Hoje Macau China / ÁsiaTóquio | Funeral de Estado de Shinzo Abe marcado por protestos O líder japonês assassinado em Julho, Shinzo Abe, foi sepultado ontem num funeral de Estado com honras militares, numa cerimónia acompanhada por apoiantes mas contestada pela oposição que se manifestou nas ruas de Tóquio. Na cerimónia oficial esteve presente a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o príncipe Akishino do Japão e outros dignitários japoneses e estrangeiros. O funeral começou com a viúva, Akie Abe, vestida com um quimono tradicional negro junto à urna de madeira com as cinzas do ex-primeiro-ministro decorada com fitas douradas e púrpuras. Os soldados, com uniforme de gala branco, transportaram depois as cinzas para um pedestal decorado com a banda militar a tocar o hino nacional (Kimigayo) antes de ser observado um minuto de silêncio. Foi exibido um filme com imagens que retratam Abe como político, incluindo um famoso discurso parlamentar de 2006, como primeiro-ministro, as visitas que efectuou às zonas afectadas pelo tsunami de 2011 e outros momentos políticos e sociais, como a promoção dos Jogos Olímpicos de Tóquio/2020. Ontem, a cidade de Tóquio manteve-se sob fortes medidas de segurança durante a cerimónia oficial sobretudo na zona onde decorreu o funeral de Estado perto do centro de artes marcial Budokan. Contrastando com a cerimónia de Estado, foram organizadas manifestações de protesto no centro de Tóquio, que tentaram alcançar a zona onde decorria o funeral com cartazes que demonstravam oposição. “Shinzo Abe não fez absolutamente nada”, disse à Associated Press (AP), Kaoru Mano, um manifestante presente no protesto. Os principais partidos da oposição boicotaram as cerimónias fúnebres oficiais, criticando os organizadores por estarem a promover “o nacionalismo” e os valores “imperialistas” de antes da Segunda Guerra Mundial. O facto de o funeral de Estado ter sido decidido e organizado sem que o assunto tivesse sido debatido no Parlamento reforçou as críticas da oposição. Dinheiro sujo O primeiro-ministro Kishida foi igualmente criticado em virtude da controvérsia que se prolonga há várias décadas sobre as ligações estreitas entre Abe e o Partido Liberal e Democrata com a Igreja da Unificação, instituição acusada de controlar dirigentes políticos através de “donativos”. O homem que foi acusado de ter assassinado Abe afirmou que levou a cabo o assassinato por causa das ligações de Abe com a Igreja da Unificação. O autor do crime culpou a igreja de ter “roubado” dinheiro à própria mãe e de lhe “ter corrompido a família”, arruinando-lhe a vida. “As eventuais ligações entre o Partido Liberal e Democrata e a Igreja da Unificação são encaradas pelos japoneses como a maior ameaça à democracia”, escreveu recentemente Jiro Yamaguchi, professor de Política na Universidade Hosei citado pela AP. O avô de Abe, o ex-primeiro-ministro Nobusuke Kishi, ajudou a Igreja da Unificação, original da Coreia do Sul, a implantar-se no Japão. Para a oposição, o funeral que decorreu ontem prova a relação entre o partido no poder e a igreja. “O grande problema foi não ter havido um processo de aprovação” (do funeral), disse Shin Watanabe, reformado que se manifestou ontem em Tóquio em protesto contra o funeral de Estado.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Japão proíbe exportação de armas químicas para a Rússia O Governo do Japão aprovou hoje um novo pacote de sanções devido à invasão russa da Ucrânia, incluindo a proibição da exportação para a Rússia de partes e produtos relacionados com armas químicas. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria japonês anunciou num comunicado a expansão das sanções que já incluíam mais de 20 organizações associadas à indústria de defesa da Rússia. “Para contribuir com os esforços internacionais, o executivo do Japão aprovou na segunda-feira a proibição de exportações para organizações específicas da Federação Russa”, referiu o comunicado. O novo pacote de sanções abrange a empresa de construção civil Moselektronproyekt, a associação de pesquisa e produção Etalon, e o Instituto Alikhanov de Física Teórica e Experimental do Centro Nacional de Pesquisa Kurchatov, avançou a agência noticiosa russa TASS. Também hoje, o porta-voz do governo japonês expressou grande preocupação com o possível uso de armas de destruição em massa pela Rússia contra a Ucrânia. “Como o único país do mundo que sofreu ataques nucleares, exigimos fortemente que a ameaça ou o uso de armas nucleares pela Rússia nunca aconteça”, disse Hirokazu Matsuno, numa conferência de imprensa. Em 17 de setembro, o Presidente dos Estado Unidos, Joe Biden, avisou o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de que haverá consequências se a Rússia usar armas nucleares ou químicas na Ucrânia. Numa entrevista ao programa “60 Minutos” da CBS, Joe Biden disse que haveria “consequências” e que os russos “se tornariam os maiores párias que o mundo já viu”. “A resposta dependerá da extensão do que eles fizerem”, avisou o líder democrata dos EUA. O Japão tem vindo a impor sanções à Rússia, proibindo as importações de vários materiais e produtos deste país e congelando os bens de alguns cidadãos russos, incluindo os do primeiro-ministro, Mikhail Mishustin. A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto. A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaAntigo diplomata de Myanmar pede ao Japão para não legitimar junta militar em funeral de Abe Um diplomata birmanês demitido pela junta militar de Myanmar, pela oposição ao golpe de Estado, criticou a decisão do Japão de incluir o atual embaixador birmanês entre os convidados para o funeral de Shinzo Abe. Aung Soe Moe, um dos diplomatas autorizados a permanecer no Japão pelo governo japonês depois de ter sido afastado da embaixada de Myanmar (antiga Birmânia) no ano passado, disse que permitir a presença do embaixador Soe Han, juntamente com outros dignitários, no funeral de Estado do antigo primeiro-ministro nipónico, morto a tiro durante um comício eleitoral a 08 de julho, vai servir para legitimar a junta militar. “O que os generais querem é o reconhecimento oficial do regime pela comunidade internacional” e, ao mesmo tempo, tornar o golpe de fevereiro de 2021 “um facto consumado”, disse Aung Soe Moe, de 53 anos, em conferência de imprensa, citado pela agência de notícias japonesa Kyodo. O antigo diplomata referiu, como exemplo, a decisão do Reino Unido de não permitir a participação de qualquer delegação birmanesa no funeral da rainha Isabel II e afirmou que o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, devia tomar uma posição semelhante contra a junta. “O Japão não convidou Min Aung Hlaing [líder da junta], mas isso não fará muita diferença, se o governo de Kishida permitir que o embaixador nomeado pela junta participe” no funeral de Estado, argumentou Aung Soe Moe. Entre os dignitários estrangeiros que confirmaram a presença no funeral de Abe, na terça-feira, incluem-se a vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese. Desde que foi expulso do Ministério dos Negócios Estrangeiros birmanês por se juntar ao movimento de desobediência civil contra a junta, Aung Soe Moe, primeiro secretário da embaixada birmanesa em Tóquio aquando do golpe militar, tem estado ativo no Japão pela restauração da democracia em Myanmar. A comunidade birmanesa pró-democracia no Japão disse também não compreender o convite para o funeral do antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe de um representante de um regime que está a reprimir violentamente os opositores, e pediu que a decisão seja reconsiderada. Desde que a líder Aung San Suu Kyi e outros responsáveis democraticamente eleitos foram afastados do poder, a 01 de fevereiro de 2021, a junta matou mais de duas mil pessoas, deixou cerca de 974 mil deslocados e quase 12 mil pessoas foram arbitrariamente detidas e muitas torturadas, de acordo com dados da ONU. O Japão condenou o golpe e instou a junta a inverter o seu curso, mas Tóquio não reconheceu o chamado “governo de unidade nacional” de Myanmar, formado em abril do ano passado, por representantes que se opunham à junta militar.