Hoje Macau Eventos10 de Junho | Nova mostra de cinema este fim-de-semana Ainda a propósito das celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, a Casa Garden acolhe, a partir de hoje, um ciclo de cinema português que inclui a curta-metragem de animação “Ice Merchants”, nomeada para os Óscares. Mas também há longas para ver, no total de cinco sessões Mais um ano, mais uma ronda de cinema. É assim sempre que o Verão se aproxima e se comemora o 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Desta vez, a sétima edição da “Mostra de Cinema Português em Macau” traz curtas e longas metragens, numa diversidade que já habituou o público local. A intenção é trazer películas de qualidade e premiadas, destacando-se no cartaz deste ano a curta de animação “Ice Merchants”, que subiu ao palco dos Óscares. Organizada pela Fundação Oriente, a Portugal Film – Agência Internacional de Cinema Português e o festival IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema, entre outras entidades, a mostra traz um total de cinco sessões que se apresentam ao longo deste fim-de-semana, terminando no domingo. A curadoria do festival está a cargo de Margarida Moz, directora da Portugal Film. Segundo um comunicado, o que se pretende com esta mostra é “não apenas mostrar os filmes portugueses pelo mundo, mas também dar a conhecer a linguagem própria da cinematografia nacional e os seus agentes”, incluindo realizadores, actores, equipas técnicas e produtores”. Propõe-se, assim, “incluir a participação dos agentes criativos nesta mostra”, é referido. O dia de hoje começa às 19h com o filme “Greice”, de Leonardo Mouramateus. Trata-se de um filme de 1h10 minutos que teve “forte presença internacional” no ano passado e também este ano, tendo estreado no International Film Festival Rotterdam. “Greice” foi exibido em importantes festivais de cinema como o Kino Pavasaris, FILMADRID e Transilvania IFF. Em Portugal, o filme venceu o “Prémio de Melhor Realização” no Festival IndieLisboa (2024), e no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba (2024, Brasil) conquistou três prémios principais, incluindo o de “Melhor Longa-Metragem”. Vendedores de gelo O dia de amanhã começa na Casa Garden às 17h com uma sessão especial, exibindo a curta-metragem “Ice Merchants”, de João Gonzalez, que foi seleccionada para a 95.ª edição dos Prémios da Academia, ou seja, os Óscares, nomeadamente para a categoria de “Melhor Curta-Metragem de Animação”, tornando-se no único filme português a alguma vez ser nomeado para esta importante iniciativa do cinema mundial. Segue-se “A Solo”, de Carolina Rosendo, um filme de 16 minutos feito no ano passado a propósito da formatura da realizadora na Escola de Teatro e Cinema de Lisboa. O projecto de Carolina Rosendo ganhou alguns prémios internacionais e foi nomeado pela Academia Portuguesa de Cinema para o “Prémio Sophia Estudante”, este ano. Destaque ainda para a exibição de “Atom & Void”, de Gonçalo Almeida. Esta curta de ficção, com apenas nove minutos de duração, estreou no Fantastic Fest (2024), nos EUA, onde ganhou uma “Menção Honrosa” do Júri. Na Europa, a sua estreia aconteceu no Sitges International Fantastic Film Festival of Catalonia (2024), um dos maiores e mais importantes festivais de cinema fantástico do mundo. Em Portugal, foi recentemente nomeado pela Academia Portuguesa de Cinema para os Prémios Sophia (2025) na categoria de “Curta-metragem de Ficção”. Sensações e outras histórias O cartaz desta mostra de cinema faz-se ainda com “Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, que explora os géneros de animação e documentário, em apenas 12 minutos. Este filme foi pré-selecionado para a 97.ª edição dos Óscares deste ano, mas não chegou à lista dos cinco finalistas. Porém, “Percebes” conta já com 18 prémios internacionais no currículo, bem como 130 selecções nos mais prestigiados festivais internacionais de cinema. A Casa Garden acolhe também “As Minhas Sensações São Tudo o que Tenho para Oferecer”, de Isadora Neves Marques, que até está actualmente em Hong Kong a trabalhar na sua primeira longa-metragem. Este filme estreou no Festival de Cannes, na “Semaine de La Critique”, no ano passado, e desde então tem viajado para outros prestigiados festivais internacionais. Ainda no sábado, e depois de todas estas apresentações, o dia encerra-se com o último filme, exibido a partir das 19h. Trata-se de “Estamos no Ar”, de Diogo Costa Amarante. O filme estreou no International Film Festival Rotterdam (2024) e desde então tem percorrido o Brasil e os principais festivais da Europa, onde foi premiado. Foi recentemente nomeado pela Academia Portuguesa de Cinema para o Prémio Sophia de Melhor Actriz Principal (2025), devido à “magnífica” interpretação da protagonista, Sandra Faleiro. Cinema dominical O último dia desta mostra arranca às 17h com a exibição do documentário “A Savana e a Montanha”, de Paulo Carneiro. A película estreou no Festival de Cannes, na “Quinzaine des Cinéastes”, em 2024, e desde então tem viajado sobretudo pela América Latina, mas também pela Europa e Ásia. A partir das 19h, exibe-se “Sempre”, de Luciana Fina, também ele um documentário. A estreia fez-se na 81ª Mostra Internazionale d’Arte Cinematografica La Biennale di Venezia no ano passado e está agora a ser seleccionado para festivais na Europa e na América Latina.
Hoje Macau EventosLiteratura | Giorgio Sinedino vence 18ª edição do Special Book Award of China Giorgio Sinedino, tradutor e sinólogo radicado em Macau, venceu a 18ª edição do Special Book Award of China, um dos “mais importantes prémios da China oferecido a estrangeiros no campo das publicações”, destaca o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. Este prémio é atribuído há 20 anos Já é conhecido o vencedor do 18º prémio “Special Book Award of China”. Trata-se de Giorgio Sinedino, sinólogo e tradutor, e que foi assessor do antigo Chefe do Executivo, Chui Sai On. Autor de uma vasta obra de tradução de poesia e cultura chinesa, Giorgio Sinedino é docente no departamento de português da Universidade de Macau. Além disso, é também membro do Conselho Executivo da Associação Confuciana Internacional e vogal do Conselho Mundial de Sinólogos. Segundo um comunicado divulgado pelo Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, este é “o mais importante prémio da China oferecido a estrangeiros no campo das publicações”, sendo que em 20 anos foram destacados 219 tradutores, editores e autores oriundos de 63 países. O prémio atribuído a Giorgio Sinedino, pelas “suas importantes contribuições”, foi entregue ao visado na terça-feira, em Pequim. Na cerimónia, o tradutor destacou “as impressões sobre a sua trajectória no intercâmbio entre a China e os países de língua portuguesa”, reiterando “o empenho em dar continuidade a tal trabalho”. A mesma nota dá conta que Giorgio Sinedino, “nas diversas instituições por que passou, empenhou-se de forma consistente na divulgação da cultura chinesa tradicional, promovendo o conhecimento e compreensão desse legado no exterior”, além de fomentar “o diálogo e troca de experiências entre a China e outras civilizações”. O lugar da experiência A mesma nota dá conta do vasto currículo que Giorgio Sinedino apresenta na área de tradução e investigação de clássicos chineses, já que, desde 2012, começou a publicar no Brasil edições comentadas de escritos como “Os Analectos”, “Dao De Jing de Laozi com as Glosas do Senhor às Margens do Rio” e “O Imortal do Sul da China – Uma Leitura Cultural do Zhuangzi”. “Os Analectos” foram a “primeira edição comentada em língua portuguesa a ser traduzida directamente do chinês arcaico”, sendo que, “durante mais de dez anos, permaneceu a única do género disponível no mercado numa língua ocidental”. Além disso, é considerada “um novo clássico da tradução”, tendo já vendido 200 mil cópias. No ano passado, as três obras aqui referidas ganharam novas edições na China, tendo sido acrescentadas à colecção “Compreendendo a China”, da editora pública “Edições em Línguas Estrangeiras”. Na mesma nota é também referido que estes livros “afirmaram-se como realizações notáveis no campo dos intercâmbios culturais entre a China e os países de língua portuguesa, colmatando importantes lacunas no campo da publicação de clássicos chineses no mundo lusófono”. Estão em causa os “méritos singulares” do premiado, conquistados “na tradução de obras clássicas antigas”, sendo que os organizadores do prémio não esquecem o facto de Giorgio Sinedino ter vindo a “buscar novas direcções, expandido as suas especialidades para incluírem também a literatura moderna da China”. O trabalho de Lu Xun O Gabinete de Ligação destaca também o novo trabalho de Giorgio Sinedino publicado este mês, no Brasil, dedicado à poesia de Lu Xun, que se intitula “Grito de Lu Xun – Tradução dramatizada e estudos críticos de Giorgio Sinedino” e que tem a chancela da Editora 34. A obra resultou de “quatro anos de investigação e de experimentação”, e contou com o apoio do Ministério da Educação da China, do Museu Lu Xun de Pequim, da Fundação de Investigação sobre Lu Xun e Cultura Mundial, bem como da Fundação Feng Zikai. Destaca-se que “o texto final foi calibrado para corresponder ao perfil dos leitores de língua portuguesa”, sendo que, no processo de tradução, Giorgio Sinedino “seguiu certos padrões da literatura desse idioma e conjugou os hábitos de leitura e preferências estilísticas de seu público, produzindo uma recriação fiel do clássico de Lu Xun”. Esta “dramatização” exigiu o uso, por parte do autor premiado, de “um novo método de tradução literária, no qual se quebram as convenções habituais da tradução”. Houve, assim, o “reforço do texto original consoante o impacto das situações dramáticas e a tensão das caracterizações”, atribuindo “uma nova vitalidade às histórias já canonizadas daquele grande escritor chinês”. Nesse contexto, “Sinedino expressou sua confiança de que seu novo trabalho propiciará uma nova experiência de leitura para os aficcionados lusófonos da literatura chinesa”, destacou. Giorgio Sinedino também se tem destacado nas edições em Macau, tendo lançado, em 2022, na Fundação Rui Cunha, o livro “Confúcio – O Fundador da Tradição”, uma iniciativa do Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português da Universidade de Macau (UM).
