Hoje Macau China / ÁsiaSismo / Filipinas | Novo balanço aponta para 72 mortos O número de mortos no sismo que atingiu as Filipinas na terça-feira subiu para 72, anunciaram ontem os serviços de emergência, que se concentram agora em ajudar centenas de feridos e milhares de desalojados. Os bombeiros e as equipas de resgate disseram ter removido os corpos de uma mulher e de uma criança dos escombros de um hotel que desabou na cidade de Bogo, perto do epicentro do sismo de magnitude 6,9 na escala de Richter. O anterior balanço apontava para 69 vítimas mortais. O epicentro do sismo foi localizado no mar, perto da ilha de Cebu, na parte central do arquipélago, na terça-feira às 21:59, na hora local, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. Mais de 300 tremores secundários já atingiram a região, de acordo com o Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia, abrandando os esforços de resgate. O Governo informou que 294 pessoas ficaram feridas e cerca de 20 mil fugiram de casa, tendo sido destruídas quase 600 habitações no norte da ilha de Cebu, obrigando muitos residentes a dormir ao relento. A governadora da província de Cebu, Pamela Baricuatro, lançou um apelo por ajuda para milhares de famílias que necessitam de água potável, alimentos, roupa e abrigo. “Muitas casas foram destruídas e muitas famílias precisam de ajuda para recuperar (…) Precisam da nossa ajuda, das nossas orações e do nosso apoio”, escreveu Baricuatro, na rede social Facebook. De acordo com a protecção civil de Cebu, mais de 110 mil pessoas em 42 comunidades afectadas pelo sismo necessitam de assistência, principalmente para reconstruir as casas e recuperar os meios de subsistência. A recente passagem da tempestade Bualoi e do tufão Ragasa já tinha provocado cerca de 40 mortos nos últimos dias no arquipélago filipino.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Grupo italiano da flotilha diz que foram interceptados 39 navios Um total de 39 navios da flotilha ‘Global Sumud’, que estavam a caminho de Gaza, foram interceptados pelo Exército israelita desde quarta-feira à tarde, anunciou ontem a porta-voz do grupo italiano de ativistas, Maria Elena Delia. As restantes embarcações da flotilha, os barcos mais pequenos, continuam a navegar, mas é quase certo que serão interceptados em breve, acrescentou a porta-voz, em declarações à agência de notícias espanhola Efe. Delia adiantou ainda que se desconhece a localização do barco ‘Mikeno’, que se situava a poucos quilómetros da costa de Gaza quando desapareceu o sinal de vídeo que tinha sido activado durante a viagem. Neste momento, 22 italianos, incluindo vários deputados, estão detidos por Israel no âmbito da operação, mas “estão todos bem”, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, António Tajani. De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, as tripulações foram levadas para o porto de Ashdod e mantidas em centros designados, onde poderão aceitar a expulsão voluntária imediata ou rejeitá-la e aguardar uma decisão judicial. Caso a saída voluntária seja rejeitada, “os membros da flotilha terão de aguardar a decisão das autoridades judiciais sobre a sua expulsão, o que geralmente demora 48 a 72 horas”, explicou a mesma fonte. O Governo referiu ainda que o Ministério dos Negócios Estrangeiros está a seguir o envolvimento de Israel na flotilha e oferecerá assistência consular aos detidos, uma vez que a embaixada de Itália em Telavive está a acompanhar de perto o caso e já preparou um programa de ajuda. Portugueses detidos Tajani já informou a Câmara dos Deputados que 22 cidadãos italianos embarcados na flotilha ‘Global Sumud’ foram detidos pelas autoridades israelitas quando estas começaram a interceptar os barcos que levavam ajuda humanitária a Gaza. “De acordo com as minhas instruções, o consulado em Telavive e o consulado-geral em Jerusalém vão dar assistência a todos os italianos, tanto no porto como nos procedimentos de repatriamento”, afirmou, acrescentando que os italianos detidos por Israel deverão ser repatriados daqui a alguns dias. “Conversei repetidamente com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel [Gideon] Sa’ar, instando-o a evitar ações agressivas”, disse. “Estou aliviado por constatar que as regras de empenhamento foram respeitadas e que, até agora, não houve actos de violência ou complicações nas operações das forças israelitas”, avançou, adiantando que “as primeiras partidas [da Israel] podem acontecer já na sexta-feira, especialmente daqueles que aceitarem deixar Israel voluntariamente”. As embarcações integradas na flotilha foram intercpetadas pela Marinha de Israel na quarta-feira, sendo que uma foi abalroada em águas internacionais, segundo a organização. Entre os detidos encontram-se a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a actriz Sofia Aparício e o activista Miguel Duarte.
Hoje Macau China / ÁsiaÁsia | Carros eléctricos chineses desafiam domínio japonês As vendas crescentes de automóveis eléctricos chineses de baixo custo estão a abalar o domínio de décadas das marcas japonesas no Sudeste Asiático, segundo um estudo divulgado terça-feira pela firma de consultadoria e auditoria PwC. A quota de mercado dos fabricantes japoneses – liderados por Toyota, Honda e Nissan – caiu para 62 por cento das vendas na primeira metade de 2025 nos seis maiores mercados da região, contra uma média de 77 por cento na década passada. Os produtores chineses aumentaram a sua fatia de quase nula para mais de 5 por cento de 3,3 milhões de unidades vendidas. A ofensiva chinesa é explicada pela guerra de preços que o sector enfrenta na China, que levou os fabricantes a procurar mercados externos próximos, beneficiando de um acordo regional de comércio que garante acesso sem tarifas. “A entrada dos fabricantes chineses de veículos eléctricos marca o fim de uma era de domínio japonês no Sudeste Asiático”, apontou Patrick Ziechmann, analista da PwC na Malásia. Na Indonésia, maior mercado consumidor da região, as vendas da Toyota caíram 12 por cento entre Janeiro e Agosto, para 161.079 unidades, enquanto as da chinesa BYD triplicaram para 18.989. Os preços acessíveis são vistos como factor determinante: alguns modelos chineses começam nos 12 mil dólares. “O preço é o factor decisivo. Os japoneses têm de reagir, caso contrário vão continuar a perder quota de mercado”, afirmou o vice-presidente da associação indonésia de fabricantes de automóveis, Jongkie Sugiarto, citado pelo jornal britânico Financial Times. A presença chinesa no país não se limita às vendas. Pelo menos 15 marcas estão já activas e outras cinco devem entrar brevemente.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | China “apoia todos os esforços que conduzam à distensão” entre Palestina e Israel A China manifestou terça-feira apoio a “todos os esforços que conduzam à distensão entre Palestina e Israel”, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, apresentar um plano para pôr fim à guerra em Gaza. Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun apelou à aplicação “séria” das resoluções da ONU, a um cessar-fogo “imediato e integral” em Gaza, à libertação de todos os detidos e ao alívio da crise humanitária “o mais cedo possível”. O responsável reiterou que Pequim defende o princípio de que “os palestinianos governem a Palestina” e a concretização da solução de “dois Estados”. “Estamos dispostos a trabalhar com a comunidade internacional para alcançar uma solução pronta, abrangente, justa e duradoura para a questão palestiniana”, acrescentou. A reação surge depois de a Casa Branca ter tornado público, na segunda-feira, um plano de 20 pontos que prevê cessar-fogo na ofensiva israelita, libertação de reféns e a criação de um Governo de transição em Gaza supervisionado por uma junta presidida pelo próprio Trump. O plano contempla ainda o compromisso dos Estados Unidos em mediar entre israelitas e palestinianos para “uma coexistência pacífica” e abre a porta à criação de um Estado palestiniano. Desde a escalada do conflito, a China tem condenado os ataques israelitas e reiterado apoio à solução de “dois Estados”.
