Hoje Macau China / ÁsiaMNE iraniano diz que primeiro israelitas e agora EUA “fizeram explodir a diplomacia” O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros reagiu aos apelos da União Europeia e Londres para voltar ao diálogo afirmando que os Estados Unidos e Israel “decidiram fazer explodir” a diplomacia ao bombardearem o Irão. “Estávamos a negociar (sobre o programa nuclear iraniano) com os Estados Unidos quando Israel decidiu fazer explodir essa diplomacia”, afirmou Abbas Araghchi, através da plataforma X e depois em declarações em Istambul, acrescentando que, depois, quando estavam em diálogo com países da União Europeia – referindo-se às negociações em Genebra esta semana -, “os Estados Unidos decidiram, por sua vez, reverter esta diplomacia”. “Que conclusões se podem tirar disto?”, respondeu Araqchi aos apelos feitos ontem pela chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, e pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, apelou para que “todas as partes” dêem “um passo atrás”, regressem à mesa de negociações e evitem uma nova escalada”, depois do bombardeamento, na passada madrugada, dos EUA contra as principais instalações nucleares do Irão. O primeiro-ministro britânico, por seu turno, apelou para que o Irão “regresse à mesa das negociações”, sublinhando que “a estabilidade na região é uma prioridade”. Na resposta dura a estes apelos para voltar à mesa de negociações, o chefe da diplomacia iraniano sustentou ainda: “Como poderia o Irão voltar a algo que nunca abandonou, e muito menos destruiu?”. Ao ataque O Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou na passada madrugada que as forças armadas dos Estados Unidos atacaram três centros nucleares no Irão, incluindo Fordo, juntando-se directamente a Israel para travar o programa nuclear do país. “Concluímos o nosso bem-sucedido ataque às três instalações nucleares no Irão, incluindo Fordo, Natanz e Esfahan”, disse Trump numa publicação nas redes sociais. A guerra começou na madrugada de dia 13 de Junho, com Israel a lançar uma vasta ofensiva militar contra o país persa, alegadamente para impedir o avanço do programa nuclear iraniano para fins militares. Os ataques dizimaram infraestruturas militares e nucleares do Irão, que tem respondido com vagas de mísseis sobre as principais cidades israelitas, incluindo Tel Aviv e Jerusalém, assim como várias instalações militares espalhadas pelo país.
Hoje Macau China / ÁsiaChuvas | Inundações deixam dezenas de milhares de desalojados As intensas chuvas que assolaram várias regiões do sul e centro da China desde o início da semana passada afectaram pelo menos 300.000 pessoas e obrigaram à retirada de dezenas de milhares de residentes, sobretudo na província de Guangdong. Na vila de Huaiji, uma das zonas mais afectadas, as chuvas provocaram inundações de até três metros de profundidade, deixando metade das estradas locais intransitáveis. Imagens divulgadas pela televisão estatal mostram ruas cobertas de lama e vizinhos e voluntários a trabalhar na sua limpeza. A situação também é crítica em outras províncias do centro e leste do país, como Hunan, onde o rio Lishui registou a sua maior cheia desde 1998. Na vila de Longshan, quatro pessoas continuam desaparecidas depois de ficarem presas numa garagem subterrânea inundada. Na província vizinha de Hubei, as autoridades retiraram centenas de pessoas em municípios como Hefeng e Laifeng. Neste último, uma creche ficou completamente inundada e foi necessário transportar 500 crianças em jangadas, informou o jornal The Paper. O Ministério dos Recursos Hídricos enviou equipas técnicas para zonas de alto risco e pediu aos governos locais que reforçassem a vigilância e a evacuação preventiva de áreas vulneráveis. Especialistas locais têm alertado nos últimos anos que as alterações climáticas podem aumentar a frequência de fenómenos meteorológicos extremos no país asiático.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | China e Nova Zelândia apostam na cooperação Apesar do recente diferendo em torno das Ilhas Cook, os dois países reafirmam o compromisso de aprofundar as históricas relações bilaterais O Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro neozelandês, Christopher Luxon, destacaram sexta-feira, em Pequim, a solidez das relações bilaterais e apostaram no aprofundamento da cooperação, apesar das divergências em relação à aproximação entre Pequim e as Ilhas Cook. Durante o encontro, realizado no Grande Palácio do Povo, junto à Praça Tiananmen, Xi destacou que a China e a Nova Zelândia “avançam de mãos dadas” há meio século, numa relação que “esteve na vanguarda” dos laços de Pequim com os países desenvolvidos. O líder chinês afirmou que ambas as partes devem “aprofundar a cooperação económica e comercial”, explorar novos espaços em áreas como a inovação tecnológica e a luta contra as alterações climáticas, e “gerir adequadamente as diferenças”, preservando o princípio do “respeito mútuo” e a “busca de consensos”. Xi também observou que as duas nações “não têm conflitos históricos nem interesses fundamentais em disputa”, o que, acrescentou, “deve facilitar uma relação construtiva e estável”. Segundo a televisão estatal CCTV, Luxon reiterou que o seu país “mantém o compromisso com a política de ‘uma só China’” e expressou a sua intenção de “reforçar o diálogo de alto nível”, ao mesmo tempo que defendeu a ampliação da cooperação em sectores como a agricultura, os laticínios e o turismo. “O mundo atravessa um período de incerteza, e espera-se que a China desempenhe um papel relevante”, afirmou o primeiro-ministro neozelandês, que se mostrou disposto a colaborar com Pequim na defesa do sistema multilateral de comércio e na preparação da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) que a China acolherá em 2026. Pontos de vista A visita ocorre num contexto de tensões diplomáticas entre a Nova Zelândia e as Ilhas Cook, após a assinatura de um acordo entre o país insular do Pacífico Sul e a China, que levou Wellington a congelar parte da sua ajuda ao desenvolvimento. Pequim rejeitou as críticas de Wellington e sublinhou que a sua cooperação com as Ilhas Cook “não é dirigida contra terceiros nem deve ser interferida ou restringida por terceiros”. A China defendeu que os seus acordos com o arquipélago se baseiam na “igualdade e respeito mútuo” e têm como objectivo “impulsionar o desenvolvimento económico e melhorar as condições de vida” nesses territórios do Pacífico.