Grande Prémio | Morte de Hegarty relança debate sobre prova de motociclismo

A oitava morte na principal categoria do Grande Prémio de Macau em Motos colocou o debate sobre a segurança do circuito na ordem do dia. Apesar da tragédia, as pessoas ouvidas pelo HM defendem que o futuro da prova não deve ser colocado em causa, mas que é necessário fazer algo para evitar este tipo de tragédias

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] morte do piloto Daniel Hegarty, de 31 anos, durante a corrida do Grande Prémio de Motas voltou a colocar na agenda do dia a segurança no Circuito da Guia. Cinco anos depois da morte de Luís Carreira, piloto português que em 2012 também perdeu vida na Curva dos Pescadores, a segurança no local volta a ser questionada. Isto apesar dos esforços organizativos para reforçar a protecção na zona.

Se por um lado, há quem ache impensável que a corrida de motos se deixe de realizar, até pelo seu valor histórico, por outro, há pessoas que simplesmente defendem que a pista não tem as condições de segurança necessária para um evento deste género.

Para Paulo Godinho, residente de Macau a viver em Portugal, o circuito da Guia já não tem condições para receber provas de motos, devido à ausência de espaço para instalar escapatórias: “Hoje, como se vê nas provas principais de motociclismo em todo o mundo, os circuitos destinados à modalidade têm de ter enormes escapatórias, o que é impossível de construir em Macau”, começou por explicar, em declarações ao HM, o sociólogo.

“Não é aceitável que os praticantes tenham, hoje em dia, protecções cervicais para evitar danos na coluna, em caso de acidente, e depois considerar como normal que possam ser atirados, a 200 km/hora de encontro a um muro de betão”, acrescentou.

Produto de Macau

André Ritchie tem uma opinião oposta. Para o arquitecto e ex-coordenador do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes é necessário continuar a adoptar medidas de segurança, mas não se deve aceitar de todo o final da corrida de motas.

“Sou completamente contra acabar-se com a corridas de motociclos. É um produto genuíno de Macau. Estamos sempre a dizer que Macau tem falta de elementos próprios, por isso mesmo faz ainda mais sentido preservar o Grande Prémio, que é um produto só nosso. Isto é a nossa identidade”, afirmou André Ritchie, ao HM.

“Eu defendo que é sempre possível melhorar as condições de segurança. É o facto das pessoas não conhecerem as últimas inovações ao nível da segurança e falarem contra a corrida que me incomoda”, explicou.

Opinião que levou a um acesso debate nas redes sociais, foi a de Pedro Coimbra, autor do blog “Devaneios a Oriente”. Contudo, o jurista explica que tem sido mal-interpretado e que nunca quis que as corridas de motos chegassem ao fim.

“Eu não defendo o fim das corridas de motos no Grande Prémio, nem tenho conhecimentos técnicos para fazer uma afirmação dessas. O que me mete um bocado de impressão, como espectador, é a sensação de falta de segurança”, vincou Pedro Coimbra, ontem, ao HM.

“Acredito pouco em coincidências. No prazo de cinco anos morreram duas pessoas no mesmo sítio. Morreram de uma forma horrorosa. Um pequeno erro, um azar, uma avaria mecânica – que até poderá ter acontecido neste caso – é suficiente para uma pessoa embater imediatamente no muro ou na protecção metálica e haver uma tragédia”, sublinhou.

Pedro Coimbra fez questão de sublinhar que não tem conhecidos profundos sobre o tema e que fala na perspectiva de um leigo. Contudo, explica que a impressão que tem das corridas de motas é que “é uma sorte não haver outras tragédias como estas”.

Alterações ao circuito

A reboque do debate sobre a segurança, há quem defenda que podem ser implementadas alterações ao circuito para fazer com que seja mais seguro para as motos. Também este tópico não gera unanimidade.

André Couto, piloto que venceu a prova de Fórmula 3 em 2000, aceita esta solução, caso os pilotos das motos concordem que pode resultar num circuito menos perigoso.

“Não sou contra a introdução de chicanes para fazer com que os pilotos abrandem em certos sítios do circuito. Mas uma decisão dessas tem de ser tomada depois de ouvir os próprios pilotos. São eles que estão na pista e sabem o que é melhor”, disse André Couto ao HM.

“Há eventos no exterior em que quando corre uma categoria metem uma chicane amovível na pista. A chicane é depois retirada quando são realizadas corridas de outras categorias. Acho que se podem encontrar outras soluções de segurança, como as chicanes, mas também é preciso estudar bem se essa é a melhor solução e saber se os pilotos estão de acordo”, acrescentou.

Por sua vez, André Ritchie é contra a introdução de alterações ao traçado do circuito, que defende ser património de Macau e que precisa de ser protegido. Para o antigo director do GIT é mesmo necessário classificar o circuito da Guia.

“O Grande Prémio é património de Macau, tal como o circuito da Guia, e deve ser protegido. Há pessoas que dizem que se colocava antes da Curva dos Pescadores uma chicane. Mas não se pode fazer isto, estamos a falar de património. O Circuito da Guia manteve-se inalterado ao longo destes anos todos e devia manter-se assim”, defende André Ritchie.

“Também não vou às Ruínas de São Paulo pedir para colocarem uns ventiladores por causa da circulação do ar. Não podemos fazer isso. Qualquer mudança no circuito deve ser feita com pinças. Mas há alternativas e podemos sempre melhorar, mantendo a corrida”, frisou.

Ritchie colocou também a hipótese, que admite precisar de ser estudada, de recuar as barreiras na zona da Curva dos Pescadores. O objectivo passa por ganhar espaço para colocar mais materiais absorventes de eventuais impactos, como barreiras de pneus.

Desporto perigoso

No que as pessoas ouvidas pelo HM parecem unânimes é no facto das corridas envolverem sempre um risco. “É preciso compreender a modalidade. Os riscos que a modalidade implica. O desporto motorizado, de forma geral, é perigoso. Não é por acaso que até os espectadores são avisados no verso do bilhete sobre os perigos de assistir às corridas. Este desporto é perigoso e há que ter consciência disso”, diz Ritchie.

Por sua vez, André Couto recorda que no caso em concreto das motas que o piloto faz sempre parte do primeiro impacto, em caso de acidente: “Mesmo com muita segurança, quando se bate a 200 e tal km/h, no caso das motos, e ao contrário dos carros, o piloto que faz parte do primeiro impacto. Mesmo que se evolua na segurança das pistas, acredito que este tipo de acidentes vai continuar a acontecer”, apontou. “O circuito da Guia não é propício para as quedas a grandes velocidades” acrescenta.

São estas características que fazem com que Paulo Godinho acredite que as mortes nunca serão uma excepção: “Com as características do circuito da Guia, [as mortes] não serão nunca a excepção mas sim uma triste regra, se não se acabar, definitivamente, com as provas de motociclismo”, apontou.

 

Mortes no Grande Prémio de Motociclos
Ano Piloto Local de Nascimento

1973 Shea Lun Tsang Hong Kong

1977 Lam Sai-Kwan Hong Kong

1983 Chan Wai Chi China

1993 Tung Sai-Wing Hong Kong

1994 Katsuhiro Tottori Japão

2005 Bruno Bonhuil França

2012 Luís Carreira Portugal

2017 Daniel Hegarty Reino Unido

 

Alexis Tam comprometido com a segurança

Após a morte de Daniel Hegarty, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, prometeu que a organização vai continuar a fazer os seus melhores esforços para aumentar os níveis de segurança no circuito. O também presidente do Comité de Organização do Grande Prémio de Macau garantiu ainda que não existe a intenção de acabar com a prova de motos. Por outro lado, Alexis Tam recordou a história e importância do evento de motociclos para o Grande Prémio, que se realiza há 51 edições. O japonês Hiroshi Hasegawa, em 1967, foi o primeiro vencedor da prova de motos.

André Couto admite admiração pelas motos

André Couto é o único piloto de Macau a ter vencido o Grande Prémio de Fórmula 3, no ano de 2000. Porém, e apesar de ter igualmente competido nos GT e carros de turismo, Couto reconhece que sempre sentiu uma grande admiração pela prova de motociclos. “Não estou muito por dentro do mundo das motas, mas uma das partes do meu gosto pelas corridas do Grande Prémio de Macau deve-se muito às motas. Era uma das categorias que mais gostava de ver, em criança. Lembro de ver o Ron Haslam ou o Kevin Schantwz e algo passou para mim, também um pouco pelas motos”, reconhece o piloto de 40 anos. “O circuito da Guia ficou conhecido por ser muito rápido, perigoso e que não perdoa qualquer erro. O Grande Prémio de Motos veio contribuir para essa fama”, frisou.

Ilha de Man : 255 pilotos mortos

No topo dos circuitos mais mortais está o Snaefell Moutain, localizado na Ilha de Man, no Reino Unido, com um total de 255 fatalidades só entre pilotos. Este número tem em conta as diferentes provas que se realizam no traçado rural, que tem uma extensão de 60,72 quilómetros. A prova mais conhecida disputada no circuito é a International Isle of Man Tourist Trouphy Race, e tem no palmarés vencedores como John McGuinness, Michael Rutter, ou Ian Hutchinson, corredores que também já triunfaram em Macau.

23 Nov 2017

51º Grande Prémio de Motos de Macau – Vitória amarga

O Circuito da Guia voltou a mostrar-se este fim-de-semana impiedoso e, por mais sofisticadas e aperfeiçoadas que sejam as medidas de segurança impostas, a crueza é ainda uma característica intrínseca dos desportos motorizados

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]lenn Irwin venceu a 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau que fica marcada pelo acidente mortal do inglês Daniel Hegarty. Na quinta volta da tradicional prova de sábado à tarde, o piloto inglês, que participava pela segunda vez na prova, perdeu o controlo da sua Honda CBR1000RR na Curva dos Pescadores. A corrida foi prontamente interrompida, para prestar os primeiros socorros ao piloto da TopGun Racing, que foi rapidamente transportado para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde iria chegar já sem vida. A corrida não recomeçou e a cerimónia do pódio foi realizada com enorme pesar.

Para segundo plano forçosamente fica a parte desportiva do evento deste ano, onde Glenn Irwin e a sua Ducati 199RS mereciam todo o destaque. Ainda na sexta-feira o piloto da Irlanda do Norte entrou para o livro dos recordes do Grande Prémio, ao rodar em 2:23.081, um tempo que para além de lhe ter dado a pole-position, tornou-se o recorde a melhor volta ao Circuito da Guia. Irwin destronou o antigo recorde de Stuart Easton que já levava sete anos.

Apesar da ameaça de chuva que pairou sobre Macau no sábado, a corrida realizou-se como o previsto, com a pista seca e condições climatéricas  adequadas.

Irwin fez um bom arranque, defendendo-se dos vários ataques de Peter Hickman, o vencedor das duas últimas edições, e que na primeira volta ainda chegou a liderar. Enquanto Michael Rutter desceu de terceiro para quinto na partida, Martin Jessopp geria a sua corrida atrás dos dois primeiros, procurando o primeiro triunfo na corrida.

