Tânia dos Santos Sexanálise VozesPara-sexual [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uma biografia não oficial, David Cameron foi acusado de ter metido o pénis na cabeça de um porco morto. Necrofilia para uns, zoofilia para outros. O que pensar de alguém que coagido ou não, durante a sua juventude, tenha enfiado o seu órgão sexual numa carcaça animal? Perdão, tenha simulado um falaccio com a decapitada cabeça de um porco? Se era ou não a real fantasia do primeiro ministro britânico, nunca o saberemos. Nem se o evento de facto aconteceu, não é o tipo de coisas que se confessem ao mundo. Lembro-me da primeira vez que entrei numa sex shop e de ter visto em destaque filmes pornográficos com cavalos Lusitanos. Reparem: não eram uns cavalos quaisquer, eram cavalos Lusitanos. A fantasia vai tão longe quanto à raça de cavalo. Lembro-me também quando fui ao museu erótico em Paris, e que atenta aos filmes pornográficos dos anos 30 (filmes mudos!) aparece um cão a participar na actividade. Zoofilia soa-me a uma coisa estranha. Poderia tentar entender momentos de desespero, puros e ocasionais, para justificar o acto. Contudo, de acordo com o Kinsey, 40 a 50% dos rapazes que cresceram em quintas experimentou sexo com um animal pelo menos uma vez. Mas há quem se auto-denomine de zoófilo, e nesses casos a atracção é recorrente e o acto regularmente praticado. Pelas mais variadas razões: porque a atracção sexual é forte, porque querem expressar o seu amor e afecto pelo animal ou porque os animais são mais fáceis de satisfazer. E há diferenças entre a forma como sexualmente te relacionas com o animal. As classes de zoofilia começam com o role-play (quando pedes que o teu parceiro se mascare de um animal qualquer para uma noite kinky) e vai até à exclusiva relação sexual com animais, e mais ninguém (humano). Há até diferença entre sexo com um animal com ou sem afecto, a última mais comummente designada por bestialismo, o acto onde se esturpa o animal, pura e simplesmente. A zoofilia é só uma de muitas parafilias que por aí andam, nome generalizado que se dá ao comportamento sexual desviante. À necrofilia e à zoofilia juntam-se muitas mais. Muitas, mesmo. Cyprinuscarpiofilia descreve uma especial excitação sexual por… carpas. Sim, carpas. O porquê vai para além da minha compreensão. Temos ainda galaxiafilia que descreve a atracção sexual pelo aspecto leitoso da via láctea. Talvez uma tendência natural para os amantes de ficção científica? Para mais parafilias surpreendentes, sugiro a pesquisa. Não se vão arrepender. Para regulamentar estes desvios no comportamento sexual temos um livrinho chamado DSM, manual de auxílio a psiquiatras e psicólogos no diagnóstico de psicopatologias, que entre distúrbios da mente, tenta definir os distúrbios do sexo. A definição tem estado em constante desenvolvimento porque tem-se percebido que umas preferências sexuais estranhas não são necessariamente patológicas. Será considerada patologia se a tal preferência levar o indivíduo a seriamente magoar-se a si próprio e ao outro, física e psicologicamente. Mas há contudo, preferências sexuais que consensuais entre o casal são desenvolvidas na esperança de contribuir à satisfação plena. Por exemplo, práticas leves de sadomasoquismo ou os mais variados fetiches. Todos felizes. Sim, é preciso que fiquem todos felizes. Urofilia é o prazer sexual em urinar para cima do outro ou receber urina do outro. Sem consenso seria de uma violência (surpresa!) extrema. Não é para todos. A lição a ser tirada é que preferências estranhas não são anormais, são só diferentes. E cada vez mais, culturalmente, se aceitam extravagâncias que com sentido crítico se incluem no mundo da possibilidades sexuais. Só reflecte a necessidade criativa sexual. Filmes, música, literatura, moda, arte, cada vez mais exploram o enfraquecimento de fronteiras, outrora rígidas, mas agora flexíveis do que uma sexualidade normal poderá envolver. Salvaguardando, contudo, que existem práticas condenáveis que clinicamente se definem como distúrbios, de consequências médico-legais. O trabalho de casa para esta semana é esse mesmo. Descobre a saudável parafilia que há em ti.
Joana Freitas SociedadeHabitação pública | Mais de 40 mil candidatos para 1900 fracções [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo apresenta hoje os resultados das candidaturas a habitação económica, tendo excluído mais de três mil candidatos. Dados do Instituto de Habitação (IH) publicados ontem mostram que os cidadãos mais sortudos sabem hoje se vão ou não ter direito a uma casa, mas há mais de 40 mil pessoas para cerca de dois mil apartamentos. As inscrições que deram origem a estas candidaturas foram feitas já entre Dezembro de 2013 e Março do ano passado. No total, 42700 pessoas pediram uma habitação económica ao Governo, de diferentes tipologias. O IH aceitou 38806 – a maioria de famílias e mais de 15 mil de individuais. Entre as razões principais para a exclusão de determinados cidadãos estão principalmente a falta de cumprimento de requisitos face à composição do agregado, mas também os candidatos figurarem em mais do que um boletim de candidatura e receberem mais do que o limite mensal necessário para que possam usufruir deste tipo de habitação. Os resultados que hoje serão anunciados foram feitos com base em candidaturas que foram “primeiro alvo de apreciação preliminar e de sorteio e depois de apreciação substancial”, algo que entrou em vigor em Agosto, com a revisão da Lei de Habitação Económica. Os resultados, contudo, não demonstram todas as famílias que poderão ter acesso a uma casa. É que, para os candidatos de 2013 e Março de 2014, só há 1900 fracções que podem ser entregues. O IH tem, por isso, de continuar a seleccionar. “Depois de afixados os resultados, o IH procederá à selecção dos candidatos admitidos após a apreciação preliminar, segundo a posição deles na lista e as 1900 fracções disponíveis para atribuição no concurso de 2013 para aquisição de habitação económica de diferentes tipologias. Depois o IH enviará ofícios aos candidatos para que dentro de 30 dias entreguem os documentos e as informações necessários no momento da selecção, caso não entreguem dentro do prazo estipulado, o IH iniciará o procedimento legal relativo à audiência de exclusão da qualidade de adquirente”, indica o organismo em comunicado.
