Artes | Festival Fringe despede-se da cidade este fim-de-semana

A 21.ª edição do Festival Fringe chega ao fim no domingo, mas até lá, a festa das artes performativas, com Teatro, exposições interactivas e experiências sensoriais vai continuar na rua

 

A 21.ª edição do Festival Fringe está a chegar ao fim, com os derradeiros eventos marcados para domingo, restando três dias de performances e actividades espalhados pelos bairros comunitários.

Dentro do cartaz do Fringe deste ano, existe como que um outro festival paralelo, o Todos Fest, com uma profusão de actividades que rompem preconceitos e barreiras.

Uma delas é a exposição “Arte para Todos”, que vai estar no coração do Fai Chi Kei, zona de lazer da Praça das Orquídeas, até domingo, das 12h às 20h, e que funde artista e público num único corpo comunitário. A ideia por trás da iniciativa, é a apresentação de trabalhos para exposição no local onde a exposição itinerante está.

“Sem prestar atenção a preconceitos de bom, mau, belo ou feio, a mostra visa permitir que a criação em si volte a ser a essência da arte. Um recorte em papel sem pretensões, ou duas linhas de poesia na inspiração do momento… Tudo merece ser apreciado”, descreve o Instituto Cultural (IC).

Bem no centro de um dos bairros mais populosos da península, a exposição “Arte para Todos” abre um espaço onde não existem limitações de forma ou tema e onde a criatividade é a única coisa que importa. “Envie a sua obra de arte e nós lhe daremos o devido destaque! Será providenciada uma área de improvisação para poder dar asas à sua criatividade”, sugere o IC.

Amanhã e domingo, às 15h, o jardim da Fundação Oriente será o palco de “Corpo Específico”, que junta um grupo de artistas com “características físicas únicas”, que irão realizar sequências de danças sob a direcção de Yuenjie Maru, um artista de Hong Kong. A performance dá o poder a artistas portadores de deficiência, que se exprimem através do método “danceability”, juntando elementos de dança simbiótica. Os participantes pertencem ao Centro Lustroso da Caritas de Macau.

Coronavírus e imersão

“A Loucura Pós-pandémica” é um espectáculo multidisciplinar, que junta elementos de teatro físico, multimédia, exposição e instalação, interpretado em cantonense por Heidi Ng, Somen Sou e Kathy Ng. Como o nome indica, a peça convida à reflexão dos espectadores “sobre o meio ambiente, a sociedade, a vida quotidiana e a relação entre o homem e a natureza na era pós-pandemia”.

O Edifício Industrial Yau Seng é um dos palcos pouco convencionais que caracteriza o Fringe, onde será apresentado “Transeunte”, uma peça que mistura teatro com marionetas. O espectáculo decorre no prédio, sito na Rua Número 1 do Bairro Iao Hon, amanhã e domingo, em quatro sessões (14h30, 15h, 15h30 e 16h).

Interpretado por Vong Meng Chong e Lai Chi Ieng, a peça lança uma reflexão sobre o passado e o futuro do bairro do Iao Hon. “Qual poderia ser o futuro do Iao Hon? O Iao Hon passou por transformações graduais, desde os aterros, às terras agrícolas e finalmente uma zona residencial, com um fluxo constante de moradores. À medida que a pressão para o desenvolvimento se torna mais forte, tudo no bairro se torna uma memória e gradualmente desaparece”, descreve o IC.

Até ao final da 21.ª edição do Festival Fringe, haverá ainda tempo para teatro de fantasia, hoje a amanhã (em duas sessões às 19h30 e 21h30), no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais N.º 2, com a peça “Fragmento” de Cheng Ka Man, uma instalação que retrata “O Vendedor de Bonecos de Arroz”, no Largo da Sé”, entre outros eventos.

21 Jan 2022

Performances ao vivo e vídeo em destaque na nova edição do MIPAF 

É já amanhã que decorre a nova edição do Festival Internacional de Artes Performativas de Macau (MIPAF, na sigla inglesa), uma iniciativa organizada pelo Armazém do Boi. Ao HM, o curador do evento, Ng Fong Chao, presidente do Armazém do Boi, garantiu que o principal objectivo é “explorar a relação entre a “arte corporal” e a “imagem”. O programa dá ênfase à arte performativa ao vivo, onde o corpo assume um papel primordial. Além do MIPAF decorre em simultâneo o Festival de Vídeo Experimental de Macau (EXiM, na sigla inglesa).

“Vamos mostrar performances ao mesmo tempo que são exibidos vídeos, sendo que os artistas vão poder gerar outro tipo de arte através do seu trabalho”, referiu o responsável.

Entre as 18h e as 20h de amanhã, os espectáculos podem ser vistos no espaço Macau Art Garden, na avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, com entrada livre.

Para o cartaz deste ano, foram convidados artistas da China, como é o caso de He Libin e Tang Weichen, de Kunming, Tan Tan, de Wuhan e Long Miaoyuan, de Shenzhen. Todos eles vão apresentar as suas performances elaboradas com base no tema “Image in Body Art”.

“Os artistas terão a liberdade de integrar vídeos nas suas performances. Desta forma, tentámos encontrar artistas com experiência nestas áreas, como é o caso de Tan Tan e Long Miaoyuan.”

O curador acrescentou ainda que “os artistas têm necessidade de trabalhar com a ideia de ‘o que mostrar’ com duas formas artísticas diferentes”. Desta forma, “o público poderá olhar para os trabalhos do MIPAF e os vídeos do EXiM, ter diferentes experiências e interpretá-las de diferentes formas”.

A culpa é da covid

Ng Fong Chao declarou também que o MIPAF sempre quis ter uma vertente internacional e ser uma plataforma para os artistas de todo o mundo revelarem o seu trabalho. Esta é a reacção a uma crítica apresentada pelo ex-deputado Au Kam San, que na página de Facebook do evento disse que não havia quaisquer artistas de fora da China no cartaz.

“Temos tido muita pressão devido à pandemia ao longo destes dois anos. Temos procurado uma melhor altura para nos ligarmos a diferentes países desde o início deste ano, mas os custos em termos de saúde, tempo e recursos são muito altos.”

O curador adiantou que a ocorrência de surtos de covid-19 na China obrigou a organização do festival a dividir o programa em duas partes. Depois da primeira parte do evento, que teve apenas artistas locais, ter acontecido em Dezembro, surge agora a segunda parte.

21 Jan 2022

Armazém do Boi | Nova edição do MIPAF a partir de sábado 

Arranca este sábado a nova edição do Festival Internacional de Artes Performativas de Macau (MIPAF, na sigla inglesa), promovido pelo Armazém do Boi e que conta com a curadoria de Ng Fong Chao, presidente desta associação de cariz cultural.

Além disso, acontece também o Festival de Vídeo Experimental de Macau. Ambos os eventos decorrem no Macau Art Garden, na avenida Dr. Rodrigo Rodrigues. A entrada é livre. As performances do MIPAF acontecem este sábado entre as 18h e 20h e contam com a presença de artistas da China, como He Libin e Tang Weichen, de Kunming, Tan Tan, de Wuhan e Long Miaoyuan, de Shenzhen.

O tema desta iniciativa é “Image in Body Art”. He Libin é arista e curador, trabalhando com artes multidisciplinares. Desde 1997 que tem participado em mais de 100 exposições realizadas em mais de 40 cidades, num total de 14 países.

20 Jan 2022


Edifício Ritz | Exposição de “Fai Chun” e pintura chinesa

É inaugurada, na próxima segunda-feira, a exposição de “Fai Chun” e pintura chinesa no edifício Ritz, situado no Largo do Senado. Este é um evento promovido pela Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Circuito da Guia de Macau, presidida por José Luís Estorninho, que termina quarta-feira, dia 26.

A mostra inclui 12 artistas e calígrafos da Associação das Artes de Pintura e Caligrafia de Macau, estando também programada a oferta de “Fai Chun” durante a realização do evento. Serão ainda expostas 15 obras de pintura chinesa alusivas ao novo ano lunar, do Tigre.

A abertura do evento acontece segunda-feira, às 13h30, com uma sessão de escrita de “Fai Chun”, que se repete no dia seguinte às 10h. Nessa terça-feira decorre, às 17h30, a cerimónia de abertura da exposição. Na quarta-feira, acontece uma nova sessão de “Fai Chun”, encerrando-se as actividades. A entrada é livre.

20 Jan 2022

Eugénio de Andrade | Colóquio internacional e exposição agendados para 2023

Um colóquio internacional sobre Eugénio de Andrade e uma grande exposição bio-bibliográfica são dois dos principais eventos programados para celebrar o centenário do poeta, que se assinala a 19 de Janeiro do próximo ano, anunciou a organização.

“Se fosse vivo, Eugénio de Andrade faria 99 anos no próximo dia 19 de janeiro. Nesta oportunidade, foi constituída uma Comissão que se encarregará de promover diversas iniciativas que celebrem dignamente o centenário do nascimento do poeta”, anunciou em comunicado a Comissão Organizadora do Centenário do Nascimento de Eugénio de Andrade.

Estes dois eventos, os mais importantes já previstos, vão ter lugar no Porto e no Fundão, em datas e lugares ainda indicar.

A Comissão Organizadora do Centenário do Nascimento de Eugénio de Andrade é constituída por Federico Bertolazzi (Universidade “Tor Vergata”, de Roma), Joana Matos Frias (Universidade de Lisboa), José Tolentino Mendonça (Universidade Católica Portuguesa), Arnaldo Saraiva (Universidade do Porto) e Carlos Mendes de Sousa (Universidade do Minho).

