FRC | Artesanato da ARTM em exibição a partir de hoje

“As Pessoas Primeiro” é o nome da mostra de artesanato deste ano da Associação de Reabilitação de Dependências de Macau, em exibição a partir desta tarde na galeria da Fundação Rui Cunha. Os trabalhos de mais de 30 autores, em processo de recuperação, vão da pintura a óleo e acrílico à cerâmica, alguns com motivos natalícios

 

É inaugurada hoje, às 18h30, na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) a mostra anual de artesanato da ARTM – Associação de Reabilitação de Dependências de Macau, que estará patente até 2 de Dezembro.

A exposição, intitulada “As Pessoas Primeiro”, reúne um conjunto de peças de pintura e cerâmica realizadas por mais de 30 participantes, em processo de recuperação, do Centro de Serviços Integrados de Ká Hó da ARTM – Associação de Reabilitação de Dependências de Macau.

A FRC explica em comunicado que a mostra deste ano é composta por uma “selecção de trabalhos manuais que inclui pinturas a óleo e acrílico, e peças de cerâmica, muitas com motivos natalícios”.

O mote desta edição foi inspirado no slogan da campanha das Nações Unidas para o Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, celebrado a 26 de Junho desde 1987, este ano sob o título “As pessoas primeiro: acabar com o estigma e a discriminação, reforçar a prevenção”.

“A campanha visa reforçar a necessidade de aumentar a consciência das comunidades sobre a aceitação de pessoas que usam drogas e dar-lhes o respeito e a empatia que todos os seres humanos merecem. Por outro lado, é importante priorizar a prevenção através da implementação de programas que reduzam os factores de risco. As estratégias de prevenção e intervenção precoce ajudam muito a proteger ou reduzir o consumo de substâncias”, indica a organização do evento.

Cuidar com arte

A arte-terapia é uma disciplina que combina expressão artística e psicologia, preconizada por Carl Jung como “porta” de acesso ao inconsciente. Através do processo criativo e da sua interpretação pelo autor é criado o ambiente para a terapia.

Seguindo essa linhas, nos últimos anos, “as artes têm sido uma componente essencial no quotidiano da comunidade terapêutica da ARTM, através de diferentes actividades e técnicas, com vista a promover a cura física, mental, emocional e espiritual dos pacientes, permitindo o seu crescimento ao longo do processo individual de mudança”.

Segundo a ARTM, o resultado é “uma série de peças de arte com significado. Para algumas pessoas em recuperação, e para pessoas com diferentes tipos de problemas de saúde mental, o envolvimento e a criação artística pode ser uma chave para o seu processo de mudança. Desta forma, as artes expressivas aparecem como uma componente importante da vida quotidiana da comunidade terapêutica da ARTM através de preparação vocacional e de actividades recreativas. Os resultados são sempre satisfatórios e a sensação de dever cumprido é conseguida. Isso dá-nos mais motivação para continuar a explorar métodos para proporcionar em conjunto novas vidas mais bonitas”.

A mostra, que tem sido apadrinhada pela FRC desde 2020, é um momento importante de celebração dos resultados alcançados por cada participante no percurso de reintegração na sociedade local.

A Associação de Reabilitação de Dependências de Macau é uma organização local sem fins lucrativos, que oferece programas terapêuticos para a recuperação da toxicodependência e outras dependências, como o jogo e o álcool. A ARTM também desenvolve serviços de orientação e acompanhamento dos ex-dependentes, bem como serviços de prevenção primária para jovens, famílias, escolas e comunidade, num forte compromisso com a saúde pública e os direitos humanos.

28 Nov 2023

Marrocos | Martin Scorsese cancela presença em festival por razões pessoais

O realizador norte-americano Martin Scorsese cancelou a sua presença no Festival Internacional de Cinema de Marraquexe, onde deveria participar como padrinho do programa de formação de novos talentos do cinema.

De acordo com fontes da organização citadas pela agência noticiosa Efe, o cancelamento da presença de Scorsese, de 81 anos, deveu-se a razões pessoais. Scorsese participou no certame marroquino por cinco vezes chegando, em 2018, a entregar um prémio honorário a Robert de Niro, actor com quem tem um histórico de colaborações.

Scorsese seria, nesta 20.ª edição do festival, o patrono dos Ateliers Atlas, dedicados a desenvolver o talento de jovens realizadores africanos e árabes. O festival começou na sexta-feira com uma gala que contou com uma homenagem ao actor dinamarquês Mads Mikkelsen e com a apresentação do júri, presidido pela actriz norte-americana Jessica Chastain.

Scorsese, considerado um dos maiores e mais influentes realizadores do cinema contemporâneo, conta no seu currículo com películas como “Taxi Driver” (1976), “Tudo Bons Rapazes” (1990), “O Touro Enraivecido” (1981), “O Lobo de Wall Street” (2013) ou “Gangues de Nova Iorque” (2002), e “Entre Inimigos” (2006), este último que lhe valeu os Óscares para o melhor filme e o melhor realizador.

O seu mais recente filme, “Assassinos da Lua das Flores”, lançado no último mês, conta a história verdadeira da nação Osage, em Oklahoma.

Protagonizada por Leonardo DiCaprio, Robert DeNiro, Lily Gladstone e Jesse Plemons, a produção mostra como a tribo indígena Osage, que ficou milionária depois de encontrar petróleo na sua reserva, foi alvo de múltiplos assassinatos e de uma conspiração para lhes retirarem as propriedades.

“O que eu queria captar era a natureza do cancro que criou uma sensação de genocídio vagaroso”, disse, então, o realizador Martin Scorsese, numa conferência de imprensa em Los Angeles para o lançamento da longa-metragem.

27 Nov 2023

Teatro Capitólio | Festival apresenta mais de 100 curtas-metragens

Tem início dia 5 de Dezembro mais uma edição do Festival Internacional de Curtas de Macau, um evento que decorre no Teatro Capitol até ao dia 13 do mesmo mês. Serão exibidas 126 curtas-metragens apresentadas a concurso e seleccionadas pelo júri, bem como videoclips musicais e outros projectos. Os premiados serão conhecidos no último dia do evento

 

A Creative Macau, em parceria com o Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM), volta a apresentar, entre os dias 5 e 13 de Dezembro, mais uma edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau [Macau International Short Film Festival] que decorre no quarto andar do Teatro Capitol. O festival abre oficialmente dia 5 às 17h com um concerto de música electrónica com os djs locais Iat U Hong e Akatsuki Fukushima. Logo às 18h será exibido “Empréstimo Bancário”, o filme que dá o pontapé de saída ao festival, uma comédia de ficção do realizador Alex Escudero, e que faz, em Macau, a sua estreia asiática.

Este filme conta a história do Dr. Peláez, um homem exemplar que, a dada altura da sua vida, necessita de pedir um empréstimo bancário. Vidal o director do banco, fica surpreendido por este não preencher os requisitos necessários para ter acesso ao dinheiro, apesar do Dr. Peláez ter uma profissão importante. Mas a chegada do Natal leva a uma reviravolta nesta situação.

Também no dia 5, entre as 18h30 e as 19h30, será feita a primeira exibição de curtas-metragens na secção “Shorts Ficção 01”, que serão votadas para o prémio do público para melhor filme.

No total, serão exibidas até ao dia 13 um total de 126 curtas-metragens e dez videoclips de música, seleccionados de um total de 4051 inscrições provenientes de todo o mundo, podendo ser vistos 67 filmes de ficção, 18 documentários e 25 filmes de animação. O maior número de submissões veio da Europa, representando 39 por cento, seguindo-se a Ásia com 38 por cento.

No dia 13, além de serem conhecidos os finalistas, haverá ainda um concerto com os músicos “FUNKROLLER feat. Jay Cuevas”.

Segundo um comunicado da organização do festival, esta edição do evento apresenta “uma grande variedade de temas e uma grande qualidade”, em que são exploradas, da parte dos cineastas e realizadores, “questões universais”, sendo “a maioria dos realizadores jovens licenciados, com um mestrado ou doutoramento, estando alguns já consagrados profissionalmente”.

Para a organização, “é notável o olhar peculiar dos realizadores que ilumina o obscuro, explora a fantasia, exagera as relações amorosas, cultiva a imaginação, extravasa na procura e no encontro do outro, revolvendo temas universais”.

O júri de selecção dos filmes a concurso inclui a realizadora sueca Alexa Landgren e o realizador alemão Malte Stein, que marcarão presença no festival, incluindo outros realizadores estrangeiros finalistas.

