Direitos Humanos | AI acusa China de contribuir para crise no Myanmar

[dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional acusou ontem a China de contribuir para a crise dos direitos humanos no Myanmar, na véspera do Presidente chinês visitar aquele país, acusando Pequim de proteger as autoridades de Nepiedó.
“A China deve parar de usar a sua posição no Conselho de Segurança da ONU para proteger os generais do Myanmar (antiga Birmânia) de assumir as suas responsabilidades”, apontou o director regional da organização de defesa dos direitos humanos, Nicholas Bequelin, num comunicado enviado à Lusa. “Isto apenas encoraja a incansável campanha militar de violações dos direitos humanos e crimes de guerra contra minorias étnicas em todo o país”, acrescentou.
Pequim continua a ser um apoio importante para a Birmânia, país isolado da comunidade internacional, face às centenas de milhares de rohingya birmaneses que tiveram de fugir das suas aldeias no estado de Rakhine, no sudoeste do Myanmar, para escapar à violência militar que a ONU descreveu como “limpeza étnica”.
Cerca de um milhão de muçulmanos rohingya birmaneses encontram-se em campos de refugiados no sul do Bangladesh, em condições desumanas. “Se não pressionar o Myanmar a garantir justiça e restaurar os direitos dos Rohingya, os esforços da China para resolver a situação permanecerão ineficazes – e contraproducentes”, escreveu Nicholas Bequelin.
Xi Jinping realiza hoje a primeira visita de um chefe de Estado chinês ao Myanmar em quase vinte anos, numa altura em que Pequim tenta fortalecer as relações com membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, face a disputas territoriais no Mar do Sul da China.

Violência doméstica | TSI confirma pena de 13 anos para marido de Lao Mong Ieng, que pode recorrer para o TUI

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) confirmou a sentença de 13 anos, por ofensa qualificada à integridade física, do homem que atacou a mulher com ácido e óleo a ferver. A decisão foi anunciada ontem no portal da RAEM pelos juízes Tam Hio Wa, Chao Im Peng e Choi Mou Pan, mas os fundamentos ainda não são conhecidos.

No entanto, o caso pode ainda não ter chegado ao fim, com a decisão do primeiro recurso pelo TSI, uma vez que a sentença envolve um período de prisão superior a 10 anos. Por este motivo, Wong Chi Kit pode mesmo recorrer para o Tribunal Última Instância (TUI), que terá a última palavra.

Foi a 30 de Outubro do ano passado que o homem que destruiu a vida a Lao Mong Ieng foi condenado a 13 anos de prisão por ofensa qualificada à integridade física. O réu ficou a quatro meses de apanhar a pena máxima e foi ainda obrigado a indemnizar a vítima em cerca de 12,8 milhões de patacas por danos patrimoniais e não patrimoniais.

No entanto, o crime foi praticado a Julho de 2018, quando Wong Chi Kit atacou a mulher com óleo a ferver e depois com ácido, deixando Lam Mong Ieng desfigurada e com lesões permanentes, que lhe custaram a visão. Na origem do ataque, pelo qual o condenado nunca pediu desculpa, terá estado o facto de a vítima pretender divorciar-se. Mesmo depois do julgamento, o filho do casal, que tinha sido levado para uma instituição, ainda não sabia do acto cometido pelo pai, apenas sabia que não poderia ver a mãe.

Quando condenou o arguido a uma pena de 13 anos por ofensa grave à integridade física, a juíza destacou a crueldade do crime.

“A conduta do arguido foi muito grave. Agiu de forma livre, voluntária e consciente, causando lesões graves à ofendida. O arguido é o único culpado”, afirmou a juíza Leong Fong Meng, durante a leitura da sentença. “Foi uma conduta cruel, sendo que como marido tinha a obrigação de proteger a mulher. Mas não só não a protegeu, como ainda lhe causou lesões. Causou um grande sofrimento [à vítima], que ela vai ter de enfrentar até ao resto da sua vida”, apontou o tribunal.

Violência doméstica | TSI confirma pena de 13 anos para marido de Lao Mong Ieng, que pode recorrer para o TUI

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) confirmou a sentença de 13 anos, por ofensa qualificada à integridade física, do homem que atacou a mulher com ácido e óleo a ferver. A decisão foi anunciada ontem no portal da RAEM pelos juízes Tam Hio Wa, Chao Im Peng e Choi Mou Pan, mas os fundamentos ainda não são conhecidos.
No entanto, o caso pode ainda não ter chegado ao fim, com a decisão do primeiro recurso pelo TSI, uma vez que a sentença envolve um período de prisão superior a 10 anos. Por este motivo, Wong Chi Kit pode mesmo recorrer para o Tribunal Última Instância (TUI), que terá a última palavra.
Foi a 30 de Outubro do ano passado que o homem que destruiu a vida a Lao Mong Ieng foi condenado a 13 anos de prisão por ofensa qualificada à integridade física. O réu ficou a quatro meses de apanhar a pena máxima e foi ainda obrigado a indemnizar a vítima em cerca de 12,8 milhões de patacas por danos patrimoniais e não patrimoniais.
No entanto, o crime foi praticado a Julho de 2018, quando Wong Chi Kit atacou a mulher com óleo a ferver e depois com ácido, deixando Lam Mong Ieng desfigurada e com lesões permanentes, que lhe custaram a visão. Na origem do ataque, pelo qual o condenado nunca pediu desculpa, terá estado o facto de a vítima pretender divorciar-se. Mesmo depois do julgamento, o filho do casal, que tinha sido levado para uma instituição, ainda não sabia do acto cometido pelo pai, apenas sabia que não poderia ver a mãe.
Quando condenou o arguido a uma pena de 13 anos por ofensa grave à integridade física, a juíza destacou a crueldade do crime.
“A conduta do arguido foi muito grave. Agiu de forma livre, voluntária e consciente, causando lesões graves à ofendida. O arguido é o único culpado”, afirmou a juíza Leong Fong Meng, durante a leitura da sentença. “Foi uma conduta cruel, sendo que como marido tinha a obrigação de proteger a mulher. Mas não só não a protegeu, como ainda lhe causou lesões. Causou um grande sofrimento [à vítima], que ela vai ter de enfrentar até ao resto da sua vida”, apontou o tribunal.

As leis e o mexilhão

[dropcap]M[/dropcap]acau foi surpreendido esta semana com a intenção da transportadora de jactoplanadores de diminuir os salários dos seus empregados. A justificação é simples: devido aos acontecimentos que agitaram Hong Kong o número de clientes dos serviços diminui logo, perante uma menor entrada de dinheiro, a empresa entendeu cortar nos salários de quem lá trabalha.

Quando estudamos economia, quer nos bancos do liceu quer na universidade, uma das primeiras “leis” que nos ensinam sobre o funcionamento do mercado é que existe uma relação entre a oferta e a procura: quando a oferta de um bem ou serviço excede a procura, o seu preço tende a cair. Já em períodos nos quais a procura passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço. Ora o que acontece no caso vertente é a prova de que estas ditas “leis” da economia, sobre o funcionamento do mercado não passam de embuste.

A economia nunca foi uma ciência exacta, ao contrário do que nos querem fazer crer, com os seus gráficos, as curvas, os números, os índices ou tendências. Pelo contrário, a economia é a mais irracional das ciências humanas, na medida em que ela se encontra directamente ligada aos torvelinhos do desejo e às variações da ganância.

Se a lei da oferta e da procura funcionasse, os preços dos jactoplanadores teriam caído. Contudo, os detentores dos meios de produção não entenderam assim e resolveram minimizar a situação através de cortes salariais compulsivos. Quem não aceitar tem por caminho a porta da rua e o desemprego.

O que também parece claro é que os patrões não têm em conta a situação humana e social dos seus empregados. Estes, provavelmente, têm obrigações fixas mensais, como as rendas de casa, a electricidade, as prestações das dívidas, a escola dos filhos, etc.. E certamente que estas não vão diminuir. Nalguns casos a diminuição dos salários pode implicar graves alterações neste processo, colocando as pessoas e os seus agregados familiares em sério risco.

O mercado é algo de profundamente humano, porque a troca é parte intrínseca da construção do tecido social e sempre existiu em todos os modelos sociais, das tribos ao capitalismo, no qual ele se tornou rex, comportando-se muitas vezes como o tiranossauro que leva o mesmo nome.

Por isso, não pode ser deixado em rédea livre porque se revela autofágico e destruidor de sociedades. São necessárias, pois claro, medidas políticas e legislativas que controlem os desmesurados excessos e libertinagens, de modo a garantir o seu funcionamento saudável e ético. De outro modo, assistimos a crise após crise, durante as quais é exigida a intervenção estatal como meio de repor o equilíbrio.

Esta contradição atinge radicalmente as ideias neoliberais, mostram a sua mentira e onde se esconde a sua contradição. Daí que caiba ao Governo criar medidas que protejam os trabalhadores, isto é, uma legislação laboral efectiva. Neste campo, Macau continua órfão de uma Lei Sindical e mesmo de uma Lei da Greve, apesar de ambas estarem previstas na Lei Básica, porque os senhores que até agora se têm sentado nas cadeiras do poder, no Governo ou na Assembleia Legislativa, têm impedido qualquer regulação.

