Jiangsu | Esfaqueamento em escola faz 8 mortos e 17 feridos

Um ataque com uma faca numa escola no leste da China fez no sábado oito mortos e 17 feridos, disseram as autoridades, acrescentando que o autor do crime foi detido.

“Às 18:30, ocorreu um ataque com uma faca no Instituto Profissional de Artes e Tecnologia de Wuxi”, na província de Jiangsu, que “deixou oito mortos e 17 feridos”, disse a polícia da cidade de Yixing, onde sucedeu a tragédia, refere a Agência France-Presse.

Segundo a força policial, o ataque foi perpetrado por um ex-aluno, que foi “detido no local”.

De acordo com os primeiros elementos da investigação, citados num comunicado de imprensa, o suspeito é um homem de 21 anos, aluno da turma de 2024.

“Por não ter obtido o diploma depois de ter falhado os exames e por estar insatisfeito com a remuneração durante o estágio, [jovem] regressou à escola para expressar a sua raiva e cometer estes homicídios”, disse a polícia de Yixing.

O suspeito “confessou tudo”, acrescentou o comunicado da polícia. “Os serviços estão totalmente mobilizados para prestar cuidados aos feridos, gerir as consequências da tragédia e concluir a investigação deste acontecimento”, concluiu a polícia.

Estes atentados são pouco frequentes no país, mas este é o segundo do género na China esta semana, depois de um ataque com um carro.

Um homem de 62 anos conduziu um SUV contra pessoas que faziam exercício ao ar livre num complexo desportivo em Zhuhai, na província de Guangdong, na passada segunda-feira, matando 35 pessoas e ferindo cerca de 40.

18 Nov 2024

Líderes chinês e japonês encontram-se pela primeira vez e tentam aliviar tensões

Os líderes da China e do Japão encontraram-se pela primeira vez, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em Lima (Peru), para desenvolver a comunicação bilateral entre os dois países e tentar aliviar tensões.

Assim, o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, comprometeram-se, no encontro, a desenvolver a comunicação bilateral para tentar aliviar as tensões entre os dois países, desde a polémica descarga de água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima até à disputa histórica sobre as ilhas Diaoyu.

“Acabei de realizar uma reunião de alto nível com o Presidente chinês para promover uma relação mutuamente benéfica baseada em interesses estratégicos comuns e para construir ‘relações construtivas’”, disse o primeiro-ministro japonês numa mensagem na conta oficial do governo japonês na rede social X.

“Continuaremos a melhorar a comunicação, incluindo ao nível da cimeira, para atenuar os problemas e as preocupações, bem como para reforçar a cooperação e a coordenação entre os nossos dois países”, acrescentou o primeiro-ministro japonês após o seu primeiro encontro com o líder chinês. Ishiba é chefe do governo japonês desde 1 de Outubro.

Elefante na sala

Xi Jinping felicitou Ishiba pela sua nomeação, antes de concordar que os dois países se encontram num “momento crítico” para melhorar as relações e estabelecer laços “construtivos e estáveis”, segundo a Europa Press.

Durante o encontro, o primeiro-ministro japonês pediu ao Presidente chinês que acelerasse o levantamento das restrições impostas pelo seu país à importação de peixe e marisco japoneses, decididas em resposta ao derrame de Fukushima, que, segundo Pequim, representa uma ameaça para as suas águas apesar das garantias oferecidas por Tóquio, em troca da implementação de um novo programa de controlo deste procedimento, que incluiria a participação de peritos chineses.

18 Nov 2024

China | Produção industrial cresce 5,3% em Outubro

A produção industrial da China cresceu 5,3 por cento em Outubro, em termos homólogos, segundo dados oficiais divulgados na passada sexta-feira pelo Gabinete Nacional de Estatística do país. O valor relativo ao décimo mês do ano está abaixo das expectativas dos analistas, que previam que crescesse 5,6 por cento. No conjunto, entre Janeiro e Outubro, a produção industrial cresceu 5,8 por cento.

Entre os três grandes sectores em que o GNE divide este indicador, os que mais aumentaram a sua produção em Outubro foram a indústria transformadora e a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água, ambos com crescimento de 5,4 por cento.

O GNE destacou também o aumento da produção de bens específicos, como os veículos eléctricos, os robôs industriais ou os ‘chips’ semicondutores.

A instituição também divulgou na sexta-feira outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, um indicador-chave para medir o estado do consumo, que acelerou muito mais do que o esperado, passando de 3,2 por cento em Setembro para 4,8 por cento em Outubro, enquanto os especialistas previam um aumento de 3,8 por cento.

Zichun Huang, analista da consultora Capital Economics, afirmou, num relatório, que a economia chinesa “melhorou no início do quarto trimestre, graças a um consumo interno superior ao previsto”, o que se traduziu num aumento da procura.

A taxa oficial de desemprego urbano continuou a descer, desta vez de 5,1 por cento para 5 por cento, ultrapassando também as expectativas de que se manterá inalterada.

Este indicador mantém-se dentro do limite de 5,5 por cento estabelecido pelo Governo chinês para este ano.

Entretanto, o investimento em activos fixos voltou a situar-se nos 3,4 por cento no acumulado até Outubro, o mesmo valor dos últimos dois meses, apesar das expectativas dos analistas de uma ligeira recuperação para 3,5 por cento.

Em construção

Na análise por sector, o investimento na indústria transformadora cresceu 9,3 por cento e nas infra-estruturas 4,3 por cento, enquanto o investimento na promoção imobiliária caiu 10,3 por cento, no contexto da prolongada crise no sector.

O GNE indicou que as vendas de propriedades comerciais medidas em termos de área útil caíram 15,8 por cento em termos homólogos, entre Janeiro e Outubro. Embora se trate de uma queda significativa, também reflecte uma tendência de recuperação relativa: as duas leituras anteriores tinham sido de 18 por cento e 17,1 por cento.

“As medidas de apoio parecem estar a dar algum alívio ao mercado imobiliário”, disse Huang, que prevê uma recuperação nos próximos meses, mas advertiu que, sem uma flexibilização fiscal significativa no próximo ano, este novo impulso “será de curta duração”.

“Acreditamos que a economia voltará a abrandar no segundo semestre do próximo ano, altura em que os fabricantes chineses enfrentarão o obstáculo adicional de uma segunda guerra mundial com [o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump”, afirmou.

18 Nov 2024

Pequim envia tijolos para o espaço para testar construção na Lua

A China enviou na sexta-feira para o espaço tijolos fabricados com material que imita o solo lunar, visando testar a sua viabilidade para a futura construção de uma estação no satélite natural da Terra.

Fabricados na Terra a partir de componentes que imitam o solo lunar, os materiais foram transportados para a estação espacial chinesa Tiangong (“Palácio Celestial”) pela nave de carga Tianzhou-8.

Nas últimas décadas, a China investiu milhares de milhões de euros no seu programa espacial para recuperar o atraso em relação aos Estados Unidos e à Rússia. O país asiático espera enviar um astronauta à Lua antes de 2030 e construir uma base internacional em 2035.

Várias amostras de tijolos de diferentes composições serão submetidas a condições extremas, semelhantes às que se encontram na Lua. Os astronautas chineses vão colocar os materiais no exterior da estação espacial e deixá-los lá, expostos ao ambiente natural, para avaliar o seu desempenho e se se deterioram ou não.

