Economia | Orçamento aprovado com recados para o futuro Governo João Santos Filipe - 17 Dez 2024 O orçamento da RAEM para o próximo ano foi aprovado, praticamente por unanimidade, mas com recados ao próximo Executivo. Muitos deputados pediram a Sam Hou Fai a revisão do orçamento, para garantir mais apoios à população O orçamento da RAEM para o próximo ano foi aprovado ontem na especialidade pela Assembleia Legislativa, praticamente por unanimidade, mas com quase todos os deputados a defenderem a necessidade de revisão, dentro de meses, após o futuro Executivo tomar posse. O ambiente sobre o resultado da votação ficou patente nas palavras da deputada de Lo Choi In, numa declaração de voto feita igualmente em nome de Zheng Anting. “Não estamos satisfeitos com a proposta votada, mas não podemos não apoiar o orçamento para não prejudicar o novo Governo”, afirmou Lo, que visou a falta de soluções para as “várias dificuldades” da economia. O único deputado a romper a unanimidade foi Ron Lam, que votou contra o aumento dos encargos plurianuais do orçamento de 7 mil milhões de patacas para 15 mil milhões de patacas. De acordo com o deputado, o Governo não conseguiu esclarecer a necessidade deste aumento e, como tal, votou contra. A crítica foi ignorada pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, que não quis dar qualquer resposta sobre o assunto. Ron Lam destacou que o novo orçamento tem “uma redução de 4,4 por cento a nível dos gastos da saúde”, o que considerou preocupante, alertando para a necessidade de não se reduzir a qualidade dos serviços prestados. Falta dinheiro Por sua vez, a bancada dos Operários lamentou a situação das associações de caridade, por falta de aumento nos apoios do Executivo. “Votámos a favor, mas, neste momento, as pessoas que trabalham em instituições de solidariedade enfrentam dificuldades financeiras, dado que só tiveram uma actualização dos apoios do Governo”, afirmou Ella Lei, em nome de Leong Sun Iok, Lam Lon Wai e Lei Chan U. “No entanto, precisam de assegurar os serviços à população, com vários apoios, e ainda pagar os salários dos trabalhadores”, acrescentou. Também os deputados dos Moradores, através de Ngan Iek Hang criticaram a proposta aprovada. “ O orçamento tem algumas medidas de apoio a idosos e desempregados, por isso votamos a favor. Mas, com a conjuntura internacional muito difícil, mesmo que a economia de Macau esteja melhor, os jovens e idosos ainda enfrentam dificuldades”, afirmou o deputado. “Estamos a enfrentar mudanças económicas, e esperamos que o futuro Governo possa acompanhar a economia e utilizar melhor o erário público para estabilizar e garantir o crescimento económico”, acrescentou.
Dirigentes recomendam Hengqin e Grande Baía a empresários lusófonos Hoje Macau - 16 Dez 2024 Dirigentes empresariais disseram à Lusa que a crescente integração de Macau com a vizinha Hengqin (ilha da Montanha) e com o sul da China é “uma grande oportunidade” para companhias lusófonas entrarem no mercado chinês. A liderança da zona especial económica de Hengqin “quer mesmo” atrair companhias lusófonas, em parte porque inclui pessoas “lá colocadas pelo governo de Macau que estão a par das vantagens deste sabor português que Macau tem”, explicou o presidente da Câmara de Comércio Europeia em Macau (MECC, na sigla em inglês). Rui Pedro Cunha recordou que, ainda na pandemia de covid-19, a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau já estava a estudar as leis dos países de língua portuguesa “para permitir que um contrato comercial feito em Hengqin possa especificar qual é o direito que se aplica”. O dirigente sublinhou que as mercadorias estrangeiras transformadas em Hengqin, com um valor acrescentado de pelo menos 30 por cento, podem depois aceder livremente ao resto da China continental. De acordo com a Organização Mundial do Comércio, desde 2020 que os bens de consumo estrangeiros pagam uma tarifa alfandegária média de 6,9 por cento, além de um Imposto de Valor Acrescentado (IVA) de 13 por cento. “Pode ser uma extraordinária vantagem em comparação com produzir em Portugal, transportar para a China e depois ainda pagar direitos à entrada”, defendeu Cunha. O presidente da MECC disse que as empresas portuguesas teriam “muito a ganhar em começar por Hengqin, até numa perspectiva de escala”, porque a China “é um território gigantesco”, com 1,4 mil milhões de pessoas. Sem passar por Macau Cunha apontou a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau como a região “com maior probabilidade de sucesso”, uma vez que já concentra mais de 11 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) chinês. Os empresários portugueses devem olhar para Macau, “não como 600 mil habitantes”, mas sim como parte de uma região “com um PIB 10 vezes o de Portugal e com perspectiva de crescimento acelerado”, disse o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa. Uma vez que “a China pode assustar, porque é um país gigante”, Carlos Cid Álvares defendeu que as empresas lusófonas podem “apostar em Macau para fazer essa triangulação com negócios na Grande Baía”. No caso do Brasil, acrescenta Carlos Cid Álvares, “85 por cento dos negócios têm tal dimensão que passam directamente por Pequim e não precisam de Macau”. Ainda assim, Carlos Cid Álvares, também presidente do Banco Nacional Ultramarino, acredita que há estados brasileiros mais periféricos “para os quais poderia ser utilíssimo Macau e Hengqin como plataforma”.
Fartaram-se! André Namora - 16 Dez 2024 Fartaram-se! Os bombeiros sapadores fartaram-se de ser desprezados durante 22 anos. Mulheres e homens profissionais municipalizados em todo o país puseram e põem em risco a vida no incêndio do Chiado, nos vários incêndios em prédios degradados, em florestas abandonadas, em fábricas de indústria perigosa. Receberam o aplauso e a presença das autoridades nos funerais. Nada mais. Depressa essas mesmas autoridades nunca se preocuparam com o salário miserável ou com o subsídio de risco não existente para os bombeiros sapadores. Estas mulheres e homens são considerados pelo povo como “heróis”, como “soldados da paz”. Defendem todos quantos portugueses se encontram em situação grave de perigo de vida. Muitos têm dado a vida a combater os mais diversos incidentes. Os bombeiros sapadores reivindicam acertos salariais para compensar o aumento da inflação, conforme foi atribuído às demais carreiras da Função Pública. Exigem ainda a regulamentação da carreira, onde sejam contemplados os suplementos de risco, penosidade e insalubridade, bem como a disponibilidade permanente, em percentagem e à parte do vencimento base. Há dias, o acontecimento nacional foi a marcha de centenas de bombeiros sapadores a caminho da sede do Governo, porque realizava-se ali uma reunião entre o secretário de Estado da tutela e os sindicatos representativos dos sapadores. A marcha e a manifestação em redor da sede do Governo, no Campo Pequeno em Lisboa, não foi violenta e não passou da normalidade que se tem assistido com manifestações anteriores de outras profissões. Podemos discordar que os sapadores bombeiros não deviam tem lançado petardos e tochas. No entanto, não foi razão para ditatorialmente o Governo cancelar de imediato a reunião com os sindicalistas alegando falta de segurança. Só para rir. Falta de segurança num edifício rodeado de polícia de choque? Os governantes em reunião nem sequer ouviram o ruído e as palavras de ordem lançadas pelos manifestantes, porque o edifício onde funciona agora o Governo, antiga sede da Caixa Geral de Depósitos, tem todo ele vidros duplos. Os governantes, incluindo o primeiro-ministro apenas tomaram conhecimento do que estava a acontecer através dos canais de televisão. Mais absurdo, foi Luís Montenegro ter afirmado que não haveriam mais reuniões com os representantes dos bombeiros sapadores devido ao ambiente de coacção junto da sede do Governo. Caricata atitude governamental que só dá razão aos sapadores quando afirmam que são desprezados há 22 anos. Se os médicos e enfermeiros fazem greves, imaginemos uma greve indefinida por parte dos bombeiros sapadores. Como dizia um dos cartazes dos manifestantes: “Está a arder? Chamem os políticos!”. Um incêndio na baixa de Lisboa ou na Ribeira do Porto, com os sapadores em greve não será uma tragédia? O Governo não entende que esta classe profissional arrisca a vida durante 24 horas de serviço pelo bem da população? Uns miseráveis aumentos de vencimento e de subsídio de risco irá afectar o Orçamento do Estado quando se enviam centenas de milhões de euros para a guerra na Ucrânia? Uma coisa é certa. Mesmo com petardos e tochas para melhor chamar a atenção, o povo português está ao lado dos sapadores bombeiros por se tratar de uma luta justa. E não venha cá o partido populista Chega tentar aproveitar-se desta luta para caçar votos, como já o tinha feito com os polícias. O Chega apenas está desesperado politicamente após ter colocado tarjas propagandísticas nas janelas da Assembleia da República, património nacional e não património do Chega. Por estas e outras, os radicais de direita apresentam nas últimas sondagens um resultado que lhes provoca esse desespero de apenas anunciarem baboseiras contra a democracia. Os últimos resultados de um inquérito nacional apresentam o Chega com apenas 12 por cento das intenções de voto dos portugueses. É importante que o Governo faça marcha-atrás e regresse à mesa das negociações com os representantes dos bombeiros sapadores, mas não para mais uma conversa da treta. Tem de ser uma reunião que resolva as reivindicações desta classe profissional que trabalha no socorro da população portuguesa. Infelizmente, passado mais de uma semana e os governantes continuam a afirmar que as negociações reiniciam-se quando não existir pressão ao redor da sede do Governo por parte dos bombeiros sapadores. Demagogia política. Os bombeiros têm estado pacificamente a aguardar uma solução para a sua situação. Após um desprezo de 22 anos, será que a ineficácia governamental irá continuar? Esperemos que não. P.S. – Lamentavelmente não está prevista em Portugal qualquer cerimónia oficial ou oficiosa ou mesmo um jantar comemorativo das bodas de prata da transferência de Macau de Portugal para a China.