O piloto da bem afinada Ducati vermelha da Paul Bird Motorsport, que soube como tirar proveito da melhor performance dos pneus Metzeler sobre os Dunlop que equipavam os rivais das favoritas BMW, conseguiu sacudir a pressão de Hickman e já tinha conseguido uma vantagem de um segundo para o seu principal adversário nas cinco voltas realizadas e que lhe valeram o primeiro triunfo entre nós. Contudo, esta foi uma vitória sem nada para festejar.

“O que temos hoje não é uma celebração.  As corridas são irrelevantes. Esta é uma forma muito triste de ficar no topo do pódio com champanhe aberto. É um fim muito triste”, disse, em lágrimas, Irwin no final da prova.

Michael Rutter, que conseguiu ultrapassar Jessopp e Connor Cummins, completou o pódio.

Óbito | Daniel Hegarty (1986-2017)

Daniel Hegarty, de 31 anos, casado e pai de duas crianças menores, não era um dos nomes sonantes da prova, mas era um experiente piloto de corridas de estrada e uma das esperanças do motociclismo da especialidade do Reino Unido segundo a imprensa especializada.

Na sua segunda participação na prova, Hegarty qualificou-se no 15º lugar, onde rodava quando perdeu o controlo da sua mota na Curva dos Pescadores e chocou violentamente contra as barreiras de protecção.

De acordo com o comunicado da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, “o corredor britânico sucumbiu aos ferimentos quando seguia na ambulância a caminho do Hospital Conde São Januário”.

Segundo o coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun, o piloto “sofreu ferimentos graves” e foi de imediato transportado para o hospital. A comissão contactou com a família e membros da equipa garantindo que lhes será prestada toda a assistência.

A última fatalidade no Grande Prémio de Macau de Motos tinha acontecido em 2012, quando o português Luís Carreira perdeu a vida na mesma curva na primeira sessão de qualificação.

Triste fado lusitano

André Pires, o único piloto português da “metrópole” a participar na 64ª edição do Grande Prémio de Macau, não chegou a alinhar na corrida de motos, devido a um problema na sua montada.

“Infelizmente é um dos dias mais tristes da minha carreira. Até agora nunca tive um caso de uma corrida em que eu não pudesse alinhar e sempre fizemos tudo para correr”, disse o piloto de Vila Pouca de Aguiar ao HM. “Há coisas que nos ultrapassam, sem dúvida. No warm-up tivemos uma avaria no motor e não temos como prosseguir. Ainda tentámos fazer tudo, mas não temos as peças suplentes.”

O piloto transmontano, que se qualificou no 23º lugar entre vinte e oito concorrentes, estava satisfeito com os resultados obtidos até ao problema.

“Conseguimos melhorar, até baixei cinco segundos a minha melhor volta. Estava mesmo muito perto do meu melhor tempo e de bater o meu próprio recorde”, explicou, acrescentando que, apesar dos meios limitados ao seu dispor, espera voltar em 2018: ”Espero que surja aí qualquer coisa para que no ano que vem estejamos cá com mais força.”

Quanto à Kawasaki ZX10R do Team of Portugal, essa “vai agora para Portugal, fica arrumada e para o ano vamos ver. Esta é uma mota com que corremos em Portugal. Fez a época toda sem problemas mas chegou aqui e aconteceu isto. É triste e não há explicação. Se tivéssemos um motor suplente ainda podíamos ter tentado trocar, mas não temos. Nem dinheiro, nem motor…”

20 Nov 2017

Taça da Corrida Chinesa | Assunção no primeiro degrau

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]élder Assunção deu uma grande alegria à comunidade macaense, e não só, ao vencer a Taça da Corrida Chinesa do 64ª edição do Grande Prémio de Macau.

Depois de na sexta-feira ter mostrado habilidade para rodar entre os primeiros, o piloto macaense qualificou-se no quarto lugar para a corrida de sábado de manhã. Decidido, Assunção subiu uma posição logo nos primeiros metros da prova, quando o veterano Kenneth Look perdeu o controlo do seu BAIC D50 e gerou uma carambola atrás de si, que provocou a interrupção da corrida para retirar as seis viaturas acidentadas

No recomeço, Assunção colou-se à traseira de David Zhu, que se debatia com um carro danificado e pouco cooperante, e ultrapassou o experiente piloto chinês à quarta volta. Contudo, o piloto do território dificilmente poderia ambicionar mais que um já fabuloso segundo lugar, no entanto, quando o Zhang Zhi Qiang seguia isolado na primeira posição, rumo a um triunfo fácil, a sete voltas do fim, o diferencial do BAIC D50 que partiu da pole-posiiton falhou.

Assunção herdou então a liderança na corrida e apesar de alguns problemas de pressão de óleo no carro não abrandou o ritmo, terminando com uma confortável vantagem de 11 segundos para Zhu. Num pódio em que todos os concorrentes tripularam os novos BAIC D50, Brian Lee, de Taiwan, subiu ao último degrau. O outro piloto de Macau em prova, Liu Lic Ka, arrancou de último lugar, mas levou o seu SEAT Leon ao quarto posto final.

20 Nov 2017

Corrida da Guia – Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo: O mandarim inglês

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o regresso do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo, depois de dois anos de ausência, o marroquino Mehdi Bennani e o inglês Rob Huff, ambos em Citroen, dividiram os triunfos, sendo que Huff ficou também com o título de vencedor da Corrida da Guia de 2017.

Com a vitória na segunda corrida do fim-de-semana, Huff tornou-se o piloto com mais triunfos no Circuito da Guia, tanto em duas, como em quatro rodas, desempatando assim com Michael Rutter.

A primeira corrida do WTCC foi disputada no sábado, com os três primeiros da grelha de partida – Bennani, Tom Coronel (Chevrolet) e Ryo Michigami (Honda) – a terminarem por esta ordem. A corrida de 8 voltas terminou mais cedo, quando à sexta volta, Norbert Michelisz, um dos candidatos ao título, cortou a passagem, ao despistar-se na zona do Ramal dos Mouros, causando um choque em cadeia que ir envolver também Esteban Guerrieri (Honda), Rob Huff (Chevrolet) e Tom Chilton (Citroen). Entre os candidatos ao ceptro do campeonato, Björk foi o melhor, ao terminar no quarto lugar, ao passo que o húngaro da Honda ficou ainda assim com o quinto posto.

Autor do novo recorde da pista da Corrida da Guia na qualificação de sexta-feira, Huff partiu confiante da pole-position para a corrida de ontem, tendo Michelisz ao seu lado. Isto, apesar dos mecânicos da equipa Allinkl.com Münnich Motorsport terem passado a noite a tentar recuperar o carro francês.

Com a pista bastante molhada, a corrida iniciou-se atrás do Safety-Car conduzido pelo português Bruno Correia. O piloto húngaro da Honda ainda atacou a liderança por duas ocasiões, mas a vitória de Huff nunca foi realmente beliscada, até porque o segundo lugar servia perfeitamente as aspirações de Michelisz no campeonato. A corrida foi mais interessante na luta pelo terceiro lugar do pódio, com Chilton a ultrapassar Guerrieri na última volta, na curva D. Maria, quando o argentino cometeu um erro.

Satisfação britânica

No final da corrida, Huff mostrou-se extremamente satisfeito com a vitória. O inglês agradeceu o esforço da sua equipa, salientando que “não queria ter outra época no WTCC sem ter uma vitória. Macau sempre foi bom para mim, sinto-me confortável aqui e sabia que poderia vencer, apesar de nunca ter corrido aqui à chuva.”

Sobre o recorde obtido, Huff  referiu que “ganhar nove meses no mesmo lugar é algo especial e fazê-lo em Macau, o que eu considero o mais difícil circuito do mundo, ainda mais. Acho que vai demorar algum tempo até aparecer alguém que iguale este recorde”.

Bjork terminou no quinto posto e a luta pelo título será decidida dentro de quinze dias no Qatar, tendo o piloto sueco da Volvo mais seis pontos e meio que Michelisz.

 

Missão cumprida

Sem ambições à partida, o piloto de Macau Mak Ka Lok, o único representante da RAEM nas quatro principais corridas do programa, cumpriu os seus objectivos para este fim-de-semana, qualificando-se para a corrida, mesmo tendo para isso beneficiado de uma autorização especial dos Comissários Desportivos, visto que o seu melhor tempo ficou uma décima de segundo aquém do tempo mínimo para se qualificar automaticamente. Nas duas corridas, o piloto do Lada optou por uma toada conservadora, terminando no 17º lugar em ambas as corridas.

Adeus à Guia

A corrida de ontem representou um adeus a esta geração de carros do WTCC ao Circuito da Guia. Apesar do contrato ainda não estar assinado, o Eurosport Events, o promotor do WTCC, deverá chegar a um entendimento com a WSC Ltd,  para que em 2019 o WTCC utilize os carros do TCR, vistos a competir na Corrida da Guia em 2015 e 2016.  O calendário provisório do WTCC para 2019 está igualmente por ser oficializado. Questionado pelo HM, o Eurosport Events não quis comentar sobre a possibilidade do Grande Prémio de Macau permanecer no calendário do campeonato no próximo ano.

20 Nov 2017

Taça CTM de Carros de Turismo: Glória a dobrar para os da casa

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]eong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) venceu a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau, na primeira vez que esta corrida foi disputada por duas classes diferentes: uma para viaturas 1600cc Turbo e outra para viaturas 1950cc ou Superior. Ao vencer a classe 1600cc Turbo, Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) voltou a subir ao lugar mais alto do pódio do Grande Prémio oito anos depois.

Numa corrida disputada na manhã de ontem, com o Circuito da Guia bastante molhado, a partida foi feita atrás do Safety-Car por razões de segurança. Veng aproveitou a maior potência do seu carro para suplantar o poleman Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR R34) ainda antes da Curva do Lisboa. A corrida não teve desenvolvimentos na frente até que os dois primeiros começaram a ultrapassar os concorrentes atrasados. Quando o líder da corrida se aproximava da traseira de Lio Kin Chong (Subaru) na curva um, a duas voltas do fim, o ex-piloto de motas entrou em pião e bateu nos muros. Veng provavelmente também exagerou na travagem para evitar o carro descontrolado que estava à sua frente, entrando também ele em pião e batendo nos muros. Ao mesmo tempo, um acidente com três carros na zona da montanha bloqueou a pista e foram mostradas bandeiras vermelhas.

A corrida não recomeçou, o que significou que Veng venceu, à frente do seu adversário nipónico e do colombiano Júlio Acosta (Lotis Évora). O estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo9) e Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) foram os 12º e 14º, respectivamente, na categoria 1950cc ou Superior.

