Salão de Outono | Pintura, fotografia e instalação para ver a partir de domingo

Está de regresso mais uma edição do Salão de Outono, organizado em conjunto com a AFA – Art for All Society, e Fundação Oriente. A partir deste domingo, e até ao dia 26 deste mês, o público poderá ver, na Casa Garden, 92 trabalhos de variados géneros artísticos, que vão desde a fotografia, à pintura ou instalação. O “Prémio de Arte da Fundação Oriente” será conhecido dia 11

 

Há 14 anos que Macau acolhe o Salão de Outono, exposição que revela o que de melhor se faz em termos artísticos a nível local. A nova edição do Salão de Outono, organizada pela AFA – Art for All Society e Fundação Oriente, apresenta um total de 92 peças seleccionadas de 45 artistas, tendo sido recebidos 120 trabalhos.

Esta mostra tem por objectivo “estabelecer uma plataforma entre os artistas de Macau e o público”, tendo curadoria de Alice Kok, também ela artista e uma das fundadoras da AFA.

Segundo um comunicado da organização, as obras seleccionadas representam “a actual vitalidade da criação artística local, com um terço das obras centradas em representações figurativas em meios tradicionais como a pintura a óleo, aguarela, tinta e cerâmica”. Enquanto isso, o outro terço das obras “é mais abstracto, mais uma vez com uma forte incidência na pintura”. Destaque ainda para a presença de obras num formato digital, como a fotografia, a ilustração digital, a modelação 3D vídeo e instalação. Outra característica desta mostra é a diversidade, pois os artistas participantes “são desde estudantes universitários de arte a artistas emergentes”.

Exemplo disso é a participação de Francisco Ricarte, arquitecto e fotógrafo, que participa com a imagem “Into The Palace”, enquanto Wu Hao Zheng apresenta um conjunto de quatro fotografias intitulado “The Realm of Oyster”. Destaque ainda para a colaboração de Leong Hio Sam, com a pintura “Sleeplesse City Macau” ou ainda a instalação, com recurso a luzes LED, de Tong Chi Fong, um trabalho intitulado “Life”.

Participam ainda nomes de artistas, com níveis de experiência diferentes, como é o caso de Ada Zhang, Celeste C. da Luz, Gui Jesus Carvalho Freitas da Silva, José Nyögeri, ou Nicholas Mok.

Novos talentos

Apesar da exposição poder ser visitada já a partir deste domingo, a cerimónia de inauguração acontece dia 11, dia em que também será conhecido o vencedor do “Prémio de Arte da Fundação Oriente”, que visa “incentivar a criação de jovens artistas” de Macau. O vencedor irá receber um prémio nunca inferior a 40 mil patacas e a oportunidade de realizar, em Portugal, uma residência artística na sede da Fundação Oriente, em Lisboa.

A primeira edição deste prémio decorreu em 2012 e foi ganha pelo artista Lai Sio Kit, que desde então tem protagonizado diversas exposições, a título individual ou colectivo, no território. Lai Sio Kit, que estudou na Academia de Belas Artes em Pequim, garantiu o prémio com a obra “The Secret Gardens” (óleo sobre tela).

3 Nov 2023

Salão de Outono | Nova edição arranca este sábado com obras de 80 artistas locais

É já este sábado que se inaugura mais uma edição do Salão de Outono, uma exposição promovida pela Fundação Oriente e pela AFA e que se pauta por mostrar o que de melhor se faz no panorama local das artes. Nomes como Alexandre Marreiros, Francisco Ricarte, Alice Kok ou Ricardo Meireles fazem parte da mostra deste ano

 

A Fundação Oriente (FO) inaugura este sábado, na Casa Garden, o Salão de Outono 2021 e anuncia o vencedor do prémio para as Artes Plásticas, um programa de intercâmbio artístico de um mês em Portugal.

A iniciativa, organizada em parceria com a Art For All Society (AFA), apresenta 84 obras de quase outros tantos artistas que vivem e trabalham em Macau. As obras seleccionadas incluem pintura a óleo e a acrílico, vídeo, desenho, escultura, fotografia, gravura e instalação. O evento tem como objectivo “estabelecer uma plataforma entre os artistas” locais e o público.

Um dos artistas participantes nesta mostra é Francisco Ricarte, arquitecto que tem feito incursões na área da fotografia. Desta vez, o autor apresenta três imagens que funcionam como um conjunto, e que se intitula “Quiet Days”.

“São fotos tiradas no final de 2017 no Vietname, mas só este ano é que trabalhei nelas. São fotos que estão em linha de conta com o que tem sido a minha prática fotográfica corrente e que traduzem a minha perspectiva sobre os locais, naquilo que é uma certa relação e observação dos locais feita de uma forma específica”, contou ao HM.

Francisco Ricarte está ligado ao Salão de Outono desde 2013. “É uma forma de participar nos eventos e na actividade cultural de Macau que é algo que me dá muito gosto.”

O arquitecto diz também que a sua fotografia não constitui um meio de reportagem e que as imagens que captura “não são bilhetes postais”. “São reflexões sobre os locais e sentimentos que podemos ter a olhar para determinados espaços e realidades visuais. A luz, o contraste, as sombras, e é algo que me dá muito gosto em interpretar”, frisou.

Um contraponto

Outro artista português que participa na edição deste ano do Salão de Outono é Ricardo Meireles, também arquitecto. O autor apresenta a sua peça “Waste Land”, onde trabalha a montagem da imagem recorrendo ao software digital.

