Coutinho pede maior atenção à deslocação de portadores de deficiência

O deputado José Pereira Coutinho quer saber como é que o Governo garante que está a cumprir a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas (CDPD), aprovada em 2006. O assunto é abordado pelo deputado da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), depois de ter recebido várias queixas de residentes.

“O nosso Gabinete de Atendimento aos Cidadãos tem recebido regularmente queixas por parte de pessoas com deficiência que enfrentam diariamente diversas barreiras que dificultam a sua plena integração na sociedade local, designadamente no mercado de trabalho, emprego e deslocações”, revela a interpelação de Pereira Coutinho.

De acordo com o mesmo texto, há ainda “muitas entidades públicas e privadas” que “não oferecem acesso adequado para pessoas com deficiência que usam cadeiras de rodas”. “Essas barreiras dificultam o acesso às instalações e serviços destinados ao público em geral”, é considerado.

 

Reforma legislativa

O deputado chama também a atenção para o facto de as “Normas Arquitectónicas para a Concepção de Design Universal e Livre de Barreiras na RAEM”, actualmente em vigor, terem resultados muito limitados na aplicação nos edifícios privados. “É urgente estender a aplicação dessas disposições ao sector privado, uma vez que as actuais referidas normas [Arquitectónicas para a Concepção de Design Universal e Livre de Barreiras na RAEM] apresentam e produzem pouca ou quase nenhuma aplicação prática”, sustentou.

“Que medidas concretas têm sido implementadas pelo Governo de Macau para garantir a plena implementação dos direitos consagrados na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência?”, questiona Coutinho. “E como está a ser efectuada a promoção da acessibilidade para as pessoas com deficiência em Macau, tanto em termos de infra-estruturas físicas quanto de acesso a serviços e informações?”, acrescenta.

José Pereira Coutinho pergunta ainda se há vontade de reformar a legislação em vigor, de forma inovadora, para garantir que este tipo de pessoas tem maior facilidade de deslocação. O legislador frisa igualmente que é necessário aumentar o número de táxis para pessoas com deficiência que indica serem “claramente insuficientes”.

5 Mar 2024

Nave Desportiva | Leong Sun Iok pede mais concertos

A FAOM junta a voz aos que pedem a reconstrução da Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, de forma a que o espaço possa receber eventos de maior dimensão

 

O deputado Leong Sun Iok defende que a Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental deve ser renovada e utilizada para organizar concertos e espectáculos, face à falta de espaços no território. O pedido consta de uma interpelação escrita divulgada ontem junto dos órgãos de comunicação social.

Segundo o legislador da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), é notório que o território está a apostar na “economia de concertos e espectáculos”. No entanto, a realidade mostra que existem vários desafios, como a falta de espaço, que precisam de ser ultrapassados.

“Como o Governo da RAEM está a construir uma ‘cidade do espectáculo’, há muitos eventos e diferentes programas em Macau. Contudo, tanto os espaços do Governo, como das concessionárias são insuficientes, o que faz com que os calendários sejam sempre demasiado apertados”, escreve Leong Sun Iok.

O deputado quer assim saber se há planos para reconstruir a Nave Desportiva, de forma a ter condições para receber os grandes espectáculos.

“Os espaços para as artes, espectáculos e desporto em Macau são insuficientes. Será que podemos reconsiderar a reconstrução da Nave Desportiva de Macau, ou pelo menos organizar os espaços exteriores para criar um centro de desporto e espectáculos de grande dimensão em Macau?”, questiona.

 

No esquecimento

Por outro lado, Leong Sun Iok pretende que haja mais explicações sobre o facto de a Nave Desportivo ter deixado, aos poucos, de ser utilizada como centro de espectáculos.

“Devemos reconhecer que a Nave Desportiva de Macau raramente recebeu eventos de grande escala, apesar de ter a grande vantagem de estar afastada dos centros populacionais”, frisou. “Como a maior infra-estrutura do território, e tendo uma boa ligação ao metro ligeiro, assim como aos hotéis […] é o lugar indicado para atrair mais pessoas para a cidade”, argumentou. “Com base nas condições actuais da Nave Desportiva, que tipo de eventos é que aquele espaço pode receber?”, interroga.

Leong Sun Iok indica também que a grande vantagem da Nave é ficar afasta dos bairros residênciais, o que permite evitar polémicas como os concertos de Seventeen, no Estádio de Macau, que geraram queixas de parte da população, devido ao barulho e congestionamento do trânsito.

Também sobre a falta de espaços para espectáculos, Leong Sun Iok questiona o Executivo sobre os planos para a Zona A dos Novos Aterros. “A Zona A dos Novos Aterros prevê a construção de instalações para a cultura. Quais são os planos preliminares para o desenvolvimento desta área a nível da construção de espaços?”, pergunta. “Será que a Zona A se vai tornar no centro cultural de Macau?”, acrescenta.

5 Mar 2024

Portas do Cerco | Song Pek Kei quer acelerar mudanças

Song Pek Kei pede às autoridades que disponibilizem o calendário sobre as obras de melhoramento das infra-estruturas das Portas do Cerco. A questão faz parte de uma interpelação escrita, divulgada ontem pelo gabinete da deputada.

Segundo o Plano Director da RAEM e o estudo do plano geral urbanístico do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, a zona vai desempenhar as funções de centro modal e zona comercial, no âmbito da construção da Linha Leste do Metro Ligeiro.

Como parte destes planos, a utilização do terreno do Edifício de Comando do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) também vai ser alterada. A deputada considera as mudanças positivas e indica que vão contribuir para criar uma maior dinâmica comercial na Zona Norte.

Contudo, Song Pek Kei considera que é necessário indicar quando vão começar as obras, para que os comerciantes possam planear os seus negócios. “A sociedade está preocupada porque o Governo continua a adiar os prazos e não executa as obras como estão planeadas. Quando é que o Governo começa a concretizar o plano de desenvolvimento das Portas do Cerco e das suas proximidades no futuro?”, questionou. “Será que é possível começar as obras de forma faseada?”, acrescentou.

A deputada apontou ainda que a economia geral da zona norte sofre impactos exteriores e exteriores, e que as empresas pequenas e médias têm um ambiente de negócios mais difícil, pelo que é necessário injectar uma nova dinâmica.

5 Mar 2024

Finanças | Receitas públicas quase quadruplicaram em Janeiro

A receita corrente de Macau quase quadruplicou em Janeiro, em comparação com o mesmo mês de 2023, graças à recuperação dos impostos sobre o jogo, com o Governo a aumentar a despesa pública em 28,5 por cento

O ano começou em beleza para as contas públicas, com a receita corrente de Janeiro a ser quase quatro vezes superior ao registo de Janeiro de 2023. A boa performance foi impulsionada pela recuperação dos impostos cobrados às concessionárias de jogo.

A receita corrente em Janeiro foi de 10,3 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde 2019, antes do início da pandemia da covid-19, de acordo com os últimos dados publicados ‘online’ pelos Serviços de Finanças do território.

Desta receita corrente, o Governo arrecadou 7,34 mil milhões de patacas em impostos sobre o jogo, indicou o último relatório da execução orçamental.

Em Janeiro, Macau recolheu 10,1 por cento da receita corrente projectada para 2024 no orçamento da RAEM, que é de 102 mil milhões de patacas.

No final de Dezembro, o Centro de Estudos e o Departamento de Economia da Universidade de Macau previu que as receitas do Governo podem atingir 109,6 mil milhões de patacas, mais 7,5 por cento do que o estimado pelas autoridades no orçamento para este ano.

 

Dinheiro para obras

Com a subida nas receitas, a despesa pública também aumentou 28,5 por cento para 5,07 mil milhões de patacas, graças ao investimento em infra-estruturas, que passou de zero em Janeiro de 2023 para 1,26 mil milhões de patacas no mês em análise.

Pelo contrário, a despesa corrente encolheu 3,5 por cento para 3,81 mil milhões de patacas devido a um corte de 10,2 por cento nos apoios sociais e subsídios dados à população.

O orçamento de Macau para 2024 prevê o regresso dos excedentes nas contas públicas, “não havendo necessidade de recorrer à reserva financeira”, após três anos de crise económica devido à covid-19. Desde 2020 que Macau só conseguiu manter as contas em terreno positivo devido a transferências da reserva financeira, que em 2023 atingiram 10,5 mil milhões de patacas.

Em Janeiro, a cidade teve um excedente de 5,24 mil milhões de patacas nas contas públicas, o valor mais elevado em quatro anos.

Os orçamentos do Governo de Macau tinham sido desde então marcados por sucessivas alterações e por pacotes de estímulo dirigidos às pequenas e médias empresas, à população em geral e ao consumo.

