Hoje Macau China / ÁsiaNagasaki | Sino toca pela paz 80 anos depois da bomba atómica Há 80 anos, três dias depois do ataque a Hiroshima, caía sobre a cidade japonesa de Nagasaki a segunda bomba atómica lançada pelos Estados Unidos. No total, terão morrido cerca de 215.000 pessoas Um minuto de silêncio foi sábado observado em Nagasaki, na hora da explosão atómica que atingiu a cidade japonesa há 80 anos, numa cerimónia em que o sino restaurado de uma igreja tocou pela primeira vez desde o ataque. Em 09 de Agosto de 1945, às 11h02, três dias depois de Hiroshima, Nagasaki sofreu também o horror de uma bomba nuclear. Cerca de 74.000 pessoas morreram nesta cidade portuária do sudoeste do Japão, somando-se às 140.000 vítimas de Hiroshima. “Passaram-se 80 anos, e quem poderia imaginar que o mundo se tornaria assim? Por favor, parem imediatamente os conflitos armados!”, exortou o presidente da câmara da cidade, Shiro Suzuki, perante uma plateia recorde de representantes de mais de 100 países. “Os confrontos intensificam-se em vários locais. Uma crise que pode ameaçar a sobrevivência da humanidade, como uma guerra nuclear, paira sobre todos nós”, acrescentou o presidente da câmara. Entre os participantes, marcaram este ano presença a Rússia, que não era convidada desde a invasão da Ucrânia em 2022, e Israel, cujo embaixador também não foi convidado no ano passado, oficialmente por razões de segurança relacionadas com o conflito em Gaza. A ausência da representação israelita provocou no ano passado o boicote da cerimónia pelos embaixadores dos outros países do G7. Participaram da cerimónia este ano autoridades japonesas e “hibakusha”, ou sobreviventes da bomba, que exortaram o mundo a aprender com os horrores sofridos por Nagasaki, para garantir que não se repitam. “Esta crise existencial que a humanidade atravessa é um risco iminente para cada um de nós que habitamos a Terra”, sublinhou Shiro Suzuki, numa “Declaração pela Paz”, lida durante a cerimónia, em que alertou para um mundo preso num “círculo vicioso de confronto e fragmentação”. Suzuki, descendente de sobreviventes da bomba, exortou os líderes mundiais a definirem um plano concreto para alcançar a abolição das armas nucleares e destacou o trabalho de conscientização global realizado pela organização de hibakusha Nihon Hidankyo, premiada no ano passado com o Prémio Nobel da Paz. “Os hibakusha não têm muito tempo”, disse o presidente da câmara, referindo-se ao número cada vez menor e à idade avançada dos sobreviventes. “Por isso, Nagasaki comprometeu-se a continuar a divulgar a sua mensagem pelo mundo, para que sejamos a última cidade da história a sofrer um bombardeamento atómico”, acrescentou. No mesmo tom Na mesma linha, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, alertou para a “crescente divisão global” e para a “situação de segurança mais grave” 80 anos após o bombardeamento da cidade. “O Japão, como única nação que sofreu ataques nucleares, está determinado a manter os três princípios não nucleares e a liderar os esforços por um mundo livre de armas atómicas”, afirmou o líder, que acrescentou que Tóquio “promoverá iniciativas realistas e práticas” nesse sentido. A cerimónia teve lugar no Parque da Paz de Nagasaki, localizado junto ao hipocentro da explosão causada pela bomba, que começou com a observação de um minuto de silêncio às 11h02, hora exata em que a bomba de plutónio detonou. Tal como o seu homólogo em Hiroshima, há três dias, o presidente da câmara de Nagasaki instou o Governo japonês a assinar o Tratado de Proibição de Armas Nucleares das Nações Unidas (TPAN) e exortou-o a optar por uma política de segurança que não dependa da dissuasão nuclear dos Estados Unidos. Tóquio não aderiu ao referido tratado, uma vez que a sua plena aplicação entraria em conflito com a política nacional de depender do escudo nuclear do aliado de segurança, os Estados Unidos. Os Estados Unidos lançaram o primeiro ataque nuclear da história sobre a cidade de Hiroshima em 06 de Agosto de 1945 e, três dias depois, lançaram uma segunda bomba atómica sobre Nagasaki, o que levou à capitulação do Japão em 15 de agosto e ao fim da Segunda Guerra.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | China muito preocupada com ocupação israelita A China manifestou sexta-feira “grande preocupação” com o plano israelita de assumir o controlo militar da cidade de Gaza e apelou a Israel para “cessar imediatamente as acções perigosas” no território palestiniano. “Gaza pertence ao povo palestiniano e é parte integrante do território palestiniano”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa resposta escrita à agência de notícias France-Presse (AFP). O Conselho de Segurança de Israel aprovou sexta-feira de madrugada uma proposta do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para a ocupação militar da cidade de Gaza, no norte do enclave.