Qualquer material na Lua terá de enfrentar condições extremas, incluindo variações de temperatura, que podem ir de 180 graus a -190 graus. Como a Lua não está protegida por uma atmosfera, é atingida por grandes quantidades de radiação cósmica e micrometeoritos. Terramotos lunares podem também enfraquecer as estruturas construídas no seu solo.

Os materiais foram desenvolvidos com base nas amostras de solo lunar recolhidas pela sonda chinesa Chang’e 5, que no final de 2022 foi a primeira missão no mundo em quatro décadas a trazer de volta material recolhido no satélite natural.

Brinquedo sério

Estes tijolos, de cor preta, são três vezes mais fortes do que os tijolos normais e podem encaixar uns nos outros, evitando a utilização de ligantes, o que seria um desafio na Lua. Uma equipa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, em Wuhan, também concebeu um robô de impressão 3D para desempenhar tarefas de construção.

O objectivo no futuro é utilizar o próprio solo lunar para diferentes tipos de construções. Outros países com ambições de construir uma base lunar estão a trabalhar na construção de tijolos que imitam a superfície da Lua.

No âmbito do programa Artemis da NASA, que pretende enviar seres humanos à Lua em 2026, investigadores da Universidade da Florida Central estão a testar tijolos feitos com impressoras 3D. A Agência Espacial Europeia efectuou também estudos sobre a montagem de tijolos com base na estrutura dos edifícios da Lego.

A Estação Internacional de Investigação Lunar da China é um projecto conjunto com a Rússia. De acordo com a imprensa oficial chinesa, uma dúzia de países (incluindo a Tailândia, o Paquistão, a Venezuela e o Senegal) e cerca de quarenta organizações estrangeiras são parceiros da iniciativa.

18 Nov 2024

EUA | Xi diz a Biden que está pronto para trabalhar com novo Governo

Os dois presidentes encontraram-se pela última vez em Lima, no Perú, antes de seguirem para a cimeira do G20 no Brasil

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse no sábado ao homólogo norte-americano, Joe Biden, que “a China está pronta para trabalhar com um novo Governo” dos Estados Unidos, quando o Presidente eleito, Donald Trump, assumir o cargo, em Janeiro próximo.

Os dois líderes reuniram-se no sábado à margem da cimeira anual da Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em Lima, no Peru, e esperava-se que Biden exortasse Xi a dissuadir a Coreia do Norte de aumentar o seu apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia, em curso desde Fevereiro de 2022.

Biden declarou-se orgulhoso do trabalho que os dois países realizaram desde a sua última reunião, que decorreu no ano passado, à margem da conferência realizada em São Francisco.

“Nos últimos quatro anos, as relações entre a China e os Estados Unidos sofreram altos e baixos, mas com nós os dois ao leme, também nos envolvemos em diálogos e cooperação frutuosos e, em geral, alcançámos estabilidade”, sustentou Biden.

Xi Jinping notou ainda que EUA e China devem “ter em mente o bem-estar dos dois povos e o interesse comum da comunidade internacional, tomar decisões sensatas, continuar a explorar a melhor forma de as duas grandes nações se entenderem e alcançarem uma longa coexistência pacífica”.

“Os Estados Unidos concluíram recentemente as suas eleições. O objectivo da China de uma relação estável, saudável e sustentável China-EUA não mudou”, acrescentou. Os dois Presidentes concordaram, também no sábado, em não ceder o controlo das armas nucleares à Inteligência Artificial (IA).

“Com base num diálogo franco e construtivo sobre a IA (…), os dois líderes afirmaram a necessidade de manter o controlo humano sobre a decisão de utilizar armas nucleares” e sublinharam “a necessidade de considerar cuidadosamente os riscos potenciais e desenvolver a tecnologia de IA no domínio militar de forma prudente e responsável’, referiu um comunicado da Casa Branca.

Joe Biden falou sobre as “muitas horas” que passou nos quatro anos de mandato a falar com Xi e os progressos alcançados desde a última reunião em Woodside, Califórnia, no ano passado, em matéria de controlo de narcóticos, como o fentanil, e de comunicação militar.

“Nem sempre estivemos de acordo, mas as nossas conversas foram sempre honestas e francas”, disse Xi Jinping.

Pedido final

Xi apelou ainda os Estados Unidos a não ultrapassarem a “linha vermelha” no apoio a Taiwan. A “questão de Taiwan, a democracia e os direitos humanos”, bem como o sistema político e económico e os interesses de desenvolvimento da China “são as quatro linhas vermelhas da China que não devem ser postas em causa”, afirmou Xi Jinping, citado pela emissora estatal chinesa CCTV.

“Estas são as garantias mais importantes e a rede de segurança para as relações entre a China e os EUA”, acrescentou Xi, de acordo com a CCTV.

O dirigente chinês condenou ainda as “acções separatistas” dos líderes de Taiwan, afirmando que são “incompatíveis com a paz e a segurança” na região. É a última vez que os dois líderes se encontram, com Biden como chefe de Estado, uma vez que este está prestes a deixar o cargo para a dar lugar a Trump, a 20 de Janeiro de 2025.

Há muita incerteza sobre o que está por vir na relação EUA-China sob a Presidência de Trump, que fez campanha prometendo cobrar 60 por cento de tarifas aduaneiras sobre as importações chinesas. Os dois responsáveis deverão voltar a encontrar-se já esta semana durante a cimeira do G20 no Rio de Janeiro.

18 Nov 2024

Escolas primárias de Nova Deli encerradas devido à poluição atmosférica

As escolas primárias permaneceram encerradas hoje por precaução na capital indiana, Nova Deli, que está a registar esta semana o primeiro pico de poluição atmosférica da época.

Pelo quarto dia consecutivo, a qualidade do ar foi considerada perigosa em vários pontos da cidade de 30 milhões de habitantes, de acordo com o Índice de Qualidade do Ar, com concentrações elevadas de micropartículas tóxicas, segundo a agência francesa AFP.

Na quinta-feira, as autoridades locais anunciaram o encerramento das escolas primárias da cidade até nova ordem, a suspensão das obras de construção, a proibição de circulação de veículos antigos a gasóleo e a pulverização das zonas mais poluídas.

Em conformidade com o protocolo imposto pelas autoridades, os alunos das escolas encerradas continuam a frequentar as aulas à distância. Uma residente em Nova Deli disse à AFP que concordava com a decisão do Governo, referindo que o filho de 8 anos “está a sofrer com tosse há alguns dias”.

Todos os anos, no início do inverno, a capital indiana fica envolta num espesso nevoeiro constituído pelas emissões industriais e do tráfego rodoviário, bem como pelo fumo das queimadas agrícolas sazonais.

Este nevoeiro de poluição, conhecido por ‘smog’, é responsável por milhares de mortes prematuras todos os anos, documentadas em numerosos estudos científicos.

Ao amanhecer, as concentrações de micropartículas PM2,5 – as mais nocivas porque se difundem diretamente na corrente sanguínea – eram ainda mais de 26 vezes superiores à norma diária tolerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

As iniciativas das autoridades indianas para reduzir a poluição têm sido em vão. “Ainda não conseguimos dar resposta à emergência”, declarou à AFP Sunil Dahiya, da organização não-governamental (ONG) Envirocatalysts.

“Uma vez que ainda não conseguimos alterar as nossas práticas em termos de transportes, produção de eletricidade ou gestão de resíduos, mesmo as emissões limitadas continuam a ser demasiado elevadas”, acrescentou.

