Fórum organiza seminário sobre formação de bilingues

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Seminário sobre Ensino e Formação de Bilingues entre a China e os Países de Língua Portuguesa realiza-se nos próximos dias 7 e 8 de Setembro no Instituto Politécnico de Macau (IPM). O evento é organizado pelo Fórum Macau, pelo IPM e pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior. “O presente Seminário tem como tema principal a ‘importância da língua nas relações económicas entre a China e os Países de Língua Portuguesa: o papel de Macau na formação de bilingues’”, define o Fórum Macau em comunicado. Para a sessão de dois dias, foram convidados professores e especialistas em língua portuguesa de instituições de ensino superior de Portugal e outros países. Presentes estarão ainda representantes do sector industrial e comercial de Macau.

1 Set 2015

Economia | PIB cai mais de 25%

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Produto Interno Bruto (PIB) de Macau registou um decréscimo real de 26,4‰ em termos anuais no segundo trimestre, de acordo com a estimativa revelada ontem em comunicado pela Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), sendo superior ao do primeiro trimestre, momento em que se registou uma queda de 24,5%.
No documento, a DSEC explica que a contracção económica deve-se, principalmente, “à queda das exportações dos serviços”, destacando-se o Jogo, com uma queda anual de 40,5%, e a exportação de outros serviços, com 21,5% de queda.
Ainda assim, o investimento, a despesa de consumo privado e a despesa de consumo final do Governo subiram 3,2%, 2,0% e 5,7%, respectivamente, sendo que este aumento provocou “a diminuição do impacto causado pela retracção económica”.

Outras subidas

As exportações de bens também aumentaram, ultrapassando os 25%, assim como o consumo privado que apresentou uma ligeira subida. “Embora a taxa de desemprego tenha sido de 1,8%, subiu tenuemente 0,1%, o mercado de emprego e o rendimento gerado pelo emprego ainda permanecem estáveis, impulsionando a despesa de consumo privado a crescer 2%, em termos anuais”, indica.
Também as despesas de consumo final das famílias, tanto no mercado local como estrangeiro, cresceram 1,3% e 7,2%, respectivamente. O mesmo se verificou com a despesa do Governo que apresentou um aumento de 5,7%.
Na mundo privado, o investimento por este sector subiu 1,6%, sendo que a formação bruta de capital fixo expandiu-se 3,2%. “Realça-se que o investimento em construção subiu 3,1% pois estavam em curso várias instalações de turismo e entretenimento de grande envergadura”, pode ler-se. Por outro lado, o investimento em equipamentos do sector privado reduziu em 8,3%, destacando-se ainda, o investimento na construção, 45,2%.

1 Set 2015

EPM | Pedidas medidas de protecção para guardas prisionais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] deputado Leong Veng Chai pede explicações ao Governo sobre a problemática tão discutida das condições dos guardas prisionais do Estabelecimento Prisional de Macau (EPM). Numa interpelação escrita, o número dois de José Pereira Coutinho, questiona o Governo se o mesmo vai analisar os episódios de agressões aos guardas prisionais por parte dos reclusos. prisão
Leong Veng Chai menciona um caso de um recluso que repetidamente tem agredido guardas, inclusive um sub-chefe, mas até ao momento o “organismo nunca deu resposta imediata aos casos, o que, em termos preventivos reflecte a sua insuficiência para tratar de casos deste tipo, ignorando até a gravidade dos mesmos, pois continua a deixar que os guardas prisionais corram riscos aquando o exercício das suas funções”.

Lei violada

Mas não só de segurança se trata. O deputado explica que a violação da Lei dos Estatutos dos Trabalhadores da Administração Pública continua a ser uma constante, pois os guardas prisionais continuam a prestar onze horas de trabalho nocturno sem intervalos. Mesmo depois do Governo, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa, ter afirmado que iria tomar medidas, nada foi feito. Quando é que está situação irá estar resolvida, indaga o deputado.
Por fim, Leong Veng Chai, questiona ainda porque razão é que este tipo de autoridade não tem a sua Obra Social – tal como as outras forças de segurança têm – permitindo-lhes receber apoio. “(…) é injusto e abate significativamente o seu moral”, defende o deputado, defendendo que o “Governo deve pensar em criar a Obra Social para eles, com vista a aliviar as pressões de trabalho dos guardas prisionais e a manter a sua disponibilidade nos postos de trabalho”.

1 Set 2015

Gastos 18 milhões em estudos sobre turismo

[dropcap style=’circle]A[/dropcap] empresa AECOM – Asia Company Limited venceu o concurso público para a “Prestação de Serviços do Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo de Macau”. O despacho foi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) e o contrato vai custar aos cofres públicos mais de 18 milhões de patacas. O dinheiro será pago à empresa através do Fundo de Turismo.

1 Set 2015

Remodelação de reservatório custa 34,3 milhões

[dropcap syle=’circle]O[/dropcap] Governo vai pagar à Companhia de Construção e Engenharia Kin Sun (Macau) Limitada mais de 34,3 milhões de patacas para a remodelação do reservatório G70, localizado na Guia. De acordo com despacho publicado em Boletim Oficial, serão pagos 10 milhões de patacas ainda este ano e os restantes 24,3 milhões em 2016. A Kin Sun Macau nasceu em 1981 e é uma empresa subsidiária da Kin Ching China Limited, empresa de Hong Kong especializada em fundações no mercado local.

1 Set 2015

Concerto | Iraniano Kayhan Kalhor sexta-feira CCM

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] músico iraniano Kayhan Kalhor, conhecido como “o compositor e mestre iraniano de Kamancheh”, actua com a sua banda no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) às 20h00 da próxima sexta-feira. O Kamancheh é um instrumento de cordas semelhante a uma viola que junta as culturas persa e indiana e a sua sonoridade encontra-se presente nos estilos musicais curdo, turco, arménio e do Azerbaijão. Kalhor foi nomeado quatro vezes para os prémios Grammy e, de acordo com a organização, é “hoje uma força criativa na cena musical” por ter democratizado o conhecimento da música persa no mundo ocidental. sandeep das
O músico, que tem estudos sobre música de várias zonas do Irão, fez parte de digressões mundiais enquanto solista de colectivos como a Filarmónica de Nova Iorque ou a Orquestra Nacional de Lyon. O artista é também co-fundador dos conhecidos grupos Dastan, Ghazal: Improvisações Persas e Indianas e Mestres da Música Persa. De acordo com o CCM, Kalhor compôs peças para conhecidos artistas iranianos e para televisão e cinema, incluindo a banda sonora do filme de Francis Ford Copolla, Youth Without Youth. A sua mais recente actuação no território teve lugar em 2010, quando tocou no projecto Silk Road, de Yo Yo Ma.

