Hoje Macau Eventos MancheteVia do Meio | Revista dedicada à cultura chinesa a partir de Setembro em Portugal Uma aposta em conteúdos em português sobre a cultura clássica chinesa é o mote da “Via do Meio”, a primeira revista em língua portuguesa totalmente dedicada a este tema, lançada pelo HM, e que estará disponível em Portugal a partir de Setembro. O lançamento oficial acontece esta quarta-feira na Fundação Rui Cunha A primeira revista em língua portuguesa totalmente dedicada à cultura chinesa, a Via do Meio, lançada pelo jornal diário Hoje Macau (HM), vai estar disponível a partir de Setembro em Portugal, disse à Lusa o responsável pela publicação. “Como estamos num mundo global e a China é um dos principais parceiros desse mundo global, e uma das principais potências também, acho que é importante que nós conheçamos a cultura chinesa, além de ser esteticamente muito gratificante e teoricamente também muito gratificante conhecer uma cultura com esta vastidão e diversidade”, disse o director do HM, Carlos Morais José. Ainda persiste a ideia de que “a cultura chinesa é monolítica”, continuou Morais José desde Macau, defendendo que existe “uma gigantesca diversidade de textos, opiniões, maneiras de ver”. A Via do Meio, com periodicidade trimestral, vai ser distribuída em “universidades que têm cursos de chinês ou universidades com estudos humanísticos”, além de se encontrar à venda em livrarias, avançou Morais José, adiantando que a iniciativa tem o apoio logístico do Centro Científico e Cultural de Macau. Primeiro no jornal O projecto nasceu em Outubro do ano passado, inicialmente apenas como uma nova secção do jornal, em substituição do “H”, onde diariamente são publicados artigos e traduções de sinólogos de diferentes partes do mundo, que se expressam em língua portuguesa e abordam temas que vão do “pensamento à história, passando pela literatura, pela ciência e pela própria sociedade”. “A ideia é todos os dias ir publicando no Hoje Macau e depois, de três em três meses, fazer uma recolha desses textos e fazer então a revista”, salientou o responsável, lembrando que o primeiro número já saiu em Fevereiro no território. Nomes do estudo da China, como os portugueses António Graça de Abreu, Ana Cristina Alves e Rui Cascais, o alemão Roderick Ptak e o brasileiro Leandro Durazzo são alguns dos colaboradores. As reações “têm sido excelentes”, notou Carlos Morais José. “Como costumo dizer, os portugueses têm a tradição de ser os primeiros sempre a fazer as coisas”, referiu ainda o jornalista, lembrando que Portugal teve “uma grande importância em termos da sinologia europeia”. “Porque fomos nós os primeiros a fazer livros sobre a China, se bem que fossem em latim – estamos a falar dos padres jesuítas – , mas foram livros muito importantes para a Europa da altura, porque davam descrições da China que não havia. Mas a nossa sinologia, a partir do século XIX, talvez com o fim dos jesuítas, de algum modo entrou em pousio”, disse. Carlos Morais José lamenta que Portugal não tenha dado aos estudos nesta área a “importância que eles merecem”, notando, porém, que, nos últimos anos, com a criação de novos cursos de chinês e de cultura chinesa, a situação está a mudar. “Parece-me que agora estamos a voltar ao bom caminho. Até porque temos de ver que nós temos uma relação secular com a China e, portanto, temos obrigação de ter algum interesse por esta cultura e por este povo”, disse. Os dois primeiros números da Via do Meio, ambos com 148 páginas, vão ser lançados oficialmente em Macau esta quarta-feira, às 18:30 na Fundação Rui Cunha.
Hoje Macau EventosMedia | Exposição de alunos da USJ no Albergue É hoje inaugurada, às 19h, no Albergue da Santa Casa da Misericórdia, no bairro de São Lázaro, a exposição “Better Together”, com trabalhos dos alunos do mestrado de Comunicação e Media da Universidade de São José (USJ). O evento inclui também a realização de uma aula aberta. As disciplinas do mestrado incluem “Produção de Media Audiovisual”, “Marketing e Comunicação Corporativa”, “Criatividade Sistemática e Empreendedorismo”, “Media, Sociedade e Cultura”, “Infografia e Design de Multimídia, Relações Públicas e Gestão de Eventos”, bem como “Ética e Cidadania Global e Cultura Visual”. Os alunos de mestrado compartilharão os resultados da sua aprendizagem com os trabalhos mais importantes do seu portfólio. A USJ tem como lema “Tradição, Inovação e Visão”, e o seu programa de mestrado em Comunicação e Media inclui tópicos técnicos e práticos, da produção audiovisual à tecnologia de publicação digital on-line, e envolve todas as plataformas modernas, de meios impressos e redes sociais. O curso também aborda temas sobre como lidar com os media, e a cultura e as inter-relações entre diferentes instituições sociais.
Andreia Sofia Silva EventosCreative Macau | Esculturas de Tchusca Songo para ver a partir de quinta-feira A galeria da Creative Macau acolhe, entre esta quinta-feira e 15 de Julho, uma exposição de esculturas da artista angolana Tchusca Songo, intitulada “Rainbow in Disguise”. Trata-se de peças feitas a partir de objectos encontrados na praia de Hac-Sá, em Coloane, perdidos em contexto de tufões Intitulada “Rainbow in Disguise”, a nova exposição da artista angolana Tchusca Songo apresenta-se ao público de Macau a partir da próxima quinta-feira na Creative Macau. As esculturas que se revelam nesta mostra nascem de um conceito de reciclagem e reutilização, uma vez que Tchusca criou as suas obras a partir de objectos encontrados na praia de Hac-Sá, nomeadamente plástico, garrafas, sapatos e outros bens deixados por residentes e turistas. Incluem-se ainda no rol de materiais usados pela artista as redes de pesca ou a esferovite. Grande parte destes materiais surgem na praia devido aos tufões que assolam o território ou que simplesmente são deixados no areal. “Transformo estes materiais em objectos de arte chamando a atenção para as ideias de ‘Reutilizar, Reciclar e Reduzir’, três acções que são ainda um tema muito obscuro em Macau”, defendeu a artista. O trabalho de Tchusca Songo foi apresentado numa mostra organizada neste ano lectivo na Escola Internacional de Macau, intitulada “O teu desperdício é a minha inspiração”. “Um dos trabalhos expostos não tinha título e era uma instalação feita com brinquedos que recolhi quase diariamente na praia de Hac-Sá. Para dar um nome ao trabalho, foi organizado um concurso entre os estudantes no qual eu participei. Cada estudante podia dar um nome, e mais de 200 alunos participaram. A parte importante [deste processo] foi fazer os alunos parar por um momento e fazer com que percebessem o que estava verdadeiramente à sua frente – plástico abandonado na praia de Hac-Sá.” Um dos alunos, de nome Kuai Sang, apresentou o nome “Rainbow in Disguise”, que daria origem a esta exposição na Creative Macau. Envolvimento na comunidade Nascida na cidade de Cabinda, em Angola, em 1978, a artista veio para Macau em 2006, onde se licenciou em Design de Produto na Universidade de São José em 2012. Desde então que reside e trabalha no território, tendo participado em exposições com obras feitas com diversos materiais, fotografia e joalharia, entre outros. Em 2018, o seu trabalho foi especialmente notado por parte do júri da exposição “Anno Cannis”, que contou com a presença de diversos artistas locais. Também aí as temáticas do ambiente e da reciclagem do lixo foram predominantes nos trabalhos apresentados. Desde então que a artista tem sido convidada por associações locais para desenvolver trabalhos dentro do mesmo tema para diversas actividades e exposições.
Hoje Macau EventosFRC | Juiz Vasco Fong apresenta livro na área do Direito O juiz Vasco Fong, do Tribunal de Segunda Instância, apresenta na próxima quarta-feira o livro “Comentário ao Crime de Fuga à Responsabilidade (P.P.Art.89º da Lei do Trânsito de Macau)”, da autoria de Pedro Sá Machado, em colaboração com David Sá Machado, e que será apresentado a partir das 18h30 na Fundação Rui Cunha (FRC). O livro, bilingue, nasce a partir do programa curricular ministrado, por Pedro Sá Machado, na disciplina de Direito Criminal e Processo Criminal I do curso de mestrado em Língua Portuguesa na Faculdade de Direito da Universidade de Macau, o qual passou pela anotação e comentário de decisões de jurisprudência da RAEM suficientemente controversas para uma discussão científica em sala de aula. Ora, um dos acórdãos objecto de debate foi precisamente o que agora dá à estampa. Na perspectiva do autor, o problema principal do crime de fuga à responsabilidade não está na forma como o juiz decide, mas sim na opção político-criminal do legislador, razão pela qual pretende esta obra oferecer um pouco de dogmática à interpretação do artigo em causa, contribuindo, singelamente, para uma discussão pública do seu conteúdo e, quem sabe, a alteração legislativa desta norma penal. Esta obra é uma edição CRED-DM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau, ligado à FRC. Pedro Sá Machado é professor convidado da Faculdade de Direito de Macau, Investigador Colaborador no Instituto Jurídico da Faculdade de Direito de Coimbra, doutor e mestre em Ciências Jurídico- Criminais pela Faculdade de Direito de Coimbra e ainda especialista em Direito Penal Económico Europeu da Faculdade de Direito de Coimbra.
