Andreia Sofia Silva EventosIN SITU | Seis instalações para pensar o uso de espaços públicos Chama-se “IN SITU Placemaking Biennale” e, até domingo, traz diversas perspectivas de utilização de espaços públicos em Macau, em locais como o Pátio da Claridade ou a Praça Ponte e Horta. A iniciativa do CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo apresenta, a partir de hoje, workshops e seis instalações: “Letters to Macau”, “UnPlan”, “Multi-Place”, “Resonatorium”, “Furniture Where Life Begins” e “Where Time Crystalizes” Num território exíguo como Macau, onde turistas e a população local deambula entre a história e o fulgor diário, nem sempre é possível imaginar outras utilizações do espaço público e comum a todos. Mas é precisamente isso que propõe o CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo, com uma nova bienal. A “IN SITU Placemaking Biennale” decorre entre hoje e domingo, trazendo seis instalações desenvolvidas por arquitectos ou artistas locais, bem como workshops que visam a conexão do público com estes projectos. O programa é variado, mas as seis instalações centram-se na zona mais antiga da península de Macau. Depois de um período de submissão de projectos, não apenas de Macau, mas do estrangeiro, a curadoria da IN SITU decidiu-se por “Letters to Macau”, apresentado na Travessa do Aterro; “UnPlan”, no Largo de Santo Agostinho; “Multi-Place”, que pode ser visto no Largo do Lilau; “Resonatorium”, perto da praça Ponte e Horta; “Furniture Where Life Begins”, no Largo do Aquino; e “Where Time Crystalizes”, no antigo Pátio da Claridade. O que esta bienal propõe é explorar o conceito de “placemaking”, ou seja, o debate em torno das várias opções para planear e gerir espaços públicos. Segundo uma nota do CURB, trata-se de um “projecto pioneiro” que não é “apenas um festival”, mas sim “uma conversa que envolve toda a cidade”. O “placemaking” não é mais do que uma teoria em torno das ideias de melhoria da gestão do espaço público com uma abordagem multifacetada, em que a ideia é que todos se sentam e discutem o que é melhor para determinado lugar ou o que poderia ser feito face a uma realidade menos boa. Durante este fim-de-semana, o IN SITU pretende que “as ruas e praças icónicas de Macau se transformem numa tela viva para o design, diálogo e imaginação colectiva”, com as seis instalações que “irão ligar e activar espaços públicos icónicos”, transformando-os em “espaços para reunir, reflectir e interagir”. Projectos locais e não só A bienal foi oficialmente inaugurada ontem, mas só hoje abre portas com diversas actividades. As sessões arrancam às 10h30 com “Where Time Crystalizes”, no Pátio da Claridade, seguindo-se, a partir das 11h, uma actividade de “placemaking”, no mesmo local, intitulada “Time Crystal Lab”. No caso desta instalação, é desenvolvida por uma equipa local, oriunda do programa de mestrado em Design de Comunicação da Faculdade de Humanidades e Artes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Trata-se de um grupo composto por Lei Mei Ian, Wang Shumeng, Jiang Xintong e Xu Huiyao. “Where Time Crystalizes” é uma instalação “composta por nove formas cristalinas espelhadas e um tapete ondulante que evoca um rio de tempo”, sendo que cada cristal contém fotografias, fragmentos de vídeo e objectos do quotidiano, recolhidos na documentação da autoria de Jason Lei sobre o bairro, ainda antes da saída dos moradores. Além disso, nesta instalação, as partes exteriores “reflectem a rua actual e os transeuntes, enquanto os interiores encerrados convidam os espectadores a espreitar vestígios do passado”. Pretende-se, com esta obra, conduzir “os espectadores a sentir o fluxo do espaço e a sedimentação da memória”, promovendo “a reflexão sobre a transformação do Pátio da Claridade, de comunidade habitada a espaço vazio, reconsiderando a relação entre pessoas, lugar e tempo”. Hoje à tarde, a partir das 15h30, apresenta-se “Multi-Place”, no Largo do Lilau, da autoria de Yik Sze Wong, de Hong Kong. Esta instalação apresenta-se como “uma experiência espacial em resposta à mudança urbana”. “Como podemos questionar e renovar os modelos estabelecidos dos espaços públicos? E como podemos incentivar o público a participar mais activamente na construção e na prática desses espaços? Durante muito tempo, o planeamento e a distribuição dos espaços públicos foram predominantemente conduzidos por designers. No entanto, as cidades são organismos dinâmicos e em constante evolução”, descreve a organização da bienal. Com “Multi-Place” propõe-se “explorar como os espaços públicos podem responder de forma eficaz às mudanças dinâmicas nas actividades urbanas e nas necessidades da sua utilização”, sendo que a instalação pretende servir “como um terreno experimental para explorar novas formas de espaços públicos, procurando utilizar modelos espaciais flexíveis para estimular a interação comunitária”. Explorar o centro histórico Amanhã, o dia da bienal começa também às 10h30, mas desta vez com a apresentação de “Resonatorium”, no Porto Interior, instalação da autoria de Lau Josephn On King e Lawrence Liu. Tratando-se de uma equipa local, mas com ligações a Hong Kong, em “Resonatorium” a dupla resolveu inspirar-se “nos ecos e reverberações no interior das igrejas, bem como na imagem histórica da capela de madeira que outrora se erguia no local da Igreja de São Lourenço”. Trata-se, assim, de uma obra que “constrói uma ressonância pertencente exclusivamente ao passado e ao presente do sítio”, sendo composta por módulos sonoros em madeira, “formando um espaço arquitectónico semi-aberto, no qual a própria estrutura se torna um corpo ressonante”. As sonoridades e a estrutura acarretam simbolismos ligados à Igreja de São Lourenço, o cais do Porto Interior, o bairro do Largo de Santo Agostinho, a Avenida de Almeida Ribeiro, sem esquecer “o futuro de Macau”. A tarde de sábado fica reservada para uma instalação oriunda de Portugal, “UnPlan”, do atelier FAHR 021.3, criado por Filipa Frois Almeida e Hugo Reis. A partir das 15h30 pode ser visitada esta instalação temporária “concebida para oferecer uma nova perspectiva sobre o espaço público”, estando inserida “num tecido urbano denso, marcado pela circulação, vigilância e rotina”. Desta forma, é uma “peça que introduz um momento de pausa, como um objecto simultaneamente familiar e estranhamente deslocado”, em que “em vez de prescrever comportamentos, propõe uma superfície aberta que convida a novas formas de planear, ocupar e imaginar”. Domingo, é dia de explorar “Letters to Macau”, um projecto internacional da Chaal Chaal Agency (CCA), um colectivo de design e investigação fundado pelos arquitectos e investigadores Kruti Shah, da India, e Sebastián Trujillo-Torres, de Espanha. Aqui pretende-se reinterpretar “o marco de correio tradicional da cidade como um dispositivo urbano de reflexão, correspondência e imaginação cívica”. Descreve a organização da bienal que “Letters to Macau” inspira-se “no vocabulário espacial estratificado de Macau, com portas lunares, pátios, becos e passagens de jardim, para criar uma estrutura simultaneamente familiar e reinventada”. Desta forma, “os visitantes são convidados a escrever cartas dirigidas à cidade, partilhando memórias, desejos ou propostas de renovação”, sendo que “cada carta é depositada na estrutura, acumulando-se ao longo da Bienal e transformando gradualmente a instalação num arquivo cívico colectivo”. Esta instalação foi construída a partir de dez painéis de contraplacado cortados por CNC, sendo a estrutura fabricada através de métodos simples e reversíveis, como o encaixe, a fixação e o empilhamento, que permitem uma montagem, desmontagem e reutilização rápidas. “Os seus planos interligados geram diferentes graus de abertura e de encerramento, enquadrando vistas longitudinais e transversais em resposta à verticalidade estreita do tecido urbano do Porto Interior”, descreve-se ainda. Além das seis instalações centrais, esta bienal traz diversos eventos complementares. Hoje à tarde, entre as 16h e as 17h, decorre, na Ponte 9, o “Pressed Echoes of the Inner Harbour – Urban Flora Workshop”, sendo que entre as 18h e as 19h acontece, na praça Ponte e Horta, o “AAFK x Resonatorium Sound & Paint”. Amanhã, entre as 16h e as 17h, é tempo de acontecer o “Three Lamps of Inclusion: Culture Experience and Dialogue Workshop”, no Largo de Santo Agostinho, seguindo-se o evento “The City Breathes”, no Largo do Lilau. À noite, entre as 20h30 e as 21h20, é tempo de música e meditação com uma performance dos NÁV, no Largo de Santo Agostinho. No domingo, tem lugar uma actividade de “placemaking” entre as 11h e as 12h no Largo do Aquino, intitulada “Love Me? Destroy Me!”, seguindo-se uma leitura colectiva em torno da instalação “Letters to Macau” entre as 16h e as 17h, na Travessa do Aterro Novo. A bienal termina com a actividade, entre as 18h e as 18h30, intitulada “Furniture Adoption”, no Largo do Aquino. O programa inclui ainda diversas visitas guiadas.