Hoje Macau EventosFRC | Grande Baía na relação com a Europa em debate hoje Decorre hoje, a partir das 18h30, mais um debate em torno da Grande Baía, projecto económico e político de Pequim que reúne 11 cidades: Macau, Hong Kong e 9 cidades da província de Guangdong. A Fundação Rui Cunha acolhe a conversa que visa perceber como se pode estabelecer uma relação frutífera com a Europa. É a “2ª Mesa Redonda da Região da Grande Baía – Europa” A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h30, mais uma sessão do ciclo de debates “Greater Bay Area” [Área da Grande Baía], promovida pelo CREDDM – Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau, e que se intitula “2ª Mesa Redonda da Região da Grande Baía – Europa”. O evento de hoje reúne, segundo uma nota da FRC, “líderes empresariais e especialistas num encontro sobre as oportunidades e desafios que moldam as relações entre a Europa e a China, com especial enfoque nas cidades da Grande Baía: Guangdong, Hong Kong e Macau”. Nesta fase, destaca a FRC, “as relações Europa-China encontram-se num momento crucial no meio das mudanças no cenário geopolítico global, incluindo as trazidas pela Administração Trump”, já que Donald Trump cumpre um segundo mandato à frente dos destinos da Casa Branca. É também nesta fase que se celebram os 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre a República Popular da China e a União Europeia, sendo que ambas as partes se preparam para a tão aguardada cimeira UE-China, prevista para Julho. Desta forma, o debate pretende dar respostas a questões como “que papéis podem Macau, Hong Kong e a Região da Grande Baía desempenhar neste cenário em evolução?”, ou “Quais são as perspectivas para o comércio, o investimento e as trocas interpessoais sino-europeias?”. Muitas expectativas Segundo a FRC, o debate pretende também analisar “as expectativas geradas pela Cimeira UE-China do próximo mês”, sendo que “os participantes serão convidados a comentar a exposição da Grande Baía às actuais fricções comerciais internacionais e outras disputas económicas, nas perspectivas de Guangdong, Macau e Hong Kong”. Haverá ainda outros tópicos abordados na conversa de hoje à tarde, como “o acesso das empresas europeias ao mercado da China continental e vice-versa, a contribuição da Grande Baía para o comércio e investimento China-UE no sector dos serviços”, ou ainda “os desafios para Macau e Hengqin, as oportunidades para as pequenas e médias empresas e propostas ou sugestões para o reforço dos laços sino-europeus”. Os oradores e convidados são personalidades locais que, habitualmente, reflectem, trabalham e analisam estes temas, como é o caso Rui Pedro Cunha, presidente da Câmara de Comércio Europeia em Macau e Klaus Zenkel, vice-presidente da Câmara de Comércio Suíça do Sul da China e membro do Conselho para o Sul da China da Câmara de Comércio da União Europeia na China. Destaque também para a presença de Li Xiaoying, vice-reitor do Instituto de Estudos de Desenvolvimento Guangdong-Hong Kong-Macau e professor de Economia na Universidade Sun Yat-Sen, ou ainda Marco Wai, representante-chefe de Hong Kong e da Grande Baía na “8 Hours Ahead”, sendo ainda membro do Grupo de Investigação de Políticas da Cimeira da Juventude de Macau. Jorge Costa Oliveira participará no debate via zoom, a partir de Portugal. Actualmente consultor e ex-Secretário de Estado da Internacionalização da Economia Portuguesa, Jorge Costa Oliveira viveu em Macau e esteve ligado, na qualidade de jurista, ao sector do jogo, conhecendo bem o território. A conversa será orientada e moderada por José Sales Marques, ex-presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau e José Carlos Matias, director da revista Macau Business.
Hoje Macau EventosFundação Oriente inicia ciclo documental asiático sobre Goa A Fundação Oriente (FO), em Lisboa, inicia esta sexta-feira um ciclo de cinema documental intitulado “Goa em Foco – Vozes e Visões Documentais”; entre os dias 4 e 11 de Julho; 5 e 12 de Setembro e depois entre 3 e 10 de Outubro, sempre a partir das 18h. Segundo o programa oficial, o ciclo centra-se “na produção de realizadores e produtores goeses e revela a diversidade cultural, social e histórica deste território”. Além disso, “a par da exibição de filmes, o ciclo promove debates com cineastas e especialistas, afirmando o papel do documentário na resistência ao esquecimento e valorização das identidades plurais que definem Goa”. O “Goa em Foco” pretende afirmar-se “como uma mostra relevante ao panorama do cinema documental, ao concentrar-se na produção de realizadores e produtores goeses e, assim, relevar a diversidade cultural, social e histórica deste território”. “Através das narrativas visuais densas e multifacetadas, a selecção de documentários propõe uma viagem pelas memórias históricas de Goa, mas também pelo pulsar contemporâneo da sua sociedade, capturando o quotidiano, o sentido de pertença e as profundas transformações sociais e políticas que marcaram as últimas décadas”, lê-se ainda no programa. A voz de Aquino O filme exibido esta sexta-feira, “Enviado Especial”, da autoria de Nalini Elvino de Sousa foi realizado em 2018. Trata-se de um projecto que retrata a história de Aquino de Bragança, um intelectual e jornalista indiano que teve como objectivo de vida lutar contra o colonialismo e ajudar Goa e todos os países africanos a obter a independência e a paz. É também a história da sua amizade com Samora Machel, que foi tragicamente selada por um acidente de avião, a 19 de Outubro de 1986, onde ambos perderam a vida. No dia 4 de Julho apresenta-se “As Maçãs Azuis”, de Ricardo Leite; “A Dama de Chandor”, de Catarina Mourão, chega a 11 de Julho; enquanto “I Am Nothing, Vamona Navelcar”, de Ronak Kamat, exibe-se no dia 5 de Setembro. O cartaz prossegue com “Saxtticho Koddo: O Celeiro de Salcete”, de Vince Costa, exibido a 12 de Setembro; “A Delicate Weave”, de Anjali Monteiro e K.P. Jayasankar, marcado para 3 de Outubro; e ainda “Outra Goa”, filme do ano passado da autoria de Rosa Maria Perez, exibido a 10 de Outubro. Este documentário, da RTP2, “revela uma Goa desconhecida”. “Goa tem sido objecto de interesse privilegiado pelas ciências sociais e pelas humanidades, pelo cinema (particularmente de Bollywood) e pela literatura. As representações sobre este estado da Índia têm, todavia, adoptado uma perspectiva dominantemente lusocêntrica: a ideia de que Goa é maioritariamente católica, de língua e cultura portuguesas e, nesta medida, um prolongamento de Portugal na Índia”, explica o programa. Porém, “a Goa contemporânea força-nos, todavia, a um redimensionamento permanente de expectativas criadas pelos textos, pelos media e outros, e convida-nos a aceitar que, como Embree disse uma vez sobre a Índia, ela é uma cultura em formação onde as relações entre indivíduos e grupos são moldadas numa atmosfera social singularíssima”, lê-se ainda.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | Imagens de Jorge Veiga Alves celebram Macau em Lisboa A Casa de Macau em Lisboa apresenta, na próxima segunda-feira, 23, o projecto fotográfico “À Procura de Macau”, da autoria de Jorge Veiga Alves, ex-residente de Macau e fotógrafo amador. O principal objectivo deste evento é celebrar o Dia de Macau e das Casas de Macau, data marcada no calendário a 24 de Junho Junho é o mês de celebrar Macau e o seu santo padroeiro, São João Baptista, nomeadamente no dia 24 de Junho, conhecido como o Dia da Cidade, em comemoração da vitória sobre os holandeses em 1622, na Batalha de Macau. É assim, num mês já com muito calor e pautado pelos Santos Populares que se celebra a tradição e a história de Macau, algo também feito, este ano, pela Casa de Macau em Lisboa, desta vez com recurso à fotografia. Assim, apresenta-se, na próxima segunda-feira, 23, o fotoprojecto da autoria de Jorge Veiga Alves, ex-residente do território e fotógrafo, intitulado “À Procura de Macau”. A partir das 16h30 podem ver-se imagens da Macau de um outro tempo. Segundo uma nota da Casa de Macau, trata-se de um evento que “simboliza a data festiva do dia de Macau e das Casas de Macau (24 de Junho)”, podendo o público participante ver “o trabalho foto-artístico das imagens e sensações capturadas ao longo de décadas distintas de pré e pós transição, recuperando memórias ao mesmo tempo que nos vai oferecendo a exaltação de uma Macau sempre presente em nós”. A apresentação digital de fotografias feitas em Macau percorre os anos de 1986-1994, 2005-2016 e 2024, tendo sido apresentada no Centro UNESCO de Macau da Fundação Macau e na Fundação Rui Cunha. As imagens serão apresentadas em 190 slides, e pretende-se dar respostas às questões “como era Macau no final da década de 80-princípios da década de 90” e ainda “como evoluiu ao longo do tempo aos olhos de um português curioso em tentar conhecer a cultura chinesa, as marcas portuguesas em Macau e a interacção entre as duas comunidades”. Desta forma, o público poderá ver o contraste entre o analógico e o digital, pois as fotografias feitas no período 1986-1994 foram captadas em modo analógico, tendo sido digitalizadas e alvo de alguma recuperação e tratamento em pós-produção digital. As imagens mais actuais foram já todas feitas no formato digital. Jorge Veiga Alves confessou: “Ao longo dos anos procurei evoluir na minha técnica fotográfica, todavia, algo tem permanecido constante: a admiração e afecto pela singular História de Macau e do que foi produzido nesse percurso, pela sua riquíssima cultura multifacetada e de convivência multisseculares, pelas suas gentes e locais”. Economista criativo Apesar de ser licenciado em Economia, Jorge Veiga Alves sempre teve uma grande paixão pela imagem. Exerceu grande parte do tempo da sua actividade profissional no Banco de Portugal, mas durante oito anos (de 1986 a 1994) esteve requisitado pelo Governo de Macau para trabalhar na AMCM – Autoridade Monetária e Cambial de Macau. Fotógrafo amador que entrou, no início da década de 70, no maravilhoso mundo da fotografia através do modo analógico, fez fotografia submarina e foi totalmente conquistado pelo modo digital. Participou em exposições e apresentações audiovisuais de fotografia colectivas e individuais. Em 2017, realizou uma apresentação digital de fotografias na Casa de Macau em Portugal com o título “Macau: Um Olhar de Jorge Veiga Alves”. Criou o projecto “À Procura de Macau /Searching for Macau” que abrange a recuperação, divulgação e disponibilização de imagens em fotografia e vídeo que fez em Macau quando aí residiu e quando revisitou. Este projecto foi concretizado na realização de diversas iniciativas, nomeadamente, exposições e apresentações digitais de fotografias e a disponibilização de imagens a diversas instituições em Portugal e em Macau com o objectivo de preservação de memórias e utilização e divulgação com fins científicos e culturais sem fins lucrativos. Grande parte do seu espólio de imagens feitas em Macau está depositado na Biblioteca digital do CCCM – Centro Científico e Cultural de Macau. Diversas fotografias da sua autoria estão presentes em sítios e instituições nacionais e internacionais, nomeadamente no sítio “Memória de Macau” da Fundação Macau, no Arquivo de Macau e no Museu de Arte de Macau. Algumas fotografias foram distinguidas em concursos nacionais e internacionais.
