Fotografia | Imagens de João Miguel Barros distinguidas nos Prémios Internacionais Andreia Sofia Silva - 13 Set 2019 O fotógrafo João Miguel Barros acaba de ser distinguido nos Prémios Internacionais de Fotografia com todos os trabalhos que submeteu a concurso, tenho obtido um segundo lugar e quatro menções honrosas. As imagens galardoadas fazem parte de um projecto fotográfico realizado no Gana [dropcap]A[/dropcap]dvogado de profissão, João Miguel Barros tem dado cartas no mundo da imagem fotográfica e, desta vez, foi distinguido naqueles que são considerados os óscares da fotografia. O fotógrafo ficou em segundo lugar na categoria de editorial, imprensa e questões contemporâneas da edição deste ano dos Prémios Internacionais de Fotografia (IPA, na sigla inglesa), com uma série de fotografias a preto e branco intitulada “Academia da Sabedoria (Wisdom Academy)”, datada de Novembro de 2018 e captada na cidade de Acra, no Gana. As imagens retratam crianças numa escola improvisada num edifício antigo, que em tempos foi uma mansão. “Este conjunto de imagens captam a experiência dos alunos de uma escola a funcionar num edifício antigo, mas que com o passar dos tempos se deteriorou.” Nesse sentido, “Wisdom Academy” presta um tributo “às dezenas de crianças que estudam e brincam no local e que acreditam que pode existir um futuro melhor para as suas vidas”. Além deste prémio, João Miguel Barros viu ainda outras quatro imagens serem distinguidas com menções honrosas. Uma delas é “Os sonhos da criança (Child Dreams)” e retrata o olhar de um menino perdido no horizonte, um menino que “procura por um sonho que não encontra”. Esta fotografia foi também captada na cidade antiga de Acra, no Gana, no meio de um treino de jovens lutadores. Boxe em destaque Outra menção honrosa obtida pelo fotógrafo português, radicado em Macau há muitos anos, foi conseguida com mais uma série de imagens sobre boxe, datada de Junho deste ano e que dizem respeito a um combate promovido pela Associação Internacional de Boxe de Macau. “A luta foi entre o lutador chinês Fanlong Meng, que defendeu e manteve o título, e o alemão Adam Deines. Estas fotos fazem parte de um grande projecto sobre o boxe que tenho vindo a desenvolver em África e que vou continuar a fazer”, explicou o fotógrafo. O boxe em África volta ainda a ser captado numa outra série de imagens também distinguidas com uma menção honrosa, e que ganham o nome de “Boxing Wisdom (A sabedoria do boxe)”. Estas fotografias “fazem parte de um projecto de grande dimensão que visa registar várias actividades que tem lugar num pátio escolar na antiga cidade de Acra, no Gana. Neste lugar um grupo de lutadores profissionais treinam diariamente, sob o olhar distante das famílias que vivem nas redondezas, mas que são acompanhados por muitas crianças que por ali brincam e por adolescentes que aspiram, um dia, ser como eles”. Nesse sentido, o termo sabedoria “é um microcosmos de uma imensa dimensão humana, que deve ser avaliado e promovido num mundo cheio de infortúnios”. “The Path on The Other Side” (O caminho do outro lado)” obteve outra menção honrosa e, desta vez, a imagem não está ligada ao mundo do boxe. Trata-se de “uma estrutura concreta que é tão densa que actua quase como uma parede entre a cidade e as zonas envolventes. Ninguém compreende porque é que alguém a iria construir, cuja rudeza e ausência de elegância poderiam apenas ser escondidas nas noites mais escuras”, escreveu o fotógrafo. Duas das imagens premiadas estiveram expostas no Albergue da Santa Casa da Misericórdia durante o mês de Julho, numa mostra intitulada “Wisdom”.
Macau Legend | Hotel e casino em Cabo Verde terminado até final de 2020 Hoje Macau - 13 Set 2019 O grupo Macau Legend, do empresário David Chow, prevê concluir até final de 2020 a construção do hotel e do casino em curso na cidade da Praia, em Cabo Verde, segundo informação enviada aos investidores [dropcap]D[/dropcap]e acordo com a mesma informação do grupo Macau Legend, de finais de Agosto e consultada ontem pela Lusa, o edifício de escritórios e a infraestrutura no ilhéu de Santa Maria, na Praia, “serão concluídos até ao final de 2019 e o novo hotel e casino será concluído até o final de 2020”. “Algumas alterações ao plano original são necessárias para acomodar as limitações geográficas locais, mas no geral o projecto está no caminho certo”, lê-se na mesma informação. A Lusa noticiou em 10 de Maio que os promotores da estância turística com casino a construir no ilhéu de Santa Maria, situado defronte da cidade da Praia, vão implementar aquele projecto por fases, garantido agora um investimento inicial de 90 milhões de euros, quase um terço da previsão anterior. Em causa está o projecto do grupo liderado pelo empresário de Macau David Chow e que foi alvo de uma adenda ao nível do acordo anterior entre os investidores privados e o Governo de Cabo Verde, conforme publicação em Boletim Oficial em Abril. Em 2015, David Chow, empresário luso-chinês nos sectores do turismo, entretenimento e jogos em Macau, e proprietário do grupo Macau Legend, assinou com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento Gamboa/ilhéu de Santa Maria. A primeira pedra deste projecto foi lançada em Fevereiro de 2016. Trata-se do maior empreendimento turístico de Cabo Verde, com um investimento previsto de 250 milhões de euros – cerca de 15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional – para a construção de uma estância turística no ilhéu de Santa Maria, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados, inaugurando a indústria de jogo em Cabo Verde. Quarto de século David Chow recebeu uma licença de 25 anos do Governo de Cabo Verde, 15 dos quais em regime de exclusividade na Ilha de Santiago. Esta concessão de jogo custou à CV Entertaiment Co., subsidiária da Macau Legend, o equivalente a cerca de 1,2 milhões de euros. A promotora recebeu também uma licença especial para explorar, em exclusividade, jogo ‘online’ em todo o país e o mercado de apostas desportivas durante 10 anos. A obra, que inclui um edifício de grandes dimensões frente ao mar, onde funcionará um casino e um hotel, provocou críticas e despertou a curiosidade dos transeuntes que nos últimos três anos se habituaram aos taipais com carateres chineses e ao prédio, recentemente pintado. Contudo, na minuta de adenda ao acordo entre a empresa e o Governo cabo-verdiano, publicada em 8 de Abril no Boletim Oficial de Cabo Verde, refere-se que, “considerando que, face à evolução da envolvente nacional do empreendimento nos últimos dois anos, o promotor sugeriu, e o Governo entendeu aceitar, uma proposta de realização do projecto de investimento por fases”. Assim, nesta primeira fase do projecto, que deverá estar concluída dentro de 22 meses, serão investidos 90 milhões de euros. Até lá deverá estar concluída a estrutura actualmente existente no local, a ponte para o ilhéu de Santa Maria, os arranjos paisagísticos associados, o estacionamento e infraestruturas de apoio, um hotel com ‘boutique casino’, com 250 quartos, uma grande piscina e várias instalações para restaurantes, bares e estabelecimentos comerciais, segundo o mesmo documento. Na minuta refere-se que “as demais fases do projecto ficam sujeitas às condições de mercado e às novas políticas adoptadas pelo Governo de Cabo Verde, visando o benefício mútuo”. As outras fases do projecto “serão apresentadas para apreciação pelo Governo de Cabo Verde, após a conclusão da primeira fase”, lê-se no documento.
