Andreia Sofia Silva EventosFAM | Teatro em patuá apresenta “Unga Istrêla ta vem” A 34.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM) já arrancou e, no próximo fim-de-semana, traz a estreia de mais uma peça em patuá, com o cunho dos Dóci Papiaçam di Macau. Trata-se de “Unga Istrêla ta vem”, em português, “Chega uma Estrela”. O cartaz do FAM inclui ainda a apresentação de uma ópera em cantonense Um dos grandes atractivos do programa do Festival de Artes de Macau (FAM) chega no próximo fim-de-semana pela mão dos Dóci Papiaçam di Macau. A peça “Unga Istrêla ta vem”, “Chega uma Estrela”, em português, apresenta-se no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) no sábado e domingo a partir das 20h. A peça, escrita e encenada por Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, centra-se em torno de Délia, uma professora de teatro, e Giselda, uma ex-junket que está à beira da falência por ter ficado sem emprego. As grandes temáticas do território vão-se contando à medida que a vida destas duas mulheres se cruza, sempre com laivos de ironia e humor tão próprios do teatro em patuá, crioulo tipicamente macaense e já em vias de extinção. De frisar que o teatro em patuá passou a estar inscrito, em 2021, na Lista do Património Cultural Intangível da China. Também no próximo fim-de-semana se apresenta, no Parisian Theatre, o espectáculo de ópera cantonense “Sob a Árvore dos Pagodes”, protagonizado pela Associação de Ópera Cantonense Zhen Hua Sing. O espectáculo de sábado começa às 19h30 e, no domingo, acontece às 14h30. A peça centra-se em torno do mundo das divindades, quando a Sétima Fada, filha do Imperador Celeste, espreita o mundo dos comuns dos mortais a partir do céu. É então que esta fada se comove com as dificuldades de Dong Yong, filho que tenta sepultar o pai com a maior dignidade possível. Cansada da vida divina e perfeita que leva nos céus, a Sétima Fada desce à terra e casa-se com Dong Yong debaixo da árvore de pagodes. Porém, o romance só passa a ser do conhecimento do imperador 100 dias depois, e é aí que as dificuldades dos apaixonados começam. Esta história é a base da lenda chinesa de Dong Yong e da Sétima Fada que permanece no imaginário popular até hoje, tendo já inspirado muitos espectáculos de ópera e séries de televisão. A versão que agora se apresenta no FAM foi criada pela associação local de ópera, levando ao palco o consagrado actor Chu Chan Wa juntamente com um elenco de actores locais. Arte em todo o lado Por sua vez, no Teatro D. Pedro V, é a vez de subir ao palco o espectáculo “Frankenstein/Criaturas”, sábado e domingo em dois horários, nomeadamente às 15h e às 20h. Com encenação do grupo “Espaço para Agir”, em colaboração com a companhia japonesa “Momentos Teatrais” esta peça baseia-se na história de “Frankstein”, de Mary Shelley, escrita há quase 200 anos, estabelecendo agora uma conexão com a tecnologia. A pensar nos mais pequenos inclui-se ainda no programa do FAM a peça “O Livrinho”, encenada pelo Teatro Baj, com sessões entre sexta-feira e domingo para bebés dos seis aos 18 meses e crianças dos 18 meses aos três anos. O espectáculo acontece no Estúdio II do CCM. Destaque ainda para a inauguração, no sábado, da exposição “Foco: Integração Artística entre a China e o Ocidente nos Séculos XVIII-XIX”, patente no Museu de Arte de Macau (MAM). Esta exposição apresenta um total de 300 peças de pinturas de exportação e obras no estilo de George Chinnery, provenientes principalmente do MAM e do Museu de Guangdong. Apresenta-se ainda uma selecção de obras oriundas do Museu de Arte de Hong Kong. Segundo a organização do FAM, têm lugar nesta mostra “três perspectivas distintas ao nível do estilo, técnicas e materiais”, revelando-se o “diálogo visual e a integração entre a China e o Ocidente, promovidos por artistas locais e estrangeiros no Delta do Rio das Pérolas, durante os séculos XVIII e XIX”.
Hoje Macau EventosUSJ | Exposição sobre murais históricos da dinastia Tang A Universidade de São José (USJ) acolhe até ao próximo sábado a exposição “Idade de Ouro nas Paredes: Exposição especial sobre os murais da Dinastia Tang”, patente desde o dia 30 de Abril. A dinastia Tang governou a China entre os anos 618 e 907 d.c. e é considerada “uma época de ouro na história” do país, tendo mantido “as tradições das dinastias Qin e Han, ao mesmo tempo que entrelaçava as culturas do Oriente e do Ocidente, criando uma era de prosperidade diferente de qualquer outra dinastia da história”. A USJ descreve ainda que a pintura foi o género artístico mais próspero neste período, tendo dado origem “a inúmeros pintores de renome”, como Wu Daozi, Yan Liben, Zhang Xuan e Zhou Fang. Nesta fase, as pinturas em murais ganharam enorme popularidade e expressão. As pinturas murais da dinastia Tang sobreviveram mais de mil anos graças aos esforços de escavação e preservação de arqueólogos e conservadores do património cultural em Shaanxi desde meados do século XX. São estas pinturas murais que podem ser vistas no campus da USJ na Ilha Verde. A mostra conta com o apoio da Fundação China Soong Ching Ling, a Administração do Património Cultural da província de Shaanxi, e a Associação de Macau para a Educação para as Condições Nacionais. Destaque ainda para a participação do Museu de História de Shaanxi, a Academia de Arqueologia de Shaanxi e ainda a Associação de Embaixadores do Património de Macau e o Museu Belin Xi’an.
Hoje Macau EventosFRC | Leitura e partilha de livros para a infância amanhã Decorre amanhã, a partir das 10h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), uma sessão dedicada ao universo da literatura infantil, intitulada “De Pequenino se Torce o Pepino: Literatura Infantil”, no âmbito do ciclo “Conversas sobre o Livro”. Trata-se de uma iniciativa organizada em parceria com a Associação dos Amigos do Livro em Macau, o Instituto Internacional de Macau e a editora Mandarina, com o objectivo de comemorar o “Dia da Leitura Conjunta em Toda a Cidade de Macau”. Esta será uma sessão de leitura, com o intuito de perceber quais as histórias preferidas dos mais pequenos e porque gostam de ler. O evento pretende ser uma “agradável partilha de experiências”, com a presença de Sara Augusto e Shee Vá na leitura de textos e poemas. O público é convidado a levar livros para uma sessão conjunta de leitura. Shee Vá, representante da Associação dos Amigos do Livro em Macau, defende que “ler faz bem à saúde porque exercita a imaginação e a criatividade, além de enriquecer o vocabulário, contribuindo para a fluência da linguagem escrita e falada”. Trata-se, para o médico e autor, de benefícios “que adquirem maior valor se forem cultivados na infância”. A conversa será realizada em português, chinês e, eventualmente, em inglês, conforme os participantes e as leituras sugeridas.
