João Santos Filipe Manchete SociedadeIC | Sugestões de Leong Sun Iok sobre espectáculos ignoradas Leong Sun Iok perguntou pela anunciada avaliação das autoridades centrais ao rumo de desenvolvimento da ‘Cidade de Espectáculos’, mas ficou sem resposta. Também a sugestão de se realizar uma exposição com 84 pinturas japonesas Ukiyo-e foi ignorada pela presidente do IC, Leong Wai Man No ano passado, Ho Iat Seng afirmou que o rumo de desenvolvimento da ‘Cidade de Espectáculos’ iria ser avaliado pelas autoridades centrais. O deputado Leong Sun Iok pretendia saber se a avaliação já tinha sido feita, ou quando iria ser feita, e até fez uma interpelação escrita sobre o assunto. Contudo, ao fim de semanas à espera da resposta, ficou na mesma. A resposta assinada por Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural, ignorou completamente o assunto. A resposta foi partilhada ontem pelo deputado e em nenhum aspecto é referida a prometida avaliação pelas “autoridades relevantes do país”. Nas perguntas enviadas pelo deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) era também sugerido que o Executivo fizesse uma exposição com as 84 pinturas japonesas “Ukiyo-e”, adquiridas pelo Governo entre finais de 1987 e 1989 e depositadas no Banco Nacional Ultramarino. Na resposta de Leong Wai Man também nunca foi mencionada a sugestão. Por outro lado, o deputado queria ainda saber se o Governo iria criar um “mecanismo permanente” para que o território tivesse capacidade para organizar espectáculos internacionais de grande dimensão. A pergunta foi colocada após as actuações do maestro japonês Joe Hisaishi, conhecido por fazer as bandas sonoras para os filmes de Miyazaki Hayao, ter gerado uma procura muito superior aos lugares disponibilizados. Mais uma vez, a resposta de Leong Wai Man não abordou o assunto. Repetição de slogans Ao invés, o documento assinado pela presidente do Instituto Cultural repete os vários slogans adoptados pelo Governo nos últimos anos, como a estratégia de desenvolvimento da economia 1+4. Leong indica também que a aposta no desenvolvimento da cultura passa pela criação de uma “plataforma internacional de intercâmbio artístico e cultural” no âmbito da aposta em transformar Macau numa cidade de espectáculos. “Para se esforçar na construção de Macau como ‘Cidade de Espectáculos’, o Governo da RAEM concentra-se em implementar várias medidas, designadamente, a construção de uma plataforma internacional de intercâmbio artístico e cultural, a realização de exposições e espectáculos que possam contribuir para o aumento de intercâmbio cultural entre a China e países estrangeiros”, afirma a presidente do IC. A par destas medidas, a dirigente promete ainda que está a ser desenvolvido um reforço da “atracção do mercado de espectáculos da RAEM a nível internacional” e da promoção do “desenvolvimento integrado da cultura com outras áreas”, para melhorar a imagem do território como um polo cultural. As áreas que vão ser aposta com a cultura não foram indicadas. Leong Wai Man também não explica como é que o Governo de Macau vai conseguir alcançar este objectivo, quando cancela espectáculos que são permitidos no Interior, com base no teor de cariz sexual, como aconteceu com uma das actuações no Festival Fringe, classificada para maiores de 18 anos.
João Santos Filipe PolíticaSaúde | Si Lai Kuan pede mais centros na Taipa A membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, Si Lai Kuan, considera que as instalações públicas existentes na zona são insuficientes e que a Taipa precisa de mais centros de saúde. As declarações foram prestadas pela conselheira na última reunião do Conselho, e citadas pelo jornal Ou Mun. Segundo Si, quando os residentes da Taipa precisam de recorrer a centros de saúde públicos, apenas têm como opções os centros dos Jardins do Oceano e de Nossa Senhora do Carmo-Lago. A outra opção, passa pelo Hospital Conde São Januário, o que implica uma deslocação à península, que é muito mais complicada no caso em que os residentes transportam crianças doentes. Para a advogada, o problema é mais sentido nesta fase do ano, porque o clima faz com que sejam mais propícias infecções por gripe, covid-19 e outras doenças respiratórias, que fazem com que as clínicas tenham mais pacientes. Neste cenário, Si Lai Kuan considerou ser essencial que as autoridades criem mais centros de saúde para corresponderem à procura dos residentes. Em relação ao programa dos vales de saúde, em que o Governo atribui 600 patacas a cada dois anos aos residentes, Si Lai Kuan considerou que são uma ajuda cada vez mais limitada. A conselheira atacou assim o facto de o valor não ser actualizado há vários anos, o que faz com que sirva cada vez menos o propósito de ajudar os residentes.
João Santos Filipe PolíticaTaipa Velha | Conselheiros querem mudanças no trânsito Vários conselheiros do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas defendem que o Governo deve melhorar as vias pedonais na Taipa Velha, principalmente nos casos em que a Rua do Cunha é fechada ao trânsito. Os pedidos foram feitos antes da ordem do dia da reunião do conselho de terça-feira. Segundo Wong Keong Kuan, coordenador-adjunto do conselho, na próxima vez que as autoridades decidirem encerrar as vias à circulação do trânsito, devem comunicar atempadamente com os moradores, para que estes se possam preparar atempadamente. Wong defendeu ainda que as autoridades devem criar melhores alternativas de transporte, e garantir que as paragens de autocarros entram em funcionamento rapidamente, depois das vias serem reabertas ao trânsito. Já Ieong Weng Seng, defendeu a necessidade de optimizar as vias pedonais daquela zona, para criar um ambiente mais agradável e considerou que para melhorar a promoção do consumo local, o Governo devia ponderar emitir vales de consumo. Estes vales seriam emitidos para os turistas utilizarem naquelas zonas. Por sua vez, a coordenadora-adjunta Ng Hong Kei considerou que a iniciativa de fechar a Rua do Cunha ao trânsito gerou “certos resultados positivos”. No entanto, apontou que os resultados contrastam com o espaço da antiga Fábrica de Panchões Iec Long, que no seu entender está a falhar na atracção de turistas. Face a esse cenário, Ng acrescentou ser importante tornar mais visíveis os acessos à antiga Fábrica de Panchões, com a instalação de mais indicações.
João Santos Filipe Manchete PolíticaPonte HKZM | Cobrança de 500 patacas para sorteio gera polémica Vong Vai Tin, membro do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas, considera que a cobrança é inútil, dado que não afasta as pessoas de concorrerem a quotas que não utilizam O membro do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários das Ilhas, Vong Vai Tin, criticou a opção do Governo de cobrar 500 patacas aos participantes do sorteio de atribuição de novas quotas para circular na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. A crítica foi feita na terça-feira, através de uma intervenção antes da ordem do dia na reunião do conselho, e citada pelo Jornal Ou Mun. Na perspectiva de Vong Vai Tin, o montante não é significativo para impedir que as pessoas se candidatem às novas 2.500 quotas disponíveis, pelo que não funciona como um mecanismo de triagem. O conselheiro considera igualmente que nestas condições a utilidade de impor mais um pagamento aos candidatos, mesmo para quem não consegue obter uma quota, é praticamente nula. Por outro lado, o conselheiro indica existir uma dualidade de critérios, dado que as pessoas que estão inscritas no programa para circular de carro na província de Cantão não têm de fazer qualquer pagamento: “Porque é que temos uma cobrança de 500 patacas nesta fase?”, questiona Vong. “No caso do programa para circular na província de Cantão, não há qualquer pagamento. Por isso, como é que as autoridades explicam esta cobrança? Qual é a intenção?”, interrogou. Pouca utilização Na intervenção, Vong Vai Tin abordou igualmente a situação da maioria dos condutores com quotas para circular para Hong Kong. Segundo as declarações do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, entre as 7.000 quotas disponibilizadas, apenas cerca de 350 são utilizadas com frequência. O conselheiro reconhece que é um problema ter pessoas a pedir quotas que não utilizam. Mas pede mais medidas, além do pagamento de uma taxa de 500 patacas no sorteio. “Como detectaram que existem muitas pessoas que pediram quotas mas raramente as utilizam, será que vão tomar medidas para evitar este desperdício?”, perguntou Vong. Também para promover uma maior utilização do serviço, em vez de exigir o pagamento de uma taxa de 500 patacas para participar no sorteio, o conselheiro considera que deveria ser adoptado um sistema de pontos. Assim, cada passagem da ponte iria gerar um determinado número de pontos. Se os condutores não alcançassem uma pontuação mínima ao longo de um certo período de tempo perderiam a quota ou teriam de pagar uma penalização. Recentemente, o Chefe do Executivo aprovou a emissão de mais 2.500 quotas para viajar entre Macau e Hong Kong, através da ponte. Entre estas quotas, 2.000 vão ser destinadas a veículos privados, enquanto 500 têm fins comerciais.