Outras cordas

O autor vai tocar com Narendra Mishra, famoso pela sua interpretação de sitar, um instrumento de cordas da família do alaúde. Mishra começou, segundo comunicado do CCM, a dar concerto com apenas dez anos de idade, concluindo os seus estudos com o mestre deste instrumento, Ustad Vilayat Hussain Khan. “O seu talento reflectiu-se no seu trabalho dedicado e na sua devoção à sitar clássica”, escreve o CCM. Pandit_Narendra_Mishra_2Narendra Mishra tocou também no Jubileu de Ouro da Rainha de Inglaterra em 2002 e foi convidado actuar no Festival de Música de Leeds, no Reino Unido. Aos dois juntam-se Ali Bahrami Fard, ao comando de um santour, e Sandeep Das, com uma tabla. Um santour é originalmente persa e é também um instrumento de cordas. Já a tabla é de percussão e assemelha-se a um tambor, sendo particularmente famoso da Índia.

Alimento espiritual

De acordo com o CCM, “na cultura tradicional persa, a música funciona como uma ferramenta espiritual”. É, assim, um meio para a mente “explorar, meditar e para exaltar a alegria” da vida. “Adicione-se uma dose de misticismo e somos transportados para um plano de existência muito mais elevado”, acrescenta a organização. “A improvisação e a composição são ambas importantes quando se faz música e, como anteriormente mencionado, Kalhor é um mestre da improvisação, capaz de passagens contemplativas bem como de demonstrações de virtuosismo. Como ele lidera um ensemble que abrange as tradições indiana e persa, os seus companheiros musicais vão responder às suas improvisações com os seus próprios rasgos, assim contribuindo para esta extraordinária viagem musical asiática”, destaca.

Destaque

1 Set 2015

Ginástica para seniores na Casa de Portugal

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Casa de Portugal organiza, entre terça-feira e 16 de Dezembro, um curso de Condição Física para Seniores, com a lotação máxima de 15 pessoas e o custo de 1400 patacas. De acordo com a organização, o curso é composto por 28 sessões que se realizam todas as segundas e quartas-feiras, das 10h00 às 12h00. Leccionado pelo instrutor Pelé em português e inglês, foi criado pela Escola de Artes e Ofícios.

1 Set 2015

António Lobo Antunes homenageado no Instituto Cervantes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] escritor António Lobo Antunes vai ser homenageado na quinta-feira, em Lisboa, pelo Instituo Cervantes «A editora da Universidade de Talca, no Chile, tem vindo a publicar uma colecção que reúne os autores que foram distinguidos com o Prémio Iberoamericano de Letras “José Donoso”. O prémio tem o nome do que foi talvez o romancista chileno mais importante do século XX e um dos expoentes do chamado «boom» das letras latino-americanas», revela um comunicado da D. Quixote. «António Lobo Antunes, que recebeu este prémio em 2006, vê agora publicado nesta colecção um volume que reúne algumas das suas Crónicas, intitulado “Las Cosas de la vida”, que será apresentado em Lisboa esta quinta-feira, dia 3 de Setembro, às 18h30, no Instituto Cervantes.»

1 Set 2015

Animação | Dez produções internacionais no CCM

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] festival anual de animação AniMacau acontece este ano entre 16 e 25 de Outubro e vai, pelas mãos do Centro Cultural de Macau (CCM), dar a conhecer 10 novas produções, duas delas dedicadas aos mais novos. “Para além do além” e “O 7º anão” são histórias para crianças, a primeira versando sobre o coelho Johan, que parte numa aventura em busca da sua mãe. O filme foi nomeado para um Urso de Cristal no Festival Internacional de Cinema de Berlim, no ano passado.
“O 7º Anão” dá a conhecer “uma mescla hilariante de personagens” dos contos de fadas, incluindo a Cinderela, o Capuchinho Vermelho e a Branca de Neve. Todos num só filme. Para todas as idades, o CCM disponibiliza “Os Moomins na Riviera”, com personagens clássicas de banda desenhada criadas pelos finlandeses Tove e Lars Jansson. PosEso
Já o realizador argentino, Juan José Campanella traz a Macau “Matrecos”, uma história que faz uso da imaginação para criar um mundo onde os jogadores de matraquilhos ganham vida e são heróis em salvação de uma cidade. Campanella é o realizador da famosa obra de 2009, “O Segredo dos seus Olhos”. Da região francesa de Annecy chega “O Menino e o Mundo”, vencedor do Festival Internacional de Cinema Animado daquela localidade. O filme utiliza desenhos que parece pintados a lápis-de-cor, transportando o público para “um mundo mágico”, informa o CCM. Finalmente, voa da Coreia do Sul a película intitulada “Mais claro do que parece”, produção que alia quatro histórias “descontraídas e refrescantes”.

Ser criança para sempre

Para um público mais amadurecido, o AniMacau apresenta “O Congresso”, do realizador Ari Folman. O filme caracteriza-se como um “híbrido de animação e imagem real” produzido em França e interpretado pelos grandes nomes do cinema norte-americano, Robin Wright, Harvey Keitel e Danny Huston. A obra estreou-se em 2013 em Cannes e ali realidade à ficção. É Wright quem protagoniza a película na pele de si própria. A história torna-se ficção no momento em que um estudo de cinema de Hollywood pede à actriz que venda a sua identidade do cinema para mais tarde ser digitalizada e usada de forma ilimitada. O contrato entre as duas entidades tem uma particularidade: Wright nunca envelhecerá no holograma, mas 20 anos depois de ter sido assinado, a actriz e o mundo já não são a mesma coisa. A película gira em volta dos conceitos de velhice e era digital, criando o debate sobre até quando dura a beleza. phpThumb
Do Japão surge “Patema Invertida”, uma “uma aventura de ficção científica que utiliza um conceito semelhante a ‘Upside Down’, filme que explora o amor entre duas pessoas que vivem em mundos gravitacionais opostos.
O AniMacau guarda ainda lugar para a comédia de terror “Pos Eso”. Filmada em stop-motion e produzida em Espanha, fala de doenças mentais e possessões do espírito. Finalmente, surge da Letónia “Pedras nos Bolsos”, um retrato que fala de “mentes muito peculiares”.

