A propósito de Seconds, John Frankenheimer, 1966

We are interfering with natural laws, em Tanin no Kao, Teshigahara

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ouco se tem falado nesta página sobre cinema norte-americano. Por falta de interesse. Ao ler uma lista de 100 filmes americanos surpreendeu-me a ausência de Seconds, de Frankenheimer (ou de um filme que seja de William Hellman ou Douglas Sirk). A classificação contém, no entanto, filmes parvos, como Forrest Gump, ou filmes estúpidos, como The Tree of Life (ou será que este filme é uma comédia?).
John Frankenheimer é autor de alguns filmes importantes/interessantes datados dos anos 60 e 70: The Manchurian Candidate e Birdman of Alcatraz (ambos de 1962), e French Connection II (1975). Seconds deve ser o seu filme mais excêntrico.
Seconds é um objecto estranho, uma espécie de mistura de drama psicológico, ficção científica e filme político. É a preto e branco, bonito, inquietante, e mostra um nervosismo de quem não sabe bem o que fazer.
É, de início, um filme distante, como se tudo se passasse numa esfera de difícil acesso e impossível de tocar. É a sua excentricidade que o traz a esta página.
Rock Hudson é Antiochus Wilson. Este é um papel muito diferente do papel de jardineiro tonto que interpreta em All that Heavens Allow porque este não é um filme típico. E é por não ser um filme típico que está aqui. Meshes of the Afternoon também esteve, assim como um filme de William Dieterle sobre uma rapariga elusiva (apenas porque me continuo a recusar a aceitar que é só por causa da música).
Arthur Hamilton é um banqueiro de meia idade que recebe um telefonema de um amigo que julgava morto, membro de uma organização secreta chamada Company. Desiludido com o vazio da sua vida profissional e doméstica, Hamilton aceita um pacto faustiano que lhe permitirá ganhar uma nova identidade sob o nome de Antiochus Wilson, um pintor com residência na Califórnia. É aqui que entra o infeliz Rock Hudson.
Como é que ainda não se conhece a verdadeira causa do assassinato de Kennedy ou a identidade de Deep Throat ? Americans love a secret, e o cinema americano está cheio de teorias conspiratórias, um amor pelo segredo e um medo de poderosas organizações que é um medo parecido com o medo chinês.
A paranóia de Seconds é um bom exemplo do receio da desestabilização e do caos (aqui não um medo de uma ameaça exterior) que percorre a história europeia da América do Norte e que o cinema dos anos 60 e 70 (anos de guerra, manifestações, hippies, assassinatos, Watergate, drogas, música popular e invasão da privacidade) não podia deixar de retratar (há, por exemplo, muito cinema político).
Algumas das cenas da transformação de Hamilton em Wilson fazem parte de uma operação plástica real e este dispositivo realista e macabro tem marcado a recepção do filme ao longo dos anos. É fácil vê-lo sob essa perspectiva do choque de um outro tipo de invasão, a invasão do corpo.
Sensivelmente a meio do filme, Frankenheimer insere uma secção hippie com uma festa dionisíaca na Califórnia. Esta serve para lembrar que Seconds não é um grande filme. Mas o resto confirma-nos que é mais do que um cult movie tradicional ou uma curiosidade de série B. Há longas secções (no início e mais para a sua conclusão) em que a descrição da paranóia e da perseguição é muito convincente. *
Depois das cenas pagãs seguem-se umas cenas de uma festa na casa de praia de Antiochus (tudo muito sunshine noir) onde se repõe o nível perturbador e conspirativo do princípio do filme – especialmente quando Antiochus percebe que os outros convivas são também, como ele, reborns (Rosemary’s Baby, de Polanski, será muito assim, dois anos depois).
É difícil não lembrar um filme japonês há vários anos aqui elogiado, e muito mais interessante que Seconds a todos os níveis, e que lida igualmente com questões de identidade: Tanin no Kao (The Face of Another), de Teshigahara Hiroshi, coincidentemente do mesmo ano de 1966*.
Também no filme japonês há uma envolvência científica e assustadora que corteja alguns lugares do cinema de terror e até do filme policial. Nele se exibe a possibilidade da produção de uma máscara, uma transformação do indivíduo que permitirá viver num mundo sem amigos, família ou inimigos – um mundo novo ao alcance da máscara que é, afinal, um mundo de liberdade, infinitas possibilidades e, como em Seconds, extrema solidão.
O filme de Teshigahara é, no entanto, muito mais pessoal. Toda a intriga se passa em torno de 2 ou 3 pessoas e não carrega nunca uma ameaça de uma organização secreta, como acontece no filme paranóico de Frankenheimer.
É difícil de decidir qual dos dois cria um desassossego maior. Em Seconds vemo-nos à mercê de uma poderosa organização. Em Tanin no Kao à mercê de nós próprios.
Quase assustador é lembrar que um filme que nos abandona numa ilha com duas mulheres, uma delas actriz de profissão, Persona, de Ingmar Bergman, e que mostra questões identitárias através do retrato do rosto destas mulheres (e que contém imagens “médicas” da mesma família das constantes nos outros dois) é também de 1966.
No entanto, em Seconds, é também difícil não nos deixarmos abandonar não tanto à sua mensagem – em torno da identidade de alguém que perde o seu rosto – como ao seu aspecto intrigante e por vezes infantil, e lembrar que grande parte do cinema norte-americano é, desde a sua origem, um cinema de uma curiosidade adolescente.

* no entanto, Seconds não é, como começa a ser hábito dizer-se, uma obra-prima esquecida.

** profundamente baseado na literatura de Kodo Abe, em especial no livro com o mesmo nome. Aproveita-se esta nota para aconselhar, do mesmo autor, The Box Man, que aborda questões semelhantes.

28 Jul 2015

Património | Instituto Cultural tem cinco profissionais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) conta com uma equipa de cinco profissionais que se dedicam especificamente ao património. De acordo com dados disponibilizados numa resposta ao HM, o instituto ainda pretende contratar mais profissionais.
“Há cinco membros na equipa de conservação do Instituto Cultural neste momento. Estes incluem um [técnico de conservação], químicos, um inspector de património e um instrutor técnico”, explica o IC. Numa resposta a uma interpelação do deputado Ho Ion Sang, em Março deste ano, o presidente do IC, Guilherme Ung Vai Meng, tinha referido que o instituto conta com uma equipa de restauro dotada de qualificação técnica para a execução das tarefas de salvaguarda do património. turistas património
“Quanto à formação de quadros na área de restauro do património, o IC tem constituído, mediante a realização de cursos de formação nos últimos anos [a equipa],” podia ler-se na resposta ao deputado. O IC manifestou vontade de vontade de aperfeiçoar a formação e o equipamento profissional dessa mesma equipa, algo que poderá passar pela contratação de mais pessoas.
“De forma a assegurar a sustentabilidade do nosso património no futuro, é essencial construir e enriquecer a mão-de-obra na área da conservação, de forma a que consigamos atender às necessidades de manutenção da crescente lista de património”, responde o IC ao HM.

