Tarifas | Trump anuncia “grandes progressos” nas negociações entre China e EUA

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, congratulou-se no sábado com os “grandes progressos” das negociações com a China, em Genebra, sobre as tarifas.

“Muito boa reunião hoje [sábado] com a China na Suíça. Muitas coisas foram discutidas, muitas coisas foram aprovadas. Foi negociado um ‘reset’ total, de uma forma amigável mas construtiva. Para o bem da China e dos Estados Unidos, queremos que a China se abra às empresas norte-americanas. Foram feitos grandes progressos”, escreveu na rede social Truth Social, da qual é proprietário.

As conversações entre as delegações dos Estados Unidos e da China sobre as tarifas que ameaçam abalar a economia global foram ontem retomadas em Genebra, após a reunião entre representantes dos EUA e da China, disse um responsável à agência Associated Press.

Como sinal da importância do que está em jogo, os dois países enviaram a Genebra, este fim de semana, representantes de alto nível para as conversações: o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante para o Comércio, Jamieson Greer, dos Estados Unidos, e o vice-primeiro-ministro, He Lifeng, da parte chinesa.

“O contacto estabelecido na Suíça é um passo importante para promover a resolução do diferendo”, escreveu a agência de notícias Xinhua antes da reunião.

No mês passado, Donald Trump, aumentou os direitos aduaneiros dos Estados Unidos sobre a China para um total de 145 por cento, e a China retaliou, com uma taxa de 125 por cento sobre as importações norte-americanas.

Tarifas tão elevadas equivalem essencialmente ao boicote dos produtos um do outro, perturbando trocas que, no ano passado, ultrapassaram os 660 mil milhões de dólares.

Na sexta-feira, ainda antes do início das negociações, Trump sugeriu que Washington poderia reduzir as tarifas impostas a Pequim, afirmando, numa publicação na rede social Truth Social: “Tarifas de 80 por cento parecem-me bem! É com o Scott [Bessent]”.

Lula da Silva vai à China em busca de investimentos no meio da guerra comercial

O Presidente brasileiro visita Pequim hoje e amanhã para atrair investimentos, no meio da guerra comercial iniciada com as tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujo principal alvo é a China.

Nesta visita, que se segue à que fez a Moscovo, onde assistiu, sexta-feira, às celebrações do Dia da Vitória sobre o nazismo e se reuniu com Vladimir Putin, Lula da Silva reunir-se-á com o Presidente chinês, Xi Jinping, e participará na quarta reunião do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009 e o Governo enviou com antecedência uma comitiva composta por ministros para preparar a visita de Lula da Silva, cujo objectivo anunciado é atrair investimentos do gigante asiático em projectos de infraestrutura, além de criar alternativas no comércio global.

Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), salientou que a visita acontece num momento delicado e que a China é um parceiro fundamental para o Brasil, mas lembrou que empresários e o Governo brasileiro também trabalham para não perder proximidade com os norte-americanos.

“O Brasil nunca teve uma concentração em um único país em toda a história económica brasileira. A China hoje é dona de 35 por cento das exportações brasileiras e 80 por cento do nosso principal produto, que é a soja, e praticamente 70 por cento de derivados de petróleo (…). A China ocupa um espaço no cenário económico brasileiro muito relevante”, lembrou.

“Porém, mesmo com este espaço, por várias razões, até mesmo por uma identidade cultural com a realidade americana, hoje há também um pedido formal de lideranças brasileiras empresariais de aproximação com as estruturas produtivas, com as cadeias produtivas norte-americanas”, acrescentou Trevisan.

Questionado se a China seria hoje um parceiro no cenário global mais confiável para o Brasil do que os Estados Unidos, avaliação feita pelo assessor internacional especial do Governo brasileiro, Celso Amorim, o especialista reforçou que na relação com os chineses prevalece a ideia “amigos, amigos, negócios à parte”.

“A amizade com a China é uma situação, é uma realidade, mas negócios à parte. A China é hoje o grande comprador das exportações brasileiras”, disse.

“Mas, levando em conta o que nós temos, o nosso histórico, toda a nossa vivência, tudo o que nós temos com a cultura americana, talvez seja um pouco difícil de a gente dizer que nós vamos repentinamente fazer um giro nesse sentido”, completou.

Mapa de vendas

Trevisan pontuou que o Brasil não aderiu à Nova Rota da Seda, um projecto internacional de infraestruturas lançado por Pequim há mais de uma década, e observou que, embora sejam menores, as exportações brasileiras para os Estados Unidos têm maior valor agregado.

“Enquanto nós vendemos ‘commodities’ à China, para os Estados Unidos nós vendemos produtos que têm valor agregado, produtos que geram emprego aqui, produtos que consomem tecnologia, produtos que de alguma forma tornam o Brasil mais actualizado em cadeias globais de produção”, explicou.

Num movimento recente, a China aumentou as compras de soja brasileira devido às tarifas impostas contra os Estados Unidos, outro grande exportador de soja. A substituição da soja norte-americana pela brasileira tem sido citado por associações de produtores dos Estados Unidos, que temem perder o mercado chinês de forma irreversível.

Questionado se isto atrapalha a posição brasileira nas negociações sobre as tarifas de 25 por cento ao aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos, Trevisan avaliou que não. “Os Estados Unidos compreendem que nós estamos vendendo soja, mas a nossa indústria deixou muito claro que pretende continuar assim, mesmo que seja com cotas, bastante próxima da indústria americana”, repetiu.

“Os Estados Unidos provavelmente compreenderão que são negócios momentâneos e que a China se ofereceu para comprar. Outra coisa são laços económicos bem construídos ao longo de décadas com cadeias produtivas”, concluiu.

Índia / Paquistão | China reitera oferta para mediar crise regional

Pequim continua a desenvolver esforços para que o cessar-fogo entre a Índia e o Paquistão se cumpra e seja possível promover um clima de paz duradoura

 

A China reiterou estar disponível para mediar o conflito entre a Índia e o Paquistão e defendeu negociações que levem a um cessar-fogo “integral e duradouro”, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

De acordo com comunicados publicados na manhã de ontem no ‘site’ daquele ministério, Wang Yi falou ao telefone com o homólogo paquistanês, Ishaq Dar, e o conselheiro de Segurança Nacional da Índia, Ajit Doval. Wang declarou, na conversa com Ishaq Dar, o apoio de Pequim ao “Paquistão, para proteger a sua soberania nacional e dignidade”.

O responsável chinês disse esperar que Islamabade “lide com a situação com calma e tome uma decisão que corresponda aos seus interesses fundamentais a longo prazo”. “Sempre que é declarado um cessar-fogo, ambas as partes devem respeitá-lo para evitar que volte a surgir um conflito”, notou.

A China “está disposta a continuar a desempenhar um papel activo a este respeito”, afirmou, acrescentando que um cessar-fogo não só beneficiaria as duas potências nucleares, mas também “ajudaria a paz e a estabilidade regionais”. “E é o que a comunidade internacional espera”, indicou.

Na conversa telefónica com Doval, Wang congratulou-se com a declaração da Índia, que assumiu que “a guerra não é uma escolha sua”, e disse esperar que os dois lados “mantenham a calma e a contenção, gerindo correctamente as diferenças através de negociações e evitando uma escalada do conflito”.

Dar manifestou a disponibilidade do Paquistão para assinar um cessar-fogo, mas avisou que “não vai diminuir a vigilância” e que “vai responder a qualquer violação da soberania territorial” do país. Já Doval afirmou que era necessário levar a cabo acções antiterroristas, após o ataque de Pahalgam, que matou 26 turistas – na maioria indianos -, e que foi o que levou à crise actual.

Saudações globais

Outros líderes mundiais, como o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudaram o acordo de cessar-fogo alcançado entre os dois países, tendo este último afirmado que tal se deveu à mediação norte-americana.

