Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeComércio | Empresários portugueses enfrentam tempos difíceis Com as ruas vazias, os casinos e as lojas fechadas e um silêncio ensurdecedor por todo o território, também os empresários portugueses vivem tempos difíceis devido ao surgimento do coronavírus. Santos Pinto, proprietário do restaurante O Santos, na famosa Rua do Cunha, deixou praticamente de servir refeições e pondera fechar durante uns dias. Célia Ferreira e Manuela Salema lidam com a falta de pessoas e de encomendas [dropcap]E[/dropcap]sta quarta-feira, à hora de almoço, quem entrasse no restaurante O Santos, na famosa e muito movimentada Rua do Cunha, na Taipa, deparava-se com uma cena inédita, observando o proprietário e os seus empregados sentados a olhar para a televisão. Um dos restaurantes portugueses mais conhecidos do território e muito procurado por turistas tem estado praticamente vazio desde que o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, decretou o encerramento dos casinos por um período de duas semanas devido ao novo coronavírus. Santos Pinto é, nesta altura, um homem preocupado, estando a ponderar fechar o seu estabelecimento. “Não perdi um cliente, nem dois, nem três, perdi-os todos praticamente”, contou ao HM. “Na Segunda-feira servi cinco almoços e dois jantares e hoje (Quarta-feira) servi apenas 12 almoços. A rua está vazia, não há animação nenhuma, não há pessoas. Mesmo antes de fecharem os casinos já era mau, e agora pior ficou. Neste momento estou a pensar seriamente o que vou fazer, tenho aqui o meu pessoal a olhar para mim e eu estou a olhar para eles, e acho que vou fazer o mesmo que toda a gente aqui na rua fez.” Se as dificuldades no fornecimento de comida e mercadoria não existem, pois “existe tudo com fartura”, o mesmo não acontece a nível de lucros. “Não perdi 50 por cento do negócio, perdi 90 por cento”, assegura. Santos Pinto, alentejano a viver há décadas em Macau, viveu os tempos da SARS e assegura que esta crise traz uma situação bem mais complicada. “Está a ser pior do que a SARS. Nessa altura, em 2003, eu já estava aqui e muita malta portuguesa vinha aqui, e eu chamava-lhe os solteiros, os divorciados e os mal- casados, pessoas que estavam sós. E não houve o pedido do Governo para as pessoas ficarem em casa e os casinos não fecharam. As coisas são diferentes, bateu no fundo em termos de clientes. Se calhar é melhor fechar e ir para casa descansar e esperar que a crise passe.” Ainda na Taipa, mas na também turística zona da Taipa Velha, encontra-se a Cool-ThingzZ & Portuguese Spot, de Manuela Salema, que vende produtos tipicamente portugueses e que tem os turistas como os principais clientes. Manuela Salema conta ao HM que a crise provocada pelo coronavírus só veio somar-se às crises anteriores com os quais o negócio vinha sofrendo. “Isto tem sido um embate um atrás do outro. A nossa loja abriu em Outubro de 2018 e logo a seguir aconteceu o conflito comercial entre a China e os EUA. A maior parte dos nossos clientes são turistas que passam todos por Hong Kong, cidadãos da Coreia, Japão. Essa foi a nossa primeira batalha, e a segunda foi os conflitos em Hong Kong. Deixámos de ter clientes nessa altura.” “Quando finalmente tudo parecia estar a voltar ao normal acontece-nos isto”, acrescentou Manuela Salema, que se queixa do vazio total à sua volta. “Acarretamos todas as sugestões do Executivo e tentamos não andar nas ruas, mas temos tido a loja semi-abertas. Aproveitamos para fazer limpezas, rever stocks. Mas não entra aqui ninguém.” Portugal devia ajudar Manuela Salema elogia Ho Iat Seng pelo facto de ter decretado que a Administração não irá cobrar renda a comerciantes durante três meses. Mas para aqueles que alugam lojas no mercado privado de imobiliário, a empresária pede uma ajuda do Executivo mais efectiva. “O Chefe do Executivo fez um apelo aos senhorios para procederem da mesma maneira e fazerem um desconto, e o que ele sugere é óptimo porque deu o exemplo, mas vamos envidar todos os esforços para que o nosso senhorio abata a renda da maneira que lhe for mais conveniente.” Em condições normais, já são valores difíceis de suportar, assegura Manuela Salema. “O que salvava a situação era de facto a Administração fazer uns empréstimos a fundo perdido, porque dão-nos a possibilidade de fazermos uns empréstimos, mas temos de devolver o dinheiro e é mais um encargo mensal que vou ter, e não me ajuda.” A fundadora da Cool-ThingzZ & Portuguese Spot deseja também que as autoridades venham a ajudar no transporte de mercadorias entre Portugal e Macau, uma vez que os custos são muito elevados. “O Governo poderia ajudar nos transportes de mercadorias que são caríssimos. São cerâmicas, arte, imensa coisa, divulgamos Portugal e a cultura portuguesa e não há uma ajuda que seja neste sentido.” FOTO: Victor Li Import e Export parado Apenas com um showroom montado num espaço físico, a AlmaViva Portuguese Heritage dedica-se sobretudo ao comércio de importação e exportação de produtos. Célia Ferreira, responsável pela empresa, assegura que está tudo parado neste momento devido ao fecho dos casinos e às medidas de quarentena. “Fechámos na sexta-feira pois não fazia sentido estarmos abertos. Os nossos principais clientes são de Hong Kong, Japão, Coreia, Taiwan, que já não estão a viajar para Macau”, contou ao HM. O panorama de crise começou a fazer-se notar antes do Ano Novo Chinês, algo que piorou depois das medidas adoptadas pelo Executivo. Mas se o presente é difícil, o futuro também se avizinha complicado. “Além deste impacto directo teremos também grandes perdas em relação a negócios de distribuição. Os nossos clientes estão muito receosos e não temos novas encomendas. Temos o nosso negócio do café que também era afectado, pois sem pessoas a consumir os nossos clientes não vendem e nós também não”, frisou Célia Ferreira. Com um showroom aberto há pouco mais de um mês, a crise do coronavírus foi uma espécie de presente envenenado. “Esta mudança implica um investimento e um aumento das despesas também. Iremos muda, mas ninguém consegue prever quanto é que o turismo ficará normalizado. Vendemos produtos gourmet, que não são bens de primeira necessidade, mas mesmo os clientes locais consomem menos, por existir este impasse e por terem receio”, rematou a empresária. O impacto económico da epidemia no mundo O sector de viagens e turismo tem sido prejudicado pela quarentena em dezenas de cidades na China e pela interdição de viagens organizadas de chineses para o estrangeiro para conter a epidemia. Alguns países desaconselham os seus cidadãos a viajarem para a China e outros suspenderam as atividades provenientes do país. Várias companhias aéreas, incluindo a Air France, British Airways, Air Canada, Lufthansa ou Delta, suspenderam os voos para a China continental. Com sede em Hong Kong, a Cathay Pacific pediu a 27.000 funcionários para tirarem três semanas de licença sem vencimento. Os casinos de Macau também encerraram, o mesmo sucedendo com parques da Disney em Xangai e Hong Kong. Em Paris, os efeitos em várias cadeias de lojas habitualmente frequentadas por turistas chineses também são visíveis. A indústria do turismo em Itália teme vir a registar uma perda anual de 4,5 mil milhões de euros, segundo o laboratório de ideias Demoskopika. No sector dos cruzeiros, MSC Cruises, Costa Crociere e Royal Caribbean pediram aos seus navios para não fazerem escalas na China. Da electrónica As fábricas na China do grupo tecnológico com sede em Taiwan Foxconn vão ficar fechadas até meados de Fevereiro e alguns funcionários receberam a indicação de que devem tirar 14 dias suplementares para deixar passar o tempo de incubação do vírus. Os fabricantes de ‘smartphones’, de ecrãs e de computadores que são clientes de componentes da Foxconn correm o risco de virem a ser afectados. A Apple indicou que está a trabalhar em planos para compensar a baixa produção dos seus fornecedores na China. A sul-coreana LG Electronics cancelou a sua participação no Mobile World Congress, um evento sobre o ‘smartphone’ e a Huawei ainda não indicou se vai participar na mostra, que decorre em Barcelona de 24 a 27 de Fevereiro. Da indústria A cidade de Wuhan é uma placa giratória para os grandes construtores automóveis norte-americanos, europeus e asiáticos. A Hyundai Motor indicou que suspendeu toda a sua produção na Coreia do Sul devido às dificuldades no fornecimento de peças provenientes da China. A fabricante de veículos eléctricos Tesla reconheceu que a epidemia pode afectar a produção na sua nova fábrica de Xangai, com potenciais efeitos nos resultados do primeiro trimestre. No domínio da aeronáutica, a Airbus encerrou até nova ordem a sua linha de montagem do modelo A320 em Tianjin, perto de Pequim. O conglomerado francês de equipamentos Safran também suspendeu a produção até 10 de Fevereiro nas várias instalações que tem em território chinês, com 2.500 trabalhadores. Já afectada pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, a Caterpillar (máquinas, motores e veículos pesados) manifestou preocupação com um “possível período de incerteza económica mundial” ao longo deste ano. Do consumo A cadeia de cafés Starbucks, para a qual a China constitui o segundo mercado mundial, encerrou temporariamente metade dos 4.000 pontos de venda que tem no país. A McDonald’s indicou recentemente que decidiu fechar “várias centenas” de restaurantes na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Foi indicado que 3.000 outros restaurantes permanecem abertos. Outras cadeias como a Pizza Hut ou KFC também decidiram fechar portas, devido às medidas impostas nas suas parcerias com empresas chinesas. O fabricante de equipamento desportivo Nike, que receia “um forte impacto” nas suas operações na China e Taiwan, encerrou cerca de metade das suas lojas na China e constatou que há uma queda nas vendas das que continuam abertas. Neste panorama sombrio há também quem consiga tirar proveito, como o fabricante de máscaras de protecção 3M.