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Putin diz que rearmamento da NATO não é uma ameaça O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que o rearmamento da NATO não representa uma ameaça para o país, assegurando que Moscovo dispõe das “capacidades de defesa” necessárias para fazer frente à aliança transatlântica. “Não consideramos qualquer rearmamento da NATO como uma ameaça à Federação da Rússia, porque somos auto-suficientes em matéria de segurança”, declarou Putin, durante uma mesa-redonda com representantes de agências de notícias internacionais, à margem do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo. O chefe de Estado russo acrescentou que o país está “constantemente a melhorar as suas Forças Armadas e capacidades de defesa”. Num momento em que a NATO prepara uma nova cimeira, na próxima semana, em Haia (Países Baixos), e incentiva os membros a aumentarem o investimento em defesa, Putin considerou que um eventual reforço orçamental até 5 por cento do PIB, por parte dos aliados, representaria “desafios específicos” para Moscovo, mas disse que esse esforço financeiro “não faz sentido” para os próprios países da aliança. “Responderemos a todas as ameaças que surjam. Disso não há dúvidas”, assegurou. Putin referiu-se à ofensiva lançada contra a Ucrânia em 2022 como parte de um confronto mais amplo com a NATO, que considera representar uma ameaça “existencial” junto às fronteiras russas. No quadro de futuras negociações de paz, o líder russo manifestou interesse em discutir a arquitectura de segurança europeia, nomeadamente com o Presidente norte-americano, Donald Trump. Kiev procura, no entanto, garantias de segurança por parte da NATO como condição para um eventual acordo para pôr fim à guerra. Dois ciclos de negociações entre russos e ucranianos tiveram lugar em Istambul, mas não resultaram em avanços concretos. Putin afirmou ainda que as forças russas continuam a avançar “todos os dias” na frente de combate, enfrentando um exército ucraniano em inferioridade numérica e em dificuldades operacionais. No terreno, as forças russas mantêm os ataques diários contra cidades e aldeias ucranianas.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Sismo com magnitude de 6,1 sacode ilha de Hokkaido Um sismo de magnitude 6,1 atingiu ontem a costa oriental da ilha japonesa de Hokkaido, no norte do arquipélago, sem que tenha sido emitido um alerta de tsunami ou tenham sido registados danos. O terramoto ocorreu às 8:08 locais com epicentro a uma profundidade não especificada nas águas ao largo da costa da península de Nemuro, segundo a Agência Meteorológica do Japão (JMA). O terramoto na cidade de Kushiro atingiu o nível 4 na escala sísmica japonesa de 7 níveis, que se centra na medição dos abalos superficiais e do potencial destrutivo do sismo, e foi sentido com menor intensidade noutras zonas de Hokkaido e em partes da ilha principal de Honshu, no nordeste do país. O JMA alertou para o facto de o terramoto poder causar algumas alterações de maré na zona, mas acrescentou que não há motivo para preocupação quanto a potenciais danos. As autoridades locais não foram informadas de quaisquer incidentes relacionados com o terramoto. O Japão situa-se no chamado Anel de Fogo, uma das zonas sísmicas mais activas do mundo, e sofre terramotos com relativa frequência, pelo que as suas infraestruturas são especialmente concebidas para resistir aos tremores.
Hoje Macau China / ÁsiaIdentificadas mais de 200 vítimas da queda do Boeing 787 na Índia As autoridades indianas anunciaram esta quarta-feira que identificaram os corpos de mais de 200 vítimas do voo 171 da Air India, que se despenhou a 12 de Junho em Ahmedabad, no noroeste da Índia. Segundo o director clínico do hospital civil da cidade, Rakesh Joshi, até quarta-feira, foram identificadas 208 vítimas do acidente. A queda do Boeing 787, logo após ter descolado com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres, matou pelo menos 279 pessoas, de acordo com o último balanço oficial, tornando-a o pior desastre aéreo do mundo desde 2014. O avião, com 242 pessoas a bordo, despenhou-se numa zona residencial de Ahmedabad a 12 de Junho, um minuto após a descolagem, às 13:39. Segundo a Autoridade da Aviação Civil indiana, este avião de longo curso transportava 230 passageiros – 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadiano – e 12 tripulantes. Só um passageiro, sentado junto a uma saída de emergência na parte da frente do avião, sobreviveu milagrosamente ao acidente. Em terra, pelo menos 38 pessoas morreram, de acordo com o mais recente balanço. Em investigação Os investigadores da aviação civil encarregados do inquérito recuperaram as duas caixas negras do avião, que registam as conversas no ‘cockpit’ e os parâmetros técnicos do voo. De acordo com as primeiras conclusões, o piloto emitiu um apelo de emergência (‘Mayday’) logo após a descolagem. Imagens de vídeo difundidas após a catástrofe mostram o avião sem conseguir ganhar altitude e depois a despenhar-se pesadamente no solo, numa bola de fogo cor de laranja. A Autoridade da Aviação Civil indiana ordenou uma inspecção dos outros 33 Boeing 787 ao serviço na frota da Air India “por precaução”. Essas inspecções não mostraram “qualquer problema de maior”, declarou a Autoridade da Aviação Civil na terça-feira à noite. “Os aparelhos e os sistemas de manutenção foram considerados em conformidade com as normas de segurança em vigor”, indicou. A Air India anunciou quarta-feira num comunicado que vai efectuar “controlos de segurança reforçados na frota de Boeing 787” e cancelar alguns voos. “As tensões geopolíticas no Médio Oriente, o recolher obrigatório nocturno nos espaços aéreos de muitos países europeus e do Leste Asiático, as inspecções de segurança reforçadas em curso, bem como a necessária abordagem cautelosa adoptada pelo pessoal técnico e pelos pilotos da Air India, conduziram ao aumento do número de voos cancelados”, declarou a companhia aérea no comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Cidadãos chineses começam a sair do país A Embaixada da China em Israel começou a registar os cidadãos chineses residentes naquele país que desejem ser retirados para o Egipto, num processo que terá início hoje, anunciou ontem a missão diplomática, em comunicado. De acordo com a nota, “não se pode descartar” um agravamento da situação, na sequência da escalada de ataques entre Israel e o Irão durante a última semana, razão pela qual a embaixada prestará apoio aos cidadãos que optem por abandonar o território israelita. A evacuação será feita por via terrestre, através de grupos organizados, transportados em autocarro até ao posto fronteiriço de Taba, na fronteira entre Israel e o Egipto. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Guo Jiakun revelou na quarta-feira que alguns cidadãos chineses já “foram transferidos com sucesso desde Israel”, sem avançar mais pormenores. Segundo dados oficiais, residem actualmente cerca de 1.200 cidadãos chineses em Israel. Em paralelo, a China iniciou também a retirada dos seus nacionais no Irão, onde a comunidade chinesa ronda as 4.000 pessoas. Até quarta-feira, 791 cidadãos chineses tinham já sido transferidos para zonas seguras em países vizinhos, como o Azerbaijão e o Turquemenistão, e mais de mil encontravam-se “em processo de evacuação”, indicou Guo. Pequim manifestou esta semana a sua “profunda preocupação” com o agravamento do conflito entre Teerão e Telavive, apelando para a adoção de “medidas imediatas para acalmar as tensões”, ao mesmo tempo que reiterou que “a força não pode trazer uma paz duradoura”.
