria um diálogo íntimo entre as fundações históricas do espaço e a prática contemporânea que ele abriga, convidando os visitantes a experimentar a profunda conexão entre património e inovação.”

Ainda segundo Julia Lam, os trabalhos que integram esta edição do Salão de Outono “incorporam a confluência de investigação filosófica, património visual e inovação visionária que inspira os artistas de Macau e que se alinha com a visão e os princípios da FO e da AFA – Art For All”.

A curadora revelou que, ano após ano, “há mais projectos multimédia e instalações seleccionadas para o Salão de Outono, mas o ponto de atracção da exposição permanece inalterado”, que é “a interacção emocional, as mensagens transmitidas que tocam o ‘eu’ interior e a responsabilidade por uma consciência natural, humana e patrimonial, que tornam as obras de arte intemporais”.

24 Out 2025

Fotografia | “As Prisões do Norte da Birmânia”, de Lu Nan, expostas em Lisboa

A Ochre Space, galeria fundada pelo advogado e residente de Macau João Miguel Barros, em Lisboa, acolhe, desde ontem, uma nova exposição de fotografia, e desta vez com um dos maiores fotógrafos chineses. Lu Nan fez “As Prisões do Norte da Birmânia” onde retrata a vida difícil de quem lá esteve. O público pode ainda ver o filme “Trilogia”, sobre diversos projectos do fotógrafo

São rostos do sofrimento, da ausência de algo, da dureza da vida. É deste conteúdo que se fazem as imagens do projecto “As Prisões do Norte da Birmânia” [Prisons of North Burma”, da autoria de Lu Nan, um dos maiores fotógrafos chineses que vê agora o seu trabalho apresentado ao público português na galeria Ochre Space, fundada pelo advogado e residente de Macau João Miguel Barros.

Até ao dia 29 de Novembro, é possível ver um total de 63 fotografias analógicas que fazem parte do projecto que Lu Nan desenvolveu na Birmânia entre os meses de Junho a Setembro de 2006. Esse trabalho foi realizado na Prisão de Yanglongzhai e no Reformatório da Zona de Kokang, ambos localizados na Zona Especial n.º 1 (também chamada Kokang) do Estado de Shan, na Birmânia.

Segundo o catálogo da exposição, que contém uma mensagem do próprio Lu Nan, de 2009, tanto a prisão como o reformatório albergavam, à data da captura das imagens, “95 por cento dos reclusos detidos e encarcerados por concentração, transporte e tráfico de droga”, tendo em conta o anterior cultivo de papoila, entretanto banido.

Segundo Lu Nan, “após a proibição, os habitantes das montanhas tentaram plantar outras culturas comerciais, como borracha, fruta, café, etc., mas nenhuma destas tentativas foi bem-sucedida”, sendo que “apenas o cultivo da cana-de-açúcar obteve algum sucesso”.

“Embora a papoila do ópio já não seja vista em Kokang, grandes áreas nos distritos vizinhos ainda são cultivadas com papoila. Além disso, as consequências do cultivo da papoila, juntamente com o influxo de novas drogas sintéticas, continuam a causar graves problemas de abuso, contrabando e tráfico de drogas”, descreveu.

Os consumidores que andavam na prisão ou no reformatório eram de heroína ou de drogas sintéticas, sendo que o seu dia-a-dia era tudo menos fácil, segundo a descrição de Lu Nan. “Independentemente de terem consumido heroína ou drogas sintéticas, após a detenção, os reclusos não recebem qualquer alimento. Os consumidores de heroína passam por uma provação difícil, especialmente durante a primeira metade do mês: têm de suportar duas semanas de vómitos e diarreias frequentes antes de se sentirem quase normais. Após a libertação, todos os reclusos que consumiam estupefacientes regressam ao vício, sem excepção.”

Trilogia humanitária

Além destas imagens, há a possibilidade de visualizar um vídeo, de 28 minutos, com diversos projectos fotográficos de Lu Nan, e que fazem parte de uma série a que o próprio chamou de “Trilogia”. O vídeo é composto por 225 fotografias, em que a primeira parte contém o projecto “The Forgotten People” (1989-1990), sobre a doença mental na China, com 56 fotografias. Segue-se “On the Road” (1992-1996), sobre a Igreja Católica na China, que contém 60 imagens, e ainda “Four Seasons (1996-2004), sobre a vida diária dos camponeses Tibetanos, com 109 fotografias.

Neste vídeo espelha-se a “Trilogia”, realizada entre os anos de 1989 e 2004, que “mais do que um conjunto de séries fotográficas, é uma meditação visual sobre a condição humana”, tratando-se de “três capítulos, três mundos, três formas de resistência”, descreveu João Miguel Barros, também ele fotógrafo e curador.

Para Barros, Lu Nan, nascido em 1962, é “hoje uma figura incontornável da fotografia chinesa”, com uma obra que se distingue “não pela quantidade, mas pela densidade”. A primeira série, “The Forgotten People”, explora a realidade dos hospitais psiquiátricos na China, sendo também “uma viagem pela doença mental no interior da China”, verificando-se “abandono, mas também dignidade”.