Macau Legend | Hotel e casino em Cabo Verde terminado até final de 2020 Hoje Macau - 13 Set 2019 O grupo Macau Legend, do empresário David Chow, prevê concluir até final de 2020 a construção do hotel e do casino em curso na cidade da Praia, em Cabo Verde, segundo informação enviada aos investidores [dropcap]D[/dropcap]e acordo com a mesma informação do grupo Macau Legend, de finais de Agosto e consultada ontem pela Lusa, o edifício de escritórios e a infraestrutura no ilhéu de Santa Maria, na Praia, “serão concluídos até ao final de 2019 e o novo hotel e casino será concluído até o final de 2020”. “Algumas alterações ao plano original são necessárias para acomodar as limitações geográficas locais, mas no geral o projecto está no caminho certo”, lê-se na mesma informação. A Lusa noticiou em 10 de Maio que os promotores da estância turística com casino a construir no ilhéu de Santa Maria, situado defronte da cidade da Praia, vão implementar aquele projecto por fases, garantido agora um investimento inicial de 90 milhões de euros, quase um terço da previsão anterior. Em causa está o projecto do grupo liderado pelo empresário de Macau David Chow e que foi alvo de uma adenda ao nível do acordo anterior entre os investidores privados e o Governo de Cabo Verde, conforme publicação em Boletim Oficial em Abril. Em 2015, David Chow, empresário luso-chinês nos sectores do turismo, entretenimento e jogos em Macau, e proprietário do grupo Macau Legend, assinou com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento Gamboa/ilhéu de Santa Maria. A primeira pedra deste projecto foi lançada em Fevereiro de 2016. Trata-se do maior empreendimento turístico de Cabo Verde, com um investimento previsto de 250 milhões de euros – cerca de 15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional – para a construção de uma estância turística no ilhéu de Santa Maria, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados, inaugurando a indústria de jogo em Cabo Verde. Quarto de século David Chow recebeu uma licença de 25 anos do Governo de Cabo Verde, 15 dos quais em regime de exclusividade na Ilha de Santiago. Esta concessão de jogo custou à CV Entertaiment Co., subsidiária da Macau Legend, o equivalente a cerca de 1,2 milhões de euros. A promotora recebeu também uma licença especial para explorar, em exclusividade, jogo ‘online’ em todo o país e o mercado de apostas desportivas durante 10 anos. A obra, que inclui um edifício de grandes dimensões frente ao mar, onde funcionará um casino e um hotel, provocou críticas e despertou a curiosidade dos transeuntes que nos últimos três anos se habituaram aos taipais com carateres chineses e ao prédio, recentemente pintado. Contudo, na minuta de adenda ao acordo entre a empresa e o Governo cabo-verdiano, publicada em 8 de Abril no Boletim Oficial de Cabo Verde, refere-se que, “considerando que, face à evolução da envolvente nacional do empreendimento nos últimos dois anos, o promotor sugeriu, e o Governo entendeu aceitar, uma proposta de realização do projecto de investimento por fases”. Assim, nesta primeira fase do projecto, que deverá estar concluída dentro de 22 meses, serão investidos 90 milhões de euros. Até lá deverá estar concluída a estrutura actualmente existente no local, a ponte para o ilhéu de Santa Maria, os arranjos paisagísticos associados, o estacionamento e infraestruturas de apoio, um hotel com ‘boutique casino’, com 250 quartos, uma grande piscina e várias instalações para restaurantes, bares e estabelecimentos comerciais, segundo o mesmo documento. Na minuta refere-se que “as demais fases do projecto ficam sujeitas às condições de mercado e às novas políticas adoptadas pelo Governo de Cabo Verde, visando o benefício mútuo”. As outras fases do projecto “serão apresentadas para apreciação pelo Governo de Cabo Verde, após a conclusão da primeira fase”, lê-se no documento.
Apoios sociais | Concedidos mais de 312 milhões no segundo trimestre Hoje Macau - 13 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] Instituto de Acção Social (IAS) concedeu subsídios superiores a 312 milhões de patacas no segundo trimestre deste ano a dezenas de associações de cariz social. A Santa Casa da Misericórdia de Macau foi contemplada com mais de 312 mil patacas, sendo que parte deste montante serviu para custear uma visita à China. Destaque para a Cruz Vermelha de Macau, que recebeu quase sete milhões de patacas do IAS, enquanto que a Casa Corcel, um serviço afecto ao IAS que funciona como centro de acolhimento temporário, recebeu cerca de um milhão de patacas. A Associação de Reabilitação Fu Hong, que trabalha com portadores de deficiência, recebeu cerca de um milhão de patacas, enquanto que a Associação Geral de Mulheres de Macau recebeu 700 mil patacas para a realização da actividade “mais contribuições meritórias pelas mulheres da Grande Baía e um maior brilho alcançado com a sua integração no desenvolvimento do País — Fórum e exibição do sucesso alcançado no desenvolvimento das mulheres e crianças”. A mesma associação recebeu ainda 135 mil patacas para custear outra actividade. A Caritas Macau, uma das maiores ONG do território, recebeu quase dois milhões de patacas em subsídios para várias actividades e acções.
Apoios sociais | Concedidos mais de 312 milhões no segundo trimestre Hoje Macau - 13 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] Instituto de Acção Social (IAS) concedeu subsídios superiores a 312 milhões de patacas no segundo trimestre deste ano a dezenas de associações de cariz social. A Santa Casa da Misericórdia de Macau foi contemplada com mais de 312 mil patacas, sendo que parte deste montante serviu para custear uma visita à China. Destaque para a Cruz Vermelha de Macau, que recebeu quase sete milhões de patacas do IAS, enquanto que a Casa Corcel, um serviço afecto ao IAS que funciona como centro de acolhimento temporário, recebeu cerca de um milhão de patacas. A Associação de Reabilitação Fu Hong, que trabalha com portadores de deficiência, recebeu cerca de um milhão de patacas, enquanto que a Associação Geral de Mulheres de Macau recebeu 700 mil patacas para a realização da actividade “mais contribuições meritórias pelas mulheres da Grande Baía e um maior brilho alcançado com a sua integração no desenvolvimento do País — Fórum e exibição do sucesso alcançado no desenvolvimento das mulheres e crianças”. A mesma associação recebeu ainda 135 mil patacas para custear outra actividade. A Caritas Macau, uma das maiores ONG do território, recebeu quase dois milhões de patacas em subsídios para várias actividades e acções.
Hong Kong | Pansy Ho fala em lavagem cerebral e exploração de crianças João Santos Filipe - 13 Set 2019 A accionista da MGM e Sociedade de Jogos de Macau foi às Nações Unidas apelar ao mundo que condene as acções perpetradas pelos residentes de Hong Kong contra a polícia e censurar o ambiente nas escolas [dropcap]P[/dropcap]ansy Ho, uma das principais accionistas das operadoras MGM e Sociedade de Jogos de Macau, aproveitou o discurso no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas para condenar a educação familiar em Hong Kong. Na mesma mensagem, a empresária, que também controla a empresa Shun Tak, responsável pelo serviços de ferry , afirmou que os pequenos negócios já foram obrigados a fechar as portas e que “muitos trabalhadores” ficaram desempregados. Discursando como membro da Federação de Mulheres de Hong Kong, Pansy Ho disse que a RAEHK viveu 130 protestos em 95 dias, entre os quais 110 terminam com cenas de violência sem justificação ou actos criminosos. Para a multimilionária é devido a esta violência que vários negócios foram obrigados a fechar as portas. “Os cidadãos normais são as vítimas mais afectadas”, apontou. “Há mães em situações de desespero que partilham relatos da fricção e desarmonia crescente entre as famílias”, acrescentou. Após esta parte, Pansy diz haver um número alarmante de crianças que fogem de casa para irem para a linha da frente dos protestes cometer crimes. “Um número alarmante de crianças está a fugir de casa para se tornarem em lutadores radicais da linha da frente e cometerem actos criminosos. Há crianças de todas as idades a serem vítimas de lavagens cerebrais com ódio à polícia e crenças anti-sistema na internet, o que também esteve na origem das mobilizações para as greves nas escolas”, defendeu. Ao nível dos direitos humanos, a filha da segunda mulher de Stanley Ho alertou ainda para as pressões de que as famílias da polícia de Hong Kong são alvo. De acordo com Pansy Ho as pessoas que não alinham em protestos ou greves na escola são assediadas, principalmente quando têm familiares que fazem parte da polícia de Hong Kong. Devido a esta situação, Ho apelou à comunidade internacional para “dar uma reprimenda aos organizadores e às pessoas que influenciam com a criação de ódio e violência extrema” em Hong Kong e afirmou que na RAEHK não vai tolerar “exploração infantil”. No mesmo discurso, Pansy apelou ainda às pessoas que participem nas manifestações que o façam de forma pacífica e que evitem a escalada da violência nos protestos. Além de estar ligada a duas licenças de jogo, Pansy Ho é responsável pela Shun Tak, que detém a TurboJet e o serviço de helicópteros entre Macau e Hong Kong, e com a abertura da nova ponte ficou igualmente ligada ao consórcio que controla os autocarros dourados, que transportam pessoas entre as duas regiões.
Hong Kong | Pansy Ho fala em lavagem cerebral e exploração de crianças João Santos Filipe - 13 Set 2019 A accionista da MGM e Sociedade de Jogos de Macau foi às Nações Unidas apelar ao mundo que condene as acções perpetradas pelos residentes de Hong Kong contra a polícia e censurar o ambiente nas escolas [dropcap]P[/dropcap]ansy Ho, uma das principais accionistas das operadoras MGM e Sociedade de Jogos de Macau, aproveitou o discurso no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas para condenar a educação familiar em Hong Kong. Na mesma mensagem, a empresária, que também controla a empresa Shun Tak, responsável pelo serviços de ferry , afirmou que os pequenos negócios já foram obrigados a fechar as portas e que “muitos trabalhadores” ficaram desempregados. Discursando como membro da Federação de Mulheres de Hong Kong, Pansy Ho disse que a RAEHK viveu 130 protestos em 95 dias, entre os quais 110 terminam com cenas de violência sem justificação ou actos criminosos. Para a multimilionária é devido a esta violência que vários negócios foram obrigados a fechar as portas. “Os cidadãos normais são as vítimas mais afectadas”, apontou. “Há mães em situações de desespero que partilham relatos da fricção e desarmonia crescente entre as famílias”, acrescentou. Após esta parte, Pansy diz haver um número alarmante de crianças que fogem de casa para irem para a linha da frente dos protestes cometer crimes. “Um número alarmante de crianças está a fugir de casa para se tornarem em lutadores radicais da linha da frente e cometerem actos criminosos. Há crianças de todas as idades a serem vítimas de lavagens cerebrais com ódio à polícia e crenças anti-sistema na internet, o que também esteve na origem das mobilizações para as greves nas escolas”, defendeu. Ao nível dos direitos humanos, a filha da segunda mulher de Stanley Ho alertou ainda para as pressões de que as famílias da polícia de Hong Kong são alvo. De acordo com Pansy Ho as pessoas que não alinham em protestos ou greves na escola são assediadas, principalmente quando têm familiares que fazem parte da polícia de Hong Kong. Devido a esta situação, Ho apelou à comunidade internacional para “dar uma reprimenda aos organizadores e às pessoas que influenciam com a criação de ódio e violência extrema” em Hong Kong e afirmou que na RAEHK não vai tolerar “exploração infantil”. No mesmo discurso, Pansy apelou ainda às pessoas que participem nas manifestações que o façam de forma pacífica e que evitem a escalada da violência nos protestos. Além de estar ligada a duas licenças de jogo, Pansy Ho é responsável pela Shun Tak, que detém a TurboJet e o serviço de helicópteros entre Macau e Hong Kong, e com a abertura da nova ponte ficou igualmente ligada ao consórcio que controla os autocarros dourados, que transportam pessoas entre as duas regiões.
