Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Tribunal confirma legalidade da pena de morte O Tribunal Constitucional de Taiwan confirmou na sexta-feira a legalidade da pena de morte, limitando-a a “circunstâncias especiais e excepcionais”, numa decisão tomada depois de uma queixa de reclusos e organizações não-governamentais. Um grupo de reclusos no ‘corredor da morte’, aos quais se juntaram a Amnistia Internacional e a Coligação Mundial Contra a Pena de Morte, argumentaram que a pena capital viola os direitos fundamentais protegidos pela Constituição, como os direitos à vida e de não sujeição a tortura ou a actos cruéis, desumanos ou degradantes. Uma decisão judicial a favor dos queixosos traduzir-se-ia na abolição imediata da pena capital na ilha, onde foram realizadas 35 execuções desde 2010, quando foi levantada uma moratória. Mas na decisão lida em público pelo presidente do Tribunal, Hsu Tzong-li, foi confirmada a constitucionalidade da pena capital, que em Taiwan é cumprida disparando um tiro de pistola à altura do coração nas costas do condenado, deitado de barriga para baixo, sob anestesia geral. “O direito à vida deve ser protegido ao mais alto nível pela Constituição. No entanto, essa protecção não é absoluta”, declarou o Tribunal, especificando que o âmbito de aplicação da pena de morte “deve ser limitado a circunstâncias especiais e excepcionais”. Cerca de 80 por cento dos taiwaneses são a favor da pena de morte, segundo uma sondagem recente da Associação Chinesa dos Direitos Humanos.
Hoje Macau China / ÁsiaDesemprego jovem com novo recorde na China Os novos dados, recolhidos através de um método que exclui os estudantes, indicam uma subida do desemprego jovem, justificada, em parte, com a entrada no mercado de trabalho de um grande número de recém-licenciados O desemprego entre os jovens na China atingiu 18,8 por cento em Agosto, de acordo com dados oficiais, fixando um novo máximo pelo segundo mês consecutivo, apesar das autoridades estarem a utilizar um novo método estatístico. O Gabinete Nacional de Estatística (NBS) chinês anunciou que o desemprego entre as pessoas dos 16 aos 24 anos que vivem nas zonas urbanas da China subiu de 17,1 por cento em Julho. Em Julho o desemprego jovem tinha sido de 13,2 por cento. O jornal de Hong Kong South China Morning Post disse que a subida durante o Verão se deve à entrada no mercado de trabalho de um número recorde de licenciados, estimado em cerca de 11,8 milhões em 2024. O NBS publicou também a taxa de desemprego para os jovens entre os 25 e os 29 anos, a fim de reflectir a situação de emprego dos licenciados. Esta taxa de desemprego, que também exclui os estudantes, situou-se em 6,9 por cento em Agosto, mais 0,4 pontos percentuais do que em Julho. A China voltou a publicar em Janeiro dados sobre o desemprego dos jovens, pela primeira vez desde que aquele indicador atingiu um nível recorde, em Junho de 2023, utilizando um novo método, que exclui os estudantes. O NBS anunciou em Janeiro uma taxa de desemprego jovem de 14,9 por cento para Dezembro, utilizando o novo método, que revelou uma aparente melhoria. O organismo deixou de publicar este número politicamente sensível em 2023, depois de ter atingido 21,3 por cento em Junho. Em causa A mudança de metodologia ocorreu após o aumento do desemprego jovem, na sequência de um abrandamento económico em 2023. As repressões regulatórias em sectores como tecnologia e educação, que normalmente empregavam uma força de trabalho mais jovem, também diminuíram o número de oportunidades no mercado de trabalho. A taxa de desemprego dos jovens contava os estudantes que trabalham pelo menos uma hora por semana como empregados e os que diziam que queriam emprego mas não o conseguiam encontrar como desempregados. Não é claro como é que a mudança metodológica afecta a taxa de desemprego declarada. “O cálculo da taxa de desemprego por grupo etário, que não inclui os estudantes, reflecte melhor a situação do emprego e do desemprego dos jovens que entram na sociedade”, declarou o NBS, em Janeiro, acrescentando que os estudantes devem concentrar-se nos estudos em vez de procurarem emprego. A população com idades entre 16 e 24 anos inclui cerca de 62 milhões de estudantes, ou seja, mais de 60 por cento das pessoas desta idade. A exclusão dos estudantes da taxa de desemprego permite às autoridades fornecer aos jovens “serviços de emprego mais precisos e formular políticas de emprego mais eficazes e direccionadas”, afirmou o NBS. A taxa de desemprego urbano global da China situou-se em 5,3 por cento em Agosto, subindo ligeiramente em relação ao valor de 5,1 por cento registados em Julho. A China está sob pressão para aumentar a criação de postos de trabalho e reforçar o emprego.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim retira isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos O Governo da China anunciou ontem que vai suspender, a partir de quarta-feira, a isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos provenientes de Taiwan, incluindo frutas, legumes e produtos do mar. Num comunicado, a Comissão da Pauta Aduaneira, que está sob a tutela do Conselho de Estado, justificou a decisão com o facto de “as proibições e restrições discriminatórias impostas unilateralmente por Taiwan aos produtos da China continental terem prejudicado o comércio e a cooperação económica” entre os dois lados do Estreito. Os produtos afectados beneficiavam de isenção desde pelo menos 2007. Citado pelo jornal oficial chinês Global Times, o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado afirmou que Taipé “continua a restringir unilateralmente a importação de mais de mil produtos agrícolas da China continental, prejudicando o bem-estar dos compatriotas” de ambos os lados. Chen Binhua acusou ainda William Lai Ching-te de defender obstinadamente a independência da ilha e de provocar continuamente a escalada da hostilidade e do confronto com Pequim. Em Maio, a China continental retirou as tarifas preferenciais sobre 234 outros produtos de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Condenado a 14 meses de prisão devido a camisola “sediciosa” Um cidadão de Hong Kong foi condenado ontem a 14 meses de prisão por ter vestido uma camisola com palavras de ordem consideradas sedição pelo tribunal, tornando-se a primeira pessoa a ser condenada ao abrigo da nova lei de segurança nacional. Na segunda-feira, Chu Kai-pong, 27 anos, declarou-se culpado da acusação por “actuar com intenções sediciosas”. Chu foi detido por ter usado uma camisola e uma máscara com palavras de protesto no dia 12 de Junho, uma data associada às manifestações pró-democracia de 2019. Uma das inscrições na roupa de Chu, “Hong Kong livre, revolução do nosso tempo”, foi considerada “susceptível de incitar à secessão” em anteriores processos judiciais. O magistrado principal, Victor So, afirmou ontem que o tribunal “reflectiu plenamente a posição da legislação sobre a gravidade da infracção”. “O arguido aproveitou um dia simbólico com a intenção de reavivar as ideias que estão na base da agitação”, disse Victor So, referindo-se aos protestos pró-democracia de 2019. O cidadão de Hong Kong cumpriu anteriormente uma pena de prisão de três meses por sedição em por usar e transportar na bagagem roupas e bandeiras com palavras de ordem de protesto. Na sequência de um julgamento separado, o mesmo juiz condenou ontem um antigo empregado bancário a dez meses de prisão por ter escrito palavras de ordem – que implicam “sedição” – em bancos de autocarros.