Joana Freitas SociedadeObras | Mais de 78 mil milhões de patacas investidos em 2014 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]sector da construção continua a demonstrar um grande crescimento, tendo no ano passado exigido mais de 78 mil milhões de patacas em investimento. Dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC) mostram que as subidas se devem à construção dos novos empreendimentos hoteleiros de grande envergadura. Os números indicam que o valor das obras subiu para 78,15 mil milhões de patacas em 2014, mais 63,2% em relação ao ano de 2013. Destes, 70 mil milhões dizem respeito apenas aos novos resorts do Cotai. O custo da mão-de-obra situou-se em 11,35 mil milhões de patacas, aumentando 42,3%, sendo que o sector conseguiu lucros de 6,86 mil milhões de patacas, um aumento de 184,8%. Em 2014 registaram-se acréscimos globais nos principais indicadores do sector, onde se inclui também o contributo que a construção tem na economia: mais 75,4%, ou 18,2 milhões de patacas, indica a DSEC. Em 2014 existiam mais de 2600 estabelecimentos ligados ao sector da construção, menos uma centena do que em 2013, mas havia mais funcionários. No ano passado, mais de 45 mil pessoas faziam da construção o seu emprego, mais 11300 do que no ano anterior. O valor das obras de construção pública atingiu os 8,12 mil milhões de patacas, tendo crescido 11,6% comparativamente a 2013, destacando-se o valor das obras de habitação pública, que foi de 2,29 mil milhões de patacas. Aterros e melhoramentos em terrenos subiram acentuadamente – 697,7% – atingindo 1,37 mil milhões de patacas. A DSEC diz, contudo, que o valor das obras do metro ligeiro e estradas (1,55 mil milhões de patacas), bem como o dos cais (636 milhões de Patacas) desceram 17,2% e 52,9%, respectivamente, face a 2013. Em termos da localização de obras, 946 foram feitas em Macau, 80 obras no Cotai e uma centena em Coloane.
Flora Fong Manchete SociedadeRádio-Táxis | Concurso público para cem alvarás abre em “breve” O Governo anunciou finalmente que vai abrir o concurso para cem licenças de rádio-táxis. Quando, ainda não se sabe mas a DSAT garante que vai acontecer em breve [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou que o concurso público para a atribuição de cem alvarás de rádio-táxis está para breve. A autorização foi ontem dada pelo Chefe do Executivo, através de um despacho publicado em Boletim Oficial, e surge depois de, no ano passado, o Governo ter cancelado o contrato com a empresa Vang Iek. Em comunicado, a DSAT explica que a concessão de cada licença especial deverá durar oito anos e o referido concurso serve para colmatar a falta deste transporte em Macau. “O Governo irá realizar, dentro de curto prazo, o concurso público para a concessão de licença especial [e] será realizado sob a forma de sociedade comercial. Essa licença tem um número não superior a cem alvarás de táxis especiais e a concessão tem um prazo de oito anos”, explica a DSAT em comunicado. Tudo isto, diz o organismo, surge no seguimento da “caducidade de cem licenças especiais de táxis em 6 de Novembro” do ano passado. A polémica dos rádio-táxis estalou há cerca de dois anos, quando os taxistas destes transportes se queixavam de não ter lucro por falta de popularidade junto dos residentes e, por muitas vezes, serem chamados sem que o cliente ainda lá esteja. Em sentido contrário, o Governo decidiu cancelar o contrato com a Vang Iek por considerar que esta não cumpria os requisitos do contrato. Requisitos que pediam, entre outros, que a companhia tivesse carros para deficientes físicos, que apenas atendesse chamadas telefónicas e que circulasse nas estradas da zona norte. Cheang Wing Chio, director da Companhia de Rádio-Táxis Vang Iek, disse ontem ao canal chinês da Rádio Macau que só se vai decidir pela candidatura ao concurso quando foram divulgadas mais informações, uma vez que as ontem anunciadas são, disse, “apenas preliminares”. Para o presidente da Associação Geral dos Proprietários de Táxis, Ieng Sai Hou, os investidores locais “com capacidade” podem ter vontade de se candidatar à atribuição de licenças especiais caso as condições oferecidas sejam razoáveis. Mas, o responsável apela a que as regras de concurso público sejam transparentes, algo que deve ser estipulado através da realização prévia de consultas públicas. Ieng Sai Hou sugere que estes alvarás devem ser obtidos por pelo menos por duas empresas, as quais devem ser locais. Ieng acrescenta que a concessão deve esclarecer bem a relação laboral entre as empresas concessionárias e os taxistas, criando cláusulas de penalização. A título de exemplo, refere casos de infracção onde o castigo pode ser a retirada das licenças já atribuídas. Em Maio passado, o Executivo atribuiu 200 novas licenças de táxis pretos, sendo que 230 anteriores veriam a sua licença caducada até ao final deste ano. A estes, vão, agora, juntar-se mais cem. Ontem, contudo, não foi divulgada qualquer data para a realização do concurso, apenas sendo referido que vai acontecer “brevemente”.
Joana Freitas EventosMúsica | Amor Electro em Macau no fim do mês [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]grupo português Amor Electro chega a Macau no final deste mês para um concerto no Centro Cultural de Macau (CCM). O colectivo formado por Tiago Pais Dias, Rui Rechena, Ricardo Vasconcelos e Marisa Liz passam pelo território a poucos meses de lançarem um novo trabalho. Organizado pela Fundação Oriente e pela Casa de Portugal, o espectáculo realiza-se no dia 27 de Outubro, no pequeno auditório do CCM e tem hora marcada para as 20h00. Depois de “Cai o Carmo e a Trindade”, que marca o álbum de estreia da banda em 2011, os Amor Electro têm-se distinguido como um dos principais projectos da música moderna portuguesa. “Tiago Pais Dias, Rui Rechena e Ricardo Vasconcelos proporcionam a Marisa Liz, reconhecidamente uma das mais marcantes vozes da actual música portuguesa, o ambiente ideal para exprimir todo o seu talento, graças a uma personalidade única, onde modernidade e tradição, raízes populares e electrónica, colidem para darem origem a um som extremamente original, carregado de carisma, emoção e portugalidade”, nota a organização em comunicado. Marisa Liz iniciou o seu percurso musical em bandas infanto-juvenis, como os conhecidos Onda Choc, tendo feito parte da banda Donna Maria, de 2003 a 2009. Um ano depois de anunciar que daria continuidade à sua carreira a solo, Marisa junta-se a Tiago, Rui e Ricardo e criam Amor Electro, que se apresenta com o single “A Máquina (Acordou)”. Os Amor Electro alcançaram o Disco de Platina com o primeiro CD e ainda foram nomeados para os prémios MTV Europe Music Awards, na categoria “Best Portuguese Act”, em 2012. Em Janeiro de 2013, foram galardoados na Holanda com o EBBA – European Border Breakers Awards. No mesmo ano lançaram o disco “(R)evolução”, álbum com o qual dizem “assumir riscos e explorar territórios onde ainda não se tinham aventurado”, contrastando o rock progressivo com o que já vem sendo o estilo conhecido da banda. Famosos pelas músicas originais e pelas covers de músicas portuguesas bem conhecidas ao ouvido dos portugueses, os Amor Electro estão agora a preparar um novo álbum, apenas de originais”, cuja data de lançamento está prevista para o início de 2016. Os bilhetes para o concerto no CCM estão à venda na Kong Seng a partir de hoje e custam entre as 100 e as 150 patacas.