DSEJ | Ensino técnico-profissional com mais cursos este ano João Luz - 13 Set 2019 Este ano lectivo arrancou com mais cursos técnico-profissionais leccionados em mais instituições de ensino. A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude revela ainda que está prevista a adesão de Macau a um estudo internacional que avalia competências nas áreas da matemática e ciências [dropcap]A[/dropcap]pesar de ainda não haver números definitivos quanto às matrículas em cursos técnico-profissionais, este ano lectivo arranca com mais três cursos em relação ao ano passado e com mais uma escola envolvida. De acordo com dados facultados ontem pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), os novos cursos vão ser dados na Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional (curso de culinária), na Escola D. Luis Versiglia, em Coloane, (redes de comunicação) e na Escola Secundária Xin Hua (curso de hotelaria). No total, este ano lectivo a rede de estabelecimentos de ensino oferece um total de 35 cursos, mais três do que no ano 2018/2019. Apesar de apenas existirem duas escolas em Macau dedicadas ao ensino técnico-profissional, a formação será ministrada em nove escolas, com um novo estabelecimento de ensino a dar esta oportunidade aos seus alunos. No que diz respeito aos estágios, Leong I On, chefe da divisão do ensino secundário e técnico-profissional da DSEJ, revela que os alunos podem estagiar em qualquer altura do curso, e que esta decisão fica ao critério das escolas. Entre os cursos mais populares figuram os que dão valências nas áreas da hotelaria, desporto e artes. Segundo os dados revelados pela DSEJ, no ano lectivo anterior, 80 por cento dos graduados do ensino técnico-profissional seguiram para o ensino superior. Enquanto que, entre os alunos do ensino secundário, 90 por cento seguiram para a universidade. Outro dado relevante é que mais de 50 por cento dos estudantes do técnico-profissional continuam os estudos nas áreas que frequentaram. Ligação aos números Ainda no âmbito do ensino técnico-profissional, a DSEJ revelou que no ano lectivo 2018/2019 havia cerca de 1200 alunos, número que, para já, ainda não tem comparação possível com este ano porque as matrículas ainda estão abertas. No que diz respeito às áreas prioritárias no ensino técnico-profissional, Leong I On esclareceu que a DSEJ não pretende regulamentar prioridades educativas, e apenas quer promover a diversificação dos cursos oferecidos aos alunos. Nesse aspecto, as formações disponíveis dependem da cooperação entre empresas e estabelecimentos de ensino. Outra das novidades reveladas ontem diz respeito à participação dos alunos de Macau em programas de avaliação internacionais. A DSEJ apontou que seria interessante que os estudantes locais pudessem participar, a partir de 2023, no TIMMS, Tendências do Estudo Internacional de Matemática e Ciências. Este teste avalia as capacidades dos alunos do 4º ano do ensino primário em matemática e ciências e junta-se aos três exames do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) em que os estudantes locais participam para avaliar capacidades de leitura, ciência e matemática.
DSEJ | Ensino técnico-profissional com mais cursos este ano João Luz - 13 Set 2019 Este ano lectivo arrancou com mais cursos técnico-profissionais leccionados em mais instituições de ensino. A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude revela ainda que está prevista a adesão de Macau a um estudo internacional que avalia competências nas áreas da matemática e ciências [dropcap]A[/dropcap]pesar de ainda não haver números definitivos quanto às matrículas em cursos técnico-profissionais, este ano lectivo arranca com mais três cursos em relação ao ano passado e com mais uma escola envolvida. De acordo com dados facultados ontem pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), os novos cursos vão ser dados na Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional (curso de culinária), na Escola D. Luis Versiglia, em Coloane, (redes de comunicação) e na Escola Secundária Xin Hua (curso de hotelaria). No total, este ano lectivo a rede de estabelecimentos de ensino oferece um total de 35 cursos, mais três do que no ano 2018/2019. Apesar de apenas existirem duas escolas em Macau dedicadas ao ensino técnico-profissional, a formação será ministrada em nove escolas, com um novo estabelecimento de ensino a dar esta oportunidade aos seus alunos. No que diz respeito aos estágios, Leong I On, chefe da divisão do ensino secundário e técnico-profissional da DSEJ, revela que os alunos podem estagiar em qualquer altura do curso, e que esta decisão fica ao critério das escolas. Entre os cursos mais populares figuram os que dão valências nas áreas da hotelaria, desporto e artes. Segundo os dados revelados pela DSEJ, no ano lectivo anterior, 80 por cento dos graduados do ensino técnico-profissional seguiram para o ensino superior. Enquanto que, entre os alunos do ensino secundário, 90 por cento seguiram para a universidade. Outro dado relevante é que mais de 50 por cento dos estudantes do técnico-profissional continuam os estudos nas áreas que frequentaram. Ligação aos números Ainda no âmbito do ensino técnico-profissional, a DSEJ revelou que no ano lectivo 2018/2019 havia cerca de 1200 alunos, número que, para já, ainda não tem comparação possível com este ano porque as matrículas ainda estão abertas. No que diz respeito às áreas prioritárias no ensino técnico-profissional, Leong I On esclareceu que a DSEJ não pretende regulamentar prioridades educativas, e apenas quer promover a diversificação dos cursos oferecidos aos alunos. Nesse aspecto, as formações disponíveis dependem da cooperação entre empresas e estabelecimentos de ensino. Outra das novidades reveladas ontem diz respeito à participação dos alunos de Macau em programas de avaliação internacionais. A DSEJ apontou que seria interessante que os estudantes locais pudessem participar, a partir de 2023, no TIMMS, Tendências do Estudo Internacional de Matemática e Ciências. Este teste avalia as capacidades dos alunos do 4º ano do ensino primário em matemática e ciências e junta-se aos três exames do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) em que os estudantes locais participam para avaliar capacidades de leitura, ciência e matemática.
Encontro | Chui Sai On recebe presidente da Associação das Ourivesarias Hoje Macau - 13 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] deputado Ip Sio Kai reuniu ontem com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, na qualidade de presidente da Associação das Ourivesarias de Macau. De acordo com um comunicado oficial, Ip Sio Kai referiu que, desde 1999 que a “indústria de comércio a retalho de jóias tem vindo a desenvolver-se a um bom ritmo, sendo as perspectivas brilhantes, com o mercado a manter um avanço estável”. Para garantir um desenvolvimento sustentável do sector, Ip Sio Kai garantiu ainda que a associação “vai proceder a trabalhos em variadas vertentes, no sentido de elevar a qualidade dos seus profissionais, através do reforço da formação”. É objectivo da direcção apostar na “criação de um centro de identificação de jóias de ouro de acordo com os padrões internacionais, com o intuito de aumentar a competitividade da indústria e o estabelecimento de uma base logística nos territórios vizinhos para controlar os custos operacionais”. Neste sentido, Chui Sai On destacou o facto do sector das ourivesarias poder aproveitar as vantagens do projecto político da Grande Baía para se poder desenvolver. O Chefe do Executivo reuniu também com a Associação Industrial de Macau, presidida por António Chui Yuk Lum. O encontro, ocorrido na sede do Governo, serviu para apresentar os trabalhos preparativos da organização da sexta edição do “Macau Industrial Products Show”. De acordo com um comunicado, foram também trocadas “impressões sobre a inovação e desenvolvimento industrial de Macau”.
Encontro | Chui Sai On recebe presidente da Associação das Ourivesarias Hoje Macau - 13 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] deputado Ip Sio Kai reuniu ontem com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, na qualidade de presidente da Associação das Ourivesarias de Macau. De acordo com um comunicado oficial, Ip Sio Kai referiu que, desde 1999 que a “indústria de comércio a retalho de jóias tem vindo a desenvolver-se a um bom ritmo, sendo as perspectivas brilhantes, com o mercado a manter um avanço estável”. Para garantir um desenvolvimento sustentável do sector, Ip Sio Kai garantiu ainda que a associação “vai proceder a trabalhos em variadas vertentes, no sentido de elevar a qualidade dos seus profissionais, através do reforço da formação”. É objectivo da direcção apostar na “criação de um centro de identificação de jóias de ouro de acordo com os padrões internacionais, com o intuito de aumentar a competitividade da indústria e o estabelecimento de uma base logística nos territórios vizinhos para controlar os custos operacionais”. Neste sentido, Chui Sai On destacou o facto do sector das ourivesarias poder aproveitar as vantagens do projecto político da Grande Baía para se poder desenvolver. O Chefe do Executivo reuniu também com a Associação Industrial de Macau, presidida por António Chui Yuk Lum. O encontro, ocorrido na sede do Governo, serviu para apresentar os trabalhos preparativos da organização da sexta edição do “Macau Industrial Products Show”. De acordo com um comunicado, foram também trocadas “impressões sobre a inovação e desenvolvimento industrial de Macau”.
