Livros de Marina Palácio apresentados hoje na Livraria Portuguesa

Decorre hoje, na Livraria Portuguesa, entre as 18h30 e as 19h30, a apresentação de dois livros infantis da autora e ilustradora Marina Palácio, no âmbito do festival Letras & Companhia, destinado a pais e filhos e promovido pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). Os livros têm por nome “Tratado do Silêncio” e “Árvore do Tempo”.

Nascida em Lisboa em 1971, Marina Palácio está ligada à área do teatro há mais de 20 anos, sendo autora de diversos livros para crianças. Marina Palácio já recebeu o Prémio de Ilustração do Festival de BD da Amadora – Melhor Ilustração Infantil 2003 pelas ilustrações do livro “O Circo da Lua”.

A autora criou ainda diversas oficinas de leitura e criatividade para crianças e adultos, associadas ao universo dos livros, mas não só, “cruzando conceitos e materiais não convencionais”. O IPOR descreve ainda que a autora tem procurado, com o seu trabalho, “sensibilizar para as diferentes formas de leituras dos livros e do mundo através de criação de laboratórios plásticos, ilustração, natureza, ciência, provocando experiências estéticas, poéticas, sensoriais e imaginativas”.

Ensinar os outros

Também este sábado Marina Palácio será protagonista de outra actividade do festival Letras & Companhia, desta vez destinada à formação de professores. “Ler e Jogar – Mediação de Leitura criativa através do Livro, Arte e Natureza” acontece na sede do IPOR entre as 9h30 e as 14h, destinando-se a professores e agentes do ensino dos níveis infantil, primário, básico e secundário.

O objectivo aqui é explorar a relação da criança com o livro, sendo “Ler e Jogar” um “laboratório de partilha para poetas da curiosidade de como sentir o Livro como um Jogo, um tabuleiro com um percurso”, com cruzamento de ideias e noções.

Também no sábado, entre as 15h30 e as 17h30, no IPOR, Marina Palácio irá dar o workshop “Ser e Estar – A coexistência pacífica entre o homem-homem e homem-natureza!”, tratando-se esta iniciativa de uma oficina de escrita criativa que gira em torno da ilustração, biodiversidade, história universal e natureza humana.

Nesta oficina pretende-se que os participantes façam uma leitura e interpretação da ideia de “Nós e o Mundo” e de que “todos somos diferentes interior e exteriormente”. “Será que há uma tendência para a cópia na forma de estar? É difícil ter opinião própria? Quem sou eu, quem poderei ser? Porquê é que é tão difícil conseguir resolver situações de conflito entre o homem-homem e a natureza? O que o Mundo espera de nós? É possível mudar o Mundo para melhor? Como poderemos estar no Mundo de forma positiva e criadora?”, descreve-se no programa do festival.

Entretanto, esta segunda-feira foi inaugurado o Mercado das Letrinhas, em parceria com a Livraria Portuguesa, e que pode ser visitado até ao dia 7 de Maio. Trata-se de uma feira de livros infantis com publicações em português, chinês e inglês em torno do tema do festival, que é a saúde mental.

Também pode ser vista até ao dia 7 de Maio a exposição “O que senti durante a pandemia”, com trabalhos de alunos e da designer Clara Brito sobre esta temática. Esta mostra está patente no Café Oriente do IPOR.

17 Abr 2024

Cinemateca Paixão | “Opus”, sobre a vida de Ryuichi Sakamoto, no cartaz de Abril

A Cinemateca Paixão apresenta, a partir de hoje, um cartaz com novos filmes onde se inclui “Opus”, que nos recorda a vida e obra do compositor japonês Ryuichi Sakamoto, recentemente falecido. Hoje é exibido o primeiro filme de Ariane Louis-Seize, “Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person”

 

Há novos filmes para ver na Cinemateca Paixão à boleia de um novo mês. “Encantos de Abril” é o nome dado ao programa que traz a esta sala de cinema apenas quatro filmes, sendo que um deles representa a aclamação da vida e obra do compositor japonês Ryuichi Sakamoto.

“Opus”, realizado pelo filho do compositor, Neo Sora, gira em torno de 20 grandes composições clássicas que melhor descrevem o percurso musical do compositor japonês que até começou na música electrónica, ao integrar, em jovem, o grupo Yellow Magic Orchestra.

Falecido com cancro no ano passado, em Março, Sakamoto deixou a memória de muitas músicas que fizeram bandas sonoras de filmes e tantas outras composições em parceria com outros músicos, inclusivamente ligados ao universo da Bossa Nova, como foi o caso de Jacques Morelenbaum no disco “Casa”.

“Opus” apresenta as últimas actuações ao vivo de 20 temas seleccionados por Sakamoto por melhor descreverem os 40 anos de carreira, tendo cabido ao seu filho captar estes momentos. Cria-se, assim, num universo a preto e branco, e também melancólico, “uma celebração comovente da música de Sakamoto”, descreve a Cinemateca.

“Opus” é mais do que um mero filme “essencial para os fãs”, apresentando-se como “uma experiência musical solene que deve ser vista no cinema”. Neo Sora vive entre Tóquio e Nova Iorque e já realizou diversas curtas-metragens de estilo narrativo e documental, bem como vídeoclipes e outras produções ligadas ao mundo da moda e música. O filme sobre Sakamoto estreia esta quinta-feira, 18, sendo exibido a partir das 21h30, tendo ainda uma segunda exibição no dia 25 à mesma hora.

Vampiros e outras histórias

“Encantos de Abril” apresenta hoje o primeiro filme da realizadora Ariane Louis-Seize, intitulado “Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person”. Trata-se de uma película que ganhou o prémio de Melhor Realizador edição do ano passado do Festival Internacional de Cinema de Veneza.

O filme conta a história de Sasha, uma jovem vampira que não consegue matar, ao contrário do que acontece com a maioria dos vampiros. O problema adensa-se quando os pais deixam de lhe dar sangue, colocando a vida da filha vampira em perigo. Contudo, Sasha conhece Paul, um adolescente solitário com tendências suicidas que está disposto a dar a vida em prol da sua sobrevivência. O que parecia ser a solução para um grande problema torna-se numa sucessão de episódios marcados pelos últimos desejos de Paul, que devem ser concretizados antes que uma nova manhã se inicie.

Ariane Louis-Seize é uma realizadora do Canadá que começou a carreira no universo das curtas-metragens, nomeadamente com a produção “Wild Skin”. “Humanist Vampire Seeking Consenting Suicidal Person” é exibido hoje às 19h30, com repetição esta sexta-feira às 20h.

Da Filândia chega à Cinemateca Paixão o filme “Fallen Leaves”, o último do mestre do cinema finlandês Aki Kaurismäki e que se estreou mundialmente no Festival de Cinema de Cannes em 2023.

Este filme começa no momento em que Ansa e Holappa, duas almas solitárias, se conhecem num bar de karaoke em Helsínquia. Contudo, o que parecia uma bonita história de amor depressa obriga os seus protagonistas a ultrapassarem uma série de obstáculos.

“Fallen Leaves” é exibido pela primeira vez este sábado, 20, às 19h30, com repetições na próxima terça-feira, 23, quinta-feira, 25, e sábado, dia 27, sempre no mesmo horário.

“All Shall Be Well” é um filme de Hong Kong que também integra o cartaz de “Encantos de Abril”, da autoria de Ray Yeung, e que conta apenas com uma exibição no dia 21, já esgotada.

Este filme estreou mundialmente na secção Panorama do 74.º Festival Internacional de Cinema de Berlim e ganhou o Teddy Award para melhor longa-metragem com temática LGBTQ. “All Shall Be Well” também foi o filme de abertura do 48º Festival Internacional de Cinema de Hong Kong.

17 Abr 2024

Hold On To Hope | Fotografias de Francisco Ricarte para ver até dia 28

O arquitecto e fotógrafo Francisco Ricarte protagoniza a nova exposição da galeria Hold On To Hope, da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau. “Unnoticeable Objects +” é o nome da mostra de fotografias que revelam pedaços de Macau e de Coloane que podem escapar ao olhar comum, mas que contam histórias do ambiente em estamos inseridos

 

“Unnoticeable Objects +” [Objectos Imperceptíveis +] é o nome da nova exposição patente, desde sábado e até ao dia 28 deste mês, na galeria H2H [Hold On To Hope], um espaço sociocultural na vila de Ka-Hó, em Coloane, gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM).

O protagonista da mostra é o arquitecto e fotógrafo Francisco Ricarte que, com este projecto, tem a oportunidade de mostrar imagens de pequenos elementos naturais, ou não, que escapam ao olhar mais comum, mas não ao seu.

Segundo uma nota da galeria H2H, esta exposição de fotografia “explora elementos aparentemente simples e sem qualquer tipo de destaque, sejam eles naturais ou feitos pelo homem, encontrados ao longo dos trilhos naturais de Macau em Coloane”. Trata-se da segunda parte de um projecto fotográfico, de menor dimensão, apresentado em 2020, e que teve “visibilidade limitada devido às restrições da pandemia”.

Assim, esta colecção de imagens vem agora destacar, ainda mais, “a perspectiva pessoal sobre estes objectos peculiares e a sua presença no ambiente natural circundante”. “Unnoticeable Objects +” realça também “a presença singular [desses elementos captados pelo fotógrafo] na natureza circundante e no cenário paisagístico”.

Múltiplas percepções

Numa nota enviada ao HM, Francico Ricarte contou que as fotografias patentes em Ka-Hó foram captadas nos primeiros meses de 2020, “um período muito peculiar de restrição de circulação na cidade devido à situação pandémica”, e “aquando da recuperação do acesso aos trilhos de Coloane”.

Ao mesmo tempo que as imagens constituem “um elogio à natureza de Macau e à importância de a valorizar”, Francisco Ricarte considera que salta à vista uma questão quando se visita a exposição.

