Taishan | Incidente na central nuclear sem consequências

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Polícia Unitários divulgaram ontem que no passado dia 20 de Agosto, terça-feira, a Central Nuclear de Taishan sofreu um incidente ao nível do isolamento. “Pelas 16h50, foi activado o sistema de ventilação eléctrica (DVL) da fábrica de segurança, tendo o pessoal operacional verificado que dois amortecedores de isolamento do sistema de ventilação foram colocados no modo de controlo manual in loco, o que levou a que o sinal de isolamento automático deixasse de funcionar e a função de isolamento ficasse indisponível”, refere o comunicado dos (SPU).

Menos de uma hora depois o problema foi resolvido, e os SPU asseguram que, “actualmente, as unidades em funcionamento de Central Nuclear de Taishan mantêm-se em estado seguro e estável”. Segundo as autoridades, “o incidente não afectou o funcionamento, a segurança da central, a saúde do pessoal operacional, da população e do ambiente adjacente à central”.

30 Ago 2019

UM | Professor premiado com Medalha Científica na Suécia

[dropcap]S[/dropcap]un Guoxing, professor assistente do Instituto de Física Aplicada e Engenharia de Materiais da Universidade de Macau (UM) foi prestigiado com a Medalha Científica de 2019 na 27ª cerimónia de prémios da Associação Internacional de Materiais Avançados (IAAM), realizada na Suécia, “pelo seu excepcional contributo no campo da ciência avançada de materiais”, anunciou ontem a instituição académica.

O docente e investigador da UM é doutorado em Engenharia Civil e Ambiental pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, e tem desenvolvido pesquisas nas áreas de materiais poliméricos avançados, nanocompósitos, materiais de cimentação, misturas de betão, e outras inovações aplicadas. Sun Guoxing tem já 43 teses académicas publicadas e sete patentes registadas.

Os vencedores da Medalha Científica do IAAM são seleccionados com base na sua contribuição de excelência nos cinco anos anteriores ao da nomeação, para as áreas da física, química, biologia, engenharia, ciências médicas e matemáticas, oceanologia, ciências da terra, da atmosfera e planetárias.

30 Ago 2019

Diamantes | Novas regras de importação e exportação em Outubro

[dropcap]O[/dropcap] Governo anunciou ontem que as novas regras de importação e exportação de diamantes no território entram em vigor a 1 de Outubro, para alinhar o território com as regras do comércio internacional.

Sem a certificação do processo Kimberley, que estabelece as regras do comércio internacional, as regiões produtoras não poderiam exportar diamantes em bruto para Macau, que no ano passado importou diamantes já trabalhados no valor de 20 milhões de patacas, explicou, no final de Março, o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng.

O regulamento administrativo complementar divulgado ontem estabelece como prazo máximo de dois anos as licenças de operação de importação, exportação, trânsito, compra e venda e transporte de diamantes em bruto em Macau. O pedido deve ser feito junto da Direcção dos Serviços de Economia, já “o prazo de validade do certificado não pode ser superior a 60 dias, e as licenças de exportação, importação e trânsito são válidas por um período de 30 dias”, explicaram as autoridades do território.

30 Ago 2019

EPM | APIM não passa concessão do terreno à fundação da escola 

A Associação Promotora da Instrução dos Macaenses não pretende transmitir a concessão do terreno à Fundação Escola Portuguesa de Macau, que, por sua vez, vai ser a concessionária do polo da escola nos novos aterros. José Sales Marques, membro da fundação, garante tratar-se de um “não assunto” e que ambas as entidades podem trabalhar em conjunto

 

[dropcap]D[/dropcap]uas concessões, o mesmo projecto educativo. O terreno onde está localizada a Escola Portuguesa de Macau (EPM) foi concessionado pelo Governo à Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), e assim se deverá manter. Miguel de Senna Fernandes, presidente da APIM, garantiu ao HM que não tem em vista uma transmissão de direitos da concessão à Fundação Escola Portuguesa de Macau (FEPM), que ficará com a concessão do terreno nos novos aterros para o novo polo da EPM.

“O terreno foi concedido à APIM, portanto não é meramente detido. Não há uma transmissão do terreno à vista, pois não é esta a ideia da APIM”, apontou.

O advogado garantiu que cabe ao Governo tomar a decisão de alterar a concessão inicial, sempre com o aval do Chefe do Executivo e “com o acordo da APIM”. Neste sentido, uma eventual mudança não será feita “sem se ouvir a APIM”, acrescentou.

De frisar que a APIM é um dos muitos accionistas da FEPM, tendo a liberdade de sair a qualquer momento, mas Miguel de Senna Fernandes garantiu ao HM que “isso nunca esteve em causa”. “Nunca considerámos deixar a FEPM”, frisou.

A questão da titularidade do terreno da EPM foi colocada por Joana Alves Cardoso em entrevista ao HM, publicada nesta edição, onde a candidata pelo CDS-PP às eleições legislativas em Portugal, pelo Círculo Fora da Europa, defende que esta matéria deveria ser esclarecida em prol da sustentabilidade futura da EPM. Para a candidata, a APIM já deveria ter transmitido esse direito de concessão à FEPM.

Novos aterros com a FEPM

Do lado da FEPM, a reacção é de tranquilidade. Ao HM, José Sales Marques frisou que este é um “não assunto” e “não faz parte da agenda da FEPM”. O economista e membro do conselho de administração da FEPM assegura que esta entidade “será concessionária do terreno do novo polo, pelo que por aí teremos muito que fazer”.

Sales Marques, quando confrontando pelo HM, disse não temer uma eventual saída da APIM do corpo de accionistas da FEPM. “Não há razões para esses receios. A sustentabilidade das duas escolas precisa, como é óbvio, de ser objecto de estudo e de uma criteriosa análise, nomeadamente quanto à dimensão da nova escola e da actual EPM após a ampliação.”

O economista acredita que há até condições para a APIM e a FEPM trabalharem em conjunto no mesmo projecto educativo.

“Creio que as duas unidades poderão criar sinergias positivas entre elas e contribuir, no seu conjunto, para maximizar o potencial das duas”, acrescentou.

De acordo com o despacho datado de 1998, e assinado pelo, à época, Presidente da República portuguesa, Jorge Sampaio, o património da FEPM é composto pela “contribuição da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses traduzida na disponibilização da utilização do terreno e do imóvel onde se encontra a funcionar a actual Escola Comercial Pedro Nolasco, sita na Avenida Infante D. Henrique, em Macau, para os fins a prosseguir pela Fundação”.

30 Ago 2019

Hong Kong | Corrida à renovação de passaportes no Consulado

[dropcap]D[/dropcap]esde há dois ou três meses a esta parte, notámos um aumento da procura por parte dos utentes que residem em Hong Kong, no que diz respeito à revalidação de passaportes e de cartões de cidadão” portugueses, confirmou ontem o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong à Rádio Macau.

Paulo Cunha Alves comentou aos jornalistas que, desde o início dos protestos contra o Governo da ex-colónia britânica, cresceu a procura dos serviços consulares por parte de cidadãos nacionais ali residentes. “Muitos deles são titulares destes documentos, mas não os costumavam renovar regularmente. Eventualmente, agora estarão mais interessados em tê-los regularizados”, justificou.

Sobre um maior interesse da população vizinha numa alternativa à instabilidade política e económica que se vive em Hong Kong, o cônsul-geral português adiantou ainda, que não é só a renovação de documentos nacionais que tem aumentado, mas também a emissão de vistos de residência e de investimento em Portugal.