Hoje Macau China / ÁsiaCaxemira | Elevada participação nas primeiras eleições numa década A Caxemira administrada pela Índia registou uma elevada participação durante a primeira fase das suas eleições regionais, que já não eram realizadas há uma década. O novo governo regional terá poderes limitados, cobrindo principalmente questões de educação e cultura Cerca de 59 por cento dos 2,3 milhões de pessoas habilitadas a participar nessa primeira fase das eleições exerceram o seu direito de voto, declarou o director do organismo eleitoral regional, P.K. Pole, numa conferência de imprensa, em meio a um clima optimista invulgar nesta região com um forte historial de boicotes e violência eleitoral. “Houve um entusiasmo sem precedentes entre os eleitores, homens, mulheres, jovens e idosos”, disse à agência de notícias EFE um responsável eleitoral do distrito de Kulgam, no sul de Caxemira, outrora foco de rebelião armada contra a Índia e uma zona de boicotes eleitorais. “As pessoas estavam a apertar-se por espaço nas filas e a maioria eram eleitores de ‘primeira viagem’”, acrescentou esse mesmo responsável. Estas são as primeiras eleições regionais na Caxemira indiana desde que o Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, revogou unilateralmente, há cinco anos, o estatuto especial que o Estado possuía, provocando fortes protestos nesta região de maioria muçulmana. O dia decorreu de forma calma, sem grandes perturbações, para além de pequenas altercações entre apoiantes de partidos rivais em algumas assembleias de voto. Tudo isto no âmbito de um grande destacamento de forças da polícia e paramilitares naquela que é uma das regiões mais militarizadas do mundo, algumas delas fortemente equipadas com equipamento de controlo de distúrbios e armas longas. Este aumento da segurança, bem como os desafios logísticos, significa que as eleições decorrerão em várias fases ao longo das próximas duas semanas. O próximo dia de votação está marcado para quarta-feira, enquanto o terceiro e último dia terá lugar em 1 de Outubro, estando os resultados finais previstos para 8 de Outubro. Alcance limitado Esta é a primeira vez que os habitantes de Caxemira conseguem votar para o seu governo regional desde 2014. O último governo eleito em Caxemira caiu em Junho de 2018, quando o Partido Bharatiya Janata (BJP), de Modi, retirou-se de uma coligação governamental formada após as eleições regionais de 2014 com o Partido Democrático Popular (PDP). O novo governo regional, no entanto, terá poderes limitados, cobrindo principalmente questões de educação e cultura, enquanto a autoridade legislativa e as decisões de segurança permanecerão nas mãos do Parlamento indiano e do Executivo de Modi. A maioria dos partidos regionais prometeram restaurar o estatuto especial da região, que dava à Caxemira uma maior autonomia legislativa em relação ao resto dos estados da Índia, enquanto o BJP afirma que este estatuto não será novamente implementado.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim quer diálogo económico com Reino Unido A China está disposta a retomar o diálogo económico com o Reino Unido, afirmou o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, segundo um meio de comunicação estatal, após um longo período de afastamento entre os dois países. Pequim e Londres renovaram os contactos de alto nível em Agosto, durante uma chamada telefónica entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Foi a primeira vez que o chefe de Estado chinês conversou com um primeiro-ministro britânico desde 2022. Numa nova chamada telefónica na quarta-feira, com a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, He Lifeng disse-lhe que a China estava “disposta a trabalhar com o Reino Unido” para “relançar o diálogo económico e financeiro bilateral”, segundo a agência de notícias Xinhua. O vice-primeiro-ministro garantiu ainda que o gigante asiático pretende “ampliar a cooperação nos domínios das finanças, da economia verde, da biomedicina e da inteligência artificial”. Depois da “era dourada” centrada nas relações comerciais, muito elogiada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron no início da década de 2010, as tensões bilaterais aumentaram entre os dois países. Uma das principais áreas de atrito diz respeito ao reforço do controlo de Pequim sobre Hong Kong. Londres acusou ainda Pequim de ataques informáticos contra autoridades eleitas, de espionagem tecnológica e de violação dos direitos humanos, especialmente os da minoria uigur na região de Xinjiang, para não falar das tensões comerciais. Os dois países acusaram-se também mutuamente de espionagem. Além disso, Pequim critica regularmente Londres por seguir a política hostil de Washington em relação ao Governo chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaMorreu estudante esfaqueado perto de escola japonesa em Shenzhen O Japão disse ontem que morreu um estudante de uma escola japonesa no sul da China, esfaqueado na terça-feira, e pediu a Pequim que forneça pormenores sobre o ataque e tome medidas preventivas. A ministra dos Negócios Estrangeiros do Japão expressou condolências e afirmou ser “extremamente lamentável” que o estudante, de dez anos, tenha morrido. Isto apesar dos pedidos de precaução e de reforço da segurança por altura do aniversário do início da invasão da China pelo Japão, em 18 de Setembro de 1931. Yoko Kamikawa disse que também deu instruções às escolas japonesas na China para reverem as medidas de segurança e solicitou à China que forneça pormenores sobre o ataque e faça tudo o que estiver ao seu alcance para evitar a repetição de ataques semelhantes contra cidadãos japoneses. O estudante foi esfaqueado por um homem a cerca de 200 metros do portão da Escola Japonesa de Shenzhen, disse na quarta-feira o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “O agressor foi detido no local. O caso ainda está a ser investigado”, acrescentou Lin Jian, em conferência de imprensa. O motivo do ataque não foi imediatamente divulgado. Todo o cuidado Numa mensagem enviada aos cidadãos japoneses que vivem na China, a embaixada do Japão pediu que estivessem atentos e tomem precauções, citando vários ataques com facas nos últimos meses. O consulado japonês em Cantão, que é responsável por Shenzhen, apelou à adopção de medidas para evitar este tipo de incidentes. Em 24 de Junho, um ataque com faca numa paragem de autocarro escolar de uma escola japonesa na cidade de Suzhou, no leste do país, resultou na morte de uma cidadã chinesa que tentava deter o atacante e feriu uma mãe japonesa e o filho. No início de Junho, um chinês esfaqueou quatro professores universitários norte-americanos num parque público em Jilin, no nordeste do país, e um cidadão chinês que tentou intervir. Os quatro professores do Cornell College estavam a dar aulas na Universidade de Beihua. Nenhum deles ficou em estado crítico.