De acordo com a OMS, a poluição atmosférica pode provocar doenças cardiovasculares e respiratórias, bem como cancro do pulmão.

Um estudo publicado em junho concluiu que a poluição atmosférica era responsável por 11,5% das mortes em Deli, ou seja, 12 000 mortes por ano.

No Paquistão, país vizinho da Índia, as autoridades da província de Punjab, no nordeste do país, declararam hoje uma emergência sanitária em matéria de poluição.

O problema afeta especialmente os 13 milhões de habitantes da cidade de Lahore, que têm vindo a suportar, desde há duas semanas, níveis de poluição até 80 vezes superiores aos recomendados pela OMS, segundo a agência espanhola Europa Press.

O Índice de Qualidade do Ar de Lahore é atualmente de 637, mais do dobro dos 300 que marcam o início do nível máximo da escala de toxicidade. O nível de poluentes PM2,5 é de 394 microgramas por metro cúbico, 78,8 vezes mais do que a recomendação da agência de saúde da ONU.

O Departamento de Saúde do Punjab tem conhecimento de que quase dois milhões de pessoas procuraram assistência médica em outubro devido a problemas respiratórios e cardíacos causados pela poluição excessiva. O Governo paquistanês também prolongou por uma semana o encerramento das escolas que começou no início de novembro.

Oito municípios da província – incluindo a cidade de Multan, com mais dois milhões de pessoas também em situação crítica – receberam ordens para proibir as atividades ao ar livre no próximo fim de semana.

16 Nov 2024

China envia tijolos para o espaço para testar viabilidade de construção na Lua

A China vai enviar hoje para o espaço tijolos fabricados com material que imita o solo lunar, visando testar a sua viabilidade para a futura construção de uma estação no satélite natural da Terra.

Fabricados na Terra a partir de componentes que imitam o solo lunar, os materiais vão ser transportados para a estação espacial chinesa Tiangong (“Palácio Celestial”) pela nave de carga Tianzhou-8, que deve ser lançada hoje.

Nas últimas décadas, a China investiu milhares de milhões de euros no seu programa espacial para recuperar o atraso em relação aos Estados Unidos e à Rússia. O país asiático espera enviar um astronauta à Lua antes de 2030 e construir uma base internacional em 2035.

Várias amostras de tijolos de diferentes composições serão submetidas a condições extremas, semelhantes às que se encontram na Lua.

Os astronautas chineses vão colocar os materiais no exterior da estação espacial e deixá-los lá, expostos ao ambiente natural, para avaliar o seu desempenho e se se deterioram ou não. Qualquer material na Lua terá de enfrentar condições extremas, incluindo variações de temperatura, que podem ir de 180 graus a -190 graus.

Como a Lua não está protegida por uma atmosfera, é atingida por grandes quantidades de radiação cósmica e micrometeoritos. Terramotos lunares podem também enfraquecer as estruturas construídas no seu solo.

Os materiais foram desenvolvidos com base nas amostras de solo lunar recolhidas pela sonda chinesa Chang’e 5, que no final de 2022 foi a primeira missão no mundo em quatro décadas a trazer de volta material recolhido no satélite natural.

Estes tijolos, de cor preta, são três vezes mais fortes do que os tijolos normais e podem encaixar uns nos outros, evitando a utilização de ligantes, o que seria um desafio na Lua. Uma equipa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, em Wuhan (centro da China), também concebeu um robô de impressão 3D para desempenhar tarefas de construção.

O objetivo no futuro é utilizar o próprio solo lunar para diferentes tipos de construções. Outros países com ambições de construir uma base lunar estão a trabalhar na construção de tijolos que imitam a superfície da Lua.

No âmbito do programa Artemis da NASA, que pretende enviar seres humanos à Lua em 2026, investigadores da Universidade da Florida Central estão a testar tijolos feitos com impressoras 3D. A Agência Espacial Europeia (ESA) efetuou também estudos sobre a montagem de tijolos com base na estrutura dos edifícios da Lego.

A Estação Internacional de Investigação Lunar (ILRS) da China é um projeto conjunto com a Rússia. De acordo com a imprensa oficial chinesa, uma dúzia de países (incluindo a Tailândia, o Paquistão, a Venezuela e o Senegal) e cerca de quarenta organizações estrangeiras são parceiros da iniciativa.

15 Nov 2024

COP29 | Organização timorense recupera mangais

Em Hera, nos arredores de Díli, são plantados anualmente 30.000 pés de plantas de mangal para tentar recuperar um ecossistema, fundamental para a protecção da área costeira de Timor-Leste, que perdeu cerca de cinco mil hectares desde 1940.

A iniciativa é da organização não-governamental (ONG) Conservação Flora e Fauna, liderada por Alito Rosa, que além dos viveiros em Hera, tem também um centro de estudos e pesquisa, que pode ser visitado por todas as pessoas para que conheçam os mangais e os benefícios deste ecossistema, mas também sobre os corais e as pradarias marinhas.

“No tempo português, havia nove mil hectares de mangais agora há quatro mil hectares”, disse à Lusa Alito Rosa. Segundo o ambientalista, os mangais em Timor-Leste foram desaparecendo devido ao corte das plantas para lenha, mas também devido às atividades de desenvolvimento e às alterações climáticas.

“O mangal é muito importante porque protege as comunidades da erosão costeira, reduz os desastres naturais, como inundações, além disso o mangal tem um potencial económico para a pesca e turismo, e pode mitigar as alterações climáticas, através da absorção de gases de carbono”, disse.

15 Nov 2024

Tóquio mantém pena de morte contrariando parecer de especialistas

O Governo japonês descartou ontem a abolição da pena de morte, rejeitando o parecer do painel de peritos nacionais que defendem uma revisão daquela pena num contexto de pressão internacional para que o Japão ponha fim às execuções.

“O Governo acredita que não é apropriado abolir [a pena de morte]. A pena de morte é inevitável para uma pessoa que cometeu um crime extremamente grave e atroz”, disse ontem o porta-voz, Yoshimasa Hayashi, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.

Na quarta-feira, um painel 16 especialistas, incluindo antigos procuradores, agentes policiais e académicos, propôs ao Governo e à Dieta (Parlamento Japonês) a criação de um órgão para discutir se a pena de morte deveria ser mantida.

Os peritos, subordinados ao secretariado da Federação Japonesa das Ordens de Advogados, apelaram ao fim da pena de morte devido à “tendência internacional” de abolição da referida pena.

O relatório deste painel de especialistas, criado em Fevereiro, lembrou a história do japonês Iwao Hakamada, o prisioneiro que passou mais tempo no corredor da morte, num total de 47 anos, e que foi absolvido este ano depois de, numa repetição do seu julgamento, ter sido declarado inocente sobre a falsificação de provas.

“Quando ocorre um erro, leva muito tempo para corrigi-lo”, lê-se no relatório do grupo de especialistas.

O Japão e os Estados Unidos são os únicos do Grupo dos Sete países mais desenvolvidos (G7) que têm penas de morte. A União Europeia proíbe a adesão aos Estados onde esta pena está em vigor. A organização de direitos humanos Amnistia Internacional tem pedido a Tóquio para rever esta pena.

Já a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou um protocolo opcional destinado a abolir a pena de morte em Dezembro de 1989, que o Japão não assinou.