O caso vertente dos jactoplanadores ilustra bem o embuste das “leis” económicas que é suposto regularem o mercado capitalista. Logo, talvez seja agora o momento do nosso novo Governo avançar com legislação nestas matérias, de modo a assegurar a tal sociedade da harmonia que todos queremos ver implementada.

Se Macau tem sido um exemplo na prossecução dos ditames avançados pela Lei Básica, revelando assim o seu carácter patriótico, não podemos deixar de estranhar que o fervor patriótico não se estenda a todos os sectores da referida lei. Dá para desconfiar deste patriotismo selectivo.

De facto, não dá para acreditar nas boas intenções e na boa-fé de quem se preocupa com uns aspectos mas não tem qualquer pejo em descurar os outros, sobretudo quando estes dizem respeito ao bem-estar da esmagadora maioria da população.

Passaram 20 anos desde a entrada em vigor da Lei Básica, mas estamos perante uma realização imperfeita e esburacada dessa mesma lei. Ou seja, a sua implementação parece só ter um sentido (o de certos bolsos) e apenas se inclina para um dos lados, sendo os seus outros ditames, pura e simplesmente, ignorados.
Afinal, as “leis” económicas neste mercado semi-selvagem parecem reduzir-se a um simples e popular rifão: quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão.

O efeito dos pardais de Hong Kong

[dropcap]E[/dropcap]m 1963, o metereologista americano Edward Norton Lorenz afirmou um dia que “quando uma borboleta bate as asas no Brasil pode provocar um tornado no Texas” para nos lembrar que pequenas mudanças num determinado lugar podem ter como consequência tremendas alterações num local distante. Estas declarações deram origem à expressão “efeito borboleta”.

Assim sendo, se o movimento das asas de uma borboleta pode ter grandes consequências, o que dizer do efeito provocado pela agitação continuada das asas de um pardal? O resultado das últimas eleições em Taiwan é a resposta a esta pergunta.

No início de Outubro de 2019, referi nesta coluna que, se os problemas sociais desencadeados pelo “Movimento contra a Lei de Extradição” em Hong Kong, não fossem solucionados o mais rapidamente possível e se o Governo continuasse a recorrer apenas às Forças de Segurança para controlar a violência e o caos, a China, como nação, iria ser lesada. A maior maldição que pesa sobre todos os historiadores é a sua capacidade de prever as consequências das situações e a sua impossibilidade de reverter os resultados. E isto porque, quem detém o poder só se preocupa com a defesa da sua dignidade pessoal, da sua posição e acredita que a História é escrita por si, ignorando os sentimentos e as opiniões do povo. As águas do mar podem ser suaves e calmas, mas quando se enfurecem, podem afundar um navio de centenas de toneladas. Aqueles que não conseguem aprender com a História, terão de aprender de outra forma.

Nos anos que se seguiram à fundação da República Popular da China, houve uma campanha para erradicar os pardais de todo o país, porque se acreditava que provocavam muita destruição. Esta campanha teve um sucesso sem precedentes, mas teve como consequência a multiplicação das pestes que atacavam as colheitas. Por este motivo pôs-se fim ao extremínio dos pardais. Veio a perceber-se que um pequeno pássaro como o pardal, tem um impacto muito grande na natureza.

O discurso do Presidente Xi Jinping dirigido a Taiwan no início de 2019, foi usado por alguns detractores do princípio “Um País, Dois Sistemas” para proferirem ataques verbais à China continental. Quando surgiu o “Movimento contra a Revisão da Lei de Extradição”, a forma como o Governo de Hong Kong lidou com os acontecimentos provocou ainda mais desconfiança em Taiwan. O slogan “Hoje em Hong Kong, Amanhã em Taiwan,” tornou-se a bandeira do Partido Democrático Progressista (PDP), que apela ao sentimento nacionalista. Cada lata de gás lacrimogéneo lançada, cada bala de borracha disparada pela polícia de Hong Kong, bem como cada manifestante preso, parece ter dado mais votos ao PDP, como se viu nas eleições de Taiwan. Os pardais (os manifestantes) não foram erradicados de Hong Kong, mas o Partido Nacionalista perdeu as eleições.

A famosa revista bi-semanal de Taiwan “Commonwealth”, publicou no passado dia a 31 de Dezembro, os resultados de uma sondagem que realizou a nível nacional. A sondagem demonstrou que mais de 60% dos inquiridos se consideram “Taiwaneses”, dos quais mais de 80%, têm idades compreendidas entre os 20 e os 29 anos. Mais de 60% dos inquiridos, com idades superiores a 40 anos, apoiam o status quo, mas cerca de 60% com menos de 30 anos são a favor da indepedência, e 90% dos inquiridos pensam que o princípio “Um País, Dois Sistemas” não é aplicável a Taiwan. Estes números reflectem o sentimento da sociedade de Taiwan antes das eleições da semana passada, e foram influenciados pelo “Movimento Contra a Revisão da Lei de Extradição” em Hong Kong. A resposta do Partido Nacionalista de Taiwan face aos acontecimentos de Hong Kong foi bastante débil, quando comparada com o apoio activo demonstrado aos manifestantes pelo PDP. Os eleitores de Taiwan, especialmente as gerações mais jovens, deram o seu voto ao PDP, porque consideram que “não foi contaminado pelos vermelhos”. Isso permitiu que Tsai Ing-wen tivesse sido reeleita Presidente. Algumas pessoas já fizeram comentários jocosos na internet, afirmando que a chefe do Eecutivo de Hong Kong, Carrie Lam, é a primeira pessoa a quem Tsai deveria agradecer, visto que Carrie a ajudou a “angariar” votos!

As eleições de 2018 e de 2020 em Taiwan revelam uma inflexão acentuada do eleitorado para o campo azul e para o campo verde, o que também demonstra que a ecologia política de Taiwan é muito instável. Qualquer movimento ao longo do Estreito tem um impacto incomensurável na situação política de Taiwan. O princípio “Um País, Dois Sistemas” e o estabelecimento do “Consenso 1992” pretendiam lançar as bases para uma reunificação pacífica da China. O modelo “Um país, Dois sistemas” aplicado em Hong Kong, assente na actuação de 30.000 agentes da polícia para travar as insurreições sociais não será certamente aceite pelos compatriotas de Taiwan, e ataques armados a Taiwan iriam criar danos irreparáveis. O efeito dos pardais de Hong Kong não se voltará a fazer sentir desde que eles se deixem de sentir assustados e pressionados, e nessa altura o ciclone político puderá abrandar.

O desuso

[dropcap]U[/dropcap]ma das minhas preocupações recorrentes é a morte do significado, a forma como os conceitos são personalizados ao ponto de abarcarem as mais bizarras e subjectivas realidades. Tal como temos órgãos vitais no corpo, também há significados vitais para a civilização.

Por exemplo, creio que é transversal à inteira espécie uma noção ética do que deverão ser direitos humanos. Ainda assim, para prevenir desvios, existem as leis para fixar normas e conceitos. Também não gosto de ver o significado de amor deturpado, é um dos mais belos e indefiníveis mistérios do significado, não o usem para politiquices e outras coisas que nada dizem ao espírito. Respeito, direito, dever, crime, família, guerra, lei, paz, todas estas palavras dizem algo imprescindível à saúde de uma sociedade.

As metáforas, puzzles de palavras e mascaradas de significado pertencem os domínios líricos, nunca ao exercício do poder. “De acordo com a lei” nunca poderá significar “apesar da lei, mas conforme o interesse”, sob pena de perder razão de ser e se transformar num mero amontoado de vocábulos. Não usarmos bem estes termos pode levar à atrofia de significado, como uma lei que cai em desuso e resvala para o suicídio da auto-revogação.

Há conceitos que não se podem tornar fósseis linguísticos, órgãos vestigiais apenas detectados na leitura detalhada do genoma de uma civilização. Estes significados precisam ser exercidos plena e frequentemente, ou morrem. O melhor exemplo que me ocorre é o conceito de Liberdade. Bom fim-de-semana.

Automobilismo | Corridas de Carros de Turismo de Macau com novo palco

A Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) ainda não revelou as novidades para a edição de 2020 do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa), mas o Circuito Internacional de Zhuzhou, no Interior da China, anunciou no seu calendário de provas para este ano os dois “Festivais de Corridas de Macau”

[dropcap]E[/dropcap]m Novembro, em vésperas do 66º Grande Prémio de Macau, Chong Coc Veng, o Presidente da AAMC, afirmou em entrevista ao HM que este ano o MTCS “podia ser disputado numa pista diferente. É uma decisão que só vai ser tomada depois de Janeiro. Mas na selecção de uma pista temos em conta diferentes aspectos, como a proximidade, devido aos custos da logística, a existência de hospitais, hotéis, entre outros. Achamos que a rotatividade é importante para que os pilotos não se aborreçam e tenham uma experiência diferente.”

Depois de ter passado pelo circuito da vizinha cidade de Zhuhai, nos últimos anos, o MTCS tinha vindo a disputar-se no exíguo Circuito Internacional de Guangdong, nos arredores da cidade de Zhaoqing. As limitações do circuito – por exemplo, os carros da nova Taça da Grande Baía tinham que ser separados em dois grupos – e a vontade de vários pilotos em competirem num palco diferente, terão pesado na escolha de uma nova pista para esta temporada.