1 Set 2015

MUST oferece nova licenciatura em Farmácia

A MUST vai oferecer, já no próximo ano lectivo, uma licenciatura em Farmácia. Fica, no entanto, a dúvida sobre se o novo curso vai permitir que os recém-licenciados exerçam funções enquanto Farmacêuticos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa) vai oferecer uma nova licenciatura em Farmácia a arrancar no ano lectivo 2016-2017. O curso tem a duração de cinco anos e é ministrado em chinês e inglês. No entanto, desconhece-se ainda se o conteúdo deste curso possibilita o exercício da profissão de Farmacêutico.Farmácia
De acordo com despacho publicado em Boletim Oficial, o curso obriga à conclusão de 185 créditos, a maioria constante do quadro de ciências exactas. Os alunos podem escolher de entre uma série de matérias, incluindo Microbiologia, Química da Medicina Tradicional Chinesa, Química Medicinal, Experiências de Anatomia e Fisiologia, entre outras. Esta nova licenciatura em Farmácia inclui ainda uma série de disciplinas das Ciências Sociais e das Humanidades e um estágio em Farmácia, de 900 horas e que dá direito a 30 créditos.

Falta de reconhecimento

Recorde-se que outras universidades locais – como o Instituto Politécnico de Macau – oferecem cursos na área de Farmácia, mas estes não são reconhecidos pelos Serviços de Saúde como cursos de acesso à profissão de Farmacêutico. “Os alunos que concluíram esta licenciatura [em Ciência de Técnicas Bio-Médicas] não podem ser inscritos como farmacêuticos, mas podem ser inscritos como ajudantes técnicos de farmácia. Quer a nível internacional, quer em Macau, os ajudantes técnicos de farmácia / técnicos de diagnóstico e terapêutica exercem as funções sob orientação de farmacêuticos. São auxiliares dos farmacêuticos”, referiram os SS há cerca de quatro meses em comunicado. A questão surgiu por via de uma interpelação escrita de Chan Meng Kam. O deputado criticava o facto dos recém-licenciados daquele curso não poderem exercer funções como farmacêuticos na RAEM, mas serem autorizados a fazê-lo no continente. O HM tentou obter mais informações sobre as saídas profissionais do curso junto do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.

1 Set 2015

Grupo Fosun quase duplica lucros

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] consórcio chinês Fosun, proprietário em Portugal da companhia de seguros Fidelidade, anunciou ontem um aumento de 97% dos lucros no primeiro semestre, face a 2014, impulsionado por um crescimento recorde do segmento das seguradoras.
A empresa com sede em Xangai lucrou 3.617 milhões de yuan nos primeiros seis meses deste ano.
Assumida como “estratégica para o crescimento” do grupo, a área dos seguros lucrou 1.789 milhões de yuan, um aumento de 89 milhões de euros, face a 2014, assinala o relatório semestral da empresa.
O documento revela que a compra da Luz Saúde (antiga Espírito Santo Saúde) por 460 milhões de euros, permitiu à Fosun “expandir a sua presença no sector da saúde”.
O grupo, que é também um dos candidatos à compra do Novo Banco, nos últimos anos adquiriu participações em companhias de seguros na China continental, Estados Unidos e Hong Kong, e investiu igualmente nos sectores da saúde, imobiliário, turismo e indústria farmacêutica.

Activos seguros

No final do primeiro semestre deste ano, os seus activos no domínio dos seguros excediam 143.199 milhões de yuan, representando quase metade (44,8%) do total do grupo, aponta o relatório.
A maior parte dos activos da Fosun está denominada em euros (45,2%) e dólares norte-americanos (34.8%), enquanto a moeda chinesa, o yuan, representa apenas 10% do total.
“A diversificação dos investimentos em diferentes moedas permitiu ganhar resistência ao impacto da volatilidade do mercado de câmbios”, lê-se no documento.
Em 2014, as acções da Fosun na bolsa de Hong Kong valorizaram-se 41%, mas, desde Junho, já perderam um terço do valor, face ao pico atingido em Maio, acompanhando as acentuadas quedas nas praças financeiras chinesas. fosun
Este ano, o grupo acrescentou à sua carteira o Cirque du Soleil e concluiu a compra do emblemático Club Méditerranée, confirmando a aposta no sector lazer e estilo de vida, que corresponde já a 17% do total de activos.
Fundado em Xangai, no início da década de 1990, a Fosun é considerada um dos consórcios privados chineses mais activos além-fronteiras.
O seu presidente, Guo Guangchang – conhecido como “o Warren Buffet da China” – é licenciado em Filosofia e mestre em Gestão, e conta com uma fortuna estimada pela Forbes em 9.300 milhões de dólares.
 

1 Set 2015

Bolsas chinesas encerram no vermelho

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s acções chinesas caíram ontem depois de subidas substanciais registadas na quinta e sexta-feira da semana passa, no âmbito dos esforços governamentais para combater a manipulação dos mercados, segundo a Xinhua. O Índice Composite de Xangai caiu 0,82% ou 26,22 pontos, cotando-se nos 3,205.99 pontos. Já o principal índice da bolsa de Shenzhen também encerrou no vermelho, ao perder 2,32%, fixando-se nos 10,549.16 pontos. As praças financeiras chinesas voltaram assim às perdas, depois de fortes subidas registadas nos últimos dois dias da semana passada, os quais se seguiram a cinco jornadas de graves quedas que abalaram os mercados internacionais.

1 Set 2015

Timor | Taur Matan Ruak inicia primeira visita oficial à China

[dropcap style=’circle]O[/dropcap] Presidente da República timorense, Taur Matan Ruak, inicia esta terça-feira a sua primeira visita oficial à China, durante a qual está previsto, segundo informou ontem o seu gabinete, uma ampla agenda de encontros e cerimónias.
Taur Matan Ruak, que estará na China até 5 de Setembro, é acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Hernâni Coelho, e de outros responsáveis timorenses.
Em comunicado, o seu gabinete explica que a visita visa “agradecer à República Popular da China por ter sido o primeiro país a reconhecer a declaração de independência de Timor-Leste a 28 de Novembro de 1975 e a estabelecer relações diplomáticas com Timor-Leste aquando da restauração da independência a 20 de Maio de 2002”. taur
Durante a visita, explica ainda, Taur Matan Ruak quer agradecer o “contributo da China para o desenvolvimento de Timor, e intensificar a cooperação entre os dois países, nomeadamente nas áreas de turismo, agricultura através da criação da Zona de Desenvolvimento Agrícola através de Tecnologia Avançada, desenvolvimento do capital humano, gás e petróleo”.
Uma cooperação, refere, que se pode intensificar “no âmbito da ‘Nova Rota da Seda’ dada a posição geográfica estratégica de Timor-Leste na região da Ásia e Pacífico.
Taur Matan Ruak aproveitará a visita para convidar os responsáveis chineses a participarem, a 28 de Novembro, nas comemorações do 40.º aniversário da Proclamação da Independência de Timor-Leste, marcadas para o enclave de Oecusse.

1 Set 2015

Internet

110417_observatory

[dropcap style=’circle]S[/dropcap]eria difícil de imaginar, há duas décadas, as vantagens que a internet nos traz hoje em dia como acompanhamento de leitura. Relembro este avanço, comovido, a propósito da leitura de um livro de W.G.Sebald, Austerlitz.

