Hoje Macau China / ÁsiaChina | Anunciadas medidas para aumentar emprego A ministra dos Recursos Humanos e da Segurança Social da China, Wang Xiaoping, anunciou uma série de medidas para “impulsionar o emprego” face às “contradições estruturais ainda por resolver”. Wang falava numa conferência de imprensa, no sábado, à margem da Assembleia Popular Nacional (APN), o mais alto órgão legislativo do país, cuja reunião anual está a decorrer em Pequim. O Governo chinês vai lançar medidas de estímulo para “estabilizar o mercado de trabalho” e “melhorar o bem-estar da população”, tendo a responsável destacado a continuação das políticas preferenciais de segurança social e apoio financeiro e o alargamento dos canais de emprego através de apoios às micro, pequenas e médias empresas, de acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua. A ministra admitiu que “alguns trabalhadores ainda enfrentam problemas de emprego” e “são necessários mais esforços” para estabilizar a situação, lembrando que “a pressão sobre o emprego ainda não diminuiu” no país. Metas definidas Na abertura da sessão anual da ANP, na terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou o objectivo do Governo de criar 12 milhões de novos postos de trabalho nas zonas urbanas. Em Junho passado, o último mês em que foram publicados os números do desemprego para o grupo etário dos 16 aos 24 anos, a taxa de desemprego no gigante asiático era de 21,3 por cento, um recorde desde que os registos oficiais começaram em 2018. No entanto, Wang disse que o mercado de trabalho “teve um bom começo este ano”, especialmente em sectores como a inteligência artificial, acrescentando que foram realizadas 32 mil feiras de emprego até agora. A China deverá registar 11,79 milhões de novos licenciados este ano, acrescentou. No início da sessão parlamentar, o primeiro-ministro fixou o objectivo oficial de 5,5 por cento para a taxa de desemprego urbano este ano, e afirmou que, depois de três anos da política restritiva “zero covid”, “muitas dificuldades (…) continuam por resolver” a nível económico.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Projecto de lei prevê penas duras para dissidência Hong Kong divulgou sexta-feira uma proposta de lei que ameaça com prisão perpétua residentes que “colocam em risco a segurança nacional”. O líder de Hong Kong, John Lee, exortou os legisladores a aprovarem a Lei de Salvaguarda da Segurança Nacional “a toda a velocidade”. Prevê-se que seja facilmente aprovada, possivelmente em semanas, numa legislatura repleta de partidários pró-Pequim, na sequência de uma revisão eleitoral. A proposta de lei alargará o poder do governo para reprimir os desafios à sua autoridade, visando a espionagem, divulgação de segredos de Estado ou o “conluio com forças externas” para cometer actos ilegais. Isto inclui penas mais pesadas para as pessoas condenadas por colaborarem com governos ou organizações estrangeiras para violar algumas das suas disposições. A lei prevê a prisão durante 20 anos de pessoas que danifiquem infraestruturas públicas com a intenção de pôr em perigo a segurança nacional – ou prisão perpétua, se forem coniventes com uma força externa para o fazer. Em 2019, manifestantes ocuparam o aeroporto e vandalizaram estações ferroviárias. Quem cometer sedição pode enfrentar prisão de sete anos, mas o conluio com uma força externa para realizar tais actos aumenta a pena para 10 anos. Na quinta-feira, um tribunal de recurso confirmou a condenação por sedição de um activista pró-democracia por ter entoado palavras de ordem e criticado a Lei de Segurança Nacional de 2020, imposta por Pequim, durante uma campanha política. A definição abrangente de forças externas da legislação inclui governos e partidos políticos estrangeiros, organizações internacionais e “qualquer outra organização num local externo que busca fins políticos” – bem como empresas que são influenciadas por tais forças.
Hoje Macau China / ÁsiaBaterias eléctricas | CATL mantém liderança mundial A empresa chinesa Contemporary Amperex Technology (CATL) manteve este ano a liderança no mercado mundial de baterias, seguida da compatriota BYD e da sul-coreana LG Energy Solution, indica um relatório da consultora SNE Research. O relatório foi sexta-feira citado no jornal chinês Yicai. A CATL tem actualmente uma quota de mercado global de 39,7 por cento, um acréscimo de 5,8 por cento, face ao ano passado. A BYD tem 14,4 por cento e a LG Energy Solution 11,4 por cento. No total, a China controla 64,7 por cento da quota de mercado mundial de baterias para veículos eléctricos, sendo que seis das 10 maiores empresas do sector são chinesas. Na China, o principal mercado mundial de veículos elétricos, a CATL controla uma quota de quase 40 por cento, com clientes como a Tesla, a BMW, a Mercedes-Benz e a Volkswagen. Dois em cada cinco veículos vendidos na China são eléctricos e estas vendas representam 60 por cento do total mundial. O banco suíço UBS estimou que, até 2030, três em cada cinco veículos novos vendidos na China vão ser alimentados por baterias em vez de combustíveis fósseis.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Estabilidade financeira e sector privado em destaque O presidente da Assembleia Popular Nacional (APN) da China, Zhao Leji, anunciou sexta-feira que o país vai formular uma lei para a estabilidade financeira e outra legislação para promover o sector privado. O Comité Permanente da APN, composto por cerca de 170 membros, realizou sexta-feira a sua segunda sessão plenária, antes do encerramento da reunião política mais importante do país esta segunda-feira. Durante a reunião, Zhao disse que os legisladores estão a preparar uma lei para a estabilidade financeira e outra para promover o sector privado, sem dar mais detalhes. A proposta surge depois de Pequim ter fixado o objectivo de crescimento económico para este ano em “cerca de 5 por cento”. Li reconheceu problemas de longa data, como a queda da procura, externa e interna, a crise que afecta o setor imobiliário há mais de dois anos, os problemas de endividamento dos governos locais e regionais e o impacto das catástrofes naturais. Os legisladores estão também a preparar um projecto de um novo código ambiental para deliberação, disse Zhao. Com o objectivo de “melhorar o bem-estar público e garantir a estabilidade e a harmonia social”, o órgão vai formular ainda “uma lei de execução civil obrigatória e uma lei de bem-estar social”, acrescentou. Zhao, o terceiro mais alto funcionário do Partido Comunista Chinês (PCC), prometeu no seu relatório “reforçar a legislação nos domínios relacionados com os assuntos externos” e “desenvolver um sistema de leis de aplicação extraterritorial”. O responsável afirmou que o país vai formular uma lei sobre os direitos aduaneiros e rever outra legislação, como a lei sobre a saúde e a quarentena nas fronteiras e a lei contra o branqueamento de capitais. “Utilizaremos os meios legais para defender o nosso país na arena internacional e salvaguardar a nossa soberania, segurança e interesses de desenvolvimento com toda a determinação”, afirmou Zhao, referindo que a China deve “consolidar as bases legais” para “proteger a sua segurança em todos os aspectos”. Outros combates Na semana passada, a APN aprovou uma revisão da sua lei de “protecção de segredos”, depois de ter lançado várias investigações contra empresas de consultadoria estrangeiras que operam no país, suscitando preocupações no sector. De acordo com os órgãos de comunicação locais, o país está a tentar combater “novas ameaças”, como as fugas de informação cibernética, a transmissão ilegal de dados transfronteiriços, o comércio de “activos cinzentos” e dispositivos de monitoramento ilegais. A China também reviu a sua lei contraespionagem no ano passado, que, segundo Pequim, “não afectará as actividades comerciais normais e os investimentos e operações legítimos” das empresas estrangeiras. Tudo isto enquanto o PCC continua a intensificar a sua campanha anticorrupção, lançada há anos por Xi, que consolidou o seu poder durante o 20.º Congresso realizado pelo partido em 2022.