Hoje Macau Eventos10 de Junho | Centenas de actividades promovidas em todo o mundo Sábado é feriado em Portugal, comemorando-se o Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Em Macau, organizam-se uma série de actividades, incluindo a tradicional cerimónia do hastear da bandeira portuguesa e romagem à Gruta de Camões. Noutros locais do mundo, celebra-se a portugalidade com a presença de governantes para todos os gostos Centenas de actividades previstas em todo o mundo, com duas dezenas de membros do Governo em contacto directo com as comunidades lusófonas, assinalam este ano o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O programa, anunciado na quarta-feira, inclui iniciativas na Europa, América, Ásia, Oceânia e em África. Em Macau, estará o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas. No sábado, tem lugar a habitual recepção do 10 de Junho, com a cerimónia do hastear da bandeira no Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong e a romagem à Gruta de Camões. No Albergue SCM decorre um seminário profissional sobre a calçada portuguesa com o mestre calceteiro Fernando Simões. Ao longo deste mês, haverá ainda diversas actividades inseridas no programa “Junho, Mês de Portugal na RAEM”. Em Portugal, o 10 de Junho celebra-se em Peso da Régua, onde o Presidente da República, o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros estarão no sábado. As celebrações deste dia arrancaram oficialmente na segunda-feira, com a visita de Estado do Presidente da República (PR) à África do Sul, onde se estima que residam mais de 300 mil portugueses e lusodescendentes. O primeiro-ministro, António Costa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, assinalam igualmente o Dia de Portugal na África do Sul. Já o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, celebra o 10 de Junho com a comunidade portuguesa na Namíbia. Também em África, estarão mais quatro governantes: os ministros da Cultura, Pedro Adão e Silva, e do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e as ministras da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, que se juntam aos portugueses e lusodescendentes em Moçambique, Cabo Verde, Angola e São Tomé e Príncipe, respectivamente. Na Oceânia, mais concretamente na Austrália, estará o secretário de Estado da Segurança Social, Gabriel Bastos. No continente americano marcarão presença sete membros do Governo. Cultura para todos A informação divulgada indica que a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, vai assinalar o Dia de Portugal junto dos portugueses e lusodescendentes residentes no Canadá, enquanto nos Estados Unidos da América, junto das comunidades portuguesas de São Francisco e Newark, estarão, respectivamente, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, e a secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes. Pela América Latina passarão o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, a celebrar junto da comunidade portuguesa na Venezuela, e a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que assinala o 10 de Junho na Argentina. Já o secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, António Mendonça Mendes, e o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, estarão, respectivamente, no Brasil e na Colômbia. Na Europa, em Espanha, vai estar o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva. Em França, estará a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, na Bélgica vai estar o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, no Luxemburgo o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, e na Suíça o secretário de Estado da Educação, António Leite. Cumprindo a tradição, a rede diplomática e consular portuguesa vai assinalar o Dia de Portugal com centenas de actividades distintas, combinando iniciativas próprias com as do movimento associativo local, “um esforço empreendido pelas associações lusófonas locais que conta, em inúmeros casos, com o apoio das embaixadas e consulados”, sublinha do MNE. Concertos, exposições, peças de teatro, evidenciando o trabalho de artistas portugueses, cinema ou documentários, seminários, feiras tradicionais e momentos de leitura são algumas das iniciativas agendadas para assinalar a data.
Hoje Macau EventosAssociação Somos! apoia escola de Moçambique com evento solidário Apoios para a escola primária Matchik-Tchik, em Maputo, e garantir materiais básicos para os alunos é o objectivo do evento “Moçambique: um conto solidário”, que tem data marcada para 30 de Junho, anunciou ontem a associação local Somos!. O evento descrito como um “Sunset Solidário” irá decorrer, das 18h30 às 02h, no restaurante Rio Grill and Seafood, na Doca dos Pescadores. “Garantir que todos os alunos da Escola Primária Matchik – Tchik da Cidade de Maputo têm acesso a uma secretária – e deixam de escrever e ler sentados no chão -, que podem aprender sob um tecto que realmente os abriga e protege das intempéries, e que usam instalações sanitárias condignas”, é o objectivo de um ‘Sunset Solidário’ em Macau, indicou a Somos! Associação de Comunicação em Língua Portuguesa, em comunicado. A ajuda “será canalizada ainda para a construção de uma minibiblioteca, que fortalecerá o projecto pedagógico da escola e valorizará o gosto dos alunos pela leitura. Um espaço que será igualmente aberto a todas as crianças do bairro de Polana Caniço, onde se situa o estabelecimento de ensino, permitindo-lhes conhecerem outras realidades e idealizarem um futuro”, acrescentou a entidade sem fins lucrativos. Rio que chega à foz A associação acrescenta que esta campanha solidária “é o culminar de uma outra iniciativa da Somos — ACLP que consistiu na edição do livro de contos ‘Era Uma Vez… O Meu Mar’, com textos e ilustrações feitos por alunos de diferentes escolas primárias dos Países de Língua Portuguesa e de Macau, tendo Moçambique sido representado precisamente pela Escola Primária Matchik – Tchik da Cidade de Maputo. Como a verba angariada com a venda dos livros foi “insuficiente para toda a ajuda de que a escola necessita, a associação decidiu organizar Em 2022, no início do ano lectivo, em Janeiro, um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertava que as crianças do ensino primário em Moçambique “estão ausentes da escola 39 por cento do tempo”, em média, e “apenas 48 por cento dos alunos do ensino primário estão no ano certo de acordo com a sua idade”.
Andreia Sofia Silva Eventos“Home Staycation” é a obra que artistas locais levam à quadrienal de Praga A Quadrienal de Praga foi ontem inaugurada e decorre até 18 de Junho com um programa que inclui uma representação de Macau intitulada “Home Staycation”, uma criação dos cenógrafos Kaby Chan Ka In e Tcalu Teng Ka Man, a partir da experiência durante a pandemia de covid-19. Segundo o website do evento, a instalação “Home Staycation” é uma gaiola de grandes dimensões equipada com monitores que pretendem lembrar ao público os dias de confinamento. O projecto visa “explorar a forma como as pessoas lidaram com a experiência de ver o mundo a mudar de uma experiência corporal para outra virtual”, propondo “um espaço para o isolamento e a imaginação”. Pretende-se também mostrar as mudanças de percepção em relação ao mundo que ocorreram em cada um de nós nos últimos três anos, ocorrendo uma “virtualização” dessa percepção graças aos avanços da tecnologia. Esta instalação tem como curadora Mirabella Lao Chi Wai, tendo sido desenvolvida por uma equipa criativa composta por sete pessoas. A organização esteve a cargo da Associação de Gestão de Palco e Tecnologia [Stage Management and Technology Association]. Minutos e visões De Portugal chega o projecto de Ângela Rocha, “Metade dos Minutos” e uma mostra de Rita Lopes Alves, dos Artistas Unidos. A Quadrienal de Praga de ‘Design’ de Performance e Espaço existe desde 1967 e tem por objectivo “apresentar os melhores trabalhos de cenografia com uma ênfase na autossuficiência deste campo artístico”. No projecto “Metade dos minutos” a cenógrafa Ângela Rocha criou um labirinto, que permite ao visitante explorar o tacto, sentido que nos últimos anos “está a ser esquecido”. Antes de se entrar, literalmente, no labirinto, há uma espécie de antecâmara que poderia ser um escritório ou um espaço de trabalho numa qualquer divisão, com uma cadeira, uma secretária e um candeeiro. “Para avançarmos para um futuro tínhamos que analisar o presente. Por isso, era importante materializar, de alguma forma, esta ideia mais premente da saída da pandemia. Fez-me sentido que fosse uma textura mais agressiva e que criasse uma distância entre nós e os objetos. É um espaço que temos alguma relação com ele, mas que foi absorvido por esta textura criada por alfinetes. Que nos atrai, mas que sentimos que temos que mexer com algum cuidado”, explicou Ângela Rocha. Com Lusa