No entanto, apenas três horas após o pacto, a Índia acusou o Paquistão de violação da trégua, ao disparar na fronteira, e anunciou uma “resposta proporcional” das tropas indianas. Islamabade assegurou que foi a Índia a violar os termos assinados e reafirmou o compromisso com o cessar-fogo.

As andorinhas suspensas no ramo frágil de Li Shan

Liu Yuxi (772-842), o poeta de Luoyang (Henan), contemplando os céus reparou em certos pássaros que gostavam de habitar junto das famílias e indiciavam uma permanência dentro da constante mudança das estações. Observando os hábitos das andorinhas e a decadência das classes altas em Jinling, escreveu nos dois últimos versos do poema A rua das mansões das vestes negras:

Sob os beirais dos poderosos Wang e Xie

antes encontravam-se andorinhas,

Agora voando, buscam tantas vezes

as nossas humildes moradas.

Há muito que era reconhecida essa proximidade de que fala, por exemplo, a lenda fundadora da primeira dinastia de que há registos escritos e que está na origem da linhagem dos Shang (c. 1500-1050 a. C.) com a capital em Yin (actual Anyang, Henan).

Aí, segundo o historiador Sima Qian, uma mulher chamada Jiandi teria comido um ovo de andorinha (yan), antes chamada simplesmente xuanniao, «pássaro negro», dando depois à luz um varão chamado Xie, que foi o antepassado dos fundadores da dinastia. Ao longo do tempo, em diversas artes como a arquitectura, a pintura ou a poesia, desdobraram-se repetidas referências a essa relação de percebida amizade com os pássaros negros.

Em tempos de inquietação, como os que se seguiram à transição dinástica Ming-Qing em que pintores identificados com os perdedores e pertencentes à anterior família reinante, como Zhu Da (1626-1705) conhecido como Bada Shanren, encontraram novas, expressivas, formas de representação aproveitando a fluidez do traço do pincel caligráfico apurado ao longo das dinastias Tang e Song e que nos Ming Dong Qichang tornaria um ideal.

No epítome da sua velocidade, esse traço era designado feiba, o «branco voador», o que deixava no papel apenas os vestígios da passagem do pincel. Um pintor de Xinghua (Yangzhou, Jiangsu) admirador de Bada Shanren mostrou em várias pinturas a mesma atitude independente de cânones que levaria a que fosse considerado como um dos Yangzhou baguai, «os oito excêntricos de Yangzhou».

Li Shan (1686- c.1756) que usaria o nome artístico Futang, que se pode traduzir como «recuperador de relações familiares», no rolo vertical Andorinhas (tinta e cor sobre papel, 134,9 x 33 cm, no Metmuseum) pintou devagar, com cuidado duas andorinhas pousadas num ramo feito com a espontaneidade da rapidez do traço usado para escrever com o pincel.

E tal como em muitas pinturas de Bada Shanren, as palavras que nele estão escritas operam em harmonia com a figuração, e tal como as andorinhas no ramo dependem uma da outra. Neste rolo Li Shan escreveu: «Assim que chega o Outono os salgueirais começam a murchar, cruelmente,/ Como é que eles se comparam à brisa primaveril e ao canto das andorinhas?/ Não irei pintar de novo a dor das andorinhas pelo regresso do Outono;/ Neste mundo as separações e as partidas são o mais dificíl.»

Osaka 2025 | Arquitecto japonês Kengo Kuma considera IA amiga da arquitectura

O arquitecto japonês Kengo Kuma afirma em entrevista à Lusa que quis mostrar a singularidade entre Portugal e o Japão no projecto do Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka e considera a IA (inteligência artificial) amiga da arquitectura.

Questionado sobre se a inteligência artificial (IA) é amiga ou inimiga da arquitetura, Kengo Kuma opta pela primeira opção. “Sim, é uma amiga”, até porque na verdade no processo de design “estamos a trabalhar com a IA”.

A inteligência artificial “é uma equipa muito forte entre nós” e “gostamos de trabalhar” com esta tecnologia, refere. “Quisemos mostrar a relação com o oceano em Portugal”, diz Kengo Kuma, quando questionado qual foi a inspiração do projecto. Portugal participa na Expo Osaka com o tema “Oceano, Diálogo Azul” e está situado na zona “Empowering Lives”, num lote com 1.836,75 metros quadrados, ficando perto do Pavilhão do Japão.

O projecto de Kengo Kuma expressa a dinâmica do momento oceânico, utilizando 9.972 cabos suspensos que pesam mais de 60 toneladas, e redes recicladas para criar um efeito perene e exposto aos elementos naturais como o sol e o vento, de acordo com a organização.

Ligações ao mar

A vida de Portugal e do Japão está “muito ligada com o oceano”, no sentido em que “comemos peixe, viajamos muito pelos oceanos e a história e a vida estão intimamente ligadas ao oceano”, acrescenta o arquitecto. Há esta “singularidade de Portugal e do Japão e queremos mostrar” essa semelhança entre os dois países.

O volume do Pavilhão de Portugal é caracterizado por uma instalação cénica que simboliza a praça superior suspensa como uma onda.

“Este design é muito, muito novo para a história da arte. Há muito tempo tentamos usar linhas como um recurso para a navegação. Com essas linhas, tentamos mostrar a beleza dos fenómenos naturais”, no mar “vemos a luz natural e a brisa”, explica.

“Tentámos trazer esse tipo de fenómeno natural para a Expo, talvez seja a primeira tentativa na história da Expo de trazer a própria natureza para o pavilhão”, sublinha o arquitecto. Sobre o que vai acontecer ao pavilhão depois de terminar a Expo, o arquitecto diz querer levar a diversidade do projecto (que inclui cabos de diversos diâmetros e comprimentos) para diferentes lugares.

“Quero levar essa diversidade para diferentes lugares” e “agora estamos a planear trabalhar com alguns artistas” sobre isso. Kengo Kuma adianta que o projecto do Matadouro, no Porto, está a concluir-se e que tem mais dois projectos em Portugal.

O arquitecto diz adorar o lado das grandes cidades em Portugal, mas também o lado montanhoso e o oceano do país. “Queremos desfrutar da diversidade de Portugal”, sublinha.

Criar memórias

Questionado como é que se pode tornar actualmente a arquitectura mais sustentável, Kengo Kuma considera que “o mais importante para a sustentabilidade é deixar a memória da arquitectura para sempre”. Ou seja, “a arquitectura, a vida, basicamente, não são tão permanentes”.

Contudo, “podemos deixar a memória da arquitectura para sempre, que é a conexão entre arquitectura e humanidade” e isso “é o mais importante para a sustentabilidade”, remata. Instado a comentar a polémica à volta da sua escolha para projectar o Pavilhão Português, o arquitecto salienta que tem um escritório internacional que trabalha em Portugal.

“Talvez seja por isso que fomos convidados”, conclui. Sobre os desafios que a arquitectura enfrenta actualmente, Kengo Kuma refere que o seu custo está a aumentar “drasticamente” e que todos querem reduzi-lo.

“Mas, ao mesmo tempo, as pessoas querem criar um novo monumento” para este pilar. “E o custo e a monumentalidade devem andar juntos” na actualidade. A Expo 2025 decorre desde 13 de Abril e vai até 13 de Outubro na ilha artificial de Yumeshima, localizada na orla de Osaka, Kansai, no Japão.

Veneza recebe “Mundos Paralelos”, de Macau, na Bienal de Arquitectura

Foi inaugurada na última quinta-feira, em Veneza, na 19.ª Bienal de Arquitectura, a mostra “Mundos Paralelos”, que representa Macau na Bienal e que se trata de um projecto levado a cabo pelo fotógrafo Iwan Baan com estudantes de arquitectura da Universidade de São José (USJ). A curadoria faz-se ainda com Wang Shu, o último prémio Pritzker, e Lu Wenyu.