Segue-se “On The Road”, em que o fotógrafo chinês acompanhou comunidades católicas no país. “O terceiro e último capítulo, ‘Four Seasons’ (1996-2004), é uma ode à vida dos camponeses tibetanos. Durante oito anos, Lu Nan acompanhou o ciclo das estações, os rituais budistas, o trabalho agrícola, a intimidade das famílias. Aqui, a espiritualidade não é clandestina, é integrada. A vida é dura, mas vivida de forma plena”, descreve João Miguel Barros no catálogo da exposição.

As imagens das prisões da Birmânia também pertencem a esta trilogia. “No conjunto das 63 fotografias que constituem o projecto, vimos homens acorrentados, corpos marcados pela dependência, olhares vazios. Mas também momentos de cuidado, de partilha, de humanidade. Mais uma vez Lu Nan não julga: observa, escuta, revela. Este projecto é um epílogo sombrio da Trilogia – um retorno do paraíso ao inferno, agora marcado pela violência estrutural do narcotráfico e do encarceramento”, descreve João Miguel Barros.

24 Out 2025

Livros ilustrados | Exposição abre ao público sexta-feira

Abre ao público esta sexta-feira a “Exposição de Livros Ilustrados em Chinês e Português”, que fica patente no Auditório do Carmo até ao dia 2 de Novembro, integrando-se na sétima edição do “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, onde também se inclui o Festival da Lusofonia.

Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), que promove a mostra, a exposição tem como tema “Mundo de Contos de Fadas”, exibindo “uma selecção diversificada de livros ilustrados e literatura infantil e juvenil de editoras do Interior da China, Macau, Portugal e Angola, com mais de 800 livros disponíveis para compra”.

Além disso, haverá diversas actividades paralelas, incluindo sessões de apresentação de livros, workshops, teatro de marionetas e pinturas faciais. Todas as actividades são abertas ao público em geral. Segundo o IC, “o evento tem como objectivo dar a conhecer melhor ao público as publicações da China e dos países de língua portuguesa, bem como promover o intercâmbio cultural entre a China e os países de língua portuguesa”.

Serão ainda realizadas dez sessões de teatro de marionetas em locais circundantes, a fim de difundir a atmosfera de leitura pela zona histórica através de espectáculos animados e vivos e de uma selecção de livros ilustrados. A mostra acontece entre as 10h e as 22h. As inscrições para as actividades podem ser feitas através da plataforma da Conta Única de Macau.

22 Out 2025

D’As Entranhas | “Visão Comum” de Pedro Pascoinho para ver em exposição

É este sábado que a D’As Entranhas Macau – Associação Cultural apresenta ao público uma nova exposição na galeria Lotus Art Space. Trata-se do trabalho do artista português Pedro Pascoinho, integrado na mostra “Common Vision”. São 20 desenhos a carvão feitos em papel “fabrianno artístico” onde se revelam composições e visões muito próprias

Tudo começou na beleza do jardim Lou Lim Ieoc, local icónico de Macau que Pedro Pascoinho, artista português, visitou pela primeira vez em 2019. Essa foi também a primeira vez que o artista pisou o território e agora volta a fazê-lo com a exposição “Common Vision”, organizada pela D’Entranhas – Associação Cultural e com curadoria de Vera Paz.

“Common Vision” começou, portanto, a ser imaginada no jardim de inspiração chinesa, mas pretende mostrar uma certa visão comum de coisas aparentemente diferentes podem ter pontos em comum. “Gosto muito de pintura chinesa, se bem que a pintura chinesa é bastante vasta, mas gosto sobretudo da pintura antiga dos séculos XIII e XIV. Foi aí [na visita ao Lou Lim Ieoc] que pensei em estabelecer algum paralelo”, contou ao HM.

E segundo uma nota D’As Entranhas, o que se apresenta a partir deste sábado, às 18h30, na galeria Lotus Art Space, são 20 trabalhos a carvão sobre papel “fabrianno artístico”, tratando-se de “desenhos de dimensões variáveis, nos quais Pascoinho nos dá a ver composições intimistas, sóbrias e depuradas, que o próprio considera universais”.

Existe em “Common Vision” uma “escolha intencional dos elementos na construçāo narrativa”, como é o caso de “fragmentos, objectos, figuras e paisagens representadas que evocam espaços enigmáticos, quase fantasmáticos que nos remetem para a passagem do tempo”.

Estes desenhos são pensados de forma individual, mas “nascem da vontade de criar um espaço de memória comum”, numa “tentativa de encontrar novos caminhos e referências, em qualquer época ou lugar”. Essa é uma “condição essencial” do trabalho do artista: uma “observação interior e pensamento crítico”, espelhados nesta exposição.

Em entrevista ao HM, o artista destacou que esta mostra “traz uma visão um pouco comum, no sentido em que a nossa estética ocidental é diferente da oriental, mas não deixa de haver uma proximidade”.

