Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Fogos florestais já fizeram 24 mortos Os fogos que deflagraram na passada sexta-feira vão semeando o caos pelo país asiático. Além de destruir templos, casas e fábricas, as chamas já causaram a morte a pelo menos 24 pessoas Os incêndios florestais provocados pelo vento, que estão entre os piores da história da Coreia do Sul, causaram a morte de 24 pessoas, destruíram mais de 200 estruturas e obrigaram à evacuação de 27.000 pessoas, segundo o último balanço. O número de mortos incluiu um piloto que morreu após um helicóptero cair durante os esforços para conter os incêndios florestais na cidade de Uiseong, no sudeste, uma das áreas mais atingidas, de acordo com as autoridades. A aeronave não tinha outros tripulantes. Segundo a Agência Nacional de Incêndios, pelo menos outras 26 pessoas sofreram vários graus de ferimentos. Um antigo templo budista, casas, fábricas e veículos estão entre as estruturas destruídas nos incêndios florestais. O presidente em exercício da Coreia do Sul, Han Duck-soo, disse que os incêndios florestais que começaram na passada sexta-feira estão a causar danos piores do que muitos outros incêndios florestais anteriores. “Os danos estão a aumentar. Tememos ter danos de incêndios florestais que nunca tivemos antes, então temos que concentrar todas as nossas capacidades para apagar os fogos até ao fim desta semana”, disse Han. Segundo o responsável, cerca de 4.650 bombeiros, soldados e outros funcionários estão no terreno, com a ajuda de cerca de 130 helicópteros. Património desaparecido Os maiores incêndios ocorreram em Andong, nos condados vizinhos de Uiseong e Sancheong e na cidade de Ulsan, de acordo com o Ministério do Interior da Coreia do Sul. O incêndio em Uiseong destruiu quase metade de mais de 30 estruturas em Gounsa, um templo que teria sido construído originalmente no século VII. O Serviço Florestal da Coreia elevou o alerta de incêndio florestal para o nível mais alto em todo o país na terça-feira, exigindo que os governos locais designem mais trabalhadores para resposta a emergências, aumentem as restrições de entrada para florestas e parques e recomendem que as unidades militares suspendam os exercícios de fogo real. Autoridades do governo suspeitam que erro humano tenha causado vários incêndios.
Hoje Macau China / ÁsiaRangel destaca importância do investimento chinês para a economia O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, destacou ontem o “importante papel” do investimento chinês na economia portuguesa, durante um encontro com o homólogo chinês, Wang Yi, segundo um comunicado emitido pelas autoridades chinesas. O chefe da diplomacia portuguesa convidou “mais empresas chinesas a investir e prosperar em Portugal” e indicou que Lisboa “está disposta a reforçar a cooperação com a China nos domínios da economia e do comércio, da energia, da saúde, das finanças, das infraestruturas e da transformação ecológica”. Rangel afirmou que Portugal e a China “têm uma longa história de interacção” e que as relações entre os dois países “têm vindo a desenvolver-se bem”, lê-se na nota difundida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Pequim e Lisboa “deram um exemplo ao mundo” ao resolverem pacificamente a questão de Macau, acrescentou. Citado no mesmo comunicado, Wang Yi destacou a “boa tradição de respeito e apoio mútuos” entre os dois países. “Portugal é um dos países da União Europeia que recebe mais investimento chinês ‘per capita’”, disse o chefe da diplomacia chinesa, que apelou ao “alargamento da cooperação nos domínios do investimento em projectos, transformação ecológica, economia digital, inovação e investigação e desenvolvimento, informação e comunicação”. Wang destacou o papel que Macau pode desempenhar “como uma ponte para promover a relação entre os dois países para alcançar um maior desenvolvimento”. O diplomata chinês manifestou o seu “apoio à Europa na manutenção da sua autonomia estratégica” e a esperança “de que Portugal desempenhe um papel activo” no “desenvolvimento saudável das relações entre a China e a Europa”. Os dois ministros “discutiram questões de interesse comum, como a ‘crise’ na Ucrânia”, de acordo com o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, que não deu mais pormenores. Investidor de peso A China tornou-se, na última década, o quarto maior investidor directo estrangeiro em Portugal. Empresas chinesas, estatais e privadas, detêm uma posição global avaliada em 11,2 mil milhões de euros na economia portuguesa, segundo o Banco de Portugal. Os investimentos abrangem as áreas de energia, banca, seguros ou saúde. Em 2018, os dois países assinaram um memorando de entendimento sobre a iniciativa “Faixa e Rota”, um megaprojecto de infra-estruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência global através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas.