admin Manchete SociedadeComércio | Empresários portugueses enfrentam tempos difíceis Com as ruas vazias, os casinos e as lojas fechadas e um silêncio ensurdecedor por todo o território, também os empresários portugueses vivem tempos difíceis devido ao surgimento do coronavírus. Santos Pinto, proprietário do restaurante O Santos, na famosa Rua do Cunha, deixou praticamente de servir refeições e pondera fechar durante uns dias. Célia Ferreira e Manuela Salema lidam com a falta de pessoas e de encomendas [dropcap]E[/dropcap]sta quarta-feira, à hora de almoço, quem entrasse no restaurante O Santos, na famosa e muito movimentada Rua do Cunha, na Taipa, deparava-se com uma cena inédita, observando o proprietário e os seus empregados sentados a olhar para a televisão. Um dos restaurantes portugueses mais conhecidos do território e muito procurado por turistas tem estado praticamente vazio desde que o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, decretou o encerramento dos casinos por um período de duas semanas devido ao novo coronavírus. Santos Pinto é, nesta altura, um homem preocupado, estando a ponderar fechar o seu estabelecimento. “Não perdi um cliente, nem dois, nem três, perdi-os todos praticamente”, contou ao HM. “Na Segunda-feira servi cinco almoços e dois jantares e hoje (Quarta-feira) servi apenas 12 almoços. A rua está vazia, não há animação nenhuma, não há pessoas. Mesmo antes de fecharem os casinos já era mau, e agora pior ficou. Neste momento estou a pensar seriamente o que vou fazer, tenho aqui o meu pessoal a olhar para mim e eu estou a olhar para eles, e acho que vou fazer o mesmo que toda a gente aqui na rua fez.” Se as dificuldades no fornecimento de comida e mercadoria não existem, pois “existe tudo com fartura”, o mesmo não acontece a nível de lucros. “Não perdi 50 por cento do negócio, perdi 90 por cento”, assegura. Santos Pinto, alentejano a viver há décadas em Macau, viveu os tempos da SARS e assegura que esta crise traz uma situação bem mais complicada. “Está a ser pior do que a SARS. Nessa altura, em 2003, eu já estava aqui e muita malta portuguesa vinha aqui, e eu chamava-lhe os solteiros, os divorciados e os mal- casados, pessoas que estavam sós. E não houve o pedido do Governo para as pessoas ficarem em casa e os casinos não fecharam. As coisas são diferentes, bateu no fundo em termos de clientes. Se calhar é melhor fechar e ir para casa descansar e esperar que a crise passe.” Ainda na Taipa, mas na também turística zona da Taipa Velha, encontra-se a Cool-ThingzZ & Portuguese Spot, de Manuela Salema, que vende produtos tipicamente portugueses e que tem os turistas como os principais clientes. Manuela Salema conta ao HM que a crise provocada pelo coronavírus só veio somar-se às crises anteriores com os quais o negócio vinha sofrendo. “Isto tem sido um embate um atrás do outro. A nossa loja abriu em Outubro de 2018 e logo a seguir aconteceu o conflito comercial entre a China e os EUA. A maior parte dos nossos clientes são turistas que passam todos por Hong Kong, cidadãos da Coreia, Japão. Essa foi a nossa primeira batalha, e a segunda foi os conflitos em Hong Kong. Deixámos de ter clientes nessa altura.” “Quando finalmente tudo parecia estar a voltar ao normal acontece-nos isto”, acrescentou Manuela Salema, que se queixa do vazio total à sua volta. “Acarretamos todas as sugestões do Executivo e tentamos não andar nas ruas, mas temos tido a loja semi-abertas. Aproveitamos para fazer limpezas, rever stocks. Mas não entra aqui ninguém.” Portugal devia ajudar Manuela Salema elogia Ho Iat Seng pelo facto de ter decretado que a Administração não irá cobrar renda a comerciantes durante três meses. Mas para aqueles que alugam lojas no mercado privado de imobiliário, a empresária pede uma ajuda do Executivo mais efectiva. “O Chefe do Executivo fez um apelo aos senhorios para procederem da mesma maneira e fazerem um desconto, e o que ele sugere é óptimo porque deu o exemplo, mas vamos envidar todos os esforços para que o nosso senhorio abata a renda da maneira que lhe for mais conveniente.” Em condições normais, já são valores difíceis de suportar, assegura Manuela Salema. “O que salvava a situação era de facto a Administração fazer uns empréstimos a fundo perdido, porque dão-nos a possibilidade de fazermos uns empréstimos, mas temos de devolver o dinheiro e é mais um encargo mensal que vou ter, e não me ajuda.” A fundadora da Cool-ThingzZ & Portuguese Spot deseja também que as autoridades venham a ajudar no transporte de mercadorias entre Portugal e Macau, uma vez que os custos são muito elevados. “O Governo poderia ajudar nos transportes de mercadorias que são caríssimos. São cerâmicas, arte, imensa coisa, divulgamos Portugal e a cultura portuguesa e não há uma ajuda que seja neste sentido.” FOTO: Victor Li Import e Export parado Apenas com um showroom montado num espaço físico, a AlmaViva Portuguese Heritage dedica-se sobretudo ao comércio de importação e exportação de produtos. Célia Ferreira, responsável pela empresa, assegura que está tudo parado neste momento devido ao fecho dos casinos e às medidas de quarentena. “Fechámos na sexta-feira pois não fazia sentido estarmos abertos. Os nossos principais clientes são de Hong Kong, Japão, Coreia, Taiwan, que já não estão a viajar para Macau”, contou ao HM. O panorama de crise começou a fazer-se notar antes do Ano Novo Chinês, algo que piorou depois das medidas adoptadas pelo Executivo. Mas se o presente é difícil, o futuro também se avizinha complicado. “Além deste impacto directo teremos também grandes perdas em relação a negócios de distribuição. Os nossos clientes estão muito receosos e não temos novas encomendas. Temos o nosso negócio do café que também era afectado, pois sem pessoas a consumir os nossos clientes não vendem e nós também não”, frisou Célia Ferreira. Com um showroom aberto há pouco mais de um mês, a crise do coronavírus foi uma espécie de presente envenenado. “Esta mudança implica um investimento e um aumento das despesas também. Iremos muda, mas ninguém consegue prever quanto é que o turismo ficará normalizado. Vendemos produtos gourmet, que não são bens de primeira necessidade, mas mesmo os clientes locais consomem menos, por existir este impasse e por terem receio”, rematou a empresária. O impacto económico da epidemia no mundo O sector de viagens e turismo tem sido prejudicado pela quarentena em dezenas de cidades na China e pela interdição de viagens organizadas de chineses para o estrangeiro para conter a epidemia. Alguns países desaconselham os seus cidadãos a viajarem para a China e outros suspenderam as atividades provenientes do país. Várias companhias aéreas, incluindo a Air France, British Airways, Air Canada, Lufthansa ou Delta, suspenderam os voos para a China continental. Com sede em Hong Kong, a Cathay Pacific pediu a 27.000 funcionários para tirarem três semanas de licença sem vencimento. Os casinos de Macau também encerraram, o mesmo sucedendo com parques da Disney em Xangai e Hong Kong. Em Paris, os efeitos em várias cadeias de lojas habitualmente frequentadas por turistas chineses também são visíveis. A indústria do turismo em Itália teme vir a registar uma perda anual de 4,5 mil milhões de euros, segundo o laboratório de ideias Demoskopika. No sector dos cruzeiros, MSC Cruises, Costa Crociere e Royal Caribbean pediram aos seus navios para não fazerem escalas na China. Da electrónica As fábricas na China do grupo tecnológico com sede em Taiwan Foxconn vão ficar fechadas até meados de Fevereiro e alguns funcionários receberam a indicação de que devem tirar 14 dias suplementares para deixar passar o tempo de incubação do vírus. Os fabricantes de ‘smartphones’, de ecrãs e de computadores que são clientes de componentes da Foxconn correm o risco de virem a ser afectados. A Apple indicou que está a trabalhar em planos para compensar a baixa produção dos seus fornecedores na China. A sul-coreana LG Electronics cancelou a sua participação no Mobile World Congress, um evento sobre o ‘smartphone’ e a Huawei ainda não indicou se vai participar na mostra, que decorre em Barcelona de 24 a 27 de Fevereiro. Da indústria A cidade de Wuhan é uma placa giratória para os grandes construtores automóveis norte-americanos, europeus e asiáticos. A Hyundai Motor indicou que suspendeu toda a sua produção na Coreia do Sul devido às dificuldades no fornecimento de peças provenientes da China. A fabricante de veículos eléctricos Tesla reconheceu que a epidemia pode afectar a produção na sua nova fábrica de Xangai, com potenciais efeitos nos resultados do primeiro trimestre. No domínio da aeronáutica, a Airbus encerrou até nova ordem a sua linha de montagem do modelo A320 em Tianjin, perto de Pequim. O conglomerado francês de equipamentos Safran também suspendeu a produção até 10 de Fevereiro nas várias instalações que tem em território chinês, com 2.500 trabalhadores. Já afectada pela guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, a Caterpillar (máquinas, motores e veículos pesados) manifestou preocupação com um “possível período de incerteza económica mundial” ao longo deste ano. Do consumo A cadeia de cafés Starbucks, para a qual a China constitui o segundo mercado mundial, encerrou temporariamente metade dos 4.000 pontos de venda que tem no país. A McDonald’s indicou recentemente que decidiu fechar “várias centenas” de restaurantes na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Foi indicado que 3.000 outros restaurantes permanecem abertos. Outras cadeias como a Pizza Hut ou KFC também decidiram fechar portas, devido às medidas impostas nas suas parcerias com empresas chinesas. O fabricante de equipamento desportivo Nike, que receia “um forte impacto” nas suas operações na China e Taiwan, encerrou cerca de metade das suas lojas na China e constatou que há uma queda nas vendas das que continuam abertas. Neste panorama sombrio há também quem consiga tirar proveito, como o fabricante de máscaras de protecção 3M.
João Santos Filipe Manchete SociedadePneumonia de Wuhan | Primeira infectada em Macau está curada A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença [dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau. “Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou. A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou. Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas. Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”. Com escolta policial Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença. Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas. Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita. Mala de 20 mil patacas Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.
admin Manchete SociedadePneumonia de Wuhan | Primeira infectada em Macau está curada A empresária de 52 anos estava internada desde 21 de Janeiro e viajou, durante a tarde de ontem, para Zhuhai. É o primeiro, dos 10 casos no território, a ultrapassar a doença [dropcap]A[/dropcap] mulher que tinha sido confirmada como o primeiro caso do coronavírus de Wuhan no território recuperou e teve alta. Com 52 anos, empresária e natural da cidade na origem da epidemia, encontrava-se internada desde 21 de Janeiro, depois de ter entrado na RAEM, a 19 de Janeiro, e de ter ficado hospedada no Hotel Landmark. Na hora da saída, admitiu que foi uma sorte ter sido tratada em Macau. “Queria ficar mais tempo [em Macau], mas não posso. […] A experiência em Macau foi uma sorte no meio do azar”, afirmou a mulher, que recusou ser identificada, em declarações ao Governo da RAEM. ““Ao longo do tratamento, senti-me no meio de uma família, pela forma como fui tratada em Macau. Estou muito grata”, acrescentou. A mulher que teve alta ontem pelas 16h45, recordou ainda o choque de receber a notícia. “Quando soube que estava infectada tive medo e preparei-me para o pior. Informei a minha filha por SMS e ela disse-me para ficar calma e ser optimista. Só ela estava informada sobre a minha situação, porque de resto nem o meu marido avisei”, recordou. Entre os factores que mais medo lhe causaram, a empresária apontou as notícias do Interior, que não eram muito claras a informar que as vítimas mortais eram principalmente grupos de risco, como idosos ou pessoas com doenças crónicas. Já na RAEM, a mulher reconheceu que encontrou “um ambiente sempre calmo” e que os cuidados médicos foram “excepcionais”. Com escolta policial Após ter alta, a mulher foi deixada às 16h45 em Zhuhai, num percurso que foi feito com escolta policial. As autoridades desconhecem o que vai acontecer agora com a empresária de 52 anos, uma vez que nesta fase não há transportes para a cidade de origem. “Como não há transportes ela deve ficar por Zhuhai. Pode ficar nos hotéis destinados aos turistas de Wuhan, ou então escolher outro sítio onde possa ficar”, explicou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença. Na altura de sair, a mulher pediu para não ter de pagar a conta que lhe foi apresentada de 34 mil patacas. O processo está agora a ser analisado e a isenção até pode ser aceite. Na conferência de ontem, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, explicou que os não-residentes pagam o valor das despesas a dobrar, o que faz com que a despesa efectiva tenha sido de 17 mil patacas. Lei deixou ainda garantias que a RAEM tem “vários meios” para forçar o pagamento da despesa a partir do Interior, mas não conseguiu nomear um único, nem se haverá lugar a recurso para os tribunais. Por sua vez, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública apontou que em caso de não haver pagamento, a mulher pode ser impedida de entrar na RAEM, numa próxima visita. Mala de 20 mil patacas Horas depois de se ter sabido que a mulher tinha pedido para ser dispensada do pagamento de 34 mil patacas com as despesas médicas, o caso gerou polémica nas redes sociais, uma vez que nas fotos de despedida de Macau aparece com uma mala da marca de luxo Bvlgari. O modelo em causa é o “Bvlgari Serpenti Forever” e, segundo o portal de Hong Kong da marca, tem um preço de 22.900 dólares de Hong Kong, o que equivale a 23.591 patacas.