28 Jul 2015

Ex-presidente do TJB não comenta condenação de Teng Man Lai

Ip Son Sang, procurador do Ministério Público (MP), não quis fazer comentários sobre a condenação ao empresário Teng Man Lai, a quem o tribunal decidiu retirar a falsa propriedade do terreno na Rua Padre João Clímaco, junto ao Mercado Vermelho. Contudo, em declarações à imprensa chinesa, Ip Son Sang disse que “defende a manutenção da justiça”. “Fico contente em descobrir que toda a sociedade se mostrou exigente em relação à justiça a ser feita pelo poder judicial”, apontou. Recorde-se que o Tribunal de Segunda Instância decidiu acusar Teng Man Lai, tendo considerado o empresário culpado de cobrar rendas e passar recibos falsos como se fosse o verdadeiro proprietário. À época, Ip Son Sang era juiz no TJB, que declarou o empresário inocente, mas frisou não poder comentar por desempenhar agora outras funções.

28 Jul 2015

Parquímetros de seis patacas à hora em Setembro

A partir de Setembro os parquímetros vão passar a ter tarifas de seis patacas por hora. A aplicação de três tarifas diferentes foi ontem publicada em despacho no Boletim Oficial (BO), sendo que os utilizadores dos parques de estacionamento podem ainda optar por um lugar a uma pataca por cada período de meia hora, com a duração máxima de duas horas, ou de uma pataca por cada hora, com a duração máxima de cinco horas. Com esta medida, a DSAT diz “aumentar a disponibilidade dos lugares de estacionamento providos de parquímetros destinados a automóveis ligeiros nas vias públicas”, por via da rotatividade de lugares. Serão prioridade, numa primeira fase, as zonas dos NAPE, Praia Grande e Taipa. A revisão do plano terá lugar seis meses depois da sua implementação.

28 Jul 2015

Trabalho | Taxa de desemprego a 1,8%

A taxa de desemprego atingiu os 1,8% entre Abril e Junho deste ano, um número semelhante ao período anterior, de Março a Maio, que subiu apenas 0,1%. A população empregada diminuiu, assim, ligeiramente, fixando-se em 398.300 pessoas, “tendo diminuído 200 pessoas em comparação com o período transacto”. Depois de Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, ter dito que a taxa de desemprego poderá subir pelo menos até 2%, os dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos mostram ainda que, até final do mês passado, o total da população desempregada era composto por 7200 indivíduos, sendo também semelhante à registada anteriormente. Contudo, houve mais pessoas à procura do primeiro emprego – 9,5% do total dos desempregados procurou trabalho, um aumento de 3,6%. Dentro da taxa geral de desemprego, a referente aos residentes atingiu 2,5%.

28 Jul 2015

Edifício a cair na Rua dos Mercadores

As autoridades fecharam ontem a Rua dos Mercadores devido à queda de pedaços da fachada da Farmácia Chinesa Man Cheong Tong. O edifício em si não está registado como tendo valor patrimonial, nem está na delimitação da zona de protecção, mas a sua fachada “é característica e está enquadrada na zona de protecção da qual faz parte a Rua dos Mercadores, possuindo um certo valor artístico e arquitectónico”, como explica o Instituto Cultural ao HM. “O pessoal do IC dirigiu-se ao local e encontrou [partes da fachada] espalhado no chão. [A PSP], por considerações de segurança pública, levou a cabo a colocação de uma vedação no local. Após a inspecção do pessoal da DSSOPT, considera-se que não existe situação de risco na estrutura do edifício. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) irá contactar o proprietário da instalação publicitária, a fim deste proceder ao seu restauro o mais rápido possível”, indica ainda o instituto.

28 Jul 2015

Ensino | Secretário assegura que educação não vai sofrer cortes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]exis Tam assegurou que a educação não vai sofrer cortes, apesar da quebra das receitas do Jogo. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura visitou escolas locais que aderiram à rede de ensino gratuito e pediu, em comunicado, que as instituições “definam um planeamento adequado” para o futuro.
As escolas visitadas pelo responsável do Governo são local de ensino para crianças que, na sua maioria, são de famílias de classe baixa de Macau, tendo, por isso, necessariamente de contar com o apoio do Governo. Alexis Tam mostrou-se satisfeito com as políticas implementadas pelas escolas.
“O ambiente escolar, o nível dos docentes e a qualidade de ensino conheceram progressos significativos, os quais mereceram aceitação pelos encarregados de educação”, começa por salientar o Gabinete de Alexis Tam em comunicado, citando o Secretário, que quer que as escolas “aproveitem os recursos tendo em conta o desenvolvimento social e a mudança demográfica no futuro, por forma a melhorar a qualidade do ensino”.
Na visita à Escola dos Moradores do Bairro do Patane, Tam admitiu que, por se situar num bairro antigo, as instalações podem ser melhoradas, pelo que o Secretário sugeriu à escola que peça a colaboração de um arquitecto profissional “para conceber um plano de embelezamento do ambiente escolar”. Tam assegurou que o Governo vai criar condições necessárias para a optimização de infra-estruturas das escolas locais com vista a que as crianças gostem da escola. O apoio na educação, assegura Alexis Tam, não vai sofrer com quaisquer cortes.
“O Governo coloca o desenvolvimento de educação numa posição prioritária e que não reduzirá os recursos a ser investidos”, pode ler-se no comunicado, que indica ainda que o Fundo de Desenvolvimento Educativo tem contribuído para melhorar o ambiente escolar através de obras de grande envergadura.
Tam comprometeu-se ainda a estudar, em conjunto com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, soluções para a cada vez maior procura de vagas nas escolas.

27 Jul 2015

Economia | Receitas de Julho poderão ditar mais austeridade

Receitas a cair abaixo do limite inicialmente imposto pelo Governo podem originar medidas de austeridade. É o que prevê o Secretário para a Economia e Finanças, que fala também na hipótese de aumento da taxa de desemprego

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo poderá ter de implementar mais medidas de austeridade e Lionel Leong e Chui Sai On vão reunir no início de Agosto para debater a situação económica do território. A confirmação foi feita pelo Secretário para a Economia e Finanças, que avançou a hipótese de as receitas do Jogo continuarem a descer.
O Executivo já tinha afirmado que, caso as receitas descessem ao limite dos 18 mil milhões de patacas, haveria um apertar do cinto e, neste mês, a previsão não parece ser muito optimista.
“É comum as receitas do Jogo subirem mil milhões de patacas em relação ao mês de Junho, no mês de Julho. Mas, estima-se que as receitas não irão subir este mês como o período homólogo dos anos anteriores”, começou por frisar Lionel Leong, citado em comunicado. “Por esta razão, o Governo prevê que as receitas do mês de Julho serão abaixo dos 18 mil milhões de patacas.”
Leong ainda se mostra optimista com a chegada de mais turistas a Macau que podem, diz, fazer com que as receitas ascendam aos 18,35 mil milhões de patacas. Caso não seja atingido este valor, contudo, o Governo já prepara reuniões para discutir propostas de austeridade.
“Um encontro sobre essa questão terá lugar no início de Agosto com o Chefe do Executivo. Vamos ter uma reunião antes de tomarmos medidas de austeridade”, frisou o Secretário em declarações citadas pela TDM.