Hoje Macau China / ÁsiaHenan | Cinco mortos por inalação de gás tóxico em fábrica Cinco pessoas morreram e outras três ficaram hospitalizadas devido a uma fuga de gás tóxico numa fábrica na província central chinesa de Henan, informou terça-feira a imprensa local. O incidente ocorreu na manhã de segunda-feira na empresa Hexin Chemical Industry, na cidade de Hebi, após uma fuga num tanque de armazenamento de ácido sulfúrico ter provocado um derrame no sistema de águas das instalações, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. O ácido chegou a um tanque séptico, onde uma reação química gerou gás sulfídrico, que se infiltrou numa área de descanso para funcionários. Dos três feridos, um encontra-se em estado grave, mas estável, e os outros dois sofreram lesões ligeiras, indicou o gabinete local de gestão de emergências. A fábrica suspendeu as operações e todo o pessoal foi retirado, enquanto as autoridades abriram uma investigação para apurar as causas do acidente. A China regista com frequência acidentes industriais, sobretudo em sectores como a mineração ou a produção de fogo-de-artifício, onde continuam a existir falhas de segurança, apesar do reforço da regulação nos últimos anos.
Hoje Macau China / ÁsiaDia Nacional | Previstas 2,4 mil milhões de viagens durante feriados A celebração do Dia Nacional na passada quarta-feira coincidiu este ano com o Festival do Bolo Lunar a 06 de Outubro prolongando a ‘semana dourada’ para oito dias O Ministério dos Transportes da China previu mais de 2,4 mil milhões de viagens em todo o país durante a chamada ‘semana dourada’ que começou quarta-feira, com o Dia Nacional chinês. O Ministério dos Transportes estimou uma média diária de 295 milhões de viagens, um aumento de 3,2 por cento em relação a 2024, durante o período de feriados, que termina com o Festival do Bolo Lunar, na noite de 06 de Outubro. O dia 1 deverá ser o dia mais movimentado, com aproximadamente 340 milhões de viagens. Os automóveis estão a consolidar a posição como o principal meio de transporte, com 1,87 mil milhões de viagens previstas por estrada, quase 80 por cento do total. As autoridades alertaram para congestionamentos intensos nas entradas das principais cidades e nas principais rotas turísticas. A operadora ferroviária estatal chinesa informou que mais de 110 milhões de bilhetes foram vendidos para viagens entre 29 de Setembro e 10 de Outubro. A empresa reforçou as operações com a introdução de mais de dois mil comboios adicionais nos dias de ponta. A operadora previa transportar 23 milhões de passageiros no primeiro dia de Outubro, após ter registado 18,4 milhões de passageiros na terça-feira, segundo dados oficiais. Outros números A Autoridade de Aviação Civil espera transportar 19,2 milhões de passageiros durante os oito dias de feriados, o que marcaria um recorde para esta ‘semana dourada’, com os aeroportos de Pequim e Xangai entre os mais movimentados. O regulador estima ainda que aproximadamente 139 mil voos irão operar no país entre 01 e 08 de Outubro, com um aumento de 4,9 por cento nos voos domésticos e de 11,9 por cento nos voos internacionais em comparação com 2024, de acordo com dados citados pela televisão estatal chinesa CCTV. A época alta turística trouxe um aumento, por vezes de até dez vezes, nas tarifas dos hotéis, de acordo com as redes sociais chinesas. O advogado Wang Duo, citado pela CCTV, pediu que “as empresas que cometam violações, como aumentos maliciosos de preços, sejam denunciadas publicamente” para “dissuadir eficazmente as empresas de aumentos arbitrários de preços”. De acordo com a Administração Nacional de Imigração, o fluxo de pessoas que atravessam as fronteiras da China ultrapassará os dois milhões por dia durante o período de férias, com picos no dia 01 e em 06 de outubro. Dados das plataformas de reservas citados pelos meios de comunicação locais mostram que o Japão, Hong Kong, Tailândia, Malásia, Coreia do Sul, Vietname, Indonésia, Singapura, Estados Unidos e Austrália estão entre os principais destinos para os turistas da China continental. No sudeste asiático, o Vietname, a Malásia e a Indonésia destacam-se pelo forte aumento das reservas, enquanto no Japão, o interesse por cidades como Kobe e Fukuoka está a crescer em relação às tradicionais Tóquio ou Osaka. Em locais como Da Nang (Vietname) e Kota Kinabalu (Malásia), as reservas de hotéis por parte de visitantes chineses mais do que quadruplicaram em relação ao ano passado, segundo a imprensa local. A coincidência do feriado nacional deste ano com o Festival do Bolo Lunar – que varia com o calendário lunar e em 2025 se celebra a 06 de Outubro – alargou a ‘semana dourada’ para oito dias.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Número de mortos pelo tufão Bualoi sobe para 24 Pelo menos 24 pessoas morreram na passagem do tufão Bualoi pela região central das Filipinas durante o fim de semana, declarou ontem um responsável da Protecção Civil filipina. O director-adjunto da Protecção Civil das Filipinas, Rafaelito Alejandro, disse que o tufão matou 10 pessoas na província de Biliran, nove na província de Masbate, quatro na província de Samar e uma na província de Leyte do Sul. A maioria morreu afogada ou foi atingida por destroços, acrescentou Alejandro. As autoridades indicaram 11 mortos no balanço anterior. Depois de passar pelas Filipinas, o tufão chegou no domingo ao Vietname, onde pelo menos 11 pessoas morreram e milhares de edifícios ficaram danificados ou destruídos, declararam ontem as autoridades locais. A tempestade — a décima a atingir o Vietname este ano — atingiu o país na noite de domingo, gerando ventos de 130 quilómetros por hora. Mais de 53 mil pessoas foram levadas para escolas e centros médicos convertidos em abrigos temporários antes de o Bualoi atingir o Vietname, segundo o ministério. Quatro aeroportos domésticos e parte da autoestrada nacional foram ontem encerrados. Mais de 180 voos foram cancelados ou atrasados, anunciaram as autoridades aeroportuárias.