Nunu Wu Manchete PolíticaPatriotismo | O Lam quer maior divulgação de abastecimento alimentar A número dois do Instituto para os Assuntos Municipais afirmou em Pequim que Macau deveria reforçar o patriotismo divulgando à população que a imensa maioria de mercadorias frescas e congeladas são provenientes da China. O Lam acrescenta ainda que Macau tem locais de turismo comunista que podem ser usados para fortalecer a identificação com a nação A vice-presidente do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) O Lam considera que a proveniência de produtos alimentares que chegam a Macau é um trunfo que poderia ser explorado para fomentar o nacionalismo entre a população. Ouvida pelo jornal Ou Mun, a responsável que está em Pequim a integrar a delegação de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), defende que o Governo de Macau deve divulgar às novas gerações o facto de que a larguíssima maioria dos produtos alimentares frescos e congelados chegam à RAEM vindos do Interior da China. O Lam citou a expressão “Três Comboios Expresso”, um slogan do Governo Central que partiu de uma ordem de Zhou Enlai que ordenou que três comboios partissem todos os dias em direcção a Shenzhen de Xangai, Wuhan e Zhengzhou transportando produtos alimentares para Hong Kong e subsequentemente, para Macau. Os três comboios permitiram o abastecimento de Macau e Hong Kong com alimentos em melhores condições sanitárias e reduziu em dois terços a chegada de produtos às duas cidades. O Lam defende que esta história deveria voltar a ser contada aos mais novos, “para que os residentes possam apreciar a nação na ponta da língua”, escreve o Ou Mun. Seguir o líder A responsável do IAM sublinha que “para fazer um bom trabalho no capítulo da educação patriótica, é fundamental seguir as instruções e exigências que o Presidente Xi Jinping deu para Macau”. Para tal, é preciso conseguir uma boa coordenação de todos os departamentos do Governo da RAEM e mobilizar o entusiasmo de todos os sectores da sociedade, aponta O Lam. Por fim, a responsável gostaria de ver em Macau uma maior aposta naquilo que se designa no Interior da China como turismo vermelho, ou seja, a promoção do Partido Comunista Chinês através de visitas a locais históricos do movimento político. A aposta na “cultura vermelha” será uma via para estimular a vitalidade do patriotismo e a coesão social no território. O Lam salienta que Macau tem vários locais que podem ser explorados para turismo vermelho, em conjugação com outros recursos turísticos e propagandistas na Grande Baía. “Estas histórias vermelhas reflectem a ligação de sangue entre Hong Kong, Macau e a pátria. Temos de apreciar e aproveitar bem estes recursos vermelhos para encorajar a juventude na integração no desenvolvimento nacional”, indicou a vice-presidente da administração do IAM.
Amélia Vieira VozesSamaritana Diz uma lenda encantada que o bom Jesus morreu de amores, o que por si só é belo como as lendas, e muito mais maravilhoso se torna junto a uma fonte. E que fonte, que divisória é esta onde a sede jorrava entre povos tão desérticos e sedentos? A de Jacob. E foi ali, território dos seus antepassados, que dividiam o disputado elemento, que Jesus morto de sede pede o seu quinhão a uma bela mulher que sua urgência fez imperativa. O que se segue é deleite puro, Jesus oferece qualquer coisa como água da vida àquela mulher de cinco maridos que com relutância se esquivava à oferenda de um homem só vagueando pelo deserto onde suas profundas sedes se contemplaram. Seria a sede divinal que expandiu a sua legião para outras vertentes tão bonitas quanto derramadas por águas frescas de um sacerdócio que contemplou amores junto às fontes sem importar a origem de cada um?! Seria, certamente. Esta fonte antiga está algures no local das trevas do conflito que vemos como uma queda no poço profundo da nossa Humanidade, e pensar em idílios como este é pura especulação neste nosso tempo onde existem “sacristias” para VIPES higienizadas em atmosferas nazis para recurso ao prazer, onde estes acasos estão certamente fora de uma qualquer lembrança. Mas talvez uma saudade indecifrável nos habite para nosso transtorno na funda natureza desse remoto amor de águas claras. Os lúbricos oásis «Spas» onde a água escorregue para adensar o des astre do vazio, e o sémen encolhe para não haver contacto, apenas para “apimentar” cadeias de desgraçados que não sabem onde meter os órgãos gentis nessas águas de Tântalo, são traições à sede da fonte, e já nada consubstanciam de dádiva ou acaso que façam dos encontros acasos destinados. Esta plebeia de Sical que, não sendo da tribo de David, também pretendia água desta fonte, é afinal a mulher cuja saciedade também não fora encontrada, e diante de um homem que mais que implorando, procurava eliminar todas as sedes, ainda argumentara sua condição de estrangeira para impedir qualquer coisa que apesar de tudo simplesmente a encantou. – Que estes actuais charcos onde encontros se dão entre piscinas e invólucros são muito mais estrangeiros face ao elemento arquetípico, que este humano está secando como os velhos e refrescantes chafarizes das cidades. A este estratagema todo líquido, fontanário, casual, chamamos enamoramento, mas nunca nessa visão vertiginosa no cimo dos mastros, porque bem sabemos que os Oceanos não dão de beber. E regressamos à fonte. É o enamoramento dado pela representação de quando estamos sós e vemos assombrados reflectir o ser que nos complementa – ele dá-nos água – e nós prometemos-lhe qualquer coisa de eterno que pode bem ser o registo de um momento onde as vontades se conjugam, mas se alguém se abeirar desse contemplar, verá um fogo que circunscreve sede imensa. Não havia nada ali para arder, apenas areia, mas por momentos este encontro tem a particularidade do Fogo, encontrando-se munido de seiva que se transfigura, que em região e circunstâncias assim, cada elemento fala. Creio que esta é a verdadeira fonte da Ressureição; «tenho sede» que dar de beber é suprema maravilha, que Jacob ficou lá no fundo do poço dos seus sonhos na alternância dos que sobem e descem uma escada, que não tem riacho por perto, apenas uma pedra como receptáculo onde pernoitou, que um registo mineral traz ao sonhador outros encontros. O nome desta mulher era ainda como que misteriosamente designado por Fotina, e em nenhum instante deste transbordo de rota o local se avizinha como poço. As mulheres iam às fontes, e havia homens que por elas passavam, quando a sede era colectiva, também os homens munidos de bastões prodigiosos tocavam nas pedras e delas jorrava líquido, mas ela nunca foi tão vivificante como a da Fonte de Jacoh, o Poço de Sicar.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Governo quer acelerar desenvolvimento de IA e computação quântica O Governo vai pôr em marcha projectos para uma integração cada vez maior da inteligência artificial em sectores como a indústria, agricultura e serviços A China vai intensificar os esforços no domínio da inteligência artificial (IA) e elaborar planos de desenvolvimento para tecnologias emergentes como a computação quântica, de acordo com um relatório de trabalho do Governo apresentado ontem. O plano faz parte da estratégia do país para alcançar a auto-suficiência tecnológica e reduzir a sua dependência de fornecedores estrangeiros. No documento lança-se a iniciativa “AI Plus”, para promover a integração da IA com a economia real e acelerar a sua aplicação em sectores-chave. As autoridades esperam que a iniciativa acelere a aplicação da tecnologia de IA em sectores como a indústria, agricultura e serviços, melhorando a eficiência e a qualidade da produção. A iniciativa, que vai promover a criação de novos modelos de negócio e a transformação das indústrias tradicionais, tem também como objectivo reforçar a competitividade internacional da China em ciência e tecnologia. Quanto à computação quântica, não há planos específicos, mas a sua inclusão no relatório reflecte o interesse da China por esta tecnologia emergente e o seu potencial para resolver problemas complexos em vários domínios. IA no horizonte Nas “Duas Sessões”, as reuniões anuais da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), uma espécie de senado sem poderes legislativos, os líderes das empresas tecnológicas do país asiático apresentaram uma série de propostas para promover o desenvolvimento da IA, informou o portal económico Yicai. O presidente da empresa tecnológica Xiaomi, Lei Jun, defendeu a popularização das aulas de IA no ensino obrigatório, a promoção de carreiras de IA nas universidades e o apoio à formação de talentos especializados em IA aplicada. Zhou Hongyi, presidente da 360 Security Technology, sublinhou a importância da segurança na IA e sugeriu que os modelos de linguagem com mais de 10 mil milhões de parâmetros são suficientes para determinados domínios. Liu Qingfeng, presidente da empresa tecnológica iFlytek, salientou que a China deve “colmatar o fosso com os Estados Unidos” e obter vantagem nas aplicações industriais e na criação de valor. Em 2023, a indústria de IA da China atingiu uma dimensão de 500 mil milhões de yuan, com mais de 4.400 empresas, de acordo com dados do Centro de Desenvolvimento da Indústria da Informação da China. As expectativas para o futuro da IA na China são “positivas”, segundo a mesma fonte, que prevê que o mercado de grandes modelos de IA, um subsector chave desta tecnologia, atinja 2,1 mil milhões de dólares até 2024, o que representa um crescimento anual de 110 por cento.