Andreia Sofia Silva EventosLivraria Portuguesa | Livro sobre letras como expressão artística apresentado hoje De uma conversa ocorrida em São Paulo, Brasil, 2018, nasceu a obra “A letra como elemento de expressão artística: Das artes plásticas à poesia visual”, de Cláudio Rocha e Flávio Tonetti, que será apresentado hoje na Livraria Portuguesa. A ideia é mostrar que o desenho de letras em livros, cartazes e outros formatos é, ao mesmo tempo, uma forma de expressão artística, transmitindo percepções e mensagens ao leitor Sempre que lemos uma palavra ou uma frase não é apenas a mensagem que lá está numa determinada língua, mas também uma expressão artística espelhada na forma como as letras foram desenhadas. Um jornal com determinado design de letras transmite uma determinada ideia ou conceito, tal como cartões de contactos, convites ou currículos. A fim de chamar a atenção para o lado artístico da letra desenhada, é lançado hoje, às 18h30, o livro “A letra como elemento de expressão artística: Das artes plásticas à poesia visual”, da autoria do académico Flávio Tonetti, actualmente a fazer uma investigação de pós-doutoramento na Universidade de Macau, e Cláudio Rocha, artista visual, tipógrafo e type designer. Esta obra nasce de uma conversa entre os dois autores decorrida em 2018 na Casateliê em São Paulo, Brasil, reproduzida, com as devidas correcções e alterações, nas páginas do livro. “O nosso livro e a nossa conversa contribuem para que as pessoas possam apreciar essa experiência estética acessível a todo o mundo”, contou ao HM Flávio Tonnetti. “Gravei, na altura, o encontro e decidimos transcrever a conversa visando estabelecer um texto que apresentasse novamente as imagens e as discussões sobre elas. Quisemos manter o sabor da oralidade, porque é um livro pensado para que outras pessoas se aproximem do campo da tipografia, do ‘type design’ e do uso das letras como matéria formal para as artes plásticas. Exploramos um pouco como é que esse conhecimento se espalha e revela em outras linguagens. Quisemos criar uma linha narrativa mostrando para um público em geral como é que podemos ver a letra como forma e não apenas como conteúdo”, acrescentou. Ao longo da história têm sido vários os exemplos do desenho de letras, que foi evoluindo à medida que evoluíam as próprias expressões artísticas. Temos, por exemplo, um lado mais clássico e pesado da letra aquando do surgimento da impressão em papel, para mais tarde, no século XX, encontrarmos letras despojadas de floreados em áreas como a publicidade, por exemplo. Comic e Times New Roman Na era digital surgiu o desenho de letras para o uso em computadores. Flávio Tonnetti dá exemplos de letras que fazem parte do nosso dia-a-dia e da percepção que elas criam em nós, como é o caso do estilo “Times New Roman”, “uma letra desenvolvida para ser impressa num papel cinza de baixa qualidade, que não reflecte tanto a luz e que tem rugosidade”. “Hoje em dia usamos essa letra para imprimir em papel liso, cem por cento branco, e a impressão que temos é que a letra não é bonita o bastante, e isso acontece porque ela não foi desenhada para esse suporte”, adiantou. Há ainda o caso da “Comic Sans”, desenhada “por um artista e designer muito importante para banda desenhada”. “Um acaso da história fez com que ela tenha sido incorporada no pacote de fontes do Microsoft Word e se popularizou muitíssimo. Todos a usam, sobretudo quando fazem convites para festas de crianças, por exemplo.” Tonnetti explica que, com este livro, a ideia é que “as pessoas passem a olhar o desenho das letras como uma obra de arte”, incluindo quando lêem mensagens urbanas ou cartazes nas ruas. No caso de Macau e Hong Kong, essa experiência ganha uma outra dimensão, graças à existência dos néons e caracteres chineses. “Estar em Macau fez com que eu tenha passado a ter um campo de apreciação mais aberto [das mensagens e letras nas ruas]. A escrita chinesa sempre foi compreendida como um gesto artístico. A caligrafia sempre foi a arte dos bem-educados, os poetas caligrafam, os artistas, as autoridades. Então as letras sempre foram entendidas como um símbolo de beleza. [Ver caligrafia] sempre foi um acto contemplativo”, adiantou o académico. O lugar da publicidade Cláudio Rocha fala da evolução histórica no desenho da letra. A maior mudança surgiu com a Revolução Industrial, “porque antes disso a palavra impressa e a forma das letras eram orientadas para a produção do livro”. Depois surge a publicidade a muito produtos de consumo, o que criou “um novo aspecto a letras que precisavam de ser vistas, mais do que serem lidas”. Surgiram, assim, “os cartazes, uma comunicação à distância, com apelo emocional e publicitário”. “Criou-se uma nova categoria de letras com mais personalidade, porque antes havia o pensamento de que as letras não deveriam chamar a atenção para si mesmas. Abriu-se aí uma nova perspectiva”, frisou o co-autor ao HM. Mais tarde “as vanguardas europeias começaram a perceber na palavra um recurso expressivo, ao serviço da arte e da poesia, os primeiros elementos da poesia visual, com os ‘ready-mades’ do Marcel Duchamp”. Em Itália, há o exemplo dos futuristas, que criaram um movimento filosófico em torno da palavra livre. Depois, “o resto é história”, assume Cláudio Rocha. “As editoras começaram a valorizar o livro como objecto, produzindo letras específicas para os próprios livros. Chegamos à era digital onde o recurso de criar letras permitiu que os designers criassem as suas próprias letras sem depender dos que vendiam para as indústrias gráficas. O próprio designer passou a ser o autor.” Para Cláudio Rocha, apresentar este livro em Macau constitui “um desafio”, levando o co-autor a pensar nas “diferenças em termos da estrutura da escrita, porque na China a escrita é ideogramática, então a estrutura é completamente diferente”. “Escrevemos, no Ocidente, com a escrita romana, temos o grafema que representa o fonema, o que não ocorre no idioma chinês. A beleza, a complexidade e a estrutura do idioma chinês, com signos, faz com que quem não entenda chinês seja obrigado a olhar para as palavras como imagens.” À semelhança do que afirma Flávio Tonnetti, Cláudio Rocha entende que a caligrafia “é considerada, na China, como uma forma de arte, tão valorizada como a pintura ou gravura, o que não acontece no Ocidente, onde a escrita e a tipografia têm um carácter utilitário”. Desta forma, “apresentando o livro em Macau para um público que já sabe a diferença na forma de tratar a escrita, pode ser o início de uma boa reflexão”.
Andreia Sofia Silva EventosColeccionismo | Peças de três residentes expostas na Taipa A Associação Cultural Vila da Taipa recebe hoje e até ao dia 28 de Julho a exposição “Show-off”, composta pelas colecções pessoais de três residentes, nomeadamente Francisco Ricarte, Frederico Rato e Konstantin Bessmertny. Pinturas de Marc Chagall, livros antigos sobre Napoleão Bonaparte ou fotografias de Fan Ho poderão ser vistas pelo público Hoje é inaugurada uma exposição diferente das que habitualmente se organizam em Macau. Isto porque a Associação Cultural Vila da Taipa decidiu apresentar, até ao dia 28 de Julho, as colecções pessoais de três residentes com profissões distintas, mas que têm a mesma paixão de coleccionar diversos objectos artísticos, desde pinturas, livros ou fotografias. A curadoria cabe a João Ó, arquitecto, que escolheu mostrar as peças da colecção pessoal de Francisco Ricarte, arquitecto e fotógrafo, Frederico Rato, advogado, e Konstantin Bessmertny, reconhecido pintor de origem russa radicado em Macau há décadas. Assim, o público poderá ver livros antigos sobre Napoleão Bonaparte ou serigrafias de Marc Chagall. Ao HM, João Ó explicou que estas três pessoas têm em comum “o fio condutor que é viverem em Macau e coleccionarem a partir daqui para o mundo”, sendo interessante “ver a disparidade do coleccionismo de cada um”. João Ó entende que “a colecção define o coleccionador”. Francisco Ricarte só colecciona fotografia e tem cerca de dois mil livros “bem organizados e catalogados”. Já Frederico Rato “interessa-se muito por tudo o que seja de Macau, pinturas ou cartografias antigas”, revelando-se também a enorme paixão pelo trabalho de Marc Chagall. “Apesar de serem coisas quase impossíveis de adquirir, às vezes [Frederico Rato] lá consegue arranjar umas serigrafias em exposições internacionais para onde viaja de propósito.” No caso de Konstantin Bessmertny, o interesse de João Ó residiu “em perceber o que um artista colecciona”. “Veio a verificar-se o que já pensava: ele colecciona coisas que o inspiram para os quadros. Vamos mostrar uma série de livros antigos sobre Napoleão e Josefina [de Beauharnais] e um catálogo da Harrod’s para mulheres de 1903, com chapéus com penugem e os vestuários. São registos visuais onde se inspirou para pintar os quadros.” Bessmertny “vai expor parte da colecção dos livros, o que é óptimo para quem gosta das suas obras, pois pode folheá-los e perceber onde ele se inspira para fazer os quadros”, frisou o curador. “Olhar ao contrário” Com este projecto João Ó quis variar “um pouco do mote habitual do que é uma exposição, que expõe sempre obras inéditas de artistas”. Acima de tudo, o curador quis perceber a interacção entre a ideia da visão pessoal que tem um coleccionador e o desejo dos artistas de serem coleccionados por quem ama a sua arte. “Tem uma certa piada ver o olhar ao contrário, e surgem várias questões: quem é que colecciona, porque é que o faz, como começou, quais os interesses habituais do coleccionador, além de motivos pessoais e profissionais. Uma grande pergunta existencial que também se pode colocar é o que se vai fazer na posteridade com essa colecção pessoal, pois os herdeiros podem não ter interesse em mantê-la, pois trata-se de um gosto pessoal.” Em Macau não existe ainda uma grande tradição de coleccionismo, ao contrário da China, onde a arte é cada vez mais vista como um investimento, e em Hong Kong, que acolhe eventos internacionais como a Art Basel. Esta mostra quer também potenciar o interesse dos residentes para esta questão. “Pode-se questionar porque é que existem tão poucos coleccionadores em Macau. Conheço alguns, todos portugueses, e sei que coleccionam porque têm interesse. Existe uma cultura ocidental e europeia de coleccionar, mas no fundo expor essa visão é importante para que a população local chinesa possa perceber e potenciar um pouco a vontade de coleccionar.” João Ó assume que gostava que Macau seguisse o rumo das regiões vizinhas. “Mas antes de existir um grande investimento penso que os pequenos coleccionadores também têm de se abrir a essa visão, pois não falamos de investimentos corporativos, como os casinos, que o fazem porque têm um fundo de maneio maior.”