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Congresso diz está a ficar para trás na preparação para guerra Dois comités do parlamento norte-americano advertiram que os Estados Unidos estão a ficar rapidamente para trás em relação à China na preparação para uma eventual guerra, que pode ocorrer a “qualquer momento” Os comités do Congresso acusaram na quarta-feira o Pentágono, responsável pela defesa dos Estados Unidos da América (EUA), de excesso de burocracia e lentidão em adoptar novas tecnologias. Os comités culparam ainda a população, que descreveram como só respondendo a crises, pelo alegado atraso, que deixa desprotegidos aliados como o Reino Unido, Austrália, Japão e Coreia do Sul. Republicanos e democratas em ambos os comités enalteceram o trabalho da administração do Presidente Joe Biden para estabelecer novas alianças, como a parceria de tecnologia militar entre os EUA, Reino Unido e Austrália, conhecida como Aukus, e a cooperação de segurança recentemente formalizada entre os EUA, Japão e Coreia do Sul. No entanto, os procedimentos desactualizados do Departamento de Defesa em matéria de segurança e de aquisições foram apontados como obstáculo, em especial no que respeita à Aukus. O presidente do comité para os Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento) disse que os burocratas do Pentágono ainda não autorizaram as transferências de tecnologia dos EUA para os dois membros da aliança, quase um ano após a aprovação de uma isenção. “A administração mantém uma longa lista de tecnologias excluídas que limita a sua eficácia”, disse Michael McCaul durante uma audição, citando redes de comunicações, acústica naval e motores a jacto como estando entre as tecnologias avançadas que estão a ser retidas. “Estes são os nossos aliados mais próximos, com quem partilhamos as nossas informações mais sensíveis”, acrescentou o republicano do Texas. As armas do futuro As audições decorreram no meio de divergências entre os legisladores sobre o orçamento federal e o orçamento anual da Defesa, à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 5 de Novembro nos EUA. A inflexibilidade das aquisições militares foi mencionada de forma mais ampla pelos membros do comité para a Estratégia de Defesa Nacional autorizado pelo Congresso, em 2022 e 2024, a avaliar o estado de prontidão da segurança nacional dos EUA. O relatório mais recente advertiu que os EUA precisam de um exército significativamente maior para lidar com as ameaças simultâneas da China, Rússia, Irão e Coreia do Norte. O documento apelou também a uma força mais integrada, a uma revisão radical da base industrial dos EUA, a laços mais estreitos com os aliados e a uma abordagem da defesa que alcance “todo o governo”. “Acreditamos unanimemente que a estratégia de defesa nacional está lamentavelmente desactualizada”, declarou Jane Harman, uma antiga congressista de longa data que representou a Califórnia e coautora do relatório. “Durante anos, o nosso governo não conseguiu manter-se actualizado. Todo o nosso sistema e o Pentágono em particular são avessos ao risco”, explicou. Eric Edelman, que foi subsecretário da Defesa do antigo presidente George W. Bush, foi mais directo. “Há um potencial real para guerra a curto prazo, que seria difícil imaginar que não fosse uma guerra global”, disse Edelman, que também foi embaixador dos EUA na Turquia e na Finlândia. “E há a possibilidade de perdermos esse conflito. A parceria entre a China, Rússia, Irão e a Coreia do Norte representa uma grande mudança no ambiente estratégico”, apontou. Perante todas estas ameaças, o número dois da diplomacia dos EUA, Kurt Campbell, disse que “a Guerra Fria não tem comparação” e defendeu que o Pentágono e outros departamentos precisam de mais pessoal que compreenda a tecnologia avançada. “Precisamos de mais pessoas no governo que saibam o que é a Inteligência Artificial, que saibam o que é a computação quântica, que saibam como criar incentivos para as nossas próprias indústrias, mas que também impeçam que algumas das capacidades críticas cheguem aos países que estão a competir intensamente connosco”, disse.
Hoje Macau China / Ásia MancheteUNICEF | Seis milhões de crianças foram afectadas pelo tufão Yagi As inundações e derrocadas provocadas pela passagem do tufão Yagi no sudeste asiático, nomeadamente no Vietname e no Myanmar, afectaram quase seis milhões de crianças, alertou ontem a UNICEF. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sublinha ainda que se verificam sérios riscos no acesso a água potável e alimentos, tal como perturbações nos vários sistemas escolares. “As crianças mais vulneráveis, assim como os familiares, enfrentam consequências devastadoras após a destruição provocada pelo (tufão) Yagi”, disse June Kunugi, directora regional da UNICEF para a Ásia Oriental e Pacífico. Milhões de pessoas no sudeste asiático foram afectadas pela passagem do tufão, o mais forte registado desde o princípio do ano, sobretudo no Vietname onde provocou 290 mortes no passado dia 7 de Setembro. Em Myanmar o balanço provisório indica a morte de 226 pessoas que residiam nas zonas atingidas. A Tailândia, o Laos, as Filipinas e a República Popular da China também registaram vítimas. “A prioridade imediata deve ser o restabelecimento dos serviços essenciais de que as crianças dependem, como água potável, a educação e o funcionamento do saneamento. O aumento dos fenómenos meteorológicos extremos no sudeste asiático afectam as crianças (…), são as crianças que pagam o preço mais elevado”, acrescentou Kunugi. A UNICEF salienta que o Yagi provocou também chuvas torrenciais, transbordando rios e provocando deslizamentos de terras. Mais de 850 escolas e 550 clínicas foram danificadas pela passagem do tufão, a maioria no Vietname, embora a contagem ainda esteja em curso. No Vietname, cerca de três milhões de pessoas, incluindo muitas crianças, não têm acesso a água potável e ao saneamento e dois milhões de crianças não podem ir à escola.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul da China | Austrália aumenta presença com Filipinas As autoridades australianas estão a aumentar a presença no Mar do Sul da China, juntando-se a patrulhas da Marinha das Filipinas para enfrentar a ameaça da China e garantir acesso a rotas comerciais. O embaixador australiano nas Filipinas, Hae Kyong Yu, disse que o país está a aumentar as suas actividades em coordenação com Manila, numa iniciativa que poderá intensificar-se no futuro. “É isto que fazemos quando mantemos uma relação de cooperação de defesa muito estreita”, destacou Yu, citado pela agência de notícias filipina PNA. O Governo filipino confirmou que pretende realizar actividades para normalizar a situação na região e salientou que já está a trabalhar num cronograma para realizar operações conjuntas de patrulha marítima. A Austrália – que tem interesses relevantes na região Ásia-Pacífico – realizou a sua primeira patrulha conjunta com as Filipinas no Mar do Sul da China em Novembro do ano passado. O Mar do Sul da China é uma rota comercial global de vital importância, com cerca de um terço do comércio marítimo global a passar anualmente pelas suas águas, em operações avaliadas em mais de três mil milhões de euros.