Chefe do Executivo | Ho vai fazer tudo para cumprir promessas eleitorais João Santos Filipe - 13 Set 2019 O futuro líder do Governo aponta baterias ao problema da população que não consegue ter acesso a habitação e diz que o próximo Executivo vai lidar com as “questões históricas” do sector do jogo [dropcap]A[/dropcap]umento da eficácia da Administração Pública, diversificação da economia, optimização das condições de vida da população, retorno dos talentos locais e promoção de trocas culturais. São estes os cinco pilares do programa político de Ho Iat Seng, que ontem, em Pequim, voltou a assumir o compromisso de tudo irá fazer para os cumprir. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a questão da habitação foi apontada como exemplo e o futuro líder do Governo afirmou que é preciso resolver os problemas da classe sanduiche, ou seja, dos que têm rendimentos elevados para concorrerem à habitação pública, mas não têm dinheiro suficiente para comprar uma fracção no mercado privado. Porém, mesmo na questão da habitação, Ho não espera uma solução mágica nem rápida. “Se calhar não consigo concluir tudo, mas estou firmemente decidido a iniciar esse trabalho que depois terá continuidade”, disse Ho Iat Seng, citado pelo canal português da Rádio Macau. “Espero poder, nos próximos cinco anos, concretizar o compromisso que assumi junto da população”, acrescentou. Em resposta ao jornalistas em Pequim, o próximo Chefe do Executivo comentou também o facto de Macau conseguir evitar os problemas de Hong Kong, apesar de ambas as regiões terem implementado o princípio Um País, Dois Sistemas. Ho elogiou o trabalho feito na RAEM nos últimos 20 anos, principalmente no que diz respeito às “forças externas”. “Macau soube trabalhar para ficar livre das interferências externas. No últimos 20 anos trabalhou-se para combater as forças exteriores e a interferência estrangeira […] Temos legislação para lidar com essas situações”, considerou. O futuro líder do Governo recusou sempre comentar a situação de Hong Kong, mas recusou a hipótese de Macau poder atravessar uma instabilidade semelhante, pelas consequências que isso teria na economia. “Macau não pode entrar em confronto. É uma cidade turística e isso iria afectar a nossa fonte de riqueza”, sustentou. Problemas históricos Ho Iat Seng abordou igualmente a situação da economia e a necessidade “enfrentar os problemas históricos” na indústria do jogo, numa referência ao sistema de três concessionárias e três subconcessionárias. Segundo Ho, o actual Governo já tem uma versão para alterar a lei do jogo e vai caber ao futuro Executivo “implementar as mudanças”. “Assim que forem implementadas, estas mudanças vão permitir resolver várias questões do sector”, afirmou. Também ontem, Ho Iat Seng foi questionado sobre a implementação do sufrágio universal para a escolha do Chefe do Executivo. Na resposta, o líder eleito reconheceu que a Lei Básica não afasta essa possibilidade, mas que essa reforma dos sistema político não consta das suas prioridades, nem vai ser iniciada imediatamente.
Chefe do Executivo | Ho vai fazer tudo para cumprir promessas eleitorais João Santos Filipe - 13 Set 2019 O futuro líder do Governo aponta baterias ao problema da população que não consegue ter acesso a habitação e diz que o próximo Executivo vai lidar com as “questões históricas” do sector do jogo [dropcap]A[/dropcap]umento da eficácia da Administração Pública, diversificação da economia, optimização das condições de vida da população, retorno dos talentos locais e promoção de trocas culturais. São estes os cinco pilares do programa político de Ho Iat Seng, que ontem, em Pequim, voltou a assumir o compromisso de tudo irá fazer para os cumprir. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a questão da habitação foi apontada como exemplo e o futuro líder do Governo afirmou que é preciso resolver os problemas da classe sanduiche, ou seja, dos que têm rendimentos elevados para concorrerem à habitação pública, mas não têm dinheiro suficiente para comprar uma fracção no mercado privado. Porém, mesmo na questão da habitação, Ho não espera uma solução mágica nem rápida. “Se calhar não consigo concluir tudo, mas estou firmemente decidido a iniciar esse trabalho que depois terá continuidade”, disse Ho Iat Seng, citado pelo canal português da Rádio Macau. “Espero poder, nos próximos cinco anos, concretizar o compromisso que assumi junto da população”, acrescentou. Em resposta ao jornalistas em Pequim, o próximo Chefe do Executivo comentou também o facto de Macau conseguir evitar os problemas de Hong Kong, apesar de ambas as regiões terem implementado o princípio Um País, Dois Sistemas. Ho elogiou o trabalho feito na RAEM nos últimos 20 anos, principalmente no que diz respeito às “forças externas”. “Macau soube trabalhar para ficar livre das interferências externas. No últimos 20 anos trabalhou-se para combater as forças exteriores e a interferência estrangeira […] Temos legislação para lidar com essas situações”, considerou. O futuro líder do Governo recusou sempre comentar a situação de Hong Kong, mas recusou a hipótese de Macau poder atravessar uma instabilidade semelhante, pelas consequências que isso teria na economia. “Macau não pode entrar em confronto. É uma cidade turística e isso iria afectar a nossa fonte de riqueza”, sustentou. Problemas históricos Ho Iat Seng abordou igualmente a situação da economia e a necessidade “enfrentar os problemas históricos” na indústria do jogo, numa referência ao sistema de três concessionárias e três subconcessionárias. Segundo Ho, o actual Governo já tem uma versão para alterar a lei do jogo e vai caber ao futuro Executivo “implementar as mudanças”. “Assim que forem implementadas, estas mudanças vão permitir resolver várias questões do sector”, afirmou. Também ontem, Ho Iat Seng foi questionado sobre a implementação do sufrágio universal para a escolha do Chefe do Executivo. Na resposta, o líder eleito reconheceu que a Lei Básica não afasta essa possibilidade, mas que essa reforma dos sistema político não consta das suas prioridades, nem vai ser iniciada imediatamente.
Assistentes Sociais | Conselho Profissional composto por 11 membros João Luz - 13 Set 2019 [dropcap]E[/dropcap]stá dado mais um passo rumo à qualificação dos assistentes sociais que trabalham em Macau. Ontem foi apresentado, sucintamente, o regulamento administrativo que irá reger o Conselho Profissional dos Assistentes Sociais (CPAS), após o fim da discussão do projecto em sede de Conselho Executivo. O CPAS será composto por 11 elementos. Destes, cinco vão assumir funções de fiscalização enquanto o presidente será nomeado pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de acordo com declarações do porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng. Ao organismo competem “os trabalhos inerentes à qualificação dos assistentes sociais”, definir critérios para a acreditação profissional, apreciar pedidos de acreditação profissional, coordenar o exame de acreditação e fornecer formação contínua aos profissionais. O CPAS terá ainda o poder de instrução em procedimentos disciplinares. Ao presidente do organismo cabe convocar e presidir as reuniões plenárias e aprovar a ordem do dia das reuniões. Os plenários devem realizar-se, pelo menos, quatro vezes por ano. O presidente tem ainda o poder de convocar reuniões extraordinárias por iniciativa própria, ou através de pedido escrito de, pelo menos, um terço dos membros. Quanto aos grupos especializados, estes podem ser compostos por “personalidades de reconhecido mérito da área da acção social, representantes de instituições académicas e consultores especializados”, lê-se na nota de imprensa. O apoio técnico, administrativo e logístico ao CPAS será assegurado pelo Instituto de Acção Social.
Assistentes Sociais | Conselho Profissional composto por 11 membros João Luz - 13 Set 2019 [dropcap]E[/dropcap]stá dado mais um passo rumo à qualificação dos assistentes sociais que trabalham em Macau. Ontem foi apresentado, sucintamente, o regulamento administrativo que irá reger o Conselho Profissional dos Assistentes Sociais (CPAS), após o fim da discussão do projecto em sede de Conselho Executivo. O CPAS será composto por 11 elementos. Destes, cinco vão assumir funções de fiscalização enquanto o presidente será nomeado pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de acordo com declarações do porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng. Ao organismo competem “os trabalhos inerentes à qualificação dos assistentes sociais”, definir critérios para a acreditação profissional, apreciar pedidos de acreditação profissional, coordenar o exame de acreditação e fornecer formação contínua aos profissionais. O CPAS terá ainda o poder de instrução em procedimentos disciplinares. Ao presidente do organismo cabe convocar e presidir as reuniões plenárias e aprovar a ordem do dia das reuniões. Os plenários devem realizar-se, pelo menos, quatro vezes por ano. O presidente tem ainda o poder de convocar reuniões extraordinárias por iniciativa própria, ou através de pedido escrito de, pelo menos, um terço dos membros. Quanto aos grupos especializados, estes podem ser compostos por “personalidades de reconhecido mérito da área da acção social, representantes de instituições académicas e consultores especializados”, lê-se na nota de imprensa. O apoio técnico, administrativo e logístico ao CPAS será assegurado pelo Instituto de Acção Social.
