Taiwan | Dois navios de guerra russos detectados junto à costa

Taiwan detectou dois navios de guerra russos junto à costa na terça-feira, disse ontem o Ministério da Defesa da ilha, que respondeu com o envio de embarcações e aviões para acompanhar os movimentos russos.
As fragatas russas foram “detectadas a navegar de norte a sul nas águas” da costa leste de Taiwan às 23:00 de terça-feira, informou o ministério, num comunicado.
O ministério disse que as Forças Armadas taiwanesas acompanharam a situação e responderam com o envio de aeronaves e barcos e com a activação de sistemas de mísseis terrestres.
Há meses que Taiwan regista, todos os dias, a presença de aeronaves e navios de guerra chineses à volta da ilha, mas a presença de embarcações russas é invulgar.
Um “destacamento de navios de guerra da Frota do Pacífico entrou no Mar das Filipinas depois de cruzar o Mar da China Meridional”, também conhecido por Mar do Sul da China, disse a agência de notícias oficial russa Interfax.
Os barcos realizaram várias manobras, incluindo “uma batalha naval simulada para repelir um ataque de míssil de um inimigo fictício vindo do mar”, segundo a Interfax.
Assim como os Estados Unidos, o principal aliado de Taipé, e muitos países europeus, Taiwan impôs sanções a Moscovo desde a invasão da Ucrânia, principalmente na exportação de componentes para computadores e máquinas, sector no qual a ilha se destaca.

29 Jun 2023

Israel | PM confirma visita a Pequim num momento de tensão com EUA

O primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, confirmou ontem a intenção de visitar a China em breve, apesar da actual relação tensa com os Estados Unidos.
A visita, confirmada num encontro com uma delegação bipartidária de congressistas norte-americanos, será a quarta de Netanyahu ao gigante asiático, onde se reunirá com o Presidente chinês, Xi Jinping, e, segundo os meios de comunicação hebraicos, está prevista para Julho, em data a determinar.
“O primeiro-ministro Netanyahu sublinhou perante os membros do Congresso que a cooperação entre os Estados Unidos e Israel em matéria de segurança e de serviços secretos é a mais elevada de sempre e que os Estados Unidos serão sempre o aliado mais vital e insubstituível de Israel”, refere um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.
Segundo o comunicado, a administração norte-americana de Joe Biden foi informada há um mês da intenção do primeiro-ministro israelita se deslocar a Pequim a convite do governo chinês.
No entanto, Netanyahu, que está prestes a completar seis meses à frente do governo mais à direita e religioso de Israel, ainda não foi formalmente convidado a visitar a Casa Branca, o que é atípico na relação entre os Estados Unidos e Israel.
Desde 1969, ano em que Richard Nixon recebeu Golda Meir em Washington, todos os primeiros-ministros israelitas visitaram ou foram formalmente convidados a visitar a Casa Branca nos primeiros três meses dos seus mandatos, incluindo o próprio Netanyahu nas suas anteriores administrações.
Os analistas israelitas interpretam a viagem de Netanyahu à China como uma mensagem a Biden de que Israel pode forjar outras alianças internacionais, frisando que não é coincidência que o primeiro-ministro israelita a tenha anunciado numa reunião com congressistas norte-americanos.
A administração norte-americana está a distanciar-se do actual Governo israelita e tem criticado abertamente algumas das políticas mais controversas, nomeadamente a reforma judicial, que procura minar a independência do poder judicial e a separação de poderes.
Mais recentemente, Washington criticou a expansão dos colonatos judeus na Cisjordânia ocupada e o agravamento da violência nessa região.

Procura-se convite
Em Março passado, o próprio Biden declarou que não tinha intenção de convidar Netanyahu para a Casa Branca “a curto prazo”, apesar de o primeiro-ministro israelita ter parado o processo de reforma judicial sob pressão de protestos sociais e de uma greve geral.
Embora não tenha sido oficialmente confirmado, a imprensa israelita noticiou que Netanyahu proibiu todos os seus ministros de se deslocarem a Washington para se reunirem com os seus pares até ele próprio ser convidado.
Até à data, nenhum ministro israelita se deslocou a Washington em visita oficial, nem mesmo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, apesar da importante aliança de segurança entre os dois países.
Segundo os termos dessa aliança, os Estados Unidos concedem anualmente a Israel uma ajuda militar de 3.800 milhões de dólares e garantem quase sempre a Israel o direito de veto no Conselho de Segurança da ONU sobre questões que lhe dizem respeito.

Críticas americanas
Segunda-feira, os Estados Unidos condenaram a decisão de Israel de aprovar a construção de 5.700 novas casas em colonatos judeus na Cisjordânia ocupada, o que, com as 7.300 aprovadas no início deste ano, eleva para mais de 13.000 o número de residências que receberam ‘luz verde’ em 2023.
Trata-se de um número recorde, que antes do final do ano em curso já ultrapassa o máximo de 12.159 casas de colonos aprovadas em todo o ano de 2020, no anterior Governo de Netanyahu e com Donald Trump na Casa Branca, favorável à expansão dos colonatos judeus.
Em resposta a esta medida, o Departamento de Estado norte-americano anunciou o corte de todas as relações com as instituições académicas e científicas israelitas sediadas na Cisjordânia ocupada, algo que não tem um forte impacto no terreno, mas que implica uma mudança de estratégia baseada na acção, já que até agora os Estados Unidos apenas tinham enviado mensagens de condenação moderadas a este respeito.
A imprensa israelita noticiou também ontem que a embaixada norte-americana em Jerusalém está a manter os ministros israelitas ultranacionalistas Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir – ambos defensores da violência dos colonos contra os palestinianos – fora da lista de convidados para a festa do 4 de Julho, dia da independência dos EUA.

29 Jun 2023

Seul | Novas sanções contra financiadores de armamento de Pyongyang

O Governo sul-coreano aprovou ontem novas sanções contra indivíduos e entidades que ajudam a financiar o programa de armas de destruição em massa da Coreia do Norte.
A nova ronda de sanções contempla duas pessoas: Choi Chon-gon, um cidadão sul-coreano naturalizado russo, e So Myong, representante na cidade russa de Vladivostok de um banco norte-coreano, informou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Choi fundou na Mongólia a empresa Hanne Ulaan – uma das duas entidades sancionadas – com o objectivo de escapar às sanções internacionais e obter financiamento para o programa de armamento do regime, de acordo com a agência de notícias espanhola EFE.
Por sua vez, So criou a Epsilon, outra empresa penalizada por Seul desde ontem, criada em conjunto com Choi, e “que permanece actualmente operacional”, de acordo com o ministério sul-coreano.
Este pacote de sanções é o nono aprovado pelo Governo do conservador Yoon Suk-yeol desde que chegou ao poder, em Maio de 2022. Um total de 45 indivíduos e 47 organizações foram desde então incluídos na lista de entidades castigadas por Seul.