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Suécia acusa Rússia por drones sobre Dinamarca e envia ajuda O primeiro-ministro sueco acusou esta segunda-feira a Rússia de estar na origem dos ‘drones’ que têm invadido o espaço aéreo dinamarquês, a dias de uma cimeira europeia, em Copenhaga, anunciando ajuda militar, tal como a França. “A probabilidade de a Rússia querer mandar uma mensagem a um país que apoia a Ucrânia é bastante elevada”, mas “ninguém sabe verdadeiramente”, afirmou Ulf Kristersson, indicando confirmando que os ‘drones’ que sobrevoaram a Polónia, no início de Setembro, eram russos. Os ‘drones’ foram detectados várias vezes na Dinamarca e na Noruega, na passada semana, e provocaram o encerramento de diversas estruturas aeroportuárias, como a maior base militar dinamarquesa, Karup. “Tudo aponta para a Rússia, mas todos os países têm as suas cautelas antes de apontar o dedo a alguém, se não tiverem a certeza. Na Polónia, sabemos que foi mesmo assim [a Rússia]”, continuou Kristersson. As autoridades dinamarquesas anunciaram que vão fechar o seu espaço aéreo até sexta-feira, dada a realização do encontro de líderes continentais, até para que os alegados ‘drones’ inimigos não sejam confundidos com outros, devidamente autorizados. Toda e qualquer infracção destas regras especiais pode vir a ser punida com coima e até pena de prisão de até dois anos. “Há um país que é uma ameaça para a segurança da Europa. É a Rússia”, disse a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen. “Foi destacado um contingente dos diversos ramos (das Forças Armadas francesas) para a Dinamarca. Este destacamento contempla 35 efectivos, um helicóptero Fennec e meios de combate ‘antidrone'”, lê-se em comunicado do Ministério da Defesa francês.
Hoje Macau China / ÁsiaNanjing | Morre aos 94 anos uma das últimas sobreviventes de massacre Uma das últimas sobreviventes chinesas do massacre de Nanjing, Xiong Shulan, morreu a 27 de Setembro aos 94 anos, anunciou ontem o Centro Memorial das Vítimas daquela matança. Com o falecimento de Xiong Shulan, restam 25 sobreviventes do episódio ocorrido em finais de 1937, quando tropas japonesas invadiram a então capital chinesa e, durante seis semanas, saquearam, incendiaram, violaram e assassinaram entre 150 mil e 340 mil pessoas, segundo várias fontes históricas. Nascida em 1931, Xiong tinha seis anos quando, juntamente com a família, se refugiou num abrigo subterrâneo para escapar ao massacre. Recordava que a mãe perdeu o bebé que esperava, a tia foi violada e o tio assassinado de forma “extremamente brutal”. Também descreveu montes de cadáveres acumulados nas proximidades do local onde hoje se ergue o memorial. Os testemunhos de Xiong e de outras vítimas foram inscritos em 2015 no Registo da Memória do Mundo da UNESCO. Este ano já tinham falecido outros dois sobreviventes, Yi Lanying e Tao Chengyi, ambos em Fevereiro, aos 99 e 89 anos. A China assinala anualmente o 13 de Dezembro como dia de luto nacional pelas vítimas da chamada “Matança de Nanjing”. O episódio está ainda no centro de uma disputa histórica com o Japão, acusado por Pequim de adoptar uma postura revisionista sobre a invasão e os crimes de guerra cometidos, que incluíram massacres de civis, utilização de mulheres como escravas sexuais e experimentação com armas biológicas.
Hoje Macau China / ÁsiaGuizhou | Ex-dirigente condenado à morte com pena suspensa Um tribunal da cidade chinesa de Chengdu condenou ontem à pena de morte com suspensão de dois anos Chen Yan, antigo vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês na província de Guizhou, por corrupção. De acordo com um comunicado publicado na conta oficial do tribunal na rede social WeChat, Chen foi também condenado à privação dos direitos políticos vitaliciamente e à confiscação de todos os seus bens, no âmbito de crimes de suborno e abuso de poder. Este tipo de pena, comum na China em casos de corrupção, prevê a comutação para prisão perpétua caso o arguido não cometa novos delitos e mantenha bom comportamento durante o período de suspensão. Pelo crime de abuso de poder, Chen foi ainda condenado a sete anos de prisão. Segundo a sentença, entre 2012 e 2024, Chen aproveitou os cargos que ocupou – incluindo os de presidente da câmara das cidades de Tongren e Guiyang (capital da província) e de vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês – uma espécie de senado sem poder legislativo – para beneficiar indivíduos e entidades na atribuição de fundos públicos, adjudicação de projectos e aprovação de operações comerciais. Durante esse período, Chen terá recebido subornos no valor superior a 357 milhões de yuan. O tribunal classificou os montantes envolvidos como “particularmente elevados” e considerou que as acções de Chen causaram “danos especialmente graves” aos interesses do Estado e da população. A sentença teve em conta factores atenuantes como a confissão dos crimes e o arrependimento demonstrado pelo réu.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Onze membros de rede de fraudes e tráfico condenados à morte Um tribunal chinês condenou ontem à pena de morte 11 membros do chamado “grupo criminoso da família Ming”, implicado em homicídios, burlas e tráfico de droga, com ligações à região fronteiriça de Kokang, no Myanmar. O tribunal da cidade oriental de Wenzhou emitiu ainda cinco penas de morte suspensas por dois anos – que costumam ser comutadas para prisão perpétua –, onze sentenças de prisão perpétua e doze penas entre cinco e 24 anos de prisão, segundo o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês. As condenações dizem respeito a um total de 14 crimes, incluindo homicídio intencional, burla, posse ilegal de armas e organização de redes de prostituição. As sentenças incluem também coimas, confiscação de bens e, nalguns casos, expulsão do território chinês. Segundo o tribunal, o grupo, articulado em torno de membros da chamada “família Ming”, usou a sua influência e o controlo de forças armadas locais na região de Kokang, no Myanmar, para estabelecer centros operacionais em locais como Laukkai, a partir de 2015. Estes centros serviram como base para operações de fraude electrónica, jogos de azar ilegais, tráfico de droga e prostituição, dando protecção armada a investidores e patrocinadores envolvidos nas actividades. A sentença indica que as burlas e atividades de jogo movimentaram mais de 10 mil milhões de yuan. O tribunal deu ainda como provado que dez pessoas foram assassinadas e duas ficaram feridas por tentarem escapar ou resistir às ordens dos criminosos.