“Será que estes ‘objectos imperceptíveis’ moldam os trilhos, ou a sua percepção é moldada pela presença da natureza circundante? Será que estas fotografias também realçam o significado destes objectos na formação da nossa visão e percepção das áreas ajardinadas de Macau?”, questionou.

Por coincidência, as imagens de Francisco Ricarte foram tiradas no ano de inauguração da galeria H2H, a 19 de Dezembro de 2020. O objectivo deste espaço, inserido na antiga Leprosaria de Ka-Hó, é assegurar formação e treino vocacional aos utentes da ARTM, com o funcionamento de uma cafeteria e da galeria, além de ser um espaço de partilha e difusão de projectos culturais.

16 Abr 2024

Exposição sobre trabalho de Eduardo Nery na USJ até ao dia 26

Pode ser vista, até ao dia 26 de Abril, na Universidade de São José (USJ) a exposição “Unveiling the Artistic Journey of Eduardo Nery at Macau Airport” [Desvendando o Percurso Artístico de Eduardo Nery no Aeroporto de Macau], centrada no painel de azulejos que pode ser visto no aeroporto.

Segundo um comunicado da USJ, esta mostra nasceu da iniciativa da Faculdade de Artes e Humanidades da USJ em colaboração com o Sistema de Informação para o Património Arquitectónico e o Centro Científico e Cultural de Macau.

A exposição assinala o 30º aniversário do painel de azulejos que foi criado em 1994 pelo artista português Eduardo Nery de propósito para o Aeroporto Internacional de Macau a convite da administração de Vasco Rocha Vieira, último Governador português do território.

A ideia era conceber “uma obra de arte de grande escala para melhorar o espaço público do aeroporto”, tendo o convite resultado num painel com 210 metros de comprimento e 2,10 metros de altura. A inauguração aconteceu em Dezembro de 1995, quando o aeroporto abriu oficialmente ao público. A USJ acrescenta que a mostra visa explorar “o processo criativo de Nery, oferecendo aos visitantes uma visão única da concepção e realização do mural, que se tornou um símbolo do Aeroporto de Macau”.

O mar e o mito

Os temas retratados na obra de arte incluem religiões e mitos portugueses e chineses, o significado histórico do mar na ligação entre Portugal e Macau, a ciência náutica, a aviação em Macau e aspectos da cultura portuguesa dos séculos XVI e XVII. Através de vários materiais, incluindo esboços originais, estudos e fotografias, esta exposição oferece uma perspectiva detalhada do trabalho meticuloso do artista na simplificação e reinterpretação de imagens históricas para criar o deslumbrante mural.

Carlos Sena Caires, director da Faculdade de Artes e Humanidades da USJ e curador da exposição, indica que a ideia por detrás deste projecto foi não só “mostrar a última obra-prima de Eduardo Nery no Aeroporto de Macau, mas também aprofundar o intrincado processo que conduziu à sua criação”.

“É fascinante apreciar a diversidade de fontes e inspirações que informaram a abordagem artística e criativa de Eduardo Nery, desde desenhos antigos a referências de pinturas chinesas e fotografias de arquitectura, tudo convergindo para uma expressão artística coerente e diversificada”, disse ainda. A exposição está aberta ao público, gratuitamente, na Galeria de Exposições Keng Wong, no Campus da Ilha Verde da USJ.

15 Abr 2024

Concerto | Palestra sobre música do século XIX hoje na FRC

Hoje, a partir das 18h30, os amantes de música clássica vão poder apreciar composições que marcaram o século XIX num concerto que é, ao mesmo tempo, uma palestra dirigida pelo musicólogo Sio Pan Leong. O evento será oportunidade para admirar as sonoridades de Schubert, Tosti, Debussy, Chopin, Brahms e Hasselman

 

“Melodias Nocturnas: A Noite Artística na Música do Século XIX” é o nome da palestra que é, ao mesmo tempo, um espectáculo musical que decorre hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC). O evento será conduzido pelo musicólogo Sio Pan Leong, contando ainda com a presença das pianistas Vicky Hei Man Tong e Christy Pui Man Tong, a soprano Hapi Hoi Sam Chan e a harpista Jessica Iok Man Chong.

Nesta sessão, co-organizada pela Associação de Performance Musical de Macau (APMM) e a Associação Musicológica de Macau, o público poderá “mergulhar na paisagem nocturna da música artística do século XIX”, aponta um comunicado da FRC, que cita a APMM. A organização do evento descreve a época em destaque como uma altura em que a “escuridão da noite serviu de tela para interagir com o misterioso e o irracional”, explorando “o sublime e o transcendental, os sonhos e os anseios, bem como os aspectos desconhecidos e sombrios da psique humana”.

Como tal, é proposto ao público uma “viagem fascinante por peças criadas para piano, voz e harpa”, de compositores bem conhecidos em todo o mundo como Schubert, Tosti, Debussy, Chopin, Brahms e Hasselman, sendo apresentadas diversas interpretações do tema “Noite”. Adicionalmente, a componente teórica do recital acompanhará o público na exploração e elucidação deste conceito, desvendando os mistérios e a essência poética da “Noite” na música, na arte e na literatura do século XIX.

Um certo fascínio

A sessão de hoje na FRC explora quatro segmentos relacionados com o universo nocturno, nomeadamente “Ode à Noite”, que explora a glorificação deste conceito no Romantismo; “Despertar”, que representa a transição do reino etéreo dos sonhos para a dura realidade do dia; “Nocturno”, que desvenda os aspectos enigmáticos e sombrios da noite através de composições instrumentais; e “Rouxinol” que descreve uma serenata ao público com os sons encantadores da natureza à noite.

A FRC explica que “independentemente do nível de conhecimento musical de cada um, esta palestra-recital promete evocar o extraordinário fascínio e profundidade emocional da ‘Noite’ associada aos temas clássicos”. Um dos exemplos mais conhecidos da música clássica melancólica é o de Frédéric Chopin, que compôs 21 nocturnos para piano entre os anos de 1827 e 1846, ocupando, ainda hoje, uma grande importância no repertório de muitos pianistas, com inúmeras interpretações.
Também os nocturnos de Claude Debussy ficaram para a história, tratando-se de uma composição em três movimentos para orquestra escrita entre 1892 e 1899, baseada na poesia.

15 Abr 2024

Exposição “50 passos para a liberdade” vai passar por Macau

Os “50 passos para a Liberdade” que marcaram o fim da ditadura em Portugal vão poder ser vistos a partir de terça-feira, no âmbito de uma exposição que arranca nas Caldas da Rainha em simultâneo com 14 cidades do mundo, onde se incluem Macau, Pequim, Seul, São Tomé e Príncipe, Bucareste, Bogotá, Havana, Teerão, Oslo e Dacar.

Desenvolvida pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, a Exposição “50 passos para a Liberdade: Portugal, da Ditadura ao 25 de Abril” será na terça-feira inaugurada no Centro Cultural e Congressos (CCC) das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, circulando, em simultâneo por uma dezena de países do mundo.
Tal reflecte, segundo a comissária executiva, Maria Inácia Rezola, “o interesse não apenas nacional, mas também internacional, que as celebrações estão a assumir”.
Abrangendo o período entre Setembro de 1968 e Julho de 1974, a mostra retrata os últimos anos da ditadura e os momentos seguintes ao seu derrube com recurso a fotografias, cartazes, documentos e recortes de imprensa.

“O ponto inicial é a célebre queda da cadeira de Oliveira Salazar”, disse Inácia Rezola à agência Lusa, explicando que a exposição percorre depois “alguns dos acontecimentos centrais do marcelismo, enfatizando questões como a luta dos movimentos de libertação africanos, as lutas sindicais e a luta dos católicos progressistas”.

Pontos cardeais

Organizada em quatro núcleos, a mostra analisa “a conspiração dos capitães e a preparação do 25 de Abril e do programa do MFA [Movimento das Forças Armadas]”, adiantou a comissária, vincando que a exposição dedica “um espaço muito particular ao próprio dia 25 de Abril” e conclui, no quarto núcleo, “retratando o que foram os primeiros momentos vividos em liberdade”.

Nomeadamente, acrescentou, abordando “a conquista da liberdade de expressão e a conquista do salário mínimo nacional, culminando todas estas novidades com a aprovação, a 27 de julho de 1974, da lei 7/74, pela qual, finalmente, Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e à independência”.

Concebida em formato digital, para poder ser reproduzida em qualquer parte do mundo, a exposição irá circular pelo país, no âmbito do dia da Defesa Nacional, ficando patente nos vários centros de divulgação.

Com conteúdos disponíveis em português, inglês, francês e espanhol, numa iniciativa que contou com a colaboração do Camões – Instituto de Cooperação e da Língua (Camões – IP), a exposição, está desde o início do mês patente em Maputo (Moçambique) e em Praga, na República Checa. A exposição “foi concebida de uma forma muito didática” e, segundo a comissária, “pode ser vista por quem viveu o período, que irá recordar e rememorar esses momentos, mas também foi pensada para os mais jovens, para os que nasceram depois do 25 de Abril e para os que nasceram já neste milénio”.

A exposição é uma das iniciativas das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que tiveram início em Março de 2022 e vão decorrer até 2026.
Cada ano foca-se num tema prioritário, tendo o período inicial sido dedicado aos movimentos sociais e políticos que criaram as condições para o golpe militar. A partir de 2024, os três ‘D’ do Programa do MFA começaram a ser revisitados, em iniciativas que evocam o processo de descolonização, a democratização e o desenvolvimento.

15 Abr 2024

Concerto em Lisboa evoca o dia em que o 25 de Abril se soube em Macau

Decorre hoje, em Lisboa, na Fundação Oriente (FO), o espectáculo “Macau no dia 25 de Abril de 1974”, concebido pelo maestro Jorge Salgueiro e produzido pela Associação Setúbal Voz. O concerto mistura música com teatro e recorda o dia em que o cantor Rui Mascarenhas anunciou em Macau que a ditadura do Estado Novo tinha caído em Portugal.