Sempre o desenho

O olhar de Pedro Pascoinho traduz-se sempre na vontade de fazer desenho, e não fotografia. “O que faço é partir de fragmentos de base quase fotográfica, embora a minha intenção não seja produzir fotografia, mas sim desenhos. No fundo é como se estes trabalhos tivessem um código, mas um código que é bem universal, em que conseguimos depreender bem a imagem, de certa forma. Daí essa lógica da ‘common vision’, de uma visão comum sobre as coisas.”

Pedro Pascoinho fala de como “as imagens e fragmentos fossem comuns, com uma abordagem um pouco universal”, em que “se consegue prender o objecto, que acaba por ser figurativo”.

“Não há aqui uma forma de ver, mas sim de observar. As coisas estão à nossa frente, mas depois a observação já depende de cada um. Há várias mensagens e leituras que se podem fazer. É um trabalho figurativo, mas não vai só num sentido e eu gosto de ter as coisas assim em aberto, porque depois depende de cada um a maneira como observar as coisas.”

Sobre a paixão em relação à pintura chinesa, Pedro Pascoinho fala de uma “pintura bastante avançada para a época”, sendo “esteticamente diferente” da pintura portuguesa desses anos, e até europeia. “Apesar disso consegue-se aprender bastante, até pelos próprios temas, tanto em termos da paisagem, desse lado contemplativo das peças.”

Em 2019, Pedro Pascoinho levou “Establishment” a Macau, nomeadamente à Casa Garden. Desde então deram-se “mudanças significativas” no seu trabalho. Nesse ano ocorreram alterações na “própria composição” dos trabalhos e na escolha de cores, ou na ausência delas.

“Penso o trabalho antes de o executar, e para mim é como se fosse uma pintura sem cores, um desenho a preto e branco. E nesta exposição “Common Vision” há apenas um trabalho com cor. Houve então essa mudança, desde 2020 para cá, em que só me tenho dedicado ao desenho em grande escala e em que há ausência de cor. Fiz um debate sobre o branco, porque é uma cor com a qual não lido muito bem, nem é uma cor sequer.”

Pedro Pascoinho sempre abordou a cor e “trabalhava por séries”, mas no final de 2019 já era “difícil pensar ao nível da cor, e depois, até pela forma como o mundo mudou, a partir dessa altura tornou-se mais difícil pensar nas cores”. “É difícil ver as coisas e produzir a cores, e comecei a ver o mundo a preto e branco. Não digo que não faça coisas a cores, mas, para mim, o preferencial e a maneira como penso, a ausência de cor faz parte disso. É difícil pensar a cor”, frisou.

Sobre Macau diz ter ficado surpreendido. “É o ter contacto com uma cultura completamente diferente, parece que vamos sempre à procura do que existe de português”, analisando uma espécie de relação com um território “que é diferente da China”. “Há sempre esse lado interessante, em que consegui ver pontos que, para mim, acabaram por ser fascinantes, desde os mercados à comida”, disse. A exposição fica patente na galeria Lotus Art Space até ao dia 19 de Novembro, de terça-feira a domingo, das 13h às 19h.

22 Out 2025

Festival da Lusofonia | Calema, de São Tomé, actuam este sábado

O concerto dos Calema acontece já este fim-de-semana em mais uma edição do Festival da Lusofonia. A dupla de irmãos sobe ao palco das Casas Museu da Taipa no sábado, a partir das 21h30. Há, porém, sonoridades de outros países do universo da lusofonia, como Rui Orlando, de Angola a actuar domingo ou Memu Sunhu, Carimbó Paidégua e Negros Unidos, grupo da Guiné Equatorial

São os irmãos António e Fradique Mendes Ferreira e juntos compõem os Calema. Oriundos de São Tomé e Príncipe, e a residir em Portugal, os dois irmãos deslocam-se esta semana a Macau para participar em mais uma edição do popular Festival da Lusofonia. As luzes e a música fazem-se sentir no palco das Casas Museu da Taipa, este sábado, a partir das 21h30, num espectáculo com entrada gratuita.

Em Portugal, os Calema têm sido um caso de sucesso. Iniciaram a carreira há cerca de 15 anos e já actuaram em palcos imponentes como o Estádio da Luz e em dezenas de festivais de música. O primeiro álbum foi editado em 2010, intitulando-se “Ni Mondja Anguené”, seguindo-se “Bomu Kêlê”, lançado em 2014, e ainda “A Nossa Vez”, em 2017. Segue-se “Yellow Voyage”, editado em 2020″, e “Voyage – Part II”, editado quatro anos depois, e ainda “Voyage – Part III”. Em 2019, chegou um álbum que parece ser uma espécie de consagração, quando a dupla editou “Ao Vivo no Campo Pequeno”, uma das mais importantes salas de espectáculos em Lisboa.

O single “Maria Joana”, gravado com os cantores Nuno Ribeiro e a fadista Mariza, lançado mais recentemente, venceu os Play – Prémios da Música Portuguesa na categoria de Canção do Ano.

Mas os Calema têm estado imersos em projectos de solidariedade, indo além da música. Um dos exemplos é o facto de, em Agosto deste ano, a dupla ter recebido a designação de embaixadores da boa vontade da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) na área da cultura e música, tendo frisado que querem ser um exemplo para os jovens.