“Posteriormente usei outra técnica que tem a ver com algo que tenho feito noutras peças, a colagem manual da imagem na tela. [Esta peça] tem a ver com a nossa actualidade e com o que tem acontecido nos últimos dias. É uma imagem figurativa de um robot, que representa a parte tecnológica no futuro, a propensão de desenvolver mais a tecnologia, relações virtuais. Entra em contraponto com aquilo que acontece ao estarmos a fazer isto, o que fica para trás, a marca carbónica que deixamos.”

“Waste Land” data de 2018 e revela esta “ambivalência e contraponto das duas situações”, onde, no nosso dia-a-dia, recorremos às últimas tecnologias nas nossas relações sociais ignorando “o desperdício que fazemos”. Existe, nesta obra de Ricardo Meireles, “a ideia de um consumismo sem que olhemos para o que está à nossa volta”.

A sua presença na exposição do Salão de Outono “é mais um marco positivo a nível pessoal, pelo facto de entender que aquilo que eu faço tem gerado uma reacção positiva nos outros”.

Alexandre Marreiros, arquitecto macaense, é também outro dos artistas que participa nesta edição do Salão de Outono com a obra “Intercepted Agregation”, constituída por três painéis de grandes dimensões.

“É um trabalho que explora a dúvida que fui tendo em Macau, sobre os recuos e avanços da globalização e o panorama que vivemos em Macau”, adiantou ao HM o artista.

Trata-se de um novo trabalho desenvolvido por Alexandre Marreiros que afirma ter regressado à gravura, apesar de continuar a “gostar muito de trabalhar em papel de grandes dimensões”.

Participam ainda nesta mostra nomes como Alice Kok, Angel Chan, Álvaro Barbosa, Celeste C. da Luz, Chan Ka Lok, Chan San San, Chan Sze Wai, Chan Yat Wan, Cheong Chan Kit, Cheong Leong, Chiang Wai Lan, David Shao, Derrick Loi, Durate Esmeriz, Edmundo Remédios Lameiras, Fan Sai Cheong, Fong Hoi Lam e Ieong Man Hin, entre outros.

22 Out 2021

Casa Garden | Salão de Outono regressa este sábado e inclui arte performance

O Salão de Outono está de regresso à Casa Garden. A exposição que reúne vários trabalhos de artistas locais será inaugurada no sábado às 18h30. Este ano, além de revelar os formatos artísticos mais tradicionais, o Salão de Outono apresenta também ao público uma performance. Em ano de pandemia, esta foi a edição que registou o maior número de submissões de sempre

 

[dropcap]A[/dropcap] Fundação Oriente (FO), em parceria com a associação Art for All Society (AFA), volta a organizar uma nova edição do Salão de Outono, que este ano celebra os 11 anos de existência. Tratando-se de uma mostra plural, onde todos os formatos artísticos têm lugar, o público poderá ver trabalhos de autores mais ou menos consagrados no panorama da arte de Macau.

Nomes como Alexandre Marreiros, Alice Kok (que é também curadora da exposição), Armelle de Lainsecq ou Crystal W. M. Chan, entre outros, fazem parte do conjunto de 50 artistas que este ano decidiram apresentar os seus projectos para integrar o Salão de Outono. No total, poderão ser vistas 82 obras. Os trabalhos seleccionados incluem pintura a óleo, aguarela, desenho, gravura, escultura, fotografia, arte digital, vídeo e instalação.

Ao HM, Alice Kok afirma que este foi o ano com mais candidaturas submetidas. “Este ano tivemos o maior número de trabalhos candidatos em 11 anos de realização do Salão de Outono. É mais ou menos o mesmo número de obras, mas tivemos mais artistas a candidatarem-se. Uma das razões prende-se com o facto de as pessoas não poderem sair de Macau e dedicarem-se mais ao seu trabalho.”

A curadora aponta ainda que a maior parte das obras analisadas pelo júri foi realizada este ano, o que mostra que 2020 “tem sido um ano especial para todos devido à pandemia e também para os artistas, que reflectem sobre tudo aquilo que está a acontecer no mundo”. “Pensamos mais sobre a forma como vivemos e como existimos e penso que isso naturalmente se reflecte na produção artística”, frisou Alice Kok.

Performance como novidade

Alice Kok destaca o facto de esta edição do Salão de Outono “ter uma maior abrangência ao nível dos formatos artísticos” em relação aos anos anteriores, e uma das novidades é precisamente a performance de uma artista coreana a residir em Macau que será revelada ao público este sábado, durante a inauguração.

“Em chinês chamamos-lhe ‘a arte do comportamento’. É algo muito específico, onde o artista usa o seu corpo como o meio para realizar o trabalho, utilizando certos comportamentos”, explicou a curadora, que continua a considerar o mais importante a exploração de “todo o tipo de formatos artísticos, desde os mais tradicionais aos contemporâneos”.

No Salão de Outono “é muito importante mostrar o panorama artístico local e estamos focados em explorar o que está a acontecer em Macau, o que está a ser discutido e experimentado, e também quais os temas que estão a ser abordados”.

“Como curadora considero isto mais importante do que pensar unicamente em atrair o público”, disse ainda. Ideia semelhante tem Ana Paula Cleto, delegada da FO em Macau.

“O Salão de Outono que tem desde o seu início um princípio ou filosofia que é promover e dar a conhecer ao público o que se vai fazendo no campo da arte em Macau. Concorrem artistas que podem ser de qualquer nacionalidade desde que vivam e trabalhem em Macau. Tentamos sempre que haja sempre um certo equilíbrio entre os artistas mais conceituados, até para dar qualidade à própria exposição e depois também escolher o que de melhor aparece junto de artistas menos conhecidos, com objectivo de os promover.”

