Covid-19 | Iniciada testagem em massa após três novos casos

Após a confirmação do 72º e do 73º caso de covid-19 em Macau, começou ontem à noite a 3ª ronda de testes à população. Alvis Lo quer que a testagem seja feita em 48 horas e apela à população para ficar em casa para diminuir o risco de contágio

Seis dias depois do fim do 2º plano de testagem massiva, começou ontem às 21h a 3ª ronda de testagem em massa da população. A medida foi tomada no seguimento da confirmação de um novo caso de covid-19 em Macau e anunciada pelo director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long. Horas mais tarde foram confirmados dois outros casos conexos.

O primeiro caso diagnosticado ontem de manhã obrigou ao cancelamento de medidas que iam ser implementadas no mesmo dia, incluindo a possibilidade de deslocação para Zhuhai de pessoas inoculadas contra a covid-19, pelo menos uma dose, e com um teste negativo nas últimas 48 horas. As aulas, que deveriam ter recomeçado ontem, depois de canceladas após o último surto, também continuam suspensas.

“Vamos arrancar com uma nova ronda de testes em massa, para concluir em três dias, ou, se possível, em 48 horas. Vamos aperfeiçoar algumas medidas, nomeadamente reduzir o número de postos para 41 (…) porque [na última vez] houve postos com poucos atendimentos”, começou por dizer ontem Alvis Lo, na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

“Mais de 40 mil pessoas fizeram ontem [domingo] o teste de ácido nucleico para poderem passar a fronteira. Mas, com o novo caso confirmado, suspendemos a medida [de isenção de quarentena] para permitir a deslocação entre Macau e Zhuhai”, acrescentou.

Ao contrário da última ronda, desta vez haverá 41 postos de testagem em vez de 52, sem isenções para quem tenha realizado o teste de ácido nucleico por sua iniciativa nas 24 horas anteriores. De forma inédita, foi também deixada a nota de que as pessoas vacinadas contra a covid-19, apenas devem ser testadas após 24 horas a contar a partir da saída do local de inoculação.

À semelhança das rondas anteriores, a população de Macau tem três dias para, após prévia marcação online, se dirigir a um dos postos de testagem espalhados pelo território. Desta feita, além de 41 postos de testagem abertos 24 horas por dia e vias especiais para pessoas com necessidades, existem três postos de testes pagos destinados a quem pretende atravessar a fronteira

O novo plano de testagem começou às 21h de ontem e termina às 21h de quinta-feira. Quem não realizar o teste até ao limite estabelecido, terá o código de saúde com cor amarela.

Percurso por traçar

O 72º caso de covid-19 em Macau é referente a um homem de 46 anos, trabalhador não residente proveniente de Zhuhai, que faz remodelações do interior de habitações.

Antes de ficar retido em Macau devido à imposição de quarentena a quem entra em Zhuhai, fazia diariamente deslocações entre Macau e o território vizinho e utilizava um motociclo para circular em Macau.

Após entrar no território no dia 26 de Setembro, o paciente, vacinado com duas doses da vacina da Sinopharm, ficou alojado no “The Emperor Hotel”, no “Hotel Sands” e no “Hotel Victoria”. O teste acusou positivo ontem, após o paciente ter testado negativo a 28 e 30 de Setembro.

Alvis Lo Iek Long apontou que está neste momento a decorrer uma investigação para determinar a origem do contágio, os contactos próximos e se existe alguma relação com o surto anterior, que resultou na confirmação de sete casos de covid-19.

Tal como tem sido habitual, foram ainda definidas áreas de controlo e confinamento, distribuídas por “zonas vermelhas” e “zonas amarelas”.

Classificadas como zonas vermelhas estão o Grand Emperor Hotel (Avenida Comercial de Macau), o Hotel Victoria (Estrada do Arco) e o edifício Kam Do Lei (Rua de Pedro Coutinho). De fora das zonas de código vermelho ficou o Hotel Sands [ver caixa].

Definidas como zonas de código amarelo estão os números 40-40A do Edifício Hang Lei e os números 42-42A e 46 situados na Rua de Pedro Coutinho e os edifícios Kai Keng (nº13), Kou Wang (nº11-11E), Lei Kuan (15-15C), San Hou (21-21A) da Avenida Horta e Costa.

Do percurso conhecido, revelou a médica Lou Iek Hou, sabe-se apenas que o paciente esteve num café na Avenida da Longevidade, que tomou várias refeições em restaurantes na Rua da Barca e na Rua Sacadura Cabral e que frequentou o casino Oceanus.

Horas mais tarde, o Centro de Coordenação confirmou um novo caso de covid-19 em Macau (caso 73). O paciente é um homem de 52 anos, colega de profissão do primeiro caso, com quem trabalhou numa obra num edifício do Iao Hon. À semelhança do colega, o caso 73 foi inoculado com as duas doses da vacina da Sinopharm.

Ao início da noite de ontem o Centro de Coordenação revelou também as zonas vermelhas e amarelas relacionadas com o caso 73. As novas zonas de código vermelho situam-se no nº50 da Rua Dois e no Edifício Son Lei na Rua Três do Bairro Iao Hon.

Das zonas amarelas fazem agora parte o nº52 da Rua Dois e os números 2, 3 e 4 da Rua Três do Bairro Iao Hon, o Edifício Son Lei situado entre os números 49 e 51 da Avenida da Longevidade e as lojas de vendedores ambulantes aí localizadas.

Quando já decorriam os testes em massa, foi anunciado o 74º caso, relativo a um homem de 40 anos, oriundo do Vietname, que terá trabalhado nas mesmas fracções dos dois casos anteriores. Após ter sido identificado como um contacto próximo do 73º caso, foi levado a fazer teste de ácido nucleico que testou positivo. O centro de contingência adiantou que este paciente foi inoculado com uma dose da vacina da Sinopharm no dia 15 de Setembro.

Recorde-se que os códigos de saúde dos moradores das zonas vermelhas passaram a ter a mesma cor e estão obrigados a fazer quarentena no local de residência ou outro indicado pelas autoridades e ainda, testes de ácido nucleico regulares. Apenas os funcionários dos Serviços de Saúde estão autorizados a entrar nestas áreas. Por seu turno, nas zonas amarelas, apenas os moradores estão autorizados a entrar, estando também sujeitos a testes de ácido nucleico no local.

Risco comunitário

Durante a conferência de imprensa, o director dos Serviços de Saúde admitiu que, desta vez o risco para a comunidade é maior e apelou à população para ficar em casa o mais possível.

“Os residentes de Macau devem ter muito cuidado e permanecer em casa. Estamos a identificar as pessoas de contacto próximo e a fazer o nosso trabalho de prevenção. Nesta fase só podemos apelar aos residentes para não saírem de casa e respeitarem as medidas de prevenção da pandemia”, frisou Alvis Lo.

Fecho de casinos em cima da mesa

Alvis Lo Iek Long referiu que a decisão de fechar casinos e outros espaços de diversão está em cima da mesa, mas depende dos resultados da testagem em massa da população. “A 3 de Agosto não fechámos os casinos e, desta vez, ainda estamos a recolher dados relacionados (…) com o novo caso. Além disso, queremos acabar a testagem em massa dentro de 48 horas. De acordo com o resultado vamos tomar a decisão de fechar ou não os casinos, bem como os estabelecimentos de diversão”, apontou. Sobre as razões para não classificar o Hotel Sands como zona vermelha, a médica Leong Iek Hou explicou que quando o paciente visitou o estabelecimento tinha testado negativo para a covid-19 e que a prioridade é “tratar dos hotéis com mais risco” e onde o homem esteve mais recentemente, ou seja, o Hotel Emperor e o Hotel Victoria.

 

Vacinação | Serviços de Saúde suspenderam programa

Após terem sido detectados mais dois casos de covid-19, os Serviços de Saúde anunciaram que os 18 postos de vacinação ficaram suspensos, para serem utilizados para testagem. O serviço só deverá ser retomado posteriormente, quando acabar a testagem em massa da população, o que deverá ocorrer a 7 de Outubro. Ao mesmo tempo, os Serviços de Consulta Externa de especialidade, cirurgia programada não-urgente e serviços de diálise peritoneal do Hospital Conde São Januário são igualmente suspensos, regressando à actividade a partir de 8 de Outubro.

 

SAFP | Suspensa exigência de certificado de teste ou vacina

Face ao programa de testes em massa, que arrancou ontem à noite, os Serviços de Administração e Função Pública suspenderam a medida que exigia a apresentação semanal de certificado de teste de ácido nucleico ou comprovativo de vacinação. “Durante o período entre 4 e 10 de Outubro, está suspensa a apresentação do certificado do resultado de ácido nucleico por parte dos trabalhadores da Administração Pública que ainda não foram vacinados aquando da comparência ao serviço”, lê-se no comunicado emitido ontem.

 

IAM | Centros de serviços Toi San e Fai Chi Kei suspensos

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou ontem a suspensão dos centros de prestação de serviços ao público do Toi San e do Fai Chi Kei, devido ao surgimento de mais dois casos de covid-19. A medida tem efeitos a partir desta manhã e, segundo o IAM, os centros “passam a estar encerrados […] até data a ser comunicada posteriormente”. Face a esta situação, o IAM pediu a “atenção e compreensão dos cidadãos” e ainda que a população se coordene com os trabalhos mais recentes do Governo.

5 Out 2021

DSEDJ | Mais de 300 alunos transfronteiriços retidos em Macau

Mais de um milhar de alunos que estudam em Macau e vivem em Zhuhai foram afectados pelo cancelamento do ajuste de medidas transfronteiriças que estava previsto para as 12h de ontem. Sem poderem regressar a casa, o Governo instalou em pousadas os alunos que não têm família em Macau. Entretanto, o reinício das aulas voltou a ser suspenso

As aulas em Macau deviam ter recomeçado ontem, retomando o vai-e-vem de alunos transfronteiriços que vivem em Zhuhai, possibilitado pelo ajuste das medidas na fronteira que estava planeado para as 12h de ontem. A medida permitiria a entrada em Zhuhai de pessoas munidas de teste de ácido nucleico negativo com 48 horas e, pelo menos, de uma dose da vacina contra a covid-19.