Creative | Exposição sobre os 25 anos da RAEM até 4 de Janeiro Hoje Macau - 16 Dez 2024 A Creative Macau acolhe uma nova exposição sobre os 25 anos da RAEM, intitulada “Caminho Colectivo – Exposição de Membros de Celebração do Duplo Aniversário”, com 25 artistas e 100 obras. Para a mostra os artistas foram convidados “a reflectirem, através das suas obras, sobre os anos que passaram em Macau, a personificarem o seu progresso pessoal ou o de Macau através de arte, bem como a contribuírem para esta grande celebração através dos menores pormenores da sua vida quotidiana”. Segundo a Creative Macau, “a soma dos 25 anos da transição de Macau e dos 75 anos da implantação da República Popular da China é igual a cem, e esta é uma promessa de que, inequivocamente, o futuro da China e de Macau ultrapassará esta realização de cem por cento”. Colaboram na mostra artistas como Justin Chiang, Margarida Cheung Vieira, Maria João Das, Celeste C. da Luz, Elisa Vilaça ou João Jorge Magalhães. “Enquanto promotor da indústria criativa de Macau, o Creative Macau tem testemunhado o desenvolvimento cultural sem precedentes de Macau ao longo do último quarto de século, desde a sua criação há vinte anos, e compreende profundamente que todas as realizações actuais de Macau não teriam sido possíveis sem o rápido desenvolvimento e apoio da nossa pátria ao longo dos últimos três quartos de século.” A Creative Macau – Centro para as Indústrias Criativas, foi fundada pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau em 2003. Tem como objectivo apoiar e melhorar o perfil de 12 áreas das chamadas indústrias criativas, como cinema, vídeo, publicidade, arquitectura ou design. “O seu objectivo é ajudar estas indústrias a atingir todo o seu potencial económico, acrescentando valor e promovendo o reconhecimento na sociedade”, é descrito.
BABEL | Obra do historiador de arte Terry Smith apresentada hoje na FRC Hoje Macau - 16 Dez 2024 A edição em português do livro de Terry Smith, “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta” será apresentada hoje na Fundação Rui Cunha, a partir das 18h30. A obra é um longo ensaio sobre curadoria contemporânea que, pela primeira vez, ganha esta tradução com o cunho da BABEL – Organização Cultural A obra “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta”, do historiador de arte Terry Smith, será apresentada hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), sendo também lançada a primeira edição em português desta obra, uma iniciativa da BABEL – Organização Cultural em parceria com a editora Circo de Ideias. O evento de hoje terá a participação online de Terry Smith e a presença de Margarida Saraiva, fundadora da BABEL. “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta” é um livro que oferece aos leitores, segundo uma nota de imprensa da organização do evento, “uma visão do pensamento do autor, crítico, historiador e teórico de arte e curadoria”. A obra de Terry Smith é encarada como “fundamental nos campos da arte, arquitectura e contemporaneidade”. Destaque para o facto de a versão portuguesa do livro ter um ensaio intitulado “Entre línguas, territórios e paradigmas”, da autoria de Margarida Saraiva. Na obra, Terry Smith actualiza o conceito de “complexo expositivo”, originalmente definido por Tony Bennett em “The Birth of the Museum – History, Theory, Politics” (1995). Em “Curadoria do Complexo e da Greve Aberta”, Smith questiona: Existe um complexo expositivo contemporâneo em formação? Se sim, o que caracteriza a curadoria nesse novo contexto?”. Vidas em torno da arte Terry Smith é autor de mais de uma dezena de livros sobre história da arte e da arquitectura, entre os quais “Making the Modern: Industry, Art, and Design in America”, lançado em 1993, ou “Transformations in Australian Art”, editado em 2002. O mais recente é “Iconomy: Toward a Political Economy of Images”, de 2022. Terry Smith também editou obras como “Antinomies of Art and Culture: Modernity, Postmodernity and Contemporaneity”, lançado em 2008, em co-autoria com Nancy Condee e Okwui Enwezor. Terry Smith é professor emérito de história de arte na Universidade de Sydney, professor emérito Andrew W. Mellon de história e teoria de arte contemporânea na Universidade de Pittsburgh e professor do Departamento de Arte, Filosofia e Pensamento Crítico da European Graduate School (Suíça/Malta). Na área da curadoria, destacam-se as suas obras “Thinking Curating Contemporary Curating”, de 2012, onde explora o pensamento curatorial contemporâneo em cinco ensaios, e “Talking Contemporary Curating”, de 2015, que apresenta diálogos com curadores, como Carolyn Christov-Bakargiev, Claire Bishop e Okwui Enwezor. “Esses diálogos oferecem uma reflexão sobre as exigências práticas da curadoria e os contextos das exposições”, é referido. Margarida Saraiva é investigadora, curadora e educadora, tendo fundado, em 2013, a BABEL, que actualmente funciona entre Macau e Alcobaça. A BABEL desenvolveu projectos como “Influxus”, “New Visions” ou “MAP – Macau Architecture Promenade”. Margarida Saraiva é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Mestre em European Cultural Planning and Policies pela De Montfort University, em Leicester, no Reino Unido. Frequentou também um curso de pós-graduação em Museologia e completou o curso de Curating the Contemporary pela Goldsmiths, University of London, realizado na British School of Rome, na Itália. Actualmente, é candidata a doutoramento em Filosofia, Arte e Pensamento Crítico pela European Graduate School, na Suíça e Malta.
Futebol | Equipa de Pequim vence Torneio da Soberania Hoje Macau - 16 Dez 2024 A equipa de Pequim venceu ontem o Torneio da Soberania de futebol, organizado pela Associação dos Veteranos de Futebol de Macau, no Canídromo. Na final, frente à equipa de Macau, Pequim venceu por 6-5, no desempate por grandes penalidades, após um empate 2-2 no fim do tempo regulamentar. Antes da final, foi disputado o jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares, com a formação do Sporting a derrotar a equipa de Fujian por 8-0. Pedro Queijeira foi o autor de 6 golos, e os restantes foram marcados por Paulo Letras e Nuno Rosário. No sábado, o Sporting havia sido derrotado pela formação de Pequim, por 15-14, nas grandes penalidades, enquanto Macau venceu a formação de Fujian por 4-0.
