Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | MNE apoia diálogo entre Irão e EUA e rejeita sanções O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou o apoio da China ao Irão nas negociações nucleares com os Estados Unidos e rejeitou o recurso à força e a sanções para resolver a questão nuclear iraniana. Wang Yi reuniu-se na quarta-feira, em Pequim, com o homólogo iraniano, Abbas Araqchi, que está de visita à China, nas vésperas de se realizarem novas conversações em busca de um acordo nuclear entre Teerão e Washington, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O chefe da diplomacia chinesa valorizou o “compromisso do Irão de não desenvolver armas nucleares”, defendendo simultaneamente o direito de Teerão à utilização pacífica da energia atómica. Wang sublinhou que Pequim “se opõe ao uso da força e às sanções unilaterais ilegais”, numa aparente referência às sanções que Washington impôs contra Teerão. Araqchi entregou a Wang uma mensagem do Presidente iraniano, Masud Pezeshkian, ao homólogo chinês, Xi Jinping, e agradeceu a Pequim “a abordagem construtiva e eficaz nas discussões relacionadas com a questão nuclear iraniana”, lê-se no comunicado da diplomacia chinesa. O Irão e os Estados Unidos realizaram, desde meados de Abril, duas rondas de conversações com vista a um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano, que ambas as partes descreveram como construtivas. Representantes dos dois países vão reunir-se pela terceira vez no sábado. A China é o maior parceiro comercial do Irão e um dos principais compradores do seu petróleo sob sanções. Em 2021, a China assinou um vasto acordo estratégico de 25 anos com o Irão. Esta importante parceria abrange áreas tão variadas como a energia, a segurança, as infraestruturas e as telecomunicações.
Hoje Macau China / ÁsiaÓbito/Papa | HK autoriza cardeal Joseph Zen a assistir ao funeral O Cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong, foi autorizado a deixar a cidade semiautónoma da China para assistir ao funeral do Papa Francisco na Cidade do Vaticano, informou ontem a agência Associated Press. Zen, de 93 anos, deixou Hong Kong na quarta-feira à noite, depois de ter apresentado um pedido num tribunal para recuperar o passaporte, revelou a sua secretária à AP. As autoridades confiscaram o passaporte a Zen após ter sido temporariamente detido ao abrigo de uma lei de segurança nacional imposta por Pequim na região administrativa especial em 2022. Zen está entre os críticos que, nos últimos anos, afirmaram que o acordo do Vaticano com as autoridades chinesas sobre a nomeação de bispos traiu os católicos chineses que se mantiveram fiéis ao Vaticano. Também criticou o secretário de Estado Pietro Parolin, o responsável pelas negociações com Pequim, como um “homem de pouca fé”. Parolin é considerado um dos principais candidatos a ser o próximo Papa, dada a sua proeminência na hierarquia católica. Na terça-feira, Zen emitiu uma crítica ao Vaticano, questionando a razão pela qual as reuniões pré-conclave começaram já nesse dia. A sua secretária disse que Zen regressaria a Hong Kong após o funeral do Papa, que está marcado para sábado. Mas disse não ter a certeza da data exacta do regresso.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Ordenada saída do país de paquistaneses até 29 de Abril A Índia ordenou ontem a todos os cidadãos paquistaneses, excepto os diplomatas, que abandonem o país até 29 de Abril, em retaliação pelo ataque na Caxemira indiana, que matou 26 civis e pelo qual Nova Deli atribui responsabilidades a Islamabad. “Em conformidade com as decisões tomadas pelo Comité de Segurança do Gabinete após o ataque terrorista em Pahalgam, Caxemira, o Governo da Índia decidiu suspender a emissão de vistos para cidadãos paquistaneses com efeito imediato”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, em comunicado. “Todos os cidadãos paquistaneses actualmente na Índia devem deixar a Índia antes da expiração dos seus vistos”, o que acontecerá no domingo, 27 de Abril, no caso dos vistos comuns, e na terça-feira, 29 de Abril, no caso dos vistos médicos, adiantou. O anúncio foi feito na mesma altura em que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu perseguir “até aos confins da Terra” os autores do ataque terrorista que, há dois dias, matou 26 civis na parte indiana de Caxemira. “Digo isto ao mundo: a Índia vai identificar, perseguir e punir os terroristas e aqueles que os apoiam. Vamos persegui-los até aos confins da Terra”, garantiu Modi na sua primeira resposta pública ao ataque. Ataque mortífero Na tarde de terça-feira, pelo menos três homens armados abriram fogo contra turistas na cidade de Pahalgam, no sopé dos Himalaias, matando 25 indianos e um nepalês, segundo a polícia indiana. O ataque, que a Índia atribui a islamitas apoiados pelo Paquistão, é o mais mortífero contra civis desde 2000 naquele território indiano de maioria muçulmana. Na quarta-feira, o Governo hindu ultranacionalista de Nova Deli anunciou uma série de medidas diplomáticas de retaliação. Entre as decisões, que são sobretudo simbólicas, estão a suspensão de um tratado de partilha de águas, o encerramento da principal fronteira terrestre entre os dois países e a retirada de diplomatas. O Paquistão, que negou responsabilidade pelo ataque, convocou o seu Comité de Segurança Nacional para esta tarde para decidir sobre uma possível resposta.
Hoje Macau China / ÁsiaTiangong | Enviados três astronautas para substituir tripulação de estação espacial A China enviou ontem três astronautas para substituir a tripulação da estação espacial chinesa Tiangong, prosseguindo assim o objectivo de enviar astronautas à Lua e ali construir uma base nos próximos anos. Cercada por chamas e fumo, a nave espacial Shenzhou 20 descolou, como planeado, no foguetão Longa Marcha 2F, do centro de lançamento em Jiuquan, na orla do deserto de Gobi, no noroeste da China, às 17:17 horas para chegar à estação espacial cerca de 6,5 horas mais tarde. A missão pretende contribuir para o ambicioso objectivo da China de colocar astronautas na Lua até 2030, seguido da construção de uma base lunar. Os astronautas da missão Shenzhou 20 são Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie e vão substituir três astronautas que se encontram actualmente na estação espacial chinesa. Chen Dong, que já participou nas missões Shenzhou 11 e Shenzhou 14, é o líder do grupo, enquanto os seus dois companheiros de tripulação farão as primeiras viagens ao espaço. Chen Zhongrui era piloto da força aérea e Wang Jie trabalha como engenheiro da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China. Chen Dong liderou a construção da estação espacial durante a missão Shenzhou 14. Durante a permanência no espaço, os astronautas efectuarão experiências no domínio da medicina e da tecnologia espacial, realizarão missões na parte exterior e introduzirão melhorias na estação espacial. A China construiu a própria estação espacial depois de ter sido excluída da Estação Espacial Internacional devido a preocupações de segurança nacional dos Estados Unidos. O programa espacial da China tem crescido rapidamente nos últimos anos. A agência espacial chinesa já fez pousar um robô explorador em Marte e um veículo espacial no lado oposto da Lua. A aterragem dos astronautas que regressam da estação espacial está prevista para 29 de Abril.