Hoje Macau EventosDesfile de Macau regressa com artistas lusófonos após quatro anos de interregno Artistas de Portugal, Brasil e Moçambique vão participar no Desfile Internacional de Macau, que regressa às ruas da cidade no dia 24 de Março, após um interregno de quatro anos devido à pandemia, foi ontem anunciado. Numa conferência de imprensa, o Instituto Cultural (IC) revelou que a edição deste ano vai contar com a malabarista portuguesa Dulce Duca, a artista de circo brasileira Odília Nunes e o grupo Marionetas Gigantes de Moçambique. A presidente do Instituto Cultural, Deland Leong Wai Man, disse que o desfile terá cerca de 1.800 artistas, entre os quais 15 e 20 grupos vindos do exterior, nomeadamente da Itália, Espanha, Noruega, Reino Unido, França, Togo, China continental e Hong Kong. O evento deverá contar ainda com 64 grupos locais, entre os quais vários de matriz lusófona, como a Associação Desportiva e Cultural de Capoeira de Macau, a Associação de Danças e Cantares Portuguesa ‘Macau no Coração’, a Casa de Portugal em Macau e a Casa do Brasil em Macau. O desfile faz parte das celebrações do 25.º aniversário da transferência de administração da região de Portugal para a China. O evento começa nas Ruínas de São Paulo e, ao longo de quatro horas, irá passar por vários edifícios do Centro Histórico de Macau, considerado Património Mundial pela UNESCO em 2005, incluindo a Igreja de São Domingos e o Largo do Senado. Para aquecer Antes do desfile, entre 17 e 23 de Março, os grupos irão participar numa série de actividades de rua e de arte na comunidade. O orçamento para este ano é de cerca de 7 milhões de patacas, menos de um terço do que na última edição em 2019 (23,3 milhões de patacas). Esta “redução significativa” deve-se à colaboração com as seis concessionárias de casinos, revelou Deland Leong Wai Man à Lusa. O orçamento inclui um subsídio entre 10 mil e 120 mil patacas para cada grupo, que poderá ainda receber oito prémios atribuídos pela organização, entre os quais melhor interpretação e melhor design. O IC decidiu mudar o desfile do final do ano, período que “tem muitas actividades culturais”, para a Primavera, uma época em que “há menos eventos de grande escala”, disse Leong Wai Man. “Queremos fazer esta experiência, organizar um evento de grande escala na Primavera”, disse a presidente do instituto. Leong demonstrou ainda confiança que o desfile possa atrair mais visitantes a Macau, numa estação baixa para o turismo da região, e lembrou que o evento irá ser transmitido em directo em várias televisões locais e do exterior.
João Luz EventosHong Kong | Jungle Island Music Festival anima Lantau entre 15 e 17 de Março Uma dezena de bandas e cerca de 50 djs vão animar a ilha de Lantau durante três dias, entre 15 e 17 de Março. Música, workshops, activismo, design e gastronomia são os elementos no festival independente Jungle Island Music Festival, que irá decorrer na pacata zona do sul da ilha em Tai Long Wan Três dias e duas noites de folia estão no horizonte próximo da agenda cultural independente de Hong Kong. Entre os dias 15 e 17 de Março, de sexta-feira a domingo, a zona de Tai Long Wan, no sul da ilha de Lantau, será o epicentro do Jungle Island Music Festival. A recatada baía onde o festival vai decorrer e a lotação máxima de 1.000 lugares são garantes de um ambiente familiar e descontraído, como dita o ambiente selvagem da ilha. O festival independente tem um cartaz repleto de artistas e bandas de Hong Kong, no total 60 artistas entre bandas e djs, workshops, um mercado de design, ofertas gastronómicas e activismo. Os festivaleiros podem esperar actuações enérgicas dos Shumking Mansion, as batidas contagiantes da dj Mengzy, assim como um alinhamento repleto de estrelas locais de drum and bass e garage, bandas de rock, ritmos de afrobeat e toda uma constelação de sonoridades electrónicas, divididos por dois palcos. Um dos destaques do cartaz são os The Afroseas, um duo de afrobeat sediado em Hong Kong constituído por Trisyo e Supa Massie, oriundos do Ruanda e Serra Leoa, respectivamente. Depois de lançarem o seu single de estreia em 2021, “Ayee”, a dupla de compositores, rappers e produtores ganharam relevo na cena underground de dança de Hong Kong, com a sedutora fusão de sons típicos da África ocidental com funk, jazz e soul. Entre os mais veteranos do alinhamento do Jungle Island Music Festival, o dj AKW é um dos nomes mais influentes do techno da região vizinha. Fundador do movimento de breakbeat da década de 1990 em Hong Kong, AKW fundou a PUSH, que organiza eventos de techno e house desde 2009 em Hong Kong e a Omni Events. Os sets de AKW costumam combinar elementos de electro e techno pesado e minimal. Acampar e activar Entre os destaques da organização figuram o colectivo underground This is Bunker, os Get Groovy Asia e os organizadores de festas do circuito lgbt de Hong Kong Haus of Circuit, e os novatos do punk rock Whitt’s End. Numa abordagem mais sombria, o quarteto Warrior Monk não esconde as influências de Porcupine Tree, Joy Division, The Killers e Disclosure na sua paleta sonora. Mas muito além da música, a organização do evento promete a imersão na natureza com várias opções de acampamento. Os festivaleiros podem levar a sua própria tenda ou alugar equipamentos de glamping (conceito que mistura glam e camping, que significa elevar uns pontos acima o nível de conforto dos campistas). A organização frisa que o evento é aberto à entrada de animais de estimação, com o festivaleiro a ter de desembolsar 100 dólares de Hong Kong (HKD) adicionais. Os bilhetes para um dia custam entre 790 e 890 HKD, passe para dois dias custa 1.090 HKD e o ingresso para os três dias custa 1.280 HKD. Crianças com menos de 13 anos de idade não pagam bilhete.