Trata-se de uma mostra que revela a coexistência de “mundos paralelos” em Macau, combinando “imagens da paisagem urbana de Macau captadas pelo famoso fotógrafo de arquitectura humanista Iwan Baan e instalações criadas pelos professores e alunos da Faculdade de Arquitectura da Academia de Artes da China e da Faculdade de Arquitectura e Design da Universidade de São José de Macau”. Desta forma, representa-se “o tecido urbano da cidade onde as culturas chinesa e ocidental, os estilos antigo e novo coexistem há mais de 400 anos”, destaca uma nota do Instituto Cultural (IC).

Há, nesta mostra, quatro “mundos paralelos”, nomeadamente “o espaço profundo da cidade histórica, a arquitectura hoteleira que corporiza a fusão entre Oriente e Ocidente, a ordem geométrica da cidade moderna, representando o seu vibrante desenvolvimento; e a projecção futura de uma cidade digitalizada e intangível, que define uma visão inovadora para Macau”.

Revelar o património

Segundo o IC, “através da fotografia aérea e de uma perspectiva única, Iwan Baan demonstrou a relação entre a arquitectura, a paisagem urbana e o ambiente natural de Macau, sendo altamente envolvente e narrativa”. Já “os jovens das faculdades de arquitectura do interior da China e de Macau trouxeram para a exposição diversas instalações criativas que fornecem ideias para o futuro desenvolvimento da arquitectura urbana de Macau”.

Leong Wai Man, presidente do IC, disse no seu discurso, em Veneza, que “o património cultural mundial com foco no Centro Histórico de Macau e os edifícios modernos espalhados pela cidade mostram a harmonia entre o passado e o presente, constituindo uma representação vívida da integração das culturas chinesa e ocidental”, sendo que esta exposição em Veneza “reflecte exactamente o precioso conteúdo cultural de Macau”.

A exposição “Mundos Paralelos” pode ser vista até ao dia 23 de Novembro deste ano no Arsenale, Campo della Tana, Castello 2126/A, 30122, em Veneza.

Teatro MGM | Concerto sinfónico sobre o filme “Frozen”, da Disney, no final do mês

O Teatro MGM acolhe, nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, o concerto sinfónico inteiramente dedicado ao filme de animação da Disney “Frozen”, a pensar no Dia Mundial da Criança, que se celebra precisamente no primeiro dia de Junho. A música está a cargo da Orquestra de Macau

 

Os mais pequenos e fãs do filme “Frozen”, da Disney, terão oportunidade de ver e ouvir um concerto inteiramente dedicado à história e personagens desta produção, tratando-se de uma iniciativa para celebrar o Dia Mundial da Criança, efeméride que se comemora a 1 de Junho. O concerto, acolhido pelo Teatro MGM nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, decorre, respectivamente, às 20h e 15h.

Com co-organização do Instituto Cultural (IC), trata-se, segundo uma nota deste organismo, de “um concerto encantador e fantástico, que combinará a música sinfónica ao vivo com a tecnologia cénica, levando crianças e amigos adultos de Macau ao mágico mundo gelado”.

O som fica a cargo da Orquestra de Macau (OM), que interpretará ao vivo “várias músicas icónicas da banda sonora da animação, sincronizadas com imagens projectadas num ecrã ultra-HD gigante de 900 metros quadrados e 28 milhões de pixéis, instalado no teatro, com o sistema de som envolvente L-ISA de 19.1 canais”.

Desta forma, com o uso da tecnologia, a “fusão de som e imagem criará uma experiência imersiva que transporta espectadores para um reino fascinante de gelo e neve”, verificando-se “a excelência dos equipamentos cénicos e audiovisuais de nível internacional” no espaço escolhido para os dois espectáculos, o Teatro MGM. Segundo a nota do IC, esta sala de espectáculos foi, no ano passado, reconhecida oficialmente pela Disney como espaço para realizar os concertos da Disney em Macau.

Vozes e dobragens

O concerto conta com um “elenco de excelência, reunindo músicos e cantores de topo provenientes de Macau e do exterior”, sendo dirigido pelo maestro assistente da OM, Tony Cheng-Te Yeh. Já as músicas da animação serão interpretadas pela OM e vários “cantores de renome internacional”, tais como Alyssa Fox, que interpretou Elsa na digressão norte-americana do musical da Broadway “Frozen”; Ray Liu, que dobra e canta a voz de Anna na versão mandarim da animação, RJ Woessner, que dá vida às personagens Kristoff e Hans e, CJ Tan como Olaf, bem como o grupo vocal SEMISCON Vocal Band.

O filme “Frozen” estreou em 2013 e “conquistou o mundo”, tendo ganho o Óscar de Melhor Filme de Animação. Destaque para a canção, retirada da banda sonora do filme, “Let it Go”, que se tornou um sucesso à escala global. Há também outros grandes sucessos musicais que saíram do filme “Frozen”, como “Do You Want to Build a Snowman?” e “For the First Time in Forever”, que tiveram o poder de “cativar audiências de todas as idades”.

“Let It Go” recebeu o Óscar de Melhor Canção Original na 86.ª edição dos Prémios da Academia e arrecadou três importantes galardões no 57.º Grammy Awards.

Telecomunicações | Licenças 3G terminam a 4 de Junho

As licenças 3G de telecomunicações terminam já a 3 de Junho, depois do Governo ter prolongado a sua validade em 2022, por dois anos. Desta forma, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) apela a que as quatro operadoras de serviços de telecomunicações móveis de Macau garantam uma transição suave das redes 3G para 4G ou 5G junto dos clientes.

Segundo um comunicado dos CTT, foram já realizadas “várias rondas de reuniões com as operadoras”, tendo estas sido incentivadas a “elaborar planos para garantir uma transição tranquila dos utilizadores de 3G para os serviços 4G ou 5G”.

Na mesma nota, “os CTT apelam aos cidadãos e comerciantes que ainda utilizam o serviço 3G para que contactem, com a maior brevidade possível, as respectivas operadoras, a fim de se informarem sobre as condições de transição para os serviços 4G ou 5G e escolherem o serviço mais adequado às suas necessidades”.

Além disso, destacam os CTT, “é importante que os cidadãos e comerciantes confirmem se os seus telemóveis ou outros dispositivos terminais suportam a tecnologia 4G ou 5G, para a utilização de chamadas de voz, pois os equipamentos devem ser compatíveis com a funcionalidade VoLTE”, caso contrário, “após a cessação da rede 3G, deixará de ser possível utilizar o serviço de chamadas de voz”.

“Os CTT continuarão a manter uma comunicação estreita com as operadoras, prestando aos utilizadores o apoio necessário para garantir uma transição tranquila”, lê-se ainda.

Galaxy | Eileen Lui nomeada directora-executiva

Eileen Lui Wai Ling é a nova directora-executiva da Macau Galaxy Entertainment Group Ltd, foi anunciado na última sexta-feira, tendo também começado a exercer as funções nesse mesmo dia. Eileen Lui é irmã mais nova de Francis Lui, presidente da Galaxy, e de Paddy Tang Lui, director-executivo da operadora.

A responsável entrou para o grupo ligado ao sector do jogo, hotelaria e entretenimento em 1993, ainda antes da entrada da Galaxy na área do jogo. Além do cargo de directora-executiva, Eileen Lui foi também nomeada membro do conselho executivo da empresa. Esta era, até à data, directora da área de recursos humanos e de administração da Galaxy. As informações constam no comunicado que a Galaxy enviou à Bolsa de Valores de Hong Kong e são citadas pelo portal GGRAsia.