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Quarto plenário do Comité Central marcado para fim de Outubro O Partido Comunista Chinês (PCC) vai realizar entre 20 e 23 de Outubro, em Pequim, o 4.º plenário do Comité Central, visando traçar a orientação do país para os próximos cinco anos, anunciou ontem a imprensa oficial chinesa. Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, os principais dirigentes do partido vão discutir o 15º plano quinquenal (2026–2030), que definirá metas estratégicas para o desenvolvimento económico, social e tecnológico da China num contexto de crescentes desafios internos e externos. O encontro ocorre num momento em que o país enfrenta uma conjuntura marcada por pressões comerciais dos Estados Unidos, abrandamento económico, fraca procura interna e taxas de natalidade persistentemente baixas. Em Abril passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, já tinha adiantado que o próximo plano deverá “concentrar-se no objectivo de realizar a modernização socialista, com vista à construção de um grande país e à promoção da regeneração nacional”. A taxa de desemprego jovem atingiu 21 por cento em Agosto – o valor mais alto desde que as autoridades retomaram a publicação deste indicador com nova metodologia no ano passado. A produção industrial e as vendas a retalho também registaram no último mês o crescimento mais lento em cerca de um ano, segundo dados oficiais. O plenário deverá ainda consolidar as prioridades delineadas pelo PCC durante o Congresso de 2022, que reforçou o poder de Xi Jinping e reafirmou a meta de tornar a China num país socialista moderno até 2049, centenário da fundação da República Popular.
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Ex-ministro da Agricultura condenado a pena de morte suspensa O antigo ministro chinês da Agricultura e Assuntos Rurais Tang Renjian (2020-2024) foi ontem condenado a pena de morte com suspensão de dois anos por corrupção, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Segundo a sentença de um tribunal de Changchun, no nordeste da China, Tang recebeu subornos no valor equivalente a cerca de 38 milhões de dólares entre 2007 e 2024, em troca de favorecimentos em negócios, concursos públicos e nomeações. Todos os bens pessoais do ex-ministro serão confiscados e os ganhos ilícitos revertidos a favor do Estado, adiantou a agência. A pena de morte com suspensão, comum em casos de corrupção na China, pode ser comutada em prisão perpétua caso o condenado não volte a transgredir e tenha boa conduta durante o período de suspensão. A Xinhua salientou que os crimes de Tang causaram “graves danos aos interesses do Estado e do povo”, mas o tribunal concedeu clemência pela colaboração do arguido, que se declarou culpado, mostrou arrependimento e devolveu parte dos subornos. Tang foi alvo de investigação disciplinar em Maio de 2024 e expulso do Partido Comunista Chinês (PCC) em Novembro do mesmo ano por “graves violações” e suspeitas de corrupção, tendo sido formalmente detido semanas depois. As instâncias disciplinares acusaram-no de “ineficácia na implementação de decisões”, “decisões cegas”, “corrupção moral” e “ganância desenfreada”. O afastamento de Tang elevou para três o número de ministros afastados em menos de dois anos, após as destituições em 2023 do então ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, e do titular da Defesa, Li Shangfu, também acusado de corrupção.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Pequim quer reforçar relações “a todos os níveis” O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, assegurou ontem à chefe da diplomacia norte-coreana, Choe Son-hui, que a China quer reforçar os intercâmbios com Pyongyang “a todos os níveis”, incluindo na coordenação multilateral “A China sempre considerou e promoveu o desenvolvimento das relações entre os dois países a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo”, afirmou Li Qiang, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O chefe do Governo de Pequim disse ainda valorizar o “apoio constante e firme” de Pyongyang “em questões que afectam os interesses fundamentais e as principais preocupações da China”. Choe afirmou que “consolidar e desenvolver as relações com a China” é “uma posição inabalável” da Coreia do Norte. Pyongyang pretende “fortalecer os intercâmbios de alto nível, melhorar a comunicação entre as chancelarias dos dois países, promover a cooperação prática e aprofundar a coordenação multilateral”, acrescentou. A diplomata norte-coreana já se tinha reunido anteriormente com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, que classificou a manutenção e desenvolvimento das relações bilaterais como uma “directriz inquebrável” para a China, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Wang afirmou que os dois países devem aplicar os consensos alcançados durante a recente cimeira entre os líderes Xi Jinping e Kim Jong-un, reforçar a comunicação estratégica e ampliar a cooperação prática, além de coordenarem posições em fóruns internacionais contra o “hegemonismo”. Segundo a agência estatal norte-coreana KCNA, as duas partes alcançaram um “consenso total” sobre as questões internacionais e regionais discutidas. Santíssima trindade Nem Pequim nem Pyongyang confirmaram se Choe transmitiu um convite formal para que Xi Jinping ou outros altos dirigentes chineses participem no desfile militar pelo 80º aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores da Coreia, em outubro. A visita de Choe ocorre pouco depois de Kim Jong-un ter estado em Pequim, no início de Setembro, onde participou no desfile comemorativo do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, naquele que foi o seu primeiro evento com vários líderes estrangeiros. Kim sentou-se na tribuna ao lado de Xi Jinping e do Presidente russo, Vladimir Putin, numa imagem de forte simbolismo que assinalou a aproximação entre os três países. A China continua a ser o principal aliado político e parceiro económico da Coreia do Norte, num contexto marcado pelas sanções internacionais contra Pyongyang e pela crescente cooperação militar entre este país e a Rússia.