Ana Paula Cleto destaca os trabalhos de Alice Kok ou de Lai Sio Kit, “um pintor ainda jovem, mas que já venceu o prémio da FO e é sem dúvida um artista que tem vindo a evoluir de uma forma incrível nos últimos tempos”.

A mostra conta também com a presença de Kit Lee, “uma artista que faz essencialmente vídeo arte e que já é conceituada, faz um excelente trabalho”, bem como o arquitecto Francisco Ricarte, que se apresenta nesta edição do Salão de Outono com um trabalho fotográfico.

Música da casa

Ao contrário dos dois anos anteriores, em que o Salão de Outono procurava também trazer a Macau pedaços de música e literatura, a pandemia obrigou a organização a convidar os artistas locais.

“Nos últimos dois anos juntámos uma componente musical e até literária ao Salão de Outono, porque no fundo é um acontecimento em que vários tipos de arte se podem encontrar. Este ano com a pandemia tínhamos programado a vinda de um músico português, que não pôde vir. Mas vamos ter jazz e um DJ depois da abertura da exposição e da entrega do prémio.”

Outra alteração prende-se com o adiamento, para o próximo ano, do festival de vídeo arte, uma vez que o curador não pôde deslocar-se a Macau.

Além da inauguração, que acontece no sábado a partir das 18h30, será também anunciado o vencedor do 8.º Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas. Este terá a oportunidade de visitar Portugal para um programa de intercâmbio artístico de um mês.

28 Out 2020

Fundação Oriente | Décima edição do Salão de Outono 2019 arranca no sábado 

É já no sábado, 2 de Novembro, que é inaugurada na Casa Garden a décima edição do Salão de Outono, mostra anual dos trabalhos de meia centena de artistas locais. Destaque ainda para a entrega do Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas

 

[dropcap]S[/dropcap]ão dez anos a mostrar o que de melhor se faz no campo artístico em Macau. Sábado, 2 de Novembro, é inaugurada a décima edição do Salão de Outono, uma mostra que nasce da parceria entre a Art For All Society (AFA) e a Fundação Oriente (FO). A exposição poderá ser visitada até ao dia 30 de Novembro. Também no sábado será apresentado o novo Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas.

No total, a mostra conta com 78 obras de 50 artistas de ou ligados a Macau, como é o caso de Ana Jacinto Nunes, Cai Guo Jie, Chan San San, Chau Chong In, Chau da Luz Celeste, Cheang Kawo, Cheong Hoi I, Cheong Ut Man, Chiang Wai Lan e Francisco António Ricarte, entre muitos outros.

De acordo com uma nota oficial da FO, “as obras de arte seleccionadas incluem pintura a óleo e a acrílico, aguarela, desenho, escultura, fotografia, gravura e instalação”.

“Embora de diferentes origens, todos os participantes trabalham e vivem em Macau. Este ano, participaram não só jovens e potenciais artistas, mas também artistas que já desempenham um papel central no cenário da arte contemporânea de Macau. Esta é uma boa uma boa ocasião para os artistas aprenderem e para se complementarem através do conhecimento do trabalho de uns e de outros”, acrescenta a mesma nota.

No que diz respeito ao prémio atribuído pela FO, este dará a oportunidade ao vencedor de visitar Portugal para realizar um programa de intercâmbio artístico de um mês.

O objectivo desta mostra é, acima de tudo, mostrar o que de melhor se faz localmente e promover uma interligação entre aqueles que pertencem ao meio artístico. “A AFA Macau e a FO sempre trabalharam na criação de plataformas para artistas locais e estrangeiros, oferecendo oportunidades para os artistas interagirem e aprenderem uns com os outros. Ao convidar o público para visitar a exposição, dão aos jovens artistas a possibilidade de mostrar as suas obras incentivando, assim, a sua criação artística”, aponta o mesmo comunicado.

Ondjaki em Macau

A fim de celebrar uma data tão especial, o cartaz do Salão de Outono apresenta também um espectáculo com a presença do escritor angolano Ondjaki e da violoncelista Maria Clara Valle. Esse espectáculo tem como nome “Chão de Novo” e mistura música e spoken word.

“O espectáculo estabelece o encontro da poesia em língua portuguesa, dita pelo escritor Ondjaki, com a música da brasileira Maria Clara Valle. A poesia é de escritores de língua portuguesa e o espectáculo varia entre a leitura dos poemas e a música”, adianta a FO.

Ondjaki nasceu em Luanda e é prosador e poeta, sendo considerado um dos maiores escritores angolanos. Também escreve para cinema e teatro. Co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (“Oxalá cresçam pitangas – histórias de Luanda”, 2006). É membro da União dos Escritores Angolanos, membro honorário da Associação de Poetas Húngaros e membro fundador, mas não permanente, da Associação Protectora do Anonimato dos Gambuzinos. Está traduzido para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco, chinês, swahili e polaco.

Ondjaki ganhou o prémio José Saramago, em 2013 (Portugal), com o seu livro “Os transparentes”; o prémio FNLIJ, em 2011, na categoria de “Literatura em Língua Portuguesa”, com o seu livro “Uma escuridão bonita” (Pallas, Brasil); e o Prémio Littérature-Monde na categoria de literatura não francesa, com o seu livro “Os transparentes” (França).