A empresa informou que Eileen Lui não foi nomeada para um mandato específico, sendo um cargo sujeito a “reforma por rotatividade e reeleição” nas assembleias gerais anuais da empresa.Irá ganhar 6,37 milhões de patacas por ano em salários e subsídios, incluindo comissões anuais e bónus.

O pagamento é determinado consoante “as funções e responsabilidades na Galaxy Entertainment”, tendo ainda em conta “o desempenho e rentabilidade da empresa, política de remuneração e referência de mercado”, segundo o mesmo comunicado.

Jogo | Melco duplica lucros no primeiro trimestre de 2025

A operadora de jogo Melco anunciou lucros de 32,5 milhões de dólares no primeiro trimestre, mais do dobro do registado no mesmo período de 2024, e um aumento de 11 por cento das receitas

 

Durante os três primeiros meses deste ano os lucros da Melco Resorts and Entertainment mais que duplicaram, passando de 15,2 milhões de dólares para 32,5 milhões de dólares.

Num comunicado enviado na quinta-feira à noite à bolsa Nasdaq, em Nova Iorque, o grupo sublinhou que as receitas aumentaram 11 por cento, atingindo 1,23 mil milhões de dólares. Nos primeiros três meses do ano, os casinos de Macau registaram receitas totais de quase 57,7 mil milhões de patacas, mais 0,6 por cento do que no mesmo período de 2024.

As apostas no segmento de massas nos casinos da Melco em Macau atingiram 2,68 mil milhões de dólares, mais 3 por cento do que nos primeiros três meses de 2024. Já as apostas dos grandes jogadores, no chamado segmento de jogo VIP, aumentaram 6,3 por cento para 6,05 mil milhões de dólares.

O presidente e CEO da Melco Resorts, no comunicado que acompanhou a divulgação dos resultados, realçou a capacidade de crescimento do mercado de Macau.

“Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) das propriedades de Macau cresceu 32 por cento em relação ao trimestre anterior, demonstrando a nossa força e potencial de crescimento em Macau”, indicou Lawrence Ho, acrescentando que o segmento de massas aumentou todos os meses ao longo do trimestre, registando resultados recorde.

“A força contínua que estamos a observar na nossa dinâmica empresarial é resultado directo dos esforços combinados das nossas equipas e da qualidade das nossas ofertas de produtos, e continuaremos a desenvolver esta dinâmica”, indicou.

Ovos noutras cestas

Além do mercado de Macau, a Melco Resorts and Entertainment tem casinos nas Filipinas, Chipre e está a finalizar a construção de um resort integrado no Sri Lanka.

“O City of Dreams Manila foi afectado pelo aumento da concorrência no mercado, enquanto os resultados do City of Dreams Mediterranean e dos nossos casinos-satélite em Chipre apresentaram um sólido crescimento sequencial e anual, apesar dos contínuos desafios colocados pelos conflitos na região. E, finalmente, os acabamentos do casino City of Dreams Sri Lanka estão a progredir bem e continuamos a esperar iniciar as operações do casino no terceiro trimestre de 2025.”

Recorde-se que nas últimas concessões de jogo, o Governo exigiu às concessionárias a aposta em elementos não-jogo e na atracção de visitantes estrangeiros de forma a diversificar a clientela e não depender exclusivamente dos apostadores chineses. Nesse sentido, a Melco prevê gastar cerca de 10 mil milhões de patacas no segmento não-jogo numa década, incluindo no “único parque aquático em Macau com instalações interiores abertas durante todo o ano”.

Na quarta-feira, a empresa relançou, no hotel-casino City of Dreams, o maior espectáculo permanente do território, The House of Dancing Water, que estava suspenso desde Junho de 2020, devido à pandemia de covid-19. Com Lusa

Crime | Detido por extorquir dinheiro a prostituta

Um residente foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por se fazer passar por um agente da autoridade para extorquir dinheiro a uma prostituta natural do Interior da China, tirando-lhe três mil patacas.

Segundo o jornal Ou Mun, o caso ocorreu na quarta-feira, tendo a PJ interceptado a prostituta na zona do NAPE. Aí, durante a investigação, a mulher revelou que no dia em que foi apanhada pelas autoridades tinha sido antes extorquida por um agente da polícia, que lhe disse que ou pagava esse valor ou seria levada para a esquadra. Uma vez que o suspeito mostrou um cartão de identificação, a mulher deu-lhe o dinheiro, não tendo existido qualquer envolvimento sexual entre ambos.

Depois de terem sido verificadas as câmaras de videovigilância situadas no local, a PJ percebeu que o cartão usado pelo suspeito remete para uma formação já feita na área da segurança ocupacional para a construção civil, nada tendo a ver com as autoridades policiais.

A PJ percebeu que o suspeito, morador na zona do Patane, tinha antecedentes criminais por roubo e usurpação de funções. O caso foi agora encaminhado para o Ministério Público, estando o homem suspeito das práticas de extorsão e de usurpação de funções.

Tabaco | Ron Lam exige calendarização para alterações à lei

Depois de o Governo ter anunciado, nos debates sobre as LAG, mudanças à actual lei de controlo e prevenção do tabagismo, eis que o deputado Ron Lam exige das autoridades um calendário concreto para a implementação de novas medidas, como a criação de mais espaços ao ar livre sem fumo ou a proibição do consumo de “shisha”

 

O deputado Ron Lam U Tou interpelou o Governo sobre o calendário para as novas alterações ao regime de prevenção e controlo do tabagismo, que passam pelo aumento do número de áreas ao ar livre em que é proibido fumar ou a proibição de se fumar enquanto se caminha. As alterações podem também passar pela proibição da tradicional “shisha” em bares, conforme já foi referido por Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, no contexto da apresentação do relatório sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano.

Ron Lam U Tou espera, assim, que o Governo avance datas concretas para rever a lei e possa também dar a conhecer os detalhes de todas estas novas proibições. O deputado argumenta, na interpelação escrita, que a alteração a esta lei não consta na lista de projectos legislativos para este ano, daí questionar o calendário do Executivo.

Em relação ao imposto sobre o tabaco, o deputado lembrou que não aumenta desde 2015, mantendo-se nos 60 por cento. Ron Lam U Tou defende que o imposto deve aumentar, pois está longe dos 75 por cento de imposto sobre a venda, taxa que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera mais eficiente para travar o consumo.

“O aumento do imposto é mais eficaz para reduzir o número de fumadores mais jovens, além de ser a forma mais eficiente para reduzir a proporção de fumadores. O Governo disse que esta taxa poderia ser alterada oportunamente aquando da revisão do regime de prevenção e controlo do tabagismo em 2022, porque é que não houve avanços concretos? Se o Governo planeia aumentar o imposto até ao valor recomendado pela OMS, qual é o calendário?”, questiona.

Não aos electrónicos

Na sua interpelação, Ron Lam U Tou destacou que o último Relatório de Acompanhamento e Avaliação do Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo, revelou o “problema sério do consumo de cigarros electrónicos por parte de estudantes, em 2021”. Além disso, mostrou que o consumo deste tipo de cigarros aumentou de 2,6 por cento em 2015 para quatro por cento nesse ano.

Em 2022, o Executivo proibiu a publicidade, promoção e patrocínio a este tipo de produto, mas o deputado considera ser necessário estabelecer uma data de proibição para travar o aumento do consumo.

“Será que o Governo pode elaborar um período de transição e um prazo para a proibição do consumo de cigarros electrónicos, para que se possa intervir no consumo, sobretudo reduzir o contacto por parte dos jovens?” perguntou na interpelação escrita.

Ron Lam também sugeriu que os novos produtos de tabaco, tal como cigarros de ervas, saquetas de nicotina e a tradicional “shisha” possam ser incluídos na lista de proibição de produtos importados e compras, também com um prazo de transição e de proibição efectiva, para que haja uma adaptação por parte de pessoas e negócios.