Hoje Macau EventosGonçalo Lobo Pinheiro apresenta último volume do livro “O que foi, não volta a ser…” O fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro apresenta, no próximo dia 16 de Dezembro, a partir das 18h30, o segundo e último volume do projecto “O que foi, não volta a ser…”. O evento decorre na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC). O lançamento do livro será acompanhado por uma exposição com 20 imagens, que fica patente até ao dia 10 de Janeiro do próximo ano. Segundo um comunicado divulgado pelo próprio fotojornalista, antigo editor do HM, “o segundo volume deste livro continua a ser um encontro entre o passado e o presente”, destacando-se que “a ideia [por detrás do projecto] não é pioneira no mundo, mas acaba por ser em Macau”. “Tal como no primeiro livro, durante pouco mais de um ano fui recolhendo imagens antigas do território, a preto e branco ou sépia, com diferentes formatos. Adquiri em leilões, na Internet, a particulares, em lojas e até em Portugal. Algumas imagens também me foram emprestadas”, referiu o autor, acrescentando que nesta última edição, há uma fotografia captada no século XIX, no Cemitério Protestante. “Macau mudou muito nos últimos anos. As fotografias antigas atestam isso. E agora, o que fazer com elas? Se, por um lado, ainda é possível recriar alguns cenários, por outro lado, é impossível obter pontos de contactos noutras fotografias, porque simplesmente as coisas já não existem no território. É um trabalho difícil. Tudo mudou. Por isso, na grande maioria dos casos, o que foi não volta a ser…”, notou ainda. “Cidade de encontros” Com um prefácio escrito pelo escritor e professor português Henrique Levy, que foi residente em Macau nos anos de 1980, o livro, com design de Carlos Canhita e chancela da Ipsis Verbis, contém 40 fotografias, distribuídas em 80 páginas. “O que foi não volta a ser mostra-nos Macau como uma cidade de encontros, de fusões culturais e de convivência entre mundos que se entrelaçam. Aqui, a herança portuguesa coabita com a tradição chinesa e com múltiplas influências asiáticas”, destaca Gonçalo Lobo Pinheiro. O autor deste projecto acrescenta também que “o território, por força das suas gentes, e mais do que pela arquitectura, torna-se palco de gestos humanos, moldura de histórias diárias, testemunho silencioso das interações que definem a cidade”, sendo que espaços como “igrejas, templos ancestrais, arcos de pedra e praças revelam-se como arenas poéticas onde o humano se ilumina na sua dimensão ética e estética”. O livro custa 250 patacas, podendo ser adquirido em algumas das livrarias de Macau ou online, através do site do autor em www.goncalolobopinheiro.com. No mesmo dia, será lançada a linha de tábuas de skate com a chancela da Exit Macau, dedicada ao primeiro volume deste projecto, destacando as Ruínas de São Paulo, o Largo do Senado e o Templo de A-Má, com um exemplar de cada tábua exposta na galeria da Fundação Rui Cunha.
Andreia Sofia Silva EventosAlbergue SCM | Trabalhos de Zhang Lanpo, um dos maiores fotógrafos da China, em exposição “Above the Abyss” [Acima do Abismo] apresenta em Macau o trabalho fotográfico de Zhang Lanpo, tido como um dos maiores fotógrafos da actualidade na China. A abertura ao público deu-se ontem, no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau, e as imagens podem ser vistas até Fevereiro do ano que vem. Mas nem só de imagens captadas se faz esta exposição, que inclui também trabalhos de pintura A programação cultural do Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM) inclui nova exposição a semanas de o ano de 2025 chegar ao fim. Trata-se de “Above the Abyss – Exposição Individual de Zhang Lanpo”, considerado um dos maiores fotógrafos da China, apesar desta exposição trazer também obras de pintura. A inauguração decorreu ontem, podendo esta mostra ser vista na Galeria A2 do Albergue SCM até 15 de Fevereiro. Trata-se de um projecto que visa celebrar os 26 anos de criação da RAEM, e também da transferência de administração portuguesa de Macau para a China. Zhang Lanpo nasceu em Lanzhou, possui um mestrado em Belas-Artes pela Academia de Belas-Artes de Guangzhou e reside em Zhaoqing, Guangdong. O comunicado do Albergue SCM destaca que este é “reconhecido entre os 20 melhores fotógrafos contemporâneos emergentes da China”, sendo também “considerado uma das figuras mais representativas no campo da fotografia conceptual chinesa”. “A sua prática distingue-se pela sua profunda profundidade intelectual e pela sua ampla investigação sobre os limites da existência e da consciência humanas. Indo além da estética pura, as obras de Zhang envolvem-se em discursos críticos e filosóficos que as posicionam no centro do debate sobre a arte contemporânea chinesa”, lê-se ainda. Os temas do seu trabalho fotográfico centram-se na morte, mas sempre “com o objectivo de reconstruir uma visão da vida”. No Albergue SCM, podem ver-se 16 trabalhos de Zhang, pintura e fotografia, apresentando “uma linguagem visual única”, em que “o artista conduz o público numa viagem flutuando acima do abismo”. “A obra não é meramente uma apresentação visual, mas uma reflexão profunda sobre a história, a memória e a humanidade, reexaminando criticamente a realidade percebida pelo público”, descreve-se. Vida Vs Morte A carreira de Zhang Lanpo já vai longa e foram muitos os espaços museológicos onde expôs, nomeadamente no Museu Internacional de Design da China, o Museu YOUART de Suzhou, o Museu de Arte Times de Chengdu ou ainda o Museu de Arte de Guangdong. Numa nota biográfica sobre o artista e fotógrafo, refere-se que em cada peça de grande escala, tendo em conta que alguns projectos podem demorar até oito meses a ficar concluídos, Zhang “incorpora um trabalho meticuloso e camadas intricadas de metáforas e detalhes visuais”. Ainda sobre as temáticas do seu trabalho, a morte e a vida, é referido que “num mundo de vida eterna, que é muito mais distante e extenso do que o mundo da vida, ele enfrenta uma escolha difícil ao reexplorar as profundezas da natureza humana”. No seu trabalho, observa-se “a história contraditória da funcionalidade e do excesso, do crime e da punição, da humanidade e da divindade, do pensamento e do julgamento, da ocultação e da revelação”, sendo “esta série de contradições que o leva a continuar a reflectir e a descobrir este tema”.
Hoje Macau Eventos“Iluminar Macau 2025” conta com obra de Emanuel Barbosa Arrancou no último fim-de-semana mais uma edição do evento “Iluminar Macau”, que decorre até ao dia 11 de Janeiro e que apresenta diversas instalações de luz em três zonas diferentes do território, nomeadamente junto ao lago Nam Van, na Zona Norte e na Zona de Aterros do Porto Exterior (ZAPE). O “Iluminar Macau 2025” tem como tema “Paisagem em Luz – Horizonte”, existindo um total de 28 grupos de instalações, com com equipamentos criados por equipas de Macau, do Interior da China, de Portugal, da Coreia, da Austrália e dos EUA. Um dos artistas participantes é o português Emanuel Barbosa, que criou a obra “Ark of Light” (‘Arca de Luz’), em forma de navio, e que está instalada no Centro Náutico do Lago Nam Van. De acordo com uma apresentação da Direcção dos Serviços de Turismo, a obra “transporta o espírito de diversas culturas” e integra quatro velas que, “como pergaminhos desdobrados do espaço e do tempo, projetam palavras” de várias línguas. Emanuel Barbosa é professor e coordenador internacional da ESAD — Escola Superior de Artes e Design e membro da direção da Associação Cultural Portuguesa (ACPT). Fachadas iluminadas No “Iluminar Macau 2025” pode ainda ver-se a fachada do Museu do Grande Prémio transformada em “palco do tempo”. Trata-se do espectáculo de videomapping, a três dimensões, intitulado “Macao Odissey: The Story Unfolds”, e que se apresenta diariamente entre as 18h e as 22h, com a duração de seis minutos, e exibições a cada 15 minutos. Além disso, todas as sextas-feiras, sábados, domingos, e dias de festividades, em que se realiza o evento, na zona do Porto Exterior, junto ao Museu do Grande Prémio de Macau, e ruas de Luíz Gonzaga Gomes, Xiamen e Nagasaki, decorrem 20 actividades festivas, cujo tema é o café e a gastronomia típica de Macau. Haverá diversos workshops agendados e concursos. Na zona do ZAPE, decorre ainda a iniciativa “ZAPE – Fantasia de Natal”, entre a Rua de Cantão e a Rua de Pequim. Neste mês, acontece também outro evento, a “Luminescent Night at Travessa do Armazém Velho 2025”, junto à Rua dos Ervanários, Rua da Nossa Senhora do Amparo, Rua da Tercena e Beco de Chôn Sau. O público pode ainda desfrutar do “Nothern Winter Market”, na Praça dos Lótus do Bairro da Ilha Verde.
Andreia Sofia Silva EventosCasa de Vidro | Bruno Gaspar apresenta “Macau, um Encontro de Culturas” Um “encontro de culturas”, ou da arte com a literatura portuguesa, é o que Bruno Gaspar, artista português, apresenta até ao final do mês na Casa de Vidro do Tap Seac. “Macau, um Encontro de Culturas” é um projecto acolhido pela Casa de Portugal em Macau que revela pinturas sobre escritores portugueses A literatura portuguesa é pródiga em grandes obras e escritores e muitos deles passaram por Macau ou tiveram uma ligação muito forte com o território. Foi a pensar nessa dimensão literária que o artista português Bruno Gaspar desenvolveu um projecto, a convite da Casa de Portugal em Macau (CPM), que contou com o apoio da Fundação Macau. “Macau, um Encontro de Culturas” traz pinturas sobre escritores portugueses à Casa de Vidro do Tap Seac, uma mostra que pode ser visitada, de forma gratuita, até ao final do mês. Ao HM, Bruno Gaspar confessou que retratar os autores das maiores obras em língua portuguesa não é um tema novo no seu trabalho. “Há muitos anos que uso a literatura como ponto de partida para criar. Curiosamente, trouxe também desenhos que tinha feito em Macau, quando vivi cá entre 2016 e 2018, sobre a ‘Clepsidra’ de Camilo Pessanha, mas que acabaram por não ser expostos nesta exposição.” Na Casa de Vidro, podem ver-se trabalhos mais recentes, “que têm a ver com uma série inspirada na literatura lusófona”. “Alguns desses trabalhos retratam escritores que depois são envolvidos pelo ritmo das suas palavras, pintadas por mim”, descreveu. Depois, há outra série de trabalhos “que é o seguimento desses retratos”, onde Bruno Gaspar diz ter “mergulhado na linguagem pictórica tendencialmente abstracta”, dando “primazia ao instinto artístico, como se o pincel fosse seduzido pela beleza de cada poema”. O público pode, portanto, ver imagens de Camilo Pessanha ou do macaense Henrique de Senna Fernandes, numa selecção de nomes “bastante pessoal”. “Era importante que sentisse algo por cada escritor. Em relação a Macau, fiz questão de investigar a obra de cada um deles para depois transportá-los para o papel.” Entre Herberto e Pessanha Bruno Gaspar confessa que o autor que mais gostou de retratar foi Camilo Pessanha, expoente máximo do simbolismo português, e que morreu em Macau em 1926, depois de muitos anos a trabalhar como jurista e docente. Essa primazia deve-se “ao facto de ser a primeira pintura” de uma das séries. “Como as obras estão encadeadas, não posso deixar de referir o retrato de Deolinda da Conceição, pela vibração das cores, e de Henrique Senna Fernandes, pelo sorriso bondoso que consegui registar.” Na qualidade de leitor ou admirador, Bruno Gaspar também destaca Camilo Pessanha e o poeta Herberto Hélder. “Em cada poema surgem múltiplos caminhos para criar. A carga simbólica de ambos é perfeita para divagar com as cores e até mesmo em escultura. Criei várias esculturas sobre alguns poemas de Camilo Pessanha, mas não vieram até Macau pelo facto de a logística ser mais complicada para as transportar.” Bruno Gaspar confessa ter gostado “bastante de contactar com a comunidade portuguesa de Macau”, tendo encontrado “pessoas muito interessadas” no seu trabalho. “A exposição tem sido bem acolhida”, refere, destacando o trabalho que se vai fazendo na promoção da literatura portuguesa no território. “Nunca devemos achar que está tudo feito. Pelo que percebi, há gente muito empenhada na divulgação da literatura portuguesa. No meu caso, orientei dois workshops na CPM e a sala estava cheia de participantes muito interessados. Também tenho visitas guiadas à exposição, agendadas por escolas de Macau, e por isso os sinais são muito positivos.” Porém, o artista ressalva que é necessário “continuar a tentar aproximas as duas línguas, Portugal com a China”. “Se queremos que conheçam a nossa literatura, também devemos conhecer a literatura chinesa”, rematou. Bruno Gaspar nasceu em França, na cidade de Paris, em 1979, crescendo depois na aldeia de Torrinhas, já em Portugal. Licenciou-se em História da Arte na Universidade Nova de Lisboa. Formou-se em Cinema de Animação na Fundação Calouste Gulbenkian e desde os 15 anos que participa em diversos projectos artísticos nas áreas do cinema de animação, fotografia, design, publicidade e marketing, escultura, ilustração, murais e artes plásticas. Bruno Gaspar trabalhou como ilustrador e cronista de viagens na imprensa portuguesa, tendo sido por diversas vezes finalista do Prémio Stuart Carvalhais, organizado pelo El Corte Inglés. Venceu o Prémio Maria Alberta Menéres em 2011. Em 2017, conquistou o segundo prémio de Artes Plásticas, no concurso a propósito do 25 de Abril de 1974, organizado pela CPM. É ainda director do cinANTROP (Festival Internacional de Cinema Etnográfico de Portugal) e fundador dos projectos artístico-solidários, como “Olhares sem Abrigo/Homeless Heys”, “Bibliotecas com Vida” e “Natal numa Caixa de Sapatos”. Conta com várias exposições nacionais e internacionais e tem obras presentes em colecções públicas e privadas.