5 Mar 2024

Montenegro é o bombeiro

No próximo domingo Portugal terá um novo primeiro-ministro. Entrámos na última semana de campanha eleitoral. Até agora tem sido um lavar de roupa suja entre os principais candidatos, Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro e André Ventura. Nunca tivemos tantos indecisos, cerca de 20 por cento, e tanta gente a dizer que não vai votar. A grande parte do eleitorado já não acredita nas promessas dos políticos e estes nada têm feito para sensibilizar o potencial eleitor a decidir-se pelo voto concreto. Durante a semana passada assistimos a um pouco de tudo com evidência profunda nas hostes da AD comandada por Luís Montenegro. Aconteceu-lhe um pouco de tudo, incluindo uma lata de tinta verde pela cabeça abaixo por parte de um jovem activista que diz defender o clima. A AD parece não ter conselheiros que entendam de política a sério. Vejam só: pediu a Cavaco Silva para “ressuscitar” e apelar no voto AD, o homem que foi o pior Presidente da República; convocou o ex-primeiro-ministro Passos Coelho para um comício no Algarve. O mesmo Passos Coelho que os pensionistas e muitos portugueses nem querem ouvir falar no seu nome pela governação destruidora que realizou enquanto governante contra os mais desfavorecidos, incluindo o corte nas pensões e a retirada do subsídio de Natal. Passos Coelho subiu ao palco e só deixou recados a Montenegro e misturou imigrantes com a falta de segurança existente no país. Uma aberração política que foi criticada por todos os analistas políticos. E depois rematou com um recado de lesa pátria. Deu a entender a Montenegro que a AD tinha de ganhar nem que para isso tivesse uma maioria parlamentar aliada ao Chega. Uma posição contrária ao líder da AD que sempre tem anunciado que nunca fará uma aliança com o Chega. Depois, a AD chamou a outra acção de campanha Assunção Cristas, a tal governante que deixou os inquilinos na desgraça e que ao mudar a lei a favor dos senhorios, provocou na classe média um sofrimento que ainda hoje é sentido pelo país fora. Sem consultores credíveis a AD rematou da pior maneira chamando ao palco Durão Barroso, o tal primeiro-ministro que fugiu à responsabilidade de governar o país para ocupar um “tacho” na União Europeia e a mesma criatura que o povo não esquece devido ao apoio que deu a Bush e seus capangas para invadir o Iraque. E foi este mesmo político que veio apelar ao voto na AD como se uma pessoa fosse ao mercado comprar bananas. E o que restou a Montenegro? Ser simplesmente bombeiro e apagar todos estes fogos que o estiveram a prejudicar para que possa realizar o seu sonho de ser primeiro-ministro. O que ainda lhe valeu foi a lata de tinta verde pela cabeça abaixo. Fez-nos recordar a bofetada que deram a Mário Soares na Marinha Grande, quando estava em maré baixa e que a bofetada o tornou num mártir e ganhou as eleições desse ano. Durante a campanha a AD tem anunciado várias patetices impossíveis de realizar e, talvez, por isso, as sondagens dão um empate técnico com o Partido Socialista.

Quanto a Pedro Nuno Santos, o seu partido cometeu um erro de palmatória em dar-lhe indicações para parecer um político moderado, sem radicalismos, e tentar conquistar votos ao centro que normalmente poderiam pertencer ao PSD. Nuno Santos tinha de ser ele próprio: o político frontal, que fala alto, olhos nos olhos seja com quem for, activo ao máximo e a anunciar a realização dos projectos que sempre sustentou. Pelo contrário, começou apagado, melhorou um pouco, mas sempre moderado e talvez só nesta semana irá aparecer o verdadeiro Nuno Santos e é se quer ganhar as eleições.

Quanto aos outros candidatos assistimos a uma pobreza franciscana. A Iniciativa Liberal perdeu Cotrim de Figueiredo e constata-se que Rui Rocha não tem perfil para conseguir mais que cinco por cento dos votos. Mariana Mortágua não chega nem aos calcanhares da filosofia política de Catarina Martins, uma seguidora das teses aprendidas no contacto com o grande político Francisco Louçã. Mortágua não apresentou nada de novo e apenas está preocupada que os socialistas ganhem as eleições para poder fazer parte de uma nova geringonça. A CDU, com a liderança do PCP, mostrou que Paulo Raimundo foi uma péssima escolha para secretário-geral. Não tem mesmo jeito nenhum para falar às massas e o PCP deve estar muito arrependido de ter posto de parte Bernardino Soares, o melhor político comunista. Para vos falar do Livre, é dizer-vos que a desilusão sobre Rui Tavares foi total. O líder do Livre que estava a subir nas intenções de voto estragou tudo de um dia para o outro quando afirmou que se a AD ganhasse poderia viabilizar um governo da direita democrática. Uma gaffe inacreditável, para quem sempre se anunciou como homem de esquerda. Por último, referir-vos o PAN, um partido que a maioria do país nunca leu o seu programa. E é pena, porque Inês de Sousa Real sabe o que diz e defende princípios de grande valor, especialmente em defesa da natureza e dos animais. Dá a ideia de estar sozinha e se conseguir voltar a ser eleita será um milagre.

Faltam apenas cinco dias de campanha eleitoral e obviamente que nestes dias serão jogadas todas as cartadas para que cada um consiga obter o melhor resultado. Uma coisa já é certa: a abstenção voltará a ser enorme, porque os descontentes aumentaram e não querem saber mais de eleições. Ganhe quem ganhar, teremos certamente um país praticamente ingovernável a aguardar que o Presidente da República marque novamente eleições para Outubro.

4 Mar 2024

IA | Novo modelo de conversão texto-vídeo Sora mobiliza sector

A competição global no campo das novas tecnologias de inteligência artificial conheceu um novo episódio com o lançamento do Sora. A China promete para breve o lançamento de modelos semelhantes de fabrico próprio no mercado asiático

 

O lançamento do modelo de conversão de texto em vídeo Sora voltou a alertar a China para um possível atraso nas tecnologias de inteligência artificial, observaram analistas, num período de intensa competição com os EUA.

“Foi como um balde de água fria”, afirmou Zhou Hongyi, fundador da empresa chinesa de segurança de redes 360 Security Technology, que se juntou à corrida do país asiático para lançar o seu próprio modelo de linguagem ao estilo do ChatGPT.

“Isto arrefeceu a cabeça de muitas pessoas [na China], obrigando-nos a ver a lacuna em relação a líderes estrangeiros do sector”, acrescentou Zhou, citado pela imprensa local.

O lançamento do ChatGPT, em 2022, também pela norte-americana OpenAI, levou já autoridades e investidores do país a questionarem se a China não está a ficar para trás numa indústria crucial nos planos de Pequim para tornar as empresas chinesas competitivas.

Mas a China enfrenta desafios acrescidos devido à falta de acesso a ferramentas fundamentais, como unidades avançadas de processamento gráfico (GPU) desenvolvidas pela norte-americana Nvidia, devido à imposição por Washington de restrições no fornecimento a entidades chinesas.

Após o lançamento do Sora, Pequim pediu às empresas estatais que assumam a liderança em inteligência artificial (IA). A Comissão de Supervisão e Administração de Activos Estatais do Conselho de Estado instou esta semana as empresas sob controlo direto do governo central a “abraçar as profundas mudanças trazidas” pela indústria.

Alguns dos gigantes chineses da Internet, incluindo os grupos Baidu, Tencent ou Alibaba, apresentaram já os seus próprios modelos de linguagem grande (LLM). Mas nenhum conseguiu ainda igualar o Sora.

Fernando Colaço, um português que fundou a empresa de programação COLACO Technology, em Pequim, alertou, no entanto, para a “especulação” e algum “sensacionalismo à mistura” na indústria, com demonstrações técnicas que “frequentemente apenas apresentam os resultados mais convenientes”, visando aliciar investidores “no que se está a tornar na nova corrida ao ouro”.

“Neste momento, há alguma dificuldade em saber quem está à frente, seja a nível de empresas ou países”, frisou. “No caso da China, como já aconteceu em muitos outros casos, e devido a diferenças culturais, não me surpreenderia se apenas revelarem um produto ou inovação apenas após este estar preparado para produção e sem muito alarido”, disse.

 

Descubras as diferenças

O grupo chinês ByteDance, proprietário da rede social de partilha de vídeos TikTok, afirmou que a sua ferramenta interna para criação de vídeos, o Boximator, ainda está na fase inicial.

“Continua a existir uma grande diferença em relação aos principais modelos de geração de vídeo em termos de qualidade de imagem, fidelidade e duração”, admitiu o grupo, em comunicado.

Xu Liang, empresário do sector baseado em Hangzhou, no leste da China, explicou também que não vai demorar muito até que o país asiático tenha modelos semelhantes àqueles apresentados pelos grupos norte-americanos.

“Nos próximos um ou dois meses vão haver modelos semelhantes aos do Sora a sair no mercado chinês e muitos no próximo semestre”, indicou Xu, ressalvando que poderá haver uma diferença significativa entre os produtos chineses e o Sora.

O isolamento no acesso aos mercados de capitais, equipamento e até profissionais especializados cria, no entanto, um contexto difícil para os competidores chineses, pela diferença nos valores de mercado entre as principais empresas tecnológicas da China e dos EUA.

Lu Yanxia, director de investigação da filial na China da International Data Corporation (IDC), consultora sobre tecnologias emergentes, afirmou que o país enfrenta actualmente uma escassez de dados de qualidade, necessários para treinar os modelos mais recentes, o que agrava os desafios decorrentes do seu acesso limitado a semicondutores avançados.

A falta de talento é outra preocupação, segundo Lu, uma vez que alguns dos melhores profissionais do país em matéria de IA foram recrutados pelas empresas de referência norte-americanas.