Consumo | “Grande Prémio” gera quase 700 milhões em compras

O “Grande Prémio para o Consumo nas Zonas Comunitárias 2025”, criado para aumentar o comércio em zonas menos turísticas, já gerou quase 700 milhões de patacas em consumo local, destaca uma nota da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT).

A actividade, que já vai na sétima semana de funcionamento, tem tido números satisfatórios, segundo o Governo: o montante total de benefícios electrónicos emitidos foi de 180 milhões de patacas, dos quais 160 milhões foram utilizados, impulsionando o consumo em Macau no valor total de cerca de 640 milhões de patacas, explica a DSEDT.

Além disso, até ao dia 4 de Maio, mais de 100 mil idosos carregaram os seus cartões “Macau Pass” para obter os benefícios de desconto imediato em lojas locais, dos quais já foram utilizados mais de 22 milhões de patacas, impulsionando assim, [o consumo] em, aproximadamente, 45 milhões de patacas, lê-se na mesma nota.

Advocacia | Cerca de 30 advogados deixam de exercer por ano

Entre 20 a 30 advogados submetem anualmente à Associação dos Advogados de Macau pedidos para suspender a actividade e deixar de exercer advocacia, revelou o presidente da associação e deputado Vong Hin Fai.

À margem de um evento desportivo organizado pela associação, o representante do sector explicou que parte destes profissionais que deixam de exercer na RAEM são oriundos de países de língua portuguesa.

Muitos entregam o pedido de suspensão de actividade porque “pretendem deixar Macau”, afirmou Vong Hin Fai, citado pelo canal chinês da Rádio Macau. O presidente da associação revela ainda que, nos últimos anos, o número de profissionais a exercer advocacia em Macau tem ficado acima dos 400, destes cerca de um quarto são de países de língua portuguesa.

No contexto regional, a associação dá conta de cerca de 80 advogados de Macau que estão registados para poder trabalhar na Grande Baía.

TNR | Governo recusa fixar proporção para “trabalhos indesejados”

O Governo não irá fixar uma proporção de trabalhadores não-residentes que as empresas podem contratar, nomeadamente para trabalhos “que poucos residentes desejam exercer”. No primeiro trimestre do ano, mais de 2.500 pessoas foram contratadas com o apoio do Executivo, metade tinha menos de 34 anos

 

O Governo não considera “apropriado estabelecer rigidamente uma proporção para o número de trabalhadores residentes ou não-residentes a contratar pelas empresas, nomeadamente para os postos de trabalho que poucos residentes desejam exercer”, indicou o director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Chan Un Tong, em resposta a uma interpelação escrita de Song Pek Kei.

A deputada ligada à comunidade de Fujian alertava para os “muitos postos de trabalho de linha da frente procurados por residentes e licenciados”, que acabam por ser desempenhados por trabalhadores não-residentes” (TNR) nas empresas de jogo, turismo e lazer.

No entanto, o director da DSAL refere que é feito “um ajustamento mais flexível e pragmático na apreciação dos pedidos de TNR”, “em articulação com a criação do Centro mundial de turismo e lazer de Macau, bem como as necessidades do desenvolvimento socioeconómico”.

Neste sentido, Chan Un Tong sublinha que o princípio fundamental da importação de mão-de-obra “é garantir que os trabalhadores residentes tenham prioridade no acesso ao emprego e que os seus direitos e interesses laborais não sejam lesados”. O director da DSAL indica que em todas as circunstâncias, desde que haja residentes interessados que preencham os requisitos para o desempenho de cargos, as empresas devem dar sempre prioridade à sua contratação.

Dias de feira

Um dos pontos fulcrais da interpelação escrita da deputada Song Pek Kei prendia-se com a dificuldade na entrada no mercado de trabalho sentida por jovens recém-licenciados. O director da DSAL respondeu com números. No primeiro trimestre deste ano, 2.570 candidatos a emprego foram “contratados através das medidas de apoio ao emprego da DSAL, dos quais, cerca de 50 por cento eram jovens com idade igual ou inferior a 34 anos”.

Entre os eventos de emparelhamento, ou os planos de contratação por empresas de turismo e lazer, Chan Un Tong realçou a realização da “Feira de Emprego para Jovens”, que acontece no final do ano lectivo de forma a atrair recém-graduados do ensino superior para participar em entrevistas de emprego.

Em simultâneo, a Direcção dos Serviços de Assuntos de Subsistência da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, deslocou-se às instituições de ensino superior chinesas onde estão inscritos mais jovens de Macau, a fim de promover planos de estágio e de aprendizagem de Macau, Hengqin e outras províncias e cidades do Interior da China.

Transportes | Song Pek Kei exige melhoria do serviço nos feriados

A deputada Song Pek Kei interpelou o Executivo sobre a necessidade de melhorar o serviço de transportes públicos nos dias feriados, nomeadamente no que diz respeito aos autocarros e táxis.

A deputada, representante da comunidade de Fujian, recordou que durante a semana dourada do Dia do Trabalhador, 1.º de Maio, registaram-se grandes ajuntamentos de pessoas nas paragens de autocarros nos diversos postos fronteiriços de Macau e pontos turísticos da cidade, mesmo que as empresas tenham proporcionado maior oferta de transporte, com mais carreiras.

“Durante os feriados, com o aumento do número de turistas, será que o Governo pode aumentar a frequência dos autocarros, para que haja uma melhor resposta no período de pico e se garanta um maior equilíbrio entre a oferta e procura por parte de residentes e turistas?”, questiona Song Pek Kei.

A deputada pede ainda que as autoridades reforcem o combate ao abuso de tarifas por parte dos taxistas nos dias feriados, além de divulgar os resultados de um estudo elaborado sobre o futuro aumento do número de táxis no futuro.

Governo | Xia Baolong salienta bom começo de Sam Hou Fai

O director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado está na RAEM até amanhã. Em reunião com o Chefe do Executivo, Xia Baolong saudou o “bom começo” da governação de Sam Hou Fai, “que cumpre com determinação o espírito consagrado nos discursos importantes do presidente Xi Jinping”

 

A agenda de Xia Baolong na visita de inspecção a Macau tem sido intensa. No território desde quinta-feira, o director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) e director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado reuniu com Sam Hou Fai na sexta-feira de manhã.

Segundo o Gabinete de Comunicação Social (GCS), Xia Baolong afirmou que o Chefe do Executivo “cumpre com determinação o espírito consagrado nos discursos importantes do presidente Xi Jinping proferidos durante a sua visita a Macau, e as políticas e planos do governo central”.

O representante do PCC salientou o “bom começo” da governação de Sam Hou Fai e mencionou as Linhas de Acção Governativa, “com conteúdos abrangentes cobrindo todas as áreas governativas” e que “destacam um espírito empenhado e corajoso”, merecendo “o reconhecimento e apoio total do Governo Central”.

Por seu lado, Sam Hou Fai garantiu que o seu Executivo “estudou, compreendeu e complementou, de forma activa e plena, o espírito consagrado nos discursos do presidente Xi Jinping”.

Na parte da tarde, Xia Baolong reuniu na sede do Governo com “representantes de várias associações locais com amor à pátria e a Macau”, acompanhado pelo secretário para a Administração e Justiça, André Cheong. O Governo não revelou as entidades envolvidas neste evento.

Segundo o secretário, o representante do PCC apontou que os vários sectores da sociedade de Macau devem convergir forças para promover o desenvolvimento da diversificação adequada da economia, devendo ter sempre em mente esta tarefa e a consciência de se “preparar para a adversidade em tempos prósperos”.