29 Jun 2023

Filipinas | Resgatados 2.700 trabalhadores de 18 países vítimas de tráfico humano

A polícia filipina resgatou terça-feira cerca de 2.700 trabalhadores de vários países que foram alegadamente enganados e estavam a trabalhar em portais ilegais de jogos ou noutros crimes informáticos.
Até ao momento, foi resgatado um número recorde de vítimas de tráfico humano em sete prédios na cidade de Las Pinas, na região metropolitana de Manila.
Esta situação, segundo as autoridades, indica como as Filipinas se tornaram uma base importante de operações para sindicatos do crime informático.
Os crimes informáticos tornaram-se um grande problema na Ásia, com relatos de pessoas de várias partes do mundo que foram atraídas para estes empregos, de países como Myanmar e Camboja, devastados por conflitos internos.
No entanto, muitos destes trabalhadores viram-se presos numa escravidão virtual e forçados a participar em fraudes direccionados a pessoas pela internet.
Em Maio, os líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) concordaram, numa cimeira na Indonésia, reforçar os controlos de fronteira e a aplicação da lei e ampliar a educação pública para combater sindicatos criminosos que traficam trabalhadores para outras nações, onde são obrigados a participar em fraudes na internet.

Presos na rede
O general Sydney Hernia, que lidera a unidade anticrime informático da polícia nacional filipina, disse que as forças de segurança entraram e revistaram vários prédios em Las Pinas na madrugada de terça-feira e resgataram 1.534 filipinos e 1.190 estrangeiros de pelo menos 17 países, incluindo 604 chineses, 183 vietnamitas, 137 indonésios, 134 malaios e 81 tailandeses.
Havia também algumas pessoas de Myanmar, Paquistão, Iémen, Somália, Sudão, Nigéria e Taiwan, segundo as autoridades.
Não é claro quantos criminosos foram detidos pelas autoridades.
Em Maio, a polícia invadiu outra base suspeita de crimes informáticos no porto de Clark, na cidade de Mabalacat, na província de Pampanga, ao norte de Manila, onde encontrou cerca de 1.400 trabalhadores filipinos e estrangeiros que foram supostamente forçados a realizar fraudes com criptomoedas.
Alguns dos trabalhadores disseram aos investigadores que, quando tentaram pedir demissão, foram forçados a pagar uma quantia alta por motivos pouco claros ou temeram ser vendidos a outros sindicatos, acrescentando que os funcionários também foram forçados a pagar multas por supostas infrações no trabalho.
Os trabalhadores foram atraídos com ofertas de altos salários e condições vantajosas em anúncios na rede social Facebook, mas depois descobriram que as promessas eram um estratagema, disseram as autoridades.
O ministro indonésio Muhammad Mahfud, que lida com questões políticas, legais e de segurança, disse aos jornalistas em Maio que a Indonésia e outros países da região têm tido dificuldades para trabalhar com Myanmar nesta questão.
Mahfud disse que a ASEAN precisa estabelecer um tratado de extradição regional, proposto há muito tempo, que ajudaria as autoridades a processar os infratores mais rapidamente e evitar uma nova escalada no crime informático.

29 Jun 2023

Jogos Europeus | Esgrima já tem medalha para mostrar

A selecção portuguesa de esgrima está em fase de evolução, com jogadores muito jovens a evoluir em palcos internacionais, e agora já tem uma prata nos Jogos Europeus Cracóvia2023, por Miguel Frazão, para mostrar ‘serviço’.
Frazão bateu o irmão, Filipe, quando são os dois orientados pelo pai na selecção, nos quartos de final e conquistou uma prata invulgar para a esgrima portuguesa na competição de espada, caindo apenas na final, e até podia ter batido outro português, Max Rod, mas este chegou ‘apenas’ aos quartos, noutra prestação de bom nível.
Aos 20 anos, Miguel Frazão trouxe um foco para o trabalho a ser feito na esgrima nacional, que participa com sete jogadores em Cracóvia2023: Marta Caride e Luís Macedo, no florete, e cinco na espada, desde logo Maria Alvim, com resultados de relevo em júnior, Fabiana Bonito e o trio masculino.
Rod e os irmãos Frazão competem ainda no Campeonato da Europa por equipas na Tauron Arena, em Cracóvia, uma vez que os singulares não contaram como Europeu, devido à ausência de Rússia e Bielorrússia.
Deste conjunto, “cinco estão numa média de idades de 21 anos e outros dois são mais experientes”, conta à Lusa Nuno Frazão.
“Procura-se sempre os resultados, mas serão sempre uma consequência de cada um deles conseguir jogar o que já é o seu nível conhecido”, atira.
Segundo o antigo atleta olímpico, o objectivo para a evolução dos jovens é que possam “levar para a pista o seu real valor, se consigam superar, e saírem de cada competição um pouco mais fortes nesse processo evolutivo”.
Em ano de qualificação olímpica para Paris2024, a prova por equipas já conta para esse ‘campeonato’ e “todos os países estão ao máximo nível”, por isso a experiência que podem recolher é também de importância “fundamental”.
“São atletas que têm mostrado que toda a sua evolução vai a caminho de podermos acreditar que esta construção vai fazer deles atletas que se pretende de elite mundial”, declara o seleccionador.

No bom caminho
Apesar de haver ainda “um caminho a percorrer”, sobretudo na transição para seniores, estes “estão no bom caminho”, a ‘beber’ experiência de rivais “com mais 10, 12, 18 anos do que eles, anos esses repletos de competições e treinos”.
À Lusa, Marta Caride nota como a primeira grande experiência integrada numa missão do Comité Olímpico de Portugal, com outras duas centenas de atletas de mais de duas dezenas de modalidades, “dá vontade de continuar a trabalhar e ter motivação”, até porque tem já Mundiais de florete e as Universíadas à porta.
Essa ferramenta de aprendizagem, bem como a intensificação da presença internacional, combina com “a dedicação e esforço notórias” destes atletas, cada vez mais ‘temidos’.
“Portugal já tem vários nomes que quando calham numa ‘poule’ deixam os adversários a pensar. É uma selecção que tem vindo a ganhar força e os atletas têm mérito”, destaca a estudante de medicina, de 21 anos.
Portugal soma de momento 13 pódios em Cracóvia2023, nomeadamente três ouros, sete pratas e três bronzes.
A terceira edição dos Jogos Europeus decorre até domingo em Cracóvia e na região polaca de Malopolska, com 30 modalidades no programa e 48 países participantes, entre eles Portugal, que tem uma delegação com mais de duas centenas de atletas.