Bilhete de identidade

Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu em 1923, no Fundão, e morreu no Porto em 2005, aos 82 anos. Aos dez anos mudou-se para Lisboa, devido à separação dos pais, e três anos depois escreveu os seus primeiros poemas.

Em 1938, aos 15 anos, enviou alguns desses poemas a António Botto que, gostando do que leu, o quis conhecer, encorajando-lhe a veia literária. Em 1943 mudou-se para Coimbra, cidade onde conviveu com Miguel Torga e Eduardo Lourenço.

Tornou-se funcionário público em 1947, actividade que exerceu durante 35 anos, tendo sido transferido em 1950 para o Porto, onde fixou residência durante mais de quatro décadas, até se mudar para o edifício da extinta Fundação Eugénio de Andrade, na Foz do Douro.

Apesar do seu prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com “essa debilidade do coração que é a amizade”.

Obras e prémios

A sua extensa produção literária granjeou-lhe vários prémios e distinções, entre os quais o Premio Camões, em 2001, mas também o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), o Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988) e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989).

Além de vasta obra poética, Eugénio de Andrade publicou alguns livros em prosa, designadamente “Os afluentes do silêncio”, “História de égua branca”, com ilustrações de Manuela Bacelar, “Rosto precário” e “À sombra da memória”.
Eugénio de Andrade encontra-se sepultado no Cemitério do Prado do Repouso, no Porto, tendo a sua campa sido desenhada pelo arquiteto e seu amigo Siza Vieira, incluindo a inscrição dos versos do seu livro “As Mãos e os Frutos”.

20 Jan 2022

Música | Projecto “The Rooms” apresenta novo single, intitulado “The Strangest One”

“The Strangest One” é o novo single do projecto “The Rooms” desde o lançamento do álbum “O Fim da Escuridão” em Dezembro. João Gonçalves confessa que esta música nasceu para um projecto de João Oliveira, tendo trabalhado com os músicos Iat U Hong e Ao Chon Fai

 

“The Strangest One” é o novo single do projecto musical “The Rooms”, de João Gonçalves, e que já pode ser ouvido em diversas plataformas digitais de música. Ao HM, João Gonçalves explica que esta nova música nasceu para um projecto de instalação sonora de João Oliveira, integrado no Festival Internacional de Música de Macau deste ano.

“O João pediu-me para arranjar músicos e criar umas músicas para tocar com a instalação sonora, e esta instalação era composta por um quadro com vários instrumentos pintados sensíveis ao toque, que ao serem tocados transmitiam o som de um instrumento.”

“The Strangest One” acabou por surgir neste rol de criações, que conta com colaborações do violinista Iat U Hong e do multi-instrumentalista Ao Chon Fai.

“Já tinha trabalhado com Iat U Hong numa das faixas do álbum [O Fim da Escuridão]. É o tipo de músico que não precisa de grande direcção. Ao Chon Fai está ligado ao Jazz em Macau, sobretudo no desenvolvimento de novos talentos.”

João Gonçalves tinha trabalhado com Ao Choi Fai na música “Slavin”, gravada no ano passado. “Sempre ouvi um clarinete baixo enquanto estava a criar esta música, talvez por influência de Charles Mingus e Eric Dolphy, que trabalhou muitas vezes com ele. Digamos que fiquei apaixonado pelo som do clarinete baixo e decidi repetir.”

O novo single dos “The Rooms” surge depois do lançamento, em 2021, do álbum “O Fim da Escuridão”, lançado a 14 de Dezembro. Este projecto reúne as faixas musicais que os “The Rooms” foram gravando em estúdio ao longo do ano passado, à excepção da faixa “A Little Stronger”, gravada em finais de 2020.

Paisagem de Cormac McCarthy

Além dos músicos acima descritos, João Gonçalves decidiu juntar-se a Dave Wan, que integra os Náv. “Sou um pouco purista do analógico e na fase de gravação procurei alguém para tocar as tablas que já tinham sido inseridas pelo João Oliveira na instalação sonora. O Dave Wan completou o ensemble.”

João Gonçalves destaca a mistura “improvável e pouco ortodoxa” do uso de guitarra eléctrica, violino e clarinete baixo na elaboração de “The Strangest One”. “No processo de criação e produção é ainda mais estranha a adição de um instrumento chinês, o Guqin, e um instrumento indiano, as Tablas, mas acabou por resultar bastante bem”, frisou.

No final, a sonoridade de “The Strangest One” remete “para a paisagem de um livro do escritor norte-americano Cormac McCarthy, Western e apocalíptica, com a adição dos instrumentos asiáticos mas também com alguns contornos orientais”.

O mentor dos “The Rooms” adiantou ainda que, no processo criativo, a música surge a partir da experimentação com instrumentos. “À medida que o processo avança vão-se limando as arestas. O mesmo acontece com as letras. A coisa apenas flui, sai e vai-se esculpindo”, concluiu.

20 Jan 2022

Macau com 15 restaurantes com estrelas Michelin em 2022

Macau perdeu três restaurantes com estrelas Michelin, totalizando 15 estabelecimentos na edição deste ano do Guia para Macau e Hong Kong.

Três restaurantes de Macau, “Robuchon au Dôme” e “The Eight Restaurant”, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, e o “Jade Dragon”, no City of Dreams, mantiveram as classificações de 2021, com três estrelas (‘uma cozinha única, justifica a viagem’) cada um, escreveu a organização do guia gastronómico no ‘site’.

Macau conta ainda com cinco restaurantes com duas estrelas (‘cozinha excelente, vale a pena o desvio’) e sete com uma estrela Michelin (‘cozinha de grande nível, compensa parar’).

Numa entrada direta para o grupo dos restaurantes com duas estrelas, o “Sichuan Moon”, criado pelo ‘chef’ de Taiwan André Chiang e liderado pelo ‘chef’ executivo da Malásia Zor Tan no ‘resort’ Wynn Palace, destacou-se “com uma ementa que desafia preconceitos sobre a comida de Sichuan [província chinesa no centro do país], e pratos que podem ser definidos como obras de arte”, indicou a organização.

Com uma estrela, obtida no ano passado, o restaurante de comida cantonense “Wing Lei”, no ‘resort’ Wynn Macau, conquistou agora a segunda, “sob a liderança estável” do ‘chef’ Chan Tak Kwong, acrescentou.

Na distinção “Bib Gourmand”, conferida aos restaurantes que oferecem menus de três pratos por menos de 400 patacas, mantêm-se sete estabelecimentos em Macau, entre eles o português “O Castiço”.

Além destes, destaque em Macau para oito estabelecimentos de ‘street food’, 20 restaurantes selecionados e uma estrela verde (que distingue uma cozinha sustentável), conquistada no ano passado pelo Restaurante Educacional do Instituto de Formação Turística.

“Nesta edição de 2022, aplaudimos os cozinheiros e restauradores de ambos os territórios por mostrarem coragem, resiliência e criatividade em tempos de incertezas. Estamos orgulhosos de celebrar os mais brilhantes talentos de Hong Kong e Macau enquanto preparam o caminho para dois dos mais excitantes e diversificados destinos culinários do mundo”, sublinhou o diretor internacional do Guia Michelin, Gwendal Poullennec.

19 Jan 2022

Cinemateca Paixão | Exibidos três documentários do fotógrafo Fabrizio Maltese 

Começa hoje a ser exibido, na Cinemateca Paixão, o primeiro de três documentários da autoria do fotógrafo de celebridades e documentarista “California Dreaming” Fabrizio Maltese. “50 Days in the Desert” integra o painel de exibições composto ainda pelos projectos “California Dreaming” e “Lost Flowers”

 

A Cinemateca Paixão começa hoje a exibir o primeiro de três documentários da autoria de Fabrizio Maltese, num ciclo especialmente dedicado a este fotógrafo e documentarista, que divide o seu trabalho entre Paris e o Luxemburgo.

Hoje e sexta-feira será, assim, exibido, “50 Days in the Desert”, com sessões às 13h e 14h28. O documentário conta os bastidores do filme “The White Knights”, filmado em 2015 e da autoria do realizador belga Joachim Lafosse. Os vários desafios que este teve de enfrentar quando decidiu fazer as filmagens em Marrocos são o tema central do documentário, que explora ainda a semana de trabalho da equipa no deserto do Sahara, bem como os métodos pouco usuais de Lafosse durante o processo criativo.

Esta película integrou os programas do Festival Internacional de Cinema de Palm Spring, em 2016, e do Festival de Cinema da Cidade de Luxemburgo, em 2015.

Já “California Dreaming”, será exibido amanhã e sábado, com sessões às 11h30 e 13h14, respectivamente.  Com este trabalho, Fabrizio Maltese quis explorar as especificidades da cidade da Califórnia, onde vivem cerca de 14 mil pessoas e que é a terceira maior do Estado norte-americano com o mesmo nome. Concebida em 1950, a cidade da Califórnia tornou-se rival da também importante cidade de Los Angeles, mas desde então foi perdendo muita da sua importância inicial. O documentário explora o facto de a cidade da Califórnia ter hoje uma dimensão muito menor, retratando vivências e visões dos seus habitantes, estabelecendo um contraste com o chamado “sonho americano” dos anos 50.