Hoje Macau SociedadeCruzeiros | DST dá boas-vindas a visitantes internacionais Para dar as boas-vindas a Macau a visitantes internacionais de cruzeiro, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) realizou ontem uma cerimónia no Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior, que contou com a presença do subdirector da DST, Cheng Wai Tong. A comitiva de boas-vindas recebeu “perto de 90 visitantes internacionais de cruzeiro participam em excursões a Macau”. A operação de charme faz parte dos “esforços em várias frentes para abrir novos mercados de turismo, incluindo mediante o lançamento de medidas de incentivo direccionadas aos visitantes internacionais de cruzeiros com potencial de consumo atracados no terminal de Hong Kong, para visitarem Macau em excursões”. A DST pretende também impulsionar a diversificação das fontes de visitantes e expandir o mercado internacional, assim como promover o desenvolvimento do turismo de ligação entre Hong Kong e Macau. O Governo ofereceu algumas lembranças aos turistas oriundos de países como “Estados Unidos da América, Suíça, Canadá, Austrália, Inglaterra, Turquia e Laos”, antes de visitarem em excursão o Centro Histórico de Macau, o Museu de Macau, a Torre de Macau e as instalações dos grandes resorts.
Hoje Macau Manchete SociedadeEnsino | Turmas menores não beneficiam resiliência dos alunos Um estudo realizado em Macau e no Japão concluiu que a aposta em bons professores é a melhor forma de dotar os alunos de competências para resistirem a adversidades e terem bom desempenho escolar Um estudo realizado em Macau e Japão por investigadores chineses, publicado na sexta-feira, concluiu que turmas escolares mais pequenas não estão a conseguir aumentar a resiliência das crianças de famílias com baixos rendimentos. Dados relativos a 2.708 alunos de Ciências do secundário, de contextos familiares desfavorecidos, em Macau (1.114) e no Japão (1.594), mostraram que a redução do número de alunos por sala de aula não produz melhor desempenho escolar. Aliás, a redução das turmas pode mesmo diminuir as probabilidades de as crianças obterem melhores resultados, afirmou o estudo realizado por investigadores das instituições de ensino superior chinesas Universidade de Taizhou, Universidade Normal do Noroeste e Universidade do Sudoeste e publicado no International Journal of Science Education. Por outro lado, o estudo concluiu que o número de professores também não aumenta as probabilidades de os alunos de meios mais desfavorecidos obterem bons resultados, apesar das preocupações com a falta de pessoal nas escolas. Os investigadores afirmaram que a resiliência é garantida pela qualidade dos professores, nomeadamente os que têm elevados padrões de disciplina e utilizam os conhecimentos para melhorar a aprendizagem. Neste sentido, foi deixado um apelo aos decisores políticos para que invistam mais em professores de elevada qualidade e não desperdicem recursos na redução do número de crianças por turma. “Este estudo apoia o ponto de vista de que a qualidade dos professores, mais do que a quantidade, é a principal garantia da resiliência dos alunos”, afirmou o autor principal, Tao Jiang, da Universidade de Taizhou. “A ênfase na redução das turmas nas escolas pode não beneficiar a resiliência. As turmas mais pequenas ou não tinham relevância para a resiliência ou eram desvantajosas”, referiu. Olhas para a floresta Tao Jiang defendeu, por isso, que “a ênfase excessiva” na redução das turmas “é desnecessária, pois é prejudicial para o aparecimento de alunos com elevados níveis de resiliência”. Os participantes, com idades entre 15 e 16 anos, inseridos em turmas com menos de 15 alunos e mais de 50, participaram todos no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2015. De acordo com os resultados agora publicados, os professores de Ciência e os métodos por eles aplicados “desempenham um papel crucial” no desenvolvimento da resiliência dos alunos. No Japão, o indicador mais forte de resiliência de alto nível foi o ensino baseado na investigação, enquanto em Macau foi a instrução dirigida pelo professor. As turmas mais pequenas não tiveram qualquer impacto na resiliência, em Macau, ou tiveram um efeito negativo, no caso do Japão, concluiu a investigação. A resiliência académica é definida como a capacidade de um indivíduo resistir às adversidades e ter um bom desempenho escolar, não sendo algo permanente, pelo que pode ser melhorada, escreveram os autores do estudo. A investigação não analisou as mudanças na forma como as salas de aula são geridas actualmente, em comparação com antes da pandemia da covid-19.
Hoje Macau PolíticaHengqin | Lei Chan U quer melhor política de entrada de carros O deputado Lei Chan U quer saber como vai o Governo melhorar a política de circulação de carros com matrícula de Macau em Hengqin, para incentivar a construção do projecto da Grande Baía. O assunto foi abordado através de uma interpelação escrita, divulgada pelo gabinete do legislador. Actualmente, caso os condutores estejam inscritos no programa para entrarem de carro na Ilha da Montanha, não podem circular nas outras zonas da província de Guangdong. Se estiverem inscritos para circular na província vizinha, não pode circular em Hengqin. Como consequência da separação em duas zonas, desde que os veículos de Macau começaram a circular em Cantão houve 6.052 pedidos de cancelamento das autorizações para circular na Ilha da Montanha. Também desde essa altura, só houve 2.662 pedidos novos para circular na Ilha da Montanha. Como as autoridades de Hengqin revelaram estar a estudar a possibilidade de permitir aos proprietários de apartamentos no Novo Bairro de Macau, em Hengqin, circularem com carros com matrícula de Macau tanto em Cantão como em Henqing, o deputado dos Operários quer saber quando a medida pode ser concretizada.