O diplomata esteve com a comunicação social ontem, durante a entrega da Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas, atribuída pelo Governo português à Santa Casa da Misericórdia de Macau.

29 Ago 2019

Misericórdia distinguida com Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas

[dropcap]A[/dropcap] Santa Casa da Misericórdia de Macau foi ontem distinguida com a Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas, um reconhecimento que “dá mais força e alento”, disse o provedor da instituição à agência Lusa.

“A cerimónia de ontem, na qual se formalizou a distinção feita pela Secretaria de Estado das Comunidades é um honroso reconhecimento do esforço colectivo”, que “dá mais força para continuarmos a defender e valorizar a nossa identidade, bem como o nome de Portugal no Oriente”, sublinhou António José de Freitas.

“Dá mais força e mais alento” à “Santa Casa da Misericórdia, que é o espelho solidário de Macau”, acrescentou, lembrando que a distinção sucede também num momento especial: no ano em que se assinala o 20.º aniversário da Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] e os 450 anos da instituição, sempre numa “missão de índole social e de cariz humanitário”.

A Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas (grau Placa de Honra, neste caso) procura galardoar as pessoas singulares e colectivas, nacionais ou estrangeiras, cuja actividade contribua ou tenha contribuído para o fortalecimento dos laços que unem os Portugueses e lusodescendentes.

Em acção

A medalha é atribuída quando se verifica a dignificação da presença de Portugal no mundo, a valorização das comunidades portuguesas nas sociedades de acolhimento e a divulgação da língua e cultura portuguesas.

Em declarações à Lusa, o embaixador responsável pelo Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong explicou que a importância da distinção justifica-se pelo “esforço e acção solidária e de apoio social de associações como a Santa Casa da Misericórdia de Macau”, essenciais para se apoiar “o desenvolvimento harmonioso da sociedade” no território.

No seu discurso, durante a cerimónia, Paulo Cunha-Alves desejou que a Santa Casa da Misericórdia de Macau “prossiga a sua acção de solidariedade e que continue a ser elo de união entre todos os residentes (…), contribuindo para o multiculturalismo da sociedade da RAEM, numa perspectiva social de estabilidade, desenvolvimento e prosperidade”.

Contas à vida

A Santa Casa da Misericórdia de Macau tem um orçamento superior a 70 milhões de patacas, com uma despesa mensal em salários superior a três milhões de patacas (próximo do valor que a instituição arrecada das rendas do seu património imobiliário) e um subsídio governamental que “representa apenas cerca de 25 por cento”, explicou em Maio o provedor em entrevista à Lusa, no mês em que foi condecorado pelo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

A obra social da Misericórdia em Macau abrange áreas como o apoio a deficientes, idosos e crianças.
Um centro de apoio a invisuais (80), um lar (135), uma creche (258) e uma loja social são estruturas que traduzem a actividade social da instituição que tem mais de 180 funcionários.
Inicialmente designada de “Confraria e Irmandade da Misericórdia de Macau”, foi criada poucos anos após a fundação de Macau, como entreposto português.

O fundador, o jesuíta Belchior Carneiro, esteve mesmo ligado à fundação do Senado, em 1853, a primeira instituição política no território. Nesse período, a instituição “contribuiu para a implementação de taxas organizadas sobre diversas actividades até então não reguladas, funcionou como banco, emprestando dinheiro, e promoveu uma lotaria muito popular”, pode ler-se no site da Santa Casa da Misericórdia de Macau.

 

Concessão renovada

Foi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) um despacho que dá conta da renovação da concessão de um prédio a favor da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM). O despacho, assinado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, determina que o terreno, com uma área de 396 metros quadrados e localizado entre o Largo do Senado e a Travessa da Misericórdia, continua sob alçada da SCMM, destinando-se a “manter a construção nele implantada compreendendo dois pisos, para finalidade de escritório e comércio”. Esta revisão da concessão foi precedida de um pedido, feito pela SCMM, de alteração da finalidade do piso do rés-do-chão do edifício para comércio, pedido esse feito em 2017, apenas aceite em Abril deste ano por parte da Comissão de Terras.

29 Ago 2019

Carne fresca de porco deve aumentar 310 patacas por 60 quilogramas 

[dropcap]O[/dropcap] canal chinês da Rádio Macau noticiou ontem que a carne de porco vivo deve ter um aumento de 310 patacas por cada 60 quilogramas, o que, na prática, significa que o preço mais alto a cobrar deverá ser de 2660 patacas a cada 60 quilogramas.

Sobre este ponto, o subdirector-geral do grupo Nam Yuen, Wong, explicou que o aumento dos preços se deve aos valores praticados em Hong Kong, onde se cobram 4700 patacas por cada 60 quilogramas de carne de porco, o dobro face aos preços praticados em Macau.

Os porcos vivos exportados para Macau são criados em quintas pelos próprios fornecedores, o que faz com que o preço de aquisição se aproxime do preço por atacado em Macau. Isto resulta numa perda de lucros para os criadores de porcos, o que “não é viável”, disse Wong. O responsável da Nam Yue defende que os preços da venda de carne por atacado devem aumentar no território, para que os fornecedores estejam dispostos a vender para Macau.

De acordo com informações publicadas pelo Jornal do Cidadão, os locais de transbordo de mercadorias escolhidos pela Nam Kwong e Nam Yuen, localizados em Zhuhai e Zhongshan, foram rejeitados pelas autoridades chinesas. Por esse motivo, pede-se a intervenção do Governo de Macau nesta matéria, para que se chegue a um acordo com estas cidades, a fim de reduzir os custos com o transporte da carne.

Diversificar, é preciso

O Jornal do Cidadão deslocou-se ao mercado, tendo noticiado que houve uma quebra no abastecimento de porcos vivos em um quarto quando comparado com os dias anteriores, o que fez com que a carne de porco tenha esgotado pouco depois da hora de almoço, mesmo que o preço, por cada quilo, tenha registado um aumento de cinco a seis patacas.

Por forma a colmatar esta problemática com o fornecimento de porcos vivos para Macau, Hoi Long Tong, presidente da direcção da Aliança de Povo de Instituição de Macau, defende que haja uma diversificação das fontes de importação, sugerindo que a Nam Kwong e a Nam Yuen considerem comprar porcos vivos a países estrangeiros.

Chan Pou Sam, membro do conselho consultivo do Instituto para os Assuntos Municipais, disse ao jornal Ou Mun que os Serviços de Alfândega devem implementar medidas para combater o possível contrabando de porcos vivos, esperando que as autoridades de Macau e da China actuem em conjunto para prevenir uma possível propagação da peste suína africana. Também este responsável defende a importação de porcos vivos oriundos de outros países que não a China, para que se possa equilibrar os preços da carne fresca praticados no mercado.

29 Ago 2019

SMG | Emitido alerta de ciclone tropical e aviso de inundações

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) emitiram ontem ao início da tarde um alerta devido à aproximação de um ciclone tropical que pode resultar em inundações.

As autoridades içaram o sinal 1, no momento em que o “ciclone tropical ‘Podul’, localizado na parte central do Mar do Sul da China, continua a mover-se para o quadrante oeste, dirigindo-se para a Ilha de Hainan”, lia-se no portal dos serviços meteorológicos.