Emprego variável

Lionel Leong admite que a taxa de desemprego também possa vir a ser afectada, mostrando tendências de subida, mas assegura que o mercado de trabalho ainda é favorável no território.
“De um modo geral, o ambiente do mercado de emprego encontra-se ainda saudável e optimista. Pelo que o Secretário apela aos jovens que tomem mais conhecimento sobre o ambiente do mercado de emprego para melhor planear o seu futuro”, pode ler-se no comunicado, que cita Lionel Leong em declarações na Expo de Carreiras para os Jovens. “Não se pode garantir que a taxa de desemprego não vá subir, mas será baixa. Até porque mesmo que atinjamos 2%, é mais baixo que nas regiões vizinhas.”
O Secretário pede que os jovens não se foquem apenas no sector do Jogo, mas também noutras áreas, uma vez que acredita que vão aumentar os postos de trabalho no sector extra-jogo. Numa mensagem de incentivo num encontro com os jovens, Lionel Leong aconselhou os mais novos a planearem bem o seu futuro no mercado de trabalho.

27 Jul 2015

Padre João Clímaco | Empresário condenado a quatro anos de cadeia

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Tribunal de Segunda Instância (TSI) condenou o empresário Teng Man Lai, ligado ao terreno na Rua Padre João onde os vendilhões têm negócios, a uma pena de prisão. A decisão surge depois do Tribunal Judicial de Base ter absolvido o homem no caso que ficou conhecido como “Tou Fa Kón”.
A sentença da Segunda Instância dá-se após um recurso interposto pelo Ministério Público e pelo assistente do caso. O caso remonta a 2011, quando os vendilhões acusaram o empresário de lhes cobrar rendas e passar recibos falsos como detentor do lote. O terreno junto ao Mercado Vermelho era público até que, em 2009, o empresário pediu a saída dos vendilhões alegando que, em 2004, conseguiu obter o terreno através de “posse pacífica”. Em 2011, o IACM deixou de emitir licenças aos vendilhões.
O TJB assegurou que não havia provas suficientes, mas o recurso do MP e de Miu Fong Tak fez o TSI pensar de forma diferente.
O tribunal acabou agora por condená-lo pelo crime de burla agravada e condená-lo a quatro anos de prisão.

Ganha o Estado

Com esta decisão, e apesar do terreno ter sido vendido por Teng Man Lai a um outro empresário que iria construir prédios de habitação e comerciais, o lote de 379 metros quadrados passa a ser propriedade do Governo
“A RAEM pode exercer todas as faculdades legalmente conferidas sobre o terreno em causa que é propriedade do Estado, [como] determinar a integração deste terreno do Estado no domínio público ou no domínio privado, proceder ao registo dos direitos, remover as obras de outrem porventura existentes no terreno e pedir ao construtor ou dono da obra o pagamento das despesas resultantes da remoção”, pode ler-se no resumo que acompanha o acórdão.
O TSI diz ainda que os vendilhões “prejudicados pela burla praticada pelo arguido podem propor acção cível” contra Teng Man Lai, pedindo o pagamento de indemnizações pelos danos patrimoniais. O empresário já disse que vai recorrer da decisão.

27 Jul 2015

IACM | Novos estatutos retiram pastas de Cultura e Desporto

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]proposta de lei para a alteração dos estatutos do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) já está concluída e será agora apresentada à Assembleia Legislativa (AL). O instituto dirigido por Alex Vong ficará sem as pastas de Cultura e Desporto.
No total são mais de 200 os trabalhadores do IACM que agora serão transferidos para o Instituto Cultural (IC) e para o Instituto do Desporto (ID) que, segundo garante Kou Peng Kuan, subdirector dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), não serão alvo de sobreposição de funções.
“O nosso grupo de trabalho de coordenação realizou algumas reuniões com o pessoal. Temos em consideração as preocupações [dos funcionários] e fizemos sessões de esclarecimento. Como o presidente do IACM disse, este plano tem que ver com a mudança e a transferência de funções e competências, bem como de pessoal – ou seja, [os funcionários] vão continuar a trabalhar nos seus serviços, mas passam a trabalhar para o IC e para o ID, em vez do IACM”, cita a Rádio Macau.
Com a proposta, se aprovada no hemiciclo, o IACM deixa de ter responsabilidade pela área da Cultura e do Desporto, que passam para os organismos específicos da área. Feitas as contas, além dos mais de 200 funcionários, mais de dez instalações irão ser da competência do IC e outras 20 serão do ID.
Durante a apresentação da proposta, na passada sexta-feira, Kou Peng Kuan, explicou ainda a nova competência que o IACM ganha: a coordenação e promoção do mecanismo de desenvolvimento de serviços públicos interdepartamentais para que os serviços “one-stop” possam ser optimizados. Isto vai ainda permitir facilitar o processo de tratamento de formalidades nos serviços sociais por parte dos cidadãos.
“Estamos a desenvolver o serviço ‘one-stop’ e, ao atribuirmos esta nova competência ao IACM, é para que tenha o poder delegado por outros serviços públicos para tratar de formalidades e requerimentos”, explicou à rádio. “Sabemos que isto tem que ver também com o princípio de sigilo e os dados pessoais. Sendo assim, é preciso haver uma nova competência”, rematou.

27 Jul 2015

Ambiente | Governo cria novos critérios para Fundo de Conservação

O Executivo decidiu criar cinco novos critérios para a não inclusão de alguns equipamentos no Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética. Os equipamentos para a energia solar fotovoltaica não receberão apoio financeiro

[dropcap style = ‘cirle’]A[/dropcap]instalação e equipamentos de energia solar fotovoltaica vão mesmo ficar de fora do apoio financeiro concedido ao abrigo do Fundo de Protecção Ambiental e Conservação Energética (FPACE). O Governo publicou recentemente cinco novos critérios para a não inclusão de determinados equipamentos, sendo que o “sistema de energia solar fotovoltaica, para consumo e transmissão de energia, e os seus equipamentos” não estão abrangidos.
Recorde-se que em 2012 a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) garantiu que a instalação de painéis fotovoltaicos e respectivos equipamentos passariam a estar abrangidos pelo Fundo, aquando da entrada em vigor do regulamento para a implementação dos painéis. Citada pelo HM, a directora substituta da DSPA na altura, Vong Man Hung, referiu que “tinha sido criado um FPACE que dá apoio às pequenas e médias empresas, bem como a associações, para implementar este tipo de acções, incluindo a instalação de painéis solares”. Uma fonte ligada ao Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético (GDSE) referiu que “o apoio financeiro para os equipamentos fotovoltaicos é dado em 80% do montante total dos aparelhos adquiridos para empresas, não excedendo o limite máximo de 500 mil patacas”.
O Regulamento de Segurança e Instalação das Interligações de Energia Solar Fotovoltaica acabou por só ser implementado no início deste ano, sendo que o diploma visa incentivar os interessados a instalar sistemas fotovoltaicos, com a introdução de tarifas “feed-in”.
Além da energia solar fotovoltaica, ficam de fora os “veículos motorizados”, os “equipamentos de escritório”, “produtos consumíveis” ou os “materiais de construção e plantas”. Em comunicado, a DSPA diz que a elaboração dos novos critérios visa “optimizar e aperfeiçoar, de forma contínua, o trabalho de apreciação” das candidaturas ao apoio financeiro.
“Para assegurar que a aplicação da verba de apoio financeiro é devida e que está de acordo com os objectivos do Fundo, os padrões para a apreciação de cada aspecto são revistos, aperfeiçoados e optimizados de forma contínua, pelo Governo, servindo estes como fundamentos objectivos para a análise e o deferimento”, revela a DPSA, salientando que é ainda objectivo “aumentar a transparência de avaliação e autorização dos itens”.
O organismo diz ainda “continuar a proceder, de acordo com o respectivo regulamento, a visitas e inspecções in loco sobre as candidaturas aprovadas para a concessão do apoio financeiro, no sentido de confirmar se a verba foi aplicada ou não conforme os fins constantes do despacho de concessão”.