João Santos Filipe SociedadeSegurança | Detido por suspeitas de furto em quatro voos A Polícia Judiciária anunciou a detenção de um homem de 46 anos que se suspeita que tenha cometido furtos em voos com destino a Macau pelo menos desde 2011. Quando foi detido, após um novo furto, o homem tinha consigo mais de 48 mil patacas A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de um homem com 46 anos que esteve envolvido em pelos menos quatro casos de furto, cometidos em diferentes voos com destino a Macau. Na altura da detenção, que ocorreu na segunda-feira, depois do homem ter chegado à RAEM através de um voo vindo de Tóquio, o suspeito estava na posse de mais 890 mil yen, em notas, num valor que equivale a cerca de 48 mil patacas. Além disso, tinha ainda outras quantias de dinheiro, em montante muito inferior, também em moeda estrangeira. O primeiro caso de furto ligado ao suspeito terá acontecido em 2011, quando um passageiro de um voo entre Xangai e Macau se queixou de terem desaparecido da sua bagagem mais de 40 mil patacas. O dinheiro estava em dólares de Hong Kong e renminbis e tinha sido guardado, durante o voo, em dois sacos de viagem. Na altura, as autoridades não conseguiram identificar o suspeito do furto. Pista essencial No entanto, em Novembro do ano passado, as autoridades receberam uma nova pista essencial para a resolução do caso e com ligação a 2011. A pista partiu da queixa de um residente, que ligou às autoridades a alertar que num voo entre Tóquio e Macau tinha detectado um homem a abrir a bagagem de outros passageiros e a tentar furtar bens. O crime só terá sido impedido por esse residente, que confrontou o alegado criminoso. Contudo, a informação permitiu cruzar o nome do suspeito com os nomes dos passageiros do voo de 2011. As suspeitas foram confirmadas este ano, a 15 de Janeiro deste ano, quando num voo de Kuala Lumpur para Macau houve uma nova queixa de furto. A queixa partiu de um turista e o montante roubado era superior a 66 mil patacas. Mais uma vez, o nome do suspeito constava na lista de passageiros. Como na segunda-feira as autoridades voltaram a receber uma nova queixa, num outro voo de Tóquio para Macau, verificaram a lista de passageiros e avançaram para a detenção. O homem foi detido no Aeroporto Internacional de Macau. Com a detenção, as autoridades recolheram as impressões digitais do sujeito que coincidem com as impressões recolhidas em 2011, num dos envelopes onde estava guardado o dinheiro roubado. O suspeito recusou prestar declarações sobre os furtos, mas as autoridades acreditam que os crimes eram cometidos quando os donos da bagagem iam à casa-de-banho ou estavam a dormir. Para evitar suspeitas, o homem trocava também o dinheiro pelos sacos disponibilizados pelas companhias aéreas, em caso de enjoo.
João Santos Filipe PolíticaAMCM | Depósitos crescem em Janeiro Em Janeiro, os depósitos dos residentes cresceram 1,5 por cento em comparação com Dezembro e 2,1 por cento, em comparação com Janeiro do ano passado. Os números foram revelados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Os depósitos dos residentes em Janeiro atingiram 717,2 mil milhões de patacas. Com um montante de 323,8 mil milhões de patacas, os depósitos dos residentes mantiveram-se praticamente inalterados face a Dezembro. Contudo, em comparação com Janeiro de 2023 registou-se um decréscimo de 1,3 por cento. Ao mesmo tempo, os depósitos do sector público na actividade bancária decresceram para 189,8 mil milhões, uma redução de 1,9 por cento. Em comparação com o período homólogo, a redução dos depósitos do sector público na actividade bancária foi de 10,8 por cento. Como resultado, o total dos depósitos da actividade bancária registou um crescimento de 0,6 por cento quando comparado com o mês anterior, tendo atingido 1.230,7 mil milhões. A maior parte do dinheiro contabiliza-se em dólares de Hong Kong, com uma proporção de 44,3 por cento, seguida por dólares americanos, 24,5 por cento, patacas, 20,5 por cento e renminbis com 8,5 por cento. Por outro lado, os empréstimos internos ao sector privado decresceram 0,4 por cento em relação ao mês anterior, tendo atingido 536,0 mil milhões de patacas. Os empréstimos ao exterior decresceram 0,5 por cento, tendo atingido 552,1 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstudo | Subnutrição sobe durante a pandemia A taxa de prevalência de subnutrição nas crianças e adolescentes em Macau estava a descer desde 2005. No entanto, com a pandemia os valores voltaram a disparar Durante a pandemia da covid-19 a subnutrição entre as crianças e adolescentes com idades entre 7 e 18 anos em Macau aumentou, de acordo com um estudo publicado por académicos do Interior, na revista científica Iran J Public Health, publicada desde 1971 pela Universidade de Ciências Médicas de Teerão. O artigo foi publicado recentemente na edição de Março da revista. Com o título “Tendências de Subnutrição nas crianças e adolescentes de Macau com idades 7~18 anos: Uma análise de quatro inquéritos sucessivos do Governo de Macau de 2005 a 2020”, o artigo foi elaborado pelos académicos Chunjing Tu, Xiaolong Chen, Yibo Gao, Qi Pan, Lupei Jiang, Yuyu Li e Yanfeng Zhang, das Universidades de Taizhou, Universidade Normal de Hagnzhou e Instituto de Ciências de Desporto da China, em Pequim. Apesar de destacarem que a tendência entre 2005 e 2020 é positiva, com cada vez menos crianças numa situação de subnutrição, os académicos indicam que o cenário mudou em 2020, em pleno período da covid-19, quando eram impostas algumas das medidas mais restritivas. “De 2005 a 2020, a prevalência global da subnutrição entre as crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 7 e os 18 anos em Macau registou uma tendência decrescente, sendo a diferença estatisticamente significativa”, é indicado. “No entanto, a prevalência global da subnutrição aumentou de 9,6 por cento em 2015 para 12,11 por cento em 2020”, foi indicado. Os resultados mostram ainda que a situação se agravou mais em termos das estudantes do sexo feminino, embora a situação seja mais prevalente entre os estudantes do sexo masculino. “Durante este período, a prevalência para os homens aumentou de 12,31 por cento para 13,81 por cento, e para as mulheres, aumentou de 6,36 por cento para 10,06 por cento”, foi explicado. Sobre os motivos que levaram a esta subnutrição, o estudo indica as medidas “extremamente rigorosas” como a distância social, os isolamentos em casa, o ensino à distância. “Embora estas medidas restritivas tenham efectivamente abrandado a propagação do vírus e contido a doença, também tiveram impacto na actividade física, na qualidade do sono e na saúde mental das pessoas”, foi justificado. “No que diz respeito à actividade física, verificou-se uma redução significativa do exercício diário e das actividades ao ar livre dos estudantes durante a epidemia. A redução da actividade física está intimamente associada à malnutrição em crianças e adolescentes”, foi acrescentado. Integração bem-sucedida Quando é analisada a média da subnutrição de Macau com a média do Interior, a RAEM tem um registo superior. Contudo, os resultados da RAEM estão em linha com o que se regista na província de Cantão, indicam os académicos “Em 2020, a prevalência da subnutrição em Macau foi 3,47 por cento superior à registada no Interior da China. Em comparação com as províncias do Interior da China, as cinco províncias com as taxas de subnutrição mais elevadas foram Guangdong (16,89 por cento), Yunnan (14,26 por cento) e Guangxi (12,08 por cento)”, foi indicado. “Macau situou-se entre a segunda e a terceira posição entre as províncias da China Continental. Quando analisada por grupos etários, a prevalência de subnutrição em crianças e adolescentes em Macau em 2020 era geralmente mais elevada”, foi sublinhado. Face às conclusões apresentadas, os académicos consideram que o Governo “deve promover uma alimentação equilibrada, aumentar a actividade física, melhorar a educação física escolar e proporcionar educação para a saúde mental”. “Deste modo, será possível reduzir ainda mais a prevalência da subnutrição entre as crianças e adolescentes”, é concluído.
