Hoje Macau EventosAbertas candidaturas para subsídios a “Álbuns de Canções Originais” Começa hoje e decorre até 12 de Janeiro do próximo ano o prazo de candidaturas para o “7.º Plano de Subsídios à Produção de Álbuns de Canções Originais”, suportado pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC). Este programa subsidia projectos musicais no formato de “álbum” e “mini-álbum”, pretendendo “cultivar os talentos musicais locais, proporcionar-lhes mais oportunidades de lançar canções originais e desenvolver gradualmente o mercado, promovendo assim o desenvolvimento da indústria musical em Macau”. Deste programa de apoio estão excluídos álbuns de colectâneas e de grandes êxitos de um artista, ou seja, temas já gravados, pelo que “todas as canções devem ser obras inéditas e não encomendadas, com um mínimo de 3 canções para os miniálbuns e mínimo de seis músicas para os álbuns”. O FDC adianta ainda, em comunicado, que o álbum financiado “deverá ser distribuído digitalmente em pelo menos quatro plataformas comerciais de música digital, pelo menos uma das quais deve ser uma plataforma relevante do Interior da China”. Criatividade e companhia O FDC terá uma comissão de avaliação de actividades e projectos a avaliar as candidaturas consoante critérios como a “criatividade da composição, letras, arranjos e produção musical”, bem como a “qualidade de actuação do intérprete, a proposta de produção, a experiência profissional da equipa, a proposta de divulgação e promoção” e ainda a “razoabilidade do orçamento do projecto” O FDC irá subsidiar, no máximo, seis artistas na categoria de “miniálbuns”, com 135 mil patacas para cada um, enquanto apenas quatro beneficiários poderão receber um subsídio no montante máximo de 270 mil patacas para quatro álbuns. Incluem-se no apoio, despesas relacionadas com a produção, transporte, a promoção, o arrendamento de estúdio de gravação e o aluguer de equipamentos, com o prazo de apoio financeiro de 18 meses. Por outro lado, o FDC organizará peritos para prestarem aconselhamento profissional aos beneficiários na produção dos seus álbuns. Amanhã, decorre uma sessão de esclarecimento sobre este plano de apoio, às 15h, no auditório da FDC situado no 7.º andar do Edifício Centro Comercial Cheng Feng, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção.
Hoje Macau EventosCurtas-metragens | IC aceita inscrições para novo festival O Instituto Cultural (IC) associa-se à Galaxy para criar a primeira edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau, que irá decorrer no próximo ano. Desta forma, o prazo de inscrições de projectos, apenas para residentes, decorre entre hoje e 15 de Dezembro. O objectivo, segundo um comunicado do IC, é “incentivar os profissionais qualificados de produção cinematográfica e televisiva de Macau a desenvolver uma gama mais vasta de curta-metragens locais e alargar as oportunidades de intercâmbio com o exterior”. Os vencedores do festival terão direito a receber uma estatueta e um prémio monetário no valor de 40 mil patacas. O evento terá várias sessões de exibição de filmes, workshops e palestras, existindo três categorias em concurso, nomeadamente “Curtas-Metragens de Macau”, “Curtas-Metragens em Ascensão” e “Cineastas em Destaque”. O IC explica ainda que as sessões contam com a presença de “cineastas experientes” como convidados, que irão não só fazer parte do júri como vão ser os protagonistas dos worshops temáticos e das palestras. Pretende-se, assim, “criar uma plataforma internacional de intercâmbio e de exibição de curtas-metragens, que visa simultaneamente divulgar, de forma activa, os trabalhos cinematográficos e televisivos produzidos em Macau”.
Hoje Macau EventosPropriedade intelectual | IC promove palestra com Li Yan, fundador da SCREW Realiza-se a 3 de Dezembro no Museu de Arte de Macau a “Conferência sobre a Cultura Pop da Nova Era e a Tendência da Indústria de Licenciamento de Propriedade Intelectual”, que conta com a presença de Li Yan, artista do interior da China e fundador da SCREW, uma marca de propriedade intelectual O auditório do Museu de Arte de Macau (MAM) acolhe a 3 de Dezembro uma palestra com Li Yan, conhecido artista oriundo do interior da China ligado à cultura pop e às questões de propriedade intelectual. A “Conferência sobre a Cultura Pop da Nova Era e a Tendência da Indústria de Licenciamento de Propriedade Intelectual” acontece às 15h e revela a visão do fundador da marca de propriedade intelectual SCREW, a fim de “partilhar a sua experiência no que toca à criação e licenciamento de [marcas]”, adianta o Instituto Cultural (IC), em comunicado. As inscrições para a sessão terminam no próximo domingo, 26. O IC adianta que Li Yan “é um conhecido artista contemporâneo, artista digital e um coleccionador de figuras da arte pop, sendo também o primeiro artista chinês de figuras da arte pop a ser apresentado num leilão de arte contemporânea na China”. Trata-se, assim, de uma “personagem altamente activa no panorama das indústrias culturais do Interior da China”, tendo sido apresentado, juntamente com as suas obras, no edifício Nasdaq, na Times Square em Nova Iorque. Li Yan é também autor do livro “Cultura China Meng – Criando um PI de Mascote Global” [China Meng Culture – Creating a Global Mascot IP] e fundador da SCREW, “uma conhecida marca de propriedade intelectual do Interior da China que conta, no seu currículo, com colaborações com várias marcas internacionalmente conceituadas”. Li Yan ajudou ainda a fundar as marcas “NOWAYART” e “Manyan Xingqiu”. Promover profissionalização O IC descreve que o seminário terá como tema “Cultura Pop da Nova Era e a Tendência das Indústrias de Licenciamento de Propriedade Intelectual”, sendo que Li Yan irá “dar a conhecer os seus casos da criação de marcas de propriedade intelectual, assim como partilhar a sua experiência e sucesso no licenciamento” de marcas de propriedade intelectual. Com esta palestra, o IC pretende “continuar a incentivar a profissionalização e a industrialização do sector das indústrias culturais e criativas de Macau, esperando aproveitar estes eventos para aprofundar os conhecimentos dos profissionais interessados na criação de marcas de propriedade intelectual e pela sua concessão”. A conferência será realizada em mandarim. As inscrições podem ser feitas na plataforma de “Conta Única”, sendo que se o número de inscritos ultrapassar o limite das vagas, a admissão será feita por sorteio. Os inscritos seleccionados receberão a notificação por SMS no dia 27 deste mês.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Líder da Igreja Católica chinesa conclui visita histórica O líder da Igreja Católica chinesa, Joseph Li, concluiu este fim de semana uma visita histórica a Hong Kong, de que saíram apelos do topo do clero local à unidade, incluindo em Macau. O arcebispo Li chegou a Hong Kong na segunda-feira, a convite de Stephen Chow, recém-designado cardeal católico da cidade, e que em Abril se tornou o primeiro a visitar a capital chinesa em quase três décadas, marcando uma aproximação entre o fragmentado catolicismo chinês. Num seminário na quarta-feira, Chow afirmou o papel da igreja de Hong Kong como uma “igreja de ponte”, acrescentou a mesma publicação. Em declarações ao Kung Kao Po, Li prometeu melhorar a igreja chinesa, aproveitando a visita enquanto “oportunidade para aprender muitas coisas”. Em setembro, a China disse que deseja “fortalecer a confiança mútua” com o Vaticano, um dos poucos Estados com os quais não tem relações diplomáticas, após o papa ter enviado um telegrama a desejar felicidades ao povo chinês. “A China está disposta a manter um espírito de conciliação com o Vaticano, envolver-se num diálogo construtivo, reforçar a compreensão e a confiança mútua e promover o processo de melhoria das relações bilaterais”, afirmou Wang Wenbin, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaAPEC | Xi Jinping garante que China vai continuar “desenvolvimento pacífico” O Presidente da China disse que o país vai continuar a “manter-se no caminho do desenvolvimento pacífico” para “melhorar a vida do povo chinês e não [para] substituir ninguém”. Xi Jinping sublinhou a vontade da China de “trabalhar em conjunto” para alcançar mais resultados na cooperação na região Ásia-Pacífico, durante um discurso proferido na