Vários pilotos ouvidos pelo HM, e que preferiram manter a sua identidade confidencial até que se confirme oficialmente os dois “Festivais de Corridas de Macau” no Circuito International de Zhuzhou, mostraram boa receptividade a esta notícia. Contudo, todos aguardam por receber informação suplementar e exacta do custo do transporte, visto que este tem um peso muito importante nos orçamentos dos pilotos de equipas.

Visto à lupa

O novo circuito, erguido numa área de cinquenta hectares na segunda maior cidade da província de Hunan, foi inaugurado apenas o ano passado e teve um investimento de 1,6 mil milhões de patacas. Homologada em Grau 2 da FIA, a pista tem um perímetro de 3,77 quilómetros, no sentido contrário aos ponteiros do relógio, com catorze curvas no total, nove para a esquerda e cinco para a direita. A maior recta tem 645 metros de comprimento.

Segundo o calendário publicado pelo Circuito Internacional de Zhuzhou, o primeiro “Festival de Corridas de Macau” está agendado para 21 a 24 de Maio, e o segundo para 26 a 28 de Junho. Estas duas provas servem também de apuramento dos pilotos locais para o 67º Grande Prémio de Macau, que este ano se realiza de 19 a 22 de Novembro. É expectável um anúncio oficial por parte da AAMC sobre este tema e a regulamentação técnica dos seus campeonatos ainda antes do Ano Novo Lunar.

Automobilismo | Corridas de Carros de Turismo de Macau com novo palco

A Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) ainda não revelou as novidades para a edição de 2020 do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa), mas o Circuito Internacional de Zhuzhou, no Interior da China, anunciou no seu calendário de provas para este ano os dois “Festivais de Corridas de Macau”

[dropcap]E[/dropcap]m Novembro, em vésperas do 66º Grande Prémio de Macau, Chong Coc Veng, o Presidente da AAMC, afirmou em entrevista ao HM que este ano o MTCS “podia ser disputado numa pista diferente. É uma decisão que só vai ser tomada depois de Janeiro. Mas na selecção de uma pista temos em conta diferentes aspectos, como a proximidade, devido aos custos da logística, a existência de hospitais, hotéis, entre outros. Achamos que a rotatividade é importante para que os pilotos não se aborreçam e tenham uma experiência diferente.”
Depois de ter passado pelo circuito da vizinha cidade de Zhuhai, nos últimos anos, o MTCS tinha vindo a disputar-se no exíguo Circuito Internacional de Guangdong, nos arredores da cidade de Zhaoqing. As limitações do circuito – por exemplo, os carros da nova Taça da Grande Baía tinham que ser separados em dois grupos – e a vontade de vários pilotos em competirem num palco diferente, terão pesado na escolha de uma nova pista para esta temporada.
Vários pilotos ouvidos pelo HM, e que preferiram manter a sua identidade confidencial até que se confirme oficialmente os dois “Festivais de Corridas de Macau” no Circuito International de Zhuzhou, mostraram boa receptividade a esta notícia. Contudo, todos aguardam por receber informação suplementar e exacta do custo do transporte, visto que este tem um peso muito importante nos orçamentos dos pilotos de equipas.

Visto à lupa

O novo circuito, erguido numa área de cinquenta hectares na segunda maior cidade da província de Hunan, foi inaugurado apenas o ano passado e teve um investimento de 1,6 mil milhões de patacas. Homologada em Grau 2 da FIA, a pista tem um perímetro de 3,77 quilómetros, no sentido contrário aos ponteiros do relógio, com catorze curvas no total, nove para a esquerda e cinco para a direita. A maior recta tem 645 metros de comprimento.
Segundo o calendário publicado pelo Circuito Internacional de Zhuzhou, o primeiro “Festival de Corridas de Macau” está agendado para 21 a 24 de Maio, e o segundo para 26 a 28 de Junho. Estas duas provas servem também de apuramento dos pilotos locais para o 67º Grande Prémio de Macau, que este ano se realiza de 19 a 22 de Novembro. É expectável um anúncio oficial por parte da AAMC sobre este tema e a regulamentação técnica dos seus campeonatos ainda antes do Ano Novo Lunar.

Eu nunca olho lá para fora

[dropcap]U[/dropcap]ma sondagem da Morning Consult/Politico concluiu que apenas 28% dos eleitores americanos conseguem apontar, num mapa, onde se encontra o Irão. Tendo em conta que alguns até indicam sítios no oceano onde não existe terra ou então Espanha, não sei bem que pensar sobre a qualidade dos dados recolhidos, mas uma coisa é certa: a ignorância da maioria dos americanos sobre assuntos que ultrapassam as suas fronteiras é lendária. As incursões americanas no Iraque e no Afeganistão geraram sondagem com resultados em tudo semelhantes. Porventura, muitos de nós portugueses e europeus falhariam nos mesmos testes; estou no entanto convencido de que pelo menos na zona do alvo (médio oriente) a maior parte acertaria.

De certo modo, é absolutamente expectável que os americanos não nutram grande curiosidade acerca do mundo que os rodeia. Apenas quarenta por cento dos americanos têm passaporte. Não têm especial interesse em viajar para fora dos Estados Unidos da América, que geograficamente dispões de uma variedade notável de climas, paisagens e diversidade de flora e fauna. Para quê ir para um resort nas Filipinas quando se têm as praias de Flórida intramuros, ou para a Suíça fazer ski quando se tem Aspen? Mais a mais, dizem os próprios, “lá fora as pessoas geralmente não gostam de nós”. Os americanos, sobretudo desde o 11 de Setembro, têm medo do que está lá fora e estão convencidos de que o resto do planeta é ou está em vias de se tornar um albergue de terroristas prontos a se auto-detonarem à visão de uma t-shirt a dizer “I love NYC”. E é verdade: a maior parte do mundo olha para os americanos como a maior parte da turma olhava para o puto rico e meio tonto a quem se adivinhava um futuro garantidamente radioso sem que precisasse para isso de fazer grandes esforços.

A ignorância americana acerca do que a rodeia resulta, paradoxalmente, do enorme sucesso da sua cultura. Os americanos são auto-suficientes culturalmente. Ouvem música popular americana. Lêem autores americanos. Vão à Broadway. Assistem a filmes de Hollywood. Para quê mais? A própria imaginação colectiva americana está refém dessa particular distorção de óptica em jeito de auto-centramento: as invasões extraterrestres ou começam nos Estados Unidos ou têm neles o centro nevrálgico. Os Estados Unidos são, literalmente, um mundo dentro do mundo. Certa vez, estando eu numa festa de aniversário num subúrbio de Lisboa, calhei a confessar a um amigo que estava comigo à janela a fumar “tenho saudades de ter uma casa com alguma vista”. Ele virou-se para mim e disse-me “eu nunca olho lá para fora”. Os americanos são um tanto ou quanto assim.

Não é por isso maximamente surpreendente que desconheçam boa parte do que acontece em seu redor. Muitos de nós, aliás, temos talvez maior consciência extrafronteiriça mas igual deficiência no saber para além da rama do assunto. Somos todos taxistas quando nos cabe falar de algo que em grande parte desconhecemos mas que de algo modo nos puxa pelo nervo comentadeiro. Na noite da réplica iraniana à morte de Qasem Soleimani pelas forças armadas norte-americanas, que consistiu num disparo de uns 22 mísseis terra-terra (mais para consumo interno do que para destruir o que quer que seja) sobre bases americanas em solo iraquiano, vaticinava-se Facebook fora o princípio do fim do mundo ou, pelo menos, o início da terceira guerra mundial. Não aconteceu – praticamente – nada.

Mas o que me assusta, isso sim, é a possibilidade dessa ignorância generalizada se corporizar em alguém que concorre à presidência. O que me assusta é, como dizia alguém logo a seguir às últimas presidenciais americanas, é que os americanos possam eleger um presidente que é “uma espécie de caixinha de comentários com pernas, braços e boca”. Isso sim, assusta-me.