O anúncio das autoridades do Interior ficou sem efeito a partir do momento em que foi divulgada a descoberta do 72.º caso positivo, deixando numa posição complicada mais de 1.000 alunos transfronteiriços que entraram em Macau para o regresso à escola. Sem aulas, ou possibilidade de regressarem, os alunos foram distribuídos por casas de familiares, as pousadas da juventude de Hác-Sá e Cheoc Van e o Centro de Actividades de Seac Pai Van.

Depois da notificação das autoridades de saúde sobre o novo caso, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude anunciou a “suspensão do reinício das actividades lectivas até novo aviso e enviou, imediatamente, pessoal às escolas e a todos os postos fronteiriços para apoiar os alunos transfronteiriços”.

Pouco depois de se conhecer o caso positivo revelado ontem, circularam nas redes sociais imagens de jovens estudantes retidos nos postos fronteiriços, e foi mesmo revelado que alguns teriam ficado entre os dois territórios, ou seja, atravessaram o lado de Zhuhai e antes de entrar em Macau tentaram regressar ao Interior. Retorno que não foi autorizado, tornando a entrada na RAEM inevitável.

Depois de apelar a que não permanecessem nas proximidades dos postos fronteiriços, a DSEDJ sugeriu aos alunos que fossem para casa de familiares e, caso não tivessem qualquer domicílio em Macau, que voltassem às escolas onde estudam.

Albergues estudantis

Quanto ao acolhimento de jovens impossibilitados de regressar a Zhuhai, o vice-director da DSEDJ Kong Chi Meng garantiu ontem que Macau tem alternativas suficientes para garantir a estadia segura dos alunos. “Temos postos suficientes para estes alunos”, assegurou Kong Chi Meng, acrescentando a disponibilidade de mais de duas centenas de lugares. Além disso, pessoal da DSEDJ foi encarregado de cuidar dos alunos, nomeadamente adquirindo bens essenciais para não passarem privações.

“Os pais não precisam de ficar preocupados”, afirmou o responsável da DSEDJ, apelando ao contacto dos encarregados de educação caso os alunos tenham necessidades específicas.

Face à nova suspensão das actividades lectivas, Kong Chi Meng afastou a hipótese de arrancar com aulas online durante a fase de testagem universal. “Durante o período de teste em massa não achamos adequado iniciar o ensino online porque tantos os docentes como os funcionários escolares estão a apoiar as operações de testes”, disse. Porém, finda a testagem e caso as aulas presenciais não sejam uma realidade fiável, o responsável da DSEDJ adiantou que o ensino online pode ser uma solução. Hipótese que não entende ser viável para alunos até ao 3.º ano de escolaridade, que devem continuar a cumprir trabalhos de casa e exercícios pedagógicos, “para manter o ritmo de aprendizagem”.

5 Out 2021

Pandora Papers | Vitalino Canas recebeu procuração para abrir contas em Macau

O ex-deputado do Partido Socialista surge identificado nos documentos acedidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação. Vitalino Canas não é proprietário de qualquer empresa offshore, apenas recebeu uma procuração para abrir e operar contas em Macau

O português Vitalino Canas é o responsável pela ligação entre Macau e a mais recente investigação às empresas offshores do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, conhecida como Pandora Papers.

De acordo com o jornal Expresso, o ex-deputado português não é beneficiário de uma empresa do género, mas foi autorizado por uma offshore a abrir contas bancárias em Macau e assinar contratos para a instalação de linhas de comunicação.

A empresa em causa é a Secucom International Holding Limited, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, e a procuração foi passada ao político e a um cidadão russo a 27 de Fevereiro de 2012. O documento está assinado por Anatol Weinstein, que surge como o único administrador da Secucom International.

De acordo com o texto da procuração, a Vitalino Canas foram conferidos poderes para “abrir e operar contas em dólares, ou qualquer outra moeda, em quaisquer bancos ou outras instituições financeiras em qualquer parte do mundo, nomeadamente China, Macau e o resto da área do Pacífico, em nome da empresa”.

Além de actuar junto dos bancos, a empresa autorizou igualmente Vitalino Canas e o cidadão russo, que nunca é identificado, com a procuração a conferir poderes para que fossem assinados documentos e formulários em nome da empresa, incluindo para contratar uma linha [telefónica] à Companhia de Telecomunicações de Macau [CTM] e serviços dos Correios de Macau.

“De acordo com a lei”

Questionado sobre esta relação, o também antigo secretário de Estado disse, ao Expresso, que não tinha encontrado a procuração no seu arquivo: “O mais próximo que encontramos é uma procuração em língua estrangeira, deficientemente traduzida, não minutada por nós e que não encontramos registo de ter sido utilizada (ao que me recordo por a termos considerado tecnicamente incorreta, porventura inválida, e por nunca ter sido necessário)”, respondeu.

Segundo Vitaliano Canas, no caso de o escritório ter prestado serviços terá sido tudo declarado “de acordo com a lei portuguesa”. “Os honorários e as despesas praticadas por conta da cliente pelos advogados da VCA [Vitalino Canas e Associados] foram facturados e declarados nos termos da lei portuguesa. A possibilidade de qualquer pessoa singular ou colectiva, qualquer que seja a sua condição ou origem, recorrer a advogados, técnicos juristas ou consultores jurídicos no contexto de processo judicial, particularmente quando são a parte mais frágil, é um pilar insuprível do Estado de Direito”, foi respondido.

Escândalo de corrupção

De acordo com a informação avançada pelo Expresso, a Secucom International Holding Limited era uma empresa de produtos e sistemas de segurança. A pouca informação online aponta que a companhia ganhou um concurso de 100 milhões de dólares com o Governo de Malawi “para a venda de cartões de identidade nacional”.

Contudo, em 2012, mais de 10 anos após o contrato ter sido assinado, havia em tribunal um diferendo entre a Secucom e o Governo do Malawi. O caso é mencionado num relatório de 2004 do Banco Mundial face ao país africano como um dos “grandes casos de corrupção” no país. Segundo a acusação contra a empresa, o contrato tinha sido aparentemente inflaccionado por pagamentos de grandes comissões e não satisfazia os requisitos de aquisição e pagamento. Foi cancelado na sequência de uma decisão judicial contra um recurso interposto pela Secucom para anular uma restrição do ACB [Gabinete Anti-Corrupção] sobre a venda.

Após ter deixado o cargo de deputado, em 2019, Vitaliano Canas candidatou-se ao lugar de juiz no Tribunal Constitucional. Foi chumbado pelo Parlamento, inclusive com oposição dentro do PS, de políticos como Manuel Alegre e Ana Gomes.

5 Out 2021

Jogo | Setembro foi o segundo pior mês do ano

Apesar da subida mensal de 32 por cento, as receitas brutas dos casinos registaram, em Setembro, o segundo pior resultado do ano. Ainda assim, as 5,87 mil milhões de patacas de receitas representam uma subida anual de 165 por cento. Lei Wai Nong diz que a quebra de receitas vai gerar mudanças “óbvias” no orçamento, mas não avança previsões

 

De acordo com dados divulgados na passada sexta-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), em Setembro de 2021 as receitas brutas dos casinos de Macau registaram uma subida para 5,87 mil milhões de patacas em termos mensais, ou seja mais 1,45 mil milhões relativamente a Agosto, altura em que as receitas se fixaram em 4,42 mil milhões.

Apesar da subida de 32,2 por cento, o resultado continua a reflectir o momento pouco auspicioso para o sector, adensado pelos surtos de covid-19 em Macau registados no início de Agosto e a 24 de Setembro, que levaram à imposição de medidas mais rígidas nas fronteiras e à testagem em massa da população. Isto, tendo em conta que o registo de Setembro é o segundo pior do ano.

Em relação ao período homólogo de 2020, registou-se um aumento de 165,9 por cento. O valor está, ainda assim, longe dos 22,08 mil milhões de patacas arrecadados em Setembro de 2019, antes da pandemia de covid-19, o que representa uma queda de 73,4 por cento.

Quanto à receita bruta acumulada desde o início do ano, segundo os dados da DICJ, registaram-se ganhos de 75,6 por cento, dado que o montante total gerado entre Janeiro e Setembro de 2021 foi de 67,78 mil milhões de patacas, ou seja mais 29,18 mil milhões de patacas do total acumulado ao final dos primeiros nove meses de 2020 (38,60 mil milhões).

Recorde-se ainda, que os novos casos de covid-19 foram diagnosticados nas vésperas da Semana Dourada do Dia Nacional, frustrando as ambições elevadas que o sector do jogo, e não só, tinham na vinda a Macau de turistas do Interior da China nesta altura.

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, lembrou recentemente que a estimativa inicial dos impostos sobre as receitas dos casinos de Macau para este ano “já tinha sido conservadora”, mas que a detecção de casos em Agosto e Setembro acabou por frustrar a recuperação daquele que é o motor da economia do território.

 

Sem previsões

 

Também o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong vincou que as mudanças ao orçamento são “óbvias”, mas não avançou projecções sobre as alterações a implementar ou acerca das receitas de jogo estimadas para o mês de Outubro.

De acordo com a TDM-Rádio Macau, o secretário apontou que importa agora prestar atenção ao que acontece nos próximos meses.

“As receitas de jogo ocupam mais de 80 por cento das receitas e esta é uma indústria única de Macau. Os casos de dia 3 de Agosto e 24 de Setembro obviamente que causaram impacto à nossa sociedade e iremos analisar as nossas quebras de receitas. Portanto, iremos, mais uma vez, rever o nosso orçamento. Temos que estar atentos aos meses de Outubro e Novembro. As mudanças no orçamento vão ser óbvias e vamos ter de ir novamente à Assembleia para fazer uma revisão orçamental e só depois de obter a concordância é que se vai avançar”, disse à margem das celebrações do dia Nacional da China, na passada sexta-feira.