27 Jul 2015

SIDA | Nove casos de infecção por VIH no primeiro semestre

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Comissão de Luta contra a SIDA voltou a reunir na passada sexta-feira por forma a fazer um balanço dos trabalhos referentes aos últimos seis meses. Os responsáveis confirmaram, segundo um comunicado, a existência de nove novos casos de contágio por VIH em Macau. Oito dos casos ocorreram pela via sexual, enquanto que a origem do nono contágio ainda não é conhecida.
Os dados foram avançados por Lam Cheong, secretário-geral da Comissão, que confirmou que o “contacto sexual continua a ser o principal meio de transmissão da SIDA em Macau”.
Em relação ao programa de recolha de seringas, foram recolhidas, nos primeiros cinco meses do ano, um total de 4354 seringas, tendo sido distribuídas 3226. Segundo os responsáveis têm sido eliminadas “de forma efectiva as seringas abandonadas na comunidade”. VIH sida sangue análises
Ao nível do trabalho realizado com as escolas, a Comissão, em conjunto com a Polícia Judiciária (PJ), realizou cerca de 20 sessões de palestras temáticas sobre “métodos de prevenção de abuso sexual”. No âmbito do “Programa de apoio à educação sexual nas escolas 2015”, foram realizados “cursos de formação destinados ao fortalecimento (de conhecimentos) junto dos docentes de educação sexual”.
No âmbito do encontro, Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, referiu que “os trabalhos de prevenção e controlo da SIDA não podem afrouxar”, tendo exigido “um reforço da promoção sobre a prevenção e teste da SIDA junto da comunidade e dos grupos vulneráveis”. O Secretário considerou ainda que, passados dez anos da existência da Comissão, esta conseguiu levar a cabo “com sucesso diversos projectos e medidas de prevenção e controlo”.
Kuok Cheong U, director do Centro Hospitalar Conde de São Januário, assegurou que, para o segundo semestre do ano, está a ser pensada a “implementação da detecção regular do vírus da SIDA nas instituições médicas” e a realização de inquérito de conhecimento, atitude e acção dos adolescentes relativamente à doença. Está ainda a ser pensada a realização de um fórum sobre o tema.

27 Jul 2015

Música | Plácido Domingo em Macau a 29 de Agosto

Com cantores escolhidos a dedo, Plácido Domingo chega à RAEM para um concerto com a Orquestra de Macau no final de Agosto. Os bilhetes estão já à venda

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]já no próximo dia 29 de Agosto que o Centro Cultural de Macau (CCM) vai receber o espectáculo daquele que é considerado “o último dos três tenores” e o maior cantor de ópera da actualidade ainda vivo. Na linha dos mestres como Luciano Pavarotti (falecido em 2007) e José Carreras, chega a Macau Plácido Domingo.
O espectáculo é da iniciativa do Instituto Cultural (IC), sendo que Plácido Domingo escolheu os músicos para o acompanhar no espectáculo, que contará com a presença da Orquestra de Macau. Plácido Domingo já interpretou mais de 144 obras clássicas dos compositores Giacomo Puccini, Richard Wagner e Giuseppe Verdi, entre outros.
O tenor já gravou mais de cem álbuns, sendo que muitos deles venderam mais de um milhão de cópias, tendo Plácido Domingo recebido também doze prémios Grammy. plácido domingo
Segundo o IC, Plácido Domingo “é famoso pela sua voz poderosa e de grande flexibilidade, com grande extensão vocal, bem como pela suavidade da mesma, que é também descrita como “de veludo””. Vários países como o Reino Unido, Estados Unidos e França atribuíram-lhe medalhas em reconhecimento de seu talento musical e pela sua contribuição e apoio durante toda a sua vida à arte da música. A revista The Economist descreve a sua actuação como “luminosa, inesquecível e perfeita”, elogiando-o ainda por ter “um lirismo musical e uma paixão de louvar, permitindo às audiências sentirem que o preço do bilhete vale a pena”.
Esta não é a primeira vez que o cantor lírico pisa território chinês, tendo também actuado em diversos países da Europa e também nos Estados Unidos.
Os bilhetes para o concerto “Domingo e a Orquestra de Macau” já se encontram à venda, variando entre as 680 e 1880 patacas. A organização do espectáculo também está a cargo da Direcção dos Serviços de Turismo. O concerto está marcado para as 20h00.

27 Jul 2015

Aterros | Trânsito e quarta ligação preocupam. Decisão até Dezembro

Depois de consultas e estudos, o Governo apresentou o plano director dos novos aterros e os deputados quiseram saber qual vai ser a quarta ligação da península às ilhas e como vai o Governo resolver o congestionamento rodoviário. Sem datas e sem decisões, mas com planos para soluções foi a resposta possível do Executivo

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi pela voz de Li Canfeng, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), que os deputados ouviram os pormenores e detalhes do plano director dos novos aterros, futuras zonas urbanas de Macau. Depois de meia hora de explicação, com mapas detalhados e simulações em 3D, os deputados mostraram-se maioritariamente preocupados com dois pontos: o trânsito e a quarta ligação de Macau à Taipa.
Ho Ion Sang e Zheng Anting foram dois dos deputados que usaram da palavra para questionar o grupo de trabalho da DSSOPT quanto à quarta ligação. Os deputados queriam ver esclarecidas as possibilidades desta nova conexão trazer mais complicações a nível de engarrafamentos do que cumprir a sua missão de escoar o trânsito no território. Se a quarta ligação será uma ponte ou um túnel continua a ser a grande questão dos presentes, mas para isso o Governo ainda não tem resposta.
O responsável da DSSOPT explicou que, seja qual for a decisão do Executivo, ambas vão trazer aspectos negativos, exemplificando que se a Administração se decidir por uma ponte, os limites irão estar directamente relacionados com a existência do aeroporto e, caso seja um túnel, é colocada em causa a segurança dos motociclos.
“O principal factor que temos de considerar é permitir a circulação de motociclos, tanto nos dias de tempestade, como nos dias normais”, explicou, adiantando que esta só será possível se existir uma via exclusiva. Li Canfeng adiantou ainda que o trabalho terá que corresponder a “um projecto útil e funcional” para a população.
A ideia foi ainda reforçada pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, que apontou o final do ano como data para a decisão.
“Espero que o Governo possa tomar uma decisão no final do ano, entre ponte ou túnel”, disse, frisando que neste momento ainda não há qualquer decisão. “Ambas as soluções têm vantagens e desvantagens, teremos que fazer uma opção, qualquer uma delas, seja ponte ou túnel, terá as suas vantagens mas também os seus inconvenientes. Poucas coisas na vida têm só vantagens”, rematou.
Independentemente da decisão, defendeu a deputada Kwan Tsui Hang, o importante é garantir que a nova ligação seja o “ mais eficiente possível”.