Hoje Macau EventosCreative Macau | Ana Cardoso apresenta nova exposição É inaugurada amanhã a nova exposição da estilista local Ana Cardoso, que nos últimos anos se tem dedicado a ensinar as gerações mais novas de designers de moda, além de manter a sua própria marca, Anna Noir. “Self Development”, patente até 8 de Junho, mostra a conexão que o mundo das roupas pode ter com a arte e todo o processo de criação Ana Cardoso, estilista macaense e docente de moda, está de regresso às exposições, desta vez com “Self Development” [Autodesenvolvimento], inaugurada amanhã na galeria da Creative Macau a partir das 17h. Segundo um comunicado da Creative Macau, que cita palavras da própria Ana Cardoso, esta mostra pretende revelar ao público a visão da estilista sobre a conexão que o mundo da moda pode ter com a criação artística. “A arte está em todo o lado e nós, como artistas, procuramos inspiração na nossa vida quotidiana. Como designer, procuro sempre a última tendência, moda ou a criação que está em voga. Mas a moda é, também, arte”, aponta. Ana Cardoso traz, para”Self Development”, uma série de desenhos que “revelam as várias facetas” da designer. “Quero sempre fazer muitas coisas ao mesmo tempo, e claro que a moda faz parte do meu desenvolvimento e da ligação que tenho com a arte. A moda está ligada aos tecidos, roupas, cordas, tintas. É uma visão que tenho dentro de mim, em que tudo tem inspiração e tudo reflecte a arte. A arte está em mim e em desenvolvimento”, aponta. A designer macaense diz que, muitas vezes, está concentrada no seu próprio mundo, a pensar nas pessoas que a compreendem, mas, ao mesmo tempo, está dentro de si mesma, “no mundo imaginário”. Influência materna Ana Cardoso é filha de Mira Dias, artista macaense, e com ela começou a enveredar pelo mundo da pintura aos 12 anos. Contudo, teve outros nomes bem influentes, como é o caso de Fernanda Dias, poetisa e professora de arte, ou ainda os mestres Mio Pang Fei e Un Chi Iam. Apesar de ter sido modelo em 1998, Ana Cardoso decidiu enveredar pela área do design de moda, “concentrando-se na sua paixão pelas artes e moda”, tendo estudado em Lisboa. Ao longo da sua vida académica, Ana trabalhou em design e produção de moda para várias marcas e revistas, entre as quais Nuno Baltazar, Nomada Jeans, Lines lab, uma marca local fundada por Clara Brito e Manuel Correia da Silva, Venessa Cheah e a revista Macau Closer. Quando regressou à sua terra natal, em 2010, decidiu apostar na sua própria marca, tendo criado a Anna Noir, com que realizou um primeiro desfile na Casa Garden em 2011. No ano seguinte, a estilista apresentou uma nova colecção, a “Retro 40’S” no Clube Militar de Macau. Esta colecção foi seleccionada e premiada como uma das 12 melhores colecções no concurso “Jovens Criadores 2012” organizado pelo CPAI – Clube Português de Artes e Ideias. Foi ainda apresentada em Cascais, Portugal. Além de apostar nas suas criações, Ana Cardoso tem-se dedicado ao ensino, contribuindo para o desenvolvimento de uma nova geração de estilistas em Macau. Foi professora de arte e design no Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau, deu aulas na Universidade de São José, tendo sido também professora de artes visuais na Escola Portuguesa de Macau. A designer deu ainda aulas de costura na Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau. Ana Cardoso recebeu ainda vários prémios nos últimos anos, nomeadamente o terceiro lugar no concurso de ilustração de moda organizado pela CPTTM no ano corrente. Descreve-se que a artista “procura sempre usar Macau como ponto de partida para o seu trabalho, com o objetivo de desenvolver e internacionalizar a arte” que se faz no território.
Hoje Macau EventosLiteratura | Morreu escritor e realizador Paul Auster O romancista norte-americano Paul Auster, autor de obras como “A Trilogia de Nova Iorque” e “Cidade de Vidro”, morreu na terça-feira aos 77 anos, informou o jornal The New York Times. Auster morreu em casa, em Nova Iorque, vítima de cancro do pulmão. Nascido no seio de uma família judia de ascendência austríaca, em 1947, em Newark (Nova Jérsia), Auster faria mais tarde de Brooklyn a sua casa e cenário de romances, sobretudo nas décadas de 1980 e 1990. Tem uma extensa obra literária publicada em mais de 40 línguas. Em Portugal, Paul Auster tem grande parte da obra publicada, em particular os romances, como “Mr. Vertigo”, “Palácio da Lua”, “Música do Acaso”, “Leviathan”, “A Trilogia de Nova Iorque”, “Timbuktu”, “O livro das ilusões”, “As loucuras de Brooklyn”, “O homem na escuridão” e “4 3 2 1”, com o qual foi finalista ao Booker Prize. Assinou a realização de um par de filmes, incluindo “A vida interior de Martin Frost” (2007), rodado parcialmente em Portugal. Foi galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias de Literatura 2006, feito Comendador da Ordem das Artes e das Letras de França em 2007 e é membro da Academia Americana de Artes e Letras e da Academia Americana de Artes e Ciências.
Hoje Macau EventosIPOR | Festival traz workshops e apresentações de livros este fim-de-semana Decorre este sábado uma série de actividades do festival “Letras & Companhia”, promovido pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), e que termina na próxima terça-feira. O evento deste ano, dedicado à temática da saúde mental, tem como slogan “GentilMente – Be Kind to Your Mind”. Assim, este sábado decorrem vários workshops para famílias em torno do yoga, bem-estar no sono e aromaterapia. Um deles intitula-se “Corpo de Plasticina” e dedica-se a explorar o yoga feito entre pais e filhos. Cabe a Margarida Luz a sua monitorização, que também irá protagonizar outro workshop, entre as 16h15 e as 17h15, intitulado “As Portas do Sono – Sessão de Relaxamento Guiado”, para pais e crianças acima dos 12 anos de idade. As inscrições para este evento também terminaram no passado dia 26 de Abril. Ainda neste dia decorre o workshop, desta feita com Sandi Manhão, intitulado “Aromaterapia em Família”, com uma primeira sessão das 15h às 16h, e uma segunda sessão entre as 16h15 e as 17h15, sendo ambas dirigidas a adultos. Livros para todos Também no sábado, mas no período da manhã, decorre a sessão de apresentação do livro “I Want to Be Happy”, escrito e ilustrado por Mikel Ko, e dirigido para um público infantil. A sessão decorre entre as 11h30 e as 13h. Segundo o programa do festival, esta não será “uma apresentação normal”, mas sim “um convite para fazer parte e trazer história à vida” em torno da vontade de querer ser feliz. “Durante a sessão os participantes serão convidados a vivenciar e compartilhar os sentimentos de felicidade das personagens do livro, simulando cenas e desfrutando dos momentos”, tratando-se de uma “jornada simples e linda de felicidade”. Também este sábado, entre 17h30 e as 18h30, decorre mais uma sessão de apresentação de livros, desta vez com a obra “Macau’s Historical Witnesses”, da autoria de Christopher Chu e Maggie Ho. A tradução para português desta obra está a cargo de Ivo de Noronha Vital.
