Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | China detém cidadão sul-coreano suspeito A China confirmou ontem a detenção de um cidadão sul-coreano por suspeita de espionagem. “O cidadão sul-coreano em questão foi detido pelas autoridades chinesas competentes por suspeita de espionagem”, confirmou Lin Jian, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa. “Os serviços competentes (…) deixaram inteiramente a cargo dos representantes da embaixada [sul-coreana] o cumprimento da sua missão consular”, sublinhou. “A China é um Estado de direito. Investiga e trata as actividades ilegais e criminosas em conformidade com a lei, protegendo simultaneamente os direitos das partes envolvidas”, apontou. O porta-voz não deu pormenores sobre a identidade do indivíduo detido nem sobre as acusações de que é alvo. As autoridades chinesas têm detido o homem de 50 anos desde o final de 2023, informou na segunda-feira a agência noticiosa sul-coreana Yonhap, citando fontes diplomáticas em Seul. Segundo a Yonhap, trata-se do primeiro cidadão sul-coreano a ser alvo da nova legislação contraespionagem da China. Na altura da sua detenção, o cidadão sul-coreano trabalhava para uma empresa de semicondutores na China e vivia na cidade de Hefei, no leste do país.
Hoje Macau China / ÁsiaProibição dos EUA de investimento em tecnológicas chinesas causa prejuízo global, diz CE de HK O líder do governo de Hong Kong disse ontem que a proibição de Washington de investir capital norte-americano em empresas tecnológicas chinesas vai ter impacto global, de acordo com a imprensa da região semiautónoma chinesa. “Mostra novamente que os políticos norte-americanos procuram os seus próprios interesses políticos, minando o investimento e o comércio normais, o mercado livre e a ordem económica. Isto irá prejudicar a cadeia de abastecimento global”, reagiu o chefe do Executivo, John Lee, citado pela emissora pública de Hong Kong RTHK. Em declarações antes da reunião do Conselho Executivo, Lee notou que a medida da administração de Joe Biden “prejudica os interesses de outros, bem como dos Estados Unidos enquanto nação, do seu povo e das suas empresas”, referiu. O governo de Hong Kong, continuou o responsável, “vai defender os próprios interesses e os interesses das empresas de Hong Kong”. “Trabalharemos igualmente com o país para proteger os interesses nacionais”, acrescentou. Segurança em primeiro A decisão dos Estados Unidos, anunciada na segunda-feira e que entra em vigor a 2 de Janeiro, proíbe o investimento em três sectores-chave da economia chinesa: semicondutores e microelectrónica, informação quântica e inteligência artificial. “A administração Biden-Harris está empenhada em proteger a segurança nacional dos Estados Unidos da América e em manter as tecnologias estratégicas avançadas fora das mãos daqueles que poderiam usá-las para ameaçar a nossa segurança nacional”, destacou o subsecretário do Tesouro, Paul Rosen, em comunicado. “A inteligência artificial, os semicondutores e as tecnologias quânticas são fundamentais para o desenvolvimento da próxima geração de aplicações militares, de vigilância, de inteligência e de certas aplicações de cibersegurança”, acrescentou. Rosen alertou, como forma de exemplo, que estas tecnologias poderiam ser utilizadas em sistemas informáticos avançados para quebra de código ou aeronaves de combate de nova geração.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhou-19 | Pequim apresenta nova tripulação A China revelou ontem as identidades dos membros da tripulação da missão Shenzhou-19, que parte amanhã para a estação espacial chinesa com a terceira mulher astronauta a bordo. Os três astronautas são Cai Xuzhe, Song Lingdong e Wang Haoze. Cai será o comandante, anunciou a Agência Espacial Chinesa para Missões Tripuladas, numa conferência de imprensa organizada no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste do país. Cai já participou na missão Shenzhou-14, em 2022. Para Song e Wang, ambos nascidos na década de 1990, vai ser uma estreia no espaço. Antes de ser seleccionado como astronauta, Song serviu como piloto na força aérea, enquanto Wang foi engenheira na Academia de Tecnologia de Propulsão Aeroespacial, de acordo com a agência. Wang seguirá os passos de Liu Yang, que se tornou a primeira astronauta chinesa a ir para o espaço em 2012, e Wang Yaping, que se tornou a segunda a fazê-lo, em 2013. A Shenzhou-19 vai descolar às 04:27 de amanhã, informou a agência. A nave espacial transportará os astronautas para a estação espacial Tiangong, onde realizarão experiências, incluindo investigação sobre a construção de habitats lunares utilizando tijolos feitos de material simulado do solo lunar. Cabeça na lua A China, até agora o único país a ter pousado no lado mais distante da Lua, planeia construir uma base de exploração científica juntamente com a Rússia e outros países no polo sul do satélite natural. Os membros da tripulação ontem revelados substituirão os três astronautas que chegaram à estação espacial chinesa a bordo da missão anterior, a Shenzhou-18, em Abril. A Tiangong funcionará durante cerca de dez anos e tornar-se-á a única estação espacial do mundo a partir de 2024, se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, for retirada este ano, como previsto. A China investiu fortemente no seu programa espacial e conseguiu aterrar com sucesso a sonda Chang’e 4 no lado mais distante da Lua e chegar a Marte pela primeira vez, tornando-se o terceiro país – depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética – a consegui-lo.