Hoje Macau Manchete PolíticaEconomia | Fitch mantém rating de Macau em AA e elogia finanças “robustas” Com uma notação de AA, Macau recebeu a terceira classificação mais alta da escala da agência de rating. A nota prova a confiança na economia do território, embora o impacto seja reduzido, uma vez que a RAEM não tem emitido dívida A agência de notação financeira Fitch Ratings decidiu manter a avaliação sobre a qualidade do crédito de Macau em AA, com perspectiva de evolução estável, equilibrando as finanças públicas “excepcionalmente robustas” com a dependência do turismo. “O rating de Macau é sustentado nas finanças externas e públicas excepcionalmente robustas e pela prudência orçamental, mesmo durante períodos de choques económicos, (…) e reflecte também a estreita base económica do território, elevada concentração de turistas do jogo da China continental e vulnerabilidade às mudanças públicas que podem afectar o tratamento do turismo de jogo por parte da China”, lê-se no comunicado enviado à Lusa. A Fitch Ratings prevê que Macau cresça 15 por cento este ano, desde que as receitas do jogo cresçam para quase 80 por cento do nível de 2019, o que compara com um crescimento que levou as receitas para 62,6 por cento, no ano passado, face ao total das receitas de 2019, o ano anterior à pandemia de covid-19. Depois da contracção de 21,4 por cento em 2022, a economia recuperou fortemente no ano seguinte, com uma taxa de crescimento de 80,5 por cento, com a perspectiva de evolução do jogo a ser impulsionada por um aumento do turismo e dos investimentos dos operadores de jogo em actividades externas, como parte das obrigações da concessão até 2033, conclui a Fitch Ratings. Volta da vitória Horas depois de ter sido anunciada a notação financeira, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) divulgou uma nota de imprensa em que destacou que a decisão da Fitch Ratings “se deveu, principalmente, à situação financeira estável e da balança de pagamentos da RAEM, bem como à circunstância de o Governo da RAEM ter vindo a cumprir rigorosamente a disciplina financeira no período de ajustamento económico”. A AMCM também sublinhou que a agência de rating previu que “a recuperação estável do sector do turismo e o investimento não relacionado com o jogo possam reforçar as perspectivas económicas” do território. A análise da agência de notação financeira surgiu no dia seguinte ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ter previsto um crescimento de 13,9 por cento este ano e um regresso em 2025 aos níveis anteriores à pandemia de covid-19. O FMI disse esperar que, depois de uma subida de 80,5 por cento em 2023, “o forte crescimento” do Produto Interno Bruto (PIB) da região continue este ano e não apenas devido à recuperação no sector do jogo, de acordo com um comunicado divulgado na quinta-feira, no final de uma missão de duas semanas a Macau. A organização internacional acrescentou que também os “sólidos investimentos privados”, em parte ligados ao compromisso das operadoras de casino em investir em áreas não ligadas ao jogo, vão ajudar o PIB a voltar em 2025 ao nível registado antes da pandemia.
Hoje Macau PolíticaConselho Executivo | Casa Sun Yat-Sen passa a património protegido O processo de classificação como património protegido da Casa Comemorativa Sun Yat Sen, propriedade de uma empresa controlada pelo Governo de Taiwan através do Conselho para os Assuntos do Interior de Taiwan, deve ficar concluído nos próximos dias, com a publicação no Boletim Oficial da lista de novos imóveis classificados. A lista foi aprovada pelo Conselho Executivo e deverá ser publicada no Boletim Oficial hoje ou na próxima semana. “Após uma audiência prévia dos respectivos proprietários e uma avaliação do valor cultural de cada item, os mesmos bens imóveis foram objecto de um parecer do Conselho do Património Cultural e de uma consulta pública. Concluídos os procedimentos de classificação, o Governo da RAEM elaborou o regulamento administrativo”, foi anunciado. A classificação faz com que em caso de intenção de venda do imóvel, o Governo da RAEM fique com direito de preferência, ou seja, pode comprar o imóvel pelo preço de venda que tiver sido negociado com qualquer outro interessado. Na lista dos novos imóveis classificados constam ainda os seguintes edifícios: Casa da Família Chio, na Travessa da Porta, o antigo Matadouro Municipal, na Rua de S. Tiago da Barra, o Posto Alfandegário do Porto de Coloane e de Ká-Hó (Antigo Posto de Saúde de Coloane), no Largo da Ponte-Cais de Coloane, e dois conjuntos de edifícios na Avenida do Coronel Mesquita.
Hoje Macau PolíticaChefe do Executivo | Secretários recusam comentar eleição Os secretários André Cheong e Wong Sio Chak recusaram comentar a possibilidade de se candidatarem à posição de Chefe do Executivo, indicando que estão focados nas pastas actuais. A escolha do futuro líder da RAEM tem de ser tomada até ao final do ano, e os secretários foram questionados sobre o assunto na sexta-feira. “Eu não pensei [sobre esse assunto] e preciso de me focar no meu trabalho, nesta área”, afirmou André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, durante a conferência de imprensa do Conselho Executivo, na sexta-feira. Também Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, adoptou uma postura semelhante. “Os órgãos de comunicação social, e os jornalistas têm liberdade para fazer comentários que entendem. Mas eu não vou comentar essas opiniões”, começou por responder, quando confrontado com a possibilidade de ser o futuro Chefe do Executivo. “Gostaria de dizer que, sendo secretário para a Segurança, o trabalho-chave deste ano é garantir a segurança e estabilidade do território”, acrescentou. Wong acrescentou que a prioridade do seu trabalho para este ano é celebrar o 75.º aniversário da República Popular da China e o 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM. “Sabemos que este ano marca dois aniversários importantes, pelo que vai haver uma série de trabalhos que exigem preparações prévias. Portanto, vamos fazer esses trabalhos”, concluiu.
