Música | Concerto “à capela” abrilhanta cartaz do Le French May em Hong Kong

“The Gradual of Eleanor of Brittany & Philippe Hersant: La Chanson de Guillaume” é um concerto que traz um coro de vozes angelicais ao território vizinho. O espectáculo estará a cargo do grupo Ensemble De Caelis que interpreta música do compositor Phileppe Hersant

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o próximo dia 22 de Junho, pelas 20h, as cinco vozes que compõem a Ensemble De Caleis vão encher a Igreja de Saint Andrew, em Hong Kong, num concerto integrante do cartaz do festival Le French May.

O espectáculo é um tributo a duas grandes figuras históricas do cristianismo do período medieval: Eleanor de Aquitânia e Eleanor de Britânia.

O repertório começa com o coro da missa pela vigília da assunção, seguida pela “Chanson de Guillaume d’Aquitaine”, da autoria do compositor Philippe Hersant. A seguir, a performance da Ensemble De Caelis segue para peças originalmente cantadas nas abadias da Ordem de Fontevrault, em Inglaterra, com o conjunto de vozes a dar uma roupagem contemporânea às composições medievais.

A Ensemble De Caelis nasceu da paixão pelo canto “à capela” da directora artística, e mezzo-soprano, Laurence Brisset, que busca através da música a união entre a actualidade e a Idade Média. O grupo tenta capturar a beleza das sonoridades sacras com um repertório de onde emerge o espírito e a originalidade musical do século XI, assim como do princípio do Renascimento.

O De Caelis Assemble conta ainda com as vozes das sopranos Estelle Nadau e Eugénie de Mey, com a mezzo-soprano Caroline Tarrit e a contralto Marie-George Monet.

Aula com a mestre

O grupo de canto à capela interpreta obras do francês, nascido em Roma, Philippe Hersant. O compositor estudou com André Jolivet no Conservatório de Paris, onde ganhou um prémio de composição musical, que seria o primeiro de muitos.

Além do concerto na Igreja de Saint Andrew, a directora artística do Ensemble De Caelis irá conduzir uma masterclass onde irá partilhar a sua experiência musical e técnicas de canto. Laurence Brisset começou por estudar cravo no Conservatório de Lille antes de dedicar a sua vida ao canto.

A masterclass terá lugar na Universidade Baptista de Hong Kong, no próximo dia 23 de Junho, às 15h, com entrada gratuita.

12 Jun 2017

Dança e música clássica no Le French May

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]ong Kong continua com uma profusão de eventos culturais para todos os gostos. No próximo dia 2 de Junho pode ser visto o espectáculo de teatro-dança “Simon Says”, que terá exibições também nos dois dias seguintes.

O evento parte do jogo infantil com o mesmo nome, em que os participantes têm de obedecer às ordens de quem interpreta o papel de “Simon”. Os jogadores são eliminados sempre que desobedecerem aos comandos, ou não corresponderem à vontade de quem dá as directrizes. O jogo vive da tensão entre obediência e rebelião às ordens dadas, com a fronteira entre o verdadeiro e o falso a confundirem-se em palco.

O espectáculo é uma co-produção da Unlock Dancing Plaza & Le Phare, e do Centre Chorégraphique National du Havre-Normandie, onde quatro bailarinos dão movimento a vários estados da natureza humana. Subserviência e rebeldia, autenticidade e extravagância, e a tensão entre o absurdo e a determinação inabalável. “Simon Says” transmite a explosão resultante destas contradições.

Os quatro bailarinos do grupo viajaram para Le Havre, em França, onde trabalharam com a coreógrafa Emmanuelle Vo-Dinh. Após um processo de um ano e meio, a coreografia foi sendo apurada até chegar aos palcos de Hong Kong, nos próximos dias 2, 3 e 4 de Junho, no Studio Theatre do Centro Cultural de Hong Kong.

Cordas vivas

Outro dos destaques do cartaz do Le French May para o início do próximo mês é o concerto “New Rising Star Quartet in Beethoven and Mozart”, no dia 3 de Junho, interpretado pelo grupo Quartet Van Kuijk.