Hoje Macau China / ÁsiaPM japonês promete “reformas fundamentais” após perder maioria O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, prometeu ontem iniciar “reformas fundamentais” dentro do Partido Democrático Liberal (PDL, conservador de direita), que perdeu a maioria na Câmara Baixa do Parlamento após as eleições gerais de domingo. “Vou iniciar reformas fundamentais em matéria de financiamento e política”, declarou Ishiba à imprensa. O responsável pela campanha do PDL demitiu-se ontem, na sequência do desaire, confirmou um dirigente do partido à agência de notícias France-Presse. “Como funcionário eleitoral, apresentei a minha carta de demissão” ao primeiro-ministro e presidente do partido, Shigeru Ishiba, “para assumir a responsabilidade pelo resultado, e [a demissão] foi aceite”, disse Shinjiro Koizumi, citado pela televisão japonesa Fuji TV. Ishiba atribuiu o desaire eleitoral à “suspeita, desconfiança e raiva” entre os eleitores após o escândalo financeiro que abalou o PDL. “O maior factor é a suspeita, a desconfiança e a raiva que não desapareceram em relação ao problema do financiamento e da política”, disse o primeiro-ministro à imprensa. O escândalo financeiro, que já tinha contribuído para a impopularidade do anterior primeiro-ministro, Fumio Kishida, levou o PDL a punir várias dezenas de membros por não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros, recolhidos através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos. Daqui não saio Shigeru Ishiba garantiu ontem que pretende manter-se no cargo apesar do desaire eleitoral, indicando que não pretende criar um “vácuo político”. “Quero cumprir o meu dever, que é proteger a vida das pessoas, proteger o Japão”, insistiu o primeiro-ministro. Horas antes, Ishiba já tinha reconhecido à emissora pública NHK que o partido recebeu um “duro julgamento” por parte dos eleitores. De acordo com projeções baseadas em sondagens à boca das urnas, a coligação do PDL com o aliado Komeito não deverá obter a maioria absoluta. No final de uma campanha em que sofreu com a elevada inflação no Japão e com as consequências de um escândalo financeiro, o PDL poderá ter conquistado entre 153 e 219 lugares, segundo as primeiras projeções. Este número é muito inferior à maioria absoluta de 233 lugares, num total de 465. Sem uma maioria absoluta com o seu parceiro de coligação, o PDL terá de procurar outros aliados ou formar um Governo minoritário precário, uma vez que a oposição continua demasiado fragmentada para propor uma alternativa. Este resultado será praticamente inédito na história do PDL, que conseguiu manter-se no poder quase ininterruptamente desde 1955. Ishiba, 67 anos, que se tornou primeiro-ministro em 01 de Outubro, tinha convocado as eleições antecipadas, prometendo aos eleitores “um novo Japão”, com um programa de reforço da segurança e da defesa, de aumento do apoio às famílias com baixos rendimentos e de revitalização do mundo rural japonês.
Hoje Macau China / ÁsiaMoeda | Promovidos acordos de recompra definitiva na China O banco central chinês anunciou ontem a incorporação de acordos de recompra a título definitivo como parte das suas operações monetárias, visando gerir os prazos e manter uma liquidez adequada no mercado interbancário. Em comunicado, o Banco Popular da China (PBOC) adiantou que estas operações vão ser realizadas mensalmente, com duração máxima de um ano, e envolverão os principais participantes no mercado. A operação de recompra definitiva consistirá na compra de títulos com o compromisso de os vender numa data futura. As garantias incluirão obrigações soberanas, dívida local e de empresas. O novo instrumento vem juntar-se aos instrumentos existentes, como os acordos de recompra a sete dias e o financiamento aos bancos através de facilidades de crédito a médio prazo, que oferecem prazos intermédios de três e seis meses. Com esta medida, o banco central procura optimizar a gestão da liquidez antes do vencimento de 1,45 biliões de yuan em empréstimos de médio prazo, em Novembro e Dezembro, minimizando a necessidade de ajustamentos em baixa das reservas obrigatórias dos bancos, segundo dados divulgados pela agência de notícias financeira Bloomberg. Esta iniciativa permitirá também que as obrigações utilizadas como garantia continuem a circular no mercado secundário, reforçando assim a segurança dos mutuantes e alinhando as práticas chinesas com as normas internacionais. Isto aumenta ainda a flexibilidade do sistema financeiro do país e facilita a entrada de investidores estrangeiros no mercado interbancário, segundo analistas do sector, citados pelo jornal local The Paper.
Hoje Macau China / ÁsiaMar de Bohai | Pequim anuncia exercícios com fogo real A China anunciou ontem que vai realizar exercícios militares com fogo real no mar de Bohai, entre o litoral chinês e a península coreana, nos dias 29 e 30 de Outubro. Os exercícios decorrem hoje, entre a 00:00 e as 18:00, enquanto no dia 30 de Outubro decorrerão entre a 00:00 e as 12:00, segundo um comunicado da Administração de Segurança Marítima da China. Durante este período, o acesso às zonas designadas vai ser restringido, de acordo com o comunicado publicado no portal oficial da autoridade na cidade de Dalian. As manobras fazem parte das medidas de rotina da China no âmbito da sua estratégia de defesa marítima, reforçando a vigilância numa região considerada sensível devido à sua proximidade com a península coreana. A zona do mar de Bohai é uma importante área para a realização de exercícios militares chineses, normalmente conduzidos pelas tropas do Teatro de Operações Oriental do Exército de Libertação Popular. Esta área registou alguns incidentes no passado, inclusive em 2020, quando Pequim apresentou uma queixa formal aos Estados Unidos devido ao sobrevoo de um avião U-2 numa zona de exclusão durante exercícios militares, considerando a acção provocatória e uma violação de acordos bilaterais.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhou-19 | Finalizados testes de lançamento da missão tripulada A China está a preparar o lançamento da missão tripulada Shenzhou-19, que vai transportar um grupo de astronautas para a estação espacial Tiangong, onde realizarão experiências sobre a construção de habitats na Lua. As autoridades realizaram este fim de semana um lançamento simulado que incluiu uma verificação do funcionamento da torre de lançamento, do foguetão e da nave espacial, num teste que incluiu desde os preparativos iniciais até à separação do foguetão e da nave espacial, informou o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste da China, em comunicado, no domingo. A tripulação da Shenzhou-19, cujas identidades ainda não foram reveladas, também realizou testes para verificar a comunicação e a coordenação entre a equipa de terra, a nave espacial e o foguetão. Uma componente inovadora da missão Shenzhou-19 será a entrega de tijolos feitos de material simulado do solo lunar, que serão transportados para a estação espacial chinesa na missão de carga Tianzhou-8, prevista para as próximas semanas. Uma vez recebidos os tijolos na estação espacial, os astronautas avaliarão o impacto das condições espaciais nos materiais de construção, numa tentativa de fazer avançar o desenvolvimento de estruturas habitáveis na superfície lunar, disse o especialista Kang Guohua, citado pelo jornal oficial Global Times. Kang disse que os testes representam um “avanço significativo” nos planos da China para futuras colónias espaciais e exploração do espaço profundo, num esforço para estabelecer uma presença duradoura na Lua. Construção lunar A China, o único país que até agora aterrou no lado mais distante da Lua, planeia construir uma base de exploração científica com a Rússia e outros países no polo sul da Lua. A Shenzhou-19 deve transportar a nova tripulação da Tiangong, que desde Abril inclui três astronautas que chegaram à estação no âmbito da missão anterior, a Shenzhou-18. A Tiangong vai funcionar durante cerca de dez anos e tornar-se-á a única estação espacial do mundo a partir de 2024, se a Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está impedida de aceder devido aos laços militares do seu programa espacial, for retirada este ano, como previsto. A China investiu fortemente no seu programa espacial e conseguiu aterrar a sonda Chang’e 4 no lado mais afastado da lua – a primeira vez que tal foi conseguido – e tornou-se o terceiro país, depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética, a chegar a Marte.