Mais intensa foi a luta pela vitória na classe 1600cc Turbo. Filipe Clemente Souza (Chevrolet Cruze) fez um bom arranque e ultrapassou o favorito Paul Poon (Peugeot RCZ), seis vezes vencedor desta corrida. Contudo, um toque na curva do Mandarim danificou o seu carro, que acabou por sucumbir à quinta volta com sobreaquecimento do motor.

Com Poon a sentir inúmeras dificuldades com o seu carro, o vencedor da Taça ACP de 1999, Jerónimo Badaraco, não se fez rogado e ultrapassou o piloto de Hong Kong à sétima volta, mantendo depois uma vantagem de segurança suficiente para vencer a categoria, para além de ter sido o nono classificado da geral. Leong Chi Kin (Mini Cooper S) completou o pódio, terminando à frente de Célio Alves Dias (Mini Cooper S) que vinha a recuperar posições e tempo para os demais.

Rui Valente (Mini Cooper S), que afirmou não ter gozado a corrida devido à falta de visibilidade, e Eurico de Jesus (Ford Fiesta) ficaram classificados mais cá para trás, com o veterano piloto português a encerrar o Top-10 da categoria.

20 Nov 2017

Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA: “Sr. Macau quem mais”

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]doardo Mortara venceu pela sexta vez no Circuito da Guia e conquistou a “SJM Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA”, uma prova que ficou marcada pelo aparatoso choque em cadeia na Corrida de Qualificação da tarde de sábado.

Numa edição em que os quatro Mercedes AMG GT3 mostraram ser os carros melhor preparados, Mortara e Maro Engel foram os mais rápidos na qualificação de sexta-feira entre os 20 participantes.

A Corrida de Qualificação, no sábado, disputou-se em condições particularmente difíceis, pois chegou a “pingar” antes da corrida, existindo zonas com óleo na pista das corridas anteriores, segundo os relatos dos pilotos. No arranque, Daniel Juncadella tocou ligeiramente nos muros, danificando a direcção do seu Mercedes que se partiu quando o espanhol tentou curvar no Ramal dos Mouros.

Com o carro alemão a bloquear o caminho e catorze carros atrás de si a alta velocidade, o resultado só poderia ser um: um choque em cadeia de proporções dantescas que rapidamente se tornou viral nas redes sociais.

A corrida iria prosseguir mais tarde com os oito carros sobreviventes. Mortara que tinha perdido a primeira posição para Engel, beneficiou dos problemas de bateria no carro do alemão para recuperar a primeira posição. O “Sr Macau” voltou a vencer, desta vez seguido pelo BMW “Art Car” de Augusto Farfus e pelo Mercedes de Raffaele Marciello que teve que usar todos os seus reflexos para evitar colidir com Juncadella.

Seis dos doze carros danificados no sábado foram recuperados para a corrida de domingo. Como a pista se encontrava molhada, os catorze concorrentes tiveram que efectuar duas voltas atrás do Safety-Car antes da partida. Na ânsia de fugir aos seus perseguidores, Mortara quase deitava tudo a perder, tocando nos muros de protecção da curva um. Felizmente o seu Mercedes não acusou o toque, já o mesmo não poderá dizer Marciello, que para roubar o segundo lugar a Farfus nos primeiros metros da prova empurrou o brasileiro, danificando o radiador do seu Mercedes, desistindo pouco depois.

Farfus foi obrigado parar nas boxes para reparar a traseira do BMW, permitindo a Robin Frinjs assumir o segundo lugar. Numa corrida que teve a presença do Safety-Car por mais duas ocasiões em pista, mantendo o pelotão bastante compacto, anulando qualquer tipo de vantagem construída por Mortara, o holandês da Audi e Maro Engel travaram um duelo aceso pelo segundo posto, que Frinjs levou a melhor. Com Mortara a cometer ligeiros erros, que não o deixaram fugir claramente rumo ao triunfo, os três primeiros classificados terminaram separados por apenas um segundo e três décimas.

“Fomos competitivos quando tínhamos que ser. Foi uma corrida com muito stress, condições de pistas mistas, onde era fácil cometer erros. Eu próprio bati na primeira curva quando queria fugir”, explicou Mortara que junta este triunfo às vitórias em Macau na Fórmula 3 em 2009 e 2010 e na Taça GT Macau de 2011 a 2013. “Esta vitória é especial, porque é a minha primeira com a Mercedes e representa também o excelente trabalho dos mecânicos”.

Mortara sucede a Laurens Vanthoor, que não correu no domingo, devido aos danos causados na célula de segurança do seu Porsche no acidente de sábado, como detentor da Taça do Mundo FIA GT. A Mercedes fica com esse titulo, no que respeita aos construtores automóveis.

Na cerimónia do pódio não se abriram as garrafas de champanhe em respeito a Daniel Hegarty.

 

Maratona de reparações

O paddock do Grande Prémio não dormiu. As equipas de GT fizeram uma maratona para reparar os seus carros e tiveram que usar todos os recursos disponíveis. A Honda foi buscar o NSX GT3 que estava em exibição na concessionária da marca na cidade para reparar o carro de Renger Van der Zande, utilizando a caixa-de-velocidade, suportes do motor, entre outras coisas, do carro de exposição. O Audi R8 de Nico Muller recebeu as peças do carro que estava numa mostra na Doca dos Pescadores. A equipa alemã HCB Rutronik Racing canibalizou o carro de Fabien Plentz para Lucas di Grassi correr, ao passo que a Craft Bamboo Racing precisou de peças do Porsche de Vanthoor para colocar o carro de Darryl O’Young a andar. A FIST Team BMW praticamente que reconstruiu um carro novo para Marco Wittmann, mantendo apenas a célula de segurança do BMW M6 GT3, tendo até o tejadilho sido obrigada a trocar.

20 Nov 2017

Macau recebeu piloto com “sangue azul” que sonha com a Fórmula 1

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]erdinand Zvonimir von Habsburgo terminou o Grande Prémio de F3 em quarto lugar, após ter cruzado a meta com três rodas. No entanto, se ainda existisse o Império Austro-Húngaro, Ferdinand estaria a estudar para ser Imperador, em vez de piloto

Entre os 22 pilotos que estiveram a competir em Macau, também houve “sangue azul”, nomeadamente ligado ao Império Autro-Húngaro. Ferdinand Zvonimir von Habsburgo é o bisneto de Carlos I da Áustria, último imperador austríaco, e esteve em Macau atrás do sonho de chegar á Fórmula 1. Uma carreira fora do comum na família, como o próprio Ferdinand Habsburgo, de 20 anos, reconheceu.

“Do lado do meu pai, que é a família com as ligações directas à Casa de Lorena, sou o primeiro a dedicar-se a uma carreira no automobilismo. Talvez algum dos meus primos tenha experimentado de forma pontual este desporto, não tenho a certeza, mas sou o primeiro a ser profissional”, disse Ferdinand Zvonimir von Habsburgo, ao HM.

Apesar do bisavô, avô e pai se terem dedicado à política, Ferdinand, que tem mais duas irmãs, acredita que a vida que escolheu não é significativamente diferente da dos seus antecessores.

“Ao meus olhos, eles tinham aquele interesse genuíno pela política. E foram bons nessa área. Quando era criança nunca tive um interesse muito forte na política, ao contrário deles, o que realmente me interessa são os desportos motorizados. E foi numa carreira desta natureza que apostei”, defendeu.

“Somos uma família muito focada no que fazemos e, quando nos dedicamos a uma actividade fazemo-lo de forma muito séria, por isso não me considero diferente dos outros Habsburgo. Só estou focado numa actividade em que eles não estavam”, acrescentou.

Paixão pela F1

Apesar de ter uma população com menos de nove milhões de habitantes, a Áustria tem dois campeões mundiais de Fórmula 1, Niki Lauda, que venceu em 1975 e 1977, e Jochen Rindt, campeão mundial 1970. Rindt é o único campeão a título póstumo, uma vez que morreu durante os treinos para o Grande Prémio de Itália, desse ano.

Enquanto Lauda, cujo pai era um importante homem de negócios, sempre teve a família contra a sua carreira, apesar de ter sido campeão mundial em duas ocasiões, o mesmo não se passou com Ferdinand.

“A minha família sempre aceitou bem este meu interesse. O facto de eu ser muito dedicado, mostrou-lhes que era algo que eu queria levar a sério. É esse o tipo de mentalidade que eles esperavam que eu tivesse. Fosse enquanto piloto de desportos motorizados ou trabalhador de uma fábrica se fosse essa a carreira que eu queria…”, apontou. “Quanto a esta última profissão não tenho tanta a certeza que me apoiassem”, admitiu o piloto de 20 anos.

“Por outro lado, eles financiam-me, por isso acho que se não me esforçasse e os resultados não aparecessem por falta de empenho que me diriam: ‘nós amamos-te, mas estás a desperdiçar o nosso dinheiro’. O que também pode acontecer com qualquer aluno que vá para a universidade”, acrescentou.

Gosto pela música

Uma conversa com Ferdinand Zvonimir von Habsburgo permite facilmente perceber que o piloto de 20 anos não tem nos seus horizontes a política. Actualmente a viver em Londres, Ferdinand admite que se não tivesse enveredado por uma carreira no desporto, teria escolhido ser músico, área em que se gostaria de ter formado.

“Não sei como vai ser o futuro e o que vou querer fazer, quando deixar o automobilismo. Contudo, se não tivesse escolhido ser piloto, teria sido músico. Quando tinha mais tempo, cheguei a fazer parte de algumas bandas, e desde pequeno que sempre toquei diferentes instrumentos, como bateria, guitarra, piano. Também sei cantar”, admitiu Habsburgo.

“Mas agora estou um pouco ferrugento. Como piloto só estou em casa dois ou três dias por semana, e não tenho tempo para praticar. Às vezes toco só para relaxar”, sublinhou.

Este é um percurso universitário que o austríaco admite seguir, quando abandonar a carreira de piloto: “Nos próximos anos vou ser piloto, quero chegar à Fórmula 1 e esta é uma carreira que exige uma dedicação a 100 por cento. Mas quando acabar, talvez vá estudar para um conservatório”, explicou.

Segunda visita

Esta foi a segunda vez que Habsburgo esteve em Macau, depois de em 2016 também ter competido na Fórmula 3, corrida que não terminou. Uma primeira visita de má memória para o austríaco, que estava doente e mal saiu do hotel.

“Este ano cheguei a Macau, uma semana antes da corrida, e tive dois dias para ver a cidade. Como já cá tinha estado no ano passado sabia os locais onde queria ir. Aproveitei para visitar a parte antiga da cidade e gostei muito”, confessou.

“Também aproveitei para dar uma volta por algumas lojas e restaurantes. Para ser sincero gostei muito da comida portuguesa e macaense”, frisou.

Apesar de nem sempre acontecer, desta vez Ferdinand contou com o apoio do pai, Karl von Habsburgo, que o abraço fortemente no final da corrida, depois do despiste que lhe custou a vitória.