Hoje Macau China / ÁsiaDetido diplomata do PCC que liderava departamento internacional As autoridades chinesas prenderam o diplomata Liu Jianchao, que liderava o departamento internacional do Partido Comunista Chinês (PCC), agência paralela ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, responsável pelas relações com formações de outros países. Segundo o jornal americano The Wall Street Journal (WSJ), o diplomata terá sido preso no final de Julho, ao regressar a Pequim após uma viagem ao estrangeiro. Por enquanto, não se sabe o motivo da detenção, que não foi confirmada oficialmente pelas autoridades. De acordo com o site do departamento mencionado, a última actividade pública de Liu ocorreu no dia 29 de julho, quando se reuniu com funcionários locais na Argélia. Grandes expectativas Antes de assumir o seu cargo actual em 2022, Liu foi porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros China e, posteriormente, embaixador nas Filipinas e na Indonésia. Depois disso, trabalhou em cargos importantes em agências anti-corrupção e voltou a Pequim em 2018 para ingressar na Comissão Central dos Negócios Estrangeiros. O seu perfil público e a sua agenda, que incluiu reuniões com o ex-secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, fizeram com que Liu fosse apontado como possível ministro dos Negócios Estrangeiros da China. A sua detenção foi a de mais alto nível para um membro do corpo diplomático do gigante asiático desde meados de 2023, quando o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, perdeu o cargo apenas sete meses após a sua nomeação e depois de não ter sido visto em público durante um mês. Nesse mesmo ano, o ministro da Defesa, Li Shangfu, também foi demitido sem explicações e posteriormente expulso do PCC após ser acusado de um crime de corrupção. E, no final de 2024, as autoridades oficializaram a detenção e o julgamento do titular da Agricultura e Assuntos Rurais entre 2020 e 2024, Tang Renjian, por supostamente aceitar subornos. Após sua chegada ao poder em 2012, o actual secretário-geral do PCC e Presidente do país, Xi Jinping, iniciou uma campanha anti-corrupção na qual vários altos funcionários chineses, tanto institucionais quanto de empresas estatais, foram condenados por aceitar subornos milionários.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Xi encoraja Putin a melhorar relações com EUA Xi Jinping falou ao telefone com Putin na sexta-feira aconselhando o líder russo a dialogar com os Estados Unidos a fim de se encontrar uma solução política que ponha fim ao conflito na Ucrânia O Presidente chinês, Xi Jinping, encorajou sexta-feira ao telefone o homólogo russo, Vladimir Putin, a melhorar as relações com Washington para solucionar a crise na Ucrânia, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV. “A China gostaria que a Rússia e os Estados Unidos mantivessem contactos, melhorassem as relações e promovessem uma solução política para a crise na Ucrânia”, disse Xi a Putin, segundo a CCTV, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP). A televisão chinesa referiu que a conversa telefónica partiu da iniciativa de Putin, segundo a agência russa Ria Novosti. As agências russas noticiaram o contacto telefónico entre os dois líderes, mas sem qualquer informação por parte de Moscovo, usando como fonte a CCTV. “Os líderes dos dois países apreciaram muito o elevado nível de confiança política e de cooperação estratégica entre a China e a Rússia”, escreveu a agência TASS. Xi e Putin concordaram “em fazer avançar conjuntamente as relações entre os dois países para um maior desenvolvimento”, acrescentou, citando a CCTV. Em relação à Ucrânia, Xi afirmou que não existem soluções simples para questões complexas e que a China continuará a promover a paz e as negociações, de acordo com a mesma fonte citada pela Ria Novosti. Outras conversas Putin também manteve sexta-feira conversações telefónicas com os presidentes do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, e do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev, com quem falou sobre a reunião com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, acrescentou a Ria Novosti. Após a reunião com Witkoff na quarta-feira, a Rússia anunciou que Moscovo e Washington tinham concordado na realização de um encontro nos próximos dias entre Putin e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Putin admitiu mais tarde que a reunião poderá realizar-se nos Emirados Árabes Unidos. A audiência a Witkoff ocorreu dois dias antes de terminar um ultimato que Trump tinha dado a Putin para suspender os ataques contra a Ucrânia, sob pena de enfrentar sanções duras dos Estados Unidos. A Rússia invadiu a Ucrânia em Fevereiro de 2022, mergulhando a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a II Guerra Mundial (1939-1945). O conflito causou dezenas de milhares de mortos, segundo várias fontes, mas o número exacto de vítimas é desconhecido.