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim reúne com empresas estrangeiras para perceber impacto das tarifas O Ministério do Comércio chinês informou ontem que se reuniu com mais de oitenta empresas estrangeiras e representantes de câmaras de comércio no país para abordar os efeitos das tarifas impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. A reunião, presidida pelo vice-ministro do Comércio, Ling Ji, serviu para “trocar opiniões” sobre o impacto que as tarifas impostas pelos EUA podem ter nas operações e investimentos das empresas estrangeiras na China, indicou a pasta em comunicado. Durante o encontro, Lin instou os empresários estrangeiros a “fazer ouvir uma voz racional, manter a confiança, ultrapassar as dificuldades e transformar as crises em oportunidades” face às imposições dos EUA que, segundo ele, prejudicam “gravemente” o sistema de comércio internacional. O responsável chinês insistiu ainda que Pequim continuará a expandir a sua “abertura de alto nível”, a proteger os “direitos legítimos” das empresas estrangeiras, a resolver “activamente” as suas dificuldades operacionais e a assegurar o “funcionamento das cadeias de produção e de abastecimento”. De acordo com a declaração, os empresários afirmaram que o Governo chinês “continua a atribuir grande importância à resolução dos problemas enfrentados pelas empresas estrangeiras”. E manifestaram a sua vontade de continuar a investir no país, uma vez que a política chinesa é “coerente, estável e previsível”, referiu o ministério. Sem acordo Este encontro com representantes estrangeiros, cuja identidade não foi revelada, surge depois de Trump ter manifestado esta semana optimismo quanto à possibilidade de os Estados Unidos e a China chegarem a um acordo comercial. Mas Pequim garantiu hoje que “não foram iniciadas quaisquer negociações ou consultas” com os EUA sobre a questão das tarifas, e sublinhou que “qualquer diálogo ou negociação deve basear-se na igualdade, no respeito mútuo e na reciprocidade”. O conflito comercial entre as duas potências, que se intensificou no início de Abril, suscitou preocupações em organizações como a Organização Mundial do Comércio (OMC), que alertou esta semana para o facto de a criação de blocos comerciais antagónicos entre os EUA e a China poder provocar perdas até 7 por cento do PIB mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Xi promete amizade a África apesar das mudanças internacionais O Presidente queniano de visita à China, William Ruto, recebeu de Xi Jinping garantias de que independentemente dos desenvolvimentos internacionais desencadeados pela política errática de Donald Trump, a boa-fé chinesa face ao continente africano não se vai alterar O Presidente chinês, Xi Jinping, disse ontem ao seu homólogo queniano, William Ruto, que “independentemente das mudanças internacionais, a política de sinceridade, amizade e boa-fé da China em relação a África não se vai alterar”. Numa altura de incerteza global devido à guerra comercial desencadeada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Xi disse a Ruto que “a intenção original da China e de África de partilharem a sua riqueza” não vai mudar, de acordo com um comunicado difundido pela imprensa estatal chinesa. O Presidente queniano está a realizar uma visita oficial à China. Pequim “está disposta a trabalhar com outros países para defender as regras do comércio internacional e proteger a equidade e a justiça internacionais”, disse Xi Jinping, advertindo que “ninguém ganha numa guerra comercial”. “A China não causa problemas, mas também não tem medo deles”, afirmou o líder chinês, acrescentando que “o enorme mercado da China está sempre aberto aos produtos de alta qualidade do Quénia”. Xi encorajou mais empresas quenianas a investir e a fazer negócios no país asiático. O Presidente queniano afirmou que “a guerra comercial mina as regras e a ordem internacionais existentes” e garantiu que o seu país “valoriza o papel da China como estabilizador na actual situação turbulenta e como protector dos direitos e interesses legítimos dos países do ‘Sul Global’”, termo que se refere às nações em desenvolvimento. Ruto afirmou ainda que a China e o Quénia “têm uma visão comum de cooperação, aderem a uma abordagem centrada nas pessoas e são parceiros estratégicos em todos os momentos”, segundo a Xinhua. Acordos assinados Após a reunião, os dois líderes presidiram à assinatura de 20 documentos de cooperação em domínios como a alta tecnologia, os intercâmbios culturais, a economia e a imprensa. O Presidente queniano é o primeiro líder africano a visitar a China desde que Trump impôs “tarifas recíprocas” sobre o resto do mundo, abalando o panorama do comércio internacional. Espera-se que Ruto, cujo país tem sido até agora um aliado próximo dos EUA em África, procure obter apoio económico de Pequim durante a sua visita à China. “O facto de Pequim receber Ruto num período de escalada de tensões geopolíticas e comerciais com os Estados Unidos é uma vitória para a China em termos de imagem”, afirmou Adhere Cavince, investigador de relações internacionais baseado em Nairobi, citado pelo South China Morning Post, de Hong Kong. À medida que os EUA “impõem tarifas e retiram a ajuda” aos seus parceiros, “Ruto está à procura de novos mercados, financiamento para projectos e investidores”, disse Cavince, acrescentando que “enquanto a China procura escapar à crescente animosidade comercial com Washington, Nairobi não é apenas uma opção, mas também uma sólida porta de entrada para o resto de África”, um continente onde a China estabeleceu a sua presença nas últimas duas décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Toyota vai abrir fábrica de carros eléctricos com capital estrangeiro A fabricante japonesa de automóveis Toyota assinou, na terça-feira, um acordo de cooperação com o governo municipal de Xangai, leste da China, para a construção de uma nova fábrica de veículos eléctricos, totalmente detida por capital estrangeiro. O projecto de 14,2 mil milhões de yuan incluirá investigação e desenvolvimento, fabrico e vendas de veículos eléctricos e híbridos, e produzirá modelos da marca topo de gama Lexus, informou na terça-feira à noite o jornal local Yicai. Trata-se da segunda fábrica de automóveis totalmente detida por capital estrangeiro a ser estabelecida na China, após a abertura, anteriormente, da “gigafábrica” da norte-americana Tesla, também em Xangai. A nova fábrica vai estar localizada na zona de Jinshan, no sul de Xangai, onde os trabalhos preparatórios já começaram. A China é o maior mercado automóvel do mundo para veículos movidos a novas energias. Quase 11 milhões de modelos híbridos ou eléctricos foram vendidos no mercado chinês em 2024, de acordo com as estatísticas da Federação Chinesa de Fabricantes de Automóveis.