Federação Internacional do Automóvel reúne no Cotai em Junho Hoje Macau - 16 Dez 2024 Pela primeira vez na sua história, em 2025, Macau vai acolher as Assembleias Gerais Extraordinárias e Conferência da Federação Internacional do Automóvel (FIA). Este evento, anunciado na passada sexta-feira em Kigali, no Ruanda, terá lugar no Galaxy International Convention Centre, de 10 a 13 de Junho. Organizado em parceria com a Associação Geral do Automóvel de Macau-China (AAMC), a associação desportiva do território filiada na FIA, e com o Galaxy Entertainment Group, este evento espera reunir na RAEM mais de 500 delegados séniores da FIA provenientes de 147 países. O Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, afirmou que “Macau é uma região entusiasmante e multicultural, o cenário perfeito para a FIA reunir os nossos Clubes Membros de todo o mundo. Agradeço à AAMC e ao Galaxy Entertainment Group por nos acolherem e estou ansioso por uma conferência e Assembleias Gerais Extraordinárias bem-sucedidas.” O facto de o Grande Prémio de Macau continuar a ser, nos dias de hoje, um dos principais eventos sob a chancela da FIA terá certamente influenciado esta decisão. No entanto, não é nas assembleias gerais que se decide o futuro do automobilismo, uma vez que estas são, sobretudo, dedicadas à aprovação das contas anuais. AAMC e Galaxy apoiam a escolha Chong Coc Veng, Presidente do Conselho da AAMC, congratulou-se com a escolha da federação internacional. “Estamos satisfeitos por a Conferência da FIA de 2025 se realizar em Macau. Macau é um destino único que preserva um património multicultural, ao mesmo tempo que oferece uma rica gastronomia e eventos culturais e desportivos, incluindo o prestigiado evento de automobilismo do ano – o Grande Prémio de Macau, com as Taças do Mundo da FIA”, disse Chong Coc Veng, em comunicado. O ex-piloto e responsável máximo da AAMC há mais de duas décadas, referiu ainda que “Junho é a época perfeita para visitar Macau, saborear os sabores distintos de várias cozinhas e conhecer os locais do Património Mundial com a mistura da cultura chinesa e portuguesa.” Inaugurado em 2023, o Galaxy International Convention Centre está situado no Galaxy Macau Integrated Resort, na zona de Cotai, e regularmente recebe eventos desportivos e conferências de classe mundial, assim como exposições internacionais. “Acreditamos que o Galaxy Macau é o local perfeito para a Conferência e as Assembleias Gerais da FIA”, acrescentou Francis Lui, Presidente do Galaxy Entertainment Group. “A localização geográfica única de Macau, no coração da Ásia, a sua acessibilidade global, o património cultural internacional e a sua profunda apreciação pelo automobilismo, adquirida ao longo de 71 anos do Grande Prémio de Macau, juntamente com os nossos premiados hotéis de classe mundial, garantirão uma recepção calorosa para os delegados de todo o mundo.”
Hong Kong | Sindicatos de domésticas queixam-se de abusos Hoje Macau - 16 Dez 2024 Um conjunto de grupos de trabalhadores domésticos alertaram para o facto de a falta de conhecimentos sobre direitos e protecções legais resultar em abusos em Hong Kong. A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Domésticos Asiáticos de Hong Kong (FADWU) e o Sindicato dos Trabalhadores Domésticos Nepaleses de Hong Kong (UNDW) afirmaram que, nos últimos dois anos, receberam oito queixas de trabalhadoras severamente mal pagas. Sarah Pun, membro executivo da FADWU e vice-presidente da UNDW, disse que muitos trabalhadores estão a receber apenas entre 1.000 e 4.000 dólares de Hong Kong por mês, quando o salário mínimo é de 4.990 dólares. Segundo a emissora RTHK, uma mulher nepalesa que recorreu aos grupos em busca de ajuda disse aos jornalistas que não lhe pagavam o salário completo, que o seu empregador lhe confiscou o passaporte e que sofria constantes abusos mentais e físicos. “Não me davam uma alimentação adequada. Não me deram um quarto, nem uma cama. Tive de dormir num [sofá]. Não me davam dias de descanso. Não havia horas de trabalho fixas. Tinha de trabalhar 24 horas. Era o que me diziam. Estavam sempre a encontrar falhas no meu trabalho e a queixar-se. Costumavam repreender-me com palavrões e agredir-me”, contou.
Justiça americana nega pedido da TikTok para suspender proibição Hoje Macau - 16 Dez 2024 A justiça dos Estados Unidos rejeitou um recurso da ByteDance e confirmou que a TikTok será proibida no país caso a empresa chinesa não venda a plataforma de vídeos até 19 de Janeiro. A ByteDance tinha pedido a um tribunal federal para suspender a implementação da lei, assinada pelo Presidente norte-americano Joe Biden em Abril, até o Supremo Tribunal analisar a questão. O Tribunal de Recurso da capital, Washington, rejeitou o pedido, considerando-o injustificado. Os queixosos “não identificaram nenhum caso em que um tribunal, depois de rejeitar uma contestação constitucional a uma lei do Congresso, tenha proibido a lei de entrar em vigor enquanto a revisão é solicitada no Supremo Tribunal”, referiu a decisão. No recurso, apresentado na semana passada, os advogados da empresa chinesa acrescentaram que o “atraso modesto” na aplicação da lei iria permitir ao presidente eleito, Donald Trump, “determinar a sua posição” sobre o assunto. O republicano Trump vai tomar posse a 20 de Janeiro, um dia depois do limite dado à TikTok pelo antecessor, o democrata Joe Biden. Há cerca de um mês, Trump nomeou Brendan Carr, o principal representante republicano na Comissão Federal de Telecomunicações, como novo presidente do regulador da radiodifusão, das telecomunicações e da Internet. Carr posicionou-se publicamente contra o TikTok e insistiu que deveria ser removida das lojas de aplicações da Apple e da Google devido a riscos de segurança e violação de privacidade dos utilizadores. Isto porque uma lei chinesa de 2017 exige que as empresas locais entreguem dados pessoais que possam interessar à segurança nacional da China, mediante pedido das autoridades. O Partido Republicano acusou também a plataforma de vídeos de permitir a Pequim espiar e manipular os norte-americanos. Irreal social Em Abril, a ByteDance garantiu não ter intenção de vender o TikTok. O TikTok disse que uma eventual interdição da plataforma nos Estados Unidos ia “violar a liberdade de expressão” dos 170 milhões de utilizadores no país. Um porta-voz da aplicação acrescentou que a lei ia “devastar sete milhões de empresas e fechar uma plataforma que contribui com 24 mil milhões de dólares por ano para a economia norte-americana”. Com vídeos de curta duração, o TikTok atraiu mais de 1,5 mil milhões de utilizadores em todo o mundo.