4 Mar 2024

MGM Theater | Ekin Cheng ao vivo no dia 30 de Março

Para celebrar o fim-de-semana da Páscoa, a MGM apresenta Ekin Cheng em concerto no próximo dia 30 de Março. O actor e cantor de Hong Kong terá assim o primeiro concerto do ano em Macau, onde não vão faltar clássicos do cantopop e uma produção visual extravagante

 

“Para acrescentar às celebrações do fim-de-semana da Páscoa, a MGM apresenta uma surpresa especial para residentes locais e turistas do exterior. A 30 de Março, a MGM em colaboração com Ekin Cheng, o multifacetado talento de cinema, televisão e música, apresenta o espectáculo ‘Together with Ekin Cheng’”.

O concerto da estrela de Hong Kong está marcado para as 20h no MGM Theater, e organização promete um espectáculo electrizante e um reportório icónico, combinado com a “produção extravagante de iluminação do MGM Theater, que irá sem dúvida evocar memórias nostálgicas nos fãs”. Será também o primeiro concerto de 2024 do galã da TVB.

Os bilhetes já estão à venda e custam entre 588 e 1.688 patacas.

Seguindo uma longa linhagem de actores que rentabilizam a popularidade conseguida em novelas e filmes, Ekin Cheng lançou o primeiro disco em 1992, “Don’t Cry”.

Ekin Cheng alcançou um sucesso notável na indústria musical com canções como “Young & Dangerous”, “Why you, not me?”, “The Storm Riders” e “The Legend of Speed”.

“Estas canções não só foram muito apreciadas pelos fãs e ouvintes, como também se entraram na memória colectiva de uma geração. O estilo vocal único de Ekin e a sua presença carismática em palco têm a capacidade de tocar profundamente o público, deixando uma impressão nostálgica duradoura” indica a organização do concerto.

 

Um currículo imenso

Um dos marcos da carreira de Ekin Cheng foi a participação nos filmes da popular série cinematográfica “Young and Dangerous”, que conta as desventuras de um grupo de jovens membros de tríades de Hong Kong. Apesar das críticas apontadas desde o primeiro filme, em particular acusações de glorificação do crime organizado, “Young and Dangerous” tornou-se num fenómeno de popularidade que levou à produção de seis sequelas e vários filmes paralelos à série.

Começava assim a colaboração com o realizador Andrew Lau, com Ekin Cheng a protagonizar filmes como “The Storm Riders”, “Women From Mars” e “The Avenging Fist”. Entre a vasta filmografia do actor e cantor, destaque para a participação em inúmeras bandas sonoras de filmes que protagonizou.

4 Mar 2024

BTL | Serviços de Turismo promovem Macau em Lisboa

Maria Helena de Senna Fernandes esteve na capital portuguesa para participar na Bolsa de Turismo de Lisboa, e destacou a importância de Macau ter sido designada como ‘destino preferido internacional da APAVT 2024’

A directora dos Serviços de Turismo de Macau considera a designação de Macau como ‘destino preferido internacional da APAVT 2024’ como uma “plataforma privilegiada” de promoção e “fundamental para redinamizar os fluxos turísticos de Portugal”.

Nesta altura em que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) “move esforços para expandir as fontes de visitantes internacionais”, a Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT) é “um parceiro fundamental para impulsionar as relações turísticas com Portugal e a Europa”, disse Maria Helena de Senna Fernandes, durante o dia de Macau no pavilhão daquela associação, durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), em Lisboa. O evento terminou ontem.

A DST e a APAVT promoveram Macau na BTL, para impulsionar fluxos turísticos de Portugal e da Europa e diversificar as fontes de visitantes internacionais, de acordo com um comunicado dos Serviços de Turismo.

A APAVT vai continuar a destacar Macau como ‘Destino Preferido Internacional’ ao longo do ano nas comunicações, materiais promocionais e eventos da associação, “ajudando a elevar a imagem do destino, bem como a preparar terreno para o Congresso Nacional da APAVT de 2025, que atrairá centenas de operadores turísticos portugueses a Macau”.

Para o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, o trabalho das duas entidades “visa reerguer Macau como destino turístico de referência, desde logo em Portugal, mas também numa lógica ibérica e, a outro nível, europeia”.

A designação da RAEM como ‘Destino Turístico Preferido Internacional’, decidida em Dezembro no 48.º congresso da organização, “representa mais um passo de uma estratégia global” que vai trazer “muita visibilidade a Macau ao longo dos próximos anos”, acrescentou.

 

Aposta nas vendas

No ‘Dia de Macau’, na BTL, a APAVT lançou um programa de ‘e-learning’ para agentes de viagens portugueses, com conhecimentos gerais sobre o destino, património e cultura, gastronomia, entretenimento, como viajar para Macau e China, entre outras informações destinadas a facilitar o aumento de vendas de pacotes de viagem para Macau.

Ao longo dos próximos três meses, a APAVT vai ainda disponibilizar o programa para formar “especialistas de Macau” aos associados, indicou, na mesma nota, a DST.

A DST vai continuar a promover Macau com a APAVT junto dos operadores turísticos espanhóis e europeus, sendo a próxima iniciativa convidar um grupo de agentes turísticos europeus, para uma visita de familiarização durante a 12.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau em Abril, disse.

Este grupo vai incluir membros da APAVT, da Confederação Espanhola das Agências de Viagens (CEAV) e da Confederação Europeia das Agências de Viagens e Operadores Turísticos (ECTAA) para continuar a expandir os mercados de visitantes internacionais de Macau, referiu.

A 34.ª edição da BTL, com mais de 400 expositores e uma representação de mais de 1.400 empresas e instituições, arrancou na quarta-feira, em Lisboa, tendo sido até sexta-feira reservada a profissionais, e aberta ao público entre sábado e ontem.

4 Mar 2024

Melco reduziu prejuízos em 70,2% em 2023

A operadora de jogo em Macau Melco Resorts and Entertainment anunciou ontem um prejuízo de 277,6 milhões de dólares em 2023, menos 70,2 por cento do que no ano anterior.

Há quatro anos que a empresa regista prejuízos sem precedentes nas quatro propriedades que detém em Macau.

A Melco sublinhou que grande parte do prejuízo se deveu a uma desvalorização de 207,6 milhões de dólares no casino Altira, devido ao fim de acordos com empresas angariadoras de apostas VIP, conhecidas como ‘junkets’.

A detenção em Novembro de 2021 de Alvin Chau Cheok Wa, líder da Suncity, a maior ‘junket’ do mundo, e posterior condenação, em Janeiro de 2023, a 18 anos de prisão, fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo emitidas em Macau.

Ainda assim, o presidente da Melco, Lawrence Ho Yau-lung, disse num comunicado que “Macau continua a demonstrar o seu extraordinário potencial de crescimento e tem demonstrado resiliência, apesar das perspectivas macroeconómicas incertas na China”.

O filho do falecido magnata do jogo Stanley Ho sublinhou que Macau recebeu mais turistas da China continental durante o Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, do que no mesmo período de 2019, antes da pandemia.

 

A triplicar

De acordo com o comunicado enviado à bolsa de valores Nasdaq, em Nova Iorque, nos EUA, as receitas da Melco quase triplicaram em comparação com 2022, atingindo 3,78 mil milhões de dólares.

A empresa atribuiu o aumento das receitas “ao relaxamento das restrições relacionadas com a covid-19 em Macau em Janeiro de 2023” e à abertura da segunda fase do empreendimento integrado Studio City.

Com as receitas a subir, a Melco registou lucros operacionais, pela primeira vez desde 2019, neste caso de 65 milhões de dólares, invertendo um prejuízo de 743,1 milhões de dólares em 2022.

Apesar dos prejuízos, as seis operadoras, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, assinaram novos contratos de concessão de dez anos, que entraram em vigor em 01 de Janeiro de 2023. A Melco prevê gastar cerca de 10 mil milhões de patacas no segmento além-casino numa década, incluindo no “único parque aquático em Macau com instalações interiores abertas durante todo o ano”.

4 Mar 2024

Jogo | Ano Novo Lunar não impede quebra das receitas

Com 18,5 mil milhões de patacas arrecadadas, as receitas de jogo ficaram abaixo das expectativas dos analistas, de acordo com uma nota dos investidores do Deutsche Bank

 

 

As receitas do jogo caíram 4,4 por cento em Fevereiro, em comparação com o mês anterior, apesar dos feriados do Ano Novo Lunar, um dos picos turísticos anuais. Os números foram anunciados na sexta-feira, no primeiro dia de Março.

Os casinos arrecadaram 18,5 mil milhões de patacas em Fevereiro, de acordo com dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que contrastam com os 19,3 mil milhões de patacas de Janeiro.

A queda em termos mensais aconteceu apesar de Macau ter recebido mais de 1,3 milhões de turistas na semana do Ano Novo Lunar, entre 10 e 17 de Fevereiro, mais 163,8 por cento do que no mesmo período de 2023.

As receitas da indústria do jogo subiram 79,1 por cento em comparação com Fevereiro do ano passado, quando não tinham ido além de 10,33 mil milhões de patacas.

Apesar da recuperação em termos anuais, as receitas dos casinos em Fevereiro representaram ainda 72,9 por cento do montante contabilizado em igual mês de 2019, quando o valor atingiu 25,4 mil milhões de patacas.