Hoje Macau EventosJoão Morgado nomeado para o “Dublin Literary Award 2026” O escritor português João Morgado foi nomeado para o “Dublin Literary Award 2026”, uma das mais importantes distinções literárias internacionais, pela edição inglesa do romance biográfico centrado na figura de Vasco da Gama “Dust In The Gale – The Turbulent Life of Vasco da Gama”, editado nos EUA. Esta é a tradução de “Índias”, o romance sobre a vida do navegador português que descobriu o Caminho Marítimo para a Índia em 1498. Citado por uma nota oficial, João Morgado disse que esta primeira nomeação internacional para este livro representa “não apenas o reconhecimento de um projecto literário, mas também a projecção internacional da história e cultura portuguesas”, acrescentando que “é uma honra extraordinária ver o meu trabalho sobre Vasco da Gama atravessar oceanos, tal como o próprio navegador o fez há mais de cinco séculos”. Rico prémio Com uma carreira literária consolidada, Morgado soma já nove prémios literários nacionais, incluindo o Prémio Literário Santos Stockler 2024, o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca 2020 e o Prémio Literário Ferreira de Castro 2019. Várias das suas obras já foram traduzidas para inglês, russo, sérvio, indonésio e chinês. O vencedor do 31.º Dublin Literary Award, patrocinado pelo Dublin City Council, é o prémio literário mais valioso do mundo para obras de ficção individual, com um valor de 100 mil euros, sendo anunciado a 21 de Maio de 2026 no âmbito do International Literature Festival Dublin (ILFD). Doutorando em Comunicação na Universidade da Beira Interior e mestre em Estudos Europeus e Direitos Humanos, o autor é membro do Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão e integra o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, tendo também já recebido a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cívico e Cultural pela investigação sobre Pedro Álvares Cabral. Autodenominando-se um “autor plural”, Morgado transita entre géneros como romance histórico, poesia, teatro e conto, tendo participado em diversos festivais literários na Europa, Brasil e Indonésia.
Andreia Sofia Silva EventosTaipa Art Village | Exposição de Elizabeth Briel encerra programação do ano Com “Waves of Influence” [Ondas de Influência], mostra que apresenta trabalhos de Elizabeth Briel, a Associação Cultural da Vila da Taipa encerra a programação para este ano. Trata-se de uma instalação artística feita com materiais como ganga e t-shirts transformados em azulejos com características locais. Para ver até Fevereiro Numa altura em que a RAEM se prepara para celebrar mais um aniversário de existência, a 20 de Dezembro, a Associação Cultural da Vila da Taipa apresenta, até Fevereiro, uma exposição relacionada com os conceitos de transição, cultura local e identidades que por aqui permanecem desde 1999 ou que sempre fizeram parte do território. “Waves of Influence” [Ondas de Influência], da artista Elizabeth Briel, que trabalha essencialmente com pintura, instalação e gravura, resolveu pegar em materiais recicláveis, como ganga e pedaços de t-shirts, transformando-os “numa parede fluída de azulejos azuis e brancos macaenses”. São como “imagens usadas para definir um lugar em transição”, questionando-se quais as “correntes culturais que estão por detrás da transmissão de ideias que revitalizam as artes de uma era”. Segundo uma nota da própria artista sobre esta mostra, “Ondas de Influência” teve origem “em horas de trabalho na mesa de estúdio em Macau e ao redor dela, incrustada com porcelana chinesa azul e branca pintada à mão, criada para o mercado de exportação e trazida pelos americanos para Hong Kong”. “Tracei os desenhos intrincados da porcelana, lembrando-me dos azulejos portugueses de cobalto nos espaços públicos de Macau e das formas como esta forma de arte ligava culturas díspares da China ao Ocidente. Estes azuis eram a arte dos impérios, que, tal como o papel e a ganga, foram transportados através de continentes e séculos através da migração e do comércio, do poder e do conflito, transformados por pessoas de todos os níveis da sociedade à medida que incorporavam estes objectos nas suas vidas.” A artista confessa ter-se interessado, ao longo deste processo criativo, pelas “transmissões culturais entre os impérios chineses, os califados mediterrânicos e as potências da união ibérica que catalisaram as artes do papel e da porcelana azul e branca durante o último milénio”. Olhos nos azulejos No território, Elizabeth Briel examinou azulejos com motivos portugueses colocados pela cidade, “azulejos do século XX que retratavam temas históricos do Mar da China Meridional; e outros recentemente pintados em ‘trompe l’oeil’ directamente nas paredes de estuque”. “Enquanto experimentava maneiras de traduzir azulejos em papel denim feito a partir do ‘uniforme americano’ global de calças de ganga azuis, examinei as pinceladas individuais dos azulejos para entender as decisões que os pintores haviam tomado. Embora as pinturas de cobalto possam assemelhar-se a aguarelas, os esmaltes são frequentemente mais calcários e mais difíceis de manusear, e era evidente que os pintores tinham concebido soluções alternativas ao recriar esboços e outras imagens nos azulejos.” Além disso, descreve a artista, a fim de “compreender melhor as mãos e as mentes que os criaram”, Elizabeth foi até Portugal e China “para experimentar as sensações de pintar e imprimir esmaltes directamente do pincel, os toques, os aromas e os sons do processo, o rigor implacável dos esmaltes metálicos e a potencial destruição inerente à queima a 1300 °C.” Todo este projecto nasceu “do fascínio pela materialidade dos impérios”, transformando-se “numa forma de traçar uma viagem pessoal do Ocidente à Ásia e de volta, gravando papéis com baús de madeira esculpidos de Guangdong usados para transportar uma vida através dos mares, plantas como dispositivos retóricos usados para descrever os imigrantes como espécies invasoras, detalhes arquitectónicos da vida num continente transpostos para outro”. Outras séries Em “Ondas de Influência” apresentam-se também trabalhos da artista de uma série anterior, intitulada “Impressions: What Lies Beneath Paris & Hong Kong”, tratando-se de um “projecto da Grande Baía desenvolvido num centro de arte em papel” em Guangzhou. Elizabeth sempre tentou fazer papel com outros materiais, nomeadamente linho ou algodão, tentando depois “criar instalações modulares em grande escala” com essa base. “O seu trabalho começa com materiais imbuídos de significado, como papel batido por tufões ou feito de uniformes militares e tintas de osso e chumbo.” A artista nasceu na Califórnia e foi criada em Minneapolis, tendo-se formado em Belas Artes e especializado em pintura na Universidade de Minnesota. Viveu em cidades como Nova Iorque e Boston, deixando os EUA em 2003. Residiu na Ásia por 20 anos.