Médio Oriente | MNE chinês pede à ONU que “evite fragmentação” na Síria Hoje Macau - 16 Dez 2024 O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou que “é necessário evitar a fragmentação na Síria” e pediu ao Conselho de Segurança da ONU que “assuma a responsabilidade” de “manter a estabilidade e a paz no Médio Oriente” Após uma reunião com o seu homólogo egípcio, Badr Abdelatty, Wang disse em conferência de imprensa que, dada a “situação caótica” no Médio Oriente, a China considera que é “imperativo respeitar a soberania dos países da região”, “procurar soluções e deixar de atiçar as chamas” com vista a “pôr fim à violência” nas zonas de conflito, segundo um comunicado emitido pelo seu ministério. Wang apelou a que a questão palestiniana “não seja marginalizada” e pediu que “se evitem acções que conduzam a uma deterioração da situação e à criação de obstáculos a um cessar-fogo”. “A comunidade internacional deve ajudar a região a melhorar a situação humanitária e a aliviar o sofrimento do seu povo. Devemos sobretudo evitar que se repitam os fluxos de refugiados na Síria”, afirmou o alto diplomata da China, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, juntamente com a Rússia, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou a importância de “manter o impulso da reconciliação regional estimulado pelo reatamento das relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irão”, que Pequim mediou em 2023, destacando a sua crescente influência na região. “Qual é o futuro do Médio Oriente? Esta é, acima de tudo, uma questão a que todos os países da região devem responder”, declarou Wang, que lamentou que esta zona “tenha sido durante muito tempo vítima dos jogos das grandes potências e se tenha mesmo tornado vítima de conflitos geopolíticos, uma injustiça histórica que não deve continuar”. Ouvir o povo O ministro chinês sublinhou ainda a urgência de “respeitar a soberania e a integridade territorial dos países da região” e de “construir uma nova arquitectura de segurança sustentável”. Wang manifestou a sua convicção de que a comunidade internacional deve “ajudar os países da região a encontrar soluções para os seus conflitos, tendo em conta factos objectivos e a justiça internacional, em vez de agir em seu nome”. Nos últimos dias, a China sublinhou a importância de “o futuro e o destino da Síria serem decididos pelo povo sírio”, após a queda do regime de Bashar al-Assad, deposto na semana passada pelas forças da oposição, ao mesmo tempo que manifestou esperança de que a estabilidade “regresse o mais rapidamente possível” ao país. Pequim manifestou, no ano passado, o seu apoio a uma solução de “dois Estados” para o conflito israelo-palestiniano, bem como a sua “consternação” face aos ataques israelitas contra civis.
O fogareiro de bambu de Wu Kuan Hoje Macau - 16 Dez 2024 Tang Yin (1470-1523), o pintor de Suzhou que usou o nome Bohu, o «Tio tigre», que confessava a dificuldade em domesticar o seu carácter livre, como acontece muitas vezes, prezava por outro lado os laços de amizade com aqueles que se dispunham a acolher a inépcia na expressão do seu coração puro. Num rolo de pintura conhecido alternativamente como Bebendo chá sob a árvore wutong, ou O fogareiro de bambu (tinta e cor sobre papel, 116,6 x 23,8 cm, no Instituto de Arte de Chicago) ele evoca o amigo pintor Wu Kuan (1435-1504) que falecera cinco anos antes. Na simplicidade da cena, comum entre letrados da dinastia Ming, representando um encontro ao ar livre de um literato com um monge budista, reconhecíveis nas suas vestes, ambos com uma taça de chá na mão, pequenos detalhes denunciam a sofisticação do momento. No início do rolo, onde não há qualquer referência a uma habitação, à direita um criado inclina-se sobre um ribeiro recolhendo a sua água pristina para, vê-se depois, ser fervida por outro criado num fogareiro portátil de forma cúbica com uma chaleira circular, as figuras convencionais do céu sobre a terra. Essa forma criada no início do séc. XIV por um artesão de Huzhou (Zhejiang) que trabalhava o bambu e que o monge Pu Zhen do Monte Hui (Wuxi), lugar onde se apreciava o chá, encontrou na estrada, numa viagem, distingue o rolo dedicado ao ausente Wu Kuan de outras pinturas de Tang Yin em que a apreciação do chá é pretexto para um encontro. Como o rolo horizontal Shiming tu (tinta e cor sobre papel, 105,8 x 31,1 cm, no Museu do Palácio em Pequim) em que evoca o amigo Chen Shiming, numa situação mais usual de hospitalidade em que um convidado vem chegando por uma ponte. Pormenores, na pintura para Wu Kuan, como o nome wutong, da árvore que acompanha o encontro e onde há uma homofonia com a palavra tong que significa «partilhar», aludem à afinidade que Tang Yin tinha com o amigo, com quem saboreava o chá. Wu Kuan fora autor do poema Aicha ge, Canção de Amor ao chá: Eu, o ancião que ferve a água, amo o chá como amo o vinho, Três ou cinquenta taças, não as contarei. Começo na sala do chá, onde não há coisas desnecessárias: Apenas um fogareiro sob um almofariz. Aqui não há nada para fazer, excepto ferver o chá. O dia inteiro a taça nunca deixa os meus lábios, Assistirá ao encontro de hoje, um único bule. Da porta vem um convidado, um verdadeiro amigo do chá, Para expressar o agradecimento e imitar o poema de Lu Tong, Ferver o chá e seguir a ode de Huang Jiu. A sequela do Livro do chá, não empresto a ninguém, A adenda ao chá, deixo escorregar-me da mão. Não quero ter nada a ver com a vulgar plantação do chá, Conheço apenas alguns hectares do jardim de chá em baixo desta montanha. Há pessoas que sonham em percorrer o país do chá, Mas, aqui e agora, eu não quero fazer outra coisa.
CPSP | Menor sem carta de condução envolve-se em acidente Hoje Macau - 16 Dez 2024 Um aluno do ensino secundário foi apanhado a conduzir uma mota sem carta de condução, depois de ter batido num carro e tentado fugir. O caso aconteceu na terça-feira e foi relatado ontem pelo jornal Ou Mun, que cita o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Segundo a informação oficial, quando circulava no Beco da Baía, na Taipa, com um colega de escola, o jovem bateu num carro e tentou fugir. Contudo, o acidente foi testemunhado por um agente da polícia que estava de folga, e o aluno e o amigo foram interceptados. Após a investigação, a polícia descobriu que a moto pertence ao pai do pendura, e que este aproveitou o facto de os pais não estarem em casa para levar as chaves e ir dar uma volta com o amigo. No entanto, quando o acidente aconteceu, os dois não souberam como reagir, e com medo tentaram fugir do local. O caso foi encaminhado para o Ministério Público, com o jovem indiciado pelos crimes de condução por não habilitado e fuga à responsabilidade.
Finanças | Receita pública até Novembro ultrapassou total de 2023 Hoje Macau - 16 Dez 2024 De acordo com os números dos Serviços de Finanças, as receitas de quase 101 mil milhões de patacas representam um crescimento de 14,6 por cento face ao período homólogo O Governo arrecadou quase 101 mil milhões de patacas em receitas públicas nos primeiros 11 onze meses, mais do que em todo o ano de 2023, uma média superior a 10 mil milhões por mês. De acordo com dados publicados ‘online’ pelos Serviços de Finanças, as receitas subiram entre Janeiro e Novembro 14,6 por cento, em comparação com o mesmo período do ano passado. Macau fechou 2023 com receitas de quase 95 mil milhões de patacas, graças a transferências de 10,5 mil milhões de patacas vindas da reserva financeira. Desde 2020 que o território só conseguiu manter as contas em terreno positivo, algo exigido pela Lei Básica, devido a transferências da reserva financeira. O orçamento da cidade para 2024 prevê o regresso aos excedentes nas contas públicas, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”, depois de três anos de crise económica devido à pandemia de covid-19. A receita corrente de Macau, que não inclui as transferências, aumentou 29,4 por cento nos primeiros 11 meses de 2024, em termos anuais, para 100,5 mil milhões de patacas. Deste valor, o Governo arrecadou 81 mil milhões de patacas em impostos sobre o jogo, mais 37,2 por cento do que no mesmo período do ano passado. De acordo com o mais recente relatório da execução orçamental, divulgado na quarta-feira, Macau já recolheu mais em taxação aos casinos do que em 2023, ano que fechou com um total de 65,3 mil milhões de patacas. As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto directo de 35 por cento sob as receitas do jogo, 2,4 por cento destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico e 1,6 por cento entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos. Dentro do esperado Nos primeiros 11 meses de 2024, Macau recolheu 98,5 por cento da receita corrente projectada para 2024 no orçamento, que é de 102 mil milhões de patacas. No final de Dezembro de 2023, o Centro de Estudos e o Departamento de Economia da Universidade de Macau previu que as receitas do Governo podem atingir 109,6 mil milhões de patacas, mais 7,5 por cento do que o estimado pelas autoridades. Com a subida nas receitas, a despesa pública também aumentou 11,3 por cento para 83,8 mil milhões de patacas, embora o investimento em infra-estruturas tenha caído 1,7 por cento para 15,1 mil milhões de patacas. Pelo contrário, a despesa corrente subiu 13,6 por cento para 68 mil milhões de patacas, devido ao aumento de 17,2 por cento nos apoios sociais e subsídios dados à população e a um crescimento de 4,4 por cento nas despesas com funcionários públicos. Entre Janeiro e Novembro, a cidade teve um excedente de 17,1 mil milhões de patacas nas contas públicas, mais 34,4 por cento do que no mesmo período de 2023.