Andreia Sofia Silva EventosLivraria portuguesa | Sonia Leung em Macau para falar da sua obra Sonia Leung, poetisa e escritora de Hong Kong, estará em Macau este fim-de-semana para uma série de eventos em torno da sua escrita, com foco no livro “The Girl Who Dreamed – A Hong Kong Memoir of Triumph against the Odds”. Na Livraria Portuguesa esperam-se conversas com a autora e workshops de escrita criativa Os amantes da literatura que se faz em Hong Kong, em inglês, podem desfrutar este fim-de-semana do contacto com a autora Sonia Leung, que vem à Livraria Portuguesa para dois eventos onde irá falar da sua obra, nomeadamente do seu mais recente livro, “The Girl Who Dreamed – A Hong Kong Memoir of Triumph against the Odds”. Sonia Leung é uma poetisa e escritora que já ganhou diversos prémios, nomeadamente o “Wordview 2023”, concurso anual de poesia do Reino Unido, sem esquecer as edições de 2015 e 2016 dos prémios Hong Kong Top Story. Sonia Leung estreou-se em 2020 na área da literatura com uma colecção de poesia bilingue, escrita em inglês e chinês, intitulada “Don’t Cry, Phoenix”. “The Girl Who Dreamed: A Hong Kong Memoir of Triumph against the Odds” é o seu segundo livro, sendo que o terceiro, “Three-inch Heaven – Chinese Women’s Stories of Resilience and Determination” já está a ser ultimado. Este sábado, a partir das 17h, decorre o evento “Confissões Corajosas – Parte I”, que conta com a presença da autora e de Julia Ying Zhu, docente da Universidade Politécnica de Macau. Segundo um comunicado da Livraria Portuguesa, esta sessão convida o público “a acompanhar a autora enquanto ela observa o que aprendeu no caminho para se tornar uma escritora de memórias, na esperança de a ajudar na sua própria viagem”. “The Girl Who Dreamed” é, assim, um livro sobre as memórias de Sonia, descrevendo “as suas dificuldades e tristezas com um enorme detalhe”. A obra é, acima de tudo, “uma história de aventuras e um conto do triunfo”, proporcionado a quem o lê, “uma exploração rica das alegrias da leitura, escrita, bem como dos actos de comer e viver no contexto cultural chinês”. Este livro leva, portanto, os leitores não chineses a emergir “neste mundo de uma forma perfeita”. Escreve com ela No domingo, dia 5, a partir das 15h, é dia de escrever em parceria com a autora de Hong Kong. “Confissões Corajosas – Parte 2” leva os participantes a realizar exercícios de escrita em torno do conceito de memórias, além de querer dar uma nova visão a este género literário, “frequentemente menosprezado” pelos críticos. O menosprezo revela-se ainda mais se se tratar de “livros de mulheres”, pois estas memórias passam a ser rotuladas de “confessionais”, aponta o mesmo comunicado. “Este workshop pretende resgatar a noção de ‘confessar’ para todos os que passem por momentos difíceis e desejem escrever sobre eles com franqueza. Muitos críticos, e também o público em geral, ainda não compreendem que, quando nos ‘confessamos’, procuramos a comunhão das nossas experiências, aumentando o conjunto do que significa ser profundamente humano.” Sobre este workshop, descreve-se ainda que “através da escrita corajosa de memórias, compreendemos as nossas próprias narrativas de vida e aprendemos com as dos outros”, pois “quanto mais escrevemos de forma artística, mais reconhecimento obtemos”. “O workshop ‘Confissões Corajosas’ permitir-vos-á fazer ouvir as vossas vozes”, refere-se ainda. O workshop inicia-se com um exercício de 15 minutos em que se pede aos participantes para compararem a escrita a comida, estabelecendo uma ligação com os cinco sentidos, a fim de perceber quais os que podem estar a ser negligenciados. Isto porque “quando falamos de comida, evocamos todos os sentidos”. Segue-se um exercício de 35 minutos em que se pretende responder à questão “Porque é que importa escrever sobre a vida”, onde se recriam memórias de infância num permanente diálogo com os sentidos, como se de um puzzle se tratasse. Criam-se também personagens em torno dessas memórias. Depois, irá escrever-se uma carta para alguém que se ama ou odeia, se teme ou alguém que provoca divertimento. Contudo, o destinatário deve ser alguém a quem nunca confessamos os nossos sentimentos. A sessão irá ainda abordar técnicas da escrita de memórias, nomeadamente para a escolha de temas e estilos de escritas, propondo-se depois um exercício de escrita em torno de uma fotografia da infância, em que se pede para “usar a voz e sensibilidade de quem se era quando a fotografia foi tirada”, em comparação com a personalidade actual do autor do texto.
Andreia Sofia Silva EventosPublicado livro sobre o II Raide Macau-Lisboa de 1990 Foi finalmente editado o livro que recorda o II Raide Macau-Lisboa de 1990, uma viagem protagonizada por dez amantes do todo-o-terreno e aventura que decidiram fazer um percurso terrestre entre Macau e Lisboa, atravessando vários países da Ásia e Europa, apenas com jipes. A obra, que começou a ser preparada em 2021, tem 300 páginas escritas e traduzidas em quatro línguas. A edição está a cargo da Associação Tentáculo, estando previsto um lançamento também em Macau, ainda não confirmado. Segundo disse ao HM Joaquim Correia, um dos tripulantes do Raide e co-mentor deste livro, esta obra tem algumas alterações face ao projecto inicial, incluindo mais fotografias e textos, alguns deles de Joaquim Magalhães de Castro, autor, cronista de viagens e investigador independente sobre a presença portuguesa no sudeste asiático. Além disso, o livro conta com posfácio do jornalista João Figueira, que viveu em Macau entre 1988 e 1992. O texto, divulgado na página oficial de Facebook sobre o livro, tem como título “A teimosia dos 10 gloriosos ‘malucos’ de todo-o-terreno'”, grupo que “inscreveu na história das grandes viagens de todo-o-terreno uma epopeia de 50 dias, desde Macau a Lisboa”. Em 1990, este grupo percorreu 22 mil quilómetros entre a Ásia e Europa, tendo atravessado dois desertos e convivido “com as manifestações que então animavam Moscovo no tempo da Perestroika”. Os tripulantes tiveram ainda de aguentar “temperaturas próximas dos 50 graus”. “Ter vencido esses entraves foi o primeiro sinal à navegação de que aquele grupo não desistia facilmente, era mais do género quebrar que torcer. Se havia loucura no empreendimento, este precisava de uma teimosia de aço bem temperado para ser bem-sucedido”, recorda João Figueira no posfácio. Do texto à BD A edição desta obra foi sendo sucessivamente adiada devido à pandemia. Contudo, esta viagem já deu origem a um livro de banda desenhada, “II Raide Macau-Lisboa: Da China a Portugal pela Rota Proibida”, entretanto lançado com o apoio da Fundação Oriente. A viagem do II Raide, realizada dois anos depois do I Raide, partiu do Jardim Camões a 27 de Julho de 1990, tendo terminado a 13 de Setembro desse ano na Torre de Belém em Lisboa. Foram percorridos quase 22 mil quilómetros a uma velocidade média de condução de cerca de 55 quilómetros por hora. O II Raide Macau-Lisboa pretendeu ser “um abraço entre culturas”, integrado nas comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos portugueses. Além de Joaquim Correia, então bibliotecário na Universidade de Macau, a viagem foi feita por Mário Sin, ex-presidente do Automóvel Clube de Macau; António Calado, então técnico do Instituto de Desportos de Macau e posteriormente dos Serviços de Educação; Fernando Silva, médico; e António Teixeira, mecânico do Grande Prémio de Macau.
Andreia Sofia Silva EventosJazz | Dia Internacional celebrado hoje com bandas, músicos e dj’s O Dia Internacional do Jazz celebra-se hoje em Macau com uma jam session que reúne bandas, músicos e dj’s locais. A partir das 21h, e com o apoio de várias entidades, incluindo o Clube de Jazz de Macau, tocam e cantam na Red House Macau os The Hot Dog Express, The Bridge, Jandira Silva, Miguel Falé, Rachel Lau, Dj Herbie Bangkok e Dj IDego Definido em 2011 pela UNESCO, o Dia Internacional do Jazz celebra-se um pouco por todo o mundo e Macau não é excepção. Assim, com a organização da associação None of Your Business e apoio do Clube de Jazz de Macau e mais quatro entidades, celebra-se hoje em Macau o Dia Internacional do Jazz na Red House Macau, no empreendimento The Ascott, na Rua Cidade de Braga. A partir das 21h, o público pode esperar uma jam session com os nomes habituais da cena do jazz local, nomeadamente a cantora brasileira Jandira Silva, presença comum em eventos de Bossa Nova e Jazz no território, sem esquecer o Festival da Lusofonia. Na voz, destaca-se ainda a presença da cantora local Rachel Lau, bem como o músico Miguel Falé. O cartaz de hoje não poderia ignorar os The Bridge, banda que toca em Macau desde os anos 80 e que se assume como um grupo de “músicos de várias nacionalidades e amantes do jazz”, focado nos vários estilos que este género musical pode assumir. Os The Bridge têm sido presença habitual nos vários eventos de jazz que já decorreram no território. Destaque ainda para um grupo mais contemporâneo como é o caso dos The Hot Dog Express, formado por Ivan Piñeda no baixo, Paulo Pereira no saxofone, Miguel Noronha na guitarra, Ari Calangi na percussão, Jacob Jaggers no teclado e Mario Venditti na bateria. Numa clara referência ao grande músico de jazz Herbie Hancock, o Dj Herbie Bangkok irá passar som mais para o final da noite, sem esquecer o Dj IDego. Numa nota divulgada nas redes sociais, os None of Your Business referem que esta noite será uma mescla de “música, criatividade e unidade”, pretendendo-se lembrar “o impacto do jazz na cultura, paz e liberdade com entusiastas em todo o mundo”. A ideia é fazer “história em conjunto” para honrar “o legado do jazz e o seu futuro”, sempre em nome da “harmonia global e expressão” Celebrações mundiais Este ano a cidade acolhedora do Dia Internacional do Jazz é Tânger, em Marrocos, apesar de qualquer lugar do mundo poder inscrever o seu evento nesta iniciativa. Em Taiwan, celebra-se o dia com um concerto dos Vincent Hsu e Soy La Ley Afro Cuban Jazz Band, enquanto em Nanjing decorre a “Manhã do Jazz” na escola Basis International School Nanjing, onde estudantes e docentes vão actuar num coro e numa performance com várias bandas. Em Xangai, cidade chinesa do jazz por excelência, decorrem dois eventos distintos. Um deles, é um concerto agendado para hoje a partir das 19h com a JZ All Star Big Band, grupo formado em 2006 e que se apresenta como um dos mais importantes da cena do jazz de toda a China. O grupo já colaborou com artistas como Dee Dee Bridgewater, John Daversa, Cui Jian, Li Quan, Shunza e Coco Zhao, além de ter marcado presença em inúmeros festivais de música e concertos. Este espectáculo acontece no JZ Club. Também no JZ Club, actuam os 梦中大力神Dream Hercules, a partir das 22h. Trata-se de um grupo formado pelo baixista Ren Yuqing, o pianista Huang Jianyi, o trompetista Li Xiaochuan, e ainda Alec Haacik e Bao Junrui no saxofone. Esta banda inclui ainda o baterista Shen Wanghao e o percussionista Toby Senior. Na China, o Dia Internacional do Jazz celebra-se ainda em Zhongshan com os Old Street Jazz, e também em Shenzhen, no Penny Black Jazz Club, com o evento ” Jazz – The Global Harmony of Love”. Foi em Novembro de 2011 que a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) estabeleceu o Dia Internacional do Jazz a 30 de Abril a fim de “potenciar o jazz e o seu papel diplomático na união de pessoas em todos os cantos do mundo”. A UNESCO aponta que este dia “reúne comunidades, escolas, artistas, historiadores, académicos e entusiastas do jazz a fim de celebrar e aprender sobre o jazz e as suas raízes, futuro e impacto”. A ideia é também “aumentar a consciência para a necessidade de um diálogo intercultural e compreensão mútua”, além de “reforçar a cooperação internacional e comunicação”. Assim sendo, todos os anos, a 30 de Abril “esta forma de arte internacional é reconhecida por promover a paz, o diálogo entre culturas, a diversidade e o respeito pelos direitos humanos e a dignidade humana”. Celebrando-se o jazz apoia-se também “a erradicação da discriminação, a igualdade de género e a promoção da liberdade de expressão”, descreve ainda a UNESCO.