Governo Electrónico | 100 milhões para simplificação administrativa João Luz - 13 Set 2019 O Conselho Executivo deu ontem a conhecer alguns detalhes da proposta de lei da governação electrónica, que pretende digitalizar procedimentos, aumentar a eficiência administrativa e a conveniência dos cidadãos. O Governo vai investir 100 milhões de patacas para simplificar a máquina administrativa [dropcap]T[/dropcap]empo, recursos e papel. Três bens que podem ser economizados graças à governação electrónica, uma política que será regulamentada por legislação cuja proposta foi apresentada ontem pelo Conselho Executivo. “O orçamento é de cerca de 100 milhões de patacas”, revelou ontem o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng. Este dinheiro será aplicado na simplificação electrónica da máquina administrativa. Nesse sentido, o Governo espera ter prontos todos os detalhes técnicos para tratar de 90 serviços por meio electrónico a partir do momento em que a lei entrar em vigor (no próximo ano). Leong Heng Teng deu alguns exemplos da simplificação administrativa que se pretende alcançar, em que se tenta dispensar o residente de apresentar documentos que a administração já tem em sua posse. “Por exemplo, quanto a registos de nascimento. Um casal que tenha contraído matrimónio em Macau e que tenha um filho nascido no Hospital Conde de São Januário.” Depois de emitido o registo de nascimento, o casal pode recorrer à plataforma electrónica para submeter esse documento de forma a pedir tanto a declaração de nascimento, como o subsídio de nascimento. No fundo, em vez de apresentar o mesmo documento na conservatória de registo civil e na segurança social, ambos os actos administrativos podem ser resolvidos online. A ideia é que o cidadão se inscreva na plataforma online, onde se faz o upload dos documentos. “Isto vai poupar muito tempo, também aos trabalhadores dos serviços públicos, se o acto administrativo for feito de forma automática, só precisamos de verificar os dados e informações, e emitimos o documento”, comentou o porta-voz do Conselho Executivo. Leong Heng Teng esclareceu que a utilização dos meios digitais não será obrigatória e que o utente pode continuar a seguir a forma tradicional, dirigir-se a um balcão público e submeter documentos em papel. Todos em um O director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), Eddie Kou, revelou que a digitalização da máquina administrativa implica a coordenação dos SAFP com mais de uma dezena de serviços públicos. O objectivo é analisar quais as formalidades que se podem incluir na optimização dos serviços. Registos de casamento, nascimento, educação, segurança social, registo comercial, serviços fiscais, foram sectores auscultados para se aferir que serviços podem ser digitalizados. O Governo assegura que, com a entrada em vigor da lei da governação electrónica, mais de 90 serviços vão passar a ser fornecidos numa plataforma única, através de uma conta única. “Nos próximos dois a três anos vamos continuar a optimizar estes serviços”, relevou Leong Heng Teng.
Governo Electrónico | 100 milhões para simplificação administrativa João Luz - 13 Set 2019 O Conselho Executivo deu ontem a conhecer alguns detalhes da proposta de lei da governação electrónica, que pretende digitalizar procedimentos, aumentar a eficiência administrativa e a conveniência dos cidadãos. O Governo vai investir 100 milhões de patacas para simplificar a máquina administrativa [dropcap]T[/dropcap]empo, recursos e papel. Três bens que podem ser economizados graças à governação electrónica, uma política que será regulamentada por legislação cuja proposta foi apresentada ontem pelo Conselho Executivo. “O orçamento é de cerca de 100 milhões de patacas”, revelou ontem o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng. Este dinheiro será aplicado na simplificação electrónica da máquina administrativa. Nesse sentido, o Governo espera ter prontos todos os detalhes técnicos para tratar de 90 serviços por meio electrónico a partir do momento em que a lei entrar em vigor (no próximo ano). Leong Heng Teng deu alguns exemplos da simplificação administrativa que se pretende alcançar, em que se tenta dispensar o residente de apresentar documentos que a administração já tem em sua posse. “Por exemplo, quanto a registos de nascimento. Um casal que tenha contraído matrimónio em Macau e que tenha um filho nascido no Hospital Conde de São Januário.” Depois de emitido o registo de nascimento, o casal pode recorrer à plataforma electrónica para submeter esse documento de forma a pedir tanto a declaração de nascimento, como o subsídio de nascimento. No fundo, em vez de apresentar o mesmo documento na conservatória de registo civil e na segurança social, ambos os actos administrativos podem ser resolvidos online. A ideia é que o cidadão se inscreva na plataforma online, onde se faz o upload dos documentos. “Isto vai poupar muito tempo, também aos trabalhadores dos serviços públicos, se o acto administrativo for feito de forma automática, só precisamos de verificar os dados e informações, e emitimos o documento”, comentou o porta-voz do Conselho Executivo. Leong Heng Teng esclareceu que a utilização dos meios digitais não será obrigatória e que o utente pode continuar a seguir a forma tradicional, dirigir-se a um balcão público e submeter documentos em papel. Todos em um O director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), Eddie Kou, revelou que a digitalização da máquina administrativa implica a coordenação dos SAFP com mais de uma dezena de serviços públicos. O objectivo é analisar quais as formalidades que se podem incluir na optimização dos serviços. Registos de casamento, nascimento, educação, segurança social, registo comercial, serviços fiscais, foram sectores auscultados para se aferir que serviços podem ser digitalizados. O Governo assegura que, com a entrada em vigor da lei da governação electrónica, mais de 90 serviços vão passar a ser fornecidos numa plataforma única, através de uma conta única. “Nos próximos dois a três anos vamos continuar a optimizar estes serviços”, relevou Leong Heng Teng.
Sustentabilidade | ONU alerta para que muitos dos objectivos para 2030 podem não ser cumpridos Andreia Sofia Silva - 13 Set 2019 A pobreza extrema está em declínio, mas não a um ritmo acelerado. Na área ambiental, muitos países, sobretudo na União Europeia, têm medidas de combate às alterações climáticas, mas são insuficientes. O relatório da ONU, ontem divulgado, sobre os objectivos do desenvolvimento sustentável, diz que muitas das metas traçadas para 2030 podem vir a não ser cumpridas [dropcap]O[/dropcap] relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) deste ano relativo aos objectivos de desenvolvimento sustentável, ontem divulgado, apresenta alguns pontos animadores, mas revela também que há ainda muito a fazer no que diz respeito à erradicação da pobreza e no combate à poluição. António Guterres, secretário-geral da ONU, denota que o relatório revela que “o progresso tem vindo a ser feito em algumas áreas críticas, e há algumas tendências favoráveis que são evidentes”. A título de exemplo, “a pobreza extrema diminuiu consideravelmente, uma vez que a taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos baixou 49 por cento entre 2000 e 2017”, além de que o sistema de vacinação “salvou milhões de vidas”. António Guterres denota ainda que “uma vasta maioria da população tem agora acesso a electricidade”. Em matéria ambiental, o secretário-geral da ONU observa que “os países estão a adoptar acções concretas para proteger o nosso planeta”, uma vez que “as áreas marítimas protegidas duplicaram desde 2010, e os países estão a trabalhar de forma concertada para combater a pesca ilegal”. Um total de 186 países ratificaram o Acordo de Paris, lembrou Guterres, “e quase todos comunicaram as suas primeiras contribuições nacionais” sobre o acordo na área do ambiente. Na nota introdutória, Guterres salientou ainda que cerca de 150 países “desenvolveram políticas nacionais para responder aos desafios da rápida urbanização”, sendo que 71 deles, e a União Europeia “têm agora mais de 300 políticas e instrumentos que suportam o consumo e a produção sustentáveis”. No entanto, o secretário-geral da ONU considera que há ainda “muitas áreas que necessitam de uma atenção colectiva urgente”, uma vez que “o ambiente natural está a deteriorar-se a um nível alarmante: os níveis da água do mar estão a aumentar, a acidez do mar está a acelerar e os últimos quatro anos têm sido os mais quentes de que há registo”. Neste sentido, Liu Zhenmin, vice-secretário-geral da ONU para as questões económicas e sociais, denota que “a área mais urgente em termos de acção são as alterações climáticas”. “Se não cortarmos a emissão de gases de efeitos de estufa agora, o aquecimento global deverá ser de 1,5 graus nas próximas décadas. Tal como já estamos a verificar, os efeitos compostos vão ser catastróficos e irreversíveis: aumento da acidez dos oceanos, erosão costeira, condições atmosféricas extremas, aumento da frequência e gravidade dos desastres naturais, a continuação da degradação das terras, perda de espécies vitais e colapso dos ecossistemas”, exemplificou. Além disso, Liu Zhenmin alerta para uma crescente desigualdade entre países, uma vez que “a pobreza, a fome e a doença continuam a estar concentrados nos países mais pobres e vulneráveis.” Os dados mostram que mais de 90 por cento de mortes infantis decorrem em países em desenvolvimento, sendo que três quartos das crianças em situação de fome vivem nos países do Sudeste Asiático e na África Subsariana. Por cumprir Apesar de alguns sinais de melhoria, António Guterres deixa o alerta: é preciso acelerar a implementação de medidas para que o mundo cumpra os seus objectivos para 2030 relativamente à promoção de uma maior sustentabilidade. “Estamos a mover-nos muito devagar no que diz respeito aos esforços para pôr fim ao sofrimento humano e a criar oportunidades para todos: o nosso objectivo de erradicar a pobreza extrema em 2030 tem vindo a ser comprometido à medida que lutamos para responder aos conflitos violentos e às vulnerabilidades dos desastres naturais. É claro que é necessária uma resposta mais profunda, rápida e mais ambiciosa para levar a cabo uma transformação social e económica para atingir os objectivos de 2030.” A ONU faz notar que entre 1998 e 2017 os desastres resultaram em perdas económicas directas de três mil milhões de dólares americanos, sendo que os desastres naturais representam uma fatia de 77 por cento, um aumento de 151 por cento se olharmos para o período entre 1978 e 1997. A questão dos desastres naturais está intimamente relacionada com a pobreza extrema, uma vez que “não é surpresa que os países mais pobres tenham vindo a experienciar uma percentagem desproporcional de perdas e danos de vidas atribuídas aos desastres”. O relatório dá conta de que mais de 90 por cento de mortes se devem a desastres ocorridos em países com níveis médio-baixos de desenvolvimento. No que diz respeito à evolução lenta da erradicação da pobreza de que fala António Guterres, em 2018 a percentagem de população mundial em situação de pobreza extrema era de 8,6 por cento e as estimativas mostram que, em 2030, seis por cento da população global ainda estará nessa situação, “se esta tendência continuar”. Os casos mais graves continuam a registar-se na África Subsariana, onde milhões de pessoas continuam a viver com menos de 1,9 dólares diários. Registaram-se, no entanto, melhorias no combate à fome na zona do Sudeste Asiático. A Cimeira Global de Acção Climática tem lugar este mês, na cidade de Nova Iorque, tendo António Guterres destacado o evento como uma forma de levar a cabo novas medidas nestas áreas.