UM | Alterados critérios de admissão para alunos do Interior Hoje Macau - 16 Dez 2024 Após 24 alunos do Interior da China terem sido descobertos a utilizar resultados falsos do Exame do Diploma de Ensino Secundário de Hong Kong (HKDSE, na siga inglesa) para entrar na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, a Universidade de Macau (UM) alterou os critérios de candidaturas para os alunos do Interior. Segundo um comunicado da instituição, a partir do ano lectivo 2025/2026 só vão ser aceites os alunos do Interior da China que apresentarem o resultado do gaokao, o exame nacional para candidaturas às instituições do ensino superior. Esta é uma forma da UM evitar o recurso aos exames da HKDSE. Em resposta ao canal chinês da Rádio Macau, a UM defendeu ainda que é mais justo recrutar os alunos de acordo com os resultados do gaokao, e que no futuro vai continuar a avaliar e a ajustar as políticas de admissão. A UM apontou também que só durante a pandemia começou a aceitar outros resultados de exames que não do gaokao, uma medida destinada a aumentar a conveniência para os alunos de fora.
EPM | Lisboa promete reduzir número de alunos sem professor Hoje Macau - 16 Dez 2024 O Ministério da Educação de Portugal salientou o compromisso de “reduzir de forma drástica o número de alunos sem aulas” no estrangeiro, mas lembrou que é preciso ter em conta “a falta de professores em Portugal”. Os esclarecimentos constam de uma nota enviada à Lusa, na sexta-feira. “O Ministério da Educação, Ciência e Inovação [MECI] reafirma mais uma vez o seu compromisso com o objectivo reduzir de forma drástica o número de alunos sem aulas; tendo em conta a falta de professores em Portugal, uma das medidas tomada este ano lectivo, foi a redução significativa das mobilidades dos docentes que não têm substituto”, pode ler-se na nota enviada citada pela Lusa a propósito das críticas da associação de pais da Escola Portuguesa de Macau. Na nota, o Ministério detalha as razões de ter rejeitado o pedido de substituição de vários professores para a escola portuguesa e vinca que noutros casos os pedidos para dar aulas em Macau foram aceites. No final de Novembro, a associação de pais da Escola Portuguesa de Macau (APEP) tinha criticado “o silêncio” do ministro da Educação e pediu a intervenção do Presidente da República para resolver “o impasse” na contratação de professores.
RAEM 25 anos | Embaixador diz que Pequim “tem respeitado” acordo Hoje Macau - 16 Dez 2024 António Santana Carlos lamenta que se tenha perdido o interesse em Portugal por Macau, como “havia antigamente”, mas considera que o tratado da declaração conjunta está a ser respeitado António Santana Carlos, último líder português no “grupo de ligação”, que negociou com a China a transição de Macau para a administração chinesa, considera que Pequim “tem respeitado” o que acordou com Portugal. O embaixador sublinha como “muito importante” a manutenção do português como língua oficial no território durante os 50 anos do período de transição conseguida nessas negociações, mas reconhece que não há hoje em Portugal “o mesmo interesse” por Macau “que havia antigamente”. “Enfim, não há o mesmo interesse do lado português que havia antigamente, em que tínhamos lá um governador, etc. Mas a China tem respeitado, julgo eu, os interesses da população de origem portuguesa que continua em Macau. Portanto, a minha avaliação é positiva”, disse em declarações à Lusa. A “meio da ponte” do período de 50 anos acordado pela China e Portugal numa “declaração conjunta” com valor de tratado, depositada nas Nações Unidas, o diplomata considera que, até agora, nos últimos 25 anos, “a China respeitou aquilo que foi acordado”. Relativamente a essa negociação, recordou que “teve alguns momentos difíceis, designadamente na regulamentação das duas línguas oficiais”. “A China considerava o chinês e o português como línguas oficiais na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), mas era preciso que houvesse uma definição [formal] porque, senão, quais seriam as garantias?”, deixou no ar. O momento revestiu-se de particular dramatismo, como decorre da descrição de Santana Carlos: “Foi numa negociação em Pequim, numa reunião em que insisti de tal maneira que, se a China não aceitasse negociar a regulamentação, a reunião acabava ali. Enfim, passada uma hora, os chineses voltaram à reunião e, a partir daí, começámos essa negociação da regulamentação oficial das duas línguas oficiais. Foi o momento talvez mais tenso, mas as negociações decorreram, de uma forma geral, bem”, disse. Antigo embaixador em Pequim Santana Carlos foi embaixador de Portugal em Pequim entre 2002 e 2006, pelo que acompanhou de perto os primeiros anos da transição, mas desde aí, confessou também, não tem acompanhado “com a mesma proximidade” os processos paralelos da administração chinesa de Macau e de Hong Kong. “Acho que as coisas têm corrido bem” em Macau, disse, no entanto. Já quando confrontado com as implicações nos dois territórios das vagas de protestos em Hong Kong em 2019, que resultaram nomeadamente na constituição da lei de segurança nacional no antigo território sob administração britânica, em vigor desde Março último, e fortemente restritiva da liberdade de expressão e dos direitos fundamentais, segundo a generalidade dos observadores, Santana Carlos avisou para “não se comparar o que aconteceu em Hong Kong com o que aconteceu em Macau”. “Obviamente, são cenários diferentes. Acho que acabou por se ultrapassar esse problema”, acrescentou o diplomata português. Perante estes cenários de fundo, o embaixador descreve a relação entre Portugal e a China como “normal” e “estável”, apesar de “alguns altos e baixos”. Num olhar para os próximos 25 anos, Santana Carlos disse que Macau “será sempre um meio especial, diferente”, para as relações políticas e económicas de Portugal e dos países lusófonos com a China, mas pouco mais do que isso, porque “a China tem uma visão muito completa do que lhe interessa”.
Comércio | Ho Iat Seng visita zona da Almeida Ribeiro Hoje Macau - 16 Dez 2024 Ho Iat Seng, Chefe do Executivo ainda em exercício, visitou na sexta-feira algumas zonas centro da península, nomeadamente a Rua das Estalagens e a Avenida de Almeida Ribeiro. Com esta visita, o governante pretendeu “inteirar-se do projecto de revitalização [do local, em parceria com a Sands China, e a situação dos comerciantes”. Ho Iat Seng “ficou a conhecer o progresso da implementação do projecto de revitalização da zona, visitou um projecto de embelezamento do portão de ferro concebido e pintado por jovens artistas de Macau e também se mostrou atento à situação dos comerciantes”, indicou o Gabinete de Comunicação Social em comunicado. Segundo a mesma nota, na Rua das Estalagens os comerciantes terão dito que, “graças ao projecto de revitalização, houve um aumento no fluxo de pessoas no bairro e o ambiente de negócios melhorou”. Além disso, alguns comerciantes referiram que o projecto de revitalização da zona permite apoiar as pequenas e médias empresas, “enriquecendo o conteúdo cultural e turístico de ruas e bairros”. Ho Iat Seng explicou que o Governo “está disponível para apoiar o empreendedorismo dos jovens”, além de esperar novos elementos nos bairros comunitários com os projectos de revitalização em curso, suportados pelas operadoras de jogo. A visita de Ho Iat Seng passou também pelo Mercado do Kam Pek, no velho Centro Comunitário Kam Pek, que vai ser revitalizado pela Sociedade de Jogos de Macau (SJM). Desde a transformação em mercado, no ano passado, que o “espaço foi transformado num marco gastronómico, atraindo pequenas e médias empresas locais com potencial”. Ho Iat Seng passou ainda por dois hotéis revitalizados recentemente na Almeida Ribeiro, um deles o antigo Hotel Central, e mostrou-se esperançado que a “zona simbólica” possa atrair “um grande fluxo de turistas criando novas oportunidades para a cidade”.