Hoje Macau China / Ásia MancheteRecém-nascido chinês infectado pelo novo coronavírus [dropcap]U[/dropcap]m bebé chinês com pouco mais de 24 horas de vida foi diagnosticado com o novo coronavírus (2019-nCov) detectado na cidade de Wuhan, na China, anunciaram ontem os meios de comunicação social públicos chineses. O recém-nascido tornou-se no caso mais jovem a ser confirmado com o vírus, desde o surgimento da epidemia em Dezembro passado. Segundo especialistas citados pela televisão pública CCTV, pode tratar-se de um caso de “transmissão vertical”, isto é, uma criança que foi infectada pela sua mãe no útero, durante o parto ou logo após. Antes do parto, a mãe da criança foi diagnosticada com o novo coronavírus. A CCTV não especificou a gravidade dos possíveis sintomas da mãe e do filho e indicou apenas que o recém-nascido se encontra “estável”. A agência de notícias chinesa Xinhua noticiou na segunda-feira que um bebé nascido na semana passada de uma mãe infectada não era portador do vírus. A China elevou ontem para 490 mortos e mais de 24.300 infectados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detectado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países, o último novo caso identificado na Bélgica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeShun Tak | Apenas 43 trabalhadores concordaram com redução de salários Wong Yu Loy, membro da Confederação dos Sindicatos de Hong Kong, confirma que apenas 43 trabalhadores, num universo de 800, assinaram a proposta de redução salarial apresentada pela Shun Tak. Contudo, a empresa ainda não terá posto em prática os cortes salariais [dropcap]A[/dropcap] proposta de redução salarial proposta pela Shun Tak foi assinada por uma minoria de trabalhadores, mas, ainda assim, a empresa de Pansy Ho não terá ainda avançado para a implementação efectiva dos cortes salariais. A informação foi adiantada ao HM por Wong Yu Loy, membro da Confederação dos Sindicatos de Hong Kong (HKCTU, na sigla inglesa), que tem lidado directamente com este caso. “Apenas 43 assinaram [a proposta] de um total de 800”, disse. “Contactei com os trabalhadores da Shun Tak. Do que sei, a empresa organizou sessões de esclarecimento para os trabalhadores e falou com dois sindicatos. Eles pediram a cada trabalhador para assinar um documento a dar o seu consentimento [para a redução salarial], mas não um acordo colectivo de negociação com o sindicato.” Wong Yu Loy disse que ainda não há acordo, não concordando com o que está em cima da mesa. “A proposta não é razoável porque foi anunciada de forma unilateral pela empresa, sem qualquer discussão prévia com o sindicato.” Além do HKCTU, que possui cerca de 200 mil membros, também a Federação dos Sindicatos de Hong Kong, uma organização pró-Pequim, tem estado a lidar com este caso. Até ao fecho desta edição, o HM não conseguiu obter qualquer esclarecimento adicional por parte da Shun Tak ou da própria Federação no sentido de perceber quando é que os cortes salariais serão implementados. E a lei sindical? Numa resposta recente enviada ao HM, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) disse estar a acompanhar a situação dos trabalhadores. “Até ao momento a DSAL não recebeu notificações sobre queixas relacionadas com o acordo entre as partes para reduzir os salários. Caso sejam detectadas situações ilegais, a DSAL irá acompanhar o caso de acordo com a lei a fim de proteger os direitos legítimos dos trabalhadores.” Uma vez que Macau não tem sindicatos nem uma lei sindical, o HM questionou o jurista António Katchi no intuito de perceber se os trabalhadores de Macau da Shun Tak ficarão em pé de igualdade com os seus colegas de Hong Kong no que diz respeito à garantia dos seus direitos. Este defendeu que “para evitar uma redução salarial, o melhor será naturalmente os trabalhadores da Shun Tak que sejam residentes de Macau contactarem e concertarem-se com os seus colegas de Hong Kong e, como último recurso, convocarem e realizarem uma greve conjunta”. “Nada na ordem jurídica de Macau os impede de se associarem ou de elegerem representantes, nem tão-pouco de fazerem greve. É certo que não há lei regulamentadora desses direitos, mas, do ponto de vista estritamente jurídico, estes podem ser exercidos mesmo assim, porquanto a norma constante do artigo 27.º da Lei Básica é uma norma auto-exequível”, acrescentou Katchi. Além disso, o jurista recorda a alteração legislativa, levada a cabo em 2008, que permitiu a implementação de cortes salariais desta forma. “Com a lei laboral anterior, a redução de salários só era possível mediante autorização da DSAL, além do acordo entre empregadores e trabalhadores. A nova lei do trabalho, proposta pelo Governo de Edmund Ho deixou de exigir essa autorização administrativa.” “Recordo que esta lei do trabalho, globalmente pior para os trabalhadores do que a lei anterior (um decreto-lei de 1989), foi então apoiada pela Federação das Associações dos Operários de Macau e aprovada com os votos favoráveis dos seus deputados”, rematou António Katchi.
admin Manchete SociedadeShun Tak | Apenas 43 trabalhadores concordaram com redução de salários Wong Yu Loy, membro da Confederação dos Sindicatos de Hong Kong, confirma que apenas 43 trabalhadores, num universo de 800, assinaram a proposta de redução salarial apresentada pela Shun Tak. Contudo, a empresa ainda não terá posto em prática os cortes salariais [dropcap]A[/dropcap] proposta de redução salarial proposta pela Shun Tak foi assinada por uma minoria de trabalhadores, mas, ainda assim, a empresa de Pansy Ho não terá ainda avançado para a implementação efectiva dos cortes salariais. A informação foi adiantada ao HM por Wong Yu Loy, membro da Confederação dos Sindicatos de Hong Kong (HKCTU, na sigla inglesa), que tem lidado directamente com este caso. “Apenas 43 assinaram [a proposta] de um total de 800”, disse. “Contactei com os trabalhadores da Shun Tak. Do que sei, a empresa organizou sessões de esclarecimento para os trabalhadores e falou com dois sindicatos. Eles pediram a cada trabalhador para assinar um documento a dar o seu consentimento [para a redução salarial], mas não um acordo colectivo de negociação com o sindicato.” Wong Yu Loy disse que ainda não há acordo, não concordando com o que está em cima da mesa. “A proposta não é razoável porque foi anunciada de forma unilateral pela empresa, sem qualquer discussão prévia com o sindicato.” Além do HKCTU, que possui cerca de 200 mil membros, também a Federação dos Sindicatos de Hong Kong, uma organização pró-Pequim, tem estado a lidar com este caso. Até ao fecho desta edição, o HM não conseguiu obter qualquer esclarecimento adicional por parte da Shun Tak ou da própria Federação no sentido de perceber quando é que os cortes salariais serão implementados. E a lei sindical? Numa resposta recente enviada ao HM, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) disse estar a acompanhar a situação dos trabalhadores. “Até ao momento a DSAL não recebeu notificações sobre queixas relacionadas com o acordo entre as partes para reduzir os salários. Caso sejam detectadas situações ilegais, a DSAL irá acompanhar o caso de acordo com a lei a fim de proteger os direitos legítimos dos trabalhadores.” Uma vez que Macau não tem sindicatos nem uma lei sindical, o HM questionou o jurista António Katchi no intuito de perceber se os trabalhadores de Macau da Shun Tak ficarão em pé de igualdade com os seus colegas de Hong Kong no que diz respeito à garantia dos seus direitos. Este defendeu que “para evitar uma redução salarial, o melhor será naturalmente os trabalhadores da Shun Tak que sejam residentes de Macau contactarem e concertarem-se com os seus colegas de Hong Kong e, como último recurso, convocarem e realizarem uma greve conjunta”. “Nada na ordem jurídica de Macau os impede de se associarem ou de elegerem representantes, nem tão-pouco de fazerem greve. É certo que não há lei regulamentadora desses direitos, mas, do ponto de vista estritamente jurídico, estes podem ser exercidos mesmo assim, porquanto a norma constante do artigo 27.º da Lei Básica é uma norma auto-exequível”, acrescentou Katchi. Além disso, o jurista recorda a alteração legislativa, levada a cabo em 2008, que permitiu a implementação de cortes salariais desta forma. “Com a lei laboral anterior, a redução de salários só era possível mediante autorização da DSAL, além do acordo entre empregadores e trabalhadores. A nova lei do trabalho, proposta pelo Governo de Edmund Ho deixou de exigir essa autorização administrativa.” “Recordo que esta lei do trabalho, globalmente pior para os trabalhadores do que a lei anterior (um decreto-lei de 1989), foi então apoiada pela Federação das Associações dos Operários de Macau e aprovada com os votos favoráveis dos seus deputados”, rematou António Katchi.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTáxis | Associações pedem 10 mil patacas por taxista Para fazer face ao impacto da epidemia de Wuhan, doze associações de taxistas pedem ao Governo cinco medidas de apoio, como a distribuição de dinheiro, a abertura de linhas de crédito e materiais de esterilização [dropcap]U[/dropcap]m grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo. Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista, empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e a distribuição de materiais de esterilização. “Devido ao coronavírus, o sector está a ser severamente afectado, com as receitas a diminuírem de forma acentuada”, consta no documento assinado por associações como Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau, a Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau ou a Associação de Mútuo de Condutores de Táxi de Macau. “Apesar do sector permanecer muito unido nestes tempos difíceis a união não é suficiente para sobreviver. Por isso, esperamos que o Governo da RAEM acompanhe a nossa situação e que nos dê uma mão para nos aguentarmos”, é reconhecido. A primeira das cinco medidas defendidas pelos taxistas é a distribuição de 10 mil patacas para cada condutor, de forma a corresponder “às necessidades mais urgentes”. Em segundo lugar, as doze associações defendem a criação de linhas de crédito por parte do Governo para que os taxistas possam pagar o aluguer dos táxis aos detentores das licenças. Estes empréstimos seriam cedidos até a um valor máximo de 50 mil patacas sem a cobrança de juros. Outra das preocupações do sector está relacionada com a burocracia das licenças dos táxis, que normalmente são atribuídas por concursos públicos. As associações entendem que algumas das licenças em vigor devem ser prolongadas por mais um ano, de forma a lidar com a instabilidade que se vive e porque nesta fase consideram que não há condições para a atribuição de novas licenças. Numa altura em que o acesso a máscaras e gel desinfectante tem estado condicionado, os taxistas pedem que este tipo de produtos seja distribuídos ao sector, devido ao contacto com as pessoas no dia-a-dia. Sem retorno Finalmente, no caso de vários taxistas optarem mesmo por não circular, são exigidos lugares grátis de estacionamento para as viaturas, assim como cursos de formação que permitam melhorar a qualidade do sector e ainda adaptar as práticas dos profissionais a esta fase de contágio. Este assunto foi abordado ontem pelo vice-secretário geral da Federação das Associações dos Operários de Macau, Choi Kam Fu, no programa de manhã do canal chinês da Rádio Macau. O dirigente associativo revelou que há motoristas que actualmente fazem menos de 100 patacas por dia no trabalho e que este montante torna impossível fazer face às despesas com o aluguer dos táxis aos proprietários das licenças, assim como com o combustível.
admin Manchete SociedadeTáxis | Associações pedem 10 mil patacas por taxista Para fazer face ao impacto da epidemia de Wuhan, doze associações de taxistas pedem ao Governo cinco medidas de apoio, como a distribuição de dinheiro, a abertura de linhas de crédito e materiais de esterilização [dropcap]U[/dropcap]m grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo. Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista, empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e a distribuição de materiais de esterilização. “Devido ao coronavírus, o sector está a ser severamente afectado, com as receitas a diminuírem de forma acentuada”, consta no documento assinado por associações como Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau, a Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau ou a Associação de Mútuo de Condutores de Táxi de Macau. “Apesar do sector permanecer muito unido nestes tempos difíceis a união não é suficiente para sobreviver. Por isso, esperamos que o Governo da RAEM acompanhe a nossa situação e que nos dê uma mão para nos aguentarmos”, é reconhecido. A primeira das cinco medidas defendidas pelos taxistas é a distribuição de 10 mil patacas para cada condutor, de forma a corresponder “às necessidades mais urgentes”. Em segundo lugar, as doze associações defendem a criação de linhas de crédito por parte do Governo para que os taxistas possam pagar o aluguer dos táxis aos detentores das licenças. Estes empréstimos seriam cedidos até a um valor máximo de 50 mil patacas sem a cobrança de juros. Outra das preocupações do sector está relacionada com a burocracia das licenças dos táxis, que normalmente são atribuídas por concursos públicos. As associações entendem que algumas das licenças em vigor devem ser prolongadas por mais um ano, de forma a lidar com a instabilidade que se vive e porque nesta fase consideram que não há condições para a atribuição de novas licenças. Numa altura em que o acesso a máscaras e gel desinfectante tem estado condicionado, os taxistas pedem que este tipo de produtos seja distribuídos ao sector, devido ao contacto com as pessoas no dia-a-dia. Sem retorno Finalmente, no caso de vários taxistas optarem mesmo por não circular, são exigidos lugares grátis de estacionamento para as viaturas, assim como cursos de formação que permitam melhorar a qualidade do sector e ainda adaptar as práticas dos profissionais a esta fase de contágio. Este assunto foi abordado ontem pelo vice-secretário geral da Federação das Associações dos Operários de Macau, Choi Kam Fu, no programa de manhã do canal chinês da Rádio Macau. O dirigente associativo revelou que há motoristas que actualmente fazem menos de 100 patacas por dia no trabalho e que este montante torna impossível fazer face às despesas com o aluguer dos táxis aos proprietários das licenças, assim como com o combustível.