Macau fechou o ano passado com receitas totais de 183,1 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que em 2022. Um valor que ultrapassou o previsto no orçamento de Macau para 2023, que era de 130 mil milhões de patacas. De acordo com os dados da DICJ, a receita acumulada em 2023 representou 62,6 por cento do montante registado no mesmo período de 2019.

Quando são apenas considerados os dois meses deste ano, registou-se um aumento de 72,7 por cento, com as receitas a chegarem a 37,8 mil milhões de patacas, face ao mesmo período de 2022, quando os casinos tinham gerado 21,9 mil milhões de patacas em receitas brutas.

 

Sands China domina

Após terem sido apresentados os dados de Fevereiro, Carlo Santarelli, analista do Banco de Investimento Deutsche Bank, reconheceu que os valores revelados foram piores do que o esperado pelos mercados.

Segundo o relatório, os analistas tinham um consenso que apontava para que o valor de Fevereiro de 2024 ficasse 24,8 por cento abaixo dos montantes de Fevereiro de 2019. No entanto, o cenário foi pior, com a diferença a ser de 27,1 por cento.

Em relação a este mês, deu-se uma revisão das previsões, e os analistas acreditam que a diferença face a Março de 2019 vai ser 25,2 por cento. Como em 2019 o valor das receitas totais de jogo foi de 25,95 mil milhões de patacas, o montante deste ano deverá rondar os 19,41 mil milhões de patacas.

Em relação aos dois primeiros meses do ano, as estimativas do Deutsche Bank indicam que a Sands China tem a maior quota de mercado com uma proporção de 24 por cento. No segundo lugar, surge a MGM com 20 por cento, seguida pela Galaxy com 16,5 por cento. Na segunda metade da tabela surgem Wynn Macau, com uma quota de 14 por cento, Melco com 13,5 por cento e SJM com 12 por cento do mercado.

4 Mar 2024

Fórum de Macau nomeia Danilo Henriques como secretário-geral adjunto

O timorense Danilo Afonso Henriques foi nomeado como novo secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, anunciou a instituição.

O diplomata de 52 anos foi indicado pelos países lusófonos, após quase uma década como delegado de Timor-Leste junto do Secretariado Permanente da organização, lê-se num comunicado do organismo, mais conhecido como Fórum de Macau.

De acordo com a nota, antes de vir para Macau, em 2014, Danilo Henriques exerceu funções no Ministério de Negócios Estrangeiros e Cooperação timorense e na Embaixada de Timor-Leste em Pequim.

O timorense substitui o diplomata Paulo Jorge Espírito Santo, natural de São Tomé e Príncipe, que estava no cargo de secretário-geral adjunto do Fórum de Macau desde 2020.

O Fórum integra o secretário-geral, o chinês Ji Xianzheng e três secretários-gerais adjuntos: Danilo Henriques, Xie Ying (nomeada pela China) e Casimiro de Jesus Pinto (nomeado por Macau).

O Secretariado Permanente inclui ainda nove delegados dos países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

 

Novo delegado

O Fórum de Macau também anunciou que António Ramos da Silva é o novo delegado timorense junto da instituição, substituindo Danilo Henriques, que tinha abandonado o cargo em Abril de 2023.

Ramos da Silva foi assessor do primeiro-ministro de Timor-Leste e do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicação, assim como do Ministério para Assuntos dos Combatentes da Libertação Nacional.

O timorense era até agora responsável do país para assuntos de Economia, Comércio e Finanças junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Na quarta-feira, o secretário-geral Ji Xianzheng disse que o Fórum de Macau está a preparar a sexta conferência ministerial, mas sem avançar uma data.

“De momento, o Secretariado Permanente está concentrado na preparação da Sexta Conferência Ministerial do Fórum de Macau”, disse Ji Xianzheng, durante um encontro com órgãos de comunicação social locais.

Cinco conferências ministeriais foram realizadas no território em 2003, 2006, 2010, 2013 e 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Acção para a Cooperação Económica e Comercial.

4 Mar 2024

Economia | Macau volta a crescer com o fim da política ‘zero covid’

No ano passado, o PIB de Macau cresceu 80,5 por cento, impulsionado pelo turismo e pelas apostas nas mesas de jogo. Os números foram revelados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos

 

A economia voltou a crescer em 2023, com o produto interno bruto (PIB) a subir 80,5 por cento, graças ao fim da política ‘zero covid’ e à retoma do turismo. A informação foi divulgada na sexta-feira pelas autoridades.

O PIB de Macau atingiu 379,5 mil milhões de patacas, invertendo uma contracção de 21,4 por cento em 2022, de acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

A DSEC destacou, em comunicado, como factores favoráveis para a recuperação “a retoma gradual das actividades económicas locais e das exportações de serviços”.

Macau anunciou em Dezembro de 2022, o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

Por sua vez, o Interior levantou a 6 de Fevereiro de 2023 todas as restrições devido à pandemia de covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades.

Em resultado, o benefício económico das apostas realizadas por visitantes em casinos mais do que quadruplicou no ano passado, enquanto os outros serviços turísticos registaram aumentos de 127,9 por cento, sublinhou a DSEC.

Macau recebeu em 2023 mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior, enquanto as receitas do jogo quadruplicaram, para 183,1 mil milhões de patacas.

Os dados da DSEC mostraram que as despesas do Governo caíram 6,4 por cento, após o fim das medidas de apoio económico, que incluíram oito mil patacas para cada residente, montante que podia ser usado para efectuar pagamentos, sobretudo no comércio local.

 

Perto de 2019

A DSEC destacou que a economia de Macau no primeiro trimestre representa mais de 80 por cento do PIB em 2019, antes do início da pandemia.

O PIB per capita do território cifrou-se em 559.500 patacas em 2023, um aumento de 80,5 por cento.

Macau, com cerca de 681.300 habitantes, tem o décimo PIB per capita mais elevado do mundo, de acordo com dados compilados pelo Fundo Monetário Internacional.

Em Dezembro, a Universidade de Macau previu que a economia do território poderá crescer até 21 por cento em 2024, permitindo que o produto interno bruto (PIB) recupere até níveis atingidos antes da pandemia.

No entanto, a UM avisou que “Macau enfrentará incertezas”, sobretudo devido à “contracção do mercado imobiliário, bem como a dívida pública local e empresarial” no Interior.

O investimento em imobiliário na China continental caiu 9,4 por cento nos primeiros 11 meses do ano, revelou a 15 de Dezembro o Gabinete Nacional de Estatística do Interior, devido a uma crise que deixou casas inacabadas e levou à queda dos preços por metro quadrado.

Em Dezembro, a agência de notação financeira Moody’s baixou a perspectiva da classificação de Macau de estável para negativa devido ao “abrandamento estrutural da economia” do Interior.

4 Mar 2024

Moradores | Assuntos sociais e economia em debate com Ho Iat Seng

Ho Iat Seng pediu apoio político a Ng Siu Lai, presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM). A resposta foi afirmativa e a dirigente ainda se mostrou disponível para ajudar mais residentes a deslocarem-se para o Interior

 

A melhoria dos serviços sociais de Macau e a revitalização da economia comunitária foram dois dos assuntos discutidos numa reunião entre o Chefe do Executivo e Ng Siu Lai, presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM).

No encontro, de acordo com a versão Gabinete de Comunicação Social (GCS), Ho Iat Seng pediu o apoio da associação, que conta com três deputados na Assembleia Legislativa, e ainda uma postura pró-activa no âmbito dos assuntos sociais junto da população.

Segundo a informação oficial, Ho “disse esperar que a UGAMM, como sempre, apoie a acção governativa do Governo da RAEM, e persista com os seus objectivos de forma a dar continuidade à boa realização de serviços sociais e um maior apoio à população”.

O líder do Governo destacou também que a UGAMM está “enraizada em Macau há 40 anos” e que se tem “empenhado, ao longo dos tempos, na realização de trabalho comunitário, assim como tem dado o seu contributo activo no progresso da recuperação económica de Macau”.

No mesmo sentido, Ho Iat Seng garantiu que o governo “continua a promover a recuperação económica e a melhorar as condições da vida da população” e indicou como exemplos destas políticas o plano da revitalização das seis zonas históricas e culturais, a ‘Zona pedonal temporária instalada no bairro antigo da Taipa durante o Ano Novo Chinês’, e a Residência do Governo para Idosos.

 

Juras de lealdade

Por seu turno, a presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) afirmou que a prioridade da associação passa por contribuir para a integração dos residentes no Interior.

Ng Siu Lai prometeu também que a associação vai “continuar a colaborar com a acção governativa do Governo da RAEM, para expandir e realizar bem vários tipos de trabalho dedicado aos serviços sociais”.

A responsável afirmou igualmente que “face à integração gradual de residentes de Macau na Grande Baía e na Zona de Cooperação Aprofundada, a UGAMM tem-se deslocado activamente ao exterior, e alargado os serviços em vários locais para melhor servir os residentes de Macau”, pode ler-se na nota de imprensa.

Ng Siu Lai apontou também que o empenho da associação passa pelo “desenvolvimento de plataformas electrónicas, para que os membros utilizem os serviços da UGAMM de forma mais conveniente”.

Ainda no encontro, os Moradores prometeram que a associação vai celebrar o 75.º aniversário da implantação da República Popular da China e o 25.º aniversário da RAEM com várias actividades.