Hoje Macau China / ÁsiaPelo menos 11 mortos nas Filipinas provocados pelo tufão Bualoi As autoridades das Filipinas elevaram para 11 o número de mortos pelo tufão Bualoi, que depois de atravessar o país asiático na sexta-feira, retomou força neste sábado, antes de se dirigir para o Vietname. A tempestade obrigou a deslocar mais de 350.000 pessoas no arquipélago, dias depois da passagem do supertufão Ragasa. Um porta-voz do Gabinete de Defesa Civil, Bernardo Rafaelito Alejandro, indicou num comunicado em vídeo ter conhecimento de dez mortes, três registadas na província oriental de Masbate, devido ao colapso de árvores e casas, e as restantes no centro das Filipinas. Catorze pessoas continuam desaparecidas no centro das Filipinas, informaram as autoridades, sem dar mais detalhes. Mais de 200.000 pessoas de localidades que estavam na trajectória da tempestade foram acolhidas em centros para o efeito. Conhecido no arquipélago como Opong, o tufão obrigou também a evacuar 351.840 pessoas, de acordo com dados do Conselho para a Gestão de Catástrofes (NDRRMC), e a decretar o encerramento das repartições governamentais e escolas. O tufão atingiu a província de Samar Oriental na noite de quinta-feira, acompanhado por ventos de até 165 quilómetros por hora, de acordo com a agência meteorológica filipina (PAGASA), antes de atravessar a região de Bicol e a ilha ocidental de Mindoro, perdendo força à medida que avançava. A Bualoi voltou a ganhar força depois de entrar no mar da China Meridional, indicou a PAGASA. O tufão dirigiu-se para o Vietname, onde, segundo a agência meteorológica, poderá atingir terra entre a noite de domingo e hoje O pão nosso O tufão atingiu o arquipélago depois do super tufão Ragasa atingir o norte do país na segunda-feira passada, causando pelo menos uma dezena de mortos e 17 feridos entre milhares de deslocados. Os tufões são fenómenos recorrentes no Sudeste Asiático, quando as águas quentes do Oceano Pacífico favorecem a formação de ciclones, e países como as Filipinas são atingidos todos os anos por cerca de vinte dessas tempestades tropicais, especialmente na estação das chuvas, que geralmente começa em junho e termina em novembro ou dezembro. Segundo os cientistas, as alterações climáticas estão a provocar fenómenos meteorológicos extremos mais frequentes e intensos em todo o mundo. O arquipélago atravessa um momento de indignação popular pela corrupção em projectos milionários de controlo de inundações, concebidos para proteger os cidadãos dos efeitos dos tufões e inundações e supostamente concluídos, mas na realidade inexistentes ou de baixa qualidade.
Hoje Macau China / ÁsiaGansu | Sismo de magnitude 5,6 deixa danos materiais Um sismo de magnitude 5,6 atingiu na manhã de sábado a província chinesa de Gansu (noroeste), sem causar vítimas, mas provocando danos materiais em residências, informou o Centro de Redes Sismológicas da China. O tremor foi registado às 05h49, hora local (04h49 em Macau), com epicentro a dez quilómetros de profundidade, e foi sentido com força em vários condados das cidades de Dinxi e Tianshui, segundo a agência oficial Xinhua. No condado rural de Longxi, foram registados danos em várias habitações, de acordo com testemunhos dos residentes, embora as autoridades ainda estejam a recolher informações para poder avaliar os danos. Equipas e veículos de resgate locais foram enviados para a zona do sismo, aos quais se juntarão efectivos enviados pelo Ministério de Gestão de Emergências. O oeste da China (onde se encontram as regiões autónomas do Tibete e Xinjiang e províncias como Gansu ou Qinghai) sofre frequentemente com terramotos, devido à proximidade com o local onde as placas tectónicas da Ásia e da Índia se encontram, nos Himalaias. Geralmente, estes eventos não causam grandes números de vítimas humanas, uma vez que grande parte da região é desabitada.
Hoje Macau China / ÁsiaAmbiente | China trava luta constante contra desertificação às portas do Gobi Nas margens do deserto de Gobi, no noroeste da China, vinhas, grelhas de palha e sistemas de irrigação inteligente ilustram a luta constante para travar a desertificação e criar meios de subsistência em terrenos outrora áridos “É irrealista pensar que podemos eliminar os desertos. A luta é constante para garantir que não causam danos às populações”, afirmou à agência Lusa Wang Xiaolin, responsável pela Reserva Natural Nacional de Baitan, na província chinesa de Ningxia, transformada ao longo de 70 anos por três gerações de trabalhadores dedicados ao combate à desertificação numa das zonas áridas mais extensas do planeta. Com cerca de 1,3 milhões de quilómetros quadrados, o deserto de Gobi é o maior da Ásia e o quarto maior do mundo, estendendo-se do sul da Mongólia ao noroeste da China, ao longo das províncias de Gansu, Ningxia e Mongólia Interior. Com mais de 46 mil hectares de deserto tratados e o avanço das dunas recuado mais de 20 quilómetros, a reserva de Baitan é hoje um modelo de reflorestação ecológica. Plantas resistentes à seca e ao frio, como a jujuba-do-deserto, o saxaul (Haloxylon ammodendron) ou o capim-prateado (Miscanthus), que cresce apenas um metro acima do solo mas com raízes que se estendem até sete metros, permitem a sobrevivência sem irrigação, apenas com a chuva, explicou Wang. “A Reserva de Baitan, que era 90 por cento deserto, foi quase totalmente recuperada. Dos 987 quilómetros quadrados de terra, quase todo o deserto foi tratado. Restam apenas cerca de 13 quilómetros quadrados como zona de demonstração e investigação”, frisou. A técnica de grelhas de palha para fixar a areia, introduzida nas décadas de 1980 e 1990, permitiu aumentar drasticamente a taxa de sobrevivência das espécies plantadas. Mais recentemente, foi desenvolvido o método de controlo de desertificação “1+4″, baseado em dados de precisão. Zhang Xueyun, camponês que há mais de três décadas trabalha na recuperação do deserto, recorda quando “não havia estradas, nem electricidade, nem água”. “Tudo era carregado à mão”, explicou. “Com o tempo, mecanizámos parte do processo e recuperámos centenas de hectares por ano”, disse. O efeito é duplo: menos tempestades de areia – fenómeno que todos os anos atinge o norte da China, destruindo colheitas e cobrindo cidades de poeira – e mais vegetação, que tem contribuído para o aumento da precipitação. Copos salvadores Também a viticultura desempenha um papel importante. Christelle Chene, embaixadora da marca Xige, uma das maiores vinícolas da região, sublinhou à Lusa o impacto ambiental e social do sector: “As vinhas ajudam a fixar a areia, reduzem as tempestades de areia e criam empregos na região”. A densidade de plantação é baixa e quase todo o trabalho é manual. “Não há ninguém no mundo a vindimar 2.000 hectares à mão. Mas, por causa da forma como tratamos a vinha, é impossível usar máquinas”, afirmou. A vinícola emprega 1.500 trabalhadores a tempo inteiro e beneficia de um sistema de arrendamento facilitado pelo Governo. “O vinho trouxe empregos e criou comunidades”, contou. “Antes, não havia nada aqui. Só terra árida”. Para proteger as videiras do frio extremo, da seca e dos ventos fortes, estas são cultivadas de forma horizontal, sendo depois enterradas durante o Inverno. A rega é feita com sistemas gota-a-gota inicialmente importados de Israel, agora replicados por empresas chinesas, controlados por plataformas digitais que integram dados meteorológicos, humidade do solo e necessidades hídricas. “Usamos a água do rio Amarelo, mas com rigor”, observou à Lusa Lu Chao, director do Museu da Conservação Hídrica de Ningxia. “Há pouca chuva e grande evaporação, por isso cada gota conta”, frisou. Segundo o responsável, a região irrigada com água do rio cresceu de menos de 1.330 km² antes de 1949 para mais de 6.660 km² actualmente. Projectos como o sistema de irrigação de Qingtongxia, construído nos anos 1950, e as obras modernas de controlo de cheias e abastecimento têm assegurado não só a agricultura, mas também o abastecimento urbano, industrial e ecológico. “A desertificação é um desafio prolongado, mas Ningxia mostrou que é possível conter o avanço do deserto, restaurar ecossistemas e criar desenvolvimento sustentável”, apontou Wang Xiaolin.