Pedro Arede Manchete SociedadeJapão | Dois residentes de Macau no cruzeiro com dez infectados Dois idosos residentes de Macau encontram-se em observação, após os Serviços de Saúde (SS) terem anunciado que fazem parte dos 3.711 passageiros que estão de quarentena no Japão, a bordo do “Diamond Princess”. Até ao momento, não há residentes contaminados fora de Macau [dropcap]O[/dropcap]s SS anunciaram ontem que dois residentes de Macau estão a bordo de um navio cruzeiro com dez passageiros contaminados com o novo tipo de coronavírus. Os dois residentes, um homem na casa dos 80 anos e uma mulher na casa dos 60, não estão infectados e encontram-se agora em observação, anunciou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença, por ocasião da conferência de imprensa diária dos Serviços de Saúde, sobre o novo coronavírus. “As autoridades japonesas notificaram-nos hoje [ontem] sobre a situação de dois residentes de Macau que estão no cruzeiro. “Os residentes de Macau são titulares do passaporte da RAEM e estão em observação médica. Essas duas pessoas não foram infectadas com o novo tipo de coronavírus, mas precisam de 14 dias de observação clínica”, referiu Lam Chong. Recorde-se que as autoridades japonesas decidiram colocar sob quarentena o navio “Diamond Princess”, que chegou à baía de Yokohama, perto de Tóquio, na passada segunda-feira, com 3.711 passageiros a bordo. Questionado pelos jornalistas, Lam Chong confirmou também que, até momento, não existe qualquer caso que aponte para que existam residentes contaminados fora de Macau. “Estamos em comunicação estreita, tanto com outros países, como com a [Organização Mundial de Saúde] OMS e o Interior da China, e até agora não temos nenhuma confirmação acerca de casos registados fora de Macau”, esclareceu. Durante a conferência de imprensa, os SS deram também a conhecer mais medidas de prevenção do novo tipo de coronavírus, que apontam para a sensibilização da população. Assim, após uma reunião entre departamentos do Governo, ficou decidido que, a partir de hoje, iriam circular pelas ruas de Macau, automóveis equipados com altifalantes, panfletos e mensagens em ecrãs. “Para reforçar ainda mais o trabalho de divulgação do Coronavírus, o IC, a DSEJ e outros departamentos governamentais reuniram-se a fim de tomar algumas medidas para combater o coronavírus. Esses trabalhos de divulgação incluem (…) panfletos e notícias em ecrãs. Também vamos disponibilizar veículos do Governo para circular nas ruas de Macau para lançar apelos à população para ficar em casa (…) e evitar lugares com uma grande concentração de pessoas”, sublinhou Lam Chong. Quarentena descartada O Governo de Macau não vai seguir, para já, a medida que impõe um período de quarentena a todos visitantes oriundos do Interior da China, anunciada ontem pela Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam. Confrontado com o facto, Lam Chong sublinhou apenas que é aconselhável, a quem entra no território vindo da China, que permaneça em casa e que, a seu tempo, o Governo irá anunciar novas medidas, se necessário. “A todos os que estiveram em Hubei, residentes ou não de Macau, pedimos que fiquem em isolamento. Quanto a pessoas que estiveram no Interior da China, pedimos que façam uma gestão de saúde apropriada e que se isolem em casa durante 14 dias. Se tivermos novas medidas iremos divulgar atempadamente”, apontou o Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença. À excepção dos residentes de Hubei, que são obrigados a apresentar um atestado médico que comprove que não são portadores da doença, na RAEM permanecem assim inalteradas as medidas aplicadas aos visitantes provenientes do Interior da China. Segundo a medida que entrará em vigor em Hong Kong, já a partir do próximo sábado, os visitantes que entrarem no território a partir do continente vão ser obrigados a um período de 14 dias de quarentena. “A medida é difícil. Mas após este anúncio (…) acredito que o número de chegadas diminuirá”, disse ontem Carrie Lam, de acordo com informações da agência Lusa. Mais de 40 residentes de Hubei por localizar Dos 100 residentes provenientes da província de Hubei que se encontram em Macau, há ainda 42 por localizar. A informação foi avançada ontem por Chio Song Un, responsável do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) que confirmou também que a maioria dos residentes identificados se encontra na Pousada Marina Infante ou no Centro do Alto de Coloane. Quanto aos residentes de Macau que se encontram em Hubei, existem ainda 86 cidadãos do território naquela província, de acordo com informações avançadas por Inês Chan, responsável dos Serviços de Turismo. Segundo Inês Chan, além de Hubei, existem cidadãos de Macau que estão a ter dificuldades para regressar ao território a partir da China e um, dos EUA. Clínicas privadas devem fechar Lei Wai Seng, membro da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, lançou um apelo especificamente destinado às clínicas privadas que operam em edifícios residenciais para que encerrem, como forma de minimizar eventuais riscos de contaminação do novo tipo de coronavírus.”Recomendamos o encerramento tanto a clínicas privadas como empresas, porque muitas estão situadas em áreas de residentes dos edifícios e isto também contribui para o maior risco de propagação. Apelamos às clínicas que, se não tiverem as condições apropriadas, que encerrem o seu funcionamento durante este período”, sublinhou Lei Wai Seng por ocasião da conferência de imprensa diária dos Serviços de Saúde (SS). Questionado sobre uma eventual sobrecarga dos SS por via do encerramento dos privados, o responsável argumentou que irá ser feito reforço de pessoal se necessário e que estão a ser tomadas medidas como melhorar o sistema de triagem ou instalar tendas de campanha fora das urgências do Hospital de Kiang Wu.
admin Manchete SociedadeJapão | Dois residentes de Macau no cruzeiro com dez infectados Dois idosos residentes de Macau encontram-se em observação, após os Serviços de Saúde (SS) terem anunciado que fazem parte dos 3.711 passageiros que estão de quarentena no Japão, a bordo do “Diamond Princess”. Até ao momento, não há residentes contaminados fora de Macau [dropcap]O[/dropcap]s SS anunciaram ontem que dois residentes de Macau estão a bordo de um navio cruzeiro com dez passageiros contaminados com o novo tipo de coronavírus. Os dois residentes, um homem na casa dos 80 anos e uma mulher na casa dos 60, não estão infectados e encontram-se agora em observação, anunciou Lam Chong, Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença, por ocasião da conferência de imprensa diária dos Serviços de Saúde, sobre o novo coronavírus. “As autoridades japonesas notificaram-nos hoje [ontem] sobre a situação de dois residentes de Macau que estão no cruzeiro. “Os residentes de Macau são titulares do passaporte da RAEM e estão em observação médica. Essas duas pessoas não foram infectadas com o novo tipo de coronavírus, mas precisam de 14 dias de observação clínica”, referiu Lam Chong. Recorde-se que as autoridades japonesas decidiram colocar sob quarentena o navio “Diamond Princess”, que chegou à baía de Yokohama, perto de Tóquio, na passada segunda-feira, com 3.711 passageiros a bordo. Questionado pelos jornalistas, Lam Chong confirmou também que, até momento, não existe qualquer caso que aponte para que existam residentes contaminados fora de Macau. “Estamos em comunicação estreita, tanto com outros países, como com a [Organização Mundial de Saúde] OMS e o Interior da China, e até agora não temos nenhuma confirmação acerca de casos registados fora de Macau”, esclareceu. Durante a conferência de imprensa, os SS deram também a conhecer mais medidas de prevenção do novo tipo de coronavírus, que apontam para a sensibilização da população. Assim, após uma reunião entre departamentos do Governo, ficou decidido que, a partir de hoje, iriam circular pelas ruas de Macau, automóveis equipados com altifalantes, panfletos e mensagens em ecrãs. “Para reforçar ainda mais o trabalho de divulgação do Coronavírus, o IC, a DSEJ e outros departamentos governamentais reuniram-se a fim de tomar algumas medidas para combater o coronavírus. Esses trabalhos de divulgação incluem (…) panfletos e notícias em ecrãs. Também vamos disponibilizar veículos do Governo para circular nas ruas de Macau para lançar apelos à população para ficar em casa (…) e evitar lugares com uma grande concentração de pessoas”, sublinhou Lam Chong. Quarentena descartada O Governo de Macau não vai seguir, para já, a medida que impõe um período de quarentena a todos visitantes oriundos do Interior da China, anunciada ontem pela Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam. Confrontado com o facto, Lam Chong sublinhou apenas que é aconselhável, a quem entra no território vindo da China, que permaneça em casa e que, a seu tempo, o Governo irá anunciar novas medidas, se necessário. “A todos os que estiveram em Hubei, residentes ou não de Macau, pedimos que fiquem em isolamento. Quanto a pessoas que estiveram no Interior da China, pedimos que façam uma gestão de saúde apropriada e que se isolem em casa durante 14 dias. Se tivermos novas medidas iremos divulgar atempadamente”, apontou o Chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença. À excepção dos residentes de Hubei, que são obrigados a apresentar um atestado médico que comprove que não são portadores da doença, na RAEM permanecem assim inalteradas as medidas aplicadas aos visitantes provenientes do Interior da China. Segundo a medida que entrará em vigor em Hong Kong, já a partir do próximo sábado, os visitantes que entrarem no território a partir do continente vão ser obrigados a um período de 14 dias de quarentena. “A medida é difícil. Mas após este anúncio (…) acredito que o número de chegadas diminuirá”, disse ontem Carrie Lam, de acordo com informações da agência Lusa. Mais de 40 residentes de Hubei por localizar Dos 100 residentes provenientes da província de Hubei que se encontram em Macau, há ainda 42 por localizar. A informação foi avançada ontem por Chio Song Un, responsável do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) que confirmou também que a maioria dos residentes identificados se encontra na Pousada Marina Infante ou no Centro do Alto de Coloane. Quanto aos residentes de Macau que se encontram em Hubei, existem ainda 86 cidadãos do território naquela província, de acordo com informações avançadas por Inês Chan, responsável dos Serviços de Turismo. Segundo Inês Chan, além de Hubei, existem cidadãos de Macau que estão a ter dificuldades para regressar ao território a partir da China e um, dos EUA. Clínicas privadas devem fechar Lei Wai Seng, membro da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, lançou um apelo especificamente destinado às clínicas privadas que operam em edifícios residenciais para que encerrem, como forma de minimizar eventuais riscos de contaminação do novo tipo de coronavírus.”Recomendamos o encerramento tanto a clínicas privadas como empresas, porque muitas estão situadas em áreas de residentes dos edifícios e isto também contribui para o maior risco de propagação. Apelamos às clínicas que, se não tiverem as condições apropriadas, que encerrem o seu funcionamento durante este período”, sublinhou Lei Wai Seng por ocasião da conferência de imprensa diária dos Serviços de Saúde (SS). Questionado sobre uma eventual sobrecarga dos SS por via do encerramento dos privados, o responsável argumentou que irá ser feito reforço de pessoal se necessário e que estão a ser tomadas medidas como melhorar o sistema de triagem ou instalar tendas de campanha fora das urgências do Hospital de Kiang Wu.