Hoje Macau China / ÁsiaChina condena venda de mísseis dos Estados Unidos a Taiwan A China condenou a venda a Taiwan de sistemas de mísseis norte-americanos, denunciando uma acção que “prejudica seriamente as relações” com os Estados Unidos e “põe em perigo a paz” na região. A venda de sistemas de mísseis terra-ar a Taiwan “viola seriamente a soberania e os interesses de segurança da China, prejudica seriamente as relações sino-americanas e põe em perigo a paz e a estabilidade” no estreito, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, num comunicado divulgado no sábado à noite. Pequim poderá tomar “todas as medidas necessárias para defender firmemente a soberania nacional, a segurança e a integridade territorial”. O negócio de 1,16 mil milhões de dólares, aprovado por Washington na sexta-feira e que ainda tem de ser aprovado pelo Congresso, inclui vários sistemas antiaéreos e 123 mísseis, de acordo com a agência norte-americana responsável pelas vendas militares ao estrangeiro. Outra venda anunciada na sexta-feira, envolve sistemas de radar no valor total de 828 milhões de dólares. O equipamento será retirado diretamente dos ‘stocks’ da Força Aérea dos EUA. Taiwan expressou, no sábado, “sincera gratidão” pela venda, que ajudará o exército a “continuar a melhorar a capacidade de defesa e a manter conjuntamente a paz e a estabilidade no estreito”. Os Estados Unidos não reconhecem Taiwan como um Estado e consideram a República Popular da China como o único governo legítimo, mas fornecem a Taipé uma ajuda militar substancial. Paz tremida Pequim opõe-se regularmente ao apoio dos EUA a Taiwan e acusa Washington de se intrometer em assuntos que são do interesse da China. As relações entre Pequim e Taipé têm-se deteriorado desde 2016, altura em que Tsai Ing-wen se tornou líder de Taiwan. William Lai, que era vice-líder na administração de Tsai, e que posteriormente assumiu a liderança do país manteve a posição de defesa da soberania do território. A China acusou ambos de procurarem aprofundar o fosso entre a ilha e o continente. Em resposta, Pequim intensificou a pressão diplomática e a actividade militar em torno do território.
Hoje Macau China / ÁsiaFronteira | Pequim confirma progressos para reduzir tensão com Índia A China confirmou na sexta-feira que as tropas indianas e chinesas já começaram a aplicar “a solução acordada” entre Pequim e Nova Deli sobre questões fronteiriças, visando reduzir a tensão nas zonas em disputa. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que o “trabalho relevante”, levado a cabo pelas “tropas da linha da frente de ambos os lados”, está a decorrer “sem problemas”, mas não deu mais detalhes. De acordo com a agência Bloomberg, que cita funcionários indianos, o processo de desanuviamento incluiria a retirada das tropas dos seus locais actuais e o desmantelamento de alguns edifícios temporários construídos nos últimos anos por ambas as partes nas áreas disputadas. Em algumas áreas nem os soldados chineses nem os indianos vão ser autorizados a patrulhar, com o objectivo de evitar confrontos. Na semana passada, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o Presidente chinês, Xi Jinping, confirmaram ter chegado a um acordo sobre o desanuviamento militar nas zonas fronteiriças disputadas, a aplicar nos próximos meses. “Congratulamo-nos com o consenso alcançado sobre as questões que surgiram ao longo dos últimos quatro anos na fronteira”, disse Modi, durante a reunião, realizada na cidade russa de Kazan, à margem da cimeira dos BRICS. Xi apelou à China e à Índia para “resolverem os seus conflitos e diferenças”, no primeiro encontro formal entre os dois líderes em quase cinco anos. A reunião marcou um avanço significativo nas relações entre as potências asiáticas após um confronto mortal entre as suas tropas, em 2020, quando um destacamento militar ilegal chinês provocou uma resposta indiana que degenerou num confronto fronteiriço em Ladakh em que 20 soldados indianos foram mortos e 76 outros ficaram feridos.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Órgão legislativo reúne-se entre 4 e 8 de Novembro O órgão máximo legislativo da China vai reunir-se entre os dias 4 e 8 de Novembro para abordar os desafios que a segunda maior economia do mundo enfrenta, incluindo uma crise no imobiliário e fraca procura interna. A data foi anunciada na reunião de sexta-feira, presidida por Zhao Leji, presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN). A próxima reunião do Comité Permanente ocorre numa altura em que será eleito um novo presidente dos Estados Unidos, a 5 de Novembro, o que pode constituir novo teste para o comércio externo, desenvolvimento tecnológico e economia da China. Esperava-se que a reunião se realizasse no final deste mês. O anúncio da data de encerramento, 8 de Novembro, após as eleições nos EUA, sugere que os responsáveis políticos chineses planeiam atenuar o impacto de eventuais surpresas geopolíticas. Os investidores e analistas vão estar atentos a novas informações sobre os planos de estímulo económico da China, depois de várias medidas anunciadas pelo banco central chinês, para promover uma recuperação no imobiliário e nos mercados bolsistas. A ordem de trabalhos inclui uma discussão sobre o trabalho financeiro do país, a gestão dos activos do Estado e a análise de algumas revisões legislativas. Até ao momento, não foram mencionados no comunicado oficial quaisquer projectos de lei relacionados com o ministério das Finanças ou com os planos orçamentais.