“O meu pai conseguiu acompanhar-me este fim-de-semana. Como é uma pessoa muito ocupada, isso nem sempre acontece, mas desta vez conseguiu. Ele conhece melhor esta parte da Ásia do que eu, e gosta muito de vir a Hong Kong e Macau”, revelou sobre o sobrinho de Carlos I da Áustria.

20 Nov 2017

Grande Prémio de Macau | Eurico de Jesus: “O meu objectivo era manter-me seguro”

O que é que se passou nesta corrida?

Penso que tive o set-up errado para o meu carro. O carro estava muito escorregadio  e de muito difícil condução especialmente com este tipo de tempo. A pista não está demasiado má, mas por causa da chuva, ainda que seja pouca, não tinha visibilidade nenhuma, o que torna a corrida um pouco perigosa, especialmente este ano em que temos duas classes diferentes. Acaba até por ser muito perigoso. Logo na primeira volta, quando cheguei à montanha e os carros de maior potência chegaram a mim, deram-se situações de muito perigo. Mas, felizmente, conseguimos resistir e correu tudo bem. Mas no último momento da corrida houve alguns acidentes sérios em que os carros saíram da estrada e tivemos de parar a corrida.

Têm duas classes em que uma é muito mais rápida do que a outra. Vale a pena correr nestas circunstâncias?

O problema não é a outra classe ser mais rápida. O problema é que com o chão um pouco escorregadio, eles são mais rápidos nas rectas mas são mais lentos nas curvas.

São 34 carros ao mesmo tempo. Sabia em que posição estava ou limitava-se a guiar?

Para ser honesto, porque não estou a lutar pela corrida, mas sim pela minha classe, a rádio foi-me informando em que posição é que eu estava e por isso ia sabendo do meu lugar. O meu objectivo era manter-me seguro e manter o carro inteiro. Fiquei no décimo lugar na minha classe e tínhamos 18 carros.

Era o que esperava?

Não é exactamente um bom resultado. Não estava com um carro realmente competitivo. Como as regras mudaram nós agora podemos fazer muitas mudanças nos motores e havia carros com melhores condições do que o meu. Talvez no próximo ano possamos regressar com melhores condições.

O que achou deste fim-de-semana de corridas?

Em primeiro lugar estou muito triste por causa do acidente de sábado. Também somos pilotos e apesar de não estarmos a conduzir motas, estamos muito tristes. Antes de começarmos a corrida já sabíamos que os nossos carros não eram muito competitivos e por isso o nosso objectivo era também divertirmo-nos e fazer o melhor que pudéssemos.

Divertiu-se então?

Nem por isso. Mas está tudo bem. Não tivemos acidentes de maior e todos os nossos pilotos estão bem.

João Filipe e Sofia Margarida Mota

Jerónimo Badaraco

“Estou muito contente com o meu carro e com a minha equipa”

Começou em terceiro lugar, na categoria 1600cc. Como é que conseguiu chegar ao primeiro lugar?

A primeira coisa que tinha de ter em mente era ter uma condução segura porque o piso não estava muito bom e tinha muita água. A nossa corrida que agora está dividida em duas classes e faz com que seja mais difícil para nós. Os carros da outra classe têm muito mais vantagem nesta condição do circuito. Há muitos qualificados de 1950cc que andam menos mas com este tipo de piso conseguem avançar. Por outro lado, e como estava tudo tão confuso, só soube que estava em primeiro lugar quando acabei a corrida. Calculava que estava nos primeiros três lugares, mas depois houve um acidente e quando voltei é que perguntei qual a minha posição e afinal era o primeiro lugar. Estava a lutar com o Paul Poon e não sabia que era pelo primeiro lugar.

Acabou por ultrapassá-lo durante a corrida e não reparou?

Não, não reparei. Com esta chuva, a visibilidade é mesmo muito reduzida e é muito perigoso.

Vai continuar a correr na mesma equipa?

Agora só quero descansar um bocadinho e ter férias sem ter de pensar em corridas nem em carros de corridas, e depois logo se vê, no próximo ano, o que vou fazer.

Está a pensar deixar as corridas?

Logo se vê, para já só quero relaxar um bocadinho. Depende também do patrocínio Estou muito contente com o meu carro e com a minha equipa. Vamos ver.

20 Nov 2017

Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA: Jackpot saiu a Ticktum

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á um velho dizer nas corridas de automóveis que tão bem se aplica à corrida de ontem – “para terminares em primeiro, primeiro tens que terminar”.

Daniel Ticktum venceu a 64ª edição do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA, num final de corrida dramático em que o piloto inglês de 18 anos beneficiou do despiste na última curva dos dois primeiros classificados à altura.

O piloto britânico da equipa alemã Motopark largava do oitavo lugar para a sua terceira corrida de Fórmula 3, com esperanças de chegar ao pódio. Ticktum fez uma excelente corrida até ao terceiro lugar, mas o piloto protegido da Red Bull estava longe de imaginar o cenário que lhe esperava na abordagem à última curva.

Terceiro classificado o ano passado e com o estatuto de favorito este ano, Sérgio Sette Câmara herdou o primeiro lugar na corrida logo após a primeira ronda de bandeiras amarelas. O brasileiro da Motopark liderou boa parte da corrida, mas a duas voltas do fim viu-se sob intensa pressão de Ferdinand Habsburg que paulatinamente foi subindo lugares na classificação até se colocar na traseira do seu rival, ganhando dois segundos nas últimas três voltas.

O piloto austríaco de sangue real da equipa Carlin estava disposto a vencer o Grande Prémio à primeira e depois de não ter conseguido concretizar a manobra de ultrapassagem ao brasileiro no Lisboa, fez a última volta com a “faca nos dentes”.

Na última curva, Habsburg tentou uma ultrapassagem impossível a Câmara. Para evitar o toque, o brasileiro saiu da sua trajectória habitual, e o resultado final foi trágico para ambos. Câmara foi o primeiro a bater nas barreiras de protecção da Curva “R”. Habsburg ainda tentou completar a curva, mas com a velocidade que ia acabou também ele por bater nos muros, terminando a corrida em três rodas e no quarto lugar como consolação.

A vitória de Ticktum acaba por acontecer na penúltima passagem pelo Lisboa. O inglês, então a rodar em quinto, fez uma ultrapassagem de encher o olho a Maximilian Gunther e a Lando Norris, subindo ao terceiro lugar. O que viria a acontecer a seguir, nem Ticktum queria acreditar.

“Não há palavras para descrever o que sinto e senti quando cruzei a linha de meta”, afirmava o vencedor. “Com estes períodos de bandeiras amarelas e Safety-Car, é preciso ter calma e eu estava calmo. Claro que há quem vá dizer que eu tive sorte, mas o meu andamento durante o fim-de-semana e aquela ultrapassagem quase que fazem para merecer esta vitória.”

Lando Norris chegou a Macau como o “todo favorito”, mas só o foi na quinta-feira. O piloto de reserva da McLaren F1 perdeu o primeiro lugar na qualificação para a Corrida de Qualificação na sexta-feira e no sábado foi apenas sétimo, após uma corrida em culpou os pneus para tão pálida exibição. Ontem, Norris correu atrás do prejuízo, mas este segundo lugar acabou por ser imerecido para quem tão elevadas expectativas trazia consigo.

Ralf Aron completou o pódio. O piloto da Estónia teve um fim-de-semana discreto em que nem se deu por ele, mas um final de corrida onde superou Gunther e Pedro Piquet valeu-lhe um resultado de todo inesperado para quem largou do 13º lugar para esta corrida.

Para a decisiva corrida do fim-de-semana, o piloto inglês Callum Illott largou do lugar da pole-position fruto do triunfo incontestado na Corrida de Qualificação de sábado, em que se impôs, por esta ordem, a Joel Eriksson, Sérgio Sette Câmara e Maximilian Gunther. O grande favorito para esta corrida, o inglês Lando Norris, foi apenas sétimo no confronto da manhã de sábado.

Callum Illott e Joel Eriksson dividiram a primeira linha da grelha de partida, mas ambos ficaram cedo fora da contenda. Mick Schumacher também teve problemas no seu monolugar, mas fez a melhor volta da corrida.

 

Rendez-vous à Macao

Trinta e quatro anos depois do lançamento do livro “Regresso a Macau” da conhecida banda desenhada belga, as cores da Vaillante voltaram a ser novamente “vistas” no Circuito da Guia, desta feita, com o franco-argentino Sacha Fenestraz a vestir a pele de Michel Valliant, ao volante de um monolugar Dallara-Volkswagen da equipa Carlin decorado com as cores da equipa fictícia Vaillante. Curiosamente no livro saído da caneta de Jean Graton, inspirado numa visita ao território em 1981, a Vaillante participou no Grande Prémio em parceria com a Theodore Racing. Desta vez, foram rivais. O próximo livro de Michel Valliant em Macau, agora escrito por Philippe Graton, que esteve entre nós no Festival Literário Rota das Letras, está previsto sair em Outubro de 2018.

20 Nov 2017

Futebol de Sete | Benfica bate Sporting por 2-0 e está nas “meias-finais”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de uma boa primeira parte, os leões não conseguiram marcar qualquer golo diante das águias e perderam o encontro decisivo. Nas “meias” do Torneio de Futebol de Sete os encarnados vão ter pela frente o Kei Lun enquanto o Ka I vai defrontar o Cheng Fung.

O Benfica de Macau e o Ka I são as duas equipas do Grupo B que se apuraram para as ‘meias-finais’ do Torneio de Futebol de Sete, após as águias terem vencido, na sexta-feira, o Sporting de Macau por 2-0. Os apurados juntam-se assim a Cheng Fung e Kei Lun, que já se tinham qualificado, através do Grupo A.

Na passada sexta-feira, águias e leões encontram-se no Canídromo para o encontro decisivo, mas depois de uma primeira parte muito bem conseguida do Sporting, foi o Benfica que venceu a partida.

Já no segundo tempo, o defesa do Benfica Chan Man tenta fazer um passe em profundidade para desmarcar Nicholas Torrão. A bola sofre um desvio na defensiva contrário, e acaba por seguir mesmo para a frente do avançado das águias. Torrão rodou e rematou em jeito, fazendo o 1-0 , com a bola a passar por cima do guardião adversário.

O golo foi apontado logo no primeiro minuto da segunda parte e teve um impacto no ânimo leonino. Mais sete minutos, e aos 28, arrancada forte, pelo lado esquerdo, do Benfica e assistência para Carlos Leonel. À entrada da área o avançado rematou para o 2-0.

Ao HM, Daniel Melo, director técnico do Benfica, destacou o facto da formação não ter sofrido golos e ter tido uma actuação muito pragmática.

“Não termos sofridos golos mais uma vez, mostra que estamos muito bem em termos defensivos. Mas o mais importante era fechar a participação na fase de grupos, para facilitar as contas do apuramento. Foi que conseguimos”, disse o director técnico.

“O nosso objectivo foi alcançado, conseguimos chegar às meias-finais. Agora queremos vencer o próximo desafio, antes de pensar em definir outras metas para a competição”, acrescentou.