Hoje Macau China / ÁsiaDireito Internacional | Wang Yi condena Israel em conversa com Egipto e Omã O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, condenou ontem Israel por “ignorar o Direito Internacional” e provocar “uma escalada abrupta das tensões no Médio Oriente”, durante uma conversa por telefone com os homólogos do Egipto e de Omã. Em conversa com o chefe da diplomacia egípcia, Badr Abdelatty, Wang apelou a um consenso e a ações conjuntas por parte da comunidade internacional, “em especial entre os países da região”, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O ministro chinês reiterou o apelo a um cessar-fogo e à redução das tensões entre Israel e o Irão, e afirmou que a China está disposta a trabalhar com o Egpto para melhorar a comunicação e a coordenação com os organismos multilaterais – como as Nações Unidas – e a envidar os esforços necessários para promover conversações de paz e reconciliação. Num tom semelhante, Wang Yi disse ao homólogo de Omã, Sayyid Badr bin Hamad bin Hamood Albusaidi, que Israel violou “a soberania e segurança do Irão”. O chefe da diplomacia chinesa manifestou ainda o apoio de Pequim à declaração conjunta emitida por 21 países árabes, incluindo Omã, e expressou confiança em que essas nações se mantenham unidas e persistam nos esforços para levar as partes envolvidas ao diálogo. Pequim, parceiro próximo de Teerão, reiterou que “a força não pode trazer uma paz duradoura” e assegurou que “continuará a manter comunicação com as partes relevantes, promovendo a paz e o diálogo”.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio-Oriente | China adverte para “risco de descontrolo” Pequim continua a apelar ao fim das hostilidades entre Israel e o Irão, enquanto os Estados Unidos hesitam se devem, ou não, intervir directamente no conflito A China advertiu ontem que “a situação no Médio Oriente é tensa e delicada, e corre o risco de se descontrolar”, pedindo “atitude responsável” aos Estados Unidos, numa altura de fortes tensões entre Irão e Israel. “O conflito já dura há uma semana, causou grandes prejuízos aos povos de ambos os países e afectou gravemente a paz e a estabilidade da região e do mundo”, afirmou Guo Jiakun, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, numa conferência de imprensa em Pequim. Guo sublinhou que o agravamento do conflito “não trará vencedores” e reiterou a oposição da China a “qualquer violação dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e a qualquer atentado contra a soberania, segurança e integridade territorial de outros países”, bem como “ao uso ou ameaça de uso da força nas relações internacionais”. Num recado velado a Washington, o porta-voz afirmou que “a comunidade internacional, especialmente os grandes países influentes, deve manter uma posição justa e uma atitude responsável, de forma a criar condições favoráveis a um cessar-fogo e ao regresso ao diálogo e às negociações”, para evitar que “a situação regional caia num abismo e se produzam desastres ainda maiores”. Ao sabor do vento Na quarta-feira, Trump deixou em aberto a possibilidade de uma intervenção militar norte-americana contra o Irão. “Pode ser que o faça. Pode ser que não o faça. Quero dizer, ninguém sabe o que eu vou fazer”, disse o republicano. Trump acrescentou que Teerão ainda quer negociar um acordo nuclear com os Estados Unidos e que, segundo afirmou, o Irão terá mesmo proposto enviar uma delegação à Casa Branca para retomar as conversações — algo que o Governo iraniano negou. O Presidente norte-americano sugeriu ainda que o início dos ataques israelitas contra instalações nucleares e militares do Irão ocorreu depois de expirado o prazo imposto por Washington a Teerão para concluir um novo pacto nuclear.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Empresas pedem à China que acelere licenças de exportação de terras raras A Câmara de Comércio e Indústria do Japão na China pediu ontem às autoridades chinesas que reduzam as restrições à exportação de terras raras e acelerem a emissão de licenças, após meses de atrasos que afectaram a produção. Durante uma conferência de imprensa realizada em Pequim, o presidente do grupo empresarial, Tetsuro Homma, afirmou que as restrições impostas pela China desde Abril sobre sete tipos de minerais estratégicos estão a afectar tanto a produção como as exportações das empresas japonesas sediadas no país. Homma indicou que, após uma reunião com o Ministério do Comércio chinês, em 28 de Maio, algumas licenças começaram a ser aprovadas, embora em número ainda limitado. A Câmara alertou que os controlos “podem prejudicar as cadeias de abastecimento de bens de consumo” e apelou a que sejam aplicados apenas quando “realmente necessários por razões de segurança”. A China detém mais de 70 por cento da produção mundial de terras raras, componentes essenciais no fabrico de produtos como telemóveis, computadores e veículos eléctricos. As restrições fazem parte de um conjunto de medidas adoptadas por Pequim desde 2023, no contexto das tensões comerciais com os Estados Unidos. Pequim e Washington alcançaram recentemente um princípio de acordo para reduzir essas tensões, no qual a China se comprometeu a aliviar algumas barreiras não tarifárias, incluindo os controlos sobre materiais estratégicos.