Em 2019, esta película integrou também os programas “Selecção Oficial” do Festival Internacional de Cinema de Palm Springs e do Festival de Cinema da Cidade do Luxemburgo.

Retrato na pandemia

Sexta-feira e domingo são os dias escolhidos para a exibição de “Lost Flowers”, seleccionado para uma nomeação, no ano passado, no Festival de Cinema Documental de Thessaloniki. Com uma forte componente autobiográfica, o filme espelha o regresso de Fabrizio, em Março de 2020, a Itália, depois de o seu pai ter sofrido um ataque cardíaco. Foi nesta altura que a pandemia da covid-19 espoletou, e o país entrou em período de confinamento.

Assim este é “um diário íntimo e uma ode ao amor incondicional nas circunstâncias mais desafiantes que um filho pode enfrentar”. “Lost Flowers” não é mais do que um “conto sobre a alma e as dificuldades pessoais num contexto de uma tragédia colectiva”.

As sessões decorrem, na sexta-feira, às 11h30, enquanto que no domingo o documentário será exibido às 12h40.
Sendo um fotógrafo de celebridades, com trabalho publicado em revistas como a GQ, Rolling Stone ou Hollywood Reporter, Fabrizio Maltese é também conhecido pelo seu trabalho como documentarista. Nascido em Itália, mas com uma vida pessoal e profissional dividida entre Paris e o Luxemburgo, Fabrizio Maltese é um nome que já esteve presente em festivais de cinema de todo o mundo.

19 Jan 2022

Arqueologia | Mostra “Rota Marítima da Seda e Macau” abre ao público sexta-feira

É já esta sexta-feira que é inaugurada a exposição permanente “Rota Marítima da Seda e Macau” na área de conservação e exposição dos vestígios arqueológicos do fosso do Colégio de S. Paulo, situada na Rua D. Belchior Carneiro, atrás das Ruínas de São Paulo.

Esta exposição, coordenada pelo Instituto Cultural (IC), tem como objectivo “dar a conhecer ao público a importância de Macau como um dos patos de trânsito da Rota Marítima da Seda”, bem como “divulgar e promover o valor patrimonial da própria Rota Marítima da Seda entre a sociedade local”.

Através de textos e imagens, o público poderá saber mais sobre os locais históricos de Macau que integraram esta rota. No passado, o território era um dos importantes portos de trânsito para o comércio entre a China e o estrangeiro, tendo assumido durante o auge da Rota Marítima da Seda um papel relevante na exportação de vários produtos Chineses, tais como a seda e a porcelana, que chegavam à Europa, Japão ou América, entre outros destinos, a partir dos portos de Macau.

Foi neste contexto que a região deu um contributo histórico fundamental, viabilizando não só a maximização do alcance do comércio mundial no contexto da Rota Marítima da Seda, mas também a promoção do diálogo e do intercâmbio entre diferentes civilizações. Nos itinerários de Ocidente para Oriente, a Rota Marítima da Seda contribuiu também para o desenvolvimento das características urbanas da cidade e para a consolidação da identidade multicultural de Macau. Ainda hoje, é possível reconhecer claros indícios do contexto da Rota Marítima da Seda no próprio tecido urbano, nos vestígios arquitectónicos e na dimensão cultural e espiritual da cidade, descreve o IC.

18 Jan 2022

Obituário | Morreu Pedro Barreiros, grande divulgador da cultura macaense

Filho do macaense Leopoldo Danilo Barreiros, divulgador de Camilo Pessanha e de Wenceslau de Moraes e presidente da Associação Wenceslau de Moraes, Pedro Barreiros faleceu este domingo vítima de doença prolongada. Quem com ele privou, descreve-o como um médico humanista e um importante divulgador da cultura macaense. Deixa por publicar uma autobiografia

 

Morreu este domingo, vítima de doença prolongada, Pedro Barreiros, médico e um grande divulgador da cultura macaense, com uma enorme dedicação à divulgação dos escritos de poetas e escritores como Camilo Pessanha e Wenceslau de Moraes, bem como da memória do seu avô, José Vicente Jorge. Pedro Barreiros era filho do macaense Leopoldo Danilo Barreiros.

Nascido em Macau em 1943, Pedro Barreiros formou-se em medicina em Lisboa, tendo ingressado no quadro de Oficiais Médicos da Força Aérea Portuguesa em 1968. Em 1997 foi promovido a Major General Médico e Director de Saúde da Força Aérea. Foi também professor de patologia entre 1982 e 2013, não apenas na Força Aérea, mas em várias universidades portuguesas.

No entanto, a área das artes e cultura esteve sempre presente na sua vida. Pedro Barreiros, que foi também um dos convidados numa edição do festival literário Rota das Letras, esteve sempre ligado à pintura, que aprendeu ainda em criança com um mestre chinês. Em Macau, chegou a fazer algumas exposições individuais, entre os anos de 1990 e 2002. Em 2006, foi distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique.

Um comunicado da Associação Wenceslau de Moraes, à qual presidia, descreve-o como um “médico de aldeia e cidade, militar e civil, de guerra e de paz” que “a todos tratava com a devida atenção de quem sabe que a medicina é, antes de mais, uma ciência humana”.

No entanto, Pedro Barreiros era “acima de tudo pintor”, e também “macaense, de alma, corpo e coração, filho de macaenses e de Macau”.

Casado com Graça Pacheco Jorge, e ambos netos de José Vicente Jorge, Pedro Barreiros esteve ainda envolvido, juntamente com a sua esposa, na produção da fotobiografia “José Vicente Jorge – Um macaense ilustre”, editado pelo Albergue SCM.

Tendo sido comissário das comemorações dos 150 anos do nascimento de Wenceslau de Moraes, foi nessa qualidade que Pedro Barreiros foi entrevistado, em 2005, pela RTP. Nessa conversa, desvendou um pouco do fascínio que sentia pelo percurso do escritor.

“Wenceslau de Moraes foi uma das minhas paixões desde a juventude e o meu pai foi um dos biógrafos dele. Não apenas pelo seu aspecto literário, mas pela divulgação que me deu do Japão. Tinha também uma grande dimensão humana e disse, muito precocemente, que o ser humano amarelo era igual aos outros”, afirmou.

Pedro Barreiros recordou a amizade íntima que uniu Camilo Pessanha a Wenceslau de Moraes e o facto de Pessanha ter sido “visita habitual da casa” do seu avô, Vicente Jorge.

“Uma das minhas tias foi a primeira menina de Macau a ir estudar para Lisboa com uma bolsa paga pelo Camilo Pessanha e eles traduziram as oito elegias chinesas, oito poemas Ming descobertos por Camilo Pessanha numa caixa que ele teria comprado num antiquário”, exemplificou, numa outra entrevista concedida à RTP, desta vez em 2007.

Ligado a Macau

Ana Paula Laborinho, ex-presidente do Instituto Camões, e que trabalhou com Pedro Barreiros nas comemorações dos 150 anos do nascimento de Wenceslau de Moraes, recordou ao HM alguém “que primava pela solidariedade e pela atenção aos outros”.

“Nunca deixou de querer visitar Macau e sempre se sentiu muito ligado a essa terra onde viveu muitos anos. Tinha uma relação muito especial com a comunidade macaense.”

Tido como um “médico de excepção”, Pedro Barreiros “continuou a pintar e a desenhar, até aos últimos dias, porque essa relação com as telas e a sua paleta lhe trazia serenidade”.

Ana Paula Laborinho destaca, neste aspecto, que “muitos dos trabalhos de pintura [de Pedro Barreiros] se fizeram em torno de poetas, quer chineses, como Li Bai, quer portugueses, como Camilo Pessanha”. “A relação entre a pintura e a escrita sempre esteve muito presente no seu percurso, feito de reflexão sobre a vida e as artes”, frisou.

Ainda sobre o trabalho desenvolvido em torno da vida e obra de Wenceslau de Moraes, a actual directora em Portugal da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, Ciência e Cultura, lembrou que Pedro Barreiros “deu um impulso extraordinário para que conhecêssemos melhor Wenceslau de Moraes, que estava muito esquecido, e classificado praticamente como um escritor menor”.

“Ele e a mulher tinham uma relação muito grande com uma figura [José Vicente Jorge] que teve contactos privilegiados com Camilo Pessanha. Têm um espólio notável que nos permite um conhecimento especial de Camilo Pessanha. Ele não deixou de trabalhar, de fazer exposições e de promover a obra deste poeta, dando um novo enfoque e permitindo que algumas ideias sobre Pessanha tenham sido alteradas.”

Ana Paula Laborinho revelou ainda que Pedro Barreiros deixa por publicar uma auto-biografia, esperando que a família e amigos possam, a título póstumo, editar esse livro. “Estou certa que a comunidade de Macau se juntará a essa vontade.”

Carlos Piteira, antropólogo macaense, recorda uma personalidade que fez “um trabalho essencial na divulgação dos princípios do que é a comunidade macaense, a sua identidade, e a própria singularidade de Macau”.
“Pedro Barreiros é mais uma pessoa que perdemos e que nos faz falta para continuarmos a marcar a presença portuguesa e dos macaenses em Macau. Espero que as pessoas de Macau e em Portugal o recordem sempre como alguém que entregou parte da sua vida aos outros, essencialmente [em relação] ao que é a identidade macaense”, frisou ao HM.

Perda de um amigo

Mário Matos dos Santos, da direcção da Fundação Casa de Macau, em Lisboa, conta que perdeu “um grande amigo e promotor da cultura macaense”, mas também da cultura em geral.