“Nós, quando estávamos a começar, não tínhamos nenhum exemplo porque tudo parecia muito difícil. (…) Eu acho que, de uma certa forma, podes mostrar-lhes [aos jovens] que é possível, que há um processo e que se trabalhares, se acreditares, o teu sonho pode-se tornar realidade, mas depende muito de ti. É essa luz que a gente quer”, declarou Fradique Mendes Ferreira à Lusa, aquando da recepção desta nomeação.

Já António Mendes Ferreira, frisou que a designação de embaixadores da CPLP é um orgulho. “Nós sempre fizemos música com o intuito de alegrar as pessoas, de comunicar com elas, conectar com elas, e fazer parte desta família que é a CPLP é incrível. Nós crescemos dentro da comunidade e da sua cultura”, referiu António.

Outros sons

O palco da Lusofonia vai preencher-se com outras sonoridades em língua portuguesa, como é o caso de Rui Orlando, que actua no domingo, 26, a partir das 20h40. Oriundo de Angola, Rui é músico, compositor e instrumentista, tendo vencido o concurso televisivo “Angola Encanta” em 2011.

Rui Orlando é formado em contabilidade e gestão, mas a paixão pela música venceu. Aos 20 anos fez um curso intensivo em Lisboa e aí começou a dedicar-se à carreira artística. Da Guiné-Bissau chegam os Memu Sunhu, que actuam esta sexta-feira a partir das 20h40. Trata-se de um grupo bem recente, formado em 2021 por quatro músicos:

Ninanca Alfredo Carlos Banca, Desejado Carlos Gomes Sadjó, Sadibo Coté e Malam Djudju Mané. O colectivo é conhecido por misturar diversos géneros musicais com a música mais tradicional da Guiné-Bissau.

Do Brasil, chegam ainda os Carimbó Paidégua, que actuam no domingo a partir das 19h10. Esta banda assume-se como um colectivo de pesquisa em música e danças ligadas à floresta da Amazónia e que está sediada na cidade de São Paulo. Destaque ainda para a actuação dos Negros Unidos, vindos da Guiné Equatorial, com actuação marcada para sábado a partir das 19h55. O festival da Lusofonia prossegue no fim-de-semana seguinte com mais actuações musicais, gastronomia e espaços de artesanato. Com Lusa

22 Out 2025

Albergue SCM acolhe 11ª festa de Halloween este fim-de-semana

Decorre este sábado e domingo, dias 25 e 26 de Outubro, o “11º Halloween Albergue SCM”, com diversas actividades para crianças e adultos, em que se promete transportar o público “para um mundo de abóboras e festividades cativantes de Halloween”.

Segundo uma nota do Albergue da Santa Casa da Misericórdia, o evento deste ano tem como tema “Festa Fantasma”, incluindo-se a actividade “Túnel da Aranha” e uma variedade de “decorações fantasmagóricas”. Assim, ao início da noite, haverá no largo do Albergue SCM “barracas de maquilhagem gratuita, apresentações de palhaços e um emocionante desafio na ‘Casa Assombrada das Baratas’, adequado para participantes de todas as idades”.

Além disso, será apresentada, entre as 15h e as 18h, a actividade “Albergue SCM – Let’s Trick or Treat”, um “evento emocionante que convida crianças dos 5 aos 12 anos, acompanhadas por um adulto, a embarcar numa aventura emocionante, em busca de tesouros escondidos no bairro de São Lázaro”. Aqui, os participantes estão equipados com um mapa e podem explorar “ruas e becos únicos, coleccionando ‘padrões misteriosos’ e podendo ganhar doces deliciosos no regresso ao Albergue SCM”.

11 anos de festa

Destaque ainda para a realização, entre sábado e terça-feira, do “Concurso de Fantasias de Halloween do Albergue SCM”, em que para poderem ganhar prémios os participantes têm de tirar uma fotografia da sua fantasia dentro do espaço do Albergue, partilhando e comentando a imagem nas redes sociais. O comentário com mais gostos receberá um prémio.

Para a organização do evento, “o Halloween não é apenas um festival que celebra a colheita do Outono, mas também uma plataforma para o intercâmbio cultural global”. Para estas actividades há a necessidade de inscrição prévia através dos contactos oficiais do Albergue SCM ou nas redes sociais. Foi em 2013 que o Albergue SCM, através do CAC – Círculo de Amigos da Cultura, começou a celebrar o Halloween, com o apoio do Instituto Cultural de Macau.

22 Out 2025

FRC | Debate sobre nova lei de Fundos de Investimento esta quarta-feira

A Fundação Rui Cunha (FRC) e a MBtv Debates, ligada à revista Macau Business, apresentam esta quarta-feira a conferência “Nova Lei sobre Fundos de Investimento em Macau: Perspectivas, Oportunidades e Desafios”, na Fundação Rui Cunha (FRC). O evento insere-se no ciclo de conversas “Finance Series”, da MBtv.

Segundo um comunicado da FRC, esta nova legislação, e a reforma que acarreta, “visa melhorar a proposta de valor da cidade, diversificar a economia e mobilizar fundos de capital subaproveitados, através da modernização do quadro legal”.