Sustentabilidade | ONU alerta para que muitos dos objectivos para 2030 podem não ser cumpridos Andreia Sofia Silva - 13 Set 2019 A pobreza extrema está em declínio, mas não a um ritmo acelerado. Na área ambiental, muitos países, sobretudo na União Europeia, têm medidas de combate às alterações climáticas, mas são insuficientes. O relatório da ONU, ontem divulgado, sobre os objectivos do desenvolvimento sustentável, diz que muitas das metas traçadas para 2030 podem vir a não ser cumpridas [dropcap]O[/dropcap] relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) deste ano relativo aos objectivos de desenvolvimento sustentável, ontem divulgado, apresenta alguns pontos animadores, mas revela também que há ainda muito a fazer no que diz respeito à erradicação da pobreza e no combate à poluição. António Guterres, secretário-geral da ONU, denota que o relatório revela que “o progresso tem vindo a ser feito em algumas áreas críticas, e há algumas tendências favoráveis que são evidentes”. A título de exemplo, “a pobreza extrema diminuiu consideravelmente, uma vez que a taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos baixou 49 por cento entre 2000 e 2017”, além de que o sistema de vacinação “salvou milhões de vidas”. António Guterres denota ainda que “uma vasta maioria da população tem agora acesso a electricidade”. Em matéria ambiental, o secretário-geral da ONU observa que “os países estão a adoptar acções concretas para proteger o nosso planeta”, uma vez que “as áreas marítimas protegidas duplicaram desde 2010, e os países estão a trabalhar de forma concertada para combater a pesca ilegal”. Um total de 186 países ratificaram o Acordo de Paris, lembrou Guterres, “e quase todos comunicaram as suas primeiras contribuições nacionais” sobre o acordo na área do ambiente. Na nota introdutória, Guterres salientou ainda que cerca de 150 países “desenvolveram políticas nacionais para responder aos desafios da rápida urbanização”, sendo que 71 deles, e a União Europeia “têm agora mais de 300 políticas e instrumentos que suportam o consumo e a produção sustentáveis”. No entanto, o secretário-geral da ONU considera que há ainda “muitas áreas que necessitam de uma atenção colectiva urgente”, uma vez que “o ambiente natural está a deteriorar-se a um nível alarmante: os níveis da água do mar estão a aumentar, a acidez do mar está a acelerar e os últimos quatro anos têm sido os mais quentes de que há registo”. Neste sentido, Liu Zhenmin, vice-secretário-geral da ONU para as questões económicas e sociais, denota que “a área mais urgente em termos de acção são as alterações climáticas”. “Se não cortarmos a emissão de gases de efeitos de estufa agora, o aquecimento global deverá ser de 1,5 graus nas próximas décadas. Tal como já estamos a verificar, os efeitos compostos vão ser catastróficos e irreversíveis: aumento da acidez dos oceanos, erosão costeira, condições atmosféricas extremas, aumento da frequência e gravidade dos desastres naturais, a continuação da degradação das terras, perda de espécies vitais e colapso dos ecossistemas”, exemplificou. Além disso, Liu Zhenmin alerta para uma crescente desigualdade entre países, uma vez que “a pobreza, a fome e a doença continuam a estar concentrados nos países mais pobres e vulneráveis.” Os dados mostram que mais de 90 por cento de mortes infantis decorrem em países em desenvolvimento, sendo que três quartos das crianças em situação de fome vivem nos países do Sudeste Asiático e na África Subsariana. Por cumprir Apesar de alguns sinais de melhoria, António Guterres deixa o alerta: é preciso acelerar a implementação de medidas para que o mundo cumpra os seus objectivos para 2030 relativamente à promoção de uma maior sustentabilidade. “Estamos a mover-nos muito devagar no que diz respeito aos esforços para pôr fim ao sofrimento humano e a criar oportunidades para todos: o nosso objectivo de erradicar a pobreza extrema em 2030 tem vindo a ser comprometido à medida que lutamos para responder aos conflitos violentos e às vulnerabilidades dos desastres naturais. É claro que é necessária uma resposta mais profunda, rápida e mais ambiciosa para levar a cabo uma transformação social e económica para atingir os objectivos de 2030.” A ONU faz notar que entre 1998 e 2017 os desastres resultaram em perdas económicas directas de três mil milhões de dólares americanos, sendo que os desastres naturais representam uma fatia de 77 por cento, um aumento de 151 por cento se olharmos para o período entre 1978 e 1997. A questão dos desastres naturais está intimamente relacionada com a pobreza extrema, uma vez que “não é surpresa que os países mais pobres tenham vindo a experienciar uma percentagem desproporcional de perdas e danos de vidas atribuídas aos desastres”. O relatório dá conta de que mais de 90 por cento de mortes se devem a desastres ocorridos em países com níveis médio-baixos de desenvolvimento. No que diz respeito à evolução lenta da erradicação da pobreza de que fala António Guterres, em 2018 a percentagem de população mundial em situação de pobreza extrema era de 8,6 por cento e as estimativas mostram que, em 2030, seis por cento da população global ainda estará nessa situação, “se esta tendência continuar”. Os casos mais graves continuam a registar-se na África Subsariana, onde milhões de pessoas continuam a viver com menos de 1,9 dólares diários. Registaram-se, no entanto, melhorias no combate à fome na zona do Sudeste Asiático. A Cimeira Global de Acção Climática tem lugar este mês, na cidade de Nova Iorque, tendo António Guterres destacado o evento como uma forma de levar a cabo novas medidas nestas áreas.
Polícia de Hong Kong proíbe manifestação convocada para domingo Hoje Macau - 12 Set 2019 [dropcap]A[/dropcap] Polícia de Hong Kong proibiu hoje a manifestação convocada para domingo pela Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH), que tem liderado os grandes protestos pró-democracia na antiga colónia britânica. A marcha havia sido convocada após o anúncio da líder do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, da retirada formal das emendas à polémica lei da extradição que esteve na base da contestação social desde o início de Junho. Contudo, no mesmo dia do anúncio de Carrie Lam, a vice-coordenadora da FCDH, que reúne mais de uma dezena de partidos e organizações não governamentais, disse, em declarações à Lusa, que “os ‘slogans’ que têm sido entoados nas ruas são claros. ‘Cinco exigências: nem uma a menos’”, disse Bonnie Leung. “Esta [a lei da extradição] era a mais simples de responder, mas as outras quatro são igualmente importantes”, sublinhou, defendendo que “seria também simples aceitar a criação de uma comissão de inquérito independente para averiguar a actuação da polícia” que é acusada de usar força excessiva. Os manifestantes exigem que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong. Na carta de “objecção” da polícia, enviada aos organizadores da marcha, lê-se que durante as manifestações realizadas desde Junho “alguns manifestantes não apenas cometeram actos de violência, incêndio criminoso e bloqueios de estradas, mas também usaram bombas de gasolina e todos os tipos de armas para destruir bens públicos em larga escala”. Além disso, as autoridades policiais apontaram que os locais onde a manifestação iria acontecer são “muito próximos a prédios de alto risco”, entre os quais a estação de comboios de alta velocidade ou o quartel general da polícia. Ao declarar a manifestação ilegal, as pessoas que participem na mesma podem enfrentar sérias consequências legais. A FCDH já anunciou que interpôs um recurso contra a decisão da polícia e deve ser notificada antes de domingo sobre a decisão.