Umwelt V

[dropcap]N[/dropcap]a sua investigação, O Espaço Vital da Criança na Grande Cidade (Der Lebensraum des Großstadtkindes 1935), Martha Muchow identifica o mundo infantil e o mundo juvenil em contraste com o mundo adulto (dos crescidos). A palavra para mundo que usa é Umwelt. A palavra em alemão traduz milieu das humanidades (filosofia política, sociologia). É, porém, com as investigações biológicas de J.J. v. Uexküll e as suas reflexões teóricas sobre a sua actividade científica que Umwelt se instala. A problemática a que lhe está associada alastra para as ciências humanas e para a filosofia. Os pensamentos filosóficos podem estar durante séculos, que digo eu, podem estar milénios até, adormecidos. Estão adormecidos na “cabeça” ou na “mente” de quem espera apenas a oportunidade para acordar. A vida do “espírito” — palavra que quer dizer tanta coisa (fui ao Google, escrevi “Espírito”, deu-me: ‘Cerca de 246 000 000 resultados (0,53 segundos)) — é radicalmente diferente de qualquer outra forma de vida, tem outro “ser”, como dizem os filósofos, existe de forma intermitente numa geração e pode influenciar gerações que viveram séculos separadas umas das outras. O prefixo “Um-” quer dizer em “em redor”, “à volta”. Mas em Um-Welt não se trata apenas de expressar uma ideia espacial bi-dimensional, como se um ser vivo, uma planta ou um animal ou um humano, tivessem campos naturais circulares para a sobrevivência, delimitados por circunferências que esboçavam as zonas limite, além das quais sairiam das suas zonas de conforto. O prefixo quer dizer tal como a expressão composta em português “meio-ambiente” precisamente uma estrutura tridimensional. Tri-dimensional, pelo menos, à partida. Falamos de ambiente nesta expressão quando falamos de estudos do “meio”. Aqui, encontramo-nos no domínio da moderna ecologia em sentido estrito de técnicas que procuram salvaguardar o planeta, não destruindo o que se pode salvar e tentando recuperar o muito que foi destruído. Em sentido lato, ecologia é uma disciplina filosófica que tem como objecto o modo de lidar com o mundo tal que se possa compreender como se torna acolhedor o que é inóspito e se pode habitar o planeta Terra, mas também quais são as estruturas ínsitas e subjectivas de que somos portadores que são exportadas do nosso interior para mobilar uma casa que é predominantemente constituída apenas por elementos. Por exemplo, como é que de um monte extenso de areia se faz uma praia, como é que de um volume imenso de água se faz um mar para nadar, como é que de uma rocha côncava fria e inóspita se faz casa. A Umwelt é assim um mundo envolvente, um mundo ambiente, que não se circunscreve a círculos no interior de circunferências, nem ao traçar de fronteiras entre o aquém da habitabilidade e o além da habitabilidade, entre o aquém do habitual normal e o além do inusitado insólito, entre o aquém da zona de conforto, acolhedor e hospitaleiro, e o além que sai para fora da zona de conforto, inóspito, estranho, perigoso, angustiante. A Umwelt é como v.

Uexküll descreve, mantendo a metáfora geométrica um globo. Os problemas que se põem com esta concepção do mundo são tão fascinantes como angustiantes. Em primeiro lugar, todo o estudante de filosofia que se apegue à modernidade, e mesmo referindo todo o estudante de ciência que, com o seu escrúpulo de racionalidade, tenha formado uma representação do mundo como uma substância material e corpórea e no limite: extensa, o vasto cosmos, o universo visto através do reticulado cartesiano X, Y, Z, passa agora a ter de ser ver “enfiado”, “metido”, num mundo globular, abobadado não apenas para cima mas também para baixo e para cada um dos lados, o que é mais complicado. A outra das perguntas interessantes a fazer é se este “globo” que é o mundo à distância é aparente ou é real e objectivo. A abóbada celeste é real ou é aparente? A linha do horizonte que divida o mar do céu é real ou é aparente? Ou somos nós portadores do próprio “globo”, nós e cada animal, cada planta, cada ser vivo, terá uma textura que encontra porque está já preparado este globo no mundo em si ou, antes, cada ser vivo traz consigo o seu próprio mundo “globular”? Assim, ao transplantarmos uma planta de um solo onde se encontra enraizada para um outro solo, por exemplo, uma vinha de Bordéus para a Califórnia, o fazemos porque vamos encontrar solos idênticos, clima idêntico, etc., etc., ou fazêmo-lo porque a vinha, a uva, o grão da uva é portador geneticamente da estrutura mundana globular que se pode expandir nesse outro sítio e nunca num outro solo que lhe fosse inóspito, hostil, destruidor? O mesmo se passa para cada mundo global, globular, no meio do qual cada ser vivo, planta, animal ou humano existem. Cada ser vivo existe no interior de uma esfera, numa redoma transparente, mas não se apercebe de que todos os conteúdos estão já a ser vistos, transformados em todos os campos sensoriais por películas que recobrem não apenas as fronteiras anatómicas do corpo dos seres mas também as superfícies e os interiores das coisas que aparecem nos mundos de cada animal, planta ou ser humano. Assim, como dizia v. Uexküll, a um cão só aparecem objectos caninos, não aperecem objectos humanos. Um osso com o qual um cão brinca parece ser o mesmo objecto para um ser humano, mas não vemos um ser humano latir, saltar, correr atrás de um osso como um cão, nem depois de correr para o apanhar, com a cauda a dar a dar de contentamento, não o vamos entregar a quem o tiver atirado, ao nosso dono. O osso do cão é diferente do osso para o ser humano. Os objectos para o ser humano são objectos humanos. Mas a pergunta pode ainda ser feita de forma mais radical. Pode acontecer que um modo global, o globo em que eu existo seja diferente do mundo global, do globo em que “tu existes” e de tal modo diferente que nem eu nem tu partilhamos do mesmo globo ou antes o que chamamos o mesmo globo é um mundo global, globular também, mas partilhado e comum e, por isso, diferente de cada um dos mundos individuais que, por serem individuais, são impermeáveis de pessoa para pessoa. E de forma ainda mais radical, poderá acontecer que o mundo que outrora habitamos quando éramos crianças se perdeu no fundo dos tempos?

Não terá acontecido o mesmo para o mundo da juventude? É o que queremos saber com Martha Muchow para a semana.

Coisas do Oriente

[dropcap]O[/dropcap]riente é o particípio presente do verbo latino orior que, embora depoente, significa tão-somente levantar-se. Oriente é, portanto, o lugar onde o sol se ergue, para iniciar o seu caminho aparente no céu.

Houve vários orientes para o europeu: primeiro a separação entre a Oikoumenè grega, o Mediterrâneo, e todo o resto do mundo, baptizado como Oriente, num primeiro momento que vai desde a afirmação militar perante os Persas, no séc. V antes de Cristo, até ao expansionismo de Alexandre.

O segundo, de maior fortuna, seria o Islão (e durante a Era Moderna o mundo otomano), esse Oriente que tivemos por largos anos dentro do território português.

Finalmente, houve e há ainda Bizâncio, sobrevivente do cisma religioso do século XIII. Na terminologia da Igreja, a palavra designa aqui as cristandades do Leste, sendo que os Balcãs e a própria Grécia, a raiz da racionalidade do Ocidente, fazem dele parte. Ou seja, não há quase lugar nenhum, nem mesmo as Américas, essas índias ocidentais, a que não tenha já sido dado ser Oriente. Como disse Raymond Schwab em A Renascença Oriental (1950), o Oriente tanta terra diferente designou que já bastou para dar a volta ao mundo. No imaginário europeu da Idade Média (e é de um imaginário que falo, não de um lugar), o Oriente tinha em si no início largas partes de África. Depois, com as expansões europeias, vai-se afastando, até ao Extremo da Eurásia, lançando o Preste João cada vez para mais longe.

Deixa de ser um obscuro papa núbio para se tornar um lama tibetano, um letrado confuciano ou até um pajé dos guarani. Mas quando dizemos Oriente, onde estamos ou, mais precisamente, onde achamos que estamos? Certamente, pelo menos é o que ficou marcado na linguagem, ainda nos entendemos na Grécia, pois é esse o ponto de referência ficcionado onde quisemos crer que se separaram as largas massas de terra do mundo, cindindo-se em duas: dum lado a razão, doutra a irrazão, lembrando Roger Pol-Droit.

Mas quem diz Oriente, pode realmente estar no Oriente, ou está apenas num ponto em que observa o sol a chegar desse Oriente que é sempre mais a oriente? É preciso não esquecer que o Oriente não é um lugar, é apenas uma direcção. O Oriente não existe.

Uma das palavras-chave da cultura portuguesa, de acordo com António Quadros, deu o verbo orientar. Talvez levado do português a outras línguas latinas, esse orientar-se trouxe consigo naus, impérios e quejandos. Isso está tudo muito bem, ou muito mal, pois tudo isto são úteis ou até perigosas fantasias, como sabemos, ainda que bem úteis para os Huntingtons deste mundo (ou do outro, o Ocidente, para ser mais preciso), que tudo dividem em grandes blocos, dum lado os cavaleiros de barretes brancos e do outro os pérfidos persas, de tez escura.

Como na recentemente estreada série Messiah, em streaming no canal Netflix, sobre a segunda vinda do Cristo (o primeiro já havia sido responsável por uma perigosa seita oriental) ao mundo. A funcionária da CIA, no café que costuma frequentar para tecer as teias do imperialismo, tem uma converseta amena com o empregado, por mero acaso um rapaz negro. Repara que ele lê para um exame The Clash of Civilizations, e diz-lhe: “Tudo o que você tem que saber é que ele estava certo. Huntington previu que o principal eixo do conflito mundial após a guerra fria seria de natureza cultural e religiosa. É exactamente o que está acontecendo na política mundial hoje”.

Tudo isto me leva a crer que talvez nós, aqui nesta Cidade do Santo Nome de RAEM, não vivamos de facto no Oriente. É possível que este seja ainda mais a oriente, nalguma ilha da Samoa ou do Corvo, algures a oriente do oriente.