29 Jun 2023

Costa Rica | Tribunal impõe protecção de espécies de tubarão

O Tribunal Constitucional da Costa Rica ordenou às autoridades que tomassem medidas para proteger três espécies de tubarão-martelo em grave perigo de extinção, soube-se de fonte judicial na terça-feira.
A primeira câmara do Tribunal Constitucional ordenou na segunda-feira ao “Sistema Nacional de Protecção que inscreva as espécies de tubarão-martelo comum (Sphyrna zygaena), recortado (Sphyrna lewini) e grande (Sphyrna mokarran) na lista das espécies em perigo de extinção”.
A decisão do Tribunal obriga as autoridades a “adoptar todas as medidas necessárias e apropriadas” para acabar com a captura, posse e comercialização destes tubarões.
Duas das três espécies mencionadas figuram na lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), em situação de “risco crítico” e com a respectiva população “em baixa”.
O governo da Costa Rica tinha proibido em Janeiro a pesca de tubarões-martelo.
Este país possui ao largo das suas costas no Oceano Pacífico a reserva marítima da ilha do Coco, que abriga uma das maiores populações de tubarões-martelo.
A conferência sobre o comércio internacional das espécies ameaçadas, reunida no Panamá em Novembro, decidiu estender a protecção a uma cinquentena de espécies de tubarão requiem e tubarão-martelo ameaçados pelo tráfico de barbatanas de tubarão, muito desejadas na Ásia para confeccionar sopas.
Estas espécies de tubarão são vítimas de mais de metade do tráfico mundial de barbatanas de tubarão, que representa mais de 500 milhões de dólares por ano.
O preço destas barbatanas chega a atingir os mil dólares por quilo nos mercados da Ásia Oriental, cujo centro está em Hong Kong.

29 Jun 2023

Eleições | Apelo à abstenção será crime mesmo fora da campanha

O Governo vai criminalizar o incentivo ou apelo à abstenção e aos votos em branco ou nulos crimes, indicou ontem André Cheong na sessão de consulta pública para a revisão das leis eleitorais. O Executivo entende que este tipo de apelos pode influenciar a “ordem eleitoral e afectar as eleições”

 

O Governo declarou ontem que a revisão da lei eleitoral, actualmente em consulta pública, vai criminalizar o apelo à abstenção e ao voto em branco ou nulo, mesmo fora dos períodos de campanha.

Na sessão de consulta pública realizada ontem no Fórum Macau, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, esclareceu que na revisão proposta pelo Governo este tipo de apelo será um crime em qualquer circunstância.

Isto embora o dirigente tenha reconhecido que “o efeito negativo do incitamento público ao acto de não votar, votar em branco ou nulo será mais evidente durante o período de campanha eleitoral” para Chefe do Executivo ou deputados à Assembleia Legislativa (AL).

A tomada de posição do secretário surgiu em resposta ao comentário de um membro da Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, Ao Ka Fai, que defendeu “haver margem para melhoramento” na definição do que é o “incitamento público”. Ao Ka Fai avisou que a proposta podia tornar um crime “escrever numa plataforma online que não vai votar”. “Mas se este comentário for repetido e transmitido para outras pessoas, será que vai causar problemas?” perguntou o membro do conselho consultivo.

André Cheong garantiu que o “incitamento público ou publicidade” à abstenção ou ao voto em branco ou nulo vai ter “uma definição muito precisa e exigente”, mas sublinhou que “a sanção penal é sempre o último passo que se pretende aplicar”.

 

Lei e ordem

Na semana passada, um assessor do secretário Vu Ka Vai disse que será crime fazer este tipo de apelo “através de redes sociais” ou ao “reencaminhar mensagens electrónicas” e defendeu que o incitamento iria “influenciar a ordem eleitoral e afectar as eleições”.

O assessor sublinhou ainda que os autores de apelos que se encontrem fora de Macau poderão ser alvo de um pedido de extradição: “A internet não é um lugar fora da lei”.

Em 2021, Macau registou a mais alta taxa de abstenção (quase 58 por cento) nas eleições para a AL desde que foi criada a Região Administrativa Especial de Macau. As autoridades justificaram a situação com as restrições pandémicas e o mau tempo sentido no território.

29 Jun 2023

Paris | Morte de um jovem pela polícia causou distúrbios nos arredores

A morte de um jovem, pela polícia, na cidade francesa de Nanterre durante uma tentativa de fuga originou uma série de distúrbios ontem nos arredores de Paris, levando as forças de segurança a deterem 24 pessoas.
O responsável pela polícia de Paris, Laurent Núñez, explicou ontem ao canal CNews que os manifestantes incendiaram 42 veículos, além de máquinas utilizadas na construção, e insistiu que os 350 policiais destacados durante a noite impediram roubos em lojas e noutros edifícios.
“O dispositivo durará o tempo que for necessário”, disse Núñez sobre a manutenção do aparato policial nos próximos dias, acrescentando que 24 elementos das forças de segurança ficaram feridos nos confrontos.
A mesma fonte adiantou que já estes tumultos já eram esperados, após o incidente da manhã de terça-feira, em Nanterre, aludindo à morte de Naël, um jovem com alegados antecedentes criminais que conduzia sem documentos e que, após ser mandado parar pela polícia, tentou fugir com o veículo e acabou por ser morto a tiro.
Um vídeo dos acontecimentos registado por uma testemunha mostra como um dos agentes, um brigadeiro de 38 anos, apontou a arma directamente para o jovem junto à janela do motorista enquanto o outro falava com ele do mesmo lado. Ambos os agentes foram detidos.

Indignação pública
A Justiça abriu duas investigações, uma delas por homicídio voluntário. A segunda por causa da fuga da vítima. Esta decisão tem provocado a indignação da família do jovem que, de acordo com a sua advogada “em França não se pode julgar um morto”.
Em declarações à estação France Info, Cambla indicou que a família pretende apresentar queixa por falsificação, considerando que os agentes envolvidos no incidente mentiram no seu primeiro depoimento.
Insistiu que a reacção da polícia foi “absolutamente ilegítima” e que “não se enquadra no quadro da legítima defesa” porque “sentir-se ameaçado não basta para disparar uma bala no peito”.
Este incidente gerou uma reacção política, especialmente de alguns dirigentes de esquerda, que denunciaram o grande número de mortes às mãos de elementos policiais, que contam com a legítima defesa, principalmente quando o condutor foge a um posto de controlo.
A estrela da selecção francesa Kylian Mbappé também reagiu, escrevendo numa mensagem, na sua conta no Twitter: “A França magoa-me. Uma situação inaceitável. Estou com a família e parentes de Naël, esse anjinho que se foi cedo demais”.

29 Jun 2023

Reserva financeira | Ano com melhor arranque desde pandemia

A reserva financeira da RAEM fechou o mês de Abril com 571 mil milhões de patacas em “caixa”, valor que representa um acréscimo mensal de 1,3 mil milhões de patacas. O registo dos primeiros quatro meses de 2023 reflectem o melhor arranque de ano desde o início da pandemia

 

 

A reserva financeira da RAEM ganhou 1,3 mil milhões de patacas em Abril, continuando em terreno positivo pelo segundo mês consecutivo, após uma queda em Fevereiro, indicam dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

A reserva financeira da Região Administrativa Especial de Macau cifrou-se em 571 mil milhões de patacas no final de Abril, de acordo com a informação publicada em Boletim Oficial. Apesar da queda de 4,5 mil milhões de patacas em Fevereiro, a reserva financeira acumulou uma subida de 11,8 mil milhões de patacas nos primeiros quatro meses de 2023.

A reserva financeira está a ter o melhor arranque de ano desde o início da pandemia, mas o seu valor permanece longe do recorde de 669,7 mil milhões de patacas, atingido em Fevereiro de 2021.