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | MNE pede ao Reino Unido que proteja sistema multilateral O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou que Pequim e Londres “têm a responsabilidade de proteger o sistema comercial multilateral” face ao “bullying” de Washington, durante uma conversa com o homólogo britânico, David Lammy. “Os Estados Unidos utilizam as tarifas como uma arma para lançar ataques indiscriminados contra vários países, violam flagrantemente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e prejudicam os direitos e interesses legítimos de todos os países”, afirmou na terça-feira Wang, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O responsável explicou que “esta prática de empurrar as relações entre países para a lei da selva é um retrocesso histórico, impopular e insustentável, a que cada vez mais países estão a resistir e a opor-se”. Enquanto “país responsável”, a China tomou medidas para “proteger os próprios direitos e interesses legítimos e para defender as regras internacionais e o sistema comercial multilateral”, apontou. “A China está disposta a trabalhar com o Reino Unido para seguir a orientação estratégica dos líderes dos dois países, eliminar todos os tipos de interferência e ruído, e manter as relações bilaterais na direção certa para um progresso constante”, afirmou. Lammy disse que o Reino Unido “sempre foi um país aberto, que apoia firmemente o comércio livre e defende o sistema comercial multilateral com a OMC no seu núcleo”, de acordo com a declaração. “Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o Reino Unido e a China têm responsabilidades importantes para com o desenvolvimento sustentável da economia mundial e do comércio internacional, e estão prontos para manter a comunicação com a China a este respeito”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaBMW | IA DeepSeek nos próximos modelos na China A fabricante automóvel BMW anunciou ontem que vai integrar nos serviços de inteligência artificial (IA) a chinesa DeepSeek nos seus próximos modelos destinados ao mercado da ‘gigante’ asiática. O presidente executivo (CEO) da BMW, Oliver Zipse, citado pela imprensa local, explicou no Salão Automóvel de Xangai que estão a “ser produzidos avanços cruciais em IA” na China. “Estamos a fortalecer as nossas alianças para integrar a IA nos nossos veículos na China”, avançou o gestor. Os novos automóveis da BMW na China contarão com a inteligência artificial da DeepSeek a partir do final deste ano, adiantou. Nos últimos anos, muitas marcas estrangeiras de automóveis na China têm registado uma queda nas vendas, à medida que as marcas locais com veículos eléctricos mais acessíveis ganham terreno tanto no mercado nacional como internacional. O surgimento do DeepSeek, cujo modelo de linguagem se tornou o ‘download’ número um nos Estados Unidos em Janeiro passado, desencadeou uma onda de lançamentos de aplicações semelhantes por parte de grandes empresas tecnológicas chinesas, como a Baidu, Alibaba, Tencent e Bytedance, ameaçando a supremacia de líderes como a OpenAI e forçando uma reestruturação do sector. Alguns destes serviços demonstraram capacidades semelhantes ao ChatGPT da OpenAI, de acordo com os portais especializados, mas com um preço mais baixo, o que intensificou a concorrência no sector. As autoridades chinesas elogiaram também a abordagem de código aberto de vários destes serviços, incluindo o modelo de linguagem do DeepSeek, que não restringe a capacidade de terceiros de modificar a sua estrutura subjacente e adaptá-la a necessidades específicas.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | MNE iraniano em Pequim para consultas sobre questão nuclear O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, iniciou ontem uma visita à China para consultas sobre a questão nuclear, antes da terceira ronda de conversações com os Estados Unidos, prevista para sábado. O Irão e os Estados Unidos deverão voltar a encontrar-se no sábado, em Omã, para uma nova sessão de conversações sobre a questão nuclear iraniana entre Araghchi e o enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff. Ao mesmo tempo, peritos iranianos e norte-americanos deverão iniciar discussões técnicas sobre a questão nuclear na capital de Omã. “É necessário manter os nossos amigos na China informados sobre a evolução das negociações e consultá-los”, disse Araghchi à televisão estatal iraniana. A China é um dos signatários do acordo nuclear internacional celebrado com o Irão em 2015, mas que caducou na sequência da decisão dos EUA de se retirarem do mesmo três anos depois, durante a primeira presidência de Donald Trump. “A China desempenhou um papel importante e construtivo na questão nuclear no passado, e o mesmo papel é certamente necessário no futuro”, acrescentou o ministro iraniano. O acordo de 2015 previa o levantamento das sanções internacionais contra o Irão em troca da supervisão do seu programa nuclear pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA). De acordo com a AIEA, o Irão estava a honrar os seus compromissos até à retirada dos EUA, que foi acompanhada pelo restabelecimento das sanções norte-americanas.