Para este ano, o Governo de Macau previa arrecadar em impostos sobre o jogo cerca de 130 mil milhões de patacas, o que representa, mesmo assim, metade do orçamento estimado para 2020.

5 Out 2021

Mais de 700 residentes não participaram na testagem em massa

Um total de 746 residentes continua sem realizar o teste à covid-19 no âmbito da medida de testagem em massa após a ocorrência de novos casos no território. Número reduzido face às 10.190 pessoas, na maioria turistas e trabalhadores não residentes (TNR), que também não foram testadas.

“Muitos dos TNR e turistas já saíram de Macau”, disse a médica Leong Iek Hou, coordenadora do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus. “Uma pequena parte continua a recusar fazer o teste e estamos a acompanhar estes casos. Daremos um prazo de tolerância, mas se até às 21h horas de amanhã [hoje] não realizarem o teste a polícia irá a casa exigi-lo. Caso contrário, terão de fazer uma quarentena de 14 dias”, apontou a responsável.

Relativamente à transferência das mais de 150 pessoas em quarentena nos hotéis onde foram registadas as infecções, 132 foram para o hotel Sheraton, enquanto que os restantes irão para o hotel Treasure. Será ainda feita uma desinfecção geral ao hotel China Golden Crown.

“Até agora a transmissão é apenas entre os agentes de segurança, não há um meio de transmissão com as pessoas que estão no hotel. Apenas queremos transferi-los para satisfazer as suas necessidades psicológicas”, foi referido.

Entretanto, cerca de 600 pessoas, na maioria TNR do Interior da China, estão no centro de acolhimento da Ilha Verde por estarem retidas no território.

Faltas justificadas

Relativamente a quem tem de realizar quarentena em hotéis devido a contacto próximo com os novos casos de infecção, Leong Iek Hou garantiu que a lei os protege de eventuais despedimentos.

“Os Serviços de Saúde vão emitir um certificado para estas pessoas que estão em quarentena. As empresas privadas podem ter regras diferentes, mas segundo a lei [Lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis], não podem despedir as pessoas por causa da quarentena.”

Ontem foram também revelados dados sobre o caso de infecção número 71, relativo a um homem de 38 anos, oriundo de Zhongshan. O indivíduo, que não reside em Macau e foi vacinado, partilhou balneário com os seguranças do hotel Golden Crown e efectuou o mesmo trajecto dos casos 65 e 66. O Centro de Coordenação partilhou as suas informações com as autoridades de Zhongshan.

“O risco de transmissão é baixo porque no dia 24 [o homem] fez um teste negativo, mas estava em isolamento, e só no dia 28 teve resultado positivo.”

Sobre o facto de os seguranças terem partilhado o mesmo balneário, foram dadas explicações adicionais. “Estes dois hotéis trabalham com a mesma empresa de segurança, mas nesse vestiário quem tinha tarefas de alto risco frequentou um espaço, e quem tinha tarefas com menos riscos ia para outros espaços. Vamos rever se estas medidas são boas ou más, dependendo dos recursos disponibilizados por cada hotel”, explicou Leong Iek Hou.

Testes | Resultados da segunda ronda são todos negativos

Os resultados das amostras recolhidas por durante o segundo plano de testagem em massa da população deram todos negativo. De acordo com o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus entre as 15h de 24 de Setembro e as 15h horas de 25 de Setembro foram recolhidas, no total, 689.766 amostras, das quais 44.536 dizem respeito a testes de ácido nucleico pagos.

“O Centro de Coordenação (…) manifesta agradecimento pela cooperação e apoio dos residentes de Macau. Agradece ainda em particular aos 2.500 participantes dos vários serviços públicos e profissionais de saúde de instituições médicas, 100 voluntários no âmbito de medicina, bem como aproximadamente 2.000 pessoas das escolas e jovens voluntários”, pode ler-se em comunicado.

30 Set 2021

Justiça | AAM recorre de decisão que decretou processo disciplinar à direcção 

A Associação de Advogados de Macau vai recorrer da decisão do Tribunal Administrativo que decretou ao Conselho Superior de Advocacia a abertura de um processo disciplinar para apurar eventuais responsabilidades na suspensão de um estágio de advocacia

 

O Tribunal Administrativo (TA) decidiu, no passado dia 3 de Setembro, que o Conselho Superior de Advocacia (CSA) deveria abrir um processo disciplinar à direcção da Associação dos Advogados de Macau (AAM) por alegados atrasos na execução de uma sentença, relativa à suspensão de um estágio de advocacia. No entanto, segundo apurou o HM, a direcção da AAM recorreu da sentença.

O advogado estagiário, que voltou a estagiar e cujo patrono é João Soares, não vai, para já, interpor novo processo a pedir indemnização de 60 mil patacas por danos patrimoniais e não patrimoniais, optando por esperar pela decisão judicial do recurso.

O HM tentou obter reacção da direcção da AAM, presidida por Jorge Neto Valente, mas até ao fecho desta edição não recebeu resposta.

Recorde-se que a sentença do TA determinava a extracção “da certidão para remeter ao CSA depois do trânsito em julgado desta decisão”, com base no Código do Processo Administrativo Contencioso, pelo facto de se suspeitar que a direcção da AAM não executou a sentença dentro do prazo, atrasando formalidades no regresso do advogado ao seu estágio.

Segundo o acórdão do TA, a direcção da AAM “fundamentou o atraso na sua execução com a falta de pessoal (…) além das funções administrativas da AAM”, e que teria feito também acompanhado vários processos judiciais”.

Caso de Fevereiro

O caso remonta a 3 de Fevereiro deste ano, quando a AAM suspendeu a inscrição do advogado estagiário que tem João Soares como patrono, tendo comunicado a decisão no dia 8 desse mês aos tribunais e à Comissão de Apoio Judiciário. A AAM foi também informada deste acto através de circular interna.

O advogado estagiário decidiu colocar a direcção da AAM em tribunal e ganhou a acção a 15 de Março. No dia 18 do mesmo mês, a AAM “informou o advogado estagiário para se apresentar de modo a realizar as provas escritas ao 29º exame final de estágio marcadas para os dias 20 e 27 do mesmo mês”.

O advogado estagiário colocaria a direcção da AAM novamente em tribunal, a 20 de Abril, alegando “a falta do cumprimento espontâneo da decisão judicial”, que incluía a informação, a diversas entidades judiciais, do fim da suspensão do estágio. Só no dia 30 de Abril a AAM informou os associados e a 4 de Maio os organismos públicos e judiciais.

30 Set 2021

Economia | Desemprego baixou 0,2% entre Junho e Agosto

Entre Junho e Agosto, a taxa de desemprego fixou-se em 2,8 por cento. Olhando em detalhe, a taxa de desemprego de residentes foi de 3,7 por cento nesse período, menos 0,2 pontos em relação ao período entre Maio e Julho. Já a taxa de subemprego variou na direcção oposta, com a subida de 0,2 pontos percentuais

 

O desemprego é um dos indicadores estatísticos que reflecte mais directamente a condição socioeconómica de uma comunidade. Capítulo que parece estar a melhorar na RAEM, pelo menos, de acordo com os dados revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

O organismo anunciou ontem que entre Junho e Agosto deste ano a taxa de desemprego fixou-se em 2,8 por cento e que no segmento de residentes a taxa foi de 3,7 por cento, valores que representam descidas de 0,1 e 0,2 pontos percentuais em relação ao trimestre compreendido entre Maio e Julho.

Em relação ao subemprego, as autoridades dão conta de um aumento de 0,2 pontos percentuais para uma taxa de 3,7 por cento.

Quantos somos

Durante o período em análise, a população activa que vivia em Macau totalizava 387.000 pessoas, o que corresponde à taxa de actividade de 68,5 por cento. A população empregada foi composta por um universo de 376.300 trabalhadores, 279.600 deles residentes, o que representou subidas de 3.400 e 4.600 pessoas, respectivamente, em comparação com o período precedente.

Jogo e restauração foram os sectores mais beneficiados com a flutuação da taxa de desemprego entre Junho e Agosto, ao contrário do sector do comércio por grosso e a retalho que registou mais desemprego.

No período analisado, a DSEC totalizou 10.600 desempregados, menos 400 em relação ao período transacto.
Entre quem procurou novo emprego, a maioria era de trabalhadores do sector do jogo, incluindo junkets, e da construção civil.

Quanto aos jovens que procuraram o primeiro emprego, a DSEC indicou que constituíram 12,5 por cento da população desempregada, valor que demonstra uma subida de 3,3 por cento em relação ao período transacto. As autoridades justificaram a flutuação com a entrada no mercado de trabalho de recém-graduados.

29 Set 2021

DSEDJ | Negada suspensão de aulas até 15 de Outubro

No seguimento da notícia avançada ontem através da comunicação social sobre o prolongamento da suspensão das aulas presenciais até ao dia 15 de Outubro, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) esclareceu que ainda não foi tomada uma “decisão final” e que, para já, a interrupção vigora até ao próximo domingo.

“A DSEDJ esclarece que as aulas do ensino não superior estão suspensas até ao dia 3 de Outubro, e as instituições do ensino superior suspenderam as suas actividades pedagógicas presenciais. Neste momento, a DSEDJ ainda está a estudar e a avaliar, de forma dinâmica, a evolução da epidemia, não havendo ainda uma decisão final”, pode ler-se no comunicado.

A notícia avançada ontem, que acabaria por não ser confirmada pela DSEDJ, dava conta que, entre os dias 5 e 15 de Outubro, as aulas do ensino não superior seriam ministradas online, prolongando assim o cancelamento das actividades presenciais, decretado à luz do mais recente surto de covid-19 em Macau.