“O que será necessário para transformar a lei num verdadeiro impulso do mercado? Onde estão as oportunidades no design de produtos, gestão, distribuição e administração de fundos?”, questionam os organizadores.

Apresenta-se, assim, um “painel distinto de decisores políticos, líderes do sector e especialistas jurídicos, analisará as perspectivas, oportunidades e desafios futuros” da conjuntura financeira da RAEM. Estarão presentes no debate Amy Ho, analista sénior da banca, ligado à Autoridade Monetária de Macau; Bernardo Alves, presidente e director de investimentos da A&P Investment Fund Management Company Limited; Calvin Chui, managing partner do escritório de advocacia Lektou e presidente do Conselho de Directores da Associação de Direito Financeiro de Macau.

Participam ainda Gavin Kwok, director de vendas de corretagem prime no Maybank Investment Banking Group, em Hong Kong; Rui Proença, sócio do escritório de advogados MdME e Nuno Sardinha da Mata, sócio sénior do escritório C&C Advogados. A sessão será moderada pelo director da Macau Business e da Macau News Agency, José Carlos Matias.

21 Out 2025

Lisboa | Eric Fok apresenta “Great Voyage Nº 1” em exposição colectiva

A residir em Portugal, o artista local Eric Fok é um dos artistas integrantes da exposição colectiva “Drawing Room Lisboa 2025”, apresentando a peça “Great Voyage Nº 1” ao lado dos trabalhos de Clara Leitão, João Castro Silva e Nicoleta Sandulescu. Para ver na Sociedade Nacional de Belas Artes

Decorre esta semana, em Lisboa, uma feira de arte intitulada “Drawing Room Lisboa 2025”, acolhida pela Sociedade Nacional de Belas Artes entre quinta-feira e domingo, e que conta com a participação do artista de Macau Eric Fok, actualmente a residir em Portugal. Além disso, o público pode ainda ver trabalhos de outros artistas, nomeadamente Clara Leitão, João Castro Silva e Nicoleta Sandulescu.

Nascido no território ainda no período da administração portuguesa, em 1990, Eric Fok “transforma mapas históricos em composições que tencionam a relação entre o passado e o presente, reflectindo também sobre a sua própria identidade”, destaca uma nota da organização.

O artista apresenta “um traço minucioso em caneta isográfica”, desenhando “cartografias que partem da história da era dos descobrimentos, investigam as mudanças nas cidades causadas pelo desenvolvimento urbano e discutem os fenómenos pós-coloniais”.

A obra apresentada nesta feira intitula-se “Great Voyage Nº1” e, segundo uma nota escrita pelo próprio artista, “retrata o arco da Praça do Comércio, simbolizando a antiga realeza portuguesa e a era das grandes navegações”.

“Como pioneira da Era dos Descobrimentos, Portugal, impulsionada pela tecnologia e pela fé, possibilitou o contacto entre povos de diferentes continentes, permitindo que as diversas culturas do mundo fossem mutuamente descobertas. Macau também participou desse processo de globalização no século XVI, sendo um ponto de encontro entre o Oriente e o Ocidente, onde trocas culturais e de espécies moldaram o mundo que conhecemos hoje”, destacou.

O quadro recorre a uma “porta” que serve de moldura, “simbolizando a conexão entre dois lugares, como se o espectador atravessasse a porta para chegar a outro mundo, outra cultura”. Além disso, descreveu Eric Fok, “há, na porta, diferentes animais, incluindo o polvo, que simboliza a cultura marítima e a exploração do desconhecido pelos humanos, e animais representando diferentes regiões, como a girafa da África e o rinoceronte da Ásia Central”.

“Esses animais também remetem à participação dos animais na Era dos Descobrimentos e à Arca de Noé. Dentro da porta, encontra-se o mapa de Portugal, um ponto de convergência de rostos e culturas”, frisou na mesma nota.

Entre Lisboa e a Bienal

Além da participação nesta exposição, Eric Fok tem ainda em mãos um novo projecto relacionado com Macau, tendo em conta que é co-autor da obra “Polifonia de Jacone”, ao lado de O Chi Wai e Lei Fung Ieng. Trata-se do projecto escolhido para representar a RAEM na 61ª Bienal de Arte de Veneza no próximo ano. “Polifonia de Jacone” tem curadoria de Feng Yan e Ng Sio Ieng e remete para a vida do artista chinês Wu Li, cujo nome português era Jacone e que estudou teologia em Macau no início da dinastia Qing.

Numa entrevista concedida à agência Lusa no ano passado, Eric Fok confessou que se mudou para Portugal quando, em Macau, “deixou de saber sorrir”. Aos 34 anos, quando Eric Fok quis partir, Portugal fazia todo o sentido, por razões históricas e de trabalho, pelo “sentimento de proximidade”. E outros países europeus não conhecem Macau, assumiu na entrevista.

“Espero também que os meus trabalhos cheguem a outros lugares, como a Europa, sejam conhecidos por mais pessoas e se aproximem do âmbito da minha criação”, diz. Fok, formado em Artes Visuais pelo então Instituto Politécnico de Macau (actualmente Universidade Politécnica de Macau) e com mestrado em Belas Artes concluído na Universidade Nacional de Taiwan, é uma espécie de artista-cartógrafo.