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHo Iat Seng | Popularidade em alta devido a resposta à epidemia Elogios na rua, “likes” nas redes sociais, deputados a aproveitarem-se da sua imagem, e o “bom exemplo” para a comunicação social de Hong Kong. São estas as consequências para a imagem do Chefe do Executivo devido ao trabalho das últimas semanas [dropcap]E[/dropcap]m funções há pouco mais de um mês, Ho Iat Seng já convenceu a população pela forma como tem lidado com a epidemia do coronavírus de Wuhan. Medidas como a distribuição de máscaras à população, o aperto no controlo das entradas de pessoas do Interior da China e a dispensa dos funcionários públicos, a quem se pede que fiquem em casa, já haviam merecidos elogios, mesmo do lado de Hong Kong. No entanto, o encerramento dos casinos fez disparar a popularidade de Ho. Além do reconhecimento que o Chefe do Executivo tem amealhado nas redes sociais, também vários deputados aproveitam para “navegar a onda” da popularidade de Ho Iat Seng e lançam avisos para a população com a imagem do líder do Governo. Este é um fenómeno muito diferente em relação ao anterior Chefe do Executivo, Chui Sai On, que apesar do apoio quase incondicional por parte dos deputados tradicionais, era muitas vezes tido como “tóxico”, principalmente depois da passagem do Tufão Hato, em que morreram 10 pessoas. Segundo Eilo Yu, analista político e professor de Administração Pública na Universidade de Macau, Ho Iat Seng tem convencido a população porque o Governo conseguiu passar a mensagem de que a prioridade passa pelo bem-estar e segurança de todos. “As políticas do Governo de Ho Iat Seng parecem ter assumido muito claramente que a prioridade é o bem-estar da população e essa mensagem parece ter passado muito bem”, considerou Eilo Yu. “As pessoas acreditam que o Governo está a trabalhar para a população, mesmo que a economia tenha de sofrer, como se viu com o encerramento dos casinos. As pessoas estão convencidas”, acrescentou. O professor da UM recusa ainda a ideia de que os elogios a Ho Iat Seng se fiquem apenas a dever ao período de “lua-de-mel”. Porém, reconhece que esta realidade possa sempre pesar. “Não considero que estes elogios se fiquem apenas a dever à lua-de-mel política de um novo Governo. Acho que há uma avaliação positiva genuína”, indicou. Mesmo assim, reconhece que a falta de lastro facilita a avaliação: “Claro que o facto de não haver um historial e um lastro acumulado dos anos anteriores faz com que a sua avaliação apenas tenha em conta a resposta a esta epidemia. Como a resposta às políticas é positiva, a população sente-se feliz e a sua popularidade cresce”, reconheceu. A “ajuda” de Carrie Lam Mas o mérito de Ho Iat Seng tem tido uma grande “ajuda” na forma como Carrie Lam, líder do Governo de Hong Kong, tem lidado com a situação. Esta é a visão de Camões Tam, académico especializado na área dos Média, que considera que o líder do Executivo de Macau se tem limitado a responder de forma sensata à crise epidémica. “A minha opinião não é que a prestação de Ho Iat Seng esteja a ser excelente. Só que ele está a ser comparado com Carrie Lam, que tem tido uma prestação de resposta à crise terrível”, afirmou Camões Tam, ao HM. “As autoridades de Macau limitam-se a fazer aquilo que tem de ser feito, tomam medidas sensatas. O problema é que em Hong Kong os governantes nem conseguem perceber bem o que se está a passar no Interior”, acrescentou. Em relação a este desempenho, o académico sustentou que os governantes de Macau estão mais bem preparados para lidarem com o Interior, por motivos históricos e culturais. “Em Macau a maior parte dos governantes tem ligações muito fortes com o Interior, nasceu, estudou ou viveu lá por alguns anos. Por isso, entendem bem melhor o que é o Interior e percebem a dimensão dos acontecimentos, mesmo que tenham de recorrer a canais informais”, justificou. Por contraste, os dirigentes da RAEHK estão mais afastados e tendem a manter essa distância, o que tem prejudicado a resposta do Executivo de Carrie Lam: “Em Hong Kong os governantes não têm ideia do que se passa no Interior, porque durante a administração britânica a tendência foi para afastar ao máximo as ligações”, começou por defender Camões Tam. “Há também em Hong Kong uma postura de orgulho, de uma classe política que se acha sempre muito elegante e que se considera melhor do que os outros chineses da Grande China, dos chineses de Macau, Taiwan ou do Interior. Isto faz com que se fechem muito e não saibam ouvir os outros, mesmo que pudessem beneficiar das opiniões”, complementou. Margem de erro reduzida Não é só na comparação com Carrie Lam que o actual Chefe do Executivo de Macau fica a ganhar. Também em relação a Chui Sai On, Ho Iat Seng é mais comunicativo, mais activo e carismático. “Ao longo deste período o Governo de Ho tem-se apresentado como mais pró-activo do que reactivo. Ele não tem medo de vir a público e dizer o que o Executivo já fez e vai fazer, como aconteceu ontem [na terça-feira], quando anunciou o encerramento dos casinos”, disse Eilo Yu. “Ho Iat Seng está aos poucos a construir e a apresentar o seu carisma. Não é um estilo semelhante ao de Edmundo Ho, que era uma pessoa muito carismática. Mas está a dar-se a conhecer à população como uma pessoa que aparece nos momentos mais difíceis, o que é um corte com Fernando Chui Sai On, tido como uma pessoa invisível”, justificou. Se o cenário está de feição para Ho Iat Seng nesta altura, nada impede que as coisas mudem com um erro. Por isso, Eilo Yu considera que o Chefe do Executivo vai continuar sobre grande pressão na resposta à epidemia, apesar da popularidade. “Nunca sabemos o que vai acontecer no futuro. E caso haja um erro humano grosseiro na forma como se lida com esta situação tudo pode ficar em causa”, alertou. Apple Daily | O “bom exemplo” A declaração de Ho Iat Seng em que admitiu que as máscaras em Portugal estavam esgotadas chegou à manchete de ontem do Apple Daily, o jornal mais vendido em Hong Kong e fortemente pró-democrata. O exemplo do Chefe do Executivo de Macau contrasta com as declarações de Carrie Lam, quando afirmou que os funcionários públicos tinham de remover as máscaras no serviço, para poupar, uma vez que o Governo não tinha sido capaz de adquirir estes produtos em número suficiente. “Ho Iat Seng surge nessa capa para mostrar que um Governo que está interessado em proteger a população tem de dar o exemplo e usar uma máscara”, considerou Eilo Yu, sobre a escolha editorial da publicação com uma posição anti-Governo Central. “A capa recorda que Macau conseguiu garantir as máscaras e Carrie Lam não. É um elogio, mas serve principalmente para mostrar a incapacidade da Chefe do Executivo de Hong Kong”, completou.
admin Manchete PolíticaHo Iat Seng | Popularidade em alta devido a resposta à epidemia Elogios na rua, “likes” nas redes sociais, deputados a aproveitarem-se da sua imagem, e o “bom exemplo” para a comunicação social de Hong Kong. São estas as consequências para a imagem do Chefe do Executivo devido ao trabalho das últimas semanas [dropcap]E[/dropcap]m funções há pouco mais de um mês, Ho Iat Seng já convenceu a população pela forma como tem lidado com a epidemia do coronavírus de Wuhan. Medidas como a distribuição de máscaras à população, o aperto no controlo das entradas de pessoas do Interior da China e a dispensa dos funcionários públicos, a quem se pede que fiquem em casa, já haviam merecidos elogios, mesmo do lado de Hong Kong. No entanto, o encerramento dos casinos fez disparar a popularidade de Ho. Além do reconhecimento que o Chefe do Executivo tem amealhado nas redes sociais, também vários deputados aproveitam para “navegar a onda” da popularidade de Ho Iat Seng e lançam avisos para a população com a imagem do líder do Governo. Este é um fenómeno muito diferente em relação ao anterior Chefe do Executivo, Chui Sai On, que apesar do apoio quase incondicional por parte dos deputados tradicionais, era muitas vezes tido como “tóxico”, principalmente depois da passagem do Tufão Hato, em que morreram 10 pessoas. Segundo Eilo Yu, analista político e professor de Administração Pública na Universidade de Macau, Ho Iat Seng tem convencido a população porque o Governo conseguiu passar a mensagem de que a prioridade passa pelo bem-estar e segurança de todos. “As políticas do Governo de Ho Iat Seng parecem ter assumido muito claramente que a prioridade é o bem-estar da população e essa mensagem parece ter passado muito bem”, considerou Eilo Yu. “As pessoas acreditam que o Governo está a trabalhar para a população, mesmo que a economia tenha de sofrer, como se viu com o encerramento dos casinos. As pessoas estão convencidas”, acrescentou. O professor da UM recusa ainda a ideia de que os elogios a Ho Iat Seng se fiquem apenas a dever ao período de “lua-de-mel”. Porém, reconhece que esta realidade possa sempre pesar. “Não considero que estes elogios se fiquem apenas a dever à lua-de-mel política de um novo Governo. Acho que há uma avaliação positiva genuína”, indicou. Mesmo assim, reconhece que a falta de lastro facilita a avaliação: “Claro que o facto de não haver um historial e um lastro acumulado dos anos anteriores faz com que a sua avaliação apenas tenha em conta a resposta a esta epidemia. Como a resposta às políticas é positiva, a população sente-se feliz e a sua popularidade cresce”, reconheceu. A “ajuda” de Carrie Lam Mas o mérito de Ho Iat Seng tem tido uma grande “ajuda” na forma como Carrie Lam, líder do Governo de Hong Kong, tem lidado com a situação. Esta é a visão de Camões Tam, académico especializado na área dos Média, que considera que o líder do Executivo de Macau se tem limitado a responder de forma sensata à crise epidémica. “A minha opinião não é que a prestação de Ho Iat Seng esteja a ser excelente. Só que ele está a ser comparado com Carrie Lam, que tem tido uma prestação de resposta à crise terrível”, afirmou Camões Tam, ao HM. “As autoridades de Macau limitam-se a fazer aquilo que tem de ser feito, tomam medidas sensatas. O problema é que em Hong Kong os governantes nem conseguem perceber bem o que se está a passar no Interior”, acrescentou. Em relação a este desempenho, o académico sustentou que os governantes de Macau estão mais bem preparados para lidarem com o Interior, por motivos históricos e culturais. “Em Macau a maior parte dos governantes tem ligações muito fortes com o Interior, nasceu, estudou ou viveu lá por alguns anos. Por isso, entendem bem melhor o que é o Interior e percebem a dimensão dos acontecimentos, mesmo que tenham de recorrer a canais informais”, justificou. Por contraste, os dirigentes da RAEHK estão mais afastados e tendem a manter essa distância, o que tem prejudicado a resposta do Executivo de Carrie Lam: “Em Hong Kong os governantes não têm ideia do que se passa no Interior, porque durante a administração britânica a tendência foi para afastar ao máximo as ligações”, começou por defender Camões Tam. “Há também em Hong Kong uma postura de orgulho, de uma classe política que se acha sempre muito elegante e que se considera melhor do que os outros chineses da Grande China, dos chineses de Macau, Taiwan ou do Interior. Isto faz com que se fechem muito e não saibam ouvir os outros, mesmo que pudessem beneficiar das opiniões”, complementou. Margem de erro reduzida Não é só na comparação com Carrie Lam que o actual Chefe do Executivo de Macau fica a ganhar. Também em relação a Chui Sai On, Ho Iat Seng é mais comunicativo, mais activo e carismático. “Ao longo deste período o Governo de Ho tem-se apresentado como mais pró-activo do que reactivo. Ele não tem medo de vir a público e dizer o que o Executivo já fez e vai fazer, como aconteceu ontem [na terça-feira], quando anunciou o encerramento dos casinos”, disse Eilo Yu. “Ho Iat Seng está aos poucos a construir e a apresentar o seu carisma. Não é um estilo semelhante ao de Edmundo Ho, que era uma pessoa muito carismática. Mas está a dar-se a conhecer à população como uma pessoa que aparece nos momentos mais difíceis, o que é um corte com Fernando Chui Sai On, tido como uma pessoa invisível”, justificou. Se o cenário está de feição para Ho Iat Seng nesta altura, nada impede que as coisas mudem com um erro. Por isso, Eilo Yu considera que o Chefe do Executivo vai continuar sobre grande pressão na resposta à epidemia, apesar da popularidade. “Nunca sabemos o que vai acontecer no futuro. E caso haja um erro humano grosseiro na forma como se lida com esta situação tudo pode ficar em causa”, alertou. Apple Daily | O “bom exemplo” A declaração de Ho Iat Seng em que admitiu que as máscaras em Portugal estavam esgotadas chegou à manchete de ontem do Apple Daily, o jornal mais vendido em Hong Kong e fortemente pró-democrata. O exemplo do Chefe do Executivo de Macau contrasta com as declarações de Carrie Lam, quando afirmou que os funcionários públicos tinham de remover as máscaras no serviço, para poupar, uma vez que o Governo não tinha sido capaz de adquirir estes produtos em número suficiente. “Ho Iat Seng surge nessa capa para mostrar que um Governo que está interessado em proteger a população tem de dar o exemplo e usar uma máscara”, considerou Eilo Yu, sobre a escolha editorial da publicação com uma posição anti-Governo Central. “A capa recorda que Macau conseguiu garantir as máscaras e Carrie Lam não. É um elogio, mas serve principalmente para mostrar a incapacidade da Chefe do Executivo de Hong Kong”, completou.