Joana Freitas EventosLMA | Elenore actuam na próxima semana [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Elenore actuam na próxima semana na Live Music Association (LMA). O grupo musical baseado em Pequim chega a Macau para apresentar o novo álbum, “The King Of The Circus”. Elenore são uma banda de brit-pop/indie rock, formada pela vocalista e guitarrista Wang Yu nos finais dos anos 2009. Long Fei, baixista, e Hu Pan, baterista, são os dois outros membros do grupo, que presenteia o público com sons que beberam de bandas como Oasis, Kasabian e Black Rebel Motorcycle Club, entre outras. Em 2012, os Elenore lançaram o seu primeiro EP, “The Missing Queen”, cujo single “Hatano’s Dance” conseguiu reunir mais de 260 mil visualizações no site chinês de videoclipes Sohu. No ano seguinte, a banda actuou no Strawberry Music Festival, inMusic Festival e no Canal Kylin Festival, tendo depois lançado um novo single, “Teenager”, cuja produção ficou a cargo do “conhecido produtor” Yang Haisong, indica a organização. Em Macau, numa tour que conta com outras 16 cidades, Elenore apresentam “The King Of The Circus”, lançado em Julho deste ano. A festa está marcada para sábado, dia 17, e tem início às 21h00, sendo que haverá ainda tempo para ouvir UNIK e Vicent, da banda LAVY, a cuidar do som. A entrada custa 120 patacas.
Leonor Sá Machado BrevesYoga Loft | Workshop de estilo de fusão com inscrições abertas O estúdio Yoga Loft – que, tal como o nome indica, se especializa em aulas de yoga e outros géneros de bem-estar corporal – está a organizar um workshop de Fusion Yoga para acontecer no final do mês, dia 31. Com o custo de 300 patacas, o curso vai das 15h00 às 17h00 e pretende dar a conhecer aos interessados este estilo diferente de yoga. Serão duas as instrutoras, incluindo a proprietária do estúdio, Rita Gonçalves, e Shal Motwani, que também lá lecciona algumas sessões. De acordo com a página de Facebook do workshop, a presente sessão pretende ensinar movimentos corporais básicos através de uma primeira parte de aquecimento, seguida de danças Fusion com muita música à mistura. A banda sonora é inspirada “em tradições Sufi” e o workshop ensina todo o conceito de “vinyasa”, onde “o movimento e a respiração se transformam num só”. Os interessados devem inscrever-se enviando um email para rita@yogaloftmacau.com.
Hoje Macau BrevesCaretos de Podence chegam em Dezembro O grupo Caretos de Podence, oriundos de Bragança, Portugal, vão deslocar-se a Macau para participar no evento “Desfile por Macau, Cidade Latina” entre os dias 2 e 8 de Dezembro. A informação, partilhada na página oficial do grupo no Facebook, foi confirmada pelo jornal Ponto Final. “As pessoas vão adorar, é um grupo diferente, com muita alegria e animação”, disse o diário António Carneiro, presidente da Associação Grupo de Caretos de Podence.
Flora Fong PolíticaUnion Pay | Influência de novas medidas desvalorizada [dropcap style=circle’]O[/dropcap]Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, reagiu às novas limitações de levantamento de dinheiro através do sistema Unionpay fora da China. Segundo um comunicado, Lionel Leong explicou que “esta nova medida aplica-se a todos os actos praticados no exterior”, não visando apenas o território. “O Governo vai colaborar com certeza com estas medidas e proceder uma fiscalização cautelosa sobre a entrada e saída de capitais de Macau em termos das disposições internacionais, especialmente em matéria de combate ao terrorismo e branqueamento de capitais”, apontou ainda Lionel Leong, citado pelo mesmo comunicado. Para o Secretário, “o mais importante é que a prestação de produtos e serviços de qualidade de Macau seja boa e credível para que os turistas e a população continuem a confiar e a consumir em Macau. Caso se consiga executar bem estes trabalhos, Macau terá mais vantagens em relação a outras cidades turísticas”. Já Chui Sai On, Chefe do Executivo, foi parco em palavras quando questionado sobre as influências destas medidas na economia local. Chui Sai On referiu apenas que “a RAEM vai colaborar com estas medidas para além de observar a alteração ao nível do consumo”. Jogo de fora A medida imposta pelo Governo Central foi entretanto alvo de comentário de Ambrose So, presidente executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). Ao jornal Ou Mun, o empresário considerou que a medida não visa o sector do Jogo, acreditando que vai influenciar pouco a indústria. Segundo o Jornal Ou Mun, o Regulador do Mercado de Câmbio da China definiu o limite de 50 mil renminbi para cada portador de cartão com o sistema Unionpay, a ser aplicado desde 1 de Outubro e até ao final deste ano. A partir do próximo ano, o volume anual de levantamentos só poderá ser até cem mil renminbi. O presidente executivo da SJM disse ainda que a nova regra visa consolidar o combate à lavagem de dinheiro, mas não visa a indústria de Jogo de Macau. Ambrose So disse ser “difícil” fazer previsões ou estatísticas, justificando que os cartões de UnionPay não podem ser utilizados para comprar fichas nos casinos, pelo que não se pode contar com a contribuição desses cartões bancários.