29 Set 2021

Covid-19 | Mais quatro seguranças infectados

Os Serviços de Saúde vão transferir mais de 150 pessoas em quarentena para outros hotéis. O surto surgiu no Hotel China Golden Crown, mas Alvis Lo deixou uma mensagem: “não pensem em apurar responsabilidades”

 

O Governo confirmou ontem a existência de mais quatro pessoas infectadas com covid-19 no território, três são seguranças do Hotel China Golden Crown e um é segurança no Treasure Hotel. Os três primeiros casos foram revelados ontem em conferência de imprensa, e, de acordo com os Serviços de Saúde (SSM), estiveram em contacto com o 64.º infectado, também ele segurança no hotel China Golden Crown.

“Temos mais três casos adicionais [de infecção]. Estão relacionados com agentes de segurança do hotel. Há uma relação com o caso 64, e foi por isso, que anteriormente e atendendo a estas circunstâncias, enviámos todos os empregados de limpeza e outros trabalhadores para quarentena”, revelou Alvis Lo, director dos SSM. “O mais importante é que os seguranças já estavam em quarentena desde 24 e 25 de Setembro. Os primeiros dois testes que lhes realizámos foram negativos só o terceiro foi positivo. Mas, como estavam em quarentena, o risco para a comunidade é relativamente baixo”, acrescentou.

Por seu turno, aquele que viria a ser o quarto caso do dia e o 71.º da contagem total, é um homem de 38 anos, vacinado contra a covid-19, que partilhava o balneário com os seguranças do hotel Golden Crown e efectuou o mesmo trajecto dos casos 65 e 66.

Na sequência dos novos casos, o Governo vai transferir mais de 150 pessoas em quarentena no Hotel China Golden Crown para outros hotéis, mesmo admitindo que poderá haver riscos no transporte. “Temos de reparar que houve cinco casos neste hotel. Se estivessem no lugar das pessoas em quarentena não queriam sair deste hotel? Nós temos de pensar nisso…”, afirmou Alvis Lo. “Não estamos a dizer que estas pessoas estão numa situação de risco elevado.

Mas elas estão preocupadas por ter havido cinco casos no hotel. Por isso, vamos tomar medidas rigorosas para minimizar os riscos durante o transporte”, sublinhou.

A medida não implica o pessoal trabalhador do hotel China Golden Crown que vai ficar em quarentena no próprio hotel, numa lógica de circuito fechado, ou seja, sem contacto com o exterior.

Mais zonas amarelas

Com os novos casos foram decretadas mais zonas amarelas, que vão obrigar os residentes a fazerem um teste de ácido nucleico com resultado negativo, antes de poderem circular. As zonas foram delineadas com base na zona de residência dos novos infectados.

As ruas afectadas são os edifícios Man Wa, Hao Chon, Chan Chan, Vai Fai, Veng Fat, Lei Son e Man Fok na Travessa da Palmeira, Rua da Palmeira e Travessa do Enleio. Na Rua da Erva, Travessa da Corda, e Beco do Cavalo ficam ainda sujeitos a código amarelo os residentes dos edifícios Kam Fong, Yuen Kei, Fu Heng e Si Chon.

Ao contrário do que tem sido habitual, desta feita não foram delimitadas zonas vermelhas, que obrigam quem vive nesses espaços a fazer quarentena. Segundo a explicação de Alvis Lo, tal deveu-se ao facto de os infectados já estarem de quarentena desde a semana passada, o que faz com que não tenham estado em contacto com a comunidade.

Sobre o impacto do caso 71 para a definição de novas zonas de controlo, não foram avançadas informações até ao fecho da edição.

E as responsabilidades?

O facto de ter surgido um surto num nos espaços reservados a quarentena levou a que os representantes do Governo fossem confrontados com várias questões sobre a atribuição de responsabilidades. Um dos aspectos mais abordados, foi a supervisão das medidas de segurança nos hotéis de segurança pela Direcção de Serviços de Turismo (DST) e dos Serviços de Saúde (SSM).

No início do surto mais recente, o Governo tinha responsabilizado dois seguranças por não terem utilizado a máscara correctamente, durante o trabalho, o que terá feito com que fosse infectados.

No entanto, Liz Lam, representante da DST, afirmou até ontem não ter informações sobre as irregularidades cometidas. “Os hotéis têm de cumprir as recomendações. Fazemos inspecções e durante as visitas, se verificarmos irregularidades e o não cumprimento das exigências vamos pedir imediatamente aos hotéis para procederem aos trabalhos de melhoramento”, afirmou Liz. “Neste momento, não tenho qualquer informação sobre casos irregulares nos hotéis”, completou. Ainda assim, a representante da DST garantiu que este organismo segue “as orientações dos Serviços de Saúde”.

Por sua vez, o director dos SSM, Alvis Lo, decidiu partilhar “um pensamento pessoal” a pedir às pessoas que não se foquem nas responsabilidades pelo surto. “Não pensem em apurar as responsabilidades, mas antes no funcionamento e execução destas funções no futuro. Desta vez, foram [afectados] os funcionários e os hotéis, que estão a desempenhar um papel muito importante. Por isso, não podemos apurar sempre as responsabilidades”, desabafou Lo. “Se estivermos a apurar as responsabilidades quem vai fazer o trabalho [de quarentena] no futuro?”, questionou.

À procura de 10 mil

O Governo vai entrar em contacto com cerca de 10 mil cidadãos que não foram testados durante os três dias de testes em massa. Os números foram revelados por Tai Wa Hou, médico responsável pelo programa de vacinação. De acordo com a informação disponibilizada às 22h de ontem, e após o fim do período de testagem, no total foram recolhidas amostras de 689.766 pessoas e todos os resultados deram negativo. Assim sendo, Alvis Lo acredita que não é preciso fazer uma terceira ronda de testes em massa.

29 Set 2021

IAM | Conselheiro culpa seguranças por surto

Chan Pou San, membro do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), considera que o último surto de covid-19 “só ocorreu porque os dois seguranças falharam no cumprimento das medidas rigorosas de prevenção”. As declarações de Chan, que defendeu a remoção de nomes “colonialistas” das ruas, foram publicadas ontem no jornal Cheng Pou.

Entre sexta-feira e sábado foram revelados três casos de covid-19 em Macau. O primeiro atingiu um residente em quarentena, mas espalhou-se a dois seguranças nepaleses do hotel onde o primeiro paciente estava em observação médica. De acordo com os Serviços de Saúde, os dois trabalhadores terão sido infectados por não terem utilizado correctamente as máscaras. “Foi devido a erros elementares que houve o surto, que estão a afectar não só Macau e Cantão, mas a espalhar-se por todo o país”, apontou.

Segundo o também vice-presidente da Associação dos Conterrâneos de Jiangmen, este comportamento mostra que é preciso “persistir” nas medidas de segurança, mesmo que as pessoas se sinta cansadas de dois anos de pandemia.

Em relação às consequências do surto mais recente em Macau, Chan Pou San indicou ter causado “impactos sérios no tecido social, negócio do turismo, manutenção dos empregos e na possibilidade de os estudantes frequentarem as aulas”.

29 Set 2021

Economistas defendem política de “zero casos” de covid-19 e apontam para mais apoios

O economista José Sales Marques e o presidente da Associação Económica de Macau, Lau Pun Lap, consideram os recentes surtos de covid-19 em Macau estão a ter um impacto profundo na economia do território e que a prioridade continua a ser a segurança sanitária da população. Para minimizar os riscos, o Governo deve ponderar o lançamento de mais medidas de apoio.

Contactado pelo HM, apesar das consequências negativa dos surtos recentes para os negócios, o economista José Sales Marques considera que “não há muitas saídas”, senão prosseguir a actual política de “zero casos” que está a ser praticada pelo Governo de Macau.

Isto, tendo em conta, para além da baixa taxa de vacinação, as “vulnerabilidades” estruturais de Macau do ponto de vista económico e ao nível de equipamentos de saúde.

“Teorias há muitas, mas na prática como se vai resolver as questões? É melhor resolver as coisas de uma forma realista e com aquilo que se tem. Não com aquilo que se esperava ou desejava ter. Acho que não há muitas outras saídas senão prosseguir nesta política. Ou seja, a política do Governo de Macau de controlar a situação do ponto de vista sanitário e da saúde pública e apelar à população para se vacinar rapidamente. Isto para chegarmos a um ponto em que possamos estar mais à vontade”, começou por dizer Sales Marques.

Sobre as incertezas que assolam os empresários e as PME, o economista, também ele gestor, admite que “há muitas dificuldades em fazer planos”, mas que no actual contexto é preciso continuar a olhar para a frente e a jogar com as probabilidades.

“Qualquer gestor tem muitas dificuldades em fazer planos. Mas temos que fazer planos porque temos de trabalhar para a frente e não para trás. Não podemos estar a chorar sobre o leite derramado. Temos de ser pro-activos e jogar com as probabilidades e, nesta fase, a probabilidade de as coisas não acontecerem é relativamente elevada”, partilhou.

Acerca do impacto imediato do último surto em Macau, José Sales Marques considera que este teve o condão de “retirar qualquer esperança” que próxima semana “fosse efectivamente dourada” e de afectar eventuais perspectivas de melhoria até ao final do ano.

“O impacto é grande e havia uma certa expectativa de que a recuperação económica continuasse em velocidade de cruzeiro até ao final do ano e isso não vai ser possível”.

José Sales Marques aponta ainda ser “provável” que apareçam, por parte das PME e pequenos negócios, mais pedidos de apoio económico ao Governo.

Bolsos vazios

Também o presidente da Associação Económica de Macau, Lau Pun Lap, considera que o Governo deve sondar os anseios da população e o impacto do novo surto de covid-19, para avaliar a necessidade de avançar com uma nova ronda de apoios económicos.

Citado pelo jornal Ou Mun, o antigo deputado sublinha que, apesar de o “plano de benefícios do consumo por meio electrónico” estar ainda em vigor, “o saldo de muitos residentes é de zero patacas”. Por isso mesmo, apontou Lap, o Governo deve tirar ilações para tomar decisões focadas no “bem-estar económico futuro”, dando especial atenção às PME.