“Ele era um homem muito culto em todos os sentidos, muito equilibrado na sua visão da medicina. Fazia uma medicina quase social, porque era um excelente médico e muito humano. Tinha um consultório em Lisboa e outro ao pé de Mafra, onde também tinha uma biblioteca que punha à disposição dos doentes e dos visitantes, o que é notável do ponto de vista da divulgação cultural.”

Pedro Barreiros tinha, sobretudo, “a humanidade de fazer medicina com preços acessíveis a muita gente, porque achava que era um veículo de apoio às pessoas”.

Para Mário Matos dos Santos, o filho de Leopoldo Danilo Barreiros “transmitia com muita força as suas ideias e a visão da cultura macaense”. “Sabia respeitar o que tinham sido as suas raízes e dedicou muita da sua vida a continuar a obra do pai na recolha de testemunhos da cultura macaense, particularmente sobre Camilo Pessanha e Wenceslau de Moraes”, adiantou.

Coração grande

Também o arquitecto Carlos Marreiros diz ter perdido um amigo. Mas, na sua visão, Macau “ficou mais pobre e perdeu um filho ilustre”. “Ele era militar de carreira e médico, tendo-se dedicado muito à sociocultura de Macau e principalmente à investigação e divulgação de dois escritores da sua protecção, Wenceslau de Moraes e Camilo Pessanha”, acrescentou.

Carlos Marreiros lembrou “o coração muito grande” de Pedro Barreiros, que “lutou com todas as forças contra a doença”.

Em comunicado, a Casa de Macau em Lisboa também reagiu ao falecimento de Pedro Barreiros, recordando “um ser humano excepcional que dedicou toda a sua vida a outros como médico e homem multifacetado, que muito contribuiu para a divulgação e preservação da cultura macaense, quer através da arte, quer de outras formas expressivas”.

As cerimónias fúnebres de Pedro Barreiros aconteceram no domingo, ao final do dia, com uma missa de corpo presente igreja da Força Aérea Portuguesa, sita junto do Palácio dos Marqueses de Fronteira – Pupilos do Exército. Ontem, decorreu a cerimónia de cremação no cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

18 Jan 2022

Pinturas murais | Artistas locais espelham a sua arte em bairros antigos

Sob proposta do Instituto Cultural (IC), vários artistas locais, como é o caso de Im Hok Lon, Ieong Man Hin, Sit Ka Kit e Lei Chek On, desenvolveram pinturas murais em vários espaços e bairros antigos de Macau, como é o caso da zona Anim’Arte Nam Van, a Escada do Coxo ou a rua de Tomás da Rosa. Este projecto foi desenvolvido em parceria com a Associação de Arte Juvenil de Macau.

Estas pinturas “retratam a paisagem urbana do Bairro Horta da Mitra, recorrendo a imagens de pássaros que remetem para o nome chinês do bairro, onde outrora se caçavam pássaros”, explica um comunicado. “Com cores vivas e figuras expressivas, estas pinturas murais incorporam também elementos representativos do comércio existente na zona envolvente, aproveitando ainda a altura dos degraus para gerar um efeito tridimensional, que surpreenderá os visitantes à medida que sobem a escadaria”, lê-se ainda.

O trabalho de Ieong Wan Si pode ser visto na zona Anim’Arte Nam Van. Intitulado “Quartos”, esta obra “resulta da combinação de técnicas convencionais da pintura a óleo e de cores modernas para representar, com diferentes composições cromáticas, as três fases de crescimento de uma rapariga, levando os visitantes a deambular pela memória e pelo espaço e como que a entrar em diferentes ‘quartos’ espirituais, à medida que percorrem o puzzle de quadros representativos de experiências e histórias de diferentes períodos da vida”.

No caso do trabalho na Escada do Coxo, situada junto à Rua do Cunha, na zona da antiga vila da Taipa, este foi desenvolvido pelos artistas Vitorino Vong e Jane Ieng, ligados à Associação Cultural da Vila da Taipa. O mural retrata sardinhas coloridas que complementam as escadas decoradas com azulejos portugueses, apresentando a beleza vibrante da cultura portuguesa. Além disso, o IC concluiu a pintura mural na escadaria de pedra da Travessa da Boa Vista, tendo instalado antes um conjunto de instalações artísticas intitulado “Partilhar a Alegria com Mak Mak”, no Jardim Municipal da Taipa e nas Casas da Taipa. Desta forma, foram introduzidos mais elementos de turismo cultural nas ilhas.

17 Jan 2022

Estudante chinesa vence primeira edição dos Prémios Fundação Jorge Álvares

Zhao Zilin, aluna da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai (SISU, na sigla em inglês), venceu a primeira edição dos Prémios Fundação Jorge Álvares, para trabalhos sobre as relações entre Portugal e a China.

Fernando Ilhéu, membro do Conselho de Administração da Fundação Jorge Álvares (FJA), confirmou à Lusa que a estudante chinesa venceu na categoria “Estudos lusófonos na linguística e na cultura e a sua influência na Ásia”.

A investigação de Zhao Zilin analisa a forma como estudantes chineses de português aprendem os sons utilizados na língua portuguesa.

A estudante do mestrado em Línguas e Literaturas Europeias (vertente Português) da SISU vai receber um prémio de mil euros e o trabalho será submetido para publicação na Revista do Instituto Politécnico de Macau.

Os Prémios FJA foram criados em 2021 para encorajar estudantes de mestrado e doutoramento de universidades em Portugal, Macau e China continental a investigar os laços e a cooperação entre Portugal e a China.

A fundação não recebeu qualquer candidatura às outras duas categorias dos prémios: análise das regras do investimento direto estrangeiro na China e nos países de língua portuguesa; e estudos comparativos sobre gestão empresarial na China e em Portugal.

Segundo um comunicado da SISU, Zhao Zilin disse querer continuar a fazer pesquisas sobre as duas línguas, contribuindo para o desenvolvimento dos laços entre a China e Portugal nas áreas do ensino e da cultura.

A FJA é uma estrutura criada em dezembro de 1999, no quadro da transferência da administração de Macau, que tem como objetivo promover o diálogo intercultural entre Lisboa e a região chinesa.

Desde 2016 que o presidente da Fundação Jorge Álvares (nome do português que foi o primeiro europeu a chegar à China, por via marítima, no século XVI) é o general Garcia Leandro, que governou Macau entre 1974 e 1979.

Cerca de 50 instituições chinesas de ensino superior têm cursos de língua portuguesa, disse à Lusa, em novembro de 2020, o coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau, Gaspar Zhang Yunfeng.

17 Jan 2022

IPIM | Macau promove sector de convenções e exposições em Fujian

O IPIM participou no China Expo Forum for International Cooperation, em Fuzhou na província de Fujian, dando a conhecer as vantagens de Macau na organização de convenções e exposições. Além disso, o organismo procurou fomentar a comunicação e cooperação entre empresas locais do sector e os seus homólogos no Interior da China

 

Por vezes, mais do que ter um bom produto a chave do sucesso é saber promovê-lo. Foi com esse intuito que o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) organizou a participação da RAEM na 17.ª edição do “China Expo Forum for International Cooperation” (CEFCO 2022) realizada entre a quarta-feira passada e sexta-feira, 12 e 14 de Janeiro, na cidade de Fuzhou, província de Fujian.

O IPIM formou uma delegação composta por 21 elementos dos sectores das convenções e exposições e do turismo, com a missão de “divulgar conjuntamente as condições privilegiadas de Macau na organização de actividades de convenção e exposição e de fomentar uma maior comunicação e cooperação entre o sector local de Macau e os seus homólogos no exterior do território.”

Um dos oradores do evento foi o presidente do IPIM, Lau Wai Meng, que entrou numa discussão colectiva sobre o tema “soluções para a revitalização global do sector de convenções e exposições no período de pandemia da covid-19”. O dirigente partilhou com os seus homólogos a experiência de Macau na organização de actividades deste âmbito, durante o período pandémico.

Lau Wai Meng afirmou que, devido à relativa instabilidade e imprevisibilidade da situação pandémica actual a nível global, a circulação de pessoas continua a sofrer restrições de diferentes graus. Por isso, definir normas de prevenção pandémica em convenções e exposições e integrar acções online e offline com vista ao desenvolvimento contínuo do sector são necessidades fundamentais dos tempos que vivemos.

Montanha em Fujian

O presidente do IPIM sublinhou ainda a importância estratégica da Ilha da Montanha nas ambições da RAEM, sendo essencial “aproveitar as oportunidades resultantes do desenvolvimento sinergético de Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin” para estimular a recuperação do sector.

Os representantes participaram numa reunião plenária e em sessões de intercâmbio onde deram a conhecer as vantagens de Macau na indústria das convenções e exposições e partilharam conhecimentos com entidades de gestão, organizadores especializados e profissionais do sector para “explorarem em conjunto oportunidades de cooperação”.

Citados pelo IPIM, os profissionais do sector que marcaram presença no evento afirmaram ter actualizado conhecimentos e encontrado potenciais clientes.

Organizado em conjunto pelo Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT), pela Associação Global da Indústria de Exposições (UFI), pela Associação Internacional de Exposições e Eventos (IAEE) e pela Sociedade de Organizadores Independentes de Eventos (SISO), o IPIM descreve o “China Expo Forum for International Cooperation” (CEFCO) como uma “iniciativa que costuma atrair, em todas as suas edições, a presença de figuras prestigiadas do sector de convenções e exposições de todo o mundo”.