Capela elogia progressão

Por sua vez, Nuno Capela, treinador dos leões, elogiou o desempenho da primeira parte no encontro de sexta-feira, reconhecendo que depois do primeiro golo a equipa acusou a desvantagem.

“O Sporting fez uma excelente primeira parte. Dominámos o jogo, criámos muitas oportunidades e há uma flagrante aos três, quatro ou cinco minutos, em que existe uma clara grande penalidade a nosso favor que não foi assinalada”, disse o técnico leonino.

“Apesar desse lance continuámos a trabalhar porque só a vitória nos interessava. A equipa tentou tudo, mas depois na segunda parte sofremos cedo e começamos a sentir que já ia ser complicado virar o jogo”, reconheceu.

Na próxima fase da competição o Benfica vai ter pela frente o Kei Lun, e o Ka I vai defrontar o Cheng Fung. Os encontros ainda não estão agendados no portal oficial da Associação de Futebol de Macau.

Para o Benfica, o objectivo passa agora por conseguir carimbar a presença na final: “Na meia-final vamos tentar ter mais controlo de jogo, mais iniciativa e materializar essa postura. O objectivo vai ser sempre trabalhar para nos qualificarmos para a final”, afirmou Daniel Melo.

20 Nov 2017

GP | Daniel Hegarty morreu hoje depois de acidente na Curva dos Pescadores

Daniel Hegarty sofreu um acidente na Curva dos Pescadores, uma das zonas mais rápidas do Circuito da Guia.

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] piloto britânico Daniel Hegarty (Honda), que hoje sofreu um acidente a meio da prova no Grande Prémio de Motos de Macau, morreu na ambulância, quando seguia para o hospital, anunciou a comissão organizadora do evento.

“É com grande pesar que a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau informa que o corredor britânico sucumbiu aos ferimentos quando seguia na ambulância a caminho do Hospital Conde S. Januário”, informou o coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun.

Hegarty, de 31 anos, foi retirado de ambulância depois de, às 16:04, a meio da prova, ter batido na barreira na Curva dos Pescadores, de acordo com o relatório de incidentes da organização.

Segundo Pun, o piloto “sofreu ferimentos graves” e foi de imediato transportado para o hospital.

“A comissão já contactou com a família e membros da equipa de Daniel garantindo que lhes será prestada toda a assistência. A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau manifesta as mais sinceras condolências à família e amigos de Daniel”, disse o responsável, numa comunicação à imprensa sem perguntas.

Esta era a segunda participação de Hegarty no Grande Prémio de Macau.

Acidentes do passado

Desde 2012 que não se registavam fatalidades no Grande Prémio de Macau.

Nesse ano, o português Luís Carreira, de 35 anos, morreu após um despiste durante a qualificação, também na Curva dos Pescadores, a zona mais rápida do Circuito da Guia.

Um dia depois, o piloto de Hong Kong Phillip Yau, de 40 anos, morreu aos comandos de um Chevrolet Cruze, na Taça CTM, ao embater contra uma parede, na curva do Hotel Mandarim, quando seguia a mais de 200 quilómetros por hora.

Foi nesse local que em 2005 morreu o francês Bruno Bonhuil, aos 45 anos, durante o aquecimento para a corrida de motos.

Em 1994, também no Grande Prémio de Motos, o japonês Katsuhiro Tottiori morreu na segunda manga da prova.
O japonês seguia sozinho na recta entre a curva dos Pescadores e a curva R quando uma paragem violenta da moto, devido a um problema mecânico, o projectou para fora da pista, tendo embatido nas rochas junto ao mar e falecido no local.

Em 1967, Dodje Laurel, o piloto filipino que maior projecção internacional conquistou, perdeu a vida na curva do Clube Marítimo, hoje curva do Hotel Mandarim, depois de ter embatido num poste de iluminação pública, capotando o carro que se incendiou de imediato.

18 Nov 2017

Grande Prémio de Macau de Fórmula 3:  Favorito assumiu-se

[dropcap]L[/dropcap]ando Norris fez jus ao seu estatuto de favorito e foi o mais rápido por uma larga margem na primeira sessão de qualificação do “Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA”. Contudo, como nem todos os candidatos à vitória utilizaram o mesmo número de pneus novos, só hoje se ficará a perceber melhor a diferença entre os pilotos da frente.

Depois de uma sessão de treinos livres relativamente morna pela manhã, onde Sérgio Sette Câmara foi o mais lesto, o espectáculo foi outro da parte da tarde.

Depois dos acidentes do veterano japonês Ryuji “Dragon” Kumita e do espanhol Alex Palou a abrir a sessão, esta estabilizou, com os tempos a caírem progressivamente, numa batalha acesa pelo melhor registo, até que, a onze minutos do término, o Dallara-VW de Sette Câmara embateu com estrondo nas barreiras de protecção da Curva “R”, felizmente sem consequências para o piloto brasileiro. Contudo, a sessão teve que ser interrompida por mais de trinta minutos para restabelecer a segurança na pista.

De volta ao normal

No regresso à normalidade, Norris rodou em 2:11.570 com o Dallara-VW da equipa Carlin, deixando a concorrência sem argumentos. Contudo, o piloto protegido da McLaren F1 é prudente quanto ao registo obtido. “Nós colocámos dois pneus novos, o que nos deu vantagem sobre os nossos adversários. Amanhã todos irão meter pneus novos e irão melhorar. Estou satisfeito como correu esta sessão, mas ainda temos que melhorar as afinações do carro”, explicou o piloto de 18 anos.

Lando Norris foi o mais rápido na primeira sessão de qualificação para a corrida de Fórmula 3, a prova rainha do Grande Prémio de Macau. FOTO © J. Price / GPM

Pedro Piquet foi quem ficou mais perto ficou do britânico, tendo o brasileiro do Dallara-Mercedes, terminado a nove décimas do campeão europeu da especialidade, mas também ele colocou dois pneus novos nos últimos momentos da sessão.

Maximilien Gunther, o melhor dos pilotos da SJM Theodore Racing e que liderou boa parte da sessão, e Daniel Ticktum, o jovem do Red Bull Junior Team que este fim-de-semana regressa à Fórmula 3, seguiram-se na tabela de tempos, à frente de Joel Eriksson e Yuhi Sekiguchi, sendo que este dois últimos se queixaram de não ter tempo para realizar uma volta limpa.

Arredado prematuramente, Sette Câmara ficou com o nono tempo do dia, mas o recordista da melhor volta de Fórmula 3 ao Circuito da Guia mostrou que tem qualidade para ir mais além hoje.

A sessão terminou mais cedo que o previsto porque o indiano Jehan Daruvala bateu na subida de São Francisco, causando a quarta e última bandeira vermelha.

Os Fórmula 3 regressam à pista hoje, para mais uma sessão de treinos-livres pela manhã, e para enfrentarem a segunda qualificação à tarde, qualificação essa que será decisiva na formação da grelha de partida para a Corrida de Qualificação de sábado. Como é tradição, será na tarde de domingo que será disputada a corrida que decidirá o vencedor do 64º Grande Prémio de Macau.

17 Nov 2017

André Pires: “Conseguir ficar nos 15 primeiros já seria muito bom”

André Pires

[dropcap]Q[/dropcap]ual é o balanço desta prova de qualificação que acabou de terminar?
Correu bem, em primeiro lugar porque consegui chegar ao fim. Estamos com uns problemas nas afinações. Estou a tentar arranjar a melhor maneira de modo a conseguir correr bem, mas está difícil. Não sei o que se passa.

Quais são as dificuldades?
A estrada está com ressaltos e está-me a custar um bocadinho a afinar a suspensão para poder sentir a mota estável. Mas estamos a tratar do problema e certamente que amanhã (hoje) estará resolvido e vamos melhorar.

Amanhã também é o último dia de qualificações nesta prova.
Sim, mas também não me preocupo muito com a qualificação. Vou tentar fazer depois, na prova, um bom arranque e é a corrida que conta. Os treinos estão a servir para tentar dar o máximo de voltas possível. É esse o objectivo e com isso arranjar a afinação certa para a corrida.

Qual é o objectivo para a corrida?
Conseguir ficar entre os 15 primeiros lugares já seria muito bom. Mas os concorrentes são também muito fortes e estão todos a melhorar. Neste segundo treino só baixei um segundo, mas estamos, em equipa, a tentar encontrar o caminho certo e o dia de amanhã vai ditar um bocado a posição e quanto vou conseguir baixar de modo a ver em que lugares me poderei encaixar.

Fez só os últimos dez minutos da qualificação.
Entrei logo no início mas depois tive de sair umas duas ou três vezes porque não me sentia confortável. A mota que estou a usar também tem um motor muito maior do que as outras e isso muda muita coisa, como as situações em saídas de curva e nas rectas. Mas outro factor de vantagem das outras motas é a ciclística que elas têm.

Sofia Margarida Mota

Pedro Piquet “Macau é uma experiência única”

[dropcap]F[/dropcap]oi a primeira volta da classificação para a corrida de F3. Quais são as suas primeiras impressões?
Apesar da boa classificação de hoje (ontem), é ainda muito pouco expressiva. Amanhã tenho de melhorar. Como é uma pista de rua da para fazer melhoramentos rápidos e temos de adaptar um pouco a forma de conduzir. Mas foi bom ter ficado em segundo lugar.

Está confiante para que amanhã (hoje) consiga manter este ritmo?
Acho que sim. Hoje foi uma surpresa a velocidade rápida que consegui a usar os pneus mais velhos e com os pneus novos fiquei a uma distância um pouco maior do primeiro lugar mas também só dei uma volta com eles. Acho que se tivesse dado mais teria conseguido um resultado melhor, mas estou bem confiante.

O que é que acha do circuito de Macau?
Macau é uma experiência única. Não é nada do que vemos em qualquer outra pista no mundo. Macau é uma pista muito mais difícil. Hoje em dia em qualquer autódromo podemos sair do circuito e voltar tanto em curvas como em rectas. Aqui não. Aqui é como nos velhos tempos em que os carros não têm área de escape. Aqui há que ter mais cuidado.

É filho de uma referência da Fórmula 1. Sente alguma pressão na sua carreira por causa disso?
Acho que essa situação tinha mais influência quando era mais novo mas depois essa sensação vai diminuindo. Na pista tratamo-nos todos de forma igual. Não podemos ficar a viver na sombra do nosso apelido e isso não seria justo nem saudável para mim. Tenho de fazer as minhas próprias conquistas.

Próximo passo, Fórmula 1?
Ainda estamos a decidir o que vou fazer no ano que vem, mas a F1 ainda tem de esperar.

17 Nov 2017

Futebol de Sete | Benfica e Sporting lutam por passagem às ‘meias’

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]ogo entre rivais vai ter lugar hoje, no Canídromo, às 19h30 e é fundamental para decidir as equipas do grupo B que passam às meias-finais do Torneio de Futebol de Sete. Ambos os clubes apontam à vitória.