Hoje Macau China / ÁsiaTim Cook promete aumentar investimento da Apple em Pequim O presidente executivo da Apple, Tim Cook, prometeu na sexta-feira aumentar o investimento do grupo norte-americano na China, durante um encontro com o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, em Pequim. “A Apple considera a China um mercado importante e um parceiro fundamental na sua cadeia de fornecimento, e vai continuar a aumentar o investimento na China na investigação e desenvolvimento e noutras áreas”, disse Cook, de acordo com um comunicado do Ministério do Comércio. “A Apple vai continuar a ser uma ponte para promover a comunicação e o comércio entre a China e os Estados Unidos”, acrescentou. Wang afirmou que a China está a introduzir “novas políticas de abertura” e vai “resolver eficazmente os problemas que preocupam as empresas estrangeiras”, apelando à Apple para “aproveitar a oportunidade e aprofundar ainda mais a sua presença no mercado chinês”. “A China vai optimizar ainda mais o ambiente empresarial e continuar a fornecer serviços de alta qualidade às empresas com investimentos” no país, afirmou o ministro chinês. A cooperação económica e comercial entre China e EUA é “mutuamente benéfica” e constitui “uma força estabilizadora” nas relações bilaterais. “A China está disposta a ajudar a recolocar as relações económicas e comerciais sino-americanas numa trajetória saudável e estável, com intercâmbios regulares entre o governo e as empresas”, disse Wang. O responsável advertiu que “utilizar de forma vaga leis de segurança nacional” para limitar o investimento chinês nos EUA “não é propício aos intercâmbios”. Visita de estudo Cook também se reuniu esta semana com Jin Zhuanglong, director do ministério da Indústria e das Tecnologias da Informação, com quem discutiu as operações da Apple na China e a gestão da segurança dos dados nas suas redes, bem como os serviços de nuvem da empresa no país asiático. Cook visitou a China pela última vez em Março passado, quando abriu uma nova loja da Apple em Xangai e participou num fórum na capital chinesa, juntamente com outros executivos. A Grande China é o terceiro maior mercado da Apple, a seguir aos Estados Unidos e à Europa.
Hoje Macau China / ÁsiaMoçambique | Pequim felicita “Presidente eleito” Daniel Chapo Em vésperas de se assinalar, em 2025, os 50 anos de relações diplomáticas entre a China e Moçambique, o Governo chinês saudou a eleição de Daniel Chapo para a presidência do país africano O Governo da China felicitou Daniel Chapo como “Presidente eleito” de Moçambique nas eleições gerais de 9 de Outubro, garantindo estar pronto para “aprofundar” a parceria estratégica entre os dois países. “Como país amigo de Moçambique, a China está satisfeita por ver o sucesso das eleições presidenciais, parlamentares e dos governos provinciais em Moçambique. Expressamos as nossas felicitações ao partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e ao Presidente eleito Daniel Chapo”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian. O responsável acrescentou que a China “atribui grande importância” às relações com Moçambique, recordando que em 2025 se assinala o 50.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países. “A China está pronta para trabalhar com Moçambique para aprofundar ainda mais a parceria cooperativa estratégica abrangente e trazer mais benefícios aos povos dos dois países”, afirmou Lin Jian. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou na passada quinta-feira a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo (partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República de 09 de Outubro, com 70,67 por cento dos votos. Não, obrigado Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique, ficou em segundo lugar, com 20,32 por cento, mas afirma não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional. A Frelimo reforçou ainda a maioria parlamentar, passando de 184 para 195 deputados e elegeu todos os dez governadores provinciais do país. Além de Mondlane, também o presidente da Resistência Nacional Moçambicana, Ossufo Momade, um dos quatro candidatos presidenciais, disse que não reconhece os resultados eleitorais anunciados pela CNE e pediu a anulação da votação. Na quinta-feira, o candidato presidencial Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique, recusou igualmente os resultados, considerando que foram “forjados na secretaria” e prometeu uma “acção política e jurídica” para repor a “vontade popular”. O anúncio dos resultados pela CNE voltou a desencadear violentos protestos e confrontos com a polícia em Moçambique, sobretudo em Maputo, por parte de manifestantes pró-Venâncio Mondlane.
Hoje Macau China / ÁsiaEnvio de soldados norte-coreanos para a Rússia é provocação, diz Seul O envio de soldados norte-coreanos para a Rússia é “uma provocação”, declarou ontem o Presidente sul-coreano, prometendo que Seul “não vai ficar de braços cruzados”. “A Coreia do Sul não vai ficar de braços cruzados” perante o envio de soldados da Coreia do Norte para a Rússia, disse Yoon Suk-yeol, no final de um encontro com o homólogo da Polónia, Andrzej Duda, em visita ao país asiático. Os dois dirigentes consideram que este destacamento é “uma provocação que ameaça a segurança mundial, além da península coreana e da Europa”, acrescentou Yoon. Além de questões de interesse bilateral, os dois líderes debateram o alegado envio de tropas norte-coreanas para a Ucrânia para apoiar a Rússia, decisão que Seul e Kiev denunciaram na semana passada. Embora a aproximação entre Seul e Varsóvia tenha sido reforçada pelo conflito na Ucrânia, a Polónia tem sido o parceiro comercial mais importante da Coreia do Sul na Europa Oriental há mais de cinco anos, com um comércio superior a 10 mil milhões de dólares no ano passado. Investimento mortífero Em 2022, ano em que começou a invasão russa da Ucrânia, a Polónia assinou um acordo no valor de mais de 12 mil milhões de dólares para comprar tanques K2, projécteis de autopropulsão K9, sistemas de mísseis Chunmoo e caças ligeiros FA-50 nos próximos anos. Varsóvia também assinou recentemente um contrato para localizar a produção de um dos mísseis disparados pelo lançador Chunmoo. Amanhã, Duda vai visitar as fábricas da Hyundai Rotem e da Hanwha Aerospace, duas das empresas que fabricam uma grande parte das armas adquiridas por Varsóvia. Ao mesmo tempo, a crescente cooperação bilateral em matéria de segurança levou Seul a adquirir recentemente mais de uma centena de ‘drones’ suicidas Warmate 3, fabricados pela polaca WB Electronics, para fazer frente ao cada vez mais sofisticado arsenal da Coreia do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Legislativas antecipadas para consolidar partido no poder Os japoneses vão às urnas no domingo em legislativas antecipadas para consolidar a legitimidade do novo primeiro-ministro, mas o partido