Andreia Sofia Silva EventosMacaenses | João Oliveira lança livro sobre humor no patuá Foi lançado, no passado dia 19, o livro ” O Latinórum na Tóri di Babel – Humor e Língua na Literatura em Crioulo de Macau”, da autoria do professor universitário João Paulo Oliveira. A obra nasce da sua tese de mestrado e traz uma análise actualizada sobre o crioulo de Macau, com uma ligação mais próxima às questões da identidade macaense O docente da Universidade Católica Portuguesa, João Oliveira, apresentou no passado dia 19, no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), o livro “O Latinórum na Tóri di Babel – Humor e Língua na Literatura em Crioulo de Macau”, que nasce da sua tese de mestrado defendida em 2018 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A obra, cuja edição conta com o apoio do CCCM e Universidade de Macau, traz novas análises sobre o uso do humor na literatura escrita em patuá, com grande foco na poesia de José dos Santos Ferreira, mais conhecido por Adé, e numa colectânea feita por Leopoldo Danilo Barreiros. Ao HM, João Oliveira contou que, para este livro, aumentou a introdução histórica e linguística sobre o patuá, “com mais referências e informação”, sendo também feita “uma comparação com outras realidades geográficas próximas, principalmente com o crioulo de Malaca e ainda o Japão”. “Tentei posicionar melhor o crioulo de Macau no momento presente do território, além de analisar como esse crioulo e a etnia macaense são vistos hoje em dia no seio da própria comunidade. Ao contrário do que fiz na minha tese de mestrado, que se centrou nos textos escritos, fiz ainda uma análise dos vídeos do grupo Doci Papiaçam di Macau, tentando relacioná-los com os textos passados”. Este livro inclui ainda uma parte onde são analisados todos os termos de origem não portuguesa que estão registados nos textos em crioulo de Macau. Segundo o autor, esta compilação nasce, em parte, “de glossários e estudos passados, alguns deles mais antigos, como é o caso [dos escritos] de Graciete Batalha, e outros mais actuais, [da autoria] de Raúl Gaião”. João Oliveira confessa que sempre se interessou por culturas diferentes da sua, cujo conhecimento acaba por ser proporcionado pela globalização que se vive hoje em dia e pela facilitação do contacto com línguas, escritos e representações culturais. O docente considera que o patuá “tem grande influência da história e cultura portuguesas”, tendo as suas especificidades face a outros crioulos. “Interessei-me pelo patuá e comunidade macaense porque contém, ao contrário da maioria dos crioulos portugueses na Ásia, um espólio escrito considerável. A maioria dos crioulos de origem portuguesa na Ásia têm uma vertente bastante oral, sendo estudados através de conversas com nativos e gravações.” As inovações nos Dóci Há muito que se fala da necessidade de preservação da identidade macaense e o humor impregnado na sua literatura aborda bastante esta questão. Mas o humor feito em patuá, e toda a literatura macaense, também acabam por revelar “as várias camadas culturais, a religião e a gastronomia” de um grupo étnico. Da análise feita por João Oliveira aos vídeos que habitualmente são exibidos nas peças dos Dóci Papiaçam di Macau “verificam-se algumas inovações, sobretudo devido às evoluções sócio-económicas de Macau”, sem esquecer que o território “se foca mais hoje no jogo e no turismo do que no passado”. “Estas temáticas estão hoje bem mais presentes na vivência do dia-a-dia e nas produções culturais, tendo uma maior presença do que nos textos mais antigos”, disse João Oliveira, destacando “o sentido de continuidade” no trabalho feito pelos Dóci e Miguel de Senna Fernandes, autor das suas peças. “Esse sentido de continuidade é o mais importante, pois o grande cérebro dos Doci, Miguel de Senna Fernandes, tendo noção dos textos mais antigos, tenta actualizá-los e utilizar o seu universo criativo. Existe, assim, uma grande continuidade entre textos antigos e produções mais recentes, e essa é uma tentativa de talhar uma identidade macaense através de um género artístico.” Trata-se ainda de uma forma de criação “de uma identidade ligada à história e cultura portuguesas, mas distinta dessa e de tudo o resto que se pode encontrar em Macau, que passa pela comunidade chinesa”. “Miguel de Senna Fernandes diz que a etnia macaense está integrada na nação chinesa e existe uma tentativa de talhar uma existência cultural específica para a comunidade macaense com características que a distingue das outras”, recorda João Oliveira. Numa entrevista concedida ao HM a propósito da sua investigação, João Oliveira declarou que, nos escritos antigos, “os macaenses brincavam, sobretudo, com eles próprios, com a sua cultura, muitas das vezes diminuindo-se de uma forma que, para quem lê, não é verdadeiramente para inferiorizar.” Enquanto o português era uma língua mais formal, o patuá era usado de uma maneira bem mais “coloquial”. “Os macaenses brincam muito com eles próprios e com o elemento português, que muitas vezes é visto como o elemento supra cultural. As personagens, tal como a própria língua portuguesa, são representadas com alguma hiperformalidade, pois [o português] é visto como uma língua muito formal e pouco natural no dia-a-dia, enquanto a língua e as personagens de Macau são identificadas de forma contrária.”