Hoje Macau SociedadeJogo | Mercado VIP já não vai ser o que era, diz especialista Ou alguma coisa muda, ou então o mercado do jogo vai deixar de ser interessante. É o que defende Muhammad Cohen, especialista em Jogo, que indica não ter visto muitos ajustes das operadoras para mudar o rumo da economia [dropcap style=circle’]O[/dropcap]especialista do jogo Muhammad Cohen considerou que o sector em Macau “não vai voltar a ser o que era”, a propósito da queda das receitas dos casinos da região em Setembro para o valor mais baixo em cinco anos. Para Cohen, um dos editores da revista Inside Asian Gaming e colaborador da revista Forbes, que habitualmente analisa o sector do jogo em Macau, “o antigo mercado”, assente nos designados “jogadores VIP” e de sucessivos recordes, não vai voltar e não se vislumbra fim à tendência descendente, enquanto as operadoras não se adaptarem a uma nova realidade. “O antigo mercado de Macau não vai voltar, o mercado VIP não vai voltar a ser o que era. Os casinos continuam a fazer muito dinheiro, mas é muito menos [que no passado] e vai continuar a ser muito menos”, disse à Lusa o especialista. Os casinos de Macau, que chegaram a gerar uma receita de 38 mil milhões de patacas em Fevereiro de 2014, registaram em Setembro o 16.º mês de quedas sucessivas, mesmo depois de previsões que apontavam para que o segundo semestre deste ano seria de retoma ou, pelo menos, estabilização. Na base destas previsões estava a expectativa de que dois novos projectos – Galaxy e Studio City – viessem a impulsionar o sector, mas mesmo com a abertura de um deles em Maio, não houve sinais positivos. Factores de inibição A campanha anti-corrupção da China não dá sinais de abrandamento e continua, para o especialista, a ser o principal factor a inibir os grandes apostadores de irem a Macau. No entanto, salientou que a cidade também não foi ainda capaz de se adaptar às novas tendências, ou seja, de se focar no sector de massas. “Os chineses viajam cada vez mais para o estrangeiro e querem visitar outros sítios, ver outras coisas. Vão ao Japão, vão à Coreia. Querem jogar mas também querem fazer outras coisas. Macau não tem um plano B. [As receitas do sector VIP] eram fruta ao alcance da mão, apanharam-na e agora que não há mais, ninguém está pronto a subir à árvore”, criticou. É preciso oferecer “coisas novas e entusiasmantes” que tornem Macau atraente para o jogador médio, acrescentou, considerando ser “difícil dizer se abrir ‘resorts’ novos é suficiente”. “Não tenho visto sinais de grandes ajustes [das operadoras de jogo]”, afirmou Cohen, ressalvando que o Studio City, que abrirá no final deste mês, anunciou um hotel de quatro estrelas, mais acessível à classe média. Questionado sobre a possibilidade de este abrandamento ser propositado – uma forma de, a par de combater a lavagem de dinheiro, arrefecer uma economia pautada por incessantes subidas no imobiliário e inflação –, o especialista hesitou. “[Se foi propositado] passaram das marcas. Uma coisa é arrefecer a economia, outra coisa é ter o PIB a cair com a taxa mais elevada do mundo. Fala-se que o Governo chinês gostava de ver o crescimento de Macau mais alinhado com o crescimento da economia da China. Mas isso talvez quisesse dizer crescimento a um dígito, agora, estamos a ver contracção a dois dígitos”, considerou. No primeiro semestre do ano, o PIB de Macau caiu 25,4% em termos reais. Por outro lado, para Cohen, o Governo de Macau “tem pouca margem para operar”. E, se estes dois factores não se alterarem – adaptação do sector ou introdução de políticas pelo Governo –, Cohen não prevê um fim próximo para a tendência descendente das receitas do jogo em Macau. “Não há grandes motivos para termos esperança, a não ser que algo dramático aconteça: um novo projecto, uma atracção nova, um espectáculo ou então grandes mudanças nas medidas políticas”, concluiu.
Hoje Macau PolíticaEconomia | Albano Martins prevê recessão até primeiro semestre de 2016 [dropcap style=circle’]O[/dropcap]economista Albano Martins previu que Macau se mantenha em recessão pelo menos até ao final do primeiro semestre de 2016 devido à queda continuada das receitas de Jogo. Este cenário de “continuada e pesada” recessão vai manter-se este ano e, “pelo menos, até ao primeiro semestre de 2016, muito dificilmente Macau sairá da recessão”, defendeu Albano Martins, em declarações à agência Lusa, no dia em que foram publicados os dados oficiais das receitas dos casinos em Setembro. Com base no prognóstico de que nos próximos três meses as receitas dos casinos não devem ficar abaixo de 17 mil milhões de patacas, Albano Martins calculou que “o PIB deverá contrair provavelmente à volta dos 21%”, dado que já se verificaram diminuições substanciais em Outubro e Dezembro do ano passado (23,2% e 30,4%, respectivamente). O economista notou, porém, ser “preocupante a quebra continuada da receita acumulada”: “Se continuar a esse ritmo – acima de 36% – pode fazer com que a contracção do PIB dispare e, muito provavelmente, pode ir até aos 25% no final deste ano”. Ideias absurdas Neste contexto, o economista considerou que surge com “grande preocupação” a insistência na “absurda” taxa de aumento anual de 3% do número de mesas de jogo, a qual “não tem sentido” em face dos avultados investimentos. “Se continuar, então, o nível da recessão vai ser ainda mais complicado. A manutenção dos 3% é uma política para esquecer”, defendeu, considerando que outras medidas teriam de ser tomadas e que é também relevante “saber até que ponto as políticas chinesas relativamente ao branqueamento e saída de capitais vão continuar a ser tão restritas”. Para Albano Martins, “resta saber se [este cenário] não é deliberado para forçar um abrandamento, devido aos problemas que o crescimento exponencial do jogo criou no sector económico: a necessidade de muito mais mão-de-obra, uma inflação elevada e um [mercado] imobiliário descontrolado a nível de preços e, portanto, se não é essa de facto a intenção da China”. Face à queda das receitas do jogo, o Executivo colocou em marcha, a 1 de Setembro, “medidas de austeridade” que prevêem cortes nas despesas da administração, sem tocar em áreas sociais. Para Albano Martins, “em período de recessão, o Governo deve abrir os cordões à bolsa e intervir e não o contrário”. “Deve fomentar a procura interna através das suas despesas – que são receitas do sector privado. Fazer assim não tem sentido, até porque continua a ter saldos positivos”, afirmou. Para o economista, quando 80% das receitas da região têm origem no jogo, o “impacto é colossal” na economia e a “prova é que faz baixar o PIB em mais de 20%”. “Se o Governo quer estabilidade tem de tentar permitir que o jogo – enquanto não tem alternativa – não esteja numa situação complicada e apoiá-lo, porque é a única indústria que cria riqueza no território”. Relativamente à meta de diversificação da actividade, diz que “quem tem capacidade para diversificar é a indústria do jogo”. “É isso que o Governo vai ter que impor quando renovar os contratos [das operadoras]”, afirmou.
Joana Freitas BrevesReserva financeira ainda não foi investida na China Chui Sai On revelou a semana passada que actualmente ainda não se investiu em qualquer província do continente chinês com as reservas financeiras de Macau. O anúncio de que um determinado montante da reserva da RAEM seria investido na China não agradou a alguns deputados, mas o Chefe do Executivo veio esclarecer que a utilização da reserva extraordinária “deve ser entregue à Assembleia Legislativa para apreciação” e que “o processo vai ser aberto e transparente”. Caso seja concretizado o investimento, diz Chui Sai On, serão seguidos três princípios: sem perdas, retorno sólido e o mecanismo com o qual se pode retirar o investimento.
Andreia Sofia Silva BrevesVong Kok Seng eleito no Conselho dos Consumidores O Conselho Geral do Conselho dos Consumidores (CC) tem desde o dia 30 de Setembro um novo presidente. Trata-se de Vong Kok Seng e foi eleito na primeira reunião do novo mandato. No encontro, discutiram-se ainda “os trabalhos prioritários do Conselho Geral a desencadear até ao fim deste ano”, aponta um comunicado. Vong pertence à Câmara de Comércio de Macau.