Hoje Macau EventosMuseu de Macau | Cultura de Gansu exposta até Julho Até ao dia 13 de Julho, estará patente no Museu de Macau uma exposição inteiramente dedicada à cultura chinesa. Trata-se de “Génese e Espírito – Mostra do Património Cultural Intangível de Gansu”, que “apresenta a cultura de Longyuan e o encanto da Rota da Seda”, segundo a descrição do Instituto Cultural Foi inaugurada no fim-de-semana a exposição “Génese e Espírito – Mostra do Património Cultural Intangível de Gansu”, patente no Museu de Macau até ao dia 13 de Julho. A mostra integra-se nas celebrações do Instituto Cultural (IC) do “Dia do Património Cultural e Natural da China” de 2025. Pretende-se, segundo uma nota divulgada pelo IC, “aprofundar o intercâmbio e a cooperação entre o Interior da China e Macau no domínio do património cultural intangível”, além de que esta mostra ajuda Macau a “desempenhar activamente o papel de ‘Uma Base’ na promoção da excelente cultura tradicional chinesa”. Inaugurada no sábado, a iniciativa cultural conta com o apoio de diversas entidades, nomeadamente o IC e o Departamento da Cultura e Turismo da Província de Gansu, sendo ainda co-organizada pelo Centro de Protecção do Património Cultural Intangível da Província de Gansu e pelo Grupo de Música e Dança da Província de Gansu, contando com tantos outros apoios. Situada no curso superior do Rio Amarelo, a Província de Gansu constitui um trecho importante da antiga Rota da Seda, onde diversas culturas convergiam e se misturavam, dando origem a uma rica variedade de património cultural intangível, com fortes caraterísticas regionais e diversidade étnica. Esse património, que tem vindo a ser continuamente acumulado, transmitido e desenvolvido, “tornou-se um tesouro para a nação chinesa”, aponta o IC. Muitas actividades Até ao dia 13 de Julho decorrem várias actividades em torno da exposição, nomeadamente actuações, demonstrações de técnicas artesanais e workshops experimentais, pretendendo-se exibir “o rico e diversificado património cultural intangível da Província de Gansu, para que o público possa experimentar a cultura de Longyuan e o encanto da Rota da Seda”. Terminam hoje as demonstrações de técnicas artesanais e vendas de produtos do património cultural intangível no Museu de Macau, onde transmissores de Gansu apresentam a essência das técnicas incorporadas no património cultural intangível da sua província, permitindo ao público experimentar a herança e a criatividade desse património cultural intangível. Relativamente à mostra propriamente dita, apresenta-se “sachês de fragrância de Qingyang, esculturas em tijolo de Linxia, esculturas coloridas de Dunhuang, taças luminosas esculpidas e outras obras, em quatro secções, nomeadamente, ‘Baladas de Longyou’, ‘Rios Turbulentos’, ‘Flores de Dunhuang’ e ‘Brisa Eterna ao longo da Rota da Seda’”. Pretende-se, com a exposição “mostrar o encanto único das técnicas artesanais do património cultural intangível da Província de Gansu”, além de que decorrem hoje as “Actuações do Património Cultural Intangível de Gansu 2025”, às 19h30 no Largo do Senado e, à mesma hora, no Jardim do Mercado de Iao Hon. Aqui o público pode esperar “programas emocionantes como canções folclóricas de Hua’er, canto acompanhado por longtouqin (harpa de estilo chinês com cabeça de dragão), e artes marciais da escola Kongtong”.
João Luz EventosComédia | Jimmy O. Yang actua pela primeira em vez Macau no Broadway Os dias 4, 5 e 6 de Julho merecem estar reservados no calendário dos fãs de stand-up comedy de Macau. Jimmy O. Yang, o comediante de Hong Kong que entra em séries como “Silicon Valley” e “Space Force”, vai actuar no Broadway Theatre. Os bilhetes estão à venda a partir de hoje e custam entre 480 e 880 patacas “Tenho algo grande para anunciar: Macau, Ou Mun, vou aí estar entre 4 e 6 de Julho para três espectáculos. Vão ser os meus primeiros espectáculos em Macau. Os bilhetes vão estar à venda no dia 13 de Junho. Até já, Macau!” Foi desta forma que o comediante Jimmy O. Yang anunciou nas redes sociais que vai trazer o seu espectáculo de stand-up comedy pela primeira vez a Macau. Os espectáculos estão marcados para o Broadway Theatre. Nos dias 4 e 5 de Julho têm início às 20h30 e no dia 6 de Julho, domingo, a sessão começa às 15h. Os bilhetes estão à venda a partir de hoje e custam entre 480 e 880 patacas. Antes dos espectáculos em Macau, Jimmy O. Yang irá actuar na sua terra natal, Hong Kong, com cinco espectáculos já esgotados no Coliseu da cidade vizinha, entre hoje e domingo, com duas matinés pelo meio. Com 38 anos de idade, o comediante tem já uma carreira longa, não só na comédia de palco, mas principalmente em série de televisão e cinema. A popularidade da comédia da HBO “Silicon Valley” apresentou Jimmy O. Yang ao mundo, interpretando um membro de uma equipa de programadores informáticos que tenta a sua sorte no mundo bilionários das aplicações móveis. Outro papel recorrente no currículo de Jimmy O. Yang, foi na série da Netflix “Space Force”, onde contracena com actores como Steve Carell, John Malkovich, Ben Schwartz, Diana Silvers, Lisa Kudrow e o seu pai Richard Ouyang. O comediante de Hong Kong entrou ainda em séries como “Os Simpsons”, “It’s Always Sunny in Philadelphia”, “American Dad”, entre outras. Na sétima arte Em cerca de 12 anos, Jimmy O. Yang entrou em mais de duas dezenas de filmes. Na sua filmografia há algumas longas metragens incontornáveis, como “Crazy Rich Asians”, “Love Hard”, “Like a Boss” e animações como “The Monkey King”, onde dá voz ao protagonista, “Minions: The Rise of Gru”, “The Lego Movie 2” e “Wish Dragon”. No meio da uma carreira no palco e nos grandes e pequenos ecrãs, Jimmy O. Yang ainda teve tempo para escrever um livro: “How to American: An Immigrant’s Guide to Disappointing Your Parents”. A obra não só descreve um pouco a sua vida, enquanto alguém que no início da adolescência se muda de Hong Kong para a Califórnia, onde já tinha família, mas também desvenda os temas que costuma abordar nos espectáculos de stand-up comedy. Na introdução do livro, o comediante dá algumas pistas sobre o seu percurso e o impacto que teve na sua família. “Recusei um emprego na área financeira para me dedicar à carreira de stand-up comedy. O meu pai pensou que eu tinha enlouquecido. Mas apercebi-me que mais valia desiludir os meus pais durante alguns anos, do que desiludir-me o resto da minha vida. Tive de os desiludir para poder dedicar-me ao que amava fazer. Essa foi a única forma que arranjei para poder comer o meu bolo de nabo chinês e a tarte de maçã americana ao mesmo tempo.” Jimmy O. Yang nasceu em Hong Kong no Verão de 1987, depois de os seus pais se terem mudado de Xangai para a região vizinha. Em 2000, quando o comediante era um jovem de 13 anos, a família mudou-se para Los Angeles, onde vivia uma tia e uma avó do jovem. Em 2009, formou-se em Economia na Universidade da Califórnia, em San Diego. Na cerimónia de entrega dos diplomas no ano em que completou a licenciatura, o orador principal foi Mike Judge, o autor da série “Silicon Valley”.
Andreia Sofia Silva EventosConsulado | Sara Augusto apresenta livro e exposição sobre Camões “Vasto Império do Coração” é o título do livro que Sara Augusto apresenta na próxima quarta-feira. A obra, acompanhada por uma exposição focada na presença de Camões em Macau, faz parte do cartaz de celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas Macau continua a celebrar a portugalidade e o poeta maior da língua portuguesa, Luís de Camões, com vários eventos e protagonistas. Desta vez o foco é, novamente o poeta, mas a iniciativa nasce de Sara Augusto, académica, docente de português na Universidade Cidade de Macau e também fotógrafa. “Vasto Império do Coração” é o verso de António Couto de Viana que dá nome ao livro e exposição será apresentada na próxima quarta-feira, 18 no Auditório Stanley Ho, no Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. A mostra composta por 12 imagens de Sara Augusto, fica também patente no mesmo local. Ao HM, Sara Augusto explica que a escolha do nome para a obra e exposição “tem a ver com a sonoridade do verso”. “O poema a que pertence é um poema atormentado, que faz contrastar a imensidade da obra de Camões como um país que não corresponde às expectativas do sujeito poético. Mas não foi o sentido do poema que me interessou, foi este verso em particular que me parece relacionar-se com a vocação para as viagens marítimas e sobretudo com a expansão da língua portuguesa. Camões, como um dos poetas mais celebrados na nossa língua, representa esse vasto poder de uma língua, capaz de expressar latitudes e culturas diferentes como mostra a riqueza da literatura lusófona”, explicou. “Vasto Império do Coração” resulta do trabalho desenvolvido por Sara Augusto para um congresso. “Esse trabalho foi depois mais desenvolvido e apresentado num colóquio em Pequim, organizado também pelo Instituto Português do Oriente, no âmbito da celebração dos 500 anos do nascimento do poeta. Desta apresentação veio a ideia de publicar um volume com uma antologia de textos, um estudo e registo fotográfico, ambos da minha autoria.” Testemunhos poéticos A obra em causa é uma antologia que “recolhe registos poéticos de visitantes, de escritores portugueses que residiram em Macau algum tempo e de escritores nascidos em Macau, revelando laços que celebram, se identificam e que inscreveram Camões na memória colectiva”. Sara Augusto adianta que “o conjunto de textos abrange pouco mais de dois séculos” e o ponto de partida é o poema “Camões”, de Almeida Garrett, “que se tornou o modelo da imagem romântica do poeta solitário, escrevendo os seus versos no cenário da gruta”. “Este modelo foi levado à letra no século XIX e em grande parte do século XX. O livro ‘A Gruta de Camões’ de Monsenhor Manuel Teixeira foi uma fonte importante, tal como a consulta dos cinco volumes da antologia ‘De Longe à China’, além de uma pesquisa demorada na Biblioteca Pública de Macau. A antologia contém poemas de Miguel Torga, Sophia, José Augusto Seabra, José Jorge Letria, por exemplo. Outros poetas portugueses visitaram e viveram algum tempo em Macau, como António Manuel Couto Viana, José Valle de Figueiredo, ou ainda Alice Vieira e Eugénio de Andrade”, explicou Sara Augusto. O lugar de Adé A autora destaca que “foi muito importante a poesia de inspiração camoniana de José dos Santos Ferreira, Adé, que chegou a traduzir poemas de Camões para patuá, ou ainda a poesia de José Joaquim Monteiro, Leonel Alves, Maria do Rosário Almeida, António Correia, Fernanda Dias, Josué da Silva, António Bondoso, José Maria Bártolo”. Depois, já no século XXI, “o tema camoniano continuou, tomando formas distintas e mais elaboradas, como acontece com Fernando Sales Lopes, Jorge Arrimar, António Mil-Homens e ainda Carlos Morais José”, este último um nome que Sara Augusto considera “incontornável”, tendo em conta o romance “O Arquivo das Confissões”. As imagens na exposição são a preto e branco e focam-se “no jardim e na gruta de Camões”, pretendendo “acompanhar o registo poético”. Com os dois projectos, a responsável quis “participar da celebração dos 500 anos do nascimento de Camões e apresentar um acervo de forma organizada, acompanhado de um estudo”. Além disso, “pretendeu-se reunir a poesia que fala de Camões, mas também a imagem subjectiva de um registo fotográfico”, disse.