O alerta foi emitido às 15h de ontem com a probabilidade moderada de ser elevado para sinal 3 durante a manhã de hoje, de acordo com os SMG.

Em comunicado, foi referido que entre hoje amanhã “podem ocorrer inundações em zonas baixas no Porto Interior”, pelo que lançou também o aviso de ‘storm surge’ (maré de tempestade) azul, quando o Podul se encontrava a 640 quilómetros de Macau.

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais recomendou também que, “como o tufão poderá destruir construções ou estaleiros de construção, os cidadãos e os empreiteiros devem adoptar, com a maior brevidade possível, as respectivas medidas de prevenção, principalmente em relação aos andaimes, aparelhos elevatórios (por exemplo, gruas), janelas de construções e materiais pendurados nas fachadas”.

Por outro lado, acrescenta-se na mesma nota, deve-se “fazer uma inspecção detalhada, tomar medidas para reforçar o equipamento e dar mais atenção aos assuntos relacionados com a segurança (…), a fim de garantir a segurança dos trabalhadores e do público, devendo os cidadãos, por sua vez, evitar aproximar-se de construções durante os tufões”.

29 Ago 2019

Crime | Detido por suspeita de burla com troca de dinheiro

[dropcap]U[/dropcap]m homem oriundo do interior da China, de apelido Yang, 38 anos de idade, trabalhador de obras de construção, foi detido esta terça-feira por suspeita de prática de burla no valor de 45,8 mil yuan.

A vítima declarou que, depois de ter perdido dinheiro no jogo, contactou um indivíduo através de uma rede social para trocar 50 mil dólares de Hong Kong. O intercâmbio ficou marcado para uma sala VIP de um casino situado no NAPE. Após a chegada ao local, Yang pediu-lhe que transferisse 45,8 mil yuan para uma conta bancária do interior da China através do telemóvel, e que chegaria em seguida à sua conta VIP a quantia pedida. Como a vítima não recebeu o dinheiro, e o homem presente não conseguia pagar o montante, foi chamada a polícia e o suspeito detido.

O indivíduo alegou ter sido contratado por “burlões da troca de dinheiro”, e alegou desconhecer a razão pela qual a troca não foi concluída. Yang referiu ainda às autoridades que por cada transferência bem-sucedido iria receber 100 yuan.

O detido foi presente ao Ministério Público acusado de burla (de valor elevado). A Polícia Judiciária continua à procura dos restantes cúmplices.

29 Ago 2019

Incêndio | TSI confirma pagamento de indemnização a dono de loja

O Tribunal de Segunda Instância reiterou a condenação de duas pessoas devido aos danos provocados num apartamento por um incêndio que deflagrou numa loja de vestuário na Rua do Tarrafeiro. O autor da acção terá direito a indemnização no valor de mais de 72 mil patacas. Porém, muito mais grave do que paredes tinadas, o incêndio provocou a morte de quatro pessoas

 

[dropcap]À[/dropcap]s 3h40 da manhã do dia 12 de Novembro de 2014, um incêndio que deflagrou numa loja de vestuário no piso térreo de um edifício situado na Rua do Tarrafeiro (que liga a Praça Luís de Camões à Rua Visconde de Paço de Arcos) tirou a vida a quatro pessoas, incluindo um funcionário do estabelecimento. As vítimas, que morreram na sequência de inalação de fumo, eram três homens e uma mulher, dois filipinos e dois indonésios.

No piso de cima, um morador num apartamento do primeiro-andar acordou em sobressalto, mas escapou ileso ao acidente. Porém, o apartamento ficou danificado ao ponto de ter de recorrer à justiça para reclamar uma compensação pelos danos sofridos. Assim começava uma batalha judicial, que conheceu recentemente o desfecho do segundo assalto com o acórdão do Tribunal de Segunda Instância (TSI) que confirmou a condenação dos dois réus, proprietário e locatário da loja, a pagar 72.300 patacas ao morador do apartamento.

O autor do processo pediu a condenação solidária para pagamento da indemnização a ambos os réus, ou seja, qualquer um dos dois réus pode ser executado até a dívida ficar totalmente paga ao autor.

Risco e prevenção

O Tribunal Judicial de Base considerou que o proprietário do imóvel, “tinha, necessariamente, o dever de prudência e o dever de cuidar da vigilância do imóvel, de forma a evitar quaisquer danos a terceiros”. Por outro lado, segundo o acórdão do tribunal superior, também o locatário do imóvel, ou seja, quem explorava a loja, tinha, naturalmente, “o dever de vigiar o imóvel, uma vez que, findo o contrato, era obrigado a restituir, à locadora, o bem locado em perfeito estado”. No fundo, ambos tinham o dever de vigiar o imóvel.

O tribunal deu como provado que os danos sofridos na residência foram causados pelo incêndio que ocorreu na loja. Mais concretamente, o morador teve de pintar dois quartos, duas portas, tectos e paredes. Instalou dois aparelhos de ar condicionado novos, arcando com os custos de trabalho e peças. Teve de proceder a obras de remoção dos outros aparelhos antigos, assim como toda a mobília danificada. Para estes trabalhos, o morador desembolsou mais de 29 mil patacas. A limpeza das paredes exteriores e grade de aço inoxidável custaram 6.500 patacas.

Além disso, o morador perdeu grande parte do recheio da habitação, incluindo uma cama que se viu forçado a substituir, despesa que lhe valeu um rombo no orçamento na ordem das 8.600 patacas. No total, os réus foram condenados ao pagamento de 72.300 patacas ao morador.

29 Ago 2019

Aeroporto | Ampliação vai esperar pelo estudo de impacto ambiental

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Autoridade de Aviação Civil (AACM), Chan Weng Hong, comentou esta terça-feira que as razões pelas quais foram aprovados apenas 149 hectares de aterros, para a ampliação do Aeroporto Internacional de Macau, se deveram a instruções do Governo Central para que a obra se enquadre na gestão dos assuntos hídricos do Delta do Rio das Pérolas.

Em 2017, a AACM solicitou ao Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado um pedido de autorização para a realização de um total de 172 hectares de aterros para expansão do aeroporto, mas só foram concedidos 149 hectares para o projecto.

As instruções do Governo Central foram também claras quanto à próxima fase de construção dos aterros, que terão que passar por um estudo prévio de avaliação do impacto ambiental da execução da obra, que poderá demorar um ano e meio até estar concluído, e ficará sujeito a novo parecer de Pequim. Chan Weng Hong acrescentou não haver, portanto, qualquer cronograma previsto para o seu arranque.

O responsável lembrou que o transporte de passageiros no Aeroporto de Macau aumentou 18 por cento no primeiro semestre de 2019, estando previsto ultrapassar os 9 milhões de passageiros até ao final do ano. Sobre a abertura do Mercado de Transporte Aéreo, e a não prorrogação do direito de exclusivo à Air Macau, o presidente da AACM sublinhou que tal não afectará o tráfego actual, já que “existem 34 transportadoras e 61 rotas em operação hoje. E a Air Macau continuará a servir a comunidade como a operadora aérea registada localmente”.