Flora Fong BrevesPequim aprovará gestão de águas marítimas no fim do ano O Chefe do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, Li Gang, revelou que o Governo Central vai tomar medidas para apoiar o desenvolvimento económico de Macau, incluindo a autorização da jurisdição das águas marítimas, que se prevê que possa ser aprovada no final do ano. Chui Sai On já tinha referido o mesmo durante uma visita a Zhejiang, na semana passada, e em comunicado especifica que esta medida deverá servir para que Macau seja capaz de melhor desempenhar o seu papel enquanto elemento da nova rota de negócios inspirada na antiga Rota da Seda. Depois do Governo ter pedido o ano passado ao Governo Central o direito de que a RAEM possa ter gestão sobre as águas marítimas, Li Gang disse que está confiante que esta medida possa ser aprovada no final do ano. O responsável prevê que a área de gestão de Macau vá permitir que o território possa desenvolver mais projectos.
Andreia Sofia Silva BrevesSegurança | Estatuto dos Militarizados vai ser revisto O Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, admitiu no passado dia 1 de Outubro que o Estatuto dos Militarizados e das Forças de Segurança de Macau, em vigor desde 1994, vai ser revisto. Segundo um comunicado, já foi criado um grupo de trabalho para levar a cabo o processo de revisão, o qual “visa coordenar e recolher opiniões nos diversos serviços públicos em causa, com o intuito de rever as normas da lei”. Será depois elaborada uma proposta de lei a ser analisada pelos diversos serviços públicos visados, antes que se chegue a uma versão final. O Secretário prometeu ainda que haverá uma proposta preliminar “ainda este ano”, sendo que “os trabalhos de revisão serão iniciados no próximo ano após consenso entre as várias partes”. Wong Sio Chak explicou que a revisão da lei tem como objectivo proporcionar mais espaço de acesso ao pessoal interno. Por exemplo, no caso dos trabalhadores que reúnem determinados requisitos e cumprem o desempenho estipulado na Lei “serão promovidos para carreiras superiores”.
Flora Fong SociedadeEducação | Especialistas defendem maior planeamento no sector [dropcap style=circle’]O[/dropcap]Governo quer alargar as vagas das universidades do território para estudantes vindos da China continental devido à insuficiência de alunos locais e também para promover a internacionalização de todo o ensino superior. Contudo, dois académicos criticam a falta de esclarecimentos e orientações para as instituições de ensino e de planeamento para a formação de talentos. Em declarações ao Jornal do Cidadão, o ex-professor de Administração Pública do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Larry So, considera que as instituições de Macau têm potencial para serem mais internacionais, mas não têm instalações suficientes, sobretudo residências para estudantes, um “elemento importante para as universidades”. Larry So considera que existem cursos locais que não têm uma ligação com os alunos estrangeiros, acabando por ficar mais focados para os estudantes vindos do continente, o que torna, na opinião do académico, insuficientes os esforços para tornar o ensino mais internacional. Larry So acha ainda necessário esclarecer a orientação das instituições de ensino superior e não alargar a inscrição de estudantes só para cumprir um número. Investir a longo prazo Também para a professora da Comunicação da Universidade de Macau (UM), Agnes Lam, poucas universidades locais têm condições suficientes para aceitar estudantes internacionais. Agnes Lam, que já foi candidata às eleições legislativas, acha que se as instituições abrirem cursos que outros países não tenham, será possível atrair mais estudantes de fora, para além dos que chegam do interior da China. Para internacionalizar as universidades e politécnicos, Agnes Lam defende ainda que é preciso investir mais recursos e dar mais importância aos estudos feitos no território, tendo apontado que actualmente as universidades não são muito valorizadas porque não conseguem subir lugares nos rankings. A académica disse também que o Governo tem falta de planeamento de longo prazo para a formação de talentos locais, o que faz com que muitos estudantes prefiram frequentar o ensino superior no estrangeiro. Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, já referiu que, dos 3500 alunos que terminam o ensino secundário, metade inscreve-se em cursos superiores no estrangeiro. Au Kam san, deputado da Assembleia Legislativa, já apelou ao Governo para rever esta situação.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Setembro com quebra de 33% . Valor mais baixo desde 2010 [dropcap style=circle’]O[/dropcap]s casinos encerraram Setembro com receitas brutas de 17.133 milhões de patacas, uma queda de 33% face ao período homólogo de 2014 e o valor mais baixo dos últimos cinco anos. Dados oficiais da Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicam que, em termos acumulados, entre Janeiro e Setembro deste ano, as receitas brutas dos casinos totalizaram 176.015 milhões de patacas, ou seja, menos 36,2% relativamente aos primeiros nove meses do ano passado. Desde Junho de 2014 que os lucros tem sofrido uma rota descendente, com Setembro a ser o 16.º mês consecutivo de quedas homólogas. O resultado do mês passado é também o pior em cinco anos, desde que, em Setembro de 2010, as receitas dos casinos atingiram 15.302 milhões de patacas. SJM lidera A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) liderou o mercado ainda que com uma quota quase igual à de outros dois operadores, a Sands China e a Galaxy, noticiou ainda a TDM. A SJM, fundada pelo magnata Stanley Ho, foi responsável por 21% das receitas em Setembro, seguida pela Sands China, do norte-americano Sheldon Adelson, cuja quota de mercado representou também cerca de 21%. Já a Galaxy, de interesses de Hong Kong e liderada por Lui Che Woo, conseguiu 20,5% do mercado em Setembro. Neste ‘ranking’, segue-se a Melco Crown (com cerca de 14,5% do mercado), que tem em Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, um dos dois principais accionistas; a MGM China, dirigida por Pansy Ho, também filha de Stanley Ho (11%, aproximadamente) e a Wynn, do norte-americano Steve Wynn, com uma fatia de cerca de 10% do mercado. As acções das seis operadoras de casinos fecharam sexta-feira na bolsa de Hong Kong no valor mais baixo do último ano, com a sessão a ficar marcada por perdas entre os 5,7% e os 9,34%. As acções da Sands China valiam no final da sessão 24,25 dólares de Hong Kong, menos 9,34% do que no dia anterior. Os títulos da Galaxy caíram 6,9%, para 19,86 dólares de Hong Kong, e os da MGM China desceram 8,9%, para 9,27 dólares de Hong Kong. A Wynn Resorts caiu 5,7%, para 8,87 dólares de Hong Kong e a Sociedade de Jogos de Macau desceu 6,8%, para 5,47 dólares de Hong Kong. A Melco Crown perdeu 8,68% do valor, para 9,57 dólares de Hong Kong. A quebra contínua das receitas abaixo dos 18 mil milhões de patacas pode originar a implementação de novas medidas de austeridade, tal como previamente anunciado pelo Governo.