O valor da reserva extraordinária no final de Abril era de 404,4 mil milhões de patacas e a reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para 2022, era de 152,1 mil milhões de patacas.

A reserva financeira de Macau é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 262,9 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 127,4 mil milhões de patacas e até 176,1 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados.

 

Apesar da chuva

A reserva financeira tinha terminado 2022 com 559,2 mil milhões de patacas, o valor mais baixo desde Janeiro de 2019, justificado pela AMCM com “a crise geopolítica, o bloqueio de cadeia global de fornecimentos causado pela epidemia e a subida significativa das taxas de juros”.

Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar de o Governo ter injectado mais de 90 mil milhões de patacas no orçamento.

No ano passado, o Governo voltou a transferir 68,2 mil milhões de patacas da reserva financeira para o orçamento público, que incluiu dois planos de apoio pecuniário à população.

A Assembleia Legislativa de Macau aprovou em Novembro o orçamento da região para 2023, prevendo voltar a recorrer à reserva financeira em 35,6 mil milhões de patacas.

29 Jun 2023

Energia | Inaugurado maior complexo híbrido solar e hidroeléctrico do mundo

A China inaugurou o maior complexo híbrido solar e hidroeléctrico do mundo, com capacidade de geração de um milhão de quilowatts, avançou na segunda-feira à noite o portal de notícias chinês Yicai.
A central fotovoltaica de Kela, ligada no domingo, é a primeira fase do complexo híbrido Lianghekou, situado no curso do rio Yalong, na província central de Sichuan, que irá já fornecer electricidade à metrópole vizinha de Chongqing durante o pico de procura do Verão.
A imprensa chinesa destacou que é também o projecto híbrido solar e hidroeléctrico situado à maior altitude do mundo, já que o ponto mais elevado se encontra a cerca de 4.600 metros acima do nível do mar.
De acordo com o jornal de Xangai The Paper, as autoridades chinesas acreditam que o complexo Lianghekou evitará o uso de cerca de 600 mil toneladas de carvão e reduzirá as emissões de dióxido de carbono em mais de 1,6 milhões de toneladas por ano.
A China, que nos últimos anos promoveu uma forte aposta nas energias renováveis, prometeu atingir o pico de emissões até 2030 e a neutralidade das emissões até 2060.

28 Jun 2023

Economia | PM confiante em alcançar objectivos para 2023

A China encontra-se no bom caminho para alcançar o objectivo de crescimento traçado para este ano, afirmou ontem o primeiro-ministro do país, Li Qiang.
O produto interno bruto (PIB) chinês cresceu 3 por cento no ano passado, uma das taxas mais lentas das últimas quatro décadas e valor aquém do objectivo oficial de 5,5 por cento.
Para 2023, o governo fixou o objectivo para o crescimento do PIB em “cerca de 5 por cento “.
“Este ano, temos esperança de conseguir atingir [este] objectivo de crescimento”, afirmou o primeiro-ministro chinês, responsável pela economia da nação asiática.
Li Qiang, a segunda figura mais importante do país, falava na abertura do Fórum Económico Mundial, em Tianjin, no norte chinês.

Pedras no caminho
As declarações surgem numa altura em que a segunda maior economia do mundo enfrenta várias dificuldades. A recuperação após a pandemia, na sequência do levantamento das restrições sanitárias no final de 2022, perdeu fôlego nos últimos meses.
A economia está a ser penalizada pelo sobre-endividamento do sector imobiliário – pilar tradicional do crescimento – pelo fraco consumo devido à incerteza do mercado de trabalho e pelo abrandamento da economia mundial, que está a afectar a procura de produtos chineses.
Para estimular a actividade, o banco central estabeleceu a redução de taxas de juros nas últimas semanas, numa altura em que muitos economistas defendem um plano de estímulo.
Para já, as autoridades parecem estar a excluir esta opção a favor de medidas específicas.

28 Jun 2023

Rússia | Retiradas acusações contra grupo Wagner

As autoridades russas anunciaram ontem a retirada das acusações contra o grupo de combatentes a soldo da empresa Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin, cuja rebelião se prolongou durante 24 horas no passado fim de semana.
“Ficou estabelecido” que os participantes no motim “puseram termo às acções que visavam directamente a prática de um crime”, afirmaram ontem os serviços de segurança russos (FSB), citados pelas agências noticiosas de Moscovo.
Nestas circunstâncias, “a decisão de retirar as acusações foi tomada a 27 de Junho [ontem]”, acrescentou o FSB.
No fim de semana, Yevgeny Prigozhin, que lidera o grupo Wagner, conduziu uma rebelião armada de 24 horas, com os mercenários a tomarem a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e a avançar até 200 quilómetros de Moscovo.
A rebelião terminou com um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.
Yevgeny Prigozhin justificou na segunda-feira a “rebelião” do grupo com a necessidade de “salvar” a organização, rejeitando ter tentando um golpe de Estado e adiantando que 30 dos seus mercenários morreram em confrontos com militares russos.
Por seu lado, o Presidente russo, Vladimir Putin, num discurso transmitido na segunda-feira pela televisão russa, acusou os responsáveis pela rebelião de serem traidores e disse que as suas acções só beneficiaram a Ucrânia e os seus aliados.

28 Jun 2023

Rússia | Retiradas acusações contra grupo Wagner

As autoridades russas anunciaram ontem a retirada das acusações contra o grupo de combatentes a soldo da empresa Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin, cuja rebelião se prolongou durante 24 horas no passado fim de semana.
“Ficou estabelecido” que os participantes no motim “puseram termo às acções que visavam directamente a prática de um crime”, afirmaram ontem os serviços de segurança russos (FSB), citados pelas agências noticiosas de Moscovo.
Nestas circunstâncias, “a decisão de retirar as acusações foi tomada a 27 de Junho [ontem]”, acrescentou o FSB.
No fim de semana, Yevgeny Prigozhin, que lidera o grupo Wagner, conduziu uma rebelião armada de 24 horas, com os mercenários a tomarem a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e a avançar até 200 quilómetros de Moscovo.
A rebelião terminou com um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que, segundo o Kremlin, estabelece que Prigozhin fique exilado na Bielorrússia, em troca de imunidade para si e para os seus mercenários.
Yevgeny Prigozhin justificou na segunda-feira a “rebelião” do grupo com a necessidade de “salvar” a organização, rejeitando ter tentando um golpe de Estado e adiantando que 30 dos seus mercenários morreram em confrontos com militares russos.
Por seu lado, o Presidente russo, Vladimir Putin, num discurso transmitido na segunda-feira pela televisão russa, acusou os responsáveis pela rebelião de serem traidores e disse que as suas acções só beneficiaram a Ucrânia e os seus aliados.