Nunu Wu PolíticaSinergia pede autocarros com percursos directos e simples A Associação Sinergia de Macau, que tem como vice-presidente o deputado Ron Lam, organizou ontem uma sessão de debate sobre os problemas dos transportes públicos de Macau, em particular os autocarros. Carreiras com mais de 70 paragens, percursos repetidos e áreas que ficam de fora da rede de transportes, assim como carreiras só com um sentido estiveram em foco. O grupo que apresentou uma longa lista de problemas da rede de transportes concluiu que a política de trânsito e transportes terrestres de Macau deve ter como prioridade a simplificação das carreiras de autocarro, principalmente aquelas que têm demasiadas paragens, e aposta em percursos mais directos. Outro problema identificado pela associação, prende-se com o prolongado tempo que os autocarros ficam nas paragens. Além da habitual demora dos passageiros que só se levantam passado algum tempo de o autocarro já estar parado (frequentemente por motivos de segurança), o pagamento de tarifas de passageiros turistas pode ser outro factor de atraso. Como tal, a Sinergia de Macau sugeriu que os turistas possam usar pagamentos electrónicos disponíveis no Interior da China de forma a facilitar a fluidez da entrada no transporte. A repetição de itinerários foi outro problema elencado na apresentação da associação. Neste sentido, foi defendido o desvio de percursos de diferentes carreiras para que não passem todas nas mesmas paragens. Déjà vu e tortura Durante a apresentação, a associação deu alguns exemplos da disfuncionalidade da rede de transportes públicos. Por exemplo, as carreiras 21A e 26 contam com 76 e 75 paragens, respectivamente, nos seus itinerários. A repetição de percursos nos bairros de San Kio e São Lourenço foram outro ponto negativo destacado na apresentação da Sinergia de Macau. Além de seguirem todos as mesmas rotas, os percursos de ida e volta são bastante diferentes em termos de duração. Por exemplo, a carreira 17 demora 14 minutos entre as Portas do Cerco e o bairro San Kio, enquanto o percurso inverso, em direcção às Portas do Cerco, pode demorar cerca de 45 minutos. O mesmo acontece com a falta de correspondência nos dois sentidos. Por exemplo, as carreiras 8A, 18, 18A e 19 passam pela Avenida de Almeida Ribeiro em direcção ao bairro San Kio, mas o percurso inverso já não passa pela Almeida Ribeiro, passando-se o mesmo com a ligação à Barra.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDSEDJ| Mais de 940 cursos de formação até ao fim do ano A inteligência artificial é um dos temas abordados pelas formações para os docentes, em cursos ministrados em cooperação com o Ministério da Educação da China Ao longo deste ano lectivo, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) prevê realizar mais de 940 cursos de formação para o pessoal docente. Os dados foram revelados na resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang, em que também é indicado que alguns professores recebem formação em temas como a inteligência artificial. Nas questões enviadas ao Executivo, o legislador pretendia saber que formações estavam programadas para este ano, de forma a aumentar a qualidade dos docentes no ensino e adaptá-los às alterações curriculares. “Para o ano escolar de 2023/2024 foram planeados mais de 940 cursos de formação para o pessoal docente, entre os quais mais de 200 relacionados com o currículo ao nível das capacidades de aplicação integrada”, pode ler-se na resposta assinada por Kong Chi Meng, director dos Serviços de Educação. O responsável indicou que as formações têm como objectivo “dar a conhecer ao pessoal docente as orientações e exigências da revisão do ‘Quadro da organização curricular da educação regular do regime escolar local’ e das ‘Exigências das competências académicas básicas’”. Kong Chi Meng garantiu igualmente que as actividades da DSEDJ para os professores visam “elevar a capacidade profissional do pessoal docente para a implementação da reforma curricular”. Inteligência Artificial De acordo com a DSEDJ, os professores locais também têm acesso a formação sobre inteligência artificial, o que acontece no âmbito de uma parceria com o Ministério da Educação da China, embora sem grandes detalhes. “O ‘Plano de formação de mil docentes de excelência’, organizado pelo Ministério da Educação da China para Macau, continuará a desenvolver a formação relacionada com o currículo, ao nível das capacidades de aplicação integrada e do ensino da inteligência artificial”, foi revelado. No que diz respeito à formação dos alunos, Kong Chi Meng apontou que foram criados “diferentes tipos de bolsas de estudo para incentivar os alunos a prosseguirem os estudos no ensino superior”. No corrente ano lectivo, as bolsas foram alargadas a áreas relacionadas com a tecnologia de ponta e engenharia de redes: “As bolsas de estudo para a área de especialização indicada existentes, no ano lectivo de 2023/2024, foram alargadas e abrangeram as especialidades relacionadas com as principais indústrias de Macau, incluindo as relacionadas com tecnologia de ponta, tais como de engenharia de redes, de técnica de robótica e de engenharia de design”, foi explicado.
João Luz PolíticaPequim | Ho Iat Seng promete implementar o espírito das “Duas Sessões” “Ho Iat Seng afirmou que o Governo da RAEM vai aprender e implementar escrupulosamente, com todos os sectores da sociedade, o espírito das «Duas Sessões» e esforçar-se em abrir um novo capítulo para a implementação estável e duradoura do princípio ‘Um País, Dois Sistemas» com características próprias de Macau”, apontou ontem o Gabinete de Comunicação Social sobre a participação do Chefe do Executivo na abertura da sessão da Assembleia Popular Nacional (APN). Ho Iat Seng afirmou esperar que os representantes de Macau na APN e na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, “continuem a cumprir escrupulosamente as suas funções e desempenhem um papel positivo, com a finalidade de contribuírem ainda mais para o progresso do País e de Macau, e a revitalização da nação chinesa, mediante a modernização com características chinesas”. O Governo da RAEM enalteceu o primeiro-ministro, Li Qiang, que garantiu que o Governo Central vai continuar a empenhar-se “na prossecução plena, precisa e inabalável das políticas ‘Um País, Dois Sistemas’, ‘Macau administrado pela gente de Macau’ e ‘Macau governado por patriotas’. Foi também assegurada a continuação do apoio ao desenvolvimento das economias das regiões administrativas especiais e à melhoria das condições de vida da população.
Nunu Wu PolíticaCCPPC | Jovens elogiam discurso de Wang Huning Um conjunto de associações de jovens de Macau demonstrou apreço pelas palavras do presidente do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), Wang Huning, que afirmou que as gerações mais novas de Macau e Hong Kong vão ter um papel preponderante na integração das duas regiões administrativas especiais no desenvolvimento nacional. O discurso de Wang proferida na sessão de abertura da CCPPC agradou às associações locais de jovens. O deputado e presidente da associação Aliança do Povo de Instituição de Macau Nick Lei salientou, em declarações ao jornal Ou Mun, que a juventude de Macau não deve desperdiçar oportunidades no sentido de integração na conjuntura nacional. Por seu turno, o presidente da The Youth Elites Association Macau e filho de Stanley Ho e Angela Leong, Arnaldo Ho Yau Heng, salientou que nos últimos anos, muitos jovens de Hong Kong e Macau passaram a trabalhar e estudar no Interior da China, demonstrando a boa cooperação inter-regional de empresas lideradas por jovens de Macau e Hong Kong. Já o presidente da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, Wong Chi Choi, deseja que o Governo Central elabore políticas que correspondem às caraterísticas e procura dos jovens de acordo com os resultados de inquéritos sobre a integração dos jovens na conjuntura do desenvolvimento nacional.