Filmes de Macau

Na quarta-feira, dia 6, será exibida uma curta-metragem de Macau, “Sem Alternativa”, da autoria de Zhan Yun Long Qi. Neste filme, a história gira em torno de uma sogra e a nora oriunda da China continental com valores e estilos de vida diferentes. Estas chegam a Macau sem conseguir gerir a nova situação, deixando o filho e o marido deparados com um drama familiar.

Na quinta-feira, dia 7, é exibido o documentário “O Éden Perdido das Aves”, realizado em Macau e da autoria de Sou Teng Chan. Esta película retrata o vício de Aegon na observação das aves desde que descobriu uns binóculos especiais. Desta forma, Aegon parte em busca das aves que costumam aterrar e viver em Macau nos seus habitats.

O programa inclui ainda, no que diz respeito às películas de realizadores locais, o documentário “Aqueles que Abriram o Caminho”, de Bryan Garcia, que revela os percursos de quatro pessoas com influência na chamada cultura de rua em Macau e que criam um estilo urbano virado para o skate, tentando que todas estas expressões sejam reconhecidas como arte.

Destaque ainda para a exibição de películas da China, nomeadamente “Quando o Foguetão Assenta na Plataforma de Lançamento”, da autoria de Bohao Liu, oriundo de Sichuan. Aqui é contada a história de Fang, de 15 anos, que joga basquetebol e tem os sonhos próprios de um adolescente. Contudo, os adultos parecem decidir o seu futuro e “um foguetão é lançado todos os meses”.

Conversas e companhia

No dia 12, a um dia do encerramento do festival, decorre um simpósio sobre o “Ecossistema Criativo do Cinema e das Artes”, que procura responder à questão “Poderão o cinema e as artes ser activos criativos e influentes no crescimento económico e desenvolvimento de Macau?”.

Neste simpósio organizam-se duas mesas redondas, com a presença de Catarina Cottinelli da Costa, delegada da Fundação Oriente em Macau, Carlos Álvares, CEO do Banco Nacional Ultramarino, e Patrícia Ribeiro, do Instituto Português do Oriente. Esta mesa-redonda será moderada por Lúcia Lemos, directora da Creative Macau.

Decorre ainda uma segunda mesa-redonda com vários realizadores de Macau, nomeadamente Lei Cheok Mei, autora de três filmes apresentados no festival em 2017, 2019 e 2021, e Kong Cheang, autora de um filme apresentado na edição de 2020. O festival organiza ainda três masterclasses, com João Francisco Pinto, Alexa Landgren e Malte Stein.

Segundo o mesmo comunicado, este festival procura “estabelecer diálogos e uma troca de experiências entre cineastas profissionais de Macau e internacionais”, a fim de criar “uma plataforma de entendimento cultural do cinema e da música da actualidade”.

Para a organização, a exibição destes projectos em Macau constitui “uma mais-valia para aqueles que pretendem alcançar uma carreira internacional mais alargada nesta região de fusões, criando um portefólio profissional invejável entre os seus pares”.

27 Nov 2023

“Above Zobeide” representa Macau na Bienal de Arte de Veneza

Macau estará representado na 60.ª Exposição Internacional de Arte – A Bienal de Veneza: Evento Colateral de Macau, China, com a proposta “Above Zobeide”, da autoria do artista Wong Weng Cheong e apresentada pela curadora Chang Chan. O trabalho será poderá ser visto na cidade italiana a partir de Abril do próximo ano.

Coube ao Instituto Cultural (IC) seleccionar os melhores projectos, juntamente com o Museu de Arte de Macau (MAM), sendo que o objectivo era “seleccionar trabalhos de qualidade excepcional para promover a arte contemporânea de Macau na arena internacional”.

A proposta seleccionada inspirou-se no célebre romance “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino, tendo sido aclamada pelo júri por “expressar preocupação com o desenvolvimento da civilização humana através de um impressionante ambiente desolado, algo que reflecte a intensa ansiedade dos tempos e evidencia uma imaginação, visão e originalidade brilhantes”. Devido a estes factores, o trabalho enquadra-se, segundo o júri, no tema da bienal deste ano, “Foreigners Everywhere” [Estrangeiros por Toda a Parte].

Quem é quem

A equipa vencedora é composta por Chang Chan, mestre em Gestão Artística e Cultural pelo King’s College de Londres, uma curadora independente que reside entre Macau e Londres. Em comunicado, o IC descreve-a como tendo “experiência de curadoria de diversas exposições nas duas cidades”.

Por sua vez, Wong Weng Cheong é um jovem artista de Macau, licenciado em Belas-Artes pela Goldsmiths Universidade de Londres, sendo “exímio na criação de experiências imersivas através de tecnologias informáticas, incluindo inteligência artificial e gráficos 3D, tendo realizado exposições individuais e participado em exposições colectivas em Londres, Quioto e Macau.

O júri responsável pela selecção do trabalho que representa Macau na Bienal de Arte de Veneza foi composto pelo presidente da Academia de Belas-Artes de Guangzhou, Fan Bo; pelo reitor da Faculdade de Artes da Universidade de Pequim, Peng Feng e pelo historiador de arte e professor da Universidade de Pequim, Zhu Qingsheng. Incluem-se ainda nomes como o do conceituado artista de Macau, Wong Hou Sang, e directora do Museu de Arte de Macau, Un Sio San.

A Bienal de Arte de Veneza é tida como a “maior e mais antiga plataforma para o intercâmbio da arte contemporânea”, tendo como curador-chefe Adriano Pedrosa. Pretende-se explorar o conceito de “estrangeiro”, prestando-se “atenção às populações marginalizadas e ao deslocamento da humanidade”. Esta é a oitava vez que o MAM participa nesta Bienal com a designação “Macau, China”.

24 Nov 2023

Casa de vidro | “Pneuma”, de José Nyogeri, para ver até final do mês

A primeira exposição em nome individual de José Nyogeri intitula-se “Pneuma” e pode ser vista até quinta-feira, dia 30, na Casa de Vidro na praça do Tap Seac. Trata-se de uma mostra de esculturas digitais feitas a três dimensões inspiradas na ideia de pneuma, uma palavra em grego antigo que significa “respiração”, mas que, num contexto mais religioso ou meditativo, remete para significados como “espírito” ou “alma”

 

“Pneuma”, um “nome com que os filósofos estoicos designavam um princípio espiritual constitutivo do Universo”. É assim que uma palavra do grego antigo surge explicada no dicionário de língua portuguesa. É também o nome dado à exposição de escultura digital em três dimensões (3D) de José Nyogeri, que pode ser vista na Casa de Vidro, na praça do Tap Seac, até quinta-feira, dia 30.

Ao HM, o artista revelou como teve os primeiros contactos com este conceito e de como resolveu explorá-lo artisticamente. “Estou em Macau há cerca de 12 anos e comecei a trabalhar com edição de vídeo e ‘motion graphics’. Foi aí que comecei a usar o 3D para fazer arte, mas enquanto hobbie. Depois encontrei este nome, ‘pneuma’, que me deixou curioso. Pesquisei mais e percebi que tem vários significados, dependendo do contexto, mas é muito usado na escola filosófica do estoicismo.”

A partir dos significados relacionados com “ar”, “alma” ou o “respirar da vida” que esta palavra pode ter, José Nyogeri foi pesquisando até chegar a um conceito concreto da exposição que queria realizar e que tem como pilar a vertente do estoicismo.

“À medida que ia fazendo os trabalhos fui descobrindo mais sobre esta filosofia, que teve influência em matérias como a psicologia, a neurociência ou o budismo. Comecei a explorar diferentes áreas. É gratificante ter esta exposição e constitui um prazer enorme poder partilhar a arte que tenho vindo a fazer”, adiantou.

A abordagem à escultura digital em 3D tornou-se, assim, uma paixão muito presente na vida de José Nyogeri enquanto artista. “Ao longo dos anos, amigos e família têm perguntado por trabalhos meus e têm-me incentivado, e isso deu-me motivação para continuar.”

Paixões e imagens

Convidado a falar da obra mais importante da exposição, ou com mais significado para si, José Nyogeri destaca duas. Uma delas, intitulada “Neuma”, que pode significar “sopro” ou “vento”, retrata “a imagem de um homem com as mãos junto ao queixo, repousando-as no queixo com os dedos entrelaçados”. “As cores da obra remetem para o fogo e o ar, sendo a ‘neuma’ uma substância constituída pelo fogo e ar. O ar é o que nos dá o movimento e o fogo a energia e o calor”, explicou.