29 Ago 2019

Diocese de Macau perde concessão de quatro parcelas de terreno na Taipa 

Quatro terrenos situados na Taipa, junto à Avenida Carlos da Maia, concessionados à Diocese de Macau, viram a sua concessão anulada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. A primeira concessão data de 1938 e tem ligações a Pedro José Lobo, figura histórica da comunidade macaense

 

[dropcap]A[/dropcap] Diocese de Macau acaba de perder quatro terrenos cuja concessão data das primeiras décadas do século XX. O despacho, publicado ontem em Boletim Oficial (BO), dá conta do fim da concessão dos terrenos situados na Taipa, junto à Avenida Carlos da Maia, e que tinham como objectivo a construção de “um estabelecimento de carácter religioso destinado ao ‘Noviciado das Irmãs de Nossa Senhora dos Anjos’”.

Caso a Diocese de Macau não concorde com a decisão do Governo, pode recorrer para o Tribunal de Segunda Instância no prazo de 30 dias, tendo também a possibilidade de apresentar uma queixa ao Chefe do Executivo no prazo de 15 dias.

A primeira concessão feita dos referidos terrenos data de 1938, tendo sido autorizada a favor de António Maria da Silva. A ideia era que este ocupasse de forma temporária, por um período de 50 anos, um terreno com mais de dois mil metros quadrados “destinado a manter construída a casa de habitação com jardim nele existente”.

O terreno em causa chegou a estar duas vezes inscrito na Conservatória do Registo Predial, pois “não foi registada a extinção da concessão por aforamento desse terreno atribuída a Pedro José Lobo em 1928, por falta do seu aproveitamento”, descreve o despacho do BO. De frisar que Pedro José Lobo foi uma ilustre figura da comunidade macaense dos primórdios do século XX, tendo sido político, empresário, funcionário público e filantropo.

De mão em mão

Resolvida a questão burocrática com o registo do terreno, este seria concessionado, em Agosto de 1940, exclusivamente a António Maria da Silva. Poderia ocupar três parcelas de terreno durante 50 anos, a contar a partir de Abril de 1938, “destinadas à ampliação da propriedade existente”.

Acontece que em 1941 António Maria da Silva decidiu requerer junto do Governo a transmissão de quatro parcelas de terreno a favor da Missão do Padroado Português no Extremo Oriente. Esta transmissão foi aceite pelo Governo da época, tendo sido realizada a escritura a de 6 de Março de 1941. Dessa forma, os direitos dos terrenos ficaram sob alçada da Missão do Padroado Português no Extremo Oriente, que seria extinta em 1986, “revertendo os seus bens a favor da Diocese de Macau”.

Os prazos da concessão expiraram em 1988 e a Diocese de Macau apenas requereu a renovação do processo a 5 de Dezembro de 1989. A entidade não mais voltou a fazer novo pedido de renovação.

Além disso, os terrenos em causa não estavam sujeitos a um “regime de renovação automática ou tácita”, tendo sido assim anulada a concessão.

29 Ago 2019

SMG | Emitem alerta de ciclone tropical e possibilidade de inundações

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau emitiu hoje um alerta devido à aproximação de um ciclone tropical e avisou para a possibilidade de inundações na cidade, aconselhando a população e empresas de construção a tomarem medidas de segurança preventivas. As autoridades içaram o sinal 1, no momento em que o “ciclone tropical ‘Podul’, localizado na parte central do Mar do Sul da China, continua a mover-se para o quadrante oeste, dirigindo-se para a Ilha de Hainan”.
O alerta foi emitido às 15h e existe uma probabilidade moderada de ser elevado para sinal 3 durante a madrugada e manhã de quinta-feira, de acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG).
Em comunicado, os SMG indicaram que entre quinta e sexta-feira, “podem ocorrer inundações em zonas baixas no Porto Interior”, uma área da cidade cronicamente afectada pela subida das águas, pelo que lançou também o aviso de ‘storm surge’ (maré de tempestade) azul, quando o Podul se encontra a 640 quilómetros de Macau.
Hoje, também, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais recomendou que, “como o tufão poderá destruir construções ou estaleiros de construção, os cidadãos e os empreiteiros devem adoptar, com a maior brevidade possível, as respectivas medidas de prevenção, principalmente em relação aos andaimes, aparelhos elevatórios (por exemplo, gruas), janelas de construções e materiais pendurados nas fachadas”.
Por outro lado, acrescenta-se na mesma nota, deve-se “fazer uma inspecção detalhada, tomar medidas para reforçar o equipamento e dar mais atenção aos assuntos relacionados com a segurança (…), a fim de garantir a segurança dos trabalhadores e do público, devendo os cidadãos, por sua vez, evitar aproximar-se de construções durante os tufões”.

28 Ago 2019

Obituário | Alfredo Ritchie deixa saudades entre a comunidade macaense

Alfredo Maria Sales Ritchie faleceu ontem após dura luta contra doença prolongada, deixando enlutada a comunidade macaense e família e amigos com quem partilhou a cultura local e a pronúncia do patuá

 

[dropcap]P[/dropcap]artiu o nosso Fredo” foi a frase com que a comunidade portuguesa local acordou ontem de manhã. A página de Facebook do grupo de teatro macaense Dóci Papiaçám di Macau estava de luto, num texto publicado por Miguel de Senna Fernandes sobre o amigo e colega de palco.

“Durante anos lutou com coragem contra a doença que o flagelou, mas agora foi de vez. Ficou o espírito de um lutador, dos mais duros que tive o privilégio de conhecer”, escreveu. Sobre os anos em que participou na cena teatral local, lê-se na mesma publicação que foi o “actor que mais tempo nos honrou com a sua energia, humor, persistência, sentido de dever e acima de tudo, amizade por todos os membros do grupo, com especial realce para todos os novos”.

Alfredo Maria Sales Ritchie nasceu em 1946 no seio de uma tradicional família macaense, conhecedora da cultura local e da linguagem crioula do território. “Ele era um cultor do patuá, que também falava como língua de casa, além do português, claro. Mas a mãe, Dona Ester, que ainda é viva, fala bem patuá e esta língua era usada na família”, contou ontem Miguel Senna Fernandes ao HM, entre as muitas facetas que lembrou do velho amigo.

Actor e ensaísta

“A sua vida não se limitava à profissão de médico, era uma pessoa com interesses muito variados. Era uma pessoa de cultura e de muita diversão. Foi desportista quando era jovem, praticava hóquei, e participou sempre em inúmeras actividades. Era amante do jogos de bridge e de póquer, coleccionador de carros de miniatura. Foi membro destacado do primeiro Rotary Club de Macau, do qual chegou a ser presidente. Era uma pessoa multifacetada”, destacou.

Mas acima de tudo, Alfredo Ritchie “era um homem culto que gostava muito de ler”, recordou Senna Fernandes, para quem a falta do amigo será sentida de uma forma muito pessoal. “Nós conversávamos bastante, eu privava muito com ele e com a Anabela [Ritchie], e tínhamos conversas mais profundas, que não eram só de teatro. Discutíamos sobre muitas coisas e durante muito tempo. É com muita pena que o perdemos”.

O grupo de teatro também aprendeu a contar com a sua companhia, os ensinamentos, o saber que imprimia nos textos, récitas e monólogos que escrevia para as peças. Entrou no primeiro espectáculo dos Dóçi Papiaçám em 2001, por convite de Miguel Senna Fernandes. “Enderecei o convite para representar um papel, e ele aceitou logo. A peça era a “Siára Zinha” – em patuá siára é mulher já casada, portanto é mulherzinha – e, desde que entrou, nunca mais saiu do grupo. Representou muita coisa, era uma pessoa bastante versátil em palco, fazia desde o herói até ao malvado”.