Hoje Macau China / ÁsiaApple doa quase 4 ME a universidade chinesa para formar programadores A empresa tecnológica norte-americana Apple vai doar 30 milhões de yuan à universidade chinesa de Zhejiang, anunciou o seu presidente executivo, Tim Cook, numa visita a Hangzhou, sede dos gigantes tecnológicos DeepSeek e Alibaba. A cidade, localizada no leste da China, é considerada um epicentro tecnológico do país, numa altura em que o sector da inteligência artificial (IA) está a ter um novo ‘boom’ na região. A iniciativa faz parte do Apple Mobile App Incubation Fund, um fundo criado para apoiar a formação de programadores empreendedores e incentivar o desenvolvimento de aplicações móveis no ecossistema iOS. Através deste programa, os participantes receberão formação técnica, mentoria e acesso a investidores e especialistas do sector. “Acreditamos que a programação é uma ferramenta poderosa que nos permite criar, comunicar e resolver problemas de formas totalmente novas. Temos a honra de aprofundar a nossa colaboração de uma década com a Universidade de Zhejiang para capacitar a próxima geração de programadores”, afirmou Cook. De acordo com a Apple, a empresa destinou 50 milhões de yuan à universidade nos últimos dez anos. O Concurso de Inovação em Aplicações Móveis, apoiado pela Apple há uma década, atraiu mais de 30.000 candidaturas de quase 1000 universidades da “grande China”. Nos últimos anos, foram acrescentados percursos específicos para estudantes sem experiência prévia em programação (“Inspiration Track”) e para empresários recentes (“Launch Track”), alargando simultaneamente o seu alcance a regiões menos desenvolvidas do país. “Trabalharemos em conjunto com a Apple para criar uma nova geração de talentos com integridade em termos de conhecimentos, competências, carácter e valores”, afirmou Ren Shaobo, secretário do Partido Comunista da China (CPC) na Universidade de Zhejiang. Empenho e investimento A visita de Cook a Hangzhou faz parte da sua actual digressão pela China, onde tem reiterado o compromisso da Apple para com o mercado local. Na segunda-feira, em Pequim, encontrou-se com o Ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, a quem reafirmou os planos para aumentar o investimento em investigação, cadeia de fornecimento e responsabilidade social no país. Cook efectuou pelo menos três viagens à China no último ano para mostrar o seu empenho em aumentar ainda mais o investimento no país e “aproveitar as oportunidades oferecidas pela sua abertura”. Numa dessas visitas disse que dá “grande valor” aos seus parceiros chineses, sem os quais o fabricante “não poderia fazer o que faz”, e noutra viagem inaugurou a maior loja da Apple na Ásia, localizada na megalópole oriental de Xangai. A Grande China é o terceiro maior mercado da Apple, depois da América e da Europa. No entanto, as vendas do iPhone diminuíram na região, em parte devido à crescente concorrência de marcas locais como a Huawei e à falta de funcionalidades de IA nos mais recentes dispositivos da empresa californiana. De acordo com o The Wall Street Journal, a Apple tem estado em conversações com várias empresas chinesas de IA sobre uma possível parceria para implementar a Apple Intelligence na China.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno acusa Taiwan de “entregar a TSMC de bandeja” aos Estados Unidos A China acusou ontem as autoridades de Taiwan de “entregarem de bandeja” a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), o maior fabricante de semicondutores do mundo, aos Estados Unidos, onde a empresa anunciou grandes planos de investimento e expansão. O porta-voz do Gabinete do Conselho de Estado para os Assuntos de Taiwan, Chen Binhua, lamentou que “a TSMC se tenha tornado um pedaço de carne suculenta na tábua de cortar, pronta a ser desfeita em pedaços”, segundo a televisão estatal CCTV. De acordo com Chen, a TSMC está a tornar-se “uma empresa americana”, o que, segundo ele, é um sinal de que o Partido Democrático Progressista (DPP), no poder em Taiwan, “só tem em mente o egoísmo partidário e não se preocupa com o bem-estar dos compatriotas de Taiwan ou com os interesses do sector industrial”. O porta-voz advertiu que o DPP “vai avançar” na via da “venda e destruição de Taiwan” e que o sector industrial e o povo do território “não só perderão postos de trabalho, mas também oportunidades de desenvolvimento futuro”. O porta-voz acusou o líder de Taiwan, William Lai, de “vender Taiwan” e de “abuso de poder”. A TSMC controla cerca de 90 por