Hoje Macau EventosEscritora portuguesa Dulce Maria Cardoso vence prémio Foto Mário Cruz / Lusa A escritora Dulce Maria Cardoso venceu o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários com o segundo volume de “Autobiografia não autorizada”, revelou na sexta-feira a Associação Portuguesa de Escritores. O júri decidiu premiar a autora por “uma obra composta por verdadeiras crónicas, (…) que prendem o leitor pela conjugação entre brevidade e intensidade do que é evocado e descrito”. Em “Autobiografia não autorizada” surge uma prosa literária “de altíssima qualidade, que transporta o leitor para o que é o verdadeiro valor das circunstâncias de que são feitos os dias”, justifica o júri. “Autobiografia não autorizada”, cujo primeiro volume saiu em 2021 e o segundo em 2023, é uma edição da Tinta-da-China e reúne crónicas, relatos pessoais e memorialísticos que Dulce Maria Cardoso escreveu para a revista Visão. Um autor publicar uma autobiografia não autorizada é quase uma impossibilidade, porque “uma autobiografia, à partida, diz a verdade, relata o que se passou”, mas porque “há muito de inventado nas crónicas, não é um diário, não é uma autobiografia que eu autorizasse”, contou Dulce Maria Cardoso em 2021, em entrevista à Lusa, assumindo que o título é também “uma provocação”. Uma verdade ficcionada “O que eu conto lá é a partir da verdade, não quer dizer que seja a verdade. Pode ser ficcionado posso nem partir de factos reais e colocar sentimentos verdadeiros, é a minha vida, eu tornei-me personagem, é a minha vida ficcionada, até quanto mais não seja pela memoria que é sempre uma mistura de ficção e de imaginação”. O Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Escritores em parceria com a câmara municipal de Loulé e tem um valor monetário de 15.000 euros. Dulce Maria Cardoso, premiada autora de contos, crónicas e romance — nomeadamente “O Retorno”, “Os meus sentimentos” e “Eliete” -, receberá o prémio a 9 de Maio, dia do município de Loulé. O júri foi constituído por Carlos Albino Guerreiro, Helena Carvalhão Buescu e Salvato Teles de Menezes. Em edições anteriores, o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários distinguiu obras de José Tolentino Mendonça, Rui Cardoso Martins, Mário Cláudio, Pedro Mexia, Mário de Carvalho, Lídia Jorge, José Eduardo Agualusa e Miguel Esteves Cardoso.
Hoje Macau EventosCasa Garden | Lançamento em Maio de livro que compara Macau, Índia e Timor O livro “Macau, Índia e Urbanismo de Timor – Continuidade e Ruptura na Implantação do Planeamento Urbano entre 1934 e 1974”, da autoria de Sérgio Barreiros Proença, será lançado na Casa Garden no próximo dia 3 de Maio, a partir das 18h30, tratando-se de uma iniciativa promovida pelo CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo. Segundo um comunicado da organização, este livro proporciona “uma perspectiva única sobre o desenvolvimento do planeamento urbano de Macau, Goa e Timor”, apresentando a análise sobre o “rico arquivo de planos urbanísticos destes três territórios”. A obra nasce de um projecto de investigação financiado pelo próprio CURB, Fundação Macau e CIAUD – Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design, ligado à Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. Este projecto, realizado com base nos planos de urbanização das antigas províncias ultramarinas portuguesas, dos anos 1937 a 1974, foi também financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, tendo coordenação da académica Maria Clara Mendes. Sérgio Barreiros Proença é licenciado em Arquitectura, Planeamento Urbano e Territorial pela antiga Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, actualmente Universidade de Lisboa. Tem ainda um mestrado em Cultura Arquitectónica Moderna e Contemporânea e um doutoramento em Urbanismo. É ainda docente nesta área. O CURB é uma instituição sem fins lucrativos estabelecida em Macau para promover a investigação, educação, produção e disseminação do conhecimento em arquitectura, urbanismo e cultura urbana.
Hoje Macau EventosConcerto | Trio Mark Leung e músicos locais amanhã na FRC É já amanhã que a galeria da Fundação Rui Cunha acolhe mais um espectáculo de jazz. Os protagonistas são o Trio Mark Leung, composto por músicos de Hong Kong, que se juntam aos músicos e colaboradores da Associação de Promoção de Jazz de Macau. Este é mais um evento incluído na série de espectáculos “Saturday Nigh Jazz” e serve de celebração aos 12 anos da FRC Escreve-se amanhã mais um capítulo na história da iniciativa “Saturday Night Jazz”, criada pela Fundação Rui Cunha (FRC) para promover a música que se faz a nível local e também regional. A partir das 21h é possível ouvir composições de jazz tocadas pelo Trio Mark Leung, com músicos de Hong Kong, que se juntam aos músicos da Associação de Promoção de Jazz de Macau (MJPA, na sigla inglesa), presença habitual na FRC na realização deste tipo de iniciativas. O concerto serve para celebrar o 12.º ano da FRC, um projecto que nasceu da mente do advogado Rui Cunha para promover a cultura local, mas também a dinamização do Direito de Macau. O Trio Mark Leung adoptou o nome do seu guitarrista, que se junta ao baterista Felix Leung e ao baixista Kiu Fung Lee. Mark Leung esteve em Macau em Março do ano passado, quando apresentou o seu projecto mais regular, o “Olá Jazz Guys”. O guitarrista fundou a “Olá School of Music” para desenvolver estudos de performance e educação musical no território vizinho, sendo também fundador da Free Music Association (FMA). Mark Leung é ainda membro da Sociedade de Compositores e Autores de Hong Kong (CASH), além de ser considerado “um velho amigo” da MJPA, tendo inclusivamente estudado em Portugal com o músico de jazz Zé Eduardo, nome também habitual na cena local do jazz. Segunda parte local Se o espectáculo abre com o Trio Mark Leung, encerra com músicos de Macau e habituais colaboradores da MJPA, nomeadamente o guitarrista Mars Lei, seu presidente e nome habitual nestas iniciativas. Segundo a FRC, “os habituais artistas residentes irão tocar clássicos do jazz com a ajuda dos colegas de Hong Kong”. Desde 2014 que o evento “Saturday Night Jazz” é organizado pela FRC em parceria com a associação, que é formada “por amantes de jazz que regularmente tocam, ensinam e exploram os vários estilos deste género musical, no âmbito de múltiplos projectos vocacionados para a juventude”.
Hoje Macau EventosObras de Ding Li na galeria Humarish Club até Maio A galeria Humarish Club, no empreendimento Lisboeta Macau, acolhe até ao dia 17 de Maio a exposição “La Dolce Vita” [A Vida é Bela] do artista chinês Ding Li, sendo esta a primeira vez que este revela a sua obra ao público local. A exposição, realizada em parceria com a galeria Madein, apresenta obras que são uma espécie de retratos de figuras, com o artista a apresentar uma nova visão sobre “cenas do quotidiano através de pinceladas intrincadas”, criando “linhas de textura metálicas” e “texturas metálicas”, explica a organização em comunicado. Ding Li apresenta, em “La Dolce Vita”, uma “linguagem visual profunda que estimula a contemplação e a exploração da criação artística por parte do público”. Com esta mostra, o Humarish Club diz querer “enriquecer a diversidade do panorama cultural e artístico de Macau através da apresentação de obras de arte com características pessoais distintas, mostrando a integração da tecnologia digital e da pintura tradicional”, além de reflectir “a tendência da integração interdisciplinar”. De Xangai a Paris Nascido em Xangai em 1979, Ding Li formou-se em artes Academia de Belas Artes de Paris, França (École Nationale Supérieure des Beaux-arts de Paris). O artista dedica-se também à fotografia, onde explora “formas concisas e temas proeminentes, adoptando uma linguagem estilizada e madura aos seus temas e objectos”. Ding Li acaba por centrar muito do seu trabalho em retratos de busto de uma ou várias pessoas, bem como paisagens, variando entre a pintura e a criação de imagens. O processo de criação artística funciona como um enfrentar “dos efeitos subsequentes desta tensão constante”. Segundo a organização da mostra, o artista destaca “a natureza construída da imagem, deixando em aberto a possibilidade de resultados inesperados” para quem vê o seu trabalho. As suas pinturas “atraem a atenção do espectador não só pelo prazer que despertam as cores vivas e linhas curvas, mas também pelas mensagens e emoções incertas que transmitem”. O artista baseia-se ainda em “experiências repetidas com o objectivo de definir uma expressão pura própria” no meio artística. Ding Li explora a pintura feita a partir de características materiais e apresenta uma nova linguagem visual através da reconstrução de tintas a óleo, tintas em spray, pincéis e molduras. A mais recente exposição do artista foi apresentada no Museu de Arte de Guangdong, em Cantão, no ano passado, integrada no evento “Symphony of All the Changes: The 7th Guangzhou Triennial”.