Benfica de Macau e Sporting de Macau defrontam-se esta tarde, às 19h30, no Canídromo num encontro que vai decidir a passagem às meias-finais, do Torneio de Futebol de Sete. Neste momento, e dependendo do resultado deste encontro, podem apurar-se no Grupo B para a próxima fase da competição as equipas que sobem hoje ao relvado e o Ka I.

No entanto, o técnico leonino, Nuno Capela, recusou ontem considerar que este é um encontro de “tudo ou nada”, em declarações ao HM.

“Para o Sporting não é um jogo de tudo ou não. É um jogo difícil contra uma grande equipa. Vamos procurar disputar o jogo e a passagem às meias finais”, disse Nuno Capela.

Ao longo do torneio, os leões tem mostrado dificuldades no momento da finalização, porém o treinador espera que esses problemas sejam finalmente ultrapassados.

“Temos de encontrar o equilíbrio entre marcar e não sofrer golos. Vou manter a mesma identidade da equipa, vamos procurar jogar o jogo pelo jogo, jogar bem e apostando num futebol de ataque”, sublinhou o técnico.

“Não vamos mudar a nossa forma de jogar porque precisamos de pontos. A matriz do clube é esta, futebol de ataque e rápido. Vamos manter essa mesma filosofia”, acrescentou.

Internacionais não preocupam

Ao contrário dos verde-e-brancos, o Benfica forneceu alguns dos seus jogadores à Selecção de Macau, que perdeu na terça-feira diante do Quirguistão. Contudo, o director técnico, Daniel Melo, declarou, ao HM, que não está preocupado com a questão do cansaço acumulado.

“Não vai ser um problema, por vezes até sentimos é que eles [os jogadores] tem falta de jogos deste tipo, de maior ritmo competitivo. Pode considerar-se uma sobrecarga física, mas faz sempre bem em termos anímicos”, afirmou Daniel Melo.

“Dentro das expectativas que existia, Macau até conseguiu dar uma boa réplica pelo que pode haver cansaço, mas também para evoluir os jogadores precisam de defrontar equipas com níveis mais elevados. Não vejo como é que isto possa influenciar o plantel de forma negativa”, explicou.

Por outro lado, este é um encontro em que o Benfica vai entrar desde início com a vitória em mente, apesar de poder dar-se o caso de ser apurado com uma derrota.

“A nossa abordagem é sempre a mesma. Com muito respeito pela outra parte, não temos outro pensamento que não seja entrar para competir e lutar pela vitória”, garantiu o director técnico do clube.

As duas equipas que se apurarem do Grupo B do Torneio de Futebol de Sete vão ter pela frente o Cheng Fung ou o Kei Lun, que já se apuraram para as meias-finais, através do Grupo A.

17 Nov 2017

Taça da Corrida Chinesa: Assunção deixa boas indicações

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] “outra” corrida de suporte do programa este ano é a Taça da Corrida Chinesa e foi a primeira entre as provas dos automóveis a sair para a pista.

O que um dia foi uma corrida confinada ao troféu monomarca que dá nome à corrida em Macau, em que as quatro associações automóveis da “Grande China” se confrontavam saudavelmente no asfalto, apresenta-se este fim-de-semana sem essa originalidade, com uma grelha de partida que mistura os carros do troféu monomarca – os novos BAIC D50 – e alguns participantes do campeonato TCR China, uma competição cujas viaturas são de todo idênticas àquelas que vimos na Corrida da Guia em 2016.

O treino-livre de ontem teve os primeiros acidentes do dia, e não foram tão poucos quanto isso, obrigando os comissários de pista a transpirar logo pela manhã. Nesta sessão, os cinco mais velozes ficaram separados por apenas seis décimas de segundo, com o experiente chinês Zhang Zhi Qiang (BAIC) a efectuar a melhor volta. Os dois pilotos da RAEM não desiludiram, terminando ambos dentro dos cinco primeiros. Hélder Assunção fez o terceiro melhor tempo com o BAIC da equipa Tianjin Leo Racing. Aproveitando o seu superior conhecimento do traçado, na sua estreia ao volante do carro de construção chinesa, o piloto macaense ficou a escassos 0.496 segundos do melhor tempo da sessão, num claro sinal prometedor para o fim-de-semana.

Numa sessão de treinos em que houve lugar à mostragem de uma bandeira vermelha e foi realmente difícil efectuar voltas limpas, Liu Lic Ka, em SEAT Leon TCR, obteve o quinto melhor tempo. A qualificação desta corrida decorre amanhã, com a corrida a ser disputada no sábado.

Favoritos nem sequer a Macau chegaram

Os mais atentos com certeza se aperceberam que nem todos os carros da lista de inscritos desta corrida participaram no treino-livre. Isto aconteceu porque os contentores das equipas participantes no campeonato TCR China, provenientes de Ningbo, “não chegaram ao destino” e com isto os principais favoritos ficaram prematuramente de fora, reduzindo em oito concorrentes a grelha de partida.

16 Nov 2017

Taça GT Macau – SJM | Um plantel de luxo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 10ª edição da Taça GT Macau será celebrada este ano com a continuidade, pelo terceiro consecutivo, da Taça do Mundo de GT da FIA. Depois do fiasco do ano passado, em que o vencedor terminou com as quatro rodas apontadas para o ar, todos os intervenientes esperam um desfecho diferente, em que o espectáculo esteja a altura da imponência destes carros e do potencial dos pilotos intervenientes.

Para este ano a FIA decidiu contra a participação de pilotos amadores e conseguiu persuadir os grandes construtores a regressarem. Assim, serão apenas vinte os pilotos presentes, representando alguns dos mais prestigiados construtores automóveis mundiais: Audi, BMW, Ferrari, Honda, Lamborghini, Mercedes-Benz e Porsche.

A grelha de partida está recheada de nomes bem conhecidos de Macau. Laurens Vanthoor retorna à Guia para defender o título, mas desta vez ao volante de um Porsche. A marca alemã contará ainda com um segundo carro para Darryl O’Young, o piloto de Hong Kong que venceu a primeira edição desta corrida em 2008.

Maro Engel, que venceu esta corrida por duas ocasiões, em 2014 e 2015 (a primeira da Taça do Mundo em Macau), volta a ser um dos ponta-de-lança da Mercedes-Benz. A casa de Estugarda conta com outro nome conhecido nas suas fileiras este ano. O “Sr. Macau”, Edoardo Mortara, o piloto com mais triunfos nesta corrida, então pela Audi, vai tentar vencer esta corrida pela quarta vez.

Os nomes sonantes não se ficam por aqui. A Mercedes-Benz, que traz quatro carros de fábrica, ainda contará com o espanhol Daniel Juncadella que venceu o Grande Prémio de Macau de F3. Outro ex-vencedor de F3 que está de regresso à RAEM é Lucas Di Grassi. O brasileiro campeão da Fórmula E, para carros eléctricos, tripulará um Audi e tentará emular o sucesso conseguido em 2005 nos monolugares. Por fim, Felix Rosenqvist, o sueco que venceu a corrida de F3 por duas ocasiões, estreia-se na corrida dos “supercarros” com um Ferrari 488 GT3 de uma equipa norte-americana.

A BMW abdicou de António Félix da Costa, para tristeza dos adeptos portugueses, mas convocou Augusto Farfus que também por cá já venceu, nos tempos em que a marca da Baviera corria no WTCC, com a particularidade do brasileiro ir conduzir o 18º “BMW Art Car” desenhado pela artista chinesa Cao Fei.

Quem segue de perto as corridas de GT sabe que a lista de favoritos não se fica por aqui, pois há um ex-vencedor das 24 Horas de Le Mans, Romain Dumas, o campeão da Blancpain GT Sprint Cup, Mirko Bortolotti, um ex-campeão do DTM, Marco Wittman, ou o vencedor da Bathurst 1000, Chaz Mostert.

Depois da Corrida de Qualificação no sábado, onde ninguém quererá cometer exageros, que no “nosso” circuito se pagam caro, espera-se uma super corrida de 18 voltas no domingo à hora de almoço. A não perder…

Reputação intacta

A corrida do ano passado, que teve apenas duas voltas competitivas, irritou as marcas e mereceu, com justiça, apupos por parte do público. Afinal de contas, a corrida acabou prematuramente e os espectadores pagaram por um espectáculo que não assistiram. Contudo, apesar do sururu causado, a reputação da corrida não saiu beliscada.

“Macau é Macau e alguma controvérsia faz parte do espectáculo”, explicou ao HM Benjamin Franassovici, o responsável para esta prova da reputada empresa francesa SRO Organization, que entre outros campeonatos, organiza as Blancpain GT Series na Europa e Ásia, e que, pelo terceiro ano consecutivo, está a colaborar com a FIA e a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) em Macau.

“O que aconteceu o ano passado foi algo único, penso que não veremos algo igual outra vez, mas foi também um acontecimento que gerou um vasto interesse num mundo mais amplo graças às redes sociais”, explica o responsável, que acrescenta: “Não penso que tenha sido má publicidade, e até pode ser considerado o contrário. Mas não acredito que um episódio assim irá acontecer de novo.”

Este ano, das setes marcas que aceitaram o desafio da federação internacional, seis estão representadas a nível oficial (ndr: apenas a Ferrari não é oficial), o que é um recorde para a prova. Por outro lado, a Honda escolheu esta prova estrear pela primeira vez no continente asiático o novo NSX GT3.

Pilotos de Fábrica

Audi

Lucas Di Grassi

Nico Muller

Robin Frijns

BMW

Augusto Farfus

Marco Wittman

Tom Blomqvist

Ferrari

Felix Rosenqvist

Honda

Renger Van der Zande

Lamborghini

Mirko Bortolotti

Mercedes-Benz

Maro Engel

Edoardo Mortara

Raffaele Marciello

Dani Juncadella

Porsche

Laurens Vanthoor

Romain Dumas

Darryl O’Young

16 Nov 2017

51º Grande Prémio de Motos de Macau: Irwin esmaga favoritos Rutter e Hickman

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]lenn Irwin não esteve com contemplações e na sessão de qualificação de ontem esmagou os favoritos do Grande Prémio de Motos de Macau. O piloto da Ducati vermelha impôs-se a Michael Rutter em 1,462 segundos e deixou Peter Hickman, o vencedor da edição de 2016, a 1,952 segundos.

O piloto da Irlanda do Norte já tinha mostrado ao que vinha nos treinos-livres, mas foi na qualificação, que encerrou o programa do primeiro dia do Grande Prémio, que verdadeiramente impressionou. Contudo, resta saber quanto Rutter, que parou dez minutos antes da sessão acabar, e Hickman esconderam no dia de ontem e o que ainda realmente dispõem as suas BMW para contra-atacar a ofensiva inicial da mota italiana.