cerimónia de encerramento da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), na sexta-feira, em São Francisco. O líder chinês apelou à criação de “uma comunidade aberta, dinâmica, resiliente e pacífica” naquela região, para a qual propôs a aposta em áreas como a inovação tecnológica, a abertura económica e a integração regional, o desenvolvimento verde e a redução das desigualdades. Xi apelou a esforços conjuntos para “criar em conjunto mais 30 anos dourados” para a região. Os Presidentes das duas maiores potências económicas do mundo tiveram esta semana um encontro há muito esperado, após um ano sem contactos, numa altura em que ambos procuram estabilizar a relação bilateral, que tem estado tensa nos últimos anos. No encontro, que durou cerca de quatro horas, concordaram em retomar as comunicações militares e, de acordo com a Casa Branca, chegaram a um acordo para que a China controle os precursores químicos utilizados no fabrico do fentanil, opiáceo que mata cerca de 200 norte-americanos por dia. Durante a estada em São Francisco, Xi defendeu a “construção de pontes” com os Estados Unidos e garantiu que a China está pronta para ser “um parceiro e um amigo” da nação norte-americana com base nos princípios fundamentais do respeito e da coexistência pacífica. O líder chinês assegurou ainda que o país “está feliz por ver uns Estados Unidos confiantes, abertos, em constante crescimento e prósperos”, embora tenha acrescentado esperar que Washington “dê as boas-vindas a uma China pacífica, estável e próspera”. Xi também aproveitou a cimeira da APEC para demonstrar a influência na região, mantendo um encontro com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e para aprofundar os laços com os parceiros latino-americanos, especialmente aqueles que se queixam de que Washington relegou a região para segundo plano, face às guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. No primeiro dia da cimeira, o Presidente chinês encontrou-se com os homólogos do México, Andrés Manuel López Obrador, e do Peru, Dina Boluarte, para reiterar a vontade de reforçar os laços comerciais. Dos dois encontros, Xi recebeu um convite para visitar o México nos próximos meses e o Peru, quando este país acolher a cimeira dos líderes da APEC no próximo ano. Criada em 1989, a APEC reúne 21 territórios asiáticos e americanos que fazem fronteira com o oceano Pacífico: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Singapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos e Vietname.
Paulo Maia e Carmo Via do MeioAs crianças que aguardavam por Tao Yuanming Wang Qihan (act. 950-75), autor de uma célebre pintura de um Literato que limpava os ouvidos ao lado da qual Yongcheng, o quarto filho do imperador Qianlong, escreveu que aquela era uma obra que «circulara, deliciando muitos olhares», também concebeu outra representação que mostra uma fina sensibilidade capaz de provocar a mesma sensação de inesperado deleite. Numa folha de álbum (tinta e cor sobre seda, 43 x 33,2 cm, no Museu de Belas Artes de Boston) de Mulheres e crianças junto de um lago com lótus diante de um salgueiro (simbolizando a ausência do pai?) apresenta uma cena íntima e familiar: junto de um bebé, uma mãe que cultiva as artes e as letras, como se vê nos rolos de pinturas e caligrafias e um qin atrás dela. O que explicará o gesto leve e o olhar brando com que levanta o braço para acalmar as brincadeiras mais irrequietas de outras crianças que estão num pátio à sua frente. Se bem que invulgar entre as obras dos literatos, esse género de figuração de mulheres e crianças, ou apenas crianças, tornar-se-ia uma característica única da pintura das seguintes dinastias Song e Yuan, depois repetida em obras impressas e artes decorativas, como espelho exemplar da harmonia familiar nas dinastias seguintes. Porém, de modo típico, nessa altura a atenção ao espaço da intimidade familiar estava ancorada na sublimidade literária das palavras de poetas como Tao Yuanming (365-427). Em Regresso a casa (Guiqu laici, poema IV) o poeta recorda com alegria os que o esperavam ao chegar ao seu refúgio campestre: «(…) E então vi a minha casa de família, Cheio de alegria pus-me a correr, Um rapaz meu criado veio receber-me Meus filhinhos esperavam-me à porta (…) Os três caminhos quase não se distinguiam mas os pinheiros e os crisântemos ainda lá estavam. Segurando as crianças pela mão, entrei na minha morada (…)» A descrição, feita com tal detalhe inspiraria inúmeros pintores. He Cheng (1224-depois de 1315) foi um dos autores de vários rolos horizontais que recriam essa situação como o anónimo, dos mesmos anos de 1300, que está no Museu de Arte de Cleveland ou o feito a partir de um original de Qian Xuan (1239-1301), que está no Metmuseum (tinta e cor sobre papel, 106,7 x 26 cm), que se tornariam um tema querido por pintores, sobretudo depois do rolo horizontal de Li Gonglin (c. 1049-1106) que está no Smithonian (tinta e cor sobre seda, 37 x 521,5 cm). Deles faz parte a encenação desse encontro com as crianças, que torna visíveis os sentimentos do poeta ao regressar. Um pediatra da dinastia Song, Qian Yi (c.1032-1113) escreveu sobre esse olhar de ternura do poeta e da mãe, na pintura de Wang Qihan: «Acredito que disseminar o afecto é uma responsabilidade das pessoas de bem. Cuidar dos mais novos é uma instrução que nos foi passada pelos sábios. Como poderemos não propagar essa protecção?»
João Luz Manchete SociedadeMacau Jockey Club | Prémios cortados em 30% por baixas apostas O Macau Jockey Club cortou os prémios monetários em 30 por cento devido ao fraco volume de apostas. Nos primeiros nove meses do ano, as receitas brutas do único operador de apostas em corridas de cavalos apenas aumentou 14 por cento face ao mesmo período de 2022 Os sinais de problemas financeiros do Macau Jockey Club continuam a surgir. Desta vez, o único operador de apostas em corridas de cavalos anunciou que iria cortar em 30 por cento os prémios monetários, a partir do sábado passado. O ajuste, noticiado pelo Canal Macau da TDM, foi assumido numa carta enviada aos membros do clube e aos donos dos cavalos que correm na pista da Taipa. “Por estarmos a receber menos apostas do que esperávamos ao longo dos anos, o clube vem relutantemente implementar uma medida de ajustamento. Esperamos assim manter uma operação estável do clube, apesar dos desafios do ambiente económico actual”, é indicado pelo Macau Jockey Club. A medida surgiu após uma reunião com representantes dos donos dos cavalos, jockeys e trabalhadores que vão sofrer cortes nos salários na sequência do ajuste. Segundo fontes conhecedoras do processo, citadas pelo Canal Macau da TDM, a reunião terá terminado com a ameaça de processos judiciais movidos contra a empresa caso não sejam repostos os prémios financeiros. Além disso, a empresa que opera o Macau Jockey Club, liderada por Angela Leong, avançou que poderia diminuir o número de corridas por fim-de-semana para três ou quatro, mais uma medida que contou com a reprovação de trabalhadores e donos de cavalos. Apesar da intenção, no fim-de-semana que passou realizaram-se as habituais cinco corridas, mas não existem certezas sobre o que está reservado para o futuro. Negócio a evaporar Recorde-se que o Macau Jockey Club foi proibido de receber apostas do estrangeiro, incluindo regiões e países como Austrália, Singapura, Malásia e Hong Kong. A restrição vem agravar os desafios e magras receitas que a empresa tem enfrentado nos últimos anos, sem mostrar sinais evidentes de recuperação depois da pandemia. Durante os primeiros nove meses deste ano, o Macau Jockey Club apurou 32 milhões de patacas, o que representa apenas uma subida de 14 por cento face ao mesmo período do ano passado, quando a região estava ainda paralisada pelas restrições de combate à covid-19. O registo deste ano ficou apenas a 43 por cento dos níveis verificados no mesmo período em 2019. O contraste é ainda mais evidente se recuarmos uma década, com as receitas brutas dos primeiros nove meses de 2023 a ficarem apenas a 11,7 por cento dos níveis registados em 2013. O Macau Jockey Club, a operar há 30 anos, tem registado perdas financeiras consecutivas. Ainda assim, o Governo aprovou a prorrogação do contrato de franquia das corridas de cavalos até 31 de Agosto de 2042, em Fevereiro de 2018.