Hoje Macau China / ÁsiaIncêndios | Governo de Timor-Leste solidário com Portugal O Governo de Timor-Leste manifestou ontem solidariedade com Portugal devido aos incêndios nas regiões do Norte e Centro, que já provocaram a morte a sete pessoas e 40 feridos. “Neste momento de crise, reafirmamos o nosso compromisso de amizade e cooperação com Portugal”, afirmou, em comunicado, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do Governo, Agio Pereira. “O nosso pensamento está com todas as pessoas afectadas por esta tragédia, em especial com os familiares das vítimas e os bravos operacionais que se dedicam a proteger vidas e património. Estamos confiantes que Portugal irá com resiliência e união ultrapassar mais este desafio”, salientou o ministro timorense. Sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas. A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, atingidas pelos incêndios desde o fim-de-semana, já arderam 47.376 hectares. O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afectados pelos incêndios nos últimos dias.
Hoje Macau China / ÁsiaPM timorense em Nova Iorque para Cimeira e Assembleia-Geral da ONU O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, viajou para Nova Iorque para participar na Cimeira do Futuro e na Assembleia-Geral das Nações Unidas e lançar o livro “O Meu Mar, o Meu Timor”. A Cimeira do Futuro vai decorrer entre domingo e segunda-feira e visa produzir um pacto intergovernamental para a acção sobre desenvolvimento sustentável e financiamento para o desenvolvimento, paz e segurança, ciência, tecnologia e inovação, cooperação digital, juventude e gerações futuras, e transformação da governação global. Xanana Gusmão tem defendido em discursos feitos em fóruns internacionais novos modelos de parceria e cooperação para apoiar os países menos desenvolvidos, que garantam também a soberania daqueles estados. Ainda na segunda-feira, o chefe do executivo timorense participa na Cimeira dos Líderes da Aliança dos Pequenos Estados Insulares e apresentará o livro “O Meu Mar, o Meu Timor”, num evento sobre a economia azul de Timor-Leste, que vai contar com a participação da oceanógrafa, Sylvia Earle. Da agenda do primeiro-ministro consta igualmente, na terça-feira, um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, que no final de Agosto realizou uma visita a Timor-Leste, no âmbito das celebrações dos 25 anos da realização do referendo pela autodeterminação do país e que pôs fim à ocupação indonésia. Mar e saúde No dia seguinte, o primeiro-ministro vai intervir na Cimeira de Alto Nível do g7+ sobre “Paz no Mundo e Paz nos países do g7+ – desafios e soluções partilhadas”. O g7+ é uma organização intergovernamental, criada em 2010 por iniciativa timorense, e, além de Timor-Leste, é composta por mais 19 países: Afeganistão, Burundi, Chade, Comores, Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Haiti, Iémen, Ilhas Salomão, Libéria, Papua Nova Guiné, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, e Togo. Xanana Gusmão vai participar igualmente em eventos paralelos sobre questões de saúde pública e as ameaças colocadas pela subida do nível do mar e em reuniões bilaterais com chefes de Estado e de Governo à margem da 79ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, onde fará um discurso, em 27 de Setembro.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Disparados mísseis pela segunda vez numa semana A Coreia do Norte disparou ontem vários mísseis balísticos em direcção às águas do leste da península, disseram os militares sul-coreanos e japoneses, no segundo teste no espaço de uma semana O Comando Conjunto dos Chefes de Estado-Maior (JCS, na sigla em inglês) da Coreia do Sul disse ter detectado que o Norte disparou vários mísseis balísticos de curto alcance a partir do norte da capital, Pyongyang, por volta das 06h50 (05h50 de Macau) e disse que os projécteis voaram para nordeste. Os responsáveis do JCS disseram que estavam a comunicar estreitamente com os Estados Unidos e o Japão sobre os lançamentos, mas não forneceram mais detalhes até ao momento. O Ministério da Defesa do Japão disse ter detectado pelo menos dois lançamentos, mas não disse ainda que tipos de mísseis eram e que distância percorreram. A guarda costeira japonesa disse acreditar que os mísseis tenham caído nas águas entre a península coreana e o Japão, mas instou os navios a estarem atentos à possível queda de objectos. A televisão pública japonesa NHK disse os mísseis deverão ter caído fora da zona económica exclusiva do Japão. Núcleo da questão A Coreia do Norte anunciou ter testado, na quinta-feira da semana passada, lançadores múltiplos de foguetes de 600 milímetros, que o regime descreve como capazes de lançar ogivas nucleares tácticas. No dia seguinte, o regime de Pyongyang divulgou imagens de instalações de enriquecimento de urânio, durante uma visita do líder Kim Jong–un, que pediu um aumento do número de armas nucleares. Kim Jong-un “sublinhou a necessidade de aumentar ainda mais o número de centrifugadoras, de forma a aumentar exponencialmente as armas nucleares para autodefesa”, avançou a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA. Foi a primeira vez que Pyongyang divulgou imagens de uma instalação de enriquecimento de urânio desde 2010. Há duas semanas, a Coreia do Norte retomou a prática de lançar balões com lixo para a Coreia do Sul. Pyongyang já enviou quase cinco mil balões para o Sul desde Maio. Desde 2022 que a Coreia do Norte tem acelerado de forma significativa as suas actividades de teste de armas. Os EUA e a Coreia do Sul responderam com a expansão das manobras militares conjuntas, que a Coreia do Norte considera serem ensaios para ser invadida.