28 Out 2019

Fundação Oriente | Décima edição do Salão de Outono 2019 arranca no sábado 

É já no sábado, 2 de Novembro, que é inaugurada na Casa Garden a décima edição do Salão de Outono, mostra anual dos trabalhos de meia centena de artistas locais. Destaque ainda para a entrega do Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas

 
[dropcap]S[/dropcap]ão dez anos a mostrar o que de melhor se faz no campo artístico em Macau. Sábado, 2 de Novembro, é inaugurada a décima edição do Salão de Outono, uma mostra que nasce da parceria entre a Art For All Society (AFA) e a Fundação Oriente (FO). A exposição poderá ser visitada até ao dia 30 de Novembro. Também no sábado será apresentado o novo Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas.
No total, a mostra conta com 78 obras de 50 artistas de ou ligados a Macau, como é o caso de Ana Jacinto Nunes, Cai Guo Jie, Chan San San, Chau Chong In, Chau da Luz Celeste, Cheang Kawo, Cheong Hoi I, Cheong Ut Man, Chiang Wai Lan e Francisco António Ricarte, entre muitos outros.
De acordo com uma nota oficial da FO, “as obras de arte seleccionadas incluem pintura a óleo e a acrílico, aguarela, desenho, escultura, fotografia, gravura e instalação”.
“Embora de diferentes origens, todos os participantes trabalham e vivem em Macau. Este ano, participaram não só jovens e potenciais artistas, mas também artistas que já desempenham um papel central no cenário da arte contemporânea de Macau. Esta é uma boa uma boa ocasião para os artistas aprenderem e para se complementarem através do conhecimento do trabalho de uns e de outros”, acrescenta a mesma nota.
No que diz respeito ao prémio atribuído pela FO, este dará a oportunidade ao vencedor de visitar Portugal para realizar um programa de intercâmbio artístico de um mês.
O objectivo desta mostra é, acima de tudo, mostrar o que de melhor se faz localmente e promover uma interligação entre aqueles que pertencem ao meio artístico. “A AFA Macau e a FO sempre trabalharam na criação de plataformas para artistas locais e estrangeiros, oferecendo oportunidades para os artistas interagirem e aprenderem uns com os outros. Ao convidar o público para visitar a exposição, dão aos jovens artistas a possibilidade de mostrar as suas obras incentivando, assim, a sua criação artística”, aponta o mesmo comunicado.

Ondjaki em Macau

A fim de celebrar uma data tão especial, o cartaz do Salão de Outono apresenta também um espectáculo com a presença do escritor angolano Ondjaki e da violoncelista Maria Clara Valle. Esse espectáculo tem como nome “Chão de Novo” e mistura música e spoken word.
“O espectáculo estabelece o encontro da poesia em língua portuguesa, dita pelo escritor Ondjaki, com a música da brasileira Maria Clara Valle. A poesia é de escritores de língua portuguesa e o espectáculo varia entre a leitura dos poemas e a música”, adianta a FO.
Ondjaki nasceu em Luanda e é prosador e poeta, sendo considerado um dos maiores escritores angolanos. Também escreve para cinema e teatro. Co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (“Oxalá cresçam pitangas – histórias de Luanda”, 2006). É membro da União dos Escritores Angolanos, membro honorário da Associação de Poetas Húngaros e membro fundador, mas não permanente, da Associação Protectora do Anonimato dos Gambuzinos. Está traduzido para francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, sueco, chinês, swahili e polaco.
Ondjaki ganhou o prémio José Saramago, em 2013 (Portugal), com o seu livro “Os transparentes”; o prémio FNLIJ, em 2011, na categoria de “Literatura em Língua Portuguesa”, com o seu livro “Uma escuridão bonita” (Pallas, Brasil); e o Prémio Littérature-Monde na categoria de literatura não francesa, com o seu livro “Os transparentes” (França).

28 Out 2019

Música e poesia fundem-se em espectáculo do escritor angolano Ondjaki

[dropcap]O[/dropcap] escritor angolano Ondjaki vai apresentar, em Novembro, em Macau, um “encontro surpresa” entre “a leitura de poemas e a música”, disse ontem à Lusa a delegada da Fundação Oriente no território, Ana Paula Cleto.

O espectáculo do poeta e da violoncelista brasileira Maria Clara Vale “Chão de Novo” vai marcar, em 2 de Novembro, o arranque do “Salão de Outono”, que comemora este ano o 10.º aniversário.
É “uma oportunidade fantástica” trazer Ondjaki a Macau para assinalar a data do certame, que tem funcionado como uma plataforma de visibilidade para artistas locais e este ano propõe quase 80 obras de meia centena de autores, acrescentou Ana Paula Cleto.

“Já tinha conhecimento de que ele [Ondjaki] fazia espectáculos de ‘spoken word’ e, em parceria com o Arte Institute (…) surgiu a ideia de trazer” ao território um dos escritores angolanos mais conhecidos em Portugal, indicou a responsável.

No mesmo dia, será atribuído na Casa Garden o prémio da Fundação Oriente para as Artes Plásticas, cujo vencedor será, à semelhança de anos anteriores, convidado a visitar Portugal para uma residência artística de um mês.

“Fazemos um programa para estes jovens artistas que inclui visitas a ateliês de artistas portugueses e visitas a alguns museus e galerias mais importantes”, explicou Ana Paulo Cleto, acrescentando que o ‘feedback’ dos últimos anos “tem sido excelente”.

No âmbito desta residência artística, a Fundação Oriente tem uma parceria com a galeria Arte Periférica, no Centro Cultural de Belém (CCB), onde os jovens têm espaço para trabalhar e na qual realizam uma exposição individual.

Encontro de artes

O certame anual possibilita aos “artistas mais jovens de Macau mostrarem aquilo que fazem”, já que nem todos teriam facilmente a possibilidade de fazer exposições no território, disse.
Entre as quase 80 obras expostas ao público até 30 de Novembro, encontram-se pinturas a óleo e acrílico, aguarela, desenho, escultura, fotografia e instalação.