Ano Novo Chinês | Chegada do Ano do Rato celebra-se em Lisboa

Um arraial na Alameda D. Afonso Henriques com música, comida e as tradicionais lanternas chinesas e inúmeras actividades no Museu do Oriente. É assim que se celebra mais um Ano Novo Chinês em Lisboa, com actividades para todos os gostos, que decorrem este fim-de-semana

 

[dropcap]A[/dropcap] capital portuguesa não vai deixar passar em claro a chegada do Ano do Rato, naquela que é a época mais importante para a comunidade chinesa, por representar o arranque de um novo ciclo. O Ano Novo Chinês acontece apenas a 25 de Janeiro, mas em Lisboa o programa oficial das festividades acontece este fim-de-semana, nos dias 18 e 19, e foi preparado pela Câmara Municipal de Lisboa em parceria com associações locais.

O desfile com dois grupos artísticos acontece este sábado por volta das 11h, começando na Igreja dos Anjos e terminando nos jardins da Alameda D. Afonso Henriques. Os grupos, oriundos de Shanxi e de Macau (Grupo Estudantil da Universidade de Macau), prometem levar a Lisboa danças folclóricas e músicas tradicionais alusivas ao ano novo.

Nos jardins da Alameda irá decorrer uma espécie de feira temática onde, além de diversas barracas com comidas e bebidas chinesas, haverá ainda espectáculos de artes marciais, bailados e teatro. A festa está marcada para o período entre as 10 e 17h numa das zonas de Lisboa onde a comunidade chinesa está mais presente.

Além de Lisboa, haverá também celebrações um pouco por todo o país, em cidades como Lagoa, Coimbra, Vila do Conde e Braga.

FO também celebra

A chegada do Ano do Rato também não passa despercebida para a Fundação Oriente (FO), que no sábado, dia 25, terá o Museu do Oriente de portas abertas gratuitamente. “Entre tradições familiares, oferendas aos deuses, rituais de purificação e propiciatórios da sorte e da prosperidade, o Museu do Oriente preparou um conjunto de actividades para todas as idades”, descreve a FO, em comunicado.

Para a FO, tendo em conta a chegada do Ano do Rato, “considera-se que 2020 será propício a novos projectos, iniciativas e oportunidades”. “Para iniciar o ano da melhor maneira, sugere-se, entre outras tradições, comer alimentos apreciados pelo rato (frutos secos e queijos) ou usar as nossas roupas e acessórios mais luxuosos, pois o rato gosta de opulência”, acrescenta a mesma nota.

Amanhã, entre as 11h30 e 12h30, decorre a oficina para crianças intitulada “Os Deuses são Gulosos?”, que vai tentar com que os mais pequenos descubram os deuses e as tradições chinesas do Ano Novo. No domingo, dia 19, será feita uma visita performativa para toda a família que inclui música, canto, artes marciais e acrobacias. “O actor de ópera chinesa tem de dominar várias artes. Só assim poderá triunfar em palco. Um relato para ouvir, na primeira pessoa, entre trajes e maquilhagens”, descreve a FO.

Na terça-feira, 21, é dia de atelier para bebés, o evento intitulado “E o vencedor é…o Rato!”, onde os 12 anos do zodíaco chinês entram numa corrida, explorada pelos mais pequenos. No sábado, 25 de Janeiro, celebra-se “Uma festa das lanternas”, onde a FO convida os participantes a construírem as suas próprias lanternas tradicionais.

O programa das celebrações proposto pela FO termina a 28 e inclui ainda, no sábado 25, um concerto intitulado “A voz lírica: árias e canções”, um recital com Isabel Alcobia e a pianista chinesa Shao Ling, que interpretam árias de ópera e zarzuela europeias, bem como canções eruditas e populares, incluindo tradicionais chinesas celebrando o Ano Novo.

Também a Casa de Macau em Lisboa faz o seu habitual almoço de Ano Novo Chinês num restaurante Dim Sum, em Oeiras, com membros da comunidade chinesa e macaense.

Ano Novo Chinês | Chegada do Ano do Rato celebra-se em Lisboa

Um arraial na Alameda D. Afonso Henriques com música, comida e as tradicionais lanternas chinesas e inúmeras actividades no Museu do Oriente. É assim que se celebra mais um Ano Novo Chinês em Lisboa, com actividades para todos os gostos, que decorrem este fim-de-semana

 
[dropcap]A[/dropcap] capital portuguesa não vai deixar passar em claro a chegada do Ano do Rato, naquela que é a época mais importante para a comunidade chinesa, por representar o arranque de um novo ciclo. O Ano Novo Chinês acontece apenas a 25 de Janeiro, mas em Lisboa o programa oficial das festividades acontece este fim-de-semana, nos dias 18 e 19, e foi preparado pela Câmara Municipal de Lisboa em parceria com associações locais.
O desfile com dois grupos artísticos acontece este sábado por volta das 11h, começando na Igreja dos Anjos e terminando nos jardins da Alameda D. Afonso Henriques. Os grupos, oriundos de Shanxi e de Macau (Grupo Estudantil da Universidade de Macau), prometem levar a Lisboa danças folclóricas e músicas tradicionais alusivas ao ano novo.
Nos jardins da Alameda irá decorrer uma espécie de feira temática onde, além de diversas barracas com comidas e bebidas chinesas, haverá ainda espectáculos de artes marciais, bailados e teatro. A festa está marcada para o período entre as 10 e 17h numa das zonas de Lisboa onde a comunidade chinesa está mais presente.
Além de Lisboa, haverá também celebrações um pouco por todo o país, em cidades como Lagoa, Coimbra, Vila do Conde e Braga.

FO também celebra

A chegada do Ano do Rato também não passa despercebida para a Fundação Oriente (FO), que no sábado, dia 25, terá o Museu do Oriente de portas abertas gratuitamente. “Entre tradições familiares, oferendas aos deuses, rituais de purificação e propiciatórios da sorte e da prosperidade, o Museu do Oriente preparou um conjunto de actividades para todas as idades”, descreve a FO, em comunicado.
Para a FO, tendo em conta a chegada do Ano do Rato, “considera-se que 2020 será propício a novos projectos, iniciativas e oportunidades”. “Para iniciar o ano da melhor maneira, sugere-se, entre outras tradições, comer alimentos apreciados pelo rato (frutos secos e queijos) ou usar as nossas roupas e acessórios mais luxuosos, pois o rato gosta de opulência”, acrescenta a mesma nota.
Amanhã, entre as 11h30 e 12h30, decorre a oficina para crianças intitulada “Os Deuses são Gulosos?”, que vai tentar com que os mais pequenos descubram os deuses e as tradições chinesas do Ano Novo. No domingo, dia 19, será feita uma visita performativa para toda a família que inclui música, canto, artes marciais e acrobacias. “O actor de ópera chinesa tem de dominar várias artes. Só assim poderá triunfar em palco. Um relato para ouvir, na primeira pessoa, entre trajes e maquilhagens”, descreve a FO.
Na terça-feira, 21, é dia de atelier para bebés, o evento intitulado “E o vencedor é…o Rato!”, onde os 12 anos do zodíaco chinês entram numa corrida, explorada pelos mais pequenos. No sábado, 25 de Janeiro, celebra-se “Uma festa das lanternas”, onde a FO convida os participantes a construírem as suas próprias lanternas tradicionais.
O programa das celebrações proposto pela FO termina a 28 e inclui ainda, no sábado 25, um concerto intitulado “A voz lírica: árias e canções”, um recital com Isabel Alcobia e a pianista chinesa Shao Ling, que interpretam árias de ópera e zarzuela europeias, bem como canções eruditas e populares, incluindo tradicionais chinesas celebrando o Ano Novo.
Também a Casa de Macau em Lisboa faz o seu habitual almoço de Ano Novo Chinês num restaurante Dim Sum, em Oeiras, com membros da comunidade chinesa e macaense.

Economia | Governo de Guangdong prevê crescimento de 6% em 2020

A província vizinha de Guangdong deverá registar um crescimento económico de 6 por cento em 2020, de acordo com previsão do Governo local. A estimativa foi revelada durante a apresentação do orçamento, que prevê ainda o aumento de 4 por cento dos gastos públicos

 

[dropcap]O[/dropcap] governador de Guangdong prevê que a economia da província cresça 6 por cento este ano, depois de ter crescido 6,3 por cento em 2019, ultrapassando o equivalente a 1,3 bilião de euros. Citado pela imprensa local, Ma Xingrui previu ainda diminuir o investimento público, à medida que Pequim pressiona as províncias a reduzir os níveis de endividamento, visto como um risco à estabilidade financeira nacional. O orçamento de Guangdong para este ano prevê um aumento dos gastos públicos de 4 por cento, abaixo do aumento de 10 por cento, ocorrido em 2019, enquanto o investimento em activos fixos será de cerca de 10 por cento, depois de ter superados os 11 por cento, em 2019.

As autoridades prevêem que o sector retalhista cresça 7,5 por cento, em 2020, depois de ter crescido 7,9 por cento, no ano passado, e apesar da renda disponível ‘per capita’ dos residentes de Guangdong ter atingido os 38.900 yuans, em 2019, num aumento de 8,6 por cento, em relação ao ano anterior.