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Funeral de Shinzo Abe vai custar 12 milhões de euros O funeral do antigo primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, assassinado a tiro em julho, vai custar cerca de 1,7 mil milhões de ienes (12,1 milhões de euros) ao Estado, foi hoje anunciado. O aumento do custo inicial, estimado em quase 250 milhões de ienes (1,7 milhões de euros), deveu-se às despesas com a segurança e o acolhimento dos representantes de mais de 190 países e territórios, incluindo cerca de 50 chefes de Estado, disse o porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno. Os custos de segurança foram estimados em 800 milhões de ienes (5,6 milhões de euros) e os da receção de dignitários estrangeiros em 600 milhões de ienes (4,2 milhões de euros), acrescentou. Logo depois do assassínio de Shinzo Abe, em 08 de julho, durante um comício eleitoral, em Nara (oeste), o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou a intenção de organizar cerimónias fúnebres de Estado, marcadas para 27 deste mês, em Tóquio. Contudo, tal homenagem a um antigo primeiro-ministro é rara no Japão desde o período do pós-guerra. Apesar da longevidade recorde de Shinzo Abe no poder (2006-2007 e 2012-2020) e da intensa atividade internacional, o político é muito controverso no Japão, com mandatos manchados por numerosos escândalos políticos e financeiros. De acordo com uma sondagem publicada na segunda-feira pelo diário conservador Yomiuri, 56% dos inquiridos eram contra o funeral de Estado. Alguns cidadãos opõem-se ao financiamento público da cerimónia, enquanto outros são contra por acreditarem que levará a população a glorificar Shinzo Abe, uma figura controversa da direita nacionalista japonesa. O presumível assassino, Tetsuya Yamagami, afirmou depois de ter sido detido que tinha visado o antigo primeiro-ministro pelas alegadas ligações com a Igreja da Unificação, também conhecida como o culto da Lua. A popularidade do Governo de Kishida desceu, durante o verão, na sequência de revelações sobre alegadas ligações entre membros eleitos do Partido Liberal Democrático (LDP) e a Igreja da Unificação, além da atual controvérsia sobre o funeral de Shinzo Abe.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão abranda restrições à entrada de viajantes a partir de 7 de Setembro O Governo do Japão anunciou hoje que vai deixar de exigir às pessoas vacinadas contra a covid-19 que pretendam entrar no país o certificado de teste PCR negativo, a partir de 7 de Setembro. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que a medida vai abranger cidadãos japoneses e residentes ou visitantes estrangeiros, desde que tenham recebido pelo menos três doses de uma vacina contra a covid-19. O Japão, que ainda mantém fortes restrições ao turismo externo, requer atualmente que todos os viajantes que chegam ao arquipélago apresentem à chegada um teste negativo realizado nas 72 horas anteriores ao embarque, no país de partida. Numa conferência de imprensa, Kishida sublinhou que o Japão pretende “ampliar o número de pessoas que podem entrar no país”. O Japão mantém as medidas fronteiriças mais restritivas entre os países do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo), limitando as entradas a 20 mil pessoas por dia e mantendo suspensos a maior parte dos acordos bilaterais sobre a emissão de vistos. As medidas dificultam as viagens de negócios e deslocações turísticas, especialmente aos visitantes estrangeiros não residentes no Japão. Neste caso, o visto pode ser solicitado com fins turísticos através de agências de viagens autorizadas pelo Governo, mas com limitação dos grupos de viajantes, que devem ser acompanhados por um guia autorizado. Segunda a imprensa japonesa, cerca de duas mil pessoas entraram no país com visto de turista em julho, muito abaixo da quota diária de 20 mil. O primeiro-ministro afirmou que o objetivo é “flexibilizar as medidas para torná-las iguais aos países do G7 de acordo com a situação que se apresenta dentro e fora do país”. Kishida salientou que o número máximo de entradas diárias “será decidido com base na evolução da situação” da pandemia. A nível doméstico, o primeiro-ministro anunciou que o Japão irá modificar os seus critérios de contagem dos casos diários de covid-19 – como outros países já fizeram – numa altura em que o país enfrenta a sétima e maior onda de infeções até à data. Kishida participou na conferência de imprensa de forma remota, visto que se encontra em isolamento por ter testado positivo à covid-19 durante o fim de semana. O Japão é, desde finais de julho, o país que regista o maior número de novos casos semanais de covid-19, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o que tem sido atribuído ao abandono progressivo da contagem de números oficiais e à redução da testagem em outros países desenvolvidos.
Hoje Macau China / ÁsiaMísseis terão caído na zona económica exclusiva japonesa O ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, declarou que vários dos mísseis balísticos disparados ontem pela China terão caído pela primeira vez na Zona Económica Exclusiva do Japão “Suspeitamos que cinco dos nove mísseis balísticos disparados pela China terão caído na Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão, afirmou o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, aos jornalistas, para falar sobre o início dos exercícios navais militares que Pequim iniciou ontem em torno de Taiwan, após a visita à ilha da líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi. “O Japão já apresentou um protesto à China por via diplomática”, referiu Kishi, considerando o incidente como um “problema grave” que afeta a segurança nacional nipónica. O Exército Popular de Libertação da República da China confirmou, entretanto, o lançamento de mísseis, explicando ter-se tratado de “um ataque com mísseis convencionais multirregionais e de vários modelos em águas predeterminadas da parte leste da ilha de Taiwan”. Segundo adiantou um responsável chinês, “todos os mísseis atingiram o alvo com precisão”. Fogo real Por seu lado, o Ministério da Defesa taiwanês denunciou o disparo dos mísseis, condenando o que considerou as “acções irracionais que minam a paz regional”. “O Ministério da Defesa Nacional declara que o Partido Comunista Chinês disparou vários mísseis balísticos ‘Dongfeng’ nas águas circundantes do nordeste e sudoeste de Taiwan às 13h56”, anunciou o ministério, em comunicado, sem adiantar o local exato onde os mísseis caíram. A televisão estatal chinesa, a CCTV, já tinha anunciado ontem de manhã, que a China ia dar início a exercícios militares, com fogo real, nas imediações de Taiwan, acrescentando que a operação irá durar até domingo. As manobras militares surgem em resposta à visita a Taiwan da líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, vista pela China como uma grave provocação.
Hoje Macau China / ÁsiaAumento do preço do petróleo agrava défice da balança comercial do Japão O Japão registou um défice comercial de quase 8 biliões de ienes na primeira metade deste ano, devido ao aumento dos preços do petróleo e à desvalorização da moeda japonesa. De acordo com dados oficiais divulgados hoje pelo Ministério das Finanças japonês, o país registou o segundo semestre consecutivo de défice comercial. Apesar do défice as exportações cresceram 15%, para 45,94 biliões de ienes e as importações caíram quase 38%, para 53,86 biliões de ienes. Em junho, as importações aumentaram 46%, enquanto as exportações cresceram 19%, em comparação com igual período de 2021, resultando num défice comercial de 1,38 biliões de ienes, o maior para o mês de junho desde 2014. As importações japonesas da China aumentaram 33% em junho, em relação ao ano anterior, enquanto as exportações aumentaram 8%. As importações dos Estados Unidos cresceram 25%, enquanto as exportações aumentaram 15%, por sua vez as importações do Médio Oriente, fonte de grande parte do abastecimento energético do Japão, aumentaram 125%. Junichi Makino, economista-chefe da consultora SMBC Nikko Securities, disse que as exportações aumentaram em junho, apoiadas pela procura global por carros e chips de computador japoneses. O iene vale hoje cerca de 138 ienes por dólar, abaixo dos cerca de 110 ienes de um ano atrás. O Banco do Japão optou hoje por manter inalteradas as taxas de juro de curto prazo em -0,1% e o programa de compras de fundos negociados em bolsa para manter a curva de rendimento das obrigações de longo prazo em cerca de 0%. Pelo contrário, outros países, incluindo os Estados Unidos estão a subir as taxas para combater a inflação. Os preços do petróleo subiram no mercado mundial desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro, e agora estão a ser negociados a cerca de 100 dólares o barril.