Hoje Macau China / Ásia MancheteEpidemia | Aumenta para 490 o número de vítimas mortais [dropcap]O[/dropcap] número de mortos provocados pelo novo coronavírus (2019-nCoV) subiu hoje para 490, com 64 mortes registadas na China nas últimas 24 horas, anunciaram as autoridades de saúde de Pequim. De acordo com as autoridades chinesas, citadas pela agência Associated Press, o número total de pessoas infectadas com o novo coronavírus, detectado em Dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei (centro do país), colocada, entretanto, sob quarentena, aumentou para 24.324. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infecção confirmados em mais de 20 países. A Organização Mundial de Saúde declarou na passada quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
admin China / Ásia MancheteEpidemia | Aumenta para 490 o número de vítimas mortais [dropcap]O[/dropcap] número de mortos provocados pelo novo coronavírus (2019-nCoV) subiu hoje para 490, com 64 mortes registadas na China nas últimas 24 horas, anunciaram as autoridades de saúde de Pequim. De acordo com as autoridades chinesas, citadas pela agência Associated Press, o número total de pessoas infectadas com o novo coronavírus, detectado em Dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei (centro do país), colocada, entretanto, sob quarentena, aumentou para 24.324. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infecção confirmados em mais de 20 países. A Organização Mundial de Saúde declarou na passada quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Pedro Arede Manchete PolíticaCoronavírus | Governo fecha casinos por duas semanas O Chefe do Executivo classificou os próximos 10 dias como sendo um período de “alto risco”. Depois de confirmados ontem dois novos casos, um deles o de uma trabalhadora do Galaxy, Ho Iat Seng anunciou que o Governo vai suspender a actividade dos casinos, pelo menos, até meio de Fevereiro. A medida entrou em vigor à meia-noite de ontem Com Lusa [dropcap]O[/dropcap]s casinos de Macau vão fechar portas, pelo menos, durante as próximas duas semanas. A medida, sem precedentes em Macau, foi antecipada ontem pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, durante uma conferência de imprensa que teve lugar ao início da tarde na Sede do Governo. Os detalhes do encerramento foram comunicados horas depois, a meio da tarde, pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong que confirmou que os casinos cessaram actividade desde as 00:00 de hoje. “A partir da meia-noite, 41 casinos, incluindo cinemas, espaços de entretenimento, salas de jogos, teatros, bares, discotecas e clubes nocturnos ficam suspensos por 15 dias”, esclareceu Lei Wai Nong. A medida foi antecipada por Ho Iat Seng antes mesmo da reunião que decorreu ontem entre o Governo e as operadoras de jogo para acertar os detalhes jurídicos e processuais da decisão. O anúncio surgiu depois de terem sido confirmados dois novos casos da pneumonia de Wuhan em Macau. Um dos dois casos, o nono, diz respeito a uma mulher que trabalha na cantina do casino e no serviço de “shuttle bus” do Galaxy. Este é o primeiro caso de transmissão directa em Macau, já que a mulher, de 29 anos de idade, esteve no apartamento, e em contacto, com a residente de 64 anos, que veio a ser identificada como sendo o oitavo caso da doença na região. Durante a manhã de ontem, Hong Kong anunciou também a primeira morte relacionada com o novo coronavírus. Trata-se de um residente da antiga colónia britânica de 39 anos. “Nos próximos 7 a 10 dias vamos atravessar um período de ‘alto risco’ e, por isso’ temos de tomar medidas adequadas. Vamos pedir aos casinos para suspender os serviços durante duas semanas. Passado meio mês, se a situação estiver estável [os casinos] poderão voltar ao seu normal funcionamento. É esta a nossa medida”, referiu Ho Iat Seng. Assumindo que esta foi uma decisão “muito difícil” e que “vai causar muitos danos económicos a Macau”, Ho Iat Seng defendeu, contudo, que foi uma medida necessária para “assegurar a saúde dos residentes”. Apesar das perdas que se avizinham a nível económico, o Chefe do Executivo mostrou confiança na capacidade que Macau tem para “assumir esse risco”, apelando uma vez mais aos residentes para permanecerem em casa sempre que possível. “Estamos a enfrentar um grande desafio e nós somos capazes de assumir essa dificuldade. Apelo mais uma vez a todos os cidadãos para não saírem das suas casas. Permaneçam em casa, porque se forem visitar outras pessoas podem existir riscos. Obviamente que se querem ir ao supermercado, isso é necessário. Mas se não for urgente podem ficar em casa”, apontou Ho Iat Seng. O Chefe do Executivo sublinhou ainda que o agravamento das medidas tomadas pelo Governo tem como principal objectivo, reduzir o “fluxo de pessoas” e convencer os cidadãos a permanecer em casa e que, por isso, decisões como a redução do número de autocarros em circulação, a redução horária do posto fronteiriço das Portas do Cerco e o próprio encerramento dos casinos, podem não ser bem recebidas pela população. “Alguns cidadãos podem pensar que estas medidas são inconvenientes para eles mas, neste momento, estamos num período difícil e por isso temos de mudar o nosso (…) ponto de vista. Queremos que os cidadãos permaneçam em casa e não saiam, por isso (…) não vamos tomar medidas para facilitar a vida aos cidadãos, porque agora já surgiu o décimo caso e existem três casos que envolvem residentes locais”, vincou Ho Iat Seng. “Temos reservas financeiras” “Damos muita importância ao caso da epidemia mas também damos importância à economia. Como é que nós podemos recuperar a economia de Macau? Quais são as medidas e incentivos? Como é que podemos assegurar os empregos dos cidadãos de Macau?”, questionou Ho Iat Seng. Este é o ponto de foco do trabalho, pois estamos a enfrentar uma grave crise financeira”, acrescentou. Ho Iat Seng garantiu, no entanto, que estão a ser traçadas medidas para responder à situação e que Macau dispõe de “reservas financeiras” para fazer face ao contexto adverso que a região atravessa. O líder do Governo assumiu que o território vai ter um défice no orçamento, mas reiterou que a medida de encerrar os casinos tinha de ser tomada, recordando que a Lei Básica de Macau estabelece que as autoridades do território podem decretar a suspensão da operação dos casinos. “Sabemos que com o fecho dos casinos a receita é zero durante esses dias. Francamente não fiz ainda o cálculo [do impacto do encerramento], mas certamente que se vai traduzir num défice no orçamento. Em Janeiro ainda tivemos receitas de jogo, mas com a suspensão das próximas duas semanas, a receita vai ser zero”, explicou, reiterando que este é o momento de recorrer ao erário público para ultrapassar a situação. “Mencionei várias vezes que precisamos de tomar medidas com prudência para poupar o nosso orçamento. Temos reservas financeiras e estamos num momento difícil, por isso é que vamos utilizar o erário público para ultrapassar esta situação”, acrescentou. Recorde-se que os casinos de Macau fecharam 2019 com receitas de 292,46 milhões de patacas, menos 3,4 por cento que no ano anterior. Se tivermos em conta que em Fevereiro de 2019 as receitas brutas foram de 25.370 milhões de patacas, pode ser expectável, pelo menos, uma quebra na ordem dos 50 por cento, que pode ainda vir a ser agravada, dada a tendência negativa dos últimos meses. Sobre os moldes em que se espera que os 40 mil trabalhadores dos casinos atravessem o período de suspensão da actividade dos casinos, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong garantiu na tarde de ontem que as concessionárias de jogo se comprometeram a não forçar os funcionários a tirar férias sem vencimento, mantendo as respectivas remunerações. “As concessionárias comprometeram-se a não obrigar os funcionários a tirar licenças sem vencimento (…) e a cumprir as suas responsabilidades”, transmitiu o secretário. Administração: Serviços básicos suspensos O Chefe do Executivo anunciou, ainda, por ocasião da conferência de imprensa realizada ontem na Sede do Governo que os serviços básicos da função pública estão suspensos e que só se vão “manter os serviços urgentes”. Ho Iat Seng apelou ainda para que sejam “reduzidas ao máximo as actividades comerciais”. “Não posso mandar encerrá-los”, afirmou Ho Iat Seng. “Se não tiverem clientes, os próprios comerciantes vão decidir encerrar os negócios”, rematou. “Vamos por isso suspender os serviços básicos e só manter os serviços urgentes. Apelo também, mais uma vez, aos colegas da função publica que têm de cumprir as leis e regras. Apesar de estarem dispensados de trabalhar, devem usar esse tempo para ficar em casa. Não se trata de feriados nem férias. Os que podem trabalhar em casa devem fazê-lo”, explicou o Chefe do Executivo. Ho Iat Seng solicitou ainda ao sector empresarial local para reduzir, adequadamente, as suas actividades, esperando que estas medidas e apelos reduzam a concentração de pessoas, a fim de evitar a infecção cruzada.
admin Manchete PolíticaCoronavírus | Governo fecha casinos por duas semanas O Chefe do Executivo classificou os próximos 10 dias como sendo um período de “alto risco”. Depois de confirmados ontem dois novos casos, um deles o de uma trabalhadora do Galaxy, Ho Iat Seng anunciou que o Governo vai suspender a actividade dos casinos, pelo menos, até meio de Fevereiro. A medida entrou em vigor à meia-noite de ontem Com Lusa [dropcap]O[/dropcap]s casinos de Macau vão fechar portas, pelo menos, durante as próximas duas semanas. A medida, sem precedentes em Macau, foi antecipada ontem pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, durante uma conferência de imprensa que teve lugar ao início da tarde na Sede do Governo. Os detalhes do encerramento foram comunicados horas depois, a meio da tarde, pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong que confirmou que os casinos cessaram actividade desde as 00:00 de hoje. “A partir da meia-noite, 41 casinos, incluindo cinemas, espaços de entretenimento, salas de jogos, teatros, bares, discotecas e clubes nocturnos ficam suspensos por 15 dias”, esclareceu Lei Wai Nong. A medida foi antecipada por Ho Iat Seng antes mesmo da reunião que decorreu ontem entre o Governo e as operadoras de jogo para acertar os detalhes jurídicos e processuais da decisão. O anúncio surgiu depois de terem sido confirmados dois novos casos da pneumonia de Wuhan em Macau. Um dos dois casos, o nono, diz respeito a uma mulher que trabalha na cantina do casino e no serviço de “shuttle bus” do Galaxy. Este é o primeiro caso de transmissão directa em Macau, já que a mulher, de 29 anos de idade, esteve no apartamento, e em contacto, com a residente de 64 anos, que veio a ser identificada como sendo o oitavo caso da doença na região. Durante a manhã de ontem, Hong Kong anunciou também a primeira morte relacionada com o novo coronavírus. Trata-se de um residente da antiga colónia britânica de 39 anos. “Nos próximos 7 a 10 dias vamos atravessar um período de ‘alto risco’ e, por isso’ temos de tomar medidas adequadas. Vamos pedir aos casinos para suspender os serviços durante duas semanas. Passado meio mês, se a situação estiver estável [os casinos] poderão voltar ao seu normal funcionamento. É esta a nossa medida”, referiu Ho Iat Seng. Assumindo que esta foi uma decisão “muito difícil” e que “vai causar muitos danos económicos a Macau”, Ho Iat Seng defendeu, contudo, que foi uma medida necessária para “assegurar a saúde dos residentes”. Apesar das perdas que se avizinham a nível económico, o Chefe do Executivo mostrou confiança na capacidade que Macau tem para “assumir esse risco”, apelando uma vez mais aos residentes para permanecerem em casa sempre que possível. “Estamos a enfrentar um grande desafio e nós somos capazes de assumir essa dificuldade. Apelo mais uma vez a todos os cidadãos para não saírem das suas casas. Permaneçam em casa, porque se forem visitar outras pessoas podem existir riscos. Obviamente que se querem ir ao supermercado, isso é necessário. Mas se não for urgente podem ficar em casa”, apontou Ho Iat Seng. O Chefe do Executivo sublinhou ainda que o agravamento das medidas tomadas pelo Governo tem como principal objectivo, reduzir o “fluxo de pessoas” e convencer os cidadãos a permanecer em casa e que, por isso, decisões como a redução do número de autocarros em circulação, a redução horária do posto fronteiriço das Portas do Cerco e o próprio encerramento dos casinos, podem não ser bem recebidas pela população. “Alguns cidadãos podem pensar que estas medidas são inconvenientes para eles mas, neste momento, estamos num período difícil e por isso temos de mudar o nosso (…) ponto de vista. Queremos que os cidadãos permaneçam em casa e não saiam, por isso (…) não vamos tomar medidas para facilitar a vida aos cidadãos, porque agora já surgiu o décimo caso e existem três casos que envolvem residentes locais”, vincou Ho Iat Seng. “Temos reservas financeiras” “Damos muita importância ao caso da epidemia mas também damos importância à economia. Como é que nós podemos recuperar a economia de Macau? Quais são as medidas e incentivos? Como é que podemos assegurar os empregos dos cidadãos de Macau?”, questionou Ho Iat Seng. Este é o ponto de foco do trabalho, pois estamos a enfrentar uma grave crise financeira”, acrescentou. Ho Iat Seng garantiu, no entanto, que estão a ser traçadas medidas para responder à situação e que Macau dispõe de “reservas financeiras” para fazer face ao contexto adverso que a região atravessa. O líder do Governo assumiu que o território vai ter um défice no orçamento, mas reiterou que a medida de encerrar os casinos tinha de ser tomada, recordando que a Lei Básica de Macau estabelece que as autoridades do território podem decretar a suspensão da operação dos casinos. “Sabemos que com o fecho dos casinos a receita é zero durante esses dias. Francamente não fiz ainda o cálculo [do impacto do encerramento], mas certamente que se vai traduzir num défice no orçamento. Em Janeiro ainda tivemos receitas de jogo, mas com a suspensão das próximas duas semanas, a receita vai ser zero”, explicou, reiterando que este é o momento de recorrer ao erário público para ultrapassar a situação. “Mencionei várias vezes que precisamos de tomar medidas com prudência para poupar o nosso orçamento. Temos reservas financeiras e estamos num momento difícil, por isso é que vamos utilizar o erário público para ultrapassar esta situação”, acrescentou. Recorde-se que os casinos de Macau fecharam 2019 com receitas de 292,46 milhões de patacas, menos 3,4 por cento que no ano anterior. Se tivermos em conta que em Fevereiro de 2019 as receitas brutas foram de 25.370 milhões de patacas, pode ser expectável, pelo menos, uma quebra na ordem dos 50 por cento, que pode ainda vir a ser agravada, dada a tendência negativa dos últimos meses. Sobre os moldes em que se espera que os 40 mil trabalhadores dos casinos atravessem o período de suspensão da actividade dos casinos, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong garantiu na tarde de ontem que as concessionárias de jogo se comprometeram a não forçar os funcionários a tirar férias sem vencimento, mantendo as respectivas remunerações. “As concessionárias comprometeram-se a não obrigar os funcionários a tirar licenças sem vencimento (…) e a cumprir as suas responsabilidades”, transmitiu o secretário. Administração: Serviços básicos suspensos O Chefe do Executivo anunciou, ainda, por ocasião da conferência de imprensa realizada ontem na Sede do Governo que os serviços básicos da função pública estão suspensos e que só se vão “manter os serviços urgentes”. Ho Iat Seng apelou ainda para que sejam “reduzidas ao máximo as actividades comerciais”. “Não posso mandar encerrá-los”, afirmou Ho Iat Seng. “Se não tiverem clientes, os próprios comerciantes vão decidir encerrar os negócios”, rematou. “Vamos por isso suspender os serviços básicos e só manter os serviços urgentes. Apelo também, mais uma vez, aos colegas da função publica que têm de cumprir as leis e regras. Apesar de estarem dispensados de trabalhar, devem usar esse tempo para ficar em casa. Não se trata de feriados nem férias. Os que podem trabalhar em casa devem fazê-lo”, explicou o Chefe do Executivo. Ho Iat Seng solicitou ainda ao sector empresarial local para reduzir, adequadamente, as suas actividades, esperando que estas medidas e apelos reduzam a concentração de pessoas, a fim de evitar a infecção cruzada.