Por sua vez, “Amor-Fati” tem como mensagem principal o amor pelo destino, independentemente daquilo que nos venha a acontecer. “É a ideia de tirar o melhor proveito de qualquer situação. Uma das principais características do estoicismo é a divisão dos acontecimentos em duas partes, os que controlamos e os que não controlamos. Muitas vezes damos maior importância ao que não conseguimos controlar. No caso das emoções não podemos deixar de as sentir, mas podemos controlar o modo como reagimos e sentimos. Falamos de uma questão de auto-conhecimento e consciência, e aí entramos no campo da meditação”, explicou.

José Nyogeri diz que a vertente digital no seu trabalho surgiu graças “à paixão pela imagem”, tendo-se dedicado à escultura digital em 3D, que permite “obter formas orgânicas” mais facilmente. Trata-se “de uma técnica de modelagem em que começamos a esculpir o modelo como se fosse uma peça de barro autêntica, mas sempre a nível digital”, frisou.

24 Nov 2023

Joana Vasconcelos inaugura “Extravagâncias” no Brasil

A exposição “Extravagâncias”, a maior mostra individual de Joana Vasconcelos no Brasil, está patente desde ontem no Museu Óscar Niemeyer, em Curitiba, “um museu mítico da cena de arte contemporânea internacional”, disse a artista portuguesa.
Vasconcelos, que já tinha exposto no gigante sul-americano, mas não numa exposição com esta envergadura, afirmou à Lusa ser um “prazer estar aqui neste Museu Oscar Niemeyer, um museu mítico da cena de arte contemporânea internacional”.

“Este Olho é um espaço mítico. No mundo das artes fala-se em fazer uma exposição em locais que, para além de super-originais, são extremamente difíceis”, devido à particularidade da arquitectura, reforçou, referindo-se à estrutura do museu, popularmente chamado de Olho, devido ao seu formato arquitectónico.

A obra “Valquíria Miss Dior”, com uma dimensão de cerca de sete metros de altura e de 20 metros de comprimento, que mistura crochê de lã feito à mão, tecidos e poliéster, suspensa em cabos de aço, é a peça artista mais marcante da exposição e que se encontra no olho do museu.

“A peça cabe dentro do olho de uma forma incrível, não foi preciso fazer adaptação nenhuma e a peça fica maravilhosa no olho”, enfatizou a artista portuguesa, lembrando que “são na verdade poucas obras que entram em diálogo com este tipo de espaço, porque é um espaço que, em si, é também uma escultura”.

Valquíria passou por Macau

“Valquíria Miss Dior” foi criada inicialmente a convite da marca de alta-costura Dior para o desfile, em Paris, em Fevereiro, dedicado à coleção feminina para a temporada outono/inverno 2023-2024.
Antes de agora chegar ao Brasil, a obra tinha também passado pela cidade de Shenzhen e esteve, até 8 de outubro, em Macau, na Bienal Internacional de Arte do território.

“Conseguir trazer uma peça da Dior ao Museu Oscar Niemeyer é sem dúvida uma junção muito única”, sublinhou Vasconcelos, dando ainda ênfase ao facto de ser a primeira vez que a obra está num contexto museológico.

Na principal rampa do museu, o público é recebido por “Valquíria Matarazzo”, uma obra da artista portuguesa concebida em 2014 para o interior da capela do Hospital Matarazzo, no bairro da Bela Vista, em São Paulo.

O trabalho da artista portuguesa, que estará patente em Curitiba até maio de 2024, concentra-se ainda um pouco por todo o museu, onde é possível ver obras como “Pantelmina”, “Big Booby”, maquetes do “Solitário”, “Castiçais”, “Gateway”, “Bolo de Noiva”, “Máscara” e “Sapato”, entre outros.

23 Nov 2023

Comédia | Tom Segura ao vivo em Hong Kong no dia 8 de Janeiro

Com cinco espectáculos de stand-up na Netflix na bagagem, o norte-americano Tom Segura chega a Hong Kong no pico da sua carreira, enquanto um dos mais brilhantes comediantes da actualidade. “Come Together”, está marcado para 8 de Janeiro no Hall 3 do centro KITEC em Kowloon

O comediante Tom Segura vai actuar em Hong Kong no dia 8 de Janeiro, no Hall 3 do Kowloon Bay International Exhibition and Trade Center (KITEC). Os bilhetes para o espectáculo, marcado para as 20h, já estão à venda e custam entre 599 e 799 dólares de Hong Kong. Todos os lugares são sentados.

Dos espectáculos marcados para já, a cidade vizinha acolhe a terceira data da nova tour mundial do comediante norte-americano, que arranca no dia 30 de Dezembro em Honolulu, Hawaii. Com mais de 40 cidades no calendário, Tom Segura anunciou numa publicação nas redes sociais que mais datas serão acrescentadas à tour “Come Together”.

“Esta é a maior e a mais negra tour que alguma fiz. O nome, “Come Together”, transmite a ideia de nos juntarmos todos numa noite e, seja como for, irá ser algo de que nos vamos lembrar”, prometeu o artista.

Tom Segura é um dos comediantes da nova geração de artistas. Além de levar o seu humor negro e sarcasmo violento aos palcos de clubes de stand-up sabe usar o poder da internet, através do formato podcast. “Your Mom’s House”, o podcast que apresenta com a sua esposa, a comediante Christina Pazsitzky, tem quase 2 milhões de subscrições no Youtube e um conjunto eclético de apresentadores, incluindo Rob Iler e Jamie-Lynn Sigler que se apresentaram ao mundo como os filhos de Tony Soprano no clássico da HBO “The Sopranos”.

Um dos grandes destaques de Your Mom’s House é 2 Bears 1 Cave apresentado em conjunto com o também comediante e seu amigo Bert Kreischer. Segura e Kreischer pertencem a um grupo de comediantes onde se incluem Joe Rogan, Joey Diaz, Ari Shaffir, entre outros.

A conquista do mundo

À medida em que foi apurando o tipo de humor que o distingue, Tom Segura tornou-se numa presença habitual no catálogo de especiais de comédia da Netflix. Em 2014, lançou “Completely Normal”, dois anos depois surgiu “Mostly Stories”, em 2018 “Disgraceful” e “Ball Hog” em 2020. O seu quinto show, “Sledgehammer”, está disponível no serviço de stream desde 4 de Julho. Depois de ter recebido críticas elogiosas, “Sledgehammer” tem sido apontado como um forte candidato a ganhar o Globo de Ouro para a categoria de comédia stand-up.

Noutro plano, mas também em Julho deste ano, o comediante publicou o livro “I’d Like to Play Alone, Please”, que tem sido criticamente aclamado e chegou à lista de vendas do The New York Times.

23 Nov 2023

Desenhos do arquitecto português Siza Vieira no Festival Internacional de Gravura de Bilbau

A edição deste ano do Festival Internacional de Gravura e Arte Sobre Papel de Bilbau, em Espanha, abre na quarta-feira e integra a exposição “Álvaro Siza”, com esboços e desenhos do arquitecto português. Trata-se de uma exposição que “reflete uma faceta intimista do arquitecto” Álvaro Siza Vieira e resulta de um projecto comissariado pelo Centro Português de Serigrafia e pela Embaixada de Portugal em Espanha, segundo a organização do festival.

Segundo o Centro Português de Serigrafia, a exposição integra 20 desenhos de Álvaro Siza criados entre 1989 e 2022 e pretende “dar a conhecer a sua profícua obra de desenho, no contexto da celebração dos seus 90 anos”. “Todos os gestos – também o gesto de desenhar – estão carregados de história, de inconsciente memória, de incalculável, anónima sabedoria”, disse Álvaro Siza, citado pelo Centro Português de Serigrafia na apresentação da exposição.

O Centro Português de Serigrafia participa pelo terceiro ano consecutivo no festival de Bilbau e diz que apresenta este ano “um destacado conjunto de edições recentes”, entre as quais, obras inéditas de Pedro Cabrita Reis, Marçal, Christine Enrègle, Hervé di Rosa, Juan Escudero, Federico Echevarría Sainz, Juan Sebastián Carnero, Charlotte Massip, Attilio Chien e Urtzi Urkixo.

Carreira ímpar

Álvaro Siza Vieira, nascido em Matosinhos há 90 anos, é o arquitecto português mais reconhecido internacionalmente e recebeu dezenas de prémios em todo o mundo ao longo da sua carreira, incluindo o Pritzker, em 1992. A edição deste ano do Festival Internacional de Gravura e Arte Sobre Papel de Bilbau, conhecido como FIG Bilbau, decorre entre quarta-feira e domingo e tem o Japão como país convidado.