Andreia Sofia Silva EventosAMAGAO | “Meet You There” apresenta obras de Alexandre Marreiros e Nyoman Suarnata O arquitecto e artista Alexandre Marreiros está de volta às exposições, mas desta vez não vem sozinho. Em “Meet You There”, inaugurada hoje na galeria AMAGAO, Marreiros junta-se ao amigo Nyoman Suarnata para uma mostra que espelha “territórios de percepção ajustável”, com conceitos moldados pela “colaboração, diálogo e imaginação” A galeria AMAGAO, um projecto de Lina Ramadas e Vítor Hugo Marreiros, acolhe hoje uma nova exposição. “Meet You There” começa a receber os primeiros visitantes a partir das 18h30, contando com obras de dois artistas que resolveram juntar-se: Alexandre Marreiros, que habitualmente deambula entre as artes e a arquitectura, e Nyoman Suarnata. No texto curatorial sobre esta exposição, lê-se que “Meet You There” não é apenas “um ponto no mapa”, mas sim “um território conceptual moldado pela colaboração, diálogo e imaginação”, onde os dois artistas “transformam tela e papel num espaço partilhado onde a percepção é fluida e a narrativa pulsa como um organismo vivo”. Este “encontro criativo” traz um novo “lugar onde a linguagem visual se converte em instrumento de investigação”, existindo obras com “composições sobrepostas, símbolos fragmentados e perspectivas em constante deslocamento”, onde “os artistas constroem um território que resiste ao significado fixo”. E que elementos habitam neste novo território cheio de conceitos e concepções? “Inquietações sociais, pessoais e ambientais”, que depois “se metamorfoseiam em personagens, símbolos e até super-heróis”. “Não são figuras que salvam, mas que revelam. São encarnações de urgência, empatia e resistência, desafiando o espectador a refletir: o que significa cuidar? Imaginar? Agir?”, questiona-se no mesmo texto. Nesta exposição faz-se o convite “para participar num espaço onde a arte não é estática, mas geradora; onde o diálogo não é linear, mas estratificado; e onde a imaginação é forma de engajamento e participação”. Trabalho de atelier Em declarações ao HM sobre a mostra, Alexandre Marreiros fala de uma exposição criada por dois amigos, sendo que grande parte do trabalho foi realizado em Macau, a quatro mãos, numa colaboração permanente. Tal deveu-se às “várias viagens que Nyoman fez até Macau, nomeadamente ao meu atelier, onde ele estava livre de escolher qualquer obra minha”. “Houve sempre uma construção interessante, um processo longo, primeiro para o Nyoman se libertar e escolher uma obra minha sem limitações. Depois de um dia de trabalho respondia às intervenções dele. Ao princípio foi uma coisa curiosa, porque ele tinha um grande respeito e quase não tocava nas partes que já tinha pintado e eu também não tocava nas coisas dele, mas sentimos que estava a haver uma espécie de limite, coisa que não queríamos. Houve um exercício muito interessante de libertação, em que abri as portas do meu atelier, dei-lhe as obras que tinha para ele poder escolher e intervir nelas, e depois eu respondia.” Assim, surgiram 34 obras em cerca de dois anos de trabalho conjunto, em que as valências artísticas de ambos se tocaram. “Se olharmos para trás, vemos que tenho sempre um recurso gráfico e também da palavra nos meus trabalhos. O Nyoman também tem esse registo, algo se calhar mais manuscrito, e eu tinha com outras técnicas, fosse a serigrafia, a litografia ou o desenho, recorria muito a elas para transportar a palavra para os meus trabalhos.” Alexandre Marreiros assume que “de algum modo, existe sempre uma personagem” nas suas obras, nomeadamente “poetas e filósofos”, mais concretamente “há sempre uma personagem predominante no meu trabalho, que é Luís de Camões”; enquanto Nyoman “tem um universo de personagens que se podem assimilar, ou não, de maneira crítica, ou que se podem considerar super-heróis ou um ser humano com poderes sobrenaturais”. “Meet You There” é, assim, resultado de uma colaboração permanente, em que um artista trabalhava nas obras do outro na sua ausência, em que eram “poucas as oportunidades, talvez 10 ou 20 por cento, em que podíamos estar os dois a participar directamente no trabalho”. “É algo que se sente no trabalho, que é honesto, no sentido em que há um universo de comunhão, universalidade e confiança, de duas pessoas muito diferentes que se encontram, respeitam e admiram”, disse Marreiros. Temas contemporâneos Nestes trabalhos há sátira “do momento em que vivemos”, nomeadamente “numa série de trabalhos, os primeiros, e que são muito a representação daquilo que Nyoman vê em Macau”. Há depois outra série “com os super-heróis dele e os meus, que são sempre os escritores, filósofos e seres humanos que, de alguma maneira, deixaram a sua marca nesta passagem que é a vida”. Existem também outros trabalhos “um bocadinho mais ligados a Macau, nomeadamente ao universo dos casinos”. “Participo de forma activa e directamente nesta identidade e indústria de Macau e, portanto, é natural que esse universo surja nos meus trabalhos e haja intervenções e reinterpretações do Nyoman.” Macau foi sempre, para os dois artistas, “um ponto de encontro e de trabalho”, sendo este projecto “uma libertação” para Alexandre Marreiros, no sentido em que abriu a porta do seu atelier às intervenções de Nyoman. Trata-se “de uma exposição que fala da globalização, de relações de confiança, das diferenças culturais, artísticas e intelectuais que podem conviver no mesmo território”. Há mensagens de sátira “que revelam algumas preocupações dos dois artistas no contexto em que vivem e no contexto em que se inserem globalmente”. “Meet You There” é, para Alexandre Marreiros, “uma exposição do nosso tempo e contexto, e reveladora de que as diferenças podem coexistir e criar diálogos e narrativas bonitas, também elas diferentes”.
Andreia Sofia Silva EventosFestival de curtas e animações para ver no Capitólio Está a decorrer, desde terça-feira, mais uma edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau (Macau International Short Film Festival), promovido pela Creative Macau. As sessões decorrem diariamente no Teatro Capitólio, no centro de Macau, sendo que os prémios para os melhores filmes, em diversas categorias, serão entregues no dia 12 deste mês. A partir das 20h30, dessa quarta-feira, serão conhecidas películas vencedoras para “Melhor Filme do Festival”, “Melhor Ficção”, “Melhor Documentário” e “Melhor Animação”. As sessões de hoje começam às 17h e contam com filmes de animação, nomeadamente “Tape”, de Wing Ki Hui; “Fox Box”, de Ao Ka Meng e Wu Hua Lin, de Macau; e “GARU Y PONKI”, de Cristhian Jallier, da Colômbia. De Macau é exibido também o filme “Granny Pirate3: Typhoon Again”, de Vitty Ho. Neste filme, uma avó pirata luta contra um tufão para invadir o mercado, mas só regressa com ingredientes básicos. Enquanto desespera, o neto chega com a “Tentação Proibida”, uma chávena de noodles instantâneos, que leva a uma rendição calorosa e surpreendente numa noite selvagem, descreve a sinopse do filme. Vitty Ho é uma artista visual que se formou em Taiwan com uma bolsa do Instituto Cultural de Macau, tendo feito mestrado no Graduate Institute of Creative Video and Digital Media Industry. Trabalha como designer visual freelancer para produção de teatro e vídeo e anteriormente trabalhou como tutora em várias escolas secundárias de Macau. Nomes ficcionais A programação do festival para hoje, na categoria de ficção, conta ainda com mais títulos internacionais, nomeadamente “Prosto skaji privet / Just Say Hi”, de Olga Smelova, da Rússia; “Yo Yo”, de Mohamadreza Mayghani, uma produção conjunta entre o Irão e França; “GOTERAS / Frip”, de Vincente Gónzalez, da Colômbia; e ainda “Plac Wolnosci 4 / Story From Liberty Street”, de Kacper Wiacek, da Polónia. Esta primeira ronda de curtas começa a apresentar-se ao público a partir das 19h30, seguindo-se depois uma segunda ronda de filmes a partir das 20h45. Nesta segunda ronda, destacam-se os filmes em língua portuguesa, como “Ausente”, de Pedro Nogueira; ou “Coração de Mar”, de Neto Borges e Larissa Malty, do Brasil e Portugal. Pedro Hasrouny, também de Portugal, assina o projecto “Uma Mãe Vai à Praia”. Na sexta-feira, a programação começa às 17h com filmes de animação, também em português, nomeadamente com “Três Vírgula Catorze”, de Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues.
Hoje Macau EventosAlbergue SCM | O olhar de Mariana Rocha sobre o bambu e arquitectura local É inaugurada na próxima segunda-feira, 8, uma nova exposição no Albergue da Santa Casa da Misericórdia. Trata-se de “No Limiar da Memória”, de Mariana Maia Rocha, um projecto com ingredientes da memória e arquitectura de Macau, incluindo a construção em bambu, em que a artista se apresenta como “observadora diaspórica” Chama-se “No Limiar da Memória” e apresenta-se como uma “exposição que confronta a arquitectura da transitoriedade na paisagem material e espiritual de Macau”. Esta nova mostra, que será inaugurada na próxima segunda-feira, dia 8, no Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM), a partir das 18h30, é fruto de um projecto residente de Mariana Maia Rocha, artista portuguesa. Segundo uma nota do Albergue SCM, Mariana utiliza aqui “a sua posição como observadora diaspórica e a experiência de uma residência imersiva no território asiático para investigar o estatuto paradoxal do bambu”, na qualidade de “pilar da construção vernacular local”. Isto no sentido em que o bambu “transita do utilitário e profano para o domínio do património cultural e do sagrado, face à sua iminente substituição pelo ferro e betão”. Ainda segundo a mesma nota, esta exposição tem relevância pela “sua análise crítica das transformações urbanas aceleradas e do impacto da globalização na identidade local, um cenário de particular ressonância em Macau”. Assim, torna-se numa “justaposição de materialidades simbólicas que sublinham a dualidade luso-chinesa”, em que o pó, transfigurado no carvão, grafite e cinzas de proveniência local, “funciona como o ‘index’ da mortalidade, a substância fundamental do ‘memento mori’ universal”. Por sua vez, “a cera votiva, comum aos rituais taoistas e católicos, é utilizada para moldar ex-votos a partir dos sapatos da artista, configurando uma linha processual que metaforiza a jornada pessoal e a vulnerabilidade do corpo”. Mariana Maia Rocha apresenta também, neste projecto, uma “intervenção urbana efémera com látex regista a textura da calçada portuguesa”. “Esta “segunda pele” tátil “funciona como um dispositivo de memória, aludindo às redes de protecção dos andaimes e ao legado luso em vias de extinção, criando um registo físico da fronteira cultural e da negociação do espaço urbano”, é explicado. Diálogos e contextos Tendo em conta as leituras da artista sobre estes elementos tão ligados à identidade de Macau, pode-se descrever “No Limiar da Memória” como uma tentativa de criar “um diálogo potente sobre a memória, a mortalidade e as estruturas efémeras que construímos”. Aqui, “a prática da artista navega a tensão entre o permanente e o fugaz, a identidade cultural e a inevitabilidade da desintegração num território de convergência e perda, ecoando as complexidades de um local em rápida mutação”. Mariana Maia Rocha é uma artista plástica e investigadora cuja prática interdisciplinar se inscreve na intersecção entre o corpo, a memória e o território. A sua obra, que integra predominantemente o desenho, a fotoperformance e a instalação, aborda as fronteiras conceptuais e materiais da presença e do apagamento no arquivo contemporâneo. A artista formou-se na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, onde concluiu o mestrado em Artes Plásticas, sendo bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, nomeadamente no ano de 2023/2024, quando ganhou a bolsa “Gulbenkian Novos Talentos”. Ainda na área académica, ganhou, este ano, uma bolsa de doutoramento para continuar estudos no estrangeiro. Em 2023 a artista participou no projecto “Mirror Identity Drawings” (MIDD), assinado pela Carta da UNESCO. A dimensão internacional da sua prática tem-se materializado, este ano, através de um programa de residências artísticas, em São Tomé e Príncipe, no contexto da XI Bienal de São Tomé; e agora em Macau, no âmbito do programa internacional “Territórios sem Fronteira” (2025–2026), promovido pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira. Desde 2018, o seu trabalho tem sido apresentado em exposições individuais e coletcivas em instituições de referência, incluindo o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (MNAC) (Lisboa), a Fundação Júlio Resende (Porto), o Palácio Vila Flor (Guimarães) e a Galeria Kubik (Porto), entre outras. Já recebeu dezenas de distinções pelo seu trabalho.