Conselho Executivo | Lao Ngai Leong, Ip Sio Kai e Song Pek Kei escolhidos João Santos Filipe - 16 Dez 2024 Sam Hou Fai mantém a aposta de Ho Iat Seng em André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, no advogado Leonel Alves, e no deputado e empresário Chan Chak Mo Lao Ngai Leong, deputado da Assembleia Popular Nacional (APN) e empresário, é um dos seis novos membros dos doze escolhidos para integrar o Conselho Executivo, assim como Ip Sio Kai e Song Pek Kei, deputados da Assembleia Legislativa. A nova constituição do órgão consultivo foi apresentada na sexta-feira, através de um comunicado, sendo que o advogado Leonel Alves mantém a posição que ocupa desde 2004. Além de deputado da APN, Lao é vice-presidente da Federação Nacional de Chineses Ultramarinos Retornados, vice-presidente da Associação de Beneficência Tong Sin Tong, supervisor convidado da Alfândega de Gongbei, supervisor convidado do Terminal de Inspecção Fronteiriça de Zhuhai e supervisor convidado do Gabinete de Segurança Pública de Zhuhai. Por sua vez, Ip Sio Kai vai ser agora um dos membros do Conselho Executivo, depois de integrar a campanha de Sam Hou Fai para Chefe do Executivo. É ainda vice-director-geral da sucursal de Macau do Banco da China e administrador do Banco Tai Fung. Song Pek Kei é uma das representantes da comunidade de Fujian, ligada ao empresário Chan Meng Kam, através da associação Aliança de Povo de Instituição de Macau, onde desempenha as funções de vice-presidente. É também membro permanente do 6.º Comité Municipal de Chongqing da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Vogal Permanente da All-China Youth Federation e presidente executiva da Associação Geral dos Conterrâneos de Fukien de Macau. Entre os seis novos membros consta igualmente o nome de Samuel Tong Kai Chung, economista, presidente do Instituto de Pesquisa das Políticas de Aviação Civil de Macau e presidente do Instituto de Gestão de Macau. Outra das entradas para o Conselho do Executivo é a de Leong Wai Fong, vice-presidente e secretário-geral da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e vice-presidente do conselho fiscal da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu. Outra novidade no elenco do Conselho Executivo é U Seng Pan, presidente do Grupo Silergy e gerente-geral da sucursal em Hengqin, Guangdong da Silergy Semicondutores (Macau). É também co-fundador do Laboratório de Referência do Estado em Circuitos Integrados em Muito Larga Escala Analógicos e Mistos da Universidade de Macau. Prova de confiança Além das entradas, são mantidos como membros o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, o advogado Leonel Alves, o empresário da área da restauração e deputado Chan Chak Mo, Frederico Ma Chi Ngai, empresário ligado à família do falecido magnata Ma Man Kei, e Chan Ka Leong, presidente da direcção da União Geral das Associações dos Moradores de Macau. Sam Hou Fai, em declarações citadas pelo Gabinete de Comunicação Social, afirmou acreditar que os escolhidos “defenderão e implementarão a Lei Básica”, “serão fieis à RAEM” e “desempenharão fielmente as funções que lhes estão consignadas”. O futuro Chefe do Executivo indicou também que os membros do Conselho Executivo “defenderão com perseverança a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento do país e implementarão correctamente o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”.
RAEM 25 anos | Celebrações e férias levam a reforço de segurança Hoje Macau - 16 Dez 2024 As autoridades de Macau ponderam activar o centro de comando conjunto interdepartamental para assegurar a ordem pública durante as festividades tradicionais e as cerimónias de celebração dos 25 anos da RAEM. O anúncio foi feito ontem através do portal do Gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, na secção “Tu e a Segurança”. Por um lado, a mobilização de recursos procura garantir a segurança dos vários eventos que vão ser realizados na RAEM, como grandes espectáculos ao ar livre. “As autoridades de segurança procederam, com antecedência, a trabalhos preparatórios relativos à realização de actividades festivas e comemorativas de grande envergadura, e irão, conforme a dimensão do recinto, o número estimado de pessoas presentes nesse recinto, os riscos eventuais para a sociedade e a situação real, activar o centro de comando conjunto interdepartamental”, foi indicado. “No dia da realização das actividades, e consoante o fluxo de pessoas no local, o CPSP mobiliza as forças policiais para fazer a triagem de pessoas e facilitar a mobilidade de pessoas concentradas no local”, foi acrescentado. Por outro lado, serão mobilizados mais recursos para as fronteiras, para fazer face ao aumento do número de entradas e saídas no território. “Para lidar com os períodos em que há um maior fluxo de pessoas, o CPSP elaborou antecipadamente planos de controlo de multidões nos pontos turísticos e nos postos fronteiriços, reforçou as medidas de controlo de trânsito, a manutenção da ordem e a gestão de emergências”, foi garantido.
Forças Armadas | Ministério da Defesa elogia guarnição de Macau Hoje Macau - 16 Dez 2024 A guarnição do Exército de Libertação Popular da China estacionada em Macau vai continuar a ser um “baluarte da prosperidade e estabilidade” da região administrativa especial, afirmou na sexta-feira o porta-voz do Ministério da Defesa chinês. O destacamento das Forças Armadas da República Popular da China em Macau “vai assegurar a sua competência contínua para manter a confiança dos residentes locais e salvaguardar a prosperidade e a estabilidade de Macau”, afirmou Wu Qian, em conferência de imprensa. As tropas do Exército chinês foram destacadas para Macau em 1999, após a transferência da soberania da região de Portugal para a China, para assumirem responsabilidades de defesa. No dia 20 deste mês celebram-se 25 anos do estabelecimento da RAEM, na sequência da transição, sob um acordo que garantiu ao território 50 anos de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, ao abrigo do princípio “Um País, Dois Sistemas”. As competências da Defesa e política externa estão, no entanto, sob tutela do Governo Central da China. “Ao longo dos últimos 25 anos, a guarnição tem desempenhado com sucesso as suas funções de defesa”, frisou Wu, destacando a “melhoria da sua prontidão de combate, através de treinos rigorosos e exercícios conjuntos regulares”. “Estes esforços reforçaram a capacidade das forças para responder prontamente a potenciais ameaças”, vincou. Wu destacou a participação “activa” dos soldados chineses no serviço comunitário, incluindo a doação de sangue e os esforços de auxílio em caso de catástrofe, como aconteceu depois da passagem do Tufão Hato, em 2017, pelo território.