Hoje Macau China / ÁsiaPresumível homicida de Shinzo Abe começou a planear ataque no outono passado O presumível homicida de Shinzo Abe começou a planear o ataque contra o ex-primeiro-ministro japonês no outono passado, segundo as informações recolhidas pela polícia japonesa, que também sugerem que o suspeito preparou a operação de forma meticulosa. As autoridades acreditam que o suspeito decidiu tentar matar Abe depois de ver uma mensagem de vídeo, em setembro do ano passado, gravada pelo ex-presidente para uma organização afiliada à Igreja da Unificação, que o suposto assassino “odiava”, segundo detalhes revelados pelos media japoneses. O detido, Tetsuya Yamagami, confessou à polícia que atacou Abe por causa das suas supostas ligações a uma organização religiosa que lhe causou problemas familiares. A filial japonesa da Igreja da Unificação já tinha confirmado que a mãe de Yamagami era membro desse grupo e não quis comentar as supostas doações que a mulher teria feito à organização e que a teriam levado à falência, de acordo com a história contada pelo detido. Yamagami também disse à polícia que pretendia inicialmente atacar algum líder da organização religiosa, antes de marcar Abe. O suspeito escolheu o comício que Shinzo Abe realizou na última sexta-feira, na cidade de Nara (oeste) depois de ter pensado em testar o ataque noutro discurso do político no dia anterior, num auditório de outra cidade e com acesso restrito. O comício da passada sexta-feira decorreu na rua, frente a uma estação de comboios e com um dispositivo de segurança composto por vários agentes, mas sem qualquer separação física entre o político e os cidadãos que o queriam ouvir, algo que é comum em eventos deste tipo no Japão. Yamagami foi ao local uma hora e meia antes do ataque, segundo as imagens captadas pelas câmaras de segurança, aparentemente em busca de uma posição ideal para por em prática o seu plano. Com uma arma semelhante a uma espingarda caseira, o atacante aproximou-se de Abe por trás e disparou uma primeira vez a uma distância de sete metros e, uma segunda, a cinco metros. A arma do crime consistia em dois tubos de metal fixados com fita adesiva e montados num painel de madeira. Era capaz de lançar até seis projéteis a cada disparo, o que lhe conferia maior precisão e letalidade, segundo o próprio atacante. Yamagami recebeu treino em montagem e uso de armas de fogo quando trabalhou para as Forças de Autodefesa Marítima do Japão (Exército), entre 2002 e 2005, e começou a fabricar as suas próprias armas há cerca de um ano, inspirado em vídeos que encontrou online. Segundo contou às autoridades, comprou na internet a pólvora usada no ataque. O Governo do Japão anunciou na segunda-feira que irá condecorar a título póstumo o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe com o Colar da Ordem do Crisântemo, a mais alta condecoração do país, reconhecendo desta forma o contributo de Abe, que foi o primeiro-ministro nipónico que mais tempo se manteve no cargo, com um mandato em 2006 e outro entre 2012 e 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaColigação no Governo do Japão consolidou maioria nas eleições A coligação que governa o Japão consolidou a maioria no Senado nas eleições de domingo, marcadas pelo assassinato, dois dias antes, do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, cujo velório foi realizado ontem à noite em Tóquio. Os japoneses, ainda em choque, votaram no domingo para renovar metade da câmara alta do parlamento, a favor do Partido Liberal Democrático (PLD, direita nacionalista), do primeiro-ministro, Fumio Kishida, que considerou “importante que as eleições tenham decorrido normalmente”, apesar do contexto dramático. A coligação formada pelo PLD e pelo seu aliado Komeito obteve uma grande vitória eleitoral, conquistando 76 dos 125 assentos em jogo contra 69 antes da votação e passando a controlar 146 dos 248 lugares no Senado, segundo os resultados finais. Com outros dois partidos com os quais são possíveis alianças em certos temas, o PLD e o Komeito contam até com uma “supermaioria” de dois terços no Senado, o que potencialmente lhes permitirá abrir caminho para a revisão da Constituição pacifista do Japão, com a qual sonhava Shinzo Abe, ex-líder do LDP. Kishida afirmou ontem que a vitória eleitoral tornou possível “proteger o Japão” e continuar a luta de Abe, adiantando que quer “aprofundar o debate parlamentar sobre a Constituição de forma a poder desenvolver uma proposta concreta de alteração” com vista a um referendo. A principal força da oposição, o Partido Democrático Constitucional (PDC, de centro-esquerda) garantiu apenas 17 assentos (menos seis do que os que tinha antes da eleição). Por outro lado, 35 mulheres foram eleitas no domingo, um recorde nas eleições para a câmara alta japonesa. A participação foi de 52 por cento, contra 49 por cento nas eleições senatoriais anteriores em 2019. Na sombra de Abe A campanha eleitoral foi dominada em particular pelo aumento dos preços devido à subida dos custos do petróleo e outras matérias-primas e pelos riscos de falta de fornecimento de electricidade, já que a onda de calor que afecta o país desde o final de Junho levanta receios de interrupções na rede. A eleição foi ofuscada pelo ataque de sexta-feira a Abe, durante um comício eleitoral em Nara. O funeral deverá ocorrer hoje, no templo budista Zojoji, com a presença apenas de parentes de Abe, sendo depois seguido de uma homenagem pública em data posterior.