Todos os artistas seleccionados, embora de diferentes origens, trabalham e vivem em Macau, segundo a Fundação Oriente.

25 Out 2019

Salão de Outono | Mais de 80 obras locais para ver a partir de 3 de Novembro

A nona edição do Salão de Outono tem início no próximo dia 3 de Novembro na Casa Garden. O evento mostra as obras de artistas locais seleccionadas pela Fundação Oriente e a Art For All Society e conta com mais uma edição do Festival Internacional de Vídeo com a chancela da VAFA

 

[dropcap]A[/dropcap] edição deste ano do Salão de Outono é inaugurada no próximo dia 3 de Novembro com a apresentação das obras seleccionadas pela Fundação Oriente e a Art for All Society (AFA).
O evento mantém a tradição e pelo nono ano consecutivo mostra o que de melhor fazem os artistas de Macau.

A cerimónia de abertura terá lugar às 17h30, na Casa Garden e a exposição conta com 84 trabalhos seleccionados de 43 artistas entre os cerca de 100 que a organização recebeu.
As obras seleccionadas incluem trabalhos em pintura a óleo, aguarela, desenho, escultura, fotografia, porcelana, gravura, e instalação. De acordo com a organização, “todos os participantes, embora de diferentes origens, trabalham e vivem em Macau e tal como nos anos anteriores, há a representação de artistas jovens mas também de artistas reconhecidos no panorama da arte contemporânea”.

Entre os artistas seleccionados encontram-se Lam Ka Man, Ho Si Man, Yolanda Kog, Zheng Yu, Wong Hio Chit, Fan Sai Hong, Vai Im Fong, Tong Chong, Leong Cheng I, Ricardo Meireles, Duarte Esmeriz, Francisco Ricarte, Leong Lampo, José das Neves, Shih Ting Yu, Chau da Luz, Celeste, Sanchia Lau, Kawo Cheang, Lou Ka I, Ieong Mei Cheng, Lei Chekon, Ieong Man Hin, Edmundo R. Lameiras, Gonçalo Cardoso de Menezes, Tiffany Ian Tong Ho, Sou Chon Kit, Chan Ka Lok, Jose Drummond, Cheok Hio Peng, Ho Ka Io, Leong Chi Mou, Che Chi Un, Meng Hei, Fannie Leong, Tang Kuok Hou, Van Pou Lon, Yang Sio Maan, Ng Man Wai, Noah Ng Fong Chao, Heidi Ng, Siokit Lai, Alice Kok, Cai Guo Jie e James Chu Cheok Son.

No mesmo dia será ainda anunciado o vencedor do 7º Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas, O vencedor terá a oportunidade de visitar Portugal para um programa de residência artística durante um mês.
A exposição estará aberta ao público de 3 a 30 de Novembro. E conta com entrada livre.

Vídeos do mundo

Paralelamente, vai decorrer mais uma edição do Festival Internacional de Video de Macau, um evento organizado pela VAFA. De acordo com o responsável, o artista e curador José Drummond, o número de trabalhos que respondeu à abertura das candidaturas superou todas as expectativas.

No total, a organização recebeu 375 vídeos de artistas de 53 países. O país que mais aderiu à iniciativa foi os Estados Unidos da América com 43 obras, seguido do Reino Unido com 45. A China e Portugal também representam uma larga parcela de candidaturas com 23 e 21 vídeos enviados respectivamente. De Macau concorreu Kit Lee.

Para a selecção dos melhores vídeos foi destacado um júri composto pela vencedora da edição do ano passado, Song Zihui, a presidente da AFA, Alice Kok, o curador de Hong Kong Andrew Lam, o artista de Xangai Hu Renyi, e o director do festival José Drummond.

A apresentação dos vencedores tem início marcado também para dia 3 de Novembro às 18h30 , no anfiteatro da Casa Garden, momento em que é anunciada a vencedora deste ano, Maria Molina Peiró.
No dia seguinte tem lugar a projecção das restantes obras selecionadas.

Segundo José Drummond a edição deste ano segue “a lógica do trauma”, até porque quase todos os vídeos recebidos abordam este assunto de alguma maneira. “Mesmo que de uma forma mais poética, todos falam sobre as questões do presente: da guerra, da luta LGTB, dos refugiados ou da censura”, disse ao HM.
Outro destaque do responsável vai para os quatro vídeos chineses seleccionados “É a primeira vez que tal acontece”, disse.

 

 

Programa do Festival Internacional de Vídeo de Macau

3 de Novembro – 18h30

Maria Molina Peiró (Espanha/Holanda) – Digital Trauma (And the Crystal Image) – 8’07’’
Naween Noppakun (Tailândia) – We Love Me – 13’18’’
Hiroya Sakurai (Japão) – The Stream VIII – 6’54’’
Pedro Matias (Portugal/Holanda) – To My Plastic Brothers – 9’49’’
Lin Li (HK) – Four Minutes and Beyond – 4’30’’
Kit Lee (Macau) – Flower in the Water (Red, Yellow, Blue) – 2’00’’
Fair Brane (EUA) – Centered – 1’00’’
Mo Jia Qing (China) – Subliminal Mirage – 9’16’’
Wang Yanxin (China) – Snowy – 8’44’’
Luciano Scherer (Brasil/Portugal) – Untitled (5) – 5’05’’