Hoje Macau EventosCalçada portuguesa | Seminário no Albergue acontece este sábado Decorre este sábado, no Albergue SCM, entre as 14h30 e as 16h30, o seminário “Calçada Artística Portuguesa – Expansão pelo Mundo” com o mestre português Fernando Simões. O evento insere-se nas comemorações oficiais do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, sendo promovido pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau e destinado a arquitectos e engenheiros no âmbito do programa de desenvolvimento profissional contínuo. Presente em Macau há várias décadas, a calçada portuguesa é hoje um dos ex-líbris do património local, atraindo a atenção dos turistas devido ao desenho e características próprias deste tipo de pavimento tão português. O mestre calceteiro Fernando Simões foi responsável por colocar a calçada portuguesa junto à Igreja de São Lázaro e em frente à estátua de Kun Iam. Neste seminário vai explicar as técnicas básicas deste tipo de trabalho, além de discutir com os formandos estudos de aplicação da calçada portuguesa em todo o mundo. Nascido em Lisboa em 1969, Fernando Simões vive actualmente em Macau e é especialista em mosaicos bizantinos e pedras arredondadas, tendo já mostrado o seu trabalho em países como Espanha, Alemanha, Bélgica e França, entre outros. O mestre calceteiro já trabalhou como instrutor de pavimentos feitos com pedras arredondadas através da Associação Britânica de Mosaicos Modernos [BAMM, na sigla inglesa], tendo feito diversas formações em trabalho de escultura da pedra.
Andreia Sofia Silva Eventos10 de Junho | Joaquim Franco apresenta “Sem Título” na Casa Garden “Sem Título” [Untitled] é o nome da nova exposição do artista Joaquim Franco patente na Casa Garden, da Fundação Oriente, até ao dia 2 de Julho. Inserida no programa comemorativo do 10 de Junho, esta é uma mostra que apresenta novas obras do artista português, onde o abstracionismo é um ponto de partida Afastado das lides expositivas há alguns anos, Joaquim Franco embrenhou-se nas aulas de pintura, gravura e desenho que tem dado na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau (CPM). Até que surgiu agora um convite para expor na Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO) em Macau, no âmbito do programa de comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. “Sem Título” [Untitled] é o nome da mostra que pode ser visitada até ao dia 2 de Julho e que constitui a oportunidade de ver novos trabalhos do artista português, radicado em Macau há vários anos. Ao HM, Joaquim Franco explicou que título da exposição “não poderia ser outro”, por pretender potenciar a liberdade de compreensão e imaginação do observador sobre cada trabalho seu. “Trata-se de uma mostra de arte abstracta. É interessante constatar que existe arte abstracta na história de arte há cerca de 100 anos e continuamos a assistir à incapacidade da leitura do abstracto. Não faz sentido hoje fazer o figurativo, pois vivemos na época das ‘selfies’. O título influencia a leitura, pelo que quis deixar o observador livre sem ser influenciado [externamente] ou influenciado por mim.” Em “Sem Título” há, no entanto, “duas ou três obras mais antigas” escolhidas por Joaquim Franco para quem se deparar, pela primeira vez, com o seu trabalho. Isso obrigou também ao artista a olhar para dentro, a tentar compreender-se. “Deste estudo começou o que chamaria de ‘nova fase’. Digamos que não existe uma temática, mas sim um redescobrir e uma evolução do que vinha fazendo. Esta exposição integra gravuras, homotipias, que são provas únicas, e pinturas em acrílico, óleo e colagem de papel de arroz.” Experiências na tela “Uma honra”. É desta forma que Joaquim Franco expressa o convite que lhe foi endereçado pela FO, primeiro na pessoa de Ana Paula Cleto, ex-dirigente, e depois no apoio dado por Catarina Cottinelli da Costa, actual delegada da FO no território. O facto de ser professor na CPM influencia o seu trabalho, mas Joaquim Franco assume que tudo o que lhe é exterior acaba por reflectir-se na tela. “Não me considero um professor, serei mais um artista que partilha a sua experiência e conhecimentos com as pessoas que frequentam os ateliers. Se isso influencia o meu trabalho, diria que toda a minha vivência o influencia.” “Color / Shape / Love” [Cor / Forma / Amor] foi uma das últimas mostras em nome individual que o artista apresentou em Macau, desta vez na AFA – Art for All Society, com curadoria de James Chu. Também aí a cor foi um ponto de partida, tal como o abstracionismo. “Ele [James Chu] escolheu este nome porque, na realidade, o meu trabalho está muito ligado com a cor. Falo muito do amor e da paz, e é essa a primeira leitura dos meus trabalhos”, disse na altura.
Hoje Macau EventosInstituto Camões | Ana Paula Fernandes nomeada presidente O Governo português nomeou Ana Paula Fernandes, actual chefe de unidade de Prospectiva, Reforma de Políticas e Relações Globais e coordenadora da Direcção de Desenvolvimento da OCDE nestas áreas, para presidente do conselho directivo do instituto Camões. De acordo com a edição de sexta-feira do Diário da República, a nomeação de Ana Paula Fernandes foi assinada pelo primeiro-ministro, António Costa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho. O despacho refere que foram apresentadas três propostas para o cargo e que Ana Paula Fernandes “evidencia perfil adequado e demonstrativo da aptidão e experiência profissional necessárias ao desempenho do cargo”. A comissão de serviço da futura presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua é de cinco anos, renovável por igual período. Ana Paula Fernandes assumirá funções a partir de 17 de Julho deste ano, substituindo no cargo o embaixador João Ribeiro de Almeida. Natural de Guimarães, Ana Paula Fernandes tem 50 anos e uma licenciatura em Relações Internacionais pela Universidade do Minho, uma pós-graduação em Assuntos Europeus pelo ISEG e um mestrado em Cooperação Internacional pelo ISCTE. Entre as várias funções que desempenhou foi assessora do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação (2005-2009) e conselheira técnica na Delegação Permanente de Portugal junto da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), assumindo a vice-presidência do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) durante quatro anos. Desempenhava actualmente as funções de chefe de unidade de Prospectiva, Reforma de Políticas e Relações Globais e coordenadora do trabalho da Direcção de Desenvolvimento da OCDE nestas áreas.
Andreia Sofia Silva EventosClube Militar | Chefe Diogo Rocha lidera festival gastronómico O Clube Militar de Macau volta a organizar, a partir de quinta-feira, mais uma edição do habitual festival gastronómico, desta vez com a presença do chefe português Diogo Rocha, fundador do restaurante “Mesa Lemos” com o qual ganhou a primeira estrela Michelin em 2019 Regressa, na próxima quinta-feira, pela mão do Clube Militar de Macau, e pela primeira vez desde o fim da pandemia, o Festival de Gastronomia e vinhos de Portugal, liderado pelo chefe Diogo Rocha. O festival, entre os dias 8 e 18 deste mês, decorre no âmbito das comemorações dos 153 anos do Clube Militar e coincide ainda com as celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Macau, indicou, em comunicado, divulgado na quinta-feira. Diogo Rocha conquistou a primeira estrela Michelin, em 2019, para o Mesa de Lemos, o primeiro espaço gastronómico do distrito de Viseu a obter esta distinção, que renovou em 2020, 2021 e 2022. No ano passado, o chefe recebeu a primeira estrela Verde, atribuída pelo Guia Michelin, uma distinção que premeia as melhores práticas de sustentabilidade na restauração. O lado sustentável da cozinha de Diogo Rocha nasce das suas raízes familiares, pois o chefe nasceu na aldeia de Urgeiriça, concelho de Nelas, distrito de Viseu, onde desde cedo se embrenhou na horta com os avós a cultivar hortícolas. Mais recentemente, o restaurante de Diogo Rocha ganhou o “Garfo de Ouro” atribuído, pelo oitavo ano consecutivo, pelo guia “Boa Cama, Boa Mesa” do semanário Expresso. Numa publicação na rede social Facebook, o chefe de cozinha escreveu que a distinção “deixa toda a nossa equipa cheia de orgulho e renova a responsabilidade de continuarmos a fazer mais e melhor”. “O nosso empenho na valorização dos produtos, produtores, região e país continua a ser o nosso foco e todos os reconhecimentos são a prova de que este é o caminho certo”, frisou. Pausa forçada O festival promovido pelo Clube Militar já se tornou uma tradição no território, permitindo, todos os anos, provar o que de melhor a gastronomia portuguesa de assinatura tem para oferecer. Em 2019 a iniciativa contou com a participação de uma equipa composta pelos irmãos Geadas, oriundos da região de Trás-os-Montes, a chefe Noélia Jerónimo, que possui um conhecido restaurante na zona de Tavira, Algarve, o “Noélia e Jerónimo” e ainda José Júlio Vintém, do Alentejo. O regresso do evento marca também o fim de um período difícil para o Clube Militar de Macau que, tal como grande parte das entidades do território, teve de se adaptar à nova realidade e reinventar para manter a essência que mantém há 153 anos. Em 2020, Manuel Geraldes, um dos membros da direcção do clube, disse à Lusa que este já passou por momentos “extremamente difíceis ao longo da sua História”, nomeadamente o edifício, “de grande e rara beleza”, que esteve prestes a fechar. O Clube Militar de Macau já “serviu de casa de refugiados” da guerra e de repartição de finanças, “mas sempre soube ressuscitar” e a assumir-se como ponto de encontro entre as comunidades locais e lusófonas, frisou o responsável. O ex-presidente da instituição privada, desde a sua fundação, admitiu “momentos menos felizes”, mas destacou sobretudo as “fases de grande glória”, que contam histórias de encontros de culturas, chinesa e portuguesa, das forças armadas com a sociedade civil.