Andreia Sofia Silva SociedadeColo do útero | Taxa de mortalidade de cancro baixou 8 por cento Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) apontam, em comunicado, que a taxa de mortalidade associada à doença do cancro do colo do útero baixou oito por cento nos últimos anos face a 2011, enquanto a taxa de incidência do cancro do colo do útero invasivo do colo do útero diminuiu quase 30 por cento no mesmo período. Desde 2019 que o teste de HPV [papilomavírus humano] – DNA, com base no exame do papanicolau, foi alargado a mulheres com idade igual ou superior a 30 anos, a fim de “aumentar a eficiência e a sensibilidade do rastreio de cancro do colo do útero”. Desde 2009 que 1,65 milhões de mulheres realizaram esse rastreio, “pelo que esses trabalhos têm surtido efeito de forma gradual”, apontam os SSM. Além disso, desde 2013 que a vacina contra o HPV está incluída no programa de vacinação, sendo gratuita para mulheres residentes com idade inferior a 18 anos. Prevê-se, assim, que “o risco de cancro do colo do útero nas mulheres possa ser reduzido ainda mais”. De destacar que, a 17 de Novembro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou a “Estratégia Global para Acelerar a Eliminação Rápida do Cancro do Colo do Útero como um Problema de Saúde Pública”, tendo definido três metas a alcançar até 2030. O objectivo passa por ter 90 por cento das raparigas totalmente vacinadas contra o HPV antes dos 15 anos, ter 70 por cento das mulheres submetidas a um exame de rastreio do cancro cervical de alta eficiência antes dos 35 anos, e a um exame adicional antes dos 45 anos, e ainda ter 90 por cento das mulheres identificadas com esta doença a receber tratamento. A OMS decretou também que a taxa padronizada de incidência do cancro do colo do útero deve ser inferior a 4 por 100 mil mulheres. Todas estas medidas podem, segundo as contas da OMS, “ajudar a reduzir em mais de 40 por cento o número de novos casos até 2050 e prevenir cinco milhões de mortes”.
Hoje Macau SociedadeIntercâmbio | Mandarim é necessidade para brasileiros O director do Instituto Confúcio da Universidade Estadual Paulista defende que aprender mandarim é “uma necessidade” no Brasil, devido aos crescentes laços comerciais. António Paulino foi um dos 240 convidados do Fórum de Intercâmbio e Aprendizagem Mútua entre as civilizações da China e dos Países de Língua Portuguesa, que terminou ontem “Aprender chinês deixou de ser uma curiosidade e passou a ser uma necessidade para quem quer ter sucesso no mundo do futuro, sobretudo para os brasileiros”, disse o director do Instituto Confúcio da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Luis António Paulino. O académico lembrou que a China é, desde 2009, o principal parceiro comercial brasileiro e o Brasil é o maior parceiro comercial da China na América Latina. Paulino afirmou que os crescentes laços bilaterais têm levado a que cada vez mais brasileiros se interessem pela língua chinesa. O Instituto Confúcio da Unesp, criado em 2008, já ensinou mandarim a 28 mil estudantes, acrescentou. Numa sessão do Fórum de Intercâmbio e Aprendizagem Mútua entre as civilizações da China e dos Países de Língua Portuguesa, o professor sublinhou que também os jovens chineses têm demonstrado maior interesse pelo Brasil. Futuro maravilhoso “Na última década tem-se sentido uma febre de português na China e febre de chinês nos países de língua portuguesa”, disse o director da Academia Chinesa de História, na cerimónia de abertura do fórum. Gao Xiang sublinhou que “mais de 60 universidades chinesas” têm licenciaturas em áreas como língua e cultura portuguesas e tradução português-chinês, ao mesmo tempo que existem delegações do Instituto Confúcio em oito países lusófonos. O historiador defendeu que o evento enquanto oportunidade para “explorar o estabelecimento de uma plataforma e de um mecanismo permanente de intercâmbio cultural e de aprendizagem mútua” entre a China e os países de língua portuguesa. “A criação conjunta de um futuro maravilhoso” precisa de “intercâmbios culturais e a compreensão mútua das civilizações”, acrescentou Gao. Mais de 240 convidados e académicos da China e dos países de língua portuguesa, incluindo Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, participaram no fórum, que terminou ontem. O evento foi organizado pela Academia Chinesa de História, o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, o Gabinete de Ligação do Governo Popular Central em Macau, a Fundação Macau e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. O Instituto Confúcio, sob a tutela de uma agência governamental chinesa, estabelece delegações directamente em escolas e ‘campus’ universitários no estrangeiro para promover o ensino do mandarim e a cultura chinesa. Em Portugal, o instituto garante cursos livres de mandarim em cinco universidades portuguesas: Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Minho. O Instituto Confúcio tem também delegações em várias universidades do Brasil, Angola, Moçambique, nas Universidades de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde.
Andreia Sofia Silva PolíticaCombustíveis | Ron Lam pede informações de preços actualizados O deputado Ron Lam U Tou interpelou o Governo sobre a necessidade de o Conselho de Consumidores (CC) alterar o modo de actuação e apresentar dados mais actualizados sobre os preços dos combustíveis. “Quando é que o CC, em conformidade com a lei de protecção dos direitos e interesses do consumidor, vai formular um plano de recolha de informações actualizadas e objectivas sobre a variação de preços de combustíveis? Quando será feito um inquérito a fim de dar respostas às perguntas da sociedade sobre os preços constantemente elevados e o monopólio verificado?”, questionou. Ron Lam U Tou lembrou ainda a possibilidade, desde 2016, de se vender gasolina 95 sem chumbo em Macau, “adequada para 99 por cento dos veículos”, e como será esse fornecimento na zona A dos novos aterros. “Há dois lotes que se destinam à construção de dois postos de abastecimento. Quando é que será feito o concurso para estes dois postos, e serão estes abastecidos com gasolina sem chumbo 95?”, inquiriu. Quanto à inflação e ao sistema de verificação de preços por parte do CC, o deputado pede que seja feita uma “revisão global” quanto à variação do Índice de Preços do Consumidor e a realização de inquéritos frequentes sobre “os preços dos artigos com maiores flutuações ou aqueles que tenham preços excessivamente elevados”.
Hoje Macau PolíticaBanca | Activos internacionais caem 4% No final de Setembro, o total dos activos internacionais do sector bancário de Macau decresceu 4 por cento relativamente ao trimestre anterior, atingindo 2.040 mil milhões de patacas, indicou na sexta-feira a Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Sendo de assinalar um decrescimento de 4,3 por cento, correspondendo a 1.480,5 mil milhões de patacas das disponibilidades sobre o exterior e um decréscimo de 3,2 por cento, correspondendo a 559,8 mil milhões de patacas dos activos locais em moedas estrangeiras. A AMCM refere que os empréstimos de entidades não bancárias sobre o exterior que constituíram a maior parte dos activos internacionais diminuíram 7,7 por cento, para um total de 575,9 mil milhões de patacas. Em relação à quota das aplicações financeiras nos mercados internacionais, no activo total do sistema bancário, a AMCM dá conta de um decréscimo de 84,7 por cento, taxa registada no final de Junho de 2023 para o nível de 84 por cento, taxa reportada ao final de Setembro de 2023. As responsabilidades internacionais no passivo total do sistema bancário desceram do nível de 82,5 por cento, registado no final de Junho de 2023 para o nível de 81,8 por cento.