João Luz Manchete PolíticaEnsino | Chui Sai Cheong quer consultores de Pequim nas escolas A promoção da educação patriótica, fortalecimento do sentimento de pertença nacional e segurança nacional nos livros escolares são objectivos que Chui Sai Cheong quer ver concretizados. Para tal, o deputado que está em Pequim para as duas sessões pede ao Governo Central que envie consultores e especialistas a Macau para guiar o sistema educativo O deputado e membro permanente do 14.º Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) Chui Sai Cheong apresentou em Pequim uma proposta para reforçar o sentimento de pertença nacional da população de Macau e a plena integração no desenvolvimento nacional. O deputado sugeriu o envio de especialistas pelo Ministério da Educação chinês a Macau para aconselhamento e introduzir sistematicamente a segurança nacional nos currículos das escolas da RAEM e nos livros escolares. Chui Sai Cheong defende que o sistema de ensino local deve seguir as orientações do Governo Central e promover sistematicamente a educação patriótica em Macau. Para tal, o deputado e irmão mais velho do ex-Chefe do Executivo Chui Sai On, a RAEM deve ligar-se ao patriotismo do sistema educativo nacional, assimilando as experiências teóricas a práticas dos departamentos de ensino nacionais. Outra sugestão, passa pela maior frequência de visitas de grupo de residentes e estudantes de Macau ao Interior da China para fomentar o intercâmbio em investigação académica e materializar a educação patriótica em acções práticas. Apesar do apelo ao reforço da educação patriótica, Chui Sai Cheong tirou a licenciatura e mestrado em gestão de empresas na Chaminade University de Honolulu, nos Estados Unidos da América, assim como o seu irmão Chui Sai On, de acordo com o currículo do deputado patente no site da Assembleia Legislativa. Por seu lado, José Chui Sai Peng, deputado e membro da 14.ª Assembleia Popular Nacional, licenciou-se em engenharia civil pela Universidade de Washington e mestrado também em engenharia civil pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, ambas nos Estados Unidos da América. Mais amor Outro ponto importante para promover o nacionalismo em Macau apontado por Chui Sai Cheong, foi o aprofundamento do conhecimento sobre a Constituição chinesa, aproveitando o dia 4 de Dezembro que assinala o dia nacional da Constituição da República Popular da China como uma oportunidade para alargar o conhecimento sobre a lei constitucional. O deputado defende também o reforço do estudo da Lei Básica, formando especialistas que promovam a mini-constituição da RAEM nas salas de aula e nos corações dos residentes. O quinto objectivo elencado pelo deputado é o apoio aos residentes de Macau, especialmente a geração mais jovem, na integração no desenvolvimento global do país, e acelerar o processo de resolução de problemas práticos com que se defronta quem vai estudar, trabalhar e viver no Interior. Problemas que condicionam a vida de residentes de Macau no Interior da China relacionados com estudos, emprego, criação de empresas e compra de habitação devem ser resolvidos. Chui Sai Cheong pede ainda o alargamento do reconhecimento mútuo das qualificações profissionais e melhorar as políticas de segurança social.
David Chan VozesOrçamento de Hong Kong No passado dia 28 de Fevereiro, o Governo de Hong Kong anunciou o orçamento para 2024/25. Dado que o Executivo já tinha antecipado a existência de um défice fiscal, a população não se surpreendeu quando foi divulgado que o valor montava aos 6 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD), mas várias pessoas fizeram-se ouvir sobre a forma de lidar com o problema. A comunicação social divulgou que o Governo tem vindo a lidar com défices desde 2019. As reservas fiscais também caíram de 1.160,3 mil milhões de HKD em 2019 para 733.2 mil milhões em 2023-24. O orçamento ainda refere que as receitas do Governo em 2024-25 serão de 633 mil milhões de HKD e as despesas montarão aos 776.8 mil milhões. Durante este período, o Governo emitirá 120 mil milhões de HKD em títulos. O défice global do governo é de 48,1 mil milhões de HKD e as reservas fiscais serão revistas em baixa para 685,1 mil milhões de HKD. As despesas do Governo calculadas para 2024-25 ascendem aos 776.8 mil milhões de HKD, mas as reservas fiscais não ultrapassam os 685.1 mil milhões, pelo que só podem cobrir as despesas durante 10 meses. O Governo deverá ter mais cuidado com as finanças, fazendo o possível por aumentar as receitas e cortar as despesas. Mas, acima de tudo, é necessário planear com antecedência e antecipar como é que o Governo irá responder financeiramente se houver uma mudança súbita no contexto internacional. As medidas previstas no orçamento para aumentar as receitas são as seguintes: aumento dos impostos sobre salários e sobre receitas comerciais, reintrodução do imposto sobre o aluguer de quartos de hotel, que tinha sido suspenso há 16 anos, entre outras medidas. Alguns serviços públicos também vão aumentar as taxas. Por exemplo, a taxa cobrada pelo certificado de registo comercial foi ajustada pela última vez em 1994 para 2.000 HKD, mas agora será aumentada para 2.200. As Universidades vão aumentar as propinas igualmente. Estas medidas vão permitir que o Governo possa arrecadar mais uma quantia que ajude a diminuir a diferença entre as receitas e as despesas, mas não podem reduzir significativamente o défice fiscal de imediato. Além disso, o imposto de 3 por cento sobre o aluguer de quartos de hotel, que estava expirado desde 1 de Julho de 2008, também foi retomado. Por aqui se vê que o Governo não tenciona introduzir novos impostos por enquanto. Os residentes de Hong Kong ficam certamente satisfeitos com esta notícia, mas falta ao Governo uma fonte de receitas a longo prazo que seja estável, pelo que vai continuar a depender das vendas de terrenos, actividade à qual vai buscar a principal fatia dos seus rendimentos. Para reduzir as despesas, o Governo vai pedir a todos os departamentos que façam os cortes possíveis. Os benefícios sociais vão ser reduzidos, a redução dos impostos sobre salários vai ficar suspensa e este ano não existirão vouchers de consumo. Na presença de um défice fiscal os benefícios sociais são afectados. Outra medida fiscal digna de nota, é a emissão de obrigações do tesouro. O Governo vai emitir 120 mil milhões de obrigações no ano fiscal de 2024-25, que representa o maior volume desde 2019. Estas obrigações vão implicar um aporte financeiro de 120 mil milhões, assegurando a liquidez do Governo. Para além disso, a construção da ilha artificial de Kau Yi Chau será adiada, mas o projecto não vai ser cancelado. Primeiro será construída a área metropolitana do Norte e só depois se abordará a questão da ilha artificial de Kiao Yi Chau. Esta escolha é fundamental. O empreendimento de dois projectos de larga escala ao mesmo tempo teria implicado que o Governo despendesse enormes quantias. Desta forma pode reorganizar as finanças e ganhar tempo. Nos próximos cinco anos, espera-se que o Governo emita entre 95 a 135 mil milhões em obrigações do tesouro que lhe permitirão financiar o desenvolvimento das áreas metropolitanas do Norte e de outras infra-estruturas. Embora a emissão de obrigações exija que o Governo arque com o pagamento dos juros dos empréstimos, esta decisão foi muito bem calculada e os juros não irão causar pressão financeira. Claro que a emissão de obrigações implica a contração de empréstimos, o que terá impacto na notação de crédito do Governo, e quantas mais obrigações forem emitidas, maior será o impacto. Além disso, o fluxo de dinheiro trazido pelas obrigações não pode substituir as fontes de receitas do Governo a longo prazo. Para resolver o défice orçamental, o Governo precisa de partir de outras premissas. Olhando para os vários aspectos do orçamento, as medidas para aumentar as receitas, as medidas para reduzir as despesas, a emissão de obrigações do tesouro, podemos ver que o Governo presta atenção ao problema do défice fiscal e que está a trabalhar para o resolver. As medidas tomadas assentaram todas no princípio do serviço público e do benefício da população. Os ajustes moderados podem resolver o problema do défice, mas só a longo prazo. Na ausência de novas fontes de receita, vai levar muito tempo até que as reservas fiscais do Governo voltem à casa dos biliões. Quando as reservas estavam nesse patamar o Governo teve fundos suficientes para lidar com a pandemia. Agora, as reservas fiscais diminuíram. Se o contexto internacional mudar, como é que vamos responder financeiramente? Esta é uma questão que o Governo deve considerar. Destaque Olhando para os vários aspectos do orçamento (…) podemos ver que o Governo presta atenção ao problema do défice fiscal e que está a trabalhar para o resolver
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Legislativo arranca com foco na economia, tecnologia e natalidade Os objectivos da Assembleia Popular Nacional, que decorre em Pequim até ao próximo dia 11 com a participação de cerca de 3.000 delegados, passam por dar um novo alento à situação económica e à política de natalidade O órgão máximo legislativo da China inicia hoje a sua reunião anual, focada em estimular uma economia em desaceleração e promover políticas de incentivo à natalidade, face à queda abrupta no número de nascimentos. A Assembleia Popular Nacional (APN), cuja sessão anual decorre até 11 de Março, é descrita pela imprensa oficial como o “supremo órgão do poder de Estado na China” e a “expressão máxima da democracia socialista”. O presidente da assembleia, Zhao Leji, é oficialmente o número dois da hierarquia chinesa, a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista e Presidente, Xi Jinping. O primeiro-ministro, Li Qiang, é o número três. Os cerca de 3.000 delegados na APN, entre os quais uma representação das Forças Armadas, não são, porém, eleitos por sufrágio directo, e o “papel dirigente” do Partido Comunista Chinês (PCC) é “um princípio cardial”. Entre os delegados, está a elite política, líderes empresariais, tecnológicos, mediáticos e artísticos do país. Durante esta semana, os delegados vão aprovar novas leis, nomeações políticas e relatórios de trabalho do governo que detalham o progresso de vários departamentos e ministérios. O orçamento para a Defesa ou a meta de crescimento económico são, habitualmente, anunciados no primeiro dia. Este ano, o evento deverá ser dominado pelo abrandamento da economia chinesa. Também a política de planeamento familiar deve merecer especial atenção. Segundo dados oficiais, em 2023, a população chinesa diminuiu em dois milhões de pessoas. O número marca o segundo ano consecutivo de contracção, depois de a população ter caído 850.000, em 2022, quando se deu o primeiro declínio desde 1961. A queda e o envelhecimento da população estão a preocupar Pequim, porque privam o país de pessoas em idade activa para manter o ímpeto económico. A crise demográfica, que chegou mais cedo do que o esperado, está já a afectar o sistema de saúde e de pensões, segundo observadores. A reunião deve também debater políticas para o sector tecnológico, incluindo a regulação da tecnologia de inteligência artificial, num período de rivalidade com o Ocidente pelo domínio das indústrias do futuro. A APN irá ainda nomear os novos membros do Comité Permanente – o órgão permanente de 175 membros da legislatura -, depois de, no último ano, 11 membros terem sido destituídos, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, e o ministro da Defesa, Li Shangfu. A sessão anual da APN decorre em paralelo com a Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, uma espécie de senado, sem poderes legislativos, e cuja reunião arrancou ontem. Vozes delegadas Em 1992, um terço dos delegados votou contra ou absteve-se na votação sobre a Barragem das Três Gargantas, um projecto controverso de construção de uma barragem no Yangtsé, o terceiro rio mais longo do mundo. Embora o público não tenha acesso ao debate durante o plenário, os delegados individuais e os órgãos como a Comissão Permanente podem moldar a legislação à medida que esta é elaborada e dar um contributo em questões como o orçamento nacional. Os delegados podem também apresentar projectos de lei individuais que exortem a APN a agir sobre questões importantes na sociedade. Em 2022, delegados apresentaram vários projectos de lei centrados nos direitos das mulheres e na violência doméstica.