No seu início descreve-se um quadro de Lucas van Valckenborch, um pintor flamengo do século XVI, em que umas figurinhas patinam no gelo em Antuérpia. Em segundos a internet oferece-me o quadro, em tamanho decente e pormenor suficiente. Vejo, entre muitos patinadores, a senhora de amarelo caída no gelo e o senhor de calções vermelhos que a ajuda a levantar-se, burgueses contentes e um grupo entretido em volta de uma fogueira.

Logo de seguida consigo ver fotografias da grandiosa Estação Central de Antuérpia onde se passa o início da história de Sebald e onde nunca estive.

Alguns dirão que os seus livros contêm fotografias porque existe neles uma necessidade imensa de mostrar e eu não poderia estar mais de acordo, mesmo que esteja enganado. Estas fotografias, abundantes, acabam por marcar ainda mais intensamente a profunda solidão que envolve as figuras que Sebald examina nos seus livros de uma maneira que só a fotografia consegue fazer.

Os seus livros são como fotografias porque estas, ao mostrar, com rigor, acabam por nos transmitir a impossibilidade de ver verdadeiramente. Sabemos, ao ver as fotografias que os seus livros exibem e ao ler as suas ideias sobre os mecanismos da memória, que a garantia de permanência e realismo que a fotografia parece oferecer não passa também de uma ilusão.

Por outro lado, as explicações de Sebald são de uma clareza ofuscante, os objectos, edifícios, paisagens e impressões oferecidos com extrema delicadeza, mas também com extrema precisão. Isso acontece, por exemplo, na descrição do cemitério de Piana, na Córsega, no texto Campo Santo que dá o título a um dos seus livros.

Esta mecânica poderia levar-nos a pensar que a escrita é mais eficaz na representação do passado que a imagem fotográfica, ou indicar para a relativa ineficácia de ambas.

Uma das malandrices que Sebald nos oferece é uma que de início passa quase despercebida, e se tal acontece é porque existe uma mestria difícil de igualar: a quase total inexistência, em alguns textos, de parágrafos. O texto Campo Santo, por exemplo, não tem nenhum e em Austerlitz há longas passagens construídas da mesma maneira.

Austerlitz, a figura protagonista do livro com o mesmo nome, é-nos mostrada pelo autor muito detalhadamente, com uma bondade que não consegue disfarçar a admiração que aquele lhe causa. No entanto, quanto mais nos é mostrado mais nos convencemos da inutilidade da demonstração.

Milan Kundera (em The Art of the Novel) fala da ilusão do presente: “There would seem to be nothing more obvious, more tangible and palpable than the present moment. And yet it eludes us completely. All the sadness of life lies in that fact. In the course of a single second, our senses of sight, of hearing, of smell, register (knowingly or not) a swarm of events and a parade of sensations and ideas passes through our head. Each instant represents a little universe, irrevocably forgotten in the next instant.” *

Em The Emigrants Sebald conta-nos a história de quatro homens cujos destinos sofreram vários tipos de desajustes devido aos acontecimentos da Segunda Grande Guerra e à perseguição que vitimou os judeus durante os anos 30 e 40.

Termina com a descrição crua de umas fotografias tiradas no gueto de Litzmannstadt, estabelecido em Lodz em 1940. A última é a fotografia de três mulheres de cerca de vinte anos, entretidas no trabalho de fazer carpetes. “interrogo-me sobre como se chamariam estas mulheres – Roza, Luisa e Lea, ou Nona, Decuma and Morta”. E depois o silêncio.

Foi também Sebald que me fez voltar a Bruce Chatwin, outro autor que se mostra obsessivo em mostrar. Regressei ao autor inglês através de uma referência directa não a si próprio mas ao seu biógrafo, Nicholas Shakespeare. Lembre-se que Chatwin tem cinco livros de ficção, todos passados em lugares muito diversos: Patagónia, País de Gales, Austrália, Benin e Checoslováquia. Shakespeare percorreu todos esses lugares em busca do seu Chatwin, e é esta viagem que Sebald elogia.**

No livro What Am I Doing Here, que reúne vários tipos de pequenos textos este espalha-se pela União Soviética, o Benim, os Camarões, Hong Kong, Paris, o Peru ou o Afeganistão.

A sua obsessão pelo nomadismo, que o leva a teorizações não aceites por todos, tem uma semelhança grande em alguns dos textos de Sebald, onde as histórias que neles se revelam implicam quase sempre uma deslocação – muitas vezes forçada.

Em What Am I Doing Here, conta-nos que encontrou em Werner Herzog uma pessoa que partilha com ele a ideia do valor sacramental de caminhar e o seu valor como actividade poética que pode curar os males do mundo e continua contando um episódio ilustrativo desta crença: quando, em 1974, Herzog soube que Lotte Eisner estava a morrer, dispôs-se a percorrer a pé, através de um inverno rigoroso, a distância entre Munique e Paris “confiante de que poderia, de certa forma, curá-la através da sua caminhada”. Quando chegou ao apartamento de Eisner esta recuperara e viveu durante mais dez anos.

O entusiasmo que os livros de Chatwin suscitam é um entusiasmo juvenil e o rosto do próprio Chatwin nunca abandonou esse brilho entre o do adolescente e o de um sério diletante.

O que não conheço em Sebald é a confusão de alguns textos de Chatwin (em Songlines), uma escrita aos tropeções, uma obsessão por compreender algo que claramente nunca conseguiu perceber e muito menos sistematizar. Mas serviu para ir ver na internet o que é um dasyurus geoffroii e pensar na nomadização e nas origens da humanidade.

Outra vantagem da internet (este pequeno passeio começou por aí) prende-se com o acesso imediato a imagens animadas e/ou música. Nunca ouvira falar de Kevin Volans antes de ler o elogio que Chatwin lhe estende num dos textos constantes de What Am I Doing Here. A leitura do texto sobre o compositor sul-africano enriquece-se rapidamente porque a internet disponibiliza várias das peças deste compositor que estudou com Stockhausen e de quem eu nunca ouvira falar.

* retirado do monumental livro de Gardiner, John Eliot, Music in the Castle of Heaven, 2013.
** ver Sebald, W.G., “The Mystery of the Red-Brown Skin”, em Campo Santo.