no poder, impopular devido à inflação e escândalos, poderá não obter a maioria absoluta. Shigeru Ishiba, de 67 anos, tomou posse na chefia do Governo nipónico, no início de Outubro, depois de ter sido eleito líder do Partido Democrático Liberal, que tem estado no poder quase ininterruptamente no Japão desde 1955, mas que tem sido prejudicado nos últimos anos pela inflação e por escândalos político-financeiros. “Esta é uma eleição extremamente difícil. Estamos a enfrentar ventos contrários sem precedentes”, admitiu o líder, na semana passada, durante uma visita de campanha. Os 465 lugares da câmara baixa do parlamento serão renovados no final do escrutínio, no qual participam 1.344 candidatos, incluindo um número recorde de mulheres, apesar de representarem apenas 23 por cento dos candidatos, num país marcado por grandes desigualdades de género. A coligação formada pelo PDL e pelo parceiro de centro-direita Komeito tinha uma confortável maioria de 288 lugares na assembleia cessante, mas a taxa de aprovação do Governo é de 33 por cento, contra 39 por cento de insatisfeitos, indica uma sondagem realizada no passado fim de semana para o diário Asahi. O jornal considerou que o PDL e o Komeito correm o risco de perder a maioria. Em todo o caso, “a diferença de lugares entre o PDL e a oposição vai diminuir e vai surgir uma nova situação na política japonesa depois das eleições”, disse Masato Kamikubo, professor de política na Universidade de Ritsumeikan. Confiança abalada Shigeru Ishiba, que espera consolidar o mandato para implementar um programa de reforço da segurança e da defesa, aumentar o apoio às famílias com baixos rendimentos e revitalizar o mundo rural japonês, estabeleceu o modesto objectivo de ganhar 233 lugares (o limiar para uma maioria absoluta) com o parceiro de coligação. No entanto, Kamikubo advertiu que o aumento acentuado da inflação no Japão desde 2022 e a queda do poder de compra, uma fonte de descontentamento e impopularidade para Fumio Kishida, o antecessor de Ishiba, podem pesar nas eleições. O partido está também a pagar na opinião pública o preço de um vasto escândalo político e financeiro, com várias dezenas de membros a serem punidos internamente por não terem declarado o equivalente a vários milhões de euros, recolhidos através da venda de bilhetes para noites de angariação de fundos e que o PDL lhes devolveu depois. Uma perda de maioria do PDL na câmara baixa do parlamento seria a primeira desde 2009, quando perdeu para a oposição de centro-esquerda, antes de regressar ao poder em 2012. O Partido Democrático Constitucional (PDC), que liderou o Japão durante esses três anos e principal força da oposição parlamentar com 99 lugares antes da dissolução, é liderado por Yoshihiko Noda, que foi primeiro-ministro em 2011-2012. “A maioria dos japoneses confia em Noda”, cujo posicionamento “não é muito diferente do do PDL”. “Um conservador, com uma política muito pragmática”, sublinhou Masato Kamikubo. No entanto, uma vitória do PDC é “difícil porque a oposição está muito dividida”, acrescentou. Shigeru Ishiba, que venceu a corrida presidencial do PDL por uma margem estreita contra a rival ultraconservadora Sanae Takaichi, também está sob ameaça dentro do partido, “independentemente do resultado das eleições”, considerou Rintaro Nishimura, especialista em política japonesa na consultora The Asia Group.
Hoje Macau China / ÁsiaDeportação de quadro da Volkswagen ilustra intransigente política antidroga de Pequim A deportação de um quadro da Volkswagen na China, esta semana, após testar positivo para o consumo de droga ao regressar da Tailândia, exemplifica o intransigente sistema de controlo de estupefacientes vigente no país asiático. A imprensa alemã noticiou na segunda-feira que o especialista em marketing e inventor do internacionalmente famoso ‘slogan’ “Das Auto” para os carros da Volkswagen, Jochen Sengpiehl, deu positivo num teste de detecção de consumo da canábis efectuado pela polícia chinesa, após umas férias na Tailândia. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou na quarta-feira que Sengpiehl testou positivo para o consumo de droga, e que foi detido durante 10 dias, antes de ser deportado. As autoridades chinesas realizam aleatoriamente testes de consumo de drogas a passageiros na chegada à China. Avisos difundidos pelas embaixadas chinesas em países que descriminalizaram a canábis – incluindo a Tailândia, o Canadá e os Países Baixos – lembram que quem testar positivo à chegada é punido “da mesma forma que se usasse drogas na China”. Um turista italiano oriundo de Banguecoque, que visitou Xangai, no Verão passado, para uma estadia de uma semana, contou à Lusa que acabou por ser detido durante dois dias e punido com uma multa de 500 yuan, após testar positivo no aeroporto. Bares e outros espaços nocturnos em Pequim e Xangai são também frequentemente alvos de rusgas, com a polícia a testar todos os clientes. Mesmo que o consumo tenha sido realizado fora do país, um teste positivo é punível com detenção administrativa, que pode ir até 15 dias e, se for estrangeiro, deportação. Triângulo de risco Se alguém for apanhado com pequenas quantidades de canábis na bagagem, pode ser punido com pena de até três anos de prisão. Grandes quantidades são puníveis com pena de morte. Com cerca de 1.400 milhões de habitantes, a China confina com o “triângulo dourado” (Laos-Birmânia-Tailândia), onde se estima que exista uma área total de cultivo de papoila de 46.700 hectares. A China faz também fronteira com a Ásia Central, uma fonte crescente das drogas aprendidas no país, indicou a Comissão Nacional de Controle de Narcóticos da China.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Xi sublinha “significado estratégico” da relação com Irão Num encontro bi-lateral, à margem da cimeira dos BRICS, o Presidente chinês reuniu com o seu homólogo iraniano para reafirmar o seu apoio à segurança e desenvolvimento do Irão numa altura de grande turbulência internacional O Presidente da China disse que Pequim vai desenvolver “sem hesitação” uma “cooperação amigável com o Irão”, independentemente da “evolução da situação internacional”, sublinhando o “significado estratégico” da relação bilateral, indicou ontem a diplomacia chinesa. Xi Jinping e Masud Pezeshkian reuniram-se na quarta-feira à margem da cimeira dos BRICS, a decorrer na cidade russa de Kazan, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado. O Presidente chinês sublinhou que as relações entre os dois países adquiriram um “significado estratégico” no meio de “transformações globais aceleradas”, acrescentou. “A China reafirma o apoio ao Irão na defesa da soberania e segurança, bem como no desenvolvimento económico e social”, disse o líder chinês, num período de tensão entre Teerão e Israel. Xi acrescentou que a China está “profundamente preocupada com a actual situação no Médio