cento do mercado mundial de fabrico de semicondutores avançados, essencial para empresas norte-americanas como a Nvidia e a Apple, e para tecnologias como a inteligência artificial. Chuva de prendas O CEO da TSMC, C.C. Wei, anunciou no início deste mês, a partir da Casa Branca, um investimento de 100 mil milhões de dólares nos EUA, que alguns analistas interpretaram como um gesto de boa vontade para com o Presidente norte-americano, Donald Trump. O investimento destina-se a construir três novas fábricas, duas instalações avançadas de embalagem de ‘chips’ e um centro de investigação e desenvolvimento. Estes 100 mil milhões de dólares juntam-se ao investimento de 65 mil milhões de dólares da TSMC em Phoenix, Arizona, onde tem uma fábrica que começou a funcionar no final de 2024 e planeia abrir mais duas fábricas nos próximos anos. Embora a TSMC tenha defendido estes investimentos numa perspectiva puramente comercial, o governo de Taiwan procura uma aproximação com Trump, que ameaçou impor taxas até 100 por cento sobre os ‘chips’ taiwaneses e acusou repetidamente a ilha de “usurpar” a indústria de semicondutores dos Estados Unidos. De acordo com o líder de Taiwan, a expansão global da TSMC reforça a sua liderança e a competitividade da indústria de semicondutores de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Pequim quer plataforma de lançamento de foguetões electromagnéticos até 2028 O ambicioso plano de expansão espacial chinês procura diminuir despesas e promover um acesso ao espaço cada vez mais frequente A China planeia desenvolver a primeira plataforma de lançamento de foguetões electromagnéticos do mundo até 2028, num projecto que procura reduzir custos e aumentar a frequência de acesso ao espaço. O sistema, desenvolvido pela empresa privada Galactic Energy em colaboração com institutos de investigação estatais, o governo municipal de Ziyang e a China Aerospace Science and Industry Corporation (CASIC), utilizará ímanes supercondutores para acelerar os foguetões a velocidades supersónicas antes da ignição, numa estrutura semelhante a um comboio maglev, mas orientada verticalmente. De acordo com os seus criadores, esta tecnologia duplicaria a capacidade de carga, reduziria significativamente os custos operacionais e facilitaria lançamentos mais frequentes com menos manutenção, adiantou na terça-feira o jornal de Hong Kong South China Morning Post. O objectivo a longo prazo é tornar os lançamentos de foguetões tão frequentes, previsíveis e eficientes como as viagens diárias de comboio de alta velocidade, integrando-os numa infraestrutura tecnológica utilizada regularmente. No entanto, os especialistas alertaram que ainda existem obstáculos técnicos, como a precisão de voo e a resistência térmica durante a subida inicial. A plataforma de verificação está a ser construída pela CASIC e pelo governo de Ziyang. Em Setembro de 2023, um teste de levitação magnética utilizando supercondutores de alta temperatura atingiu uma velocidade de 234 quilómetros por hora numa pista de 380 metros, como parte das verificações técnicas iniciais do projecto. Por explorar Fundada em 2018, a Galactic Energy realizou 18 lançamentos bem-sucedidos do seu foguetão Ceres-1, com um total de 77 satélites colocados em órbita. O mais recente, a 21 de Março, colocou seis satélites meteorológicos numa órbita heliossíncrona. A empresa está também a trabalhar no desenvolvimento do Ceres-2, com uma capacidade de carga útil até 3,5 toneladas, em comparação com os 400 quilogramas do modelo anterior. Em Setembro de 2023, no entanto, um dos seus lançamentos falhou devido a “desempenho anormal em voo”, de acordo com a empresa. Poucos dias antes, a Galactic Energy tinha-se tornado a primeira empresa privada chinesa a realizar um lançamento bem-sucedido do mar. Cientistas chineses já começaram a investigar sistemas semelhantes para o ambiente lunar, com o objectivo de transportar materiais como o hélio-3 da superfície do satélite terrestre utilizando catapultas eletromagnéticas, eliminando assim a necessidade de grandes quantidades de combustível. Embora o plano ainda esteja numa fase preliminar, a iniciativa faz parte da estratégia do governo chinês para consolidar a sua indústria aeroespacial comercial. A China tem investido fortemente no seu programa espacial nos últimos anos, alcançando marcos como o pouso da sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua, a chegada a Marte e a construção da estação espacial Tiangong, que irá operar durante cerca de dez anos.