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Xi defende que guerra comercial prejudica interesses de todos os países Enquanto Trump continua com a sua política errática de tarifas comerciais, o Presidente chinês, Xi Jinping, alerta para os danos causados à economia global e reafirma a posição da China de defesa da “equidade e a justiça internacionais” O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que as guerras comerciais minam os “interesses legítimos” de todos os países e “têm impacto na ordem económica mundial”, numa altura em que Washington se mostra optimista em relação a um acordo. “As guerras tarifárias e comerciais minam os direitos e interesses legítimos de todos os países, prejudicam o sistema de comércio multilateral e têm impacto na ordem económica mundial”, disse Xi durante uma reunião com o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, em Pequim, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua. Segundo Xi, a China continuará a esforçar-se para “salvaguardar o sistema internacional” e “defender a equidade e a justiça internacionais”, tendo as Nações Unidas como “pilar”. Estas são as primeiras declarações de Xi depois de Trump ter manifestado na terça-feira optimismo quanto à possibilidade de os Estados Unidos e a China chegarem a um acordo comercial. Para além de Trump, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, responsável pelas negociações comerciais, também manifestou esperança num desanuviamento da guerra comercial com a China. Analistas chineses afirmaram ontem, porém, que as declarações de Trump não representam qualquer “progresso substancial” ou mudanças nas negociações. “Quanto mais ele fala, mais ansiosos os EUA parecem ficar. Trump e a sua equipa estão sob pressão, mas a China não está a mostrar sinais de impaciência”, disse Chen Zhiwu, especialista da Universidade de Hong Kong, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. A administração Trump espera fechar acordos comerciais no próximo mês com a maioria dos países aos quais impôs taxas, mas a guerra comercial desencadeada pela sua política tarifária agressiva está centrada numa disputa com a China. Na semana passada, Trump afirmou estar a falar com representantes chineses para chegar a um acordo com Pequim, mas, do outro lado, o seu homólogo Xi mantém tarifas de 125 por cento sobre os EUA e tomou outras medidas, como vetar a entrega de aviões Boeing. Sem medo A China insistiu que não quer uma guerra comercial, mas “não tem medo de a enfrentar se necessário”. Pequim também instou Washington a cancelar completamente todas as tarifas impostas e a iniciar um diálogo “com base no respeito mútuo”, reiterando que o proteccionismo é um beco sem saída. Pequim advertiu ainda que não aceitará acordos internacionais que sejam alcançados “à custa dos seus interesses”, depois de a imprensa internacional ter noticiado que Trump planeia pressionar outros países durante as suas negociações comerciais para limitar o seu comércio com a China. Algum respeito O Governo chinês pediu ontem aos Estados Unidos para “deixar de exercer pressão” e mostrar respeito se quiserem realmente resolver os seus diferendos comerciais com a China através de negociações e do diálogo. “Se os Estados Unidos continuarem a querer esta guerra tarifária, a China continuará a responder até ao fim. Se quiserem negociar, a porta está aberta. Mas se eles realmente querem negociar, devem parar de exercer a máxima pressão e ir para o diálogo com base na igualdade, respeito e benefício mútuo”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun, em conferência de imprensa.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | JD Vance reuniu-se com Narendra Modi O vice-Presidente dos Estados Unidos reuniu-se segunda-feira à porta fechada com o primeiro-ministro da Índia, no início de uma visita de quatro dias, em que o comércio bilateral a dominar o encontro. Durante a reunião, JD Vance e Narendra Modi celebraram o progresso em direção a um Acordo Comercial Bilateral e anunciaram formalmente a finalização dos Termos de Referência para as negociações, de acordo com um comunicado oficial da Casa Branca. O acordo tem por objectivo uma estrutura moderna e equilibrada que fortaleça as cadeias de abastecimento e gere benefícios económicos entre os dois países. A visita serviu também para rever o progresso bilateral e foi descrita como uma reunião agradável e produtiva pelo vice-Presidente norte-americano. Esta é a primeira visita de um vice-Presidente dos EUA à Índia em 12 anos, depois da visita de Joe Biden quando era vice de Barack Obama. Vance – que se tinha encontrado com Modi em Fevereiro passado, durante a Cimeira de Ação de Inteligência Artificial, em Paris – viajou para Jaipur, capital do estado ocidental do Rajastão. A Índia está a procurar activamente aumentar o investimento dos EUA em sectores-chave, como a tecnologia, a indústria transformadora, o automóvel e a energia. O Governo indiano também implementou políticas para facilitar o investimento direto estrangeiro e olha para os Estados Unidos como um parceiro estratégico fundamental no seu desenvolvimento económico. O empresário Elon Musk – que colabora com o Governo dos EUA – já anunciou planos para visitar a Índia ainda este ano, após uma conversa telefónica com Modi, sugerindo uma possível entrada no mercado indiano para as empresas Tesla e Starlink.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Hamas acusa aviação israelita pela morte de 25 palestinianos A Defesa Civil palestiniana em Gaza acusou Israel de ter matado ontem pelo menos 25 pessoas em vários pontos do enclave, em vários ataques. Mohammed Al-Moughair, responsável pela Defesa Civil em Gaza, organismo controlado pelo Hamas, disse à Agência France Presse que nove pessoas foram mortas e seis outras estão desaparecidas após um bombardeamento israelita que atingiu uma casa no centro de Khan Yuhnis, no sul do território palestiniano. Os ataques aéreos também mataram cinco pessoas no campo de refugiados de Al-Chati, a oeste da cidade de Gaza. Segundo a mesma fonte, cinco pessoas morreram também na sequência de bombardeamentos que atingiram tendas que abrigavam deslocados a nordeste de Jabalia, norte de Gaza. Um ataque aéreo também matou quatro pessoas a oeste do campo de Jabalia, enquanto duas outras pessoas foram mortas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Rompendo uma trégua de quase dois meses, Israel retomou a 18 de Março a ofensiva aérea e terrestre contra o Hamas em Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 1.864 palestinianos foram mortos desde 18 de Março, elevando para 51.240 o número de mortos em Gaza desde o início da retaliação militar israelita no final de 2023. No sábado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou estar determinado a continuar com a guerra.