A última execução realizada no país asiático ocorreu em 26 de Julho de 2022, quando o então ministro da Justiça, Yoshihisa Furukawa, ordenou o enforcamento de Tomohiro Kato, de 39 anos, responsável por um massacre em 2008 no distrito de Akihabara, em Tóquio.

A referida execução ocorreu com a actual formação governante, o Partido Liberal Democrático (LDP) no poder, à semelhança das 24 anteriores, ocorrida entre 2012 e 2018, com Sadakazu Tanigaki e, posteriormente, Yoko Kamikawa como ministros da Justiça.

Os resultados de uma pesquisa promovida pelo executivo japonês em 2019 sobre o apoio popular à pena de morte no país asiático reflectem que 9 por cento da população japonesa acredita que esta “deveria ser abolida”, enquanto 80,8 por cento considera “inevitável” que se apliquem este tipo de condenações.

15 Nov 2024

Nigéria | Assinado acordo com empresa estatal chinesa para revitalizar fábrica de gás

A Nigéria assinou um acordo de 1,2 mil milhões de dólares com uma empresa estatal chinesa para revitalizar uma fábrica de processamento de gás, que pode garantir a liderança na produção de alumínio.

O acordo entre a empresa estatal chinesa CNCEC e o Grupo BFI, um dos principais investidores da Aluminum Smelter Company of Nigeria, vai revitalizar a fábrica de processamento de gás de 135 milhões de pés cúbicos padrão numa fundição.

O anúncio foi feito na terça-feira pelo ministro de Estado do Gás da Nigéria através de uma publicação nas redes sociais.

O ministro de Estado do Gás, Ekperikpe Ekpo, mostrou-se optimista em relação ao “investimento significativo”, afirmando que este colocaria a fundição “de novo no caminho para se tornar um produtor líder de alumínio para os mercados nacional e internacional”.

A relação económica entre a Nigéria e a China aprofundou-se em 2016, quando a administração do antigo Presidente Muhammadu Buhari visitou o Presidente chinês Xi Jinping e assinou uma série de acordos. Desde então, empresas chinesas foram contratadas para construir caminhos-de-ferro e fornecer infra-estruturas na Nigéria, o país mais populoso de África.

Apesar de ser um grande produtor de petróleo em África, a Nigéria tem alguns dos níveis de pobreza e de fome mais elevados do mundo. O Presidente Bola Tinubu, que tomou posse no ano passado, iniciou reformas para reduzir a despesa pública e atrair o investimento estrangeiro.

No entanto, o país continua a enfrentar desafios económicos, incluindo uma taxa de inflação elevada que dura há 28 anos. A sua moeda, a naira, está a registar mínimos históricos em relação ao dólar.

Nos últimos meses, muitos nigerianos saíram à rua para protestar contra as dificuldades económicas que, segundo eles, são causadas pelas reformas.

15 Nov 2024

Lima | Biden vai ter terceiro e último encontro bilateral com Xi

O Presidente dos EUA, Joe Biden, vai reunir-se com o homólogo chinês, Xi Jinping, na capital peruana, Lima, durante a reunião do Fórum de Cooperação Económica Ásia Pacífico (APEC) pela terceira e última vez, informaram fontes oficiais norte-americanas.

“É uma oportunidade para pôr em dia os esforços dos últimos quatro anos para gerir uma concorrência responsável e sobre como os dois Estados avançaram em áreas de interesse comum, mesmo com profundas diferenças e intensa concorrência”, indicaram as fontes, durante contactos com a imprensa.

A reunião vai ocorrer amanhã, sendo a terceira vez que se encontram pessoalmente, depois de San Francisco, no Estado da Califórnia, há um ano, e de Bali, na Indonésia, em Novembro de 2022.

“É de esperar que o Presidente expresse a sua profunda preocupação com o apoio da China à Federação Russa na guerra contra a Ucrânia, bem como sobre o destacamento de mais de 10 mil soldados norte-coreanos na Federação Russa”, expressaram aquelas fontes.

Biden também avisará Xi de que os ataques informáticos provenientes da China têm “o potencial de desestabilizar a relação bilateral” e afectar os sectores tecnológicos chineses.

Os funcionários norte-americanos não quiserem especular sobre como o presidente eleito, Donald Trump, vai relacionar-se com a China, mas consideraram que vai enfrentar uma “relação dura e complicada”.

15 Nov 2024

Brasil | Lula e Xi juntos para reforçar parceria

O Presidente chinês, Xi Jinping, estará em Brasília na próxima quarta-feira para uma reunião bilateral com o chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, e reforçar a parceria em “todos os sectores do Governo”, anunciou na quarta-feira a diplomacia brasileira.

Desde quarta e até domingo, Xi Jinping estará em visita de Estado no Peru para participar no fórum Cooperação Económica Ásia-Pacífico (Apec), (ver páginas 10-11) seguindo depois para a cidade brasileira do Rio de Janeiro, para a Cimeira do G20, na qual estarão presentes os principais líderes mundiais, à excepção do líder russo, Vladimir Putin.

Na quarta-feira, o líder chinês vai a Brasília, onde será recebido no Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente do Brasil, por Lula da Silva.

Em conferência de imprensa na passada quarta-feira em Brasília, o secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Eduardo Paes Saboia frisou que vão ser assinados vários acordos de uma “magnitude que envolve todos os sectores do Governo, muitos acordos em todas as áreas”.

Essas aéreas incluem agricultura, comércio, finanças, sinergias entre políticas de finanças, infra-estrutura, transformação ecológica, rotas de integração, indústria automóvel, criação de fundos chineses e brasileiro, entre outros, não fosse a China o maior parceiro comercial do Brasil.

Em 2003, de acordo com dados oficiais, o comércio entre os dois países cifrava-se em seis mil milhões de euros. Em 2009, a China tornou-se no primeiro parceiro económico do Brasil e, em 2023, as trocas comerciais chegaram aos 160 mil milhões de euros. A China é responsável por mais de metade do superavit brasileiro, alicerçada em produtos como a soja, minério de ferro e petróleo bruto.

A importância da China para o Brasil foi também evidente numa das primeiras viagens oficiais de Lula da Silva ao assumir o seu terceiro mandato, a 1 de Janeiro de 2023, numa visita de Estado para reafirmar a importância do parceiro estratégico, após quatro anos de turbulências diplomáticas causadas pela administração de Jair Bolsonaro, mais alinhada à política externa norte-americana da administração de Donald Trump.

Estão ainda em negociação mais protocolos para exportação “de mais produtos chineses para a China”, havendo a “expectativa de investimentos e grandes projectos”, detalhou o embaixador brasileiro.

Por traçar

O Brasil e a China, países fundadores do grupo BRICS, juntamente com a Rússia, que comemoram este ano 50 anos do estabelecimento de laços diplomáticos, vão ainda discutir temas geopolíticos como a guerra na Ucrânia, um tema no qual partilham uma opinião comum.

A discussão destes temas “acontecem naturalmente quando se reúnem dois líderes importantes preocupados com a paz e desenvolvimento”, disse Eduardo Paes Saboia.

Questionado sobre a possibilidade de o Brasil ingressar no megaprojecto chinês “Uma Faixa, Uma Rota”, ao qual vários países latino-americanos já aderiram, o embaixador brasileiro preferiu não responder.

15 Nov 2024

China | Crimes com armas e explosivos diminuíram 25,8% em 2023

A China registou ontem uma queda de 25,8 por cento nos crimes relacionados com armas e explosivos em 2023, de acordo com dados do ministério da Segurança Pública do país.