Hoje Macau China / ÁsiaApple | China diz a Tim Cook que espera mais investimento O ministro do Comércio da China, Wang Wentao, disse ontem esperar que a Apple “expanda o seu investimento” e “se integre profundamente no mercado chinês”, num encontro com o presidente do conselho de administração da empresa, Tim Cook. “A China mantém-se firme no seu compromisso de expandir a sua abertura ao mundo, proporcionar condições equitativas às empresas financiadas por estrangeiros e apoiar a participação equitativa dos seus produtos nas nossas políticas de promoção do consumo”, afirmou Wang, na reunião, segundo um comunicado do ministério. O ministro afirmou que a economia chinesa demonstra “forte resiliência e vitalidade” e constitui “terreno fértil para o desenvolvimento impulsionado pela inovação”, apesar do contexto de abrandamento no país, que procura recuperar o investimento estrangeiro em queda e enfrentar a guerra comercial iniciada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “As guerras comerciais não produzem vencedores e o proteccionismo não oferece nenhuma saída. A dissociação e as perturbações nas cadeias de abastecimento só prejudicarão os interesses de todas as partes”, disse, acrescentando que a imposição de taxas pelos Estados Unidos “criou incerteza para a economia global”. No entanto, “a China está disposta a trabalhar com os Estados Unidos para criar um ambiente político mais estável para as empresas através de um diálogo justo”, afirmou. Cook, que se encontra em Pequim para participar no Fórum de Desenvolvimento anual, organizado pelo país asiático como plataforma de diálogo entre altos dirigentes do Executivo, líderes de multinacionais e académicos, garantiu que a Apple vai continuar a aumentar os seus investimentos na China. “Vamos continuar a aumentar os nossos investimentos em sectores como as cadeias de abastecimento, investigação e desenvolvimento e responsabilidade social na China, com o objectivo de apoiar o desenvolvimento de alta qualidade do país”, disse, segundo o comunicado. A mesma nota sublinhou ainda que a empresa está disposta a desempenhar um papel activo na promoção de um “desenvolvimento estável e saudável” das relações económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos. Inteligência em falta As vendas na China dos telemóveis da empresa caíram 18 por cento no último trimestre de 2024 e ficaram atrás das empresas locais, de acordo com a empresa de pesquisa Counterpoint Research. A Apple tem a “grande China” – um termo que engloba a China continental, Hong Kong, Macau e Taiwan – como o seu terceiro maior mercado, depois das Américas e da Europa. No entanto, a China é o único dos seus principais mercados onde as vendas estão a cair. Uma das razões que pode estar por detrás da queda de popularidade dos dispositivos da empresa é o facto de os consumidores chineses não estarem a receber os mais recentes serviços de inteligência artificial (IA) do iPhone. Entretanto, os dispositivos locais da Huawei, Honor e Oppo oferecem esta tecnologia pioneira nos seus dispositivos. De acordo com o jornal The Wall Street Journal, a Apple tem estado em conversações com várias empresas chinesas de IA sobre uma possível parceria para implantar a Apple Intelligence na China.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Rangel sublinha estado “muito positivo” da relação com Pequim O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, sublinhou ontem à agência Lusa, em Pequim, o estado “muito positivo” da relação com a China, desvalorizando a ausência de visitas nos últimos cinco anos. “Existe um estado muito positivo nas relações. O facto de ter havido esse hiato não desacelerou o interesse que ambos os países têm na sua relação bilateral”, disse, após reunir-se com o homólogo chinês, Wang Yi. O ministro português iniciou ontem uma visita de quatro dias ao país asiático, que põe termo a mais de cinco anos sem visitas de alto nível de Portugal a Pequim, numa altura de reconfiguração da ordem internacional.