O que aí vem

No sábado de manhã, Xia Baolong fez um passeio de barco ao longo da costa “para observar as áreas marítimas de Macau”, acompanhado pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, por Sam Hou Fai, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam Vai Man e director geral dos Serviços de Alfândega, Adriano Marques Ho. O director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau ficou a conhecer a “situação dos novos aterros, e o planeamento relativo aos projectos do bairro internacional turístico e cultural integrado de Macau, do parque industrial de investigação e desenvolvimento de ciências e tecnologias e do aterro para resíduos ao largo das praias de Coloane.

Depois do passeio marítimo, Raymond Tam disse que “Xia Baolong manifestou grande atenção à melhoria do ambiente dos bairros antigos e ao aumento da qualidade de vida da população”.

A agenda de Xia Baolong na manhã de sábado incluiu “um encontro de recepção com representantes da geração mais velha que amam a pátria e Macau”, nomeadamente antigos membros da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Após este encontro, o responsável visitou “o Templo de A-Má, manifestando-se atento à exploração e transmissão da história e cultura de Macau. Enquanto esteve nas redondezas, aproveitou ainda para passar pelo Museu Marítimo, “para se inteirar da evolução da história marítima de Macau”.

À tarde, Xia Baolong, acompanhado pelo Chefe do Executivo, observou ainda os vários lotes de terrenos planeados para receber projectos de construção, e assistiu à apresentação das propostas pelo secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip e pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam.

O responsável foi também ao “Pavilhão do Panda Gigante de Macau para se inteirar das instalações e equipamentos do Pavilhão e o seu funcionamento”. O director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado vai continuar a visita de inspecção do território até amanhã.

Índia ameaça “resposta muito forte” contra qualquer novo ataque do Paquistão

O ministro dos Negócios Estrangeiros indiano avisou ontem que um novo ataque do Paquistão provocará uma “resposta muito forte” da Índia, um dia depois do confronto militar mais violento das últimas duas décadas entre os dois países.

“Não é nossa intenção provocar uma nova escalada” do conflito, disse Subrahmanyam Jaishankar, na abertura de um encontro com o homólogo iraniano, Abbas Araghchi. “Mas se formos atacados, não há dúvida de que responderemos com muita firmeza”, assegurou.

A ameaça é feita um dia depois de o Paquistão ter garantido que vai vingar os mortos causados pelos ataques aéreos indianos que, segundo Nova Deli, foram uma resposta a um ataque em Caxemira. “Estamos empenhados em vingar cada gota de sangue destes mártires”, frisou o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, num discurso à nação na quarta-feira à noite.

Em crescendo

Nas últimas duas semanas, a tensão entre a Índia e o Paquistão tem crescido, na sequência de um atentado, a 22 de Abril, em Pahalgam, uma cidade turística na parte indiana da região disputada de Caxemira, no qual morreram 26 pessoas.

A Índia acusou o Paquistão de apoiar o grupo extremista que responsabilizou pelo ataque, uma acusação que Islamabade negou veementemente.

Depois de várias medidas diplomáticas e uma série de incidentes ao longo da fronteira que separa os dois países em Caxemira, Nova Deli lançou, na terça-feira à noite, ataques contra três zonas do Paquistão, que, segundo o Governo indiano, constituíam “locais terroristas”, na província de Punjab.

Poucas horas depois, o Governo paquistanês anunciou ter abatido vários aviões militares indianos e, na quarta-feira de manhã, uma sequência de bombardeamentos realizados por Islamabade e Nova Deli provocou pelo menos 38 mortos, no maior confronto dos últimos 20 anos.

Ontem, a Índia anunciou que 13 civis morreram e 59 ficaram feridos na Caxemira em retaliação pelo ataque paquistanês lançado na quarta-feira sobre o seu território e o Paquistão afirmou que abateu um drone indiano em Lahore.

O Irão ofereceu-se para mediar o conflito entre as duas potências nucleares, tendo o ministro responsável pela diplomacia de Teerão reunido com responsáveis do Governo paquistanês na segunda-feira. À chegada à Índia, Abbas Araghchi admitiu que espera que “as partes tenham moderação para evitar uma escalada de tensões na região”. O Irão mantém boas relações com a Índia e com o Paquistão, com o qual faz fronteira.

Manifestação contida

Durante a “semana dourada”, no 1.º de Maio (Dia do Trabalhador), o centro da cidade de Macau estava inundado por uma multidão, no entanto, o ambiente era contraditório e as pequenas e médias empresas (PMEs) continuam a lutar pela sobrevivência. No primeiro trimestre de 2025 a taxa de desemprego global (1,9 por cento) e a taxa de desemprego dos residentes (2,5 por cento) aumentaram 0,2 pontos percentuais, face aos indicadores do quarto trimestre de 2024.

Estes números indicam que o mercado de trabalho de Macau está a sofrer o impacto da recessão económica e o influxo de trabalhadores estrangeiros. As numerosas lojas que fecharam em áreas residenciais reflectem claramente a desolação económica. Embora o “Grande Prémio para o Consumo nas Zonas Comunitárias 2025” pareça funcionar como um acelerador temporário, não ataca a raiz do problema.

Existe descontentamento social em relação à administração do Governo da RAEM, no entanto, no 1.º de Maio, exceptuando a situação de um cidadão que foi levado pela Polícia para ser investigado no Ministério Público por ter protestado sem avisar a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), não se registaram manifestações nem protestos. À medida que as queixas do público se acumulam, a atmosfera social tornou-se visivelmente mais silenciosa. E isso será bom ou mau?

A comunicação social revelou que o grupo “Poder do Povo” tinha notificado o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) da sua intenção de organizar uma manifestação de protesto no 1.º de Maio, de acordo com as disposições da lei do “Direito de Reunião e de Manifestação”. Os agentes da polícia “expressaram a sua preocupação repetidamente, promovendo diversas reuniões com membros do grupo para analisarem a situação e tomarem as medidas necessárias” bem como para “os avisar das várias possibilidades perante “situações incontroláveis” que os levariam a ter de assumir a “responsabilidade solidária” ou, caso contrário, arriscarem-se a violar a “Lei relativa à Defesa da Segurança do Estado da RAEM”. Finalmente, os dois principais membros do “Poder do Povo” sentiram o peso da pressão invisível e relutantemente optaram por apresentar uma carta onde expunham os seus pontos de vista à DSAL.

Um artigo de outro jornal elogiava o CPSP pela forma com que lidou com este caso. Afirmava que o CPSP tinha aperfeiçoado significativamente a sua capacidade para desactivar “o protesto planeado para o 1.º de Maio”, e acreditava que o CPSP, que supervisiona protestos e manifestações de acordo com a lei, tinha adoptado uma abordagem de “apresentação de prós e contras” para neutralizar um protesto inflamado de forma branda, eliminando possíveis perturbações sociais que daí adviessem. Por um lado, o CPSP respeitou totalmente os direitos dos residentes a protestarem e a manifestarem-se e não rejeitou explicitamente a notificação apresentada pelo grupo “Poder do Povo”. Por outro lado, o CPSP usou a persuasão para convencer o grupo a cancelar o “protesto do 1.º de Maio”.

Algumas pessoas tornam-se condescendentes e pensam que a cidade fica mais pacífica sem protestos nem manifestações, e este pensamento é o que mais me preocupa.

Alguém com um mínimo de bom senso compreenderá que a acumulação de descontentamento social não é uma força motivadora, mas sim uma força destrutiva. A promulgação da lei do “Direito de Reunião e de Manifestação” destinou-se a salvaguardar a liberdade dos residentes para se manifestarem e protestarem, como garantido pela Lei Básica de Macau, e não para os proibirem.