4 de Novembro – 16h30

Noémi Varga (Hungria) – The Happiest Barrack – 15’51’’
Pablo Romo Alvarez (México) – Suspect – 1’48’’
Jim Rolland (França) – Musical Landscape – 7’42’’
Alexandra Buhl (Dinamarca) – Blue Furacana – 11’00’’
Michael Lyons (Canadá/Japão) – Film Loop 34: Ryoanji – 1’30’’
Corrine Charton (Reino Unido) – (Paroxysms erupting because) MR ROCHESTER DOES NOT QUITE GET IT – 2’ 36’’
Veronica Burger (Áustria) – fade IN fade OUT – 6’28’’
Leonid Kharmalov (Rússia/Alemanha) – The Wall – 1’24’’
Tullio Manca (Itália) – The Wait – 3’15’’
Marisa Benito (Espanha) – Ductile – 2’43’’

Asian Showcase – 17h30
Ieong Kun Ieng (Macau) – The Golden Birdcage – 0’48’’
Kiwi Chan (Macau) – Hato’s Journey – 9’51’’
Carlos Caires (Macau) – This is Not a Story This is Not a City– 14’23’’
Bo Choy (HK) – Un/folding In – 13’56’’
Zhang Yongji (China) – The Generation is Screaming – 4’31’’
Zhang Yunfeng & Li Haiguang (China) – Playground – 13’42’’
Di Hu (China) – Urban Sculptures – 6’16’’
Shon Kim (Coreia do Sul) – Bookanima: Dance – 7’31’’
Rita Mahfouz (Líbano) – On Familiar Waters – 7’44’’
Axl Hazarika (índia) – Goru Bihu Song – 4’00’’
Rita Mahfouz (Líbano) – “On Familiar Waters”,7’44’’
Axl Hazarika (Índia) – “Goru Bihu Song”, 4’00’’

26 Out 2018

Salão de Outono | “Navio dos Loucos” chega à Casa Garden a 3 de Novembro

[dropcap]I[/dropcap]ntegrado no programa do Salão Outono e no Festival Internacional de Video de Macau VAFA, o espectáculo “Navio dos Loucos”, que junta música e poesia, vai ter lugar na Casa Garden no próximo dia 3 de Novembro, pelas 19:30. Em palco estará a poesia de José Anjos juntamente com as palavras de outros poetas portugueses e chineses, e a viola campaniça de João Morais (O Gajo).

José Anjos é um escritor e músico português que escreve e diz poemas. Publicou dois livros pela editora Abysmo (Manual de Instruções para Desaparecer, 2015, e Somos Contemporâneos do Impossível, 2017) e tem participado em vários projectos de poesia musicada e spokenword, indica o comunicado de imprensa da organização.

Já João Morais, descobre a viola campaniça ao fim de 30 anos a tocar guitarras vindas de fora. Cria O Gajo em 2016 “com o intuito de ligar a sua música à terra que o viu nascer, Portugal.”
Juntos, José Anjos e João Morais (O Gajo), criaram um espectáculo de música e poesia que explora a fusão entre a palavra e a sonoridade singular e secular da Viola Campaniça, com poemas de José Anjos e Cláudia R. Sampaio (que também integra o projecto) e composições originais de João Morais, acrescenta o comunicado.

O espectáculo, que conta ainda com a presença da convidada especial Lang Sida, integra-se na inauguração do Salão de Outono 2018, que ocorre no mesmo dia às 17:30, onde será ainda revelado o vencedor do Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas.

25 Out 2018

Exposição | Salão de Outono marca a estação artística na Casa Garden

Todos os anos, o Salão de Outono apresenta trabalhos de artistas locais e atribui um prémio ao melhor criador jovem. O HM falou com a curadora e criadora Alice Kok que desvendou os mais apetecíveis frutos artísticos da época e o que distingue a exposição deste ano

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a estação das folhas caídas, e seguindo uma tradição parisiense, a Casa Garden é anfitriã, mais uma vez, do Salão de Outono. A oitava edição da mostra que promove as mais recentes tendências artísticas dos criadores de Macau está patente ao público com cerca de seis dezenas de trabalhos de 30 artistas.

Após a inauguração, que ocorreu no passado fim-de-semana, foi entregue o Prémio de Artes da Fundação Oriente que distingue jovens artistas, dos 18 aos 35 anos.

Este ano a distinção foi para Tang Kuok Ho, com a fotografia “Scenery of Night”, um trabalho que se debruça sobre manifestações culturais em torno do consumo e do comportamento humano.

Tang Kuok Ho terá como prémio a oportunidade de visitar e expor em Portugal, além de receber 50 mil patacas. Foram também distinguidos com menções honrosas Chan On Kei, com um trabalho de cerâmica intitulado “Bite”, assim como para Season Lao com a trabalho fotográfico “Yubari, Hokkaido, Japan”.

A curadora e artista Alice Kok entende que as novidades do 8º Salão de Outono “são as próprias obras”, algo que decorre das regras de selecção que prevêem a entrega de trabalhos com menos de dois anos.

Em relação aos meios utilizados, a curadora destaca que além dos meios artísticos mais clássicos, como a pintura, fotografia, escultura, o Salão de Outono deste ano contará com elementos de vídeo, instalações de luz e electrónicas.

“Esta exposição é um pouco diferente das outras que fazemos na AFA, quisemos ser o mais abertos possíveis, uma vez que o espírito do salão é apresentar ao público aquilo que está realmente a acontecer na cena artística de Macau”, conta.

Criar mercado

Com uma década feita, a AFA tem acompanhado o percurso de muitos artistas locais. “Temos sempre em consideração o progresso dos criadores, mas também queremos estimular os estudantes de arte que ainda não tenham atingindo o grau de maturidade dos artistas já estabelecidos”, explica Alice Kok.

Durante a montagem da exposição, a curadora foi surpreendida pelo trabalho de Ieng Man Hin. As obras submetidas pelo jovem, que se encontra a tirar um mestrado em artes em Taiwan, tiveram impacto em Alice Kok, que até à montagem da exposição só ainda tinha visto fotografias dos quadros.