Hoje Macau China / ÁsiaModi disposto a pagar o preço por defender país face às tarifas norte-americana O primeiro-ministro indiano admitiu ontem vir a “pagar pessoalmente o preço” da defesa dos agricultores do país face à decisão de Donald Trump de aumentar as sobretaxas aduaneiras sobre os produtos da Índia. “Não vamos comprometer os interesses dos nossos agricultores, do nosso sector dos laticínios, dos nossos pescadores”, afirmou Narendra Modi, num discurso proferido numa conferência em Nova Deli. A declaração é vista como a primeira resposta pública de Modi à subida das tarifas aduaneiras decidida pelo Presidente dos Estados Unidos, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). “Sei que vou ter de pagar o preço pessoalmente, mas estou pronto”, acrescentou, sem dar mais pormenores. Washington anunciou na quarta-feira um aumento de 50 por cento das sobretaxas aduaneiras sobre os produtos indianos importados, devido à compra de petróleo russo por Nova Deli. A venda de petróleo é uma fonte de receitas fundamental para a Rússia, que enfrenta sanções ocidentais desde que iniciou a guerra contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022. Para Nova Deli, um dos principais pontos de discórdia é a exigência de Washington de acesso ao vasto mercado agrícola e de lacticínios da Índia. O Governo indiano está a tomar uma posição dura para defender o sector agrícola de mão-de-obra intensiva e para evitar perturbar os agricultores, um poderoso bloco eleitoral, segundo a AFP. O executivo está também preocupado com a possibilidade de a importação de produtos lácteos poder ofender as sensibilidades culturais e religiosas da maioria hindu da Índia, que venera as vacas como animais sagrados. Bons princípios Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial da Índia, com Nova Deli a exportar 87,4 mil milhões de dólares de mercadorias para o país. As negociações entre a Índia e os Estados Unidos sobre as tarifas de Trump começaram sob auspícios promissores. Em Fevereiro, Trump descreveu Modi como um “negociador muito mais duro” do que ele próprio e afirmou que existia uma “ligação especial” entre ambos. Os meios de comunicação social indianos noticiaram a possibilidade de Modi visitar a China no final de Agosto, o que aconteceria pela primeira vez desde 2018, mas a informação não foi confirmada por nenhuma fonte oficial. Modi e o Presidente chinês, Xi Jinping, encontraram-se pela última vez na Rússia em Outubro de 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaMSF | Ajudas da Fundação Humanitária são “assassinatos orquestrados” A organização Médicos Sem Fronteiras exigiu ontem o encerramento dos pontos de distribuição de alimentos geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG), controlada por Israel e Estados Unidos, considerando-os locais de “assassinatos orquestrados” de palestinianos. A organização internacional explica estar a fazer a acusação com base numa análise de dados médicos e de testemunhos de médicos e doentes em duas clínicas que gere em Gaza, na Palestina. Segundo a Médicos Sem Fronteiras (MSF), os locais de distribuição de alimentos da FHG são cenário de “uma violência dirigida e indiscriminada por parte das forças israelitas e dos fornecedores privados norte-americanos contra os palestinianos famintos”. Por isso, a MSF apela ao “desmantelamento imediato do programa da FHG e à reposição do mecanismo de prestação de ajuda coordenado pela ONU” e pede aos governos, “especialmente aos Estados Unidos, mas também aos doadores privados, para que suspendam todo o apoio financeiro e político à FHG”. A organização de ajuda médica denuncia, num relatório ontem divulgado, os “horrores testemunhados” em duas clínicas que recebiam regularmente fluxos em massa de vítimas após a violência em locais geridos pela FHG, organização que, entre 07 de Junho e 24 de Julho, foi a única com permissão para distribuir ajuda humanitária em Gaza. No período em causa, adianta a MSF, “1.380 vítimas, incluindo 28 mortos, foram recebidas nas clínicas Al-Mawasi e Al-Attar da MSF, no sul de Gaza, localizadas perto dos locais de distribuição geridos pela FHG”. Durante essas sete semanas, as equipas da organização internacional trataram “71 crianças com ferimentos de bala, 25 das quais tinham menos de 15 anos”, adianta, explicando que “sem alternativas para encontrar comida, as famílias famintas enviam frequentemente adolescentes para este ambiente letal, uma vez que são muitas vezes os únicos homens da casa fisicamente capazes de fazer a viagem”. Entre os doentes tratados nas clínicas da MSF estiveram também um rapaz de 12 anos atingido por uma bala e cinco raparigas, uma das quais com apenas 8 anos, também baleada. “As crianças foram baleadas no peito enquanto tentavam apanhar comida. As pessoas foram esmagadas ou sufocadas em debandadas. Multidões inteiras foram baleadas em pontos de distribuição”, conta a diretora-geral da MSF, Raquel Ayora, citada no relatório. “Nos quase 54 anos de operação da MSF, raramente assistimos a tais níveis de violência sistemática contra civis desarmados”, garante, sublinhando: “Isto tem de acabar já”. Com intenção A análise da MSF adianta que os ferimentos de bala dos pacientes hospitalizados mostraram que 11 por cento dos ferimentos de bala foram na cabeça e no pescoço, enquanto 19 por cento foram em áreas que abrangem o tórax, o abdómen e as costas. Em contraste, as pessoas que chegavam do Centro de Distribuição de Khan Yunis tinham muito mais probabilidades de chegar com ferimentos de bala nos membros inferiores, refere a organização. “Os padrões distintos e a precisão anatómica destes ferimentos sugerem fortemente que as pessoas dentro e em redor dos locais de distribuição foram intencionalmente alvejadas, em vez de disparos acidentais ou indiscriminados”, acusa a MSF. Em 22 meses de guerra, mais de 61 mil palestinianos morreram e os restantes foram alvo de um bloqueio imposto por Israel a produtos essenciais, como alimentos, medicamentos ou combustível.