Hoje Macau EventosLivro | “Receita di Casa” de Antonieta Manhão premiado na Arábia Saudita A chef macaense Antonieta Manhão, mais conhecida como “Chef Neta”, acaba de ver o seu trabalho distinguido com dois prémios atribuídos na Arábia Saudita. Mais concretamente, o livro “Receita di Casa” obteve dois prémios no concurso internacional “Gourmand Awards Food Culture”, nas categorias de Gourmet e no grupo de publicações trilingues, português, chinês e inglês, tendo estes sido entregues em Riade. Trata-se de um livro editado por Dorris Lei, da Co-Write Limited, com tradução de Adelaide Ferreira. De destacar os mais de 1.200 trabalhos enviados para esta competição, tendo sido seleccionados seis para a final do grupo de publicações de receitas, com o objectivo de distinguir “The Best Cookbooks in The World”. Na cerimónia de entrega de prémios, estiveram representados 96 países. “Receita di Casa” foi lançado em Janeiro deste ano e traz 19 receitas de pratos tipicamente macaenses, nomeadamente o famoso Minchi, Capela ou Sopa Lacassá, entre tantos outros. “Neta” Manhão é ainda professora de culinária macaense na Universidade de Turismo de Macau.
Hoje Macau EventosExposição “Narrativa Espiritual” esta quinta-feira nas Casas da Taipa Esta quinta-feira, apresenta-se ao público, a partir das 18h30, a mostra “Narrativa Espiritual – Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, na Galeria de Exposições das Casas da Taipa, integrada no programa do 7.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Trata-se de uma iniciativa organizada pelo Instituto Cultural (IC) e que reúne o trabalho de oito artistas da China e dos países de língua portuguesa, nomeadamente Cao Yu e Tong Wenmin, do Interior da China; Wong Hio Chit e Cosmo Wong de Macau, China; Carla Cabanas, de Portugal; Délio Jasse, de Angola; Eugénia Mussa, de Moçambique; e Juliana Matsumura, do Brasil. A exposição apresenta obras em diversos suportes, abrangendo a pintura, a escultura, o vídeo e a instalação, revelando um mosaico dos contextos culturais da China e dos Países de Língua Portuguesa, “expresso através de um rico vocabulário artístico”, destaca o IC, numa nota. Notas curatoriais Os curadores basearam-se, para organizar esta exposição e o seu conteúdo, “na experiência de dois viajantes lendários do século XVI, um do Ocidente e outro do Oriente: o português Fernão Mendes Pinto e o chinês Xu Xiake”, sendo que, segundo o IC, ambos “mediram o mundo com os próprios passos, transformando as suas observações e experiências de viagem em reflexões filosóficas sobre a vida”. A exposição “utiliza a criação artística no lugar de viagens físicas, oferecendo um banquete visual aos visitantes através de 28 peças/conjuntos de obras em diversos suportes”. Descreve-se a possível experiência do visitante, que poderá ser semelhante a “seguir os passos de um viajante, iniciando uma digressão artística de auto-reflexão e exploração do mundo”. Esta exposição pode ser visitada até ao dia 1 de Março do próximo ano, entre as 10h e as 19h, de forma gratuita. Durante este mês, estarão disponíveis visitas guiadas em cantonense e mandarim, respectivamente às 15h e às 16h, todos os sábados, domingos e feriados, bem como nos dias 23 e 26.
Andreia Sofia Silva EventosConsulado | “Camões Cinco Zero Zero”, de Vítor Marreiros, viaja de Lisboa para Macau Depois de um período em exposição na galeria Passevite, em Lisboa, a mostra “Camões Cinco Zero Zero” chega agora à RAEM. Trata-se de um conjunto de obras do designer e artista Vítor Marreiros, que apresenta visões e interpretações do grande poeta da língua portuguesa. Para ver até ao dia 27, no Consulado de Portugal Intitula-se “Camões Cinco Zero Zero” e esteve no Verão em Lisboa como a primeira exposição de Vítor Marreiros apresentada, de forma individual, em Portugal. Na galeria Passevite revelou-se ao público português o trabalho deste designer e artista macaense que faz regularmente os cartazes comemorativos do 10 de Junho da Casa de Portugal em Macau. Assim, pelas paredes desta galeria independente reuniram-se imagens de Luís de Camões, retiradas dos cartazes, e adornadas com novas roupagens e interpretações. A mostra viaja agora até Macau, quase num regresso às origens, exibindo-se graças à iniciativa do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e do Instituto Português do Oriente, até ao dia 27 de Dezembro. A inauguração acontece amanhã, a partir das 18h30, sendo que a exposição pode ser visitada diariamente entre as 15h30 e 18h30, concretamente na Galeria da Residência Oficial do Cônsul-geral, na Rua do Comendador Kou Hó Neng. Segundo uma nota do Consulado, “a mostra assinala os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, a partir de uma ideia original do designer Henrique Silva (Bibito), propondo uma leitura contemporânea e simbólica da figura do poeta através dos cartazes que Victor Marreiros tem criado ao longo de mais de três décadas para celebrar o 10 de Junho em Macau”. Camões surge aqui “retirado do seu contexto habitual” e “reinterpretado com liberdade gráfica, humor e espírito crítico, numa série que é, simultaneamente, memória e criação”. Fecha-se, assim, “simbolicamente o ciclo de um projecto que une as duas margens da herança portuguesa e celebra o diálogo entre arte, história e identidade”. Durante o período de exposição, estará disponível uma edição especial de serigrafia numerada e assinada pelo artista, bem como o catálogo oficial da mostra. Temas contemporâneos Em Lisboa, o HM conversou com Vítor Hugo Marreiros, que falou sobre a sua ligação longa com Camões, através do desenho e da imaginação, e do trabalho que há vários anos faz com os cartazes que celebram uma data tão importante para Portugal. “Tudo partiu do desafio proposto por um colega meu, Henrique Silva, mais conhecido por Bibito”, contou ao HM. “Os quadros que estão aqui não são apenas retirados dos cartazes do 10 de Junho, mas também de outros trabalhos, porque ao longo da minha vida profissional tive inúmeras oportunidades de retratar temas lusos e ícones como Fernando Pessoa, Amália, até a sardinha”, contou. São 34 anos de cartazes e de figuras que retratam a portugalidade e os temas desta comunidade. Em torno das imagens de Vítor Marreiros não há apenas literatura, mas também questões mais contemporâneas. “Nos últimos anos procurei retratar as preocupações da comunidade portuguesa [de Macau], bem como os acontecimentos em Portugal, a crise, a covid-19 ou a guerra na Ucrânia. O Camões fala por si, em anos diferentes e acompanhado sempre dos acontecimentos do ano. Às vezes ponho o Camões a falar por mim. A minha companheira diz-me sempre isso, que eu ponho o Camões a dizer aquilo que eu quero.”
Andreia Sofia Silva EventosGoverno destaca calendário com actividades nocturnas este mês A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) destaca que este mês será marcado pela realização de diversos programas nocturnos, muitos deles já com espírito natalício, e integrados no programa de subsídios a associações com vista à diversificação da actividade turística. Um desses eventos arrancou ontem e decorre até este domingo, dia 7, intitulando-se “The Cities of Gastronomy (China) in Macao 2025”, contando “com a participação de chefs de renome e líderes do sector culinário de Chengdu, Shunde, Yangzhou, Huai’an, Chaozhou e Macau, para promover o intercâmbio cultural entre as seis Cidades Criativas de Gastronomia”. Trata-se de um evento que inclui a realização de mesas-redondas, sessões de degustação de especialidades, um fórum sobre o desenvolvimento da gastronomia chinesa, uma noite de culinária e intercâmbio de cozinheiros famosos da China, destaca uma nota da DST. Entre sábado e 5 de Março do próximo ano, acontece o evento “Luminescent Night at Travessa do Armazém Velho 2025”, com a “transformação de ruas e ruelas num teatro de luz imersiva”. Nesta actividade, recorre-se a “equipamentos interactivos, jogos online e workshops presenciais, entre outras experiências, para promover o fluxo de pessoas e estimular o consumo nocturno nesta zona”. Tudo para que a “área da Travessa do Armazém Velho mostre o seu encanto único à noite”. Outras culturas Destaque ainda para a realização, já habitual, do “Thailand Cultural Festival 2025”, este fim-de-semana, dias 6 e 7, na Rua de Abreu Nunes. No local, serão instalados 20 stands de comida tailandesa, ocorrendo também espectáculos como a entrega de arroz e actividades de bênção e boa fortuna, massagem tailandesa, dança tradicional étnica, canções e danças tailandesas, entre outros. Para os dias 20 a 28 de Dezembro está agendado o “Northern Winter Market”, na Praça Flor de Lótus do Bairro da Ilha Verdecontando este evento com tendinhas de feira e jogos temáticos, a fim de “aumentar a atractividade turística da zona norte. A DST diz ter aprovado 54 actividades no âmbito do plano de apoio para este ano, sendo que, de Janeiro a Outubro, foram concluídos 39 destes projectos que atraíram mais de 650 mil participantes. Estes contaram ainda com a participação directa de cerca de 1.500 estabelecimentos comerciais, “atraindo, de forma eficaz, residentes e visitantes para os bairros comunitários”.