Será a poesia feita de gnaisse puro? Luís Carmelo - 12 Set 20196 Mar 2020 [dropcap]N[/dropcap]em sempre Afrodite terá estado na disposição de dar vida a uma escultura para gáudio dos pigmaliões. Na ausência desse milagre e tal como afirmou Richard Rorty, no início dos anos oitenta, “há pessoas que escrevem como se só existissem textos”, imaginando-se abraçados ao monte de vénus de uma Galateia de mármore. Pobres nenúfares. A noção de texto que Rorty evoca aproxima-se da dos dogmas das religiões do ‘Livro’ que fez do mundo, durante séculos e séculos, uma iluminura escrita. Para o homem medieval, todo o sentido do universo dependia de uma harmoniosa refracção entre textos. Os modernos alteraram a pulsação das coisas, sondaram territórios, interrogaram o que é (e o que não é) o homem, mas não resistiram à tentação de voltar a transformar a palavra em mandamento. Tanto estalinezinho que se pavoneou por essa Europa e por essa Ásia fora nos últimos dois séculos, tendo como refém verbetes limados, frases redondas e suratas definitivas. Esta obstinação de escrever e de ler o mundo como se só existissem textos tem, de facto, marca categórica, fosse a sua origem escolástica, ideológica ou académica. A plenitude que cremos herdar (obsessivamente) do império da escrita sempre trouxe consigo esquadrias rígidas. Autores como Sade, Bukowski, Genet ou Céline, que misturaram registos elevados e ditos consagradamente levianos, viram-se amiúde como filhos de uma penitência menor. No penúltimo Livro de A República de Platão, Gláucon reconheceu que a cidade ideal, longamente descrita ao longo dos diálogos da obra, era coisa ‘só de palavras’ (“Referes-te à cidade que edificámos há pouco na nossa exposição, àquela que está fundada só em palavras, pois creio bem que não se encontra em parte alguma da terra” – 592b/ p. 447). O fundamental estaria fora das palavras, seria até anterior a elas e, seguramente, jamais por elas fundado. Se contarmos para trás a mesma distância que vai de Platão até ao nosso tempo, chegamos à Epopeia de Gilgamesh. Trata-se de um texto inscrito em argilas refundidas com origem na actual região do Iraque que data de antes de meados do terceiro milénio a.C., embora existam compilações conhecidas já do final do segundo milénio a.C.. O relato é um dos primeiros registos escritos da espécie humana. Não lhe pré-existindo uma matriz rígida para replicar (haveria matrizes mitológicas orais, como a de Afrodite que deu vida a Galateia para gozo supremo de Pigmaleão, mas essas sempre foram maleáveis e, portanto, sempre se alteraram no correr dos tempos ao contrário do dogma), o texto ocupa-se das coisas essenciais e não ainda de outros textos ou de idealidades contaminadas. É por isso que a Epopeia de Gilgamesh é uma história de heróis e de deuses com os sonhos a funcionarem como ignição primordial. O tema de fundo é o da imortalidade, claro está: Gilgamesh bem tenta aceder ao dom da vida eterna, passa por mil obstáculos para o conseguir, mas acaba por se confrontar com o nosso denominador comum mais escandaloso: a mortalidade. O que se torna fascinante, ao longo da leitura, é pressentir a respiração genuína dos humanos de há quase cinco milénios e perceber que o essencial que está em causa é o mesmo que, hoje em dia, ainda nos permite confiar (dir-se-ia mesmo ‘acreditar’) na poesia, porventura o único tipo de texto contemporâneo que, de vez em quando, tenta escapar a outros textos refundando-se radicalmente enquanto se forma e enuncia. A grande poesia restitui à fonte o leme perdido pela palavra. Pelo menos é neste tipo de transparência glosada que eu entendo a grande poesia, mesmo quando ela parafraseia as suas merdas, pois, ao fim e ao cabo, somos todos humanos e não génios a apalpar corpos perfeitos esculpidos em gnaisse puro. Para uma boa leitura da Epopeia de Gilgamesh, aconselho a tradução/versão assinada por Pedro Tamen (Edições António Ramos, Lisboa, 1979).
O Homem Novo António Cabrita - 12 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] Papa esteve em Moçambique. No seu discurso evocou Eusébio e Lourdes Mutola como dois resilientes e apontou-os como exemplo a ser seguido pelos jovens. Há uma ironia que verruma aqui, embora involuntária, pois o Papa não o saberia: o poder moçambicano gostaria muito de rasurar a memória desses dois “heróis evocados”, na leitura instrumentalista que faz da história, a Eusébio por ser um “traidor-não declarado”, ao preferir continuar a ser português, a Lourdes Mutola porque, de olhos abertos, lhes chamou ingratos e foi viver para a África do Sul com a sua “esposa”. Embora de grande notoriedade, e são uma história de sucesso popular, politicamente são bastardos. Dois anos depois de ter chegado a Maputo, mudei de casa e no outro lado da rua havia um bar que passei a frequentar. Eu e o Mário Coluna, o mítico médio do Benfica no tempo do Eusébio, que fez a escolha contrária à do atacante e voltou para Moçambique depois da carreira, abraçando o país novo. E foi treinador de clubes, e da selecção. Após o que, pela surra, foi colocado na prateleira e passou a ser um reformado de luxo. Quando o conheci, invariavelmente pelas cinco da tarde, estacionava o seu Mercedes diante do bar e aí se sentava emborcando uns sobre os outros, uísques, em conversas que não me pareciam defensivas nem ofensivas. Um dia recebo a encomenda para fazer uma sinopse para um possível filme sobre o Coluna, que teria, diziam-me, um empurrão para a produção do Carlos Queirós, e para apoio deram-me um álbum sobre o futebolista, em que se contava a história da sua vida, e que se chamava O Colosso. Soube então que era assim que ele era chamado em Moçambique: O Colosso. Entreguei o trabalhinho sobre o qual não obtive nem uma palavrinha nem a prebenda, como se nada me tivesse sido encomendado – experiência que, aliás se repetiu. E continuei a ver O Colosso por ali, eu no meu canto com os livrinhos e um uísquinho para duas horas, ele na sua sede escancarada. Um dia sentei-me na mesa ao lado da dele e ao cabo de uma hora de me ver concentrado em letras miúdas não resistiu a meter conversa comigo. E diz-me O Colosso: “Estes pobres, se não fossem os portugueses ainda estavam nas árvores!”, e ao mesmo tempo metia o cartão dele num canto da mesa. Era um ataque forte e pedia contenção na defesa. “Como?”. “…deram cabo de tudo e esqueceram que se não fossem os portugueses ainda viviam nas árvores! O Salazar é que…etc.” Vi-me no papel de fazer a defesa do diabo, “Olhe que os portugueses deixaram noventa por cento de analfabetos…”, ripostei, tentando amenizar-lhe o tom azedo, mesmo que sussurrado. Quando viu que defendia o seu objecto de desgosto, retirou o cartão da mesa, devolvendo-o ao seu bolso, e remeteu-se ao calado de mais um duplo. Eu fiquei desconcertado, por desconhecimento. O Colosso, afinal, sentira-se usado, descartado e de expectativas desiludidas, e até apesar da excelente reforma que lhe dava o estado moçambicano, de ter visto o seu nome atribuído a uma rua e da Fifa ter apoiado financeiramente a sua Academia de Futebol na vila da Namaacha, a sessenta km de Maputo. Não sei o que se teria passado para que ele – que fora um colaborador das forças que lutavam pela independência do país, antes do 25 de Abril, dando cobertura e tecto a clandestinos que passavam por Portugal no desforço da luta -, trinta anos depois da independência, à primeira oportunidade denunciasse uma tão entranhada nostalgia. A dignidade de O Colosso, que agiu correctamente no seu devido tempo, não fica beliscada, da situação só ressalta a tremenda contradição entre as expectativas individuais e aquilo que o omnívoro processo dos Estados arma – é inevitável que o Estado se sirva das “suas” figuras; depois ou corrompe-as (não terá sido o caso de nenhum deles) ou as desilude porque rapidamente as faz sentir que foram úteis no “seu” momento mas não providenciais. Pode a “frustração narcísica” – para mais num país que pugnava pelo “Homem Novo” – ser acompanhada de uma declarada rejeição moral sobre os processos políticos, mas, até pela desproporção de forças, é mais raro, sendo mais comum uma conversão religiosa ou a defesa do álcool. O Colosso, nos derradeiros anos da sua vida, passara de médio atacante a defesa central. Recentemente, assisti a alguns filmes realizados por moçambicanos que foram alunos da Escuela Internacional de Cine y Televisión (EICTV), entre os quais um ironicamente chamado El Hombre Nuevo, de Lara de Sousa. O “Homem Novo” foi um conceito doutrinário comum aos países socialistas, para significar o “segundo nascimento” dos que são membros e co-criadores da nova sociedade socialista. Nesse filme que se passa numa barbearia cubana, el “hombre nuevo” aplica-se a um novo tipo de penteado que apraz muito aos jovens, que nas conversas argumentavam pela “naturalidade” do machismo e do papel viril do homem – apesar do penteado, aquilo pareceu-me muito velho, para lá de idoso, e consterna pensar que depois de 60 anos de revolução cubana e de uma “nueva educacion” tudo está apenas mais “castiço”, tal como constrange constatar que, trinta anos depois da independência, o Papa não teve outros valores moçambicanos para referenciar que o de dois desportistas – um impulsionado pelo Estado Novo e outro fruto da carolice individual. São demasiadas gerações desbaratadas para tão pouco. Fazia parte das premissas das sociedades que promoviam o “Homem Novo” um “Esquecimento Consecutivo”, o que justificará o rol de omissões e o esforço para abafamento dos meritórios que continua a vingar nos países que abraçaram o “socialismo”, onde só o colectivo importa e as personalidades, num momento ou noutro, se tornam incómodas, personas non gratas. Neste sentido, a visita do Papa acabou por ser salutar, mesmo que involuntariamente.