Hoje Macau China / ÁsiaAviação | Cathay Pacific encomenda 14 Boeing 777-9 A companhia aérea de Hong Kong Cathay Pacific vai adquirir 14 aeronaves do modelo 777-9, novo avião de grande porte da Boeing, o seu primeiro pedido em 12 anos ao fabricante aeronáutico norte-americano, anunciaram as duas empresas na quarta-feira. A Cathay Pacific “exerceu os seus direitos (…) para comprar 14 aeronaves Boeing 777-9”, indicou a companhia, num documento enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong. A companhia mencionou uma opção para adquirir até sete aeronaves Boeing 777-9 adicionais. As entregas estão previstas até 2034, de acordo com outro documento enviado à bolsa. Este anúncio, por um valor não especificado, vem somar-se a uma encomenda de 21 aeronaves 777 feita em 2013, elevando para 35 o número de exemplares deste avião de longo curso que a Cathay Pacific deverá receber. “A encomenda torna a Cathay Pacific a maior operadora do 777-9 na Ásia-Pacífico”, salientou a Boeing. As entregas do birreator, apresentado em novembro de 2013 e que será fabricado em três versões – 777-8, 777-9 e 777-8 Fret -, deveriam começar em 2020. A última estimativa apontava para o início das entregas em 2026 para este aparelho, que se destina a ser o maior bimotor operacional do mundo. A Cathay anunciou esta encomenda por ocasião dos seus resultados do primeiro semestre, marcados por um ligeiro aumento (+1 por cento) do lucro líquido para 3,6 mil milhões de dólares de Hong Kong. A transportadora beneficiou de um aumento na procura por viagens na Ásia, o que contribuiu para um aumento de 9 por cento na sua facturação, para 54 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China pede aos cidadãos que evitem envolvimento na guerra A China afirmou ontem ter instado os seus cidadãos a evitarem qualquer envolvimento na guerra na Ucrânia, reiterando a defesa de um cessar-fogo e negociações de paz, depois de Kiev denunciar a presença de mercenários chineses no conflito. Em comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, afirmou que “a posição da China sobre a crise ucraniana é coerente e clara: estamos empenhados em promover as conversações de paz e facilitar um cessar-fogo”. Guo assegurou que “a China emitiu vários alertas de segurança, instando os cidadãos chineses a manterem-se afastados das zonas de conflito armado e a evitarem qualquer envolvimento no conflito”. As autoridades chinesas salientaram, “em particular, que os cidadãos chineses devem abster-se de participar em operações militares de qualquer uma das partes”, acrescentou o porta-voz. Desde o início da guerra na Ucrânia, a China tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, mas também à consideração das “legítimas preocupações de todos” os Estados, numa alusão à Rússia. Pequim opõe-se às sanções “unilaterais” contra Moscovo e defende uma “solução política” para o conflito. O Ocidente tem acusado a China de apoiar a campanha militar russa – o que Pequim nega – e de fornecer componentes essenciais para a produção de armamento por parte de Moscovo. Vários países europeus têm apelado ao Presidente chinês, Xi Jinping, para que use a sua influência sobre Vladimir Putin com vista ao fim da guerra.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim classifica William Lai de “belicista” por exagerar ameaça chinesa A China acusou ontem o líder de Taiwan, William Lai, de “belicismo” e “separatismo”, por “exagerar a ameaça chinesa” durante um discurso na terça-feira, na abertura do Fórum Ketagalan, dedicado a temas de segurança, em Taipé. A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, Zhu Fenglian, afirmou que Lai “aderiu obstinadamente à posição separatista da independência de Taiwan e à estratégia errada de depender de potências estrangeiras para procurar a independência”. Zhu acusou o líder taiwanês de “promover a falsa narrativa de democracia contra autoritarismo” e de revelar a sua “verdadeira natureza de sabotador da paz, belicista e provocador”. Segundo a responsável, durante o primeiro ano do seu mandato, Lai impulsionou a “desvinculação e ruptura dos laços através do Estreito [de Taiwan], prejudicando os intercâmbios e interacções”. “Lai negligenciou a economia e o bem-estar da ilha, traindo sem escrúpulos Taiwan, prejudicando os seus interesses e enfraquecendo a sua economia”, acrescentou. A porta-voz advertiu ainda que “quem persegue a independência de Taiwan e o separatismo acabará inevitavelmente por provocar a sua própria destruição”. No seu discurso, William Lai afirmou que o orçamento da Defesa de Taiwan representará cerca de 3 por cento do Produto Interno Bruto em 2026, valor semelhante ao deste ano, reiterando o compromisso em manter o “status quo” e garantir a “paz e estabilidade” no Estreito.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Comércio externo desafia previsões e cresce em Julho Ao contrário das previsões de especialistas e economistas, os resultados de Julho surpreenderam com as exportações a registarem um crescimento homólogo de mais de 7 por cento e as importações a contrariarem a Bloomberg que apontava para uma contracção O comércio externo chinês disparou em Julho em relação ao mês homólogo anterior, segundo dados oficiais publicados ontem, contrariando as previsões dos economistas em plena trégua na guerra comercial entre Pequim e Washington. As duas maiores economias mundiais concordaram no mês passado em manter uma pausa na guerra comercial para continuar as negociações. Isto fixou temporariamente as taxas adicionais dos Estados Unidos sobre os produtos chineses em 30 por cento, enquanto os impostos chineses sobre as importações norte-americanas permanecem em 10 por cento. Apesar deste contexto incerto, as exportações chinesas registaram um aumento homólogo em Julho (+7,2 por cento), de acordo com as estatísticas oficiais, superando a previsão dos economistas consultados pela agência Bloomberg (5,6 por cento). As importações também aumentaram 4,1 por cento, em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto as previsões da agência de notícias Bloomberg apontavam para uma contracção. A trégua entre Pequim e Washington deve terminar na terça-feira, data em que as taxas poderão voltar a níveis mais elevados. Persiste a dúvida sobre a capacidade das duas potências chegarem a um acordo sobre uma trégua mais duradoura. O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, declarou no final de Julho, após a última série de negociações em Estocolmo, que o líder norte-americano, Donald Trump, teria a “última palavra” sobre qualquer prorrogação dessa trégua. Trump congratulou-se com a entrada em vigor, na quinta-feira, de novas tarifas que afectam dezenas de parceiros comerciais – incluindo uma taxa de 35 por cento sobre o Canadá. Washington condicionou a continuação das negociações com Pequim ao fornecimento de terras raras pela China, depois de o país asiático ter imposto restrições à exportação desses materiais indispensáveis para a indústria energética, electrónica e de armamento. Bons sinais Um sinal positivo a este respeito é que os dados alfandegários chineses publicados na quinta-feira indicam que as remessas de terras raras permaneceram sólidas em Julho, apesar de uma ligeira diminuição após um pico em Junho. A ausência de um acordo entre as duas potências pode pesar fortemente sobre o comércio da segunda maior economia mundial. Embora as exportações chinesas tenham sido impulsionadas pela criação de reservas de produtos por receio de novas taxas, as vendas para os Estados Unidos caíram 6,1 por cento entre Junho e Julho, de acordo com as alfândegas chinesas. O crescimento das exportações chinesas “pode abrandar nos próximos meses, com o fim da constituição antecipada de reservas para escapar às tarifas americanas”, antecipou Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management. As exportações chinesas também podem ser afectadas por novas taxas norte-americanos sobre produtos que procuram contornar as tarifas através de países terceiros. “A grande questão é saber em que medida as exportações chinesas irão abrandar e como isso irá repercutir-se no resto da economia”, observou Zhiwei Zhang. O Partido Comunista Chinês estabeleceu a meta ambiciosa de um crescimento de “cerca de 5 por cento” do PIB em 2025. Além da guerra comercial, o país asiático também enfrenta uma longa crise imobiliária que pesa sobre o moral dos consumidores e as finanças das autoridades locais. O crescimento das importações em Julho “pode reflectir uma constituição de reservas para certas matérias-primas, em vez de uma retoma mais geral da procura interna”, apontou Zichun Huang, economista da Capital Economics.
Hoje Macau China / ÁsiaJiangyou | Protestos exigem sanções severas após agressão a menor Centenas de pessoas manifestaram-se na cidade chinesa de Jiangyou para exigir punições mais severas a menores envolvidas na agressão a uma colega de 14 anos, num caso filmado e divulgado ‘online’ que gerou indignação generalizada nas redes sociais. Os protestos incluíram cartazes com a imagem da vítima, de apelido Lai, e cânticos a pedir uma “investigação justa”. Vídeos partilhados na rede social X mostram confrontos com a polícia e detenções pontuais. A revolta popular intensificou-se após o anúncio, pelas autoridades policiais, de que as agressoras seriam alvo apenas de “medidas administrativas” e enviadas para um centro educativo correccional. A decisão foi tomada doze dias depois de a queixa ter sido apresentada, um intervalo considerado excessivo por muitos internautas. Antes disso, uma fotografia amplamente partilhada nas redes mostrava familiares de Lai ajoelhados perante um funcionário local, a pedir justiça, o que aumentou ainda mais a pressão social. A agressão, filmada nas imediações de um estabelecimento de ensino, mostra Lai a ser esbofeteada por pelo menos duas colegas, de apelidos Liu e Peng. Num dos vídeos, uma das agressoras gaba-se de ter estado “mais de dez vezes” numa esquadra sem “nunca ter ficado mais de vinte minutos”. No mesmo dia da agressão, a 22 de Julho, Lai dirigiu-se com o pai à polícia para apresentar queixa. Após um exame médico preliminar, regressou mais tarde para prestar declarações. Segundo o jornal local The Paper, entre 24 de Julho e 3 de Agosto, a polícia interrogou todas as testemunhas e solicitou um laudo forense, segundo as normas nacionais de avaliação de danos corporais, que recomendam examinar a vítima entre uma e duas semanas após a estabilização das lesões. A 3 de Agosto, os médicos descartaram fracturas ocultas e classificaram os ferimentos como ligeiros. No dia seguinte, as autoridades encerraram o caso com a aplicação de sanções administrativas.