Hoje Macau EventosNova obra quer contribuir para estudos sobre mulher na literatura em Macau e Timor-Leste O investigador Pedro D’Alte, que apresenta hoje uma obra sobre a representação da mulher na literatura em português em Macau e Timor-Leste, espera que esta possa servir de base para futuros estudos sobre o tema. “Imagótipos femininos nas literaturas em português a Oriente”, um projecto da Casa de Portugal em Macau, apresentado por ocasião do Dia Internacional da Mulher, reúne material resultante de um pós-doutoramento em Estudos Portugueses concluído pelo investigador na Universidade Aberta. A colectânea pretende “tornar explícitas” representações associadas à mulher nas obras literárias em português a Oriente ou que falam sobre o Oriente, com Macau e Timor-Leste a partilharem “toda a atenção”, explica o investigador à Lusa. Outro dos objectivos, observa Pedro D’Alte, passa por inspirar novas pesquisas na área. “No caso de autores de Macau, estamos a falar de perspectivas que, não sendo inaugurais, têm vindo a ganhar maior fulgor, e falo dos estudos associados ao universo feminino e que nas sociedades patriarcais não têm tido muita visibilidade (…). A grande contribuição deste livro é permitir que outras pessoas que se interessam por esses estudos tenham aqui uma primeira base de estudo para eventualmente lançar outros estudos”, explica. Em relação a Timor-Leste, D’Alte nota que alguns dos artigos são “pioneiros e efectivamente os primeiros” a abordar a obra do timorense Luís Cardoso, vencedor do prémio de literatura lusófona Oceanos 2021, “mas que infelizmente ainda não recebe a atenção da crítica literária que merecia”. No que toca à representação da mulher na literatura em português nestes dois territórios, o investigador considera “evidentes as coordenadas patriarcais que tentam limitar logo desde o nascimento os papéis sociais da mulher”. Refere que é um universo onde “imperam grandes restrições”, em geral estipuladas pelo homem, e que, mesmo quando a mulher tem alguma liberdade, “outras mulheres eventualmente já forjadas nesta sociedade também limitam toda a acção femina”. Apesar de tudo, disse o autor, nas literaturas mais recentes em Timor-Leste, começam “a existir disrupções”. E aqui, D’Alte regressa a Luís Cardoso, com obra literária onde “objectos ou relações padronizadas são completamente obliteradas”. “Isto é feito propositadamente de forma a que se perceba um certo feminismo, de forma a que se perceba que é possível à mulher ter outras funções autónomas do homem”, diz. Escassez de contributos Já na literatura em Macau, não é tão visível essa autonomia em relação à figura masculina. Neste sentido, o investigador chama à atenção que, no território chinês, “as grandes sumas ficcionais” em língua portuguesa “não são tão actuais”, com edições a completarem agora cerca de 30 ou 40 anos, havendo, por isso, “um certo desfasamento temporal”. “Existem mulheres como Maria Ondina Braga, Deolinda da Conceição, Fernanda Dias, que vão dando contributos no feminino para que a literatura se renove. Agora efectivamente, dentro do universo produzido, nota-se uma escassez e, pior, nota-se um decréscimo em relação àquilo que se produzia e ao que se faz hoje. Temos todos de estar um pouco preocupados”, concretiza. Pedro D´Alte, professor na Escola Portuguesa de Macau e docente na Universidade Politécnica local, vive no território há seis anos. Natural do Porto, o autor já leccionou em Portugal, Timor-Leste e Angola. Pouco português Pedro D’Alte disse à Lusa que a falta de literatura infantojuvenil “que seja marcante” em português, em Macau e Timor-Leste, tem implicações na criação de leitores e na produção local de obras nesta língua. A questão da literatura em Macau e Timor-Leste, onde o português é língua oficial, “é sempre complexa”, diz. “[Macau e Timor-Leste] não têm, por exemplo, uma literatura para a infância que seja marcante, temos um conjunto de crianças em idade escolar que têm que ler outros livros que não são produzidos localmente”, afirma à Lusa. No caso de Timor-Leste, observa o investigador, o problema não é exclusivo do português, existindo narrativas tradicionais que depois “são relativamente adaptadas para um público mais jovem”. “Temos agora outros livros que foram lançados mais recentemente, mas no seu total, penso que numa dezena conseguimos referir todos os livros que têm Timor como pano de fundo associados a um universo infantojuvenil”, analisa. Em Macau, D’Alte fala de uma situação semelhante, com poucos autores a produzirem em língua portuguesa, o que torna difícil “a emergência de um público leitor em português utilizando ou recorrendo a uma literatura local”. “Depois, efectivamente, estamos dependentes do que estas zonas consigam fazer pelo ensino do português e das culturas, porque, só quando tivermos pessoas capazes de usufruir de objectos literários é que podemos perspectivar ter produtores de literatura em português”, nota.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim diz ter “posição imparcial” e quer “pôr termo ao conflito” O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou ontem que a China sempre manteve uma posição “objectiva e imparcial” sobre a guerra na Ucrânia e o objectivo de Pequim é “parar” o conflito. “Promovemos conversações de paz. O nosso Presidente falou com todos os líderes mundiais, incluindo os da Rússia e da Ucrânia, e temos um representante especial que se deslocou à região para mediar. Todos os nossos esforços visam um objectivo: abrir caminho para acabar com o conflito e iniciar conversações de paz”, disse Wang Yi, numa conferência de imprensa, à margem da Assembleia Popular Nacional (APN), cuja sessão anual decorre esta semana, em Pequim. Wang acrescentou que a China “apoia a realização, em devido tempo, de uma conferência internacional de paz que seja reconhecida tanto pela Rússia como pela Ucrânia e que garanta a participação igualitária de todas as partes”. De acordo com o diplomata chinês, começam a estar reunidas as condições para explorar uma “saída para a crise”, uma vez que “cada vez mais pessoas começam a ver um resultado vantajoso para todos”. “A experiência passada mostra que um conflito, quando prolongado, tende a deteriorar-se e a escalar até um ponto impensável para as partes envolvidas. Na ausência de conversações de paz, as percepções e os erros de cálculo acumulam-se e podem conduzir a uma crise ainda maior”, defendeu. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês reiterou que “todos os conflitos têm de terminar na mesa das negociações” e que “quanto mais cedo as conversações começarem, mais cedo a paz chegará”. Wang afirmou que Pequim e Moscovo gozam de “confiança política mútua” e os dois países “vão aprofundar” a cooperação, o que “mostra um novo paradigma de cooperação entre grandes potências que é completamente diferente da era da Guerra Fria”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Rejeitado recurso de activista condenado a 40 meses de prisão Um tribunal de Hong Kong rejeitou ontem o recurso numa condenação por “discurso sedicioso”, decidindo não ser necessário provar a intenção de incitar à violência para condenar por sedição. Em 2022, o activista Tam Tak-chi foi condenado a 40 meses de prisão por “discurso sedicioso”, ao abrigo de uma lei da era colonial britânica. Os juízes rejeitaram o recurso de Tam, que também foi apresentador de rádio, e decidiram que não era necessário provar a intenção de incitar à violência para condenar por sedição. “A experiência actual mostra que os actos ou actividades sediciosas que põem em perigo a segurança nacional assumem agora uma grande variedade de formas”, escreveram no acórdão. “Para responder eficazmente a actos ou actividades sediciosas que ameaçam a segurança nacional, a intenção sediciosa deve ser definida de forma ampla para abranger uma miríade de situações”, indicaram. Tam, que participou nos enormes e por vezes violentos protestos antigovernamentais em Hong Kong, em 2019, faz parte de um grupo de 47 activistas acusados de subversão no caso de segurança nacional mais importante do território. Esta decisão vai ser juridicamente vinculativa para os tribunais inferiores em casos semelhantes, incluindo os julgamentos em curso de dois meios de comunicação social da oposição, Stand News e Apple Daily, agora encerrados, sob a acusação de “publicação de material sedicioso”. A decisão vai também abrir um precedente numa altura em que o executivo do território está a trabalhar numa segunda lei sobre segurança nacional, que pune novas infracções – como traição, insurreição e espionagem – além das punidas pelo texto de 2020. O novo texto prevê também penas mais pesadas para os crimes de sedição.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Pequim apoia “reconhecimento total” da Palestina e insiste na solução de dois Estados O representante da diplomacia chinesa, Wang Yi, volta a erguer a voz contra o conflito israelo-palestiniano que diariamente continua a provocar vítimas civis e apela à implementação da solução de dois estados de modo a restaurar a justiça para o povo palestiniano A China apoia o “reconhecimento pleno” da Palestina como Estado na ONU, afirmou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. Wang Yi acrescentou que a China “vai insistir” na solução de dois Estados para garantir a “coexistência pacífica” entre israelitas e palestinianos. “O actual conflito israelo-palestiniano já causou mais de 100 mil vítimas civis. Esta catástrofe humanitária é uma tragédia para a humanidade e uma vergonha para a civilização. Nada justifica a morte de civis e a comunidade internacional deve actuar para promover um cessar-fogo imediato”, afirmou o responsável, à margem da Assembleia Popular Nacional (APN), a decorrer esta semana em Pequim. O diplomata chinês afirmou que a assistência humanitária “deve ser garantida” em Gaza, “uma calamidade” que mostra que “a longa ocupação dos territórios palestinianos é um facto que não deve continuar a ser ignorado”. “A aspiração dos palestinianos a um Estado independente não pode continuar a ser ignorada. Não se pode permitir que a injustiça histórica com os palestinianos fique por corrigir. Restaurar a justiça para o povo palestiniano e implementar plenamente a solução de dois Estados é a única forma de quebrar o círculo vicioso dos conflitos israelo-palestinianos”, considerou. Palavras de paz Wang garantiu que a China vai continuar a “apoiar firmemente” a “causa justa do povo palestiniano”, bem como o pleno reconhecimento como Estado na ONU. “Apelamos a alguns membros do Conselho de Segurança para que não se coloquem no caminho para alcançar este objectivo. Acreditamos que a Palestina e Israel devem retomar as conversações de paz o mais rapidamente possível para atingir o objectivo final de uma coexistência pacífica como dois Estados e para que os povos árabe e judeu vivam em harmonia como dois grupos étnicos”, afirmou. A China está empenhada no “compromisso e na solução política para resolver desacordos e disputas” e evitar “o uso da força ou de pressões e sanções”. “O que é necessário é o diálogo com a máxima paciência, procurando um terreno comum que satisfaça as necessidades de todas as partes em todas as questões polémicas. A China promove sempre as conversações para a paz. A China nunca atira achas para a fogueira”, sublinhou. Nos últimos meses, o país asiático apelou para “todos os esforços possíveis para proteger os civis e evitar uma catástrofe humanitária ainda mais grave”. Pequim manifestou igualmente o apoio à “causa justa do povo palestiniano para restaurar os seus direitos e interesses legítimos” e à “solução dos dois Estados”, tendo responsáveis chineses realizado numerosas reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou tentar fazer avançar as conversações de paz.
Hoje Macau SociedadeKá Hó | Caso colectivo de covid-19 em lar Foi detectado um caso colectivo de covid-19, com seis infectados, no Lar de Cuidados de Ká Hó da Federação das Associações dos Operários de Macau, em Coloane, perto da Estrada de Nossa Senhora de Ká Hó. A informação foi divulgada ontem pelos Serviços de Saúde (SS). Segundo a mesma fonte, os doentes começaram a desenvolver sintomas, como febre e tosse, e logo no dia 3 de Março, quando sugiram os primeiros resultados positivos do teste rápido de antigénio para a Covid-19. Um dos doentes teve ser internado, devido a “febre alta e persistente”. “As condições clínicas dos outros doentes são consideradas estáveis, não foram registados casos graves ou outras complicações”, apontaram os SS. Após a infecção, o estabelecimento aplicou as “medidas de controlo da infecção, como o reforço na desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações”. Covid-19 | Governo acelera medicação em lares Os Serviços de Saúde (SS) vão acelerar a prescrição e envio e medicamentos para a covid-19 destinados a utentes de lares de idosos. A medida foi tomada depois de terem surgido várias infecções colectivas de covid-19 em lares do território. O médico do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, Ieong Chon Kit, garantiu que foi solicitado ao Instituto de Acção Social que proceda à testagem de todos os indivíduos, utentes e funcionários, com sintomas do foro respiratório de forma a acelerar a prescrição de fármacos. Ieong Chon Kit voltou a deixar o alerta de que idosos e portadores de doenças crónicas têm maior risco de desenvolver doenças graves não se receberem a medicação adequada dentro de cinco dias depois da infecção.
Hoje Macau SociedadeCasa de Portugal | Amélia António reeleita presidente Amélia António foi reeleita na presidência da Casa de Portugal em Macau (CPM) na quarta-feira, renovando o mandato por mais dois anos. Em declarações à TDM – Rádio Macau, a responsável denotou melhorias na contabilidade da instituição, mas alertando para o problema de “substituir os quadros qualificados que nos últimos anos abandonaram a região”. Como tal, a grande missão do novo mandato será estabilizar a Escola de Artes e Ofícios da COM. Na nova direcção da instituição, destaque para os estreantes Francisco Ricarte e Pedro d’Alte como vogais. Aliás, a CPM apresenta hoje o livro “Imagótipos femininos nas literaturas em português a Oriente”, da autoria de Pedro d’Alte, que estará patente na Casa de Vidro, Praça do Tap Seac.