As obras de Ieng Man Hin têm como base a pesquisa que faz sobre minerais naturais que usa para se expressar em tela. Um dos quadros que expôs na Casa Garden, e que vendeu de imediato, foi um “retrato de um rinoceronte pintado com minerais contra um fundo negro, muito colorido mas também subtil”, conta a curadora.

A ideia para exposição partiu do “Salon de Paris”, um marco artístico da capital francesa que apresentava os trabalhos das Belas Artes parisienses desde o século XVII. Por cá, o Salão de Outono pretende “mostrar ao público a cena artística actual de Macau e os seus trabalhos mais recentes”.

Noutro aspecto, a exposição pretende também promover um mercado cultural com pouca vivacidade. “O salão tem também como objectivo fazer com que os artistas cheguem ao público e que vendam, que possam viver da arte, algo que ainda não foi conseguido mesmo no panorama mundial”, explica Alice Kok.

A curadora explica que ao longo de uma década desde a fundação da AFA que testemunhou uma grande mudança na forma como as pessoas encaram a arte contemporânea em Macau. “Há dez anos não havia um mercado de arte estabelecido”, recorda.

Para já, a curadora espera que a possibilidade de comprar uma obra de arte saia da esfera das elites económicas, tornando o trabalho artístico como mais um artigo de luxo. Para Alice Kok, estes eventos oferecem a oportunidade de comprar uma peça a um preço razoável, de forma a que sejam apreciadas como objectos que elevam o espírito, em vez de instrumentos de elevação de estatuto.

A exposição do Salão de Outono está patente ao público na Casa Garden, entre as 10 e as 17 horas, excepto à segunda-feira e feriados.

7 Nov 2017

Salão de Outono e VAFA a partir do próximo sábado

 

Eram mais de 250 candidatos, mas deu-se o caso de os cinco melhores trabalhos terem sido feitos, todos eles, por artistas do sexo feminino. O VAFA – Festival Internacional de Vídeo 2016 chega à Casa Garden no próximo sábado, dia em que abre portas o Salão de Outono. Há muita arte na delegação da Fundação Oriente para ver até ao final deste mês

 

[dropcap style≠’circle’]“F[/dropcap]oi um ano espectacular”, resume José Drummond, artista plástico e director do VAFA, o festival internacional de vídeo que nasceu modesto, pela mão da Art for All, e que chega à sexta edição cheio de candidatos e com qualidade acrescida. O ano foi espectacular, continua Drummond, porque à organização do FAVA chegaram 266 trabalhos, de 136 artistas ou colectivos de artistas de 42 países e territórios. São números recorde. E o festival de Macau é assumidamente internacional.

Diz o director da iniciativa que “a qualidade também subiu”, assim como aumentaram as apresentações de artistas da China Continental. Macau recebeu ainda candidaturas de “países muçulmanos, como o Irão”, e este ano foram muitos os trabalhos feitos por artistas mulheres.

Os trabalhos no feminino acabaram por conquistar o júri. “Dos oito finalistas, um é um casal, os outros dois são homens e os restantes são mulheres – e as cinco mulheres são todas premiadas”, explica José Drummond. “Os trabalhos delas são todos bastante diferentes no género e no contexto. Tende-se a estereotipar o trabalho no feminino como sendo feminista, mas penso que a prova de que isso é um estereótipo são os cinco trabalhos em questão, em que apenas um poderia considerar estar mais próximo de questões feministas. Os outros trabalhos são bastante mais gerais”, explica o director do VAFA.

O primeiro para a China

Chama-se Ariane Loze e vem da Bélgica a artista vencedora, com o vídeo vencedor “Les Colombes”. “Fez um trabalho fantástico. Enviou três filmes. Acabou por ganhar um que aborda questões muito contemporâneas, do mundo dos nossos dias, da necessidade de amar, a cada vez maior falta de valores”, antecipa Drummond. Loze aborda questões como o problema dos refugiados na Europa e a possibilidade de uma guerra nuclear, num “trabalho bastante interessante”.

Além do convite para vir a Macau participar na cerimónia de abertura do festival e do Salão de Outono – que acontece às 17h30 do próximo sábado –, a vencedora recebe ainda um prémio de mil dólares americanos.

Nesta sexta edição, decidiu-se ainda distinguir mais candidatos – ao todo, são oito, sendo que quatro receberam menções honrosas: “O que nós falamos quando falamos sobre o aborto”, de Zihui Song, da China; “Iris 2.0”, de Isabella Gresser, da Alemanha; “Diários da Morte: degradação suave”, de Mariana Rocha, do Brasil, e “Os filhos saem aos pais”, de Lina Selander, da Suécia. Cada menção honrosa vale 500 dólares americanos.

José Drummond destaca o trabalho de Zihui Song – para começar, é a primeira vez que o VAFA tem um vencedor da China Continental. Quanto ao vídeo, é aquele que tem “um lado mais feminista”, por abordar uma questão social protagonizada por mulheres. “Foi feito com um grupo de apoio a mulheres que fazem abortos. Tem todo esse lado bastante intenso, política e socialmente, sobre a posição da mulher na China, e especialmente das mulheres que passam por esse tipo de experiência, de que modo é que são depois vistas na sociedade. É um lado muito cruel da sociedade chinesa”, sintetiza.