João Santos Filipe Manchete SociedadeFecho dos casinos causa corrida ao supermercados O Chefe do Executivo sublinhou várias vezes que o abastecimento de comida chega para todos e pediu à população para não se preocupar. Mas ainda não tinha acabado de falar e as prateleiras dos supermercados já tinham começado a ser limpas [dropcap]A[/dropcap]pesar do Chefe do Executivo ter garantido que existem alimentos em reserva suficiente para garantir o abastecimento da RAEM durante os próximos dias, a mensagem não evitou uma corrida aos supermercados. Ainda a conferência de imprensa de Ho Iat Seng, que começou às 13h00, não tinha terminado e já várias pessoas corriam para os estabelecimentos comerciais da zona de Nam Van, com malas e carrinhos, onde colocar as compras para os próximos dias. No entanto, o cenário foi comum a várias zonas da cidade e em todos os supermercados verificaram-se longas filas para pagar as compras. Ainda antes das 16h00 já vários produtos em diferentes supermercados estavam completamente esgotados. Entre as principais escolhas dos residentes mais apressados destacaram-se as massas, fitas, arroz, enlatados e os vegetais. Também a água engarrafada esteve entre as escolhas dos comerciantes. Em declarações ao jornal Exmoo, houve cidadãos que explicaram ter corrido aos supermercados por estarem a planear não sair de casa nos próximos dias, pelo que precisam de encher-se com reservas. Mas também houve quem admitisse que a sua “corrida” se ficou a dever ao medo face “ao pânico” geral de não se poder comprar alimentos nos próximos dias. Stock suficiente Apesar da agitação nas ruas, Ho Iat Seng garante que o abastecimento vai chegar a todos. “Temos um stock suficiente para garantir o abastecimento da população. Os cidadãos não se devem preocupar com o stock de alimentos. Nós garantimos o abastecimento”, afirmou durante a conferência de imprensa. O Chefe do Executivo reconheceu ainda que houve ruptura dos produtos na semana passada, mas defendeu que por motivos que agora não estão a afectar o território: “Posso garantir que o abastecimento de comida é suficiente. Antes houve falta de comida, porque muita gente ainda estava de férias devido às festividades do Ano Novo Chinês”, explicou. Mais à tarde, já na conferência de imprensa diária, os números do abastecimento a Macau foram anunciadores pelo presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares. De acordo com o responsável, Macau vai receber 180 toneladas de vegetais, 240 porcos e 340 toneladas de carne congelada, 60 toneladas de fruta, 43 toneladas de peixe e 400 mil ovos. “Além destes descarregamentos previstos, temos ainda nos armazéns 1600 toneladas de carne congelada, que são suficientes para um período entre 10 a 20 dias”, sublinhou José Tavares. “Não precisamos de entrar em pânico”, indicou. Apelos à calma Também o secretário para a Economia e Finanças apontou a necessidade de se evitar os supermercados. “O corte das linhas marítimas entre Macau e Hong Kong não afecta o abastecimento de alimentos. As pessoas também não precisam de correr atrás dos produtos porque isso só vai fazer com que o stock dure menos tempo e gere confusão”, sustentou Lei Wai Nong. O governante indicou ainda que as grandes corridas aos estabelecimentos são contraproducentes, porque aumentam os riscos de infecção. “Se houver grandes concentrações nos supermercados, as pessoas estão ainda expostas a riscos maiores de contágios”, declarou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEpidemia | Registados mais dois casos e número de infectados sobe para dez Uma trabalhadora da Galaxy e um condutor de shuttle bus da SJM foram confirmados como os novos casos de infectados com o coronavírus em Macau. A mulher de 29 anos é sobrinha de uma outra residente, que tinha sido confirmada como o oitavo caso [dropcap]O[/dropcap] número de pessoas infectadas com a Pneumonia de Wuhan em Macau subiu para 10, com o anúncio de mais dois casos que envolvem locais. Tratam-se de duas pessoas que trabalharam para os casinos, nomeadamente Galaxy e SJM. O nono caso confirmado envolve uma residente de 29 anos que vive no edifício Kong Fok On e trabalha como jardineira no Galaxy. É sobrinha de uma outra mulher infectada que foi considerada como o oitavo caso. Devido ao contacto entre as duas mulheres, este poderia ser o primeiro caso de contaminação local, mas os Serviços de Saúde ainda não confirmam o cenário: “Como a mulher esteve no Interior mais do que uma vez ainda não podemos dizer que é um caso local, pode ter sido importado”, afirmou Leong Iek Hou, coordenador do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. O contacto entre a mulher de 29 anos e a tia, que é a oitava infectada em Macau, terá acontecido em duas ocasiões, a 23 e 24 de Janeiro. No primeiro dia a sobrinha esteve em casa da tia a fazer reparações e utilizou sempre máscara, ao contrário da familiar. A segunda ocasião tratou-se de um jantar de família, mas as duas não terão comido na mesma mesa nem estado à conversa mais do que cinco minutos Antes dos encontros, a mulher de 29 anos esteve em Zhuhai, a 19 de Janeiro, onde assistiu a um concerto. Esta é uma das ocasiões em que o vírus também poderá ter sido contraído. Apenas no dia 25, após mais um encontro familiar com 12 membros, é que a mulher começou a apresentar sintomas como febre, dores de costas e tosse. Porém, após dois dias em casa, foi trabalhar entre 28 de Janeiro e 1 de Fevereiro. Finalmente, no domingo, como a tia tinha sido confirmada com o oitavo caso, a mulher foi ao hospital e fez o teste, que acabou por dar positivo. O caso levou ainda ao isolamento de três colegas de trabalho, e 14 familiares. Além disso, 34 colegas de trabalhão estão a ser observados, caso apresentem sintomas. Jantar em Zhuhai O 10.º caso é um homem, de 59 anos, que conduz shutles bus para a SJM, nos percursos entre as Portas do Cerco e o casino Grande Lisboa, e entre o terminal Marítimo do Pac On e o Grande Lisboa. Vive no edifício Pat tat Sun Chuen, na Avenida Venceslau Morais, e esteve no Interior no dia 25 de Janeiro, onde pagou um jantar de família à mãe. No entanto, quando regressou já apresentava sintomas como febre e tosse. Entre 28 de Janeiro e 1 de Fevereiro o homem foi por duas vezes a clínicas privadas, mas como não se curava decidiu ir ao Hospital Kiang Wu. Também a esta instituição fez duas visitas, anteontem e ontem, até que foi confirmado como o 10.º caso, já depois de ser transferido para o Centro Hospitalar Conde São Januário. O facto de ter estado em Zhuhai a jantar faz com que o caso seja considerado importado. O homem esteve em contacto próximo com a mulher e os dois filhos e ainda com nove pessoas com quem terá tido uma refeição mais longa. Além disso, 57 pessoas, que estavam na altura no hospital Kiang Wu vão ficar em observação e ser testadas.