1 Set 2015

O Mal da Aldeia

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]credito ser um caso vulgar no mundo a existência, aqui e acolá, daquilo que normalmente se designa por “leis não escritas”, ou seja, práticas correntes que não obedecem a nenhum princípio legal subjacente mas cumpridas religiosamente e com um apego tal como se fossem, de facto, leis. Macau, claro, não é excepção. Muito pelo contrário. Uma das mais famosas dessas “leis”, agora julgo que em desuso ao ponto de muitos recém-chegados nunca terem ouvido falar nela, é a pitoresca “20/24”, ou seja: “Tens 20 quilos e 24 horas para te pores a andar daqui para fora!” Assim mesmo, com exclamação e tudo. Não me parece que esta “lei” tenha alguma vez sido aplicada por qualquer tribunal de Macau mas, como os espanhóis com as bruxas, que terá sido aplicada terá, e que serviu durante muito tempo de aviso ou ameaça velada também. Monsanto_interior_da_aldeia
Mas se a “20/24” será coisa de um passado quase cinematográfico existe outra bem presente a qual, como é típico destas práticas correntes, diz muito do sentir e do agir de uma comunidade. Para ser prático vou chamar-lhe “Mal da Aldeia”, naturalmente imbuída do espírito do velho aforismo “Dividir o Mal Pelas Aldeias”. A aldeia aqui é um termo importante porque define o espírito desta “lei” da terra na sua curteza de vistas e na sua incapacidade de perceber que existe um mundo para além destes 25 km2, apesar da muralha ter caído há muito. Mas, ao contrário de outras leis, esta é especialmente dedicada às gentes locais; enquanto a “20/24” tinha um espírito mais universalista pois podia ser aplicada a um qualquer cidadão, residente ou não, de uma qualquer parte do mundo, a “Mal da Aldeia” é especialmente aplicada aos residentes. Ou seja, em Macau quando se trata de distribuir subsídios ou apoios a profissionais independentes; leiam-se artistas, pilotos de automóveis, produtores… a regra é dar um bocadinho a todos em vez de apostar seriamente nos mais qualificados. Resultado: uma dispersão completa de recursos e nenhum dos beneficiados (?) a conseguir sequer imaginar objectivos ambiciosos. Nos automóveis, quem não terminar o Grande Prémio local vê-se sem subsidio da Fundação Macau mesmo que ganhe provas realmente importantes lá fora; e não terminar uma prova acontece aos melhores. Logo não se arrisca, porque ninguém é parvo ao ponto de comprometer uma época por causa de uma prova que, em boa verdade, pouco ou nada conta em termos desportivos mas muito em termos de carreira por causa desta distorção absurda. Perdem os pilotos, perde o público, perde o Grande Prémio – uma “lose-lose situation”. Nos filmes dá-se cem mil aqui, trezentas ali, duzentas acolá para depois poderem dizer que Macau tem muita gente a fazer filmes, ou seja, muitos realizadores mas nem sequer assistentes de produção tem porque os exíguos orçamentos atribuídos pela “Mal da Aldeia” não permitem formar nem manter equipas. Aldeia da Roupa Branca
Além disso, todos os que fazemos filmes sabemos que produções a sério capazes de ambicionarem para além do circuito “TDM – Centro Cultural – festas de amigos”, não custam nem cem, nem duzentos nem sequer um milhão e meio como o Instituto Cultural nos quer fazer acreditar. No entanto, se o proponente vier de fora (com as credenciais certas) a “Mal da Aldeia” já não é aplicada. Este tipo de “jurisprudência” nasce de mentalidades pequena, do medo de errar, do receio de decidir, do pânico do que os vizinhos vão dizer e não de um qualquer senso de justiça. A “Mal da Aldeia” é mesmo isso, perniciosa, e não se coaduna com uma cidade que se pretende afirmar no mundo e, para não irmos tão longe porque as viagens não cabem nos orçamentos, até no contexto da China. Mentalidade de aldeia, conceito anacrónico que em nada contribui para o bem comum pois ao “dividir o mal pelas aldeias” apenas se obtém uma série de ejaculações precoces e nunca uma relação satisfatória. Macau tem de aprender a pensar grande para além do fogo de artificio. Macau tem de saber arrojar sob pena do futuro ser uma condenação ao inferno das boas intenções e ao limbo do esquecimento. Continuar a dar apoios a todos e mais alguns apenas porque ostentam um BIR e para ficar bem na foto de grupo, em vez de concentrar meios naqueles que realmente têm valor é uma asneira inqualificável. Viver na quimera de que uma cidade de meio milhão de habitantes possa ter meio milhão de talentos é uma ingenuidade imperdoável.

MÚSICA DA SEMANA
Dos idos de 1997…
“Open your Mind” – Usura

1 Set 2015

Pré-acto

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]reparativos são mais ou menos necessários dependendo da personalidade de quem os pratica. Há quem queira ser espontâneo ou há quem tente preparar ao ínfimo pormenor tudo o que vai acontecer. Isto sou eu a pensar na generalidade, para quem gosta de viajar, organizar um jantar ou nas nossas rotineiras vivências. O que se faz com preparativos para sexo? Preparações logísticas, mentais e físicas contribuem para a performance e à sua optimização. Poderia pensar em lingerie da mais alta qualidade, uns acessórios excitantes daquelas lojas que não têm direito a montra. Há diferentes níveis de criatividade que mostram todo o potencial apimentador do sexo, que vai de organização kinky até a uma lubrificação bem feita, para a coisa correr bem. maxresdefault
Para mulheres se prepararem para sexo, convém existir alguma dica de que a coisa vai acontecer. Para as mais preocupadas, depilação e lingerie são questões importantes a serem consideradas. Para as menos preocupadas, talvez não seja necessário, mas sei lá, convém haver um preservativo à mão. Pois que a ânsia para o sexo faz o tico e o teco aumentarem a sua actividade fantasiosa. Pois que de fantasias se vive o prazer, e a lubrificação também agradece.
Sexo não é penetração vaginal, única e exclusivamente. Se a sua definição é vista como tal, talvez que daí se justifique o uso do sexo anal para evitar a sua tão assustadora e possível disrupção (talvez nunca entenderam que ‘sexo’ está em sexo anal…). Se se concentrarem em fantasias, naquelas imagens mentais que nos assolam dia e noite em dias mais sexualmente necessitados, o que se vê: corpos, toques, apertos e entradas e saídas (digitais, orais, genitais). Um saudável salpicar de tudo. Chegamos então à fantástica conclusão que sexo na sua definição redutora não satisfaz os apetites de todos quando tentamos teórica e empiricamente percebê-la. Que isto tem que ver com preparativos e, em especial, preliminares? Pois que os preliminares deveriam ser menos pre, tornando-se parte do processo, do acto, da concepção. Sem este q.b. de preparação mental e física, o pinar pouco se via.
Os preliminares são popularmente entendidos como aquele tempo necessário antes de sexo que se estende por mais tempo por vontade das mulheres e por menos tempo por vontade dos homens, com a importante função biológica de lubrificação. Há um estudo que vem mostrar que, na verdade, o tempo que se deseja para os tais preliminares é o mesmo, tanto para homens como para mulheres (tenho que agradecer a referência académica ao blog da Leonor – prontoadespir.me – com textos sobre sexo de uma audácia e descomplicação sem igual). Escandaloso pensar que há mulheres que cortam os seus preliminares porque acham que ele não quer, e homens que são levados no embalo do que acreditam ser vontade dela, e não reclamam por mais! Mais preliminares para estas mesas, por favor! O estudo também mostra que as expectativas são entendidas através de estereótipos sexuais que temos do parceiro, que têm pouca consideração das necessidades individuais, e mais – das do casal e da sua dinâmica. Não querendo cair em clichés, vou cair: senhores e senhoras, é preciso comunicar. Comunicar verbal ou não verbalmente se querem continuar no amasso, se o querem apressar. Whatever. Claramente que existem situações onde longos preliminares (não estou a gostar nada desta palavra, é do sufixo, mas à falta de melhor…) não fazem sentido. Pensem naquela rapidinha antes de ir trabalhar, por exemplo. tumblr_lk847ihppL1qf6iy9o1_500_large
Enaltecendo a funcionalidade dos liminares (não resulta) que pode ser mais ou menos propositada, o foreplay (gosto mais) traz não só o desenrolar de um desejo inusitado e descontrolado, mas faz uso da imaginação do prazer. Vai do uso da pele (referido anteriormente) à criatividade dos jogos genitais e zonas erógenas que com classe e eficácia são estimuladas. Reparem que me referi a classe, porque destes automatismos esperam-se a ausência… de classe. Usar os mamilos como sintonizadores de rádio à espera de um interruptor de vontade sexual, não impressiona. Nada contra estimular mamilos per se, mas há que não ficar por aí. Há desespero por encontrar uma fórmula milagrosa de excitação que por vezes é confundida com o estimular um mamilo, ora o direito, ora o esquerdo e dedilhar o clitóris, à vez – no sentido dos ponteiros do relógio. A ocasional lambidela no pescoço, o afogar orelhas em saliva, já lhes conhecemos as manhas. De interesse o prazer e uma optimização lubrificadora (de ambas as partes), uma fórmula infalível talvez seja uma procura desnecessária. Mas que não vá desencorajar o explorar, as explorações sexuais.