Hoje Macau China / ÁsiaObjectivo de crescimento económico deverá ser de 5% este ano – analistas Uma sondagem de analistas, realizada pelo portal de notícias económicas Yicai indicou que a China vai fixar a meta de crescimento económico para este ano em 5 por cento. No ano passado, a economia chinesa cresceu 5,2 por cento, de acordo com dados oficiais, ultrapassando o objectivo oficial de “cerca de 5 por cento” fixado pelas autoridades. Para Huang Wentao, economista-chefe da empresa de assessoria financeira China Securities, esta medida vai ajudar a “melhorar as expectativas e a aumentar a confiança”, uma opinião partilhada por Luo Zhiheng, que ocupa o mesmo cargo no Yuekai Securities e acredita que o objectivo “pode aliviar as tendências negativas na economia real, as recentes quedas nos mercados de capitais e a ansiedade social”. Caminho íngreme Zhang Jun, economista-chefe do China Galaxy Securities, disse que a fixação da meta em 5 por cento “mostraria que o Governo tem confiança no crescimento económico”, à medida que o peso da crise imobiliária na economia se dissipe e o sector industrial e o consumo apoie a recuperação. Zhang acrescentou que o Governo vai fixar o objectivo do défice oficial em 3,5 por cento, aumentando em meio ponto relativamente ao ano passado, aumentado no final de Outubro para um valor recorde de 3,8 por cento, devido a uma emissão especial de obrigações. As expectativas de crescimento dos analistas inquiridos pelo Yicai estão em linha com outra sondagem divulgada ontem pela agência Bloomberg, também com base em sondagens de 27 economistas, a maioria dos quais espera que Pequim reponha o objectivo em “cerca de 5 por cento”. Nos últimos dias, economistas de empresas como a Natixis, a UBS, a Moody’s Analytics e a Capital Economics também apostaram neste valor, com esta última a sublinhar que seria uma decisão “bastante ambiciosa”. A consultora Oxford Economics distanciou-se e colocou a previsão um pouco mais baixa, num intervalo “entre 4,5 e 5 por cento”. A facilidade de atingir uma taxa de crescimento de 5 por cento não será a mesma do ano passado devido ao efeito de base comparativa, uma vez que em 2022 o produto interno bruto da segunda maior economia do mundo cresceu apenas 3 por cento, face às duras restrições e confinamentos impostos pela política chinesa durante a pandemia da covid-19. As últimas previsões do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial apontam para um crescimento económico da China este ano entre 4,6 por cento e 4,5 por cento, respectivamente.
Hoje Macau EventosFRC | Mostra que celebra aniversário d’O Clarim inaugurada hoje A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta a partir de hoje, às 18:30, a Exposição Itinerante “Uma Ponte de Diálogo: 75.º Aniversário d’O Clarim”, na continuação da mostra principal que decorreu em Outubro e Novembro de 2023, no Centro Diocesano de Macau. “O Jornal O Clarim concebeu um conjunto de painéis expositivos móveis, apresentando a história da impressão e a história dos meios de comunicação no território, bem como alguns conhecimentos de introdução à profissão jornalística. O objectivo é passar o testemunho ao público e à próxima geração, preservando a sua missão como ponte de informação e de formação, de diálogo entre a Igreja e os fiéis, bem como entre a Igreja e a sociedade”, aponta a FRC. Além da exposição, O Clarim realizará ainda uma série de palestras. Na próxima quinta-feira, às 18:30, tem lugar a Palestra “Fotojornalismo: Experiência na Cobertura de Eventos da Igreja”, com o orador convidado, Oswald Vas. Na quinta-feira seguinte, dia 14 de Março também às 18:30, será a vez da Palestra “Liberdade na Imprensa Religiosa”, com o orador José Miguel Encarnação. Ambas serão moderadas por Jasmin Yiu e apresentadas em língua inglesa. A mostra vai estar patente ao público na FRC até ao dia 16 de Março.