João Luz Eventos Manchete10 de Junho | Cartaz de comemorações marca regresso à normalidade As comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal voltam em todo o fulgor, com duas dezenas de actividades. Cinema, exposições, música, e a introdução de um roteiro gastronómico e de seminários dedicados à ciência e economia vão marcar a agenda do território. O concerto de André Sardet no dia 17 de Junho será um dos pontos altos Virada a página no capítulo de paralisia a que a covid-19 votou Macau, as comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas regressam com um mês recheado de actividades culturais, alargadas aos domínios económicos e do saber científico. Naquele que será o primeiro Junho, Mês de Portugal, de Alexandre Leitão enquanto Cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, as festividades recuperam a normalidade e voltam a rechear o mês com actividades até ao dia 26 de Junho, entre ciclos de cinema, seminários e conferências, exposições, música e um roteiro gastronómico. O ponto mais alto do cartaz é o concerto do músico português André Sardet, marcado para o dia 17 de Junho, a partir das 20h, no pavilhão do Grand Lisboa Palace. O reportório do espectáculo celebra 25 anos de carreira do cantor. Os eventos comemorativos já começaram, com alguns eventos organizados pela Casa de Portugal em Macau, e que se vão prolongar ao longo deste mês. Assim sendo, está patente até ao dia 18 de Junho na Casa de Vidro do Tap Seac a exposição de pintura “Fragmentos do Mar”, de Ana Pessanha. A mostra reúne um conjunto de obras inspiradas em momentos vividos no mar, em particular nas paisagens de praias de lugares como Porto Santo, Caparica, Troia, Comporta e os mares do Sul da China. Ana Pessanha irá ainda conduzir um workshop hoje e nos dias 7 e 9 de Junho sobre “Técnicas de Arte e Pintura de Amadeo de Sousa Cardoso”, também na Casa de Vidro do Tap Seac. Aos participantes será proporcionada a aprendizagem de técnicas mistas de pitura, impressão, desenho e colagem. Ainda no capítulo da pintura, destaque para a inauguração da exposição, “Sem Título”, de Joaquim Franco, amanhã às 18h30 na Casa Garden. A mostra, que estará patente até 2 de Julho, entre as 10h e as 19h, reúne uma série de pinturas, gravuras e monotipias que ilustram “as emoções do artista”, sugerindo ao visitante a interacção que germine “uma visão pessoal e independente”, é apontado no cartaz das festividades. Outra mostra que remete para a reflexão, ou autocontemplação, é a “Exposição de Fotografias: Um Património Valorizado”, que estará patente na Escola Portuguesa de Macau, entre a próxima segunda-feira e o dia 30 de Junho. A exposição, que pode ser visitada de segunda à sexta-feira, das 18h às 20h, organizada pelo Instituto Internacional de Macau e é composta por fotografias submetidas ao concurso “A Macau que eu mais amo”. Nunca antes navegados Uma das novidades do cartaz de comemorações deste ano é a ponte estabelecida entre os eventos de cariz cultural e seminários que aliam ciência, tecnologia, economia e comércio. “Fico muito contente por este ano termos a novidade dos seminários nas áreas científica e económica. São iniciativas pertinentes. Não me parece que haja nada de errado em associar a cultura e o associativismo à economia, à ciência, à inovação”, referiu ontem Alexandre Leitão na conferência de imprensa que apresentou o “menu” das festividades. O diplomata acrescentou que este tipo de eventos encaixa na perfeição nas narrativas políticas de Macau enquanto plataforma de ligação aos países lusófonos e à Grande Baía. Porém, para tal é necessário “passar das palavras aos actos” e valorizar as dimensões culturais, identitárias, patrimoniais e económicas através da “intensificação das relações económicas e do trabalho e parcerias científicas entre a região e os países de língua portuguesa”. Assim sendo, no sábado às 15, o Salão Lótus do 1.º andar do Restaurante Plaza irá ser palco do seminário “Oportunidades de Comércio, Turismo e Investimento em Portugal”, organizado pelo Conselho Regional da Ásia e Oceânia das Comunidades Portuguesas. Nos dias 8 e 9 de Junho, o Fórum Macau irá acolher o Simpósio sobre a Cooperação Científica entre Portugal e Macau, organizado pela Associação em Macau para a Cooperação Científica entre China e os Países de Língua Portuguesa (ASCMAC), que junta investigadores de todas as universidades e outras instituições de ensino e de investigação de Macau. David Gonçalves destacou que a participação de representantes da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico de Macau, “mostra a ligação óbvia entre ciência, desenvolvimento científico e a economia”. O académico da Universidade de São José destacou a relevância da ciência e tecnologia como trunfos para alavancar o desenvolvimento de Macau e Portugal. Clássicos lusos Como não poderia deixar de ser, o dia 10 de Junho será marcado pelas tradicionais actividades, que começam com a cerimónia do hastear da bandeira, entre as 09h e as 09h30 na Chancelaria do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong. A cerimónia oficial contará, como também é tradição, com a participação do grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau e a Banda do Corpo da Polícia de Segurança Pública. Depois da bandeira hasteada, segue-se a tradicional romagem à Gruta de Camões, no Jardim Camões. Finalmente, a recepção à comunidade portuguesa terá lugar na Escola Portuguesa de Macau, devido às obras profundas a que está a ser submetida a residência consular. Também no dia 10, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, é organizado no Albergue SCM do seminário “Calçada Artística Portuguesa: Expansão pelo Mundo”, que terá Fernando Simões como orador principal. O evento, que irá decorrer entre as 14h30 e as 16h30, organizado pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau (CAC), constitui um “reconhecimento da importância dos profissionais que constroem e mantém o chão que pisamos”, aponta a organização. Além de pavimento, a calçada portuguesa é um “factor de identidade, afectividade e de diferenciação histórica, artística e cultural nacional”. Mosaico artístico O Albergue SCM será ainda palco da exposição “Redesenhar em Azulejos”, da autoria de Adalberto Tenreiro, que estará patente ao público entre os 14 de Junho e 28 de Julho. Já na Galeria Amagao, no Artyzen Grand Lapa Macau, está patente entre 17 de Junho e 6 de Agosto, a “Exposição de Arte Contemporânea Portuguesa”, que conta com obras de autores tão diversos como Abílio Febra (que virá a Macau para dirigir um workshop de escultura), Gil Maia, Isabel Laginhas, José Luís Tinoco, Maria Leal da Costa e Victor Hugo Marreiros. No dia 21 de Junho, às 18h30, é inaugurada na Casa de Vidro do Tap Seac a mostra de cerâmica moderna “Extractos”, da autoria de Elisa Vilaça e os seus alunos das Oficinas da Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal de Macau. A mostra estará patente até ao dia 5 de Julho. A Casa de Portugal de Macau organiza ainda a exposição de pintura em porcelana e caligrafia chinesa “Diálogos”, que conjuga, como o título do evento sugere, duas linguagens e expressões artísticas em confluência. A mostra estará patente no Centro de Cultura e Artes Performativas do Cardeal Newman até 27 de Junho. Outro dos grandes destaques do cartaz deste ano, é o ciclo de cinema de curtas-metragens “NY Portuguese Short Film Festival e Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa, que terá lugar na Casa Garden nos dias 23 e 24 de Junho, a partir das 17h30. Ainda no capítulo da sétima arte, nos dias 6, 13, 15, 19, 22, 27 e 30 de Junho é apresentado o ciclo de documentários “100 anos” dedicado às vidas de vários escritores portugueses. Além da exibição de documentários sobre as vidas de Eugénio de Andrade, Agustina Bessa-Luís, Eduardo Lourenço, Mário Cesariny, Natália Correia e Henrique de Senna Fernandes, o IPOR irá lançar sessões de discussão sobre cada um dos autores. Finalmente, uma das actividades que se estreia este ano nas comemorações do 10 de Junho é um roteiro gastronómico, “Comer e Beber à Portuguesa”, que conta com a participação de 11 restaurantes. “Penso que foi possível criar um programa que envolve todas as gerações, do pré-escolar aos mais idosos, e o maior número possível de sectores”, concluiu o cônsul-geral de Portugal. Alexandre Leitão fez questão ainda de vincar a importância de Macau para Portugal e importância de assinalar o 10 de Junho no território. “Macau continua a estar no mapa do interesse português, de uma forma muito relevante”, evidência comprovada pela vinda a Macau no Dia de Portugal do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros André Moz Caldas. “O facto de vir a Macau e de não haver mais nenhum membro do Governo português na região diz muito da atenção que é prestada em Lisboa a esta região”, concluiu Alexandre Leitão.