1 Set 2015

Dois em cada três pares de sapatos vêm da China

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] produção mundial de calçado aumentou 8% em 2014, para 24 mil milhões de pares, destacando-se a China como “líder indiscutível” ao fabricar quase dois em cada três pares de sapatos, segundo dados do último World Foowear Yearbook.
Elaborado e distribuído em todo o mundo pela Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), aquele que é descrito como “o mais complexo barómetro à industria de calçado a nível internacional” – e cuja edição relativa a 2014 foi apresentada em Julho na Alemanha – evidencia que a estrutura geográfica da indústria permanece “praticamente inalterada” relativamente ao passado recente. ténis
“A nível internacional a China é o líder indiscutível, produzindo quase dois em cada três pares de sapatos vendidos no mundo”, conclui o trabalho, segundo o qual a Ásia é responsável por 88% da produção mundial de calçado, sendo seis dos 10 principais produtores de calçado mundial países asiáticos.
Já a Europa assegurou, no ano passado, apenas 3% da produção mundial de calçado.

Mudança consistente

Analisando a evolução ao longo dos últimos cinco anos, assistiu-se a um aumento “significativo” da quota mundial da Ásia, que passou de 49% em 2010 para 52% em 2014, com a China a assumir aqui a liderança e a vir “consistentemente” consolidando a sua posição ao longo dos anos.
Os EUA e a Índia surgem no segundo e terceiro postos, respectivamente.
Os dados do World Foowear Yearbook para 2014 apontam também novos níveis recordes no comércio internacional de calçado, com as exportações a somarem 16 mil milhões de pares e 133 mil milhões de dólares.
Também aqui a China consolidou a liderança “de forma esmagadora”, segundo destaca a APICCAPS, sendo a origem de mais de sete em cada 10 pares de calçado exportados.
No ano passado, no ‘top 15’ dos principais exportadores mundiais apenas constam países asiáticos (como a China, Vietname, Hong Kong e Índia) e europeus (Itália, Bélgica, Alemanha, Países Baixos, Espanha, França, Portugal, Roménia, Eslováquia e Reino Unido).

1 Set 2015

Banguecoque | Polícia procura mais dois suspeitos por atentado

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ois novos suspeitos, uma tailandesa e um homem não identificado, são procurados por alegadas ligações ao atentado à bomba num templo em Banguecoque, depois de materiais para o fabrico de bombas terem sido apreendidos num apartamento nos arredores da cidade. “O primeiro suspeito é uma mulher, Wanna Suansan, de 26 anos”, disse o porta-voz da polícia numa declaração transmitida na televisão. Foi divulgada uma imagem da mulher com a cabeça coberta com um ‘hijab’ (véu). Esta foi a primeira vez que o nome e imagem de um suspeito foram divulgados na televisão desde o ataque a 17 de Agosto. “Também há outra pessoa a morar no mesmo local: é um homem, de nacionalidade desconhecida”, acrescentou. O ataque ao templo Erawan, no centro da capital tailandesa, muito frequentado pelos turistas, nomeadamente asiáticos, resultou em 20 mortos – a maioria turistas da Ásia – e 120 feridos. As autoridades tailandesas detiveram um suspeito pelo ataque no fim de semana.

1 Set 2015

Activado rastreio experimental contra cancro do colo-rectal

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) promovem a partir de hoje um programa piloto de rastreio ao cancro do colo-rectal, o qual contará com mil vagas para residentes. Segundo um comunicado, o rastreio será gratuito e inclui um exame de sangue oculto nas fezes, sendo que os dados obtidos “servirão de referência para promover a implementação do rastreio do cancro colo-rectal a toda a população”. Nos últimos dez anos, este tipo de cancro tem sido um dos três que mais ocorrem em Macau, com uma média anual de 170 novos casos e 70 casos mortais. Os SS referem, com base em dados de 2013, que o cancro do colo-rectal já ultrapassou os casos de cancro pulmonar, “passando a figurar como o cancro mais comum em Macau”.