Hoje Macau China / ÁsiaMais de 600 milhões deslocaram-se durante Festival do Meio do Outono A China registou mais de 600 milhões de viajantes durante os três dias do Festival do Meio Outono, que decorreu entre domingo e terça-feira, de acordo com as estimativas oficiais. Segundo os dados oficiais, o volume diário de viagens inter-regionais aumentou 28,2 por cento, em termos homólogos, atingindo uma média diária de mais de 205 milhões de pessoas. O tráfego ferroviário transportou quase 43 milhões de passageiros, enquanto a aviação registou 5,11 milhões de viajantes durante este período. Este ano, ao contrário do que aconteceu em 2023, o festival não coincidiu com o feriado do Dia Nacional da China, também conhecido como “Semana Dourada”, marcando a primeira vez desde o fim da pandemia da covid-19 em que este feriado tradicional chinês recuperou a sua singularidade. O aeroporto de Guangzhou registou mais de 10 milhões de pessoas, o que representa um aumento de 19 por cento em relação ao ano anterior. A Administração Nacional de Imigração estimou que 5,2 milhões de pessoas atravessaram as fronteiras da China durante as férias, com uma média diária de 1,7 milhões de indivíduos, o que representa um aumento de 18,6 por cento em relação ao feriado do ano anterior. Os residentes da China continental a atravessar a fronteira ascenderam a 2,6 milhões, enquanto os de Hong Kong, Macau e Taiwan representaram pouco mais de dois milhões. Via eléctrica Os viajantes estrangeiros atingiram 554 mil, o que representa um aumento de 62,2 por cento. O transporte ferroviário foi reforçado na terça-feira, com uma estimativa de 15,2 milhões de passageiros transportados, com serviços alargados para destinos turísticos como Chengdu e Chongqing (ambos no centro), Guangzhou e Beihai (norte). O Ministério dos Transportes do país estimou que aproximadamente 50 por cento das viagens rodoviárias foram de curta e média distância, concentradas em cidades como Guangzhou, Pequim, Chengdu e Xi’an (centro). Metade dos veículos utilizados foram eléctricos, com picos de procura de carregamento entre as 10 e as 21 horas, segundo o ministério. Entre os destinos mais visitados estão a capital, Pequim, Guangzhou, Shenzhen, Chengdu e Xi’an.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | BYD planeia controlar subsidiária que mantém com Mercedes O grupo BYD quer adquirir a restante participação na Denza, a subsidiária de veículos eléctricos da Mercedes-Benz. A indústria automóvel chegou à campanha presidencial norte-americana, com Donald Trump a prometer aumentar tarifas sobre veículos chineses fabricados em unidades que não existem O grupo chinês BYD, maior fabricante mundial de veículos eléctricos, planeia adquirir os 10 por cento que ainda não controla da Denza, subsidiária de eléctricos topo de gama a Daimler, atual Mercedes-Benz, segundo a imprensa chinesa. De acordo com o portal de notícias económicas Yicai, que cita fontes da BYD, a empresa chinesa está a aguardar a aprovação dos reguladores e espera que a operação seja realizada durante o segundo semestre do ano. A plataforma de informação corporativa Tianyancha mostra a Denza como subsidiária integral da BYD desde o dia 14 de Setembro, e indica também que o executivo da Mercedes-Benz Hans Georg Engel deixou já a direcção da subsidiária. A empresa chinesa não exclui a possibilidade de a Denza colaborar com a Mercedes-Benz noutros sectores no futuro, e o grupo poderá também procurar novas oportunidades de cooperação com o construtor automóvel alemão no segmento eléctrico. A BYD e a Daimler fundaram a Denza em 2010 como uma subsidiária 50-50, com a empresa chinesa a fornecer baterias, motores e tecnologias de controlo eléctrico, e a empresa alemã a ficar encarregue do fabrico dos automóveis. O primeiro modelo da empresa, o Denza 300, chegou ao mercado em 2014, mas as suas vendas anuais não ultrapassaram as três mil unidades entre 2015 e 2018. Em meados de 2022, a BYD concluiu a compra de uma participação de 40 por cento, assumindo o controlo da filial e deixando a Mercedes-Benz com 10 por cento. Depois de lançar o MPV de luxo D9 e os SUV N7 e N8, as vendas do Denza ultrapassaram as 127 mil unidades em 2023 e totalizam quase 80 mil unidades nos primeiros oito meses deste ano. Na Terra do Oz O candidato presidencial norte-americano Donald Trump repetiu falsas alegações de que fabricantes chineses estão a construir grandes fábricas no México e prometeu aplicar tarifas alfandegárias de 200 por cento sobre automóveis produzidos por estas supostas fábricas. Trump também afirmou, na terça-feira, durante um evento no estado de Michigan, que concentra grande parte da indústria automóvel dos EUA, que se a vice-presidente democrata Kamala Harris for eleita em Novembro, deixará de haver esta indústria no país, porque a montagem de veículos eléctricos será deslocada para a China. A declaração surge após dados oficiais mostrarem que o emprego na indústria automóvel cresceu desde que o Presidente Joe Biden assumiu o cargo, em Janeiro de 2021, após cair durante o primeiro mandato de Trump. “Se eu não ganhar, vocês não terão indústria automóvel dentro de dois a três anos”, disse Trump. “Não vai haver fábricas de produção. A China vai apoderar-se de toda a produção por causa dos carros eléctricos”, acrescentou. O candidato disse que faria com que as fabricantes estrangeiras construíssem fábricas nos EUA, impondo taxas punitivas sobre automóveis importados. “Vai ser como tirar um doce a um bebé”, disse Trump. Os empregos no sector automóvel caíram 0,8 por cento durante o mandato de Trump para pouco mais de 949 mil, em Janeiro de 2021, quando deixou o cargo, de acordo com dados oficiais. Desde que Biden assumiu o cargo naquele mês, os empregos no sector aumentaram 13,6 por cento, para 1,07 milhões, em agosto.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul da China | Filipinas diz não ter perdido recife disputado As Filipinas garantiram ontem que não abandonaram um recife disputado no mar do Sul da China, apesar da retirada de um navio militar que estava ali destacado desde Abril após um impasse com a China. “Não perdemos nada”, disse o porta-voz da guarda costeira filipina, numa conferência de imprensa, garantindo que continuará a haver uma presença no recife, conhecido nas Filipinas como Sabina. “Estamos apenas a reposicionar o nosso navio (…) [e] isto não significa que os navios da guarda costeira deixem de estar destacados” no recife, disse Jay Tarriela. Citando a segurança das operações, o porta-voz recusou divulgar mais informações. O navio BRP Teresa Magbanua ancorou em Abril nas águas em redor do recife para desempenhar “funções de sentinela”, de acordo com o Conselho Marítimo Nacional das Filipinas, para fazer valer as reivindicações de Manila e impedir que Pequim assuma o controlo da zona. Em Agosto, os barcos chineses bloquearam uma missão de reabastecimento aos marinheiros filipinos a bordo do navio, causando uma grave escassez de alimentos. Na última tentativa, em 31 de Agosto, a China acusou um barco filipino de causar uma “colisão deliberada” contra um navio da guarda costeira. O recife, conhecido em chinês como Xianbin, localizado a 140 quilómetros a oeste da ilha filipina de Palawan e a 1.200 quilómetros da ilha chinesa de Hainan, tem sido palco de vários incidentes nos últimos meses. Pequim “exerce uma soberania indiscutível sobre (…) Xianbin e as suas águas adjacentes”, disse no domingo, num comunicado de imprensa o porta-voz da guarda costeira chinesa, Liu Dejun. O mar do Sul da China recebe cerca de 30 por cento do comércio global e abriga 12 por cento dos pesqueiros mundiais, além de possuir potenciais depósitos de petróleo e gás.