À época, o território vivia sob censura e as notícias demoravam a chegar, pelo que só no final do dia 25 de Abril a rádio passou as declarações de Rui Mascarenhas sobre a revolução.

Ao HM, Jorge Salgueiro conta como foi elaborar este espectáculo. “Achei curioso o facto de ter sido um cantor a levar a notícia do 25 de Abril de 1974 a Macau. Certamente que as autoridades já conheciam os acontecimentos, mas estariam à espera de ter a certeza para falar com a população. Com base nesta recolha de informação a que tive acesso, achei interessante criar o espectáculo a partir deste episódio.”

À época, Rui Mascarenhas, nascido em Moçambique, era “um cantor de música popular portuguesa muito famoso” que levava a sua música não só à metrópole portuguesa, mas também às antigas colónias. Macau, território ultramarino administrado pelos portugueses, não era excepção.

Poesia e música chinesa

Jorge Salgueiro considera o espectáculo um “concerto encenado”, que inclui música chinesa, que funciona “como a paisagem sonora do território”. Há depois canções do próprio Rui Mascarenhas, outras ligadas ao 25 de Abril, o Oriente e ao facto de Mascarenhas ter sido também cantor de ópera.

“Este tipo de trabalho é muito comum na Associação Setúbal Voz, que produz este concerto. Damos sempre um cunho dramatúrgico aos concertos que fazemos, contam uma história e têm personagens, e é também o caso deste concerto”, destacou o maestro. O repertório de hoje será composto por termas como “Flor de Jasmim”, um clássico chinês, “Acordai”, poema de José Gomes Ferreira musicado por Fernando Lopes Graça, ou ainda “Encontro às Dez”, com letra de Jerónimo Bragança.

Não faltam também canções de intervenção portuguesas como “E Depois do Adeus” e “Traz Outro Amigo Também”. O espectáculo conta com a presença de Diogo Oliveira como barítono e Tiago Mileu ao piano.

12 Abr 2024

Macaenses | “Amochâi”, documentário de Albert Chu, exibido amanhã

É exibido amanhã na Associação dos Macaenses o documentário “Amochâi”, da autoria de Albert Chu. O filme tem como protagonista “Bela”, ou Elisabela Larrea, que se torna peça chave para revelar os elementos identitários da cultura macaense, incluindo o patuá e os Dóci Papiaçám di Macau

 

“Amochâi” é o nome do documentário da autoria de Albert Chu, ligado à Associação Audiovisual Cut, que revela as especificidades da comunidade macaense e que pode ser visto amanhã às 17h na sede da Associação dos Macaenses.

“Bela”, ou seja, Elisabela Larrea, macaense e estudiosa do teatro em patuá, é a protagonista deste documentário de 80 minutos. A partir da sua história revelam-se tantas outras de macaenses, os chamados “filhos da terra”, e das suas especificidades culturais.

Segundo a sinopse do documentário, “Bela” foi aluna de Albert Chu nos anos seguintes à transferência da administração portuguesa de Macau para a China. Mais tarde, o realizador do filme soube que ela tinha terminado um mestrado e doutoramento e sentiu uma “grande admiração por aquilo que conseguiu atingir, tendo-se tornado genuinamente interessado em conhecer a sua tese de doutoramento sobre o teatro em Patuá”.

Inicialmente, o realizador pensava que a peça de teatro em patuá não passava de uma actividade cultural que todos os anos se apresenta no Festival de Artes de Macau, mas depressa percebeu o contexto histórico que estava por detrás, “a relevância cultural e o impacto nas comunidades macaenses”.

“Juntamente com entrevistas com macaenses realizadas nas fases iniciais da transição de Macau, [Albert Chu] teve a oportunidade de revelar um conjunto de retratos dos aspectos únicos da existência macaense”, descreve-se na sinopse.

Contar a cidade

Ao HM, Albert Chu contou que o documentário está ligado a um projecto da Associação Audiovisual CUT intitulado “Tu Estás Aqui” [You Are Here], iniciado há cerca de dois anos. A ideia do projecto é “documentar um certo número de pessoas que consideramos dignas de serem recordadas a longo prazo, sobretudo pelo que fizeram à nossa cidade e pelo que insistem em fazer”. “Amochâi” é o primeiro filme dessa iniciativa.

“Bela”, antiga aluna universitária de Albert Chu e descrita por este como “entusiasta da promoção e da preservação da cultura macaense”, tornou-se protagonista, deixando de ser apenas “uma macaense bonita”, que não era “uma estudante trabalhadora”, para se tornar no elo central neste projecto fílmico. “Amochâi” conta ainda com contributos de Miguel de Senna Fernandes, presidente da ADM e autor das peças de teatro em patuá, e Sérgio Perez, realizador dos vídeos que habitualmente se apresentam nas peças.

“Todas as entrevistas de ‘Amochâi’ podem parecer desconexas, mas acabam por traçar um retrato da comunidade macaense. Sempre procurei perceber o sentimento de pertença que os residentes de Macau têm em relação à sua cidade”, aponta Albert Chu, que, como chinês de Macau, confessa ter tido sempre pouco contacto com macaenses.

“Quando era mais novo tive muito pouco contacto com macaenses, e os poucos contactos estiveram ligados a experiências desagradáveis na obtenção de documentos do Governo. Durante a administração portuguesa, como não entendíamos a língua, eram os macaenses que nos atendiam por serem bilingues, e na altura não me pareciam muito simpáticos. Mas, à medida que fui crescendo e comecei a fazer filmes independentes, compreendi que têm uma ligação emocional a Macau”, confessou.

Uma nova versão

Ao ver a comunidade macaense com outros olhos, Albert Chu acabou por percepcionar “o apego e sentimento de pertença” que os macaenses têm em relação a Macau e que se torna “num tesouro precioso para a cidade”. “Posso dizer que o sentimento de pertença é muito mais forte do que o nosso, dos residentes chineses de Macau. A sua existência transformou Macau em algo único na China e com significado histórico”, apontou.

Questionado sobre se haverá uma nova versão de “Amochâi”, Albert Chu diz precisar de mais tempo para observar. “Na verdade, estou interessado em documentar a tuna macaense e a banda, pois produzem boa música e as suas letras reflectem uma profunda ligação emocional a Macau, valendo a pena apresentar a um público mais vasto”, concluiu.

12 Abr 2024

FRC acolhe hoje palestra sobre empreendedorismo

Decorre hoje, a partir das 18h30, a palestra “Conhecimento Além do Capital”, co-organizada pela AEIMCP – Associação para o Empreendedorismo e Inovação Macau – China e Países de Língua Portuguesa. O evento, que acontece na Fundação Rui Cunha (FRC), tem como oradores Paulo Andrez, autor e ex-Presidente da EBAN (European Business Angel Networks) e Paulo José Esperança, reitor adjunto e professor na Universidade Cidade de Macau.

Segundo um comunicado da FRC, os palestrantes vão discutir novo conceito de “investidores-anjo” e o necessário apoio que estes trazem às novas startups e aos jovens empreendedores.

A organização do evento refere, na mesma nota, que os “investidores-anjo” desempenham “um papel fundamental na promoção de ecossistemas de inovação, fornecendo o crucial apoio financeiro e orientação a startups e empreendedores na sua fase inicial”.

“Ao contrário dos tradicionais capitalistas de risco ou investidores institucionais, os investidores anjos são tipicamente indivíduos que investem o seu próprio dinheiro em startups promissoras em troca de uma participação no capital”, lê-se ainda.

Estes investidores são “únicos” por contribuírem “mais do que apenas recursos financeiros para as startups”, fornecendo, muitas vezes, “conhecimentos valiosos, ligações à indústria e orientação para os empresários, algo que os Governos não conseguem garantir”.

“Na verdade, muitos destes investidores-anjos “são geralmente empresários experientes ou veteranos da indústria com vasta experiência e redes nas suas respectivas áreas. A sua orientação e mentoria podem ser fundamentais para ajudar as startups a enfrentar os desafios de lançamento e expansão dos seus negócios, incluindo desenvolvimento de produtos, estratégia de mercado e angariação de fundos”, aponta ainda a organização.

Quem é quem

Paulo Andrez é presidente emérito da EBAN e também um autor best-seller nos EUA, com o livro “Zero Risk Startup”, editado pela Forbes. Na palestra da FRC, Paulo Andrez irá falar das “motivações que impulsionam os investidores-anjos, ao mesmo tempo que compartilhará dicas sobre como mitigar riscos em investimentos-anjo”. O responsável vai também destacar “as vantagens de estabelecer redes de investidores-anjo em Macau”.

Por sua vez, Paulo José Esperança, ligado à UCM, foi reitor da Escola de Gestão do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE Business School), entre os anos de 2015 e 2019, tendo ainda presidido à Fundação para a Ciência e Tecnologia em Portugal entre 2019 e 2022. Cabe a Marco Duarte Rizzolio, presidente da AEIMCP e co-fundador do programa de empreendedorismo e startups 929 Challenge, a moderação da palestra.

11 Abr 2024

Vila da Taipa | Inaugurada hoje exposição “Show-Off 2.0”

“Show-Off 2.0” é a segunda versão de uma exposição promovida pela Associação Cultural Vila da Taipa, cujo conceito curatorial tem por base colecções privadas. Desta vez o curador e arquitecto João Ó reuniu peças de Margarida Saraiva, Ung Vai Meng e Irene Ó

 

É inaugurada hoje a mostra “Show-Off 2.0”, que junta diversas peças de arte, nomeadamente retratos antigos chineses, pinturas ou fotografia, coleccionados por Margarida Saraiva, curadora, Ung Vai Meng, artista, curador e ex-presidente do Instituto Cultural, e Irene Ó, fundadora e arquitecta principal do atelier local O.BS Arquitectos. A exposição pode ser visitada até ao dia 15 de Junho.