“Ele tinha uma graça muito natural, era muito divertido. Dizia-me ‘apesar da minha cara de carrancudo, eu faço-te rir!’ e fazia gala disso”, acrescentou. “Portanto, acho que esta perda nos atinge a todos. Pela expressão do que tem sido escrito aqui nas redes sociais, podemos ver o quão querido ele era para todos. E como foi marcante para o grupo e para a comunidade”.

Médico e político

Alfredo Ritchie formou-se em Medicina Geral em Portugal e acabaria por regressar ao território para exercer a profissão, ainda antes do 25 de Abril de 1974, como alferes médico miliciano.

Começou por se fixar na Taipa, onde esteve enquanto clínico destacado para as Ilhas. Mais tarde tiraria no estrangeiro uma especialização em Endoscopia Alta, uma novidade técnica na década de 70, em que foi pioneiro no território e a que se dedicou ao longo da profissão. Depois veio a exercer medicina no Hospital Conde de São Januário e abriu consultório próprio.

Entre as pessoas há mais anos radicadas em Macau, talvez sejam poucos os que não passaram pelo seu antigo consultório, ali na Rua de Pedro Nolasco da Silva. “Trouxe uma grande mais-valia, em termos de saúde, e durante anos até à sua reforma exerceu sempre nessa área”, explicou o médico e colega macaense Fernando Gomes.

“Conheci o Dr. Ritchie sob vários aspectos, mas mais próximo como colega. Eu tinha acabado de regressar em 1991 e ele já trabalhava no hospital. Antes disso, naturalmente conhecia-o e sabia quem era, porque a sua mulher, a Dra. Anabela, foi minha professora de inglês”. Cruzou-se com ele várias vezes, “era uma pessoa afável, dialogante e também apoiava os colegas mais novos”, e voltou a ter a oportunidade de participar com ele numa iniciativa cívica em 1992, “quando fizemos parte da reconstituição de uma lista, encabeçada pelo Miguel Senna Fernandes, para as eleições em Macau. Tinha acabado de falecer o Dr. Carlos Assunção”.

“Nessa altura trabalhámos noite fora na elaboração do programa, na estratégia eleitoral e na campanha. E acabei por conhecer melhor o Dr. Ritchie, nesta faceta que pouca gente conhece, de uma pessoa que colaborou na evolução e no envolvimento político da comunidade macaense, sempre na retaguarda como estratega, porque era muito amigo do Dr. Carlos Assunção, desde a década de 70 e 80. Acompanhou as campanhas eleitorais da ADIM (Associação para a Defesa dos Interesses de Macau), que era a lista do Dr. Assunção, e depois até acabou por ser a Dra. Anabela Ritchie a encabeçar essa lista”, recorda bem Fernando Gomes.

Por tudo isso, “é uma notícia muito triste, perdemos uma pessoa que se diferenciou como uma identidade querida da cultura macaense”, lamentou o colega.

Doce língua

Não foi só a página de Facebook dos Dóçi Papiaçám di Macau que se encheu de frases de condolência e amizade durante todo o dia de ontem. Também a Unchinho di Língu Maquista foi recebendo testemunhos e pêsames ao longo do dia, em resposta à publicação sobre o “mentor de muitos macaense mais jovens que se juntaram ao grupo, passando a essência da pronúncia da lingu maquista para a próxima geração”.

“Ele sabia quando se divertir e quando ficar sério” e “foi a atmosfera central entre o grupo”, já que “era mais como um ancião generoso levando as crianças para o caminho certo”, pode ler-se no mesmo texto em sua memória.

28 Ago 2019

Trabalho | Desemprego cresce ligeiramente entre Maio e Julho

[dropcap]E[/dropcap]ntre Maio e Julho de 2019 as taxas de desemprego (1,8 por cento), de desemprego dos residentes (2,4 por cento) e de subemprego (0,5 por cento) registaram todas acréscimos de 0,1 pontos percentuais, face às do período anterior (Abril a Junho de 2019), informam os Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

No período em análise a população activa totalizou 394.100 pessoas e a taxa de actividade foi de 70,3 por cento. A população empregada totalizou 387.100 pessoas e que o número de residentes empregados atingiu 281.700 pessoas, ou seja, menos 100 e 600, respectivamente, em comparação com o período precedente. Destaque para o decréscimo do segmento da população emprego no sector do jogo, enquanto os empregados no comércio por grosso e retalho aumentou.

Durante Maio e Julho deste ano, os dados da DSEC revelam o registo de 7 mil desempregados, o que representou um aumento de 400 pessoas face ao período homólogo de 2018.

O número de desempregados à procura do primeiro emprego foi de 15,2 por cento do total da população desempregada, ou seja, mais 4,1 pontos percentuais, dado que os novos graduados entraram no mercado de trabalho.

Em comparação com o período de Maio a Julho de 2018, a taxa de desemprego permaneceu no mesmo nível, enquanto a taxa de actividade e a taxa de subemprego decresceram 0,8 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente.

28 Ago 2019

Porto Interior | Projecto da Barragem de Marés com pouco impacto ambiental

O Governo decidiu colocar em consulta pública, até 10 de Setembro, o relatório de impacto ambiental relativo à construção da Barragem de Marés na zona do Porto Interior. O documento aponta para um impacto pouco significativo da obra ao nível de recursos hídricos e ambiente ecológico, mas deixa algumas recomendações

 

[dropcap]C[/dropcap]omeça hoje, e termina a 10 de Setembro, a segunda fase de consulta pública sobre a avaliação do impacto ambiental da construção da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau. O relatório está disponível apenas em língua chinesa mas, de acordo com um comunicado oficial, conclui que o impacto ambiental da obra na zona do Porto Interior será reduzido.

“Em geral, o relatório considera que a construção da Barragem de Marés do Porto Interior é viável, respeita os diplomas legais e o planeamento em matéria de protecção ambiental”, começa por apontar o comunicado.

“Após a construção da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau não haverá impactos significativos em termos hidrológicos no curso superior do rio e na área abrangida pela construção. A construção também não irá causar impactos adversos significativos nos sistemas ecológicos aquático e terrestre”, acrescenta o mesmo documento.

Ainda assim, aponta-se para o facto de, durante o período de construção da barragem, poder existir “um certo impacto na área abrangida pela construção, nomeadamente no ambiente ecológico, no meio hídrico e na atmosfera”, podendo existir ruído.

Desta forma, o relatório de impacto ambiental faz algumas recomendações. “Devem tratar-se devidamente as águas residuais geradas no estaleiro da obra antes de serem escoadas e executar a obra de forma faseada para não afectar a reprodução dos peixes e dos camarões.”

Além disso, é importante “controlar a poluição para evitar sedimentos em suspensão devido às escavações, instalar tapumes para as obras e utilizar caminhões de aspersão para reduzir a poeira que se irá fazer sentir na área”.

Ao nível do som, os analistas defendem a instalação de “barreiras acústicas à volta da obra, a limitação da execução da obra apenas ao horário estipulado e um tratamento adequadamente os resíduos de materiais de construção”.

Longo processo

Há muito que a obra que pretende por um travão às cheias que todos os anos se verificam na zona do Porto Interior está a ser alvo de estudos. O processo tem vindo a ser gerido pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), que incumbiu as entidades China Water Resources Pearl River Planning Surveying & Designing Co., Ltd e o Instituto Científico para a Protecção do Delta do Rio das Pérolas para o trabalho de avaliação do impacto ambiental.