Além dos expositores de 50 galerias e diversas entidades, o FIG Bilbau integra um programa de actividades relacionadas com a gravura e a arte sobre papel, como conferências, exposições, oficinas ou vistas guiadas. Com um “foco exclusivo” na arte sobre papel, o FIG Bilbau diz ter “um caráter único em Espanha e na Europa”, contando com galerias espanholas e de outros países “dedicadas à obra gráfica contemporânea e de todos os tempos”.

22 Nov 2023

FRC | Palestra sobre Inteligência artificial acontece hoje

A Fundação Rui Cunha e a AIPIM – Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau, realizam hoje, às 18h30, uma conferência intitulada “Inteligência Artificial: Progresso ou Perigo?”.

Segundo um comunicado, esta sessão “tem por objectivo analisar os desafios e benefícios da inteligência artificial na sociedade actual, explorando o seu papel no progresso tecnológico, os seus impactos económicos e sociais, as preocupações éticas de privacidade e segurança que a acompanham, e de que forma esta verdadeira revolução afecta os media nos dias de hoje, impelindo-os a uma inevitável metamorfose para que, contornando os perigos, consigam acompanhar o progresso e os múltiplos benefícios que daí advêm.”

A palestra contará com a participação dos oradores Miguel Rosa Duque, docente com doutoramento na área da comunicação, Bruno Lajoso, eLearning Multimédia Developer, e Rodrigo de Matos, cartoonista. A moderação vai estar a cargo de José Miguel Encarnação, jornalista e presidente da AIPIM.

A ideia deste evento é contribuir “para uma reflexão pública sobre um tema incontornável da actualidade, o qual atinge todos os sectores e segmentos da sociedade”.

22 Nov 2023

MAM | Exposição retrospectiva com obras de Lok Cheong inaugura esta sexta-feira

Um total de 150 obras do artista Lok Cheong, conhecido pintor de Macau, podem ser vistas numa mostra retrospectiva no Museu de Arte de Macau a partir desta sexta-feira. Lok Cheong, falecido em 2006, pintou paisagens e retratos, explorando a aguarela, óleo ou tinta-da-china

“Retrospectiva Centenária da Arte de Lok Cheong” é o nome da nova exposição que pode ser vista a partir desta sexta-feira no Museu de Arte de Macau (MAM), organizada pelo Instituto Cultural (IC) e pela Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau.

A mostra sobre o famoso pintor de Macau, nascido em 1923 e falecido em 2006, apresenta ao grande público um conjunto de 150 obras que abrangem “alguns dos seus desenhos paisagísticos e obras notáveis de amigos artistas, que são mostradas pela primeira vez”, revela o IC em comunicado.

Revelam-se “pinturas a óleo, aguarelas, pinturas a tinta-da-china, desenhos, manuscritos e documentos, ilustrando, no seu conjunto e de forma completa, o percurso e as realizações artísticas de Lok Cheong ao longo de 50 anos”.

Antigo presidente da Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, Lok Cheong sempre procurou “estimular e apoiar os artistas emergentes de Macau, ao mesmo tempo que unia os entusiastas da arte, tendo promovido constantemente o intercâmbio cultural e artístico entre Macau e o Interior da China”. O artista deu ainda “uma grande contribuição para os círculos de pintura locais”.

Cinco áreas

Segundo o IC, Lok Cheong era famoso “não só pelas suas aguarelas, mas também pelas pinturas a óleo e a tinta-da-china”. A exposição no MAM divide-se em cinco áreas, nomeadamente “Amor à Pátria”, “Captando o Carácter de Macau”, “Retratos”, “Desenhando do Coração” e “Obras de Companheiros Artistas”.

A ideia é que todos os trabalhos possam “reflectir o espírito artístico de Lok Cheong que combinava a fusão técnicas de pintura chinesas e ocidentais, bem como o seu fervoroso amor pela Pátria e por Macau”.

No sábado, haverá uma actuação ao vivo protagonizada pela Orquestra Chinesa de Macau no MAM, às 14h, proporcionando “uma experiência que combina melodias e artes visuais”. Segue-se, uma hora depois, uma conversa sobre a “Retrospectiva Centenária da Arte de Lok Cheong”, que será conduzida pelo curador do MAM, Ng Fong Chao. A sessão, realizada em cantonense, contará ainda com a presença de vários artistas veteranos da Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, nomeadamente Ung Si Meng, Cheong Siu Chun, Cheong Iu Sang e Lai Ieng, assim como do investigador do MAM, Chan Kai Chon. Na palestra irá falar-se da vida, carreira e arte de Lok Cheong. A “Retrospectiva Centenária da Arte de Lok Cheong” estará patente ao público até 7 de Abril de 2024.

22 Nov 2023

Bairros comunitários | Novos eventos a caminho

O mês de Dezembro vai acolher novos eventos promovidos pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) a fim de promover a economia local. Segundo um comunicado, no contexto do lançamento do evento “Iluminar Macau 2023”, serão organizadas as actividades de extensão “Light Up! F’art for U” e “Iluminar o Paraíso de Gelo e Neve”. No próximo mês decorrem também o “Festival Cultural da Tailândia 2023 e ainda o “Creative Camp Marketplace”.

O “Light Up! F’art for U” será “um novo modelo de passeios que vai transformar toda a região de Macau num parque de video mapping”. A actividade divide-se em três partes, nomeadamente “Flash Mob Opening”, “F’art for U” e “PO Art Studio”.

Para dia 2 estão agendados os espectáculos de flash mob nos locais onde decorre o evento “Iluminar Macau 2023”, enquanto nos dias 9, 10, 16 e 17 de Dezembro decorre o espectáculo artístico “F’art for U”. Nos dias 6, 7, 13, 14, 20 e 21 de Janeiro será ainda instalado, na zona de lazer da Rua do General Ivens Ferraz, um local dos veículos exclusivos do “Iluminar Macau 2023” para a entrega de encomendas.

Entre os dias 9 de Dezembro e 14 de Janeiro de 2024 decorre, aos sábados, a actividade “Iluminar o Paraíso de Gelo e Neve”, com a instalação de um campo de patinagem simulada no Canídromo de Macau, instalações luminosas, um parque de diversões, workshops para pais e filhos e jogos interactivos.

Por sua vez o “Festival Cultural da Tailândia 2023” decorre entre os dias 9 e 10 de Dezembro na Rua de Abreu Nunes, incluindo actuações ao vivo, actividades de distribuição de arroz e várias tendinhas de gastronomia apresentadas por restaurantes tailandeses locais.

Já o “Creative Camp Marketplace” decorre nos dias 15 a 17, 22 a 24, 30 e 31 de Dezembro, das 16h00 às 20h30, na Praça da Amizade. Tendo como tema o estilo de campismo, apresenta-se uma feira cultural, criativa e gastronómica, workshops de artesanato criativo, actividades de pintura artística e espectáculos.

22 Nov 2023

Óbito | Morreu cantora portuguesa Sara Tavares com 45 anos

Sara Tavares, cantora portuguesa que venceu o Festival da Canção em 1994 com “Chamar a Música”, morreu aos 45 anos. A notícia refere que a cantora, diagnosticada com um tumor no cérebro há mais de 10 anos, morreu este domingo no Hospital da Luz, em Lisboa. Fonte da família confirmou a morte à agência Lusa. Sara Tavares nasceu em 1978, em Lisboa. De ascendência cabo-verdiana, manteve sempre essas origens nas suas músicas.

A cantora ganhou a primeira edição do concurso Chuva das Estrelas, em 1994, e depois foi convidada a participar no Festival da Canção da RTP, que acabou por vencer com “Chamar a Música”. Ficou em 8.º lugar na Eurovisão.

Dois anos depois, em 1996, Sara Tavares estreou-se com o álbum “Sara Tavares & Shout!”. Nas duas décadas seguintes, Sara Tavares editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para “Balancê” (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como Artista Revelação os prémios BBC Radio 3 World Music.

Em 2011, recebeu Prémio de Melhor Voz Feminina nos Cabo Verde Music Awards e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional “Xinti”, título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.

Em 2018, esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, “Fitxadu” (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga entre os convidados.

A par da carreira em nome próprio, Sara Tavares colaborou com vários nomes da música portuguesa e lusófona, nomeadamente Ala dos Namorados, Dany Silva, Paulo Flores, Buraka Som Sistema e Carlão.