A redução é atribuída a uma operação especial de três anos, lançada em Junho de 2022, que abrangeu tudo, desde o fabrico e tráfico doméstico até ao contrabando transfronteiriço, com medidas que incluem confiscos, vigilância na Internet e coordenação interdepartamental, informou a televisão estatal CCTV.

O ministério anunciou a resolução de 19.000 casos envolvendo armas de fogo e explosivos, o desmantelamento de 54 grupos criminosos e a destruição de 237 bases criminosas.

As autoridades prenderam 831 suspeitos e apreenderam 495 armas de fogo e 290 toneladas de precursores químicos. As províncias centrais de Jiangxi e Hubei destacaram-se pelo desmantelamento das redes de produção e tráfico, com 34 operações coordenadas a nível nacional.

Um aspecto fundamental da operação, segundo a agência governamental, foi a monitorização da Internet, onde foi detectado um aumento das actividades ilegais relacionadas com a venda e o fabrico de armas.

As autoridades observaram que muitos indivíduos publicam métodos de fabrico de explosivos ou peças de armas em plataformas digitais, o que levou a uma intensificação da limpeza de conteúdos ilegais e à imposição de sanções administrativas ao abrigo da Lei de Cibersegurança do país.

Foram ainda reforçados os controlos nas zonas rurais e montanhosas para evitar a utilização indevida de armas, especialmente em actividades como a caça ilegal.

O ministério lançou também uma campanha de sensibilização para informar a população sobre os riscos e as leis relacionadas com as armas e os explosivos. No total, foram recebidas 1.440 queixas, tendo sido resolvidos 567 casos, de acordo com dados oficiais.

Posse restrita

Na China, a utilização de armas de fogo está limitada às forças de segurança, aos militares e ao pessoal que protege instalações de importância estatal. A posse de armas de fogo por civis está restringida principalmente às organizações desportivas e de caça, sendo as armas de fogo ilegais para os indivíduos, excepto em casos excepcionais, como as licenças de caça.

Os dados mais recentes do Swiss Small Arms Survey, um inquérito que estima o número de armas ligeiras nas mãos de civis em todo o mundo, tanto legais como ilegais, mostram que, em 2017, a China tinha quase 50 milhões na posse de cidadãos, um número considerado exagerado pelos analistas chineses.

O estudo afirma que 3,5 em cada 100 cidadãos chineses possuem uma arma, um número que contrasta fortemente com os Estados Unidos, líder mundial, onde a taxa é de 120,48 armas por 100 pessoas.

15 Nov 2024

China | Produção anual de veículos de energia nova supera 10 milhões de unidades

A produção de veículos de energia nova (NEV) na China ultrapassou pela primeira vez, este ano, os 10 milhões de unidades, indicou a Associação de Fabricantes de Automóveis Chinesa, reflectindo o rápido desenvolvimento do sector no país.

A produção de NEV, termo que se refere principalmente aos eléctricos, mas também a outras tecnologias minoritárias, como as alimentadas por células de combustível de hidrogénio, cresceu de forma constante na última década, de apenas 18.000 unidades em 2013 para um milhão em 2018, de acordo com um relatório da associação.

Em 2022, o número anual ultrapassou os cinco milhões e, este ano, a produção aumentou 4,3 por cento em relação às 9,58 milhões de unidades do ano passado, ultrapassando os 10 milhões a mais de um mês e meio do fim do ano.

A Associação de Fabricantes de Automóveis Chinesa prevê que a produção total possa ultrapassar as 12 milhões de unidades até ao final deste ano, impulsionada pelas políticas governamentais que facilitaram as melhorias tecnológicas e de infra-estruturas.

Este aumento da produção surge num contexto de tensões comerciais entre a China e a UE, decorrentes das acusações de Bruxelas de que os fabricantes chineses de veículos eléctricos recebem subsídios estatais que lhes permitem vender os produtos a preços significativamente mais baixos no mercado europeu, o que é considerado uma prática de concorrência desleal.

Dente por dente

Em resposta, a Comissão Europeia impôs, em Outubro, taxas alfandegárias provisórias sobre os eléctricos oriundos da China, incluindo de 35,3 por cento à SAIC e de 17 por cento à BYD, invocando a necessidade de proteger a indústria automóvel europeia.

Estas medidas afectaram igualmente os fabricantes ocidentais que produzem na China, incluindo a Tesla, cujos automóveis produzidos no país asiático passaram a estar sujeitos a uma taxa de 7,8 por cento.

A China negou as acusações e apresentou queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as taxas violam as regras comerciais. Pequim também iniciou investigações sobre importações europeias, como produtos lácteos e carne de porco.

Apesar das tensões, ambas as partes demonstraram progressos nas negociações e comprometeram-se a prosseguir o diálogo para evitar uma escalada que afectaria o comércio bilateral e a indústria automóvel mundial, anunciou o Ministério do Comércio da China, na semana passada.

15 Nov 2024

Peru | Xi diz que porto de Chancay é “caminho da prosperidade”

O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem que o porto de Chancay, construído pela China no Peru, vai servir como “caminho para a prosperidade”, num artigo publicado no jornal ‘El Peruano’, a propósito da inauguração da infraestrutura.

Xi, está no Peru para participar na cimeira do fórum de Cooperação Económica Ásia -Pacífico (APEC), e inaugurar o porto, que foi construído e financiado pela China, no valor de 3,5 mil milhões de dólares.

O Peru é, depois do Brasil, o país latino-americano onde a China investiu mais em 2023, segundo dados oficiais. Pequim e Lima vão também assinar um Acordo de Livre Comércio.

Xi lembrou que com a conclusão da primeira fase do porto, a viagem marítima entre o Peru e a China poderá ser reduzida para 23 dias, cortando em mais de 20 por cento os custos com o transporte de bens.

O líder chinês estimou os rendimentos anuais em 4,5 mil milhões de dólares e a criação de mais de 8000 empregos directos para o Peru.

A tecnologia, uma abordagem ecológica e a ênfase na segurança caracterizam o porto, que, no entanto, também gerou críticas pela influência da China sobre uma infra-estrutura vital na região.

Xi defendeu que o Peru pode “estabelecer um paradigma de ligação multidimensional, diversificado e eficiente que liga a costa e o interior do país”.

“Devemos levar a bom termo a construção e a operação deste porto, para que possa ser um verdadeiro caminho para a prosperidade e promover o desenvolvimento comum entre a China e o Peru, e entre a China e a América Latina”, acrescentou.

O porto está localizado 80 quilómetros a norte de Lima e é detido em 60 por cento pela empresa estatal chinesa Cosco Shiping e em 40 por cento pela empresa mineira peruana Volcan Compañía Minera, o quarto maior produtor de prata e zinco do mundo.

A infra-estrutura permitirá ao Peru receber grandes navios com uma capacidade de carga de até 24.000 contentores. O objectivo é mobilizar entre 30 por cento e 40 por cento da carga nacional destinada à China e ao Sudeste Asiático nos primeiros anos de funcionamento. A infra-estrutura é também de interesse para o Brasil, que pode assim obter acesso ao Oceano Pacífico.

Amizade frutífera

O projecto Rotas de Integração da América do Sul, iniciativa do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, para ligar o Brasil aos principais centros de comércio e desenvolvimento da região, inclui duas rotas com destino ao porto de Chancay.