Com as esperanças depositadas na Semana Dourada a saírem goradas e os cancelamentos das reservas nos hotéis a aumentar, Lau Pun Lap mostra-se preocupado com o facto de “muitas PME correrem o sério risco de fechar portas”.

Nesse sentido, o ex-deputado sugere que o Governo esteja “muito atento” às consequências dos novos surtos em Macau e que introduza medidas para estabilizar a confiança do mercado.

29 Set 2021

Covid-19 | PME sufocadas com política do “abre e fecha”

Uma empresa do sector da educação, um ginásio e um bar. O HM ouviu relatos de proprietários que sofrem na pele a política de encerrar espaços de lazer, desporto ou educacionais cada vez que se registam casos de covid-19 na comunidade. Além disso, pedem regulamentação das medidas restritivas

 

Quando fundou a FORMAC, pouco antes do início da pandemia, Susana Diniz não imaginava as dificuldades que iria passar nos meses seguintes. A empresa, que disponibiliza explicações e aulas de línguas para crianças e adultos, fechou durante cinco meses em 2020. A actual política do Executivo de encerrar alguns negócios cada vez que surgem casos de covid-19 no território está a obrigar a microempresária a reestruturar planos todos os meses.

“Não é economicamente aceitável, nem sustentável, que tenhamos de fechar uma semana aqui ou três semanas acolá. Se fechar perco alguns clientes pelo caminho”, adiantou ao HM.

Susana Diniz diz sentir o “sufoco” de quem já não consegue fazer planos, nem sequer, a médio prazo. “Estou ligada ao ensino, as escolas e os centros de explicações fecham, e eu vou pelo caminho. Há cerca de três meses criei um clube de leitura para divulgar o português e para ajudar os miúdos que temos. O projecto estava a correr bem, mas este mês já não vamos conseguir fazer.”

“Gostava de acreditar que o Governo vai terminar com esta política de encerramentos cada vez que é registado um caso. Não esperava que, com apenas dois casos, a solução fosse esta”, apontou. A fundadora da FORMAC questiona porque é que são sempre as Pequenas e Médias Empresas (PME) a “pagar” esta crise. “Porque é que é sempre o mesmo sector, o da educação? São medidas arbitrárias.”

Ao contrário de Agosto, quando foram detectados na comunidade quatro casos de covid-19, ligados a uma só família, e em que fecharam escolas, espaços nocturnos, bem como outros espaços de lazer, incluindo ginásios, desta vez o Governo mandou encerrar apenas escolas, instalações culturais e desportivas.

Perdas de 50 mil patacas

Nuno Fernandes, fundador do Gymnastics Club, virado também para o desporto infantil, foi obrigado a fechar portas em Agosto e perdeu cerca de 50 mil patacas. Desta vez fechou portas, mas apenas por “cooperação com as medidas do Governo”, para evitar aglomerações de pessoas.

“Parece-me que agora houve um cuidado [com a política de encerramentos], mas é sempre difícil quando temos de gerir um espaço e nos vemos privados da sua essência, que é a participação dos clientes. Não conseguimos ainda recuperar dos prejuízos”, disse.

Para Nuno Fernandes, o Governo deveria “regulamentar regras como a lotação máxima de pessoas num espaço, o uso de máscara, a medição da temperatura à porta e o uso dos códigos de saúde. Se houvesse fiscalização dos espaços abertos o impacto nas PME seria menor”, frisou.

Na visão do fundador do Gymnastics Club, o cartão de consumo ajudou a situação socioeconómica, mas não deu apoio directo às PME. “Se cada vez que houver casos na comunidade fecharmos tudo, as PME vão sofrer muito e terão de fechar portas. Não dá para manter o pagamento de rendas e funcionários. Se houvesse medidas como nos restaurantes, com o controlo da lotação, seria mais justo”, considerou.

Gabriel Yung, proprietário do bar Che Che, situado fora dos empreendimentos de jogo, contou que os últimos meses têm sido financeiramente difíceis. “Tentamos cortar nos custos, mas na verdade não sabemos o que podemos fazer.”

Com uma clientela essencialmente residente, Gabriel Yung descreve um círculo vicioso comum a muitos negócios locais. Macau sem turistas é sinónimo de menos dinheiro a circular na economia, afectando os salários dos residentes, o que significa menos patacas na máquina registadora do Che Che.

“No ano passado tivemos o apoio do Governo, que ajudou bastante os negócios locais, mas desta vez não tivemos. O Governo poderia considerar abrir as fronteiras, é tempo de deixar vir as pessoas. Mas tudo depende de como as coisas são feitas”, defendeu.

29 Set 2021

Covid-19 | Registado 68.º caso, mais um segurança de hotel designado para quarentenas

Foi hoje detectada uma nova infecção por covid-19, o 68.º caso desde o início da pandemia, anunciaram hoje as autoridades de saúde, numa altura em que o território está prestes a terminar os testes em massa à população.

Trata-se de mais um segurança de um hotel onde decorrem quarentenas obrigatórias para quem chega a Macau, que tinha sido colocado em isolamento a 25 de setembro e que se encontrava vacinado contra a covid-19.

Macau está a concluir testes à covid-19 a toda a população, após ter detetado um caso num viajante, na sexta-feira, e os outros dois casos conexos no dia seguinte, os dois seguranças, um do mesmo local de trabalho, outro de um hotel contíguo.

Pelo menos 855 pessoas foram colocadas em quarentena por terem percursos idênticos, em autocarros, aos primeiros dois seguranças diagnosticados. Na sexta-feira, o Governo decretou o estado de emergência imediata. Os testes à população terminaram às 15:00. Esta é a segunda vez que o território organiza testes em massa.

Em agosto, após a deteção de quatro casos da variante delta do novo coronavírus, todos na mesma família, o Governo de Macau também decretou o “estado de emergência imediata” e testou toda a população, cerca de 680 mil pessoas. Nenhum caso foi então detetado.

Pouco mais de metade da população está vacinada, apesar de a administração gratuita da vacina estar disponível há mais de meio ano.

28 Set 2021

Covid-19 | Identificado 67.º caso em paciente em quarentena

Uma mulher de Hong Kong testou positivo à covid-19, mas as autoridades acreditam tratar-se de uma recaída devido à baixa carga viral. Quanto às pessoas em isolamento nos hotéis Tesouro e Golden Crown, vão ficar em isolamento pelo menos até 1 de Outubro

 

As autoridades anunciaram mais uma infecção por covid-19, relativa a uma residente de Hong Kong que estava de quarentena. O caso revelado ontem, durante a conferência sobre a evolução da pandemia, fez subir para 67 o número total de infecções desde o surgimento da covid-19.

Segundo Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde (SSM), a infectada é uma empresária de Hong Kong que entrou no território por motivos profissionais. A mulher de 37 anos viajou entre Abril e Julho por vários locais da Europa e Médio Oriente, como Dubai, Egipto, Croácia e Montenegro, e suspeita-se que terá sido infectada durante as viagens. Agora terá tido uma recaída.

“A 19 de Setembro chegou a Macau e está de quarentena no Hotel Tesouro. No início, quando fez testes, teve resultado negativo. No dia 26 de Setembro recolhemos uma nova amostra e esta madrugada [ontem] teve resultado positivo”, afirmou o director. “Como a carga viral é muito baixa, supomos que foi infectada há algum tempo, também tendo em conta o historial de viagem”, explicou. “Por isso, se a taxa viral se mantiver baixa, é recaída. Se a carga viral aumentar vamos considerar que é um novo caso de infecção”, acrescentou.

Praticamente afastada está a possibilidade de ligação entre o caso anunciado ontem e o surto de três pessoas do fim-de-semana. Segundo as explicações, a mulher está no Hotel Tesouro, enquanto que o surto aconteceu no Hotel Golden Crown China, e apesar de haver ligação entre os dois hotéis, os SSM acreditam na tese da recaída, devido à baixa carga viral.

Antes de ter sido infectada, a mulher tinha sido inoculada com duas doses da vacina Sinovac, administrada em Hong Kong.

Sem casos positivos

Alvis Lo fez ainda ponto de situação sobre a evolução da testagem às 88 pessoas isoladas nas zonas de código vermelho e as 139 que estão na zona de código amarelo. À hora da conferência, nenhum dos testados tinha tido resultado positivo.

Sobre o andamento da segunda ronda da testagem em massa, até às 15h de ontem, entre testes pagos e grátis tinham sido recolhidas 607.432 amostras, com 449.448 resultados negativos e zero positivos.

Ontem foi também anunciado no Boletim Oficial que o preço dos testes pagos vai passar de 80 patacas para 70 patacas.

Quanto às pessoas em quarentena no Hotel Tesouro e Hotel Golden Crown China, mesmo que os 21 dias já tinham sido atingidos, vão ter de permanecer em isolamento pelo menos até 1 de Outubro. A partir dessa data, serão testados e o fim da quarentena vai ser decidido caso-a-caso, informou a médica Leong Iek Hou.

Alvis Lo refuta críticas

Na conferência de imprensa de ontem, Alvis Lo refutou críticas às quarentenas e mostrou-se contra a possibilidade de o Governo inverter o caminho traçado. “A observação médica é uma medida necessária. Há quem diga que actualmente a situação é mais suave e questione a necessidade de quarentenas de 14 ou 21 dias. Mas essa necessidade existe e as quarentenas são indispensáveis”, afirmou. Sobre a discrepância do período das quarentenas, quando a variante Delta já se encontra em Macau e no Interior, nada disse.