Hoje Macau EventosDocomomo traz a Macau sessão sobre arquitectura do Nepal Decorre na próxima segunda-feira, 16, a conferência “Encontros Modernos na Arquitectura: Desafios de Documentação de Edifícios Modernistas no Nepal”, na Fundação Rui Cunha, a partir das 18h30. O evento é organizado pelo Centro de Investigação DOCOMOMO em Macau e a conversa será protagonizada pela arquitecta e docente Jharna Joshi, sendo moderada pelo arquitecto João Nuno marques. Jharna Joshi é arquitecta, formada na Universidade de Tsinghua, em Pequim, tendo feito especializações em conservação histórica e paisagens culturais. Concluiu recentemente um doutoramento em Gestão (Turismo) na Victoria University of Wellington, Nova Zelândia, com a dissertação “Estética da Paisagem, Turismo e Mudança: Estudos de Caso no Nepal”, onde analisa como residentes e turistas percebem as mudanças estéticas da paisagem em Ghandruk, Bandipur e Sauraha. Uma larga experiência Com mais de vinte anos de experiência em arquitectura, conservação, paisagens culturais, turismo e ensino, Jharna trabalhou no Nepal, China, Hong Kong, EUA, Vietname, Grécia e Nova Zelândia. Liderou projectos de restauro e reutilização adaptativa em todo o Nepal, com ênfase em materiais locais, saberes tradicionais e reutilização criativa. Colabora com profissionais nacionais e internacionais em projetos de arquitetura e conservação do património, e leciona como docente convidada, com foco na conservação urbana, arquitetura vernacular, povoamentos e paisagens culturais. Em relação ao panorama arquitectónico do Nepal, tem havido um foco nos edifícios patrimoniais, que precisam de ter pelo menos 100 anos para obter reconhecimento oficial. Como consequência, a arquitectura moderna inicial — estruturas construídas entre 1945 e 1985 — permanece desvalorizada, não documentada e vulnerável à demolição ou ao abandono. A ausência de uma tradição consolidada de arquivamento de materiais arquitetónicos dificulta ainda mais a compreensão e o ensino deste período, deixando estudantes e docentes com poucos recursos. A recente iniciativa do Instituto de Kathmandu para documentar edifícios modernos iniciais evidenciou esta lacuna. Estas construções simbolizavam o impulso de modernização do Nepal, transformando zonas agrícolas em espaços urbanos. No entanto, o desenvolvimento acelerado e a comercialização colocaram-nas em risco de desaparecer. A recolha de documentação revelou-se difícil, devido à escassez de arquivos e à diversidade de formatos, obtidos de coleções privadas, instituições e arquivos online. Segundo uma nota da DOCOMOMO, esta palestra apresenta as conclusões iniciais do projecto, visando promover o diálogo e a valorização desta era negligenciada da arquitetura nepalesa. Para além da preservação histórica, o projecto tem também uma vertente educativa e de sensibilização pública, lançando as bases para futuras iniciativas de proteção legal e investigação contínua.
Hoje Macau EventosArraial de S. João | Torre de Macau em festa nos dias 21 e 22 O Arraial de S João está de regresso, mas continua a não se realizar no bairro de São Lázaro como era habitual há uns anos. A festa está marcada para o espaço polivalente da Torre de Macau, nos dias 21 e 22 do presente mês, das 14h30 às 22h. Segundo uma nota da organização, à semelhança do que aconteceu no ano passado, haverá “tendas de artesanato, de petiscos e de jogos, com muita música proporcionada por bandas locais”. O arraial é da iniciativa da Associação dos Macaenses (ADM) com o subsídio da Fundação Macau, contando com o apoio logístico da Torre de Macau, a colaboração de outras associações como a Associação dos Jovens Macaenses (AJM), Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) a Casa de Portugal em Macau (CPM), o Instituto Internacional de Macau (IIM). O arraial, mais do que uma festa em homenagem a um santo popular, corresponde a um esforço comunitário para manter a tradição de comemorar a data histórica de 24 de Junho de 1622, em que, por benção de S. João, a população de Macau resistiu e derrotou a força expedicionária holandesa, preservando Macau com as características que lhe são próprias. Esta data foi assinalada durante séculos, como o dia da Cidade de Macau. Segundo a mesma nota, a realização do arraial “é fundamental e justificativa para que lhe seja reconhecido o seu lugar no Património Cultural Intangível da RAEM”.
Hoje Macau EventosFRC | Lúcia Lemos apresenta hoje a exposição “Metamorfoses” Como parte integrante do cartaz das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, a Fundação Rui Cunha acolhe, a partir de hoje, a mostra “Metamorfoses”, da autoria de Lúcia Lemos. A mostra faz uma retropectiva do trabalho da fotógrafa, artista e ex-directora da Creative Macau A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h, a exposição “Metamorfoses”, de Lúcia Lemos, que faz uma retrospectiva do seu percurso artístico, com trabalhos e composições de diferentes géneros. O evento encontra-se inserido no Programa das Festividades de “Junho, Mês de Portugal na RAEM”. “Metamorfoses” reúne 44 peças que vinculam expressões e estéticas artísticas diversas, como a gravura, fotografia, instalação, pintura e cerâmica. Lúcia Lemos utiliza materiais orgânicos para dar corpo às ideias, e significados à sua arte, nas diferentes linguagens e formas que foi experimentando e aprendendo ao longo da vida, agora com maior liberdade e tempo para explorar. A mostra emerge de “transformações vividas e observações visuais pessoais do espaço físico – Macau – onde me permiti contaminar, sem nunca deixar de praticar a portugalidade, como sentido de pertença do lugar de onde parti há quatro décadas”, reflecte a artista, citada numa nota da FRC. Lúcia Lemos aposentou-se recentemente do projecto Creative Macau que fundou em Agosto de 2003. Uma espécie de simbiose Segundo Lúcia Lemos, a retrospectiva que agora expõe ao público significa também a simbiose de construção e maturação da sua “identidade, modelada pelas mudanças de adaptação e adopção à metamorfose do novo lugar”. “A arte e o processo artístico procuram formas de integração e ligação do ser humano à natureza e ao mundo que o rodeia”, acrescentou. Lúcia Lemos construiu uma carreira profissional que cruzou várias artes e estéticas, tendo começado pela obtenção de um diploma em Gestão de Artes em 2001. Posteriormente, instalou o Centro de Indústrias Criativas – Creative Macau, que coordenou por mais de 20 anos, e lançou o Festival Internacional de Curtas de Macau. Participou em mais de 50 exposições colectivas em Macau e noutros lugares, com alguns trabalhos premiados e linguagens artísticas variadas. Desde 2002, exibiu individualmente fotografia a preto e branco em Berkeley, Curitiba, Lisboa, Macau, Monza, Palermo, Porto, Salzburgo e Xangai. A mostra vai estar patente até ao dia 21 de Junho.