Joana Freitas PolíticaEconomia | Chui Sai On diz que medidas de apoio entram no próximo orçamento O Chefe do Executivo disse que o “ajustamento” por que passa o sector do jogo e a instabilidade internacional têm afectado a economia local, mas assegura que a região está apta a superar as dificuldades. Tanto, que o orçamento do próximo ano vai contar com as medidas de sempre de apoio à população [dropcap style=circle’]C[/dropcap]hui Sai On mostra-se confiante na recuperação da economia de Macau, tendo concentrado o seu discurso do Dia Nacional na certeza de que a RAEM conseguirá superar eventuais dificuldades. Num comunicado que cita o Chefe do Executivo, pode ler-se que Chui Sai On centrou atenções em “algumas pressões que implicam uma eventual descida da economia em Macau”, frisando, contudo, que o ”Governo Central tomou uma série de iniciativas que se traduzem na implementação de uma forte política de desenvolvimento económico e social” e que, por isso, “a economia nacional está direccionada a um desenvolvimento estável e positivo e existe um novo dinamismo na economia de Macau que se encontra em processo de ajustamento”. Para o líder do Governo, que coloca a responsabilidade da quebra na economia na “instabilidade registada no ambiente económico do mundo e a entrada da indústria do jogo de Macau num período de ajustamento”, a economia está a mover-se na “direcção certa”. “A consequente redução dos custos de operação e as mudanças nos ambientes de investimento em outras indústrias poderão reforçar o fomento do desenvolvimento da diversificação adequada da economia. Com o reforço da cooperação regional, o lançamento sucessivo de políticas de zonas livres de comércio e o reforço da consciencialização para a inovação e para a criação de negócios, ao que acrescem o aumento do peso dos factores não associados ao jogo, existe um novo dinamismo na economia que se encontra em processo de ajustamento”, explicou Chui Sai On, assegurando que há “benefícios trazidos pelas grandes políticas implementadas [pela China]” e que “o aceleramento da diversificação adequada da economia” poderá ajudar o Governo “a superar as dificuldades que depara no processo de desenvolvimento”. Tudo bem Para o líder do Governo não há dúvidas: a RAEM vai conseguir um orçamento equilibrado com baixo saldo positivo e as previsões económicas para o próximo ano são estáveis e optimistas. Tanto que se vai manter as “medidas para o bem-estar social” no orçamento para o próximo ano. Com um Governo “optimista, mas prudente”, Chui Sai On assegura que o Executivo vai definir, “de forma cautelosa”, o orçamento para o próximo ano, sendo importante as previsões em relação às receitas do jogo e o “repensar as despesas desnecessárias”. Questionado sobre a viabilidade do lançamento de novas medidas económicas para apoiar Macau pelo Governo Central, Lionel Leong afirmou que as autoridades nacionais “têm conhecimento profundo do desenvolvimento económico local e das condições de vida da população”, mas descarta responder se estas poderão vir a acontecer. O Secretário para a Economia e Finanças, que também falava no local, é da opinião que “se devia aproveitar esta oportunidade de ajustamento económico” e levar adiante a “reestruturação dos sectores locais”, nomeadamente o das convenções e exposições, e “desenvolver negócios electrónicos transfronteiriços”.
Joana Freitas BrevesAutocarros | Horários e frequências prolongadas A partir de amanhã vão ser aumentadas as frequências de partidas, o prolongamento dos horários de serviços e a antecipação das horas de partida dos primeiros autocarros que circulam por Macau. Além disso, anuncia a DSAT, a carreira 22F vai mudar de nome para 52 e a MT3U em 73, permitindo aos cidadãos identificar as zonas que as carreiras ligam, sendo a primeira Seac Pai Van, e a segunda a Universidade de Macau na Ilha da Montanha. Além destas mudanças, e devido ao aumento do número de passageiros, o horário inicial de exploração da carreira 52 (ou seja, 22F), que ia até às 20h00, será prolongado até às 00h00 e a sua frequência de partidas passa para os 4 a 12 minutos. No que se refere à carreira 73 (ou seja MT3U), a sua frequência de partidas será de 8 a 12 minutos, em vez de 12 a 20 minutos. A DSAT vai ainda intensificar a frequência de partidas das carreiras MT3 e N2. A frequência de partidas da primeira será de 6 a 12 minutos, em vez de 8 a 20 minutos, enquanto a segunda parte a cada 15 minutos, em vez de 20 minutos.
Joana Freitas BrevesTurismo | Macau promovido em Nova Iorque A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) esteve em Nova Iorque a promover o turismo de Macau, de 1 de Outubro até ontem. O evento “Sentir Macau” aconteceu na famosa Grande Estação Central e teve como objectivo atrair mais visitantes internacionais para visitar Macau. Esta foi a primeira promoção turística de grande escala organizada pela DST em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. A actividade mostrava as “características únicas de cruzamento de culturas chinesa e ocidental de Macau, enquanto destino turístico, através de gastronomia, de espectáculos de palco, de demonstração da arte chinesa de recorde de silhuetas em papel, de uma galeria de arte, workshops, de uma zona para tirar fotografias para uma experiência cultural, entre outros”, explica a DST em comunicado. O local da promoção estava decorado com imagens das Ruínas de São Paulo, do Templo de Á-Má, do Largo do Senado e da Torre de Macau. A cozinha macaense teve destaque especial, com degustação gratuita no local. No ano passado, o número de visitantes dos EUA que chegaram a Macau ultrapassaram os 180 mil, tornando-se este no décimo maior mercado de visitantes para Macau.
Flora Fong SociedadeTurismo | Alexis Tam não quer mais vistos individuais [dropcap style=circle’]O[/dropcap]Secretário para os Assuntos sociais e Cultura, Alexis Tam, considera que Macau ainda não tem condições para permitir a atribuição de vistos individuais a turistas de mais cidades chinesas do que as já autorizadas. Alexis Tam defende que tal medida não iria aumentar a qualidade do turismo aqui feito, mas apenas a quantidade de turistas. Segundo o Jornal Ou Mun, Alexis Tam foi questionado acerca da queda no número de visitantes na RAEM e respondeu que um volume excessivo de pessoas nas ruas da cidade pode criar tráfego e influenciar a experiência turística em Macau, mas também o quotidiano de quem cá vive. O responsável afirmou que, pelo menos por enquanto, não tem condições para abrir as portas a outras cidades chinesas para a atribuição de vistos individuais. “Tomando como referência um relatório entregue pelo Instituto de Formação Turística (IFT), o ideal é manter o número de visitantes no território entre os 89 e os 120 mil diários e os 31 e 32 milhões anuais. Vamos falar com o Governo Central para que os turistas da China não se concentrem todos em Macau só durante as semanas douradas”, disse Alexis Tam. O responsável disse considerar a localização de Macau especial, com possibilidade dos visitantes entrarem e saírem das fronteiras durante 24 horas, mesmo não podendo pernoitar. Alexis Tam lembrou que o Governo prometeu diversificar os produtos turísticos, consolidar a promoção no estrangeiro e atrair mais visitantes de longa distância a visitarem Macau, exemplificando com turistas do norte da China. Em mãos privadas A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai oferecer excursões para cativar os turistas a pernoitar, mas Kwan Tsui Hang não está do lado da DST, defendendo que o aumento do número de visitantes deve depender dos esforços do sector e não do Executivo. Ao Jornal do Cidadão, argumentou que Macau “é uma cidade capitalista”, o que determina que são as entidades privadas que têm que puxar pela melhoria do sector onde operam. Kwan considera que a queda de visitantes é ligeira e o sector consegue resolver sem a intromissão do Governo. Para a deputada, o que a DST deve fazer é tomar medidas no sentido de orientar o sector para uma melhoria dos seus serviços.