Hoje Macau Manchete SociedadeEconomia | PIB mais que duplicou no 3.º trimestre face a 2022 O Produto Interno Bruto de Macau mais do que duplicou no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2022. A recuperação foi impulsionada pelas “exportações de serviços de jogo” que foram quase nove vezes superiores ao mesmo período do ano passado Durante o terceiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau mais do que duplicou, com um acréscimo anual de 116,1 por cento, em termos reais, devido principalmente ao forte desempenho das exportações de serviços, indicou na sexta-feira a Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Salientam-se os aumentos ampliados para 781,4 por cento das exportações de serviços do jogo e 255,4 por cento das exportações de outros serviços turísticos. A DSEC destacou ainda o contributo da procura interna, que aumentou 15,7 por cento, “em virtude da recuperação contínua da formação bruta de capital fixo e do consumo privado, os quais impulsionaram, em conjunto e num ritmo energético, a continuidade de recuperação económica de Macau”. A formação bruta de capital fixo registou um acréscimo anual de 45,5 por cento, verificando-se nos últimos dois trimestres crescimentos positivos, com a DSEC a realçar ainda os aumentos anuais de 43,9 por cento no investimento em construção e de 50,4 por cento no investimento em equipamento. No capítulo do consumo privado, é salientada a “contínua dinamização”, “estimulada pelas melhorias no ambiente económico e na situação de emprego”, que levaram a despesa de consumo privado a acelerar o crescimento em relação ao segundo trimestre e um “aumento anual de 29,6 por cento, destacando-se as subidas de 22,4 por cento na despesa de consumo final das famílias no mercado local e de 138,7 por cento na despesa de consumo final das famílias no exterior”. No sentido oposto, a DSEC refere que a despesa de consumo final do Governo desceu 23,6 por cento em termos anuais, em consequência do fim das medidas no âmbito do “Plano de subsídio de vida”, popularmente conhecido como cartão de consumo. Neste aspecto, a DSEC dá conta de variações de -41,7 por cento nas compras líquidas de bens e serviços, e de +3,1 por cento nas remunerações dos empregados. Contas feitas Nos primeiros três trimestres de 2023 o PIB registou uma subida anual de 77,7 por cento, em termos reais e a recuperação de Macau equivaleu a 77,4 por cento do volume económico do mesmo período de 2019, informam os Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Quanto ao sector público, o investimento em construção pública e o investimento em equipamento subiram no terceiro trimestre 26,8 por cento e 139 por cento, respectivamente, em termos anuais, graças à continuada realização de obras de grande envergadura, nomeadamente infra-estruturas e diversos empreendimentos de habitação pública. Quanto ao sector privado, o investimento em construção privada cresceu 61,5 por cento e o investimento em equipamento subiu 39 por cento, em termos anuais, visto que as concessionárias de jogo de fortuna ou azar reforçaram os investimentos, estimuladas pela recuperação do ambiente económico de Macau, indica a DSEC.
João Luz PolíticaJogos Nacionais | Governo recrutou 9.000 voluntários até Setembro O Instituto do Desporto (ID) revelou este fim-de-semana que até Setembro mais de 9.000 residentes estavam inscritos no plano de recrutamento de voluntários da Zona de Macau dos Jogos Nacionais, sendo que a meta é atingir 10.000 voluntários. Ao mesmo tempo, começaram a ser organizadas acções de formação para preparar “a prestação do serviço voluntariado nos Jogos Nacionais”. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Ngan Iek Hang, a presidente substituta do ID, Lam Lin Kio, revelou ainda que começaram, de forma faseada, “as obras de reparação e optimização das instalações desportivas afectas ao Instituto do Desporto”. O objectivo é fazer corresponder as instalações com base nas características das modalidades competitivas a serem organizadas em Macau. Além das instalações afectadas ao ID, foram também contactadas escolas superiores e empresas integradas de turismo e lazer com espaços que possam acolher provas dos Jogos Nacionais. O Governo garantiu ainda que irá cooperar com as autoridades de Guangdong e Hong Kong para organizar um plano de gestão de fluxo de pessoas. As áreas de intervenção serão transportes, alojamento e passagem fronteiriça, “com vista a criar uma boa experiência para os atletas participantes, trabalhadores e espectadores”. A 15.ª edição dos Jogos Nacionais da República Popular da China realiza-se em 2025 e será organizada conjuntamente por Guangdong, Hong Kong e Macau.
João Luz Manchete PolíticaMenores | Deputado quer proibir sobremesas com álcool Face à popularidade de chá com leite e Maotai, Ngan Iek Hang pergunta se o Governo planeia regulamentar o consumo por menores de sobremesas que contenham álcool. Face ao aumento da necessidade de fiscalizar negócios que vendam produtos com álcool, o deputado dos Moradores pergunta se haverá reforço da mão-de-obra O deputado Ngan Iek Hang, um dos mais jovens no elenco de legisladores, gostaria de ver alargado o âmbito das leis de Macau que proíbem o consumo de bebidas alcoólicas a menores de idade. Numa interpelação escrita divulgada no fim-de-semana, o legislador ligado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau mencionou a “moda” dos “produtos alimentares com sabor a vinho chinês, nomeadamente, café com leite com sabor a Maotai, chá com leite com sabor a Maotai. Na sua visão, é possível que se verifique uma “expansão dos negócios de algumas empresas, é também possível o surgimento de chocolates, gelados e sobremesas com álcool”. Apesar de ainda não existirem, Ngan Iek Hang pergunta se, a longo prazo, o Governo “vai considerar regulamentar os alimentos com álcool, incluindo os chocolates e gelados, bem como as sobremesas”. O deputado ressalva que, “embora o título alcoométrico dos produtos alimentares possa não ser visível no momento da sua produção no local e não atinja 1,2 por cento, é ainda possível que os mesmos despertem o interesse dos jovens em experimentá-los várias vezes, o que terá um certo impacto no seu crescimento e desenvolvimento”. Face a estes produtos com álcool que são produzidos na hora, o deputado pergunta como irá o Governo “proceder a inspecções e dar orientações aos lojistas, para evitar a venda a menores de bebidas alcoólicas com título alcoométrico superior a 1,2 por cento”. Sociedade vigilada Como as novas restrições impostas pela lei de prevenção e controlo do consumo de bebidas alcoólicas por menores em vigor, Ngan Iek Hang prevê o aumento da pressão sobre os serviços públicos. “Acredito que a lei vai contribuir para reforçar a prevenção dos menores de entrarem em contacto com o álcool e salvaguardar a saúde física e mental destes no seu crescimento. Porém, na prática, a execução da lei implica uma vasta gama de vertentes quer para o agente responsável pela execução da lei quer para os lojistas”. O deputado indica que o Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo passou para o nível de departamento, acompanhado pela mudança da sua designação para Gabinete para a Prevenção e o Controlo do Tabagismo e do Alcoolismo. Como tal, Ngan Iek Hang estima que “a carga de trabalho do mesmo será muito pesada na fase inicial, envolvendo as inspecções, a divulgação jurídica e a execução da lei”. Assim sendo, pergunta se o Governo pondera aumentar a mão-de-obra. Além disso, para aliviar os recursos humanos, o deputado sugere que sejam aumentados os métodos de denúncia nas plataformas online para casos de consumo de álcool por menores de 18 anos.