28 Jun 2023

Macau cria pavilhão lusófono no maior centro de comércio por grosso do mundo

Macau e a província de Zhejiang, no leste da China, assinaram ontem um acordo para criar um espaço dos países de língua portuguesa no maior centro de comércio por grosso de pequenos produtos do mundo.
O acordo, assinado durante um evento dedicado à cooperação económica e comercial entre Zhejiang, Macau e os países de língua portuguesa (ver página 2), prevê o estabelecimento do Pavilhão dos Países e Regiões de Língua Portuguesa de Macau no Centro do Comércio Global de Yiwu.
Este centro, na cidade de Yiwu, conta com uma área de cinco milhões de metros quadrados, que reúne quase dois milhões de diferentes tipos de produtos em mais de 75 mil lojas.
É considerado pelo Banco Mundial o maior centro de comércio por grosso de pequenos produtos do mundo.
Yiwu, com 1,2 milhões de habitantes, é o ponto de partida de ligações ferroviárias que levam mercadorias da China, atravessam o Cazaquistão, Rússia, Bielorrússia e Polónia, entrando na Europa central através da Alemanha e chegando até Madrid.

A tal plataforma
No mesmo evento, que decorreu em Macau, o líder do Partido Comunista Chinês em Zhejiang, Yi Lianhong, disse que a província quer atrair empresas de língua portuguesa
Yi apontou como prioridades as áreas da economia do mar, biomedicina, transporte aéreo, investigação científica e formação profissional.
O dirigente acrescentou que a província, com 65 milhões de habitantes e a quarta maior economia da China, gostaria ainda de “recorrer à plataforma de Macau para reforçar a cooperação com a América Latina e a Europa”.
Na mesma sessão, o líder do Governo de Macau, Ho Iat Seng, sublinhou que as trocas comerciais entre Zhejiang e os países lusófonos atingiram 52,4 mil milhões de yuan nos primeiros quatro meses do ano, um aumento homólogo de 23,7 por cento.
Yi Lianhong aproveitou a sessão para convidar os representantes dos países de língua portuguesa a visitarem a capital de Zhejiang, Hangzhou, que vai receber a próxima edição dos Jogos Asiáticos, entre 23 de setembro e 08 de Outubro.
O evento multidesportivo da Ásia vai contar com intérpretes de língua portuguesa, voluntários da Universidade de Línguas Estrangeiras de Zhejiang, uma das 25 instituições de ensino superior da China continental que oferecem licenciaturas em português.
Timor-Leste é o único país de língua oficial portuguesa que vai participar nos Jogos Asiáticos. Macau, região administrativa especial chinesa onde o português continua a ser língua oficial, também vai ter atletas na competição.
Em Abril, o presidente da Câmara de Comércio de Pequenas e Médias Empresas Portugal – China, Chow Y Ping, disse à Lusa que estava a tentar criar um fundo envolvendo entidades portuguesas e a província de Zhejiang.
“Grande parte dos emigrantes em Portugal, Espanha, França e Itália são dessa região”, disse o empresário, que também lidera a Liga dos Chineses em Portugal.
A única ligação directa entre Portugal e a China parte de Lisboa com destino a Hangzhou, com uma frequência de dois voos por semana, operados pela companhia aérea chinesa Capital Airlines.

28 Jun 2023

NATO diz que rebelião Wagner mostra que invasão foi erro estratégico

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou ontem que a rebelião dos mercenários do grupo Wagner na Rússia mostra que a invasão da Ucrânia por ordem do Presidente russo, Vladimir Putin, foi um erro estratégico.

“Estamos a acompanhar a situação na Rússia. Os acontecimentos do fim de semana são um assunto interno da Rússia e mais uma demonstração do grande erro estratégico que o Presidente Putin cometeu em relação à anexação ilegal da Crimeia e na guerra contra a Ucrânia”, disse Stoltenberg aos jornalistas em Vilnius, cidade que receberá a cimeira da Aliança Atlântica no próximo mês.

“Também estamos a acompanhar a situação na Bielorrússia”, acrescentou Stoltenberg, após Moscovo ter enviado armas nucleares para o país no início deste mês, gesto que a NATO condenou.

“É imprudente e irresponsável. Não vemos qualquer indicação de que a Rússia se esteja a preparar para utilizar armas nucleares, mas a NATO permanece vigilante”, adiantou o responsável da Aliança.

De acordo com o Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, que falou na mesma conferência de imprensa, a rebelião do Grupo Wagner demonstra “a instabilidade do regime do Kremlin”.

“É provável que se esperem desafios semelhantes ou até maiores no futuro”, acrescentou Nauseda, referindo que “a fixação do grupo Wagner na Bielorrússia pode tornar-se um factor adicional” em relação à segurança da região.

Stoltenberg também sublinhou que agora ainda é mais importante manter o apoio a Kiev.

O secretário-geral da NATO indicou que, quanto mais a Ucrânia for bem-sucedida na sua contraofensiva para recuperar territórios ucranianos da Rússia, “mais fortes serão os seus trunfos a apresentar numa mesa de negociação”.

Lembrou que os aliados estão a preparar apoios plurianuais à Ucrânia e decisões que a aproximem da organização militar.

“O seu lugar [da Ucrânia] é na NATO”, sublinhou Stoltenberg, reforçando que todos os aliados concordam que as portas da NATO continuam abertas para a Ucrânia e que, mais cedo ou mais tarde, o país será membro da Aliança.

“Serão os aliados e a Ucrânia a decidir [a sua entrada no bloco]. A Rússia não tem direito de veto”, reafirmou o secretário-geral da NATO.

 

Ameaças e traições

O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a acção do grupo, afirmando tratar-se de uma “ameaça mortal” ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma “guerra civil”.

Ao fim do dia de sábado, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando “um número muito grande de vítimas”.

27 Jun 2023

Clima extremo atinge China com calor e tempestades

Muitas cidades na China continuaram a emitir alertas de calor e chuva no fim-de-semana, sendo que os residentes em muitas áreas tiveram de enfrentar fenómenos climáticos extremos.

De acordo com a Administração Meteorológica da China (CMA), as observações de quarta a quinta-feira demonstraram que um total de 2.830 estações em todo o país registaram altas temperaturas, acima de 40°C, enquanto 2.130 estações registaram fortes chuvas.

Na manhã de sexta-feira, o Centro Meteorológico Nacional (NMC) continuou a emitir alertas laranja de temperatura elevada – o segundo mais alto no sistema de aquecimento climático de quatro níveis da China, já que a temperatura mais alta em Pequim, Tianjin, Hebei e Shandong na sexta-feira atingiu 40°C.

A capital, localizada no norte da China, foi uma das cidades mais atingidas pela onda de calor. Na quinta-feira, Pequim registou uma temperatura de 41,1°C, quebrando o recorde histórico de Junho de 40,6°C, registado em 1961. Também na quinta-feira, a mesma estação meteorológica registou uma temperatura na superfície do solo de 71,8°C à tarde, também a segunda mais alta jamais registrada.

Na manhã de sexta-feira, a Estação Meteorológica de Pequim emitiu um sinal vermelho de alerta para altas temperaturas, o mais alto do sistema de alerta climático de quatro níveis da China. A última vez que Pequim emitiu tal alerta foi em 2014.

Na tarde de sexta-feira, Pequim registou novamente altas temperaturas acima de 40°C. Zhang Yingxin, meteorologista chefe da Estação Meteorológica de Pequim, disse que esta é a primeira vez desde o estabelecimento de estações de observação meteorológica em Pequim que altas temperaturas acima de 40°C foram registadas por dois consecutivos dias.