Em Abril deste ano realizou-se a primeira fase da consulta pública, tendo a DSSOPT recebido apenas quatro opiniões por escrito relativas ao projecto. Em Julho foi elaborado o relatório que será agora sujeito à segunda fase da consulta pública, que tem como objectivos “a salvaguarda, em termos ambientais, dos direitos e interesses do público da área onde a construção irá decorrer”, além de dar a “conhecer melhor a dimensão do impacto ambiental causada pela construção”.

28 Ago 2019

Drogas | Hipótese de crimes não chegarem a tribunal em estudo

[dropcap]C[/dropcap]heong Iok Ieng, chefe de gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, garantiu à deputada Wong Kit Cheng que a lei de combate à droga já prevê a desintoxicação dos consumidores. Neste sentido, as pessoas têm o direito de optar pela suspensão da pena de prisão decretada pelo tribunal, para que possam participar num programa de desintoxicação voluntário. A mesma responsável explicou ainda que aqueles que optem por cumprir a pena de prisão estão também sujeitos a um programa de prevenção e tratamento da toxicodependência.

Na resposta à interpelação escrita da deputada, Cheong Iok Ieng garantiu que a Comissão de Luta contra a Droga está a estudar novas matérias ligadas à penalização dos crimes de estupefacientes, nomeadamente a possibilidade da suspensão da instância, ou seja, para que os casos não cheguem, sequer, a tribunal.

Além disso, Cheong Iok Ieng adiantou que, nos últimos anos, houve um aumento de casos de droga protagonizados por residentes de Hong Kong, uma vez que o preço das drogas no mercado negro em Macau é quase três vezes superior ao da região vizinha. Neste sentido, a chefe de gabinete de Wong Sio Chak assegura que as redes criminosas ligadas ao tráfico de droga contratam pessoas em Macau para a prática de crime, estando, por isso, previsto um reforço de cooperação policial de combate a esse tipo de acções.

27 Ago 2019

Hong Kong | Morgan Stanley aponta pouco impacto de protestos no jogo

Analistas da Morgan Stanley Asia Ltd entendem que os protestos e o caos político de Hong Kong não afectou a indústria do jogo em Macau. Tanto em número de entrada de turistas, como nas receitas das concessionárias, a indústria mantém-se impermeável à situação vivida na região vizinha

 

[dropcap]A[/dropcap]s previsões para as receitas no sector de massas apontam para um crescimento de 15 por cento em Julho, com destaque para os apostadores chineses que pernoitam em Macau que aumentaram 9 por cento, algo que é positivo na nossa pespectiva. Isto parece confirmar a nossa expectativa de impacto mínimo em Macau, até agora, face ao que se passa em Hong Kong”. As declarações são de Praveen Choudhary, analista da Morgan Stanley Asia Ltd, numa nota da consultora citada pelo portal GGRAsia.

O documento da gigante financeira multinacional, que em 2016 foi condenada por contribuir para a crise global de 2008, traça um cenário optimista para Macau. A nota destaca a óbvia evidência de que a esmagadora maioria dos turistas que chega a Macau para jogar são do interior da China, e uma parte chega via Hong Kong. Neste sentido, a Morgan Stanley sublinha os dados do turismo divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos revelaram que, em Julho, perto de 2,6 milhões de visitantes chineses entraram em Macau, o que representou uma subida de 18,5 por cento comparado com o mesmo período de 2018. Ainda assim, Praveen Choudhary sublinha que este número representa um desaceleramento em relação à taxa de crescimento registada nos primeiros sete meses deste ano, que foi de 21,7 por cento.

Confirmar a regra

Outro dado incontornável na análise são os 24,45 mil milhões de patacas de receitas brutas apuradas pelo sector do jogo durante o mês de Julho, representando uma queda de 3,5 pontos percentuais em relação ao período homólogo de 2018. Número que não permite uma análise pormenorizada por não diferenciar entre receitas provenientes do sector VIP e de massas.

A Morgan Stanley já havia menorizado o possível impacto da turbulência política de Hong Kong na indústria do jogo ao referir que apenas dois por cento de todos os visitantes do Interior da China chega a Macau através de transportes que partem do centro de Hong Kong, onde os protestos são frequentes.

Aliás, esta situação já havia sido reportada pela JP Morgan, outro gigante financeiro também condenado por práticas ilegais que contribuíram para a crise global de 2008. “Cerca de 60 por cento do número total de visitantes chega a Macau através de Zhuhai, enquanto os serviços de ferries transportam de Hong Kong e Shenzhen 17 por cento. Pela Ponte HKZM chegam 15 por cento dos visitantes e no aeroporto de Macau aterram 9 por cento. No que diz respeito a turistas oriundos da China, 75 por cento chega através das fronteiras com Zhuhai”, enquadrou a consultora do banco de investimento.

“Estimamos que os protestos em Hong Kong afectem as receitas do jogo cerca de 0,5 por cento, impacto que se deve desvanecer gradualmente à medida que as pessoas encontram alternativas para visitar Macau”, escreveram Jeremy An e Christine Wang, analistas da DS Kim, afiliados da JP Morgan. Outro dos factores que dificulta a correlação entre os protestos e receitas do jogo prende-se com a dificuldade em relacionar o número de visitantes e quanto é gasto nos casinos.

Aliás, pequenos grupos de apostadores de grandes quantias, que representam uma percentagem ínfima do volume de visitantes, são importantes componentes no sector.

27 Ago 2019

DST atenta ao número de visitantes que pode vir a decair

[dropcap]O[/dropcap]s incidentes de Hong Kong ainda não interferiram nos números do turismo em Macau, que continuam a registar crescimento, mas já existem sinais de algum nervosismo por parte dos agentes de pacotes em grupo, que por cautela começam a alterar os percursos dos viajantes nesta região do Delta do Rio das Pérolas.

O turismo em Macau registou até ao mês de Junho um aumento acumulado de 20 por centro, face ao primeiro semestre de 2018. Apesar da situação instável que se vive na vizinha ex-colónia britânica, o efeito ainda não se reflecte em Macau.

“Em termos de impacto, temos acompanhado os dados estatísticos e, até Junho, os números são muito positivos. E os dados preliminares do mês de Julho, a que tivemos acesso, ainda nos dão um aumento além dos 10 por cento, o que é bastante forte”, revelou ontem a directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes.

No entanto, “durante este mês de Agosto, já tenho ouvido muitas opiniões da indústria, através das agências e guias turísticos, de que os grupos de turistas oriundos da China, sobretudo, que normalmente fazem um trajecto por Hong Kong e Macau, já começaram a cancelar viagens”, acrescentou a responsável.

Os operadores turísticos começam também a dar sinais de alteração dos destinos em oferta, deixando cair Hong Kong, mas incluindo Macau e outras cidades da Grande Baía. Os que têm voos directos para o território estão a equacionar estas mudanças, segundo a monitorização “quase diária” da DST. Os efeitos ainda não se podem avaliar, disse, porque na organização de grandes eventos e conferências, feitas a médio e longo prazo, Macau pode vir a sofrer consequências que só se repercutirão mais tarde.

A informação foi avançada ontem pela directora da DST, à margem da conferência de imprensa do 30º CIFAM, que se realiza em Macau nos meses de Setembro e Outubro, e onde são esperados muitos turistas com as festividades do Bolo Lunar e a semana dourada do 1 de Outubro.