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim alerta na ONU para perigo do regresso da “lei da selva” A China comprometeu-se perante a Assembleia Geral das Nações Unidas a trabalhar com a comunidade internacional na resolução de conflitos e alertou para o perigo do regresso da “lei da selva”. “Se a era da lei da selva voltar (…), a humanidade enfrentará mais derramamento de sangue”, advertiu o primeiro-ministro Li Qiang ao discursar na sede da ONU, em Nova Iorque, em representação do Presidente chinês, Xi Jinping. Li lembrou que a ONU, de que a China é um dos membros fundadores, foi criada após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e disse que, desde então, a humanidade viveu 80 anos de relativa tranquilidade. Afirmou que o desejo de paz e desenvolvimento é agora mais forte do que nunca e pediu que a comunidade internacional não fique em silêncio nem se submeta “por medo dos poderosos” perante as injustiças. Considerou que o mundo vive de novo um período de transformação e que “a mentalidade da Guerra Fria está a voltar”, com a ordem mundial a ser questionada e o sistema internacional dos últimos 80 anos a ser perturbado. Li disse que a humanidade está “mais uma vez numa encruzilhada” e que os vários problemas que afectam actualmente o mundo preocupam o Governo da China. “Como podemos ignorar as atrocidades que fazem com que a justiça desapareça e ficar impassível perante o que vemos”, questionou. Li defendeu a solidariedade e a cooperação entre os povos, independentemente das divergências que possam ter, para que seja possível evitar novos conflitos globais e, pelo contrário, fomentar o desenvolvimento económico. Nesse sentido, destacou o multilateralismo como única forma de se promover a paz e o progresso, e criticou o proteccionismo no comércio mundial, embora sem referir os Estados Unidos, que impuseram taxas aduaneiras unilateralmente. Li referiu que a China está pronta para “adoptar medidas eficazes e coordenadas” com todas as partes que permitam alcançar soluções mais concretas para a paz e a estabilidade no mundo. Pediu a todos os membros da ONU para que trabalhem em conjunto em prol da segurança mundial, referindo ser importante respeitar as “preocupações legítimas” particulares de países. Igualdade e fraternidade Li disse também que a China é o segundo maior contribuinte para o orçamento de manutenção da paz e o país que fornece mais soldados às forças da ONU de entre os países do Conselho de Segurança. O primeiro-ministro disse que o Presidente Xi Jinping tem proposto uma visão global sobre o mundo, com base no respeito entre as nações e no multilateralismo. “Só quando todos os países recebem um tratamento igual e se exerce um verdadeiro multilateralismo é que poderão ser protegidos os direitos e interesses de todos”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas elevam alerta devido à tempestade tropical Bualoi após super tufão As Filipinas elevaram ontem o nível de alerta devido aos fortes ventos e chuvas provocados pela tempestade tropical Bualoi, que poderá transformar-se em tufão antes de atingir hoje a costa norte do arquipélago. Partes da ilha de Luzon, no norte, e da região central das Visayas foram colocadas no segundo nível de alerta, de um total de cinco, perante a aproximação de um ciclone com rajadas de vento que atingiam ontem 135 quilómetros por hora e que se encontra a 365 quilómetros a leste do país, segundo a agência meteorológica nacional (PAGASA). Conhecido localmente como Opong, o sistema “continuará a intensificar-se enquanto permanecer sobre o mar das Filipinas e poderá alcançar a categoria de tufão antes de tocar terra na região de Bicol”, alertou ontem a PAGASA. O organismo prevê que o ciclone atinja o sul de Luzon hoje entre a manhã e a tarde, atravessando depois o interior do país e afectando Manila, antes de seguir em direcção ao sul da China. Tudo parado O Palácio presidencial ordenou ontem a suspensão do trabalho em repartições públicas e das aulas presenciais em várias províncias, incluindo Sorsogon e Masbate, devido aos efeitos da tempestade. A chegada de Bualoi ocorre escassos dias depois de o super tufão Ragasa ter atingido o norte das Filipinas, na segunda-feira, causando, pelo menos, dez mortos, 17 feridos e milhares de deslocados. Fenómenos como este são recorrentes no sudeste asiático, onde as águas quentes do Pacífico alimentam a formação de ciclones. As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de duas dezenas de tempestades tropicais, sobretudo entre Junho e Dezembro, durante a estação das chuvas. O arquipélago vive ainda uma onda de indignação devido a alegados casos de corrupção em projectos milionários de controlo de inundações, concebidos para proteger a população dos efeitos de tufões e cheias e oficialmente concluídos, mas que, na prática, não existem ou apresentam baixa qualidade.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Li Qiang pede fim de “politização” em reunião com Von der Leyen O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelou à União Europeia para não “politizar nem transformar em questões de segurança” as divergências comerciais e de investimento, num encontro com a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen. Li recordou que tanto a reunião de Julho, em Pequim, entre os dois líderes e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, como a cimeira China – União Europeia então realizada serviram para alcançar consensos, que agora devem ser postos em prática, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. O governante chinês considerou que a relação bilateral se manteve ao longo de cinco décadas, apesar das mudanças internacionais, graças ao “diálogo fluido” e à procura de soluções para as diferenças. Li defendeu que Bruxelas cumpra os compromissos de manter abertos os mercados de comércio e investimento e reiterou a rejeição de Pequim a que divergências económicas sejam transformadas em instrumentos políticos ou de segurança. “China e UE devem centrar-se nos interesses comuns e ampliar a cooperação em benefício de ambas as partes”, afirmou, segundo a nota divulgada pela Xinhua. Von der Leyen salientou que, como duas das principais economias do mundo, a União Europeia e a China têm a responsabilidade de reforçar o diálogo, “aumentar a compreensão mútua” e avançar na cooperação em áreas como o comércio, o investimento, o ambiente e a luta contra as alterações climáticas. O encontro decorreu num contexto de tensões comerciais, marcado pelas tarifas aplicadas por Bruxelas a veículos eclétricos chineses e pelas investigações contra produtos agroalimentares europeus, questões que em Julho impediram um maior avanço político na cimeira