4 Mar 2024

“Quero Ser uma Cadeira de Plástico” em exibição no Cinema Emperor

O novo filme do realizador de Macau Mike Ao Ieong “Quero Ser uma Cadeira de Plástico” vai estar em exibição no Cinema Emperor de hoje a domingo. A sessão de hoje já está esgotada, mas para as sessões de amanhã e domingo ainda há bilhetes. As exibições de sábado e domingo estão marcadas para 15h30 e 17h40 e os bilhetes custam 115 patacas e têm legendas em inglês e chinês.

“Quero Ser uma Cadeira de Plástico” tem como tema central o problema da habitação em Macau, o carácter transitório de andar constantemente com a casa às costas em busca de um novo poiso, quase sempre exíguo.

A narrativa tem como epicentro a vida conturbada de Ming, que não consegue ultrapassar o facto de ter de partilhar espaço com o novo e sinistro namorado da sua irmã e a testemunhar as relações sexuais do casal. Confrontado com a necessidade de encontrar uma nova casa, e com um segredo inesperado a vir à tona, Ming conhece uma agente imobiliária que o ajuda a encontrar um novo lar. Ainda assim, a perseguição do namorado da irmã continua.

A sinopse explica melhor o título do filme de Mike Ao Ieong. “As pessoas costumam dizer que querem muito reencarnar num ser humano numa nova vida. Mas Ming gostaria de voltar como uma cadeira vermelha de plástico”, uma existência preferível à vida de infortúnios que leva.

 

Produção acidentada

“Quero Ser uma Cadeira de Plástico” estreou no Festival de Cinema Taipei Golden Horse, depois de anos de pára-arranca da produção, afectada pela pandemia.

Em entrevista ao semanário Plataforma, Mike Ao Ieong conta o processo, desde a candidatura ao Programa de Apoio à Produção Cinematográfica de Longas Metragens de 2018, que foi anunciado no final de 2019, pouco antes da estreia da pandemia, até chegar à fase de edição e pós-produção.

“A pandemia começou no início de 2020, e naquela época, temíamos nunca conseguir produzir o filme. Em 2021, a pandemia estabilizou e então pensei que se não fizéssemos o filme naquela altura, não saberia quando o poderíamos fazer. Naquela época, o actor de Hong Kong, Wong Hin Yan, que interpreta o protagonista “Meng”, veio a Macau e ainda teve de ficar 14 dias em quarentena, mas pelo menos conseguimos reunir-nos e filmar”, conta. A produção durou 19 dias.

Mike Ao Ieong, que conjuga o amor pela fotografia ao cinema, licenciou-se na Escola de Comunicação Visual da Universidade de Ciência e Tecnologia de Yunlin, em Taiwan. Com o filme produzido na China continental “Blue Amber”, ganhou o prémio de melhor cinematografia para Novos Talentos da Ásia, na edição de 2018 do Festival de Cinema de Xangai. É também um dos realizadores de ‘Estórias de Macau 2 – Amor na Cidade’, que foi a primeira longa-metragem de produção inteiramente local.

No currículo conta também com experiências a leccionar produção de vídeo no Departamento de Comunicação da Universidade de Macau.

3 Mar 2024

IC | Trocas de livros nos dias 9 e 10 de Março

A Biblioteca Pública do Instituto Cultural (IC) vai realizar, pela primeira, a actividade “Trocar um Livro por Outro” nos dias 9 e 10 de Março (sábado e domingo). No primeiro dia, a troca de livros está marcada para a área de lazer do Edifício Lok Yeung Fa Yuen no Fai Chi Kei e no dia seguinte no Jardim do Mercado de Iao Hon, entre as 12h e as 18h.

O IC refere que a actividade tem como objectivo estimular a promoção de leitura nos bairros comunitários e promover o conceito de “incorporar a leitura na vida quotidiana, esperando aumentar a circulação de recursos de leitura na comunidade”.

Os interessados devem respeitar algumas regras. “Cada residente poderá trocar no máximo de 20 livros durante o evento. Não podem ser trocados revistas, panfletos, livros publicados há 10 anos ou mais, guias para entrar numa escola de grau superior, livros didácticos, catálogos de eventos, livros de pano infantis, anuários publicados não localmente, livros jurídicos, guias de exames, livros de ciência e engenharia publicados há mais de cinco anos, livros informáticos editados há mais de três anos, guias turísticos editados há mais de dois anos, publicações periódicas com conteúdo pornográfico e/ou violento, publicações religiosas, livros sem licença de publicação ou com infracções ao Direito de Autor, livros danificados ou sujos, colecções e páginas incompletas, livros rasgados e livros com mais de cinco exemplares”.

A troca de livros deve ser proporcional, ou seja, quem levar três livros que respeitem as regras, poderá levar para casa três livros.

3 Mar 2024

A senhora – 6

E o fato sempre novo, por estrear guardado para um dia. Novo e velho cada vez mais velho também. Velho de tantos anos, quantos tinha de residente.
De lapelas estreitas e subidas. Guardado, embrulhado em papel, sempre o mesmo. Muito direito e dobrado pelos mesmos vincos. No baú de laca limpo e tornado a limpar e com aquele cheiro a bolor incontornável. E os livros. A desaparecer ano após ano nas necessidades, até restarem oito. Para sempre, nem que a fome vencesse todos os dias. Tudo pensado e repensado repetidamente. Dois para cada manga, dois para as bandas das lapelas, dois para os bolsos. Os mais amados. Sobre os bolsos. Tinham que ser aqueles. Sobre os bolsos em sinal de riqueza. O seu tipo de riqueza. Para fazer peso, para no dia em que fosse, fosse como engomado. Já só estes. Oito. A sobrar de rendas em atraso. Lidos, relidos e decorados sem querer. Sobre a enxerga escrupulosamente esticada de roupas e de frio a sobrar porque poucas. Ensaiado o momento ao longo dos anos, para correr como sonhado. As calças do fato, dobradas em duas pelos vincos quase cortantes, sob a almofada. E uma camisa branca, de tão guardada e dobrada, amarelada sem uso nas dobras. Para um dia.
E nos outros sempre a outra roupa em tudo igual mas mais puída e indefinida na cor. Vestígios de corrosão – ratos. Só a mala das figurinhas de sombra e dos cenários, sempre verificada e protegida como podia. Miserável. Como tudo se tornara. Quando deixou de acreditar. Que poderia vencer aquele bolor insano que sempre retomava o seu curso, resistente, forte em aroma e colorido difícil, cada vez mais difícil de desenraizar das roupas. Da cama, da casa. Se assim se podia chamar. A humidade a ressumar de todas as matérias e a chorar em veios que chegavam a escorrer como lágrimas. Mas todos os dias limpava escrupulosamente tudo o que havia e era pouco. Tudo sempre ao longo dos anos a pensar no dia. E no rigor do fato. Isso não podia falhar.
O homem velho que já só precisava de ganhar um mínimo. Mergulhado no caudal humano do Leal Senado, fechava mais cedo os painéis de pano de seda muito descorada e envelhecida, com a figurinha da senhora sem nome, cujo elemento distintivo era uma certa diferença no recorte do nariz, uma inclinação diferente da nuca, bem arrumada e entalada entre os painéis de tecido de seda antiga e grossa, já muito deslavados de sol chuva e bolores, e, tudo numa mala antiga de couro, resistente e gasta, que já começava a pesar em si, independentemente do conteúdo. Como uma idade. Ali. Poisada no chão. Ou uma vida. Ao lado do banquinho de fórmica castanha de abrir e fechar. De perna magra cruzada sobre perna magra, o cotovelo ossudo apoiado no joelho de cima e um olhar vago de resignação para todas aquelas pessoas que escorrem da rua da Palha para o largo. Iguais às outras de minutos antes.
No seu silêncio o homem velho sabia que todas as palavras se tornam nítidas por contraste e por se fazer a vida avançar. Correr ou estagnar no passado.
Pensou e sem concluir, limitou-se a fechar os três painéis de pano muito descorado, com a figurinha da senhora delicadamente protegida. Como filha.

E um dia foi. Atravessou a fronteira e soube que estavam ali à espera de o ver chegar. Próspero e saudoso. Imaginado. O ritual dos livros, dias antes, pesos a alisar o fato. E no dia que era, entristeceu nele uma coisa difusa e sem sentido e foi assim mesmo, deixando o fato para trás. Viu-os. Não de imediato. Mas algo simplesmente no arredondado da nuca da senhora muito velha. Muito pequena, muito enrugada e de olhos míopes. A senhora muito velha cujo único sinal distintivo era a curvatura da nuca enfeitada de um rabo – de – cavalo curto. Tingido de negro. Ele, magro e franzino de ombros, óculos de sol e bolsa marsupial na cintura baixa, a contrabalançar a ligeira curvatura das costas. Fato completo de poliéster. Devia ser ele. O menino que sobrara. Cujo sinal distintivo era um telemóvel no cinto das calças e um relógio grande, no pulso magro.
Olhou para si próprio de dentro e, ainda de longe, para eles. Estranhando como as coisas mudam, a realidade a tornar-se outra coisa, sem disso se fazer missão de vida. Como invisíveis obreiros, zelando. À espreita de sinais de alarme. Prévios. Aquele olhar duro. A segunda menina que não chegou a ver e que ela dera sem hesitar. Talvez isso. Ficando – sem o saber ainda – envolto numa pele de silêncio e, nessa melancolia irremediável, impedido de se ligar a um lugar e, agora, a um caminho.
Olhou. Num longo momento em que uma sucessão de décadas, sacrifícios e sonhos se esfumaram na simples visão do que esperara. De si e deles. De si que não estava ali, e deles que não sabia. Virou-se lentamente de costas e parou para sentir a eternidade pequena daquele movimento. E continuou a andar. Mas de regresso. Não o reconheceram, ou fizeram menção de lhe tornar fácil o momento. Um assomo de alegria e seria diferente. Qualquer coisa faria perigar este virar de costas. Mas não. Seguiu. Agora em frente. Afastando-se para sempre do que – soube no momento – nunca fora a cor, mas o sonho.