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresas mais interessadas no yuan face a incerteza no mercado obrigacionista dos EUA As empresas estão cada vez mais interessadas em utilizar a moeda chinesa, o yuan, na liquidação de pagamentos internacionais, segundo os resultados de um inquérito publicados ontem pelo Instituto Monetário Internacional da Universidade Renmin. O enfraquecimento do domínio do dólar norte-americano, exacerbado por uma série de políticas da nova administração dos Estados Unidos, criou uma “janela de oportunidade” para a internacionalização do yuan, argumentaram os autores. As conclusões da Universidade Renmin, que fica no norte de Pequim, sobre a internacionalização do yuan nos últimos trimestres são coerentes: a percentagem de empresas que planeiam aumentar as transações em yuan subiu de cerca de 21,5 por cento, no segundo trimestre de 2024, para quase 24 por cento, no primeiro trimestre deste ano. Cerca de 68 por cento das empresas inquiridas afirmaram que estão a utilizar o yuan para liquidações comerciais transfronteiriças, enquanto 53 por cento estavam a utilizar a moeda para transações cambiais. “A volatilidade crescente no mercado do Tesouro dos EUA marca um ponto de viragem”, afirmou Yang Changjiang, professor de Finanças, salientando que, ao contrário de anteriores situações de turbulência, desta vez o capital global deixou de fluir para os EUA. Nas últimas duas semanas, registou-se uma venda de obrigações do Tesouro norte-americano, que chegou a fazer subir os juros para títulos com prazo de maturidade a 30 anos em meio ponto percentual, após o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar “tarifas retaliatórias” contra o resto do mundo. A guerra comercial com a China – que viu as tarifas dos EUA sobre produtos chineses aumentarem 145 por cento este ano, contra 125 por cento impostos pela China – intensificou as preocupações sobre o impacto da dissociação EUA-China na economia global. Num documento conhecido como “Acordo de Mar-a-Lago”, Stephen Miran, presidente do Conselho de Conselheiros Económicos da Administração Trump, defendeu um enfraquecimento do dólar norte-americano e a troca de títulos do Tesouro norte-americano de curto prazo por obrigações a 100 anos. “Costumávamos considerar a liquidação do comércio como o principal motor da internacionalização do yuan, mas agora o foco mudou para a possibilidade de o yuan servir como um activo de refúgio”, disse Yang. “Esta é uma oportunidade que temos de aproveitar”, apontou. Mudanças em curso Apesar da crescente inclinação para utilizar a moeda chinesa além-fronteiras, o alcance dessa utilização continua a ser muito inferior ao do dólar norte-americano. O yuan continua a ser a quarta moeda de pagamento mais utilizada, com uma quota de 4,13 por cento em Março, segundo dados do Swift, o sistema que permite transações interbancárias internacionais. Em comparação, a quota do dólar norte-americano está em 49,08 por cento, de longe a mais alta. Tu Yonghong, vice-director do Instituto da Universidade Renmin, afirmou que o sistema monetário mundial irá provavelmente tornar-se mais diversificado, dado o atual panorama mundial, o que beneficiará a utilização da moeda chinesa no estrangeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhou-20 | Nova tripulação vai ser lançada para o espaço A meta de ter astronautas na lua a médio prazo mantém-se viva na mente das autoridades chinesas A China vai lançar esta semana uma nova missão espacial tripulada, perseguindo o objectivo de enviar astronautas à Lua nos próximos cinco anos. A missão Shenzhou-20 vai descolar do centro de lançamento de Jiuquan, no noroeste do país, transportando três astronautas. O destino da equipa é a estação espacial Tiangong, onde permanecerá durante cerca de seis meses. A missão pretende contribuir para o ambicioso objectivo da China de colocar astronautas na Lua até 2030, seguido da construção de uma base lunar. A nave espacial Shenzhou e o foguetão lançador Longa Marcha-2F já foram transferidos para o local de lançamento e serão lançados “em devido tempo, num futuro próximo”, afirmou a Agência Espacial Chinesa na semana passada. Fotografias publicadas pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua mostram o longo foguetão branco assente num pedestal azul decorado com bandeiras chinesas, rodeado de faixas vermelhas e douradas que saúdam o programa espacial nacional. “Actualmente, as instalações e o equipamento do local de lançamento estão em boas condições. As inspecções funcionais e os testes conjuntos serão realizados como previsto”, declarou a Agência de Voos Espaciais Tripulados da China (CMSA). As autoridades ainda não revelaram a identidade dos astronautas da missão Shenzhou-20, nem as tarefas exactas que irão desempenhar. A tripulação está “em boas condições, precisa nas suas manobras e bem coordenada”, disse apenas Zhou Wenxing, membro do centro de formação de astronautas do país, citado pela televisão estatal CCTV. A anterior missão tripulada da China, a Shenzhou-19, foi lançada em Outubro passado e deverá estar concluída a 29 de Abril. É liderada por Cai Xuzhe, um antigo piloto de caça de 48 anos, que já voou a bordo da estação espacial Tiangong durante a missão Shenzhou-14, em 2022. A tripulação também inclui Wang Haoze, de 35 anos, a única engenheira de voo espacial do país e a terceira mulher chinesa a participar numa missão espacial tripulada. Song Lingdong, um homem de 34 anos, completa o trio. Deixem-me sonhar A equipa da Shenzhou-19 terá realizado experiências para observar como as radiações extremas, a gravidade, a temperatura e outras condições afectam os “tijolos” feitos de materiais que imitam o solo lunar, de acordo com os comunicados de imprensa emitidos aquando do lançamento. Sob a direcção do Presidente chinês, Xi Jinping, a China acelerou a realização do seu “sonho espacial”. O seu programa é o terceiro no mundo a colocar seres humanos em órbita. A China também já colocou sondas em Marte e na Lua. Pequim afirma estar no bom caminho para enviar uma missão tripulada à Lua até 2030. Nas últimas décadas, Pequim investiu milhares de milhões de dólares na construção de um programa espacial de ponta que rivaliza com os dos Estados Unidos e da Europa. Em 2019, conseguiu pousar a sonda Chang’e-4 no lado mais distante da Lua – uma estreia mundial – bem como um pequeno robô em Marte em 2021. A estação Tiangong, cujo módulo central Tianhe foi lançado em 2021, deverá ser utilizada durante cerca de dez anos.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | Cosco alerta para efeito negativo de taxas A empresa de transporte marítimo estatal chinesa Cosco manifestou ontem firme oposição à decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas sobre navios construídos e operados pela China, alertando para o impacto nas cadeias de abastecimento. A empresa disse, em comunicado, que esta medida “não favorece a concorrência leal nem a operação normal dos negócios na indústria global de transporte marítimo”, além de ser baseada em “falsidades”. As novas tarifas portuárias “terão impacto no desenvolvimento estável e saudável do sector de transporte marítimo a nível mundial e comprometerão a estabilidade e a segurança da cadeia industrial e da cadeia de abastecimento”, afirmou a Cosco. “Como empresa internacional responsável pelos sectores de transporte marítimo e logística, aderimos sempre aos conceitos de integridade, transparência e conformidade para participar na concorrência mundial do transporte