Hoje Macau EventosCasa de Vidro | Imagens do 25 de Abril para ver até 19 de Maio Está patente na Casa de Vidro do Tap Seac, até ao dia 19 de Maio, a mostra “50 Passos para a Liberdade: Portugal da Ditadura ao 25 de Abril”. Esta exposição é organizada pela Casa de Portugal em Macau e cedida pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril. Na mostra retrata-se “os últimos anos da ditadura e os primeiros momentos depois do seu derrube, abrangendo o intervalo temporal entre Setembro de 1968 e Julho de 1974, com recurso a fotografias, cartazes, documentos e recortes de imprensa”. É feita uma divisão em quatro núcleos centrais, nomeadamente “Um regime à beira do fim”, “O derrube da ditadura”, “O dia inicial inteiro e limpo”, com referência ao célebre poema de Sophia de Mello Breyner, e ainda “Os primeiros dias em liberdade”. Esta exposição é itinerante e contém conteúdos em várias línguas para se adaptar aos vários países e regiões onde estará presente, sendo uma iniciativa com a colaboração do Camões – Instituto de Cooperação e da Língua (Camões – IP). A historiadora Maria Inácia Rezola, comissária das celebrações do 25 de Abril em Portugal, adiantou à Lusa que “o ponto inicial é a célebre queda da cadeira de Oliveira Salazar”, explicando que a exposição percorre depois “alguns dos acontecimentos centrais do marcelismo, enfatizando questões como a luta dos movimentos de libertação africanos, as lutas sindicais e a luta dos católicos progressistas”. A mostra analisa “a conspiração dos capitães e a preparação do 25 de Abril e do programa do MFA [Movimento das Forças Armadas]”, adiantou a comissária, vincando que a exposição dedica “um espaço muito particular ao próprio dia 25 de Abril” e conclui, no quarto núcleo, “retratando o que foram os primeiros momentos vividos em liberdade”. Nomeadamente, acrescentou, abordando “a conquista da liberdade de expressão e a conquista do salário mínimo nacional, culminando todas estas novidades com a aprovação, a 27 de Julho de 1974, da lei 7/74, pela qual, finalmente, Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e à independência”.
Hoje Macau EventosLivraria Portuguesa | Livro sobre empreendedorismo lançado amanhã É já esta sexta-feira, a partir das 18h30, que será lançado na Livraria Portuguesa a obra “Jornada do Empreendedorismo”, da autoria de Marcos Barbosa Rodrigues e Luís Rasquilha. A apresentação caberá a José Alves, director da Faculdade de Gestão da Universidade Cidade de Macau. Marcos Barbosa Rodrigues é, segundo uma nota da Livraria Portuguesa, um “empreendedor visionário com uma larga experiência no mundo executivo e empresarial”, sendo formado em Empreendedorismo e Gestão da Inovação pela Universidade Católica Portuguesa. O co-autor deste livro é actualmente CEO da Polis CV e presidente do Conselho Superior das Câmaras de Comércio e Turismo de Cabo Verde. Esta obra explora a área do empreendedorismo, explicando aos leitores que se trata de “muito mais do que criar um negócio”, mas também de “um estado de espírito, uma forma de encarar desafios, olhar possibilidades onde outros vêem obstáculos e transformar paixões em empreendimentos prósperos”. Desta forma, o livro “mergulha nas raízes do empreendedorismo, explorando as suas origens históricas e o crescimento no mundo contemporâneo”. Os autores revelam histórias de empreendedores e desvendam “os elementos-chave” desta área, “desde a identificação de oportunidades até à construção de uma empresa e sua gestão do negócio”. Esta obra apresenta-se como um “convite para a transformação num agente de mudança” e a possibilidade de “abraçar o espírito empreendedor e transformar as suas aspirações em realidade”.
Hoje Macau EventosPalestra sobre dietas e obesidade amanhã na FRC Decorre amanhã, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC), a palestra “Dietas para combater a Obesidade – Mitos e Estratégias”, com a presença da médica Paula Freitas, assistente graduada do serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar Universitário São João, no Porto, e ainda professora auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Segundo um comunicado da FRC, a palestra pretende desmistificar algumas ideias pré-concebidas em torno da alimentação e obesidade. Paula Freitas refere, na mesma nota, que a obesidade pode ser considerada “uma doença crónica complexa, multifactorial e recidivante”, e que “qualquer intervenção a curto prazo, correcta ou incorrecta, não terá impacto a longo prazo e está votada ao insucesso, se a sua estratégia não for a modificação do estilo de vida de uma forma permanente”. A profissional de saúde destaca ainda que a obesidade ou pré-obesidade são “doenças crónicas com impacto na saúde, qualidade de vida e mortalidade”, não sendo apenas problemas do ponto de vista estético. Assim, “é de primordial importância que a pessoa com obesidade defina e tenha metas realistas no tratamento”, pois, caso contrário, “ficará frustrada, irá desistir e não perderá peso”. Cada corpo é um corpo Relativamente às chamadas dietas rápidas, Paula Freitas denota que “a pressa é inimiga da perfeição”, e que não há uma dieta milagrosa que funcione com todas as pessoas. Na verdade, uma dieta que promete perda de muito peso em pouco tempo “pode levar à interrupção de comportamentos saudáveis necessários, de forma prolongada e duradoira, para uma saudável perda de peso”. Cortar nas proteínas, gorduras ou hidratos de carbono, ou optar por uma alimentação vegetariana, por exemplo, depende de cada pessoa e das doenças que possa ter, caso sejam do foro cardiovascular, diabetes ou colesterol aumentado. A médica aconselha, assim, a que as pessoas façam “escolhas saudáveis todos os dias”. “Há que pôr fim aos mitos e às confabulações sobre dietas miraculosas. Devemos fazer escolhas alimentares saudáveis todos os dias e praticar exercício físico regularmente. Só deste modo, teremos uma vida saudável”, descreve.
Hoje Macau EventosBienal de Veneza | Exposição “Acima de Zobeida” exibida até Novembro Macau está presente na 60ª edição da Bienal de Veneza com “Acima de Zobeida – Exposição de Macau, China”, patente no Instituto Santa Maria della Pietà até 24 de Novembro. A mostra revela o trabalho do artista local Wong Weng Cheong, inspirado no romance de Italo Calvino “As Cidades Invisíveis” Foi inaugurada na segunda-feira a exposição que representa a RAEM na 60ª edição da Bienal de Veneza. “Acima de Zobeida – Exposição de Macau, China” revela o trabalho do artista local Wong Weng Cheong, formado em artes plásticas no Reino Unido e que, para este projecto, se inspirou no romance “As Cidades Invisíveis”, de Italo Calvino. Tendo livro do romancista italiano como guia de imaginário, o artista utilizou as instalações da bienal para “criar um mundo ficcional repleto de metáforas”, onde existe “um espaço selvagem acima das ruínas de uma cidade, habitado apenas por um grupo de herbívoros com pernas alongadas”. Com este projecto os espectadores “são ocasionalmente captados pela câmara”, parecendo “forasteiros”, sempre em busca de novidades. Segundo uma nota de imprensa do Instituto Cultural (IC), “através da engenhosa justaposição de realidade e imaginação, natureza e civilização, animais e humanos, governantes e forasteiros, o artista apresenta a crise de mutação enfrentada pelos humanos no processo de desenvolvimento urbano impulsionado por desejos materiais, levando os espectadores a contemplar a situação complicada que a humanidade tem de enfrentar no mundo contemporâneo e reflectindo a sobrevivência aparentemente vulnerável, mas tenaz, de todos os seres”. Rol de oportunidades Na cerimónia de inauguração, a presidente do IC, Leong Wai Man, considerou que a exposição “reflecte não só a perspectiva global e o cuidado humanístico da criação artística de Macau, mas também revela as personalidades e talentos destes artistas jovens e em ascensão”. Ficou ainda patente a promessa de que o Governo “irá continuar a criar mais condições e oportunidades para os artistas de Macau, concretamente para os jovens artistas, permitindo-lhes criarem obras de arte que reflitam a cultura chinesa e o carácter de Macau, promovendo o desenvolvimento cultural e as indústrias culturais de Macau”. Esta mostra tem a curadoria de Chang Chan que, tal como Wong Weng Cheong, agradeceu à organização da bienal “a assistência e apoio à criação artística em Macau”. Ambos disseram sentirem-se “honrados por participarem em nome de Macau na Bienal de Veneza, uma plataforma a que os profissionais da arte aspiram, prometendo aproveitar esta preciosa oportunidade para apresentar ao mundo os mais recentes desenvolvimentos artísticos” do território. Natural de Cuba, Italo Calvino é considerado um dos mais importantes romancistas do século XX, tendo publicado “As Cidades Invisíveis” em 1972. O livro estabelece uma ligação entre as viagens do navegador Marco Polo ao Oriente e os diálogos com o imperador Kublai Khan.