de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | China pede a empresas que evitem guerras de preços nos EUA A China apelou às suas empresas que operam nos Estados Unidos para evitarem prolongar guerras de preços, num sinal da vontade de Pequim em preservar a trégua comercial alcançada com Washington. O ministro do Comércio, Wang Wentao, transmitiu a mensagem num encontro em Nova Iorque com representantes de 10 empresas chinesas de sectores como comércio electrónico, telecomunicações e componentes automóveis, segundo um comunicado divulgado ontem pela tutela. Wang recordou que os dois países “alcançaram uma série de consensos importantes após várias rondas de consultas económicas e comerciais” e disse esperar que as empresas “compreendam a situação e respondam positivamente”. O ministro apelou ainda à rejeição da chamada “involução interna e externa”, termo usado na China para descrever uma competição excessiva que resulta de sobrecapacidade e que leva a esforços desmedidos com retornos decrescentes. Em Julho, o Partido Comunista Chinês já tinha assumido o compromisso de reforçar o controlo sobre sectores com excesso de capacidade e regular práticas de governos locais na atracção de investimento. As declarações de Wang reflectem a tentativa de manter em curso a melhoria das relações com Washington, mas também o reconhecimento dos riscos associados à escalada das exportações para outros mercados. Durante a guerra comercial com os EUA, as exportações da China para Índia, África e Sudeste Asiático aumentaram de forma significativa, suscitando receios de impactos negativos nas indústrias locais. Em Nova Iorque, Wang prometeu que a China “se empenhará em estabilizar a cooperação económica e comercial sino-americana, salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e criar um bom ambiente para a cooperação mutuamente benéfica entre empresas dos dois países”.
Hoje Macau China / ÁsiaClima | Xi Jinping anuncia compromissos na luta contra crise global O presidente chinês anunciou hoje novos compromissos do país na luta contra a ruptura climática global, incluindo reduzir as emissões de gases com efeito de estufa entre 7 a 10 por cento até 2035, em relação aos números actuais. “A China vai reduzir as suas emissões líquidas de gases com efeito de serra no conjunto da sua economia de 7 a 10 por cento em relação ao nível do pico”, que ainda é desconhecido, mas pode ser atingido este ano, disse Xi Jinping, na sua intervenção, transmitida por vídeo, na cimeira sobre o clima que decorre na ONU. “A transição verde e de baixo carbono é a tendência da nossa época”, sustentou. “Se bem que alguns países actuem contra ela, a comunidade internacional deve manter o seu rumo”. Até hoje, a China nunca se tinha comprometido com um número exacto de curto ou médio prazo. Agora atribui-se como meta alcançar a neutralidade carbónica até 2060 e promete que o seu máximo de emissões será alcançado antes de 2030, o que parece estar em vias de conseguir já em 2025, graças ao sucesso da fileira solar e das viaturas eléctricas. Entre os novos compromissos chineses para o horizonte 2035 estão também o aumento da parte das energias não fósseis no consumo total de energia acima de 30 por cento. A Agência Internacional de Energia quantificou a parte das renováveis em 12 por cento no ano de 2021. Outro compromisso é o de multiplicar por seis a capacidade instalada de energia eólica e solar, em relação a 2020, para chegar a 3.600 GW, acima dos 1.400 GW de hoje. Xi mencionou ainda o crescimento dos veículos eléctricos e a extensão do mercado de carbono e da superfície florestal. “Estes objectivos representam os melhores esforços da China, segundo as exigências do Acordo de Paris. Atingir estes objectivos precisa de esforços rigorosos da China, bem como de um ambiente internacional aberto e de apoio”, acentuou. Uma réplica A organização ambientalista Greenpeace considerou ontem que as novas metas climáticas da China para 2035 “ficam aquém” dos objectivos globais, embora admita que a descarbonização efectiva do país possa avançar além do apresentado por Pequim. “A meta para 2035 oferece poucas garantias de manter o planeta seguro, mas o esperançoso é que a descarbonização real da economia chinesa provavelmente exceda o que está no papel”, afirmou Yao Zhe, conselheira de políticas globais da Greenpeace East Asia. Segundo a especialista, “a quantidade de energia eólica e solar que está a entrar na matriz energética” sustenta essa expectativa. Em comunicado, a ONG sublinhou que a actual expansão das renováveis e o papel da China em soluções para transições energéticas noutros países estabelecem uma “base” para um “eventual reforço” das metas. “No fim de contas, os factos falam mais alto do que as palavras. Mas sinais políticos firmes e consistentes são um catalisador insubstituível”, disse Yao, acrescentando que “os avanços empresariais e tecnológicos, por si só, não bastam” e defendendo a utilidade de objectivos orientadores, tanto para a transição interna como para a acção climática global. A Greenpeace apelou a Pequim para “manter a porta aberta” a ajustar as metas “com bastante prontidão”, alertando que “esperar outros cinco anos será demasiado tarde”. Este mês, organizações como a própria Greenpeace tinham já assinalado que o avanço das renováveis e da electrificação está a reconfigurar o sistema energético da China, o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa. Entre 2015 e 2023, a utilização de combustíveis fósseis no consumo final caiu 1,7 por cento, enquanto a procura eléctrica aumentou 65 por cento. Só na primeira metade de 2025, a capacidade eólica cresceu 16 por cento e a solar 43 por cento, e no ano terminado em Junho a soma de ambas superou pela primeira vez a produção hídrica, nuclear e de bioenergia combinadas, segundo relatórios da Greenpeace e da organização Ember. De acordo com a Ember, a redução prevista do uso de combustíveis fósseis na China, combinada com a expansão global das tecnologias limpas favorecida pela descida de custos, “pode inclinar a balança” para um declínio estrutural da procura mundial de carvão, petróleo e gás. A respectiva tréplica A China afirmou ser “o país mais determinado, enérgico e eficaz do mundo” no cumprimento das metas de redução de emissões, após o anúncio de novos objectivos climáticos feito pelo Presidente Xi Jinping na ONU. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Guo Jiakun destacou em conferência de imprensa que “é a primeira vez que a China propõe uma meta absoluta de redução de emissões, abrangendo toda a economia e todos os gases com efeito de estufa”. Segundo Guo, “a determinação e as acções da China para enfrentar activamente as alterações climáticas tornaram-na constantemente o país mais decidido, enérgico e eficaz no cumprimento dos seus compromissos”. “Continuaremos a defender o conceito de uma comunidade com futuro partilhado para a humanidade e a fazer todos os esforços para implementar os nossos objectivos”, acrescentou. O porta-voz citou Xi Jinping, que, numa mensagem em vídeo dirigida à cimeira do clima realizada à margem da Assembleia Geral da ONU, admitiu que cumprir as metas “representa um esforço árduo para a China” e exige “um ambiente internacional sólido e aberto”. “Estamos dispostos a cooperar com todas as partes para promover a cooperação internacional em matéria de alterações climáticas e impulsionar a implementação plena e eficaz do Acordo de Paris”, disse Guo.