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio-Oriente | China já retirou cerca de 800 cidadãos do Irão A China já retirou cerca de 800 dos seus cidadãos do Irão, desde o início na semana passada da ofensiva militar de Israel contra aquele país, que provocou várias centenas de mortos. Desde 13 de Junho, as Forças Armadas israelitas têm conduzido ataques aéreos de grande intensidade sobre território iraniano, justificando a operação com o objectivo de impedir Teerão de desenvolver armas nucleares. Em resposta, o Irão prometeu manter os bombardeamentos sobre Israel até ao fim dos ataques. “O total de 791 cidadãos chineses já foi transferido do Irão para zonas seguras, e mais de 1.000 pessoas estão em processo de retirada”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Guo Jiakun, durante uma conferência de imprensa em Pequim. Segundo o mesmo responsável, cidadãos chineses também foram retirados em segurança de Israel. “A China expressa a sua gratidão aos países envolvidos pelo apoio e assistência prestados”, declarou Guo Jiakun. Israel voltou a atacar o Irão na noite de quarta-feira, pela sexta vez consecutiva, num contexto de crescente tensão, agravado pelas declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exigiu a “capitulação incondicional” de Teerão. Aliado de Israel, Trump escreveu na rede Truth Social que os Estados Unidos “sabem exactamente onde se esconde o chamado ‘guia supremo’” do Irão, o aiatola Ali Khamenei, mas garantiu que não têm, “pelo menos para já”, intenção de o “eliminar (matar!)”. Confrontado com estas declarações, o porta-voz chinês afirmou que “uma nova escalada de tensões no Médio Oriente não serve os interesses de nenhuma das partes”. “Os países que exercem influência particular sobre Israel devem demonstrar objectividade e justiça, assumir as suas responsabilidades e desempenhar um papel positivo e construtivo para travar a escalada”, afirmou Guo Jiakun, numa referência implícita aos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Lançado centro internacional para o yuan digital O banco central da China anunciou ontem a criação de um centro internacional de operações para o yuan digital, em Xangai, no âmbito de novas medidas destinadas a reforçar o papel da cidade como centro financeiro global. O anúncio teve lugar durante a abertura do Fórum de Lujiazui, um evento anual focado nas reformas do sistema financeiro chinês, onde o governador do Banco Popular da China (banco central), Pan Gongsheng, revelou ainda outras iniciativas, como a criação de um repositório de dados para transações nos mercados interbancários e novas ferramentas estruturais de política monetária. As medidas visam melhorar a supervisão financeira e promover a inovação em áreas como o comércio internacional e as finanças digitais, incluindo também a criação de uma agência de informação de crédito e o incentivo à utilização da moeda chinesa em contratos de futuros cambiais. Pan afirmou que o centro para o yuan digital, designado e-RMB, tem como objetivo “facilitar o desenvolvimento de serviços relacionados com a moeda digital em mercados internacionais”. O responsável destacou ainda que a transformação do quadro de política monetária é “um processo gradual e contínuo”, acrescentando que o banco central continuará a avaliar e ajustar os seus instrumentos para sustentar a estabilidade financeira. A iniciativa surge numa altura em que Pequim procura reforçar o papel global do yuan, num contexto de tensões comerciais com os Estados Unidos e na sequência das sanções impostas pelo Ocidente à Rússia. Em 2024, a utilização da moeda chinesa em transações transfronteiriças atingiu níveis recorde, impulsionada pelas trocas entre a China e a Rússia. O crescimento do comércio liquidado em yuan foi também impulsionado pelas linhas de câmbio que Pequim abriu com a Arábia Saudita, Argentina e Mongólia. Novos bancos de compensação para o yuan foram ainda estabelecidos no Laos, Cazaquistão, Paquistão, Brasil e Sérvia.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | China consegue comunicação laser com satélite cinco vezes mais rápida que a da Starlink Uma equipa de cientistas chineses afirma ter conseguido transmitir dados de um satélite geoestacionário para a Terra a uma velocidade de 1 gigabit por segundo (Gbps) utilizando um laser de apenas 2 watts de potência. O avanço, segundo a equipa de cientistas chineses, traduz-se numa ligação cinco vezes mais veloz do que a oferecida pelo sistema Starlink, da SpaceX, do empresário Elon Musk. A experiência foi realizada com um satélite a uma altitude de 36.000 quilómetros e um telescópio terrestre de 1,8 metros localizado na província de Yunnan, no sudoeste do país, noticiou ontem o diário South China Morning Post, com sede em Hong Kong. A tecnologia foi capaz de reduzir significativamente as distorções causadas pela turbulência atmosférica, um dos principais obstáculos a este tipo de comunicação. De acordo com o estudo, publicado por investigadores da Universidade de Correios e Telecomunicações de Pequim e da Academia Chinesa de Ciências, a equipa combinou duas técnicas bem conhecidas – óptica adaptativa e receção de diversidade modal – para melhorar a fiabilidade do sinal. Com este método, a taxa de sinal útil aumentou de 72 por cento para 91,1 por cento. Os cientistas afirmam que a tecnologia permitirá transferências rápidas de dados sensíveis ou de grande volume, mesmo a partir de órbitas elevadas, embora a identidade do satélite utilizado não tenha sido especificada. Nos últimos anos, a China intensificou o desenvolvimento de tecnologias de comunicação a laser baseadas no espaço. Em 2020, o satélite chinês Shijian-20 atingiu um recorde mundial de transmissão a 10 Gbps, embora os pormenores técnicos permaneçam confidenciais. Pequim identificou a integração das redes espaciais e terrestres como uma prioridade estratégica para as futuras gerações de comunicação, como a 6G.