marítimo”, afirmou a empresa, acrescentando que vai “proteger os interesses” dos seus clientes. A Cosco possui mais de 40 terminais de contentores em todo o mundo e é uma das maiores companhias de transporte marítimo de contentores do mundo, com mais de 300 navios. Na sexta-feira passada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês condenou as novas taxas e instou Washington a “pôr termo imediatamente” às suas “práticas erradas”. “Medidas como a imposição de taxas portuárias e tarifas sobre o equipamento de movimentação de carga da China são prejudiciais para todo o mundo. Aumentam os custos globais de transporte, perturbam a estabilidade da cadeia de abastecimento global e aumentam a pressão inflacionista sobre os Estados Unidos”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Lin Jian, numa conferência de imprensa. Trump impôs estas tarifas portuárias na última quinta-feira, embora a medida tenha origem na administração de Joe Biden (2021-2025), ao abrigo da Secção 301 do Código Comercial dos EUA, para taxar navios chineses que chegam aos portos norte-americanos.
Hoje Macau China / ÁsiaIrão | MNE de viagem para a China O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, viaja para a China hoje, anunciou ontem o Governo do Irão, antes das novas negociações sobre um acordo nuclear entre Teerão e Washington que acontecem nos próximos dias. “O Ministro dos Negócios Estrangeiros viajará para a China amanhã [terça-feira]”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaïl Baghaï, numa conferência de imprensa semanal, sem fornecer mais detalhes de imediato. Araghchi já tinha visitado a China em Dezembro. A China é um dos países signatários do acordo nuclear internacional concluído em 2015 com o Irão, mas que foi abandonado após a decisão dos Estados Unidos de se retirarem daquele pacto três anos depois, sob a primeira presidência de Donald Trump. Três outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU — França, Reino Unido e Rússia — além da Alemanha e da União Europeia (UE) são também signatários do acordo. O acordo previa o levantamento das sanções internacionais contra o Irão em troca da supervisão do seu programa nuclear pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Desde que regressou à Casa Branca, em Janeiro, Trump instou o Irão a negociar um novo texto, mas ameaçou Teerão com uma acção militar se a diplomacia falhasse. Abbas Araghchi deverá participar numa nova ronda de negociações no sábado, sob mediação de Omã, com o enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, de acordo com a diplomacia iraniana. Em 2021, a China assinou um acordo estratégico abrangente de 25 anos com o Irão. Esta importante parceria abrange áreas tão diversas como a energia, a segurança, as infraestruturas e as comunicações.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | China vai retaliar com sanções contra funcionários dos EUA A China vai impor sanções contra funcionários, legisladores e dirigentes de organizações não-governamentais dos Estados Unidos que tiveram um “mau desempenho” nas questões de Hong Kong, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Em Março, os Estados Unidos sancionaram seis funcionários da China continental e de Hong Kong que, alegadamente, estavam envolvidos em “repressão além-fronteiras”. Entre esses funcionários contavam-se o secretário da Justiça, Paul Lam, o director do gabinete de segurança, Dong Jingwei, e o antigo comissário da polícia, Raymond Siu. Como retaliação, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, afirmou ontem, em Pequim, que a China condenou veementemente os actos, qualificando-os de “desprezíveis”. Os Estados Unidos interferiram seriamente nos assuntos de Hong Kong e violaram os princípios do direito internacional, afirmou. “A China decidiu impor sanções aos congressistas, funcionários e líderes de ONGs dos EUA que tiveram um mau desempenho em questões relacionadas com Hong Kong”, disse Guo, acrescentando que a resposta foi dada de acordo com a lei anti-sanções estrangeiras, sem fornecer mais pormenores sobre quem está a ser visado. Guo também emitiu um aviso sobre Hong Kong, dizendo que os assuntos da cidade semiautónoma da China não estão sujeitos à interferência dos EUA. Quaisquer acções consideradas erradas pelo Governo chinês relativamente a questões relacionadas com Hong Kong serão objecto de medidas firmes e de retaliação recíproca, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas / EUA | China “não aceitará” que acordos de países a prejudiquem Pequim advertiu ontem que “não aceitará” acordos internacionais que “prejudiquem os seus interesses”, após a imprensa internacional ter noticiado que o Presidente norte-americano, Donald Trump, está a pressionar outros países a limitarem o comércio com a China. O Ministério do Comércio chinês disse em comunicado que os Estados Unidos “têm abusado das tarifas sobre os parceiros comerciais sob a bandeira da ‘reciprocidade’” e “forçaram todas as partes a manter negociações” com Washington. O ministério afirmou que “respeita os esforços de todas as partes para resolver as diferenças económicas e comerciais com os Estados Unidos através de consultas justas”, mas acrescentou que devem “adoptar uma postura de equidade, justiça e correcção histórica” e “defender as regras económicas e comerciais internacionais e o sistema comercial multilateral”. O ministério acusou os EUA de “promoverem uma política hegemónica e de implementarem uma intimidação unilateral no domínio económico e comercial”, advertindo que “o apaziguamento não trará a paz” e que “os acordos não serão respeitados”. O organismo criticou a procura de “pretensas isenções à custa dos interesses dos outros para proveito próprio e temporário” e avisou que esse comportamento “acaba por não beneficiar nenhuma das partes”. “Ninguém pode ficar imune ao impacto do unilateralismo e do proteccionismo”, afirmou o ministério, acrescentando: “Quando o comércio internacional voltar à ’lei da selva’, em que os fortes se aproveitam dos fracos, todos os países se tornarão vítimas”. A China está disposta a “fortalecer a solidariedade e a coordenação com todas as partes e trabalhar para resistir conjuntamente contra o ‘bullying’ unilateral”, afirmou a pasta. Em força A guerra comercial desencadeada por Trump intensificou-se a 02 de Abril, com o anúncio de “tarifas recíprocas” para o resto do mundo, uma medida que mais tarde rectificou face à queda dos mercados e ao aumento do custo de financiamento da dívida dos EUA. Mas enquanto suavizava a ofensiva contra a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10 por cento, Trump decidiu aumentar as taxas sobre a China para 245 por cento, por ter respondido com tarifas de retaliação. Entretanto, Pequim aumentou as suas tarifas sobre os produtos norte-americanos para 125 por cento. Os EUA decidiram isentar muitos produtos electrónicos chineses das tarifas, embora Trump tenha anunciado a aplicação de taxas sobre semicondutores “num futuro próximo”. Trump disse na quinta-feira que dentro de “três a quatro semanas” poderão ter chegado a acordos tarifários com os seus parceiros e indicou que a sua administração já está a falar com representantes chineses numa tentativa de chegar a um acordo também com Pequim. A China apenas reconheceu, através do seu ministério, que mantém uma “comunicação constante a nível de trabalho” com os seus homólogos norte-americanos, sublinhando que Pequim está “aberta a consultas” com Washington se estas se basearem no “respeito mútuo”.