Hoje Macau China / ÁsiaPartido no poder sai reforçado em eleições parlamentares no Japão, revela projeção Os japoneses voltaram a mostrar hoje a sua confiança na coligação governamental liderada pelo conservador Partido Liberal Democrático (PLD), nas eleições para o Senado, de acordo com as primeiras projeções. Sem surpresa, o PLD – a que pertencia o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado na sexta-feira, durante um comício eleitoral – deverá obter entre 70 e 83 lugares dos 125 em disputa para a câmara alta do Parlamento (cerca de metade dos 248 totais), de acordo com uma projeção do canal público de televisão, NHK. A confirmar-se este resultado, a coligação no poder sai reforçada no Senado, dando mais margem de manobra para a afirmação da estratégia dos conservadores no Japão. “Penso que é importante que as eleições tenham podido realizar-se normalmente”, comentou o atual primeiro-ministro, Fumio Kishida, acrescentando que o seu partido vai centrar as suas atenções nos grandes temas da atualidade: o combate à pandemia de covid-19, a guerra na Ucrânia e o aumento da inflação. Dois dias antes, o chefe do Governo lamentou o ataque “bárbaro” contra Shinzo Abe, o seu antigo mentor, insistindo na importância de “defender eleições livres e justas, que são a base da democracia”, prometendo que nunca cederá à violência. Em Nara, no oeste do Japão, o assassínio de Shinzo Abe, um dos políticos mais populares do país, feriu profundamente e comoveu a nação, tendo sido recebidas mensagens de condolências de todo o mundo, incluindo países como a China e Coreia do Sul, com os quais o Japão tem uma relação muitas vezes conturbada. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em viagem pela Ásia, fará uma paragem em Tóquio, na segunda-feira, para apresentar as suas condolências pessoalmente. As autoridades japonesas informaram que haverá um velório, na noite de segunda-feira, e que o funeral do ex-primeiro-ministro se realizará na terça-feira, com a presença de familiares e amigos, no Templo Zojoji em Tóquio. O alegado autor do ataque, detido no local, confessou ter alvejado deliberadamente Shinzo Abe, explicando à polícia que estava desiludido com o partido do ex-primeiro-ministro. Os ‘media’ japoneses têm noticiado que Tetsuya Yamagami, de 41 anos, é um ex-membro da Força Marítima de Autodefesa (Marinha Japonesa), que terá usado uma arma caseira. De acordo com vários meios de comunicação, o alegado assassino disse aos investigadores que foi a Okayama (oeste), na quinta-feira, com a intenção de assassinar Abe, que estava a participar num evento, tendo desistido dos seus intentos quando percebeu as apertadas normas de segurança. Após ter estado suspensa por causa da notícia do ataque, a campanha eleitoral foi retomada no sábado com medidas de segurança reforçadas, enquanto a polícia de Nara admitiu falhas “irrefutáveis” no plano policial do comício onde Abe foi assassinado. A campanha eleitoral foi dominada pelos aumentos de preços e pelos problemas no fornecimento de eletricidade, enquanto a onda de calor que afetou o Japão desde o final de junho suscitou temores de falhas de abastecimento em diversas regiões do país. Num país frequentemente criticado pela falta de representação feminina nas suas instituições e na gestão das suas empresas, uma percentagem recorde de 33% de mulheres estava entre os 545 candidatos que se apresentaram a eleições. A vitória da coligação que suporta o Governo de Fumio Kishida, que defendeu uma política económica mais redistributiva a que deu o nome de “novo capitalismo”, não surpreendeu os analistas. A estreita cooperação do Japão com os aliados ocidentais para pressionar a Rússia contra a invasão da Ucrânia foi um dos pontos que terá pesado na escolha dos eleitores, segundo vários desses analistas, que apontam para um maior gasto com o orçamento de Defesa, nos próximos anos.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChina apresenta condolências pela morte de Shinzo Abe. Japoneses começaram hoje a votar para o Senado Os japoneses começaram hoje a votar para renovar metade do Senado do país, dois dias após o assassínio do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe durante um comício da campanha eleitoral. O Partido Liberal Democtata (PLD), do qual Abe era uma das principais figuras, é dado como grande favorito nas eleições de hoje. O primeiro-ministro (PLD) denunciou o ataque “bárbaro” contra o seu antigo mentor, insistindo na importância de “defender eleições livres e justas, que são o fundamento da democracia”. “Nunca cederemos à violência”, disse. A morte a tiro de Abe, um dos políticos mais conhecidos do arquipélago, chocou o Japão e o estrangeiro, com mensagens de condolências a chegarem do mundo inteiro, incluindo a China e a Coreia do Sul, com quem o Japão tem muitas vezes relações conturbadas. O suposto autor do ataque, detido no local, confessou ter alvejado deliberadamente o ex-primeiro-ministro, explicando à polícia que estava zangado com uma organização à qual acreditava que Abe estava filiado. Alguns meios de comunicação japoneses mencionaram um grupo religioso. O homem, de 41 anos e chamado Tetsuya Yamagami, é um ex-membro da marinha japonesa e encontrava-se desempregado desde maio, quando deixou de trabalhar numa empresa industrial em Kansai, no centro-sul do país. Abe foi primeiro-ministro em 2006-2007 e, depois, de 2012 a 2020, tendo sido o chefe de Governo mais jovem do pós-guerra, aos 52 anos, o primeiro nascido depois da Segunda Guerra Mundial e o que esteve mais tempo no cargo. Suspeito confessou crime O suspeito detido pelo assassinato do antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe confessou ter cometido o crime, disse na sexta-feira um oficial da polícia da região de Nara. “O suspeito disse guardar rancor contra uma certa organização e confessou ter cometido o crime porque acreditava que o antigo primeiro-ministro Abe estava relacionado com ela”, declarou o oficial aos jornalistas, sem adiantar mais pormenores. Segundo a polícia nipónica, o suspeito é um desempregado de 41 anos, Tetsuya Yamagami, que indicou aos investigadores ter utilizado uma arma artesanal. “É o que o suspeito afirma e determinámos que [a arma utilizada] aparenta claramente ser artesanal, mas a nossa análise ainda está em curso”, afirmou um agente. China e EUA apresentam condolências O Presidente chinês, Xi Jinping, expressou no sábado as “profundas condolências” ao primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, pelo assassinato do antigo líder Shinzo Abe, anunciou a emissora estatal chinesa CCTV. “Em nome do Governo e do povo chineses, e em seu nome, Xi Jinping expressou as suas profundas condolências após a morte prematura do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe”, apontou a CCTV, acrescentando que Xi Jinping ficou “profundamente entristecido com a morte súbita” do antigo líder. Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, viaja esta segunda-feira até ao Japão para apresentar condolências pela morte do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado na sexta-feira durante um comício eleitoral, anunciaram as autoridades dos EUA. Blinken, que se encontra hoje na Tailândia, “apresentará as condolências ao povo japonês” durante reuniões com membros das autoridades nipónicas, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
Hoje Macau China / ÁsiaShinzo Abe, o líder japonês que resistiu a escândalos e bateu recordes de longevidade O ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, baleado hoje na cidade de Nara, bateu recordes de longevidade na liderança do país e resistiu a numerosos escândalos políticos e financeiros que envolveram também a sua família. Abe, de 67 anos, deixara há quase dois anos o cargo de primeiro-ministro por razões de saúde. O nacionalista pragmático tinha 52 anos quando se tornou chefe de Governo pela primeira vez em 2006, o mais jovem da história do seu país no pós-guerra. Deixou a sua marca durante o segundo mandato (2012-2020) com uma política ousada de recuperação económica e uma intensa atividade diplomática. O ex-primeiro-ministro japonês chegou a pedir desculpas em 2020 no Parlamento por um escândalo relacionado ao financiamento de receções organizadas para os seus partidários, apesar da Justiça ter decidido não apresentar acusações contra Abe. Antes, a reptação de Shinzo Abe e da mulher, Akie, assim como a do então ministro das Finanças, ficaram manchados depois de os seus nomes terem sido removidos de documentos relacionados com a venda de um terreno do Estado, a um preço quase dez vezes inferior ao do mercado, a favor de uma instituição educativa privada com ligações a Abe e à mulher. No Verão de 2020, quando se tornara impopular devido à gestão da pandemia de covid-19, considerada desastrosa pela opinião pública, admitiu que sofria de uma doença inflamatória intestinal crónica, colite ulcerosa, e demitiu-se pouco tempo depois. Esta doença tinha já sido uma das razões para o fim abrupto do primeiro mandato em 2007. Shinzo Abe tornou-se conhecido a nível internacional sobretudo pela política económica, apelidada de “Abenomics”, lançada no final de 2012 e que combinava a flexibilização monetária, estímulos fiscais maciços e reformas estruturais. Conseguiu alguns êxitos, tais como um aumento significativo da taxa de participação das mulheres e dos cidadãos idosos na força de trabalho, bem como um maior recurso à imigração face à escassez de mão-de-obra. No entanto, sem reformas estruturais suficientes, a ‘Abenomics’ só produziu êxitos parciais. A sua ambição última era a de rever a Constituição pacifista japonesa de 1947, escrita pelos ocupantes norte-americanos e não mais mais alterada desde então. Tendo construído parte da sua reputação com base na posição dura sobre a Coreia do Norte, Abe também assumiu um Japão descomplexado com o passado: em particular, recusou-se a carregar o fardo do arrependimento pelos abusos do exército japonês na China e na península coreana na primeira metade do século XX. No entanto, absteve-se de visitar como primeiro-ministro o santuário Yasukuni de Tóquio, um foco do nacionalismo japonês, depois da sua visita a esse templo no final de 2013 ter indignado Pequim, Seul e Washington. As relações entre Tóquio e Seul deterioraram-se no contexto das suas disputas históricas, enquanto que as relações com Pequim, que pioraram, continuam tensas. Com o grande aliado do Japão, os Estados Unidos, Abe sempre se adaptou e tinha conseguido estabelecer laços estreitos com o ex-Presidente norte-americano Donald Trump, com quem partilhava uma paixão pelo golfe. Shinzo Abe também tentou não hostilizar o Presidente russo, Vladimir Putin. A esperança de resolver a disputa sobre as Ilhas Kuril do Sul, anexadas pela União Soviética no final da Segunda Guerra Mundial e que não mais regressaram à soberania do Japão, fracassaram. O ex-governante também tentou reforçar a presença do Japão na cena internacional, por exemplo, através da mediação entre o Irão e os EUA, promovendo o multilateralismo e aumentando os acordos de comércio livre. Para permanecer no poder, Abe beneficiou largamente da ausência de um sério rival dentro do seu partido político, o Partido Liberal Democrático (LDP, direita nacionalista), e da fraqueza da oposição, que ainda não recuperou da desastrosa passagem no poder entre 2009 e 2012. Algumas leis aprovadas por Abe, nomeadamente sobre o reforço da proteção dos segredos de Estado, a expansão das missões das Forças de Auto-Defesa Japonesas e o reforço da luta contra o terrorismo, causaram controvérsia no Japão, levando mesmo a grandes manifestações, raras no país. Por outro lado, manteve-se durante muito tempo focado na esperança de organizar os Jogos Olímpicos de Tóquio no Verão de 2020, que seria o ponto alto do seu último mandato, contrariando a maioria da opinião pública. Os Jogos Olímpicos de Tóquio acabaram por ter lugar um ano mais tarde, à porta fechada. Curiosamente, o primeiro-ministro que mais tempo tinha ficado no cargo antes dele foi seu tio-avô, Eisaku Sato – entre 1964 a 1972.