17 Jan 2022

Fringe | Companhia teatral “Rolling Puppet” olha para passado e presente de Coloane

“A Space of New and Old” é o nome do espectáculo que a companhia “Rolling Puppet Alternative Theatre” apresenta este fim-de-semana, integrado no festival Fringe. Este é o resultado de uma residência artística realizada no ano passado e que descreve Coloane como ela é através dos relatos dos seus moradores mais velhos, num exercício permanente de imaginação

 

É já amanhã e domingo, às 15h e 17h, que acontece, no âmbito do festival Fringe, o espectáculo “A Space of New and Old” [Um Espaço do Novo e do Velho], protagonizado pela companhia teatral “Rolling Puppet Alternative Theatre”. Este evento acontece no espaço da companhia, “House of Puppets Macau”, em Coloane.

E é precisamente sobre Coloane, o seu passado e o seu presente, que versa este espectáculo. A partir de testemunhos de moradores mais antigos é contada a história muito peculiar da ilha, onde permanece um ambiente ecológico único no território. Com este espectáculo dá-se uma “colisão entre a magia e a arte”, num caminho percorrido “entre o velho e o novo”, com o destaque para as histórias orais visualizadas através do storytelling e da magia. Na performance, um mágico leva o público a revistar histórias antigas e do presente, coisas reais e imaginárias, ambientes e pessoas.

Kevin Chio, produtor, e co-fundador da companhia teatral, em parceria com Teresa Teng Teng Lam, fala ao HM de um espectáculo que nasceu de uma residência artística realizada no ano passado. De frisar que Teresa Teng Teng Lam é a responsável pela dramaturgia do espectáculo e Jason Fong o mágico em palco e criador do projecto.

“Como mágico, Jason [Fong] sempre olhou para a oportunidade de combinar [o formato] de storytelling com a magia. Durante este período criativo, mostramos a zona de Coloane a Jason, que conheceu os moradores mais velhos e recolheu testemunhos orais de histórias e contos. Na sua performance, o Jason combinou todos estes materiais para nos lembrar as pessoas, os eventos e as histórias que caíram no esquecimento”, apontou.

Para Kevin Chio, é importante esta presença no Fringe, pois permite que “A Space of New and Old” cresça “da nossa residência artística para uma plataforma maior”, chegando “a um maior público”. “Espero que isso nos ajude a desenvolver o espectáculo”, acrescentou o produtor.

Um desafio

O espectáculo pode ser visto por pessoas com mais de 13 anos e é apenas em cantonês, tendo a duração de 1h15. Um dos maiores desafios, confessa Kevin Chio, é levar os espectadores até Coloane, “um lugar que fica muito longe do centro da cidade”.

“Por outro lado, é um lugar onde podemos desfrutar do sossego, paz, e da natureza, o que nos permite relaxar.”
Mais do que procurar captar mais público, Kevin Chio destaca também o desafio de produzir este espectáculo no meio de tantos outros, o que se traduz num enorme cansaço das equipas.

“Temos tido muitos eventos culturais desde Novembro. Uma das razões, foi a pausa que fizemos nos meses de Agosto e Setembro, e todas as organizações culturais têm de terminar os seus projectos antes do mês de Março. O facto de essas actividades organizadas pelo Governo terem de corresponder ao ano financeiro faz com que tenhamos, algumas vezes, seis a sete eventos diferentes num só dia. Todos nós, desde artistas, à organização e ao público, estamos exaustos.” Para Kevin Chio, tal pode “diminuir a intenção do público, de ver o espectáculo”.

Festival | Ofertas de fim-de-semana

Além da iniciativa da “Rolling Puppet Alternative Theatre” em Coloane, o festival Fringe apresenta, nos próximos dias, outros espectáculos que revelam diversas performances artísticas. Uma delas, é o teatro de som “Regresso a Casa”, um trabalho original do grupo Edinburgh Fringe Showcase, e que acontece até domingo, na antiga residência do General Ye Ting. Também este sábado e domingo, nos jardins do departamento de património cultural do Instituto Cultural, decorre o espectáculo “Flortitude”, do grupo Zero Distance Cooperative, que revela as pinturas florais da artista visual Jenny Lei, misturadas com uma performance teatral interactiva. As sessões acontecem às 12h, 14h e 17h.

No domingo, estreia a peça teatral “Tenant”, da companhia Ku Ieng Un, que relata o panorama do mercado de arrendamento para habitação no bairro do Iao Hon. Os espectadores irão participar neste espectáculo como se fossem arrendatários de casas, onde deixam as suas memórias. Os próprios moradores deste ano integram a performance. O ponto de encontro é no Centro Cultural e Educacional Yizhen, estando programadas várias sessões até ao dia 22.

Até domingo, decorrem as sessões do espectáculo de teatro e dança “Illegal Immigrant”, do grupo Un Iat Hou. Também aqui, o bairro do Iao Hon assume o protagonismo, com as suas histórias de emigrantes ilegais que vieram da China para Macau em busca de uma vida melhor.

Ainda até domingo, pode ser vista a performance interdisciplinar “Lift Left Life Live”, do PO Art Studio. Durante 45 minutos é explorada a possibilidade imaginária de viajar, agora que a pandemia nos impossibilitou de o fazer livremente. O público é, assim, convidado a fazer as suas malas e a embarcar numa viagem não planeada. Com várias sessões, o ponto de encontro tem lugar na zona dos táxis em frente à Torre de Macau. Outro dos eventos que decorre no domingo, às 11h, no largo de São Domingos, é o espectáculo de dança “Kids Battle Dance”, da companhia The Dancer Studio Macau.

14 Jan 2022

Pedro Cabrita Reis | Peça “Três Graças”, em cortiça, exposta até 13 de Junho 

O artista português Pedro Cabrita Reis leva uma reinterpretação das “Três Graças”, em cortiça, ao Jardim das Tulherias, em Paris, a convite do vizinho Museu do Louvre, de 13 de Fevereiro a meados de Junho.

“As ‘Três Graças’ interessam-me porque atravessam a história da arte europeia desde a antiguidade clássica grega. Resistiram a todas as erosões, todas as diferenças de pensamento, processos históricos, mudanças de paradigmas políticos, ideológicos, revoluções”, afirmou, em entrevista à agência Lusa.

Estas figuras “vêm lá do fundo, muito antes da democracia ateniense, passam pelo Império Romano, chegam à Idade Média, têm um momento de brilho ainda mais acentuado no Renascimento, voltam a reaparecer no século XVII e XVIII com Rubens, e chegam até à modernidade com Picasso, Matisse, e tudo isso”, detalha.

Convite parisiense

As três esculturas nascem a convite do Museu Louvre, em Paris. Quando recebeu o repto, a ideia veio “de imediato”, conta, não só porque sempre se quis debruçar sobre estas figuras, mas também porque lhe interessou “a colocação num espaço público”.

“Começo por fazer umas pequenas maquetes, a partir de figuras, daquelas que se vendem, ‘kitsch’, os santinhos e santinhas de toda a qualidade, e a partir dessas figuras trabalho. Corto-as, recolo-as, transformo, aglutino fragmentos de diversas figuras que ganham depois uma autonomia e presença abstrata e não localizável do ponto de vista de iconografia. Não se sabe se é um Santo António ou uma Nossa Senhora da Conceição. É apenas um conjunto de objectos em pedra ou em gesso aglutinados”, relata.

Essas maquetes foram depois enviadas para uma empresa “faz maquinação robótica” e “passam aquilo para um programa vetorial em computador que dá ordens a um braço robótico”.

Foi esse braço robótico que esculpiu os blocos criados pela Corticeira Amorim, juntando “cortiça com outras matérias que, não hipotecando a ecologia e sustentabilidade, dão-lhe uma resistência que permite estar, como estas vão estar”, ao ar livre. Cada peça tem cerca de 4,50 metros e pesa aproximadamente 500 quilos, a que se somam os 400 quilos da base que as sustenta.

13 Jan 2022

Fotografia | Espólio de Jorge Veiga Alves no arquivo digital do Centro Científico e Cultural de Macau 

As imagens e os vídeos do espólio pessoal de Jorge Veiga Alves vão passar a estar disponíveis para consulta na biblioteca digital do Centro Científico e Cultural de Macau. Foi também assinado um acordo para preservar o material capturado pela sua esposa no período em que a família viveu em Macau. O fotógrafo amador destaca o facto de muitas das suas imagens retratarem vivências que já desapareceram

 

O Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em Lisboa, irá disponibilizar na sua biblioteca digital o espólio fotográfico e de vídeo do fotógrafo amador Jorge Veiga Alves, economista que viveu em Macau entre 1986 e 1994. Além das fotografias relativas a esse período, o acervo inclui ainda fotografias e vídeos dos anos 2005 e 2016, bem como de alguns países asiáticos que Jorge Veiga Alves visitou com a família. O acordo não é de exclusividade com o CCCM, uma vez que algumas destas fotografias também estão disponíveis no website da Fundação Macau. De frisar que o espólio pessoal de Margarida Gomes Branco, esposa de Jorge Veiga Alves, também vai ficar disponível para consulta.

“Tinha o gosto de preservar essas fotografias e a pandemia deu-me tempo para me dedicar a esse conjunto de imagens”, contou Jorge Veiga Alves ao HM. Hoje reformado, o fotógrafo amador tem publicado algumas destas fotografias nas redes sociais, tendo vindo a obter muitas reacções da parte de pessoas que viveram em Macau e não esquecem algumas vivências.