Esta é a segunda edição da exposição “Show-Off” apresentada na mesma galeria no ano passado, cujo o conceito é baseado em “colecções exclusivas acumuladas ao longo dos anos”, incluindo também “obras de arte que adornam espaços mais pessoas das casas” de Ung Vai Meng, Margarida Saraiva e Irene Ó.

Segundo um comunicado da associação, a mostra pretende explorar “as ideias relacionadas com o coleccionismo de arte”, pretendendo-se promover também a ideia de coleccionar como “um bem cultural que parte de uma iniciativa individual, mas que também pode alargar o sentido de comunidade” ou mesmo “fomentar a vitalidade de uma sociedade ou acrescentar diversidade às economias locais”.

Múltiplas personalidades

Destaque ainda para o facto de cada colecção apresentada “revelar aspectos da personalidade do coleccionador”. No caso de Ung Vai Meng, este decidiu apresentar “uma colecção de retratos ancestrais chineses” que tem vindo a ser analisada pelo artista há mais de 20 anos. Doutorado em História de Arte, em 2010, Ung Vai Meng escreveu um livro sobre esta colecção que será também apresentado na exposição.

Irene Ó é uma arquitecta local associada a grandes projectos como o Centro Cultural de Macau, a renovação da sede do Banco Nacional Ultramarino (BNU) ou do Hotel Bela Vista. No caso da arquitecta o coleccionismo começou aos 19 anos, altura em que era modelo em aulas de desenho. Foi aí que Irene Ó ficou com um desenho seu feito a lápis de carvão e que será apresentado nesta mostra. Segundo a organização, a colecção “tem um profundo valor sentimental e está ligada a familiares e amigos”.

No caso de Margarida Saraiva, curadora e co-fundadora da associação BABEL, serão exibidas obras coleccionadas em conjunto com o marido, o arquitecto Tiago Quadros, que têm origem na herança do pai de Tiago, o pintor António Quadros Ferreira.

Citado por um comunicado, João Ó, presidente do conselho executivo da Associação Cultural da Vila da Taipa, adiantou que a primeira edição de “Show-Off” foi “um sucesso”, e que “Show-Off 2.0” é “rara e especial”. Pretende-se que o público possa explorar “a natureza do coleccionismo” e que a exposição “suscite conversas estimulantes sobre os bens culturais e posses culturais de indivíduos com interesses muito específicos e altamente pessoais”.

11 Abr 2024

FRC | Palestra sobre os desafios do bilinguismo na próxima terça-feira

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe na próxima terça-feira, 16, a partir das 18h30, uma conferência sobre o bilinguismo, intitulada “Atraso Linguístico em Macau: Criar uma criança bilingue: Mitos e Desafios”. Trata-se de uma iniciativa da Associação dos Jovens Macaenses (AJM) em colaboração com a Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau (AMLPM). O evento terá como oradoras a pediatra Joana Morgado Bento e a terapeuta da fala Zélia Almeida.

O objectivo desta conferência é discutir com eventuais atrasos no desenvolvimento da linguagem das crianças, dado Macau ser um local onde as línguas oficiais são o português e o chinês, mas onde o inglês “desempenha um papel não oficial, mas altamente proeminente”, descrevem os organizadores do evento, em comunicado.

A língua inglesa acaba, assim, por ser “o meio de instrução em algumas escolas e muitas crianças em Macau são bilingues ou trilingues”. No entanto, “os encarregados de educação ficam muitas vezes preocupados com o desenvolvimento da fala dos seus filhos”, sendo que Joana Morgado Bento e Zélia Almeida dizem existir um “factor de risco para o diagnóstico de atraso na linguagem” no caso das crianças em que os dois pais, ou apenas um, são ocidentais. Desta forma, esta palestra servirá para discutir casos clínicos, bem como o panorama de avaliação, tratamento, prognóstico e prevenção do atraso da linguagem em crianças.

10 Abr 2024

Exposição | “Que mar se vê afinal da minha língua?” na Casa Garden

Depois da primeira edição em Alcobaça, a exposição “Que mar se vê afinal da minha língua” chega a Macau, inaugurando as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril. A mostra será inaugurada na sexta-feira, às 18h30, na Casa Garden, apresentando trabalhos de diversos artistas de língua portuguesa, incluindo alguns ligados a Macau

 

“Que mar se vê afinal da minha língua?” é a pergunta a que a BABEL, co-fundada por Margarida Saraiva, pretende responder através da arte de diversos artistas de língua portuguesa, numa imensa expressão da lusofonia. Esta mostra, que já se estreou em Alcobaça, entre Dezembro do ano passado e Março deste ano, apresenta-se agora em Macau, a partir das 18h30 desta sexta-feira, na Casa Garden. Ao mesmo, o projecto inaugura as comemorações do 25 de Abril de 1974, data em que o regime ditatorial do Estado Novo caiu em Portugal.

Segundo um comunicado da BABEL, a mostra, com curadoria de Margarida Saraiva, “propõe uma reflexão sobre questões essenciais como memória, história, identidade e liberdade, num contexto pós-colonial e globalizado”. “O objectivo não é apenas olhar para o passado, mas também para o futuro: o que será do espaço de expressão portuguesa daqui a dois ou três séculos? Como será a liberdade num mundo controlado por algoritmos e obcecado com a vigilância no espaço privado, público e digital?”, interroga a organização, em comunicado.

Apresentam-se, assim, trabalhos de Aline Motta, Ana Battaglia Abreu, Ana Jacinto Nunes e Carlos Morais José, Bianca Lei, Catarina Simão, Cecília Jorge, Eliana N’Zualo, Eric Fok, Filipa César e Sónia Vaz Borges, José Aurélio, José Drummond, José Maçãs de Carvalho, Konstantin Bessmertny, Luigi Acquisto e Bety Reis, Mónica de Miranda, Nuno Cera, Peng Yun, Rui Rasquinho, Sofia Yala, Subodh Kerkar, Thierry Ferreira, Tiago Sant’Ana ou Wong Weng Io.

Há ainda outros artistas que se juntam ao painel “sempre que a exposição transpõe fronteiras”, uma vez que a ideia é que a exposição possa percorrer outros territórios de língua portuguesa, nomeadamente Fortaleza, Mindelo, Luanda e Maputo. “Que mar se vê afinal da minha língua?” fica patente em Macau até ao dia 12 de Maio.

Uma nova curta

No caso de Cheong Kin Man, natural de Macau e radicado na Alemanha, volta a apresentar em Macau a curta-metragem “uma ficção inútil”, datada de 2015, mas desta vez com uma nova roupagem num trabalho de parceria com a artista polaca Marta Stanisława Sala. A obra será exibida na Casa Garden na sexta-feira às 18h30.

O projecto intitula-se “uma ficção inútil – a resposta”. A curta-metragem, segundo uma nota divulgada pelos autores, é “mais de uma adaptação anotada com uma autocrítica do que uma verdadeira nova versão original” do trabalho de 2015.

A nova curta-metragem inclui uma parte com imagens em vídeo feitas pelo fotógrafo amador, e ex-residente de Macau, Jorge Veiga Alves durante a fase da transferência de administração portuguesa de Macau para a China.

“À medida que se vão mostrando 16 cenas repetidas e justapostas de uma dança do dragão, surgem palavras em português ‘impotência do multilinguismo’, numa referência ao livro ‘O Poder do Multilinguismo’, da escritora alemã de origem russa, Olga Grjasnowa”, apontam Cheong Kin Man e Marta Sala.

Um longo percurso

A exposição foi exibida em Alcobaça pela primeira vez graças a uma colaboração entre o Armazém das Artes e a central-periférica, tendo resultado de uma investigação, ainda em curso, de Margarida Saraiva sobre práticas artísticas contemporâneas dos mundos de expressão portuguesa.

Desta forma, o público poderá apreciar, na Casa Garden, cerca de 50 trabalhos de diversas áreas artísticas, como fotografia, vídeo, cinema, poesia, pintura, escultura e novos media, de artistas de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Macau, Timor-Leste e Goa.

Além da organização da BABEL, o evento é co-organizado pela REDE- Residências dos Mundos de Expressão Portuguesa, a central-periférica e delegação de Macau da Fundação Oriente. No que diz respeito à própria BABEL, a sua missão é “gerar oportunidades de investigação e aprendizagem nos domínios da arte contemporânea, da arquitectura e do ambiente”, sendo pensada como “um museu sem paredes” que pretende “trabalhar entre culturas e disciplinas”.

Fundada em Macau em 2013, e com presença em Alcobaça desde 2022, a BABEL procura criar novas colaborações e sinergias, tendo ainda apoiado, em Portugal, artistas em situação de risco, nomeadamente aqueles que fogem de cenários de guerra ou opressão.

10 Abr 2024

Pintura | Exposição de André Lui na Livraria Portuguesa

É inaugurada no sábado, na galeria da Livraria Portuguesa, uma nova exposição a solo da autoria do arquitecto André Lui. Até Maio será possível visitar as obras que fazem parte de “Contemplating Still Life”, um exercício de pintura de natureza morta

 

Um dos nomes mais conhecidos no debate em torno da preservação do património local, o arquitecto André Lui está de volta às exposições revelando ao público novamente a sua faceta de artista plástico. Pela mão da AFA – Art for All Society, apresenta-se este sábado, às 18h30, a mostra “Contemplating Still Life” [Contemplando a Natureza Morta], que até ao dia 11 de Maio pode ser vista na galeria da Livraria Portuguesa.

Esta exposição integra a fase final do programa anual da AFA relativo a 2023, intitulado “View-Non-View – Série de Exposições de Arte de Imagens Artísticas”. Em “Contemplating Still Life” o artista plástico e arquitecto resolveu apresentar os seus mais recentes trabalhos, centrados na pintura de objectos ou elementos que pertencem ao conceito de “natureza-morta”, que, segundo a AFA,tem sido “utilizada como tema em pinturas desde a antiguidade”.