Hoje Macau EventosCinema | “A Sociedade da Neve” em destaque nos prémios ibero-americanos Platino O filme “A Sociedade da Neve” venceu a 11.ª edição dos prémios ibero-americanos Platino em seis das sete categorias em que estava nomeado, em que os candidatos portugueses ficaram fora dos premiados, anunciou a organização. Co-produção de Espanha, Chile, Uruguai e Estados Unidos para a Netflix, o filme, sobre a tragédia aérea ocorrida nos Andes em 1972, do espanhol Juan Antonio Bayona, conquistou as categorias de melhor filme ibero-americano de ficção, realizador, actor, montagem, fotografia e sonoplastia, numa cerimónia no sábado, em Cancún, no México. Os filmes “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, e “Mataram o Pianista”, de Fernando Trueba e Javier Mariscal, co-produzido por Portugal, estavam nomeados na categoria de animação, em que “Robot Dreams” foi o vencedor. “Nayola” é a primeira longa-metragem do realizador português José Miguel Ribeiro, tendo já sido premiada e exibida em vários festivais e estreado nos cinemas portugueses. “Mataram o Pianista” é um documentário dos realizadores espanhóis Fernando Trueba e Javier Mariscal, com Humberto Santana, fundador da Animanostra, como coprodutor. Os Prémios Platino são organizados pela Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Audiovisuais e pela Federação Ibero-americana de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais, em parceria com academias e institutos de cinema dos países do espaço ibero-americano.
Hoje Macau EventosClube Militar | Celebrações do 25 de Abril com jantar e exposição O Clube Militar de Macau acolhe esta quinta-feira as celebrações dos 50 anos da revolução portuguesa do 25 de Abril de 1974 que levou à queda do regime ditatorial do Estado Novo. Está agendado um jantar comemorativo que começa a partir das 18h30 com um cocktail, seguindo-se um momento musical com Zeca Li Silveirinha e Mariana Menezes. Além disso, será inaugurada uma exposição de fotografia intitulada “Lisboa, 25 de Abril de 1974”, com imagens de Álvaro e José Tavares. As inscrições para o jantar e espectáculo terminam amanhã e devem ser feitas junto dos responsáveis pela organização do evento, nomeadamente Manuel Geraldes, Pedro Vale de Gato, Lurdes de Sousa ou Carlos Wilson. Esta iniciativa conta ainda com o apoio da Casa de Portugal em Macau.
Hoje Macau EventosMúsica | Pianista macaense cria associação em prol da educação musical Catarina Amaral está há dez anos em Nova Iorque e decidiu criar a Opus One com Peter Chan e Shuyan Wong, também nascidos em Macau, a fim de desenvolver uma educação musical alternativa para o território com mais concertos, masterclasses e outros eventos gratuitos ou com custo reduzido A pianista macaense Catarina Amaral, a estudar em Nova Iorque, criou com outros dois músicos a associação de artistas Opus One, que quer contribuir para criar um ambiente “mais saudável” na educação musical em Macau. A razão que levou Catarina Amaral a partir há quase dez anos para os Estados Unidos, para estudar Música, é praticamente a mesma que a fez criar, em Outubro de 2021, a associação de artistas Opus One. Em Macau, onde nasceu, sentia falta de uma comunidade artística. E a educação musical tinha ainda muito caminho pela frente. “Está muito melhor do que antes, porque pessoas que estudaram fora voltaram para Macau e existem mais alunos a tocar muito melhor tecnicamente”, diz em entrevista à Lusa a macaense de 24 anos. No entanto, nota a pianista, com a “cultura de competição que se mantém entre os alunos” do território, que “sentem muita pressão”, a qualidade da música local acaba por ser “muito afectada”. Ao nível do currículo do ensino superior, considera, faltam programas interessantes, até “porque música não é só tocar”: “Tens muito mais do que só isso: artes, tens a história, a teoria, está tudo relacionado e Macau ainda não está a pôr estes pontos juntos. Ainda falta, mas está a começar”. A Opus One, constituída por Catarina e dois amigos, também pianistas de Macau, Peter Chan e Shuyan Wong, quer trazer algum equilíbrio a quem está a dar os primeiros passos neste mundo, através, por exemplo, de “mais educação via concertos, ‘masterclasses’ e outros eventos”, gratuitos ou de custo reduzido. “Em vez de tudo ser competição, em vez de se ter de pagar para as aulas, nós queremos mesmo que os alunos comecem a apreciar a música que eles próprios ouvem, que eles próprios veem, que não sejam só mandados praticar, mandados gostar de música”, explica. Primeiros acordes Um recital com a russa-americana Olga Kern, única mulher a alcançar nos últimos 50 anos o ouro na competição internacional de piano Van Cliburn, ou com o pianista canadiano Avan Yu, que deu ainda uma ‘masterclass’ a quatro crianças de Macau, foram algumas das actividades organizadas até agora pela Opus One. Todas com dinheiro do próprio bolso, já que a associação não conseguiu angariar fundos para apoiar as iniciativas. “Estes eventos, que começam por ser grátis ou a um preço baixo, ou a oportunidade [que as crianças têm] de conhecerem estes artistas e tocarem para estes artistas, pode influenciar os jovens a gostarem ainda mais de música. Pode até trazer um ambiente mais saudável para Macau”, reforça. Catarina Amaral concluiu a licenciatura e mestrado em Música na Manhattan School of Music, em Nova Iorque, e frequenta agora um segundo mestrado, em Educação, na Columbia University. Diz que, para o futuro, o que “queria mesmo era ensinar professores como ser professores”. “Não é só dizer aos alunos o que fazer, mas dizer aos alunos para explorarem o que eles querem fazer”, reforça. Para já, esta macaense, de origem portuguesa e chinesa, vai ficar nos Estados Unidos para um fazer o doutoramento. O regresso a Macau está nos planos, diz, até porque sente que quer dar algo de volta à comunidade. Quanto à associação, dedicada numa fase inicial mais à música e ao piano, a ideia passa por contactar com outros instrumentos e artes. Pintura e moda são algumas das áreas de interesse e com “talentos não descobertos”. “Macau tem muito talento, tem muitas pessoas com muito talento e que não são faladas, não são dadas a conhecer ao público. Por isso são também comunidades que queremos incluir”, diz.