Andreia Sofia Silva EntrevistaGil Azevedo, director-executivo da “Unicorn Factory”: “Macau tem investidores relevantes” Em Abril, durante a visita oficial de Ho Iat Seng a Portugal, a “Unicorn Factory” [Fábrica de Unicórnios] de Lisboa recebeu uma comitiva de empresários que mostraram interesse nas oportunidades de negócio que a plataforma pode proporcionar. Na última edição da Websummit, a maior cimeira de tecnologia do mundo, Gil Azevedo falou sobre projectos futuros com a RAEM Em Abril, a “Fábrica de Unicórnios” recebeu uma comitiva de empresários de Macau. Que balanço faz dessa visita? Foi de facto uma visita muito importante para nós. Primeiro, pela proximidade cultural que Macau tem connosco, e, por outro lado, por ser um território tão distante geograficamente de Portugal. Esta visita permitiu, portanto, uma aproximação que a distância física não ajuda. Conseguimos falar com empresários e personalidades muito relevantes e acreditamos que nos possam ajudar na missão de criar um centro de inovação a nível internacional que, obviamente, passa por ter pontes com todos os pontos do globo. Macau é um desses pontos que pode ser muito importante para a nossa estratégia. Essa visita teve muito valor para nós. Foram discutidas algumas parcerias concretas? Acima de tudo, os empresários conheceram o projecto, startups, investidores portugueses e temos vindo a estabelecer contactos com vista a potenciais parcerias no futuro. Não posso avançar ainda informações, mas espero para breve poder avançar com algumas novidades. Com que entidades estão a dialogar? Com o IPIM, por exemplo? É uma das entidades, sim, mas temos dialogado também com algumas entidades privadas. De qualquer forma o nosso grande objectivo é conseguir estabelecer esta ponte de forma a que as startups portuguesas possam ver Macau como uma base para poderem estabelecer-se na Ásia. Pretende-se também aproveitar potenciais contactos com startups que já estejam em Macau para aproveitar Portugal e esta ponte para se expandirem. O empreendedorismo está na agenda política de Macau, e a visita do Chefe do Executivo de Macau a Portugal, em Abril, foi muito pautada por esse ponto. No entanto, as startups de Macau continuam a não marcar presença na Websummit. Falamos de uma área ainda de pequena dimensão? Esse é o grande desafio. Portugal também tem esse desafio, pois é um país muito pequeno à escala mundial, e Macau, obviamente, também é um território que tem as suas dificuldades em termos de dimensão. Mas é aqui que entra a colaboração, e acreditamos que podemos criar uma rede internacional, em que os sistemas de empreendedorismo se possam ligar, e daí todos ganhamos escala em conjunto. É certo que Macau não está aqui na Websummit, mas isso não invalida que não possa fazer parte desta rede, para pensarmos em iniciativas conjuntas. Que tipo de iniciativas poderiam ser feitas em concreto? Em primeiro lugar, termos programas de aceleração de startups de ambos os lados e de incubação em que possamos colaborar. Tudo para que as startups de ambos os territórios se possam juntar e criar uma comunidade que ligue estes dois ecossistemas através destes programas. Em segundo lugar, a nível de empresas e investidores, Macau tem empresas e investidores muito relevantes que podem juntar-se aos programas que temos e aproveitar oportunidades de investimento, parcerias e apoios. Macau pode também ser uma porta de entrada para o mercado chinês. As startups olham também para esse grande mercado que é a China. Claro que sim. Não há volta a dar para uma empresa que queira ser um unicórnio e ser global, tem mesmo de olhar para o mercado chinês. A nível estratégico, as startups portuguesas dão um primeiro passo na Europa ou nos Estados Unidos, mas logo a seguir olham para os outros mercadores maiores que é a Ásia e, obviamente, a China que tem um papel fundamental no crescimento de uma empresa. Quais os grandes desafios que as startups portuguesas enfrentam para entrar neste mercado tão competitivo? É sobretudo a falta de conhecimento e a distância. É assustador para uma startup, com recursos limitados, criar uma estrutura e crescer num país do qual não conhece a cultura e onde não tem contactos. É uma barreira grande, e por isso acabam por optar pela China para uma segunda fase de crescimento. Mas Macau pode ser essa ponte para a China, porque culturalmente é mais próximo de Portugal. Qual foi a grande mensagem que os empresários deixaram na visita de Abril? Macau quer, neste momento, diversificar a sua economia além da indústria do jogo. Vimos uma grande vontade em encontrar oportunidades de negócio, numa ou noutra direcção. Há de facto uma grande vontade de diversificar a economia e de apostar na inovação nos próximos anos. Macau é também um território ligado aos projectos de integração regional da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, uma espécie de nova “Silicon Valley” no sul da China, e a ilha de Hengqin. Este é também um elo de ligação interessante para as startups portuguesas? Há várias regiões que se querem posicionar ao nível da “Silicon Valley”. Aqui vai haver uma competição por talento internacional e por investimento, empresas internacionais, e isso depende muito das políticas seguidas por cada uma destas regiões e a forma como vão conseguir colaborar entre si. A “Fábrica dos Unicórnios” foi criada muito recentemente. Fale-me um pouco deste projecto. Nascemos precisamente com esse objectivo de tornar também Portugal numa “Silicon Valley” a nível internacional. Somos uma plataforma de programas de aceleração e criação que apoia startups portuguesas e internacionais, mas também um espaço de inovação a fim de conseguir criar centros de massa crítica que consigam atrair talentos e empresas internacionais para Portugal. No último ano, tivemos um crescimento muito significativo. Nascemos da “Startup Lisboa”, que historicamente apoiava cerca de 50 a 60 startups por ano, e no último ano demos apoio a mais de 200, ou seja, triplicámos a nossa capacidade de apoiar estas estruturas e, acima de tudo, aumentámos exponencialmente a dimensão das startups que apoiámos. E com isso estamos a conseguir atrair o tal investimento estrangeiro e os talentos. No último ano, 54 empresas tecnológicas de cariz internacional estabeleceram operações em Lisboa, e mais de 12 são unicórnios internacionais. Isso demonstra que temos vindo a dar passos muito positivos, mas temos ainda um caminho a percorrer. Em terras lusas Naquela que foi a primeira visita oficial do Chefe do Executivo da RAEM ao exterior no pós-pandemia, Ho Iat Seng foi acompanhado por uma comitiva de empresários, que teve uma agenda separada do protoloco oficial, liderada pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. No total, entre 16 e 24 de Abril, 40 empresários visitaram 13 entidades locais, nomeadamente a “Unicorn Factory”, a Fundação Champalimaud e diversas empresas de áreas económicas consideradas estratégicas para Portugal e Macau. Os empresários participaram ainda em diversas actividades promocionais de economia, comércio e turismo. O que é um unicórnio Pegando na figura mitológica equestre com um chifre em espiral, os unicórnios na universidade real do empreendedorismo representam uma realidade que vai além da fantasia, mas que ainda assim é bastante rara. As empresas unicórnio são startups com valor de mercado superior a mil milhões de dólares. Ailen Lee, fundadora do fundo de investimentos que apoio empreendedores Cowboy Ventures, usou o pela primeira vez a expressão em 2013. O termo deriva da extrema raridade que estas empresas representam, com menos de 0,1 por cento das startups a serem consideradas unicórnios. Em 2017, apenas 227 empresas a nível global preenchiam os requisitos.