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Condenado por sedição por usar t-shirt com frases que poderiam “incitar ao ódio” Um homem de Hong Kong tornou-se o primeiro condenado ao abrigo da nova lei de segurança nacional, depois de se declarar culpado de sedição por usar uma t-shirt com um slogan de protesto. Chu Kai-pong, de 27 anos, enfrenta uma pena máxima de sete anos de prisão, que poderá ser alargada para dez se o tribunal do distrito de West Kowloon concluir que houve “conluio com forças estrangeiras”. O homem foi detido a 12 de Junho, quando vestia uma t-shirt com a mensagem “Libertem Hong Kong, revolução dos nossos tempos” e uma máscara com a sigla “FDNOL”, que em inglês remete para “cinco exigências, nem um a menos”, um dos slogans dos protestos antigovernamentais de 2019. O Ministério Público de Hong Kong defendeu que estas frases poderiam “incitar ao ódio, ao desprezo ou ao descontentamento contra o sistema fundamental do Estado estabelecido pela Constituição da República Popular da China”. Chu declarou-se culpado, mas a defesa argumentou que não havia provas de que o homem tivesse incitado outras pessoas durante o breve período em que usou a peça de roupa e expressou esperança de que lhe fosse concedido a atenuante máxima de um terço da pena por ter admitido a culpa. A sentença vai ser lida na quinta-feira.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Voos cancelados antes da chegada de tufão Bebinca Depois de deixar um rasto de morte e destruição nas Filipinas, o tufão Bebinca atinge agora a China. O município de Xangai aconselhou os 25 milhões de residentes a não saírem de casa O tufão Bebinca atingiu a costa do leste da China esta manhã, perto de Xangai, a capital financeira do país, onde os dois aeroportos tinham cancelado mais de 600 voos já no domingo. O Bebinca atingiu o leste da cidade, na cidade nova de Lingang, no distrito de Pudong, por volta das 07:30, com ventos máximos de 151 km/h, e as autoridades locais emitiram o alerta vermelho. “A velocidade máxima do vento perto do centro do tufão era de 42 metros por segundo no momento da chegada” a terra, tornando-o “o tufão mais forte a atingir Xangai desde 1949”, disse a televisão estatal chinesa CCTV. Os meios de comunicação estatais informaram que mais de 414 mil pessoas foram retiradas de Xangai, incluindo nove mil no distrito de Chongming, uma ilha localizada na foz do rio Yangtze. Em Xangai, o município aconselhou os 25 milhões de habitantes a não saírem de casa. Todos os voos previstos para depois das 20:00 de domingo foram cancelados nos aeroportos de Hongqiao e Pudong, disseram as autoridades aeroportuárias em comunicado, afectando mais de 600 voos. Os aeroportos de cidades como Hangzhou e Ningbo também cancelaram pelo menos 200 voos que estavam programados para domingo e segunda-feira, acrescentou a imprensa local. As autoridades de Xangai anunciaram também a suspensão do trânsito em algumas pontes, as autoestradas foram encerradas a partir da 01:00 e foi imposto um limite de velocidade de 40 quilómetros por hora. Água pela barba Na cidade vizinha de Zhoushan, os restaurantes, supermercados e lojas fecharam cedo e os serviços de transportes públicos foram interrompidos. A tempestade deverá trazer até 25,4 centímetros de chuva às partes da costa leste da China que serão mais atingidas, de acordo com a imprensa estatal. Ontem de manhã, a sede de controlo de cheias de Xangai já tinha recebido dezenas de relatos de acidentes devido ao tufão, principalmente queda de árvores e painéis publicitários, informou a CCTV. Mais de 60 mil socorristas e bombeiros estiveram presentes para prestar ajuda em Xangai, de acordo com os meios de comunicação estatais. O porto de Yangshan, em Xangai, poderá registar ondas até 4,5 metros, tendo sido emitido no domingo um alerta máximo. As autoridades ordenaram que todos os navios em serviço e em trânsito regressassem ao porto para evitar ondas fortes e ventos extremos. Ventos assassinos A chegada do tufão coincidiu com o Festival do Bolo Lunar, entre domingo e hoje, período durante o qual a operadora ferroviária esperava 74 milhões de viagens, informou no sábado a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. De acordo com a CCTV, as autoridades esperam que o Bebinca “penetre profundamente no interior” da China, trazendo chuvas fortes e ventos fortes para as províncias de Jiangsu, Zhejiang e Anhui. Antes de chegar à China, o Bebinca atingiu o centro e sul das Filipinas na sexta-feira, causando a morte de seis pessoas, entre as quais quatro crianças, sobretudo devido à queda de árvores, anunciaram no domingo as autoridades de Manila.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim alerta que navios alemães aumentam risco de segurança A China acusou sábado a Alemanha de aumentar os riscos de segurança no estreito de Taiwan, um dia depois de dois navios alemães terem atravessado a zona entre Taiwan e China. “O comportamento do lado alemão está a aumentar os riscos de segurança e a enviar sinais errados”, afirmou o porta-voz das forças armadas chinesas Li Xi, em comunicado. Li acrescentou que as tropas de Pequim na região iam “combater resolutamente todas as ameaças e provocações”. O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse na sexta-feira que a fragata Baden-Württemberg e um navio de abastecimento, que a acompanhava, estavam a dirigir-se para o estreito ou a atravessá-lo. Os navios de guerra dos Estados Unidos e do Canadá atravessaram o estreito de Taiwan em várias ocasiões nos últimos meses, o que levou o exército chinês a declarar-se em “estado de alerta”. Em 2021, Berlim lançou a primeira missão naval alemã na região da Ásia-Pacífico desde o início da década de 2000, sem se aventurar no estreito de Taiwan. O governo do chanceler alemão, Olaf Scholz, endureceu o tom em relação à China num contexto de crescentes rivalidades económicas e geopolíticas, enquanto procura um equilíbrio delicado entre a protecção dos seus interesses estratégicos e de segurança e a manutenção dos laços económicos com este parceiro comercial crucial.