Carros a mais

Aliada a esta preocupação, esteve também o trânsito, assunto muito debatido pelos deputados no hemiciclo. Kwan Tsui Hang classificou a questão do trânsito como “o maior desafio” que o Governo terá enfrentar e solucionar. O escoamento dos carros, em foque na Zona A dos novos aterros, foi o mais questionado à equipa de trabalho da DSSOPT.
Li Canfeng acredita que o metro irá libertar o trânsito e ser uma ferramenta de auxílio para aquela zona, que irá acolher 32 mil fracções, das quais 28 mil direccionadas para habitação pública e cerca de quatro mil para habitação privada. Quase 30% deste espaço está reservado para infra-estruturas públicas, 15,6% para instalações de utilização colectiva e 3,5% será dedicado a zona comercial.
Como solução para o possível problema, o director da DSSOPT explicou que o Executivo irá apostar numa via rápida que pretende abranger toda a zona, sendo que a área do Porto Interior poderá ser excepção, devido à sua proximidade dos cais. “Não devem depositar muitas expectativas em relação à via circular na zona oeste”, alertou.

Futuro sem quinta

Durante a apresentação foi ainda questionado, pelo deputado Ho Ion Sang, a possibilidade de ser criada uma quinta ligação da península às ilhas. Apesar de esta hipótese não ter sido negada pelo grupo de trabalho, foi Raimundo do Rosário quem esclareceu que não deverá acontecer.
“Neste momento, para ser claro, não está [a hipótese em cima da mesa], como já disse, acho que é uma coisa que vale a pena considerar só que, neste preciso momento, não temos possibilidade de construir tudo”, esclareceu.

Auscultação alargada

Em resposta aos jornalistas, o Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, afirmou que o Governo estaria a ponderar a hipótese de alargar o tempo de auscultação pública do plano director dos novos aterros, algo que deveria terminar em duas semanas, a 8 de Agosto. Um comunicado da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes confirmou a vontade do Governo e anunciou a extensão da consulta pública por mais 20 dias. O alargamento vai assim “permitir à população em geral ter mais tempo para continuar a manifestar as suas opiniões sobre a matéria”, justifica o comunicado.

Ligação Macau-Taipa | Consulta em Setembro

O director da DSSOPT, Li Canfeng, anunciou ainda que, em Setembro, vão ser apresentadas propostas preliminares para a quarta ligação Macau-Taipa, de forma a que possa ser levada a cabo uma consulta pública. Segundo o Jornal do Cidadão, o director defende que o organismo espera decidir o mais rápido possível sobre a construção da quarta passagem.

27 Jul 2015

Lei Wun Kong, presidente da Associação de Promoção Jurídica de Macau: “É preciso legislar a Lei Sindical”

Leis que deveriam ser aperfeiçoadas, como a que diz respeito aos casos de violação, e outras que não existem mas que são necessárias. Lei Wun Kong traça considerações gerais sobre a legislação de Macau e adianta que se deveria alterar a forma como são tratados os casos de corrupção nas eleições

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]omo avalia o sistema jurídico em Macau? Quais são os problemas que destaca?
Actualmente muitas leis são elaboradas por juristas de cada departamento do Governo, mas como o conteúdo das leis não é simples e exige muita técnica, o pessoal pode não ter experiência ou conhecimento suficiente para a elaboração dessas propostas de lei. Já para não falar que muitos assuntos estão ligados a várias direcções ou tutelas dos Secretários, pelo que alguns departamentos podem não querer intervir em determinadas questões por acharem que vão além das suas competências, o que faz com que a legislação demore mais tempo. Portanto acho necessária uma integração das leis e um ajustamento razoável na elaboração de uma proposta de lei. Embora na Lei Básica exista um quadro base para o regime jurídico de Macau, não existe um regime jurídico completo que regule todos os documentos de regulamentação administrativa, tais como os decreto-lei, regulamentos administrativos, despachos do Chefe do Executivo ou dos Secretários. Existem instruções, mas são simples e têm falta de um carácter obrigatório, o que não beneficia a coordenação na elaboração [das leis].

A Direcção dos Serviços da Reforma Jurídica e do Direito Internacional (DSRJDI) vai começar a consulta pública sobre a revisão do Código Penal, para a introdução do crime de assédio sexual. Acha que há urgência nessa medida?
Na sociedade e nos meios de comunicação social diz-se que não existe o crime de assédio sexual e que os actos não constituem um crime penal. Mas olhando para as informações cedidas pelas autoridades policiais, o Ministério Público (MP) ou os tribunais, os casos de assédio sexual culminam em crimes de coacção sexual ou injúria, ou em ofensas à integridade física. Então, a introdução do crime de assédio sexual pode trazer vantagens, para que as leis contra os crimes sexuais sejam mais completas. Actualmente o Código Penal já contém um capítulo sobre os crimes sexuais, como o artigo 158 referente à coacção sexual, que é semelhante ao crime de assédio sexual, mas não é exactamente igual. Poderia adicionar-se um artigo específico ao assédio sexual nesse capítulo, para evitar o facto de, na prática processual, o assédio sexual parecer não ser bem tratado juridicamente.

A Associação Novo Macau (ANM) decidiu avançar com uma lei sobre o assunto por considerar que o processo junto do Governo vai demorar mais tempo. Como analisa esta versão do projecto de lei?
O projecto da ANM tem apenas três cláusulas e se for para criar uma “lei contra o crime de assédio sexual”, não vejo necessidade, porque não é como a lei da violência doméstica, onde podem existir muitas cláusulas de regulamentação administrativa e procedimentos além do crime. Nesse caso, é necessária uma lei específica e independente do Código Penal, para uma aplicação mais fácil. Mas no caso do crime de assédio sexual é melhor regulamentar no Código Penal ou Código do Processo Penal. Proponho que o crime seja semi-público, igualando-se ao crime de ofensa à integridade física, ou então que seja a vítima a apresentar queixa e depois o MP trata do processo.