Um lugar à mesa Gisela Casimiro - 12 Set 2019 [dropcap]S[/dropcap]ão muitos, para todos os gostos, viciantes, uma pequena escola de culinária. Vão criando versões e reinventando-se uns aos outros. Contam-nos episódios ilustrados ao pormenor por fotografias em que os humanos são secundários e as refeições, o que importa. Fazem-nos companhia. Inspiram-nos. Vêem nascer amizades. A Ana Luísa Amaral tem muitos poemas que são, na verdade, receitas, e os seus poemas estão para a realidade como os blogs gastronómicos estão, bem, para o resto. Já desconfiava da doença, porém nunca poderia adivinhar o resto. O que sabemos, realmente, senão o que as pessoas demonstram? Nas redes, pelo menos. A inevitabilidade de um ocasional revirar de olhos e uma crítica silenciosa quando surgem os moralismos que no fundo só são bons para os outros, sob a forma de posts partilhados. Share it until you make it, talvez. Partilhar para acreditar. Somos da velha escola, do blogspot e do livejournal, mas os flagelos que nos acometem são muito, muito mais antigos ainda e não parecem querer ir a lado algum. Há cinco anos que este blog incontornável não era actualizado. Era como alguém cujo regresso desejamos secretamente mas não acreditamos que aconteça. Alguém com uma presença, um legado tão vincado que é impossível não nos entretermos mesmo na sua aparente ausência. Contar quantas vezes me alimentei e aos meus amigos com as suas receitas revelar-se-ia tarefa impossível. “Deixa-a lá dentro, cortada, na cozinha, e traz-me só café. Pousa a bandeja ali, e depois vai. Não quero o seu olhar: Recorda-me a prisão que ele habitou (sem ser por mim) e a outra em que eu morei, e onde fiquei, Lembrando o seu olhar.” Estava no supermercado, outro dia, a planear o que iria cozinhar esta semana, não fosse eu viciada em meal prep, mas algo me faltava. Algo que, tantas vezes, encontro no Ponto Espadana, na Smitten Kitchen, no Para Cozinhar, no The Kitchn, no Two Fat Ladies (saudades das originais) onde nem uma receita de caldo mancarra falta, na lista memorável de saladas do Mark Bittman no New York Times. Não desta vez. Abri um blog antigo, fiável, cujos links de receitas partilhei infindáveis vezes, e que, repito, não via posts novos há anos. Mas a verdade é que a última actualização aconteceu há precisamente um ano. “E agora mostras a toda a gente o cesto, e não há sombra.” A minha busca por inspiração foi abruptamente colocada em pausa. Fiquei ali, parada no corredor, a estorvar a multidão que se abastecia de mantimentos como se o fim de semana fosse uma catástrofe e o supermercado o bunker. Li um testemunho sincero, vulnerável, revelador: “assunto delicado e importante.” “Tão brilhante e tão quente. Como sabe a vermelho este café – ” Uma despedida muito após o desaparecimento, com explicações para nós, os leitores. “Deixo um bilhete à porta, junto ao Hades, na esperança de que o cão o não destrua – ” Acontece que me habituara há muito a googlar o nome do ingrediente principal e o do blog, abrindo directamente as páginas que me interessavam, certa de que encontraria ali inúmeras receitas, dicas, dicionários de termos portugueses e brasileiros, curiosidades e histórias de familiares e amigos desta mulher que viveu em França, em Timor, na Terceira. Depois, espreitava as sugestões no fim de cada post. A Elvira (mãe dos blogs portugueses de culinária) lembrava-me a Filipa Vacondeus e o Chefe Silva (mãe e pai da tv e das revistas) por ter-se tornado um clássico. Por ensinar-nos os clássicos. Por ter sempre um nome carinhoso, de alguém que amava, para dar a uma receita em vez do original. “Deve ser isso o que a mantém, A faz vestir-se todos os dias, tomar o cesto das compras, Escolher legumes naquela mercearia: Os minúsculos gestos de que a vida é feita Quando a guerra é ausente” Um mês após esse último post, ela deixou-nos. Semanas passaram, no entanto, entre a minha primeira descoberta e a segunda, que me horrorizou ainda mais, quando procurei o seu nome no Google e surgiu o verbo morrer como sugestão complementar de busca. Agora, um ano após a sua partida, queria poder inventar uma receita que a honrasse, confortasse, fizesse dançar e cantar durante a preparação, ver o fuminho a sair delicado e seguro do que quer que estivesse no prato, talvez não um prato mas um tabuleiro de grão-de-bico com chouriço e ovos. Ou uma carne espiritual. Ou a delicadíssima lista que forneceu durante uma entrevista quando lhe perguntaram qual seria a sua última refeição. Não sei se a teve. Não sei se foi exactamente como ela queria. Não sei porque é que nunca lhe escrevi. Não sei se a Ana Luísa Amaral e a Elvira do Elvira’s Bistrot sabiam uma da outra, mas imagino-as a discutir receitas na cozinha e na vida, como nesta conversa imaginada. Não sei porque é que os cancros e as violências domésticas andam de mãos dadas. Mas sei que tudo aquilo foi real. Tudo: a sua dedicação e a nossa admiração. “Vou apagar a luz. Sair da mesa. Ela aguarda. E eu vou – ” Sinto-me como se tivesse chegado tarde, demasiado tarde, a casa. Mas sei que a Elvira terá sempre um lugar à mesa.
Hong Kong | Joshua Wong expressa continuação dos protestos em Berlim Andreia Sofia Silva - 12 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] activista Joshua Wong, fundador do partido de Hong Kong Demosisto, deu ontem uma conferência de imprensa em Berlim onde garantiu que a luta em prol de uma reforma do sistema político na região vizinha deverá continuar, apesar de Carrie Lam ter retirado a proposta de lei da extradição do Conselho Legislativo. “Há 30 anos ninguém conseguia prever que a URSS iria cair. Ninguém iria prever que o Muro de Berlim iria cair. Com a nossa paixão e determinação, apenas queremos que o mundo saiba que a população de Hong Kong merece a democracia. Culpam-me de ser um separatista, mas para ser claro, a população de Hong Kong deseja uma reforma do sistema político. Apenas queremos eleger o nosso Governo e o Chefe do Executivo”, declarou, numa conferência reproduzida pela agência Reuters. Joshua Wong recordou que o sufrágio universal “foi uma promessa feita na mini-constituição de Hong Kong e também na Declaração Conjunta” assinada com o Reino Unido. “Vamos continuar a nossa luta até ao dia em que possamos desfrutar de um sistema”, frisou. Washington na agenda O activista pede que sejam canceladas as exportações de gás pimenta e material semelhante para Hong Kong, sobretudo depois dos actos da polícia durante os protestos, apelidados de “terror branco”. “Gostaria de expressar aqui as nossas preocupações relativamente ao abuso de poder levado a cabo pela polícia”, disse Joshua Wong, que relatou ainda casos de assédio sexual alegadamente perpetrados por agentes aquando das detenções de mulheres. Apesar disso, o activista assumiu também a violência levada a cabo por muitos dos manifestantes. “(O Governo) recusou levar a cabo qualquer reforma do sistema político. Admito que a força foi usada pelos manifestantes, mas todos sabemos que as crises políticas devem ser resolvidas com uma reforma do sistema político”, rematou. Depois da viagem a Taiwan e à Alemanha, Joshua Wong desloca-se na próxima semana a Washington. Os manifestantes têm apelado ao Congresso norte-americano que aprove uma lei que exige ao país a certificação anual de que Hong Kong permanece com um alto grau de autonomia em relação à China continental. Se Washington concluir que o grau de autonomia está ameaçado, a cidade pode perder alguns privilégios comerciais com os Estados Unidos. Além disso, o diploma pode levar à possibilidade da perda de activos nos EUA e à proibição de entrada no país dos titulares de cargos governativos de Hong Kong que reprimam a democracia, os direitos humanos ou as liberdades dos cidadãos.