Hoje Macau EventosFundação Oriente promove encontro para partilhar o “que se faz de melhor” em Macau e Goa O 1.º Encontro de Delegações da Fundação Oriente (FO), que se realiza em Macau por ocasião do 25 de Abril, é uma “primeira aproximação” entre as representações e “uma rampa de lançamento” para maior intercâmbio. “Tivemos aqui uma ideia de aproximação, uma primeira aproximação, não só para trocar experiências entre nós, delegados (…) mas isto foi uma coisa que nasceu (…) do interesse que temos em aprender com aquilo que se faz de melhor em cada um desses sítios”, disse à Lusa a delegada da Fundação Oriente em Macau, Catarina Cottinelli. A decorrer entre 24 e 29 de Abril, esta primeira edição junta apenas Macau e Goa, estando a delegação de Timor-Leste ausente devido a compromissos. Nadia Rebelo, Franz Schubert Cotta e Omar de Loiola Pereira, três músicos de Goa, sobem ao palco, na Casa Garden, Macau (27 de Abril), e no Clube Lusitano, em Hong Kong (28 de Abril), para dois concertos que incluem temas de fado e de mandó, género musical goês. Está prevista ainda uma conferência sobre o trabalho da Fundação Oriente na Índia, com incidência na recuperação de património cristão no estado indiano de Goa e no apoio e promoção do ensino de português. “A fundação aqui também tem o papel não só dessa manutenção do património, dessas ligações a Portugal, mas também tudo o que seja o incremento dos laços entre Portugal e Índia, mais concretamente em Goa. E, além dessa recuperação, também temos vindo pontualmente a suportar ou apoiar o governo de Goa na recuperação de algum património hindu”, disse à Lusa o delegado da FO Goa, Paulo Gomes. O encontro na região chinesa, onde Catarina Cottinelli diz esperar elevar a cumplicidade entre as representações, é também uma oportunidade para dar a conhecer as comunidades com quem trabalham e até “a própria estratégia” para as respectivas regiões, “que é um pouco diferente” e adaptada “a cada contexto”. “A fundação [em Macau], hoje em dia, tem um papel mais na vertente cultural, do intercâmbio cultural, de promover as actividades que fazemos aqui, promover justamente uma relação maior com a cultura chinesa e portuguesa, e, neste caso, a cultura de Macau”, explicou. Olhar para a frente Cottinelli já pensa em encontros futuros, na Índia e em Timor-Leste, e assegura que as ideias existem, nomeadamente a realização de residências artísticas. “Por que não trazermos artistas de Goa e vice-versa”, sugeriu, avançando ainda a possibilidade de levar artistas de Macau que queiram fazer investigação em Goa. Já Paulo Gomes admite que este primeiro evento pode ser uma “rampa de lançamento” para a realização de “duas ou três actividades anuais que envolvam as três delegações”. A Fundação Oriente nasceu em 18 de Março de 1988 como uma das contrapartidas impostas pela então administração portuguesa em Macau à concessão em regime de exclusividade da exploração do jogo no território. Desenvolve acções culturais, educativas, artísticas, científicas, sociais e filantrópicas, com vista à valorização e à continuidade das relações históricas e culturais entre Portugal e o Oriente. Após a abertura da delegação da FO em Macau, em 1988, seguiu-se Goa, em 1995, e Timor-Leste, em 2002.
Hoje Macau EventosCCM | Concerto de homenagem a Rachmaninoff no sábado O grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) recebe no próximo sábado, a partir das 20h, “Homenagem a Rachmaninoff”, um concerto da Orquestra de Macau (OM) dirigido pelo maestro húngaro Gábor Káli. Os músicos da orquestra local vão tocar neste espectáculo três obras de Sergei Rachmaninoff “raramente interpretadas”, segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), nomeadamente “Sinfonia Juvenil em Ré menor”, “Concerto para Piano e Orquestra N.º 4 em Sol menor” e “Sinfonia N.º 1 em Ré menor”. O público poderá, assim, desfrutar de uma “visão única das obras desta figura icónica da escola da música romântica russa”. O maestro húngaro Gábor Káli foi o vencedor do primeiro prémio e do Prémio de Orquestra da primeira edição do Hong Kong International Conducting Competition em 2018. Assumiu o cargo de director musical assistente e maestro principal do Teatro Estadual de Nuremberga, na Alemanha, e o de maestro convidado da Ópera Estatal Húngara, em Budapeste, por várias vezes. Outro destaque do concerto é a pianista francesa Marie-Ange Nguci, que ingressou no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris aos 13 anos e completou o curso de mestrado de música em Execução de Piano aos 16 anos. Segundo o IC, “a sua técnica excepcional, musicalidade extraordinária e visão colocaram-na na vanguarda do sector musical”.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Ciclo exibe filmes do sul-coreano Hong Sang-soo até Maio Um total de dez películas com a assinatura do realizador Hong Sang-soo podem ser vistas na Cinemateca Paixão até 11 de Maio. O ritmo vagaroso com que conta histórias de amor e dilemas do quotidiano da Coreia do Sul são características do realismo doméstico típico dos seus filmes Arrancou na última semana na Cinemateca Paixão um ciclo de cinema inteiramente dedicado ao realizador sul-coreano Hong Sang-soo, que começou a ficar conhecido no cinema asiático e mundial em meados dos anos 1990. “Realizador em Destaque: Exibição Temática de Filmes de Hong Sang-soo” apresenta ao público de Macau um conjunto de dez filmes, incluindo a longa-metragem com a qual se estreou nos grandes ecrãs: “The Day a Pig Fell Into the Well” [O Dia em que o Porco caiu no Poço], que teve uma única exibição no último sábado. Contudo, os restantes filmes terão direito a duas exibições para que os fãs não percam a oportunidade de conhecer de perto o trabalho do realizador. Ainda esta quarta-feira serão exibidos, às 19h30, a curta-metragem “Lista” e o filme “A Colina da Liberdade”, este último de 2014. “Necessidades de Uma Viajante”, filme deste ano, exibe-se no próximo sábado às 16h30. Esta película, que ganhou o Urso de Prata no Festival Internacional de Cinema de Berlim, além de ter marcado presença no Festival Internacional de Cinema de Hong Kong, conta a história de uma mulher francesa que tocava flauta de bisel num parque para sobreviver, mas que acaba por se tornar docente de francês de duas mulheres. A filme conta com a participação da actriz Isabelle Huppert. Também no próximo sábado, às 21h30, passa o filme “Recordando a Porta Giratória”, feito em 2002, e que é novamente exibido no dia 11 de Maio às 21h30. No domingo, às 19h30, exibe-se “Na Praia À Noite Sozinha”, centrando-se nas deambulações da actriz Younghee devido a uma relação com um homem casado. “A Romancista e o seu Filme”, com uma primeira exibição na última quinta-feira, volta a ser exibido no domingo, 28 de Abril, às 21h30. Este filme conta a história de uma romancista que faz uma longa viagem para visitar uma livraria gerida por uma colega com a qual perdeu o contacto. Numa ocasião, ao subir sozinha uma torre, cruza-se com um realizador de cinema e a mulher, que a convence a fazer um filme. Contudo, uma série de peripécias, que culmina com uma bebedeira, altera o rumo dos acontecimentos. “A Romancista e o seu Filme” ganhou um Urso de Prata na edição de 2022 do Festival Internacional de Cinema de Berlim, além de ter marcado presença nos festivais de Nova Iorque e Busan. Dias de Maio A Cinemateca Paixão exibe também “O Dia em que Ele Chegar”, pela segunda-vez a 5 de Maio. O filme de 2011, que marcou presença em Cannes, centra-se em torno de Seongjun, que vai para Seul ter com um amigo próximo. Quando este não atende o telefone, Seongjun decide passear na zona de Seul em que vive o seu amigo, Bukchon, encontrando uma actriz que conhecia. Ao descer até outra zona de Seul, Insadong, Seongjun, que era realizador de cinema, trava conhecimento com várias pessoas, vendo-se obrigado a enfrentar as consequências das suas decisões. Depois de se estrear com a longa-metragem de 1996, Hong Sang-soo realizou, em 1998, “O Poder da Província Kangwoo”, que volta a ser exibido na Cinemateca Paixão no dia 3 de Maio, às 21h30, depois de uma primeira exibição ontem. Com este filme, o realizador sul-coreano venceu os Prémios Dragão Azul nas categorias de melhor realizador e melhor argumento, além de ter marcado presença, em 2000, no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary “A Nossa Sunhi”, exibido a 2 de Maio às 19h30, também gira em torno de uma personagem que faz filmes. Neste caso é Sunhi, que vai à sua antiga escola pedir uma carta de recomendação a um docente, com o intuito de prosseguir estudos em cinema nos Estados Unidos. Mas esse pedido faz com que Sunhi se reencontre o ex-namorado e o director que se formou na mesma escola que ela, gerando-se um interesse romântico de ambos pela protagonista. Finalmente, a 9 de Maio, será exibido “Nos Nossos Dias”, centrado na vida de uma mulher de cerca de 40 anos que vive temporariamente em casa de uma amiga que, por sua vez, está a criar um gato. Há ainda outro idoso, na casa dos 70 anos, que vive sozinho e sofre com a morte do seu gato. A trama prossegue em torno destas histórias de vida. Hong Sang-soo formou-se em cinema na Coreia do Sul, Califórnia e Chicago. Ao longo da carreira, os seus filmes tiveram como foco relatos de vidas e relações modernas, condimentados com pitadas de humor negro. Os bilhetes normais para uma sessão custam 60 patacas, enquanto estudantes e idosos têm desconto de 50 por cento.