Hoje Macau China / ÁsiaHimalaias | Pelo menos cinco mortos e 100 desaparecidos em inundação repentina Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 100 continuam desaparecidas num aluimento de terras provocado por chuvas torrenciais no estado indiano de Uttarakhand, nos Himalaias, anunciou ontem fonte da equipa de resgate. O desastre aconteceu cerca das 13:30 de terça-feira na aldeia de Dharali, no distrito de Uttarkashi, quando uma inundação repentina provocou uma grande queda de água das montanhas e devastou a aldeia, arrastando tudo à sua passagem, incluindo dezenas de pessoas. “Cerca de 150 pessoas foram levadas para um local seguro.” De acordo com as informações disponíveis, quatro pessoas foram encontradas mortas e mais de 100 estão desaparecidas. Ainda aguardamos a confirmação da administração local”, avançou o inspector-geral adjunto da Força de Resposta a Desastres (NDRF) indiana, Mohsen Shahedi, que enviou três equipas para a área afectada. Horas depois, a agência de notícias estatal Press Trust of India (PTI) noticiou a recuperação de um quinto corpo dos escombros em Dharali, enquanto os esforços de busca e salvamento continuam. Imagens divulgadas pelas autoridades e pelos meios de comunicação social mostram o rio Kheerganga a transbordar subitamente e a submergir completamente a área, agora coberta por lama espessa e detritos, dificultando a assistência das autoridades. O ministro-chefe de Uttarakhand, Pushkar Singh Dhami, chegou ao local do desastre esta manhã para coordenar a resposta no local. “Estão em curso grandes esforços de resgate, envolvendo mais de 160 polícias”, disse Dhami, acrescentando que já foram preparados pacotes de alimentos para distribuição e uma equipa médica foi mobilizada para tratar dos feridos. Dharali, um popular destino turístico de verão, permanece agora praticamente isolada depois de várias estradas de acesso terem sido destruídas ou bloqueadas por aluimentos de terra. Alerta vermelho As autoridades pediram aos residentes que se mantenham afastados dos rios devido ao risco de novas inundações. Este desastre acontece numa altura em que foi emitido um alerta vermelho pelo instituto meteorológico da Índia devido ao risco de chuvas “extremamente fortes” em várias zonas do estado nos próximos dias. Uttarakhand, uma região montanhosa e ecologicamente frágil, tem registado chuvas ininterruptas durante a actual estação das monções e numerosos aluimentos de terra e inundações. As chamadas “explosões de nuvens”, fenómenos extremamente localizados que provocam chuvas torrenciais em apenas alguns minutos, são especialmente perigosas em zonas como os Himalaias, onde o solo não consegue absorver a água.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Entregas da ‘megafábrica’ da Tesla caem face a concorrência de marcas chinesas As entregas da megafábrica da Tesla em Xangai, leste da China, diminuíram em Julho, retomando a tendência negativa interrompida em Junho, na altura somando oito meses consecutivos de quedas devido à concorrência das marcas locais, informou a imprensa chinesa. De acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post, que se baseia em dados da associação patronal CPCA, a fábrica – a maior da Tesla no domínio da montagem a nível mundial – entregou cerca de 68.000 veículos a clientes na China e no estrangeiro no mês passado, o que representa uma queda de 5,2 por cento em relação a Junho e de 8,4 por cento, em termos homólogos. “Os modelos ‘premium’ estão a perder apelo entre os consumidores chineses porque eles querem poupar dinheiro. Estão a optar por modelos eléctricos mais baratos e desenvolvidos na China”, explicou Tian Maowei, gestor de vendas da Yiyou Auto Service, de Xangai. No acumulado do ano, incluindo vendas na China e exportações, a megafábrica estabelecida na megalópole oriental chinesa já entregou mais de 432.000 automóveis, uma queda de 13,7 por cento, em termos homólogos. O número contrasta com o aumento de 35 por cento das vendas de eléctricos na China, para cerca de 7,6 milhões de unidades, nos primeiros sete meses de 2025, de acordo com dados da CPCA. Estas duas tendências opostas fizeram com que a quota de mercado da Tesla no mercado chinês de veículos elétricos caísse de 6,9 por cento há um ano para 3,8 por cento. Em 2020, quando abriu a fábrica em Xangai, a quota da marca liderada por Elon Musk era de 16 por cento. Face à concorrência de empresas locais como a Xpeng, a Leapmotor ou a Li Auto e a uma guerra de preços no sector que levou até à intervenção do governo, a Tesla está a tentar recuperar terreno com novas versões mais espaçosas ou com maior autonomia dos seus veículos de maior sucesso, como o Model 3 ou o Model Y.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Pequim rejeita críticas por queda de destroços de foguetão A China rejeitou as críticas das Filipinas pela queda de destroços de um foguetão perto da ilha de Palawan, garantindo que os fragmentos caíram em águas internacionais previamente notificadas, segundo fontes citadas pelo jornal oficial Global Times. O lançamento decorreu “de acordo com o plano de missão” e as zonas de reentrada foram notificadas previamente aos países vizinhos “em conformidade com a prática internacional”, indicam as fontes citadas pelo jornal As mesmas fontes consideraram que as declarações de Manila revelam uma “postura pouco amigável” e um esforço deliberado para “prejudicar a imagem da China”. O foguetão Larga Marcha-12 foi lançado na segunda-feira a partir do centro espacial comercial situado na ilha chinesa de Hainan, com o objectivo de colocar em órbita um grupo de satélites de internet da empresa GALAXYSPACE. No mesmo dia, a Agência Espacial Filipina alertou para a possível queda de destroços não combustíveis em águas próximas de Palawan e recomendou à população que informasse as autoridades em caso de avistamento. Na terça-feira, o conselheiro de segurança nacional das Filipinas, Eduardo Año, classificou o lançamento como uma prova “irresponsável” que “alarmou a população” e “colocou em risco os habitantes” daquela ilha. A condenação do Conselho de Segurança filipino veio agravar a tensão entre Manila e Pequim, que disputam a soberania de diversos territórios no Mar do Sul da China.
Hoje Macau China / ÁsiaChikungunya | Mais medidas de combate após milhares de infecções na China O combate contra a febre de chikungunya na China intensifica-se com as autoridades a recorrerem a todas as armas para conter o surto que já conta com 7.000 casos, a maioria em Foshan Um surto do vírus chikungunya na China levou as autoridades a implementar medidas preventivas rigorosas, incluindo uso de redes mosquiteiras, ‘drones’ e desinfectante, com ameaças de multas e cortes de electricidade para quem não eliminar águas paradas. Mais de 7.000 casos foram reportados até ontem, concentrados sobretudo na cidade industrial de Foshan. As autoridades indicaram uma tendência de ligeira redução nos novos contágios. Transmitido por mosquitos, o chikungunya provoca febre e dores articulares, com sintomas semelhantes aos da dengue, afectando com maior gravidade crianças, idosos e pessoas com doenças pré-existentes. A televisão estatal chinesa exibiu imagens de equipas a pulverizar desinfectante em ruas, zonas residenciais, estaleiros de construção e outros locais onde os mosquitos transmissores se possam reproduzir em águas estagnadas. Em alguns edifícios de escritórios, a pulverização foi feita antes da entrada de funcionários, numa abordagem reminiscentes das tácticas restritivas aplicadas durante a pandemia de covid-19. As autoridades locais ameaçam aplicar multas até 10.000 yuan e cortes de eletricidade a residentes que não eliminem recipientes exteriores com água, como garrafas ou vasos. Os Estados Unidos emitiram um aviso desaconselhando viagens à província chinesa de Guangdong – onde se situam Foshan, Dongguan e outros polos industriais –, bem como a países como Bolívia, Brasil e nações insulares do oceano Índico, também afectados pelo vírus. Não está fácil Chuvas intensas e temperaturas elevadas agravaram a situação na China, onde o chikungunya, comum em zonas tropicais, surgiu este ano com força invulgar. Desde o surto de SARS em 2003, a China tem recorrido a medidas coercivas consideradas excessivas por muitos países. Em Foshan, os infectados são obrigados a permanecer no hospital durante pelo menos uma semana. As autoridades chegaram a impor quarentenas domiciliárias de duas semanas, entretanto suspensas por o vírus não se transmitir entre humanos. Segundo relatos, têm sido usados peixes que se alimentam de larvas e até mosquitos maiores para caçar os vectores do vírus. Foram realizadas reuniões e definidos protocolos a nível nacional, numa demonstração da determinação chinesa em conter o surto e evitar críticas internas e internacionais.
