Pintura | “Um Mundo Psicadélico” de Alice Ieong, na FRC

A galeria da Fundação Rui Cunha acolhe até 28 de Outubro a exposição de pintura “Um Mundo Psicadélico”, da autoria de Alice Ieong. As obras patentes na mostra, que foi inaugurada ontem, procuram retratar visões pessoais de um plano diferente de realidade e percepção

 

Foi inaugurada ontem a exposição individual de pintura de Alice Ieong, intitulada “Um Mundo Psicadélico” [A Psychedelic World], e que pode ser vista até ao dia 28 deste mês. De destacar que Alice Ieong é directora geral da Associação Internacional de Arte Contemporânea de Macau e também da Ark – Associação de Arte de Macau.

A mostra conta com curadoria de Bill Wong e reúne 23 obras de pintura contemporânea que reflectem o percurso estético da artista. Segundo o curador, citado por um comunicado da FRC, a artista “cresceu perto do Largo do Senado, em Macau” e acompanhou o desenvolvimento do território nos últimos anos, acabando por transpor essa evolução para a pintura.

“Quando sai da sua casa tem a zona turística e cultural, repleta de calçada portuguesa. Olhando para trás, Macau passou de uma pequena vila de pescadores para o título de Capital Mundial do Jogo, quase do dia para a noite, o que é muito deslumbrante. Ela tenta pintar na tela imagens exteriores, as ruas, os diferentes cenários, a atmosfera cultural e pública que vê diariamente”, descreveu Bill Wong.

Uma forma de exploração

Nas suas próprias palavras, a artista refere que tem “vontade de explorar a vida, as crenças, o ser humano e a sociedade enquanto formas de arte”, embora Alice Ieong transforme ainda “essas cenas familiares em objectos geométricos planos, como paisagens ocultas”.

Comparada com a pintura de paisagem, esta é mais como uma “pintura de imagens surrealistas, usando cores de contos de fadas para criar uma paisagem que parece não ter estações, nem amanhecer e anoitecer, e nenhum fenómeno astronómico”, aponta ainda o curador.

São usados, nas pinturas, “elementos poéticos e símbolos – como riscas caindo, círculos flutuantes, formas geométricas e objectos aparentemente reconhecíveis e irreconhecíveis”. A atmosfera dos quadros “transmite uma sensação fria e elegante”, como um espaço “desligado da realidade, sem elementos mundanos: não há pessoas, o tempo parece estar parado, as coisas estão estáticas, mas em certo sentido, também estão em movimento”.

Alice Ieong vive e trabalha em Macau, e tem um mestrado em Belas Artes na Universidade Chinesa de Hong Kong. Além de dirigir duas associações criativas no território, a artista conta no currículo com obras expostas em Macau, Hong Kong, Xangai, Guangzhou, Taiwan e no Museu Nacional de Arte da China, em Pequim.

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