A mais rica província da China é ainda particularmente sensível à guerra comercial entre Pequim e Washington. Localizada na fronteira com Hong Kong e Macau, Guangdong compõe quase 25 por cento do total do comércio externo chinês e foi a primeira província chinesa a beneficiar da política de Reforma e Abertura, adoptada pela China, no final dos anos 1970.

Com uma economia assente na iniciativa privada e geradora do maior número de bilionários do país, Guangdong exportou, só em 2018, o equivalente a mais de 555 mil milhões de euros em bens, e conta com dois dos 10 portos mais movimentados do mundo.

Ma apontou a resiliência da província, em 2019, ao manter um crescimento do comércio externo, embora apenas de 0,3 por cento, com um aumento das exportações de 1,6 por cento. As autoridades esperam manter este ano o crescimento no comércio externo, mas não avançaram com previsões. O investimento directo estrangeiro aumentou 3,5 por cento e fixou-se no equivalente 20 mil milhões de euros.

A inflação em Guangdong fixou-se, no ano passado, em 3,4 por cento, apesar do forte aumento no preço dos alimentos, no segundo semestre do ano, devido ao surto de peste suína que se alastrou por todo o continente chinês.

Hong Kong fundamental

O alastrar das disputas comerciais a uma competição pelo domínio tecnológico entre Pequim e Washington, nos últimos meses, constitui também um obstáculo para Shenzhen, o ‘hub’ tecnológico que é também um dos principais motores de crescimento da província.

Na sessão anual do congresso de Shenzhen, na semana passada, as autoridades alertaram que a cidade precisa de redobrar os seus esforços para garantir as cadeias de fornecimento, numa referência velada às restrições impostas pelo Governo de Donald Trump no fornecimento de alta tecnologia a várias gigantes tecnológicas da cidade, incluindo o grupo de telecomunicações Huawei.

Uma das piores crises políticas de sempre em Hong Kong constitui ainda um obstáculo para Guangdong implementar a visão do Presidente Xi Jinping de construir um centro económico e comercial integrado no sul da China, que possa competir com a Grande Baía de Tóquio ou a Área da Baía de São Francisco.

“Sem Hong Kong, a Área da Grande Baía é apenas mais um plano para o Delta do Rio das Pérolas”, descreve um especialista em assuntos de Hong Kong em Cantão, a capital de Guangdong.

Economia | Governo de Guangdong prevê crescimento de 6% em 2020

A província vizinha de Guangdong deverá registar um crescimento económico de 6 por cento em 2020, de acordo com previsão do Governo local. A estimativa foi revelada durante a apresentação do orçamento, que prevê ainda o aumento de 4 por cento dos gastos públicos

 
[dropcap]O[/dropcap] governador de Guangdong prevê que a economia da província cresça 6 por cento este ano, depois de ter crescido 6,3 por cento em 2019, ultrapassando o equivalente a 1,3 bilião de euros. Citado pela imprensa local, Ma Xingrui previu ainda diminuir o investimento público, à medida que Pequim pressiona as províncias a reduzir os níveis de endividamento, visto como um risco à estabilidade financeira nacional. O orçamento de Guangdong para este ano prevê um aumento dos gastos públicos de 4 por cento, abaixo do aumento de 10 por cento, ocorrido em 2019, enquanto o investimento em activos fixos será de cerca de 10 por cento, depois de ter superados os 11 por cento, em 2019.
As autoridades prevêem que o sector retalhista cresça 7,5 por cento, em 2020, depois de ter crescido 7,9 por cento, no ano passado, e apesar da renda disponível ‘per capita’ dos residentes de Guangdong ter atingido os 38.900 yuans, em 2019, num aumento de 8,6 por cento, em relação ao ano anterior.
A mais rica província da China é ainda particularmente sensível à guerra comercial entre Pequim e Washington. Localizada na fronteira com Hong Kong e Macau, Guangdong compõe quase 25 por cento do total do comércio externo chinês e foi a primeira província chinesa a beneficiar da política de Reforma e Abertura, adoptada pela China, no final dos anos 1970.
Com uma economia assente na iniciativa privada e geradora do maior número de bilionários do país, Guangdong exportou, só em 2018, o equivalente a mais de 555 mil milhões de euros em bens, e conta com dois dos 10 portos mais movimentados do mundo.
Ma apontou a resiliência da província, em 2019, ao manter um crescimento do comércio externo, embora apenas de 0,3 por cento, com um aumento das exportações de 1,6 por cento. As autoridades esperam manter este ano o crescimento no comércio externo, mas não avançaram com previsões. O investimento directo estrangeiro aumentou 3,5 por cento e fixou-se no equivalente 20 mil milhões de euros.
A inflação em Guangdong fixou-se, no ano passado, em 3,4 por cento, apesar do forte aumento no preço dos alimentos, no segundo semestre do ano, devido ao surto de peste suína que se alastrou por todo o continente chinês.

Hong Kong fundamental

O alastrar das disputas comerciais a uma competição pelo domínio tecnológico entre Pequim e Washington, nos últimos meses, constitui também um obstáculo para Shenzhen, o ‘hub’ tecnológico que é também um dos principais motores de crescimento da província.
Na sessão anual do congresso de Shenzhen, na semana passada, as autoridades alertaram que a cidade precisa de redobrar os seus esforços para garantir as cadeias de fornecimento, numa referência velada às restrições impostas pelo Governo de Donald Trump no fornecimento de alta tecnologia a várias gigantes tecnológicas da cidade, incluindo o grupo de telecomunicações Huawei.
Uma das piores crises políticas de sempre em Hong Kong constitui ainda um obstáculo para Guangdong implementar a visão do Presidente Xi Jinping de construir um centro económico e comercial integrado no sul da China, que possa competir com a Grande Baía de Tóquio ou a Área da Baía de São Francisco.
“Sem Hong Kong, a Área da Grande Baía é apenas mais um plano para o Delta do Rio das Pérolas”, descreve um especialista em assuntos de Hong Kong em Cantão, a capital de Guangdong.

Comércio | Imprensa oficial saúda acordo com EUA, mas aconselha cautela

A imprensa oficial chinesa saudou a assinatura de um acordo parcial com os Estados Unidos, para pôr fim à guerra comercial, mas alertou que continuam a existir incertezas nas relações entre os dois países. Trump considera o acordo fantástico

 

[dropcap]A[/dropcap] agência noticiosa oficial Xinhua celebra o acordo alcançado após uma “dura luta”. “Isto significa que as duas maiores economias do mundo estão agora a tentar encontrar uma maneira mais razoável de resolver as suas diferenças”, apontou.

O jornal oficial em língua inglesa China Daily espera que a trégua “leve a uma paz duradoura” entre Pequim e Washington e o jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), o Diário do Povo, considera a assinatura do texto um “novo começo” para as relações bilaterais.

A televisão estatal CCTV indicou que o acordo é do “interesse comum” da China e dos Estados Unidos.
A imprensa estatal chinesa ressalvou, porém, que a assinatura do texto “não é um seguro contra todos os riscos”. “A euforia é temperada pela sensação de que o acordo realmente não importa muito”, notou o China Daily, em editorial. Segundo o jornal, existe a “percepção” de que, se o texto não for respeitado, isso comprometerá a próxima fase do acordo e levará automaticamente a renovadas tensões.

Também o jornal Global Times, uma ramificação do Diário do Povo, questiona em editorial o valor real do compromisso assinado na quarta-feira. “Um acordo comercial parcial, concluído durante um período em que as relações estratégicas China-EUA estão claramente em declínio, será que funcionará”, escreveu. “Será que isto dará lugar a novos conflitos ou a novos progressos, à medida que as negociações continuarem?”, insistiu o jornal. “Muita incerteza permanece”, destacou.

O presidente norte-americano, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, assinaram o acordo na Casa Branca, concretizando assim uma trégua nas fricções comerciais que se prolongam desde o Verão de 2018.

Segundo o acordo, a China compromete-se a importar um total de 200 mil milhões de dólares em bens oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos agrícolas, para reduzir o défice comercial entre os dois países. Ao mesmo tempo, Pequim compromete-se a não manipular o valor da moeda ou a proteger a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, em troca de uma suspensão parcial das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens importados da China.

Carta de Xi

No entanto, o acordo não anula a maior parte das taxas punitivas impostas pelos EUA sobre 360 mil milhões de dólares de produtos importados da China e exclui reformas profundas no sistema económico chinês, incluindo a atribuição de subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

“Este é um fantástico acordo para os Estados Unidos”, disse Trump, na cerimónia de assinatura da “Fase Um” do acordo comercial com a China, embora tenha admitido que várias tarifas retaliatórias se manterão, até que haja um acordo para a “Fase Dois”.

Os Estados Unidos vão assim manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120 mil milhões de dólares.

“Tivemos quase o acordo completo. Mas esta “Fase Um” é muito melhor. E iniciaremos a “Fase Dois”, que deverá estar pronta no próximo ano, que será fantástica”, disse o Presidente dos EUA, referindo-se ao processo de novas rondas de negociação com o Governo chinês.

O vice-primeiro-ministro chinês leu uma carta enviada pelo Presidente Xi Jinping, dirigida a Donald Trump, em que reconhecia que este acordo “é bom para os dois países (…) e permite resolver graves divergências”.