Hoje Macau China / ÁsiaEx-primeiro ministro japonês sem sinais de vida após ataque em comício O antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe foi hoje alvo de um ataque durante um comício na cidade de Nara, e não apresenta sinais de vida, de acordo com a emissora pública nipónica NHK, que cita fonte dos bombeiros locais. Shinzo Abe participava num comício eleitoral do Partido Liberal Democrático (PLD) para as eleições parlamentares de 10 de julho, quando foram ouvidos tiros, disse a emissora estatal NHK e a agência noticiosa Kyodo. Abe, de 67 anos, foi transportado de ambulância para um hospital perto da estação Kintetsu Yamato-Saidaiji, acrescentou o jornal Yomiuri Shimbun. Um repórter desta publicação diária disse que, após ouvir o som de um disparo, o ex-primeiro-ministro caiu no chão inconsciente. Fonte do PLD realçou à agência de noticias japonesa Jiji que o político japonês encontrava-se a sangrar do pescoço. Nem o PLD nem a polícia local confirmaram a informação quando contactados pela agência de notícias France-Presse (AFP). A emissora NHK relatou, por sua vez, que quando Shinzo Abe foi transportado para o hospital, aparentava estar em paragem cardiorrespiratória – um termo utilizado no Japão para indicar a ausência de sinais de vida, notou a AFP. Vários meios de comunicação social relataram que Abe terá sido alvejado pelas costas. A NHK relatou ainda que um homem de cerca de 40 anos foi detido e apreendida uma arma de fogo, mas não divulgou detalhes sobre o alegado suspeito. Horas mais tarde, foi anunciado que o suspeito é um desempregado de 41 anos e ex-membro da força naval do país, anunciou a polícia japonesa. Yamagami Tetsuya, originário de Nara, foi detido no local do atentado, enquanto segurava uma arma com a qual terá disparado dois tiros contra o antigo líder japonês. Segundo fontes do Ministério da Defesa japonês, o alegado agressor trabalhou no ramo naval das Forças de Auto-defesa por três anos, até 2005. Governo do Japão condena ataque O Governo japonês condenou o ataque ao antigo primeiro-ministro Shinzo Abe. “Esta barbárie não pode ser tolerada, independentemente da razão da pessoa, por isso condenamo-la fortemente e faremos o nosso melhor para ajudar”, disse o porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno. Matsuno não deu mais informações sobre a saúde de Abe, que os serviços de emergência disseram estar em paragem cardiorrespiratória quando foi transportado para um hospital. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, cancelou a agenda eleitoral e está a caminho de Tóquio. A ex-ministra do Interior e das Comunicações do Japão, Sanae Takaichi, também condenou o ataque, dizendo que espera que Abe esteja vivo e que “não perdoa o terrorismo político”, enquanto o ministro da defesa no tempo de Abe, Satoshi Nakanishi, disse que “o terrorismo e a violência não devem ser perdoados”. “Estamos tristes e chocados com o ataque ao antigo primeiro-ministro. Abe foi um líder notável para o Japão e um aliado inabalável dos Estados Unidos”, disse o embaixador dos EUA em Tóquio, Rahm Emanuel. Shinzo Abe esteve em funções como primeiro-ministro do Japão em 2006 durante um ano e novamente de 2012 a 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão permite regresso a casa em zona próxima da central nuclear de Fukushima Os residentes de algumas áreas da localidade de Okuma foram hoje autorizados a voltar a casa, em mais um regresso a uma “zona de difícil retorno”, próxima da central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão. Okuma, um dos dois municípios onde está localizada a central de Fukushima, foi encerrada em março de 2011 e, embora as restrições já tivessem sido levantadas em algumas áreas mais afastadas da central, parte do terreno mantinha a designação de “difícil retorno” devido aos níveis elevados de radiação. Esta é a segunda vez que as autoridades nipónicas permitem o regresso a uma destas áreas, depois de, em meados de junho, os residentes da aldeia de Katsurao, a cerca de 35 quilómetros da central nuclear, também terem sido autorizados a voltar a casa. A decisão de hoje diz respeito a uma área de 8,6 quilómetros quadrados de Okuma, no centro do município, onde os residentes tinham autorização para passar a noite já desde dezembro, num programa de preparação para um regresso permanente em grande escala. “Vai ser necessário muito tempo até regressar ao nível anterior, mas hoje é um dia chave para Okuma”, disse o presidente da câmara da cidade, Jun Yoshida, citado pelo jornal japonês Yomiuri. Neste momento, perto de 330 quilómetros quadrados de terreno em seis localidades da província de Fukushima, incluindo Katsurao, Okuma e Futaba, ainda estão classificados como “zonas de difícil retorno”. Em 11 de março de 2011, um forte sismo desencadeou um tsunami que se abateu sobre a região. O balanço do desastre, de 18.500 mortos ou desaparecidos, foi sobretudo causado pelas ondas, que em muitas áreas eram da altura de edifícios. O desastre de Fukushima é considerado o pior acidente nuclear civil desde Chernobyl, na Ucrânia, em abril de 1986.