26 Ago 2019

PSP desmantela mais três pensões ilegais no ZAPE e Taipa

[dropcap]A[/dropcap] Polícia de Segurança Pública (PSP) divulgou ter desmantelado três novas pensões ilegais, duas na Taipa e uma no ZAPE, tendo sido levados para investigação 23 indivíduos provenientes do Interior da China, noticiou ontem o jornal Ou Mun em língua chinesa.

Nos dias 19 e 20 de Agosto, a PSP realizou duas operações a unidades residenciais na Avenida de Kwong Tung e na Rua de Tai Lin, ambas na Taipa, após a recepção de denúncias relativas a duas supostas pensões para acomodação ilegal. Os agentes policiais, que foram enviados para os locais referidos, encontraram um total de 15 pessoas ali instaladas oriundas do Interior da China, 10 homens e 5 mulheres.

Após investigação, os hóspedes alegaram ter solicitado a habitação através de uma pessoa não identificada, por uma renda diária de 50 a 150 dólares de Hong Kong. As duas residências envolvidas foram confiscadas pelos agentes da Direcção dos Serviços de Turismo.

No dia seguinte, a 21 de Agosto, a PSP enviou também agentes para um apartamento na Rua de Nagasaki, no ZAPE, onde foram encontrados oito homens do Interior da China. Um dos homens foi acusado de gerir o alojamento ilegal e acabaria por ser levado para investigação. Durante o apuramento dos factos, os inquilinos declararam que os valores do aluguer ali praticados eram entre 100 e 300 dólares de Hong Kong. A fracção envolvida também acabou por ser encerrada pela DST.

Queixas da UGAMM

Entretanto, conforme noticiou também o jornal Ou Mun, a União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM) voltou a insistir para que o Governo acelere os trabalhos de reforço da criminalização do alojamento ilícito.

O subdirector da Delegação do Bairro das Ilhas, Cheong Iok Man, reiterou a urgência de o Governo apressar os trabalhos com vista a criminalizar esta prática ilegal, além de incentivar os moradores a denunciarem os casos suspeitos para aumentar a eficácia das operações, com vista a salvaguardar a segurança de edifícios.

Cheong Iok Man afirmou ainda que, nos últimos anos, a situação já se espalhou por todo o território, com o modelo de negócio a tornar-se cada vez mais oculto, através da substituição de panfletos pela divulgação online, o que dificulta cada vez mais o combate das autoridades.

O responsável comentou que, além de alojamento para visitantes, a polícia tem interceptado também locais utilizados para sequestro, usura, pornografia e estações emissoras de spam. “É óbvio que os problemas começam a ser um perigo para a segurança comunitária, podendo transformar-se em locais de crimes graves”, sublinhou.

26 Ago 2019

Jogo | Mais jovens procuram ajuda devido a dependência

Durante o primeiro semestre do ano, a faixa etária entre os 18 e os 29 anos foi a que mais procurou ajuda junto do Instituto de Acção Social devido a dependência do jogo. Até ao final de Junho, havia 61 registos de pessoas afectadas pelo vício. O bacará continua a ser o jogo preferido

 

[dropcap]A[/dropcap]o longo dos primeiros seis meses de 2019, a faixa etária que mais pediu auxílio ao Instituto de Acção Social (IAS) foi a mais nova de entre os que têm idade para jogar. Os dados divulgados são do sistema de registo central dos indivíduos afectados pelo vício do jogo que faz a comparação percentual do primeiro semestre deste ano com os anos desde 2011.

Assim sendo, o número total de indivíduos registados com problemas de vício do jogo até final de Junho situava-se nos 61 casos. Destes, a faixa etária mais afectada foi a dos 18 aos 29 anos com 27,87 por cento dos casos, a percentagem mais elevada desde que se recolhem estes dados (2011).

Outro dado que bateu recordes no primeiro semestre de 2019 foi a proporção entre géneros. Tirando 2013, ao longo dos meses deste ano, as percentagens de homens e mulheres com problemas de jogo estiveram mais perto, ainda assim discrepantes, com 63,93 por cento de homens e 36,07 mulheres. Aliás, a percentagem de mulheres com problemas de jogo praticamente duplicou face a 2018. Do universo total de jogadores problemáticos, a idade média situou-se nos 41,02 anos, quase mais 24 meses que no ano passado.

Dívidas e Bacará

Do universo de 61 jogadores problemáticos sinalizados pelo IAS no primeiro semestre deste ano, três quartos (75,4 por cento) enfrentam dificuldades devido a dívidas contraídas. Uma percentagem, desde 2011, apenas ultrapassada em 2013, que representou uma subida de 10 pontos percentuais em comparação com o ano passado.

Outro número que salta à vista nos dados divulgados pelo IAS é a percentagem recorde de indivíduos afligidos pelo distúrbio que não têm bilhete de identidade de residente. Desde que é feita esta contabilidade, o primeiro semestre de 2019 registou a menor percentagem de residentes afectados pelo vício: 78,69 por cento.

Mais uma vez, o jogo predilecto entre aqueles que se viciam foi o bacará, registando 50 por cento das preferências. Além disso, importa referir que as apostas desportivas (futebol e basquetebol) baterem o recorde nestes primeiros seis meses, ascendendo aos 10,87 por cento do total.

Entre as actividades profissionais mais afectadas pelo vício, o primeiro semestre de 2019 teve a percentagem mais elevada, desde que há registo, em trabalhos relacionados com a indústria do jogo (que não inclui croupiers), atingindo os 18,52 por cento.

Outro dado que reforça a ideia de novos apostadores com problemas de jogo é o item que mede os jogadores com membros da família que costumam apostar. Durante os meses analisados deste ano, registou-se a mais baixa percentagem, desde que há registo, com 50,82 por cento de viciados provenientes de famílias com apostadores.

26 Ago 2019

Economia | PIB contraiu 1,8 por cento no segundo trimestre de 2019

O Governo admitiu poder haver retracção económica na segunda metade do ano, após uma quebra no crescimento do PIB de 3,2 por cento no 1º trimestre e de 1,8 por cento no 2º trimestre, mas sublinha que a RAEM tem capacidade de resistir às adversidades

 

[dropcap]T[/dropcap]endo em conta o aumento incessante de factores de incerteza de origem externa, é de prever que a economia local continue a deparar-se com uma pressão de recessão durante a segunda metade do corrente ano”, refere o comunicado enviado pelo Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, no final da passada sexta-feira, após o conhecimento dos dados oficiais relativos ao segundo trimestre de 2019.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau registou uma contracção de 1,8 por cento no segundo trimestre no ano, em relação a igual período no ano passado, depois de um decréscimo de 3,2 por cento no 1º trimestre. O Governo atribui esta quebra no desempenho das contas locais “à redução das obras de construção e à diminuição contínua do investimento em activos fixos”.

De forma a combater esta tendência, o Governo de Macau vai “acompanhar, de perto, o impacto do ajustamento económico”, adoptando medidas relativas ao “mercado de emprego” e promovendo a “realização de grandes projectos de construção pública”.

O arrefecimento do 2º trimestre deveu-se também, em grande parte, ao decréscimo de investimento do sector público no sector da construção, de menos 51,6 por cento, face aos valores excepcionalmente elevados, em igual período de 2018, referentes aos trabalhos na ilha fronteiriça artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, justificou a DSEC na sua divulgação.