Hoje Macau PolíticaAPN | Delegação de Macau reuniu com vice-primeiro-ministro A delegação da RAEM na Assembleia Popular Nacional (APN) reuniu-se ontem de manhã com o vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang membro do Comité Permanente do Politburo e também o responsável pelos assuntos de Macau e Hong Kong. A membro da delegação Macau e presidente dos Kaifong, Ng Sio Lai, referiu à saída da reunião que Ding Xuexiang destacou a qualidade de vida da população de Macau e a recuperação da economia no período pós-pandémico. O vice-primeiro-ministro deixou também a esperança de que os delegados de Macau na APN trabalhem em conjunto para unir todos os sectores da sociedade de Macau. A responsável da União Geral das Associações dos Moradores de Macau garantiu que irá promover o espírito das Duas Sessões e a salvaguarda da segurança nacional. Participaram também na reunião Xia Baolong, director do Gabinete para os Assuntos de Macau e Hong Kong do Comité Central do Partido Comunista da China, e Zheng Xincong, director do Gabinete de Ligação em Macau. Hengqin | Chan Hong defende visto especial para residentes A membro de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) Chan Hong considera fundamental ao sucesso da zona de cooperação aprofundada garantir a conveniência dos cidadãos chineses que residem em Hengqin. A ex-deputada sugeriu um reforço da cooperação com a autoridades do Interior da China para criar um visto especial para que estes moradores na Ilha da Montanha possam entrar em Macau todas as semanas. Em Pequim, para participar nas Duas Sessões, a responsável deu como exemplo a política de visto individual de Shenzhen para a deslocação a Hong Kong, que permite aos cidadãos chineses entrar na RAEHK uma vez por semana durante um ano.
Hoje Macau Manchete SociedadeFMI | Macau cresce 13,9% este ano e volta a nível pré-covid em 2025 O Fundo Monetário Internacional previu que a economia de Macau vai crescer 13,9 por cento em 2024 e regressar aos níveis pré-pandemia no próximo ano. Porém, a instituição recomenda a simplificação da contratação de pessoal qualificado do exterior Este ano, a economia da RAEM poderá crescer 13,9 por cento, segundo a estimativa apontada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Depois de uma subida de 80,5 por cento em 2023, “o forte crescimento” do Produto Interno Bruto (PIB) da região continua este ano e não apenas devido à recuperação no sector do jogo, de acordo com um comunicado divulgado ontem, no final de uma missão de duas semanas a Macau. A organização internacional acrescentou que também os “sólidos investimentos privados”, em parte ligados ao compromisso das operadoras de casino em investir em áreas não ligadas ao jogo, vão ajudar o PIB a voltar em 2025 ao nível registado antes da pandemia da covid-19. As seis concessionárias de casinos comprometeram-se a investir mais de 100 mil milhões de patacas até ao final de 2032, no novo contrato de concessão válido por 10 anos, em vigor desde 1 de Janeiro de 2023. O contrato previa ainda que, depois de as receitas dos casinos terem atingido 180 mil milhões de patacas em 2023, cada uma das operadoras terá de investir mais 2,4 mil milhões de patacas. Espalhar os ovos O FMI indicou ainda que, a médio prazo, a prioridade deve ser a diversificação da economia, muito dependente do turismo e dos casinos, e “aumentar a resiliência a choques futuros”, nomeadamente vindos da China continental. O organismo avisou que “um abrandamento mais acentuado do que o esperado no sector imobiliário, as tensões no financiamento dos governos locais e o declínio do investimento, ou o aumento das tensões geopolíticas” podem atingir a economia chinesa e afectar Macau. Assim sendo, os técnicos do FMI sugeriram mais “investimentos públicos em capital humano” e à simplificação dos requisitos para contratar trabalhadores qualificados do exterior, de forma a ajudar as empresas de Macau “a competir por talentos estrangeiros”, vitais para diversificar a economia. Recorde-se que desde Agosto do ano passado que Macau não está a aceitar novos pedidos de residência para portugueses fundamentados com o “exercício de funções técnicas especializadas”, permitindo apenas justificações de reunião familiar ou anterior ligação à região. As novas orientações eliminam uma prática firmada logo depois da transferência da administração portuguesa de Macau para a China, em 1999. A alternativa para um português garantir a residência passa por uma candidatura aos recentes programas de captação de quadros qualificados. Outra hipótese é a emissão de um ‘blue card’, cuja autorização de permanência no território depende de um contrato de trabalho válido, sem benefícios ao nível da saúde ou da educação. O relatório acrescenta que o surgimento de outros polos de jogo no continente asiático pode afectar a indústria do turismo de Macau a médio-prazo. Porém, é indicado que a recuperação das receitas dos casinos locais superou as expectativas, assim como a rápida integração na Grande Baía, são factores que podem traduzir-se num robusto crescimento económico. O FMI reconhece a desigualdade na recuperação do sector de jogo e do resto da economia, assim como um hiato negativo de produtividade que conduz à continuidade de pedidos de apoios públicos. A acrescentar a este cenário, a equipa do FMI destaca a necessidade de aumentar a despesa pública para fortalecer a resiliência de infra-estruturas essenciais contra fenómenos climáticos, assim como na educação e serviço de saúde a fim de apoiar a diversificação da economia e o reequilíbrio do sector externo.