Antigamente, o Governo da RAEM comunicava efectivamente com os organizadores de protestos e de manifestações e coordenava muito bem estes eventos. Infelizmente, nos últimos anos, as autoridades têm estado muito nervosas ou então guiadas pelas suas próprias prioridades; e muitas vezes empolgam os assuntos e remetem-nos apressadamente para o nível da segurança nacional. Se uma ligeira tosse está condenada a causar um vírus altamente contagioso e fatal, desperdiça-se muita mão de obra e muitos recursos e sufoca-se a vitalidade da sociedade!

Uma floresta sem qualquer som é aterrorizadora e um rio silencioso está cheio de presságios assassinos. Uma sociedade não pode sobreviver sem algum ruído.

Fundação Rui Cunha acolhe “Polifonia” até à próxima semana

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe até sábado da próxima semana, dia 17, a exposição colectiva “Polifonia”, com trabalhos do artista Gu Yue e de seis doutorandos da Faculdade de Humanidades e Artes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), co-organizadora do evento.

O projecto dá a conhecer 20 obras que representam as formas e estilos do renomado artista e Professor Gu Yue e dos seus discípulos Luo Su, Zhu Zhaohui, Wang Kongbin, Ding Song, Guo Weiwei, e Wei Dongsheng.

Segundo uma nota da FRC, esta exposição apresenta “um banquete visual que transcende a tradição e a contemporaneidade, o material e o digital, o local e o global, através da colisão de diversos media e da ressonância de ideias”.

Os trabalhos abrangem diversas formas de arte, “como instalações, pinturas a óleo, pinturas em laca, pinturas de areia e trabalhos a pincel de detalhe, exibindo o ecossistema artístico único de Macau como um ponto de convergência cultural”, é referido.

O nome da exposição tem origem “na terminologia musical, referindo-se à oposição e simbiose de múltiplas vozes”. A apresentação da mostra refere que “a missão da arte é criar desorientação cognitiva”, sendo que “através do confronto entre o artesanato tradicional e os novos media, e do entrosamento de genes culturais locais e questões globais, ela quebra a narrativa linear e convida o público a calibrar a sua cognição no ‘fosso entre o brilho e a sombra residual'”.

Trabalho conjunto

O professor Gu Yue alinha os seus trabalhos e a investigação com o tema principal da exposição. As criações dos seis estudantes de doutoramento “partem de experiências individuais e respondem a proposições como a identidade, o tempo e a memória na era do capital digital, formando também uma ressonância multi-voz do pensamento”.

A exposição não é apenas uma exibição concentrada de realizações académicas, mas também uma experiência especulativa sobre a essência da arte. “Neste lugar culturalmente estratificado de Macau, a ‘polifonia’ tenta usar a arte como um prisma para reflectir as possibilidades simbióticas de múltiplas realidades”, descreve a equipa, citada pela mesma nota.

AFA | “Déjà Vu” apresenta trabalhos na área da vídeo-arte

Integrada no cartaz da edição deste ano do festival “French May”, eis a nova exposição da associação local AFA – Art for All Society. Trata-se de “Déjà Vu – Uma Exposição de Intercâmbio Artístico Sino-Francês”, onde os temas da vídeo arte e inteligência artificial ressoam das obras com assinatura de Robert Cahen, Alice Kok e Catherine Cheong. Para ver no The Parisian entre 15 de Maio e 28 de Junho

 

A arte em vídeo, misturada com o real e o ficcionado, artificial e criado com as mãos humanas. É em torno destas ideias e conceitos que gira a nova exposição da AFA – Art for All Society, intitulada “Dejá Vu – Uma Exposição de Intercâmbio Artístico Sino-Francês”, e que ganha o sub-título “Mirroring・Looping・Generating”: Da Videoarte à Inteligência Artificial – Série de Exposições”.

O projecto, patente entre os dias 15 de Maio e 28 de Junho numa das galerias do empreendimento The Parisian, no Cotai, apresenta ao público trabalhos de três artistas: Alice Kok, co-fundadora da AFA, artista e curadora; Robert Cahen e Catherine Cheong. O projecto está integrado no cartaz da edição deste ano do festival “French May”, que traz a Hong Kong uma série de iniciativas culturais.

Segundo um comunicado da AFA, “Déjà Vu” visa estabelecer “uma ponte entre os diálogos culturais sino-franceses através da arte”, promovendo também a investigação sobre “as intersecções filosóficas do tempo, da memória e da percepção”.

Além da presença em Macau, esta mostra estará patente em França, entre os dias 21 e 30 de Agosto, na Galeria Espace Temps em Paris. Desta forma, promove-se o “intercâmbio cultural” entre a China e França, destaca a AFA, sendo que o público é convidado a “testemunhar a evolução da interacção entre a memória e a tecnologia”.

“Déjà Vu”, teoria desenvolvida pelo filósofo francês Henri Bergson, dá o mote a esta mostra, revelando “a divisão simultânea entre percepção e memória”, ou seja, “a coexistência entre o presente ‘actual’ e a sua imagem ‘virtual’ no espelho”. Os trabalhos dos três artistas exploram, assim, este conceito filosófico abstracto, transformando-o em “experiências sensoriais tangíveis através de videoarte, imagens geradas por inteligência artificial e instalações multimédia”.

A mostra, que tem as palavras chave “Mirroring”, “Looping” e “Generating”, remetendo para as ideias de espelho, repetição ou geração de conteúdos, reflecte “não apenas as técnicas dos artistas, mas também metaforiza a forma como a memória e a tecnologia tecem o tecido invisível da realidade contemporânea”.

Workshop inicial

Além da mostra propriamente dita, os artistas vão também juntar-se para ensinar outras pessoas sobre o mundo do digital e da vídeo arte. Robert Cahen, considerado um dos pioneiros na vídeo arte em França, colabora com Alice Kok para o workshop “Video Postcards”, realizado no dia 18 de Maio The Parisian Macau. A ideia é levar os participantes a “mergulhar nas paisagens naturais e históricas de Coloane, inspirando-se na ‘poética das imagens fugazes’, característica do trabalho de Cahen”. Assim, “através de técnicas como a câmara lenta, a sobreposição e o design de som, os participantes irão transformar experiências sensoriais efémeras em ‘postais de memória’ únicos”, descreve a AFA, sendo que a experiência inclui ainda filmagens, orientação em contexto de pós-produção e projecção final dos trabalhos.

Quem é quem

Robert Cahen desenvolve projectos artísticos desde 1972. Segundo o programa oficial do festival “French May”, no trabalho de Cahen “tanto a ficção como a documentação são apresentadas como viagens metafóricas do imaginário, devaneios requintados que descrevem passagens de tempo, lugar, memória e percepção”. Tendo começado pelas cassetes de vídeo, os seus trabalhos foram expostos em todo o mundo, em locais e eventos como a Bienal de Paris, França; o Museu de Arte Moderna (MoMA), Nova Iorque, EUA; ou o American Film Institute National Video Festival, Los Angeles, EUA.

Em 1992 o artista ganhou o prémio da Villa Medicis Hors les Murs e, em 1995, criou uma instalação vídeo permanente para o Espaço Público EURALILLE (Lille), em França.

No caso de Catherine Cheong, é uma artista local que vive entre Macau e Paris, tendo-se formado na área da instalação de vídeo na licenciatura em Artes Visuais na École Supérieure d’Art et de Design Toulon. Além disso, a artista formou-se em criação pessoal e teoria da gravura contemporânea com um mestrado em Artes Visuais na Universidade de Paris VIII.

“Como artista individual, a sua inspiração vem da experiência pessoal. Através das diferenças culturais, contradições e interações entre os seres humanos, o ambiente social e a natureza, explora a realização da vida e os sentimentos da alma. Ela remonta, justapõe e duplica imagens simbólicas para recriar novos significados, procurando a coincidência entre imagens com diferentes linguagens artísticas e meios para expressar sentimentos, pensamentos e desejos pessoais”, pode ler-se no programa do “French May”.