Hoje Macau China / ÁsiaHiroshima assinala 80 anos da bomba atómica num contexto de conflitos O Japão vai assinalar na quarta-feira os 80 anos do lançamento da bomba atómica sobre Hiroshima num contexto de apelos ao abandono das armas nucleares e das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. Em 06 de agosto de 1945, às 08:15, os Estados Unidos lançaram uma bomba atómica sobre a cidade de Hiroshima, matando cerca de 140.000 pessoas. Três dias depois, uma bomba idêntica atingiu Nagasaki e matou mais 74.000 pessoas, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). Os dois ataques, que precipitaram o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), são os únicos casos na História em que foram utilizadas armas nucleares em tempo de guerra. Representantes de 120 países e regiões, bem como da União Europeia, deverão assistir à cerimónia em Hiroshima amanhã, um número recorde, de acordo com as autoridades da cidade do sudoeste do Japão. Os principais Estados com armas nucleares, como a Rússia, a China e o Paquistão, não estarão presentes, enquanto o Irão, acusado de tentar adquirir a bomba, estará representado. Contrariamente à prática habitual, o Japão disse que não escolheu os convidados para a cerimónia, mas que notificou todos os países e regiões do evento. “A existência de líderes [políticos] que querem reforçar o poder militar para resolver conflitos, incluindo a posse de armas atómicas, torna difícil o estabelecimento da paz mundial”, afirmou na semana passada o presidente da câmara de Hiroshima, Kazumi Matsui, referindo-se às guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. Matsui convidou no mês passado o Presidente dos Estados Unidos a visitar Hiroshima, quando Donald Trump comparou os recentes ataques aéreos contra o Irão aos bombardeamentos atómicos de 1945. “Parece-me que ele [Trump] não compreende bem a realidade dos bombardeamentos atómicos, que, se utilizados, custam a vida a muitos cidadãos inocentes, amigos ou inimigos, e ameaçam a sobrevivência da humanidade”, afirmou na altura. A guerra continua Hiroshima é actualmente uma metrópole próspera com 1,2 milhões de habitantes, mas as ruínas de um edifício encimado pelo esqueleto metálico de uma cúpula permanecem no centro da cidade como uma recordação do horror do ataque. “É importante que muitas pessoas se reúnam nesta cidade atingida pela bomba atómica, porque as guerras continuam” no mundo, disse Toshiyuki Mimaki, copresidente da organização Nihon Hidankyo, formada por sobreviventes da bomba e vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2024. A Nihon Hidankyo quer que os governos tomem medidas para eliminar as armas nucleares, com base nos testemunhos dos sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, conhecidos como ‘hibakusha’. “Quero que os representantes estrangeiros visitem o Museu Memorial da Paz e compreendam o que aconteceu” sob a nuvem atómica em forma de cogumelo, disse Mimaki. “Acredito que a tendência global para um mundo sem armas nucleares vai continuar. A geração mais jovem está a trabalhar arduamente para o conseguir”, disse Kunihiko Sakuma, de 80 anos, que tinha 9 meses de idade em 1945 e estava a três quilómetros do ponto de impacto. Sakuma, que deverá encontrar-se com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, depois da cerimónia, tenciona apelar a Tóquio para que adira ao tratado da ONU sobre a proibição de armas nucleares, assinado em 2017. Tóquio recusou-se a assinar o tratado, alegando que o objectivo é inatingível sem a ajuda dos Estados com armas nucleares.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Proibido apoio financeiro a 16 activistas estrangeiros Dezasseis activistas de Hong Kong, residentes no estrangeiro, foram ontem alvo de sanções de autoridades de Hong Kong, incluindo o cancelamento de passaportes e a proibição de acesso a apoio financeiro, por suspeita de ameaça à segurança nacional. Os activistas ontem visados fazem parte de um grupo de 19 pessoas, alvo de mandados de captura em Julho, noticiou a agência de notícias Associated Press. O secretário de segurança de Hong Kong, na China, Chris Tang, proibiu o fornecimento de fundos ou recursos económicos aos 16 activistas, incluindo Victor Ho, Keung Ka-wai, o aluno australiano Chongyi Feng e o cidadão norte-americano Gong Sasha, de acordo com o comunicado do governo de Hong Kong. Os documentos de viagem foram cancelados a 12 dos 16 titulares de passaportes de Hong Kong. O governo de Hong Kong proibiu também o acesso ao arrendamento aos 16 indiciados, assim como à actividade comercial ou empresarial, sublinhando que qualquer violação às ordens fica sujeita a uma pena de até sete anos de prisão. Os 16 activistas estão fora de Hong Kong, e são acusados de continuarem envolvidos em actividades que põem em risco a segurança nacional. A acusação abrange ainda incitamento ao ódio contra Pequim e Hong Kong, sob a alegação de difamação e calúnia. As medidas agora adoptadas, segundo o comunicado das autoridades de Hong Kong, foram tomadas “para causar um impacto significativo”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina exige maior controlo das tecnológicas no treino de modelos com algoritmos de IA As autoridades chinesas alertaram ontem para os riscos associados à chamada “contaminação de dados” em sistemas de inteligência artificial (IA) e instaram as empresas tecnológicas a reforçarem o controlo da informação utilizada no treino dos seus modelos. Num comunicado publicado na rede social WeChat, o Ministério da Segurança do Estado advertiu que a proliferação de textos, imagens e vídeos gerados por IA está a aumentar a probabilidade de conteúdos “falsificados, enviesados ou repetitivos” integrarem novos conjuntos de dados de treino, o que pode resultar em erros de julgamento, “decisões automáticas equivocadas” ou “manipulação da opinião pública”. As autoridades citam estudos segundo os quais bastaria que uma em cada 10.000 amostras fosse falsa para que o número de respostas prejudiciais de um modelo aumentasse de forma sensível. Este “efeito em cascata”, em que conteúdos gerados artificialmente alimentam novos sistemas, é motivo de preocupação para sectores sensíveis como a saúde, as finanças ou a segurança pública, onde decisões baseadas em dados imprecisos teriam impacto directo sobre a população. Para mitigar