Hoje Macau Manchete SociedadeMacau perto de atingir capacidade máxima para acolher turistas – analista Um analista disse à Lusa que Macau tem de dar prioridade às épocas baixas e reduzir a dependência dos picos turísticos, uma vez que a região está perto da capacidade máxima para acolher visitantes. Apesar dos feriados do Ano Novo Lunar, um dos picos turísticos na China, os casinos da região arrecadaram 18,5 mil milhões de patacas em Fevereiro, menos 4,4 por cento do que no mês anterior. No mês passado, as receitas diárias do jogo caíram 24 por cento, mais do que esperado, depois da semana do Ano Novo Lunar, entre 10 e 17 de Fevereiro, escreveram analistas do banco de investimento Goldman Sachs, numa nota. “Ficámos muito surpreendidos”, disse à Lusa o analista da consultora de jogo IGamix Ben Lee. Lee sublinhou que este foi o primeiro Ano Novo Lunar desde a detenção, em Novembro de 2021, de Alvin Chau Cheok Wa, líder da Suncity, a maior ‘junket’ do mundo, que fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau. Ben Lee disse que os casinos de Macau ainda não conseguiram compensar o impacto da repressão das grandes apostas, que ajudavam a prolongar o efeito positivo dos picos turísticos. Muda de rumo Enquanto o mercado de massas ultrapassou, no mês passado, o valor registado em igual período de 2019, o jogo VIP representou menos de um quarto dos níveis pré-pandemia, disseram analistas do banco de investimento J.P. Morgan, numa nota. “Os casinos terão agora de reorientar a estratégia para o mercado de massas e procurar acolher mais eventos não ligados ao jogo”, disse o analista da IGamix. Mas Lee defendeu que qualquer campanha ou atracção turística “deve sempre ser feita nas épocas baixas”, até porque “a capacidade turística [de Macau] deve atingir 100 por cento ainda este ano”. Mais de 1,3 milhões de pessoas visitaram Macau na semana do Ano Novo Lunar e a taxa média de ocupação hoteleira atingiu 95 por cento, disse a Direção dos Serviços de Turismo do território. Na terça-feira, o Instituto Cultural anunciou o regresso, a 24 de Março, do Desfile Internacional de Macau, após um interregno de quatro anos devido à pandemia, com artistas de Portugal, Brasil e Moçambique. A directora do Instituto Cultural, Leong Wai Man, disse que a data do desfile foi mudada do final do ano, período que “tem muitas atividades culturais”, para a Primavera, uma época em que “há menos eventos de grande escala”. Ben Lee lembrou ainda que “se Macau quiser ter alguma hipótese de ir atrás do mercado asiático, a única possibilidade será fora das épocas altas”. Durante os picos turísticos da China continental, “a infraestrutura, os transportes públicos não aguentam”, considerou o analista. As seis operadoras de Macau assinaram novos contratos de concessão de dez anos, em vigor desde 01 de Janeiro de 2023, depois de um concurso público em que as autoridades exigiram a aposta em elementos não jogo e visitantes estrangeiros.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Governo quer acelerar desenvolvimento de IA e computação quântica O Governo vai pôr em marcha projectos para uma integração cada vez maior da inteligência artificial em sectores como a indústria, agricultura e serviços A China vai intensificar os esforços no domínio da inteligência artificial (IA) e elaborar planos de desenvolvimento para tecnologias emergentes como a computação quântica, de acordo com um relatório de trabalho do Governo apresentado ontem. O plano faz parte da estratégia do país para alcançar a auto-suficiência tecnológica e reduzir a sua dependência de fornecedores estrangeiros. No documento lança-se a iniciativa “AI Plus”, para promover a integração da IA com a economia real e acelerar a sua aplicação em sectores-chave. As autoridades esperam que a iniciativa acelere a aplicação da tecnologia de IA em sectores como a indústria, agricultura e serviços, melhorando a eficiência e a qualidade da produção. A iniciativa, que vai promover a criação de novos modelos de negócio e a transformação das indústrias tradicionais, tem também como objectivo reforçar a competitividade internacional da China em ciência e tecnologia. Quanto à computação quântica, não há planos específicos, mas a sua inclusão no relatório reflecte o interesse da China por esta tecnologia emergente e o seu potencial para resolver problemas complexos em vários domínios. IA no horizonte Nas “Duas Sessões”, as reuniões anuais da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), uma espécie de senado sem poderes legislativos, os líderes das empresas tecnológicas do país asiático apresentaram uma série de propostas para promover o desenvolvimento da IA, informou o portal económico Yicai. O presidente da empresa tecnológica Xiaomi, Lei Jun, defendeu a popularização das aulas de IA no ensino obrigatório, a promoção de carreiras de IA nas universidades e o apoio à formação de talentos especializados em IA aplicada. Zhou Hongyi, presidente da 360 Security Technology, sublinhou a importância da segurança na IA e sugeriu que os modelos de linguagem com mais de 10 mil milhões de parâmetros são suficientes para determinados domínios. Liu Qingfeng, presidente da empresa tecnológica iFlytek, salientou que a China deve “colmatar o fosso com os Estados Unidos” e obter vantagem nas aplicações industriais e na criação de valor. Em 2023, a indústria de IA da China atingiu uma dimensão de 500 mil milhões de yuan, com mais de 4.400 empresas, de acordo com dados do Centro de Desenvolvimento da Indústria da Informação da China. As expectativas para o futuro da IA na China são “positivas”, segundo a mesma fonte, que prevê que o mercado de grandes modelos de IA, um subsector chave desta tecnologia, atinja 2,1 mil milhões de dólares até 2024, o que representa um crescimento anual de 110 por cento.
Hoje Macau EventosDesfile de Macau regressa com artistas lusófonos após quatro anos de interregno Artistas de Portugal, Brasil e Moçambique vão participar no Desfile Internacional de Macau, que regressa às ruas da cidade no dia 24 de Março, após um interregno de quatro anos devido à pandemia, foi ontem anunciado. Numa conferência de imprensa, o Instituto Cultural (IC) revelou que a edição deste ano vai contar com a malabarista portuguesa Dulce Duca, a artista de circo brasileira Odília Nunes e o grupo Marionetas Gigantes de Moçambique. A presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man, disse que o desfile terá cerca de 1.800 artistas, entre os quais 15 e 20 grupos vindos do exterior, nomeadamente da Itália, Espanha, Noruega, Reino Unido, França, Togo, China continental e Hong Kong. O evento deverá contar ainda com 64 grupos locais, entre os quais vários de matriz lusófona, como a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau, a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’, a Casa de Portugal em Macau e a Casa do Brasil em Macau. O desfile faz parte das celebrações do 25.º aniversário da transferência de administração da região de Portugal para a China. O evento começa nas Ruínas de São Paulo e, ao longo de quatro horas, irá passar por vários edifícios do Centro Histórico de Macau, considerado Património Mundial pela UNESCO em 2005, incluindo a Igreja de São Domingos e o Largo do Senado. Para aquecer Antes do desfile, entre 17 e 23 de Março, os grupos irão participar numa série de actividades de rua e de arte na comunidade. O orçamento para este ano é de cerca de 7 milhões de patacas, menos de um terço do que na última edição em 2019 (23,3 milhões de patacas). Esta “redução significativa” deve-se à colaboração com as seis concessionárias de casinos, revelou Deland Leong Wai Man à Lusa. O orçamento inclui um subsídio entre 10 mil e 120 mil patacas para cada grupo, que poderá ainda receber oito prémios atribuídos pela organização, entre os quais melhor interpretação e melhor design. O IC decidiu mudar o desfile do final do ano, período que “tem muitas actividades culturais”, para a Primavera, uma época em que “há menos eventos de grande escala”, disse Leong Wai Man. “Queremos fazer esta experiência, organizar um evento de grande escala na Primavera”, disse a presidente do instituto. Leong demonstrou ainda confiança que o desfile possa atrair mais visitantes a Macau, numa estação baixa para o turismo da região, e lembrou que o evento irá ser transmitido em directo em várias televisões locais e do exterior.