Oriente”, referindo que “conseguir um cessar-fogo em Gaza é a chave para aliviar as tensões na região”. “A comunidade internacional deve trabalhar em conjunto para instar as partes relevantes a aplicar seriamente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU para evitar nova escalada”, afirmou Xi. As duas nações comprometeram-se a trabalhar em conjunto com base no “respeito pelas normas internacionais, na salvaguarda dos seus direitos legítimos e no reforço da cooperação em vários domínios”, lê-se na mesma nota. Xi também expressou a disponibilidade da China para desenvolver “uma parceria estratégica abrangente para benefício de ambos os povos”. Oriente atraente O líder chinês felicitou o Irão pela recente adesão plena ao bloco de economias emergentes BRICS, sublinhando o desejo de aumentar a cooperação neste quadro e noutros fóruns multilaterais. A China chegou à cimeira numa altura em que tenta seduzir o Sul Global, com novas vias de financiamento e cooperação, num contexto de crescente competição geopolítica com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos. Os BRICS constituem uma oportunidade para Pequim promover uma reforma do sistema de governação global mais consentânea com os seus interesses e com o que designa por “verdadeiro multilateralismo”, em oposição à “hegemonia norte-americana”. O grupo BRICS, inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se para nove membros com a integração do Irão, Egipto, Etiópia e Emirados Árabes Unidos e procura tornar-se um poderoso contrapeso ao Ocidente na política e eventos comerciais mundiais, que são de particular interesse para Moscovo e Teerão, que enfrentam sanções europeias e norte-americanas.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Xi pediu a Modi uma resolução de conflitos entre os dois países O Presidente chinês pediu hoje ao primeiro-ministro indiano que os dois países “resolvam os seus conflitos”, numa reunião realizada na cidade russa de Kazan que constituiu o primeiro encontro formal entre ambos em quatro anos. Xi Jinping defendeu que tanto a China como a Índia “são civilizações antigas, grandes países em desenvolvimento e membros importantes do Sul Global”, referiu a Presidência chinesa, num comunicado publicado pela estação estatal chinesa CCTV. Além disso, Xi afirmou que “os dois países estão num momento crítico de modernização” e que tanto a China como a Índia “compreendem corretamente a tendência da história e a direção do desenvolvimento das relações entre os dois Estados, o que é benéfico para os dois países e povos”. O líder chinês apontou a necessidade de Pequim e Nova Deli “assumirem as suas responsabilidades internacionais e darem um exemplo aos países em desenvolvimento ao unirem-se e fortalecerem-se” contribuindo para “a promoção de um mundo multipolar e a democratização das relações internacionais”. A tensão entre a China e a Índia, as duas maiores potências do Indo-Pacífico, tem crescido desde 2020, quando um destacamento militar ilegal da China levou a uma resposta indiana que degenerou num confronto fronteiriço no território de Ladakh, nos Himalaias. Desde então, as potências aumentaram a sua presença militar e hostilidade, mas anunciaram recentemente um acordo para acalmar a situação. Os gigantes asiáticos mantêm uma disputa histórica por algumas regiões dos Himalaias, como o Aksai Chin, gerido pela China e reivindicado pela Índia, e vários locais do estado indiano de Arunachal Pradesh, onde a situação se inverte.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Vladimir Putin elogia papel da Turquia O Presidente russo, Vladimir Putin, saudou ontem o papel que a Turquia pode desempenhar no grupo BRICS, liderado por Moscovo e Pequim, ao reunir-se com o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, em Kazan. “Sei que a Turquia está interessada em estabelecer uma cooperação estreita com o grupo [BRICS]. E vemos aqui perspetivas importantes, tendo em conta o prestígio e o papel geopolítico especial do vosso país, que liga o leste e o oeste do continente euro-asiático”, disse Putin a Erdogan. O líder russo sublinhou ainda o caráter construtivo e de boa vizinhança das relações com Ancara. “O turismo ocupa tradicionalmente um lugar especial nas nossas relações bilaterais. Em 2023, um número recorde de cidadãos russos visitou a Turquia, mais 20,7% do que no ano anterior”, sublinhou Putin. Erdogan, por sua vez, desejou uma rápida visita do líder russo à Turquia e disse que as partes estão a trabalhar para eliminar os problemas com as transações bancárias entre os dois países. A presença de Erdogan na cimeira dos BRICS atraiu um interesse especial, uma vez que a Turquia é membro da NATO. O Kremlin declarou anteriormente que o grupo BRICS “não coloca ninguém perante o dilema ‘com este ou com o outro’”, pelo que “não há objeções” à adesão da Turquia ao grupo, apesar de ser membro da Aliança Atlântica. O grupo BRICS, inicialmente constituído pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, alargou-se para nove membros com a integração do Irão, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, e pretende tornar-se um poderoso contrapeso ao Ocidente. Terça-feira, em Talin, na Estónia, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), o neerlandês Mark Rutte, sublinhou a importância da Turquia como membro da organização, apesar da sua vontade de aproximação aos BRICS, as principais economias emergentes do mundo. Rutte, de visita à capital do país Báltico, que faz fronteira com a Rússia, numa das suas primeiras viagens internacionais como secretário-geral da NATO (bloco de defesa ocidental), descreveu a Turquia como um membro “muito importante” da aliança e um Estado com “o direito soberano” de se aproximar dos BRICS. “Sabemos que a Turquia também está a trabalhar para ou com alguns dos parceiros dos BRICS, tem o direito soberano de o fazer. Isso pode originar debates de vez em quando, bilateralmente ou no âmbito da NATO”, declarou Rutte, quando questionado sobre a intenção de Ancara de se aproximar dos BRICS. Mas “obviamente, dentro da Aliança, sendo uma democracia de 32 países, haverá sempre debates sobre isto e aquilo”, comentou Rutte. No entanto, o secretário-geral da NATO também sublinhou que “a Turquia é um aliado muito importante da Aliança, tem uma das forças militares mais bem equipadas da NATO, desempenha um papel vital na sua parte da geografia da NATO” e “traz muitas capacidades à NATO como um todo”. O dirigente da Aliança Atlântica e ex-primeiro-ministro neerlandês, que recentemente substituiu o norueguês Jens Stoltenberg como responsável máximo da organização militar, afirmou que esta está “muito feliz e satisfeita com o facto de a Turquia ser desde há tantos anos parte da aliança”.