Contudo, a história fez com que esta ideia florescesse como “género único da pintura europeia” na arte holandesa do século XVII,quando artistas começaram a retratar diversos objectos do dia-a-dia “numa variedade tão grande e num estilo tão detalhado que dificilmente se pode deixar de ficar maravilhado” com estas obras. Tratam-se de “objectos comuns do quotidiano, como pão e frutas, até grandes quantidades de marisco, ostras e ossos de crânio”. Enquanto estudioso do património cultural, André Lui “olha para a ‘natureza morta’ como perspectiva desta parte da história”, descreve a AFA.

Pedaços de Macau

André Lui, ao recorrer ao género “natureza morta” para pintar, acaba por contar pedaços da história de Macau, visível em tantos objectos que encontramos na rua e no nosso dia-a-dia.

Podem, assim, ver-se pinturas de uma escultura de um filósofo coberta por um saco de plástico, o quadro de um relógio dourado esculpido, de cartas de póquer, flores, borboletas, pratos de cerâmica ou azulejos portugueses azuis. Não faltam ainda um mapa antigo de Macau ou livros também antigos.

“Tal como as pintura holandesa de naturezas mortas de há algumas centenas de anos, as naturezas mortas, apesar de serem calmas e silenciosas, transmitem, no entanto, um certo grau de costumes locais. Ao longo dos séculos, Macau tem sido um lugar onde as culturas chinesa e ocidental se misturaram, e tanto a imaginação dos chineses como a dos ocidentais estão cheias de curiosidade”, aponta a AFA.

Desta forma, “um passeio casual por uma das ruas mais antigas de Macau, como a Travessa do Armazém Velho, pode revelar-se uma aventura e tanto, como um ‘gabinete de curiosidades’ do século XVI”, uma época em que o território “era uma concessão portuguesa e, ao mesmo tempo, um porto comercial asiático que os holandeses queriam conquistar”.

O pequeno território “foi transformado pela história”, com as “coisas a mudarem de forma irreconhecível ao longo dos séculos” e, esta exposição mostra isso mesmo e de como certos objectos deixam perdurar a memória do que foi e do que aconteceu.

Nascido em 1971 em Macau, André Lui é um reconhecido académico, arquitecto e artista de Macau. Licenciou-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, Portugal, em 1999 e completou um curso profissional de manutenção e restauro de edifícios históricos e áreas urbanas no “Centre des Hautes Etudes des Chaillot” em Paris, França, de 2003 a 2005. Foi o primeiro arquitecto chinês a obter o diploma francês e a qualificação profissional em arquitectura do património cultural.

9 Abr 2024

Fotografias de Alfredo Cunha sobre o 25 de Abril expostas em Lisboa

As palavras de ordem que forraram as ruas portuguesas no pós-25 de Abril de 1974 estão em foco na exposição de fotografia “Viva a Liberdade”, de Alfredo Cunha, que é inaugurada na sexta-feira, em Lisboa, e inclui imagens inéditas.

Alfredo Cunha é autor de muitas das imagens que se tornaram símbolo de uma época, entre as quais um retrato do capitão de Abril Salgueiro Maia. Aos 20 anos, foi um dos fotojornalistas que registaram para a posteridade o dia 25 de Abril de 1974, em Lisboa, e os momentos que se lhe seguiram, incluindo o Verão Quente de 1975 e o processo de descolonização.
Na exposição que é inaugurada na sexta-feira na galeria Underdogs, Alfredo Cunha mostra imagens de Portugal “forrado de cartazes, e grafitado, em 1975”.

“Era o Facebook mais democrático que vi até hoje. Havia alguma censura, porque quando alguém não queria pintava por cima. Era, de facto, onde se dizia tudo o que havia para dizer. Toda a gente se expressava: à direita, à esquerda, os anarquistas…”, recordou, em declarações à Lusa, durante a montagem de “Viva a Liberdade”.

Nas paredes da galeria, o fotógrafo mostra o que mais o seduzia em tempos de uma Liberdade recente, “que era a expressão política”. “É evidente que tem uma tendência política, é óbvio, que é a minha. O meu posicionamento político [de esquerda] é claro nesta exposição”, afirmou.

Entre as 15 fotografias expostas — todas a preto e branco — “há pelo menos cinco completamente inéditas, que eram desconhecidas, porque nunca foram mostradas antes em exposição”.

Uma viagem ao arquivo

Alfredo Cunha tem passado os últimos dois anos a “viajar” no seu arquivo, que reúne milhares de imagens, captadas entre 1972, quando começou no jornal O Século, e em 2015, quando deu a carreira no jornalismo por terminada.

Nessas ‘viagens’ descobriu coisas de que já não se lembrava, “coisas surpreendentes, a que o tempo também acrescentou”. “Porque, no quotidiano, habituamos e viciamos o olhar. Tenho como norma fotografar sempre que me surpreendo, depois no que me surpreende tento perceber porque é que me surpreendeu, e então ir ao pormenor. Mas primeiro as coisas têm que me surpreender”, partilhou Alfredo Cunha.

O fotógrafo destaca o facto de as imagens, num “género de fotografia clássico, da fotografia humanista portuguesa”, estarem a ser mostradas “numa das galerias mais de arte moderna de Lisboa”. “Viva a Liberdade”, exposição com a qual a galeria Underdogs assinala os 50 anos do 25 de Abril de 1974, pode ser visitada até 27 de abril. A entrada é livre.

9 Abr 2024

“Todos Fest!” | Comuna de Pedra apresenta festival inclusivo a partir de sexta-feira

A associação Comuna de Pedra volta a apresentar este mês o festival de arte, performance e cinema “Todos Fest!”, que procura ligar ao meio artístico portadores de deficiência e idosos. Entre os dias 12 e 21 de Abril o público poderá desfrutar de um extenso cartaz que se apresenta na Antiga Fábrica de Panchões Iec Long, na Taipa Velha

 

Mostrar que os portadores de deficiência e idosos conseguem ser artistas, num relacionamento também pedagógico, é o mote da quarta edição do “Todos Fest!”, promovido pela associação cultural Comuna de Pedra, que este ano decorre entre os dias 12, a próxima sexta-feira, e 21 de Abril. A programação inclui espectáculos, exibições de filmes, workshops e projectos multimédia e apresenta-se na Antiga Fábrica de Panchões Iec Long, na zona da Taipa Velha. Neste programa juntam-se artistas locais e de Hong Kong, bem como voluntários e diversas associações de cariz social que trabalham com idosos ou portadores de deficiências físicas ou intelectuais.

Citada por um comunicado da associação que organiza o evento, Jenny Mok, curadora do festival e directora da Comuna de Pedra, destaca que a associação se juntou a grupos da comunidade para “abrir o teatro a todos, incluindo a pessoas com deficiências físicas e mentais e idosos”. Algumas das entidades que participam neste festival são a Associação de Pais de Pessoas com Deficiência Intelectual de Macau, a Sociedade Fuhong de Macau ou a Richmond Fellowship.

Assim, “com base na experiência e observação, encorajamos as minorias locais a explorar as possibilidades do corpo, a olhar para o passado, a ouvir os corações e a expressarem-se através do teatro”.

Experiências de vida

Um dos destaque do cartaz deste ano é “Life is a Dream”, um espectáculo de dança contemporânea, protagonizado pelo projecto comunitário “The Journey of My Story”. O projecto baseia-se “numa abordagem mais suave de contar histórias”, apresentando-se uma narrativa pautada pelas experiências do elenco relacionadas com sentimentos de medo, depressão, sonhos, tristeza ou alegria, sem esquecer “as contemplações sobre a vida e morte”.

“Caretaker”, um projecto multimédia, apresenta gravações a partir das partituras originais da peça de teatro com o mesmo nome, narrando “histórias vividas por cuidadores [informais] a partir de diversas perspectivas e pontos de vista”.

Por sua vez, na área do cinema, destaque para a secção “Projecções com o Coração”, em que uma série de filmes exibidos nos dias 20 e 21 de Abril visa incluir os espectadores de todos os quadrantes da sociedade, a fim de aumentar a consciencialização da inclusão dos que são diferentes e minoritários.

O cartaz do “Todos Fest!” traz ainda para a agenda cultural da cidade o workshop “Forget Me Not”, destinado a profissionais de saúde e protagonizado por Kerry Cheung, de Hong Kong, que vai “levar os profissionais de saúde locais a descobrir como a dança pode dar vitalidade à vida das pessoas com demência”.

O programa encerra-se com um mercado de venda e exposição de produtos locais feitos pelos diversos grupos comunitários, a fim de mostrar o trabalho desenvolvido pelos mais velhos e portadores de deficiência na busca por uma vida mais activa.

Criada em 1996, a Comuna de Pedra tem na sua génese a apresentação de espectáculos com fortes mensagens sociais, muito ligada à dança contemporânea, ao teatro e à promoção da educação na arte, sempre procurando desenvolver “mais possibilidades artísticas” no território. Além disso, a Comuna de Pedra faz curadoria e produção de variados projectos artísticos como festivais, programas colaborativos ou exposições.

8 Abr 2024

Revolução dos Cravos celebrada no Museu do Oriente em Lisboa

Uma exposição, um concerto e uma conferência sobre as diferentes perspectivas da Revolução do 25 de Abril de 1974 estão no centro do programa 50 Anos do 25 de Abril que vai decorrer no Museu do Oriente, entre 12 de Abril a 19 de Maio.

A exposição sob o título “Ventos de Liberdade” – com fotografias inéditas que evocam os valores e a herança da mudança política no país – revelará, a partir de 16 de Abril, o olhar de Ingeborg Lippmnan e Peter Collis, dois fotojornalistas estrangeiros que acompanharam o processo, e retrataram o que a revolução transformou.

“A lente do britânico Peter Collis capta um país em transe, desde os portugueses anónimos, a protagonistas da cena política da época, e as imagens da alemã Ingeborg Lippmann focam as mulheres, a paisagem humana no Alentejo no contexto da reforma agrária”, num país muito rural, descreve um texto da organização.