Hoje Macau China / ÁsiaÁsia Central | Xi anuncia mais investimento no desenvolvimento da região A Cimeira China-Ásia Central, que contou com a participação de seis países da região, terminou com a assinatura de vários acordos e o reforço substancial do investimento chinês em projectos de desenvolvimento A China anunciou, na terça-feira, que vai investir este ano 1,5 mil milhões de yuan na Ásia Central, em projectos de subsistência e desenvolvimento na região, de crescente importância geoestratégica. Os seis países participantes na Cimeira China-Ásia Central também assinaram um pacto de “amizade permanente”. “A China está disposta a fornecer 1,5 mil milhões de yuan em assistência financeira aos países da Ásia Central este ano para apoiar projectos de subsistência e desenvolvimento de interesse comum para cada país”, disse o Presidente chinês, Xi Jinping, na cimeira realizada em Astana. Xi saudou a assinatura do Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável Permanente como um marco nas relações entre as seis nações. O acordo representa “um esforço inovador na diplomacia de vizinhança da China – uma contribuição para o nosso tempo que beneficia as gerações futuras”, descreveu. A China tem tratados semelhantes com a Rússia e o Paquistão. Xi também enfatizou a necessidade de cooperação num mundo que está a “entrar num novo período de turbulência e transformação”. “Não haverá vencedores na guerra tarifária e comercial. Os defensores do proteccionismo e do hegemonismo prejudicarão tanto os outros como a si próprios”, afirmou Xi, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Xi anunciou ainda a criação de três centros de cooperação no âmbito do quadro de cooperação China-Ásia Central, com foco na redução da pobreza, intercâmbios educacionais e combate à desertificação, juntamente com uma plataforma de facilitação do comércio. Esta é apenas a segunda vez que a cimeira é realizada, sendo que a primeira edição ocorreu na cidade chinesa de Xian, em 2023. Os esforços reflectem o envolvimento cada vez maior da China com a Ásia Central, que no passado se concentrou em áreas como infraestruturas, incluindo oleodutos, ligações ferroviárias e projetos de mineração. A Ásia Central ocupa um lugar de destaque na iniciativa chinesa Faixa e Rota – um gigantesco plano de investimentos em infraestruturas que engloba 65 países, compreendendo aproximadamente 62 por cento da população do planeta e 30 por cento do Produto Interno Bruto global. Segurança na agenda “Os dois países devem reforçar ainda mais a cooperação em matéria de aplicação da lei, segurança e defesa, combater conjuntamente as ‘três forças’ [terrorismo, separatismo e extremismo] e melhorar a colaboração em matéria de cibersegurança”, afirmou Xi, referindo-se a uma conversa mantida com o Presidente do Turquemenistão, Serdar Berdimuhamedov. A presença de Pequim na segurança da região está a aumentar gradualmente, através de exercícios conjuntos de contraterrorismo e programas de formação e ajuda militar. É o caso do Tajiquistão, país com uma longa fronteira com o Afeganistão, que a China teme que possa facilitar a incursão de terroristas da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur na região chinesa de Xinjiang para realizarem operações. Nas conversações com o Presidente tajique, Emomali Rahmon, Xi apelou a uma cooperação mais profunda em matéria de aplicação da lei e segurança para combater as “três forças”. Rahmon comprometeu-se a “reforçar a coordenação com Pequim, para que a Organização de Cooperação de Xangai (SCO) desempenhe um papel mais importante”. A SCO tem sido o principal fórum multilateral de interação entre a China e toda a região. O agrupamento político, económico e de segurança foi fundado em 2001 pela China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão, sublinhando um compromisso com a “neutralidade permanente”. Xi também manteve conversações separadas com o Presidente quirguiz, Sadyr Japarov, na terça-feira, e descreveu a relação entre os dois países como “a melhor de sempre”. O chefe de Estado chinês afirmou que a construção da ferrovia China–Quirguistão-Uzbequistão é uma prioridade máxima. Xi instou o homólogo cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, a acelerar os projectos ferroviários transfronteiriços e as melhorias na infraestrutura portuária. “Pequim e Astana devem agir como um forte apoio mútuo em tempos turbulentos”, reforçou.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | China critica “adulação” de Taipé aos EUA O Governo chinês acusou ontem as autoridades de Taiwan de adularem Washington, após Taipé ter incluído duas empresas chinesas numa lista negra de entidades estrangeiras com as quais não se podem realizar transacções comerciais sem autorização expressa. Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun afirmou que “a China opõe-se firmemente à politização da ciência, da tecnologia e dos assuntos económicos e comerciais por parte dos Estados Unidos”. As declarações surgem depois de, segundo Pequim, sob pressão de Washington, Taiwan ter adicionado à sua lista de entidades a tecnológica Huawei e a principal fabricante de semicondutores da China, a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC). Guo criticou o que classificou como “generalização do conceito de segurança nacional”, “abuso dos controlos de exportação e da jurisdição extraterritorial” e a “repressão maliciosa contra a China”. “O comportamento das autoridades taiwanesas apenas prejudicará e destruirá Taiwan”, acrescentou o porta-voz. Na mais recente atualização da lista de entidades da Administração de Comércio Internacional de Taiwan, publicada no fim de semana, figuram agora a Huawei, a SMIC e várias subsidiárias destas empresas, tanto chinesas como estrangeiras. As novas regras obrigam as empresas taiwanesas a obterem autorização expressa de Taipé antes de poderem vender produtos ou tecnologia a essas companhias. De acordo com a agência Bloomberg, as restrições vão limitar, pelo menos parcialmente, o acesso da Huawei e da SMIC a materiais e tecnologia taiwaneses relacionados com a produção de semicondutores para inteligência artificial (IA) e com a construção de fábricas do sector. Taiwan alberga a TSMC, líder global na produção de semicondutores, uma tecnologia considerada crítica para a estratégia de auto-suficiência tecnológica da China, que ainda depende de terceiros para aceder às tecnologias mais avançadas.