Depois de criar também duas exposições digitais, em formato vídeo, Jorge Veiga Alves teve a iniciativa de contactar diversas entidades ligadas a Macau, situadas em Portugal, para que alguns planos pudessem ser desenvolvidos com o seu espólio.

“Surgiu a possibilidade de uma das instituições fazer uma exposição este ano, e surgiu a proposta do CCCM, porque eles querem começar a ter uma biblioteca digital com imagens. E isso conjugou-se com a minha disponibilidade e com o facto de ter um arquivo com dezenas de fotografias e vídeos”, adiantou.

Outra Macau

Neste espólio podem ser encontrados retratos de uma Macau que já não existe, ou que se reconfigurou. “Tenho fotografias do que todos os portugueses fotografavam, como as danças do leão e do dragão. Às vezes andava na rua com a minha máquina fotográfica, nas horas vagas, e também fotografei outros temas e situações da realidade de Macau. Comecei a perceber que, independentemente da qualidade fotográfica, algumas imagens remetem para locais que já não existem ou que mudaram muito.”

Jorge Veiga Alves considera, portanto, que este espólio tem sobretudo interesse do ponto de vista documental. Um dos exemplos de lugares em extinção é os estaleiros de Lam Mau e Lai Chi Vun, em Coloane, hoje ao abandono. “Tenho muitas imagens sobre a construção naval nos estaleiros, e essa é uma actividade que já não existe.” Mas há também lojas que desapareceram, sendo que as diferenças já são notórias mesmo em relação a 2005.

O fotógrafo amador gostaria de ver contadas as histórias da diáspora portuguesa de Macau, “de como [os portugueses] viviam e interagiam com o território”, sendo esta uma história que está por contar por oposição à da diáspora macaense em Portugal, defende o também ex-trabalhador na Autoridade Monetária e Cambial de Macau.

Já reformado, Jorge Veiga Alves não quer ficar por aqui no que à fotografia diz respeito. “Há outros temas que já estão a nascer e que estão relacionados com isto, como a percepção de que o tempo está a passar. Há sítios que já não são os mesmos, como ruas, lojas ou pessoas. Existem como há 20 anos, mas já são completamente diferentes.”

13 Jan 2022

Festival Fringe | Espectáculos apostam na inclusão através da arte

O programa deste ano do festival Fringe inclui uma série de espectáculos e workshops que visam a inclusão de idosos ou portadores de deficiência. A associação Comuna de Pedra, dirigida por Jenny Mok, juntou-se a várias entidades para trazer para os palcos a voz dos que, muitas vezes, são esquecidos ou excluídos da sociedade

 

A associação Comuna de Pedra, dirigida por Jenny Mok, apresenta na 21.ª edição do festival Fringe três espectáculos, workshops e um documentário em parceria com outras entidades, com o objectivo de promover uma maior inclusão de portadores de deficiência ou idosos através do mundo das artes. A primeira iniciativa, um workshop corporal para idosos, aconteceu no sábado, mas há muito mais actividades a decorrer ao longo deste mês.

Esta semana, o “Workshop de dança simbiótica” acontece entre amanhã e sábado no Centro de Actividades do Patane, entre as 14h e 18h. Com o professor Yuenjie Maru, de Hong Kong, trabalha-se a ideia de que qualquer pessoa, independentemente da sua condição física, pode dançar. Os destinatários desta iniciativa são idosos com mais de 60 anos ou portadores de deficiência física ou mental, embora todos possam inscrever-se.

No sábado e domingo, acontece “Veias dançantes”, em parceria com a associação Soda-City Experimental Workshop Arts Association e o centro para idosos da Casa Matteo Ricci. Esta performance de dança tem lugar na Casa do Mandarim, às 15h, onde dois coreógrafos locais vão dirigir os idosos do centro num espectáculo que conta, ao mesmo tempo, com as suas experiências de vida em Macau.

Na próxima semana, nos dias 17, 18 e 19, está agendada a peça de teatro “A Tarefa Interminável da Luxúria pelo Fracasso para Estudantes do Ensino Secundário”. No Teatro Caixa Preta, no edifício do Antigo Tribunal, acontece um espectáculo realizado em parceria com a Compania Weinheimer/Elber, da Suíça, a Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau e a Associação de Desenvolvimento Comunitário Artistry of Wind Box.

As escolas são convidadas a participar num espectáculo com a duração de cerca de uma hora e meia onde, mais uma vez, o corpo e a expressão pessoal de cada um assumem um personagem sem regras pré-definidas.

Por sua vez, no fim-de-semana de 22 e 23 de Janeiro decorre, na Casa Garden, o projecto “Corpo-específico!”, que já integrou o cartaz do TODOS Festival no ano passado. Mais uma vez, o professor Yuenjie Maru colabora num espectáculo que promove a diversidade e a inclusão, em parceria com o Centro Lustroso da Caritas Macau. Aqui, cada um dança de acordo com a sua abordagem pessoal e condição física, recorrendo ao método “Danceability” e elementos de dança simbiótica.

No mesmo fim-de-semana, acontece a projecção do documentário “Como fazer curadoria de arte inclusiva”, de O Chi Wai, e que conta a história do trabalho que a Comuna de Pedra tem desenvolvido, nos últimos anos, com as minorias.

Haverá ainda uma sessão de partilha com curadores de festivais de arte inclusiva no auditório da Casa Garden. Apenas Huichao Ge, de Pequim, e a própria Jenny Mok estarão presentes fisicamente, estando programadas sessões por videoconferência com Yao Lee Chun, de Taiwan, Grace Cheng, de Hong Kong, e Grace Lee-Khoo, de Singapura.

Os esquecidos

Jenny Mok, que há cerca de dez anos realiza projectos culturais comunitários com minorias, assume que “é muito bom” poder voltar a apresentar alguns espectáculos inseridos na programação do festival Fringe.

“Este é um direito que todos têm de ter acesso à arte e de a poder expressar”, contou ao HM. Com estas iniciativas, pretende-se “chamar a atenção para aquilo que falta na nossa comunidade”, uma “sociedade consumista e materialista, onde as coisas se fazem depressa e existe o pensamento de ganhar dinheiro e viver segundo uma economia de escala”.

Para Jenny Mok, “parece que estamos a perder uma parte importante da humanidade, que passa por incluir diferentes tipos de pessoas”. Portadores de deficiência ou idosos com limitações de locomoção “também são parte da sociedade, e muitas vezes não são envolvidos em muitas das decisões e políticas”.

“Não os vemos muito, na verdade, e esse é um problema. Colocá-los em espectáculos [é importante] e eles encaram-nos como se fossem uma espécie de embaixadores. A sociedade de Macau tem ainda um longo caminho a percorrer em prol de uma maior justiça e inclusão. Para termos uma sociedade mais justa há ainda muito que fazer, temos de dar voz a estas pessoas e penso que o palco pode ser uma boa plataforma”, concluiu a directora da Comuna de Pedra.

Arranque com dose dupla

A 21.ª edição do festival Fringe começa hoje com duas iniciativas. Uma delas chama-se “OAR” (zero AR), com direcção artística da dupla AΦE (Aoi Nakamura e Esteban Lecoq), que faz a sua estreia asiática. Este espectáculo, de apenas dez minutos de duração, apresenta uma experiência de realidade aumentada com grupos de cinco pessoas.

A iniciativa acontece até sexta-feira, entre as 16h e as 18h, no Parque Central da Taipa, no pavilhão situado junto ao campo de basquetebol. No sábado e domingo, o mesmo evento acontece entre as 10h e as 12h, as 13h e as 15h e as 16h e as 18h. Na segunda-feira há uma nova sessão entre as 16h e as 18h. “OAR” volta a ter lugar no fim-de-semana de 22 e 23 de Janeiro na zona de lazer da Praça das Orquídeas. 

A performance “Sound Theatre Back Home” também pode ser vista hoje entre as 19h e as 21h na antiga residência do general Ye Ting, na rua do Almirante Costa Cabral. O espectáculo repete no mesmo horário até sexta-feira, estando também programadas sessões para sábado e domingo. 

12 Jan 2022

Espólio documental da artista portuguesa Helena Almeida doado à Fundação Gulbenkian

O espólio documental de Helena Almeida (1934-2018), que inclui 8.900 registos fotográficos esclarecedores do processo de trabalho de uma das mais relevantes artistas nacionais, foi doado à Fundação Calouste Gulbenkian, anunciou a entidade.

O espólio a ser integrado no acervo da Biblioteca de Arte da Gulbenkian resulta de uma doação concretizada por vontade da família de Helena Almeida, “autora de um dos percursos artísticos mais relevantes da segunda metade do século XX, em Portugal”, indicou um comunicado da fundação.

Constituído por um conjunto diversificado de documentação, o espólio inclui correspondência com várias entidades, instituições e galeristas, processos de venda de obras de arte e ainda processos relativos a exposições, alguns com as plantas das salas e imagens que documentam a instalação das obras.

Dos cerca de 8.900 registos fotográficos que compõem este acervo, mais de 6.000 reproduzem obras de arte, “permitindo uma melhor clarificação do processo de trabalho realizado entre 1967 e 2018 pela artista”, que foi bolseira da Fundação Gulbenkian em Paris, em 1964, e possui uma ampla representação na coleção do Centro de Arte Moderna (CAM).