No início da carreira de Fok apanhou Macau entre “mudanças velozes”, após a transição do território para a China e a liberalização do sector do jogo, que contribuíram para o rápido crescimento da economia local.

Fok pegou nessa nova cidade e explorou-a. Num dos quadros, pintado há cerca de dez anos, abordou a construção da primeira linha de metro do território, “com constantes atrasos e derrapagens”. Passou para o papel “as fundações do metro, como se de antigas ruínas greco-romanas se tratassem”.

Depois, este ávido consumidor de História quis saber de outros mundos. Seguiu-se a “era das descobertas geográficas, incluindo a globalização, bem como o colonialismo, e nos tempos modernos, os efeitos da Guerra Fria, as ondas de imigração”, recorda.

21 Out 2025

Agualusa diz que mau escritor nunca escreverá bom livro

Um mau escritor “nunca escreverá um bom romance com o recurso à inteligência artificial”, disse o escritor José Eduardo Agualusa este sábado no FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, defendendo que este instrumento não constitui um perigo para os autores e pode até ter algumas potencialidades.

“Creio que um mau escritor nunca escreverá um bom romance com o recurso à inteligência artificial”, mas “talvez um bom escritor consiga escrever um romance melhor a partir do momento em que saiba usar esse instrumento”, acrescentou.

Numa mesa de autores em que garantiu que a inteligência artificial não o assusta, o escritor angolano considerou que este instrumento “ainda é usado de forma trivial” por muitas pessoas, mas que quando “se souber utilizar bem, provavelmente irão descobrir-se potencialidades maiores”.

Ainda assim considera não haver perigo de “os escritores serem substituídos”, porque a inteligência artificial “mimetiza, reproduz o estilo do escritor”, mas “a imitação do estilo, normalmente, é ridícula”. Já noutros capítulos “aquele instrumento é muito útil”, disse, dando como exemplo a crónica angolana nos jornais, que “melhorou muito, porque aquilo corrige muito bem”.

“No caso de Angola é muito claro, de repente os cronistas começaram a escrever melhor, qualquer emergência a gente pede e sai a coluna semanal”. Porém, na narrativa longa, no romance, “a IA tem ainda um grande desafio” e, mesmo que um dia consiga escrever “um romance medíocre” terá que ter “alguém atrás, com criatividade”.

Conversas no FOLIO

José Eduardo Agualusa falava na 12.ª mesa do FOLIO, numa conversa com a escritora brasileira Giovana Madalosso, onde ambos defenderam que a literatura não está em perigo, apesar dos movimentos de censura e cancelamento de escritores em países como o Brasil. Até porque “cada vez há mais gente a ler. Cada vez há mais gente a ler melhor”, disse Agualusa.

O FOLIO terminou ontem. Este ano assinalou-se o décimo ano de existência com mais de 460 iniciativas, incluindo mais de uma centena de conversas entre autores e o público, 15 mesas de autor, tertúlias, seminários, lançamento de livros, concertos e entregas de prémios.

20 Out 2025

UPM | Creative Macau acolhe mostra com trabalhos dos alunos

A galeria da Creative Macau acolhe, até ao dia 8 de Novembro, a exposição “Prototype – Exposição de Trabalhos dos Alunos do Curso de Licenciatura em Artes Mediáticas”, da Universidade Politécnica de Macau. São 30 trabalhos de mais de 20 alunos que frequentam este curso e que mostram aqui toda a sua criatividade

A Creative Macau acolhe uma nova exposição composta por obras de arte dos alunos da Universidade Politécnica de Macau. Trata-se de “Prototype” – Exposição de Trabalhos dos Alunos do Curso de Licenciatura em Artes Mediáticas da Universidade Politécnica de Macau (UPM) 2025″, e pode ser vista até ao dia 8 de Novembro, com entrada gratuita.

A exposição apresenta mais de 30 obras de arte de cerca de 20 alunos que frequentam o programa de licenciatura na UPM, podendo o público ver “uma selecção com curadoria de trabalhos notáveis dos alunos do primeiro ao terceiro ano” do referido curso, explica uma nota da Creative Macau.

Poder-se-á ver uma “diversidade dos trabalhos, que vão desde experiências digitais interactivas a criações físicas, reflectindo a ênfase equilibrada do programa tanto nos fundamentos teóricos como na aplicação prática”. Assim, “através de trabalhos práticos em vários cursos, os alunos adquiriram proficiência numa ampla gama de ferramentas de design e técnicas de produção, transformando ideias abstratas em obras totalmente concretizadas”.

“Marco importante”

A Creative Macau descreve ainda que esta mostra, e a oportunidade que os estudantes têm de mostrar o resultado do seu trabalho, “constitui um marco importante na sua jornada académica”. “Ao partilhar estas criações com o público, esperamos estimular um diálogo e um intercâmbio mais amplos sobre artes mediáticas, tecnologias emergentes e o futuro cultural que elas continuam a moldar”, é ainda referido.