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael/Irão | Pequim insta cidadãos chineses a abandonarem Israel “o mais rapidamente possível” A Embaixada da China em Israel instou ontem os seus cidadãos a abandonarem o país o mais rapidamente possível através das passagens fronteiriças terrestres com a Jordânia e o Egipto, face à escalada do conflito com o Irão. A missão diplomática recomendou “priorizar” a rota para a Jordânia e indicou que muitos cidadãos chineses entraram em contacto com a embaixada para perguntar sobre a reabertura dos aeroportos ou a retoma dos voos, segundo um comunicado. As autoridades israelitas mantêm o espaço aéreo fechado e prorrogaram o estado de emergência nacional até 30 de Junho, acrescenta o texto. A missão diplomática forneceu informações detalhadas sobre os requisitos, horários e taxas dos principais postos fronteiriços e comprometeu-se a garantir a continuidade dos serviços consulares para facilitar a saída dos cidadãos chineses. A medida surge num contexto de forte escalada da guerra no Médio Oriente, após mais de uma semana de confrontos directos entre o Irão e Israel, que causaram centenas de mortos e aumentaram o risco de um conflito regional em grande escala. A China expressou na segunda-feira a sua “profunda preocupação” com os ataques israelitas contra o Irão e pediu a todas as partes que “criassem as condições” para a retoma do diálogo, após confrontos que já causaram mais de 240 mortos entre os dois países. Pequim já havia alertado os seus cidadãos em Israel e no Irão para que tomassem precauções extremas e evitassem zonas sensíveis. Na segunda-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instou a que “toda a gente saia de Teerão imediatamente”, lamentando que o Irão não tenha assinado um pacto nuclear com Washington e sublinhando que o país persa “não pode ter uma arma nuclear”.
Hoje Macau China / ÁsiaCrime | Alerta para sofisticados golpes ‘online’ que afectam vítimas de todas as idades As autoridades chinesas alertaram ontem para o crescente uso de plataformas digitais para cometer fraudes, num Livro Branco sobre crimes ‘online’ que indica que a idade média das vítimas no país é de 40 anos. O documento, elaborado pelo órgão fiscal máximo do país, detalha que, em 2024, as autoridades processaram mais de 3.000 pessoas por crimes cometidos na Internet contra menores, o que representa um aumento homólogo de 14,1 por cento. O relatório alerta que esses crimes já representam 7,3 por cento de todos os crimes cometidos por adultos contra menores, uma proporção superior aos 6,9 por cento registados no ano anterior. Paralelamente, uma campanha nacional de sensibilização contra fraudes por telecomunicações e redes sociais foi lançada este mês com a mensagem “A luta contra a fraude é uma matéria obrigatória”. De acordo com dados divulgados pela televisão estatal CCTV, o valor mais alto defraudado num único caso ascendeu a 117 milhões de yuan (, embora a maior parte do dinheiro tenha sido recuperado pela polícia. Entre as vítimas mais notáveis, estão pessoas de até 93 anos e crianças de apenas nove anos, e foram relatados casos em que a mesma pessoa foi vítima de três fraudes diferentes em apenas cinco dias. As autoridades alertam que os criminosos adaptam constantemente os seus métodos a temas actuais, como auxílios estatais, inteligência artificial ou processos de admissão à universidade, e personalizam os golpes de acordo com o perfil de cada vítima. O Livro Branco também sublinha a necessidade de reforçar o ambiente digital para os menores e exige maior responsabilidade por parte das plataformas ‘online’.
Hoje Macau China / ÁsiaAstana | Xi reafirma influência da China na Ásia Central Xi Jinping está na capital do Cazaquistão para participar na Cimeira Ásia Central – China que conta com a presença dos líderes das antigas repúblicas soviéticas da região O Presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se ontem, no Cazaquistão, com os líderes das cinco ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, onde Pequim se quer afirmar como a principal potência, em detrimento da Rússia e da sua influência histórica. A cimeira Ásia Central – China, que decorre na capital cazaque, Astana, acontece dois anos após a primeira, realizada na China, e reúne Xi Jinping – que chegou na segunda-feira ao país – com os líderes do Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Turquemenistão. Um “tratado de boa vizinhança, amizade e cooperação eternas” deve ser assinado, de acordo com a diplomacia cazaque. “Os líderes dos diferentes países traçarão juntos um novo roteiro para a cooperação futura”, disse Guo Jiakun, porta-voz da diplomacia chinesa. Sob influência russa entre meados do século XIX e a queda da União Soviética em 1991, a Ásia Central, cuja localização geográfica entre a Ásia e a Europa é estratégica e rica em recursos naturais, é cobiçada pelas grandes potências que tentam competir com Moscovo. Embora os líderes da Ásia Central mantenham fortes laços com a Rússia, o declínio da influência deste país acentuou-se desde a guerra na Ucrânia. As cinco antigas repúblicas soviéticas da região estão a aproveitar este interesse externo crescente e a coordenar as respectivas diplomacias, como demonstra a multiplicação das cimeiras “5+1”. Os países têm reunido neste formato com a China e a Rússia, mas também com a União Europeia (UE), os Estados Unidos e até mesmo a Turquia e outros países ocidentais. “Os países da Ásia Central oscilam entre diferentes centros de poder, desejando proteger-se de uma dependência excessiva em relação a um único parceiro”, observou Narguiza Mouratalieva, uma analista da política externa da região, citada pela agência France Presse. Posição russa Na segunda-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, garantiu “não temer” esta aproximação entre a China, um “parceiro estratégico privilegiado”, e os países da Ásia Central, “parceiros históricos naturais”. Símbolo dessa concorrência, o Cazaquistão anunciou no sábado que os russos construirão a primeira central nuclear do país e os chineses provavelmente uma segunda. A China é o maior parceiro comercial da Ásia Central, com trocas comerciais avaliadas em 95 mil milhões de dólares em 2024, de acordo com as alfândegas chinesas, muito à frente da União Europeia e da Rússia. A Ásia Central ocupa, por outro lado, um lugar de destaque na iniciativa chinesa Faixa e Rota – um gigantesco plano de investimentos em infraestruturas que engloba 65 países, compreendendo aproximadamente 62 por cento da população do planeta e 30 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) global. “Nem a Rússia nem as instituições ocidentais são capazes de alocar recursos financeiros para infraestruturas tão rapidamente e em tal escala, por vezes contornando procedimentos transparentes”, explicou Narguiza Mouratalieva. As empresas chinesas estão também a multiplicar os acordos no domínio energético, procurando, por exemplo, gás no Turquemenistão, urânio no Cazaquistão e terras raras no Tajiquistão. “A Ásia Central é rica em recursos naturais de que a economia chinesa, em pleno crescimento, necessita. Para Pequim, garantir um abastecimento ininterrupto desses recursos, contornando as rotas marítimas instáveis, é um objectivo importante”, sublinha a politóloga quirguiz. Ao lado do poder A China também se apresenta como apoiante dos regimes da Ásia Central, na sua maioria autoritários. Na cimeira de 2023, Xi Jinping apelou à “resistência às ingerências externas”, susceptíveis de provocar “revoluções” que derrubem os poderes instituídos. “A Ásia Central faz fronteira com a região autónoma uigur de Xinjiang (e) Pequim considera a estabilidade dos Estados da Ásia Central como uma garantia da segurança das fronteiras no oeste” chinês, explicou Mouratalieva.
Hoje Macau China / ÁsiaAgência da ONU alerta para riscos de fugas radioactivas no conflito entre Israel e Irão O director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, alertou ontem para o risco de fugas radioactivas devido aos ataques israelitas contra instalações nucleares iranianas e ofereceu-se para se deslocar à região. Apesar do alerta, a AIEA assegurou que não detectou quaisquer fugas radioactivas desde que Israel lançou a ofensiva contra o Irão, na sexta-feira. Grossi informou ontem o Conselho de Governadores da AIEA de que a agência da ONU com sede em Viena acompanha a situação de perto desde o início do conflito. Disse que o centro de crise da AIEA está a trabalhar 24 horas por dia para avaliar o nível de radiação nas principais instalações iranianas. O objectivo é poder responder a uma eventual emergência no prazo máximo de uma hora, explicou, de acordo com a agência de notícias espanhola Europa Press. “A escalada militar ameaça vidas, aumenta a possibilidade de uma fuga radiológica com consequências graves para a população e o ambiente e atrasa o trabalho indispensável para uma solução diplomática que garanta a longo prazo que o Irão não obtenha uma arma nuclear”, afirmou. Contenção máxima Na intervenção perante o Conselho de Governadores da AIEA, o diplomata argentino à frente da agência desde Dezembro de 2019 apelou também para a “máxima contenção” de “todas as partes”. Apelou ainda a todos os países membros da AIEA para colaborarem numa aproximação entre as partes. Disse estar pronto para “viajar o mais rapidamente possível para avaliar a situação e garantir a segurança e a não-proliferação” no Irão. Sobre a situação dos últimos dias, marcada por “circunstâncias complicadas e complexas”, Grossi elogiou a troca de informações entre a AIEA e as autoridades iranianas. A troca de informações é fundamental que a comunidade internacional esteja a par do que se passa no terreno e possa prestar “assistência sanitária” em caso de emergência, afirmou. Grossi prometeu que a AIEA “não vai ficar à margem” do conflito, o segundo em três anos entre dois países membros da organização que possuem instalações nucleares, como acontece desde 2022 no caso da Rússia e da Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaAmérica Latina | Pequim exige que EUA deixem de interferir nos assuntos internos A China exigiu ontem aos Estados Unidos que deixem “de interferir nos assuntos internos de outros países”, após a embaixada norte-americana no Panamá anunciar que vai substituir 13 equipamentos de telecomunicações da empresa chinesa Huawei naquele país. “O Governo dos Estados Unidos tem há muito tempo conduzido vigilância e ciberataques na América Latina e Caraíbas, o que teve um impacto negativo no hemisfério ocidental e gerou insegurança nos países do continente americano”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo salientou que “a China sempre apoiou os países da América Latina e Caraíbas, incluindo o Panamá, defende a independência e opõe-se à hegemonia, intimidação e ingerência externa”. “Pequim nunca procurou esferas de influência, nem se envolveu em competições geopolíticas, nem coagiu outros países a tomarem partido”, afirmou, acrescentando que a América Latina “não é o quintal de ninguém”. O porta-voz pediu ainda a Washington para “deixar de politizar os assuntos económicos, comerciais e tecnológicos, de interferir nos assuntos internos de outros países e de minar a sua soberania e independência”. As declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China surgem depois de o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, ter exigido na semana passada aos Estados Unidos “respeito” e que se abstenham de arrastar o país para o “conflito geopolítico” entre Washington e Pequim. A reação do chefe de Estado panamiano seguiu-se ao anúncio feito pela embaixada norte-americana no Panamá, que declarou que o Governo liderado por Donald Trump substituirá, “por tecnologia norte-americana segura”, 13 equipamentos da Huawei no âmbito de uma campanha para “contrariar a influência maligna da China” na região.