“Para manter a evolução do crescimento da economia dos dois países, são precisos esforços de ambos os lados”, acrescentou o Presidente chinês, na carta lida por Liu He. “Espero que os Estados Unidos tratem com justiça as empresas chinesas”, concluiu Xi Jinping, referindo-se a matérias que ainda estão em discussão no processo negocial, nomeadamente as sanções impostas pelo Governo norte-americano à empresa tecnológica chinesa Huawei.

Trump procurou um tom conciliador, durante a cerimónia na Casa Branca, dizendo que entende a posição de negociação dura por parte da China e mostrou-se receptivo a “tudo fazer para que as divergências que ainda existem sejam superadas”, sem culpar directamente a parte chinesa pelas dificuldades nas rondas de conversas diplomáticas.

“Eu não culpo a China. Culpo as pessoas que aqui (na Casa Branca) estiveram no passado”, disse Trump, acusando anteriores governos de nunca terem tentado um acordo comercial com a China.

Comércio | Imprensa oficial saúda acordo com EUA, mas aconselha cautela

A imprensa oficial chinesa saudou a assinatura de um acordo parcial com os Estados Unidos, para pôr fim à guerra comercial, mas alertou que continuam a existir incertezas nas relações entre os dois países. Trump considera o acordo fantástico

 
[dropcap]A[/dropcap] agência noticiosa oficial Xinhua celebra o acordo alcançado após uma “dura luta”. “Isto significa que as duas maiores economias do mundo estão agora a tentar encontrar uma maneira mais razoável de resolver as suas diferenças”, apontou.
O jornal oficial em língua inglesa China Daily espera que a trégua “leve a uma paz duradoura” entre Pequim e Washington e o jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), o Diário do Povo, considera a assinatura do texto um “novo começo” para as relações bilaterais.
A televisão estatal CCTV indicou que o acordo é do “interesse comum” da China e dos Estados Unidos.
A imprensa estatal chinesa ressalvou, porém, que a assinatura do texto “não é um seguro contra todos os riscos”. “A euforia é temperada pela sensação de que o acordo realmente não importa muito”, notou o China Daily, em editorial. Segundo o jornal, existe a “percepção” de que, se o texto não for respeitado, isso comprometerá a próxima fase do acordo e levará automaticamente a renovadas tensões.
Também o jornal Global Times, uma ramificação do Diário do Povo, questiona em editorial o valor real do compromisso assinado na quarta-feira. “Um acordo comercial parcial, concluído durante um período em que as relações estratégicas China-EUA estão claramente em declínio, será que funcionará”, escreveu. “Será que isto dará lugar a novos conflitos ou a novos progressos, à medida que as negociações continuarem?”, insistiu o jornal. “Muita incerteza permanece”, destacou.
O presidente norte-americano, Donald Trump, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, assinaram o acordo na Casa Branca, concretizando assim uma trégua nas fricções comerciais que se prolongam desde o Verão de 2018.
Segundo o acordo, a China compromete-se a importar um total de 200 mil milhões de dólares em bens oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos agrícolas, para reduzir o défice comercial entre os dois países. Ao mesmo tempo, Pequim compromete-se a não manipular o valor da moeda ou a proteger a propriedade intelectual das empresas norte-americanas, em troca de uma suspensão parcial das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens importados da China.

Carta de Xi

No entanto, o acordo não anula a maior parte das taxas punitivas impostas pelos EUA sobre 360 mil milhões de dólares de produtos importados da China e exclui reformas profundas no sistema económico chinês, incluindo a atribuição de subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
“Este é um fantástico acordo para os Estados Unidos”, disse Trump, na cerimónia de assinatura da “Fase Um” do acordo comercial com a China, embora tenha admitido que várias tarifas retaliatórias se manterão, até que haja um acordo para a “Fase Dois”.
Os Estados Unidos vão assim manter taxas alfandegárias adicionais de 25 por cento sobre 250 mil milhões de dólares de bens importados da China e de 7,5 por cento sobre mais 120 mil milhões de dólares.
“Tivemos quase o acordo completo. Mas esta “Fase Um” é muito melhor. E iniciaremos a “Fase Dois”, que deverá estar pronta no próximo ano, que será fantástica”, disse o Presidente dos EUA, referindo-se ao processo de novas rondas de negociação com o Governo chinês.
O vice-primeiro-ministro chinês leu uma carta enviada pelo Presidente Xi Jinping, dirigida a Donald Trump, em que reconhecia que este acordo “é bom para os dois países (…) e permite resolver graves divergências”.
“Para manter a evolução do crescimento da economia dos dois países, são precisos esforços de ambos os lados”, acrescentou o Presidente chinês, na carta lida por Liu He. “Espero que os Estados Unidos tratem com justiça as empresas chinesas”, concluiu Xi Jinping, referindo-se a matérias que ainda estão em discussão no processo negocial, nomeadamente as sanções impostas pelo Governo norte-americano à empresa tecnológica chinesa Huawei.
Trump procurou um tom conciliador, durante a cerimónia na Casa Branca, dizendo que entende a posição de negociação dura por parte da China e mostrou-se receptivo a “tudo fazer para que as divergências que ainda existem sejam superadas”, sem culpar directamente a parte chinesa pelas dificuldades nas rondas de conversas diplomáticas.
“Eu não culpo a China. Culpo as pessoas que aqui (na Casa Branca) estiveram no passado”, disse Trump, acusando anteriores governos de nunca terem tentado um acordo comercial com a China.

Metro Ligeiro | Mais de 820 mil passageiros no primeiro mês

[dropcap]U[/dropcap]m mês depois da entrada em funcionamento a 10 de Dezembro de 2019 do segmento da Taipa do Metro Ligeiro foram transportados, mais de 820 mil passageiros. Os dados, divulgados no dia 11 de Janeiro de 2020 pela Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, revelaram ainda que, desde a entrada em funcionamento da estrutura, o dia que registou maior fluxo de passageiro foi 25 de Dezembro.

A média diária de passageiros, contabilizando os dias de funcionamento até ao dia 9 de Janeiro, foi superior a 26 mil pasageiros, ficando assim acima das expectativas do Governo. Recorde-se que, apesar de não se ter comprometido com um número, Raimundo do Rosário referiu no dia de inauguração estimar 20 mil passageiros por dia. As viagens até ao final do mês de Fevereiro são gratuitas. O projecto do Metro Ligeiro custou, no total, 10,2 mil milhões de patacas e levou mais de 10 anos a ser concretizado.

Metro Ligeiro | Mais de 820 mil passageiros no primeiro mês

[dropcap]U[/dropcap]m mês depois da entrada em funcionamento a 10 de Dezembro de 2019 do segmento da Taipa do Metro Ligeiro foram transportados, mais de 820 mil passageiros. Os dados, divulgados no dia 11 de Janeiro de 2020 pela Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, revelaram ainda que, desde a entrada em funcionamento da estrutura, o dia que registou maior fluxo de passageiro foi 25 de Dezembro.
A média diária de passageiros, contabilizando os dias de funcionamento até ao dia 9 de Janeiro, foi superior a 26 mil pasageiros, ficando assim acima das expectativas do Governo. Recorde-se que, apesar de não se ter comprometido com um número, Raimundo do Rosário referiu no dia de inauguração estimar 20 mil passageiros por dia. As viagens até ao final do mês de Fevereiro são gratuitas. O projecto do Metro Ligeiro custou, no total, 10,2 mil milhões de patacas e levou mais de 10 anos a ser concretizado.

Shun Tak | Lei Wai Nong: “redução salarial tem de ser feita de acordo com a lei”

O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, disse que é preciso haver acordo entre as partes para que o corte salarial seja legal. Já a Shun Tak justificou ontem que teve de tomar uma “decisão difícil” para manter as operações e os colaboradores da TurboJET

 

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, confirmou não existir até à tarde de ontem, qualquer queixa entregue na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) por parte de trabalhadores da Shun Tak depois do anúncio dos cortes salariais dos trabalhadores da TurboJET, no início desta semana.

Lei Wai Nong sublinhou ainda que é preciso acordo entre as partes para que o corte seja legal. “Já tomei conhecimento do caso e dei instruções à DSAL. Esta redução salarial tem de ser feita de acordo com a lei, isto é, tem de ser acordada entre as duas partes. Depois este acordo tem de ser entregue à DSAL. Só assim é que a Shun Tak pode fazer esta redução de salário. Apelo também aos trabalhadores para pedirem ajuda à DSAL para a resolução de qualquer problema. Até ao momento, este serviço não recebeu qualquer pedido dos trabalhadores”, afirmou ontem o secretário à margem da inauguração do Centro de Serviços Industriais e Comerciais Guangdong-Macau.

As declarações de Lei Wai Nong aconteceram no mesmo dia em que a Shun Tak justificou, através de um comunicado enviado à TDM – Rádio Macau, que teve de “tomar a decisão difícil” de reduzir os salários dos trabalhadores da TurboJET “na esperança de manter as operações e, simultaneamente, segurar o emprego dos trabalhadores”, devido às “perdas que têm aumentado de forma continuada”.