Há outros crimes de natureza sexual que precisam de ser aperfeiçoados no Código Penal?
Sim, como o crime de violação, em que o conteúdo da lei já não consegue acompanhar o desenvolvimento da sociedade. No artigo 157 do Código Penal está escrito que “quem tiver cópula com mulher por meio de violação (…) é punido com pena de prisão de 3 a 12 anos”. Obviamente que isto já não é adequado, porque a violação pode ser feita entre um homem e mulher ou entre dois homens. Portanto, não se devem proteger só as mulheres. lei wun kong

Sónia Chan, Secretária para a Administração e Justiça, confirmou que a revisão da Lei Eleitoral vai estar concluída até 2017 em colaboração com o Comissariado contra a Corrupção (CCAC). Como é que a revisão deve ser feita para se atingir este objectivo?
Para mim é algo impressionante, porque já representei a associação ao longo destes anos na apresentação de opiniões sobre o assunto. Falei sobretudo da questão da não correspondência do Anexo I da Lei Eleitoral e da Lei Básica. Além do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), não existem outros órgãos municipais sem poder político, mas a Lei Básica diz que os membros dos órgãos devem ser compostos na Comissão Eleitoral para eleger o Chefe do Executivo. Contudo, isso não corresponde ao Anexo I da Lei Eleitoral. A revisão deve ter isso em conta.

Como é que a revisão desse diploma pode evitar casos de corrupção nas eleições para a Assembleia Legislativa (AL)?
Os casos de crimes de corrupção visam pessoas singulares. Mas em Macau a promoção das eleições é feita por associações e na hora de coleccionar as provas dos actos de corrupção, é muito difícil saber se foi algo a mando das associações. Pode-se regulamentar que não só a pessoa em causa é penalizada, mas também as associações às quais está ligada. Aí podem existir provas suficientes que mostrem que os actos de corrupção são para benefício das associações.

O deputado Au Kam San pediu a adopção de uma medida que também existe em Hong Kong, em que, no caso de corrupção, o deputado em causa pode perder o assento no hemiciclo. Isso pode ser implementado em Macau?
Isso deve ser tratado com cuidado, porque a pessoa pode ajudar os candidatos a terem votos sem os candidatos saberem. Poderá ser muito fácil fazer falsas acusações. Outra questão é que várias associações podem apoiar uma equipa de candidatos e aí é difícil dizer se é a culpa é dos candidatos. Mas quando houver provas suficientes, que apontem para uma ordem dos deputados, claro que estes devem perder os assentos. Mas ainda não vejo a sociedade a pedir isso, por isso é necessário uma consulta pública abrangente para analisar o problema. Além disso o MP já apresentou a ideia do “regime de prémios por denúncias de corrupção”, o que me parece considerável.

A proposta de lei de cooperação judiciária em matéria penal poderá ser entregue na AL ainda este ano, sendo assinados os acordos com Hong Kong ou com o interior da China. Quais os objectivos que a legislação deverá atingir?
Como o Governo ainda não publicou o conteúdo da lei, não consigo avaliar a questão. Mas o que é certo é que existe urgência em legislar essa matéria. Na prática judicial há sempre infractores em fuga do interior da China ou de Hong Kong para Macau, pelo que é necessário preencher essa lacuna. Parece-me que a Secretária dá importância a esta questão porque já está a estudá-la e disse que iria entregar a lei na AL em breve.

Sobre a Lei Sindical. Já foi rejeitada seis vezes, mas muitos esperam a sua aprovação. Mesmo com a Lei das Relações Laborais, é necessária uma Lei Sindical em Macau?
Mesmo com as regulações da Lei Básica e da convenção da Organização Internacional do Trabalho, é preciso legislar a Lei Sindical. Se um trabalhador vir os seus direitos prejudicados, a Lei Sindical permite legalizar o papel do grupo ou associação à qual o trabalhador pertence, no sentido desta poder representar o trabalhador no tribunal ou negociar com o empregador. A Lei Sindical também legaliza o direito à greve. Mas ainda há muita falta de consenso sobre o seu conteúdo. Não se pode dizer que Macau não precisa da lei, mas existem dificuldades de legislação, sobretudo no que diz respeito a questões de conflitos entre trabalhadores e empregadores.

[quote_box_left]“Quando houver provas suficientes, que apontem para uma ordem dos deputados, claro que estes devem perder os assentos [em casos de corrupção nas eleições]”[/quote_box_left]

Como podem ser ultrapassadas essas dificuldades?
Para legislar uma lei é necessário consolidar o papel do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS), aumentando a discussão sobre a lei antes desta ser apresentada à AL. A harmonia entre patrões e empregados deve ser um princípio, bem como a manutenção dos direitos laborais. Repare-se que em muitos países existe a Lei Sindical e não se registam grandes problemas. Reparei que na última vez os votos a favor foram mais do que nas votações anteriores, pelo que acredito que, no futuro, a Lei Sindical vai ser feita. Mas é necessário uma melhor comunicação, para não se desperdiçar mais tempo na votação da AL.

Existe uma acumulação de casos nos tribunais. Como avalia a eficiência destes?
Para mim é necessário rever a Lei de Bases da Organização Judiciária para aumentar a eficiência judicial e alargar o direito de jurisdição do Tribunal de Última Instância (TUI), que trata poucos casos todos os anos. Mas também se deve rever a situação dos casos que começam o julgamento no TUI, porque com o actual mecanismo as partes não têm direito a apresentar recurso.

27 Jul 2015

Galgos | Petição entregue com mais de 276 mil assinaturas e ANIMA a preparar mais acções

A ANIMA e associações internacionais entregaram uma petição ao Chefe do Executivo, via presidente do IACM, a pedir para o Governo não renovar a concessão do Canídromo. Albano Martins pede o fim dos “lobbies” e diz estar a preparar mais acções

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ra o objectivo e foi cumprido. A Sociedade Protectora dos Animais de Macau (ANIMA) conseguiu mesmo juntar mais dez mil assinaturas às 266 mil que já possuía antes da entrega da petição junto do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). O motivo? O pedido ao Chefe do Executivo para o fecho do Canídromo, pela via da não renovação da concessão.
Ao HM, Albano Martins, presidente da ANIMA, confirmou que cinco representes de associações internacionais estiveram presentes na reunião com Alex Vong, presidente do IACM. “A reunião correu bem e todos foram claros em dizer que o Governo de Macau não deveria renovar a concessão do Canídromo.”
Quanto a Alex Vong “falou na generalidade, não foi muito concreto e portanto não deve ter muitas indicações no sentido [do fecho do Canídromo]. Mostrou-se satisfeito por estarem todos cá e pelo trabalho que a ANIMA tem feito, mas não foi muito específico”, adiantou Albano Martins.
Esta é a quarta campanha levada a cabo pela ANIMA no sentido de recolher apoios junto da população para o fecho do Canídromo, tendo, no total, com todas as campanhas, recolhido mais de 400 mil assinaturas. Albano Martins prefere esperar pela reacção do Chefe do Executivo ao documento, garantindo que as acções de mobilização não vão ficar por aqui. A ANIMA já estará a preparar “acções concretas”. Quais, o seu presidente não quis revelar.
“Em Macau, os lobbies são fortes e vamos ver até que ponto o Governo está ligado a esses lobbies e consegue tomar uma decisão com bom senso, politicamente correcta e boa para a comunidade. Vamos ver até que ponto a decisão do Governo não se vai deixar levar pelos lobbies poderosos de grupos de Macau. O Governo não nos diz nada e nós não sabemos. Não me parece que, economicamente, politicamente ou comunitariamente seja uma decisão inteligente manter o Canídromo”, rematou Albano Martins.
No total, a petição terminou com 276,278 assinaturas. Recorde-se que as receitas do Canídromo têm vindo a descer de ano para ano, sendo que, no ano passado, atingiram apenas os 27 milhões de patacas.