Primeira Taça do Mundo de F4 será em Macau

A Federação Internacional do Automóvel (FIA), anunciou na tarde de quarta-feira que o Grande Prémio de Macau de 2025 contará no seu programa com a primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula 4.

O Conselho Mundial do Automobilismo aprovou por votação electrónica a criação desta Taça do Mundo de Fórmula 4 em Macau, juntamente com o regresso ao território da Taça do Mundo de Fórmula Regional, que em 2023 veio ocupar o lugar da Fórmula 3, e da Taça do Mundo de GT da FIA.

O conceito da Fórmula 4 foi introduzido pela FIA há mais de uma década e tem sido uma das maiores histórias de sucesso do desporto motorizado de formação, existindo neste momento 13 campeonatos nacionais diferentes dentro do enquadramento técnico e desportivo da FIA. Esta será a quarta vez que a disciplina corre em Macau, tendo sido presença assídua de 2020 a 2023, tendo inclusive sido “cabeça de cartaz” nos três anos em que o mundo esteve mergulhado na pandemia.

A FIA não disse como será feito a escolha dos pilotos, apenas referindo em comunicado que haverá “um rigoroso processo de selecção de pilotos, com apenas os jovens mais talentosos a serem autorizados a competir”. A federação internacional salientou igualmente que a empresa chinesa “Mintimes, organizadora do Campeonato Chinês de F4, será o Operador Único, juntamente com a FFSA (Fédération Française du Sport Automobile), responsável por fornecer o apoio técnico à Taça do Mundo de F4 da FIA”. Quer isto dizer que todos os concorrentes terão que utilizar monolugares Mygale M21-F4, recentemente rebaptizados como Ligier JS F422.

Apoio de Paris

O Presidente da Comissão de Monolugares da FIA, o italiano Emanuele Pirro, afirmou que “Macau é uma parte essencial da formação de um jovem piloto, e temos o dever de proteger o seu legado e futuro. Há tão poucos desafios como o Grande Prémio de Macau que sentimos que era o momento certo para introduzir a Taça do Mundo FIA de F4. Vai permitir que os melhores pilotos a nível nacional aprendam o que é necessário para conduzir no Circuito da Guia num carro de F4, que é um pouco mais permissivo do que um carro de Fórmula Regional, para que, quando regressarem daqui a um ou dois anos para a Taça do Mundo de FR, estejam preparados para mostrar verdadeiramente do que são capazes”.

Emanuele Pirro, um ex-vencedor da Corrida da Guia e um entusiasta da prova da RAEM, disse também que “estamos também a trabalhar arduamente para garantir que aproveitamos esta oportunidade para inspirar e educar os jovens pilotos de karting da região. O potencial de crescimento e desenvolvimento na China e na região Ásia-Pacífico é enorme, à medida que impulsionamos a participação no desporto motorizado”.

A pensar em Macau

O longo comunicado da FIA também refere que esta iniciativa “pretende também trazer estudantes de academias de karting de Macau, da China e da região em geral para assistir ao evento de forma observacional, oferecendo-lhes a oportunidade de vivenciar uma prova de automobilismo e de obter conhecimentos valiosos para os próximos passos nas suas carreiras”.

Sem entrar em detalhes, a federação internacional, a mesma que não permitiu que recusou a participação de equipas chinesas na Taça do Mundo de Fórmula Regional no ano passado, diz que “este grande passo beneficiará indiscutivelmente os pilotos locais de Macau, que terão acesso a um leque completo de eventos internacionais – Karting, Fórmula 4 e Fórmula Regional – em solo nacional”.

Em comunicado Chong Coc Veng, Presidente da Associação Geral Automóvel de Macau-China, declarou: “Estamos felizes por ver a FIA realizar uma Taça do Mundo de F4 no Circuito da Guia em Macau, o que representa uma oportunidade para os jovens pilotos da região encontrarem o seu caminho de desenvolvimento desde os eventos internacionais de karting até aos monolugares de F4 e FR, e tornarem-se campeões mundiais no futuro”.

A participação dos pilotos da RAEM nesta corrida ainda não foi oficialmente divulgado, mas poderá estar limitado em número.

Xangai | Legoland vai abrir em Julho maior parque temático do mundo

A marca dinamarquesa LEGO, especializada em blocos de construção, vai inaugurar no próximo dia 05 de Julho o seu maior parque temático do mundo em Xangai, no leste da China, avançou ontem a imprensa local.

O complexo, situado a cerca de 52 quilómetros a sudoeste do centro da cidade, contará com mais de 75 atracções e espectáculos distribuídos por oito zonas distintas, que incluem milhares de figuras construídas com cerca de 85 milhões de peças LEGO.

Os visitantes poderão ainda ver filmes da LEGO numa sala de cinema 4D, bem como alojar-se num hotel temático com 250 quartos, decorados segundo cinco ambientes diferentes inspirados neste universo de brinquedos reconhecido à escala global.

Actualmente, o parque encontra-se na fase final de construção: a entrada principal está concluída e as principais 24 atracções estão praticamente prontas. Cerca de mil colaboradores integrarão a equipa desde a abertura.

O grande destaque do parque será a zona “Miniland”, uma recriação, construída integralmente com blocos LEGO – com um peso total superior a 45 toneladas – de algumas das áreas mais emblemáticas de Xangai, assim como de outros ícones culturais e turísticos da China.

Entre os espetáculos previstos, destaca-se o primeiro espetáculo do mundo dedicado à série “Monkie Kid”, da LEGO, inspirada no Rei Macaco, da obra clássica chinesa Jornada ao Oeste. A Legoland Xangai já iniciou a venda de passes de temporada e bilhetes para visitas exclusivas, que incluem estadias no hotel temático.

“Conhecemos bem este mercado e estamos entusiasmados com o seu potencial. Este complexo será uma referência e ponto de encontro para todos os fãs da LEGO na China”, afirmou Fiona Eastwood, diretora executiva da Merlin Entertainments, o grupo britânico responsável pela gestão dos parques Legoland. De acordo com a empresa, mais de 55 milhões de pessoas vivem a duas horas – ou menos – de carro da localização do novo parque.

Ucrânia | China controla “rigorosamente” exportação de bens de dupla utilização

A China afirmou ontem que “controla rigorosamente” a exportação de bens de dupla utilização, face a suspeitas de que a Rússia está a utilizar dispositivos tecnológicos de uso civil para fins militares na Ucrânia.

“A China aplica controlos rigorosos sobre a exportação de bens de dupla utilização”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, ao ser questionado sobre relatos de que comandos de jogos de vídeo exportados para a Rússia estão a ser utilizados para operar drones.

Lin Jian também denunciou que qualquer “cooperação tecnológica normal” da China “torna-se um problema” quando há tentativas de “difamar o país com acusações infundadas e manipulações políticas de má-fé”. O porta-voz não esclareceu se a China está a considerar restrições adicionais às exportações de tecnologia, remetendo para as autoridades competentes.

As declarações surgiram depois de a Ucrânia ter manifestado preocupação com o envolvimento de empresas e cidadãos chineses na produção militar russa, uma queixa formal que apresentou ao embaixador chinês em Kiev em Abril, alegando ter provas.

Esta semana, a Comissão Europeia afirmou que a China “continua a ser um facilitador fundamental” do esforço de guerra da Rússia e que sem este apoio “Moscovo não podia continuar a guerra com a mesma força”. Pequim defendeu que a sua posição sobre o conflito tem sido “consistente e clara” e está empenhada em “promover o cessar-fogo, o desanuviamento e as negociações”, e garantiu nunca ter fornecido armas letais “a nenhuma das partes” envolvidas na guerra.