Comissariada por Fátima Lopes Cardoso e Pedro Marques Gomes, a exposição, de entrada gratuita, parte dos seus arquivos, depositados na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, revelados agora pela primeira vez, que poderão ser vistos até 19 de Maio.

Macau presente

A par da exposição, será apresentada “A Liberdade”, obra vencedora do concurso de criação artística “Call4art: 50 Anos do 25 de Abril”, lançado em 2023 pela Fundação Oriente, para encorajar gerações de artistas plásticos que não viveram a ditadura a reflectir sobre o legado e valores da revolução. Da autoria de Isa Magalhães (aka Kideo Kidō), a instalação “A Liberdade” simboliza “o impacto positivo desta conquista nas gerações pós-revolução”, e poderá ser vista até 19 de Maio, segundo a organização.

Também no dia 16 de Abril, a conferência comemorativa do 50.º aniversário do 25 de Abril irá reunir testemunhos de quem viveu a revolução em diferentes contextos lusófonos, bem como um balanço de 50 anos de democracia em Portugal.

A sessão inicia-se com o relato desta vivência em algumas geografias como Macau e Timor-Leste, através dos testemunhos do jornalista Ricardo Pinto e da historiadora Zélia Pereira, em painéis sobre democracia e liberdade em Portugal, democracia paritária e liberdades civis, participados pelas vozes de investigadores como Gonçalo Saraiva Matias, Marina Costa Lobo, Vasco Malta e Miguel Vale de Almeida, entre outros.

Na sessão de encerramento da conferência estará o presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, e a presidente da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, Isabel Soares.

Coproduzido pela Associação Setúbal Voz, a Fundação Oriente apresentará um concerto a 12 de Abril para revisitar a forma como a Revolução dos Cravos chegou a Macau: os músicos Diogo Oliveira e Tiago Mileu vão ritmar como a notícia foi narrada na Rádio Macau por Rui de Mascarenhas, um cantor português de sucesso na época.

O espectáculo irá reunir poemas musicados, temas tradicionais chineses e canções populares portuguesas. As delegações da Fundação Oriente terão também diversas iniciativas a decorrer entre os dias 22 e 29 de Abril, por ocasião de um encontro que trará músicos goeses para dois concertos que combinam fado, mandó e outros temas de Goa.

8 Abr 2024

Fotografo chinês distinguido no World Press Photo

Wang Naigong, fotógrafo chinês, é um dos distinguidos da edição deste ano do World Press Photo (WPP), iniciativa internacional que premeia as melhores fotografias tiradas no ano passado, em várias categorias. Wang Naigong venceu a categoria “Projecto a Longo Prazo”, que regista o papel de uma família chinesa na luta de uma mãe contra o cancro.

Em termos gerais, a edição deste ano do WPP, cujos prémios foram conhecidos na quarta-feira, tem imagens que destacam tragédias da guerra, migrações e questões relacionadas com o clima, sendo estes os grandes temas dos vencedores a nível regional.

Os 24 projectos vencedores e seis menções honrosas – correspondentes a 33 profissionais de fotojornalismo — estão distribuídos por quatro categorias: “Individuais”, “Reportagem fotográfica”, “Projectos de longo prazo” e “Formato aberto”, tendo o júri deste ano decidido incluir duas menções especiais. Os nomes dos quatro vencedores globais serão anunciados a 18 de Abril.

Vitórias pelo mundo

Nos prémios para África, a categoria “Formato aberto” é partilhada por dois fotógrafos brasileiros – Felipe Dana e Renata Brito, da agência Associated Press – que investigaram as tragédias de uma rota atlântica utilizada por migrantes da África Ocidental para chegar à Europa.

Na América do Sul, a fotografia vencedora é da autoria de Lalo de Almeida, e denuncia a “Seca na Amazónia”, com uma imagem de um pescador a caminhar ao longo do leito seco de um rio perto da comunidade indígena de Porto Praia.

Nesta mesma região, a fotojornalista Gabriela Biló recebeu uma menção honrosa pela imagem “Insurreição”. O fotógrafo Mohammed Salem é o autor da fotografia vencedora na Ásia em projectos “Individuais”, com o título “Uma mulher palestiniana abraça o corpo da sua sobrinha”, uma menina de cinco anos embrulhada num lençol branco. A menina morreu depois da sua casa ter sido atingida por um míssil israelita, a 17 de Outubro.

Na categoria “Reportagem fotográfica”, o trabalho de Ebrahim Noroosi sobre a devastação económica e humana no Afeganistão desde a chegada dos Talibãs em 2021 foi o vencedor. A melhor fotografia individual da Europa foi tirada pelo turco Adem Altan durante o terramoto que atingiu a Turquia e a Síria em Fevereiro do ano passado. A alemã Johanna Maria Fritz é a autora de “Kakhovka: Cheias numa zona de guerra”, a história fotográfica premiada da Europa, que revela o impacto humano da militarização do ambiente.

O projecto de longo prazo “No Man’s Land”, do franco-alemão Daniel Chatard, foi escolhido pelo júri europeu por documentar tecnologias inovadoras que oferecem vias possíveis para atingir objectivos climáticos.

Em África, a imagem vencedora foi “Coming home from war”, captada na Etiópia pelo fotógrafo alemão Vincent Haiges, que mostra um homem de 24 anos a cumprimentar a mãe, depois de ter perdido uma perna ao ser atingido por uma granada durante o violento conflito que abala o país.

A reportagem fotográfica da fotógrafa sul-africana Lee-Ann Olwage expõe a falta de sensibilização do público em Madagáscar em relação à demência, estigmatizando as pessoas que dela sofrem. A reportagem relata a vida de um homem de 91 anos que recebe cuidados da filha de 41 anos.

A Tunísia é o foco do “Projecto a Longo Prazo”, com o trabalho do fotojornalista Zied ben Romdhane a explorar as vidas dos jovens tunisinos que testemunham a instabilidade política, a persistente crise económica e a desigualdade social que esbateram as aspirações à democracia e à justiça social no rescaldo da revolução tunisina de 2011. Este ano, o júri dos prémios WPP analisou mais de 61 mil trabalhos de 3.851 fotógrafos de 130 países.

5 Abr 2024

25 de Abril | Associação “Somos!” traz Pedro Jóia e José Salgueiro a Macau

A “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” vai celebrar os 50 anos do 25 de Abril com um concerto comemorativo. No dia 13 de Abril, os músicos Pedro Jóia e José Salgueiro apresentam o espectáculo “Zeca” no Teatro D. Pedro V

 

O Teatro D. Pedro V recebe no dia 13 de Abril um concerto comemorativo do 25 de Abril de 1974, a revolução portuguesa cujo 50º aniversário se celebra este ano. “Zeca”, nome do espectáculo promovido pela “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP), junta em palco o guitarrista Pedro Jóia e o percussionista José Salgueiro, dois instrumentistas de topo do panorama musical português.

Segundo um comunicado da “Somos!”, “Zeca” pretende ir “além da força do repertório de Zeca Afonso, com reinterpretações de versões instrumentais de parte da melhor música portuguesa produzida no último meio século”.

O músico José Afonso, que ficou conhecido na história da música portuguesa como Zeca Afonso, é tido como “uma das figuras incontornáveis da história artística e do processo revolucionário português”. A organização do evento indica que no espectáculo “vai ressoar grande parte da sua obra”, nomeadamente o disco “Zeca”, onde Pedro Jóia transformou canções do músico de intervenção em versões instrumentais.

O repertório do concerto irá incluir ainda a interpretação de temas de outros músicos portugueses, nomeadamente Carlos Paredes, compositor e mestre de guitarra portuguesa, ou ainda algumas músicas originais compostas por Pedro Jóia, registadas em oito discos ao longo dos últimos vinte cinco anos de carreira.

Destaque ainda para a presença do instrumentista Fang Teng, da Orquestra Chinesa de Macau. O músico convidado irá interpretar obras emblemáticas da música portuguesa, “fortalecendo, desta forma, laços que unem os nossos povos há séculos e criando um momento de perfeito vínculo musical e cultural”.

Um disco nos palcos

Lançado em Maio de 2020, “Zeca” obteve bastante sucesso nas tabelas de vendas em Portugal e já percorreu vários palcos, dentro e fora do país, chegando agora a Macau. O disco desperta “uma ampla gama de emoções apenas com a linguagem poética dos instrumentos em palco e a evocação de reminiscências e íntimas reflexões”, aponta a “Somos!”.

A “Somos!” descreve ainda que Fang Teng “pontuará as notas da música portuguesa com a capacidade dramática e melancólica do erhu, um instrumento tradicional chinês de duas cordas tocado com um arco. Um apontamento que promete encantar e comover a audiência”. O espectáculo começa às 21h e os bilhetes custam 200 patacas.

Pedro Jóia fez estudos em guitarra clássica no Conservatório Nacional, além de ter estudado guitarra flamenca. Em 2008, recebeu o Prémio Carlos Paredes com o álbum “À Espera de Armandinho” e recebe a mesma distinção em 2020 com “Zeca”.

No caso de José Salgueiro, a carreira na música tem-se pautado pela bateria e percussão. Estudou na Academia dos Amadores de Música, Conservatório Nacional, Hot Clube de Portugal e no Taller de Músics, em Barcelona. A sua actividade musical passou por concertos, gravações de discos e espectáculos de televisão com vários artistas nacionais. Em 2017 lançou o seu primeiro trabalho a solo, intitulado “Transporte Colectivo”.

Fang Teng terminou em 2015 o curso no Conservatório de Macau e foi admitido no Conservatório Central de Música. Foi professor de erhu na Escola de Educação Contínua do Conservatório Central de Música, músico convidado da Orquestra Chinesa de Macau, e actualmente é professor desse instrumento tradicional na Escola Secundária Hou Kong de Macau.