Xi Jinping recordou no artigo que o Peru foi um dos primeiros países latino-americanos a estabelecer relações diplomáticas com a China e que os laços bilaterais “têm vindo a avançar a um ritmo constante, especialmente após o estabelecimento da Parceria Estratégica Abrangente em 2013”.

Xi sublinhou que a cooperação sino -peruana produziu “resultados frutíferos e benefícios tangíveis para ambos” e apelou ao Peru para “praticar o verdadeiro multilateralismo e promover um mundo multipolar igualitário e ordenado”, bem como uma “globalização económica benéfica e inclusiva”.

Oficialmente, a China tem apenas um porto militar além-fronteiras, no Djibuti, no Corno de África. Mas alguns dos seus portos comerciais também são utilizados para reabastecer e carregar navios de guerra, como as instalações em Hambantota, no Sri Lanka.

Na última década, o país asiático construiu de raiz ou comprou participações maioritárias numa vasta rede de portos fundamentais para o comércio mundial, desde o Pireu, na Grécia, a Gwadar, no Paquistão.

Segundo o grupo de reflexão Council on Foreign Relations, as empresas estatais chinesas detêm já participações em cerca de 100 portos em 64 países, em todos os oceanos e continentes, excepto na Antártida. A própria China alberga oito dos dez maiores portos de contentores do mundo.

15 Nov 2024

Nova Deli | Registado primeiro pico de poluição da estação

A poluição atmosférica atingiu ontem o primeiro pico da estação em Nova Deli, com concentrações de partículas nocivas até 50 vezes superiores ao nível considerado tolerável pelas autoridades sanitárias indianas.

A megalópole de cerca de 30 milhões de habitantes regista todos os anos grandes picos de poluição com a aproximação do Inverno.

Nesta altura do ano, os fumos diários produzidos pela indústria e pelos veículos combinam-se com os das queimadas agrícolas para criar uma nuvem que as temperaturas mais frias e os ventos mais fracos colocam sobre a cidade.

Ontem de manhã (hora local), o índice de qualidade do ar ultrapassou a marca simbólica dos 1.000 pontos em várias zonas de Nova Deli, sendo que um nível acima de 300 é considerado perigoso para os seres humanos.

As concentrações de partículas PM2.5 – as mais perigosas porque se difundem na corrente sanguínea – eram até 50 vezes mais elevadas nas primeiras horas da manhã do que o limiar considerado tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O Rajpath, a célebre esplanada rodeada pela Porta da Índia, um arco triunfal dedicado à memória dos indianos mortos em guerras, foi coberto ao amanhecer por um fumo particularmente denso. Um estudo publicado em Junho concluiu que a poluição atmosférica era responsável por 11,5 por cento das mortes em Deli, ou seja, 12.000 mortes por ano.

13 Nov 2024

Rússia | Seul reitera acusação sobre presença de tropas de Pyongyang

Os serviços de informações da Coreia do Sul afirmaram ontem que há militares norte-coreanos na região russa de Kursk, depois de os Estados Unidos terem indicado o envolvimento de Pyongyang na guerra da Rússia contra a Ucrânia.

“As tropas norte-coreanas enviadas para a Rússia deslocaram-se para a região de Kursk nas últimas duas semanas”, refere um comunicado do Serviço de Informações de Seul.

O mesmo documento difundido ontem em Seul menciona o alegado destacamento das forças da Coreia do Norte no “campo de batalha”. “(Os militares de Pyongyang) já estão envolvidos em operações de combate”, afirmou ainda a mesma fonte.

Entretanto, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken referiu-se a uma resposta “firme” face ao envolvimento da Coreia do Norte, ao lado da Rússia, na guerra na Ucrânia, e apelou aos países europeus para que façam mais para acelerar a ajuda a Kiev.

Antony Blinken está de visita a Bruxelas, numa deslocação considerada urgente e num contexto de preocupações por parte da Ucrânia e de várias capitais europeias sobre a continuidade do apoio a Kiev após a reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

“As forças norte-coreanas estão envolvidas em combate e agora literalmente em combate: este novo elemento exige uma resposta firme e ela será dada”, disse o chefe da diplomacia norte-americana ao jornalista numa conferência de imprensa em que participou o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.

“Trata-se de um desenvolvimento profundo e perigoso”, acrescentou Blinken, sem especificar como os Estados Unidos e os aliados tencionam reagir.

13 Nov 2024

HK | Nomeado ‘guru’ financeiro para gabinete de ligação

Pequim anunciou ontem a nomeação de Qi Bin, vice-presidente do fundo soberano da China, para o cargo de adjunto do gabinete de ligação do governo central em Hong Kong, cuja posição como centro financeiro internacional está fragilizada.

Qi, de 57 anos, é vice-presidente e director-adjunto de investimentos da China Investment Corporation (CIC), um dos maiores fundos soberanos do mundo, com mais de 1,3 biliões de dólares de activos sob gestão.

Qi deve assumir a responsabilidade pelos assuntos económicos no gabinete de ligação, desempenhando um papel vital na coordenação das políticas económicas e financeiras entre a China continental e Hong Kong, segundo fontes citadas pelo South China Morning Post.

Doutorado em econometria pela Universidade de Tsinghua, em Pequim, trabalhou em grandes empresas de Wall Street, incluindo no banco de investimento Goldman Sachs, entre 1996 e 2000, antes de ingressar na Comissão de Regulação dos Valores Mobiliários da China (CSRC), onde trabalhou nos 16 anos seguintes.

Em 2016, entrou para a CIC como vice-presidente executivo, assumindo responsabilidade pelo planeamento estratégico e pelas operações de investimento do fundo soberano. Também supervisionou o departamento de investigação para diversificar ainda mais a estratégia de investimento em activos.

Durante o seu mandato, ajudou a liderar algumas medidas importantes de abertura do mercado, incluindo os programas de ligação entre praças financeiras Xangai – Hong Kong e Shenzhen – Hong Kong, destinados a integrar os mercados de acções do continente chinês com a Bolsa de Valores de Hong Kong.

13 Nov 2024

Rússia quer contrariar ‘dupla contenção’ dos EUA

O secretário do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu, disse ao chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, que os dois países precisam de contrariar a política de “dupla contenção” exercida por Washington contra Pequim e Moscovo. “A parceria global [sino-russa] e a cooperação estratégica representam um modelo de colaboração entre duas potências no mundo actual”, afirmou Shoigu, citado pelas agências noticiosas russas.

Os dois homens encontraram-se em Pequim para abordar questões de segurança, num contexto de guerra na Ucrânia e da aproximação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter anunciado hoje que ratificou um acordo bilateral histórico de Defesa com a Rússia.

Em outubro, o ministro chinês da Defesa, Dong Jun, disse ao seu homólogo russo, Andrei Belooussov, que os dois exércitos deveriam “aprofundar a sua cooperação estratégica”, mas não relacionou as suas observações com a guerra na Ucrânia, na qual a China não tem intenção de participar.

A China, que nunca condenou o Kremlin pela invasão e cujos fortes laços económicos e militares com a Rússia são vistos com desconfiança pelo Ocidente, apresenta-se como um mediador no conflito. Pequim apela regularmente a conversações de paz e ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia.

No entanto, a NATO denunciou o apoio económico da China à Rússia, que considera crucial para a máquina de guerra russa. Em resposta, a China instou a aliança atlântica a deixar de “incitar ao confronto” entre blocos. Pequim também critica regularmente o Ocidente por “deitar lenha na fogueira” ao fornecer continuamente armas à Ucrânia.