1 Set 2015

Jogo | Mais salas VIP fechadas a partir deste mês

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s duas salas VIP da empresa David Group serão reduzidas a apenas uma. Também a empresa Galaxy Hung Lei VIP Club irá suspender o negócio a partir do início deste mês.
As notícias surgem através de uma mensagem enviada pelo grupo Forefront of the Macao Gaming. A empresa David Group que possuía sete salas VIP, nos casinos L’Arc, MGM, Four Season e Galaxy – fechou portas a três em Janeiro deste ano – vê agora o seu negócio reduzido a uma sala.
O grupo Galaxy Hung Lei VIP Club também não escapa à tendência. “Devido à influência de todo o ambiente económico de Macau, a empresa Galaxy Entertainment decidiu suspender o negócio do clube a partir do dia 1 de Setembro, depois do resultado infrutífero de negociação entre as várias partes”, esclareceu o grupo Forefront of the Macao Gaming, em comunicado.
Quanto à mão de obra, o Galaxy Hung Lei VIP Club defendeu que irá tratar dos processos de despedimentos dos funcionários de acordo com regulamentos definidos na Lei das Relações Laborais. No mesmo comunicado, a empresa agradece a dedicação dos funcionários nos quatro anos de existência das salas.
No caso da David Group, a empresa não revelou ainda o futuro dos funcionários, mas o grupo Forefront afirmou já ter recebido feedback dos trabalhadores a mostrarem vontade para mudarem de profissão para outros sectores que não o Jogo.
O fecho das salas VIP tem sido uma constante, algo que aconteceu também em outras operadoras deste tipo de salas, como a “Man Shui”, do casino Wynn. A Direção dos Serviços para Assuntos Laborais (DSAL), como avançou o HM na semana passada, confirmou já ter recebido mais de 60 pedidos de ajuda de funcionários das salas VIP.

1 Set 2015

Governo apoia famílias mas faltam políticas abrangentes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] recente relatório do Gabinete de Estudo de Políticas não deixa margem para dúvidas: as famílias numerosas escasseiam e há cada vez menos crianças a nascer, tendo sido pedido ao Governo que comece a agir. Mas para Teresa Vong, docente da Universidade de Macau (UM), apesar do Executivo dar apoios financeiros a quem tem muitos filhos, não está a criar uma verdadeira política de incentivo à natalidade. “O Governo providencia apoio suficiente para as crianças, mas não acredito que pegue neste apoio e crie uma política de encorajamento à natalidade. Não me parece que o Governo esteja a incentivar a geração mais jovem para ter filhos”, diz ao HM.
“O Governo tem de estudar mais o background das novas gerações. Em Singapura é tudo diferente: a maioria dos jovens da nova geração, têm um background cultural, uma boa situação financeira, e o Governo encoraja-os a terem mais filhos. Mas pelo contrário em Macau, quando olhamos para as qualificações dos jovens ou a sua situação social, seria arriscado para o Governo incentivar os membros das classes mais baixas a terem mais filhos. Isso porque o Governo teria de pagar a factura”, defende a académica.

O número certo

Apesar dos entraves da inflação e dos preços das casas, Teresa Vong acredita que os casais em Macau tendem a ter mais um filho do que em Hong Kong. “Penso que a geração mais jovem de Macau preferem ter mais filhos do que em Hong Kong. Segundo as minhas observações, os meus alunos, assim que casam, procuram ter dois filhos. Penso que dois filhos é um número óbvio para a maioria das famílias. Provavelmente o terceiro filho será um acidente (risos).”
Trabalhos por turnos nos casinos, salários que pagam o essencial, falta de vagas nas creches e falta de boas casas a um preço razoável: eis os entraves que a classe média enfrenta diariamente e que a impede de procriar mais. “Seria muito difícil às grandes famílias sobreviverem em Macau. A não ser que sejam ricas e tenham mais espaço. Normalmente as crianças ficam com os avós, que dão grande apoio à família. Para aqueles que trabalham nos casinos, estamos há um ano com quebra nas receitas, então as pessoas sentem-se inseguras para terem mais filhos, especialmente quando há riscos no emprego, não sabem se vão ser despedidos”, defende Teresa Vong.
Para Paul Pun, a solução para a baixa taxa de natalidade poderia resolver-se com a vinda de mais trabalhadores de fora. “A única mudança que pode ocorrer é se vierem mais emigrantes ou se as políticas dos emigrantes mudarem. Mas actualmente não me parece que desejem a chegada de trabalhadores de fora, e a taxa de natalidade é baixa.”

Tempos modernos

Para além dos problemas sócio-económicos, a própria percepção de família mudou, defende o secretário-geral da Caritas. “Os pais pensam mais neles próprios para ter uma vida confortável, e nem têm energia para cuidar dos filhos. Há mais oportunidades de emprego e teriam de abandonar um cargo de gestão ou a oportunidade de serem promovidos, por exemplo, e isso afecta a taxa de nascimentos. As mulheres não querem apenas ser mães a tempo inteiro, e muitas contratam uma empregada doméstica. Não é um problema, é um estilo de vida. As expectativas mudaram.”

31 Ago 2015

Famílias numerosas, uma realidade cada vez menos visível

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]e Maria mandasse no seu corpo, se os partos não deixassem marcas, se o relógio o permitisse, teria tido seis filhos. Não conseguiu. “Comecei a sentir-me mais fraca assim que tive o terceiro filho, mas por mim teria mais.” É assim que esta residente de Macau, há 22 anos, conta ao HM a sua experiência nas lides da maternidade. Hoje, Maria (nome fictício), funcionária pública, está apenas com o seu filho mais novo, de 14 anos. Em casa. Os outros dois já estão a estudar no Reino Unido e Austrália e seguiram outro rumo.
A família de Maria foge à regra do que se passa com a maioria dos casais em Macau e nos países ditos desenvolvidos: não vão além dos dois filhos e nem querem pensar em ter uma família numerosa. Aqui, há condicionantes próprias: inflação, falta de espaço, incapacidade na compra de uma habitação, falta de vagas nas escolas e creches. familias numerosas
Maira Belati conseguiu contorná-las e teve seis filhos. Casou com António Martinez em 1998 e foi com ele que construiu a sua família. Nascida no Rio de Janeiro, depois de ter vivido em Espanha, Maira vive em Macau há muitos anos e fala de um projecto familiar feito à imagem de Deus.
“Desde que eu e o António nos casámos abrimo-nos à vida e não pomos nenhum obstáculo (meios contraceptivos) à vinda dos filhos. Os filhos vêm como sendo uma bênção nas nossas vidas, como um presente de Deus. Com eles aprendemos a dar-nos, a amar de verdade sem esperar nada em troca”, contou Maira ao HM, por e-mail.
O dia-a-dia profissional de Maira Belati e António Ramirez é também ele feito com crianças, pois dirigem a Maranatha Arts Society, que trabalha com as escolas na organização de actividades extra-curriculares e eventos de animação.
Ao fim de tantos anos em Macau, Maira Belati assume que este “não é um lugar fácil para uma família numerosa”. “Não há ajudas, não está bem visto. Hoje em dia ter uma família numerosa é ir em contra corrente. Mas tenho que reconhecer que a sociedade de Macau sempre nos tratou muito bem, os meus filhos falam chinês, pensam em chinês e amam os chineses que aqui habitam.”
Apesar de em Macau e Hong Kong não existir a política do filho único, como há no continente, Maira Belati considera que muitos não compreendem os casais que procuram ter mais do que um rapaz e rapariga.
“Para a comunidade chinesa, se estás à procura de ter um rapaz porque só tens raparigas, aí compreendem. Mas como no meu caso, que tenho três rapazes e três raparigas, todos do mesmo matrimónio, então é impossível compreenderem”, aponta.