A Creative Macau – Centro de Indústrias Criativas nasceu em 2003 e tem sido gerido pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau. Em todos estes anos a Creative Macau tem apoiado projectos e trabalhos artísticos em 12 áreas das indústrias criativas, incluindo publicidade, arquitectura, design, moda ou artesanato. “O seu objectivo é ajudar estas indústrias a atingir o seu pleno potencial económico, acrescentando valor e promovendo o reconhecimento na sociedade”, é ainda descrito.

No caso da licenciatura em Artes Mediáticas da UPM, o objectivo é “formar profissionais de artes mediáticas de alta qualidade através de um currículo que enfatiza a aprendizagem multidisciplinar nas áreas das artes, do design e da tecnologia”. Pretende-se aqui que os “alunos desenvolvam competências de comunicação, visão internacional, compreensão intercultural e pensamento inovador, ao mesmo tempo que adquirem conhecimentos e competências em artes mediáticas nas áreas da interação em jogos, arte tecnológica e narrativa em vídeo”.

20 Out 2025

Escritor brasileiro Ozias Filho fala do papel da literatura

O escritor brasileiro Ozias Filho afirmou na sexta-feira que a literatura é um acto político e de resistência e que a poesia produzida por inteligência artificial nunca será igual, porque lhe falta a “intangível e insubstituível” vivência. Ozias Filho falava durante o XIII Encontro de Escritores da Língua Portuguesa, que decorreu até sábado na capital cabo-verdiana, num painel dedicado à literatura e desenvolvimento.

O também fotógrafo e editor de livros, que nasceu no Rio de Janeiro, mas vive em Portugal há vários anos, afirmou que se vive hoje “um paradoxo notável: nunca tivemos tanto acesso à informação, mas nunca, por outro lado, estivemos tão expostos à desordem e à manipulação”. “As notícias falsas, os algoritmos que moldam a nossa percepção e a efemeridade das interações digitais transformaram a linguagem num verdadeiro campo de batalha”, adiantou.

Para Ozias Filho, a literatura é “um acto de resistência contra qualquer poder instituído pela força, uma arma para a consciência que, uma vez despertada, não mais se cala”. “Ler é apreender o mundo e compreender o seu contexto. E não basta viver numa ditadura, para compreender o sentido deste pensamento”, afirmou.

Na opinião de Ozias Filho, vive-se hoje “sob a égide da ditadura do imediatismo, do consumismo, das mentiras e dos revisionismos históricos”. “Não é por acaso que a leitura, a aprendizagem, a educação e a cultura são frequentemente desvalorizadas em regimes ditatoriais”, observou, acrescentando: “Mesmo quando a leitura é incentivada nesses sistemas, é porque cumpre e veicula a ideologia do poder vigente”.

Poesia artificial

Ozias Filho abordou depois na sua intervenção um dos temas deste encontro de escritores, a inteligência artificial, lançando a pergunta: “Pode uma máquina criar poesia?”. “Sim, a inteligência artificial é capaz de produzir versos metrificados, metáforas coerentes e até poemas que emocionam. Pode reproduzir a forma, mas falta-lhe algo intangível e insubstituível: a vivência”.

E concluiu que “um algoritmo não sente o luto, a perda, não conhece a resistência, não vive a paixão ou a saudade, nem luta contra a opressão. Pode simular, mas nunca possuirá a alma, fruto de uma experiência humana singular, imperfeita e contraditória”.

Neste painel participaram ainda Teresa Moure, da Galiza, Joaquim Ng Pereira (Macau/China), Daniel Medina e Vera Duarte, ambos de Cabo Verde. O encontro arrancou com a apresentação do Prémio de Revelação Literária UCCLA-Câmara Municipal de Lisboa, este ano atribuído ao actor Cláudio da Silva, que nasceu em Angola e vive em Portugal. A apresentação esteve a cargo de Germano de Almeida, o escritor cabo-verdiano que venceu o Prémio Camões em 2018.

20 Out 2025

Fotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro distinguido no Budapest International Foto

O fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há mais de 15 anos, foi distinguido com o prémio Gold na categoria Editorial/Political do prestigiado Budapest International Foto Awards (BIFA), com uma fotoreportagem sobre a visita do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, a Macau, durante as comemorações do 25.º aniversário da RAEM.
Realizada para a Agência Lusa, a série fotográfica documenta momentos-chave da visita presidencial, com imagens que captam o ambiente solene das cerimónias oficiais e o simbolismo político da ocasião.

“Estou muito feliz com esta conquista. Esta série fotográfica documenta momentos-chave da visita do Presidente Xi Jinping a Macau para assinalar o 25.º aniversário da RAEM. Com imagens do Presidente e das autoridades que o acompanharam, a reportagem retrata o ambiente formal das celebrações, sublinhando o peso político da visita”, disse o fotojornalista, ex-editor do HM, citado num comunicado.