Após a sua estadia em Pequim, Sergei Shoigu deverá também participar esta semana no Salão Aéreo de Zhuhai, no sul da China, o maior do género no país asiático, onde o caça furtivo de “quinta geração” mais avançado da Rússia, o Su-57, fez hoje um voo de apresentação.

13 Nov 2024

Antigo chefe da OMC pede “frente unida” de UE e China contra Trump

O antigo director-geral da Organização Mundial do Comércio Pascal Lamy pediu à China para procurar um consenso com outras potências comerciais, como a União Europeia, para formar uma “frente unida contra o protecionismo” de Donald Trump.

Em entrevista ao jornal de Hong Kong South China Morning Post, o antigo Comissário Europeu do Comércio (1999-2004) afirmou que “o que a China tem de fazer é falar com outras potências comerciais, como a União Europeia, a Índia, o Japão e a Coreia, e procurar uma posição comum”. “Estas potências comerciais do mundo que não são os Estados Unidos podem manter o comércio aberto entre si e decidir o que fazer com os EUA”, afirmou o francês, diretor da OMC entre 2005 e 2013.

Durante a campanha que conduziu à vitória eleitoral, Trump prometeu taxas alfandegárias de 60% a 100% sobre bens importados da China, bem como uma taxa geral de 10-20% sobre todos os bens provenientes do estrangeiro. No primeiro mandato na Casa Branca (2017-2021), o republicano iniciou uma guerra comercial contra a China.

Lamy, actualmente professor honorário da China-Europe International Business School (CEIBS), disse acreditar que Trump está errado no diagnóstico do impacto do comércio externo na economia do país: “O que está a acontecer é que os EUA consomem demasiado e poupam muito pouco”.

“No sistema macroeconómico chinês, com muito pouco consumo e muita poupança, a capacidade de produção excedentária tem de ir para as exportações”, descreveu.

“Se temos uma grande capacidade de produção e um consumo interno insuficiente, somos obrigados a internacionalizar-nos para vender no mercado mundial a um preço mais baixo do que no mercado interno. Trata-se de um problema macroeconómico, mas com uma dimensão comercial, que terá inevitavelmente de ser resolvido”, disse.

Um dos setores emergentes em que a concorrência feroz a nível interno fez com que os fabricantes chineses procurassem expandir-se para o estrangeiro foi o dos veículos elétricos, agravando as fricções com a UE.

Embora Pequim tenha respondido às taxas impostas por Bruxelas com investigações contra a carne de porco e os produtos lácteos importados da UE, Lamy não é favorável à descrição da situação como uma guerra comercial: “Não há nada disso entre os dois. Quem diz isso está a confundir a questão”.

Na opinião do especialista, existe apenas uma “diferença de perceção” sobre a extensão dos subsídios chineses ao setor dos elétricos: “A OMC resolverá este desacordo (…) Não merece ser chamado de guerra comercial”.

Apesar de a autoridade da OMC ter sido posta em causa nos últimos anos, Lamy considerou que a organização continua a ser relevante, embora reconheça que necessita de reformas mais eficazes. Lamy pediu a Pequim e a Bruxelas que desempenhem um papel de liderança.

“As regras da OMC, redigidas há 30 anos, já não estão em conformidade com os tempos atuais (…). Se a UE e a China chegarem a acordo sobre a forma de o atualizar e de abordar melhor a OMC, muitos outros países juntar-se-ão e participarão”, afirmou.

13 Nov 2024

Mar do sul da China | Patrulhas no recife disputado com Filipinas

A China realizou ontem patrulhas aéreas e navais na zona do recife de Huangyan, conhecido também como Scarborough, uma zona de disputa territorial com as Filipinas, no mar do Sul da China. O Comando do Teatro Sul do Exército de Libertação Popular, as Forças Armadas chinesas, disse que as operações incluíram a vigilância do espaço aéreo e das águas em torno do recife.

De acordo com o comunicado oficial, o objetivo do destacamento foi assegurar o controlo e a proteção destas zonas, que Pequim considera parte do seu território soberano. O Exército chinês sublinhou que a missão foi conduzida de acordo com a lei, sublinhando a legitimidade da patrulha.

A operação surge dias depois de a China ter acusado as Filipinas de “violar a soberania” chinesa, na sequência da aprovação de leis que Manila considera necessárias para proteger os direitos marítimos do país no mar do Sul da China.

Pequim qualificou aquelas leis como “uma provocação” destinada a reforçar a decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia, que a China rejeita categoricamente.

O recife de Huangyan tem sido um ponto de fricção entre os dois países, com confrontos contínuos desde que Pequim assumiu o controlo efectivo do mesmo em 2012.

A operação chinesa surgiu no meio de tensões crescentes na região, com as Filipinas a procurarem alinhar as leis com a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar (CNUDM) e reafirmar direitos na zona económica exclusiva do país, enquanto a China mantém as reivindicações com base em argumentos históricos.

Pelo mar do Sul da China transitam cerca de 30% do comércio global e abriga 12% das reservas pesqueiras do mundo, ao mesmo tempo que abriga potenciais depósitos de petróleo e gás. Desde a chegada de Ferdinand Marcos Jr. ao poder, em 2022, impulsionado pelos EUA, as Filipinas têm sido mais assertivas contra as reivindicações da China.

13 Nov 2024

China | Plano de 10 biliões de yuan é “bom começo” para reduzir dívida oculta, diz S&P

A agência de ‘rating’ S&P afirmou que o pacote de 10 biliões de yuan anunciado pela China é um “bom começo” para resolver a “dívida oculta” das administrações locais.

De acordo com estimativas do ministro das Finanças chinês, Lan Fo’an, que anunciou o pacote na semana passada, o programa vai reduzir a “dívida oculta” das administrações locais e regionais de 14,3 biliões de yuan para cerca de dois biliões de yuan, até 2028.

Este valor, muito aquém dos 66 biliões de yuan (8,6 biliões de euros) que o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que os canais informais de financiamento, conhecidos como LGFV, acumularam, refere-se à dívida destas entidades, reconhecida como passivo pelas administrações locais, observou a S&P.

“O novo programa de conversão da dívida da China reduzirá drasticamente a dívida oculta das LGFV, mas, a dívida total continua a aumentar rapidamente e as LGFV serão responsáveis pela gestão e reembolso da própria dívida corporativa muito maior”, afirmou Laura Li, analista da S&P, num relatório.

Na opinião da analista, o plano “tornará as obrigações subjacentes à grande dívida das LGFV quase completamente transparentes” e vai permitir às administrações locais poupar nos custos de financiamento. Lan estimou que as poupanças serão de cerca de 600 mil milhões de yuan (78,2 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos fiscais.

“Além disso, o fim iminente da ‘dívida oculta’ tornará as autarquias locais mais disciplinadas na gestão financeira”, argumentou Li.

“No entanto, a dívida das sociedades de responsabilidade limitada é um problema muito maior e este plano não o resolverá. Esta dívida é mais do dobro do que era há cinco anos, porque as entidades estão a ser perturbadas por retornos fracos, custos de juros mais elevados e uma transição instável para uma abordagem mais comercial”, advertiu.

Li disse também acreditar que os governos serão “cada vez mais relutantes” em oferecer apoio direto à dívida se uma destas instituições entrar em crise.