Fila na creche de madrugada

Moon Tin é chinesa, tem 36 anos e é mãe de três filhos. As dificuldades de que fala Maira Belati sentiu-as na pele: chegou a estar numa fila às quatro da manhã para conseguir uma vaga numa creche e até pediu ajuda a 40 amigos de Macau, Hong Kong ou Taiwan para que acedessem ao site de inscrições das creches, por forma a obter um lugar para os filhos.
Moon Tin trabalha numa empresa de relações públicas e, juntamente com o marido, designer de Taiwan, mantém uma loja de vestidos de casamento. Aos domingos têm de fechar o espaço para conseguirem estar em família, mas é um dia de rendimento que perdem.
“O Governo deveria oferecer mais apoios às famílias que têm mais de três filhos”, defende ao HM. “Em Taiwan, ter um bebé dá direito a ganhar dez mil patacas do Governo. Em Macau só recebemos 1100 patacas de subsídio de maternidade, devemos pedir dentro de um ou dois meses e temos de contribuir com um certo montante para o fundo de segurança social. Isso é menos humanitário e não corresponde à inflação.” familia
Junto da comunidade chinesa, ter mais do que um filho também pode representar mais apoio aos pais na velhice. “Devido ao envelhecimento da população, ter pelo menos três filhos ajuda a dividir o encargo da velhice no futuro. Caso contrário, só com um filho, a pressão será grande”, defende Moon Tin.
O sufoco económico existe. Moon Tin conta que sente grandes diferenças em relação ao tempo em que só tinha um filho e acredita que os salários que ganham podem não ser suficientes para sustentar toda a família, pelo que procuram por novas formas de rendimento.

A ajuda da empregada

Para além dos pais e dos avós, que dão uma ajuda a cuidar dos netos, ter uma família numerosa em Macau implica quase sempre pagar uma empregada doméstica.
Moon Tin gasta por mês cinco mil patacas com a sua empregada, incluindo 14 dias de férias e os bilhetes de avião. “Só com boas condições é que conseguimos que uma empregada aceite o trabalho, e ela deve ser de confiança, porque não estamos sempre em casa.”
Apesar de uma empregada doméstica ser uma grande ajuda, nem sempre as mães confiam numa pessoa estranha para cuidar dos seus rebentos. Maria conta que as suas colegas de trabalho têm esse receio.
“Quando criei os meus filhos não tive dificuldades, porque era muito fácil arranjar as creches que nós queríamos. Tive uma empregada quando tive a minha segunda filha. Mas antes de 2002 as coisas não eram tão difíceis. Agora penso que as coisas estão cada vez mais caras, e mesmo com as empregadas, as minhas colegas têm muito receio de deixar os filhos bebés com as empregadas ou com as mães. Há alguma falta de confiança.”
Maria, que sempre trabalhou para o Governo, defende que “os funcionários públicos têm apoios suficientes” para terem mais filhos, mas que o mesmo não se passa no sector privado. “Talvez (pudesse) dar mais tempo na licença de maternidade, porque quem está na privada tem apenas um mês.”
As experiências destas mães poderiam encaixar em qualquer família de classe média, embora nem todos consigam suportar a despesa mensal de uma empregada. Dados fornecidos ao HM pelo Instituto de Acção Social (IAS) mostram uma despesa mensal do Governo em cerca de um milhão de patacas, para 112 famílias com mais de cinco filhos. Criancas
Paul Pun, secretário-geral da Caritas, conhece alguns casos, que acredita estarem a diminuir cada vez mais. “O número de grandes famílias está a diminuir em relação ao passado. Há duas semanas conheci uma família com seis filhos, e o pai tinha acabado de deixar a prisão e tinha uma deficiência. Mas esta família está a receber apoio do IAS e todos os filhos estão felizes. Temos ainda uma família com dez filhos que recebe apoio da Caritas, e estão todos bem. Mas não temos muitos casos com pais que tenham mais de seis filhos.”
Tal como na maioria dos países desenvolvidos, ter uma família numerosa em Macau implica enfrentar muitos olhares cheios de interrogações e estranheza. “A geração mais nova acha um pouco estranho, o que querem agora é gozar mais a vida, coisa que os pais não fizeram. Então o número de filhos condiciona muito. Acham que ter dois filhos é o suficiente e dá-lhes tempo para gozar a vida”, acredita Maria.

*Com Flora Fong

31 Ago 2015

CE em Pequim para cerimónias que assinalam derrota do Japão

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] chefe do Executivo, Chui Sai On, vai deslocar-se esta semana a Pequim para participar nas cerimónias oficiais do 70.º Aniversário da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, assinalado a 3 de Setembro, próxima quinta-feira. Chui Sai On desloca-se a Pequim entre 2 e 4 de Setembro, quarta a sexta-feira, para uma visita que tem como ponto alto o dia 3, com cerimónias oficiais, um desfile militar na Praça de Tiananmen e uma recepção à noite. Na deslocação a Pequim, o Chefe do Executivo será acompanhado pelo director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, Li Gang, e por uma comitiva composta por 100 pessoas, explicou Victor Chan, porta-voz do Governo. Durante a deslocação de Chui Sai On a Pequim o Secretário para a Segurança, Wong Chio Chak, irá assumir as funções de Chefe do Executivo interino.

31 Ago 2015

Alexis Tam recebe melhor nota em inquérito

[dropcap style’circle’]U[dropcap]m inquérito realizado pelo grupo “Poder dos Cidadãos” revela que o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, recebeu a melhor nota em termos de desempenho, e que Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, a pior. O canal chinês da Rádio Macau cita o inquérito feito a 3813 pessoas, que mostra que Alexis Tam conseguiu 4,2 pontos no máximo de 5, enquanto que Wong Sio Chak, da Segurança, obteve 4,1 pontos. Lionel Leong obteve 3,1 pontos, enquanto que o Chefe do Executivo, Chui Sai On, recebeu 3,9 pontos. Cheong Weng Fat, presidente do grupo, disse concordar com os resultados, uma vez que Alexis Tam tem vindo a responder de forma mais activa às solicitações dos cidadãos.

31 Ago 2015