Ao longo do último ano, Sara Tavares tinha vindo a divulgar alguns temas novos, ao fim de cinco anos de silêncio. O mais recente tema, intitulado “Kurtidu”, saiu em Setembro passado pela Sony Music.

21 Nov 2023

CCM | Arquitecta Francine Houben dá palestra na próxima semana

A arquitecta de renome internacional Francine Houben dará uma palestra no próximo dia 28, às 19h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) a fim de apresentar a sua obra arquitectónica. A palestra, organizada pelo Instituto Cultural (IC), intitula-se “Pessoas, Lugar, Propósito e Poesia”, e está sujeita a inscrições que decorrem desde sábado.

Francine Houben é directora criativa e sócia fundadora do atelier de arquitectura Mecanoo Architecten, responsável pelo design do projecto da Nova Biblioteca Central de Macau. Houben foi professora de estética da mobilidade na Universidade de Tecnologia de Delft, tendo também leccionado na Universidade de Harvard, na Universidade de Yale e na Academia de Arquitectura de Mendrisio. Recebeu vários prémios internacionais, como o “Prix des Femmes Architectes” [Prémio de Mulheres Arquitectas] em 2019 e o Prémio Europeu de Arquitectura em 2021.

Segundo um comunicado do IC, Houben partilhará na palestra “os seus conceitos criativos únicos através das suas obras e explicará como criar espaços urbanos vivos e inovadores que cumpram as exigências funcionais da arquitectura e exemplifiquem o conceito de busca de harmonia entre o elemento humano e o espaço”. Além disso, Houben irá também partilhar a sua experiência de grandes projectos arquitectónicos de cariz cultural e projectos de construção que integram as funções dos espaços urbanos. A palestra é aberta a maiores de 15 anos de idade e será proferida em inglês, sendo disponibilizado o serviço de tradução simultânea para cantonense e mandarim. As inscrições terminam esta quinta-feira às 18h.

21 Nov 2023

Bienal de Taipé | Museu de Belas Artes acolhe eventos até Março

O Museu de Belas Artes de Taipé, em Taiwan, acolhe até ao dia 24 de Março a 13.ª edição da Bienal de Taipé que convida vários artistas, como Nadim Abbas, de Hong Kong, a expôr novos trabalhos. Sob o tema “Pequeno Mundo”, o evento multidisciplinar remete para ideias sobre a nossa própria vida e o sentido de comunidade

 

Está dado o pontapé de saída para a 13.ª edição da Bienal de Taipé deste ano, que decorre no Museu de Belas Artes de Taipé [Taipé Fine Arts Museum], Taiwan, até 24 de Março do próximo ano. Com o tema “Small World” [Pequeno Mundo], pretende-se apresentar obras que remetem “tanto para uma promessa como para uma ameaça”. Promessa no sentido de “maior controlo sobre a nossa própria vida” e uma ameaça “de isolamento de uma comunidade maior”.

Em comunicado oficial, a organização entende que este evento pode dar novas visões sobre a forma como o nosso mundo “se pode tornar mais pequeno à medida que nos aproximamos uns dos outros, mas, à medida que nos afastamos, o ‘Pequeno Mundo’ decorre desse estado de suspensão”.

A bienal inclui exposições de obras de arte em galerias, espectáculos musicais, residências artísticas, workshops e programas públicos, sem esquecer um programa próprio de cinema e concertos ao vivo que decorrem ao longo das várias actividades. O cartaz apresenta nomes de artistas como Dj Sniff, Julian Abraham “Togar” & Wok the Rock e TingShuo Hear Say. No fundo, “Small World” não é mais do que “um convite a reordenar a nossa relação com o que nos rodeia”, aponta a organização.

O evento conta com curadoria independente de Freya Chou, mas também do escritor e editor Brian Kuan Wood e ainda de Reem Shadid. Estes entendem que a bienal expõe também a ideia de “o mundo pequeno perguntar se o nosso medo e desconfiança uns dos outros é, na verdade, um desejo oculto de uma outra coisa”.

Na 13.ª edição da bienal vários artistas foram convidados para produzir ou estrear novas obras, nomeadamente Pio Abad, de Londres; Nadim Abbas, de Hong Kong; Nesrine Khodr, de Beirute; Jacqueline Kiyomi Gork, de Los Angeles; Lai Chi Sheng, de Taipei; Li Yi Fan, também de Taipei; ou Jen Liu, de Nova Iorque.

Questões existenciais

Quanto à essência desta bienal, os três curadores entendem que este conjunto de actividades artísticas ajudam também a fazer uma reflexão dos últimos tempos do pós-pandemia. “Independentemente do inferno por que passámos nos últimos anos, é muito provável que tenhamos sentido e visto finais tornarem-se inícios e inícios a terminarem abruptamente. Talvez nos tenha ocorrido a ideia de abrigo no espaço mais próximo, apenas para encontrar uma cápsula encolhida feita de câmaras e ecrãs alimentando os nossos olhos e drenando a nossa energia.”

Mas, apontam os curadores, esta é a altura de olhar para tudo isto e “perguntar como podemos transformar o ameaçador zumbido da automação em música, como explorar o poder desconhecido do solo debaixo dos nossos pés, o que pode possibilitar dum novo e mais lírico tipo de vida e de criação”.

Os visitantes e amantes de arte poderão desfrutar, nesta bienal, de “um espaço de escuta, reunião, improvisação e exploração” e diversas “formas de perceber e navegar em lições aprendidas sobre a vida que realmente queremos”.

Em 2018, o tema da Bienal de Taipé foi “Pós-Natureza: Um Museu como Ecossistema” e em 2020 foi “Tu e Eu Não Vivemos no Mesmo Planeta”. Esta 13.ª edição é um pouco um produto desses dois eventos, apresentando “as experiências e tensões profundas do quotidiano dos indivíduos, regulado pelo algoritmo da mudança do mundo, questionando se existe capacidade para novas visões poéticas”.

Jun-Joeh Wang, director do Museu de Belas Artes de Taipé, considera que está a ser traçado um novo caminho para a bienal, estando “expectante” quanto à sua realização. “[A bienal] dá um leve toque às questões que enfrentamos na sociedade contemporânea, mas, ao mesmo tempo, questiona profundamente a forma como nos situamos quando as condições temporais e espaciais são constantemente redefinidas”.

21 Nov 2023

Abertas candidaturas para subsídios a “Álbuns de Canções Originais”

Começa hoje e decorre até 12 de Janeiro do próximo ano o prazo de candidaturas para o “7.º Plano de Subsídios à Produção de Álbuns de Canções Originais”, suportado pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC). Este programa subsidia projectos musicais no formato de “álbum” e “mini-álbum”, pretendendo “cultivar os talentos musicais locais, proporcionar-lhes mais oportunidades de lançar canções originais e desenvolver gradualmente o mercado, promovendo assim o desenvolvimento da indústria musical em Macau”.

Deste programa de apoio estão excluídos álbuns de colectâneas e de grandes êxitos de um artista, ou seja, temas já gravados, pelo que “todas as canções devem ser obras inéditas e não encomendadas, com um mínimo de 3 canções para os miniálbuns e mínimo de seis músicas para os álbuns”.

O FDC adianta ainda, em comunicado, que o álbum financiado “deverá ser distribuído digitalmente em pelo menos quatro plataformas comerciais de música digital, pelo menos uma das quais deve ser uma plataforma relevante do Interior da China”.

Criatividade e companhia

O FDC terá uma comissão de avaliação de actividades e projectos a avaliar as candidaturas consoante critérios como a “criatividade da composição, letras, arranjos e produção musical”, bem como a “qualidade de actuação do intérprete, a proposta de produção, a experiência profissional da equipa, a proposta de divulgação e promoção” e ainda a “razoabilidade do orçamento do projecto”

O FDC irá subsidiar, no máximo, seis artistas na categoria de “miniálbuns”, com 135 mil patacas para cada um, enquanto apenas quatro beneficiários poderão receber um subsídio no montante máximo de 270 mil patacas para quatro álbuns.

Incluem-se no apoio, despesas relacionadas com a produção, transporte, a promoção, o arrendamento de estúdio de gravação e o aluguer de equipamentos, com o prazo de apoio financeiro de 18 meses. Por outro lado, o FDC organizará peritos para prestarem aconselhamento profissional aos beneficiários na produção dos seus álbuns. Amanhã, decorre uma sessão de esclarecimento sobre este plano de apoio, às 15h, no auditório da FDC situado no 7.º andar do Edifício Centro Comercial Cheng Feng, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção.