Andreia Sofia Silva EventosMês de Portugal | Bruno Pernadas actua esta sexta-feira na Red House Bruno Pernadas formou-se em jazz e dá aulas, mas faz da música um só género. Em entrevista ao HM, o músico revela que irá tocar em Macau algo completamente diferente dos discos, que começou a lançar em nome próprio há 11 anos. Na sexta-feira actua em Macau no âmbito de uma digressão pela Grande Baía, numa noite que será animada também por três djs: Sound of Silva, Oba e Tongrim Vem aí mais uma proposta musical integrada no cartaz das comemorações do 10 de Junho – Dia de Camões, Portugal e das Comunidades Portuguesas. A proposta é protagonizada pelo músico português Bruno Pernadas, que vem a Macau, Hong Kong e ao sul da China, nomeadamente Shenzhen e Zhuhai, no âmbito da “Greatest Bay Area Tour 2025”. Na sexta-feira, o músico irá actuar no espaço Red House, no Ascott, a partir das 20h30, acompanhado pelas actuações dos djs Sound of Silva, Oba e Tongrim. Em conversa com Bruno Pernadas, o músico explica aquilo que o público de Macau poderá ver e ouvir. “A música que trago para esta digressão não é bem a música que está disponível nas plataformas [digitais de streaming], e nas lojas para ouvir. O concerto que vou fazer é a solo, e eu a solo toco coisas que não estão nos discos. Posso até tocar uma ou outra música, mas é uma proposta diferente, é mais experimental, tem mais jazz e características folk também. É uma música pouco rápida, mais contemplativa, toda tocada só no instrumento. Portanto, é completamente diferente dos concertos com formações”, destaca. Bruno Pernadas formou-se em jazz na Escola Superior de Música de Lisboa, estudou no Hot Club, dá aulas lá e olha para a música de uma forma global, sem distinções. Já assumiu numa entrevista que não se considera cantor, algo que tem a ver com a forma transversal como encara a música. “Isso tem a ver com a forma como oiço música desde criança, que é um bocadinho diferente da maioria das pessoas que conheci. Não consigo e faz-me confusão associar estilos e géneros musicais. Como oiço música de todos os géneros, para mim é como se não houvesse um género, pois o género é ser música, uma só linguagem”, explicou. Questionado sobre a diferença entre aquilo que é gravado e tocado ao vivo, Bruno Pernadas explica que procura sempre estabelecer “uma relação”, porque faz “música muito diferente, também dentro da música erudita, e também com a música de cinema e dança”. “Essa música é completamente diferente da que está nos discos, mas é um projecto de que gosto muito e até tenho feito digressões em Portugal com este projecto a solo e com um convidado, na maior parte das vezes”, explicou. Discos de que se arrepende Bruno Pernadas tem feito muitas andanças na música, produzindo bandas sonoras para filmes, fortalecendo a sua conexão com o cinema. Destaca-se, neste campo, a banda sonora de “Patrick”, filme de Gonçalo Waddington. Como produtor, trabalhou com Margarida Campelo em “Supermarket Joy”, lançado em 2023. Mas em nome próprio começou há 11 anos: em 2014 lançava “How can we be joyful in a world full of knowledge”, seguindo-se “Worst Summer Ever” lançado em 2016 e, no mesmo ano, “Those who throw objects at the crocodiles will be asked to retrieve them”, que completou a trilogia. Mais recentemente, em 2021, Bruno Pernadas lançou “Private Reasons”. Hoje olha para trás “de forma positiva”, explicando que, no ano passado, juntou a equipa para celebrar os 10 anos do lançamento do primeiro disco em nome próprio, com uma digressão. “How can we be joyful in a world full of knowledge” demorou um ano e meio a gravar e, segundo Bruno Pernadas, deu-lhe uma linguagem de que só se apercebeu “quando o álbum foi terminado”. “Durante o processo não sabia muito bem como ia ser o resultado final. Sabia, mais ou menos, por onde tinha de ir para chegar lá, mas não sabia mesmo como é que ia ficar. Depois sabia que ia fazer mais um álbum para dar continuidade a essa linguagem que tinha inventado, porque é uma mistura de várias linguagens, mas não é nada forçado. Vou seguindo, improvisando”, descreveu ainda. Bruno Pernadas assume que quando tocou, no ano passado, músicas dos três primeiros álbuns que fez em nome próprio, descobriu que havia músicas que já não lhe faziam sentido. “Quando tive de fazer o exercício de voltar a reproduzir ao vivo, havia muitas coisas com as quais já não me identificava. Algumas canções, de forma geral, do início ao fim. Tinham componentes melódicas mais próximas da música pop ou folk que já não me dizem muito, e naquela altura fazia sentido”, disse. O músico diz mesmo que o disco lançado em 2021, em plena pandemia, “Private Reasons” é o trabalho que, hoje em dia, lhe diz menos. “É muito pop. Com esse é que não me identifico de todo, e é muito mais recente do que o primeiro. Há coisas estranhas que acontecem”. Bruno Pernadas diz mesmo que haveria canções de “Private Reasons” que nem sequer gravaria hoje, nomeadamente a faixa 4, “Theme Vision”, que até teve direito a videoclip. “Posso ter a certeza que jamais lançaria a ‘Theme Vision’”, esclareceu. Estúdio e Palco Bruno Pernadas assume: “nem sequer gosto de estar em estúdio”. “Na verdade, gosto mesmo do processo criativo e de quando se consegue encontrar mesmo o resultado. Durante a minha vida evitei ir a estúdios, e só vou quando é mesmo preciso. Só a ideia daqueles produtores e compositores, que são mais produtores, que estão num estúdio sem janelas durante metade da sua vida, para mim não dá. É impensável. Era incapaz, pois tenho de trabalhar num sítio com a luz do dia”, referiu. Há, porém, uma coisa de que Bruno Pernadas gosta muito: de cinema, estabelecendo uma profunda conexão com a música que faz. “Penso nos discos como se fossem filmes, mas não é como se fosse música para um filme. É mesmo como se fossem filmes, no sentido em que penso num grupo de pessoas que vai participar no disco. Quando estou a escrever parte de uma música já sei que é aquela pessoa que vai gravar e tocar, e já estou a escrever para ela, tal como alguns realizadores escrevem a pensar num determinado actor.” “Desde criança que vou ao cinema, e sei que há realizadores que normalmente acham que percebem mais de cinema do que todas as outras pessoas, mas isso é um erro, porque no meu caso, não acho que perceba mais de música em relação às outras pessoas. Claro que de acordo com uma linguagem técnica, mantenho esses conhecimentos”, rematou. Antes de actuar em Macau, Bruno Pernadas passa pela cidade de Shenzhen na quinta-feira, seguindo-se espectáculos em Zhuhai e Hong Kong, este último no domingo. Em relação à região vizinha o músico diz ter “muita curiosidade”, até pelo cinema, sobretudo o trabalho do realizador Wong Kar Wai. “Sempre vi mais filmes em cantonês. Do cinema feito na China, só conheço os grandes clássicos”, destacou. O trabalho de Bruno Pernadas é conhecido no Japão, e nesta digressão o músico português marca também presença no país. “O que aconteceu é que os meus discos começaram a sair em algumas revistas do Japão e, passado pouco tempo, a maior distribuidora do país quis começar a distribuir os meus discos. E assim começou esta história que está por terminar. Depois propus fazer um concerto. Já estive duas vezes no Japão, mas desta vez vou tocar na Expo Osaka 2025”, concluiu.
Andreia Sofia Silva EventosCreative Macau | Nova exposição de Miguel Quental com imagens de Goa Depois da primeira exposição de fotografia na Universidade de Macau, Miguel Quental volta a mostrar imagens da sua autoria, mas desta vez sobre Goa. A mostra é acolhida a partir de sábado na Creative Macau e pretende mostrar ao público a “rica herança de cores vibrantes” de um território que, outrora, foi “capital de um império” A Creative Macau acolhe, a partir de sábado, uma nova exposição de Miguel Quental, mais conhecido pelo trabalho na advocacia, mas que desta vez apresenta as suas imagens tiradas em Goa. “Cores de Goa” é o nome da exposição que inaugura a partir das 18h30 deste sábado, apresentando imagens daquela que foi “capital de um império”, de onde restou “uma rica herança de cores vibrantes, aromas, sabores, imagens e crenças que transcendem a nossa imaginação”, descreve o autor das fotos, citado por um comunicado da Creative Macau. “Em busca desse legado, parti para Goa, mas a experiência foi muito além do que eu poderia esperar. As suas igrejas antigas e outros locais de culto exibem uma beleza cativante, oferecendo uma paz única e transcendente que vai além da espiritualidade a que se dedicam. As casas senhoriais, cheias de história, detalhes e emoção, assemelham-se a damas nobres, majestosas e impassíveis, cheias de arte e memórias”, descreve ainda. Miguel Quental não esquece também “as ruelas da Velha Goa, Pangim, Margão e o bairro de Fontaínhas, que respiram e nos oferecem um património vibrante e quase magnético, que toca a alma e nos convida a ir além das memórias históricas e culturais que a memória não nos permite esquecer”. “Nesse espírito, partilho algumas das muitas imagens que tirei lá, mas estou ciente de que muito mais resta por descobrir”, destaca o autor, que espera que a mostra “sirva de convite para que a visite em breve”. Gosto pela imagem A residir em Macau desde 2002, Miguel Quental já vai na terceira exposição individual. A última foi na Universidade de Macau em Novembro do ano passado, tratando-se de um projecto fotográfico que nasceu de uma viagem de intercâmbio do Centro de Estudos Jurídicos e Judiciais da Universidade de Macau a Angola e Moçambique. Além de participar na visita na qualidade de docente, Miguel Quental fotografou o dia-a-dia das populações destes países. “Como gosto de fazer fotografia fui tirando algumas imagens durante essas viagens. Este é um Centro que se dedica ao estudo comparativo do Direito e às publicações que se fazem em língua portuguesa na sua relação com a China, e pensei que fosse interessante dar a conhecer a cultura e a forma de viver de Angola e Moçambique para os alunos da faculdade que nunca tiveram acesso a essa realidade”, explicou ao HM na altura.
Hoje Macau EventosCamões foi “grande ‘amador'” de Moçambique, influenciando a sua poesia O académico Lourenço do Rosário destacou na sexta-feira que Luís de Camões influenciou poetas moçambicanos como um “grande ‘amador’”, pedindo mais pesquisas para descobrir um Camões acolhido na Ilha de Moçambique, no norte do país. “Camões foi um grande amador, gostava muito de mulheres e uma das razões de ele estar sempre na prisão era exactamente porque ele tinha vários problemas com mulheres, sobretudo casadas (…). Ele chega em 1567, não tinha dinheiro para continuar a viagem para Portugal, não tinha dinheiro também para viver na Ilha de Moçambique”, descreveu o académico moçambicano Lourenço do Rosário, em declarações à imprensa, após proferir a palestra da abertura do segundo congresso sobre os 500 anos de Camões. Moçambique acolhe o segundo congresso dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, dando ênfase à relação do poeta português com o oceano Índico e o território moçambicano. Lourenço do Rosário, ensaísta e professor de literatura, disse que Camões foi acolhido “no Macúti”, casas construídas com material local, “pelas mulheres muthianas” (mulher, na língua local de Nampula), quando chegou à Ilha de Moçambique. “Ele faz aquele poema ‛Endechas a Bárbara Escrava’, que é um dos mais lindos poemas que escreveu sobre mulheres, portanto Camões sabia cantar a mulher”, acrescentou Lourenço do Rosário. “Uma obrigação” O ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo e também membro de júri do Prémio Leya criticou Portugal por não valorizar os feitos de Camões para o império português do Oriente, defendendo que não se pode “alienar esta realidade” de que o poeta “começou a escrever e terminou as suas obras em Moçambique”. “Então, temos essa obrigação de resgatar essa leitura de Camões e ir ver o que ele de crítico tinha em relação à presença de Portugal no império do oriente”, disse o professor, pedindo pesquisa para assegurar a presença de Camões nas escolas a partir da sua ação no oriente. A partir dessa perspectiva, Lourenço do Rosário lembrou também que Camões deve ser visto em Moçambique como alguém que foi “preso, expulso e degredado”, que lutou como militar e viveu pobre, tendo passado por “privações” no Oriente, antes de Portugal o apresentar ao mundo como um “grande poeta português”. Lourenço do Rosário pediu mais pesquisas para influenciar as decisões políticas face à presença de Camões nos programas de ensino no país. “É preciso valorizar aquilo que é nosso, e Camões é nosso, porque ele escreveu aqui”. “Há toda uma geração, grupo de [Eduardo] White, Nelson Saúte, Rui Knopfli, sobretudo os poetas que estão ligados à Ilha de Moçambique, têm muita influência da escrita do Camões, do olhar do Camões sobre o mundo, não só do ponto de vista do amor, mas também sobre a crítica social, portanto, acho que os pesquisadores moçambicanos têm muito material para descobrir e influenciar os nossos manuais escolares. Não aquele Camões heroico de Portugal, mas o Camões nosso, de Moçambique”, disse. O embaixador de Portugal em Moçambique, também presente na abertura do congresso, destacou o movimento académico no enaltecimento de Camões como um “elemento unificador” de uma cultura e língua que “não é só dos portugueses”, apontando o poeta como “símbolo de projeção da comunidade de falantes do português no futuro”. A Rede Camões em África e Ásia, que promove e incentiva estudos e publicações sobre Camões, realizou o primeiro congresso sobre os 500 anos do nascimento do poeta no ano passado, em Macau, sendo que, para 2026, se pretende levar o mesmo evento para Goa, fazendo um périplo por lugares onde este passou e viveu, explicou a organização. Nascido há 501 anos, em 10 de Junho de 1524, em Lisboa, o poeta-soldado Luís Vaz de Camões viveu e escreveu cerca de dois anos na Ilha de Moçambique, na antiga rua do Fogo, onde também terá sentido que o amor “é fogo que arde sem se ver”.