Transferência | Xi Jinping visita Macau entre 18 e 20 de Dezembro João Santos Filipe - 16 Dez 2024 A presença do Presidente da República Popular da China nas celebrações da transferência foi confirmada no sábado, e contou com mensagens de agradecimento de Sam Hou Fai e Ho Iat Seng Xi Jinping vai estar em Macau entre 18 e 20 de Dezembro, para participar na celebração do 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM e na tomada de posse do novo Governo. O anúncio da visita esperada foi feito pela agência Xinhua e pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS), na manhã de sábado. De acordo com a agência estatal, a visita a Macau do Presidente da República Popular da China vai servir para dar posse ao futuro Governo de Sam Hou Fai, mas também para a realização de uma “inspecção”, que o GCS definiu como uma deslocação para “se inteirar da situação local”. O programa da deslocação de Xi Jinping não é conhecido, mas a chegada deverá ocorrer na tarde de quarta-feira, de acordo com as informações tornadas públicas até ontem. Na quinta-feira estão planeados um jantar, ao final da tarde, e um sarau cultural, que deverão contar com a presença do presidente e secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China. No último dia na RAEM, Xi deverá participar numa cerimónia do içar das bandeiras, pela manhã, e ainda na tomada de posse do novo Executivo, deixando a RAEM à tarde. O anúncio da visita foi acompanhada por duas mensagens de agradecimentos de Ho Iat Seng, Chefe do Executivo cessante, e de Sam Hou Fai, que toma posse a 20 de Dezembro, devendo prestar juramento diante de Xi Jinping. “Grande Honra” O futuro Chefe do Executivo afirmou que a deslocação de Xi é “uma grande honra” para a RAEM. “Sam Hou Fai sublinha que a vinda a Macau do Presidente Xi […] para participar nas actividades comemorativas do 25.º aniversário do retorno de Macau à Pátria, e testemunhar a cerimónia de tomada de posse do VI Governo da Região Administrativa Especial de Macau, é uma grande honra, demonstra o apoio e o carinho do Governo Central a Macau, e reveste-se de grande significado e importância”, foi citado. De acordo com o GCS, Sam Hou Fai também se mostrou convicto que “sob a liderança do Governo Central, o novo Governo da RAEM irá unir e liderar todos os sectores da sociedade de Macau” para “abrir uma nova conjuntura na implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características próprias de Macau e promover a prosperidade e a estabilidade de Macau”. Por sua vez, Ho Iat Seng também agradeceu a deslocação e afirmou que “sob o carinho e orientação do Presidente Xi Jinping, os princípios de ‘Um País, Dois Sistemas’, ‘Macau governada pelas suas gentes’ com alto grau de autonomia são implementados e praticados ainda mais em Macau, criando estabilidade social e prosperidade económica”. Para Ho, a deslocação de Xi a Macau mostra que o “Governo Central dá grande importância à RAEM, como também mostra o pleno carinho sentido por Macau”.
Francisco Leandro, autor e professor na Universidade de Macau: “Apoio do país reforça o papel de plataforma de Macau” Hoje Macau - 16 Dez 2024 Entrevista de Gang Wen ao jornal China Daily Francisco Leandro, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau, afirma que o apoio da nação permitiu à RAEM servir de centro de comércio, investimento e interações culturais entre a China e as comunidades de língua portuguesa. Como vê o desenvolvimento de Macau desde o seu regresso à Pátria? Entre as realizações da cidade, quais as que mais o impressionaram? E quanto ao seu sector, houve algum progresso importante nos últimos 25 anos? O 25.º aniversário do regresso de Macau à Pátria e da criação da Região Administrativa Especial de Macau constitui um marco significativo na história da região, reflectindo um processo diplomático bem sucedido e demonstrando a sua atual estabilidade política e económica. Actualmente, a RAE de Macau goza de estabilidade política e está profundamente integrada nos planos de desenvolvimento nacionais. A governação da cidade ao abrigo do princípio “um país, dois sistemas” permitiu-lhe manter um elevado grau de autonomia, ao mesmo tempo que se alinhava com as políticas nacionais. Esta integração facilitou o crescimento económico de Macau, tornando-o uma parte vital da estratégia económica mais ampla do país. A estratégia de desenvolvimento socioeconómico de Macau está consagrada na política “um centro, uma plataforma, uma base”. Este quadro tem por objetivo posicionar a RAEM como um centro mundial de turismo e lazer, reforçando a sua atração como destino turístico global. Além disso, a RAEM funciona como uma plataforma de cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, promovendo o comércio internacional e o intercâmbio cultural. A RAE de Macau está também a tornar-se uma base de intercâmbio e cooperação cultural, promovendo interações culturais e a conservação do património. Esta abordagem multifacetada apoia a integração de Macau nos planos de desenvolvimento nacionais e reforça a sua presença global. A posição única da RAEM como ponte entre a China, em particular a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, e os países de língua portuguesa sublinha a sua importância estratégica. O conceito de “uma plataforma, três centros” realça o papel de Macau na promoção do intercâmbio económico e cultural. Esta plataforma permitiu à cidade servir de plataforma para o comércio, o investimento e as interações culturais, reforçando os laços entre a China e o mundo lusófono. O desenvolvimento de Macau como um centro de turismo e lazer, juntamente com a promoção de quatro indústrias principais – convenções e exposições, indústrias culturais e criativas, medicina tradicional chinesa e serviços financeiros modernos – diversificou a sua economia. Estas iniciativas não só impulsionaram a actividade económica, como também reforçaram a atração global de Macau como destino turístico. O governo central adoptou uma série de políticas para Macau. Existe alguma medida específica que tenha beneficiado o seu sector? Como? O Interior da China e o Acordo de Parceria Económica Reforçada (CEPA) de Macau desempenham um papel crucial na Grande Baía e na promoção dos laços com os países de língua portuguesa. Ao promover a cooperação comercial e económica, o CEPA reforça a posição da RAEM como ponte entre a China e os países lusófonos. Este acordo facilita o acesso ao mercado, o investimento e o intercâmbio cultural, promovendo Macau como um centro de negócios internacional. Além disso, o CEPA apoia a integração de Macau na Área da Grande Baía, contribuindo para o desenvolvimento regional e a diversificação económica. Este papel estratégico sublinha a importância de Macau nas iniciativas económicas e diplomáticas mais amplas do país. A promoção do ensino superior na RAE de Macau desempenhou igualmente um papel crucial no seu desenvolvimento. Ao investir na educação e na investigação, Macau contribuiu para os objectivos de desenvolvimento nacional e posicionou-se como um centro de excelência académica. Esta aposta na educação permitiu criar uma mão de obra qualificada, essencial para sustentar o crescimento económico e a inovação. A Universidade de Macau é altamente considerada nos rankings académicos globais. Foi classificada em 180º lugar no World University Rankings 2025 pela Times Higher Education, e em 245º lugar no QS World University Rankings 2025. Para além disso, a Universidade de Macau está classificada em 262º lugar nas Melhores Universidades Globais pelo US News & World Report. Estas classificações reflectem o compromisso da universidade com a excelência no ensino e na investigação, particularmente em áreas como a inteligência artificial, a engenharia e as ciências sociais. A forte colaboração internacional e a investigação inovadora da universidade contribuem significativamente para a sua estimada posição global. Este ano assinala-se o terceiro aniversário da criação da Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin. Na sua opinião, como é que Macau deve continuar a tirar partido das vantagens da zona para se desenvolver a si próprio e ao sector da educação? A Zona de Cooperação de Hengqin é um dos principais objectivos dos esforços de modernização de Macau. Esta zona tem sido fundamental para impulsionar a inovação e a diversificação económica, proporcionando um espaço para novas indústrias e promovendo uma integração mais estreita com o continente. A zona exemplifica o empenhamento de Macau na modernização e o seu papel estratégico no desenvolvimento regional. Macau é uma mistura única das culturas chinesa e portuguesa. Na sua opinião, como é que esta fusão pode ajudar a nação a reforçar a comunicação com a comunidade internacional e a contar as boas histórias da China? Macau é uma mistura fascinante de culturas, onde o Oriente se encontra com o Ocidente de uma forma única e harmoniosa. A sua paisagem linguística é um testemunho da sua herança multicultural. O chinês é a língua oficial e a língua portuguesa pode ser utilizada para fins oficiais, reflectindo os laços históricos de Macau com Portugal e as suas raízes chinesas. O inglês é também amplamente falado, especialmente nos negócios e no turismo, o que faz de Macau uma sociedade verdadeiramente multilingue. O sistema jurídico da RAEM é outro domínio em que esta mistura cultural é evidente. Baseado no sistema de direito civil português, foi adaptado ao contexto local no âmbito do princípio “um país, dois sistemas”. Este sistema jurídico duplo permite uma mistura única de tradições jurídicas chinesas e ocidentais, assegurando que o ambiente jurídico de Macau é familiar aos seus residentes e acessível às empresas internacionais. A abordagem de Macau à resolução extrajudicial de conflitos comerciais realça ainda mais a sua política multicultural. A cidade oferece vários serviços de arbitragem e mediação que servem tanto as partes locais como as internacionais, promovendo a resolução eficiente e amigável de litígios. A política de cidade aberta e a atitude multicultural de Macau são a chave do seu sucesso como centro global. A cidade acolhe pessoas de todo o mundo, promovendo uma comunidade diversificada e inclusiva. Esta abertura reflecte-se nos seus festivais, na sua gastronomia e na sua vida quotidiana, onde diferentes culturas coexistem e se enriquecem mutuamente. Essencialmente, a mistura de línguas, sistemas jurídicos e atitudes multiculturais de Macau torna-a um lugar único e dinâmico, que estabelece pontes entre culturas e promove ligações globais. Que realizações gostaria de ver concretizadas por Macau nos próximos 25 anos? Em resumo, o futuro de Macau é brilhante, com uma maior integração com a China continental, o seu papel central no comércio internacional, um crescimento económico diversificado e uma forte presença global. Estes elementos assegurarão o êxito e o desenvolvimento contínuos de Macau na cena mundial. O 25.º aniversário do regresso de Macau à pátria celebra não só uma conquista diplomática bem sucedida, mas também as contribuições contínuas da região para o desenvolvimento nacional e mundial. As iniciativas estratégicas de Macau e a sua integração nos planos nacionais sublinham a sua importância como região dinâmica e virada para o futuro.