20 Nov 2023

Curtas-metragens | IC aceita inscrições para novo festival

O Instituto Cultural (IC) associa-se à Galaxy para criar a primeira edição do Festival Internacional de Curtas-metragens de Macau, que irá decorrer no próximo ano. Desta forma, o prazo de inscrições de projectos, apenas para residentes, decorre entre hoje e 15 de Dezembro.

O objectivo, segundo um comunicado do IC, é “incentivar os profissionais qualificados de produção cinematográfica e televisiva de Macau a desenvolver uma gama mais vasta de curta-metragens locais e alargar as oportunidades de intercâmbio com o exterior”.

Os vencedores do festival terão direito a receber uma estatueta e um prémio monetário no valor de 40 mil patacas. O evento terá várias sessões de exibição de filmes, workshops e palestras, existindo três categorias em concurso, nomeadamente “Curtas-Metragens de Macau”, “Curtas-Metragens em Ascensão” e “Cineastas em Destaque”.

O IC explica ainda que as sessões contam com a presença de “cineastas experientes” como convidados, que irão não só fazer parte do júri como vão ser os protagonistas dos worshops temáticos e das palestras. Pretende-se, assim, “criar uma plataforma internacional de intercâmbio e de exibição de curtas-metragens, que visa simultaneamente divulgar, de forma activa, os trabalhos cinematográficos e televisivos produzidos em Macau”.

20 Nov 2023

Propriedade intelectual | IC promove palestra com Li Yan, fundador da SCREW

Realiza-se a 3 de Dezembro no Museu de Arte de Macau a “Conferência sobre a Cultura Pop da Nova Era e a Tendência da Indústria de Licenciamento de Propriedade Intelectual”, que conta com a presença de Li Yan, artista do interior da China e fundador da SCREW, uma marca de propriedade intelectual

 

O auditório do Museu de Arte de Macau (MAM) acolhe a 3 de Dezembro uma palestra com Li Yan, conhecido artista oriundo do interior da China ligado à cultura pop e às questões de propriedade intelectual. A “Conferência sobre a Cultura Pop da Nova Era e a Tendência da Indústria de Licenciamento de Propriedade Intelectual” acontece às 15h e revela a visão do fundador da marca de propriedade intelectual SCREW, a fim de “partilhar a sua experiência no que toca à criação e licenciamento de [marcas]”, adianta o Instituto Cultural (IC), em comunicado. As inscrições para a sessão terminam no próximo domingo, 26.

O IC adianta que Li Yan “é um conhecido artista contemporâneo, artista digital e um coleccionador de figuras da arte pop, sendo também o primeiro artista chinês de figuras da arte pop a ser apresentado num leilão de arte contemporânea na China”.

Trata-se, assim, de uma “personagem altamente activa no panorama das indústrias culturais do Interior da China”, tendo sido apresentado, juntamente com as suas obras, no edifício Nasdaq, na Times Square em Nova Iorque.

Li Yan é também autor do livro “Cultura China Meng – Criando um PI de Mascote Global” [China Meng Culture – Creating a Global Mascot IP] e fundador da SCREW, “uma conhecida marca de propriedade intelectual do Interior da China que conta, no seu currículo, com colaborações com várias marcas internacionalmente conceituadas”. Li Yan ajudou ainda a fundar as marcas “NOWAYART” e “Manyan Xingqiu”.

Promover profissionalização

O IC descreve que o seminário terá como tema “Cultura Pop da Nova Era e a Tendência das Indústrias de Licenciamento de Propriedade Intelectual”, sendo que Li Yan irá “dar a conhecer os seus casos da criação de marcas de propriedade intelectual, assim como partilhar a sua experiência e sucesso no licenciamento” de marcas de propriedade intelectual.

Com esta palestra, o IC pretende “continuar a incentivar a profissionalização e a industrialização do sector das indústrias culturais e criativas de Macau, esperando aproveitar estes eventos para aprofundar os conhecimentos dos profissionais interessados na criação de marcas de propriedade intelectual e pela sua concessão”. A conferência será realizada em mandarim.

As inscrições podem ser feitas na plataforma de “Conta Única”, sendo que se o número de inscritos ultrapassar o limite das vagas, a admissão será feita por sorteio. Os inscritos seleccionados receberão a notificação por SMS no dia 27 deste mês.

20 Nov 2023

Armazém do Boi | Exposições de He Liping e Zha Ba a partir de segunda-feira

Resultado de duas residências artísticas, o Armazém do Boi acolhe, a partir de segunda-feira, duas exposições dos artistas He Liping e Zha Ba. No antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino será possível ver os “livros de artista” de Zha Ba e as suas mensagens, bem como as memórias de Macau espelhadas na arte de He Liping

 

O Armazém do Boi inaugura, na próxima segunda-feira, duas exposições dos artistas He Liping e Zha Ba que resultam de duas residências artísticas realizadas no território. Ambos os projectos podem ser vistos, de forma gratuita, no antigo Estábulo Municipal do Gado Bovino, na intersecção entre a Avenida do Coronel Mesquita e Avenida Almirante Lacerda.

“My Nostalgic Memories” [As Minhas Memórias Nostálgicas], da autoria de He Liping, conta com curadoria de Tian Meng. Esta é uma mostra de trabalhos que remetem, como o nome indica, para as lembranças do artista em relação ao território.

Segundo um comunicado do Armazém do Boi, estão em causa “as memórias nostálgicas de He Liping”, tratando-se de uma “narrativa sobre uma pessoa e um lugar”, já que “muitas vezes recordamos o que nos escapou, acontecimentos e objectos”.

“Talvez as pessoas se perguntem se He Liping já viveu em Macau e se teve alguma experiência memorável na cidade. As memórias nostálgicas de He Liping não dizem respeito às suas breves viagens e participação em eventos artísticos em Macau, mas a algo mais distante e abstracto. A sua adolescência e início da idade adulta decorreram durante as décadas de 1980 e 1990, um período caracterizado pelo rápido desenvolvimento económico da China através de reformas e abertura. No domínio da cultura popular, as influências de Hong Kong, Macau e Taiwan foram substanciais”, descreve a organização.

Assim, a primeira ligação de He Liping a Macau “foi estabelecida através de filmes, produções televisivas e música popular”.

Assim, na sua perspectiva, “Macau é, ao mesmo tempo, familiar e desconhecido, tangível e intangível”. “He Liping utiliza um tema aparentemente nostálgico e as sete canções antigas, outrora populares, para reexaminar a relação entre um indivíduo e um lugar, que são os seus laços com Macau, à sua maneira única”, descreve o Armazém do Boi. Esta mostra está patente até ao dia 10 de Dezembro.

O livro do artista

Outra exposição acolhida pelo Armazém do Boi, intitula-se “Turn the Page” [Virar a Página], da autoria de Zha Ba. Esta é uma mostra sobre os chamados “livros de artista” do autor, revelando a relação deste com páginas que não são um “mero conjunto de papéis”.

Esta exposição prova como o “livro se apresenta numa gama ilimitada de suportes e com todas as interacções cognitivas envolvidas”, sendo que “o ‘livro do artista’ é uma forma de expressão concebida como arte por direito próprio.”

Este tipo de peça “utiliza a forma ou a função de ‘livro’ como inspiração, abrindo as fronteiras que definiriam a ontologia de um livro”, pelo que “o que faz verdadeiramente um ‘livro de artista’ é a intenção deste de explorar e investigar”.

Os últimos “livros de artista” de Zha Ba fazem a conexão entre a literatura e as artes visuais, tratando-se de “obras que revelam novas possibilidades, abrindo-se a discussões” e “reflectindo as suas decisões de incluir ou omitir certos elementos”.

“O que ele escolheu dar, tirar ou preservar vai permanecer para que o público possa desfrutar. A sua prática artística passa, sobretudo, por modificações, em que livros publicados e materiais impressos são escritos por cima, rasgados e cortados, reconfigurados e incorporados” nas obras de Zha Ba. Esta mostra também está patente, no mesmo local, até ao dia 10 de Dezembro.