28 Set 2021

Comércio | Pessimismo face a impacto do novo surto de covid-19

Dias sem “ouro”. É esta a expectativa dos comerciantes locais e dos analistas do jogo face aos casos mais recentes de covid. Perante a difícil situação, o empresário Alexandre Ma apela ao Governo para apoiar as PME

 

A Semana Dourada era aguardada com grande expectativa pelo comércio local, por ser uma das épocas mais altas do turismo, mas os novos casos de covid-19 deixam antever um cenário complicado. Uma das pessoas a fazer o soar o alarme, apesar de declarar apoio incondicional ao Governo, foi Alexandre Ma, presidente da Associação Comercial de Macau.

Citado num artigo do Jornal Cheng Pou, Ma apelou ao Executivo para que tome medidas e lance apoios económicos para as Pequenas e Médias Empresas (PME). “[O pior do novo surto] é que vai fazer com que seja necessário entre duas semanas e um mês para que se possa relaxar as medidas de passagem fronteiriças. E o mais mortal é que as esperanças dos comerciantes na Semana Dourada ficam totalmente frustradas”, reconheceu.

Num cenário difícil, Alexandre Ma pediu ao Governo que se chegue à frente e distribua apoios. “O Executivo tem de tomar medidas para que as empresas afectadas tenham apoios económicos, de forma a ajudar os negócios afectados pelos dois surtos [de Agosto e Setembro]”, vincou. Ma afirma a necessidade de injectar dinheiro na economia para “recuperar a confiança”.

Para o responsável, a resposta à crise não passa só por receber. Por isso, lembrou ao sector comercial que se quer ultrapassar a crise da covid-19 é necessário haver um esforço de mobilização para aumentar a taxa de vacinação.

Cancelamento de reservas

De acordo com o jornal Ou Mun, após ter sido confirmado o novo surto em Macau, houve uma redução das reservas nos hotéis locais para a Semana Dourada.

Segundo Andy Wu, presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, a situação agora é “mais grave” do que a verificada em Agosto. O responsável apontou que havia hotéis com reservas de 70 e 80 por cento da capacidade e, em alguns casos, até de 90 por cento.

Contudo, após o novo surto, o Ou Mun ouviu fontes da indústria que pediram para ficar anónimas e foi identificada uma tendência de cancelamento de reservas na ordem dos 20 a 30 por cento. Os grandes empreendimentos do Cotai são os mais afectados.

Adeus ouro

Quanto às receitas do jogo, o cenário não é melhor. Depois dos casos mais recentes, a JP Morgan Securities (Asia-Pacific), segundo o portal GGR Asia, emitiu um relatório com o título “Adeus Semana Dourada”. Em causa, está o impacto das medidas de restrições de fronteiras. “Achamos que é cada vez mais claro que vai ser uma semana sem ouro. Há grande probabilidade de muitos jogadores evitarem deslocações a Macau, para evitarem o risco de serem colocados em quarentena, na altura do regresso ao Interior”, pode ler-se no relatório assinado por DS Kim, Amanda Cheng e Livy Lyu.

Também os analistas da Morgan Stanley, Praveen Choudhary, Gareth Leung e Thomas Allen, reconhecem que o impacto pode ser muito significativo. Segundo as conclusões da Morgan Stanley, os resultados das concessionárias no terceiro trimestre vão ficar abaixo dos registados nos dois primeiros. Os analistas admitem inclusive que as operadoras podem perder dinheiro.

28 Set 2021

Departamento de português da Universidade de Macau com maior procura

Dora Nunes Gago, actual directora do departamento de português da Universidade de Macau, acredita que a pandemia poderá ter levado a um aumento da procura pelo idioma, não apenas ao nível da licenciatura mas também de disciplinas opcionais. A responsável está de saída do cargo

 

O facto de Macau ter as suas fronteiras praticamente fechadas há mais de um ano devido à pandemia da covid-19 pode ter levado os alunos a optar pela língua portuguesa no ensino superior. A ideia é deixada por Dora Nunes Gago, directora do departamento de português da Universidade de Macau (UM).

“Tem havido um significativo aumento da procura, não apenas pelo curso mas também por disciplinas opcionais”, disse ao HM. “A pandemia poderá ter impulsionado a procura. Alguns alunos, sobretudo os da China, poderiam ter pensado em estudar noutros países mas acabaram por vir para Macau. O aumento do número alunos tem-se sentido na licenciatura, nas opcionais e também ao nível dos mestrados”, frisou.

Actualmente, o departamento conta com 311 alunos na licenciatura em Estudos Portugueses, além de que 513 são estudantes da Faculdade de Direito. Há ainda 553 alunos de português oriundos de outras faculdades. No total, o departamento possui 1377 alunos e 34 professores.

Em busca de director

Apesar do efeito positivo que a pandemia possa ter tido na procura pelo ensino da língua, a verdade é que trouxe outras condicionantes, uma vez que o departamento ainda não conseguiu contratar um novo professor de literatura, dado que, com as fronteiras fechadas, os candidatos não conseguem prestar provas presenciais.

Directora desde Julho do ano passado, Dora Nunes Gago assume estar temporariamente no cargo, enquanto está a ser seleccionado um novo director de departamento. “Não gostaria de continuar no lugar”, assumiu.

Apontando que a grande mais valia do departamento é a investigação, Dora Nunes Gago considera que a UM “tem estado no bom caminho” relativamente às respostas que o ensino superior tem de dar em matéria de cooperação regional.

“As políticas que o Governo tem anunciado [sobre a cooperação com Hengqin] são positivas e podem levar a um aumento do interesse na língua portuguesa e no seu desenvolvimento. Esta poderá ser uma língua mais empresarial”, rematou.

27 Set 2021

Covid-19 | Estado de prevenção e testes em massa após novo surto

Depois de dois funcionários de um hotel destinado a quarentenas terem testado positivo à covid-19, o Governo decretou estado de prevenção imediata em Macau e nova ronda de testagem em massa à população. O plano de testes engloba 52 postos e decorre até às 15h de amanhã. Mais de 380 mil pessoas tinham sido testadas até às 21h de ontem

 

Passado pouco mais de um mês, Macau volta a mergulhar no estado de prevenção imediata e vê-se a braços com uma nova ronda de testagem em massa para toda a população. Na origem das medidas, está a confirmação de dois casos positivos de covid-19, da variante delta, em dois funcionários do Golden Crown China Hotel, reservado a quarentenas para quem chega a Macau.

As duas novas infecções (caso 65 e 66) estão relacionadas com um outro caso importado detectado na passada sexta-feira (caso 64), de um residente de Macau proveniente da Turquia que chegou ao território no dia 18 de Setembro, via Singapura. O homem foi encaminhado para o Golden Crown China Hotel após o primeiro teste de ácido nucleico realizado à chegada ter sido negativo. Contudo, o teste realizado na passada quinta-feira acusou positivo, levando à imposição de testes aos agentes de segurança, pessoal de limpeza e trabalhadores do hotel.

Com a confirmação da infecção dos dois agentes de segurança, de nacionalidade nepalesa, o Governo decretou a partir da meia-noite de sábado estado de prevenção imediata, por “existir o risco de surgir um surto do novo tipo de coronavírus na comunidade de Macau”.

Também a partir da meia-noite sábado, foi decretado que todos os indivíduos que saiam de Macau estão obrigados a possuir um certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo nas últimas 48 horas.

Adicionalmente, em conferência de imprensa, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, anunciou o início da segunda ronda de testes em massa. À semelhança do que aconteceu em Agosto, a população de Macau tem três dias para, após efectuar uma marcação prévia online, se dirigir a um dos postos de testagem espalhados pelo território. Desta feita, existem 52 postos de testagem abertos 24 horas por dia e vias especiais para pessoas com necessidades.

O novo plano de testagem teve início às 15h de sábado e termina às 15h de amanhã. Até às 21h de ontem já tinham sido testadas 383.222 pessoas. Até essa hora, todos os resultados apurados testaram negativo para a covid-19. Quem não realizar o teste até às 15h de amanhã verá o seu código de saúde a assumir a cor amarela.

Elsie Ao Ieong U revelou ainda, segundo a TDM-Rádio Macau, que entre as 6h de ontem e a próxima quinta-feira, os residentes de Macau estão sujeitos a quarentena de 14 dias caso atravessem a fronteira para Zhuhai.

Adicionalmente, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Leong Man Cheong, apontou que as autoridades do território vizinho exigem a apresentação de certificado de resultado negativo do teste de ácido nucleico emitido nas últimas 24 horas.

Zonas proibidas

Foram ainda definidas zonas de controlo e confinamento na Rua da Palmeira (Patane) e na Avenida Horta e Costa, com áreas definidas como “zonas vermelhas” e “zonas amarelas”.

Classificadas como zonas vermelhas, onde a entrada e saída de pessoas é proibida, está toda a Rua da Palmeira, a zona compreendida entre os números 31 e 35 dos Edifícios Tak Lei e Veng Hoi. Também no vermelho estão os Blocos C e D do Edifício Palácio localizado na Avenida Horta e Costa.

Já na zona amarela, nas redondezas do edifício onde mora um dos infectados, no Patane, estão os Edificios Mon Weng, Homeland Court, o Beco dos Anzóis, Edifício Hou Son, o Jardim Man Lei, o Edifício Mei Lam, o Edifício Vai Ieng e o Edifício Man Sun. Os restantes blocos do Edifício Palácio, além do C e D, estão também classificados como zona amarela.

Recorde-se que os códigos de saúde dos moradores das zonas vermelhas passaram a ter a mesma cor e estão obrigados a fazer quarentena no local de residência ou outro indicado pelas autoridades e ainda, testes de ácido nucleico regulares. Apenas os funcionários dos Serviços de Saúde estão autorizados a entrar nestas áreas. Por seu turno, nas zonas amarelas, apenas os moradores estão autorizados a entrar, estando também sujeitos a testes de ácido nucleico no local.

Ao final do dia de ontem, existiam 86 pessoas em quarentena nas zonas vermelhas. Os Serviços de Saúde revelaram ainda que, até ao momento, foram identificadas 680 pessoas, entre contactos próximos (55), de segunda via (120) ou que partilharam o mesmo percurso que os infectados (511). Todos os testes deram negativo.