O acervo abrange ainda recortes de imprensa, críticas, e um conjunto de títulos, entre catálogos da década de 1970, e um núcleo de obras de História da arte e estética – do final dos anos 1950 até aos anos 70 – com marca de pertença da artista e do marido, o arquiteto e escultor, Artur Rosa (1926-2020).

“Este espólio permitirá não só uma melhor compreensão da prática artística de Helena Almeida, como também ajudará a contextualizar o panorama artístico nacional”, sublinhou a Gulbenkian, no comunicado, acrescentando esperar que o conjunto lance “uma nova luz sobre o processo de trabalho de uma das mais brilhantes artistas nacionais”.

Para o administrador da fundação Guilherme d’Oliveira Martins, citado no comunicado, a integração deste acervo na Biblioteca de Arte, “juntando-se ao Arquivo Alberto Carneiro e aos espólios de Fernando Calhau, David de Almeida e Jorge Vieira, consolida-a como a biblioteca de referência para o estudo e a compreensão da produção artística nacional entre a segunda metade do século XX e primeiras décadas do presente século”.

À medida que for sendo inventariado, este espólio será progressivamente disponibilizado, servindo de apoio à investigação das 16 obras da artista que integram a coleção do CAM e ao estudo de investigadores, curadores e críticos, quer nacionais quer estrangeiros.

Nascida em Lisboa, em 1934, Helena Almeida criou, a partir dos anos 1960, uma obra multifacetada, dando origem a uma obra que se destacou pela auto-representação, refletindo sobre as relações de tensão entre o corpo, o espaço e a obra.

Usou o seu corpo como suporte e objeto de criação, utilizando a pintura, a fotografia, a gravura, a instalação e o vídeo.

Helena Almeida estudou Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, começando a expor individualmente em 1967, na Galeria Buchholz.

A artista representou Portugal na Bienal de Veneza por duas ocasiões: em 1982 e em 2005, e em 2004 participou na Bienal de Sidney, tendo a sua obra sido exibida no âmbito de mostras individuais e coletivas em museus e galerias nacionais e internacionais.

Em 2015, apresentou uma exposição individual itinerante Corpus na Fundação de Serralves (2015), no Porto, em Paris (2016), em Bruxelas (2016) e Valência (2017).

Apresentou igualmente, em 2017, uma exposição individual “Work is never finished” no Art Institute, em Chicago, nos Estados Unidos.

A sua obra está presente em coleções portuguesas e internacionais como: Coleção Berardo, Lisboa; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Fundação de Serralves, Porto; Centro de Artes Visuales, Fundación Helga de Alvear, Cáceres; Fundación ARCO, Madrid; Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio; MEIAC – Museo Extremeno e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz; Museu de Arte Contemporânea de Barcelona; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid; MUDAM – Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, Luxemburgo; Tate Modern, Londres.

11 Jan 2022

Laboratório Chinês-Português bate Google em concurso de tradução automática

O Laboratório de Processamento de Linguagem Natural e de Tradução Automática Chinês-Português da Universidade de Macau conquistou cinco primeiros lugares numa competição internacional, batendo rivais como a Google.

A universidade revelou na segunda-feira que o laboratório e a equipa de tradução da Dharma Academy, ligada à gigante tecnológica chinesa Alibaba, desenvolveram em conjunto um modelo de avaliação da qualidade de traduções automáticas apelidado de RoBLEURT.

Na sexta edição da Conferência sobre Tradução Automática, que decorreu ‘online’, em novembro, o RoBLEURT foi usado para avaliar oito testes de tradução de chinês, inglês, checo, alemão, japonês, islandês e hausa, uma língua falada sobretudo no Níger e Nigéria.

O modelo da Universidade de Macau foi o melhor a avaliar quatro traduções de comunicados de imprensa e uma tradução oral, conquistando ainda dois segundos lugares e um quinto lugar.

O RoBLEURT teve um melhor desempenho do que os modelos apresentados pela gigante tecnológica norte-americana Google e pela Unbabel, uma ‘startup’ portuguesa que aposta na tradução automática juntando inteligência artificial a pós-edição humana.

André Martins, vice-presidente de inteligência artificial da Unbabel, e a brasileira Mariana Neves, investigadora do Instituto Federal Alemão de Avaliação de Risco, fizeram parte da organização da conferência.

11 Jan 2022

Guitarra portuguesa | Novo livro conta história com mais de 200 anos 

Acaba de ser lançado, em Portugal, a obra “Guitarra Portuguesa”, de Samuel Lopes, que inclui dois cd com gravações e que “reúne, pela primeira vez, o resumo dos mais de 200 anos de história” deste cordofone nacional, indica a apresentação.

Para o autor, “a guitarra portuguesa é um instrumento de cordas tradicional português, identificável em qualquer parte do mundo pela sua sonoridade inconfundível”, cuja origem “remonta aos fins do século XVIII, resultado da fusão entre a cítara da Europa Ocidental e a guitarra inglesa”.

Samuel Lopes sublinha que, “apesar de ser o instrumento de eleição no acompanhamento do fado”, é “um instrumento de concerto com repertório próprio”. Construída “com madeiras e materiais nobres”, a guitarra tem 12 cordas de aço “dispostas sem seis pares ou ordens, o cavalete em osso, a caixa-de-ressonância redonda, o pequeno braço com a voluta ornamentada e a cravelha em forma de leque, os embutidos de madrepérola ou os ornamentos na própria madeira”.

Sendo esta a descrição geral da guitarra portuguesa, defende o autor a existência de três tipologias: a do Porto, a de Lisboa e a de Coimbra, sendo “actualmente as mais utilizadas as de Lisboa e Coimbra”.

Visualmente, distinguem-se as tipologias pela voluta, a de Lisboa em forma de caracol e a de Coimbra em forma de lágrima. Quanto ao corpo, a de Coimbra tem a forma de uma pêra e a de Lisboa de uma tangerina, entre outras distinções, como a espessura das cordas e a afinação.

“A guitarra do Porto praticamente caiu em desuso atendendo às pequenas dimensões do corpo”, explica o autor. A portuense é “muito semelhante à sua congénere de Lisboa”, mas a “voluta com terminação em forma humana, de animais ou flores”.

O livro, bilingue (português e inglês), é editado pela Seven Muses, com apoio da Direcção-Geral das Artes, e dedica capítulos à construção da guitarra portuguesa e à sua evolução histórica, referindo que o mais antigo livro sobre o instrumento data de 1796, de autoria do mestre de capela António Silva Leite.

11 Jan 2022

Zhuhai | “This is Beishan Station” leva música, cinema e arte à cidade vizinha 

Manuel Correia da Silva está a desenvolver em Zhuhai um novo projecto cultural que pretende fazer a fusão com o festival This is My City, a celebrar 15 anos de existência. No “This is Beishan Station”, no bairro de Beishan, há lugar para o cinema, a música e a fotografia

 

O bairro de Beishan, em Zhuhai, é o palco para o novo projecto de Manuel Correia da Silva, co-fundador do festival This is My City (TIMC), que há 15 anos acontece anualmente em Macau. O projecto, intitulado “This is Beishan Station” pretende fazer a fusão desta onda cultural criada com o TIMC, levando à cidade vizinha de Zhuhai música, cinema e artes feitas por pessoas de Macau, mas não só.

Depois de um fim-de-semana marcado pela inauguração, no sábado, de uma exposição de fotografia “#OFFLINE”, do fotógrafo sérvio Nikola Sekularac, a viver em Zhuhai, o dia de domingo foi marcado por um ciclo de exibição de filmes intitulado “Made in Macau 1”, em parceria com a associação audiovisual CUT, sediada no território.

No próximo sábado haverá uma sessão de música experimental com actuações ao vivo dos DJ’s MATT.ET e DISCOBOMBULATOR, ambos de Macau, e Neon. Haverá ainda VJ’s que vão colocar “imagens em movimento” com a presença do artista Os Wei, um nome já habitual no TIMC e que trabalha essencialmente com videoarte. O painel encerra com o VJ Luitinho.

“A Beishan Station é um espaço que, pelas características da sua localização e a sua própria arquitectura, presta-se muito ao que tem sido o trabalho de promoção, curadoria e produção que temos feito com o TIMC em Macau”, começou por contar Manuel Correia da Silva.

Esta é também uma forma para o próprio festival expandir fronteiras, algo que os seus criadores procuram há muito. “No âmbito da celebração dos 15 anos do TIMC, estamos à procura de novas oportunidades e formatos para que a nossa acção cultural possa evoluir com base em Macau. Faz todo o sentido avançar com actividades na cidade vizinha de Zhuhai, pela óbvia relação que Macau tem com a China.”

Sobre a exposição de Nikola Sekularac, Manuel Correia da Silva explicou que se tratam de imagens que retratam o dia-a-dia nas ruas de Zhuhai. “Isso tem uma relação directa com o que temos tentado fazer, no sentido de perceber as cidades onde estamos. É uma exposição que tem um formato muito particular. ‘#OFFLINE’ faz o jogo entre as imagens que consumimos online e a necessidade que tivemos de as trazer para um formato offline.”

Intercâmbio de raiz

A equipa do “This is Beishan Station” é quase a mesma do TIMC, mas há caras novas. Manuel Correia da Silva fala numa tentativa de “fusão” das duas cidades.