5 Abr 2024

Segunda fase do Rota das Letras propõe oficinas e espectáculo no CCM

Depois dos livros, autores e músicos, o festival literário Rota das Letras prossegue este mês com vários workshops de dança, teatro, literatura, som e instrumentos musicais que vão culminar na reinterpretação do espectáculo, “Um Quarto Próprio”, apresentado nos dias 28 e 29 de Junho no Centro Cultural de Macau (CCM).

A segunda fase do Rota das Letras traz a série de workshops “Um Quarto Só Seu”, a decorrer no Jardim das Artes, e uma oficina de literatura, coordenada pela académica Agnes Lam, centrar-se-á no universo literário da escritora inglesa Virginia Woolf e na forma como abordou a doença mental na sua obra. Recorde-se que Woolf sofreu, ela própria, de depressão.

Segundo a organização do festival, estes workshops “irão examinar o fenómeno da depressão na sociedade contemporânea através da literatura e das artes teatrais, cultivando a consciência e a empatia dos participantes para as questões mentais e explorando o poder da arte e da criatividade na melhoria da saúde mental”.
Desta forma, os participantes serão orientados pelos instrutores a “discutir e criar os seus próprios trabalhos sobre o tema”.

A oficina literária começa este sábado e domingo, das 10h às 13h e das 14h30 às 17h30, em língua chinesa, tendo o custo de 400 patacas por pessoa. Agnes Lam, autora, ex-deputada e estudiosa na área dos meios de comunicação social, foi jornalista, estando actualmente dedicada à academia.

Preparar os palcos

No fim-de-semana de 13 e 14 de Abril decorre, sob coordenação de Jojo Lam o workshop de teatro, entre as 14h30 e 17h30 e depois das 19h às 22h. Também com o chinês como língua veicular, o workshop acontece também no Jardim das Artes, tendo também um custo de 400 patacas.

Jojo Lam é uma psicoterapeuta e uma terapeuta de teatro registada nos EUA e Canadá. Formada em psicologia clínica pela Universidade de Macau e com um mestrado em Terapia Teatral na Universidade Concordia, no Canadá, Jojo Lam especializou-se, nos últimos anos, nas áreas da psicoterapia, educação artística, administração e artes performativas.

A 13ª edição do Rota das Letras arrancou no primeiro fim-de-semana de Março e celebrou a obra poética de Luís de Camões e de Li Bai. Além disso, foram evocados os 50 anos da revolução portuguesa do 25 de Abril de 1974, com a presença do escritor e jornalista João Céu e Silva, que apresentou a obra “O General que começou o 25 de Abril dois meses antes dos Capitães”. O Festival Literário de Macau – Rota das Letras, fundado pelo jornal Ponto Final, realiza-se desde 2011.

3 Abr 2024

Creative Macau | Lugar de Macau pós-pandemia “inspira” exposição

“The Macau Dream is Alive and Well” reúne trabalhos de arte conceptual de Angela Hoi Ka Ian e Jovinia António. A mostra patente na Creative Macau tem como ideias centrais o “sonho de Macau” pós-pandemia, os desafios do isolamento, a crescente importância do mundo digital e a própria doença da covid-19

 

Está patente na Creative Macau uma exposição de Angela Hoi Ka Ian e Jovinia António. Intitulada “The Macau Dream is Alive and Well” [O Sonho de Macau está Bem Vivo], a mostra, em exibição até ao dia 27 de Abril, baseia-se “em acontecimentos recentes”. Para tal, as artistas convidadas foram desafiadas a “expressarem artisticamente os seus sentimentos sobre os tempos de confinamento e isolamento”, em referência à pandemia da covid-19, descreve um comunicado da Creative Macau.

Desta forma, a exposição “permite um vasto leque de possibilidades para as artistas expressarem as suas ideias”, evocando reflexões subjectivas” ou podendo ainda ter um “efeito neutro no espectador”. Apesar de Macau ter regressado à chamada “normalidade” após a pandemia em Janeiro do ano passado, a verdade é que os impactos que esta questão de saúde pública global teve nas pessoas continuam a motivar criações artísticas de diverso tipo.

“Os residentes de Macau tiveram de se adaptar a novos hábitos, aprendendo a viver em isolamento. Os três anos passados online e as ligações virtuais ajudaram a aliviar a tensão psicológica e o desespero crescentes. Apesar de tudo ter parado durante a pandemia, o número de utilizadores da Internet aumentou exponencialmente para trabalhar e criar”, aponta a Creative Macau.

Desta forma, Angela Hoi Ka Ian e Jovinia António foram convidadas a olhar para “o presente e o futuro” de Macau através da arte conceptual, tendo em conta que o território “caminha para a globalização”. “Ambas as artistas abordaram o tema de forma diferente, utilizando vários materiais para criar formas não tradicionais que reflectem a sua vida quotidiana”, é descrito.

Hábitos e desafios

No caso de Angela Hoi Ka Ian, apresenta-se a série de trabalhos com o mote “That Day I Rolled a Boulder Up a Mountain” [Naquele Dia, Rolei uma Pedra Montanha Acima], onde a artista explora “uma história de vida sem fim”, influenciada pelo mito grego de Sísifo, quando este foi castigado a empurrar um pedregulho para cima de uma colina íngreme. No entanto, sempre que se aproximava do topo da montanha, a pedra rolava para trás, obrigando-o a começar de novo. Esta tarefa sem fim, e inútil, acabou por tornar-se no seu castigo eterno.

Esta história serve de reflexão às ideias de criação, destruição e reparação, em que a artista “tem uma abordagem alegórica que serve de eixo principal” a toda a criação que se centra na pintura, vídeo e instalação. A ideia é “descobrir os retratos de Sísifo na vida” de todos nós, levando a uma reflexão sobre “o significado da vida do indivíduo no autoequilíbrio do universo”.

Natural de Macau, onde nasceu em 1996, Angela Hoi Ka Ian costuma explorar a “relação de vulnerabilidade entre indivíduos e comunidades”. Concluiu um mestrado em Belas-Artes em Londres, que acrescentou a uma licenciatura na mesma área pela Universidade Nacional de Artes de Taiwan.

Jovinia António, outra artista convidada, designer de profissão e apaixonada por padrões, apresenta na Creative Macau trabalhos que exploram as questões geradas pelo confronto com a adversidade: será que a pessoa “se iria fundar no seu espaço de conforto ou iria atravessar a paisagem com espinhos”?

A própria artista teve um processo de reconhecimento individual após terminar a licenciatura, optando por criar a sua própria marca, a “Stardust Journey”, fundada em 2016. Esta marca têxtil levou a artista a criar o seu próprio espaço e voz na indústria, e é sobre esse reencontro que as obras de Jovinia António falam.

3 Abr 2024

Óbito | Morreu bailarino japonês Ushio Amagatsu

O bailarino e coreógrafo japonês Ushio Amagatsu, conhecido por ter popularizado internacionalmente a dança moderna japonesa “butô”, à frente da companhia Sankai Juku, morreu aos 74 anos, noticiaram no domingo meios de comunicação social japoneses. Segundo os ‘media’, que citam fontes familiares, o artista morreu de insuficiência cardíaca na segunda-feira e teve um funeral privado.

Nascido Masakazu Ueshima, em Yokosuka (a sul de Tóquio), em 1949, o bailarino fundou a companhia Sankai Juku em 1975. Com a sua companhia, Amagatsu tornou-se uma das principais figuras da segunda geração de “butô”, a “dança das trevas” nascida no Japão do pós-guerra, quando o país tentava recuperar da sua derrota na Segunda Guerra Mundial após os bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasaki.

Com formação em dança clássica e contemporânea, Amagatsu foi director, coreógrafo, designer e bailarino da companhia e definiu o seu estilo como “um diálogo com a gravidade”. A Sankai Juku estabeleceu a sua base de operações no Théâtre de la Villa, em Paris, em 1982, e desde então tem percorrido o mundo, actuando em cerca de cinquenta países e apresentando novas produções de dois em dois anos.

Entre os prémios que recebeu ao longo da carreira contam-se a condecoração com a Ordem de Chevalier des Arts et des Lettres de França, em 1992, e o prémio britânico Laurence Olivier para a melhor produção de dança, em 2002, por “Hibiki”. No seu país natal, o Ministério da Educação, Cultura e Ciência atribuiu-lhe o Prémio de Promoção da Arte Geijutsu Sensho 2004 pelas suas contribuições notáveis para a dança contemporânea. Amagatsu continuou a trabalhar como coreógrafo e director de companhia depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro da hipofaringe em 2017.

2 Abr 2024

Festival de Curtas | “BUBBLE”, de Ellen Wong, ganha Prémio Macau

Chegou ao fim a primeira edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau, organizado pelo Instituto Cultural. Com direito a passadeira vermelha, as realizadoras Gunnur Martinsdóttir Schlüter e Ellen Wong, de Macau, levaram os prémios máximos para casa

 

A realizadora local Ellen Wong, que participou no primeiro Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau com o filme “BUBBLE”, sagrou-se a vencedora do Prémio Macau no festival que chegou ao fim na sexta-feira. Destaque ainda para a vitória de “FÁR”, realizado por Gunnur Martinsdóttir Schlüter, distinguido com o prémio de Melhor Curta-metragem.
Organizado pelo Instituto Cultural (IC) e patrocinado pela operadora de jogo Galaxy, a cerimónia de encerramento decorreu no recentemente inaugurado Centro Internacional de Convenções Galaxy.

“BUBBLE” integrava o grupo de dez curtas-metragens concorrentes ao Prémio Macau na categoria “Curtas de Macau”, com o objectivo de “reconhecer obras locais de curta-metragem excepcionais”. O filme foca-se na passagem para a vida adulta de Chi Ieng, uma menina que começa a namoriscar com o irmão de uma amiga. Chi Ieng estuda numa escola católica para meninas e, influenciada pela sua amiga Mei Ka, começa a tentar sair da sua zona de conforto da infância para a adolescência, mas acaba por se confrontar com situações que a levam ao desespero e constrangimento.