João Luz Eventos MancheteWorkshop leva crianças a encontrar estética de George Chinnery O espaço zero do Museu de Arte de Macau vai acolher uma série de workshops para crianças dedicados à pintura e desenho, com particular incidência em correntes artísticas dos séculos XVIII e XIX. As inscrições para as oficinas, que decorrem entre a partir Abril, abriram ontem Estão abertas entre hoje e o dia 15 de Março inscrições para a “Arte Sem Fronteiras – Oficina para Crianças”, que vão decorrer entre Abril e Junho no espaço zero do Museu de Arte de Macau (MAM). As oficinas serão divididas por faixas etárias, dos quatro anos aos 16, com um workshop pelo meio para pais e filhos. A participação é exclusiva a membros dos Amigos do MAM, cuja inscrição é gratuita e dá direito a descontos na loja do museu e nos eventos organizados pelo MAM. Ainda assim, o preço para participar nas actividades da “Arte Sem Fronteiras – Oficina para Crianças” é de 240 patacas. Uma das oficinas tem como objectivo explorar a técnica e estética de George Chinnery. “Na pegada de George Chinnery – Workshop Criativa de Arte Para Crianças” levará os participantes a “apreciar as obras de arte na exposição Foco, que oferece um relance de Macau e regiões vizinhas no século XIX, assim como da vida e práticas criativas de Chinnery com os seus amigos em Macau.” Com base na obra de Chinnery, os participantes serão desafiados a “aplicar a sua criatividade explorando vários meios, tais como o esboço e a aguarela”. Este workshop terá três turmas para crianças com idades entre os cinco e os sete anos, um deles será ministrado em inglês, nos dias 13 de Abril e 1 de Junho, em três períodos que começam às 09h30 (para a turma em inglês), às 14h30 e 16h30. Cada classe tem uma duração de uma hora e meia. Nos dias 14 de Abril e 2 de Junho será a vez de as oficinas serem ministradas a crianças entre os oito e 10 anos de idade, divididas em duas turmas com a actividade e iniciar-se às 11h30, também com um dos workshops a ser conduzido em inglês. Todas estas oficinas de pintura têm um limite de participação de 20 vagas. Arte em família A actividade “Criar com Arte – Workshop para Pais e Filhos”, dedicada a crianças com idades compreendidas entre os quatro e seis anos, será conduzida apenas em cantonense. Estas oficinas estão marcadas para os dias 14 de Abril e 2 de Junho, entre as 09h30 e as 11h, e estão limitadas a 12 pares. No âmbito deste workshop o MAM destaca a importância de dar espaço à imaginação dos mais novos. “Através da apreciação artística e sessões de criação dirigidas a diversos temas, as crianças e os pais podem aprender sobre as artes plásticas, experimentar com vários materiais e descobrir diferentes técnicas criativas. Liberte a criatividade das crianças em jogos em que se divertirão com os seus pais através da arte, aumentando a interacção e comunicação entre eles”, é indicado. Finalmente, a actividade “Personagens Anime Divertidos – Workshop Criativa para Jovens”, para jovens entre 11 e 16 anos de idade, será realizada nos dias 14 de Abril e 19 de Maio no Quadrado de Arte no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, entre 11h30 e as 13h30. A oficina será conduzida em cantonense e está limitada à participação de 12 jovens. O MAM indica que este workshop “conduzirá os participantes na exploração do festim visual criado por artistas chineses e ocidentais nos séculos XVIII e XIX usando técnicas de desenho de personagens anime para compreender melhor as técnicas de pintura daquele tempo assim como o estilo de vida de Macau e regiões vizinhas”. Os jovens serão desafiados a criar “figuras usando técnicas de criação de divertidos personagens anime transferindo-os para cenas antigas e reinterpretando as obras expostas nas suas recriações”.
Nunu Wu SociedadeCTT | Investigado alegado plágio em concurso de postais Um concurso para criar bilhetes postais de comemoração dos 140 anos dos CTT originou polémica online com acusações de plágio de um trabalho submetido há cinco anos numa competição organizada por uma entidade privada. Face às queixas, os CTT decidiram investigar as alegações Tudo parecia correr bem, com a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) a afirmar que o Concurso de Criação de Bilhetes Postais – Conto Bem as Estórias de Macau por Bilhete Postal “foi realizado com sucesso”. Pelo menos até a Internet se fazer ouvir. Pouco depois de publicados os resultados do concurso organizado para celebrar o 140º aniversário dos CTT, era partilhado nas redes sociais publicações a alegar que o trabalho classificado em segundo lugar no “grupo geral”, intitulado “Cultura diversificada de Macau em diferentes perspectivas”, teria sido plagiado de um trabalho submetido em 2019 num concurso organizado pelo Macao Education Centre for Culture and Arts. Na página de Facebook dos CTT, a publicação que anunciou os resultados do concurso foi comentada por um internauta que pediu aos serviços para lidarem correctamente com as alegações de plágio. Os CTT responderam ontem, afirmando que “vão investigar o incidente”. Uma das publicações que maior visibilidade deu ao caso foi da autoria de uma advogada em Hong Kong, que mostrou o seu desagrado no Facebook começando por declarar que conhece a menina que pintou o postal original e que é amiga da mãe. “A criadora original do trabalho até participou no concurso, mas não foi seleccionada. Porém, o trabalho que ficou em segundo lugar é um plágio de um desenho que fez em 2019. Se o plágio for confirmado, os CTT vão manter o prémio do segundo lugar?”, questiona. A advogada faz ainda uma ressalva sobre direitos de autor. “O problema complicado é que o plágio é encarado de perspectivas diferentes quando se fala de obras artísticas. No mundo das artes, copiar um conceito é plágio”, aponta a jurista. É preciso ver Comparando as imagens, ambas têm as Portas do Cerco como “moldura” para a composição que reúne vários elementos com edifícios emblemáticos da cidade. Apesar de não serem totalmente idênticos, ambos têm no topo o Farol da Guia, uma representação do Grande Prémio com o Mercado Vermelho por baixo e a Torre de Macau à esquerda iluminada por fogo-de-artifício. As semelhanças na distribuição de elementos não ficam por aqui, com distribuição de cores e pequenos detalhes semelhantes. O concurso decorreu entre 18 de Setembro a 15 de Novembro e os resultados foram revelados na passada terça-feira. No total, foram recebidos 383 trabalhos, incluindo 353 trabalhos do Grupo Estudante (para alunos do ensino primário e secundário) e 30 trabalhos do Grupo Geral (aberto a residentes maiores de 18 anos). Os dois primeiros lugares do grupo estudante ganham 2.000 e 1.200 patacas de prémio, enquanto no grupo geral os prémios monetários para o primeiro lugar são de 3.000 patacas e o segundo lugar 2.000 patacas. Nas regras do concurso, os CTT declararam que “se um trabalho premiado for produto de plágio, qualquer prémio entregue deve ser devolvido”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDireitos de Autor | MACA diz-se disposta a educar os comerciantes Após ser alvo de várias críticas online, a Associação dos Compositores, Autores e Editores de Macau diz estar disponível para educar os comerciantes sobre a utilização de música em espaços públicos A Associação dos Compositores, Autores e Editores de Macau (MACA, em inglês), a propósito dos direitos de autor, afirma estar disposta a educar os comerciantes que utilizam música em espaços públicos. A reacção da associação surge depois de várias críticas online, na sequência da revelação de que tinha sido responsável por uma queixa que levou à suspensão do espaço de karaoke Neway, alegadamente por violação de direitos de autor. Na sequência do episódio, a MACA admitiu efectuar actividades frequentes de fiscalização em diferentes negócios e estar preparada para denunciar a utilização de música, sem respeitar direitos de autor junto das autoridades. Contudo, além das críticas online, a postura da associação levantou igualmente várias dúvidas entre os responsáveis de pequenas e médias empresas. Num comunicado emitido ontem, a MACA tentou serenar os ânimos, ao indicar que vai tentar adoptar uma postura educativa e não punitiva. “A MACA continua atenta às preocupações dos utilizadores de música, em especial das pequenas e médias empresas, relativamente a potenciais violações dos direitos de autor na utilização pública de música”, pode ler-se no comunicado. “A Associação afirma o seu empenho na educação e divulgação em vez de medidas punitivas”, foi acrescentado. A associação mostra-se igualmente disponível para responder a todas as dúvidas dos comerciantes de forma construtiva e reconhece que nem sempre é fácil acompanhar os desenvolvimentos da indústria, porque há novos artistas a surgir constantemente. Ritmo acelerado Face às críticas de que a associação apenas estava agir para obter dinheiro fácil, e que muitas vezes esses montantes nem eram entregues aos artistas originais, a MACA veio esclarecer que as suas contas são auditadas por algumas das consultoras mais famosas, como a Delloitte ou a PricewaterhouseCooppers. No comunicado, a MACA defendeu-se também ao indicar que de acordo com os acordos internacionais assinados com outras associações de direitos de autor, que os montantes recolhidos em Macau são distribuídos e que chegam ao local de origem. Por outro lado, a associação indica que estes acordos são comuns e legais e que se encontram em vigor em jurisdições como o Interior, Hong Kong ou Taiwan. No comunicado a MACA destaca igualmente que trabalha com a Sociedade Portuguesa de Autores. Sobre a postura adoptada, a MACA recusou ainda os ataques de parasitismo, indicando que tem contribuído para o desenvolvimento das artes locais, com várias iniciativas, como o Festival de Música MACA, o Concurso de Escritores de Letras MACA, ou visitas a várias escolas para abordar os assuntos dos direitos de autores. Na mesma batida Quem também reagiu às críticas sobre a MACA, foi o deputado José Pereira Coutinho, na semana passada, através das redes sociais. Num comunicado, o legislador apelou a maior transparência. “Na minha opinião, deve haver mais transparência na cobrança dos diversos direitos de autoria para esclarecimento do público em geral. Continuarei a acompanhar de perto a evolução deste assunto”, prometeu.