Embora o anúncio de Lan tenha desiludido alguns analistas, que esperavam um estímulo fiscal mais ambicioso para impulsionar a procura ou resolver a crise do setor imobiliário, reconhecem que a ideia geral do governo é resolver “problemas estruturais” e, neste caso particular, sanear os balanços das administrações locais e regionais para lhes permitir reinvestir em projetos que sustentem o crescimento.

As expectativas eram elevadas porque, nas últimas semanas, vários Ministérios e agências governamentais chineses realizaram múltiplas conferências de imprensa em que anunciaram, aos poucos, medidas de estímulo destinadas a relançar a recuperação económica.

A fraca procura interna e externa, os riscos de deflação, os estímulos insuficientes, uma prolongada crise imobiliária e a falta de confiança dos consumidores e do setor privado são algumas das razões apontadas pelos analistas para explicar a situação na segunda maior economia do mundo.

13 Nov 2024

Xi Jinping inaugura megaporto no Peru

Construído pela China, o porto de Chancay, a norte de Lima, vai ser inaugurado na quinta-feira pelo Presidente chinês, Xi Jinping, ilustrando a importância da infraestrutura nos planos de Pequim para a América Latina.

Com o custo de construção estimado em 3,5 mil milhões de dólares, o porto visa servir como centro logístico fundamental na região e um ponto de ligação crucial entre a América do Sul e o Indo-Pacífico. A infraestrutura é de especial interesse para o Brasil, que pode assim obter acesso ao oceano Pacífico.

O projecto Rotas de Integração da América do Sul, iniciativa do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, para ligar o Brasil aos principais centros de comércio e desenvolvimento da região, inclui duas rotas com destino ao porto de Chancay.

“Esta integração sul-americana que estamos a planear foi pensada tendo em conta mudanças económicas e estruturais dos últimos 24 anos. No passado, exportávamos mais para a Argentina, Estados Unidos e Europa. Isso mudou: a China é agora o nosso principal parceiro”, justificou o secretário de coordenação institucional do Ministério do Planeamento brasileiro, João Villaverde.

Em 2023, as exportações do Brasil para a China superaram os 104 mil milhões de dólares (98 mil milhões de euros), o maior valor de sempre vendido pelo Brasil para um só país. O mercado chinês absorve já 30% das vendas brasileiras para o exterior.

Para os Estados Unidos, que veem com apreensão a crescente influência da China na América Latina, o porto é visto como peça fundamental no tabuleiro económico e geopolítico da região.

“Esperem até que o porto de Chancay, no Peru, seja ligado ao Brasil. Isso vai servir de alerta para todos”, disse Erik Bethel, antigo representante dos EUA no Banco Mundial, durante uma conferência em Miami sobre segurança no hemisfério ocidental. “Se não estão a acompanhar, procurem no Google. É um grande problema”, vincou.

Na última década, o país asiático construiu de raiz ou comprou participações maioritárias numa vasta rede de portos fundamentais para o comércio mundial, desde o Pireu, na Grécia, a Gwadar, no Paquistão.

Segundo o grupo de reflexão Council on Foreign Relations, as empresas estatais chinesas detêm participações em cerca de 100 portos em 64 países, em todos os oceanos e continentes, excepto na Antártida. A própria China alberga oito dos dez maiores portos de contentores do mundo.

Durante o mesmo período, o país asiático modernizou as forças navais e tem agora a maior marinha do planeta.

Com quase 18 metros de profundidade, o terminal de águas profundas do porto de Chancay pode acolher os maiores navios porta-contentores do mundo, capazes de transportar até 24.000 contentores.

Segundo a Cosco Shipping Ports, a estatal chinesa que detém 60% do porto, a infraestrutura vai reduzir para já o custo do transporte de e para Peru, Chile, Colômbia e Equador, que vão deixar de ter de utilizar portos no México e nos EUA para o comércio com a Ásia.

A instalação “vai permitir à China posicionar-se nesta parte do mundo”, explicou Oscar Vidarte, professor de relações internacionais na Universidade Católica do Peru, citado pela agência de notícias France-Presse.

APEC | Xi Jinping no Peru

O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu ontem para o Peru para participar na cimeira do fórum de Cooperação Económica Ásia – Pacífico (APEC), embora antes faça uma visita às Canárias, onde tem previsto fazer escala.

No Peru, Xi vai participar na cimeira da APEC, que representa mais de um terço da população mundial, quase 54% do produto interno bruto (PIB) mundial e 44% do comércio mundial. À margem da cimeira, Xi poderá encontrar-se com o Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, e com os primeiros-ministros do Japão e da Coreia do Sul.

Realiza também uma visita de Estado ao Peru, durante a qual vai assinar o protocolo para otimizar o Acordo de Comércio Livre com este país. Depois da APEC, Xi parte para o Rio de Janeiro para participar na 19.ª Cimeira de Líderes do G20, de 17 a 21 deste mês, e efetuar uma visita de Estado ao Brasil.

A imprensa chinesa referiu esta semana que a digressão demonstra “a procura de solidariedade da China com o Sul Global” e “as certezas” e estabilidade que Pequim proporciona numa altura em que “o mundo enfrenta desafios complexos, incluindo conflitos geopolíticos, crises económicas e incertezas”.

13 Nov 2024

Coreia do Norte ratifica acordo de defesa com Rússia

A Coreia do Norte ratificou um acordo histórico de defesa com a Rússia, selando a aproximação no contexto da guerra de Moscovo na Ucrânia, informou ontem a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

O acordo “foi ratificado sob a forma de um decreto” assinado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, na segunda-feira, disse a KCNA. O Presidente russo, Vladimir Putin, também assinou o tratado de defesa mútua, anunciou o Kremlin no fim de semana.

Concluído durante a visita de Putin a Pyongyang, em Junho, o tratado entre os dois países prevê uma “assistência militar imediata” recíproca em caso de ataque a um dos dois.

De acordo com Kiev, cerca de 11 mil soldados norte-coreanos já foram destacados para a Rússia e começaram a combater os ucranianos em território russo, na região de Kursk, uma pequena parte da qual está ocupada pelas forças ucranianas desde uma ofensiva lançada em Agosto. Até à data, o Kremlin tem evitado questões sobre a presença de reforços norte-coreanos.

Cooperação estreita

O acordo formaliza meses de aprofundamento da cooperação em matéria de segurança entre os dois países, que foram aliados durante a Guerra Fria.

“Pyongyang e Moscovo vão reivindicar a legitimidade do destacamento do exército norte-coreano na Rússia e afirmar que esta acção é justificada pelo tratado ratificado entre as duas partes”, antecipou Hong Min, do Instituto para a Unificação Nacional, sediado na Coreia do Sul, “mesmo que o tratado não anule as resoluções da ONU que proíbem essa cooperação”.

De acordo com o especialista, a ratificação do tratado abre a perspectiva de “destacamentos adicionais e potencialmente maiores” de soldados norte-coreanos na Rússia.

Moscovo e Pyongyang tornaram-se consideravelmente mais próximos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022. O acordo também obriga os dois países a cooperar a nível internacional para se oporem às sanções ocidentais e coordenarem posições na ONU.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Choe Son-hui, afirmou, durante uma visita recente a Moscovo, que Pyongyang ia “apoiar firmemente os camaradas russos até ao dia da vitória”, descrevendo a ofensiva contra a Ucrânia como uma “luta sagrada”.

13 Nov 2024