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia chinesa cresce 5,4% no primeiro trimestre de 2025 A economia chinesa cresceu 5,4 por cento no primeiro trimestre do ano, segundo dados oficiais difundidos ontem, à medida que os fabricantes apressaram a entrega de encomendas, antes da subida das taxas alfandegárias nos Estados Unidos. O crescimento está em linha com o ritmo de expansão alcançado pela segunda maior economia do mundo no quarto trimestre e excede a meta de “cerca de 5 por cento” para o ano de 2025 estabelecida por Pequim. O impulso surge numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou a guerra comercial contra Pequim, ameaçando uma dissociação total entre as duas maiores economias do mundo, numa altura em que a China enfrenta já uma prolongada crise no sector imobiliário. Os dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) ultrapassaram a estimativa consensual de 5,2 por cento dos economistas inquiridos pela agência de notícias Bloomberg. A produção industrial expandiu 7,7 por cento em Março, em relação ao mesmo período do ano anterior, no crescimento mais rápido desde Junho de 2021. As vendas a retalho aumentaram 5,9 por cento, o melhor ritmo desde Dezembro de 2023. “A surpresa mais agradável são as vendas a retalho, o que mostra que os subsídios ao consumo estão funcionar”, disse Michelle Lam, economista do banco francês Societe Generale SA para a China, citado pela agência. “A produção industrial foi uma surpresa, mas compreensível após os fortes dados de exportação. Mas isso agora faz parte do passado”, afirmou ainda à Bloomberg. Apesar dos dados positivos, o GNE recomendou cautela, sublinhando a necessidade de dar maior apoio à economia. “Devemos estar conscientes de que o ambiente externo está a tornar-se mais complexo e grave. O impulso da procura interna para o crescimento é insuficiente e a base para uma recuperação económica e crescimento sustentado estão ainda por consolidar”, afirmou o gabinete num comunicado. “Temos de implementar políticas macroeconómicas mais pró-activas e eficazes”, apontou. O investimento em activos fixos aumentou 4,2 por cento nos primeiros três meses de 2025, enquanto o investimento imobiliário registou uma contracção de 9,9 por cento, prolongando a crise que atingiu o sector em 2022. A taxa de desemprego urbano foi de 5,2 por cento em Março, descendo de 5,4 por cento no mês anterior. Bonança e tempestade A China poderá ter dificuldades em atingir o seu objectivo oficial de crescimento este ano sem mais estímulos. Nas últimas semanas, vários bancos internacionais, incluindo o UBS Group AG, o Goldman Sachs Group Inc. e o Citigroup Inc., baixaram as suas previsões de crescimento da China para cerca de 4 por cento ou menos, fruto do agravar das tensões comerciais com Washington. Alguns economistas esperam que o Banco Popular da China reduza as taxas de juro ou a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter em reserva já este mês, enquanto outros preveem vários biliões de yuan em empréstimos e despesas fiscais adicionais para preencher o vazio deixado pela queda das exportações. A China tem de aumentar rapidamente o consumo doméstico e o investimento para contrariar o impacto das tarifas. A debilidade do mercado de trabalho continua a impedir os consumidores de gastarem mais, mesmo antes de as tarifas dos EUA atingirem empregos relacionados com as exportações. O impacto da guerra comercial vai provavelmente manifestar-se na actividade económica a partir de Abril, após um aumento de 12,4 por cento das exportações em Março, à medida que as empresas se apressaram a concluir encomendas. A possibilidade de um acordo entre os EUA e a China sobre o litígio comercial parece reduzida num futuro próximo, uma vez que Pequim optou por retaliar as sucessivas rondas de tarifas impostas por Trump. Os índices bolsistas da China mantiveram em grande parte as suas perdas após a divulgação dos dados, com o Hang Seng China Enterprises, que reúne as principais empresas chinesas cotadas em Hong Kong, a perder 2,4 por cento, e o CSI 300, que replica o desempenho das 300 principais acções negociadas nas bolsas de Xangai e de Shenzhen, a cair 0,8 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Regulador acusa Google de violar leis antimonopólio As autoridades reguladoras japonesas acusaram a tecnológica norte-americana Google de violar as leis antimonopólio, fazendo referência a acções semelhantes nos Estados Unidos e na Europa. A Google Japão afirmou em comunicado que considerou a acção “lamentável” e a empresa afirmou que investiu significativamente no país para promover a inovação enquanto líder tecnológico. A “ordem de cessação e desistência” da Comissão de Comércio Justo do Japão diz que a Google tem de parar a pré-instalação do motor de busca Google nos smartphones Android, o que, segundo a Comissão, exclui de facto a concorrência. Não se sabe se a Google, uma subsidiária da Alphabet Inc., com sede em Silicone Valley, nos EUA, vai tomar medidas legais para combater a ordem. Nos EUA, um juiz decidiu no ano passado que o “omnipresente” motor de busca da Google explorou ilegalmente o seu domínio para dominar a concorrência. A Google negou as alegações, argumentando que é imensamente popular porque as pessoas gostam do que oferece. Os reguladores japoneses iniciaram a investigação sobre a Google em 2023 e dizem ter consultado as autoridades estrangeiras que lidaram com casos semelhantes. Os reguladores europeus também criticaram o que consideram ser o domínio monopolista da Google. A decisão de terça-feira marca a primeira vez que a Comissão de Comércio Justo do Japão toma uma acção deste tipo contra uma grande empresa tecnológica mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Xanana e Ramos-Horta acusados de destruírem sistema judicial O secretário-geral da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, acusou ontem o Presidente, José Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, de