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Legislativo arranca com foco na economia, tecnologia e natalidade Os objectivos da Assembleia Popular Nacional, que decorre em Pequim até ao próximo dia 11 com a participação de cerca de 3.000 delegados, passam por dar um novo alento à situação económica e à política de natalidade O órgão máximo legislativo da China inicia hoje a sua reunião anual, focada em estimular uma economia em desaceleração e promover políticas de incentivo à natalidade, face à queda abrupta no número de nascimentos. A Assembleia Popular Nacional (APN), cuja sessão anual decorre até 11 de Março, é descrita pela imprensa oficial como o “supremo órgão do poder de Estado na China” e a “expressão máxima da democracia socialista”. O presidente da assembleia, Zhao Leji, é oficialmente o número dois da hierarquia chinesa, a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista e Presidente, Xi Jinping. O primeiro-ministro, Li Qiang, é o número três. Os cerca de 3.000 delegados na APN, entre os quais uma representação das Forças Armadas, não são, porém, eleitos por sufrágio directo, e o “papel dirigente” do Partido Comunista Chinês (PCC) é “um princípio cardial”. Entre os delegados, está a elite política, líderes empresariais, tecnológicos, mediáticos e artísticos do país. Durante esta semana, os delegados vão aprovar novas leis, nomeações políticas e relatórios de trabalho do governo que detalham o progresso de vários departamentos e ministérios. O orçamento para a Defesa ou a meta de crescimento económico são, habitualmente, anunciados no primeiro dia. Este ano, o evento deverá ser dominado pelo abrandamento da economia chinesa. Também a política de planeamento familiar deve merecer especial atenção. Segundo dados oficiais, em 2023, a população chinesa diminuiu em dois milhões de pessoas. O número marca o segundo ano consecutivo de contracção, depois de a população ter caído 850.000, em 2022, quando se deu o primeiro declínio desde 1961. A queda e o envelhecimento da população estão a preocupar Pequim, porque privam o país de pessoas em idade activa para manter o ímpeto económico. A crise demográfica, que chegou mais cedo do que o esperado, está já a afectar o sistema de saúde e de pensões, segundo observadores. A reunião deve também debater políticas para o sector tecnológico, incluindo a regulação da tecnologia de inteligência artificial, num período de rivalidade com o Ocidente pelo domínio das indústrias do futuro. A APN irá ainda nomear os novos membros do Comité Permanente – o órgão permanente de 175 membros da legislatura -, depois de, no último ano, 11 membros terem sido destituídos, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, e o ministro da Defesa, Li Shangfu. A sessão anual da APN decorre em paralelo com a Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, uma espécie de senado, sem poderes legislativos, e cuja reunião arrancou ontem. Vozes delegadas Em 1992, um terço dos delegados votou contra ou absteve-se na votação sobre a Barragem das Três Gargantas, um projecto controverso de construção de uma barragem no Yangtsé, o terceiro rio mais longo do mundo. Embora o público não tenha acesso ao debate durante o plenário, os delegados individuais e os órgãos como a Comissão Permanente podem moldar a legislação à medida que esta é elaborada e dar um contributo em questões como o orçamento nacional. Os delegados podem também apresentar projectos de lei individuais que exortem a APN a agir sobre questões importantes na sociedade. Em 2022, delegados apresentaram vários projectos de lei centrados nos direitos das mulheres e na violência doméstica.
Hoje Macau China / ÁsiaObjectivo de crescimento económico deverá ser de 5% este ano – analistas Uma sondagem de analistas, realizada pelo portal de notícias económicas Yicai indicou que a China vai fixar a meta de crescimento económico para este ano em 5 por cento. No ano passado, a economia chinesa cresceu 5,2 por cento, de acordo com dados oficiais, ultrapassando o objectivo oficial de “cerca de 5 por cento” fixado pelas autoridades. Para Huang Wentao, economista-chefe da empresa de assessoria financeira China Securities, esta medida vai ajudar a “melhorar as expectativas e a aumentar a confiança”, uma opinião partilhada por Luo Zhiheng, que ocupa o mesmo cargo no Yuekai Securities e acredita que o objectivo “pode aliviar as tendências negativas na economia real, as recentes quedas nos mercados de capitais e a ansiedade social”. Caminho íngreme Zhang Jun, economista-chefe do China Galaxy Securities, disse que a fixação da meta em 5 por cento “mostraria que o Governo tem confiança no crescimento económico”, à medida que o peso da crise imobiliária na economia se dissipe e o sector industrial e o consumo apoie a recuperação. Zhang acrescentou que o Governo vai fixar o objectivo do défice oficial em 3,5 por cento, aumentando em meio ponto relativamente ao ano passado, aumentado no final de Outubro para um valor recorde de 3,8 por cento, devido a uma emissão especial de obrigações. As expectativas de crescimento dos analistas inquiridos pelo Yicai estão em linha com outra sondagem divulgada ontem pela agência Bloomberg, também com base em sondagens de 27 economistas, a maioria dos quais espera que Pequim reponha o objectivo em “cerca de 5 por cento”. Nos últimos dias, economistas de empresas como a Natixis, a UBS, a Moody’s Analytics e a Capital Economics também apostaram neste valor, com esta última a sublinhar que seria uma decisão “bastante ambiciosa”. A consultora Oxford Economics distanciou-se e colocou a previsão um pouco mais baixa, num intervalo “entre 4,5 e 5 por cento”. A facilidade de atingir uma taxa de crescimento de 5 por cento não será a mesma do ano passado devido ao efeito de base comparativa, uma vez que em 2022 o produto interno bruto da segunda maior economia do mundo cresceu apenas 3 por cento, face às duras restrições e confinamentos impostos pela política chinesa durante a pandemia da covid-19. As últimas previsões do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial apontam para um crescimento económico da China este ano entre 4,6 por cento e 4,5 por cento, respectivamente.
Hoje Macau EventosFRC | Mostra que celebra aniversário d’O Clarim inaugurada hoje A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta a partir de hoje, às 18:30, a Exposição Itinerante “Uma Ponte de Diálogo: 75.º Aniversário d’O Clarim”, na continuação da mostra principal que decorreu em Outubro e Novembro de 2023, no Centro Diocesano de Macau. “O Jornal O Clarim concebeu um conjunto de painéis expositivos móveis, apresentando a história da impressão e a história dos meios de comunicação no território, bem como alguns conhecimentos de introdução à profissão jornalística. O objectivo é passar o testemunho ao público e à próxima geração, preservando a sua missão como ponte de informação e de formação, de diálogo entre a Igreja e os fiéis, bem como entre a Igreja e a sociedade”, aponta a FRC. Além da exposição, O Clarim realizará ainda uma série de palestras. Na próxima quinta-feira, às 18:30, tem lugar a Palestra “Fotojornalismo: Experiência na Cobertura de Eventos da Igreja”, com o orador convidado, Oswald Vas. Na quinta-feira seguinte, dia 14 de Março também às 18:30, será a vez da Palestra “Liberdade na Imprensa Religiosa”, com o orador José Miguel Encarnação. Ambas serão moderadas por Jasmin Yiu e apresentadas em língua inglesa. A mostra vai estar patente ao público na FRC até ao dia 16 de Março.