Da Rússia com esplendor

À semelhança do que tem vindo a acontecer em edições anteriores, o VAFA fez um convite este ano a um festival similar – a organização de Macau também tem participado em eventos lá fora. Desta vez, Macau vai contar com a presença de Hong Kong, do festival da Videotage, “uma organização que existe talvez há já três décadas, dedicada à arte multimédia, e que irá apresentar um screening em conjunção com um festival paralelo do Reino Unido”.

O trabalho que vai ser exibido na Casa Garden “é feito exclusivamente por artistas que viveram em ambos os sítios, no Reino Unido e em Hong Kong”. O director do VAFA diz que tem também “um cariz de actualidade em relação a tudo aquilo que se tem passado nos últimos dois anos na região vizinha, com alguns conflitos sociais e políticos com a China Continental”.

Porque o melhor fica para o fim, eis o ponto forte do festival deste ano – o artista convidado. Para o FAVA de 2016, trata-se de um quarteto russo, um grupo criado em 1987 que dá pelo nome de AES+F. “Tem um trabalho absolutamente fascinante, uma junção entre o digital e o real, e que é imperdível. É uma produção esplendorosa, não existe ninguém a trabalhar como eles”, diz José Drummond acerca deste colectivo que ganhou muita projecção internacional a partir do momento em que Veneza, com a sua bienal, lhe abriu as portas.

Entre os preparativos do VAFA e a antecipação do que se vai pode ver na casa onde está a delegação da Fundação Oriente, o director do evento não se esquece de dizer que o “festival não seria possível sem a FO, que acreditou na proposta desde o início, e sem o apoio do Instituto Cultural”.

 

 

 

O espaço que ainda temos

Pelo sétimo ano, a Art for All e a Fundação Oriente organizam o Salão de Outono, uma colectiva em que se pretende mostrar a arte que se faz em Macau. Desta vez, a curadora do evento, Alice Kok, decidiu olhar para a cidade, “este pequeno sítio considerado a ‘Las Vegas da Asia’, cheio e hotéis e casinos”, para lançar uma pergunta à comunidade artística local: “Ainda nos resta algum espaço?”. A resposta pode ser vista na Casa Garden, a partir do próximo sábado, nas 67 obras de 32 artistas locais: Cai Guo Jie, Chan Ka Lok, Chan On Kei, Cheong Cheng Wa, Fan Em Kuan, Fok Hoi Seng, Francisco Ricate, Ho Si Man, Ieong Man Pan, José Lázaro das Dores, Keong Wan Wai, Lai Kit Sio, Lao Sin Heng, Lee On Yee, Lee I Fan, Lei Ieng Iong, Leong Cheng I, Leong Chi Hou, Leong Wai Lap, Lin Bo Xiang, Ng Fong Chao, Ng Lai Seong, Sofia Bobone, Sou Leng Fong, Tang Kuok Hou, Todi Kong de Sousa, Wan Ieng Meng, Wong Ka Long, Wong Weng Io, Wu Hin longo, Yves Etienne Solonet e Zhang Ke. Os trabalhos seleccionados incluem pintura a óleo, aguarela, desenho, escultura, fotografia, porcelana e gravura.

3 Nov 2016

“Salão de Outono ” e “Vafa ” em simultâneo na Casa Garden em Novembro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fundação Oriente (FO) e a Associação Art for All (AFA) resolveram juntar o Salão de Outono com o festival Vafa (Art Vídeo para Todos), o festival internacional de vídeo-arte organizado já desde 2010. A ideia é cativar maior número de pessoas, pelo que “Um Outono repleto de arte” é também a aposta da organização ao organizar estes dois eventos em conjunto, combinando em simultâneo obras de arte locais e internacionais.
A participação no Salão de Outono ainda é possível para todos os residentes e também para os artistas que mais recentemente vivem e trabalham em Macau, pois as inscrições estão abertas.
Os candidatos podem apresentar trabalhos de pintura, gravura, escultura, fotografia, instalação e vídeo. Todas as candidaturas serão analisadas e seleccionadas por um júri composto por representantes da FO e da AFA, bem como por conceituados artistas locais.
Os finalistas serão notificados no final de Setembro. Para participar basta fazer o download do formulário de inscrição em www.afamacau.com. O prazo termina a 30 de Agosto.

Prémio “Jovem”

A FO adianta ainda que tem para oferecer 50 mil patacas para reconhecer e apoiar os jovens artistas plásticos de Macau em início de carreira. Os artistas terão ainda a oportunidade de exporem o seu trabalho no território e também de desenvolver as suas qualidades artísticas em Portugal, já que o vencedor terá ainda direito a uma residência artística no país no próximo ano. Os candidatos ao prémio poderão mostrar as suas obras em conjunto com os trabalhos seleccionados para o “Salão de Outono “.
Ao prémio podem candidatar-se apenas artistas actualmente residentes em Macau ou que provem ter vivido em Macau durante os últimos dois anos, independentemente da sua nacionalidade. Têm de ser portadores de Bilhete de Identidade de Residente e ter entre os 18 e os 35 anos.

VAFA em movimento

O concurso para o quinto Vafa também se encontra a decorrer e os artistas interessados podem apresentar as suas obras de vídeo-arte até ao dia 30 de Agosto. O júri é composto por artistas internacionais de vídeo-arte e alguns curadores de arte. Primeiro prémio e quatro menções honrosas são os prémios disponíveis, sendo que o vencedor do melhor vídeo receberá mil dólares americanos e será convidado para vir a Macau, caso não seja residente, para participar na cerimónia de abertura da exposição.
O valor para cada menção honrosa é de 500 dólares americanos. Como a vídeo-arte é uma criação independente, não há critérios fixos relativos ao tema e forma das obras. A única restrição à criação será para vídeos com informações violentas ou provocadoras.

11 Jul 2016