27 Jul 2015

Habitação Pública | Exames à água demonstram qualidade

O vice-director substituto do Instituto de Habitação (IH), Chan Wa Keong, afirmou que, para já, pelos menos 1/3 das fracções de habitação pública demonstra ter água que corresponde aos padrões de higiene. Depois do escândalo em Hong Kong, onde foi detectada a existência de água com elevados níveis de chumbo nas habitações públicas, o Governo começou a fazer exames à qualidade da água em mais de 50 edifícios públicos construídos desde 2007. Segundo o Jornal do Cidadão, Chan Wa Keong referiu que já foram concluídas as análises a um terço dos edifícios, cerca de 15 prédios, e o resultado preliminar da qualidade de água “corresponde ao critério da Organização Mundial de Saúde (OMS)”. Actualmente já foram examinados os prédios da Ilha Verde, Fai Chi Kei, Mong-Há e uma parte da habitação pública de Seac Pai Van. O vice-director substituto referiu que, como o número de habitação pública é grande e há poucos recursos humanos, é necessário mais tempo para concluir os restantes exames.

27 Jul 2015

Operação Trovoada | Mais de uma centena na esquadra

Cerca de 124 pessoas foram levadas para a esquadra da polícia no âmbito da operação Trovoada 15 – uma operação conjunta entre Macau, Hong Kong e Guangdong, que pretende combater as seitas e o crime organizado. Na noite de sexta-feira, segundo a TDM, participaram nas operações mais de 200 membros da Polícia de Segurança Pública e Polícia Judiciária. No total foram sujeitas a identificação 1617 pessoas. Há a registar 14 pessoas – 13 chineses e um filipino – em situação de excesso de permanência. Dois vietnamitas estarão em situação ilegal no território. A operação vai prolongar-se por três meses. 

27 Jul 2015

Carta Aberta ao Arquitecto Siza Vieira

Maria José de Freitas (arquitecta)
mjf@aetecnet.com

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão está em causa a admiração que tenho por si e pelo trabalho que tem desenvolvido, o qual é excelente e motivador.
A razão que me traz aqui é outra e passo a dizer:

1. Vivo e trabalho em Macau, desde 1987, já tivemos ocasião de nos encontrar por aqui umas duas vezes, sendo sempre possível trocar opiniões sobre a cidade, seu desenvolvimento, arquitectura, planeamento e o futuro que nunca se conseguia perceber bem nos seus contornos voláteis…

2. Esta é uma cidade que sempre atrai pela força, pelo dinamismo, pela história que cruza lições do Ocidente com o Oriente. Histórias bem contadas, a merecer reconhecimento universal; outras nem por isso, e a merecerem reprovação total.
Macau sempre foi crescendo feita de contrastes, antagonismos e assimilações: novo e antigo, ocidente e oriente, aprovado e reprovável, santos e pecadores e tantos outros parâmetros que se podem encontrar. Basta andar por aí, olhar e sentir…
Não obstante esta dialéctica que por vezes trai os sentidos, perturba as emoções e envenena o raciocínio, gosto desta cidade e é uma desafio exercer a profissão em Macau.

3. Creio que partilhamos esse gosto por este terra, sabendo-se que há bem pouco tempo abraçou o desafio de recuperar um pequeno hotel junto ao Porto Interior.
Fiquei, ficamos, nós arquitectos de Macau, contentes com a situação: finalmente tínhamos uma obra do mestre, bem aqui, no centro da cidade para a podermos desfrutar.
Recebemos com o maior contentamento a notícia do prémio Archdaily ao “edifício sobre a água” em Huaian, aqui tão perto.

4. As novidades sobrepunham-se e estávamos esperançados de tê-lo em Macau, mais uma vez, numa obra maior.

5. E a notícia não se fez esperar, chegou de forma subtil. A propósito do debate que tem havido sobre o futuro do Hotel Estoril, lemos nos jornais em 21 de Julho que o secretário Alexis Tam, após um encontro em Portugal com o arquitecto Siza Vieira, tinha registado que o “O arquitecto propôs o desenvolvimento de um novo projecto, ou seja, não manter a fachada, porque considera que esta não integra o importante património cultural de Macau, e caso a fachada seja preservada, será necessário uma obra maior com um período de construção mais longo”.

6. A noticia caiu como uma bomba sobre todos nós, colegas e cidadãos aqui em Macau, dando azo a inúmeras especulações.
Especulações, conversas cruzadas e diga-se também: desalento!

7. Somos agora postos perante a circunstância de o ter a projectar para Macau, o que é sem dúvida uma honra, mas que traz consigo uma novidade: para haver construção terá de ocorrer a destruição do antigo Hotel Estoril! Ora, esse hotel que vai ser destruído tem um rosto, representa uma história e essa história tem relevo no panorama da arquitectura modernista na cidade.

8. Só para lembrar recordo que este foi o primeiro hotel casino a ser construído pela STDM, antecedendo o hotel Lisboa.
A sua construção data de Novembro de 1963, tendo o Hotel Lisboa sido inaugurado em Fevereiro 1970.
Tem um lugar na história da cidade, tem um lugar na nossa estória…
Estamos a procurá-la e a fortalecê-la, porque faz parte do nosso património.

9. Há imagens que mesmo por semelhança não se esquecem, a do Hotel Estoril deve prevalecer, mesmo sobre outras também ligadas à indústria do jogo, como a do Hotel Lisboa que, segundo se diz será classificado em breve.