Irwin rodou em 2:24.310, ficando a apenas sete décimas do recorde da pista. “A pista ainda está um pouco suja, mas vai melhorar. Ainda há algumas coisas que podemos fazer na mota. Por exemplo, estamos a ter muita aderência na zona central do pneu. Ter aderência é bom, mas assim estou a perder tempo. Amanhã talvez use um pneu diferente, mais duro”, disse o piloto da reputada equipa Paul Bird Motorsport.

Conor Cummins e Martin Jessopp, dois outros veteranos do Circuito da Guia, foram quarto e quinto respectivamente, com Derek Sheils a surpreender ao ser sexto.

O português André Pires marcou o 26º tempo, a 13,281 segundos da marca registada pelo herói do dia.

Os pilotos das duas rodas abrem hoje pelas 7h30 as hostilidades do segundo dia do Grande Prémio ao disputarem a sessão de qualificação final que determinará a grelha de partida para a corrida de sábado à tarde.

16 Nov 2017

Taça do mundo de F3 da FIA | Poucos mas bons

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]inte e um jovens lobos, e um veterano, dão corpo à edição deste ano do “Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA”, naquela que é a mais pequena grelha de partida da prova desde 1983, quando a categoria de Fórmula 3 foi introduzida no Circuito da Guia.

Apesar do número inferior a edições anteriores, que nunca esteve abaixo dos 28 concorrentes, a prova rainha do cartaz do evento volta a reunir esta semana os melhores pilotos da especialidade, sequiosos de suceder ao português António Félix da Costa como vencedor de tão prestigiada corrida.

Entre os participantes, destacam-se Lando Norris, o campeão europeu e a partir do próximo ano terceiro piloto da McLaren F1, e Joel Eriksson, o vice-campeão europeu e protegido da BMW. Num ano em que os motores Volkswagen se impuseram aos Mercedes-Benz, este duo, que utilizará os propulsores do construtor de Wolfsburg, assume algum favoritismo.

Por seu lado, a marca de “estrelinha” volta a depositar uma enorme fé nos monolugares da SJM Theodore Racing by Prema. Callum Ilott e Maximilian Gunther irão capitanear  a armada de quatro carros preparados pela equipa italiana Prema PowerTeam e patrocinados por Teddy Yip Jr, filho de Teddy Yip, um dos grandes impulsionadores do Grande Prémio de Macau.

Ao contrário das edições anteriores, quando houve uma avalanche de “veteranos” da Fórmula 3 com vitórias no Circuito da Guia no seu currículo, este ano haverá só a participação de três pilotos de “outra geração”, neste caso, Sérgio Sette Câmara, Kenta Yamashita e Yuhi Sekiguchi. Apesar de não serem nomes tão sonantes, o piloto brasileiro, que detém o recorde da volta mais rápida ao Circuito da Guia, e Yamashita, foram precisamente o terceiro e quarto classificados, respectivamente, na edição do ano passado, apenas atrás dos incontornáveis Félix da Costa e Felix Rosenqvist, o que lhes dá entrada no restrito grupo de candidatos ao triunfo.

A lista de participantes conta com dois apelidos bastante familiares, mesmo para aqueles que não seguem de perto o automobilismo: Piquet e Schumacher. Pedro Piquet é filho do tricampeão do mundo de F1, enquanto Mick Schumacher é filho do heptacampeão mundial. Ambos competiram este ano no europeu da especialidade, mas ficaram fora do “Top-10”.

Destaque ainda para a participação de Ryuji Kumita, que corre com o pseudónimo de “Dragon” e que aos cinquenta anos de idade fará a sua estreia na prova. O piloto japonês, que há vários anos disputa o campeonato de Fórmula 3 nipónico, irá tornar-se o piloto mais velho na corrida desde que Barry Bland, que nos deixou este ano, convenceu Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado, que a Fórmula 3 era o caminho a seguir.

Este ano, após um ano de interrupção, os Fórmula 3, todos construídos pela fábrica italiana Dallara, voltam a ser “calçados” pela Yokohama.

 

O que eles dizem

Felix Rosenqvist (Ferrari): “A pista de Macau muda todos os anos. Num carro de GT sentem-se mais os ressaltos, logo é uma sensação diferente. Considero-me um potencial vencedor.”

Laurens Vanthoor (Porsche): “Será um desafio num carro diferente, com uma nova equipa. O ano passado eu estava na Audi a lutar contra os Porsche, este ano é ao contrário. Será interessante.”

Maro Engel (Mercedes): “A oposição é de grande nível e todos estão motivados. Contudo, nós também temos uma equipa forte e um carro que tem tudo o que é preciso para vencer.”

Edoardo Mortara (Mercedes): “Sinto-me muito confortável em Macau e sempre tive muito sucesso aqui no passado. Agora o meu maior objectivo é conseguir vencer para a Mercedes-AMG.”

Marco Wittman (BMW): “Adoro Macau, mas a minha experiência em carros de GT até agora foi no BMW Z4 GT3. Estou curioso para ver como se comporta o BMW M6 GT3 nestas ruas apertadas.”

16 Nov 2017

GP de Macau pode ter demonstração de carros autónomos já para o ano

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Grande Prémio de Macau do próximo ano pode vir a receber uma demonstração de carros de competição autónomos. A ideia foi deixada ontem ao HM pelo CEO da Roborace, e também piloto da modalidade GT pela Audi, Lucas Di Grassi.

Para o piloto “os carros autónomos são o futuro do transporte comercial e faz sentido termos uma área dos desportos motorizados dedicada a este sector”.

Neste momento já estão em andamento as negociações para trazer uma demonstração de competição de carros autónomos a ter lugar no Grande Prémio do próximo ano. “Uma das acções dos desportos motorizados na área dos carros autónomos é trazer uma demonstração já no próximo ano ao circuito do Grande Pémio de Macau”, afirmou o piloto.

No entanto a popularidade dos carros que não precisam de pilotos para andar não entra em confronto com os actuais desportos motorizados, considera Lucas di Grassi.

“Não é porque existem carros que não há as corridas de cavalo. Mas os carros autónomos vão ser uma realidade e que precisa de ser demonstrada em condições extremas e só a área dos desportos motorizados pode proporcionar isso”, explica.

O piloto brasileiro falou ao HM depois da primeira sessão de treinos livres em que se estreia ao volante de um Audi R8 LMS GT3 e em que ficou no 16º lugar. O resultado modesto pode estar associado à mudança de carro. “Não foi bom mas faz parte. Aqui em Macau temos de arriscar, mas acho que vou melhorar e ainda temos mais duas sessões de preparação para o fazer.”

Depois de ter corrido de Ferrari no Circuito da Guia, o piloto oficial da Audi está confiante que irá melhorar durante o fim-de-semana. “Estou contente com o progresso e acho que vamos estar bem nas próximas sessões”, referiu ao HM.

O regresso a Macau representa sempre o voltar a uma das pistas mais desafiantes do mundo. Para o piloto brasileiro, o território “tem uma pista muito longa e que combina tudo desde as altas velocidades com o circuito de rua, à montanha que é muito difícil. É também uma das pistas mais difíceis do mundo e por isso todos os pilotos gostam de passar por aqui”.

Também campeão de Fórmula E, o vencedor do GP Macau 2005 em F3 acha ainda que há lugar para introduzir a modalidade que integra carros eléctricos. “Poderia fazer-se aqui o circuito de fórmula E duas semanas antes de Hong Kong e poderiam existir as duas provas. A pista já existe e seria só avançar com a prova”, sugere.

16 Nov 2017

Rui Valente: “Fazer tudo para ficar nos dez primeiros”

Após o 15.º lugar conquistado na Taça de Carros de Turismo de Macau, no ano passado, Rui Valente regressa com o Mini Cooper e tem como objectivo terminar entre os dez primeiros na classe para motores até 1600cc turbo.

[dropcap]Q[/dropcap]uais os objectivos para esta edição?
Vamos fazer tudo para ficar nos dez primeiros. É o nosso objectivo e acredito que temos um carro para isso.

Com vai abordar a qualificação?
Só se apuram os 18 primeiros de cada categoria para a corrida. A qualificação tem de ser encarada como o início da corrida. Não se pode perder tempo.

Como preparou a edição deste ano?
Houve alterações ao nível dos regulamentos com o fim da imposição do restrictor [placa que limita potência do motor] e todos os carros estão mais rápidos. Também fizemos algum investimento antes da prova.

Quem são os favoritos à vitória na classe?
Em princípio vão ser os Peugeot RCZ patrocinados pela Suncity. Naquela equipa não há problemas financeiros e é tudo do bom e do melhor.

Porque não faz um investimento maior para Macau?
Não considero que se justifique investir mais do que faço. Por isso, vamos participar e dar o nosso melhor com o que temos à nossa disposição.

Como vê a medida de juntar a as classes para 1600cc e mais de 1950cc?
Há muita insatisfação entre os pilotos locais. E os que não conseguiram participar na corrida vão ficar frustrados.

16 Nov 2017

Taça CTM de Carros de Turismo de Macau: Um pouco de tudo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Taça CTM de Carros de Turismo de Macau, aquela que é a corrida que mais pilotos de Macau reúne, trinta e cinco no total, apresenta-se com um formato diferente este ano, aglomerando numa só corrida os concorrentes da “antiga” Taça CTM e aqueles que participavam na extinta Corrida Macau Road Sport Challenge.

A corrida que já foi um marco das corridas de carros de Turismo no continente asiático será dividida em duas classes, uma para viaturas 1600cc Turbo e outra para viaturas 1950cc ou Acima, uma decisão que não foi do agrado da maioria dos pilotos.

Vinte e cinco pilotos de cada uma das classes foram apurados para esta prova nas corridas de qualificação realizadas no Verão no Circuito de Zhuhai, mas destes, apenas dezoito melhores de cada classe irão participar na corrida da manhã de domingo. Cada categoria terá as suas sessões de treinos-livres e qualificação exclusivas, reunindo-se todo o pelotão de 36 viaturas na corrida de 12 voltas.

Na classe 1600cc Turbo, onde participam cinco conhecidos nomes portugueses, Paul Poon (Peugeot RCZ), seis vezes vencedor desta corrida, confirmou o favoritismo, efectuando a melhor marca. Numa sessão que acabou com bandeiras vermelhas, devido ao aparatoso acidente de Ryan Wong (Chevrolet Cruze) na Curva “R”, Liu Man Kit (Mini Cooper S) e Célio Alves Dias (Mini Cooper S), ambos de Macau, foram os segundo e terceiro mais rápido, respectivamente. Filipe Clemente Souza (Chevrolet Cruze) foi apenas o quinto na tabela de tempos, mas antes da sessão ser interrompida vinha claramente a melhorar o seu melhor “crono”. Eurico de Jesus (Ford Fiesta) fez o 11º tempo, ao passo que Rui Valente (Mini Cooper S), com problemas técnicos, e Jerónimo Badaraco  (Chevrolet Cruze) que deu um ligeiro toque no gancho da Melco, tiveram um dia menos feliz.