estarem a destruir o sistema judicial do país “Digo apenas que esta é uma situação extremamente grave. A independência judicial está a morrer, devido à ditadura oligárquica de duas pessoas: o Presidente e o primeiro-ministro timorense”, afirmou o antigo chefe do Governo Mari Alkatiri, numa conferência de imprensa realizada no seu gabinete, em Díli. Mari Alkatiri disse que se trata de uma “ditadura com uma capa de democracia, orientada e controlada”. “São apenas essas duas pessoas que sabem tudo e fazem tudo, exercendo um poder absoluto, total, aproveitando-se da fragilidade do sistema judicial. É só isso. Eu conheço muito bem essas duas pessoas. São eles que não me conhecem a mim”, disse o líder da oposição timorense. Mari Alkatiri salientou que aquelas “duas figuras” estão a usar o poder político através do Parlamento Nacional para fazer alterações e aprovar leis que prejudicam o sistema judicial, dando como exemplo as alterações à lei da Comissão Anticorrupção (CAC) e à Lei da Organização Judiciária. Relativamente às alterações da lei da CAC, Mari Alkatiri referiu que a escolha do dirigente daquela instituição passou a ser feita por maioria simples, quando anteriormente era por maioria qualificada. “Esta alteração à lei também demonstra que, se o comissário da CAC não trabalhar de acordo com a vontade ou orientação do Governo, este poderá demiti-lo a qualquer momento”, lamentou. Segundo Alkatiri, a anterior versão da lei exigia consenso no Parlamento Nacional para a eleição do comissário, com um mandato de cinco anos. “Por isso, considero que este acto do Governo é contra os direitos dos cidadãos e contra os princípios do Estado de direito democrático”, explicou. Pratos da balança No que diz respeito às alterações à Lei da Organização judiciária, que começou a ser debatida ontem no parlamento timorense, Mari Alkatiri disse que se estão a preparar para permitir que juízes com 20 anos de experiência possam ser nomeados para a presidência do Tribunal de Recurso. Isto significa que qualquer juiz escolhido pelo Governo pode ser nomeado Presidente do Tribunal de Recurso, afirmou Mari Alkatiri. Para Mari Alkatiri, aquele tipo de acção é extremamente perigoso porque pode levar à morte do Estado de direito democrático em Timor-Leste e prejudicar a credibilidade do país no mundo. Em 2023, após ter tomado posse como primeiro-ministro, Xanana Gusmão criou um gabinete para reforma do sector da justiça, liderado por Lúcia Lobato, antiga ministra da Justiça, alegando fragilidades, escassez de recursos humanos e falta de resposta do sistema. Numa intervenção proferida em Outubro daquele ano, o primeiro-ministro timorense acusou o sector da justiça de Timor-Leste de ter deixado de “inspirar confiança” junto da sociedade e de dar a entender que a corrupção só acontece em “determinado segmento”.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Preços de casas novas caem pelo 22º mês consecutivo Os preços das casas novas na China caíram pelo 22º mês consecutivo em Março, apesar das medidas do Governo para travar a prolongada crise no sector. Os preços em 70 cidades seleccionadas caíram 0,11 por cento, em relação ao mês anterior, de acordo com dados divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) do país asiático. A queda em Fevereiro foi do mesmo valor percentual. Entre as localidades mencionadas, 41 registaram descidas nos preços das casas novas em comparação com 45 em Fevereiro. Entre estas, 24 – incluindo algumas importantes como Xangai ou Shenzhen – registaram aumentos, mais do que no mês anterior (18). Os dados do GNE também revelaram uma queda de 0,2 por cento no preço das casas em segunda mão em Março, um ritmo mais moderado do que o registado no mês anterior (0,3 por cento). No caso deste tipo de imóveis, 56 das 70 cidades registaram descidas, quatro mantiveram-se ao mesmo nível que em Dezembro e dez registaram subidas. Nos últimos meses, as autoridades chinesas continuaram a anunciar medidas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim devido às suas implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas. Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é precisamente a crise do sector imobiliário, cujo peso no PIB nacional – somando os factores indirectos – foi estimado em cerca de 30 por cento, segundo alguns analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaMalásia ao lado da China em matéria de comércio A Malásia “está ao lado da China” em matéria de comércio, afirmou ontem o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, no início de uma visita do Presidente chinês, Xi Jinping, ao país do Sudeste Asiático. “Estamos ao lado do Governo chinês, para o bem-estar do nosso povo e pelos nossos interesses económicos nacionais, bem como para o desenvolvimento geral e a estabilidade do nosso país”, disse Anwar à televisão estatal chinesa CGTN. Xi, que está a realizar uma visita de uma semana a três países do Sudeste Asiático, foi recebido por uma salva de 21 tiros ao chegar ao palácio nacional para uma audiência com o rei da Malásia, o sultão Ibrahim Iskandar, acompanhado pelo primeiro-ministro Anwar. A visita ocorre numa altura em que Xi tenta apresentar o seu país como defensor do comércio livre e fonte de estabilidade para os países da região, que são os principais alvos da guerra tarifária lançada pelo líder norte-americano, Donald Trump. Pequim e Kuala Lumpur devem assinar acordos destinados a aumentar as exportações malaias, incluindo óleo de palma e durião, aumentar o afluxo de turistas e estudantes chineses para o país do Sudeste Asiático e a partilha de tecnologia chinesa em sectores como as energias renováveis. Em contrapartida, os analistas alertaram para o facto de a China esperar que a Malásia e os seus vizinhos do Sudeste Asiático a apoiem como a principal potência da região – um alinhamento que poderá provocar uma reacção de Washington. Extensão à ASEAN Na Malásia, Xi deve discutir um acordo de comércio livre entre a China e os 10 membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), uma vez que a Malásia preside à associação este ano. Citado pela imprensa chinesa, o secretário-geral da ASEAN, Kao Kim Hourn, afirmou que o acordo vai eliminar muitas das taxas alfandegárias entre a China e os membros do bloco. “Vamos reduzir as tarifas para zero em muitos casos e depois expandi-las para todas as áreas”, afirmou, numa entrevista à CGTN. A Malásia é sede de vários projectos da Iniciativa Faixa e Rota, incluindo um projecto ferroviário chinês no valor de 11,2 mil milhões de dólares. A China é também o maior parceiro comercial e uma das principais fontes de investimento directo estrangeiro da Malásia. Xi visitou já o Vietname e parte a seguir para o Camboja.