Joana Freitas Manchete SociedadeTurismo | Parte de campus da UM vai ser Centro Global de Formação do IFT A formação de quadros qualificados em turismo é uma das metas para o desenvolvimento de Macau como Centro Mundial de Lazer, frisou a semana passada Alexis Tam. Assim, o IFT vai ser incumbido de dirigir o novo Centro Global de Formação em Turismo, utilizando para isso partes do antigo campus da UM e contando com a ajuda da OMT [dropcap style=circle’]M[/dropcap]acau vai criar o Centro Global para a Educação e Formação em Turismo, juntamente com a Organização Mundial de Turismo (OMT), e partes do antigo campus da Universidade de Macau (UM) na Ilha da Montanha vão servir para isso mesmo. O anúncio foi feito pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que afirmou que vai ser o Instituto de Formação Turística (IFT) quem “irá assumir a grande missão”. Assim, a biblioteca, as residências de docentes e funcionários e os dois laboratórios da Faculdade de Ciências e Tecnologia, no antigo campus da UM na Taipa, foram atribuídos ao IFT, instituto considerado como o ideal para levar a cabo a criação do Centro Global. “O IFT tem conhecido um desenvolvimento estável desde a sua criação há vinte anos e apresenta uma qualidade de ensino elevada, tendo recebido o maior número de prémios do Sistema de Garantia de Qualidade da OMT das Nações Unidas e sido galardoado, por duas vezes, pela Pacific Asia Travel Association (PATA) com o prémio de ouro na educação e formação”, pode ler-se num comunicado que cita Alexis Tam. A criação do Centro Global inclui-se numa das ideias do Governo Central para transformar Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer, o qual requer que o Governo “além de se empenhar na optimização do ambiente turístico e no enriquecimento dos produtos turísticos, disponha de um centro de formação turística de excelência”. Profissionais à altura A dimensão do actual campus do IFT não é suficiente para que o instituto possa desempenhar o seu papel na formação de quadros altamente qualificados na área de turismo, afirma Alexis Tam, que acrescenta que, a meio deste mês, o Executivo vai celebrar um protocolo de cooperação com a OMT para a criação do Centro Global. “Depois de ter um novo campus, o IFT passará a dispor de melhores instalações e equipamentos, os quais servirão para o Centro proceder à formação dos quadros altamente qualificados na área turística. Através da cooperação com a OMT, Macau vai conseguir atrair mais estudantes locais e internacionais, incluindo os quadros responsáveis pelos assuntos de turismo dos estados membros das Nações Unidas, proporcionando-lhes acções de formação em gestão turística, hoteleira, convenções de exposições, guias turísticos, gastronomia e ou até à prova de vinhos, o que pode contribuir, de forma significativa, para a melhoria da qualidade de formação turística em Macau”, indica o gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. As actuais residências de docentes de funcionários que pertenciam à UM vão passar a ser hotel destinado ao ensino e à formação turística, a fim de proporcionar mais oportunidades de estágio aos estudantes, alargar o plano de intercâmbio de estudantes internacionais e atrair a vinda de mais estudantes da Europa e das outras regiões. Sobre o ensino no território, Alexis Tam frisou ainda que, acordo com dados, dentro de cinco anos o número de estudantes graduados do ensino secundário de Macau irá descer de cinco mil pessoas por ano para cerca de 3500. Cerca de metade irá prosseguir os seus estudos no ensino superior fora de Macau, o que faz com que o número de estudantes locais que ficam em Macau a frequentar cursos do ensino superior não chegue a dois mil. “Isto requer e exige, da parte do Governo, um planeamento e estudos adequados”, indica Tam.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesA caridade do Pornhub [dropcap style=circle’]E[/dropcap]m Macau, a atribuição de bolsas de estudo não constitui problema para os nossos estudantes. Diversas empresas estão dispostas a atribuí-las a quem tiver bons resultados escolares. No entanto em Hong-Kong as coisas são diferentes. São concedidas menos bolsas de estudo do que entre nós. Agora imagine! Se precisasse de uma bolsa de estudo e uma determinada empresa estivesse disposta a concedê-la, ficava contente não é verdade? Mas o que é que acharia se a oferta partisse da empresa “Pornhub”? Pornhub é um dos maiores websites de vídeos para adultos. Exibe filmes pornográficos. A 3 de Setembro último, o website “discuss.com.hk” publicou uma notícia onde se fazia saber que a Pornhub estava a oferecer uma bolsa no valor de 25.000 dólares americanos. Os requisitos eram simples. Aos candidatos era pedida uma média de 3.2, a apresentação de um texto sobre o tema “Como podemos lutar para fazer os outros felizes?” e a realização de um vídeo com a duração de cinco minutos que “demonstre os méritos do seu trabalho e algo mais que queira apresentar.” Mais à frente a Pornhub esclareceu que os estudantes que desejassem vir a trabalhar na empresa não precisavam de se candidatar. A Pornhub apenas julga os estudantes pelo valor das suas mentes e dos seus corações. A “pornografia” não era para ali chamada. O Vice-President da Pornhub, Corey Price, fez saber, via e-mail, que a empresa decidiu atribuir bolsas de estudo por fazer sentido nesta fase do seu percurso. É uma forma de retribuir e proporcionar novas experiências e oportunidades aos fãs da Pornhub. Críticas favoráveis e desfavoráveis fizeram-se ouvir após este anúncio. Por um lado um comentador sugeriu que representa mais uma bolsa, logo os estudantes terão mais escolhas. Por outro lado, o mesmo comentador, acrescentou que alguns estudantes terão de “fechar os olhos” ao candidatarem-se a esta bolsa. Não vão ter em linha de conta os prejuízos que a pornografia traz à sociedade. Este tipo de bolsa representa mais uma “promoção do negócio” no mundo empresarial. Independentemente do ponto de vista de cada um, podemos afirmar que, na sociedade chinesa ver pornografia levanta sérios problemas morais. Os jovens estão proibidos de ver este tipo de vídeos, porque os encoraja a ter relações com vários parceiros. É claro que temos também de salientar que hoje em dia a educação é preciosa para a juventude. Como as propinas são muito elevadas, os estudantes com boas médias contam com as bolsas de estudo para os apoiar. Os estudantes com médias mais baixas já não podem contar com estes apoios. É possível que os