Esta semana as altas temperaturas de Pequim deverão cair para 34°C.

Desde 1951, Pequim registou um máximo de 11 dias de alta temperatura acima de 35 °C em Junho num único ano, em 1952 e 2000, respectivamente, e um máximo de cinco dias de alta temperatura acima de 37°C, em 1952. Desde quinta-feira, Pequim registou nove dias de alta temperatura acima dos 35 °C e cinco dias de altas temperaturas acima dos 37 °C em Junho de 2023.

Enquanto isso, Tianjin e Hebei, também localizadas no norte da China, enfrentaram também o calor extremo.

 

El Niño para durar

Enquanto os residentes no norte da China sofrem com as temperaturas elevadas, o leste e o sul do país enfrentaram fortes chuvas.

Este Verão assistiu a um aumento no clima incomum em todo o mundo. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos emitiu um alerta em 8 de Junho informando que o fenómeno El Nino surgiu e deverá perdurar até ao Inverno. Segundo especialistas da CMA, a China atravessou recentemente uma alta frequência de climas extremos associados ao surgimento do fenómeno El Nino.

Zhou Bing, chefe do serviço climático da CMA, disse que o clima deste ano, em termos da China e do mundo, tem sido anormal. “O mundo está definitivamente mais quente este ano do que em 2022, devido ao aparecimento do evento El Nino”, disse ele à China Central Television (CCTV).

“O desenvolvimento do El Niño levará a um aumento das chuvas no sul da China no Verão e a uma diminuição das chuvas no norte da China, com uma situação de inundações no sul e seca no norte”, disse Zhou.

Não é provável que haja um período prolongado de calor extremo no norte da China, disse. Mas devido à influência do El Niño, a temperatura geral tende a ser superior à média.

27 Jun 2023

Timor-Leste | PR espera acordo com Alemanha para trabalhadores timorenses

O Presidente da República timorense espera que Timor-Leste e a Alemanha assinem ainda este ano um acordo entre governos para que mil timorenses possam ir para aquele país trabalhar e receber formação técnico-profissional.
José Ramos-Horta disse à Lusa que esse é um dos assuntos na agenda da sua curta visita a Berlim, no fim de semana, durante a qual se encontrou com as principais autoridades do país.
“A ideia de a Alemanha receber trabalhadores timorenses foi minha. Avancei com a vinda a Timor-Leste de um grupo de sete deputados federais alemães, representando todos os partidos políticos, e cumprindo uma promessa que me fizeram antes das eleições na Alemanha, em que se vencessem iriam retomar a cooperação bilateral com Timor-Leste, que foi, entretanto, terminada depois de 20 anos”, explicou.
“Durante a visita avancei com a proposta: quero 1.000 vistos de trabalho para timorenses trabalharem na Alemanha, com formação técnico-profissional a fazer parte do programa”, explicou.
“Gostaram da ideia e nesses meses tenho trabalhado com entidade alemães para ver como concretizar essa iniciativa, que está em bom caminho. Esperamos assinar o acordo brevemente, depois da minha visita”, disse.
Quando se concretizar, notou, será o primeiro acordo laboral de Timor-Leste com um país europeu, num programa “governo-governo, sem intermediários ou agências de emprego e que vai ser rigorosamente controlado pelos dois governos, para não haver abusos seja de quem for”.

26 Jun 2023

Índia | Amazon investe 24 mil ME até 2030

A empresa norte-americana reforça a sua posição no país dando seguimento ao investimento de 12.700 milhões de dólares até 2030 anunciado a 18 de Maio pelo maior provedor de serviços de computação em nuvem do mundo, a Amazon Web Services.
O director executivo da Amazon comprometeu-se a aumentar os investimentos da gigante norte-americana na Índia para 26.000 milhões de dólares até 2030, durante um encontro com o primeiro-ministro indiano na sexta-feira.
De acordo com um comunicado divulgado sábado pelo gabinete do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o governante e Andrew R. Jassy “mantiveram conversações sobre a área do comércio electrónico” e “discutiram o potencial de uma maior colaboração com a Amazon no sector logístico na Índia”.
Por sua vez, o presidente executivo da Amazon avançou na rede social Twitter que, durante a reunião, foi discutido “o compromisso da Amazon de investir 26.000 milhões de dólares na Índia até 2030”.
“Trabalhando juntos, apoiaremos as novas empresas, criaremos empregos, possibilitaremos exportações e capacitaremos pessoas e pequenas empresas para competirem globalmente”, acrescentou Jassy.
Os esforços da Amazon para fortalecer a sua presença no país asiático seguem-se ao investimento de 12.700 milhões de dólares até 2030 anunciado a 18 de Maio pelo maior provedor de serviços de computação em nuvem do mundo, a Amazon Web Services (AWS).
Ao interesse da Amazon em investir na Índia somam-se outras oportunidades de crescimento exploradas por Modi durante a sua visita aos EUA, onde manteve reuniões com o presidente executivo (CEO) da Google, o empresário indo-americano Sundar Pichai, o director executivo da Boeing, David L. Calhoun, e o fundador da Tesla e actual dono do Twitter, Elon Musk.

Agenda preenchida
O primeiro-ministro indiano terminou sábado a visita de Estado de quatro dias aos EUA, durante a qual se reuniu com o Presidente Joe Biden, participou num jantar na Casa Branca, interveio uma sessão conjunta do Congresso dos EUA e manteve encontros com mais de duas dezenas de líderes e empresários, incluindo economistas, académicos e especialistas em saúde.
Narendra Modi seguiu para o Egipto, onde se encontrou com o Presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi.

26 Jun 2023

G7 | Acordados sistemas para erradicar violência de género

Os ministros da Igualdade do G7 acordaram estabelecer uma série de sistemas para erradicar a violência de género contra mulheres e meninas, incluindo a prevenção da violência e o apoio às vítimas, segundo um comunicado conjunto divulgado ontem.
A “Declaração de Nikko”, assinada após um encontro de dois dias na cidade com o mesmo nome (a nordeste de Tóquio), inclui uma série de propostas para prevenir a violência e facilitar o acesso à justiça, saúde e habitação para as vítimas.
“Para eliminar todas as formas de violência de género, devemos estabelecer sistemas multissectoriais integrados com ênfase na prevenção da violência, apoio e proteção de sobreviventes e vítimas e garantia de acesso à justiça e responsabilização dos perpetradores”, lê-se no texto ontem publicado.
O documento também faz referência aos casos de assédio ‘online’, assim como a discursos de ódio e misoginia encontrados nas redes sociais e que se intensificaram nos últimos anos contra vítimas, jornalistas e defensores de direitos humanos, entre outros.
A declaração considera ainda essencial a participação plena e igualitária das mulheres na tomada de decisões a todos os níveis, sustentando tratar-se de “uma questão de direitos humanos, que contribuiria positivamente para as condições económicas, sociais e políticas globais”.
Outra das propostas do documento é a criação de um melhor ambiente de trabalho para as mulheres trabalhadoras nos sectores do turismo, restauração e cuidados a idosos ou crianças, cargos tradicionalmente desempenhados por mulheres.