Hoje Macau China / ÁsiaNúmero de vítimas mortais pelo tufão Yagi sobe para 262 no Vietname As autoridades vietnamitas elevaram sábado para 262 o número de mortos e 83 o número de desaparecidos devido à passagem do tufão Yagi pelo norte do país no último fim-de-semana. Anteriormente, as autoridades do Vietname tinham anunciado a morte de 233 pessoas e o desaparecimento de 103 devido à passagem do tufão. As equipas de emergência continuavam sábado a prestar assistência às vítimas e a distribuir ajuda, incluindo alimentos e água potável. O Yagi é considerado o tufão mais forte da Ásia este ano e o mais poderoso em três décadas no Vietname. O tufão, que provocou inundações e deslizamentos de terras, também causou mais de 1.900 feridos, mais de 168.000 casas danificadas e 183.000 hectares de campos de arroz inundados. No terreno A Organização Não-Governamental (ONG) Blue Dragon Children afirmou na sexta-feira, num comunicado, que, enquanto Hanói está a recuperar das inundações, muitas famílias em zonas mais remotas do norte começaram a receber ajuda vários dias depois de terem ficado isoladas pelas inundações. Os trabalhadores das ONG conseguiram levar ajuda às zonas remotas das províncias setentrionais de Dien Bien e Ha Giang, entre as mais pobres do país e com um grande número de minorias étnicas. Embora a situação tenha melhorado, a chuva continua a cair e existe o perigo de novos deslizamentos de terras. A agência das Nações Unidas para as crianças (Unicef) disse na sexta-feira que ainda é muito cedo para avaliar todos os danos causados pelo tufão no Vietname e que as autoridades apelaram às agências internacionais para que ajudem a responder à catástrofe natural. Depois de passar pelo Vietname, o Yagi atingiu as Filipinas (21 mortos) e a China (dois mortos), tendo sido rebaixado a depressão tropical no domingo, causando também graves inundações na Tailândia e em Myanmar (antiga Birmânia).
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Pequim bane por seis meses e multa em 56 ME a PwC As autoridades chinesas proibiram a empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) de operar durante seis meses e aplicaram-lhe uma multa de 441 milhões de yuan, devido ao seu envolvimento no caso da construtora Evergrande. É o castigo mais pesado até à data para as empresas internacionais de contabilidade que operam na China. A PwC vai ser proibida de assinar quaisquer resultados financeiros no país durante seis meses. A empresa já está a perder clientes. O Ministério das Finanças da China informou, em comunicado, que vai punir em 116 milhões de yuan em multas e confisco de ganhos ilegais à PwC Zhongtian, também conhecida como PwC China, bem como uma suspensão de actividade de seis meses, a revogação da sucursal da PwC em Cantão e um aviso administrativo. Uma outra entidade reguladora, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, impôs também multas e confiscos num total de 325 milhões de yuan à PwC por alegadamente não ter efectuado as devidas diligências na auditoria à Evergrande. O Ministério das Finanças da China afirmou que a PwC emitiu “falsos relatórios de auditoria” da Evergrande e que os procedimentos de auditoria apresentavam “graves defeitos” de concepção e execução, o que levou a muitas conclusões falsas. Acusou ainda a PwC de não manter o “cepticismo profissional” e de não ter assinalado os erros e a falta de divulgação de informações por parte da Evergrande durante as auditorias. A PwC, que auditou as contas da Evergrande durante 14 anos, até 2023, é a maior das “quatro grandes” empresas de auditoria a operar na China, tendo obtido quase 8 mil milhões de yuan em receitas em 2022.