estes riscos, o ministério recordou que está em vigor, desde Janeiro, um regulamento que obriga as plataformas de IA generativa a realizarem auditorias de segurança, a identificar claramente os conteúdos produzidos por inteligência artificial e a eliminar periodicamente dados que violem as normas em vigor. O organismo já tinha alertado, em Julho, que o uso da IA pode representar uma ameaça à “estabilidade social”, à protecção de dados sensíveis e à segurança nacional, caso a tecnologia caia nas mãos de “forças hostis à China”. Desconfiança geral Desde 2023, os serviços de IA no país estão obrigados a seguir os “valores socialistas fundamentais” e proibidos de “gerar conteúdos que atentem contra a segurança nacional, a unidade territorial e a estabilidade social”. Apesar do lançamento de ‘chatbots’ por grandes grupos tecnológicos chineses como Alibaba, DeepSeek, Tencent ou ByteDance, persistem dúvidas sobre o desenvolvimento da IA. Desde 2023, o Ministério da Segurança do Estado publica regularmente na sua conta oficial na WeChat casos de alegada espionagem e recomenda à população que desconfie de ofertas de trabalho ou pedidos de informação oriundos do estrangeiro. Paralelamente, o ministério apela a uma “mobilização de toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e “reforçar a defesa nacional”, alertando para os riscos do envio de dados sensíveis através da internet.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | Pequim abre mercado a café brasileiro em resposta a taxas dos EUA A guerra das tarifas imposta pela administração norte-americana continua a levar à adopção de contra medidas. Face à imposição de tarifas de 50% ao Brasil por motivos políticos, a China abre as portas ao café brasileiro A China autorizou 183 empresas brasileiras a exportar café para o seu mercado interno, avançou ontem a imprensa local, dias após os Estados Unidos imporem tarifas de 50 por cento sobre o café proveniente do Brasil. A medida, válida por cinco anos, foi divulgada poucos dias depois do anúncio da nova tarifa norte-americana, que entra em vigor amanhã, e provocou alarme entre produtores e exportadores brasileiros, agora forçados a procurar mercados alternativos. Segundo dados da indústria, cerca de 85 por cento da produção brasileira de arábica em 2025 – a variedade mais exportada para os EUA – já foi colhida. Este tipo de café desempenha um papel central no mercado norte-americano, onde é frequentemente misturado com grãos mais suaves de outros produtores latino-americanos para se adequar ao gosto local. O Brasil é responsável por 44 por cento da produção mundial de arábica, o que faz do país um fornecedor difícil de substituir a curto prazo. Os Estados Unidos são o maior consumidor mundial de café e importaram 3,3 milhões de sacas de café brasileiro no primeiro semestre do ano, quase 23 por cento do total exportado pelo Brasil nesse período. Já a China importou 530 mil sacas no mesmo intervalo. Embora o mercado chinês seja ainda menor, tem vindo a ganhar importância à medida que o acesso brasileiro ao mercado norte-americano enfrenta novas barreiras. Em Novembro passado, a ApexBrasil, a agência brasileira de promoção de exportações, assinou um acordo com a Luckin Coffee, maior cadeia de cafetarias da China, para o fornecimento de 240 mil toneladas de café brasileiro entre 2025 e 2029. O contrato está avaliado em 2,5 mil milhões de dólares e sucede a um acordo anterior, de meados de 2024, no valor de 500 milhões de dólares, para o fornecimento de 120 mil toneladas. Em crescimento Fundada em 2017, a Luckin Coffee opera actualmente mais de 22 mil lojas em todo o território chinês e serve mais de 300 milhões de clientes. Embora o chá continue a ser a bebida tradicional dominante, o consumo de café tem vindo a crescer rapidamente no país asiático, sobretudo entre os jovens profissionais urbanos. O consumo ‘per capita’ duplicou em cinco anos, passando de oito para 16 chávenas por ano – ainda muito abaixo da média global de 240 chávenas e das mais de 400 registadas nos EUA. Na altura do acordo, o director executivo da Luckin Coffee, Jinyi Guo, elogiou o café brasileiro e descreveu o contrato como “apenas o início” de uma colaboração a longo prazo. “No futuro, queremos expandir ainda mais esta parceria”, disse. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares, em 2004, para 188 mil milhões, em 2024. O Brasil desempenha, em particular, um papel importante na segurança alimentar da China, compondo mais de 20 por cento das importações agrícolas e pecuárias do país asiático. A segunda maior economia mundial alimenta quase 19 por cento da humanidade com apenas 8,5 por cento das terras aráveis do planeta. Em comparação, o país latino-americano tem quase 7 por cento das terras aráveis para 2,7 por cento da população mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaKremlin | Rússia adverte EUA contra efeitos de guerra nuclear A Rússia advertiu ontem que não há vencedores numa guerra atómica, depois de o Presidente dos Estados Unidos ter anunciado a mobilização de dois submarinos nucleares em resposta a uma alegada ameaça russa. “Numa guerra nuclear não há vencedores”, disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitry Peskov na conferência de imprensa telefónica diária, citado pela agência de notícias espanhola EFE. Peskov pediu cautela nas declarações sobre arsenais nucleares. “Pensamos que toda a gente deve ter muito cuidado com o que diz sobre a questão nuclear”, afirmou Peskov, também citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). Peskov disse ainda que os dois submarinos norte-americanos anunciados por Trump “já estão em serviço” de forma permanente. “Não queremos ser arrastados para uma tal polémica”, acrescentou. Donald Trump anunciou na sexta-feira a deslocação de dois submarinos nucleares para “zonas apropriadas”, que não especificou, em resposta a comentários que considerou provocatórios do ex-presidente russo, Dmitri Medvedev (2008-2012). A ordem de Trump foi dada um dia depois de Medvedev o ter criticado por ter feito um ultimato a Moscovo para acabar com a guerra contra a Ucrânia, iniciada em Fevereiro de 2023. Medvedev considerou o ultimato como “uma ameaça e um passo para a guerra” com os Estados Unidos e advertiu Washington de que a Rússia “não era Israel, nem tão pouco o Irão”.