Hoje Macau EventosLivraria Portuguesa | O lugar das letras nas artes visuais em livro A Livraria Portuguesa acolhe, no próximo dia 8 de Junho, a partir das 18h30, o lançamento do livro “A letra como elemento de expressão artística”, da autoria de Flávio Tonnetti e Cláudio Rocha. Esta obra “apresenta um olhar sensível para as letras no contexto das artes visuais”, propondo “uma abordagem estética da mensagem enquanto imagem: além de ser lida, a palavra foi feita para ser vista”. Assim, na apresentação da obra, serão analisados diversos exemplos de obras artísticas, desde a pintura à poesia visual e à colagem, sem esquecer as vanguardas europeias do século XX. Os conceitos e ideias abordados neste evento foram originalmente abordados pelos autores do livro num evento em São Paulo, Brasil, em 2018, tendo sido transformados numa obra em formato digital. O evento será apresentado por Roberval Teixeira da Silva, docente da Universidade de Macau, e por Sara Augusto, docente do Instituto Português do Oriente. Sobre os autores, Cláudio Rocha nasceu em São Paulo em 1957, sendo artista visual e designer. Por sua vez, Flávio Tonnetti nasceu na mesma cidade brasileira, em 1982, estando actualmente no território a fazer um programa de pós-doutoramento na Universidade de Macau nas áreas da arte e cultura, além de colaborar com o HM. Antes do lançamento do livro, os interessados poderão participar, às 17h30, numa oficina conduzida pelo tipógrafo e calígrafo macaense Aquino da Silva, membro da Sociedade de Design e Tipografia de Macau. Nesta oficina os participantes vão desenvolver letras a partir de placas e sinalizações dos prédios históricos de Macau.
Andreia Sofia Silva EventosPatuá | Segunda edição de curso arranca amanhã no CCCM Começa esta quinta-feira a segunda edição do curso de patuá promovido pelo Centro Científico e Cultural de Macau, e que conta com menos de uma dezena de alunos. Joaquim Ng Pereira, um dos formadores, acredita que a sobrevivência do dialecto se faz cada vez mais pela via da poesia e da literatura, ao invés do diálogo diário Não são mais de dez os alunos que, este ano, participam na segunda edição do curso “Oficina de Patuá”, promovido pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) e que começa esta quinta-feira, terminando a 4 de Novembro. Ainda assim, a data de arranque foi adiada devido à inicial falta de inscrições. Ao HM, Joaquim Ng Pereira, um dos formadores, disse que os cinco ou seis alunos que, este ano, querem aprender um dialecto específico de Macau, que não terá mais do que algumas centenas de falantes em todo o mundo, são mais do que no ano passado. “Em Portugal nunca houve este curso e vamos demorar algum tempo a conseguir angariar mais alunos. Temos esperança de que aos poucos isso venha a acontecer”, adiantou. O grande interesse dos que procuram aprender o dialecto é na vertente artística, com a poesia do macaense Adé [José dos Santos Ferreira]. “Isso é o que mais interessa às pessoas, que têm demonstrado muito interesse na parte de declamação de poesia. O diálogo no dia-a-dia [em patuá] já não existe, então é sempre na vertente artística que se desenvolve mais o interesse.” Joaquim Ng Pereira acredita que a sobrevivência deste linguajar se faz precisamente pela parte artística, dando o exemplo de uma aluna que este ano vai repetir o curso porque gostou muito da parte da poesia. De aluno a professor Outra novidade do curso deste ano é a participação, como formador, de Raúl Gaião, linguista e aluno da primeira edição do curso. Formado em Filosofia, ciências literárias e estudos linguísticos, Raúl Gaião é autor do “Dicionário do Crioulo de Macau – Escrita de Adé em Patuá”, lançado em 2019, e da obra “Aspectos Lexicais na Obra de Autores Macaenses”, de 1999. Raúl Gaião ficará encarregue de dar a parte linguista e gramatical do patuá, enquanto Joaquim Ng Pereira se dedica a ensinar as partes da declamação e fonética. Entre quinta-feira e 29 de Junho será ensinado o enquadramento histórico, económico e social de Macau, bem como as origens do Patuá e o ensino e compreensão dos fonemas. De 4 de Julho a 27 de Julho, será realizada a introdução à fonética e dicção dos poemas e expressões do patuá, sendo ensinado ainda o módulo “Da palavra à frase – morfologia e sintaxe”. De 5 a 28 de Setembro, serão ensinadas as “formas de falar” do patuá, sendo realizada a dicção de poemas de Adé e de outras expressões típicas do dialecto. Há ainda um período dedicado a aulas práticas e apresentações de trabalhos.
Hoje Macau EventosGrande Prémio | Museu com entrada gratuita esta quinta-feira O Museu do Grande Prémio de Macau terá entrada gratuita esta quinta-feira a propósito do Dia Mundial da Criança. Neste dia os mais novos e as suas famílias terão oportunidade para tirar fotografias com a mascote turística “Mak Mak”, que estará vestido com fato de piloto de corridas, entre as 10h e as 14h. Às 15h30 haverá uma actividade de modelagem de balões no museu para distribuição gratuita aos visitantes. Além disso, entre quinta-feira e domingo o museu estará equipado com um vídeo booth 360, onde os visitantes poderão fazer vídeos com adereços interessantes e guardar os vídeos no formato de ficheiro electrónico. Também na quinta-feira, será lançado um novo simulador de corridas de motas. Através de um sistema de movimento avançado e profissional, de uma nova tecnologia de rastreamento do corpo, com controlo real de motociclos e configuração de capacete de realidade virtual, o simulador visa proporciona aos visitantes uma experiência de como conduzir no Grande Prémio de Motos no Circuito da Guia de Macau. O café do museu terá, também a partir de quinta-feira, dois novos menus temáticos, com o “hambúrguer vencedor” e um menu infantil com o tema “gato de corrida”. Continuam em exposições as estátuas de cera de alguns dos mais conhecidos pilotos de automobilismo que passaram pelo Grande Prémio, numa parceria com o museu Madame Tussaud de Hong Kong.
Hoje Macau EventosBienal de Veneza | Propostas apresentadas até 28 de Julho O Museu de Arte de Macau, sob égide do Instituto Cultural (IC), aceita, até 28 de Julho, propostas de arte para a representação de Macau na “60ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza – Evento colateral de Macau, China”, que decorre em Abril do próximo ano na cidade italiana. A ideia deste concurso é “promover a arte contemporânea de Macau junto do público internacional”. As propostas devem ser apresentadas por equipas compostas pelo mínimo de dois membros, incluindo um curador. Os membros da equipa devem ser todos residentes permanentes e ter mais de 18 anos, devendo ainda ter experiência em exposições abertas de arte contemporânea e licenciatura em artes. O júri de selecção das propostas será composto por especialistas nas áreas relevantes e representantes mandatários do IC. Os resultados da selecção serão anunciados em Setembro deste ano. O MAM participa neste evento em Itália desde 2007, com um total de 19 artistas. A edição deste ano da Bienal de Arte de Veneza tem como curador Adriano Pedrosa. Criado em 1895, o evento é a bienal de arte mais antiga e considerada como uma das três maiores exposições de arte do mundo. É também tida como a maior plataforma internacional de intercâmbio artístico contemporâneo, tendo atraído, no ano passado, mais de 800 mil turistas e amantes de arte de todo o mundo.