As fotografias, marcadas por enquadramentos rigorosos e observação atenta, revelam a coreografia do protocolo de Estado, o simbolismo da unidade e os laços persistentes entre Macau e a China continental neste momento histórico.
“Através de composições cuidadas e um olhar próximo, procurei reflectir a encenação cerimonial e a importância do momento para Macau e para a sua relação com Pequim.”

O prémio reforça o reconhecimento internacional da fotografia de imprensa produzida em Macau e destaca o papel fundamental do fotojornalismo na documentação de eventos políticos de relevo global, destaca a mesma nota.

17 Out 2025

IPOR | Prova de vinhos de Vila Franca de Xira acontece hoje

Decorre hoje a sessão aberta ao público da iniciativa “A Reinvenção do Real” — Arte e Vinhos em Diálogo na Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”, a partir das 18h30, nas instalações do Instituto Português do Oriente (IPOR). O evento contará com a presença do enólogo João Passarinho, técnico de viticultura e enologia da Quinta Municipal da Subserra, que irá conduzir as provas e comentar os vinhos seleccionados, depois de uma primeira sessão decorrida ontem exclusivamente para profissionais do sector.

O evento insere-se na “Arte Macau – Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”, no âmbito da inauguração prévia do Pavilhão da Cidade de Vila Franca de Xira, que estará exposto na Galeria Tap Seac até ao dia 16 de Novembro.

Segundo uma nota do IPOR, estes encontros “propõem uma reflexão sobre os limites da percepção e da representação, reunindo artistas, curadores e o público em torno de práticas que desafiam o real”, sendo que estas sessões incluem provas dos vinhos “Encostas de Xira”, produzidos pelo próprio município.

A Quinta Municipal da Subserra, fundada no Séc. XVII, está ancestralmente ligada à actividade agrícola. Integra o conjunto Palácio e a Capela de S. José, com azulejos seiscentistas e tela do altar-mor do célebre pintor Bento Coelho da Silveira. A Quinta é propriedade do município de Vila Franca de Xira e produz o seu próprio vinho, “Encostas de Xira”. Estes vinhos são elaborados a partir de castas como Syrah ou Touriga Nacional nos Tintos e Arinto ou Moscatel nos Brancos, uvas selecionadas, cultivadas em solos argilo-calcários, sob a denominação IGP-Lisboa, descreve uma nota do IPOR.

17 Out 2025

Grande Prémio | Lançada nova obra com espólio de Victor Hugo Lemos

Depois da edição de “Grande Prémio de Macau – Colecção Pessoal de Victor H. de Lemos, 1954-1978, Volume I (1954-1966)”, em 2023, eis que a segunda edição desta colecção de Victor Hugo Lemos está quase a chegar ao público. O segundo volume do livro da autoria do seu filho, Carlos Lemos, é apresentado na APOMAC a 6 de Novembro

O público de Macau terá acesso à continuidade da preservação do espólio de Victor Hugo de Lemos sobre o Grande Prémio de Macau graças ao lançamento de um segundo volume de um livro já editado em 2023 pelo seu filho, Carlos Lemos. O primeiro volume, intitulado “Grande Prémio de Macau – Colecção Pessoal de Victor H. de Lemos, 1954-1978, Volume I (1954-1966)”, foi editado com o apoio da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), e o mesmo acontece agora.

O segundo volume da obra, dedicado aos anos de 1967 a 1978, e que é descrita como a “completa história do Grande Prémio de Macau”, será lançado a 6 de Novembro, a partir das 15h, na sede da APOMAC.

Victor Hugo Lemos, já falecido, foi “o maior entusiasta do desporto automobilístico” e desta competição em particular, tendo, “durante anos sucessivos, acompanhado de perto as corridas do circuito da Guia, tendo conseguido reunir uma vasta colecção de fotografias, recortes de imprensa escrita, bilhetes de acesso ao circuito e cartazes”.

Não faltam ainda registos capazes de atrair o maior dos fãs do Grande Prémio, nomeadamente “autógrafos de grandes pilotos como sendo Sir Stirling Moss, Sir Jack Brabham, Juan Manuel Fangio, Sir Jackie Stewart de entre outros”. Segundo uma nota da APOMAC, esta segunda edição é “uma relíquia para todos os amantes do desporto automóvel, em particular os que participaram no evento e para coleccionadores de registos iconográficos”.

Espólio de respeito

Em 2023, Carlos Lemos, residente no Canadá e membro da comunidade macaense, declarou que, ao lançar o primeiro volume do livro, cumpriu “o sonho de lançar um livro sobre os primeiros vinte e cinco anos do Grande Prémio de Macau”. Trata-se de um livro “diferente de todos os outros livros lançados anteriormente” contendo 256 páginas e mais de 250 fotografias.

No primeiro volume partilharam-se registos desde o início da competição, em 1954, até 1978. Esta é última edição da obra relativa ao espólio do macaense. Aquando do primeiro lançamento, Jorge Fão chegou a sugerir que o Museu do Grande Prémio adquirisse o espólio de Victor Lemos para exibição.

A obra lançada a 6 de Novembro tem um custo de 400 patacas, mas no dia de apresentação estará à venda por 350 patacas, sendo que o montante das vendas irá reverter a favor de “dois organismos de natureza social”.

17 Out 2025