Hoje Macau China / ÁsiaVoluntários aprendem a impedir encalhes em massa de baleias e golfinhos em Taiwan Voluntários de Taipé têm aprendido a resgatar cetáceos encalhados, um fenómeno cada vez mais comum nas praias de Taiwan e cujas causas destas dificuldades sentidas por baleias ou golfinhos permanecem um enigma. Estes cursos de formação são orientados pela Sociedade de Cetáceos de Taiwan (TCS), uma associação que ajuda as baleias e os golfinhos que encalham a um ritmo de cerca de cem por ano, um número que tem vindo a aumentar acentuadamente nos últimos dez anos. Foi depois de assistir a um “vídeo muito sangrento” de uma tartaruga a ter uma palhinha de plástico retirada do nariz que Joanna Hung, uma vendedora de 36 anos, decidiu participar na formação. “Se não assistíssemos às aulas, agíamos como quiséssemos e sem os conhecimentos necessários, o que poderia fazer mais mal do que bem”, explicou na sexta-feira Hung à agência France-Presse (AFP). Tseng Cheng-tsung, secretário-geral da TCS, destacou que desenvolveu gradualmente um “sentido de compromisso” após participar em vários resgates, o que o encorajou a obter um mestrado em biologia marinha. “Muitas pessoas querem estar mais próximas da natureza e protegê-la”, garantiu. Até 2016, apenas algumas dezenas de cetáceos encalhavam anualmente em Taiwan, mas nesse ano o número saltou para 90, realçou Yang Wei-cheng, especialista em cetáceos da Universidade Nacional de Taiwan. Segundo Yang, este massacre pode ser explicado pelo aumento da temperatura da superfície do oceano e pelas actividades humanas que causam ruído ou poluição. Mas, segundo Lindsay Porter, vice-presidente do comité científico da Comissão Baleeira Internacional (CBI), a maior causa da mortalidade de cetáceos no mundo continua a ser a pesca e a captura acidental. Além disso, alertou Porter, o “nível de ruído associado às actividades militares no mar pode ser particularmente elevado e intenso, e pode causar a morte ou deficiência auditiva nos cetáceos, o que foi demonstrado noutras partes do mundo”. Condições severas A actividade militar tem aumentado significativamente em torno de Taiwan nos últimos anos, principalmente à medida que a China aumenta as incursões de navios, aviões e ‘drones’, bem como os exercícios de fogo real em torno da ilha. As causas deste aumento permanecem obscuras, admitiu Porter, que especificou, no entanto, que se trata de facto de um aumento real, e não de um aumento de relatos. Outro possível culpado é o clima. Após a passagem do tufão Gaemi, no final de Julho, foram encontrados 15 golfinhos, baleias e tartarugas encalhados em duas semanas ao largo da costa de Taiwan. A maioria dos cetáceos encalhados em Taiwan morre, seja porque já estão doentes ou devido ao stress sentido durante a tentativa de resgate. “As pessoas costumam fazer-nos esta pergunta: vale a pena?”, contou Tseng, especialista em biologia marinha, que respondeu também: “Todo o sucesso é uma recordação inesquecível”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim defende plano de paz apresentado com Brasil A China afirmou na passada sexta-feira que o plano de paz que apresentou em conjunto com o Brasil para resolver a guerra na Ucrânia tem como objectivo “reduzir as tensões” e “evitar a expansão do conflito”. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse que o consenso de seis pontos alcançado com o Brasil “centra-se na urgência de arrefecer” o conflito. “O consenso enfatiza o cumprimento de três princípios-chave para o desanuviamento: evitar a expansão do conflito, prevenir a escalada da guerra e não atiçar as chamas do conflito”, disse Mao. A porta-voz referiu também a importância de manter o diálogo, aumentar a ajuda humanitária e rejeitar a utilização de armas nucleares e os ataques contra centrais nucleares. Mao sublinhou ainda que a proposta, apresentada a 24 de Maio pela China e pelo Brasil, foi bem recebida por mais de 110 países, o que, segundo Pequim, “está em linha com as expectativas gerais da comunidade internacional” e procura garantir a “estabilidade nas cadeias de abastecimento globais”. O Governo chinês negou a venda de armas à Rússia, alegando que a sua relação comercial com Moscovo é “normal”, enquanto os EUA acusam as empresas chinesas de apoiar a indústria de armamento russa através da venda de equipamento que pode ser utilizado na produção de mísseis balísticos. Grande parte da comunidade internacional tem apelado repetidamente à China para que utilize as suas boas relações e influência sobre a Rússia para pôr termo à guerra, uma exigência que Pequim argumenta dever ser dirigida às partes directamente envolvidas. China e Brasil foram duas das dezenas de nações em desenvolvimento que não assinaram o comunicado final da cimeira de paz apoiada pela Ucrânia, realizada na Suíça, em Junho passado. A China faltou à reunião, insistindo na “participação igualitária” da Rússia e da Ucrânia. A Rússia não foi convidada para a cimeira. Sinais de diálogo Após a cimeira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Pequim de ajudar Moscovo a minar a reunião, que visou obter mais apoio internacional para uma solução baseada numa fórmula de paz de 10 pontos proposta por Kiev. O plano de paz da Ucrânia exige a retirada total das tropas russas dos seus territórios ocupados, incluindo a Crimeia e partes de quatro províncias do leste da Ucrânia. No entanto, têm surgido alguns sinais de que a Ucrânia e a Rússia estão dispostas a dialogar. No final de Julho passado, na sua primeira visita à China desde o início da guerra, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, disse ao seu homólogo chinês, Wang Yi, que Kiev está disposta a negociar se Moscovo agir de “boa-fé”. A Rússia afirmou que está aberta a conversações, mas que a Ucrânia deve primeiro abandonar a sua candidatura à NATO e retirar-se das suas quatro províncias mais a leste.
Hoje Macau China / ÁsiaOMS vacina mais de 100.000 crianças contra a poliomielite na Faixa de Gaza As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, estimaram em mais de 100.000 o número de crianças vacinadas contra a poliomielite no norte da Faixa de Gaza, no âmbito de uma campanha lançada no início deste mês. “As equipas médias [associadas à Organização Mundial de Saúde (OMS)] conseguiram vacinar 105.909 crianças em dois dias desde o início da campanha de vacinação contra a poliomielite na cidade de Gaza e na província do norte”, afirmou o Ministério da Saúde de Gaza numa mensagem publicada na conta da entidade no Facebook. No início da quarta-feira, as autoridades palestinianas tinham estimado o número de crianças que receberam a primeira dose da vacina em cerca de 528.000 e sublinharam que as equipas “continuam os seus esforços na campanha de vacinação, apesar da agressão da ocupação na Faixa de Gaza e do grande perigo que enfrentam nas suas deslocações e viagens entre os centros de vacinação”. A OMS confirmou em Agosto um caso de poliomielite num bebé de 10 meses no centro do enclave palestiniano, em plena ofensiva israelita, o primeiro caso registado na Faixa de Gaza em 25 anos. O poliovírus foi detectado em amostras ambientais em Khan Younis e Deir el Balah. O objectivo é evitar a propagação do poliovírus circulante oriundo de uma estirpe vacinal do tipo 2 (cVDPV2). Duas gotas da vacina nVPO2 devem ser administradas com quatro semanas de intervalo. Segundo a OMS, as vacinas, o equipamento da cadeia de frio e outros fornecimentos foram entregues segunda-feira no norte de Gaza, apesar de algumas dificuldades no transporte de combustível para os hospitais e para os veículos da campanha contra a poliomielite, bem como peritos responsáveis pelo controlo da campanha, pois foram, por vezes, barrados pelo exército israelita. Ajuda bloqueada A 10 deste mês, um porta-voz da ONU, Jens Laerke, disse aos jornalistas que, das 208 tentativas de acesso da organização ao norte da Faixa de Gaza em Agosto, apenas 74 resultaram na entrega da ajuda prevista. “Pelo menos 44 foram obstruídas, o que significa que foram bloqueadas ou atrasadas no terreno, levando ao cancelamento de algumas delas, enquanto 72 foram simplesmente recusadas”, disse Laerke, acrescentando que as outras foram canceladas pela ONU por razões logísticas, operacionais ou de segurança.