Os percursos dos dois funcionários do hotel durante semana passada, foram também divulgados. Relativamente ao homem de 27 anos que mora no Patane, foi revelado que frequentava diariamente a Pastelaria San Wo Heng antes de se dirigir ao Golden Crown China Hotel. Para lá chegar apanhava os autocarros 33 (Edf. Industrial Wa Pou) e 37 (Chun U Villa) antes das 07h. No regresso a casa, por volta das 20h, apanhava o autocarro MT1 na paragem do Aeroporto. Jantou sempre em casa.

Quanto ao infectado de 32 anos, morador na zona da Horta e Costa, foi revelado que frequentou os autocarros 25B (Jardim da Vitória) e 37 (Chun U Villa) sempre depois das 18h a caminho do Golden Crown China Hotel e que, na volta, apanhava na manhã seguinte o autocarro MT1 na paragem do Aeroporto, por volta das 08h. No decorrer da semana, frequentou ainda o McDonald’s da Avenida de Horta e Costa, a Rotunda de Carlos da Maia e uma loja situada perto do Mannings da Horta e Costa.

Efeito borboleta

Na sequência do novo surto, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo admitiu que os dois trabalhadores foram infectados no interior do hotel devido a falhas procedimentais, tendo sido iniciada uma investigação.

“Os dois casos são conexos e claro que houve uma falha. Vamos acompanhar e verificar o que aconteceu no hotel e, se for preciso, vamos introduzir melhorias”, apontou Alvis Lo no sábado, segundo a TDM-Canal Macau.

Ontem, Alvis Lo detalhou que, após consulta das imagens de videovigilância, os dois funcionários “não usaram correctamente as máscaras”, destapando o nariz e boca, durante o contacto com o homem que viria mais tarde a ser diagnosticado com covid-19.

O director dos Serviços de Saúde reiterou, contudo, que todos os trabalhadores dos hotéis de quarentena recebem formação adequada e estão conscientes das regras e da importância do trabalho desenvolvido, sendo que na base do contágio terá estado “um relaxamento” momentâneo “por não haver incidentes”. “Nem sempre é fácil cumprir uma execução permanente”, acrescentou.

Por seu turno, a médica Leong Iek Hou apontou que quem está em quarentena no Golden Crown China Hotel e no Treasure Hotel pode ver a sua quarentena prolongada.

“Como consideramos um local onde há risco de contágio, fizemos uma análise. Alguns que estão sujeitos a quarentena vão ter um período de observação médica prolongada. Temos de avaliar a situação dos dois hotéis (…) e, caso a caso, vamos informar qual é o período a prolongar”, apontou.

Tendo em conta que os dois trabalhadores estavam vacinados contra a covid-19 com a vacina da Sinopharm, Alvis Lo foi questionado sobre a eficácia dos fármacos, assegurando que o que está em causa não é a possibilidade de ser ou não infectado com a doença, mas sim a diminuição dos sintomas e do risco de morte por covid-19.

27 Set 2021

Covid-19 | Escolas encerradas até 3 de Outubro. Vacinação, cultura e desporto em pausa

Na sequência do novo surto de covid-19, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) ordenou encerramento das escolas até ao dia 3 de Outubro e das instituições de ensino superior.

Em comunicado, a DSEDJ indicou ter exigido o encerramento a partir sábado “de todas as actividades e de todos os cursos realizados presencialmente, bem como o cancelamento ou adiamento de visitas ao exterior e outras, e o encerramento temporário das instalações de ensino”.

“Tendo em conta a situação epidémica e as respectivas medidas, as escolas do ensino não superior suspenderam as aulas (…) até o dia 3 de Outubro. Quanto às instituições do ensino superior, as actividades pedagógicas presenciais foram suspensas e as respectivas disposições concretas serão divulgadas pelas próprias instituições”, pode ler-se na nota.

A DSEDJ apelou ainda a todos os estudantes, nomeadamente, os transfronteiriços, para que permaneçam em casa, evitando assim a circulação de pessoas. Além disso, as autoridades anunciaram a suspensão dos transportes marítimo, o encerramento de instalações desportivas e pavilhões interiores públicos e o cancelamento de actividades desportivas.

Também o Instituto Cultural anunciou o encerramento de espaços culturais e o cancelamento das respectivas actividades. Paralelamente, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) suspendeu o programa de excursões locais “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”.

Sem remédio

Os Serviços de Saúde anunciam que, durante o período de testagem em massa da população, os 18 postos de vacinação serão suspensos. Também até amanhã, os serviços de consulta externa de especialidade, cirurgia programada não urgente e serviços de diálise peritoneal estão suspensos.

Do outro lado, as autoridades de Hong Kong anunciaram a suspensão do programa “Come2HK”, que prevê a isenção de quarentena à entrada de residentes de Macau.

Segundo o Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) está também suspensa a orientação que entraria hoje em vigor e que previa a apresentação do certificado do resultado de ácido nucleico por parte dos trabalhadores da Administração Pública não foram vacinados. A suspensão dura até 3 de Outubro.

27 Set 2021

Proposta de revisão da lei do jogo vai “esmagar margens” de casinos dos EUA, diz analista

O analista sénior Edward Moya, da correctora Oanda, considera que as propostas para a revisão da lei do jogo, actualmente em consulta pública, “vão esmagar as margens e todo o crescimento” que os operadores norte-americanos antecipavam.

“É muito negativo para as acções dos casinos americanos”, afirmou o especialista, depois de uma queda arrasadora dos títulos em bolsa após a apresentação do documento de consulta.

“O que começamos a ver é o aumento do receio de que a repressão do Governo chinês sobre vários sectores seja sentida com mais força nas acções do jogo”, indicou Edward Moya, reflectindo o nervosismo dos investidores que levou a perdas superiores a 18 mil milhões de dólares em bolsa.

O analista chamou a atenção para a importância que Macau teve no crescimento dos casinos norte-americanos que têm licença para operar no território, nomeadamente Wynn, MGM e Sands.

“Temos de olhar para o quão dependentes os casinos norte-americanos estavam das receitas provenientes de Macau. Antes da covid-19, Macau era responsável por 70 por cento das receitas totais do Wynn Resorts e Las Vegas Sands”, afirmou.

Agora, com as licenças a expirar em Junho de 2022 e um plano governamental para alterar as regras, no contexto de uma pandemia global, o horizonte é volátil.

“O Governo chinês está a questionar a forma como permitiu a Macau liberalizar a indústria do jogo”, analisou Edward Moya, referindo que as empresas americanas estão a encaixar cerca de 50 por cento das receitas. O analista antecipa que a nova legislação irá conter incentivos para os investidores fazerem mais pela comunidade e ajudarem a fazer crescer o turismo, privilegiando os operadores de jogo domésticos.

Perda de vantagens

Moya não antecipa uma não-renovação das licenças. “Os casinos norte-americanos vão perder algumas das vantagens que tinham na legislação anterior, mas não vão ser escorraçados”, afirmou.

Com um período de consulta pública de 45 dias no processo de revisão da legislação, a expectativa é de que a volatilidade nos mercados financeiros se mantenha elevada para os operadores de casinos.

Além disso, as perspectivas de recuperação das receitas em 2021 estão a ser goradas, visto que Macau ainda tem muitas restrições em vigor.  “Quando olhamos para o regresso à normalidade, isso não está a acontecer em Macau.

Tiveram uma estratégia de covid zero no último ano e meio e na essência as fronteiras estão fechadas”, explicou. O analista salientou o problema de as vacinas administradas no país terem menor eficácia, o que não permite perspectivar um alívio da situação.

“Os receios sobre o crescimento estão a aumentar na China, e isso não é bom para a Wynn, Sands ou MGM. A incapacidade de ultrapassar a covid e dar mais explicações sobre como os casinos poderão assegurar lucros vai manter a dívida sobre pressão”, sublinhou.

Há, também, um receio mais alargado em relação a outros sectores na China, espelhando as medidas que o Executivo chinês tem anunciado.

“O presidente Xi [Jinping] está a tentar atacar os excessos capitalistas. Estão a reprimir os videojogos, há tantas orientações novas a saírem que é muito difícil para um investidor estrangeiro manter-se confiante na aposta na China”, explicou o analista.

Estas dúvidas não existiam há três ou seis meses, quando Wall Street se mantinha confiante de que o maior crescimento da próxima década viria da China. “Agora, as pessoas estão a levantar essa questão e não têm a certeza, e isso levará à perda de investimento na China”, previu.

Se a repressão sobre vários sectores continuar, os investidores vão querer “evitar um risco sistémico” e deixar planos de investimento em suspenso. A esperança dos investidores é que no próximo ano o executivo queira ver a economia chinesa a ir na direção certa e a repressão comece a desvanecer-se.

Ainda assim, a tensão entre os EUA e a China está elevada, sendo que não houve progresso feito com a Administração de Joe Biden.  “É possível que esta também seja uma jogada política”, considerou o analista.

26 Set 2021

Covid-19 | Mais de metade dos funcionários públicos vacinados

A dois dias da entrada em vigor das orientações dos SAFP que prevêem faltas injustificadas para trabalhadores sem teste ou vacina, 60 por cento dos funcionários públicos estão inoculados contra a covid-19. Marcações deixam de ser obrigatórias em todos os 18 postos de vacinação a partir de amanhã

 

O médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário Tai Wa Hou, revelou que a taxa de vacinação entre funcionários públicos é de cerca de 60 por cento.

Isto, numa altura em que, à luz as novas orientações dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) relativas à prevenção da covid-19, a partir da próxima segunda-feira, todos os funcionários públicos devem apresentar, à entrada do serviço, um comprovativo de vacinação contra a covid-19 ou um resultado negativo do teste de ácido nucleico efectuado nos últimos sete dias. Quem não cumprir as orientações fica impedido de trabalhar e a falta é considerada injustificada.