Hoje Macau EventosFRC | Pinturas de Sunny Sit Ka Kit para ver até 13 de Dezembro A galeria da Fundação Rui Cunha acolhe, a partir hoje e até ao dia 13 de Dezembro, uma nova mostra, dedicada ao trabalho do artista local Sunny Sit Ka Kit. O projecto intitula-se “Esculpir. Observar a Cena” e contém abordagens do foro da psicologia e na identificação de uma certa identidade masculina É hoje inaugurada uma nova exposição de arte na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC). A partir das 18h30 podem ser vistos trabalhos do artista local Sunny Sit Ka Kit, organizados na exposição a óleo “Shaping. Viewing the Scene” [Esculpir. Observar a Cena”, e que fica patente até ao dia 13 de Dezembro. Segundo uma nota da FRC, Sit Ka Kit é um artista que “foca este seu trabalho nas mudanças psicológicas e no equilíbrio ético da identidade masculina, ao mesmo tempo que explora o reverso do espelho, na forma como a sociedade e as redes sociais entendem o papel do homem actual”. O público pode ver 15 “obras de grande impacto”, onde o artista “usa a pintura a óleo como meio, desenhando experiências como marido e pai, e explora temas de ‘formação de identidade’ e ‘a responsabilidade de ver’”. Este é um evento organizado pela Associação de Arte Juvenil de Macau e pela Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, contando com a curadoria de Kit Tam Chon. Este declarou, sobre a exposição, que “nas artes contemporâneas, os escritos introspectivos de artistas masculinos têm sido frequentemente esquecidos”. “Embora a arte feminina aborde corajosamente temas de identidade e poder social, as experiências psicológicas e as reflexões éticas dos homens quando confrontados com a família, as emoções e as responsabilidades sociais ficam muitas vezes escondidas sob a racionalidade e o silêncio”, acrescentou. Espelhos e jogos A mostra apresenta duas séries intituladas “Espaço Privado” e “Espaço Público”, em que na primeira parte se ilustra “as transformações psicológicas dos homens no contexto da família”, enquanto na segunda parte se observam determinados “acontecimentos sociais a partir de uma perspectiva de espectador, reflectindo a ética e a consciência pública”. Assim, estas duas séries constroem “uma estrutura de espelho duplo onde o eu e o mundo se cruzam”, lê-se no manifesto artístico da exposição. Em “Espaço Privado”, o artista “utiliza a experiência familiar como ponto de partida da sua narração”, onde “através de pinceladas calmas e comedidas, capta na tela a tensão da paternidade, responsabilidade e liberdade”, descreve o curador. Por sua vez, na série “Espaço Público”, o artista parte das redes sociais e dos acontecimentos públicos, reflectindo a sua “perspectiva de ‘espectador’ para explorar temas como a ética, a pressão pública e o estado de existência”. Com uma lente objectiva e sem impor sentimentos pessoais, Sit Ka Kit tenta assim fomentar uma reavaliação do “cenário ético” em que vivemos, é explicado. Carreira em andamento Natural de Macau, Sunny Sit Ka Kit frequenta actualmente o doutoramento em Belas Artes. Obteve o grau de Mestre pela Academia de Belas Artes de Guangzhou em 2019 e foi estudante de intercâmbio na Faculdade de Belas Artes da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia de Seul em 2017. Foi convidado a participar no projecto de criação artística “Macau Elegance Reborn – Fine Depiction of Mountain, Sea, and City Images” do Fundo Nacional de Arte da China; no Programa de Criação de Jovens Artistas do Fundo Nacional de Arte da China; e na terceira exposição colateral da “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau. 2023”. Recebeu nomeações prémios na região da Grande Baía, e realizou exposições individuais em locais como Guangzhou e Zhongshan. Actualmente, Sit Ka Kit é Vice-Director da Associação de Arte Juvenil de Macau, e Director da Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, assumindo ainda funções de professor convidado na Universidade da Cidade de Macau e na Universidade Politécnica de Macau.
Andreia Sofia Silva EventosVendilhões | Galeria do IAM acolhe mostra sobre espaços comerciais Chama-se “Nostalgia de Macau – Exposição sobre a História dos Vendilhões em Macau ‘Marcas nas Esquinas'” e é inaugurada na próxima semana, na Galeria do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. A ideia é desvendar pequenos segredos e detalhes de espaços comerciais com muita história, tratando-se da primeira mostra “de grande escala” sobre o tema A Galeria do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) prepara-se para acolher uma nova exposição dedicada à história do comércio de Macau. Trata-se de “Nostalgia de Macau – Exposição sobre a História dos Vendilhões em Macau ‘Marcas nas Esquinas'”, cuja inauguração acontece esta sexta-feira, dia 5, a partir das 18h. Trata-se de uma iniciativa realizada em parceria com a Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau. Trata-se, segundo um comunicado, da “primeira exposição de grande escala dedicada à história dos vendilhões de Macau”, recorrendo-se a um conteúdo pautado por “textos, fotografias antigas, objectos antigos, bem como licenças antigas de vendilhão e utensílios, em combinação com vídeos com entrevistas”. Apresenta-se, desta forma, “diferentes percursos de desenvolvimento da actividade”. A temática “Nostalgia de Macau” tem dado azo a diferentes projectos culturais e exposições promovidas pelo IAM em colaboração com as associações cívicas. Este ano, os vendilhões são tema central, sendo que esta mostra se foca em três partes temporais, “apresentando os anos 40 e 50 do século passado, em que as tendas dos vendilhões se encontravam em grande número”, indo até à actualidade, “em que a sua gestão tem vindo a ser regulamentado de forma ordenada, demonstrando gradualmente o ritmo de desenvolvimento da actividade”. Grande variedade Segundo uma nota do IAM, o “conteúdo da exposição é bem ilustrado e tridimensional”, tendo sido produzidos vídeos com entrevistas e instalados vários pontos que simulam as tendas dos vendilhões antigos, “de modo a aumentar a sensação de estar no local e permitir aos visitantes entrarem no túnel do tempo”. Para o IAM, “as mudanças na actividade de vendilhão assemelham-se a um espelho da ecologia social, reflectindo não só a cultura e vivência social, e o modelo de consumo, mas também as mudanças sociais, o desenvolvimento económico e a vida da população”. Desta forma, “através dos objectos antigos expostos, tanto residentes como turistas podem conhecer melhor a fisionomia da Macau antiga”. A mostra fica patente até ao dia 1 de Março do próximo ano. Durante o período da exposição, serão disponibilizadas várias visitas guiadas.
Hoje Macau EventosExposição de artes visuais inaugurada na Galeria do Tap Seac na terça-feira Será inaugurada na próxima terça-feira, às 18h30, uma nova mostra na Galeria do Tap Seac. Trata-se da “Exposição Anual das Artes Visuais de Macau 2025 – Categoria de Pintura e Caligrafia Chinesas”, uma iniciativa que se realiza há vários anos. Em comunicado, o Instituto Cultural (IC) refere que a Exposição Anual de Artes Visuais de Macau promove “a salvaguarda, a inovação e o desenvolvimento sustentável da pintura e caligrafia tradicionais chinesas em Macau através de um convite à apresentação de obras”. Nesta mostra apresentam-se 61 peças ou conjuntos de obras de arte com temáticas diversas, “incluindo decalques epigráficos que representam memórias urbanas, obras que interpretam a filosofia taoista com tinta e pincel, obras de pintura a tinta que integram elementos do património cultural intangível, e obras de caligrafia inspiradas por estilos das dinastias Song e Ming”. Serão ainda apresentadas obras “que expressam reflexões líricas sobre a vida através da representação de objectos e de inovadoras representações de paisagens naturais com tinta e pincel”. Demonstram-se, com esta iniciativa, “os avanços criativos dos artistas de Macau nos domínios da pintura e caligrafia tradicionais chinesas, bem como o vibrante espírito exploratório da sua actividade criativa”. A grande colheita O processo de recolha e recepção de obras iniciou-se em Maio, com o IC a ter uma “resposta entusiástica por parte dos artistas de Macau, com 161 obras de 161 candidatos”. Revela-se agora ao público 61 desses trabalhos, de artistas como He Guohong, Ho Weng Chi, Mok Hei Sai, Chang Cheng Cheng, Vong Mio Ngo, Wong Monica Wondlarm, Ye Jiehao, Liu Yuqu, Lu Shaoyi e Im Hok Lon. A exposição pode ser vista na Galeria do Tap Seac até ao dia 8 de Janeiro de 2026, tendo entrada livre. Durante o mês de Dezembro serão oferecidas visitas guiadas em cantonense e mandarim às 15h e às 16h, respectivamente, aos sábados, domingos e feriados, bem como nos dias 22, 23 e 26 de Dezembro.
Hoje Macau EventosIC | Descontos para celebrar 26 anos de livraria online O Instituto Cultural (IC) criou uma campanha de descontos para celebrar os 26 anos da Livraria Online, onde se vendem diversas publicações na área da literatura e história, apoiadas pelo IC, mas também a Revista de Cultura (RC), uma publicação do foro académico. A campanha promocional dura todo o mês de Dezembro. Os leitores podem usufruir de um desconto de 20 por cento em grande parte dos livros disponíveis no website, bem como descontos de 50 e 10 por cento na aquisição de edições da RC. Em comunicado, o IC destaca o recente lançamento de “uma variedade de novos livros”, nomeadamente Desenhos de Levantamento do Centro Histórico de Macau, editado primeiro em 2005 e que ganhou agora uma nova versão, para assinalar o 20.º aniversário da inscrição do Centro Histórico de Macau na Lista do Património Mundial da UNESCO. Foi também lançado recentemente Macao Parallel Worlds que “compila os resultados de uma investigação levada a cabo pelos arquitectos Wang Shu e Lu Wenyu, juntamente com os registos fotográficos de Iwan Baan, apresentando a paisagem urbana moldada pelos complexos de lazer e entretenimento em grande escala recém-construídos de Macau”. A obra, descreve o IC, também se dedica a descrever “o planeamento e à arquitectura dos novos bairros”, registando “a paisagem urbana singular de Macau, onde o antigo e o moderno coexistem num contexto de desenvolvimento de alta densidade, revelando uma identidade multifacetada que transcende o rótulo da ‘Las Vegas do Oriente'”. No momento de qualquer compra na Livraria online, o leitor recebe um marcador de livros alusivo à “Fábrica de Panchões Iec Long”.