Hoje Macau EventosFRC | Exposição de pintura de Alley Leong abre hoje ao público Alley Leong apresenta hoje, na Fundação Rui Cunha, a exposição de pintura “Chakra Illusion Utopia”. Trata-se de uma mostra de pintura que vai buscar influências ao mundo espiritual, sem esquecer a vasta experiência da artista como tatuadora Pode ser vista hoje, a partir das 18h30, e até ao dia 10 de Junho, uma nova exposição de pintura na Fundação Rui Cunha (FRC). Trata-se da mostra “Chakra Illusion Utopia”, de Alley Leong, uma jovem artista de Macau que começou a trabalhar como tatuadora no território e em Hong Kong. Com a pandemia, Alley regressou a Macau e começou a pintar, descobrindo uma nova faceta da arte que já mostrava nos corpos humanos que tatuava. A mostra reúne 24 pinturas a óleo sobre tela, mas também aguarelas e tinta acrílica, no traço detalhado das tatuagens e nas cores vivas dos chakras, que transmitem a sua paixão pelo desenho cromaticamente saturado, evocando imagens oníricas do mundo fantástico e espiritual. A exposição conta com a curadoria de Heidi Ng, que explica que a primeira vez que conheceu a artista viu uma pele “coberta de várias tatuagens, como se fosse uma roupa a vestir o seu corpo”. “O corpo inato não afectou o seu potencial criativo e desempenho, mas preencheu cada um de seus gestos com energia vital e espiritualidade”, adiantou. Citada por uma nota da FRC, a curadora recorda uma infância de introspecção da artista por causa da sua aparência e da rebeldia vivida na adolescência, que “só depois de aprender a tatuar comecei a ter contacto com a arte e a transformar aos poucos a mentalidade”. Assim, “a pintura tornou-se uma forma de ela se expressar e explorar a vida”, frisou Heidi Ng. Através da tatuagem, a artista conseguiu perceber o seu dom para o desenho e pintura de cores vibrantes, “o que viria a ter um impacto profundo nas suas criações posteriores”. A pandemia foi, assim, fundamental para a artista perceber o seu potencial como pintora. Chakras e consciências Esta exposição marca a estreia da artista como pintora, tendo como tema as cores dos chakras humanos e da autoconsciência interior. Assim, são usadas sete cores para representar a energia das imagens ou objectos. “No processo criativo ela foi buscar inspiração ao subconsciente e transformou-a em símbolos e imagens nas suas obras. Esse estado, semelhante à meditação, permitiu que ela se aprofundasse no subconsciente e comunicasse com o seu mundo interior. A criatividade foi maximizada e ela adquiriu uma compreensão mais profunda das suas crenças, aprimorando assim o nível artístico”, considera ainda a curadora.
Hoje Macau EventosCannes | “A Flor do Buriti” de Renée Nader Messora e João Salaviza premiado O filme “A Flor do Buriti”, da realizadora brasileira Renée Nader Messora e do português João Salaviza, foi sexta-feira distinguido na secção “Un Certain Regard” do Festival de Cinema de Cannes, anunciou a organização. O júri atribuiu o prémio de Melhor Equipa ao filme “A Flor do Buriti”, distinguindo assim ambos os realizadores e também o povo Krahô, do Brasil, que protagoniza a obra. Os dois realizadores são distinguidos na mesma secção onde, em 2018, receberam o prémio especial do júri com o filme “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”. “A Flor do Buriti” foi rodado com o povo Krahô, do Brasil, na terra indígena Kraholândia, onde já tinham feito “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”. Em nota de imprensa, os realizadores lembraram que, “em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre a sua ‘terra sangrada’, reinventando diariamente as infinitas formas de resistências”. Para o Festival de Cannes, o filme presta um “extraordinário tributo à capacidade de resiliência daquele povo indígena e à luta pela liberdade”, enquanto o jornal Le Monde destacou a “grande magia poética”. O nome do filme faz referência à flor do buriti, um tipo de palmeira selvagem que cresce no Brasil, e que se encontra no meio da comunidade Krahô. Por ocasião da estreia mundial do filme em Cannes, indígenas brasileiros e membros da equipa do filme manifestaram-se, na passadeira vermelha, pelo direito à terra dos povos nativos do Brasil. Outros prémios Em 2018, aquando da estreia de “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, João Salaviza e Renée Nader Messora, com a sua equipa, também alertaram para “o genocídio dos povos indígenas” no Brasil. Para o realizador português João Salaviza, esta é a terceira vez que é premiado em Cannes. Em 2009 recebeu a Palma de Ouro de melhor curta-metragem com o filme “Arena”. “A Flor do Buriti” terá estreia comercial em Portugal a 14 de março de 2024. O Prémio “Un Certain Regard” foi para “How to Have Sex”, da realizadora baseada em Londres Molly Manning Walker. O Prémio Especial do Júri, presidido pelo actor norte-americano John C. Reilly, foi para “Les Meutes”, do realizador marroquino Kamal Lazraq, e o de Melhor Realização, para a sua compatriota Asmae El Moudir, por “La Mère de tous les Mensonges”. “Goodbye Julia”, do sudanês Mohamed Kordofani, recebeu o Prémio Liberdade. O Prémio Nova Voz, de revelação, foi para “Augure”, do artista de origem congolesa Baloji.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | Imagens de Macau no Grémio-Clube Sesimbrense Inaugurou, no último sábado, uma nova exposição de imagens de Macau da autoria de Jorge Veiga Alves, antigo residente no território. Ao todo são 30 imagens que mostram a Macau do antigamente e que podem ser vistas no Grémio-Clube Sesimbrense Chama-se “À Procura de Macau” e é o nome da nova exposição de fotografia da autoria de Jorge Veiga Alves, economista reformado e fotógrafo amador que viveu no território nos anos 80 e 90. Inaugurada no sábado, no Grémio-Clube Sesimbrense, entidade sócio-cultural em Sesimbra, onde vive actualmente Jorge Veiga Alves, a mostra apresenta um total de 30 imagens que, muitas das vezes, revelam elementos sociais e urbanos que já desapareceram do dia-a-dia da cidade. A exposição pode ser visitada até 22 de Junho. “À Procura de Macau” já esteve patente no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) em Lisboa, sendo que grande parte das imagens estão incluídas em duas exposições digitais permanentes do CCCM e Fundação Macau, com o mesmo nome. De frisar, que a mostra digital do CCCM conta com fotografias mais actuais, capturadas por Jorge Veiga Alves em Macau nos anos de 2005 e 2016, quando o fotógrafo visitou o território. O HM conversou, em Dezembro do ano passado, com Jorge Veiga Alves sobre as imagens que capturou ao longo dos anos, tendo este declarado que, acima de tudo, este espólio fotográfico constitui um exercício de memória da Macau antiga. “Tenho fotografias do que todos os portugueses fotografavam, como as danças do leão e do dragão. Mas andava na rua com a minha máquina fotográfica, nas horas vagas, e também fotografei outros temas e situações da realidade de Macau. Comecei a perceber que, independentemente da qualidade fotográfica, algumas imagens remetem para locais que já não existem ou que mudaram muito.” Captar vivências Profissionalmente, Jorge Veiga Alves foi director de um departamento da Autoridade Monetária e Cambial de Macau entre 1986 e 1994, sendo que, nesse período, se dedicou a fotografar as ruas de Macau e as suas vivências nas horas vagas. A pandemia trouxe-lhe a oportunidade de trabalhar no restauro e digitalização das suas fotografias e filmes analógicos. Um dos exemplos da Macau antiga que pode ser encontrada nas imagens de Jorge Veiga Alves é os estaleiros navais de Lai Chi Vun, em Coloane, espaço actualmente em fase de recuperação por parte das autoridades. “Tenho muitas imagens sobre a construção naval nos estaleiros, e essa é uma actividade que já não existe”, adiantou o fotógrafo. Em relação ao espaço de exposição, o Grémio-Clube Sesimbrense existe em Portugal há 170 anos, tendo sido fundado em 1853 com o nome “Sociedade Philarmónica” e, depois, “Grémio Philarmónico Cesimbrense”. Neste espaço, a população podia assistir a concertos, peças de teatro, bailes, palestras e conferências. Actualmente o Grémio dedica-se a promover actividades de cariz sócio-cultural.
Hoje Macau Eventos MancheteGastronomia | José Avillez quer mostrar cozinha contemporânea nacional “Estou muito feliz com a abertura, foi um parto difícil por causa da covid-19”, comentou ontem José Avillez à Lusa, notando que o restaurante, localizado no hotel The Karl Lagerfeld Macau, no Grand Lisboa Palace, “está preparado há bastante tempo”. Macau, à semelhança do Interior da China, adoptou a política ‘covid zero’, impondo, ao longo de três anos, rigorosas restrições fronteiriças. Avillez, que esteve duas vezes no território para preparar o projecto, embarcou na aventura “um bocadinho à descoberta” e com a intenção de “tentar mostrar em mais um lugar a cozinha contemporânea portuguesa”, embora admita que, “aos poucos, poderá ter uma influência mais local”. “Mas eu preciso de ir mais vezes [a Macau] para entender melhor a cozinha macaense que, de alguma maneira, está quase desaparecida ou vê-se em cada vez menos sítios, mas também algumas influências da cozinha cantonense”, apontou, revelando que vai regressar à região em Junho. Avillez é “o parceiro perfeito para o Mesa, que se esforça por promover Macau como uma Cidade Criativa da Gastronomia da UNESCO”, escreveu ontem num comunicado à imprensa o Grand Lisboa Palace, propriedade da Sociedade de Jogos de Macau, notando ainda que o interior do restaurante, projectado pelo designer Karl Lagerfeld, apresenta “uma mistura arrojada de design contemporâneo e inspiração oriental”. Gostos pelo mundo Ontem, também o restaurante Tasca by José Avillez, no Dubai, renovou a estrela Michelin conquistada no ano passado. A Michelin divulgou, numa cerimónia, os restaurantes distinguidos na edição de 2023 do Guia Dubai, entre os quais o Tasca by José Avillez, que manteve uma estrela Michelin (‘cozinha de grande nível, compensa parar’). Inaugurado em 2019 no hotel Mandarin Oriental Jumeira, o Tasca é o primeiro restaurante fora de Portugal de José Avillez e foi, no ano passado, um dos nove distinguidos com uma estrela na primeira edição do Guia Michelin no Dubai. Além da distinção no Dubai, José Avillez tem, na edição de 2023 do Guia Espanha e Portugal, duas estrelas no Belcanto (Lisboa) e uma no Encanto (Lisboa), que foi o primeiro restaurante vegetariano distinguido pela Michelin na Península Ibérica.