Hoje Macau China / ÁsiaDiálogo com China e Coreia do Sul é chave para estabilidade, diz PM japonês O primeiro-ministro japonês defendeu esta terça-feira que conversações com o líder chinês são fundamentais para a paz e a estabilidade regionais e internacionais, quando aumentam as tensões relacionadas com disputas territoriais e a actividade militar em torno do Japão. “É importante manter relações estáveis e construtivas” entre o Japão e a China, declarou Fumio Kishida num debate de líderes partidários em Tóquio, antes das eleições legislativas de 10 de Julho. Questionado sobre uma possível cimeira com o Presidente chinês, Xi Jinping, quando se assinalar o 50.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países, em Setembro, Kishida disse que nada foi decidido, acrescentando: “O diálogo é importante – em termos concretos”. Segundo Kishida, tendo em conta o agravamento da situação da segurança na região, é igualmente importante o diálogo com a Coreia do Sul, apesar das relações conturbadas decorrentes das acções do Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Inquirido sobre uma eventual reunião com o novo Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, quando os dois líderes se deslocarem a Madrid, a 29 e 30 de Junho, para participar na cimeira da NATO, Kishida voltou a dizer que não há nada decidido, “mas o diálogo é importante”. O Chefe do Executivo japonês sustentou que relações estáveis entre as duas partes dependem de esforços de Seul para solucionar as suas disputas, incluindo uma sobre decisões judiciais sul-coreanas sobre indemnizações a trabalhadores coreanos em fábricas japonesas em tempo de guerra. Kishida disse ainda que dará prioridade a políticas para aliviar o aumento dos preços da energia e dos produtos alimentares desencadeado pela invasão russa da Ucrânia, a 24 de Fevereiro. Em campanha A campanha oficial para a eleição de cerca de metade da câmara alta do parlamento japonês, a que tem menos poderes das suas duas câmaras, iniciou-se ontem. O Partido Democrático Liberal de Kishida, no poder, incluiu um acentuado aumento da capacidade e da despesa militares no seu programa eleitoral. “Protegerei as vidas e os meios de subsistência das pessoas”, sublinhou Kishida que, com um índice de apoio popular de cerca de 60 por cento, se espera obtenha a vitória eleitoral para o seu partido, o que poderá permitir-lhe manter-se ininterruptamente no poder por mais três anos. Segundo os analistas, Fumio Kishida manteve a sua popularidade em grande parte evitando políticas polémicas, enquanto contava com a ajuda da desaceleração do número de infecções de covid-19 e do aumento das preocupações com a segurança, após a invasão russa da Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão planeia cimeira com Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia em Madrid O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, está a planear uma reunião com os líderes da Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, em paralelo à cimeira da NATO que realiza na próxima semana em Madrid, avançaram fontes governamentais. A reunião quadripartida aproveitaria o convite da NATO aos líderes dos países da Ásia-Pacífico para participarem na cimeira em Madrid e centrar-se-ia na ascensão da China na região, informou esta segunda-feira o jornal diário japonês Yomiuri Shimbun. O porta-voz adjunto do Governo japonês, Yoshihiko Isozaki, admitiu numa conferência de imprensa que os preparativos para a reunião tinham começado, apesar de salientar que ainda não havia decisão. O gabinete do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol também anunciou que tinha recebido a proposta de Tóquio e que estava atualmente a analisá-la. O encontro, que para além de Kishida e Yoon, incluiria ainda o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese e a sua homóloga neozelandesa Jacinda Ardern, terá como objetivo debater a ideia de um “Indo-Pacífico livre e aberto”, expressão usada por Tóquio e Washington para contrariar a crescente influência chinesa na região. Os líderes do Japão e da Austrália reafirmaram o seu compromisso em adotarem esta estratégia na cimeira do grupo Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad) no final de maio, em Tóquio, juntamente com os representantes de outros países do Quad, entre eles, os Estados Unidos (EUA) e a Índia. Kishida, cuja viagem a Madrid fará dele o primeiro chefe do Governo japonês a participar numa cimeira da NATO, pretende discutir com os restantes líderes a situação da Ucrânia e as suas preocupações sobre as atividades militares chinesas na Ásia-Pacífico, afirmou o chefe de governo nipónico numa conferência de imprensa na semana passada. O Japão não é membro da NATO e a sua Constituição é pacifista, mas este membro do G7 e aliado próximo dos Estados Unidos participa nas sanções internacionais contra Moscovo e entregou também equipamentos militares defensivos à Ucrânia. A cimeira da NATO, prevista para os dias 29 e 30 de junho em Madrid, Espanha, contará com a presença de cerca de 40 líderes internacionais e cerca de cinco mil participantes.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Japão reforça sanções contra Rússia O Japão vai adotar novas sanções contra Moscovo, na sequência da invasão da Ucrânia, penalizando bancos e a exportação de bens que contribuam para reforçar infraestruturas industriais russas, anunciaram hoje as autoridades nipónicas. A decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês vai afetar duas instituições bancárias da Rússia, o Banco de Crédito de Moscovo e o Banco Agrícola da Rússia, e o Banco de Desenvolvimento e Reconstrução da Bielorrússia, país aliado de Moscovo. “Para deter a Rússia o mais rapidamente possível e procurar a via do diálogo é necessário ajudar a Ucrânia e tomar medidas fortes contra a Federação”, disse o porta-voz do Ministério japonês, Hirokazu Matsuno, numa conferência de imprensa. O responsável observou que o país vai continuar a tomar medidas com base na evolução da situação. Do plano de novas sanções faz também parte o congelamento de bens com capacidade para fortalecer as infraestruturas industriais russas, embora não tenham sido divulgados mais pormenores a este respeito. A decisão do executivo de Tóquio foi tomada quase um mês depois de ter anunciado outra ronda de sanções contra a Rússia, incluindo o congelamento de bens de 141 personalidades, incluindo o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin. Noutras rondas de sanções, o Japão decidiu deixar de exportar semicondutores e componentes para ‘microchips’ que pudessem ser utilizados pela indústria militar russa, suspendendo também a vendas de carros de luxo para a Rússia. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Pedro Arede Manchete PolíticaJapão | Macau é risco médio devido às suas próprias políticas de entrada O Consulado do Japão em Hong Kong esclareceu que Macau foi incluído na lista de países de médio risco devido às suas próprias políticas de entrada, que continuam a interditar a entrada de estrangeiros e a impor quarentena de 14 dias à chegada Em esclarecimentos prestados ao Governo, o Consulado-Geral do Japão em Hong Kong explicou que o facto de Macau estar na lista de países de “categoria amarela” (risco médio) se deve às próprias políticas de entrada do território, que obrigam a uma quarentena de 14 dias e proíbem genericamente a entrada de estrangeiros. “Após comunicação com o Consulado-Geral do Japão em Hong Kong, foi esclarecido que o Japão, além de ter em consideração as políticas antiepidémicas e a situação epidemiológica das diversas regiões tem, também, em consideração, a forma abrangente das políticas de entrada dos cidadãos nas diferentes regiões, definindo através destes pressupostos as suas próprias políticas de entrada”, pode ler-se num comunicado dos Serviços de Saúde divulgado na sexta-feira. Recorde-se que a partir de 10 de Junho, o Japão vai permitir a entrada de grupos de turistas de 98 países onde a situação pandémica é considerada estável. Os turistas que viajem da lista de países e regiões da chamada “categoria azul”, onde se inclui a China e Hong Kong, estão isentos de quarentena ou de apresentar o certificado de vacinação contra a covid-19. Já Macau, foi integrado na lista de países e regiões de “categoria amarela”, o que implica estar vacinado e cumprir uma quarentena que pode ir dos três aos sete dias para entrar no Japão. No seguimento do anúncio, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, disse que o Executivo ia questionar o Japão sobe o assunto, reiterando, contudo, não ser aconselhável os residentes de Macau viajarem para o estrangeiro “nesta altura” dado que têm de fazer uma quarentena de 14 dias no regresso. Bom negócio Na mesma ocasião, a secretária disse ainda acreditar que “não haverá problema para os residentes de Macau entrarem no Japão”, dado que a taxa de vacinação no território, de pessoas inoculadas com pelo menos uma dose, é superior a 89 por cento. Importa frisar que, ainda assim, ao contrário da política anti-epidémica de Macau, o Japão não vai proibir a entrada de residentes e pessoas provenientes de Macau. Isto, porque ao abrigo do despacho do Chefe do Executivo publicado em Março de 2020 ainda em vigor, todas as pessoas não residentes continuam a estar proibidas de entrar em Macau, incluindo assim os nacionais japoneses. Apenas recentemente, foram anunciadas excepções de entrada de estrangeiros em Macau, onde se inclui a entrada para nacionais portugueses, cônjuges e filhos menores de residentes e o plano de entrada para trabalhadores domésticos.