Hoje Macau Desporto70º Grande Prémio | Calendário de corridas este fim-de-semana Sexta-feira, 17 de Novembro 06h00 – Fecho do Circuito 06h30-07h00: Inspecção do Circuito 08h00-08h45: 55.º Grande Prémio de Motos de Macau – Qualificação 09h30-10h10: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Taça do Mundo de F3 da FIA – Treinos Livres 2 10h30-11h05: Taça de Carros de Turismo de Macau – China Touring Car Championship – Qualificação 11h25-11h55: Desafio do 70° Aniversário do Grande Prémio de Macau – Qualificação 12h45-13h35: Corrida da Guia Macau – Kumho TCR World Tour Event of Macau – Qualificação 14h05-14h35: Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA – Qualificação 15h05-15h45: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Taça do Mundo de F3 da FIA – Qualificação 2 18h00: Abertura do Circuito Sábado, 18 de Novembro 06h00: Fecho do Circuito 06h30-07h00: Inspecção do Circuito 07h40-08h00: 55.º Grande Prémio de Motos de Macau – Aquecimento 08h30-09h15: 55.º Grande Prémio de Motos de Macau – Corrida (12 voltas) 10h05-10h40: Taça de Carros de Turismo de Macau – China Touring Car Championship – 1.ª Corrida (9 voltas) 11h20-11h50: Desafio do 70° Aniversário do Grande Prémio de Macau – 1.ª Corrida (8 voltas) 12h50-13h25: Corrida da Guia Macau – Kumho TCR World Tour Event of Macau – 1.ª Corrida (9 voltas) 14h05-15h05: Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA – Corrida Classificativa (12 voltas) 15h50-16h50: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Taça do Mundo de F3 da FIA – Corrida Classificativa (10 voltas) 18h00: Abertura do Circuito Domingo, 19 de Novembro 06h00: Fecho do Circuito 06h30-07h00: Inspecção do Circuito 08h20-08h55: Taça de Carros de Turismo de Macau – China Touring Car Championship – 2.ª Corrida (9 voltas) 09h30-10h00: Desafio do 70° Aniversário do Grande Prémio de Macau – 2.ª Corrida (8 voltas) 10h35-11h10: Corrida da Guia Macau – Kumho TCR World Tour Event of Macau – 2.ª Corrida (9 voltas) 12h05-13h15: Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA (16 voltas) 13h30-14h30: Parada de Carros Clássicos 15h15-15h20: Dança do Leão 15h30-16h30: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Taça do Mundo de F3 da FIA (15 voltas) 18h00: Abertura do Circuito
João Santos Filipe Desporto Manchete70º Grande Prémio | André Couto regressa a casa com o construtor Dongfeng Honda O piloto de Macau admitiu que na sessão de treinos livres de ontem se sentiu “cada vez mais veloz”, mas aponta que corre sem expectativas, porque o Circuito da Guia é sempre uma lotaria Uma corrida para desfrutar, sem metas traçadas de antemão, num circuito perigoso e sempre muito desafiante. Foi desta forma que o herói local André Couto comentou as expectativas para o fim-de-semana, depois de ter terminado em 11.º e 3.º as duas sessões de treinos-livres da Taça de Carros de Turismo de Macau. “Estou a sentir-me cada vez veloz. Mas, em Macau é complicado ter expectativas, só posso dizer que vou fazer o meu melhor”, começou por dizer Couto, ao HM. “Não guiava aqui há muito tempo, e nem sempre é fácil participar no Grande Prémio de Macau com uma boa estrutura, como acontece comigo este ano. Por isso, vou tentar desfrutar ao máximo, e esperar que as coisas corram bem”, acrescentou. Em relação ao dia de ontem, o piloto indicou que a pista esteve algo suja, com muitas folhas. Porém, destacou que as condições são iguais para todos. “O circuito tem muitos sobressaltos, o que é normal aqui, mas entre as diferentes categorias que correm, a nossa é a que sofre menos com esse aspecto da pista”, indicou. “Hoje [ontem] o circuito não estava muito limpo, há muitas folhas, o que também pode ter a ver com o facto de ter estado muito vento. Mas, as condições de pista são iguais para todos”, descreveu. A trabalhar no futuro Sobre a participação deste ano, André Couto mostrou-se muito satisfeito por poder correr com a equipa do construtor Dongfeng Honda, após ter ficado parado nos últimos dois anos, tempo da pandemia, devido às restrições de viagem. “Depois de a minha carreira ter sido afectada com o encerramento das fronteiras e as restrições de viagem não foi fácil voltar a competir”, reconheceu Couto “Consegui este lugar, para este ano, estou em Macau a competir numa equipa competitiva, e quando se trabalhar num construtor é sempre muito entusiasmante. É um programa muito interessante”, destacou. No entanto, com o final da época, o piloto de Macau reconheceu que começa a preparar o futuro, num cenário em que há cada vez menos apoios para os pilotos locais. “Estou numa situação em que só posso correr quando há convites, estou dependente das oportunidades que surgem”, indicou. “Estou para voltar ao Japão, gostava de correr num projecto relacionados com carros da categoria GT, talvez num Lamborghini, ou no Lamborghini Super Trofeo, mas não sei se é possível”, apontou. “Mas estou aberto a qualquer oportunidade”, completou.
João Santos Filipe DesportoTaça de Carros de Turismo de Macau – CTCC: Couto entre os 3.º mais rápidos, Souza em 12.º André Couto (Honda Civic) foi ontem o 3.º piloto mais rápido na segunda sessão de treinos livres da Taça de Carros de Turismo de Macau, com um tempo de 2m31s588. Por sua vez, Filipe de Souza (Audi RS3) ficou no 12.º lugar, com uma marca de 2m48s658. No entanto, a sessão foi liderada por Andy Yan (Hyundai Elantra), piloto de Hong Kong que atingiu uma marca de 2m30s846. Ontem, realizaram-se duas sessões de treinos livres para a Taça de Carros de Turismo de Macau. Na sessão matinal, não houve problemas de maior, o que permitiu aos pilotos acumularem tempo na pista. Durante a manhã, o mais rápido foi Zhang Zhendong (Hyundai Elantra), com o tempo de 2m31s649. Couto ficou no 11.º lugar com um tempo de 2m33s925, e Filipe Souza foi 15.º com o registo 2m36s907. No entanto, a sessão da tarde, quando se esperava que os tempos melhorassem significativamente, registou um cenário muito diferente. Até certo ponto houve tempo para rodar, porém a sessão foi interrompida, quando Wu Yi Fan (Audi RS3) saiu largo na Curva dos Pescadores, e destruiu parte da barreira. A sessão ainda foi recomeçada, mas apenas durou alguns minutos, porque Zhou Yunjie (Honda Civic), primeiro, saiu largo da Curva do Hotel Lisboa, mas, mais tarde, bateu novamente, em direcção à Maternidade, e ficou atravessado na pista em sentido contrário, o que impediu que se realizassem mais voltas. Taça do Mundo de GT da FIA: Dia de Marciello e Cairoli Raffaele Marciello (Mercedes) e Matteo Cairoli (Porsche) foram os pilotos mais rápidos nas sessões de treinos livres disputadas ontem. Na primeira sessão, Marciello fez o tempo de 2m16s150, batendo Laurens Vanthoor (Porsche), 2m16s397, e Matteo Cairoli (Porsche), que fez a marca de 2m16s593. Na segunda sessão, Cairoli ficou na frente, com o tempo de 2m15s532, seguido por Marciello, com o registo de 2m15s565. No terceiro lugar da segunda sessão, ficou o espanhol Daniel Jucadella (Mercedes) com o tempo de 2m15s570. No dia de ontem apenas se realizaram treinos livres, que servem essencialmente para os pilotos afinarem os carros e se ambientarem à pista.