Hoje Macau EventosAlliance Française | Apresentado hoje documentário sobre Maria Callas É hoje que o público pode recordar uma das grandes vozes do nosso tempo, Maria Callas, e também saber mais sobre a sua vida. Isto porque a Alliance Française de Macau acolhe a exibição do documentário “Callas – Paris, 1958”, do realizador francês Tom Volf. A exibição dá-se no contexto do festival French May, em parceria com Hong Kong A Alliance Française de Macau, em colaboração com a Alliance Française de Hong Kong e com o French May Arts Fest, apresenta hoje em Macau o filme documentário “Callas – Paris, 1958”, da autoria de Tom Volf, datado de 2023. A exibição acontece a partir das 19h30 na sala 4 do Cinema do Studio City, integrando-se na secção “French May Cinema Programme” do festival French May. Segundo uma nota de imprensa da organização, “a exibição será precedida de uma apresentação por Michel Reis, melómano, autor e apresentador do programa de música clássica da Rádio Macau, ‘Scherzo’, e por Peter Gordon, que vive em Hong Kong desde 1985 e trabalha com as principais companhias de ópera de Hong Kong e Guangdong”. O filme documenta a estreia de “uma das maiores lendas da ópera, a diva por excelência, sensação mediática e rosto da ópera do século XX, a extremamente rara soprano ‘assoluto'” Maria Callas, em França. Este foi o concerto em que Maria Callas foi acompanhada pela Orchestre de l’Opéra Nationale de Paris e Choeurs, sob a direcção do maestro Georges Sébastian, “um espectáculo que se tornou uma verdadeira lenda”. Tratou-se, segundo a mesma nota, de um espectáculo que integrou uma gala da caridade a favor das obras da “Légion d’Honneur”, tendo sido transmitido em directo pela televisão francesa e pelas televisões de outros países europeus, através da Eurovisão, o que era bastante raro na época. Anunciado pela imprensa como “Le plus grand spectacle du monde” [O maior espectáculo do mundo], “o concerto foi realmente excepcional”. Encomenda de celebração O filme foi encomendado pela Fondation Callas, através do Fundo de Doações Maria Callas, criado pelo próprio Volf, para a celebração do centenário do nascimento da célebre soprano greco-americana, que se assinalou no dia 2 de Dezembro de 2023. A Fundação foi criada em Paris em 2017 pelo mundialmente conhecido maestro Georges Prêtre, que desenvolveu uma relação de trabalho muito próxima com a cantora, que dirigiu por diversas vezes. Este documentário demorou seis anos a ser concluído e dois anos a colorir. Volf foi também autor do documentário aclamado pela crítica “Maria by Callas”, lançado em 2017 em mais de 40 países, e que ganhou prémios em festivais de cinema na Europa e nos EUA. Lançou ainda três livros sobre a cantora: “Maria by Callas”, “Callas Confidential” e “Maria Callas: Memoirs & Letters”. No espectáculo escolhido para este documentário, Maria Callas surgiu “com a sua indumentária de alta costura mais elegante e jóias no valor de mais de um milhão de dólares americanos”, sendo que o repertório escolhido “mostrou Callas no seu auge, tanto em recital como como actriz”. “É de salientar que tinha cantado ‘Violetta’ numa produção de ‘La Traviata’ em Lisboa no início desse ano de 1958, no famoso Teatro Nacional de São Carlos, considerada a sua melhor Violetta das mais de 60 que interpretou”, lê-se ainda. Os comentários do famoso actor e animador Pierre Tchernia, conhecido como “Magic Tchernia”, foram complementados pelos de Pierre Dumayet, durante os intervalos, tanto nos bastidores durante as mudanças de cenário como na plateia, que conduziu inúmeras entrevistas com figuras como Jean Cocteau, Patachou, Brigitte Bardot, Gilbert Bécaud, Zizi Jeanmaire e Roland Petit, além de de Begum Aga Khan, um programa dirigido por Roger Benarmou intitulado “La grande nuit de l’opéra” [A grande noite da ópera] , sob a tutela do Institut national de l’audiovisuel (INA). As filmagens originais do concerto foram restauradas para os modernos ecrãs de grandes dimensões pelo produtor e especialista em colorização e restauro de filmes e imagens de arquivo, Samuel François-Steininger, a partir de bobinas originais de 16 milímetros, que, juntamente com as fitas matriz, foram recentemente descobertas no próprio arquivo de gravações de Callas em Atenas. O documentário exibido sexta-feira foi produzido em francês com legendas em inglês e “mostra a icónica cantora de ópera no auge da sua fama, preservando a sua voz em todas as suas cores e amplitude para a posteridade”. “Na actuação, os elementos visuais são tão importantes como as dimensões vocais na sua arte. Apresentado a cores, resolução 4K e som surround Dolby Atmos, o trabalho meticuloso de Tom Volf proporcionou ao público uma imersão moderna nesta actuação histórica”, lê-se na mesma nota.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | Artista local Cheong Kin Man apresenta nova mostra em Lisboa É um percurso criativo com várias localizações aquele que Cheong Kin Man e Marta Sala apresentam em Lisboa a partir de amanhã: primeiro, a mostra “As Espantosas e Curiosas Viagens”, para ver no Centro Científico e Cultural de Macau até 6 de Julho, cujo lançamento é antecedido de uma conversa com os artistas e um lançamento de livros. Depois, na sexta-feira, acontece outro debate no Goethe Institute Imagem de: Guillaume-Galante Há vários anos radicado em Berlim, Cheong Kin Man é um artista e antropólogo visual que nunca deixou a experimentação de lado. Agora, ao lado da também artista polaca Marta Sala, tem-se embrenhado em novos rumos artísticos, os quais, desta vez, desaguam em Lisboa. Tal acontece de múltiplas formas. Primeiro com a mostra “As Espantosas e Curiosas Viagens”, que estará patente no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) entre amanhã e 6 de Julho. Com curadoria de Lorena Tabares Salamanca, da Colômbia, a mostra constitui uma “exposição transcultural que cruza arte, antropologia visual e arquivos pessoais, reflectindo sobre deslocamentos, memória e linguagens”, com a assinatura de Cheong Kin Man, Marta Sale e Deborah Uhde, da Alemanha. O público pode ver “instalações imersivas, peças têxteis, vídeo e auto-etnografias que reconfiguram as relações entre viagem, história e conhecimento”, destaca uma nota de imprensa da Câmara Municipal da Polónia. Na sessão inaugural desta quinta-feira haverá ainda uma conversa com os artistas, que se repete na sexta-feira, mas desta vez na biblioteca do Goethe Institute, em Lisboa, às 18h. Aqui, em “Creating Connections”, decorre uma conversa com os três artistas de “As Espantosas e Curiosas Viagens”, tratando-se de “um encontro íntimo de cariz artístico, em que Deborah Uhde, bem como a dupla Marta Stanisława Sala e Cheong Kin Man, partilharão entre si — e com o público — reflexões sobre as suas práticas e experiências na criação de ligações interculturais através da arte, com destaque para os seus percursos em Berlim e os mais recentes livros de artista”. Estas iniciativas têm o apoio da Embaixada da Polónia em Portugal, do Ministério da Cultura e Património Nacional e do Instituto Adam Mickiewicz da Polónia. Contam ainda com a parceria da Câmara Municipal de Cracóvia e do Instituto Boym, igualmente da Polónia. Fusões e viagens A mostra que agora se apresenta no CCCM traz trabalhos da dupla Cheong Kin Man – Marta Sala, conhecida “pela fusão de tecido, vídeo e experimentações linguísticas”, na qual o público pode “embarcar numa viagem através de mundos paralelos e arquivos pessoais” baseados em três projectos multimédia, como é o caso de “A Bússula da Utopia”, “Apocalipses” e um novo ciclo de vídeos sobre a diáspora macaense. No caso de “A Bússola da Utopia”, trata-se de uma “instalação em bambu e tecido composta por 13 composições têxteis que materializam processos de descoberta cultural e aprendizagem mútua”, sendo que a obra se inspira na “Flora Sinensis” (1656), do jesuíta Miguel Boym, que estudou em Cracóvia; bem como “na musicalidade da poesia cantonense traduzida em formas cromáticas e em motivos auto-etnográficos associados à migração de uma família macaense e às viagens contemporâneas dos artistas”. Por sua vez, a série “Apocalipses”, apresentada pela primeira vez na Bienal de Macau em 2023, “combina texto, têxteis e vídeo numa narrativa de ficção científica”, sendo que o tecido “que integra esta ficção codifica episódios do arquivo familiar polaco, incluindo a migração através das fronteiras do século XX – de Vilnius às estepes da Mongólia e, posteriormente, à Polónia actual”. Destaque também para o facto de a exposição revelar “o projecto cinematográfico experimental baseado em entrevistas dentro da diáspora macaense”, levando o público até ao Brasil, “onde a nostalgia partilhada pela humanidade ecoa em traduções automáticas para diversas línguas”. Há ainda, associadas ao vídeo, a nova publicação intitulada “Entre-vista, Między-wizje. Roz-mowa, Des-locução”, que se apresenta “sob forma de flipbook com glossário luso-polaco, e que desconstrói um excerto da gravação para reflectir sobre cada palavra dita e os limites e possibilidades da tradução”. A sessão no CCCM desta quinta-feira começa com uma visita guiada pelos artistas às 17h, incluindo o lançamento de “Apocalipses”, um novo livro de artistas. No caso de Deborah Uhde, que acompanha a dupla de artistas de Macau e da Polónia, é uma cineasta e artista formada em belas-artes e humanidades, residindo em Berlim. Obteve o seu diploma na Universidade de Arte de Braunschweig (2009–2015). Possui formação em Filosofia, História da Arte e Jornalismo pela Universidade de Leipzig (2006–2009). O trabalho de Deborah foi reconhecido com várias bolsas e prémios. Novo livro A dupla Kin Man – Sala traz a Lisboa a nova edição do livro “Apocalipses”, e que inclui “uma colectânea de ideogramas ficcionais originalmente criada na Casa de Cracóvia em Nuremberga, a única instituição cultural do município de Cracóvia fora da Polónia”. Esta reedição conta agora com mais de 600 páginas e teve o apoio da Fundação Oriente. O livro de artistas foi originalmente encomendado para a Bienal de Macau em 2023, contendo “centenas de ideogramas com origem na exposição ‘De Copenhaga com Amor'”, realizada em Nuremberga em 2024, com o apoio da Fundação Oriente e das Câmaras Municipais de Cracóvia e Nuremberga.