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Irmã de líder acusa Ucrânia e Seul de serem “cães malcriados dos EUA” Kim Yo Jong, a irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, acusou a Ucrânia e a Coreia do Sul de “provocarem” o país, qualificando-os de “cães malcriados dos Estados Unidos”. “Uma provocação militar contra um Estado com armas nucleares pode levar a uma situação horrível, inimaginável para os políticos e peritos militares de qualquer país grande ou pequeno do mundo”, afirmou Kim Yo Jong, segundo a agência noticiosa estatal KCNA. Acusando Kiev e Seul de fazerem “comentários imprudentes sobre Estados com armas nucleares”, a responsável argumentou que esta parece ser “uma característica comum dos cães malcriados dos Estados Unidos”. A irmã do líder informou ainda que os serviços secretos norte-coreanos investigam a utilização de ‘drones’ contra a Coreia do Norte e acusou Seul de medidas propagandísticas contra Pyongyang. “Ninguém sabe como a nossa retaliação e vingança serão concluídas”, afirmou. Denunciou ainda o lançamento de panfletos na Coreia do Norte através da fronteira, numa altura em que as tensões aumentam entre os dois países que estão tecnicamente em guerra desde 1950.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul diz que norte-coreanos enviaram mais 1.500 soldados para a Rússia A Coreia do Sul avançou ontem que os norte-coreanos enviaram mais 1.500 soldados para a Rússia, acrescentando que um total de 10.000 militares devem ser mobilizados para território russo até Dezembro. “Estima-se que mais 1.500 soldados tenham sido enviados para a Rússia”, elevando o total para 3.000, disse o legislador Park Sun-won, membro da comissão parlamentar de informação sul-coreana, após uma reunião com o Serviço Nacional de Informações da Coreia do Sul (NIS, serviços secretos). Na sexta-feira, o NIS tinha afirmado que Pyongyang estava a enviar “um grande número de tropas” para apoiar a Rússia na sua ofensiva militar na Ucrânia. Na altura, os serviços secretos sul-coreanos indicaram que 1.500 soldados já tinham sido transferidos na semana anterior para instalações militares russas nas regiões de Primorye, Khabarovsk e Amur, no Extremo Oriente. As autoridades ucranianas informaram posteriormente que Moscovo planeava enviar cerca de 10.000 soldados norte-coreanos para a região fronteiriça de Kursk a partir de 01 de Novembro para conter os avanços do exército ucraniano. Convocatória alemã Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão convocou ontem o encarregado de negócios da Coreia do Norte devido ao apoio que os norte-coreanos estão a fornecer a Moscovo na ofensiva militar no território ucraniano. “Se os relatos sobre os soldados norte-coreanos na Ucrânia forem verdadeiros e a Coreia do Norte apoiar a guerra de agressão da Rússia na Ucrânia com tropas, isso seria grave e uma violação do direito internacional”, referiu a diplomacia alemã na rede social X. O ministério alemão referiu que tal apoio “ameaça directamente a segurança da Alemanha e da paz europeia”. A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de Fevereiro de 2022. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra sectores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaFMI reduz perspectivas de crescimento e alerta para crise do imobiliário O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou ontem para um possível agravamento da situação do mercado imobiliário na China, ao reduzir as expectativas de crescimento para a segunda maior economia do mundo. No relatório World Economic Outlook, o FMI reduziu a previsão de crescimento da China para este ano para 4,8 por cento, menos 0,2 por cento do que na projecção difundida em Julho. Em 2025, o crescimento deverá situar-se em 4,5 por cento, indicou a instituição, sublinhando também que a contracção do sector imobiliário chinês acima do esperado é um dos muitos riscos negativos para as perspectivas económicas globais. “As condições para o mercado imobiliário podem piorar, com novas correcções de preços no meio de uma contracção das vendas e do investimento”, lê-se no relatório. As crises imobiliárias históricas noutros países, como no Japão, nos anos de 1990, e os EUA, em 2008, mostraram que, a menos que a crise na China seja resolvida, os preços poderão sofrer novas correcções, referiu o FMI. A contracção no principal veículo de investimento das famílias chinesas pode baixar também a confiança dos consumidores e reduzir a procura interna, explicou o FMI, numa altura em que o país asiático enfrenta já riscos de deflação. Estímulos vários Nos últimos meses, a China anunciou a introdução de várias medidas destinadas a impulsionar o crescimento económico. Em Setembro, o Banco Popular da China anunciou uma série de medidas de estímulo, tais como a redução da quantidade de dinheiro que os bancos devem ter em caixa. As principais cidades, incluindo Cantão e Xangai, também anunciaram medidas destinadas a estimular o sector imobiliário. No início do mês, o ministro das Finanças da China sugeriu que o país tinha espaço para aumentar a dívida e o défice, indicando estarem a caminho mais estímulos. “O estímulo governamental para contrariar a fraqueza da procura interna colocaria mais pressão sobre as finanças públicas. Os subsídios em certos sectores, se forem orientados para o aumento das exportações, podem exacerbar as tensões comerciais com os parceiros comerciais da China”, afirmou o FMI. A economia da China cresceu 4,6 por cento, no terceiro trimestre de 2024, aquém da meta definida por Pequim para a totalidade do ano de “cerca de 5 por cento”.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Quadro da Volkswagen detido e deportado por consumo de cocaína O Governo chinês afirmou ontem que um quadro do construtor automóvel alemão Volkswagen recentemente detido na China foi expulso do país após ter testado positivo para o consumo de cocaína. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que um executivo da empresa alemã passou dez dias detido na China antes de ser deportado por consumo de cocaína. Na segunda-feira, o jornal alemão Bild noticiou que o especialista em marketing e inventor do internacionalmente famoso ‘slogan’ “Das Auto” para os carros da Volkswagen, Jochen Sengpiehl, deu positivo num teste de deteção de drogas efectuado pela polícia chinesa após umas férias na Tailândia. De acordo com o jornal Bild, Sengpiehl, que esteve dois anos no país asiático, acusou positivo num teste de consumo de canábis. A publicação não referiu nenhum teste para o consumo de cocaína. As autoridades chinesas realizam por vezes aleatoriamente testes de consumo de drogas a passageiros na chegada à China. Mesmo que o consumo tenha sido realizado fora do país, um teste positivo é punível com detenção administrativa durante 15 dias e, se for estrangeiro, deportação. A China, o principal mercado da marca alemã, é considerada como tendo o sistema de controlo de drogas mais rigoroso do mundo e o maior número de substâncias proibidas.