Ellen Wong é natural de Macau, mas estudou realização na Academia de Cinema de Pequim. Trabalhou em publicidade e esta não foi a sua estreia no mundo da curta-metragem, tendo já lançado para o mercado “Cards”, “One Day” e “Knock At The Door”, entre outros projectos.

Outro grande vencedor no festival foi “FÁR”, uma curta sobre pequenos momentos, como um pássaro bater na janela de um café e interromper o dia-a-dia dos clientes, momentos de descanso, ou uma mulher que se vê- obrigada a escolher entre ignorar a natureza ou reagir a ela.

Com nacionalidade islandesa e alemã, Gunnur Martinsdóttir Schlüter tem-se especializado, no seu trabalho como realizadora, em captar comportamentos e desejos humanos quotidianos. Nascida em Reykjavik, capital da Islândia, e com mais de dez anos de vida na Alemanha, formou-se em direcção teatral na Universidade de Música e Teatro de Hamburgo, continuando a estudar na Universidade de Artes da Islândia.

Filmes de todo o mundo

Um total de 26 curtas-metragens de todo o mundo competiram na secção de competição oficial “Novas Vozes do Horizonte” por quatro prémios. Destaque também para as vitórias de “Greylands”, de Charlotte Waltert e Alvaro Schoeck, que arrecadou o galardão da Melhor Contribuição Técnica. Este filme centra-se na vida difícil nas montanhas suíças, entre um dia de Outono e a primeira noite de Inverno, em que os caçadores se embrenham nas alturas para apanhar os melhores animais. Aí, os seus caminhos vão-se cruzando e também desvanecendo. “Manchas de névoa esbatem as fronteiras entre sonho, imaginação e realidade”, lê-se na sinopse do filme.

Na lista de trabalhos premiados incluem-se ainda “Bogotá Story”, de Esteban Pedrazza, premiado como Melhor Realizador. “The Miracle”, de Nienke Deutz, que ganhou o Prémio de Narrativa Inovadora, enquanto forma de reconhecimento “das contribuições dos jovens cineastas para a arte do cinema”.

O festival incluiu também uma variedade de eventos, além da exibição de filmes, como diversos workshops e conversas com realizadores. De Portugal viajou Bruno Carnide com a sua curta de 2023, “Memórias de uma Casa Vazia”.

O evento distinguiu ainda o trabalho do realizador japonês Shunji Iwai, tendo sido exibidas várias longas e curtas-metragens com a sua assinatura. Na sexta-feira, Iwai esteve em Macau para participar numa conversa com o público e partilhar o processo de produção de “Last Letter”, de 2018, que evoluiu de uma curta-metragem para uma longa-metragem.

Segundo o IC, a primeira edição deste festival “não só proporcionou uma plataforma para exibir o talento de novos cineastas internacionais, mas também fomentou mais oportunidades de troca e aprendizagem entre talentos locais do cinema”.

2 Abr 2024

Concertos no D. Pedro V prolongados até 5 de Maio

O Instituto Cultural (IC) decidiu continuar a promover a iniciativa “Noites de Fado”, com concertos de Francisco Moreira e Marta de Sousa, que se repetem no Teatro D. Pedro V entre amanhã, 29, e o dia 5 de Maio, com espectáculos agendados para todas as sextas-feiras, sábados e domingos. O IC aponta, em comunicado, que os concertos de “Noites de Fado” têm sido “calorosamente acolhidos pelo público e pelos turistas desde o seu lançamento no início de Março”, pretendendo-se, assim, “enriquecer ainda mais o cenário cultural e turístico de Macau e proporcionar uma experiência única do encanto do Fado a um público mais vasto”.

Francisco Moreira tem-se destacado em numerosos programas de televisão, casas de Fado e palcos prestigiados. Ao longo da sua carreira, lançou diversos álbuns e composições originais e teve a honra de partilhar o palco com vários mestres do Fado, conquistando o apreço de públicos de diferentes gerações. Por sua vez, Marta de Sousa, criada numa família de músicos e imbuída desde cedo pela influência do Fado, foi incentivada pelo pai a participar em concursos de canto, onde se distinguiu, conquistando vários prémios. Actualmente, é uma das vozes do elenco de uma das Casas de Fado em Lisboa, onde brinda regularmente o público com a sua música.

Comida e exposições

Além dos espectáculos propriamente ditos, o público poderá desfrutar de um beberete com comida e bebida portugueses, servido a partir das 18h na galeria do teatro, ao som de música ao vivo interpretada por músicos locais que tocarão piano eléctrico, guitarra portuguesa, guitarra clássica, violino, saxofone e clarinete.

Também na galeria do teatro estará patente uma exposição sobre a origem e evolução do Fado ao longo dos tempos, com a exibição de instrumentos, recortes de jornais antigos e outras peças pertinentes relacionadas com a história do Fado, “proporcionando aos visitantes um melhor conhecimento sobre o significado cultural e valor artístico do Fado, classificado pela UNESCO como Património Cultural Intangível da Humanidade”, aponta o IC. Os bilhetes para os concertos estão à venda desde ontem.

28 Mar 2024

Cantopop | Banda “Mirror” actua em Maio na Galaxy Arena

Os “Mirror”, famosa boys band de Hong Kong, prepara-se para dar dois concertos em Macau nos dias 17 e 18 de Maio, na recém-inaugurada Galaxy Arena. Integrados na tour mundial “Mirror Feel the Passion Concert Tour 2024”, os concertos marcam o regresso dos 12 rapazes aos palcos depois de uma paragem forçada devido a um acidente que marcou profundamente a banda e os fãs

 

Os fãs locais de cantopop, género musical muito popular, e em particular da boys band “Mirror”, de Hong Kong, já podem celebrar a vinda do grupo a Macau para dois concertos. Esta terça-feira, a organização dos eventos anunciou que os “Mirror” sobem ao palco da Galaxy Arena nos dias 17 e 18 de Maio, espectáculos integrados na tour mundial “Mirror Feel the Passion Concert Tour 2024”.

Recorde-se que a banda está desde Janeiro de regresso aos palcos, tendo protagonizado 16 concertos na AsiaWorld Expo, seguindo-se, depois de Macau, actuações em países como Singapura, Malásia, Reino Unido, EUA e Canadá. De frisar que os espectáculos na região vizinha tiveram lotação esgotada.

Esta tour marca o regresso do grupo depois de uma longa ausência de dois meses dos palcos devido a um acidente ocorrido em Julho de 2022 no Coliseu de Hong Kong. A queda de um grande ecrã, de uma altura de quatro metros, feriu dois bailarinos, um deles gravemente. O incidente chocou os fãs. Nos meses seguintes, os 12 integrantes dos “Mirror” optaram por se manter discretos, com os críticos de música a questionar se teriam capacidade para se recompor do ocorrido e voltar aos palcos em forma.

Em Maio do ano passado, voltaram a falar sobre o assunto. Segundo o jornal “The Star”, o bailarino com mais ferimentos, nomeadamente na zona da coluna, Mo Lee Kai Yin, está ainda em recuperação.

“2022 foi, de facto, um ano difícil para nós… e também para os residentes de Hong Kong. Para ser honesto, é muito difícil imaginar que algo desse género poderia acontecer”, disse Edan Lui, um dos integrantes do grupo. “Levámos mesmo muito tempo, e precisámos de muita ajuda, para ultrapassar a situação. Felizmente temo-nos uns aos outros (em termos de confiança), os nossos fãs e famílias (que) também nos deram muito apoio.”

Single em inglês

Composta por jovens com pouco mais de 30 anos, os “Mirror” lançaram, em Março do ano passado, o single em inglês “Rumours”, a fim de chegar a um novo público que não domina o chinês. Tratou-se da primeira vez que a famosa boys band gravou numa língua que é também oficial em Hong Kong.

Também ao “The Star”, Edan Lui esclareceu que o objectivo principal não é chegar a um mercado internacional, assumindo que a banda está ainda a dar os primeiros passos no estrelato.

“O objectivo de lançar ‘Rumours’ não significa que queiramos entrar no mercado norte-americano, ou que pretendemos tornarmo-nos mais internacionais. Não estamos ainda nesse nível. A razão pela qual lançamos um single em inglês prende-se com o facto de, tendo em conta que é uma língua que todos compreendem, teremos a oportunidade de públicos de diferentes regiões possam ouvir as nossas canções.”

Para Edan Lui, lançar “Rumours” pode mesmo constituir uma oportunidade para que esse público “aprenda mais sobre os ‘Mirror’ por causa desta canção”.

Carreiras a solo

É muito provável que “Rumours” possa integrar o alinhamento dos dois concertos de Maio, tal como todas as canções que o grupo tem vindo a gravar desde 2018, ano em que se formou a partir do programa de televisão “Good Night Show – King Maker”. A boys band é composta por Frankie Chan, Alton Wong, Lokman Yueng, Stanley Au, Anson Kong, Jer Lau, Ian Chan, Anson Lo, Jeremy Lee, Edan Lui, Keung To e Tiger Yau. O single de estreia, lançado a 3 de Novembro de 2018, intitula-se “In a Second”.

Apesar do hiato causado pelo acidente, e de continuarem juntos nos “Mirror”, os membros da banda têm abraçado outros projectos musicais e artísticos, gravando músicas a solo, apresentando programas e espectáculos e até enveredado pela vida de actor, como foi o caso de Edan Lui e Anson Lo, escreveu o “The Star”.

Depois da queda do ecrã, o grupo lançou o single “We All Are” em Outubro de 2022, sendo que nesse mesmo ano venceu o prémio “Best Group Gold Award”, pela primeira vez, no concurso “Ultimate Song Chart Awards Presentation”. Os “Mirror” venceram também, pela segunda vez, o prémio “My Favourite Group”.

28 Mar 2024