Hoje Macau EventosXangai | Fundação Serralves apresenta quase um século de Álvaro Siza Vieira A Fundação de Serralves inaugura esta semana, em Xangai, uma grande exposição dedicada ao arquitecto português Álvaro Siza Vieira, com desenhos, maquetes, esculturas e objectos que reflectem várias décadas da obra do prémio Pritzker. Intitulada Álvaro Siza: The Archive, a exposição estará patente entre 6 de Junho e 7 de Setembro no Power Station of Art, o primeiro museu público de arte contemporânea da China continental e sede da Bienal de Xangai. Trata-se de uma adaptação da mostra C.A.S.A., apresentada em Serralves em 2024, e representa a maior exposição alguma vez realizada sobre o trabalho de Álvaro Siza, segundo uma nota difundida pela organização. Com curadoria do arquitecto António Choupina — em colaboração com Siza Vieira e Carlos Castanheira —, a exposição é organizada conjuntamente pelo Museu de Serralves e pelo Power Station of Art, e propõe uma leitura cronológica da obra do arquitecto português ao longo de quase um século, desde os seus desenhos de infância até às diversas tipologias que definem o seu percurso. Ao todo, as peças expostas ocupam quase um quilómetro de extensão expositiva, destacou a organização. “Assente na arte, na geometria e na beleza, esta exposição apresenta um retrato de Siza como um verdadeiro pensador contemporâneo, cuja prática continua a recorrer ao desenho como ferramenta para desvendar os mecanismos internos da arquitetura e do pensamento”, lê-se no comunicado. O arquitecto portuense, de 91 anos, conta com algumas obras importantes na China, desenvolvidas em colaboração com Carlos Castanheira, incluindo o Edifício sobre a Água, em Huai’an (leste), e o Museu de Arte e Educação de Ningbo. A exposição assinala também o 30.º aniversário do acordo de geminação entre as cidades de Xangai e do Porto.
Hoje Macau EventosFRC apresenta hoje documentário “METAMÓRṖHOSIS É hoje apresentado na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 18h30, o filme-documentário “METAMÓRṖHOSIS”, realizado por António Luís Moreira, um projecto de 2024 que pela primeira vez é exibido em Macau. O evento insere-se no cartaz das comemorações “Junho, Mês de Portugal na RAEM”, a propósito da chegada do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. De acordo com a sinopse do documentário, citada numa nota da FRC, “METAMÓRṖHOSIS” é “um documentário instigante que explora a transformação das comunidades rurais através das mudanças sociais e ambientais”, sendo que “o filme acompanha as histórias de três aldeãs cujas vidas reflectem as mutações sociais mais vastas da modernidade, no cenário das ‘Aldeias de Xisto, em Portugal'”. Além disso, acrescenta-se na mesma sinopse que “no decurso da história é dado a conhecer um homem que nunca abandonou a terra onde nasceu”. “Vendo as aldeias condenadas ao despovoamento, lutou com visão e tenacidade pela emancipação colectiva das aldeias através da recuperação das tradições culturais que se desvaneciam”, pode ler-se ainda na descrição. Normas desconstruídas “METAMÓRṖHOSIS” foca-se “na desconstrução das normas sociais convencionais, destacando como as identidades pessoais e colectivas evoluem no meio de realidades mutáveis”, além de oferecer “uma análise convincente da vida rural, da memória e das tensões entre tradição e modernidade”. Este filme-documentário esteve presente em algumas competições, nacionais e internacionais, tendo sido vencedor no Luleå International Filme Festival – Suécia 2024 (Melhor Documentário de Longa-Metragem e Melhor 1ª Obra Documental), o Filmzen International Competition de Chicago – EUA 2024-2025 (Melhor Documentário e Melhor Realizador Emergente), o virtual Best Hollywood Day Short Film Festival 2025 (Melhor Filme Documentário), e o Portugal Indie Film Festival de Cascais 2025 (Melhor Documentário). O filme foi também nomeado para o Barcelona Indie Awards – Espanha 2025, foi semi-finalista no 12.º ARFF Barcelona International Film Festival – Espanha 2025, e finalista no Dallas Independent Film Festival – EUA. A película é falada em Português, com legendas em Inglês. A duração é de 79 minutos.
Andreia Sofia Silva Eventos10 de Junho | Cláudia Falcão apresenta primeira incursão nas artes plásticas É já esta quinta-feira que se apresenta ao público mais uma exposição integrante do cartaz oficial do 10 de Junho – Dia de Camões, Portugal e Comunidades Portuguesas. “Pequenos Mundos em Estado Sólido”, uma exposição apresentada na Livraria Portuguesa, revela laivos de portugalidade naquela que é a primeira incursão de Cláudia Falcão, especialista em conservação e restauro, nas artes plásticas A Livraria Portuguesa acolhe amanhã uma nova exposição. Trata-se de “Pequenos Mundos em Estado Sólido”, da autoria de Cláudia Falcão, especialista em conservação e restauro que pela primeira vez se estreia com um projecto na área das artes plásticas. A mostra pode ser vista até ao dia 28 de Junho e está integrada no cartaz oficial das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Segundo o catálogo da exposição, “Pequenos Mundos em Estado Sólido” aparece ao público como uma “viagem por memórias e narrativas visuais em estado sólido, imagens cristalizadas em pequenos mundos, mundos que resultam do que nos rodeia, mundos que levamos dentro, mundos que construímos, mundos que partilhamos”. Assim, serão exibidas “fotografias-objecto, em que a imagem surge influenciada pela morfologia da pedra, a sua cor, texturas e imperfeições”, com referências à calçada portuguesa, que se tornou “emblemática” no território e que é “um dos símbolos mais reconhecidos de Portugal”. “Se o muito grande na arte convida a uma experiência imersiva, o muito pequeno exige aproximação e um olhar atento à descoberta do que se esconde no detalhe. Em ambos os casos, há uma partilha da visão do artista e, em simultâneo, somos convidados a mergulhar no nosso próprio universo interior, que é singular”, descreve-se ainda no mesmo catálogo. Imagens na calçada Esta mostra nasce do Projecto Sølid, descrito como “a primeira aventura de Cláudia Falcão no lado criativo das artes plásticas depois de muitos anos do outro lado da arte, como conservadora-restauradora”. Trata-se de um “projecto que espelha as suas experiências, o seu olhar e a sua sensibilidade estética, e tem naturalmente subjacente a preocupação com a preservação, não só do património artístico e cultural, mas também das memórias visuais, de cariz mais pessoal, que recolhe”. Na Livraria Portuguesa, o público pode ver obras cuja base é a fotografia e um suporte feito com pedras da calçada, em calcário branco. “Neste suporte, a fotografia surge subtilmente transformada pela própria forma, textura e cor da pedra usada e cada peça torna-se única”, é descrito. O projecto Sølid é “inteiramente dedicado a Macau” e “nasceu da vontade de celebrar a diversidade cultural desta cidade tão especial e os laços que a unem a Portugal”. “Numa cidade que não dorme, como Macau, numa cidade que muda tão rapidamente, cristalizar um momento numa pedra acaba por ser um acto simbólico de honrar a memória do instante e captar o tempo que passa voraz”, lê-se ainda no mesmo catálogo. Ao HM, Claúdia Falcão adiantou ainda que Macau a “fascina tanto pelo que tem de familiar como pelo que tem de diferente”. “Enquanto artista portuguesa, o meu olhar vai ser sempre um olhar que tem esse filtro de Portugalidade, um filtro que é sentimento e é cultura, isso faz e fará sempre parte da minha identidade, da minha forma de ver e sentir o mundo e de me expressar e creio que isso será muito notório nesta exposição”, adiantou. “Apesar de estarmos do outro lado do mundo, ainda encontramos bocadinhos de Portugal em Macau, diariamente, nomeadamente em alguns elementos e marcos arquitectónicos, como por exemplo a calçada, que sendo tão portuguesa, é já também parte da identidade de Macau. Nesta exposição em particular, tendo em conta o contexto da comemoração do 10 de Junho, Portugal e Macau surgem através de seis séries de imagens que celebram esse laço forte entre dois mundos, mas também as suas diferenças e singularidades”, rematou.
Hoje Macau EventosInstalações marcam presença na “Pop Mart Macao CityWalk” Acontece na próxima sexta-feira, em vários locais do centro histórico de Macau, a iniciativa “Pop Mart Macao CityWalk”, organizada pela Direcção dos Serviços de Turismo de Macau e a Pop Mart, e que visa uma interacção de instalações de “bonecos-estrela com propriedade intelectual”, que ganharam nomes como “Baby Molly”, “CRYBABY”, “DIMOO” e “LABUBU”. Assim, a ideia é permitir à população e turistas tirar muitas fotografias a estas criações locais, disponibilizando-se uma oferta distinta na área do entretenimento e turismo, destaca a DST, em comunicado. Esta iniciativa irá decorrer durante as férias de Verão, entre 6 de Junho e 21 de Setembro, num total de 108 dias, oferecendo passeios com bonecos de grandes dimensões. A primeira iniciativa decorre às 14h30 do dia 6 na Zona de Lazer da Rua do Pai Kok, na Taipa, com a apresentação da instalação do boneco “LABUBU” de grande escala, com sete metros de altura. Nos restantes dias, as personagens do “POP MART” vão estar em locais como a Calçada da Igreja de S. Lázaro, Praça de Luís de Camões, Largo de Santo Agostinho e Zona de Lazer da Rua do Pai Kok, na Taipa. Segundo a DST, “os pontos de destaque para tirar fotografias incluem, além da instalação de ‘LABUBU’, uma instalação de ‘DIMOO’ de quatro metros escondido num edifício do Património Mundial de Macau; uma instalação de ‘Baby Molly’ com um novo estilo, e que é lançada pela primeira vez; e ainda instalações divertidas de ‘CRYBABY’, apresentadas nas zonas comunitárias de Macau”, que prometem “atrair a atenção dos fãs de todo o mundo”. Base no Senado A base desta iniciativa, chamada “Pop Station”, será no Edifício Ritz, no Largo do Senado, onde está sediada a DST. Aqui vão acontecer diversas actividades conexas às instalações destes personagens, como uma zona de venda temporária de produtos ou locais para tirar fotografias, nomeadamente uma instalação de grande escala para que as pessoas possam captar imagens do “Mega Space Molly Egg Tart”, com referência ao tradicional pastel de nata. Decorrerão também campanhas de incentivo ao consumo, incluindo a campanha promocional relativa ao “Pop Mart Macao CityWalk”, com divulgação nas redes sociais.