Andreia Sofia Silva EventosPoesia | Escritor Jorge Arrimar conduz palestra no Albergue SCM “Fonte do Lilau: Um mergulho na poesia em português e em Dóci Papiaçam de Macau” é o nome da palestra que José Arrimar irá apresentar no Albergue SCM na próxima terça-feira. O autor desafia o público para uma conversa sobre a literatura de Macau Jorge Arrimar, ex-residente de Macau, poeta e autor premiado, estará no território na próxima semana para conversar sobre a literatura de Macau e o trabalho dos Dóci Papiaçam Di Macau, grupo de teatro e coro que dinamiza o patuá, o dialecto tipicamente macaense praticamente em vias de extinção. “Fonte do Lilau: Um mergulho na poesia em português e em Dóci Papiaçam Di Macau” é o nome da palestra marcada para o Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM) na terça-feira, das 19h às 21h. O evento desafia o público para uma discussão sobre a “complexa definição” do que é a literatura de Macau e a análise “das várias perspectivas académicas e culturais sobre o tema”. No seminário, apoiado pela Fundação Macau, será destacada “a dualidade entre a ‘literatura macaense’, escrita por autores locais em português ou na língua crioula local, e a ‘literatura de Macau’, produzida tanto por autores residentes, como por escritores transitórios”. Jorge Arrimar irá apresentar “a trajectória histórica” da literatura trilhada por figuras como Camões, Fernão Mendes Pinto e Bocage, e escritores mais contemporâneos e nascidos em Macau, como Deolinda da Conceição, Henrique de Senna Fernandes e o poeta José dos Santos Ferreira, mais conhecido como Adé. Promete enfatizar-se “a natureza híbrida e multicultural da produção literária, reflectindo o encontro entre o Oriente e o Ocidente”, assim como “o papel do patuá como um marcador de identidade”. A organização do evento, a cargo do Círculo dos Amigos da Cultura de Macau, aponta que o seminário irá incidir sobre a literatura de Macau “como expressão única de uma memória mista, e de uma identidade em contínua formação”. Uma carreira nas letras Jorge Manuel de Abreu Arrimar nasceu em Angola. Iniciou estudos superiores na Faculdade de Letras da Universidade de Luanda, concluindo o doutoramento em História Moderna em Portugal (2007) e o doutoramento em Ciências Documentais na Universidade de Alcalá (Madrid, 2013). A sua ligação a Macau vem dos anos 80 e 90, quando foi director da Biblioteca Central de Macau entre os anos de 1985 e 1998. É autor de vários livros de poesia inspirados em Macau, incluindo “Fonte do Lilau” (1990), “Secretos Sinais” (1992) e “Confluências”, escrito em co-autoria com Yao Jingming e editado em 1997. Foi membro da Comissão Organizadora do Primeiro Encontro de Poetas de Macau (1994) e vice-presidente da Comissão Organizadora do Primeiro Encontro Internacional de Bibliotecários em Macau (1995). Recebeu a Medalha de Mérito Cultural em 1997. Jorge Arrimar vive em Portugal, mas continua a publicar obras relacionadas com Macau, incluindo “Antologia de poetas de Macau”, editada também com Yao Jingming em 1999. Na área da história, Arrimar editou, em 2014, “Macau no Primeiro Quartel de Oitocentos”. Além de Macau, Jorge Arrimar tem escrito também sobre o universo africano, com ligação ao período da colonização, nomeadamente o romance “Cuéle – O Pássaro Troçador”, com que venceu, no ano passado, o VI Prémio de Literatura dstangola/Camões. O júri considerou que a obra é “um fresco grandioso e muito bem documentado sobre uma região de Angola raramente presente na literatura”.
Hoje Macau EventosEdgar Martins vence Grande Prémio Sovereign Portuguese Art Prize 2025 O fotógrafo Edgar Martins venceu o Grande Prémio do Sovereign Portuguese Art Prize 2025, no valor de 25 mil euros, pela obra “Anton’s Hand is Made of Guilt”, inspirada no desaparecimento de um amigo em tempo de guerra. O anúncio foi feito esta terça-feira, dia da inauguração da exposição dos finalistas, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, durante uma visita para a imprensa, conduzida por Howard Bilton, fundador e presidente da Fundação Sovereign Art Foundation (SAF). Trata-se da quarta edição deste prémio anual, que é atribuído pela Associação SAF, filial portuguesa da Sovereign Art Foundation, criada em 2003 em Hong Kong para promover, apoiar e reconhecer a arte contemporânea e incentivar a produção artística, bem como financiar programas para crianças desfavorecidas em Portugal. A obra vencedora, que também está presente na colecção do Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), é uma prova cromogénea, montada em alumínio e emoldurada, que faz parte da série “Anton’s hand is made of Guilt. No muscle of Bone. He has a Gung-ho Finger and a Grief-stricken Thumb” (2023). O trabalho de Edgar Martins explora temas como a guerra, o encarceramento, a migração, o urbanismo e a tecnologia, sendo que este projecto, em particular, se debruça sobre a morte e o desaparecimento de um amigo, o fotojornalista Anton Hammerl, durante a guerra da Líbia em 2011. Questões centrais O trabalho articula-se em torno de uma questão central: como narrar uma história sem testemunhas, provas ou vestígios, e na ausência do próprio referente fotográfico”, refere a informação do catálogo sobre a obra, acrescentando que “mais do que uma homenagem, este trabalho retrata uma história complexa, distorcida por ausências, que fala sobre as dificuldades de documentar, testemunhar e imaginar a guerra”. “Embora não tenda a categorizar o meu trabalho como fotografia, no sentido tradicional do termo, ele é, em praticamente todos os aspectos, fotográfico. E a fotografia, historicamente, não tem sido particularmente bem-sucedida quando é forçada a competir com outros meios. Por isso, recebi esta notícia com surpresa e entusiasmo em igual medida. É, naturalmente, uma enorme honra receber um prémio tão prestigiado. E, além disso, um privilégio saber que este apoio financeiro contribuirá directamente para o programa solidário da Sovereign Art Foundation, fazendo-me sentir parte de algo muito maior do que este feito artístico isolado”, declarou o vencedor, citado em comunicado. Para o presidente do júri, David Elliott, não tem sido tarefa fácil chegar a um vencedor, com a “variedade, profundidade e subtileza das obras finalistas”. “As ironias cruelmente selvagens que nos confrontam em cada noticiário diário fazem parte do tema da obra vencedora de Edgar Martins. Enraizada tanto no presente como no passado recente, foi desencadeada pelo ainda inexplicado desaparecimento e morte do seu amigo, o fotojornalista Anton Hammerl, durante a Guerra da Líbia em 2011. Continua a ser um crime sem testemunhas ou qualquer outra prova, um vazio que Martins abordou noutros trabalhos, bem como na obra vencedora ‘Anton’s Hand is Made of Guilt. No Muscle or Bone. He has a Gung-ho Finger and a Grief-stricken Thumb'”, afirmou o presidente do júri, citado pela organização. No feminino Este ano, pela primeira vez, foi instituído o Prémio Feminino, criado em parceria com a Sassy Women Society, no valor de dois mil euros, que distingue a finalista com maior pontuação, tendo a escolha recaído sobre a artista Alice Marcelino, pela obra “Black Skin White Algorithm”. As 30 obras finalistas vão estar expostas até ao dia 13 de Dezembro, data em que será atribuído o prémio do Voto Público, que pode ser feito presencialmente ou ‘online’, também no valor de dois mil euros. As 30 obras finalistas que vão estar em exposição foram escolhidas por um júri internacional composto por sete especialistas – Adelaide Ginga, Armando Cabral, David Eliott, Francisco Trêpa (que venceu o grande prémio em 2024), João Paulo Queiroz, Maura Marvão e Tim Marlow OBE – a partir de cerca de 200 artistas propostos por um painel de profissionais independentes das artes, incluindo críticos, curadores e académicos portugueses. Todas as obras finalistas estão disponíveis para compra e os lucros serão divididos igualmente entre os artistas e os programas de artes expressivas da SAF para crianças desfavorecidas em Portugal. O Sovereign Portuguese Art Prize é um galardão anual que celebra o trabalho de artistas contemporâneos a viver em Portugal e na sua diáspora, oferecendo reconhecimento internacional e apoiando financeiramente artistas, ao mesmo tempo que angaria fundos para crianças desfavorecidas em Portugal através da venda das obras finalistas.