admin Manchete SociedadeEpidemia | Registados mais dois casos e número de infectados sobe para dez Uma trabalhadora da Galaxy e um condutor de shuttle bus da SJM foram confirmados como os novos casos de infectados com o coronavírus em Macau. A mulher de 29 anos é sobrinha de uma outra residente, que tinha sido confirmada como o oitavo caso [dropcap]O[/dropcap] número de pessoas infectadas com a Pneumonia de Wuhan em Macau subiu para 10, com o anúncio de mais dois casos que envolvem locais. Tratam-se de duas pessoas que trabalharam para os casinos, nomeadamente Galaxy e SJM. O nono caso confirmado envolve uma residente de 29 anos que vive no edifício Kong Fok On e trabalha como jardineira no Galaxy. É sobrinha de uma outra mulher infectada que foi considerada como o oitavo caso. Devido ao contacto entre as duas mulheres, este poderia ser o primeiro caso de contaminação local, mas os Serviços de Saúde ainda não confirmam o cenário: “Como a mulher esteve no Interior mais do que uma vez ainda não podemos dizer que é um caso local, pode ter sido importado”, afirmou Leong Iek Hou, coordenador do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença. O contacto entre a mulher de 29 anos e a tia, que é a oitava infectada em Macau, terá acontecido em duas ocasiões, a 23 e 24 de Janeiro. No primeiro dia a sobrinha esteve em casa da tia a fazer reparações e utilizou sempre máscara, ao contrário da familiar. A segunda ocasião tratou-se de um jantar de família, mas as duas não terão comido na mesma mesa nem estado à conversa mais do que cinco minutos Antes dos encontros, a mulher de 29 anos esteve em Zhuhai, a 19 de Janeiro, onde assistiu a um concerto. Esta é uma das ocasiões em que o vírus também poderá ter sido contraído. Apenas no dia 25, após mais um encontro familiar com 12 membros, é que a mulher começou a apresentar sintomas como febre, dores de costas e tosse. Porém, após dois dias em casa, foi trabalhar entre 28 de Janeiro e 1 de Fevereiro. Finalmente, no domingo, como a tia tinha sido confirmada com o oitavo caso, a mulher foi ao hospital e fez o teste, que acabou por dar positivo. O caso levou ainda ao isolamento de três colegas de trabalho, e 14 familiares. Além disso, 34 colegas de trabalhão estão a ser observados, caso apresentem sintomas. Jantar em Zhuhai O 10.º caso é um homem, de 59 anos, que conduz shutles bus para a SJM, nos percursos entre as Portas do Cerco e o casino Grande Lisboa, e entre o terminal Marítimo do Pac On e o Grande Lisboa. Vive no edifício Pat tat Sun Chuen, na Avenida Venceslau Morais, e esteve no Interior no dia 25 de Janeiro, onde pagou um jantar de família à mãe. No entanto, quando regressou já apresentava sintomas como febre e tosse. Entre 28 de Janeiro e 1 de Fevereiro o homem foi por duas vezes a clínicas privadas, mas como não se curava decidiu ir ao Hospital Kiang Wu. Também a esta instituição fez duas visitas, anteontem e ontem, até que foi confirmado como o 10.º caso, já depois de ser transferido para o Centro Hospitalar Conde São Januário. O facto de ter estado em Zhuhai a jantar faz com que o caso seja considerado importado. O homem esteve em contacto próximo com a mulher e os dois filhos e ainda com nove pessoas com quem terá tido uma refeição mais longa. Além disso, 57 pessoas, que estavam na altura no hospital Kiang Wu vão ficar em observação e ser testadas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEpidemia | Governo de Hong Kong interrompe ligações marítimas com Macau As ligações marítimas com Macau foram suspensas a partir da meia-noite de ontem, anunciou o Governo de Hong Kong. A decisão apanhou de surpresa as autoridades em Macau na conferência de imprensa diária acerca do novo tipo de coronavírus [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau foram ontem surpreendidas pela decisão da suspensão das ligações marítimas entre Hong Kong e Macau, anunciada pelo Governo de Hong Kong durante a tarde. Reagindo ao anúncio, por ocasião da conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o responsável do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Wong Kim Hong afirmou que ainda não tinha “confirmação de Hong Kong sobre a suspensão dos barcos”. A decisão de Hong Kong foi transmitida em conferência de empresa pela Chefe do Executivo, Carrie Lam, reiterando que a cidade iria encerrar praticamente todas as fronteiras terrestres e marítimas com o Continente, de forma a impedir a disseminação do novo coronavírus. Segundo Carrie Lam, citada pela agência Lusa, apenas dois postos de controlo vão permanecer abertos: a fronteira da Ponte sobre o Delta e a da Baía de Shezhen. Desta forma, Macau deixa de ter ligações marítimas com Hong Kong, permanecendo aberta, no entanto, a travessia através da ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai (HKMZ). Numa nota divulgada ao final do dia, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSMA) confirmou a suspensão total dos serviços marítimos entre Macau e Hong Kong. “O governo de Hong Kong anunciou o encerramento dos seus postos fronteiriços, devido à prevenção da propagação do novo coronavírus. Pelo que a partir da 00h00 do dia 4, será suspenso totalmente o serviço de transporte marítimo entre Hong Kong e Macau,(incluindo as ligações para o Aeroporto Internacional de Hong Kong), até que seja anunciado oportunamente o seu levantamento”, pode ler-se no comunicado. A Chefe do Executivo de Hong Kong negou que a medida tenha sido tomada devido à pressão dos médicos e enfermeiros da região, que ameaçaram fazer uma greve de cinco dias para exigir que o Governo fechasse todas as fronteiras com o Continente. “Não tem absolutamente nada a ver com a greve”, garantiu Carrie Lam, explicando tratar-se apenas de uma medida para conter a propagação do vírus. Recorde-se que a líder de Hong Kong, que atravessa uma grave crise de popularidade, depois de meses de protestos, tem estado a ser pressionada para fechar as fronteiras com o Interior. A responsável pediu também aos moradores de Hong Kong que “se unam” no combate ao surto, que já provocou a morte a mais de 360 pessoas na China. “Macau é diferente” Já quando questionada sobre se Macau poderá seguir os passos de Hong Kong no que diz respeito ao encerramento de fronteiras com o interior da China, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U argumentou que em Macau a situação é diferente. “A situação de Macau é diferente da situação de Hong Kong. Para além de trabalhadores não residentes, muitos trabalhadores de Macau vivem em Zhuhai. De acordo com a Lei Básica os residentes de Macau têm o direito à livre circulação e por isso, (…) até agora, não temos nenhuma decisão no sentido de fechar as fronteiras, mas temos tomado medidas para encerrar mais cedo alguns postos fronteiriços, como por exemplo as Portas do Cerco”, explicou Ao Ieong U. Mais de 50 solicitaram testes Ao todo, 55 pessoas que dizem ter contactado a mulher de Macau de 64 anos, que foi diagnosticada como sendo o oitavo caso confirmado do novo coronavírus na região, solicitaram a realização de testes clínicos nos serviços de urgências. Na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, Lei Wai Seng, médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, afirmou que do total de pessoas que fizeram testes, em 40 casos foi afastada a hipótese de contágio, ao passo que 15 aguardam ainda os resultados dos exames. “Os que não tiveram contactos próximos, apenas um contacto ligeiro (…) não têm grande risco de contrair este vírus. Quero salientar que a população não tem que ficar em pânico”, referiu o responsável. Já a situação dos oito casos confirmados do novo coronavírus foi considerada “estável” e o grau da doença “leve”, referiu Lei Wai Seng.
admin Manchete PolíticaEpidemia | Governo de Hong Kong interrompe ligações marítimas com Macau As ligações marítimas com Macau foram suspensas a partir da meia-noite de ontem, anunciou o Governo de Hong Kong. A decisão apanhou de surpresa as autoridades em Macau na conferência de imprensa diária acerca do novo tipo de coronavírus [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau foram ontem surpreendidas pela decisão da suspensão das ligações marítimas entre Hong Kong e Macau, anunciada pelo Governo de Hong Kong durante a tarde. Reagindo ao anúncio, por ocasião da conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o responsável do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), Wong Kim Hong afirmou que ainda não tinha “confirmação de Hong Kong sobre a suspensão dos barcos”. A decisão de Hong Kong foi transmitida em conferência de empresa pela Chefe do Executivo, Carrie Lam, reiterando que a cidade iria encerrar praticamente todas as fronteiras terrestres e marítimas com o Continente, de forma a impedir a disseminação do novo coronavírus. Segundo Carrie Lam, citada pela agência Lusa, apenas dois postos de controlo vão permanecer abertos: a fronteira da Ponte sobre o Delta e a da Baía de Shezhen. Desta forma, Macau deixa de ter ligações marítimas com Hong Kong, permanecendo aberta, no entanto, a travessia através da ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai (HKMZ). Numa nota divulgada ao final do dia, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSMA) confirmou a suspensão total dos serviços marítimos entre Macau e Hong Kong. “O governo de Hong Kong anunciou o encerramento dos seus postos fronteiriços, devido à prevenção da propagação do novo coronavírus. Pelo que a partir da 00h00 do dia 4, será suspenso totalmente o serviço de transporte marítimo entre Hong Kong e Macau,(incluindo as ligações para o Aeroporto Internacional de Hong Kong), até que seja anunciado oportunamente o seu levantamento”, pode ler-se no comunicado. A Chefe do Executivo de Hong Kong negou que a medida tenha sido tomada devido à pressão dos médicos e enfermeiros da região, que ameaçaram fazer uma greve de cinco dias para exigir que o Governo fechasse todas as fronteiras com o Continente. “Não tem absolutamente nada a ver com a greve”, garantiu Carrie Lam, explicando tratar-se apenas de uma medida para conter a propagação do vírus. Recorde-se que a líder de Hong Kong, que atravessa uma grave crise de popularidade, depois de meses de protestos, tem estado a ser pressionada para fechar as fronteiras com o Interior. A responsável pediu também aos moradores de Hong Kong que “se unam” no combate ao surto, que já provocou a morte a mais de 360 pessoas na China. “Macau é diferente” Já quando questionada sobre se Macau poderá seguir os passos de Hong Kong no que diz respeito ao encerramento de fronteiras com o interior da China, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U argumentou que em Macau a situação é diferente. “A situação de Macau é diferente da situação de Hong Kong. Para além de trabalhadores não residentes, muitos trabalhadores de Macau vivem em Zhuhai. De acordo com a Lei Básica os residentes de Macau têm o direito à livre circulação e por isso, (…) até agora, não temos nenhuma decisão no sentido de fechar as fronteiras, mas temos tomado medidas para encerrar mais cedo alguns postos fronteiriços, como por exemplo as Portas do Cerco”, explicou Ao Ieong U. Mais de 50 solicitaram testes Ao todo, 55 pessoas que dizem ter contactado a mulher de Macau de 64 anos, que foi diagnosticada como sendo o oitavo caso confirmado do novo coronavírus na região, solicitaram a realização de testes clínicos nos serviços de urgências. Na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, Lei Wai Seng, médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, afirmou que do total de pessoas que fizeram testes, em 40 casos foi afastada a hipótese de contágio, ao passo que 15 aguardam ainda os resultados dos exames. “Os que não tiveram contactos próximos, apenas um contacto ligeiro (…) não têm grande risco de contrair este vírus. Quero salientar que a população não tem que ficar em pânico”, referiu o responsável. Já a situação dos oito casos confirmados do novo coronavírus foi considerada “estável” e o grau da doença “leve”, referiu Lei Wai Seng.
Pedro Arede Manchete SociedadeSanta Casa | Idosos impedidos de sair do lar para evitar contágio [dropcap]O[/dropcap] Lar da Nossa Senhora da Misericórdia em Macau está a impedir os utentes de sair das suas instalações, como medida de prevenção contra o surto do novo coronavírus. A informação foi transmitida ao HM através de uma denúncia feita por uma mulher de 82 anos que afirmou estar impedida de sair do lar desde sábado. “Ontem [sábado] apareceu uma ordem a dizer que não podia sair, nem eu, nem ninguém. Perguntei porquê e responderam-me que eram ordens superiores, para impedir de trazer o vírus para dentro do lar”, partilhou a utente com o HM. Afirmando que a alimentação fornecida pela instituição da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM) a obriga a sair para comer fora devido à ”fraca qualidade”, a utente argumenta que a medida não garante a salvaguarda do contágio. “Os funcionários que trabalham cá, também não deviam poder entrar, por essa ordem de ideias. Há uma escala de serviço que varia todos os dias e há funcionários que vêm todos os dias de Zhuhai. Estou aqui presa. Quem é que me garante que elas não vêm com vírus?”, contou ao HM. Contactado pelo HM, o provedor da SCMM, António José de Freitas confirmou que os idosos estão impedidos de sair do lar, defendendo ser uma medida necessária e até bem recebida, dadas as circunstâncias. “Que eu saiba, esta medida mereceu o aplauso de quase todos os utentes incluindo os respectivos familiares. A partir de ontem [sábado] nem sequer há visitas. O próprio Governo está a implementar medidas cada vez mais drásticas, porque este assunto não é para brincar. Estão em causa muitas vidas, não a ‘liberdade’ de uma senhora que não pode sair para almoçar ou jantar”, explicou. Sobre o facto de os utentes do lar estarem expostos a funcionários que vêm de Zhuhai, o provedor afirmou ser a única maneira do serviço continuar a ser prestado. “Há muitos lares em Macau e posso garantir uma coisa: qualquer um deles, neste momento, emprega trabalhadores importados da China, porque o trabalho do lar é um trabalho que as pessoas de Macau não querem fazer”, defendeu António José de Freitas.
admin Manchete SociedadeSanta Casa | Idosos impedidos de sair do lar para evitar contágio [dropcap]O[/dropcap] Lar da Nossa Senhora da Misericórdia em Macau está a impedir os utentes de sair das suas instalações, como medida de prevenção contra o surto do novo coronavírus. A informação foi transmitida ao HM através de uma denúncia feita por uma mulher de 82 anos que afirmou estar impedida de sair do lar desde sábado. “Ontem [sábado] apareceu uma ordem a dizer que não podia sair, nem eu, nem ninguém. Perguntei porquê e responderam-me que eram ordens superiores, para impedir de trazer o vírus para dentro do lar”, partilhou a utente com o HM. Afirmando que a alimentação fornecida pela instituição da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM) a obriga a sair para comer fora devido à ”fraca qualidade”, a utente argumenta que a medida não garante a salvaguarda do contágio. “Os funcionários que trabalham cá, também não deviam poder entrar, por essa ordem de ideias. Há uma escala de serviço que varia todos os dias e há funcionários que vêm todos os dias de Zhuhai. Estou aqui presa. Quem é que me garante que elas não vêm com vírus?”, contou ao HM. Contactado pelo HM, o provedor da SCMM, António José de Freitas confirmou que os idosos estão impedidos de sair do lar, defendendo ser uma medida necessária e até bem recebida, dadas as circunstâncias. “Que eu saiba, esta medida mereceu o aplauso de quase todos os utentes incluindo os respectivos familiares. A partir de ontem [sábado] nem sequer há visitas. O próprio Governo está a implementar medidas cada vez mais drásticas, porque este assunto não é para brincar. Estão em causa muitas vidas, não a ‘liberdade’ de uma senhora que não pode sair para almoçar ou jantar”, explicou. Sobre o facto de os utentes do lar estarem expostos a funcionários que vêm de Zhuhai, o provedor afirmou ser a única maneira do serviço continuar a ser prestado. “Há muitos lares em Macau e posso garantir uma coisa: qualquer um deles, neste momento, emprega trabalhadores importados da China, porque o trabalho do lar é um trabalho que as pessoas de Macau não querem fazer”, defendeu António José de Freitas.