O grupo que faz a sua estreia na edição deste ano do Le French May em Hong Kong foi formado em 2012 e em 2015 venceu a competição Wigmore Hall String Quartet Competition, em Londres. O Quartet Van Kuijk é considerado um dos mais promissores “ensembles”, deslumbrando os espectadores com concertos cheios de vida. Têm recebido rasgados elogios da crítica, um pouco por todo o mundo. O grupo francês sobe ao palco da Hong Kong City Hall para um concerto único, no dia 3 de Junho, às 18h, para um espectáculo a não perder.

16 Mai 2017

Exposições | Le French May traz Louvre até Hong Kong

A edição deste ano do Festival Le French May traz alguns dos tesouros do espólio do Louvre à região vizinha de Hong Kong. Vão estar em exibição mais de uma centenas de obras, entre pintura, escultura, estátuas e antiguidades

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sequência da invasão artística francesa de Hong Kong que é o Festival Le French May 2017, destaque para a mostra que traz obras de um dos mais famosos museus do mundo. Durante três meses o Museu Heritage recebe peças históricas de enorme relevo. A mostra dos tesouros do Museu do Louvre vem a tempo de celebrar o vigésimo aniversário da fundação da Região Especial de Hong Kong, assim como o vigésimo quinto aniversário do festival artístico.

As exposições tem como nome “Inventing le Louvre: From Palace to Museum over 800 years”, e são organizadas numa parceria entre o museu francês e o Museu Heritage de Hong Kong. A exibição tem levado obras-primas de um dos mais prestigiados museus do mundo à volta do globo e dará ao público da região vizinha a oportunidade única para explorar os tesouros do museu francês.

A exposição ilustra a vitalidade e universalidade que caracteriza o espírito do Louvre, com uma selecção de obras transversais aos diversos períodos da história do museu, desde a sua fundação.

Desde a sua origem, nascido das colecções reais de Francisco I e Luís XIV, até aos tempos modernos, o museu francês tem sofrido imensas renovações e mudanças profundas.

A mostra atravessa também a arte produzida durante o período que passa pelo reinado de Napoleão e a época das ideias do movimento intelectual republicano.

Museu nação

Ao longo do último século o Louvre continuou a aumentar a sua colecção, alicerçado numa política de aquisição de obras de arte dos sucessivos reis franceses, ou seja, a história do museu está intrinsecamente ligada à história francesa.

O Le French May contará com uma sucessão de obras divididas em secções temporais. As colecções reais e o Palácio, depois de Francisco I e Luís XIV, do século XVII. O século XVIII terá, inevitavelmente, como foco o Iluminismo e a época de Denis Diderot, assim como o período que vai da revolução francesa a Napoleão. As obras dos século XIX têm como tema Napoleão III e a Terceira República. Finalmente, na actualidade, Louvre Hoje.

Entre as peças que visitam a região vizinha contam-se a estátua do escritor Jean de la Fontaine, Cabeça de Cavalo (fragmento de estátua) do departamento de antiguidades gregas, etruscas e romanas do Louvre, que saem do museu francês pela primeira vez.

A exposição conta com 126 peças e abre portas ao público a partir do dia 26 de Abril e estará em exibição até 24 de Julho no Museu Heritage de Hong Kong.

6 Abr 2017

Le French May | Edição de 2017 dá os primeiros passos

A 25ª edição festival Le French May Arts já mexe, em consonância com o vigésimo aniversário da transferência de soberania de Hong Kong. O evento apresenta um cartaz ecléctico, que celebra o espírito francês num tour cultural do clássico ao contemporâneo. Os bilhetes já estão à venda, a preço de lançamento

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]á se sente o burburinho da “fête française”. A um mês e meio do início do festival, o cartaz do Le French May Arts começa a compor-se e já tem uma data de abertura, 6 de Maio. Para já, os espectáculos anunciados variam entre a música clássica, ballet, jazz e hip-hop. O festival, que já teve eventos a passar por Macau, ainda não tem nada anunciado para o território. O HM contactou a organização do evento para tentar apurar se estará algo previsto para a RAEM, mas o resto do cartaz ainda está no segredo dos deuses.