Andreia Sofia Silva EventosLiteratura | José Cordeiro, ex-docente em Macau, lança livro de crónicas É com a chancela da Oficina da Escrita que José Cordeiro, que foi professor de educação física em Macau durante vários anos, se estreia nas lides literárias. Depois de muitas crónicas escritas na rede social Facebook, o incentivo de amigos e leitores levaram-no a editar “Ao Invés, Pois Claro”, onde nem falta um texto sobre o que é ser macaense “Ao Invés, Pois Claro” é o título do primeiro livro de José Cordeiro, ex-residente de Macau e antigo professor de educação física no território. Com a chancela da Oficina da Escrita, o livro acaba de ser editado em Portugal e nasce de uma série de publicações, sobre diversos temas, publicados na rede social Facebook. Conforme a descrição da obra, trata-se não apenas de uma “colectânea de crónicas”, mas também “um convite à liberdade de pensamento, a exploração da dúvida e do conhecimento”, a “celebração de diversidade de opiniões” que é feita com uma “abordagem descontraída”. “Não tenho nenhuma orientação específica para fazer uma crónica, depende da disposição do momento. Não é algo doutrinário, não pretende influenciar nada. É um prazer pessoal que tenho, brincar com as palavras”, disse ao HM. Apesar de José Cordeiro sempre ter feito da actividade física a sua profissão, a verdade é que a ligação às letras sempre existiu. “Sempre gostei de brincar com as palavras. Só comecei a escrever de forma mais sistemática recentemente. Seleccionei algumas crónicas, como uma cozinha literária, em que se faz uma sopa e muita dela acaba por ir para o lixo”, exemplificou. Os temas são diversos e “batem em religião, política, amizade, em tudo e nada”. Uma das crónicas refere-se a Macau e ao ser macaense, uma questão da comunidade que José Cordeiro conhece bem. Em “Estado de sítio ou estado de espírito”, Cordeiro fala da existência da comunidade e diz que hoje, 25 anos depois, os macaenses vivem “as duas coisas”. “Pode ser um estado de sítio, por estarem circunscritos a uma comunidade, que é portuguesa em território chinês, e um estado de espírito, porque muita gente não vive em Macau, mas sente-se macaense vivendo fora”, frisou. “Ao Invés, Pois Claro” é um nome que nasce da vontade do autor ser “um pouco do contra”. “Dizem que sou teimoso, e, pois, parece-me [que sim]. Não comento os comentários que fazem às minhas crónicas, e quando lanço uma crónica ela deixou de ser minha naquele momento, passa a ser de quem a interpreta”, disse. O poder das redes sociais José Cordeiro acredita que “uma boa maneira de a pessoa disciplinar o raciocínio é escrever” e escrever “é uma maneira de disciplinar a minha intervenção nos contactos que faço com as pessoas”. É “ter uma ideia clara e, num primeiro princípio, expô-la. Foi numa onda de brincadeira que fui fazendo as coisas, escrevendo. Houve pessoas que gostaram dos textos e sugeriram que os publicasse”. “Digo que é um álbum porque, para mim, é outra coisa. É quando se toma um tema e ele é levado até ao fim”, frisou ainda José Cordeiro, que confessa que as redes sociais “vieram permitir tudo”, até dar a voz a novos autores. “Às vezes sinto-me incomodado com aquilo que se faz [nas redes sociais], mas eu sou responsável por mim e por aquilo que faço. Não tenho pretensões de doutrinar ou de querer levar alguém onde quer que seja. Sou um simples cidadão que gosta de brincar na minha cozinha literária, como costumo chamar”, disse. José Cordeiro está ainda a preparar uma sessão de lançamento da obra, mas a mesma já se encontra à venda em diversas plataformas online.
João Luz EventosJazz | Baterista tailandês Hong em concerto no sábado na FRC O baterista de jazz tailandês Chanutr Techatana-nan, mais conhecido como Hong, irá actuar na galeria da Fundação Rui Cunha no sábado à noite. O músico será acompanhado em palco por elementos da Associação de Promoção do Jazz de Macau. A entrada é livre O motor rítmico de um dos mais reputados quartetos de jazz da cena asiática, o The Asian All-Stars Power Quartet, vai actuar ao vivo na Fundação Rui Cunha (FRC) no próximo sábado, a partir das 21h. Quem passar pela galeria da FRC poderá assistir à actuação do baterista tailandês Chanutr Techatana-nan, mais conhecido como Hong, acompanhado por elementos da Associação de Promoção do Jazz de Macau na interpretação de clássicos do jazz e algumas músicas originais. O músico é descrito pela organização do evento, a cargo da FRC e a Associação de Promoção do Jazz de Macau, como “uma figura de destaque na cena jazzística asiática, celebrado pelo estilo inovador de bateria que combina um swing groovy com intricados adornos polirrítmicos”. Além dos elogios às suas performances e presença de palco, Hong é um dedicado professor de música, vocação que aplica enquanto instrutor e coordenador do programa de estudos de jazz na Universidade Silpakorn, na Tailândia. Com uma carreira marcada pela colaboração com músicos conceituados e participação em festivais de prestígio em todo o mundo, “Hong é uma das figuras de influência no género musical, tanto como intérprete quanto como educador”. Com a ajuda dos amigos Nascido em Banguecoque em 1978, Hong actuou um pouco por tudo o lado onde soam ritmos de jazz na Tailândia. Em 2002, o seu virtuosismo foi reconhecido com o prémio de “melhor baterista” na Competição de Bateria da Tailândia, um evento organizado em cooperação com a Sociedade de Artes Percussivas. Uma das suas facetas enquanto educador musical que mereceu maior aclamação com o lançamento do DVD “Over the Barline”, que recebeu uma avalanche de críticas positivas. Porém, a associação de Hong ao pianista de Singapura Jeremy Monteiro, também conhecido o “Rei do Swing”, acabaria por levar o tailandês a actuar um pouco por todo o mundo, tanto com o The Asian All-Stars Power Quartet, como no trio Organamix. No quarteto, Monteiro e Hong são acompanhados pelo guitarrista de jazz de Hong Kong Eugene Pao, e o saxofonista filipino Tots Tolentino. Na sexta-feira, a partir das 18h30, a galeria da FRC volta a apresentar “Uma Noite de Piano”, numa sessão “aberta ao talento jovem” com a actuação de Anson Lai. O evento é coorganizado pela FRC e a Elite – Associação para a Criatividade e Cultura Musical e tem entrada livre.
Hoje Macau EventosIIM | Visita aos bairros históricos marcada para 6 de Dezembro O Instituto Internacional de Macau (IIM) vai realizar duas visitas comunitárias guiadas aos bairros históricos de Macau, no próximo dia 6 de Dezembro. Os passeios, intitulados “Bairros Macaenses: Raízes de uma Cidade Multicultural”, vão ter uma duração de cerca de uma hora e meia, com a primeira sessão marcada para as 14h30 e a segunda a partir das 15h. Os passeios vão começar no Largo do Lilau, passando pela Rua Central, Largo de Santo Agostinho, Rua da Felicidade, e terminam no espaço Dimensões M, na Rua do Barão nas imediações do Seminário de São José, “onde haverá um convívio e um beberete”, indica o IIM. A iniciativa do IIM conta com o apoio da Fundação Macau, e será organizada em parceria com a Associação dos Embaixadores do Património de Macau, e colaboração da Associação dos Jovens Macaenses e da Language Exchange and Culture Promotion. As visitas foram pensadas em conjugação com o vigésimo aniversário da inscrição do Centro Histórico de Macau na Lista do Património Mundial e os interessados já se podem inscrever nas redes sociais do IIM e da Associação dos Embaixadores do Património de Macau. O evento é gratuito e terá um limite de participação de 50 pessoas para duas sessões separadas (25 pessoas em cada sessão). O IIM refere que o objectivo da iniciativa é proporcionar ao público, em especial às camadas mais jovens, conhecimento sobre as vivências e estórias dos bairros históricos, assim como a sua identidade cultural.
João Luz EventosComédia | Jimmy O. Yang regressa a Macau no Ano Novo Chinês Depois da estreia em Julho, o comediante Jimmy O. Yang vai regressar a Macau no dia 21 de Fevereiro, para um espectáculo que irá além do stand-up, com actuações musicais e dança. Os bilhetes serão colocados à venda no próximo dia 4 de Dezembro e custam entre 380 e 880 dólares de Hong Kong “Tenho uma grande novidade para dar. Vou regressar ao Galaxy Macau no dia 21 de Fevereiro para um mega-espectáculo de Ano Novo Chinês, que não vai ter apenas comédia. Eu vou fazer stand-up, mas haverá música, dança e alguns convidados especiais incríveis. Vai ser uma mega-festa de Ano Novo Chinês.” Foi desta forma que Jimmy O. Yang, o comediante de Hong Kong que fez carreira nos Estados Unidos, anunciou nas redes sociais o seu regresso a Macau, depois de ter esgotado uma série de seis espectáculos no início de Julho no Broadway Theatre, que foi visto por mais de 13 mil espectadores. Para já, foi só anunciado um espectáculo, mas em moldes que escapam ao tradicional show de comédia, incorporando “música ao vivo, múltiplos convidados especiais e surpresas divertidas”, adiantou ontem a Galaxy Macau. Os bilhetes serão colocados à venda no próximo dia 4 de Dezembro, às 11h, e custam entre 380 e 880 dólares de Hong Kong, e podem ser comprados através da Galaxy Ticketing, e das plataformas Trip.com, Damai, Maoyan, uutix e MPay. Porém, os portadores de cartões de crédito do Banco da China terão direito a comprar bilhetes 24 horas antes através da plataforma Klook. O comediante termina hoje a sua passagem por Singapura, depois de ter actuado em Kuala Lumpur. A tournée continua na Austrália com vários espectáculos, a partir de sábado, em Brisbane, Sydney, Melbourne, com uma paragem na Nova Zelândia, Auckland para dois espectáculos. De seguida, segue para o Japão e regressa a Singapura antes de uma série de espectáculos nos Estados Unidos a partir de Fevereiro. Uma vida a fazer rir Com 38 anos de idade, o comediante tem já uma carreira longa, não só na comédia de palco, mas principalmente em séries de televisão e cinema. A popularidade da comédia da HBO “Silicon Valley” apresentou Jimmy O. Yang ao mundo, interpretando um membro de uma equipa de programadores informáticos que tenta a sua sorte no mundo bilionário das aplicações móveis. Outro papel recorrente no currículo de Jimmy O. Yang, foi na série da Netflix “Space Force”, onde contracena com actores como Steve Carell, John Malkovich, Ben Schwartz, Diana Silvers, Lisa Kudrow e o seu pai Richard Ouyang. O comediante de Hong Kong entrou ainda em séries como “Os Simpsons”, “It’s Always Sunny in Philadelphia”, “American Dad”, entre outras. Em cerca de 12 anos, Jimmy O. Yang entrou em mais de duas dezenas de filmes. Na sua filmografia contam-se algumas longas metragens incontornáveis, como “Crazy Rich Asians”, “Love Hard”, “Like a Boss” e animações como “The Monkey King”, onde dá voz ao protagonista, “Minions: The Rise of Gru”, “The Lego Movie 2” e “Wish Dragon”. No meio da uma carreira no palco e nos grandes e pequenos ecrãs, Jimmy O. Yang ainda teve tempo para escrever um livro: “How to American: An Immigrant’s Guide to Disappointing Your Parents”. A obra não só descreve um pouco a sua vida, enquanto alguém que no início da adolescência se muda de Hong Kong para a Califórnia, onde já tinha família, mas também desvenda os temas que costuma abordar nos espectáculos de stand-up. Jimmy O. Yang nasceu em Hong Kong no Verão de 1987, depois de os seus pais se terem mudado de Xangai para a região vizinha. Em 2000, quando o comediante era um jovem de 13 anos, a família mudou-se para Los Angeles, onde vivia uma tia e uma avó do jovem.