Hoje Macau China / ÁsiaChikungunya | Guangdong aplica medidas decisivas à medida que casos de febre alastram A província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau, registou na última semana milhares de novos casos de febre de chikungunya, com as autoridades locais a prometerem “medidas decisivas e vigorosas” para travar a propagação da doença. Segundo a televisão estatal CCTV, foram detectados 2.892 novos casos na semana terminada no sábado, sem registo de infecções graves ou fatais. A maioria – 2.770 – ocorreu em Foshan, enquanto Cantão, a capital provincial, contabilizou 65 casos. Num encontro do governo provincial no sábado, o governador Wang Weizhong apelou a medidas “mais resolutas” para “vencer a difícil batalha contra o surto no mais curto espaço de tempo possível”, noticiou o órgão estatal southcn.com. No mesmo dia, Shen Hongbing, director do Centro Nacional de Controlo e Prevenção de Doenças, visitou Foshan, apelando a esforços rápidos para “eliminar o surto no mais curto prazo e salvaguardar a saúde pública e a estabilidade social”. A febre de chikungunya é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes, que provoca febre alta súbita, dores intensas nas articulações, erupções cutâneas e fadiga. Não é transmissível por contacto directo entre pessoas. Embora raramente seja fatal, a doença pode causar sintomas debilitantes durante semanas. Guangdong é, até agora, a província mais afectada da China, com Foshan – um centro industrial com 10 milhões de habitantes – a representar mais de metade dos casos reportados. Durante a visita a Foshan, Shen sublinhou ainda a necessidade de uniformizar o tratamento. Na sexta-feira, o Centro de Protecção da Saúde de Hong Kong indicou que todos os casos registados em Foshan eram ligeiros, sem infecções graves ou fatais. No sábado, a região anunciou o primeiro caso de chikungunya desde 2019. Na reunião provincial em Guangdong, Foshan foi instada a concentrar esforços em áreas-chave e intensificar medidas de controlo direccionadas, criando condições favoráveis para “um ponto de viragem precoce no surto”.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Registados recordes de calor em 17 localidades O Japão registou ontem recordes de calor em 17 localidades, depois de Junho e Julho terem sido os meses mais quentes de sempre no arquipélago, anunciou a Agência Meteorológica Japonesa (JMA, na sigla em inglês). A cidade de Komatsu, na região central de Ishikawa, registou um novo recorde de 40,3 °C, disse a JMA, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP). Na mesma região, Toyama registou 39,8 °C, uma temperatura que não ocorria desde o início dos registos, há 126 anos, segundo a agência meteorológica japonesa. Quinze outras localidades atingiram novos máximos entre 35,7 °C e 39,8 °C, acrescentou a JMA, que monitoriza mais de 900 pontos no arquipélago da Ásia Oriental. No final de Julho, o Japão registou a temperatura mais elevada de sempre, com 41,2 °C em Tamba, na região ocidental de Hyogo. Os cientistas demonstraram que as alterações climáticas provocadas pelo homem estão a tornar as ondas de calor mais intensas, mais frequentes e mais generalizadas, referiu a AFP. Os meteorologistas japoneses têm advertido contra uma ligação directa entre condições meteorológicas específicas, como o calor elevado num determinado período, e as alterações climáticas a longo prazo. No entanto, observaram que o aquecimento global tem vindo a alimentar fenómenos meteorológicos imprevisíveis nos últimos anos. Em brasa O Verão de 2024 foi o mais quente alguma vez registado no arquipélago, a par do recorde estabelecido em 2023, seguido do Outono mais quente desde o início dos registos. Este ano, a estação das chuvas terminou na região ocidental cerca de três semanas mais cedo do que o habitual. Com a fraca pluviosidade e o calor intenso, várias barragens do norte ficaram quase vazias, indicou o Ministério do Território japonês. Os agricultores receiam que a falta de água e o calor extremo causem uma quebra de colheitas. Outro sinal do aquecimento global tem a ver com as emblemáticas cerejeiras, que estão a florescer mais cedo ou a não florescer porque os Outonos e Invernos não são suficientemente frios para desencadear a floração. O icónico manto de neve do Monte Fuji só apareceu no início de Novembro de 2024, quase um mês mais tarde do que tem sido normal. Entre os continentes, a Europa registou o aquecimento mais rápido desde 1990, seguida de perto pela Ásia, de acordo com dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaCinema | Filme sobre massacre de Nanjing arrecada 181 ME e lidera bilheteira O filme Dead To Rights, sobre o massacre de Nanjing, lidera a bilheteira na China, após arrecadar mais de 1.500 milhões de yuan em duas semanas, impulsionado pelo 80.º aniversário da rendição japonesa. A obra centra-se nas provas fotográficas do massacre ocorrido em 1937, naquela cidade do leste da China, às mãos do Exército imperial japonês. A história acompanha Ah Chang, um funcionário dos correios que se faz passar por técnico de laboratório para sobreviver. Sob pressão, revela fotografias aos militares japoneses, enquanto transforma o estúdio num refúgio, ajudando civis e soldados a fugir e, ao mesmo tempo, expõe ao mundo provas visuais da atrocidade. A produção gerou grande repercussão nas redes sociais chinesas, onde circulam imagens de espectadores a prestarem continência nos cinemas durante os créditos finais e a entoarem palavras de ordem em homenagem às vítimas dos acontecimentos retratados. Dead To Rights está em exibição numa altura em que decorrem os preparativos para o desfile militar marcado para 3 de Setembro, em Pequim, que assinala o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e da rendição japonesa. A 13 de Dezembro de 1937, tropas japonesas invadiram Nanjing e, nas seis semanas seguintes, saquearam e incendiaram a cidade, violaram dezenas de milhares de mulheres e mataram entre 150.000 e 340.000 pessoas, segundo diferentes fontes históricas. Todos os anos, a China assinala essa data com uma cerimónia no Memorial das Vítimas do Massacre de Nanjing pelos Invasores Japoneses, erguido no local. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão invadiu grande parte do território chinês, onde cometeu crimes de guerra generalizados, incluindo massacres sistemáticos de civis, experiências com armas biológicas e a utilização de mulheres chinesas como escravas sexuais por parte de militares nipónicos. O Governo chinês tem criticado com frequência as autoridades japonesas por adoptarem uma postura que considera revisionista em relação à invasão e aos crimes cometidos.
Hoje Macau China / ÁsiaHunan | Homem mata duas pessoas e fere outras três em ataque Pelo menos duas pessoas morreram e três ficaram feridas após um ataque perpetrado por um homem no centro da China, confirmaram ontem as autoridades. O incidente ocorreu no domingo, às 18:00 locais, na cidade de Leiyang, na província central de Hunan. Segundo as autoridades, um homem de 31 anos, de apelido Duan, realizou um ataque “intencional” de natureza não especificada contra um grupo de pessoas. Desconhece-se, por enquanto, se o agressor conhecia as vítimas ou se se tratou de um ataque indiscriminado. Os feridos, que foram transportados para unidades de saúde, encontram-se livres de perigo, acrescentaram as autoridades num breve comunicado. As causas do ataque estão a ser investigadas. Nos últimos anos, têm-se multiplicado na China os ataques indiscriminados contra multidões, seja com veículos ou com armas brancas. Entre os casos mais recentes está o atropelamento em massa ocorrido em Novembro de 2024 na cidade de Zhuhai, no sul do país, que provocou 35 mortos e cerca de 40 feridos. O autor, condenado à morte em Dezembro, foi executado em Janeiro. Estes incidentes são geralmente descritos pelas autoridades e pela imprensa como casos de “vingança contra a sociedade”, em que indivíduos frustrados com problemas pessoais descarregam a sua ira sobre inocentes. A Procuradoria Popular Suprema prometeu recentemente “castigos severos, rigorosos e rápidos” para os responsáveis por este tipo de crimes, enquanto o Ministério da Segurança Pública apelou ao reforço das medidas de prevenção para “manter a estabilidade social”.