João Santos Filipe Desporto70º Grande Prémio | Rui Valente de olho no pódio O Desafio do 70º Aniversário do Grande Prémio de Macau foi o nome escolhido para a corrida destinada aos pilotos locais do segundo fim de semana do 70.º Grande Prémio de Macau. Para Rui Valente, esta será a sua vigésima nona participação no maior evento desportivo da RAEM. Os regulamentos das corridas locais foram alterados no defeso e agora o parque automóvel está confinado aos modelos Toyota GR86 e Subaru BRZ, já vistos a competir no passado fim de semana no Circuito da Guia na corrida Macau Roadsport Challenge. Embora cada concorrente possa escolher a sua marca de pneus, num pelotão em que os carros são todos praticamente iguais, a condução poderá ser o factor decisivo. Rui Valente espera “uma corrida muito disputada, com andamentos muito próximos entre os pilotos, e em que a experiência no Circuito da Guia poderá fazer a diferença”. Isto, num pelotão que tem vários pilotos que farão a sua estreia no circuito este fim de semana. O piloto inscrito pela Premium Racing Team não esconde que “o objectivo é lutar pelas posições do pódio”, e se a oportunidade aparecer, Rui Valente afirma com convicção que “vai tentar mesmo vencer”. Todavia, o veterano piloto do território recorda que “já não conduzo em Macau um carro com tracção à frente desde o BMW M3 em 1995”, sendo que a abordagem “é bastante diferente, dado que o comportamento do carro também é diferente”. O Desafio do 70° Aniversário do Grande Prémio de Macau tem duas corridas programadas para o fim de semana, a primeira pelas 11h20 de sábado e a segunda às 09h30 de domingo. Ambas as corridas terão a duração de 8 voltas.
João Santos Filipe DesportoDesafio do 70.º Aniversário do Grande Prémio de Macau | Pilotos de HK destacam-se Os pilotos de Hong Kong foram os mais rápidos, de forma destacada, nas duas sessões de treinos livres do Desafio do 70.º Aniversário do Grande Prémio de Macau. Na primeira sessão de treinos livres, Lo Pak Yu (Toyota GR86) foi primeiro, 2m50s432, seguido por Damon Chan (Toyota GR86), 2m51s035 e Adrian Chung (Toyota GR86), com um tempo de 2m51s299. O melhor piloto de Macau foi Lei Kit Meng (Toyota GR86), no quarto lugar, com a marca de 2m52s423. Rui Valente (Subaru BRZ) mostrou dificuldades para andar no ritmo da frente, e não foi além do 18.º lugar, com a marca de 2m59s063. Na sessão da tarde, que decorreu sem qualquer acidente, os pilotos de Hong Kong voltaram a manter-se na frente e conseguiram melhorar significativamente os tempos. Adrian Chung foi o mais rápido, com a marca de 2m47s034, seguido por Damon Chan (2m47s993) e Lo Pak Yu (2m48s509). Apesar de ter sido um dos pilotos que mais rodou na segunda sessão de treinos livres, Rui Valente não conseguiu fazer melhor que o 21.º lugar com a marca de 2m56s922, ainda assim, quase três segundos mais rápido do que na manhã. O piloto macaense queixou-se de o carro estar demasiado duro, o que lhe causou dificuldades. Mou Chi Fai (Subaru BRZ) foi o melhor representante do território, com o tempo de 2m52s890.
João Santos Filipe Desporto70º Grande Prémio | Pedro Lamy e Pedro Couceiro de serviço Dois ex-pilotos portugueses do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 dos anos 1990s estão de regresso ao território, mas desta vez, em diferentes funções. Em 1992, Pedro Lamy esteve muito próximo de se tornar no primeiro português a vencer o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, tendo terminado no segundo lugar numa prova que teve um final muito polémico, em que uma bandeira amarela deu a vitória a Rickard Rydell. O ex-piloto português de F1 está de volta a Macau. Pedro Lamy foi o piloto escolhido para ser “Special Advisor” da Taça do Mundo de GT, Taça do Mundo de Fórmula 3 ainda da Corrida da Guia. Já antes, em Sydney, Pedro Lamy tinha estado a desempenhar a mesma função no TCR World Tour. Por seu lado, Pedro Couceiro estará este fim-de-semana ao volante do Safety-Car nas provas da FIA. O ex-piloto competiu no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 1994 e 1995, tendo obtido como melhor resultado um oitavo lugar na sua segunda visita ao então território português ultramarino. Pedro Couceiro é o habitual piloto do Safety-Car no Campeonato do Mundo da FIA de Resistência (WEC).
João Santos Filipe DesportoCorrida da Guia – TCR World Tour: Treinos acidentados O espanhol Mikel Azcona (Hyundai Elantra) e o húngaro Norbert Michelisz (Hyundai Elantra) foram os mais rápidos nos treinos livres da Corrida da Guia – TCR World Tour, que se realizaram ontem. Esta promete ser uma das categorias mais intensas do fim-de-semana, uma vez que Yann Ehrlacher (Lynk & Co 03), Rob Huff (Audi RS 3) e Michelisz estão separados por dois pontos e decidem entre si o título do campeonato TCR World Tour. A sessão da tarde ficou marcada por vários acidentes que fizeram com que os concorrentes quase não tivessem oportunidade de fazer voltas lançadas. Um dos primeiros a levar à suspensão da sessão foi o experiente Ma Qinghua, que saiu em frente na Curva do Hotel Lisboa. Contudo, por essa altura, já o circuito estava com bandeiras amarelas, devido ao facto de o australiano Ben Bargwanna ter parado o Peugeot 308 TCR, a seguir à Curva Melco. Após a bandeira vermelha, e com os carros retirados da pista, os treinos voltaram a decorrer normalmente. Porém, poucos minutos depois Li Wengji (Hyundai i30) bateu forte na parte mais técnica do circuito, danificou a suspensão e a sessão foi definitivamente interrompida. Norbert Michelisz foi o mais rápido com o tempo de 2m29s048, seguido por Mikel Azcona (2m29s196) e Yann Ehrlacher (2m29s388). Rob Huff ficou em 13.º com a marca de 2m43s259. Ao contrário da tarde acidentada, a sessão da manhã decorreu sem sobressaltos. Mikel Azcona foi o mais rápido, seguido pelos candidatos ao título: Ehrlacher (2m29s313), Michelisz (2m29s421) e Huff (2m30s321), o que deixa antever um grande equilíbrio para o que falta do fim-de-semana.
João Santos Filipe Desporto Manchete70º Grande Prémio | Fórmula 3: Gabriele Minì mais rápido na primeira sessão de qualificação O piloto italiano da SJM Theodore Prema está provisoriamente na grelha de partida para a Corrida de Qualificação, mas os tempos devem continuar a cair ao longo do dia de hoje Gabriele Minì (SJM Theodore Prema) está na pole-position provisória para a Corrida de Qualificação do Grande Prémio de Macau, após ter sido o único piloto a rodar abaixo da barreira dos dois minutos e seis segundos, no dia de ontem. A primeira sessão de qualificação para a Corrida de Qualificação ficou marcada por dois acidentes e ainda um final mais emotivo, com os pilotos a fazerem cair sucessivamente os tempos anteriores. No meio da emoção final, o italiano Gabriele Minì foi o mais rápido, com a marca de 2m05s521. O registo está longe da pole-position de 2019, com o tempo de 2m04s997, estabelecido por Juri Vips. Contudo, a proximidade entre as duas marcas torna provável que o registo seja batido na qualificação de hoje, agendada para as 15h05. No segundo lugar encontra-se Luke Browning (Hitech Pulse-Eight), com o registo de 2m06s018 e Dino Beganovic (Jenzer Motorsport) que fez a volta mais rápida em 2m06s131. Por sua vez, Dan Ticktum (Rodin Carlin), duplo vencedor da prova, ficou no 10.º ligar, com o registo de (2m06s985). Quanto ao vencedor de 2019, Richard Verschoor (Trident Motorsport) fez a 11.ª melhor marca (2m07s064), a quase dois segundos de Gabriele Minì. Sempre o centro das atenções em Macau, a alemã Sophia Floersch (Van Amersfoort Racing) não foi além do 24.º lugar, com o registo de 2h08s966. Sessão interrompida Apesar dos momentos mais emocionantes no final da sessão, a qualificação ficou marcada por dois acidentes que fizeram com que a prova fosse interrompida. A primeira bandeira vermelha surgiu quando estavam passados cerca de 10 minutos do início, depois de Sebastían Montoya (Campos Racing) ter saído em frente na Curva do Hotel Lisboa. Na origem do acidente, esteve o facto do piloto ter abordado aquela parte do circuito com demasiada velocidade. A batida significou que a sessão ficou terminada imediatamente para o filho do ex-piloto de Fórmula 1 Juan Pablo Montoya. O outro acidente foi protagonizado por Zane Maloney (Rodin Carlin), que se despistou mais perto da Colina da Guia. Também neste caso, a qualificação ficou imediatamente terminada para o barbadense. Destaque igualmente para o piloto Callum Ilott, que acabou por não comparecer na Circuito da Guia para disputar a prova, ao contrário do inicialmente previsto.