Andreia Sofia Silva Eventos10 de Junho | Inaugurada hoje nova exposição de marionetas A Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau, acolhe a partir de hoje mais uma exposição de marionetas de matriz portuguesa com curadoria de Elisa Vilaça, artista há muito radicada em Macau e ligada à Casa de Portugal em Macau. “Objectos com Alma: Marionetas Portuguesas” está integrada no cartaz oficial das celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas Elisa Vilaça faz a curadoria de uma nova exposição de marionetas com um cunho português que é hoje inaugurada. Trata-se de “Objectos com Alma: Marionetas Portuguesas”, acolhida pela Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO) em Macau, a partir das 18h30. A mostra integra-se no cartaz oficial das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Segundo um comunicado da FO, “a exposição destaca a rica tradição das marionetas em Portugal, apresentando uma selecção de peças que reflectem a diversidade cultural e técnica desta arte única”. O público é, assim, convidado a “explorar o fascinante universo das marionetas e a participar nesta celebração da criatividade e da cultura portuguesa”. Elisa Vilaça é, desde há muitos anos, um dos rostos locais ligados a projectos de marionetas, incluindo exposições e peças de teatro, tendo defendido, inclusivamente, a criação de um Museu da Marioneta na RAEM. Chegou a ser apresentado um projecto concreto sobre este museu em 2010, mas, entretanto, a iniciativa não avançou. A também directora da Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal em Macau referiu que “há uma colecção de quase 1.000 bonecos que merece ser divulgada e mostrada ao público, até porque a China tem grandes tradições nesta área”, segundo o Jornal Tribuna de Macau. Nascida no Porto, formada em Ciências da Educação e com um grande currículo ligado a esta área, Elisa Vilaça vive em Macau desde 1982, tendo estudado três anos em Macau em áreas como a gravura, joalharia e escultura. Elisa Vilaça tem realizado várias exposições não apenas no território, mas também na China continental, Brasil e Portugal. Uma das últimas exposições que integrou, a nível local, foi a mostra “Século XXI – Exposição Colectiva do 21º Aniversário” da Creative Macau, que decorreu no ano passado. Aprender a fazer Além da exposição propriamente dita, serão realizados durante este mês diversos workshops em que os participantes terão a oportunidade de aprender a fazer marionetas e outro tipo de trabalhos artesanais. Decorre, no dia 8, o workshop para aprender a fazer “Bonecos de ‘Esconde, esconde'”, destinado a crianças dos cinco aos nove anos e que decorre na Casa Garden das 10h30 às 12h30. Por sua vez, no dia 14 de Junho acontece a sessão “Criar e construir marionetas que fazem rir”, no mesmo horário, mas desta vez para crianças um pouco mais velhas, dos 10 aos 14 anos. No dia 21 de Junho tem lugar o workshop “Cordéis com Vida”, das 10h às 13h e das 15h às 18h, para jovens com idades a partir dos 14 anos.
Hoje Macau EventosDoci Papiaçam | Teatro em patuá regressa este fim-de-semana Decorre hoje e amanhã mais um espectáculo dos Doci Papiaçam di Macau, que tal como é habitual acontece em patuá, dialecto macaense em vias de extinção e cuja peça é já um dos últimos exemplos vivos do uso desta língua. “Cuza Tá Renâ? (Que se Passa?)” é o nome desta peça escrita e encenada por Miguel de Senna Fernandes, e que hoje sobe ao palco a partir das 20h e amanhã às 15h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau. O espectáculo integra-se na edição deste ano do Festival de Artes de Macau. Segundo a sinopse do espectáculo, este será o momento em que a “sátira reencontra o riso no regresso do patuá ao palco”, tratando-se de uma “comédia vibrante que mergulha nas transformações urbanas e nas peculiaridades do quotidiano local, prometendo fazer a plateia rebentar de tanto rir”. O teatro em patuá, uma arte performativa única apresentada pela comunidade macaense, foi inscrito na Lista do Património Cultural Imaterial da China em 2021. É um crioulo de Macau com origem na língua portuguesa antiga, combinada com malaio, cantonense, inglês e espanhol, reflectindo “o cosmopolitismo da cidade, onde o Oriente se cruza com o Ocidente numa vivaz coexistência cultural”, explica o IC. A peça dura 2h30 e será inteiramente interpretada em patuá, tendo legendas em chinês, português e inglês.
Hoje Macau EventosWes Anderson explica o seu novo filme, “O Esquema Fenício” O realizador Wes Anderson inspirou-se no sogro para escrever o protagonista do seu novo filme, “O Esquema Fenício”, que será exibido na Cinemateca Paixão este sábado e depois na próxima terça-feira, sexta e domingo, 8 de Junho. O filme conta com um elenco de estrelas, incluindo Benicio del Toro, Tom Hanks e Scarlett Johansson. “Tinha a ideia de um magnata europeu, alguém que teria entrado num filme de [Michelangelo] Antonioni”, disse Anderson numa conferência de imprensa ‘online’, em que a Lusa participou. “Com o tempo, comecei a misturá-lo com o meu sogro Fouad, que era um engenheiro e empresário com muitos projectos diferentes”. Fouad Malouf, explicou o realizador, era um homem com muitos projetos em diversos lugares e uma pessoa afável, mas intimidante. Mantinha os planos dos vários negócios em caixas de sapatos e um dia mostrou-os à filha, para que ela os pudesse prosseguir no caso de lhe acontecer algo. A sua reação foi igual à da filha ficcional no filme, Liesl, interpretada por Mia Threapleton: “Isto é de loucos”. A transposição deste homem de negócios da vida real para o cinema começou a formar-se na mesma altura em que Wes Anderson mostrou “Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun” em Cannes, em 2021, com Benicio del Toro. “Falei ao Benicio da ideia de um magnata europeu, alguém que poderia ter entrado num filme do Antonioni”, revelou Wes Anderson. “Tinha a ideia de alguém em aflição física, a imagem de um tipo com um relógio muito caro que não se conseguia matar”. A história de Zsa Zsa Korda É esse homem que Benicio del Toro encarna em “O Esquema Fenício” – Zsa-Zsa Korda, um dos homens mais ricos da Europa que, no início do filme, sofre a sua sexta queda de avião e decide escolher a filha mais velha para herdeira da sua fortuna e do seu império. “É escrito em camadas e cheio de contradições, o que se torna muito saboroso para um actor lhe dar vida”, disse del Toro. Algumas cenas, como a dos créditos de abertura, tiveram de ser filmadas repetidamente — entre 25 e 30 vezes, disse o actor, lembrando que ficou com a pele engelhada por estar dentro de uma banheira. “Há um elemento do meu personagem que espera uma segunda oportunidade para reparar uma relação quebrada”, detalhou del Toro. “Para isso ele tem de mudar e muda. Gosto de pensar que as pessoas podem mudar”. Essa relação é com a filha, a quem Zsa-zsa Korda quer deixar as caixas de sapatos com os ambiciosos planos para a perdida civilização Fenícia. Mas Liesl está prestes a tornar-se uma freira católica e ressente-se do pai pela sua ausência de anos. Para se preparar para o papel, Mia Threapleton estudou a Bíblia, foi até Roma para uma prova de roupa e conversou com um diácono. Estudou a fundo durante três meses e criou pequenos detalhes para a personagem. As filmagens decorreram perto de Berlim, no estúdio Babelsberg e arredores, com um pequeno papel para Scarlett Johansson como Prima Hilda.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM acolhe sexta edição de concurso e exposição “See&Share” O Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) acolhe, a partir de amanhã, uma exposição de arte infantil com trabalhos de jovens chineses expatriados. Será também realizada a cerimónia de entrega de prémios da iniciativa “Global Youth Art Contest”, que dá origem à mostra. A exposição, que tem o nome “See&Share 2025”, é promovida por Helena Dong, cidadã chinesa a viver em Lisboa e que, depois de criar a CLAN – Commonweal of Liberal Arts em Nanjing, de onde é oriunda, estabeleceu um projecto semelhante na capital portuguesa, a CLAN para Inovação Cultural e Educacional Juvenil. “Há seis anos vivíamos na China e já aí pensava na próxima geração, sobretudo nas crianças chinesas. É muito importante que elas saibam o que é a arte real, verdadeira e tradicional. Tenho dois filhos e penso que é importante também que eles saibam isso. Como sempre tive muitos contactos com os profissionais mais tradicionais, comecei a convidá-los para a realização de workshops com crianças, sobretudo as famílias locais. Em 2019 a nossa família veio para Lisboa e queríamos manter isso, estabelecer conexões com os locais e com as crianças locais. Queríamos que a nossa família conhecesse a história e a arte locais”, contou ao HM. O primeiro ano da exposição “See&Share” decorreu em Lisboa em 2020, ainda nos tempos de pandemia, tendo sido recolhidos “300 trabalhos feitos por crianças de todo o mundo”, ligadas a comunidades chinesas espalhadas em vários países. Foi realizada uma exposição online, mas à medida que o mundo abriu após a pandemia, também esta mostra passou a ser vista directamente pelo público. “Todos os anos temos temas diferentes. No ano passado o tema principal foi a humanidade e o futuro. Em cada ano tentamo-nos focar na visão das crianças sobre aquilo que pensam em relação ao mundo, à humanidade e natureza. Temos também trabalhos sobre os valores ESG (Environmental, Social, and Governance), a importância da preservação do ambiente a nível mundial”, disse Helena Dong. Juntar culturas A sexta edição do concurso é agora apresentada no CCCM e Helena Dong espera ajudar a construir ainda mais “uma ponte entre as crianças portuguesas e chinesas e outras famílias internacionais que vivem em Lisboa”. Segundo a responsável, “a participação [no concurso e nas actividades da CLAN] é, sobretudo de famílias chinesas a residir no estrangeiro, da Europa, Ásia e América”. “Queremos também criar laços mais profundos com as famílias locais, tentando construir uma ponte entre a comunidade chinesa e a comunidade local [de portugueses]”, disse. “Podemos juntar-nos e falar uns com os outros, para que nos possamos conhecer melhor. É essa a nossa grande expectativa. Em todos os anos, na cerimónia de abertura, fazemos workshops sobre cultura tradicional chinesa, é uma boa oportunidade para que a comunidade se possa expandir sobre aquilo que nós fazemos e o que gostamos”, acrescentou.