Rutter acredita no potencial das motos eléctricas no GP Macau

A mobilidade eléctrica está cada vez mais a ganhar espaço na nossa sociedade e à conta disso os desportos motorizados vivem um momento de transição. Depois das competições de carros eléctricos promovidos pela FIA, como o Campeonato FIA de Fórmula E que tem no calendário uma corrida nas ruas de Hong Kong, agora é a vez do MotoGP lançar a sua competição mundial de motas eléctricas, a MotoE

 

[dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]orridas de motas eléctricas não são uma novidade. Na famosa prova da Ilha de Man, desde que foi criada a categoria de emissão-zero, em 2010, as motas eléctricas têm sido uma presença regular numa classe à parte. O preparador semi-oficial da Honda, a Mugen, tem investido fortemente nesta classe – fala-se em valores acima dos 30 milhões de patacas por ano – e pilotos bem conhecidos do Grande Prémio de Macau como John McGuiness e Michael Rutter já experimentaram as sensações de conduzir estas máquinas que não pesam mais de 240kg e atingem velocidades acima dos 280 km/h.

E quando é que a motas eléctricas terão espaço no Grande Prémio de Motos de Macau? “Obviamente, é difícil prever se acontecerá ou quando”, disse Michael Rutter quando questionado pelo HM, “mas seria muito interessante tentar”, acrescenta o motociclista com mais sucessos no Circuito da Guia e que tem um conhecimento vasto deste tipo de motas, tendo conduzido a Segway MotoCzysz primeiro e agora a ainda mais competitiva Mugen Shinden.

Ao contrário dos actuais carros da Fórmula E, que só aguentam meia corrida, Rutter acredita que uma moto de TT seria capaz de completar as 12 voltas do Grande Prémio. Sobre a possibilidade de no futuro a corrida combinar na mesma corrida as motas convencionais, com as motas eléctricas, Rutter, que no mês passado triunfou novamente na TT Zero, diz que tal cenário não é de todo inconcebível.

“Definitivamente, isso não seria impossível, dependendo da gestão da potência e a velocidade por volta (das motas eléctricas). Mas só experimentando no circuito de Macau é que seria possível realmente perceber a diferença por volta deste dois tipos diferentes de motos”, remata o britânico.

 

Mais difíceis de domar

Mesmo para um piloto de estrada experiente como Rutter, as motas eléctricas têm os seus truques e a transição das motos com motores a combustões requer um ‘mindset’ diferente.

“A maior diferença é o ‘feeling’ que tens da mota”, explica o veterano natural de Stourbridge. “Principalmente quando aceleras. Não há o ‘lag’ habitual, não tens de esperar (que a potência seja entregue à roda). Não consegues pôr a roda traseira a patinar”.

Dado que são máquinas mais traiçoeiras, Rutter confessa que é preciso “um maior cuidado” para evitar erros, erros que nas corridas de duas rodas e em circuitos de estrada se pagam muito caro.

 

Vem para a nona

O recordista de vitórias no Grande Prémio de Motos de Macau está esperançado em regressar no mês de Novembro ao Circuito da Guia, com o intuito de alcançar a nona vitória numa prova que conhece como poucos.

O piloto britânico ainda não tem definida a sua participação, nem com que equipa, nem com que mota. “Estou confiante que sim, estou a tentar regressar. Espero lá estar (no Grande Prémio)”, confessa.

Nesta última década, Rutter terminou todas as corridas do Grande Prémio no pódio, tendo visto na edição passada a bandeira de xadrez na terceira posição.

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