Disputada sob um sol radioso, a sessão dos concorrentes da classe 1950cc ou Acima, os carros mais rápidos das duas classes, foi bastante tranquila, sem incidentes de maior, com o grande favorito à vitória no domingo e piloto local Leong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) a realizar o melhor tempo, superando por oito décimas de segundo o colombiano residente em Zhuhai, Julio Acosta (Lotus Evora). Mesmo com o carro a verter óleo, Wong Wan Long (Mitsubishi Evo9), outro piloto do contingente da casa, foi o terceiro.

Apesar de ter perdido algum tempo da sessão parado nas boxes, Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) fez o nono tempo, ao passo que o estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo9) foi o 17º na sessão.

16 Nov 2017

Filipe de Souza: “Só penso em ganhar”

Levar o Chevrolet Cruz à vitória na classe 1600cc. É este o objectivo de Filipe de Souza que só pensa em “vingar” o segundo lugar do ano passado na Taça de Carros de Turismo de Macau.
Filipe Souza

[dropcap]Q[/dropcap]uais são os seus objectivos para a corrida?
Só penso em ganhar e vamos correr para isso. O ano passado fiquei no pódio, mas para ser sincero não fiquei contente. Queria o primeiro lugar, portanto é só nisso que penso este ano.

Teve uma preparação diferente face ao ano passado?
A nível do carro quase podemos dizer que não há regulamento porque eles só nos limitam a cilindrada do motor. Por isso, fiz muitas actualizações para o carro ficar mais potente.

E a nível do calendário?
Chego a Macau com um bom ritmo competitivo porque participei em corridas quase todos os meses. Por isso, chego motivado e com um bom ritmo. Se o carro estiver competitivo, vamos ganhar.

Quais serão os outros pilotos que vão andar na frente na classe até 1600cc turbo?
Os Peugeot são sempre candidatos fortes à vitória e também os meus colegas de equipas [Jerónimo Badaraco e Sou Ieng Hong]. Estes pilotos vão estar a lutar pela vitória.

Os pilotos da Peugeot foram seus colegas de equipa em algumas provas. Como se sente em correr aqui contra eles?
É normal. Nós quando tiramos o capacete somos todos amigos, depois quando estamos no carro somos adversários. Como este ano é o meu 15.º ano a correr em Macau estou acostumado a este tipo de situações.

16 Nov 2017

51ª edição do Grande Prémio de Motos – Reedição de 2016

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau vai ser uma reedição do confronto do ano transacto. Os três primeiros da corrida de 2016 – Peter Hickman, Michael Rutter e Martin Jessopp – assumem o papel de principais intervenientes na prova desta semana.

Este trio, que promete proporcionar um duelo memorável, está munido de BMW S1000RR, a mota de eleição na actualidade nas corridas de estrada. Hickman e Rutter farão equipa na SMT / Bathams, enquanto Jessopp montará pela Riders Motorcycle. Cada um deles tem um objectivo firme. Hickman quer chegar à terceira vitória em Macau, Rutter quer atingir o nono triunfo e Jessopp alcançar o seu primeiro, depois de ter subido ao pódio por cinco ocasiões.

Como acontece todos os anos, são vários os veteranos de Macau à partida, como Gary Johnson, Connor Cummins ou Horst Saiger. Contudo, segundo a imprensa especializada, há dois “novatos”, a ter em conta. Gleen Irwin, em Ducati 1199RS, já o ano passado deu nas vistas com a mota italiana, ao passo que Dean Harrison, em Kawasaki ZX10RR, que este ano vem a fazer uma fortíssima segunda metade de temporada, com triunfos no GP Uslter e na Classic TT.

Será nesta corrida que iremos encontrar o único piloto que representará Portugal no evento. André Pires já prepara o regresso a Macau onde vai tripular a Kawasaki ZX10R, preparada por uma equipa portuguesa, com que competiu ao longo da temporada. Apesar de uma preparação com limitações, o piloto transmontano ambiciona ficar classificado acima do 13º lugar, o seu melhor registo no território.

Para os que seguem com mais atenção esta corrida Grande Prémio certamente irão sentir a falta de nomes familiares como John McGuinness, que correu em Macau por 18 anos consecutivos, ou Ian Hutchinson, ambos ainda a recuperar de mazelas físicas, resultado de acidentes. Já Stuart Easton, outro ex-vencedor no Circuito da Guia, retirou-se das pistas no final do ano passado.

Segurança é prioridade

Quem ao vivo assiste pela primeira vez à única corrida de “duas rodas” do programa, fica deveras impressionado com as velocidades que os pilotos atingem entre os muros do Circuito da Guia. As corridas de motociclismo em circuitos de estrada são das mais perigosas entre as várias especialidades do desporto motorizado, e, como tal, em Macau, a segurança é levada à risca, apesar das particularidades do próprio circuito.

“Este é talvez o único evento nos tempos que correm que conjuga automóveis e motociclos no mesmo programa, sendo este basicamente um circuito montado para automóveis”, explicou ao HM Carlos Barreto, o Director de Corrida do Grande Prémio de Motos. “As medidas de segurança implementadas nos últimos anos, digamos a fase moderna do evento, foram na sua maioria para os automóveis e tendo em conta esses pressupostos, resta-nos trabalhar sobre o que existe, no sentido de assegurar as melhores condições possíveis para os pilotos dos motociclos.”

Há uma série de medidas suplementares que anualmente se implementam, procurando sempre manter uma articulação com a rotina diária da cidade, designadamente, “optimizar o pavimento nas zonas que carecem de reparação para não existirem diferenças no granulado e nas junções, “queimar” a sinalização horizontal rodoviária nas zonas mais críticas, como zonas de travagem, curvas rápidas, por exemplo, onde todos os anos há uma ou outra situação nova fruto do desenvolvimento da cidade”, refere o engenheiro de profissão, reforçando que existe  “um diálogo permanente com os pilotos, informando-os das condições do circuito, que podem alterar-se num mesmo dia.”

Tornar isto tudo possível não é tarefa fácil, visto que a prova da RAEM, ao contrário das principais corridas de “Road Racing”, como a Ilha de Man TT ou a NW200, tem que existir um entendimento com as entidades responsáveis pelas corridas de automóveis. “É necessário muito diálogo interno para se procurar conciliar as propostas da FIA e, por vezes, esse compromisso pode demorar um nadinha mais”, acentua Carlos Barreto, que dá como exemplo “a passadeira para peões ao início da Estrada de São Francisco que foi recolocada uns metros adiante e essa alteração, efectuada a título permanente em 2016, o que contribuiu para melhorar em termos de segurança esta zona do circuito para os pilotos de motociclos.”

Ao longo destes anos a prova do território manteve a sua elevada estima internacional e continua todos os anos a atrair os melhores pilotos da actualidade, no que respeita ao motociclismo de velocidade de estrada.  E isto não acontece por acaso. “Em primeiro lugar, a simpatia da equipa que organiza o evento, o espírito e o apelo da cidade, a atmosfera e a excitação sentida e vivida nesses dias, que podem ser longos, o programa social que lhes é preparado e que serve para promover os pilotos e as equipas nesta parte do globo, a crescente cobertura pelos “media” especializados de todo o mundo”, a que se alia “a glória de conquistar este circuito, um circuito exigente e que pelas suas características constitui um grande desafio à capacidade e adrenalina desses pilotos.”

Apesar de todas medidas segurança que têm vindo a ser implementadas ao longo dos anos, o risco inerente à natureza desta corrida dá inevitavelmente outro valor ao título de vencedor do Grande Prémio de Macau de Motos, continuando este a ser altamente cobiçado e respeitado no “mundo” das corridas de motociclismo.

16 Nov 2017

Selecção está de fora da Taça Asiática

Macau perdeu por 4-3 com o Quirguistão e está definitivamente de fora da principal competição Asiática para selecções. A equipa ainda acordou aos 72 minutos, mas já não conseguiu anular a desvantagem de três golos

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] selecção de Macau perdeu ontem por 4-3 com o Quirguistão e está definitivamente afastada da Taça Asiática. Numa partida realizada no Estádio de Macau, a equipa comandada por Chan U Ming ainda chegou a sonhar com o empate, mas acabou a somar a quinta derrota em outros tantos encontros nesta fase de apuramento.

O resultado é, porém, enganador, uma vez que o primeiro golo de Macau só surgiu aos 72 minutos, quando a selecção já perdia por 3-0. Até essa altura, o encontro tinha sido totalmente controlado pelos jogadores do Quirguistão, que mesmo assim falharam muitas ocasiões.

Por sua vez, Chan U Ming, como tem sido hábito, apostou principalmente em defender e tentar surpreender o adversário em contra-ataque. No entanto, o desacerto defensivo em vários momentos do encontro impediu Macau de sonhar com algo mais.

A estratégia começou a ruir, aos 25 minutos, com uma falta que deu origem a uma grande penalidade na área de Macau. Na marcação, o quirguiz Anton Zemlyanukhin não deu hipótese e fez o 1-0.

Muito por culpa dos falhanços dos visitantes na altura de concretizar, até ao intervalo Macau só sofreu mais um golo, aos 36 minutos, com o marcador a ser Vitalij Lux.

Após o intervalo, os primeiros minutos do segundo tempo pareciam indicar que se iria assistir a uma repetição do que tinha acontecido na primeira parte. O cenário parecia confirmado quando Zemlyanukhin bisou, aos 55 minutos, e fez o 3-0.

 

Livre inspirador

Só que aos 72 minutos os acontecimentos mudaram. Macau foi finalmente capaz de mostrar que poderia discutir o jogo e que não estava no relvado apenas para fazer a figura de corpo presente. Chun Chan Pak foi o jogador responsável pelo feito. Após falta dos rivais, Macau teve um livre a favor. Chun marcou em grande estilo de forma rasteira, com a bola a fugir do guarda-redes adversário, e fez o 3-1.

Sete minutos passaram e Nikki Torrão, na área do Quirguistão, sentiu um toque de um adversário e deixou-se cair. O árbitro considerou que o contacto foi suficiente para marcar falta e assinalou grande penalidade. O avançado não desperdiçou a oportunidade e fez o 3-2.

Com a equipa de Macau mais galvanizada os jogadores começaram a acreditar que era possível pontuar. Contudo, aos 84 minutos, após uma falta de atenção defensiva, Murzaev marcou o 4-2.

Três minutos depois, Carlos Leonel reduziu para 4-3, após uma excelente jogada na direita do ataque local. Mas os jogadores já não foram capazes de marcar, nos minutos restantes, o golo do empate.

Após cinco jogos no Grupo A de apuramento para a Taça da Ásia, Macau soma 0 pontos, com quatro golos marcados e 15 sofridos. O afastamento da competição ficou assim selado. No primeiro lugar do grupo está a Índia com 12 pontos, em quatro jogos, seguida por Quirguistão, com 7 pontos, e com igual número de jogos. O Myanmar soma quatro pontos, em três jogos, e é terceiro. A classificação não tem em conta o resultado do encontro entre a Índia e o Myanmar, que terminou já depois da hora de fecho.

15 Nov 2017