Percorreu ruas em cinzentos. Pensou no fato em cima da cama. Chegou. Os oito livros em rumo de desagregação de tanto resistirem às manchas do tempo. Da memória. Para o dia. Que foi um dia diferente do que era para ser. Retirou os livros e devolveu-o cuidadosamente às folhas de papel quase a rasgar nos vincos de muitos anos. Como um mapa de rios sinuosos a rasgar uma terra inóspita. Embrulhou como sempre. Desembrulhou.
Deitou-se pensativo à espera de um resto de sono que atravessasse outros dias até ali. Fazia contas aos anos. Dele, dos livros, do fato para o dia do encontro que passou sem ser.
(continua)

3 Mar 2024

FRC | Sábado repartido entre o Bel Canto e o Jazz

A Praia Grande vai estar animada este sábado com a apresentação de dois concertos bem distintos na Fundação Rui Cunha (FRC). À tarde, pelas 17:00, vai ter lugar o “Recital de Voz das Alunas de Mars Lei”. Mais tarde, pelas 21:00, o jazz toma conta da galeria com o habitual concerto mensal “Saturday Night Jazz”.

No período da tarde, o Bel Canto estará a cargo das sopranos Rainny Yan e Puey Zhu, que têm estudado com o professor de canto musical Mars Lei.

As duas sopranos, acompanhadas ao piano por Joyce Shen e Miriam Zheng, interpretarão peças para arte vocal e excertos de óperas, todas executadas nas línguas originais, dos compositores clássicos Gabriel Fauré, Vincenzo Bellini, Wolfgang Amadeus Mozart, Richard Strauss, Franz Lehár, Roger Quilter, Georges Bizet, Giacomo Puccini, Giuseppe Verdi e Johann Strauss Jr, indica o comunicado de imprensa da FRC.

Com o cair da noite, Eva Tana, uma das vozes locais mais activas na divulgação do Jazz no território, sobe ao palco da galeria para o primeiro concerto de 2024, com a Orquestra de Jazz de Macau.

Eva Tana é uma cantora de Jazz nascida e criada em Macau, especializada em música brasileira e Bossa Nova, que também toca guitarra acústica e compõe temas originais, com álbuns gravados e disponíveis no mercado discográfico da especialidade. Estudou música em Portugal e é amiga da MJPA, com quem toca frequentemente em concertos e festivais da região, indica a FRC.

A Orquestra de Jazz de Macau (MJO) é a outra convidada de honra deste concerto, agora recém-renovada e sob a direcção do Mestre em Música Jazz e saxofonista Gregory Wong.

O programa deste sábado conta com a co-organização da Associação Vocal de Macau (MVA) e da Associação de Promoção de Jazz de Macau (MJPA).

A entrada é gratuita.

3 Mar 2024

A senhora – 5

Volta-se a esta ideia como se volta sempre aos mesmos pensamentos, quando se apresentam, mesmo não querendo, como becos de cidade, por mais que conhecida. Sob as vistas de muitas janelas e ponto de encontro de portas fechadas ou não, mas que para o viajante não oferecem estalagem, antes o lembrando de que somente pode retornar sobre os passos levados até ali.
E os pensamentos do homem velho, depois do dia em que passou a sê-lo, eram circulares e obsessivos. Como se uma teimosia que não dominava o retivesse em passos circunscritos a um percurso de hábito, caminhando sobre os mesmos passos e dúvidas, encerrados uns e outros e sem outra possibilidade mais válida do que o abandono completo. Como cinzas a espalhar sobre o delta do rio sem elogio fúnebre, ou pasto para um sopro inesperado que delas fizesse elevar a vitoriosa fénix. Mas durante muito tempo, somente os passarinhos verdes aprisionados amorosamente em gaiolas bonitas como crânios repletos de sentidos, se ofereciam como metáforas.
E, se confiasse diariamente estes pensamentos que mesmo a si próprio já saturavam, nos seus vícios e estagnação próprios daquilo que não cresce mas degenera, ver-se-ia assim, pelos olhos dos amigos do muro do xadrez e dos passarinhos e cujos pensamentos também não adivinhava, com uma intolerância insuportável e imaginada maior que a sua, a este desfilar impotente e repetitivo de fantasmas.
Porque na sua mente, as mesmas ideias de todos os dias.
Quando foi que imperceptivelmente notou que nada o unia a este território, mesmo depois da estranheza inicial? Como nada o prendera ao cenário novo do outro país nos fulgores histriónicos da revolução. Quando se desviou do caminho de tempestuosas chuvadas de luz, cor e ruído. Tilintar de moedas e brilhos dourados. Quando pensou de novo, que afinal o sinal enorme que lhe marcava meio rosto, era sinal de separação. Sinal de mudança, de disjunção, sinal de esperança de intempérie de esforço de persistência de segregação de desistência. Afinal. Sinal em que a genética, ou mais superficialmente um sinal ao espelho, tempera para a vida induzindo sentidos, sem que tivesse que o ser. Tudo o separava de tudo como o seu rosto se separava em dois, como o teatro de luz e ausência de luz, a que dedicara a vida. E por detrás do qual se escondia o seu silêncio feroz. Poderia pensar que começara no dia do bilhetinho amarrotado a dizer que não viriam mais.
Mas fora bem antes, quando ainda lá, observou a impiedosa destruição da esfera privada, corroída por dentro porque também pelas mãos daquela cujas faces de textura de pêssego lhe iluminaram os dias e que entusiasticamente abraçou como suas e como seus, ideias e ideais. Nada podia ser pior do que essa solidão dentro das paredes de casa. Aquele incompreensível entusiasmo pelo pensamento único. Foi aí que se tornou – sem o saber ainda – envolto numa pele de silêncio e numa melancolia irremediável impossível de se ligar a qualquer lugar. Demasiados traços de destruição do passado. E, mais tarde em Macau, demasiados sonhos com um dia no futuro.
Pensava às vezes nisso. Sem querer.
Estranhando como o grau de existência muda, sem que disso se tenha que fazer missão de vida. O que é real a tornar-se uma outra coisa. Como estranhos e invisíveis obreiros, zelam. À espreita de todos os sinais de alarme. Prévios. Previdentes. Aquele olhar de brilho metálico. A segunda menina – depois do filho homem. Que não chegou a ver e que ela dera sem hesitar. Talvez isso. Talvez tenha fugido disso.


A senhora, naquele meio de tarde, afasta-se com a mesma indefinição alheada da zona norte que manterá à chegada às primeiras ruas reconhecidas.


No fim esta era a única figura pela qual zelava carinhosamente como ponto de chegada ou mesmo síntese de todas as histórias contadas e que já nada interessavam. Mas dizendo fim, cabe aqui ao narrador emendar essa expressão saída de um preconceito que não quer validar, mas sim editar. E dizer de outro modo: mais tarde. Só a história não contada desta personagem única e estrangeira. Nem sequer intuída porque é somente uma não história. Sintetizada como numa cristalização apurada, num único momento em que se cruzaram ruas na zona norte, colocando ali no mesmo momento duas pessoas com a mesma relação de estranheza com o território envolvente. Permitindo intuir em dois únicos fotogramas comparados, uma fuga idêntica, mesmo se não sublinhada pela geografia ou pela história. Duas pessoas que desfiaram a certa altura um rol de critérios talvez análogos de pertença ou exclusão de identificação ou alienação. Seres estranhos ao lugar, em busca de uma esfera mais alargada do que a sua bolha sucinta, que se ligasse a este outro lugar. Um, encontrou-se na imagem do outro. Um dia tivera que a criar. Como reflexo de toda a prolongada e densa sensação de que o que vira era o que o definia desde sempre. Lá na terra grande, como ali. Desenraizamento e alienação. Ao espelho.

Ela olha-o com um súbito afecto (como de criatura criada ou criadora de uma visão quase sólida) e vê o homem velho estrangeiro e já não só estrangeiro para si. Mas estrangeiro em si. De um território ou de um mundo em geral. Sem demais pontes de comunicação do que aquelas. Tecidas no silêncio dos fios e com as varas finas.
Arrumou os fios. Ela arrumou-se melhor na teia dos fios. Sorriu de forma lunar, quase para o lado de dentro do rosto. Quase para ninguém, talvez só para si ou para o homem velho que já quase se desprendia dos fios tocando-os. Porque o desenhara com o alarado sinal cinza escuro no rosto quase a extravasar o queixo? Arrumou-os na diligência de que se não embrulhassem e fizessem nós, de vida, de desarrumação a mais. Guardou uma suave impressão do homem muito velho que se fizera pessoa. Arrumou os fios e o cenário. Deixou-o ir. A partir daí.