A Shun Tak aponta também que “nos últimos meses, devido ao ambiente socioeconómico sem precedentes, as visitas a Hong Kong têm caído a pique, gerando um grande impacto no negócio”. A empresa acrescenta ainda que a redução de salários não foi evitada, apesar da “série de medidas de controlo de custos” implementadas.

A Shun Tak refere também na resposta enviada à TDM – Rádio Macau, que após o anúncio dos cortes salariais, que tem estado em contacto com colaboradores e sindicatos “para alcançar um consenso sobre um acordo que alivie o impacto das medidas nos trabalhadores”.

A culpa é da ponte

De acordo com os últimos resultados financeiros da empresa, nos primeiros seis meses de 2019, a Shun Tak teve perdas de 70 milhões de dólares de Hong Kong na TurboJet, empresa que opera os ferries, devido a uma quebra no número de passageiros em 32 por cento. No relatório, a abertura da nova Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM) é referida como um dos factores para estes números. “O serviço de ferry entre Macau e Hong Kong continuou a sofrer o impacto das mudanças de padrão nas viagens resultantes da abertura da Ponte HKZM”, pode ler-se no relatório.

Recorde-se que a proposta de redução apresentada no final da semana passada pela companhia liderada por Pansy Ho, abrange todos os trabalhadores da TurboJET. Quem recebe um salário entre 10 mil e os 30 mil dólares de Hong Kong vai ter um corte de 8 por cento. No caso dos funcionários que recebem mais de 30 mil dólares de Hong Kong, mas menos de 70 mil, o ordenado será reduzido em 10 por cento. Finalmente, todos os salários superiores a 70 mil dólares de Hong Kong terão um corte que chega aos 12 por cento. Os trabalhadores que não aceitem os novos valores correm o risco de ser despedidos.

Shun Tak | Lei Wai Nong: “redução salarial tem de ser feita de acordo com a lei”

O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, disse que é preciso haver acordo entre as partes para que o corte salarial seja legal. Já a Shun Tak justificou ontem que teve de tomar uma “decisão difícil” para manter as operações e os colaboradores da TurboJET

 
[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, confirmou não existir até à tarde de ontem, qualquer queixa entregue na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) por parte de trabalhadores da Shun Tak depois do anúncio dos cortes salariais dos trabalhadores da TurboJET, no início desta semana.
Lei Wai Nong sublinhou ainda que é preciso acordo entre as partes para que o corte seja legal. “Já tomei conhecimento do caso e dei instruções à DSAL. Esta redução salarial tem de ser feita de acordo com a lei, isto é, tem de ser acordada entre as duas partes. Depois este acordo tem de ser entregue à DSAL. Só assim é que a Shun Tak pode fazer esta redução de salário. Apelo também aos trabalhadores para pedirem ajuda à DSAL para a resolução de qualquer problema. Até ao momento, este serviço não recebeu qualquer pedido dos trabalhadores”, afirmou ontem o secretário à margem da inauguração do Centro de Serviços Industriais e Comerciais Guangdong-Macau.
As declarações de Lei Wai Nong aconteceram no mesmo dia em que a Shun Tak justificou, através de um comunicado enviado à TDM – Rádio Macau, que teve de “tomar a decisão difícil” de reduzir os salários dos trabalhadores da TurboJET “na esperança de manter as operações e, simultaneamente, segurar o emprego dos trabalhadores”, devido às “perdas que têm aumentado de forma continuada”.
A Shun Tak aponta também que “nos últimos meses, devido ao ambiente socioeconómico sem precedentes, as visitas a Hong Kong têm caído a pique, gerando um grande impacto no negócio”. A empresa acrescenta ainda que a redução de salários não foi evitada, apesar da “série de medidas de controlo de custos” implementadas.
A Shun Tak refere também na resposta enviada à TDM – Rádio Macau, que após o anúncio dos cortes salariais, que tem estado em contacto com colaboradores e sindicatos “para alcançar um consenso sobre um acordo que alivie o impacto das medidas nos trabalhadores”.

A culpa é da ponte

De acordo com os últimos resultados financeiros da empresa, nos primeiros seis meses de 2019, a Shun Tak teve perdas de 70 milhões de dólares de Hong Kong na TurboJet, empresa que opera os ferries, devido a uma quebra no número de passageiros em 32 por cento. No relatório, a abertura da nova Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM) é referida como um dos factores para estes números. “O serviço de ferry entre Macau e Hong Kong continuou a sofrer o impacto das mudanças de padrão nas viagens resultantes da abertura da Ponte HKZM”, pode ler-se no relatório.
Recorde-se que a proposta de redução apresentada no final da semana passada pela companhia liderada por Pansy Ho, abrange todos os trabalhadores da TurboJET. Quem recebe um salário entre 10 mil e os 30 mil dólares de Hong Kong vai ter um corte de 8 por cento. No caso dos funcionários que recebem mais de 30 mil dólares de Hong Kong, mas menos de 70 mil, o ordenado será reduzido em 10 por cento. Finalmente, todos os salários superiores a 70 mil dólares de Hong Kong terão um corte que chega aos 12 por cento. Os trabalhadores que não aceitem os novos valores correm o risco de ser despedidos.

Consumidores | Retalho e restauração geram mais queixas

[dropcap]O[/dropcap] relatório do Conselho dos Consumidores (CC) recebeu no ano passado 4485 casos, onde se contam mais de 2500 reclamações. Deste grupo, 1035 casos são de turistas. As reclamações relativas à falta de qualidade dos produtos de couro e vestuário surgem em segundo lugar na lista das reclamações mais comuns, com 70 por cento a ser apresentadas por turistas. Neste segmento, houve uma subida de 75 por cento das queixas.

O sector da restauração também está em destaque neste capítulo, com “180 reclamações principalmente ligadas ao preço e à qualidade dos serviços dos estabelecimentos de comida”. As reclamações nestes dois aspectos aumentaram, respectivamente, 75 e 25 por cento”, descreve o CC em comunicado.

Pelo contrário, o CC relata uma “descida notável no número de reclamações respeitantes aos serviços de táxi”. O segmento “transportes públicos” foi apenas o quinto que mais gerou reclamações, num total de 148. Ainda assim, houve uma descida de 10 por cento face a 2018.

“Entre os casos, 79 dizem respeito à cobrança abusiva e à má atitude de atendimento dos taxistas, o que representa uma descida de cerca de 40 por cento face a 2018.”

No comunicado do CC é descrito que o segmento que mais gerou queixas o ano passado foi o de “serviços e produtos de higiene pessoal”, com um total de 236 casos, uma subida aproximada de 60 por cento face a 2018.

Consumidores | Retalho e restauração geram mais queixas

[dropcap]O[/dropcap] relatório do Conselho dos Consumidores (CC) recebeu no ano passado 4485 casos, onde se contam mais de 2500 reclamações. Deste grupo, 1035 casos são de turistas. As reclamações relativas à falta de qualidade dos produtos de couro e vestuário surgem em segundo lugar na lista das reclamações mais comuns, com 70 por cento a ser apresentadas por turistas. Neste segmento, houve uma subida de 75 por cento das queixas.
O sector da restauração também está em destaque neste capítulo, com “180 reclamações principalmente ligadas ao preço e à qualidade dos serviços dos estabelecimentos de comida”. As reclamações nestes dois aspectos aumentaram, respectivamente, 75 e 25 por cento”, descreve o CC em comunicado.
Pelo contrário, o CC relata uma “descida notável no número de reclamações respeitantes aos serviços de táxi”. O segmento “transportes públicos” foi apenas o quinto que mais gerou reclamações, num total de 148. Ainda assim, houve uma descida de 10 por cento face a 2018.
“Entre os casos, 79 dizem respeito à cobrança abusiva e à má atitude de atendimento dos taxistas, o que representa uma descida de cerca de 40 por cento face a 2018.”
No comunicado do CC é descrito que o segmento que mais gerou queixas o ano passado foi o de “serviços e produtos de higiene pessoal”, com um total de 236 casos, uma subida aproximada de 60 por cento face a 2018.

DSAT | Recebido relatório preliminar sobre incidente do Metro Ligeiro

[dropcap]A[/dropcap] Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego confirmou ontem ter recebido um relatório preliminar da Sociedade do Metro Ligeiro de Macau sobre o incidente que levou a que as carruagens tivessem de ser evacuadas no meio da linha.

No entanto, neste momento não há conclusões, uma vez que se aguarda o resultado de análises técnicas mais complexas. “Foi entregue um relatório no tempo definido por lei, mas ainda não temos os resultados das investigações técnicas mais complexas. Quando tivermos esses resultados temos de ver quais são os próximos passos a tomar”, explicou Lam Hin San.

Menos mortos nas estradas no ano passado

No ano passado, morreram menos pessoas nas estradas de Macau com 8 vítimas mortais registadas. Os dados foram apresentados ontem pelo director da DSAT, que fez a comparação com 2018, quando tinham perdido a vida nas estradas das RAEM 10 pessoas.

“Vamos continuar em comunicação com os departamentos competentes, como a polícia, para ver se podemos fazer melhoramentos em termos de acidentes e sinistralidade”, afirmou Lam Hin San, sobre os números. O director da DSAT recordou ainda que em 2015 o número de vítimas tinha sido de 15.