26 Jun 2023

G7 | Acordados sistemas para erradicar violência de género

Os ministros da Igualdade do G7 acordaram estabelecer uma série de sistemas para erradicar a violência de género contra mulheres e meninas, incluindo a prevenção da violência e o apoio às vítimas, segundo um comunicado conjunto divulgado ontem.
A “Declaração de Nikko”, assinada após um encontro de dois dias na cidade com o mesmo nome (a nordeste de Tóquio), inclui uma série de propostas para prevenir a violência e facilitar o acesso à justiça, saúde e habitação para as vítimas.
“Para eliminar todas as formas de violência de género, devemos estabelecer sistemas multissectoriais integrados com ênfase na prevenção da violência, apoio e proteção de sobreviventes e vítimas e garantia de acesso à justiça e responsabilização dos perpetradores”, lê-se no texto ontem publicado.
O documento também faz referência aos casos de assédio ‘online’, assim como a discursos de ódio e misógina encontrados nas redes sociais e que se intensificaram nos últimos anos contra vítimas, jornalistas e defensores de direitos humanos, entre outros.
A declaração considera ainda essencial a participação plena e igualitária das mulheres na tomada de decisões a todos os níveis, sustentando tratar-se de “uma questão de direitos humanos, que contribuiria positivamente para as condições económicas, sociais e políticas globais”.
Outra das propostas do documento é a criação de um melhor ambiente de trabalho para as mulheres trabalhadoras nos sectores do turismo, restauração e cuidados a idosos ou crianças, cargos tradicionalmente desempenhados por mulheres.

26 Jun 2023

Cimeira de Paris | China comprometida no combate às alterações climáticas e pobreza

Numa conferência que juntou mais de 40 chefes de Estado e de Governo na cidade das luzes, Pequim, através do primeiro-ministro, Li Qiang, afirmou estar preparada para cooperar na luta global contra as alterações climáticas e a pobreza

 

A China está preparada para assumir maiores compromissos na luta contra as alterações climáticas e a pobreza, bem como no alívio da dívida dos países pobres, anunciou na sexta-feira em Paris o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

No encerramento da cimeira de Paris para um novo pacto financeiro global, Li afirmou que a China acelerou os esforços para promover “uma produção e um estilo de vida com baixas emissões de carbono”.

“Nos últimos dez anos, a China registou um crescimento médio de 6,3 por cento, mas apenas 3 por cento de crescimento no consumo de energia”, afirmou, citado pela agência francesa AFP.

O primeiro-ministro chinês disse que a China, acusada de ser um dos maiores poluidores do mundo, diminuiu a quota do carvão.

Li disse que a China também está empenhada na cooperação global na luta contra a pobreza e na iniciativa de suspensão do serviço da dívida apoiada pelo G20 (grupo das maiores economias).

A China está preparada para “trabalhar com todas as partes interessadas, incluindo as instituições financeiras internacionais, os credores privados e outros”, afirmou o chefe do Governo do país asiático.

 

Ajuste de contas

Este compromisso surge no momento em que os credores da Zâmbia anunciaram na passada quinta-feira que tinham chegado a um acordo para reestruturar parte da dívida do país da África Austral.

A Zâmbia, com quase 20 milhões de habitantes, entrou em incumprimento da dívida em 2020, e as negociações para resolver o problema estavam paradas devido a divergências entre os credores ocidentais e chineses.

“A China está pronta a trabalhar com todas as partes envolvidas para garantir que as finanças mundiais se tornem justas e eficientes”, concluiu Li Qiang.

A presidência francesa organizou a cimeira para lançar as bases de uma revisão da arquitectura financeira internacional que surgiu após a Segunda Guerra Mundial, com o objectivo de travar a pobreza e o aquecimento global.

Participam na cimeira cerca de quarenta chefes de Estado e de Governo, bem como os dirigentes das instituições internacionais.

Li Qiang está em Paris depois de ter visitado Berlim, na primeira deslocação ao estrangeiro desde que assumiu funções em Março.

26 Jun 2023

Livros | Obras proibidas em Hong Kong resistem em Macau

Após a retirada de obras e autores das bibliotecas públicas de Hong Kong, é possível encontrar, em Macau, as “chamadas obras proibidas”, que resistem sobretudo nas universidades e em língua inglesa.
Poucos dias depois de duas obras de Allan Au Ka-lun terem sido retiradas das bibliotecas públicas de Hong Kong, uma amiga do autor foi à procura de “Tide Pools” em Macau. Mas o livro, que foi publicado apenas na versão chinesa, não estava disponível na rede de bibliotecas local.
Allan Au assegura à Lusa que nem sempre foi assim: “Estou bastante convicto de que este livro existia na biblioteca pública de Macau e, depois de sair a notícia do jornal de Hong Kong [Ming Pao], a minha amiga procurou-o e não encontrou”.
“Tide Pools”, um registo de viagem publicado pelo jornalista em 2009, é um dos títulos que desapareceu nos últimos dois anos das prateleiras das bibliotecas públicas de Hong Kong, de acordo com uma notícia avançada pelo Ming Pao. Au integra uma lista de autores e obras com “más ideologias” que foram recolhidos do sistema por ordem do Governo daquela região: outros nomes são o cartunista Zunzi (pseudónimo de Wong Kei-kwan) e a ex-deputada Margaret Ng Ngoi-yee.
A exclusão em Maio das duas obras de literatura de viagem de Au, “Tide Pools” e “Tata Bus” (2011), deixou o autor, que já tinha visto a bibliografia “com conteúdo mais político” desaparecer das prateleiras das bibliotecas públicas de Hong Kong no ano passado, “bastante surpreendido”.
“Os livros não tratam temas sensíveis. Isso mostra que eles [Governo] estão a visar pessoas em particular e não o conteúdo em si. Eu acho que é bastante óbvio”, refere.
As opções editoriais em Hong Kong também se fizeram logo sentir em Macau: “I am not a kid” (2015), de Joshua Wong Chi-fung, rosto dos protestos de 2019, foi excluído da biblioteca pública de Seac Pai Van para análise, disseram em Julho de 2020 as autoridades ao Hoje Macau.
E passados três anos, esta ou qualquer outra obra do jovem activista continuam ausentes da base de dados da rede pública de Macau, formada por 16 bibliotecas.
A Lusa questionou o Instituto Cultural (IC) se retirou recentemente publicações consideradas inapropriadas pelas autoridades das instalações bibliotecárias do território, mas o departamento governamental respondeu apenas que segue “os princípios estabelecidos na Política de Desenvolvimento de Colecções”, tendo em conta “a importância dos livros no local de publicação original, o equilíbrio das opiniões dos conteúdos”, entre outros factores.
São realizados “constantemente, de acordo com as práticas das bibliotecas públicas internacionais, trabalhos de avaliação e triagem das colecções”, notou ainda o IC num email, sem avançar com mais detalhes.
Instado ainda a confirmar se “Tide Pools”, de Allan Au, deixou de fazer parte do acervo literário, o IC não respondeu.