empréstimos governamentais ou bancários lhes possam valer até certo ponto, mas o problema financeiro persiste. A bolsa da Pornhub pode vir a ajudá-los por um lado, mas também os pode prejudicar, porque é uma forma de promover a pornografia junto deles. Mas para além da promoção da pornografia, também nos devemos preocupar com o facto de os estudantes poderem vir a tornar-se actores nestes filmes. Em 10 de Outubro de 2010,, o website “hk.apple.nextmedia.com” publicou a história de uma estudante da Arizona State University, Elizabeth Hawkenson. O artigo fez-nos saber que a jovem se tinha tornado actriz de filmes pornográficos. Elizabeth contava que por causa da necessidade de pagar as propinas, que são muito elevadas, precisava de dinheiro e por isso aceitou começar a fazer filmes pornográficos. Só para mostrar que era maior, ela exibia o cartão da Universidade no filme. Despia-se, deixava-se filmar e depois faziam amor. O fotógrafo pagou-lhe 2.000 dólares e garantiu-lhe que o vídeo só estaria disponível para quem quisesse pagar. Ou por outras palavras. Não há dinheiro, não há vídeo! Este caso foi denunciado por outro estudante que frequentava a mesma Universidade de Elizabeth . Se a queixa for fundamentada, a bolsa de 33.000 dólares, que lhe tinha sido concedida pela Universidade, pode ser confiscada e o resto das mensalidades retirado. Podemos afirmar que Elizabeth participou num filme pornográfico porque precisava de dinheiro. Este experiência, vinda do outro lado do oceano, pode sugerir-nos outra história. A 18 de Outubro de 2012, o website “nownews” anunciou que Chan Kit Ngan, estudante de Direito da Universidade de Singapura, tinha carregado para o seu blog, um vídeo de cariz sexual. No filme ele simulava violar a namorada. Desafiava ainda o público a comentar o seu desempenho sexual. Chan Kit Ngan tinha recebido uma bolsa para frequentar a Faculdade de Direito. É evidente que a publicação deste vídeo não foi movida pela necessidade económica Ele próprio afirmou, no decurso da notícia publicada:, “Como é que a Universidade vai lidar com este caso? Cancelamento ou confiscação da bolsa? Não posso dizer que o assunto não me preocupe, mas se a Universidade for para a frente com o processo, terei de aceitar. Agora já tenho a minha empresa e as minhas poupanças.” Pela notícia também ficamos a saber que a namorada de Chan Kit Ngan teria afirmado que, mal terminou a Universidade, soube que gostava de se despir da cintura para cima; ou seja, mostrar os seios. Queria ser actriz de filmes pornográficos. A bolsa oferecida pela Pornhub sugere-nos que, ao aceitá-la, estamos a acrescentar mais um contributo à nossa sociedade, mas, ao mesmo tempo, estamos a aceitar a promoção da pornografia entre nós. Podemos ainda pensar que as propinas elevadas podem dar azo a que os estudantes venham um dia a actuar em filmes pornográficos. Se um caso como o de Elizabeth surgir entre nós, como é que as nossas instituições irão lidar com a situação? Existem, a nível escolar, regras para lidar com estes problemas? Para terminar, como é que as escolas podem lidar com casos como o de Chan Kit Ngan, em que a participação não é movida por necessidades económicas, mas sim por desejos pessoais? Estas são questões que nos merecem alguma reflexão. * Consultor jurídico da Associação de Promoção de Jazz de Macau Blog: https://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Leonor Sá Machado EventosSecret Island Party | Festival regressa a 16 de Outubro para três dias de música A Secret Island Party volta a Hong Kong, num conceito que embora não seja novo, continua a conquistar fãs pelas regiões circundantes. De Macau, sobem aos palcos de uma qualquer praia paradisíaca os DJs Devlar e Ryoma e a banda Concrete/Lotus [dropcap style=circle’]O[/dropcap]festival de três dias Secret Island Party volta a Hong Kong entre os dias 16 e 18 deste mês para trazer aos fãs de boa música e ambiente exterior mais de uma centena de performances musicais em cinco diferentes palcos. Os artistas de Macau também vão estar presentes, com o palco Once Upon a Boom a acolher a música techno do DJ Devlar às 00h00 de sábado. No dia seguinte, bem cedo, chega a vez do DJ Ryoma subir ao mesmo palco, às 9h00, para ajudar os festivaleiros a acordar com música ambiente e chill out. Já o palco Sunsets abre o final de tarde com os Concrete/Lotus, num concerto também marcado para domingo, às 16h15. O cartaz compreende ainda as bandas The Haywood Sisters, Mouse FX, The Brown Note Collective, Salvaje, 9 Maps, Dr. Eggs, Sushi Robot, PUSH, Boomsma, The Lamma Jazz Quartet e muito mais. O festival – que este ano tem como tema “Contos de Fada, Folclore e Fábulas” – não tem um estilo musical definido, abrangendo desde electrónica e techno, a sets acústicos, indie, pop e tributos a bandas dos anos 80 e 90. Muito mais do que música A Secret Island Party inclui muito mais do que concertos ao vivo: incluídos no bilhete estão workshops de dança e pintura facial, jogos no exterior, sessões de yoga, de massagens e de meditação, entre outras actividades que cultivam a paz de espírito e o aproveitamento do espaço verde. Na sexta-feira, o recinto abre os palcos às 19h00, no sábado às 8h00 e domingo às 7h30. O palco Sunsets oferece duas sessões de meditação seguidas no domingo de manhã, entre as 7h00 e as 8h00. E porque campistas numa ilha deserta sobrevivem mal sem comer, a organização conta com a presença das cadeias Koh Thai, Beef & Liberty, Cali Mex, Flaming Frango, The Candy Stand, CAFE O, Boom Boom Food, Anything But Saladas e L’Ami Cafe Nomad, oferecendo poder de escolha a vegetarianos, amantes de carne ou de massas. Os bilhetes têm diferentes preços, dependendo do dia preferido, ficando a sexta-feira a 250 dólares de Hong Kong, o sábado a 550 e o domingo a 380 dólares de Hong Kong. O passe para os três dias soma 850 dólares de Hong Kong, valor que sobe mais 200 com o aluguer de uma tenda para dois, se os festivaleiros não trouxerem o seu próprio equipamento. Os lugares para montar a tenda são gratuitos, bem como o acesso a duches. A maioria das actividades além-concerto estão incluídas no pacote, mas outras não, como as bancas de massagens e a comida. A localização, claro está, é desconhecida, pelo que os festivaleiros devem comparecer no porto de ferries de Central para embarcar na aventura de três dias. Os interessados devem dirigir-se à página de Facebook do evento, que tem disponível toda a informação acerca dos preços, horários e bandas que vão actuar.