O concerto de abertura é uma reformulação moderna de uma obra-prima perdida, com um twist moderno multimédia, acrescentando um espectáculo de luzes à música clássica. O programa, intitulado “O Nascimento do Rei Sol”, leva ao palco do Concert Hall do Centro Cultural de Hong Kong, no próximo dia 6 de Maio, o encanto da Paris do século XVII. Esta obra glorifica a ascensão de Luís XIV ao estatuto quase divino de Rei Sol, a clara representação do absolutismo europeu, numa altura em que a corte francesa endeusava os seus monarcas.

O concerto irá reproduzir parte da música, quase quatro séculos depois, numa adaptação da Ensemble Correspondances dirigida artisticamente pelo maestro Sébastien Daucé, que reconstruiu a obra depois de três anos de pesquisa. O espectáculo de luzes estará a cargo do artista francês Etienne Guiol, que procura transportar o espectador para o reinado de Luís XIV.

Outro dos eventos em destaque no destapar do véu do French May Festival é a estreia da Orquestra Filarmónica da Radio France em Hong Kong, sob a direcção de Mikko Franck. O concerto, agendado para 2 de Junho, trará ao palco da região vizinha a interpretação da famosa evocação de “O Mar”, de Claude Debussy, assim como o conto de fadas musical “A Minha Mãe Ganso”, de Ravel.

Do clássico ao hip-hop

O festival propõe noites de ballet a 11 e 12 de Maio, com o bailado “A Night with the Stars”. O espectáculo será uma homenagem a Paris, assim como aos artistas que se inspiraram na cidade das luzes. De Chopin a Proust, Petit a Carné, Petipa a Piaf, e de Bizet a Prévert. Todas as partes da performance têm uma íntima ligação com a capital francesa. O ballet será interpretado pelos bailarinos da companhia internacional Paris Ópera Ballet, que será abrilhantado pela participação do aclamado pianista Henri Banda.

Numa esfera diametralmente oposta da dança, o Le French May Festival oferece aos seus espectadores, nos dias 18 e 19 de Maio, um espectáculo de dança hip-hop. Com a direcção da principal coreógrafa francesa da especialidade, Marion Motin, a performance demonstra que este estilo musical não é, forçosamente, dominado pelos homens. O espectáculo, intitulado “In the Middle – Women in Hip-Hop”, será interpretado pelo conjunto Marion Motin and Swaggers. A francesa, que começou a sua formação na dança clássica, apaixonou-se pelo hip-hop e chegou mesmo a colaborar com artistas de renome como Madonna.

Mudando a agulha para outra vertente musical, o festival propõe, neste primeiro vislumbre, três noites de jazz à grande e à francesa, com a estreia asiática de três artistas de renome internacional.

No dia 12 de Maio sobe ao palco o Geraldine Laurent Quartet. A saxofonista será acompanhada por piano, baixo e bateria. O concerto será baseado no seu novo disco, “At Work”, uma colecção de músicas que sugere a essência livre do swing parisiense da década de 1930.

A senhora que se segue é Billie Holiday, a diva do jazz, que será homenageada no dia 13 de Maio no espectáculo “Billie Holiday, Passionately”, interpretado ao piano por Paul Lay.

O dia 14 de Maio será dedicado ao trompetista norte-americano Chet Baker, no concerto tributo “Love for Chet”, interpretado pelo Stephane Belmondo Trio.

Para já, estes são os nomes que se conhecem no cartaz do festival que celebra a cultura francesa. Quem se quiser antecipar à subida do preço dos bilhetes, pode usufruir de descontos se os comprar até ao dia 9 de Março. Quem perder a oportunidade, terá de se contentar com ingressos a preços normais. C’est la vie.

17 Fev 2017