O mesmo responsável frisou ainda que os atestados médicos para os trabalhadores inaptos para tomar a vacina podem ser emitidos, tanto nos postos de vacinação, após análise no local, como no Centro Hospitalar Conde São Januário e nos centros de saúde. Até ao momento, foram emitidos 913 certificados do género, 517 dos quais dizem respeito a funcionários públicos.

Em termos gerais, até às 16 horas de ontem, havia em Macau 306 mil pessoas inoculadas com as duas doses da vacina contra a covid-19, de um total de 354 mil vacinados. Recorde-se que, desde que os Serviços de Saúde anunciaram as novas orientações de vacinação, o número de vacinados quase dobrou. A tendência, apontou Tai, manteve-se nas últimas duas semanas.

“Conseguimos ver um aumento progressivo da taxa de vacinação. Na faixa etária entre os 20 e os 60 anos, temos cerca de 70 por cento da população vacinada e, por isso, notámos um aumento visível”, referiu.

Questionado sobre se a orientação não constitui um constrangimento à liberdade de deslocação, Tai Wai Hou reiterou que “havendo escolha entre a vacina e o teste não existe qualquer limitação”. “Quando entramos num estabelecimento também temos de apresentar o código de saúde de cor verde”, acrescentou.

É só entrar

Durante a conferência de imprensa, Tai Wa Hou anunciou ainda que a partir a partir de amanhã deixa de ser obrigatório fazer marcação prévia para tomar a vacina em qualquer um dos 18 postos espalhados pelo território. No entanto, quem fez marcação terá prioridade.

“Em todos os 18 postos será disponibilizada vacinação sem quotas a todos os residentes de Macau. Em cada posto, haverá duas vias de vacinação. Uma fila para que não tem marcação e uma fila para quem fez marcação. Os residentes com marcação têm prioridade e os que não têm precisam de esperar no posto pela sua dose”, apontou ontem Tai Wa Hou, por ocasião da habitual conferência de imprensa sobre a covid-19.

Também a partir de amanhã, a informação acerca do tempo de espera e o número de pessoas que aguarda pela toma da vacina em cada posto de vacinação, será colocada online.

Relativamente aos surtos de covid-19 identificados em algumas regiões do Interior da China e ao aproximar dos feriados da semana dourada de Outubro, Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença deixou um apelo para a população “não se deslocar a esses locais”, a não ser que “seja mesmo necessário”.

24 Set 2021

ANIMA | Angariação de fundos não tapa buracos de orçamento

A Sociedade Protectora dos Animais de Macau, ANIMA, continua a atravessar dificuldades financeiras, apesar da campanha de angariação de fundos, que começou no dia 7 de Agosto, e que até agora apurou quase 1,35 milhões de patacas.

Com o passivo que transitou de anos anteriores a rondar 1 milhão de patacas, a juntar às despesas mensais, a associação precisa de cerca de 150 mil patacas para não comprometer as contas de Setembro. Todos os meses, a ANIMA precisa de 800 mil patacas por mês para pagar salários, despesas de veterinário do mês transacto, comida para animais também do mês anterior, rendas e despesas como electricidade e combustíveis para veículos da associação.

Os crónicos problemas de finanças da ANIMA foram agravados pelas novas de atribuição de fundos pela Fundação Macau, um dos factores que levou à organização da campanha de angariação de fundos, apesar de o presidente não executivo, Billy Chan, ter perdoado 500 mil patacas das 800 mil que emprestou à associação em 2020.

Com gastos que não abrandam e fundos que diminuem, a ANIMA continua a travessia difícil para evitar cortar serviços. Até agora, os principais doadores da campanha de angariação de fundos são o público em geral e 80 mil patacas de três operadoras de jogo (Galaxy, Melco e MGM), valores que ficam aquém dos doados em anos anteriores.

24 Set 2021

Educação | Governo afasta proibição de centro de explicações privados

A Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento de Juventude considera que os centros de explicações assumem um papel importante na sociedade de Macau ao tomarem conta das crianças

 

A Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento de Juventude (DSEDJ) não equaciona implementar uma proibição dos centros de explicações privados, como aconteceu no Interior. A posição foi explicada com o papel que estas instituições assumem ao tomar conta das crianças.

No final de uma reunião do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior, em que se discutiu a importância dos pais na educação, Wong Ka Ki, o chefe do Departamento do Ensino Não Superior, recusou que o Governo tenha intenções de proibir os centros de explicações.

Segundo Wong, houve uma “recolha de dados” sobre os centros e concluiu-se que têm um valor importante para a sociedade: “Na verdade, os centros de explicações assumem como função principal tomar conta das crianças”, justificou o representante da DSEDJ.

Sobre o papel dos pais, foi ainda sublinhado pela DSEDJ a relevância de se acompanhar a saúde mental das crianças ao longo do percurso escolar. De acordo com o Executivo, o objectivo passa por “aumentar o sentimento de felicidade dos alunos”.

Ainda em relação à felicidade dos estudantes, a DSEJ foi questionada sobre medidas a tomar para combater o suicídio dos jovens. Wong respondeu que houve um reforço das equipas de psicólogos que intervêm nas escolas, com mais nove especialistas na área, que se juntam às equipas anteriormente formadas.

Formação técnico-profissional

O Conselho de Educação para o Ensino Não Superior de ontem serviu também para discutir o desenvolvimento para o futuro do ensino técnico-profissional. A discussão teve por base o novo regulamento administrativo do sector, que vai entrar em vigor em Setembro do próximo ano.

Sobre o impacto das novas normas, Leong I On, chefe da Divisão de Ensino Secundário da DSEDJ, reconheceu que haverá cursos que vão ter de sofrer alterações. “Francamente, os cursos antigos vão precisar de fazer alterações. Os cursos vão ter de ser ajustados de acordo com o novo regime”, indicou Leong. “O antigo regime está em vigor desde 1996 e passaram mais de 20 anos […] o novo regime vai permitir novas aulas, mas também um regime de cooperação com empresas”, completou.

Actualmente, existem 34 cursos de ensino profissional em novo escolas, que abrangem cerca de 1.070 alunos. “São cerca de oito por cento dos alunos do ensino secundário. E em comparação com os anos anteriores não teve nem grandes aumentos nem reduções”, considerou o chefe da Divisão de Ensino Secundário.

De braço estendido

Mais de cinco mil professores e alunos estão prontos para serem vacinados. De acordo com Wong Ka Ki, chefe do Departamento do Ensino Não Superior houve entre 5 mil e 6 mil professores e alunos que se registaram no programa de vacinação contra a covid-19 das escolas. “Nós temos 11 escolas que receberam as equipas para haver vacinação. Temos também cerca de 60 escolas onde há veículos do Governo para fazer o transporte para o Fórum Macau, onde decorre a vacinação”, afirmou Wong. De acordo com a mesma informação, o ensino secundário de Macau tem mais de 20 mil estudantes com idades superiores a 12 anos.

24 Set 2021

Cultura | Visitas a monumentos e locais históricos aumenta mais de 60 por cento

A aposta das autoridades na promoção de visitas turísticas em Macau levou a um aumento da procura por passeios ligados ao património. É o que revela o mais recente “inquérito à participação dos cidadãos em actividades culturais”, levado a cabo pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os dados mostram que 123.100 residentes realizaram vistas a museus ou locais ligados ao património, um aumento de 60,6 por cento “devido à promoção das excursões locais”.

Outra actividade muito procurada foi as idas às bibliotecas, que contou com a participação de mais de 150 mil residentes no segundo trimestre deste ano, um aumento de 39,4 por cento em termos anuais. A taxa de participação dos estudantes nesta actividade foi de 80,6 por cento, mais 14,5 por cento em termos anuais.

As idas ao cinema foi outra das actividades culturais mais procurada, desta vez por 124.300 residentes, um aumento de 29,5 por cento em relação ao segundo trimestre de 2020. A DSEC aponta ainda que “33.200 residentes assistiram a filmes ou vídeos produzidos em Macau”, uma redução de 14,2 por cento.

A queda deu-se ainda nas idas aos espectáculos, procurados por apenas 38.600 residentes, menos 5,2 por cento em termos anuais. Um total de 28.200 residentes visitaram exposições, um aumento de 18,2 por cento. Em termos gerais, o número de pessoas que participaram em actividades culturais teve uma grande quebra no primeiro trimestre devido à pandemia, mas com a reabertura de espaços houve um aumento anual de 27 por cento de participação no segundo trimestre. Um total de 291 mil residentes participaram em eventos ligados à cultura.

23 Set 2021

H5N6 | Detectado caso de infecção em Guangdong

Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) receberam informações das autoridades de Guangdong quanto ao registo de um caso de infecção humana pela gripe aviária de H5N6. Trata-se de um homem de 53 anos que é residente da Aldeia Nova de Dongpu, Yangwu, da Vila de Dalingshan, da cidade de Dongguan, pertencente a Guangdong.

Segundo uma nota de imprensa, o homem começou a ter febre, dores de cabeça e tonturas a 13 de Setembro, tendo-se deslocado ao hospital no dia 18. No dia seguinte o homem começou a ter dificuldades em respirar e teve de ser ligado a um ventilador. O internamento numa unidade de cuidados intensivos aconteceu esta terça-feira. “As amostras de expectoração foram testadas pelo laboratório com o resultado positivo para o vírus da gripe aviária H5N6”, aponta a mesma nota, sendo que “o estado do doente é ainda grave”.

Antes da ocorrência dos sintomas, o doente apresentou um historial de exposição a pássaros selvagens e aves domésticas. Os SSM apelam aos residentes para que evitem o contacto com aves, além de terem atenção aos cuidados de higiene individual e alimentar. Desde 2014 que foram registados vários casos confirmados de infecção humana pela gripe aviária H5N6 nas províncias de Sichuan, Guangdong, Yunnan, Hubei, Hunan, Anhui, Região Autónoma da Etnia Zhuang de Guangxi e Jiangsu.

23 Set 2021