Ou foi ilusão sua, de personagem que não soube que era.
(continua…)

3 Mar 2024

Concerto | Cigarettes After Sex regressam a Hong Kong em Janeiro

A relação amorosa entre a banda Cigarettes After Sex e Hong Kong vai conhecer um novo episódio no início do próximo ano. A banda de El Paso, Texas, anunciou ontem uma tour mundial que depois de Lisboa passará por Hong Kong a 9 de Janeiro. Um dia antes divulgar as datas dos concertos vindouros, a banda anunciou o lançamento do seu terceiro álbum “X’s”

 

Um ano e meio depois do último concerto em Hong Kong, os Cigarettes After Sex vão regressar à região vizinha na tour que irá mostrar ao mundo o novo disco da banda texana. O concerto está marcado para o dia 9 de Janeiro no Hall 5 do Asia World-Expo mas os bilhetes ainda não estão à venda. Mas se o passado servir de referência, os ingressos vão desaparecer rapidamente depois de serem colocados à venda.

A boa nova para os muitos fãs da banda surgiu nas redes sociais. “Estamos absolutamente entusiasmados em anunciar que a tour do disco “X’s” arranca a 31 de Agosto. Podem inscrever-se para aceder antecipadamente aos ingressos, com o período de pré-venda a começar a 5 de Março e a venda normal a começar a 8 de Março. Os bilhetes para os concertos na Ásia vão ser postos à venda brevemente. Serão anunciados mais concertos na América do Sul, Médio Oriente e Ásia. Como muito amor e carinho, mal podemos esperar por ver-vos brevemente”, refere a banda na publicação que anuncia as datas da tour.

A última data antes de Hong Kong, para já, é Lisboa com um concerto marcado para o dia 21 de Novembro no Altice Arena. Depois de Hong Kong, a banda segue para Kuala Lumpur para actuar no dia 11 de Janeiro, seguindo-se Manila, Jacarta e Banguecoque nos dias 14, 17 e 21 de Janeiro, respectivamente.

A última vez que a banda de Greg Gonzalez, Jacob Tomsky e Randall Miller actuou na RAEHK foi no dia 10 de Julho do ano passado, num concerto com lotação esgotada no Star Hall do Kowloon Bay International Exhibition and Trade Center, e antes disso em 2018 no alinhamento do Clockenflap Festival.

 

À terceira é de vez

Os dias que correm são excitantes para os fãs dos Cigarettes After Sex. Não só a banda voltará à estrada, como trará na bagagem um novo disco. “X’s”, o terceiro álbum da discografia de Gonzalez e companhia, será lançado no dia 12 de Julho.

Para antecipar o novo disco, os Cigarettes After Sex adiantaram o single “Tejano Blue”, que indica que a sonoridade da banda mantém-se firme em territórios de melodias suaves, guitarras oníricas depositadas em cima de uma batida leve. Minimalismo à moda dos Cigarettes After Sex, carregado de reverb.

Mais uma vez, o Greg Gonzalez revela a influência dos seminais Cocteau Twins no estilo musical que transpira do novo single, e de toda a discografia da banda (assim como as óbvias influências de Mazzystar). Mas também foi buscar inspiração nas influências latinas que absorveu ao crescer em El Paso, principalmente a Selena a rainha da cumbia texana, uma mistura de música tradicional colombiana com laivos de “old americana”.

3 Mar 2024

A senhora – 4

Entre os dias e os meses e os anos do início nesta terra, já então em tudo diferente, o homem então jovem, parece intuir o gesto de uma curva. Suave e lentamente a crescer do muito difícil, do sem nada para começar, crescendo lento para uma forma que se insinuava, a desenhar-se neste secreto elaborar com um fim preciso. Amealhar para eles, segurança e sentido, leveza e fé. Não aquela de antepassados abandonados em altares para lá de uma imensa e densa fronteira. Mas uma fé igual à dos pais que secretamente lhe fizeram chegar uma pequena quantia de dinheiro guardado e restos secretos e poucos de joias de família. Segredo perigoso para acompanhar o filho em fuga para melhor. Com o que puderam e sem hesitar perdê-lo.
Queria pensar que a mulher que um dia, porque o tempo corre, iria passar a ser a mulher muito velha, aquela cujo elemento de distinção em tempos fora apenas a curvatura imutável de uma nuca, e um colorido fresco no rosto e esquecendo depois a expressão mutante do olhar, não ia descurar os frutos e figuras recortadas em papéis de prosperidade, fatos e iguarias umas mais reais do que outras, na mesma e imutável irrealidade de venerar. No altar doméstico abandonado. Os mortos. Os mortos queridos ou os mortos que a família uniu antes de o ser numa conjuntura de encadeado para sempre. Que a mulher não iria deixar de acender as velas dos antepassados. Mas estavam longe. Antepassados com país, mas longe nos seus altares domésticos. Não fora já longínqua a forma de serem mortos na vida dos vivos. Pensa. O homem muito velho vindo dessa China imensa e mutável em que um dia não reconheceu a sua terra e a si.

Fugido. Para emendar um sonho. E trabalhar para ganhar o que lhe pudesse trazer o princípio do sonho até ali, de novo a rapariga jovem de tranças, faces frescas e queixo decidido. E o filho pela mão.
Noites dramáticas de agonia, expectativa e frio a entranhar-se na alma, encharcada de temor como os corpos no canal. Quando o dinheiro finalmente era suficiente para virem. E levados de volta. E voltando, quando muito tempo depois, o dinheiro voltava a chegar. E levados de volta. E voltando. E levados de volta e um dia não voltaram mais. Não queriam. Ao longo de anos, bilhetes espaçados a combinar a vida. Ao ritmo desesperante e lento em que as economias se somavam até à quantia necessária. E no dia em que pararam de chegar e eles não voltaram a tentar, em que foi dito que ela não voltaria mais, com o filho pela mão a arriscar nas águas do canal vidas e o dilema do entusiasmo patriótico, o homem envelheceu numa noite. Não começou a envelhecer como muitas vezes um pouco de cada vez a cada perda, a cada desilusão e a cada dor mais persistente. Simplesmente envelheceu. Tudo de uma vez. Deitado de lado sem dormir, com uma cinta de aço a tolher-lhe o peito e o pensamento vazio. Na mão o bilhete escrito e definitivo e ao lado o sonho que morreu. Em sombra.


Sempre mentalmente se referiu a ela simplesmente como a senhora. Talvez por respeito, seguramente por distância. Aquela a partir da qual a observara e aquela que nela intuía. A da estranheza e do hiato curvo, que como uma auréola a circundava. Por isso estava bem. Assim sem nome nem história de vida. Personagem única. No primeiro olhar, algo dele voou para aquela estrangeira, desligada e leve, errática a palmilhar ruas para trás e para diante, num cenário estranho, como um símbolo. Uma figura plana, assim vista de fora, em sombra e estranha. Talvez adivinhasse nela a incapacidade de prender. Pessoas em laços. Recortou-a em materiais delicados transparentes à luz. E nos seus movimentos, projectou a alma à procura de definição e sentido, naquele ser desligado e eco. Como espelho em que finalmente visse estacionar o reflexo de toda aquela densa impressão do que o definira desde sempre. Como neste território, que durantes décadas custou a acolhê-lo. Resistência sua. Quase desistência.
E no entanto, muitos anos passaram em que acalentou a ilusão de que a ligação ao território iria crescer. O peso da sombra no chão, a identidade nele. Com o cartão. E que um dia se sentiria em casa, no presente. Não na expectativa nem na memória. O território a crescer na razão inversa de si. A terra a nascer imparável e ruidosa numa modernidade predadora e o corpo a implodir sem comida forte nem remédio. O lugar a tornar-se irreconhecível como ele, mas na razão directa de si. Contudo, foi ao olhar de frente essa estranheza a ganhar território em si, um dia no centro da cidade, que entendeu que daí crescera afinal e distraidamente uma vida. Um outro. Como se largada uma pele sem préstimo e ressequida dos anos, outra por debaixo em espera, aparecesse afinal fresca, idosa e nova. Com uma memória de perda do lugar em metamorfose e quando perda significa posse.

Ela olha-o e vê o homem velho muito velho estrangeiro em si. Sem mais pontes de comunicação do que aquelas. Tecidas entre varas finas. E a senhora, sem se saber no teatro de uma peça desconhecida, sentiu o aroma inconfundível a bolor e deitou-se naquele calor abafado e húmido. Esperando que a chuva não invadisse a mala velha de cabedal. E num momento ou outro dormir. Se estivesse escrito.
A senhora cuja única distinção para lá de ser contrastante numa rua onde todos sabiam para onde ir, era não se saber parte de uma história desconhecida, em que o papel desempenhado não era o seu, mas o dele, ou nem isso, apenas uma figuração muda da ideia de aprisionamento na exterioridade inevitável daquele lugar. Sentiu de novo um odor enjoativo aos bolores de várias idades, uma ligeira e incomodativa sensação de sufocar e virou-se ou a isso foi obrigada pela posição dos painéis guardados, para dormir naquele calor abafado e húmido. A repetir para dentro como um mantra, que a chuva não entrasse a pouco e pouco pela tampa da mala um pouco fora de forma. Se não estivesse escrito.
(continua…)

3 Mar 2024

Hotelaria| Registado novo recorde com 1,32 milhões de hóspedes em Janeiro

Os estabelecimentos hoteleiros de Macau fixaram um novo recorde, ao acolherem mais de 1,32 milhões de hóspedes em Janeiro, o número mais elevado de sempre para o primeiro mês do ano, foi ontem anunciado.