Hoje Macau China / ÁsiaÁsia Central | China defende projectos conjuntos Pequim defendeu ontem projectos conjuntos com os cinco países da Ásia Central para promover o desenvolvimento e beneficiar a população local, antes da realização da Cimeira China – Ásia Central, esta semana, em Astana. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun revelou ontem, em conferência de imprensa, que o volume comercial entre a China e os cinco países da região – Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Turquemenistão -, cresceu 116 por cento, entre 2013 e 2024. Guo afirmou que projectos de infraestrutura de transporte, como a ligação ferroviária China – Tajiquistão ou a auto-estrada China – Quirguistão – Uzbequistão, “elevaram a conectividade regional a um novo nível”. “A economia digital e a transformação verde ampliaram novas áreas de cooperação pragmática entre ambas as partes”, acrescentou o porta-voz, ao mesmo tempo que os intercâmbios culturais e pessoais entre a China e os países da Ásia Central “ganharam impulso” nos últimos tempos. Segundo Guo, uma série de planos para a cooperação futura entre a China e a Ásia Central serão elaborados em conjunto durante a cimeira, que se realiza em Astana desde ontem até quarta-feira, um evento que conta com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping. Nos últimos anos, a China fortaleceu os seus laços com a Ásia Central, uma região vasta e rica em recursos que Pequim considera crucial para a expansão das suas rotas comerciais e segurança energética, bem como para manter a estabilidade na região ocidental de Xinjiang, onde vivem numerosas minorias étnicas de religião muçulmana.
Hoje Macau China / ÁsiaAcidente | Busca por vítimas após explosão em fábrica de fogos-de-artifício Uma explosão abalou ontem uma fábrica de fogos-de-artifício na cidade de Changde, na província central chinesa de Hunan, anunciaram as autoridades locais, indicando que o número de eventuais vítimas ainda está a ser verificado. O incidente ocorreu pelas 08:23, na fábrica Shanzhou, localizada na aldeia homónima, no concelho de Linli, segundo o jornal local The Paper. Equipas de emergência, bombeiros, pessoal médico e forças de segurança deslocaram-se de imediato para o local, onde prosseguem os trabalhos de resgate. De acordo com o Gabinete de Gestão de Emergências local, “o número de vítimas ainda está em processo de verificação”, enquanto decorre a investigação para apurar as causas do acidente. As autoridades referiram que estão a ser tomadas “medidas de resposta de forma ordenada”. Nas redes sociais chinesas foram divulgados vídeos que mostram uma densa coluna de fumo a sair da fábrica, ilustrando a dimensão da explosão. Os fogos-de-artifício e os foguetes são muito populares no país asiático em diversas celebrações, embora as autoridades locais tenham tentado limitar o seu uso nos últimos anos, para reduzir a poluição e os riscos de segurança.
Hoje Macau China / ÁsiaIrão/Israel | China apela a criação de condições para diálogo Na sequência dos ataques israelitas ao Irão, mais de 240 pessoas já perderam a vida. Pequim pede que seja aberto o caminho do diálogo antes que o conflito continue a escalar e traga ainda mais caos à região A China defendeu ontem que se criem “condições para retomar o caminho certo do diálogo” entre Irão e Israel, na sequência dos ataques dos últimos dias, que causaram mais de 20 mortos israelitas e mais de 220 iranianos. “Estamos profundamente preocupados com os ataques israelitas contra o Irão e com a súbita escalada do conflito militar”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, em conferência de imprensa. Guo apelou a todas as partes para que “tomem medidas imediatas para aliviar as tensões e evitem que a região mergulhe numa agitação ainda maior”, defendendo que “a força não pode trazer uma paz duradoura”. “O aprofundamento ou eventual alastramento do conflito entre Israel e o Irão terá como primeiras vítimas os países do Médio Oriente”, alertou, acrescentando que a China continuará a “manter a comunicação com as partes relevantes e a promover a paz e o diálogo”. No sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, manteve conversações com os seus homólogos do Irão e de Israel, nas quais condenou o ataque aéreo israelita em território iraniano, que classificou como “violação do direito internacional” com potencial para desencadear “consequências desastrosas”. Wang reiterou, em ambas as chamadas, a oposição da China ao uso da força, defendeu a via diplomática como única solução para a questão nuclear iraniana e voltou a oferecer a mediação de Pequim para evitar uma maior desestabilização no Médio Oriente. Alvos definidos Entre os mortos do lado iraniano, contam-se pelo menos oito oficiais superiores, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh. Os ataques israelitas, efectuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte), as centrais de enriquecimento de urânio de Fordow e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares. O Irão retaliou com centenas de mísseis direccionados às cidades de Telavive e Jerusalém. O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia/Acidente | Piloto declarou “Mayday” segundos após descolagem O Ministério da Aviação Civil da Índia revelou sábado que o piloto do voo AI171 da Air India, que caiu com 242 pessoas a bordo, declarou um “Mayday” de emergência segundos depois da descolagem, e que a aeronave caiu quase exactamente um minuto depois. Na primeira declaração oficial do governo indiano desde o acidente de quinta-feira, o Secretário da Aviação Civil, Samir Kumar Sinha, fez um relato minuto a minuto dos momentos finais do voo. “O avião descolou às 13:39, hora local, e, em segundos, depois de atingir uma altitude de cerca de 650 pés (quase 200 metros), começou a afundar-se, ou seja, a perder altitude”, disse Sinha. O responsável acrescentou: “Às 13:39, o piloto informou o Controlo de Tráfego Aéreo (ATC) em Ahmedabad que se tratava de um ‘Mayday’”. De acordo com o secretário, quando o ATC tentou contactar novamente o avião, após a chamada de emergência, não obteve qualquer resposta. “Exactamente um minuto depois, às 13:40, o avião despenhou-se em Meghaninagar, uma zona situada a cerca de dois quilómetros do aeroporto”, acrescentou. O ministério confirmou também que 242 pessoas estavam a bordo do avião: 230 passageiros, dois pilotos e 10 tripulantes. Sobre o estado anterior do aparelho, o secretário informou que, antes do acidente, o avião tinha efectuado a rota Paris-Delhi-Ahmedabad sem incidentes. O número de mortos na tragédia do voo AI171 da Air India subiu para pelo menos 279.