“Há 15 anos que produzimos eventos em diferentes áreas da cultura, no sentido de conhecer os novos artistas e promover os que já conhecemos, além de estreitar a relação entre estas duas cidades tão próximas, mas ainda muito afastadas em muitas coisas.” Para o co-fundador do TIMC, esta tentativa de fusão pela via cultural tem sido algo inédito.

“Este intercâmbio cultural ainda está por fazer. E a maneira como o fazemos é, de certa maneira, inovadora na China. É um formato completamente independente e uma nova maneira de apresentar cultura no país”, adiantou.

Depois de dois fins-de-semana repletos de cultura, a ideia é prosseguir com uma programação nos próximos meses, que não passa necessariamente pelo formato “This is Beishan Station”. “Vamos continuar a apostar na música e no cinema. Quem sabe também em exposições, mas o ano começou agora, o espaço é novo e estamos focados em cada passo”, rematou.

11 Jan 2022

Creative Macau | Exposição colectiva de fotografia começa quinta-feira

“Seeing the light in black and white” é o nome da exposição que será inaugurada na quinta-feira na Creative Macau. João Miguel Barros e Francisco Ricarte são os fotógrafos portugueses entre um colectivo que integra Rusty Fox, Tang Kuok Hou, Jason Lei e Ieong Man Pan

 

A fotografia a preto e branco, com os seus contrastes muito próprios, é o foco principal da nova exposição que a Creative Macau inaugura na quinta-feira, e que estará patente até 19 de Fevereiro. “Seeing the light in black and white” [Vendo a luz a preto e branco] conta com trabalhos de nomes locais que já são bem conhecidos do mundo da fotografia, tal como João Miguel Barros, Francisco Ricarte e Rusty Fox, num total de seis.

Ao HM, Francisco Ricarte disse que apresenta na exposição um conjunto de cinco fotografias tiradas em Shenzhen em finais de 2019. “Foram todas tiradas no mesmo local, a um edifício de arquitectura moderna que me fascinou do ponto de vista do seu conteúdo e da relação estabelecida com o interior, exterior e zonas de sombra”, contou.

O fotógrafo e arquitecto optou por “um preto e branco intenso”, onde as colunas do edifício sobressaem num forte jogo de sombras. “Há fotos em que praticamente está tudo negro e apenas se vê uma parte do edifício. As suas colunas, a branco, contrastam com a envolvência de tons mais escuros e carregados.”

Com estas imagens, Francisco Ricarte tentou demonstrar “como é a visão e a interpretação do ponto de vista da fotografia a preto e branco”, bem como “mostrar que é possível novas abordagens e ter uma visão interpretativa da luz quando ela não é directa”.

Fotografar com estas tonalidades, ao invés da cor, “é extremamente desafiante e uma questão de sobrevalorização de determinados contrastes cromáticos”, frisou.

“A cor está ausente e articula-se muito bem com determinados tipos de sentimentos e emoções”, adiantou Francisco Ricarte, que faz fotografia apenas nos tempos livres, mas que tem integrado várias exposições no território com os seus trabalhos.

Uma viagem de comboio

No caso de João Miguel Barros, que por norma privilegia a fotografia a preto e branco no seu trabalho, o público poderá ver imagens que integram a última edição do seu projecto Zine Photo, com o tema “Pendolino”, e que abordam “uma viagem de comboio feita entre as cidades de Lisboa e Porto, com regresso a Lisboa”. Nesse dia, João Miguel Barros capturou “um dia chuvoso e uma paisagem difusa”.

Estas são imagens impressas em película fotográfica e colocadas numa caixa de luz. A opção “permite evidenciar os rastos de chuva nos vidros da janela do comboio, acentuando o dramatismo que pretendi captar com este trabalho”, contou o fotógrafo e advogado.

A participação nesta mostra colectiva da Creative Macau é, para João Miguel Barros, como regressar às origens, ao lugar onde fez a sua primeira exposição individual, depois de muitos anos a trabalhar na advocacia.
“Desde então já tanta coisa aconteceu, e continua a acontecer, quer na produção autoral, quer na curatorial, quer até na editorial. E só passaram cinco anos!”, referiu.

A Creative Macau descreve que o trabalho dos seis fotógrafos pretendeu dar respostas à verdadeira essência da captura de imagens, e se há ou não verdade numa era em que a fotografia é bastante modificada com as novas tecnologias. Actualmente, as tonalidades e as cores do mundo que nos rodeia podem assumir novas perspectivas.

“Estes seis fotógrafos apresentam a arte da fotografia com o seu estilo muito próprio. Eles criaram algo novo e original, ao manipular a natureza da imagem ou não, para ‘mostrar a verdade’”.

10 Jan 2022

Teatro | Comuna de Pedra apresenta peça que explora medos nascidos da pandemia

Jenny Mok é autora e intérprete de um dos três monólogos que compõem o espectáculo “A Doomsday Memorandum”, peça com o selo da Comuna de Pedra, em exibição amanhã e domingo nas Oficinas Navais nº 2. O espectáculo espelha medos e sentimentos num mundo em profundas mudanças sócio-económicas e políticas devido à pandemia

 

A pandemia e os seus efeitos psicológicos são temas centrais do novo espectáculo que a Comuna de Pedra começou a escrever em 2020 e que desenvolveu com o aclamado artista de Hong Kong Dick Wong. “A Doomsday Memorandum”, integrado na série de espectáculos intitulada “De-corps-struction” é apresentado este fim-de-semana nas Oficinas Navais nº 2, às 20h, apenas em chinês. A peça é composta pela entrega em palco de três actrizes que são autoras e intérpretes dos seus monólogos. Em termos conceptuais, “A Doomsday Memorandum” não tem personagens no sentido clássico, mas a apresentação de ideias e emoções das actrizes.

Jenny Mok, directora da Comuna de Pedra, traz ao palco a sua própria pessoa através de um monólogo “muito diferente” dos restantes. “Decidi focar-me no facto de, no meio de uma crise económica, ter uma opinião diferente em relação à maioria das pessoas, sobretudo a nível político ou social”, contou ao HM. “Poderemos falar sobre esta nossa ideia ou será que estamos sozinhos? É sobre este sentimento de solidão, quando sentimos que a nossa opinião não é defendida pelos outros”, acrescenta.

Helen Ko, outra das actrizes em palco, dará uma espécie de TED Talk “a apresentar sugestões ao público sobre a melhor forma de vencerem os seus medos”. Inês Kuan é outro elemento do trio que apresenta esta peça.

“É um espectáculo que envolve ecos de como reagimos às situações que enfrentamos”, adiantou. “Centralizamos os nossos sentimentos em relação a estas mudanças e sobre o conceito do apocalipse, e essencialmente como os seres humanos estão a enfrentar os seus medos nesta situação.”

Dick Wong “levou muito tempo” a preparar os textos com as suas intérpretes, por se tratarem de escritos “muito pessoais, quase auto-biográficos”. Trabalhar com Dick Wong à distância, devido às restrições da pandemia, foi um dos grandes desafios que a equipa teve de enfrentar.

“Esta é a terceira vez que trabalhamos com ele. Escrevemos este projecto ainda em 2020 e as coisas nunca voltaram ao normal como nós pensávamos. As autoridades foram alterando as regras, mas mantiveram sempre a quarentena obrigatória, e esse foi o maior desafio para fazermos este espectáculo.”

Mudanças rápidas

O apocalipse é “parte do conceito” da performance, uma vez que, para existir de verdade, pressupõe que todos os humanos morrem após uma catástrofe. Isso não aconteceu, mas não significa que as alterações profundas à vida que se conhecia até aqui não tenham acontecido. “O tema remete para o que está a acontecer em todo o mundo há dois anos, e são mudanças muito rápidas a nível social, económico e político. Há sempre este sentimento de medo perante isto.”

Jenny Mok recorda que o mundo já vinha mudando, devido ao desenvolvimento tecnológico, mas “com a pandemia as mudanças foram ainda mais evidentes”. “Este espectáculo pretende ser um eco daquilo que está a acontecer actualmente”, rematou.

7 Jan 2022

Escola chinesa explora contos de Sophia de Mello Breyner Andresen

Uma escola de Xangai acolheu uma sessão dedicada aos contos infantis de escritora portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, alguns dos quais foram recentemente publicados numa edição inédita em chinês.

Xu Yixing, a diretora do Departamento de Língua e Cultura Portuguesas da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai (SISU, na sigla em inglês), apresentou os contos aos alunos da Escola Primária de Dong’er, segundo informação divulgada pelo Consulado-Geral de Portugal em Xangai.

A académica partilhou histórias e ilustrações animadas dos livros “O rapaz de bronze”, “A árvore”, “A fada Oriana” e “A menina do mar”, cujas edições em chinês foram depois oferecidas à escola.

Uma equipa liderada por Xu Yixing traduziu os contos infantis de Sophia de Mello Breyner Andresen para a língua chinesa, numa edição inédita, publicada no ano passado pela Shanghai Foreign Language Education Press, a editora da SISU.

Sophia de Mello Breyner Andresen, uma das mais distintas vozes literárias do século XX português, nasceu no Porto, em 1919, e morreu em Lisboa, a 02 de julho de 2004.

Para a infância, publicou ainda “A noite de Natal” (1959), “O cavaleiro da Dinamarca” (1964), “A floresta” (1968), “A cebola da velha avarenta” (1986) e, a título póstumo, “Os ciganos”, obra completada pelo neto, Pedro Sousa Tavares. A SISU foi a segunda universidade da China continental a oferecer licenciaturas em português.

7 Jan 2022