17 Nov 2023

Fundação Oriente | “Plagiarise”, de Wong Sio Hang, conquista prémio

Wong Sio Hang é o artista vencedor da edição deste ano do prémio da Fundação Oriente atribuído na área das artes plásticas. “Plagiarise” é o nome da obra que lhe dá o passaporte para uma residência artística em Lisboa e ainda um prémio monetário de dez mil patacas. Foram ainda atribuídas duas menções honrosas a Wu Hao Zheng e Lai Ka Weng

 

Já são conhecidos os vencedores do prémio anual da Fundação Oriente (FO) atribuído aos melhores talentos locais na área das artes plásticas. O artista vencedor é Wong Sio Hang, autor de “Plagiarise”, tendo sido entregues duas menções honrosas a Wu Hao Zheng, autor da obra fotográfica “The Realm of Oyster” e a Lai Ka Weng, que apresentou a obra de pintura acrílica “A Nocturnal Walk”. Segundo um comunicado da FO, as três obras promovem uma reflexão “sobre a evolução humana na contemporaneidade”.

“Plagiarise” é uma réplica dos desenhos que o artista fez na infância, quando tinha três a cinco anos de idade, demonstrando “uma exploração conceptual do significado e do valor da criação artística, particularmente no contexto de tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial”.

Segundo a FO, a decisão do artista de “revisitar as obras da sua infância e incorporá-las na sua prática, utilizando o método tradicional da cópia, mostra uma abordagem estimulante que desafia as noções convencionais de expressão artística”.

Além disso, “a proficiência técnica e a capacidade de Wong Sio Hang para criar obras de arte delicadas e realistas, também seleccionadas e apresentadas no Salão de Outono, são o pilar das suas explorações mais conceptuais”, é descrito no comunicado da FO.

Macau antigo

Relativamente às menções honrosas, a fotografia de Wu Haozheng “transforma-se numa névoa distante na exposição da câmara, testemunhando a acumulação e o crescimento de ostras e objectos abandonados”. Trata-se de uma forma de apresentar a quem vê a imagem a antiga Macau “que se desvaneceu na maré da história”. A fotografia revela “um ambiente calmo e desbotado entre as colinas de ostras e o mar enevoado”.

Já a série de pinturas “A Nocturnal Walk”, de Lai Ka Wing, retrata “uma cena solitária e melancólica à meia-noite em Macau, uma ideia que teve origem na percepção da artista da importância de acalmar as emoções e do seu desejo de dar um passeio para aliviar as emoções quotidianas reprimidas”.

Desta forma, “o seu quadro é pintado em tons de azul para criar uma atmosfera melancólica”, representando também “a calma interior, com uma sensação de tranquilidade”.

Na obra destacada pelo júri, “os candeeiros de rua em cada quadro contrastam com o seu ambiente, iluminando as fachadas dos edifícios”, enquanto “o brilho da luz na escuridão simboliza a esperança e o calor, que podem lavar os pensamentos negativos”.

Viagem a Lisboa

Os prémios FO para as artes plásticas foram atribuídos este domingo. O grande vencedor irá ganhar dez mil patacas, além de ter a oportunidade de realizar uma residência artística em Portugal durante um mês para criar obras de arte. O montante total do prémio, incluindo passagens aéreas, alojamento e alimentação, não será inferior a 40 mil patacas.

Este prémio foca-se nos jovens artistas locais com uma idade igual ou inferior a 35 anos, realizando-se em conjunto com a mostra do Salão de Outono. Segundo a organização, este evento anual “constitui uma oportuna oportunidade para mostrar a vitalidade da cena artística de Macau no período de recuperação da pandemia”.

Tanto a AFA como a FO afirmam que têm vindo a “trabalhar no sentido de criar plataformas para artistas locais e estrangeiros, proporcionando-lhes oportunidades de interagir e aprender uns com os outros”.

Prova de vida

A exposição do Salão de Outono tem, este ano, a sua 14.ª edição, contando com um total de 45 artistas e 92 obras seleccionadas, datadas de 2021. Todos eles são artistas que trabalham, estudam e vivem em Macau.

As obras desta edição do Salão do Outono, organizada pela AFA – Art for All Society, reflectem “as actuais experiências artísticas da vitalidade criativa local”, sendo que “cerca de um terço das obras de arte centradas em expressões figurativas em meios tradicionais como a pintura sobre tela, aguarelas, tinta da China e cerâmica”. Outro terço dos trabalhos expostos, foca-se mais “em expressões abstractas e principalmente na pintura”. Além disso, a mostra tem também muitas obras no formato digital, nomeadamente nas áreas da fotografia, ilustrações digitais, modelação, vídeo e instalações.

16 Nov 2023

Exposição de Yaya Vai inaugurada na Fundação Rui Cunha

Foi ontem inaugurada, na Fundação Rui Cunha (FRC) a exposição “Healing Garden” [Jardim da Regeneração], da artista local Yaya Vai. No total, são apresentadas 30 pinturas “de diversos estilos”, que vão “do realista ao abstracto”, revelando ainda “todas as variações do tema da cura e do relaxamento”, explica um comunicado da FRC.

Para retratar todos estes elementos, Yaya Vai optou por pintar “flores e cores na composição de bonitos jardins”, tendo-se inspirado “nas histórias das fadas das flores quando era criança”. “O ‘Jardim da Regeneração’ não é necessariamente um jardim físico, pode ser um espaço no seu coração, uma boa lembrança. Nas sociedades modernas, muitas vezes ficamos sobrecarregados com o ritmo acelerado da vida e muitas vezes sentimo-nos tensos e cansados. No entanto, as pessoas começaram a perceber a importância da saúde física e mental e a buscar diversas formas de aliviar o stress e de relaxar. Entre elas, pintar é uma forma de aliviar o stress, pelo menos para mim”, disse a artista, citada pelo mesmo comunicado.

Nesta exposição Yaya Vai pretende “trazer tranquilidade ao público, livrando-se temporariamente da preocupação e da pressão do dia a dia, mergulhando no belo mundo dos jardins”. “A ideia é sentir a harmonia e conectar com a natureza para recuperar energias”, adiantou.

A artista nasceu em Macau e tem um mestrado em Administração de Empresas. Inicialmente, Yaya Vai começou a aprender desenho a lápis e pintura a óleo e, posteriormente, obteve um certificado em Marketing e Gestão de Artes Visuais. As suas obras foram seleccionadas e exibidas em diversas exposições colectivas em Macau.

“Gostando de flores, a sua inspiração preferida são os temas florais e femininos. Para ela, a arte é uma forma de reduzir o stress e espera que o seu trabalho possa estimular a preocupação com a saúde emocional das mulheres”, explica a FRC.

15 Nov 2023

Exposição | Designer Clara Brito apresenta colecção de écharpes

“Fashion Scarves” é hoje inaugurada na galeria Taipa Village Art Space. Trata-se de uma mostra de écharpes desenhadas por Clara Brito com inspiração em peças de cerâmica chinesa antigas. O projecto surge como extensão da exposição já apresentada na Casa Garden, revelando a importância da recuperação das indústrias tradicionais

Depois de “She Left Her Body”, exposição que esteve patente na Casa Garden, a designer local Clara Brito criou uma colecção de écharpes inspiradas em algumas peças de cerâmica antiga partidas e que foram recuperadas de propósito para estes projectos. “Fashion Scarves” é uma colecção cápsula e também uma exposição que podem ser vistas a partir de hoje e até ao dia 31 de Dezembro na galeria da Taipa Village Art Space. As écharpes terão um preço especial de venda no dia da abertura da exposição, além de também estarem à venda durante a mostra.

Ao HM, Clara Brito explicou que esta iniciativa nasce das recentes pesquisas que tem efectuado sobre o património cultural e visual desta zona do mundo, no contexto do projecto a que pertence, o “Tomorrow’s Heritage”.

“Este é o primeiro lançamento de produto que combina a arte com a moda, surgindo no seguimento da exposição ‘She Left Her Body’, pois houve muitas peças que me inspiraram para desenvolver padrões têxteis para colecções de moda, nomeadamente as obras de arte trabalhadas com material de cerâmica partido, em que criei silhuetas femininas partidas”, começou por explicar.

Dessas imagens nasceram depois outras ideias, já na vertente do design de moda. “Quando olhei para essas peças achei que seriam óptimos motes para a impressão e o design têxtil. Já tínhamos falado sobre a possibilidade de desenvolver a valência entre arte e moda, dado o meu background ligado à área da moda, e quando a exposição terminou achei que era o mote certo para explorar alguns daqueles resultados visuais das cerâmicas partidas, sempre com ligação às indústrias tradicionais, mas imprimindo essas texturas em seda. Acabamos por usar duas indústrias tradicionais chinesas, a seda e a cerâmica.”