Hoje Macau China / Ásia MancheteProcurados 124 desaparecidos em Taiwan após super tufão Ragasa Equipas de socorro estavam ontem a tentar estabelecer contacto com 124 pessoas desaparecidas em Taiwan após o transbordamento de um lago, devido à passagem do super tufão Ragasa, a mais poderosa tempestade registada no planeta em 2025. O Centro de Resposta a Desastres taiwanês, citado pela agência de notícias oficial CNA, indicou que todos os desaparecidos têm moradas registadas na região de Hualien, no leste da ilha. As equipas de busca, incluindo bombeiros, militares e socorristas especializados, estão a realizar verificações porta-a-porta com o objectivo de estabelecer contacto com todos os residentes ao longo do dia. Pelo menos 14 pessoas morreram no leste de Taiwan, na sequência do transbordamento de um lago natural que inundou a cidade de Guangfu, consequência das intensas chuvas provocadas pelo super tufão Ragasa. O comandante adjunto do Centro, Hsiao Huan-chang, explicou que a torrente de água está tão saturada de lama que “os veículos mal conseguem chegar”, o que exigiu “a mobilização de um grande número de militares, polícias e bombeiros”. O corpo de bombeiros local explicou que, das 14 vítimas mortais, a maioria eram idosos que viviam no rés-do-chão dos edifícios de Guangfu, o município mais afectado pelas inundações. De acordo com as autoridades locais, o transbordamento do lago ocorreu na tarde de terça-feira, quando a barragem natural do afluente do riacho Matai’an cedeu e libertou um grande fluxo de água carregada de lama e detritos. A enchente destruiu uma ponte sobre um riacho e inundou rapidamente o centro urbano de Guangfu, onde várias ruas ficaram submersas até o nível dos telhados em algumas áreas. Imagens divulgadas pela comunicação social local mostram moradores a subir aos telhados e veículos à espera de auxílio enquanto a água cobre grandes áreas do município. Ordens de evacuação Horas antes, as autoridades tinham alertado que o lago natural, localizado na localidade vizinha de Wanrong, poderia transbordar, o que levou a ordens de evacuação, limpeza do leito e reforço da vigilância. O condado de Hualien está entre os mais afectados pelas chuvas associadas à passagem do super tufão Ragasa, que manteve em alerta grande parte do sudeste da China e de Taiwan.
Hoje Macau China / Ásia MancheteFilipinas | Novo ciclone tropical a caminho após passagem do Ragasa O ciclone tropical Bualoi ganhou ontem força ao deslocar-se em direcção às Filipinas, onde deverá chegar amanhã, três dias depois do super tufão Ragasa ter causado, pelo menos, 10 vítimas mortais no arquipélago O Bualoi estava ontem a 815 quilómetros a nordeste da ilha de Mindanau, no sul do mar das Filipinas, com rajadas de vento até 105 quilómetros por hora, informou a agência meteorológica do arquipélago, PAGASA. A PAGASA disse que o ciclone continuará a intensificar-se” e “poderá atingir o estatuto de tufão antes de atingir a região de Bicol”, no centro das Filipinas, na tarde de sexta-feira. Depois de atravessar o arquipélago, o ciclone Opong, como é conhecido nas Filipinas, deverá seguir em direcção à capital, Manila, acrescentou a agência, no mais recente boletim. Para já as autoridades das Filipinas emitiram apenas o aviso mínimo para ventos fortes na região central de Visayas. No entanto, as aulas presenciais continuaram ontem suspensas em várias províncias do norte do país, ainda devido ao impacto da passagem do super tufão Ragasa, na terça-feira. A passagem pelas Filipinas do Ragasa, a mais poderosa tempestade registada no planeta em 2025, causou pelo menos dez mortos, de acordo com o último balanço divulgado ontem pelas autoridades do arquipélago. O anterior balanço do Conselho Nacional de Redução e Gestão de Riscos de Desastres das Filipinas apontava para quatro vítimas mortais e 11 feridos devido a inundações e deslizamentos de terra no norte do país. Sete pescadores afogaram-se depois de um barco ter virado, devido a ondas altas e ventos fortes, ao largo da cidade de Santa Ana, no norte da província de Cagayan (nordeste). As autoridades provinciais reportaram a existência de outros cinco pescadores desaparecidos na sequência do incidente, ocorrido na segunda-feira. Quase 700 mil pessoas foram afectadas pela passagem do super tufão Ragasa pela ilha de Luzon, incluindo 25 mil residentes que se protegeram em abrigos de emergência do governo. Chegada a terra Quase 1,9 milhões de pessoas foram realojadas na província de Guangdong, no sul da China, que faz fronteira com Hong Kong e Macau, informou a televisão estatal chinesa CCTV. Tanto a China continental como as duas regiões administrativas especiais chinesas elevaram esta madrugada o nível de alerta para o mais elevado. Hong Kong registou 56 feridos enquanto em Macau foram apenas seis feridos. A agência meteorológica chinesa previu que o super tufão atingirá a costa entre as cidades de Taishan e Zhanjiang entre a tarde e a noite de ontem. Escolas, fábricas e serviços de transportes públicos foram suspensos em cerca de uma dezena de cidades no sul da China. Os tufões são fenómenos meteorológicos recorrentes no sudeste da China, em Taiwan e nas Filipinas durante o Verão e o Outono, quando as águas quentes do Oceano Pacífico levam à formação de ciclones.