Amélia Vieira VozesCânticos A legenda de um português falado enquanto língua mundial parece-nos agora não estar vedada nas longínquas Nações. Por cá, falamo-lo por coisas tangíveis, mas por vezes basta escutar os que estão longe para saber que distante está a pátria dos grandes iniciados que a pensaram e continuam. Estamos por aqui envoltos em nevoeiros, e tão disformes, que desejamos os Cânticos, mas eles por vezes se nos negam. Estamos combatendo em densa treva.- Não há casas, não há sítios, não há lares, não há vigília. Concomitantemente a estes Cânticos produzidos, fui encontrar ainda a Oriente esta semana, um interlúdio em nossas funções alagadas, dando-me conta que os que nunca partiram não sabem da volta que nos foi destinada. «Via do Meio» e para o Alto! Assim devemos seguir. É Setembro, é Outubro, e vivenciamos o instante em que os acontecimentos se dão. Neste tempo vivemo-los mais ao centro, mais por dentro, a igualdade está presente e é tranquila toda esta Estação. O Museu de Macau em Lisboa é um reduto silencioso, mas extremamente vivo – e foram precisos séculos para se compreender que a linguagem é uma longa viagem nos confins da nossa humaníssima condição. Traduzimos. Agora talvez com carácter de urgência, que a China é a placa tectónica que desliza, e não podemos alienar-nos pensando que se trata apenas de economia, que quando ela se dá em amplo escalão, já os povos tinham construído suas bases de pensamento. Que o português será sempre falado, e se formos para os antigos espaços africanos, brasileiros, nos iremos ainda deparar com o melhor da linguagem, e perguntarmo-nos do porquê da nossa desdita. Seria ainda mor vantagem ao português continental, falar e escrever, língua projectável. Mas isso já não se passa. A insensibilidade para o Verbo atingiu as raias de auto-exclusão, e as pessoas falam de coisas, de dogmas, martírios, mas a linguagem nunca deverá ser apenas uma componente moral ou sensitiva, unitária, factual, que a língua cresce e se congrega a todos os futuros adjectivos que a presidem. A linguagem que produz efeitos moralistas é uma antecâmara para a morte colectiva, que a língua existe para compor o Poema, e ser de todos nós língua entendível. Ou seja, nós temos funções, economia, amplexos de personalidade, mas tudo isto não reverbera no transbordo de uma língua bem mais vasta que as nossas abastanças ou necessidades. O aparelho fonador é o amplexo para aquilo que formaria em nós capacidade falante – esse sopro – mas na palavra escrita, é onde foi construída a nossa origem, afinal “palavras leva-as o vento” e não deixa ser um transtorno reconhecer da falta de espaço ambiental para a produção gráfica de termos novos. Porquê? O grafismo inicial destes alfabetos que afinal não passam de construções visuais, esbarraram diante das imposições visualizantes das imagens de cada um, e de todos, e a conceptualidade da ideia de Verbo, esmoreceu. Um poeta, por exemplo, não necessita ser compreendido, por outro lado, o culto da personalidade ainda lhe é estranho, e devemos interrogar-nos acerca disto mesmo nos nossos pensamentos, que sentimentos, afinal, todos nós temos. Mas valerá o sentir confessional, personalizado e fechado, abranger apenas este domínio? Claro que não! O primeiro impulso poético foi épico, e só séculos mais tarde nos vamos encontrar amarfanhadamente e cheios de nós em cintilações egóticas. Não devemos expandir demasiado mesmo que o desejo seja louco – trilhar sempre a via do meio – e seguir adiante no vasto entendimento, que as conclusões são anátemas de muita injustiça, e nada se vislumbra até a Nuvem passar. Quero dizer que a tendência didáctica, escolástica, permanece activa nos ideais da Nação, mas agora contempladas como um mercado mais, que tem na sombra os dilectos, e que um dia quando acordarmos nos trarão ainda um português indisfarçável. Uma língua de Mar! Se valeu a pena? Valeu, sim! Os nossos sonhos nunca recapitulam, e ficamos escrevendo Cânticos até ser outra vez no mundo, uma qualquer outra noite escura. Mas sabei que estamos atentos! Um certo horror percorre as nossas veias por ver a maré cheia da retrogradação, a bestialidade e o dogma. Estamos metidos num problema que os nossos pesadelos (outrora já tão leves) não equacionaram. Porém, e quando for necessário, o nosso colete de vento será o de um soldado. Entre os ingovernáveis trilhos do confessionalismo, do intimismo e da notória falta de pudor de cada um, existe ainda o Poema, que se não for esse além, cosmonáutico, astral, inserido e completado nos céus, será apenas um refrão de sangue e vísceras. Naturalmente, e passe a saúde, esse conceito de Bem tão em voga, doenças ainda existem que serão antídotos para tais blasfémias. Ter saúde não significa ser-se são- que ela se nega ainda aos ressentidos- tal como à pobreza se nega o pão. Nós, vamos continuar, e ser o lado melhorado destas saudáveis e sacrificadas gentes, que precisam dos seus poetas, por que sem eles toda a estrada é estreita e vamos ainda necessitar das vozes acesas, dos locais fermentados pelas presenças, e se nada disto for tolerável, questionável, valorizado e condutor de diferença, o que andámos a fazer perder-se-á na voragem efémera dos dias. A literatura de género, e o género imposto ao código literária, tende agora para um estilismo sem causa, por uma razão simples: sabe-se escrever ou não se sabe. O que cada um extrai da sua natureza sexualizante não deve perturbar a palavra em nenhum dos sentidos da marcha, nem tão pouco conferir arrojos capciosos que insultem as partes. Dito assim, a Poesia é definidora de um poder de síntese que a torna sem dúvida o mais aperfeiçoado registo da linguagem, e se o imponderável é o reino onde todos nos confrontamos, requer-se ainda transgressão e sublimação, em frente de uma Humanidade onde cada palavra pode ter ainda um poder salvífico. Andámos demasiado tempo a brincar com coisas sérias! Fizemos muitos «SNIS» inventados à boa maneira de entretenimento, mas o autor do seu Poema não é um diletante, nem um prazeroso amante de “poesia” isso são cargas letais para caminhos livres e rigorosos, como deve ser o de um poeta. Um Cântico à República saída na madrugada de 4 de Outubro da rua de Campo de Ourique, sede do antigo Centro Escolar Democrático. Aqui, findaram os saraus! A Poesia iria continuar em marcha como todos os vivos que se abastecem de seu próprio visionarismo.