João Luz Eventos MancheteExposição em memória de Mio Pang Fei arranca hoje no Albergue SCM A exposição “Remembering Master Mio Pang Fei – CAC Young Artists Exhibition” abre hoje ao público no Albergue SCM. Através de mais de uma dezena de obras multidisciplinares de jovens criadores locais, a memória e espírito artístico pioneiro de Mio Pang Fei mantém-se fresca no imaginário cultural da cidade Hoje, pelas 18h30, na Galeria A2 do Albergue SCM, arranca a cerimónia de inauguração da exposição “Remembering Master Mio Pang Fei”, uma mostra colectiva que celebra a memória da incontornável figura cultural que marcou indelevelmente a vida artística de Macau. A exposição estará patente até 10 de Junho e pode ser visitada de todos os dias, das 12h às 20h, e à segunda-feira das 15h às 20h. Organizada pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau (CAC), fundada em 1985 pelo próprio Mio Pang Fei, Carlos Marreiros, Kwok Woon, Un Chi Iam, Ung Vai Meng e Victor Marreiros, a exposição apresenta mais de uma dezena de obras, que vão da pintura, à instalação e fotografia. Os jovens artistas que contribuíram para a mostra são Alexandre Marreiros, Ho Weng Chi, Ka Ieng Lei (Kit Lei), Sisi Wong, Wang Tou Kun e Wu Xixia. Em comunicado, o Albergue SCM refere que o evento tem como “objectivo dar a conhecer ao público o gigante artístico Mio Pang Fei e garantir a continuidade do seu espírito pioneiro”. Quanto às obras que serão apresentadas ao público, é indicado que a criação de Ho Weng Chi procura dar voz a sussurros e raciocínios fugazes de um criador. O nó na garganta que é a obra “Monumento à Poesia dos Criadores” é libertado pelo imparável grito de ousadia, coragem e espírito aventureiro do imaginário de Mio Pang Fei. Em relação à obra de Ka Ieng Lei (Kit), a organização indica que o trabalho procura integrar paisagem e formas do rosto humano como um retrato cénico, uma espécie de “neo-orientalismo proposto por Mio Pang Fei. Por sua vez, Sisi Wong procurou estabelecer um diálogo entre o tradicionalismo e a exploração de novos meios de comunicação e expressão. Interpretar o mestre A mostra inaugurada hoje condensa a sistematização e revisão que os seis jovens artistas fizeram da carreira artística de Mio Pang Fei através da criação artística. O resultado exposto no Albergue SCM é a soma das várias reinterpretações das diversas fases da carreira do mestre ao longo de quatro décadas de trabalho. A exposição comemorativa transformou-se assim “num novo texto para o estudo de Mio Pang Fei, indicando a exploração duradoura da quebra de fronteiras cognitivas através de uma série de criações experimentais e os desafios de não comprometer as diversas formas de arte existentes de uma forma multidimensional”. “’Remembering Master Mio Pang Fei’ é apresentado como “uma carta enviada ao mestre e que, através da percepção artística, leva a sua família, amigos e alunos a partilhar histórias, recordar o seu passado e anedotas, evocando uma profunda nostalgia pública”. Nascido em Xangai em 1936, Mio Pang Fei estudou na Universidade de Belas Artes de Fujian, tendo-se dedicado à caligrafia chinesa. Era a única forma de escapar e de se manter ligado ao mundo das artes, numa altura em que o artista já pensava de maneira diferente. Mio Pang Fei chegou a ser acusado de práticas contra-revolucionárias por demonstrar um grande interesse no modernismo que se fazia no Ocidente. Foi preso e sujeito a trabalhos forçados. Em 1982, mudou-se para Macau e dedicou-se ao campo das artes visuais e educação. Posteriormente, co-fundou o CAC para apoiar o desenvolvimento da cultura e da indústria relacionada em Macau.
João Luz EventosFestival da Flor de Lótus | Evento desabrocha na segunda semana de Junho “O Aroma do Lótus Perfuma a Cidade de Macau” dá o mote para a 23ª edição do Festival da Flor de Lótus de Macau, que irá transformar a cidade num imenso jardim entre 9 e 18 de Junho. Além dos arranjos florais que vão embelezar a cidade, serão exibidas exposições e organizados workshops e excursões As sementes da 23.ª edição do Festival da Flor de Lótus de Macau já foram plantadas. O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou que o evento deste ano terá lugar entre 9 e 18 de Junho, terá como epicentro as Terras Húmidas da Avenida da Praia na Taipa, adjacente à zona das Casas-Museu da Taipa. A par do local de exposição principal, e dos vasos com flores de lótus colocados em vários sítios de Macau, “a programação do evento conta também com uma variedade de exposições e actividades ricas em conteúdo e favoráveis ao estilo de vida aventureiro ou de relaxamento”, indicou o IAM. A edição deste ano tem como tema “Ponte das nove curvas e flor de lótus ao nascer do Sol”, devido à geminação entre o Jardim de Lou Lim Ieoc e o Jardim Shizilin de Suzhou que têm o mesmo estilo dos jardins da região do sul do Rio Yangtzé, e as representações da icónica imagem em desenho. Do clássico ao moderno Em articulação com o tema que dá mote ao festival, o local de exposição na Avenida da Praia será dividido em três áreas de mostra com características específicas. A primeira é a “Área de Arranjo Paisagístico Clássico”, é inspirada nas cenas mais peculiares do Jardim de Shizilin e do Jardim de Lou Lim Ieoc, como a ponte das nove curvas, espelho d’água a reflectir um quiosque, floresta de rochas, muro paisagístico e janela com buracos por onde penetra a luz. A segunda é a “Área de Arranjo Paisagístico Moderno”, que demonstra de forma abstracta os elementos essenciais da floresta de rochas do Jardim de Shizilin e do Jardim de Lou Lim Ieoc, através de vários grupos de esculturas artísticas de forma simples, em contraste flagrante com a floresta de rochas da “Área de Arranjo Paisagístico Clássico”, aponta o IAM. A terceira é a “Praça de Entrada”, localizada no ponto central da área de exposição, a qual não só dispõe de esplanadas, canteiros e cenários artificiais de plantas como também serve de transição apropriada entre as referidas áreas. Aprender em família Mais de 5.000 vasos com flores de lótus vão ser espalhados nas artérias principais da cidade, em zonas verdes, monumentos e pontos de interesse turístico, como o Largo do Senado, Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen, Avenida Almeida Ribeiro, Ruínas de S. Paulo e Jardim de Lou Lim Ieoc. Além disso, o IAM vai organizar várias actividades sob o tema do evento, como uma exposição alusiva ao Jardim de Shizilin de Suzhou e Jardim de Lou Lim Ieoc com flor de lótus de Jiangsu. Serão também promovidos vários workshops, por exemplo para ensinar técnicas de filmagem de vídeos de curta-metragem com telemóvel, workshop de cozinha para pais e filhos usando lótus como ingrediente, workshop temático sobre flor de lótus. Estão previstas ainda excursões em dois fins-de-semana seguidos ao Parque da Flor de Lótus de Hengqin e trilho da ciência no Parque de Terras Húmidas Erjingwan. As visitas estão marcadas para o fim-de-semana de 10 e 11 de Junho, com uma sessão por dia, entre as 09h e 17h, para residentes de Macau com idades entre os 3 e os 80 anos. As excursões a Hengqin repetem-se no fim-de-semana de 17 e 18 de Junho e custam 200 patacas por cada grupo de duas pessoas, e incluem o preço das deslocações com transporte assegurado. Serão também organizadas visitas guiadas gratuitas às Terras Húmidas da Avenida da Praia na Taipa. As inscrições para os diversos eventos do festival, entre workshops e visitas guiadas, estão abertas entre hoje e 29 de Maio, segunda-feira. Os interessados podem fazer inscrição através da “Conta Única de Macau” ou pessoalmente no Centro de Serviços do IAM ou nos Centros de Prestação de Serviços ao Público do IAM.