Pedro Arede Manchete PolíticaCovid-19 | Governo vai questionar Japão sobre restrições de entrada O Governo vai enviar uma carta ao Consulado Geral do Japão sobre a exclusão de Macau da lista de regiões isentas de vacinação ou quarentena para entrar no país, onde constam China, Hong Kong e Portugal. Ao Ieong U admitiu que 1.100 alunos querem voltar a Macau no Verão e que pondera aumentar os hotéis de quarentena O facto de o plano de reabertura do Japão ao exterior ter ditado que Macau está fora da lista de países e regiões isentas de restrições de entrada, vai levar o Governo a pedir explicações às autoridades nipónicas. À margem da cerimónia de graduação da Universidade de Macau, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, disse que o Executivo vai escrever uma carta ao Consulado-Geral do Japão em Hong Kong para compreender os critérios usados. No entanto, lembrando que no regresso a Macau é necessário fazer sempre quarentena de 14 dias, apontou que a medida anunciada pelo Japão terá, para já, pouco impacto nos residentes. “Vamos tentar saber quais são os critérios que o Japão usou quando categorizou Macau. Vamos escrever uma carta ao Consulado-Geral do Japão em Hong Kong. Entretanto, não encorajamos os residentes de Macau a viajar para o estrangeiro nesta altura, porque os residentes de Macau que regressam do estrangeiro têm de fazer quarentena de 14 dias”, disse no sábado, segundo a TDM-Canal Macau. A partir de 10 de Junho, o Japão vai permitir a entrada de grupos de turistas de 98 países onde a situação pandémica é considerada estável. Os turistas que viajem da lista de países e regiões da chamada “categoria azul”, onde se inclui a China, Hong Kong e Portugal, estão isentos de quarentena ou de apresentar o certificado de vacinação contra a covid-19. Já Macau foi integrado na lista de países e regiões de “categoria amarela”, o que implica estar vacinado e cumprir quarentena que pode ir dos três aos sete dias. A secretária disse ainda acreditar que “não haverá problema para os residentes de Macau entrarem no Japão”, dado que a taxa de vacinação no território, de pessoas inoculadas com pelo menos uma dose, atingiu os 89,1 por cento. Verão azul Elsie Ao Ieong U revelou ainda que cerca de 1.100 alunos no exterior querem voltar a Macau durante o Verão, nenhum deles em “situação de dificuldade”. Por isso mesmo, a secretária admitiu que o Governo pondera aumentar o número de hotéis de quarentena. “Tendo em conta a aproximação das férias de Verão, o Governo está a coordenar a possibilidade de aumentar os hotéis de observação médica de isolamento para responder à procura”, disse segundo uma nota oficial. A secretária avançou ainda esperar que os preços dos testes de ácido nucleico possam ser reduzidos. Isto, dado estar prevista a aprovação da entrada em funcionamento de uma nova entidade de testagem em Macau “o mais rápido possível” e que outras tantas já apresentaram pedidos para a prestação do mesmo serviço. “O Governo tem-se empenhado em ajustar a taxa de teste de ácido nucleico, e espera que mais concorrentes entrem no mercado de Macau, no sentido de baixar o preço de teste de ácido nucleico”, apontou.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio diz que EUA apoiam adesão do Japão ao Conselho de Segurança da ONU O primeiro-ministro do Japão disse hoje que o Presidente dos Estados Unidos apoia a vontade do Japão de se tornar membro permanente de “um novo” Conselho de Segurança da ONU. Fumio Kishida falava na conferência de imprensa conjunta, em Tóquio, no final do encontro bilateral entre os dois líderes. O Conselho de Segurança da ONU é composto por 15 países, incluindo os membros permanentes, com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Em 27 de abril, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução que visa reduzir o uso do veto no Conselho de Segurança, enquanto Brasil e Índia exigiram uma reforma do órgão. O governante japonês acrescentou que Joe Biden apoiou também a organização da cimeira do G7, no próximo ano, em Hiroshima, no sudoeste do país. Kishida disse ainda que o Japão e os EUA “vão vigiar as atividades recentes da marinha chinesa, bem como os movimentos relacionados com os exercícios conjuntos da China e da Rússia”. “Opomo-nos firmemente às tentativas de mudar o ‘status quo’ pela força no mar da China Oriental e no mar da China Meridional”, disse. Por outro, os dois líderes concordaram “em lidar conjuntamente com várias questões relacionadas com a China, incluindo direitos humanos”, acrescentou o primeiro-ministro japonês.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Joe Biden reúne-se com líderes do grupo Quad O Presidente dos Estados Unidos chegou ontem ao Japão para uma visita centrada no reforço da cooperação económica e de segurança com os parceiros do grupo Quad face à ascensão da China e à guerra na Ucrânia, noticia a EFE. A agência de notícias espanhola realça que na visita de Joe Biden aquele país asiático, a primeira desde que tomou posse, o líder norte-americano vai fazer o lançamento formal do Quadro Económico Indo-Pacífico (IPEF), um novo projecto de cooperação regional destinado a promover o comércio e o investimento entre os EUA e os países da região, bem como a reforçar a resiliência das cadeias de abastecimento. Segundo a EFE, o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, disse aos jornalistas, ainda a bordo do avião presidencial norte-americano, que o IPEF é um acordo “muito amplo”, no qual vários países da região demonstraram interesse. Sullivan adiantou ainda que na reunião do grupo Quad, que junta EUA, Japão, Índia e a Austrália, que terá lugar amanhã em Tóquio, os líderes dos quatro países pretendem “enviar uma mensagem clara de dissuasão” contra “agressão militar ou alterações unilaterais ao status quo” no Indo-Pacífico. O aumento das tensões no Estreito de Taiwan pode igualmente ser “uma das questões de segurança” abordadas nas discussões quadripartidas, embora não esteja inicialmente na agenda da cimeira. Além da reunião entre os quatro países, Joe Biden irá ter encontros bilaterais com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o Presidente eleito da Austrália, Anthony Albanese, que deverá viajar para o Japão esta terça-feira, logo a seguir à sua tomada de posse, estando também agendada uma cimeira com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Terramoto de 5,3 atinge Fukushima e Ibaraki Um terramoto de magnitude 5,3 na escala de Richter atingiu hoje as prefeituras de Fukushima e Ibaraki na costa leste do Japão, sem desencadear um aviso de tsunami e sem que tenham sido reportados quaisquer danos. As autoridades não comunicaram quaisquer danos materiais ou de feridos até ao momento, e não foram observadas irregularidades nas centrais nucleares localizadas em Fukushima, incluindo a central danificada em 2011, segundo o operador Tokyo Electric Power. As autoridades alertaram para o risco de terramotos semelhantes nos próximos dias, notando que o terramoto de hoje foi o mais forte na área atingida por um terramoto de 7,4 de magnitude a 16 de março. O forte tremor matou quatro pessoas e feriu mais de 200 em Fukushima, danificou infraestruturas, empresas e casas, perturbou as ligações ferroviárias e rodoviárias, e ameaçou o fornecimento de energia a grande parte do arquipélago, incluindo Tóquio, nas semanas que se seguiram. O Japão situa-se no Anel de Fogo, uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo, e sofre sismos relativamente frequentes, pelo que a sua infraestrutura foi especialmente concebida para resistir a terramotos.