Critérios universitários
Se por um lado, a pesquisa por obras de autoria de Joshua Wong, Allan Au ou Zunzi não produzem resultados no motor de pesquisa das bibliotecas geridas directamente pelo Governo de Macau, o mesmo não acontece nas bibliotecas da Universidade Politécnica de Macau (UPM) e da Universidade de Macau (UM), ambos estabelecimentos públicos de ensino superior.
Além de artigos académicos, em inglês e até castelhano, relacionados com Joshua Wong, o livro de Allan Au “Twenty shades of freedom: media censorship routines in Hong Kong” (2017), que versa sobre “a autocensura da comunicação social” naquela região, é uma das publicações assinadas pelo autor e pode ser consultada tanto na UPM como na UM.
Por outro lado, “The People’s Republic of Amnesia” (2014), de Louisa Lim, um dos livros excluídos recentemente das bibliotecas públicas de Hong Kong, integra o corpo literário em língua inglesa, disponível na UM – sobretudo ‘online’ -, que aborda os acontecimentos de Tiananmen, a 04 de Junho em 1989, em Pequim.
Em Hong Kong, pelo menos nove títulos em língua inglesa sobre os protestos estudantis em Pequim foram retirados da rede de bibliotecas públicas, noticiou, em Maio, o jornal Washington Post.
As bibliotecas universitárias em Macau “parecem ser melhores” no que diz respeito à literatura disponível, analisa o comentador político Sonny Lo Shiu-Hing, para quem a “situação ainda depende do julgamento e das decisões dos bibliotecários”.
Allan Au, notando que “o mesmo se passa em Hong Kong”, justifica a presença “das chamadas obras proibidas” na esfera académica, em parte, com questões administrativas.
“Se quiserem fazer isso [excluir obras], precisam de passar por mais pessoas e mais processos. No caso das bibliotecas públicas, o Governo pode ordenar directamente”, nota o escritor, apontando que “pelo menos em Hong Kong, a universidade ainda é relativamente independente”.
“Mas não podemos saber o que se vai passar a seguir. Estou pessimista”, constata.

26 Jun 2023

Maio com valor mais elevado da inflação em sete meses

Durante o passado mês de Maio, o índice de preços no consumidor subiu 0,9 por cento para o valor mais elevado em mais de um ano e meio. De acordo com os dados dos serviços de estatística, este foi o 18.º mês consecutivo de subida da taxa de inflação

 

 

O índice de preços no consumidor no passado mês de Maio aumentou 0,9 por cento em termos homólogos, registando o valor mais elevado desde Outubro de 2022, de acordo com dados oficiais divulgados na sexta-feira.

A inflação acelerou sobretudo devido à subida dos salários das empregadas domésticas e do preço das refeições em restaurantes e do vestuário, indicou o comunicado a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Os dados revelam que os gastos das famílias de Macau com empregadas domésticas cresceram 6,4 por cento em comparação com Maio de 2022. No final de Abril, a RAEM tinha quase 23.700 empregadas domésticas.

O preço das refeições adquiridas fora de casa subiu 2,9 por cento enquanto o custo do vestuário e calçado aumentou 4,1 por cento em termos homólogos, num mês que incluiu a chamada Semana Dourada do 1.º de Maio, um dos picos turísticos da China continental. Em termos mensais, durante o mês em análise, Macau recebeu 2,2 milhões de turistas, mais 268,5 por cento do que no mesmo período do ano passado.

 

Educação e casa

Também os gastos das famílias do território com propinas do ensino superior subiram 16,2 por cento em termos homólogos.

Por outro lado, a DSEC estimou que o custo dos pagamentos das hipotecas imobiliárias diminuiu 2,1 por cento em Maio, em comparação com igual mês de 2022.

A DSEC revelou que o índice de preços da secção dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas cresceu 0,38 por cento, em termos mensais, graças essencialmente ao acréscimo dos preços das refeições adquiridas fora de casa, da fruta e do peixe fresco. “Porém, o decréscimo dos preços dos produtos hortícolas atenuou parte do crescimento”, indicou o Governo.

No capítulo dos preços das secções dos transportes e das bebidas alcoólicas e tabaco diminuíram 1,34 por cento e 0,35 por cento, respectivamente, em termos mensais, em virtude da queda dos preços dos bilhetes de avião e das bebidas alcoólicas.

Recorde-se que a Autoridade Monetária de Macau aprovou em Maio um aumento de 0,25 pontos percentuais da principal taxa de juro de referência, a décima subida desde Março de 2022, seguindo a Reserva Federal norte-americana.

A inflação verificada em Maio culmina um período de 18 meses de subidas sucessivas de um ciclo iniciado em Dezembro de 2021, depois de três trimestres de deflação provocada pela paralisia económica resultante do combate à pandemia.

26 Jun 2023

António Costa afirma que o acordo sobre Macau é respeitado

O primeiro-ministro português, António Costa, afirmou que a República Popular da China tem respeitado os compromissos assumidos sobre Macau. Durante um debate na Assembleia da República, o governante português destacou a estabilidade das relações diplomáticas entre os dois países

 

O primeiro-ministro salientou que a China está a respeitar os acordos firmados com Portugal sobre a Região Administrativa Especial de Macau e considerou que estão estabilizadas as relações diplomáticas “seculares” com este país.

A posição foi defendida por António Costa na Assembleia da República, na parte final do debate preparatório sobre o Conselho Europeu dos próximos dias 29 e 30, em Bruxelas, depois de questionado pelos deputados Miguel Santos (PSD) e Bernardo Blanco (Iniciativa Liberal) sobre as relações entre Portugal e a China.

Miguel Santos pediu ao primeiro-ministro que detalhasse o que vai defender no Conselho Europeu quanto às políticas comerciais com a China, enquanto Bernardo Blanco quis saber porque entende que Portugal deve aumentar a sua cooperação com este país, e se discorda que seja classificado pela União Europeia como “rival estratégico”.

 

Questão de equilíbrio

Na resposta, António Costa advogou que “Portugal tem uma posição muito clara e estabilizada na sua política externa, designadamente na sua relação com a China”.

“Temos uma relação secular com a China e entendemos que devemos ter com este país as melhores relações comerciais que sejam possíveis. Devemos ter com a China uma relação de respeito mútuo”, afirmou, antes de mencionar o tratado bilateral de 1987 sobre Macau.

“Temos com a China um acordo específico relativamente à Região Administrativa Especial de Macau, que a China tem respeitado. E enquanto a China respeitar, respeitaremos a China nos mesmos termos que a China respeita Portugal e o acordo que estabeleceu com Portugal”, frisou o líder do executivo português.

Ainda em matéria de política externa, em resposta à bancada do Partido Socialista, António Costa fez uma veemente defesa do apoio de Portugal e da União Europeia à Ucrânia na sua guerra contra a Rússia. “A vitória da Ucrânia será a vitória do direito internacional. A derrota da Ucrânia será a derrota do direito internacional”, acrescentou o governante.

26 Jun 2023