Hoje Macau China / ÁsiaApple | Empresa vai reforçar investimentos em Pequim O presidente executivo da Apple, Tim Cook, afirmou ontem que o grupo tecnológico norte-americano procura “aproveitar as oportunidades oferecidas pela abertura da China” e vai continuar a aumentar os investimentos no país asiático. As declarações do empresário norte-americano foram publicadas na conta oficial na rede social chinesa Weibo do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China, após uma reunião entre Cook e Jin Zhuanglong, responsável pela pasta. A Weibo é o equivalente à rede social X, bloqueada na China. Durante o encontro, os dois avaliaram as operações da Apple no país e discutiram a gestão da segurança dos dados nas respectivas redes, bem como os serviços em nuvem que a empresa oferece na China. Jin referiu que Pequim continua a encorajar o investimento estrangeiro através da “abertura ordenada do seu sector de telecomunicações” e expressou a expectativa de que a Apple aumente a cooperação com empresas locais e reforce o investimento em inovação. Cook reiterou o compromisso da empresa com o mercado chinês, garantindo que vai continuar a investir nas instalações e operações para reforçar a participação. No âmbito da visita, Cook participou numa série de actividades em Pequim. Na segunda-feira, anunciou a chegada através de um vídeo na Weibo, no qual é visto a passear por um ‘hutong’, os tradicionais bairros de Pequim, com o fotógrafo Chen Man. No dia seguinte, encontrou-se com estudantes universitários chineses que estão a utilizar produtos Apple para promover práticas agrícolas sustentáveis. Mercado único Cook visitou a China pela última vez em Março passado, quando abriu uma nova loja da Apple na cidade oriental de Xangai e participou num fórum na capital chinesa, juntamente com outros executivos seniores. A Grande China é o terceiro maior mercado da Apple, atrás dos Estados Unidos e da Europa. A empresa tecnológica enfrenta pressões na segunda maior economia do mundo, onde, de acordo com dados da Counterpoint Research, foi apenas o sexto maior vendedor de telemóveis no segundo trimestre, em comparação com o terceiro, no mesmo período do ano passado. A Apple apresentou em Agosto um lucro líquido de 79 mil milhões de dólares, nos primeiros nove meses do exercício financeiro (e não do ano civil), um aumento de 7 por cento, em relação ao ano anterior. A China foi o único mercado que reduziu as vendas no trimestre, face aos aumentos registados no Japão e no resto da Ásia-Pacífico, indicou a Apple, em comunicado. Cook embarcou este ano numa campanha para inverter a situação, anunciando a criação de um novo laboratório de investigação e desenvolvimento na cidade de Shenzhen e a expansão do que a empresa já tem em Xangai.
Hoje Macau China / ÁsiaSurto de dengue em Guangdong ligado às alterações climáticas, dizem especialistas O maior surto de dengue dos últimos cinco anos na província de Guangdong, que faz fronteira com Macau, pode estar ligado às alterações climáticas, disseram especialistas locais. A província, que tem uma população de 125 milhões de habitantes, registou mais de 8.700 casos de dengue este ano, muito mais do que os 6.042 casos, registados em 2019, e os 4.195, em 2023, marcando o surto mais grave dos últimos cinco anos. O aumento dos casos coincidiu com as condições climatéricas extremas registadas nos últimos meses na região, onde as temperaturas elevadas e as chuvas fortes criaram um ambiente favorável à proliferação de mosquitos, o principal transmissor da dengue, noticiou o jornal local Yicai. Desde Maio, as autoridades locais detectaram um aumento da densidade de mosquitos em mais de 30 zonas de alto risco, antecipando um aumento dos casos da doença. O especialista em saúde pública Zhang Hua, citado pelo Yicai, disse que “as alterações climáticas, incluindo o aumento da precipitação e das temperaturas, estão a mudar os ‘habitats’ dos mosquitos e a favorecer a expansão para áreas que anteriormente não eram propensas a tais surtos”. De acordo com outro perito não identificado, “não só os mosquitos, mas também outros animais como carraças e roedores” podem começar a transmitir doenças em novas áreas devido a “alterações nos ‘habitats’”. Mudança de panorama Nos últimos anos, tem-se verificado uma tendência de propagação da dengue em províncias mais a norte na China, onde tradicionalmente não se registava a doença. “A doença pode propagar-se a zonas do norte e do centro da China, devido às condições climáticas cada vez mais favoráveis à reprodução dos mosquitos nestas regiões”, alertou Zhang. De acordo com um estudo citado pelo Yicai, entre 2015 e 2023, a taxa de incidência de dengue na China aumentou anualmente numa média de 70,79 por cento, com casos registados em todas as províncias, excepto no Tibete. A China não é o único país a registar recentemente um aumento do número de casos de dengue: países sul-americanos como o Peru, o Paraguai e o Brasil registaram tendências semelhantes. A doença afecta pessoas de todas as idades e para a Organização Mundial de Saúde, o fenómeno meteorológico ‘El Niño’ está na origem da propagação da epidemia.