Como lembrou o gabinete de Lionel Leong, não obstante os desafios provocados pelas incertezas económicas, a taxa de desemprego no 2º trimestre do ano situou-se nos 1,7 por cento, menos 0,1 por cento do que em 2018, tendo a mediana do rendimento mensal do emprego em Macau sido de 16.300 patacas, o que corresponde a um acréscimo homólogo de 1,9 por cento.

A par destes números, os dados estatísticos do turismo revelaram-se igualmente positivos. No primeiro semestre do ano chegaram a Macau 20 284 633 visitantes, o que representou um acréscimo de 20,6 por cento, em termos anuais. A abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau também foi responsável pela vinda de mais visitantes, e é uma aposta do território na dinamização do sector.

Contas sólidas

Macau vai aproveitar “o forte alicerce das finanças públicas já solidificado e tirar proveitos da situação estável de pagamento externo, do regime de indexação confiável e do sistema financeiro consolidado, para fazer face às mutações da conjuntura económica externa, assegurando que as despesas públicas dedicadas ao bem-estar da população não sejam afectadas”, referiu o comunicado do Gabinete do Secretário.

O Executivo e os diversos sectores sociais preparam-se para “adoptar uma postura proactiva, redobrando esforços para responder às mudanças, mediante a manutenção da estabilidade e a adaptação conjuntural”, transformando em oportunidades as vantagens resultantes dos acordos da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

O desenvolvimento adequado das indústrias “reforçará a capacidade da RAEM na luta contra as adversidades” e, só neste primeiro semestre, foram constituídas 3.278 sociedades, mais 105 do que em idêntico período do ano passado. “O capital social destas sociedades cifrou-se em 3,40 mil milhões de patacas, representando um aumento substancial de 6,5 vezes”, o que revela que “o desempenho económico de Macau tem atraído mais investidores locais e estrangeiros”.

Sem dívidas

Além disso, o Governo da RAEM não tem “nenhuma dívida nem encargos, continuando a registar saldos financeiros positivos”. No primeiro semestre registaram-se saldos de “cerca de 30,5 mil milhões de patacas nas contas públicas” e, até ao final de Junho de 2019, o valor total dos activos da reserva financeira era de 569,3 mil milhões de patacas, correspondendo a uma subida homóloga de 10,9 por cento.

Os depósitos dos residentes também atingiram 654,65 mil milhões de patacas, até final de Junho de 2019, com um aumento homólogo de 11,1 por cento. Já os empréstimos internos ao sector privado cresceram 7,6 por cento, em termos anuais, atingindo 514,9 mil milhões de patacas, o que parece indicar, mais uma vez, a confiança na robustez das finanças locais.

26 Ago 2019

Jogo | Fosso salarial entre homens e mulheres aumenta 31%

[dropcap]N[/dropcap]o segundo trimestre deste ano, a discrepância de salários entre homens e mulheres que trabalham na indústria do jogo aumentou 31 por cento em relação ao período homólogo do ano transacto. De acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a remuneração média auferida por mulheres no período em análise fixou-se em 23.570 patacas, enquanto os homens receberam 25.870 patacas, ou seja, mais 2.300 patacas por mês.

Um valor que aumentou face ao segundo trimestre de 2018, quando um funcionário masculino ganhava mais 1.760 patacas do que uma mulher a desempenhar o mesmo trabalho. Feitas as contas, o fosso salarial entre géneros aumentou em quase um terço.

Outro dado revelador, em termos de igualdade de género, prende-se com o número dos directores e quadros dirigentes. No segundo trimestre deste ano, num total de 3.129 quadros dirigentes, 1.804 eram ocupados por homens, ou seja, em relação ao número total eram mais 479 do que as dirigentes mulheres.

Também neste indicador o fosso entre géneros aumentou em relação ao período homólogo do ano passado. No segundo trimestre de 2018, havia mais 307 homens em cargos de chefia do que mulheres, ou seja, num ano a diferente entre géneros nas posições de topo das empresas de jogo aumentou 56 por cento.

No fim do trimestre em análise existiam 904 postos vagos, ou seja, mais 81, face ao fim do segundo trimestre de 2018. A maioria das vagas pertencia aos “empregados administrativos” (79,5 por cento), observando-se que 588 destas vagas se destinavam aos “croupiers”.

Em relação aos requisitos de recrutamento, apenas 14,2 por cento das vagas requeriam experiência profissional, 64,7 por cento exigiam habilitações académicas inferiores ou iguais ao ensino secundário complementar, 77,2 por cento requeriam o domínio do mandarim e 21,9 por cento exigiam o do inglês.

23 Ago 2019

ANIMA | Associação quer encerramento do Matadouro

Conseguir com que o Governo encerre o Matadouro e mudar o nome e a estrutura da ANIMA para que tenha uma componente de protecção ambiental, são os objectivos a curto prazo de Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais

 

[dropcap]D[/dropcap]epois da vitória na luta pelo fecho do canídromo, a Associação Protectora dos Animais – ANIMA – vai tentar por fim ao Matadouro. A ideia foi deixada pelo presidente do organismo, Albano Martins, à TDM. O responsável tenciona dar início a um processo de encontros com o Governo para explicar a inutilidade da empresa Matadouro S. A. de Macau. “Há várias razões para o fecho do Matadouro, tal como existiam para o fecho do canídromo”, começa por dizer em entrevista.

A mais evidente tem que ver com o factor financeiro, sendo a Matadouro S.A. “um desastre”, uma vez que desde 2009 mantém “resultados negativos na ordem dos 20 milhões de patacas e não há meio de mudar”.

Albano Martins recorda que a companhia já fez duas “operações cosméticas” em termos financeiros”, uma em 2010 reavaliando o cativo “porque o capital social já estava comido em metade e pelas leis de Macau precisa de ser recuperado”. E em 2018, “reavaliando o novo activo com mais 10 milhões de patacas para conseguir ter uma posição financeira aceitável”, explicou.

A situação financeira da empresa é também “um desastre para o Governo” por não ter de pagar impostos, devido à actual situação em que se encontra.

Espaço precioso

A este desastre financeiro acresce o facto de o Matadouro ocupar um espaço “enorme” que é importante que “reverta para a comunidade” e ser transformado.

Por último, “não há sentido nenhum em continuarmos a matar animais em Macau quando podemos comprá-los já mortos”, uma vez que os processos de abate no território “já não é dos mais aceitáveis actualmente”.

São estas as razões que Albano Martins vai apresentar ao Governo, “e explicar cientificamente”, os motivos que justificam o encerramento do Matadouro. O presidente da ANIMA acredita que a proposta vai ser bem recebida pelo Executivo.

“Acho que o Governo vai fazer as contas e verificar que de facto não recebe impostos, que economicamente é um desastre, que está a ocupar um espaço enorme e finalmente se quiser ser honesto, perceber a desactualização do processo de abate”.

Novo nome, novo rumo

A ANIMA vai ainda mudar de nome e ter uma componente de defesa ambiental. “Em vez de ser Sociedade Protectora dos Animais passa a ser Sociedade Protectora dos Animais e da Natureza”, anunciou o responsável.

Para Albano Martins as questões ambientais “são importantes” e o objectivo é “tentar ter um segundo núcleo para observar como as coisas são feitas em Macau e inclusivamente apresentar queixas”.

Até Março do próximo ano Albano Martins tenciona deixar a presidência da ANIMA, sendo que a associação já se encontra à procura de um sucessor, “que fale chinês”. “Estou velho demais, tenho 70 anos “ justificou.

23 Ago 2019