10. Enfim critérios há muitos, mas sempre sabemos que o arquitecto Siza Vieira, o nosso Mestre, saberá encontrar a resposta mais coerente para o desafio que lhe está lançado, nós os arquitectos de Macau queremos vê-lo por cá e falar sobre tudo isto, estamos inconformados com a possível perda de algo que faz parte de Macau… o Hotel Estoril e a sua fachada emblemática na Praça do Tap Seac são parte de todos nós…

Obrigada e até Setembro,

27 Jul 2015

Bianchi correu duas vezes em Macau. Avô ganhou na Guia

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Fórmula 1 e o automobilismo em geral estão de luto. Vinte e um anos depois de Ayrton Senna, um piloto de Fórmula 1 sucumbiu por lesões causadas por um acidente em pista. Jules Bianchi partiu após nove meses de agonia, quando tinha apenas vinte e cinco anos e estava predestinado a um volante na Scuderia Ferrari em 2016.  
O jovem francês foi vítima de um infeliz incidente durante o Grande Prémio do Japão, em Outubro do ano passado, ficando em estado comatoso desde então. O nome Bianchi faz obrigatoriamente parte da história do Grande Prémio de Macau. Houve um Bianchi a vencer no Circuito da Guia, mas curiosamente não foi Jules, mas sim Mauro. Mauro Bianchi, avô de Jules, venceu o Grande Prémio do território em 1966, para dois anos depois, nas 24 Horas de Le Mans e ao volante de um Alpine, ter ficado bastante marcado fisicamente por um acidente que acabou por colocar um ponto final prematuro na sua carreira.
Jules correu no Circuito da Guia em 2008 e 2009 na prova de Fórmula 3. Já na altura o francês estava extremamente bem cotado na praça e era considerado como um dos melhores da sua geração, sendo a sua carreira gerida por Nicolas Todt, filho do presidente da FIA Jean Todt. Por isso mesmo, e pelos triunfos que arrematou em corridas de Fórmula 3 na Europa, Bianchi sempre teve um estatuto de favorito nas provas em que participou entre nós. Depois de uma estreia discreta em 2008, onde foi 9º classificado na Corrida Principal, após ter sido uma das vítimas da carambola da Corrida de Qualificação, o piloto francês era um dos grandes favoritos à vitória em 2009.

A melhor do mundo

“Macau é a melhor corrida de Fórmula 3 do mundo. Depois de ter vencido o Masters de F3 e a Euro Series, quero mesmo vencer Macau agora”, disse Bianchi, que já estava na órbita da Scuderia Ferrari, aos jornalistas na quinta-feira do 56º Grande Prémio de Macau, em 2009.
Jules também não esquecia o feito do avô 44 anos depois. “Ele venceu aqui e se eu vencer será especial para mim, porque vencer depois do meu avô o ter feito terá um significado especial”.
Contudo, a roleta de Macau ditou outra sorte. Bianchi esteve em destaque na qualificação, andou depressa como lhe competia, marcando até o melhor tempo. Mas quatro pilotos queixaram-se aos comissários desportivos, o que lhe valeu uma penalização de cinco lugares para a grelha de partida da Corrida de Qualificação, aquela que se disputa no sábado à tarde. E foi no sábado que Bianchi perdeu definitivamente a hipótese de repetir o feito do avô no Circuito da Guia. Um acidente na travagem para a subida de São Francisco com Edoardo Mortara, que curiosamente seria o vencedor da edição de 2009, selou o destino do fim-de-semana. O francês, que há época já tinha um contrato para subir à antecâmara da Fórmula 1, a GP2 Series, depois de uma paragem nas boxes para reparação no Dallara-Mercedes, ainda voltaria à corrida para terminar no 21º lugar.
No domingo, sem hipóteses de ambicionar um lugar no pódio, Bianchi conduziu pela última vez no Circuito da Guia, terminando na 10ª posição. Em comunicado, no fim-de-semana, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) lembrou que o desporto motorizado “perdeu um dos maiores talentos desta geração de pilotos “, mas foi Bruno Senna, sobrinho de Ayrton e também piloto, quem tocou na ferida: “Espero que tenhamos aprendido mais uma lição para evitar outras tragédias assim no futuro”.

27 Jul 2015

EPM | Preso da China morreu no hospital

Um recluso do Estabelecimento Prisional de Macau (EPM), oriundo da China continental, morreu no hospital vítima de tuberculose óssea vertebral (infecção por tuberculose do sistema nervoso central) e pneumonia.
Segundo um comunicado, o homem estava sujeito a baixa hospitalar desde 30 de Março, devido à doença e, na noite de sexta-feira, acabou por sofrer uma paragem respiratória, que originou a morte. O recluso, de apelido Li, tinha 31 anos e estava preso por crimes de furto qualificado, danos, furto de veículo e uso de documento alheio. Estava ainda em prisão preventiva, desde 18 de Março. Conforme o registo clínico do EPM, o homem teria sido alvo de uma intervenção cirúrgica no continente, sendo que, meio ano depois da operação, começou a sentir repetidamente dores nas costas e nos membros inferiores. Durante o internamento hospitalar já em Macau, foi-lhe diagnosticada tuberculose óssea vertebral. O homem foi colocado em ventilação mecânica desde o dia 6 de Julho.
Os familiares, que o EPM assegura estarem a ser apoiados, nunca conseguiram visitar o preso, devido a questões relacionadas com o visto.

27 Jul 2015

Simulacro | Macau “consegue” responder a acidentes graves

Foram 200 feridos e 600 participantes. Mas Macau está preparado para responder a eventuais casos graves de incidentes e desastres. É este o balanço do simulacro “Operação Marte” realizado na passada sexta-feira e considerado o maior desde a transferência de soberania. Foi simulado um incêndio durante um espectáculo no Fórum Macau, que durou cerca de três horas. A coordenação foi feita por Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, responsáveis dos Serviços de Saúde e entidades de protecção civil. Segundo um comunicado, Alexis Tam considerou que “o Governo deve assegurar que Macau tem capacidade para responder aos desastres de grande dimensão, como por exemplo, eventuais catástrofes naturais, ataques terroristas, acidentes marítimos ou de aviação”, por se tratar de uma “cidade internacional de turismo, com alta densidade populacional”.
Para o Secretário, a RAEM “possui há muito tempo um mecanismo de coordenação inter-serviços na resposta a desastres de grande dimensão e possuí capacidade de salvaguarda e socorro, sendo suficientes os profissionais de saúde e o número de camas para darem resposta a desastres similares a este simulacro”.
O simulacro decorreu “de forma satisfatória ao nível de preparação, coordenação e execução da triagem dos exames dos feridos, atendimento de vítimas, aconselhamento psicológico e apoio prestado a familiares dos feridos”.

27 Jul 2015

GRH | Fusão com DSAL não corta recursos humanos

O director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Wong Chi Hong, defendeu que não vai cortar ou aumentar a mão de obra mesmo que o Gabinete para os Recursos Humanos (GRH) seja fundido com a DSAL. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Wong referiu que os recurso humanos dos dois organismos vão ser necessários e que serão mobilizados para os departamentos administrativos e tesourarias dos dois organismos, quando estes passarem a ser apenas um departamento. Wong Chi Hong garante ainda que vai consolidar os trabalhos do organismo de acordo com as necessidades sociais, justificando até que, como a economia não está muito positiva, é necessário salvaguardar os empregos. O director disse acreditar que a fusão serve para melhorar a estrutura das funções do Governo, assim como pode vir a ajudar nos serviços de recrutamento de trabalhadores locais e não residentes, uma vez que as funções dos dois organismos vão deixar de se sobrepor.

26 Jul 2015

TNR | Mais de 300 ilegais no primeiro semestre

Nos primeiros seis meses do ano foram detectados 332 trabalhadores ilegais, em operações de inspecção realizadas pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Os dados avançados ontem pela PSP indicam que, no total, foram realizadas 1543 operações de fiscalização, sobretudo em obras da construção civil, residências e estabelecimentos comerciais e industriais.

26 Jul 2015