Recuperar o antigo

O convite para esta mostra partiu dos responsáveis pela Taipa Village Art Space, João Ó e Rita Machado. “Fashion Scarves” foi desenvolvida em parceria com o designer gráfico português João Lomelino, com quem Clara Brito trabalha há muitos anos.

A designer explica que as écharpes foram criadas com base num prato que pertence a uma colecção de cerâmica típica de Macau e do sul da China, mas com a especificidade de esse prato ter deixado de ser produzido há muito. Desta forma, o trabalho de Clara Brito permitiu fazer uma recuperação desse produto antigo e dar-lhe uma nova roupagem.

“As minhas pesquisas permitiram-me perceber que a produção daquele prato foi descontinuada. Recuperámos a sua produção, redesenhámo-lo e depois tirámos partido de tudo isso para a preservação da memória das indústrias tradicionais, neste caso com as écharpes, mas tendo por base uma peça que foi descontinuada, pelo que podemos falar dela como sendo um património.”

Para Clara Brito, esta iniciativa “reforça a importância de um projecto como o ‘Tomorrow’s Heritage’, no sentido de preservar uma cultura visual e fazer investigação dessas indústrias tradicionais que terão tendência a desaparecer”.

João Ó, curador de “Fashion Scarves”, destaca que “enquanto designer apaixonada por materiais e indústrias tradicionais, Clara utiliza no seu processo artístico materiais e ofícios tradicionais, um legado herdado dos seus vinte anos de vida e trabalho em Macau e na China continental”.

O curador considera que “os lenços de moda têm uma qualidade invulgar: podem ser simultaneamente peças de vestuário e obras de arte quando emoldurados e pendurados na parede. Esta dualidade torna-os valiosos e ainda mais valiosos porque a raridade do produto final é tão única como o Made in Macau”, rematou.

15 Nov 2023

Semana cultural | “Mosaicos Sino-Lusófonos” para ver até Dezembro

A exposição “Mosaicos Sino-Lusófonos”, inserida na 15.ª Semana Cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa, foi inaugurada na sexta-feira podendo ser visitada no edifício do Fórum Macau até ao dia 3 de Dezembro.

Esta actividade é organizada pelo Fórum Macau e conta com 26 trabalhos fotográficos de nove artistas de oito países de língua portuguesa e de Macau, nomeadamente Edson Lima, de Angola; Gui Martinez, do Brasil; Evandro Semedo, de Cabo Verde; Samba Muhamad Baldé, da Guiné-Bissau; Jesús Domingo Williams Idjabe, da Guiné Equatorial; Yassmin Forte, de Moçambique; Tânia Dinis, de Portugal; Valdemira Bastos Lima, de São Tomé e Príncipe e António Leong, natural de Macau.

Segundo um comunicado oficial sobre a mostra, os trabalhos fotográficos apresentam “estilos diversificados”, sendo que o seu conteúdo expressa “emoções sinceras”. “Através das imagens visuais, os artistas escolheram narrar uma história, reflectir a realidade, apresentar paisagens, focar em personagens e na amizade sino-lusófona”, descreve-se.

A organização entende que as técnicas criativas usadas pelos fotógrafos “são inovadoras, como o contraste de luz e sombra, [a apresentação de] contornos nítidos, imagens realistas, alto grau de imaginação, mostrando-se uma atmosfera optimista e divertida, bem como o amor pela paz, verdade, bondade e beleza”.

No seu discurso, o secretário-geral do Fórum Macau, Ji Xianzheng, disse que esta exposição é a concretização de um “feliz casamento de imagens da China e dos países de língua portuguesa, consubstanciando um verdadeiro festival multicultural”. Além disso, entende o responsável, esta mostra “expressa a diversidade das culturas edificando as fraternidades culturais que se entrelaçam por Macau e que celebram a amizade entre os povos da China e dos países de língua portuguesa”.

14 Nov 2023

Fotografia | Exposição celebra nove anos da associação ARK

A ARK – Associação de Arte de Macau celebra nove anos de existência e a pensar nisso será realizada uma exposição de fotografia entre os dias 2 e 23 de Dezembro no bairro de São Lázaro. “Everlasting Time” é o nome da mostra que é também uma ode a Macau, à sua diversidade e multiculturalidade

 

Criada há nove anos, a ARK – Associação de Arte de Macau (AAMA, na sigla inglesa) prepara-se para celebrar o seu aniversário com uma exposição de fotografia. Intitulada “Everlasting Time – AAMA 9th Anniversary Commemorative Photography Exhibition” [Tempo Eterno – Exposição de Fotografia do 9.º Aniversário da AAMA], esta é uma mostra promovida pela Associação Promotora para as Indústrias Criativas na Freguesia de São Lázaro, decorrendo entre os dias 2 e 23 de Dezembro na galeria G23, na Rua de São Miguel, situada neste bairro histórico de Macau.

Segundo um comunicado da ARK sobre o evento, esta é uma mostra de fotografia que retrata a diversidade cultural do território, que há décadas junta em poucos quilómetros quadrados as culturas chinesa, portuguesa e dos países dos expatriados e demais trabalhadores migrantes.

“Macau e as ilhas periféricas [Taipa e Coloane] estão repletas de edifícios de diferentes estilos. Também as ruas, com uma mistura de estilos chineses e ocidentais, têm as suas próprias características tal como os membros da ARK, em que cada um tem o seu próprio talento.”

Desta forma, o título da exposição, “Tempo Eterno” é “muito significativo e especial” por marcar a existência desta mostra há quase dez anos. “Através da participação dos associados neste evento, estes poderão tomar consciência do belo cenário em que vivem e registar o momento através da fotografia”, aponta o mesmo comunicado.

Concretizar e ensinar

Há nove anos que a ARK “abraça a missão de promover a arte e a cultura através da realização de vários tipos de actividades artísticas, tais como exposições, seminários e workshops”, tendo ainda como objectivo “realizar actividades que incluem o fornecimento de um canal para os residentes de Macau aprenderem sobre arte”.

Além desta vertente pedagógica, a associação pretende “servir de plataforma para mostrar os seus talentos e criatividade, na esperança de aumentar o nível de apreciação dos residentes em relação à arte e também melhorar a sua qualidade de vida”. Os dirigentes da ARK entendem que as actividades que promovem “permitem aos participantes libertar a pressão do seu trabalho e da sua vida quotidiana”.

Uma das últimas iniciativas promovidas pela ARK foi o programa “Art Power Jamming”, em que foram apresentadas exposições sob o mote “Quatro Verões”, da autoria de Rachel Chan, Maggie U, Mandy Fu e Gigi Chao. As exposições foram apresentadas no Pavilhão de Exposições de Arte para a Juventude do Tap Seac, tendo tido como foco o trabalho destas mulheres artistas centrado “na arte, beleza e imaginação”.

A ARK promoveu ainda, este ano, um programa semelhante com várias artistas, mas desta feita centrado nos cinco elementos da natureza, nomeadamente o metal, a madeira, a água, o fogo e a terra. Os artistas participantes integraram, assim, o programa “Quinteto de Arte”.

14 Nov 2023

Lisboa | Wenceslau de Moraes em colóquio

A Fundação Oriente, em Lisboa, promove, entre quinta e sábado, um colóquio sobre o escritor português Wenceslau de Moraes, falecido no Japão em 1929. Intitulado “O Imaginário Japonês de Wenceslau de Moraes”, o evento, acolhido pela Fundação Oriente, é organizado pelo Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Instituto de Estudos e Tradição da Universidade Nova de Lisboa.

Por ocasião dos 100 anos da publicação de “O-Yoné” e “Ko-Haru”, em 1923, celebra-se o imaginário deste escritor que acabou por dedicar grande parte da sua vida ao Japão, sendo que este colóquio “acolhe abordagens disciplinares várias – da literatura ao cinema, da edição à tradução – que permitam revisitar a obra de Moraes e actualizar os estudos em torno do seu imaginário japonês”.

Destaque para a apresentação, na quinta-feira, de Tereza Sena, historiadora ligada à Universidade Politécnica de Macau, que irá falar sobre “Apontamentos para o estudo da imagética em Wenceslau de Moraes e seu contributo para a construção de um imaginário português sobre o Japão”.

Duarte Braga, do Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa, vai falar da “China e Macau em Wenceslau de Moraes”. Na sexta-feira a sessão de encerramento estará a cargo de Ana Paula Laborinho, presidente da Organização dos Estados Ibero-americanos. No sábado, será ainda exibido, na Cinemateca Portuguesa, o filme “A Ilha de Moraes”, do realizador português Paulo Rocha.

13 Nov 2023