UCCLA espera renovação para “evitar acabar em museu” Hoje Macau - 15 Dez 2024 O novo secretário-geral da UCCLA quer modernizar a instituição “sem preconceitos” e com os olhos nos jovens lusófonos, aprendendo e aplicando o seu mundo nas várias actividades para evitar que esta associação intermunicipal se transforme num museu. Em entrevista à agência Lusa, a primeira desde que tomou posse como secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Outubro, Luís Campos Ferreira disse que encontrou uma instituição com alicerces fortes, que é respeitada, credível e está estruturada. A UCCLA “não precisa de reforçar alicerces, mas precisa de adaptar-se aos novos tempos e às novas gerações”, disse. “Temos de conseguir que as novas gerações não percam as relações que as gerações mais velhas tinham, relações muitas vezes a preto e branco, de tensão, de afectos e desafectos, de encontros e desencontros; mas eram relações, existiam, estavam lá”, defendeu. “Estamos a falar de novos ciclos. Não podemos ficar agarrados ao bem ou ao mal do passado, não é bom para ninguém: Ajustes de contas por um lado e saudosismos por outro (…) não chegam para alimentar as necessidades dos mais novos”, prosseguiu. Sobre a forma como pretende concretizar este impulso junto das gerações mais novas, disse apostar na continuidade dos métodos tradicionais, que “não devem ser abandonados”, como “as ligações entre as universidades”, fomentando eventos musicais, desportivos, culturais “com que os mais novos se identifiquem”. “Mas há um novo mundo. A língua é a mesma, mas há uma nova linguagem” e, nesse sentido, lembrou que os mais jovens têm uma linguagem estética, comportamental, de aprendizagem e de comunicação “diferente” e que “tem a ver com o mundo digital, com as novas realidades, a inteligência artificial, a própria evolução da maneira como os jovens veem a vida e as esperanças que eles têm”. Uma nova linguagem Para Luís Campos Ferreira, o papel da UCCLA deve ser o de acompanhar e fomentar essa nova linguagem, sendo “um espaço de oportunidades dessas novas linguagens”. E exemplificou: “Nós estamos habituados a exposições de pintura tradicional. A arte hoje é muito mais do que isso, a arte digital é um infinito. Nós próprios, tal como na área da economia, muitas vezes temos dificuldades em acompanhar essas evoluções, e falar de bitcoins…, são mundos escuros que muitas vezes temos dificuldades em perceber a lógica e o racional que preside àquilo. O mesmo acontece nas artes”. “Nós devemos, ao nível dos eventos, ao nível da criação de encontros e de culturas, promover que sejam à volta destas novas zonas em que os jovens se identificam e que sabem muito mais que nós sobre isso”, disse. “A UCCLA que eu vim encontrar precisa de partir para aí. Não é por uma questão de moda, não é por uma questão de rutura com o passado e, por isso, de preconceito. É por uma questão de manter vivas estas relações, porque senão transformamo-nos num museu da lusofonia”, advertiu. O próximo ano será “um bom teste” para esta nova forma de comunicar da UCCLA, em que o novo secretário-geral está empenhado, uma vez que a instituição celebra 40 anos, a par de outros três acontecimentos: Os 50 anos da independência da maior parte dos países de língua portuguesa, os 25 anos da transição de Macau e os 500 anos de Camões. “Vamos tentar ter acções muito simples, muito exequíveis, já com o foco nas novas gerações”, disse, acrescentando que as mesmas só terão sentido com jovens, “de idade e de espírito”, que tragam “novas formas de comemorar e de celebrar, que não sejam apenas aquelas cerimónias cheias de talha dourada e já com algum bolor do tempo”.
Tóquio pede a Pequim que proteja os seus cidadãos no aniversário do Massacre de Nanjing Hoje Macau - 13 Dez 2024 O Japão instou ontem a China a reforçar a segurança dos seus cidadãos que vivem e visitam o país, especialmente no contexto do aniversário do Massacre de Nanjing, uma data historicamente sensível para Pequim. A embaixada do Japão na China emitiu um comunicado a alertar os cidadãos japoneses para o aumento do sentimento anti-japonês em dias como este, na sequência de uma série de ataques recentes a cidadãos japoneses, incluindo menores. O Massacre de Nanjing foi um dos episódios mais negros da Segunda Guerra Mundial. Na sua mensagem, a embaixada sublinhou a necessidade de “exercer extrema cautela, evitar comportamentos conspícuos e ser discreto em locais públicos”. No aniversário do massacre, recordam-se os crimes cometidos entre Dezembro de 1937 e Janeiro de 1938, quando as tropas japonesas ocuparam a cidade chinesa com o mesmo nome, matando centenas de milhares de civis e soldados desarmados. Pequim afirma que o número de mortos ultrapassou os 300.000, enquanto os números oficiais japoneses são consideravelmente inferiores, o que deu origem a tensões e controvérsia. Cautela máxima Entre as medidas preventivas recomendadas, o Japão pediu às autoridades chinesas que protegessem as escolas, as empresas e os locais ligados à sua comunidade. As aulas também foram temporariamente suspensas em várias instituições japonesas na China, optando-se por modalidades ‘online’, para garantir a segurança, informou a agência noticiosa japonesa Kyodo. O comunicado da embaixada sublinhou ainda a importância de “respeitar os costumes locais”, “moderar a linguagem e o comportamento em público”, “evitar usar roupas ou transportar objectos que identifiquem o viajante como japonês”, “manter-se alerta em locais com muita gente” e “afastar-se imediatamente de indivíduos ou grupos suspeitos”. “Nos dias relacionados com acontecimentos históricos entre a China e o Japão, é necessário usar de extrema cautela. É essencial estar mais vigilante do que nunca no que diz respeito à segurança ao sair de casa”, lê-se no texto. O aviso do Japão aos seus cidadãos surge na sequência de incidentes violentos registados este ano na China. Em Junho passado, uma mulher japonesa e a sua filha foram esfaqueadas em Suzhou, num incidente que resultou na morte de uma cidadã chinesa que tentou defendê-las, enquanto em Setembro um rapaz japonês foi morto em Shenzhen, durante o aniversário do Incidente de Mukden, um ataque a comboios japoneses provocado por Tóquio em 1931 como pretexto para defender a sua invasão do país vizinho.