De acordo com dados oficiais da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o número de hóspedes nos 46 mil quartos em 141 hotéis e pensões da região chinesa subiu 55,7 por cento em comparação com o mesmo mês do ano passado e 7,4 por cento face a 2019.

O anterior recorde para Janeiro, quase 1,23 milhões de hóspedes, tinha sido fixado no início de 2019, antes da pandemia de covid-19, numa altura em que Macau tinha apenas 39 mil quartos em 116 estabelecimentos hoteleiros.

Apesar do aumento do número de quartos e de hotéis e pensões, a ocupação média atingiu 85,9 por cento, mais 14,5 pontos percentuais do que em Janeiro de 2023, mas ainda longe da taxa de 93 por cento registada em 2019.

O preço médio dos quartos de hotel em Macau também aumentou em Janeiro, mais 19,2 por cento em comparação com o mesmo mês de 2023, de acordo com dados da Associação de Hotéis de Macau, que reúne 43 hotéis locais.

Um relatório, divulgado pela Direção dos Serviços de Turismo, revelou que o preço médio se fixou em 1.397 patacas no mês passado, mais 6,8 por cento do que em Janeiro de 2019, antes do início da pandemia.

Os números traduzem uma recuperação no sector do turismo de Macau, que começou, a partir de Dezembro de 2022, a cancelar a maioria das medidas de prevenção e contenção no território, que, à semelhança da China continental, seguiu a política ‘zero covid’.

No início de Janeiro de 2023, a região chinesa abriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo turistas, invertendo uma proibição que durou quase três anos.

Em 2023, os hotéis e pensões de Macau acolheram 13,6 milhões de hóspedes, mais 165,4 por cento do no ano anterior, e com uma ocupação média de 81,5 por cento, mais do dobro do registado em 2022, revelou a DSEC.

3 Mar 2024

Macao Water | Prevista subida de 5,5 por cento do consumo

A empresa de abastecimento de água de Macau prevê que ao longo deste ano o consumo de água aumente 5,5 por cento em termos anuais. A directora da empresa, Nacky Kuan Sio Peng, indicou que vão começar as obras de assentamento de condutas de água na Zona A dos Novos Aterros Urbanos e no lote P da Areia Preta

A directora executiva da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (Macao Water), Nacky Kuan Sio Peng, afirmou ontem que espera um aumento de consumo de água este ano na ordem dos 5,5 por cento. Em declarações à margem de um Almoço de Ano Novo Lunar com órgãos de comunicação social, a dirigente justificou a estimativa com crescimento da actividade comercial e do turismo.

Em parte, o aumento da água consumida terá relação com a retoma económica e com o facto de no ano passado o restabelecimento da normalidade nas fronteiras foi sentido em Macau com a retoma do turismo de forma faseada.

“Após a reabertura total das fronteiras no início do ano, Macau registou um aumento contínuo das chegadas de visitantes e um aumento de 7 por cento no bombeamento anual de água, o qual atingiu os 97 milhões de metros cúbicos. A empresa acredita que, com o crescimento económico de Macau, o bombeamento anual a nível local deverá, este ano, atingir mais de 100 milhões de metros cúbicos, equiparando-se a 2019”, acrescentou a empresa em comunicado.

A inauguração da Estação de Tratamento de Água de Seac Pai Van foi também mencionada por Nacky Kuan Sio Peng, que afirmou que a nova estrutura “activou uma rede de abastecimento de água com dois centros na Península de Macau e nas Ilhas”. Isto abriu a possibilidade à empresa para remodelar completamente a Estação de Tratamento de Água da Ilha Verde, trabalho que ficou concluído no ano passado.

Água vem, água vai

Nacky Kuan Sio Peng indicou que o “Plano de Apoio Financeiro para Reparação das Instalações de Abastecimento de Água de Edifícios Baixos”, que arrancou em 2021, irá estender-se até Março de 2025. O plano destina-se a ajudar proprietários de edifícios antigos a remodelar as instalações de abastecimento de água, incluindo canalizações e contadores. Com a atribuição de 100 milhões de patacas, a dirigente está satisfeita com os resultados alcançados ao longo de três anos do plano, que, “até à data, já beneficiou mais de 6.000 unidades habitacionais”.

Para este ano, a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau irá proceder aos trabalhos de substituição de filtros na estação de tratamento II do reservatório do porto exterior e de contadores. Além disso, a empresa vai começar este ano as obras de assentamento de condutas de abastecimento de água na Zona A dos Novos Aterros Urbanos e no lote P da Areia Preta.

 

3 Mar 2024

Volkswagen e Xpeng desenvolvem dois carros eléctricos para o mercado chinês

A Volkswagen assinou um acordo com a chinesa Xpeng para desenvolverem dois modelos eléctricos para o mercado chinês, foi ontem anunciado, numa altura em que a fabricante alemã tenta recuperar terreno no país.
Numa declaração enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a Xpeng confirmou que o acordo inclui também um programa de aquisição conjunta de peças e plataformas utilizadas por ambas as empresas.
“Combinando as conceituadas capacidades de desenvolvimento e engenharia de veículos da Volkswagen com as tecnologias de veículos eléctricos inteligentes da Xpeng, levaremos os melhores veículos eléctricos inteligentes aos consumidores chineses”, afirmou He Xiaopeng, fundador e director executivo da empresa chinesa.
O responsável da Volkswagen na China, Ralf Brandstätter, lembrou que “no maior mercado mundial de veículos eléctricos e com as mais altas taxas de crescimento, a rapidez é crucial quando se trata de explorar segmentos de mercado promissores”.
“A fim de aumentar de forma constante a nossa carteira local, estamos a expandir as nossas próprias capacidades de desenvolvimento” no país asiático, acrescentou.
O executivo alemão considerou que a parceria com a Xpeng “não só acelera os tempos de desenvolvimento, como também aumenta a eficiência e optimiza as estruturas de custos”, o que significa um “aumento significativo da competitividade num ambiente de mercado altamente sensível aos preços”.

Foco eléctrico
De acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post, os dois modelos vão ser lançados no mercado chinês em 2026 sob a marca Volkswagen e o desenvolvimento conjunto vai permitir reduzir em 30 por cento os prazos de entrega.
O jornal salientou que a Volkswagen, tal como outras marcas ocidentais, está a tentar recuperar terreno na China face ao forte impulso das marcas locais. No ano passado, o grupo alemão vendeu 3,24 milhões de unidades na China, um aumento de 1,2 por cento em relação ao ano anterior, num mercado que cresceu 5,6 por cento.
No sector eléctrico, onde as empresas locais já levam um grande avanço, a Volkswagen vendeu mais 23,2 por cento de veículos eléctricos, em 2023, mas o seu total ascendeu apenas a 191.800 unidades, enquanto o mercado total – incluindo também os híbridos – atingiu 8,9 milhões de unidades na China.
A fabricante automóvel alemã Volkswagen pagou, no ano passado, 630 milhões de euros por uma participação de 4,99 por cento da marca chinesa Xpeng, visando o desenvolvimento conjunto de veículos eléctricos.

3 Mar 2024

Empresas contrataram quase 26 mil não residentes no espaço de um ano

As empresas de Macau contrataram quase 26 mil trabalhadores sem estatuto de residente nos últimos 12 meses, de acordo com a informação divulgada ontem.

Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, no final de Janeiro, o território tinha 177.561 trabalhadores não residentes, mais 25.683 do que no mesmo mês do ano passado.

Em Janeiro de 2023, a mão-de-obra vinda do exterior, incluindo do Interior, tinha caído para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014, uma redução causada pela grave crise económica, gerada pela pandemia e medidas de da política de zero casos de covid-19.

A cidade perdeu quase 45.000 não residentes (11,3 por cento da população activa) desde o pico máximo de 196.538, atingido em Dezembro de 2019, antes de a pandemia começar a afectar o território.

As estatísticas, divulgadas ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que o número de trabalhadores não residentes tem vindo a aumentar há 12 meses seguidos, atingindo o valor mais elevado desde o final de 2020.

Hotelaria em destaque

O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou nos últimos 12 meses, ganhando 13.110 trabalhadores não residentes, seguido da construção civil (mais 2.950) e dos empregados domésticos (mais 2.788).

A área da hotelaria e a restauração tinha sido precisamente a mais atingida pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo despedido mais de 17.600 funcionários não residentes desde Dezembro de 2019.

A economia de Macau ainda está a recuperar da crise económica criada pela pandemia, que levou a taxa de desemprego a atingir 4 por cento no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006.

A taxa de desemprego caiu para 2,3 por cento no final do ano passado, um valor ainda assim aquém do mínimo histórico de 1,7 por cento atingido antes do início da pandemia.

3 Mar 2024