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão qualifica de “irracional” decisão russa de suspender negociações de paz na Ucrânia O primeiro-ministro japonês qualificou hoje de “extremamente irracional e totalmente inaceitável” a decisão da Rússia de suspender negociações de um tratado de paz, na sequência de sanções impostas por Tóquio devido à invasão da Ucrânia. As declarações de Fumio Kishida foram proferidas numa sessão do comité orçamental da Dieta (parlamento nipónico). O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês, Hiokazu Matsuno, disse numa conferência de imprensa que tinha sido enviado um protesto ao embaixador russo no Japão, Mikhail Galuzin. “A invasão russa da Ucrânia é uma tentativa unilateral de alterar o ‘status quo’ [do território] pela força e é um ato que afeta a base da ordem internacional. É claramente uma violação do direito internacional e inaceitável”, acrescentou Matsuno. Desde o início da intervenção da Rússia na Ucrânia, Tóquio impôs sanções a uma dúzia de organizações e empresas russas, assim como a 76 cidadãos, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, e a 12 bielorussos, incluindo o chefe de Estado, Alexander Lukashenko. “Esta decisão é extremamente injusta, nunca será aceite e motiva o nosso mais forte protesto”, disse o porta-voz, que insistiu que para Tóquio não há nenhuma mudança na “linha diplomática básica” com a Rússia, país com o qual o Japão procura resolver uma disputa territorial relacionada com a soberania da parte sul das ilhas Curilhas, chamados Territórios do Norte no Japão, anexadas pela antiga União Soviética imediatamente após o fim da Segunda Guerra Mundial. Depois de anos de aproximação, Tóquio e Moscovo concordaram, em 2018, em assinar o tratado de paz, embora em 2020 fosse aprovada uma emenda à Constituição da Rússia que impedia a transferência de qualquer parte do território. A soberania destas quatro ilhas é a principal razão pela qual os dois países ainda não assinaram um tratado de paz depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU. Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
João Romão VozesUm país para a velhice 86 mil pessoas com mais de 100 anos de idade vivem no Japão, dizem as estatísticas oficias de 2021. São mais de 6 mil pessoas centenárias a acrescentar às que viviam no país no ano anterior, continuando um ciclo de 51 anos de crescimento contínuo e ininterrupto deste grupo etário cada vez mais importante na sociedade japonesa. Ninguém nasceu no século 19 mas a cidadã mais velha do país (e do mundo) já completou 118 anos – nasceu em 1903, o ano em que os irmãos Wright conseguiram pela primeira vez fazer voar um avião sustentado por motor adequado. 88% destas pessoas são mulheres, o que de alguma forma reflecte estilos de vida mais saudáveis, mas também desigualdades sociais persistentes e consequências económicas ainda mais nefastas: o mercado de trabalho japonês é tradicionalmente – e ainda hoje – largamente dominado pela presença masculina, as mulheres são largamente minoritárias, têm pouco acesso a cargos de chefia e direcção e peso muito maior nos trabalhos precários, temporários, de curta duração ou de salários mais baixos. Ainda que os níveis de educação tendam hoje a equilibrar-se, o papel da mulher continua a ser relativamente subalterno, com uma pressão cultural e civilizacional que impõe uma sistemática dedicação ao lar, aos cuidados da casa e da família, mesmo quando se têm qualificações universitárias. Os salários que normalmente se praticam, diga-se, têm alguma relação com esta forma de organizar a sociedade: são bastante altos, assumindo que se tem que cobrir o custo de vida, não de uma pessoa, mas de uma família. Este evidente anacronismo também tem consequências sobre serviços sociais: por exemplo, não se encontram serviços de limpeza doméstica e são escassas as opções para se deixar bebés em creches ou jardins escola. Não é só a questão da fraca natalidade: é também a implícita responsabilização das mulheres em relação a este tipo de cuidados, que dispensa a generalização da sua prestação pública. De resto, os modelos dominantes de organização do trabalho no Japão são altamente penalizadores da vida familiar. As jornadas de trabalho são desnecessariamente longas, alimentando uma tradição de permanência no local de trabalho enquanto o chefe aí estiver, independentemente da necessidade efectiva de lá estar. Em resultado, o Japão é o país com mais baixa produtividade entre os membros do chamado G7 e a produtividade do país está abaixo da média da OCDE, num nível surpreendentemente semelhante aos da Lituânia ou da República Checa, francamente abaixo da Espanha e ligeiramente acima de Portugal. Neste milénio, segundo estudo da OCDE, a produtividade das actividades industriais japonesas tem crescido bastante menos do que a média observada entre os membros desta organização de países desenvolvidos, enquanto a produtividade dos serviços tem até diminuído no Japão. Naturalmente, as disparidades salariais têm-se agravado em função destas diferenças, com importante prejuízo para as mulheres, que trabalham maioritariamente no sector dos serviços. Os longos períodos diários de permanência no emprego – a que frequentemente se juntam longas deslocações entre a casa e o trabalho (é perfeitamente aceitável gastar 3 ou 4 horas por dia nestas deslocações nas grandes metrópoles) naturalmente restringem fortemente a vida familiar – e também, já agora, o desenvolvimento de iniciativas culturais e criativas que dependam da presença de público. Acresce ser comum as empresas e organizações com actividade em várias zonas geográficas imporem a quem lá trabalha mobilidade entre diferentes estabelecimentos, eventualmente em diferentes lugares, sem necessidade de acordo ou sequer consulta prévia. No caso de quem tenha família, esta mobilidade implica uma deslocação colectiva que não tem em conta motivações, preferências ou actividades – profissionais ou outras – do resto da família (com as inerentes mudanças de residência, escolas das crianças, círculos sociais, etc.). Este conjunto de circunstâncias coloca ainda hoje as mulheres japonesas num lugar de grande desvantagem nos mercados de trabalho, mesmo para as que decidem dar prioridade às suas aspirações e motivações profissionais em vez de assumirem o lugar tradicional de cuidadoras da família. Para as que se dedicam ao lar, cria-se naturalmente uma relação de absoluta dependência económica – e até social – em relação ao marido e ao seu contexto profissional. Talvez esse afastamento do nefasto ambiente de pressão produtivista e competitiva dos sistemas económicos contemporâneos tenha efeitos positivos sobre a saúde e contribua para aumentar a longevidade das mulheres, que de resto têm presença largamente maioritária entre a população centenária. Mas acabam por implicar frequentemente uma velhice com dificuldades económicas, já sem o sustento antes garantido pelo emprego dos maridos e agora dependente de um sistema de pensões bastante menos generoso do que é comum observar na Europa. Além do envelhecimento populacional que a fraca natalidade impõe, a população do Japão está também a diminuir. Na realidade, a taxa de natalidade japonesa é hoje comparável à alemã, dizem as estatísticas, mas a população estrangeira que migra para a Alemanha é largamente superior à que se desloca para o Japão, um país tradicionalmente mais fechado, não só por razões geográficas, mas também por razões culturais ou políticas. Em 2021, a população com idade entre os 15 e os 65 anos representou pela primeira vez menos de 60% do total da população japonesa. A escassez de mão de obra e a relação entre o número de pessoas reformadas e as pessoas em idade activa são problemas sociais e económicos que se colocam com uma gravidade no Japão que em outros países ainda não se conhece. A pobreza entre estas mulheres idosas num dos países mais desenvolvidos do mundo é um deles.