Hoje Macau China / ÁsiaBYD | Lucro líquido aumentou 34% em 2024 O fabricante chinês de veículos eléctricos BYD informou ontem ter obtido um lucro líquido de 40,254 mil milhões de yuan, em 2024, mais 34 por cento do que no ano anterior. Nos resultados enviados à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa também relatou um aumento anual de 29 por cento no volume de negócios, para 777 mil milhões de yuan. O lucro líquido de 2024 é o mais elevado da história da empresa e ultrapassa as expectativas dos analistas, que não esperavam que fosse além dos 40 mil milhões de yuan. A empresa referiu que as receitas provenientes dos automóveis e produtos relacionados ascenderam a cerca de 617,382 mil milhões de yuan, o que representa um aumento homólogo de 27,70 por cento. A BYD, que manteve o seu estatuto de líder no sector eléctrico chinês no ano passado, referiu que em 2024 se tornou a primeira marca mundial de automóveis a atingir o marco de 10 milhões de veículos de energia nova fabricados. Os veículos de energia nova englobam elétricos e híbridos. No último trimestre do ano passado, a BYD destronou a norte-americana Tesla como a maior vendedora mundial de carros eléctricos. Nas últimas semanas, a empresa com sede no sul da China abalou o mercado ao revelar um sistema de carregamento ultra-rápido de veículos que pode fornecer uma carga completa aos seus veículos eléctricos mais recentes num período de entre cinco e oito minutos, semelhante ao tempo necessário para encher um depósito de combustível. Para além da sua presença na China, a BYD tem vindo a investir fortemente na América Latina desde há anos, onde começou recentemente a construir um complexo fabril no Brasil, estando também presente em mercados de mais de 50 países, incluindo Portugal.
Hoje Macau China / ÁsiaVenezuela | Pequim pede que Washington pare de interferir O Governo chinês pediu ontem a Washington que “pare de interferir nos assuntos internos da Venezuela”, em referência ao anúncio feito por Donald Trump, da imposição de tarifas de 25 por cento aos países que compram petróleo do país caribenho. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, disse numa conferência de imprensa que os Estados Unidos “há muito que abusam de sanções unilaterais ilegais” e de “jurisdição de longo alcance”, apelando a Washington para que “retire as suas sanções” contra Caracas. Guo afirmou que o seu país “se opõe firmemente à interferência brutal nos assuntos de outros países” e instou os Estados Unidos a “fazer mais pelo desenvolvimento pacífico e estável da Venezuela”. “Não há vencedores nas guerras comerciais e nas guerras tarifárias, e a imposição de tarifas só levará a maiores perdas para as empresas e consumidores dos Estados Unidos”, acrescentou o porta-voz. Guo não disse se a China suspenderia as suas importações de petróleo bruto venezuelano caso Washington impusesse as tarifas anunciadas ao país asiático. As tarifas anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarão em vigor a 2 de Abril e o líder republicano deixou nas mãos do secretário de Estado, Marco Rubio, a tarefa de impor as taxas aos países considerados apropriados. Numa mensagem na rede social Truth, Trump assinalou que “qualquer país que compre petróleo e/ou gás da Venezuela terá de pagar uma tarifa de 25 por cento aos Estados Unidos sobre quaisquer transações comerciais” que efectue com os Estados Unidos. Esta “tarifa secundária” responde, afirmou o chefe de Estado naquela plataforma, ao facto de a Venezuela ter enviado para os Estados Unidos “dezenas de milhares de criminosos de alto nível e outros criminosos” de forma “intencional e fraudulenta”. De acordo com dados da alfândega chinesa, a Venezuela é o 12.º maior exportador de petróleo para o gigante asiático, com 1,4 milhões de toneladas métricas vendidas à China em 2024. Trump já tinha decidido duplicar as tarifas adicionais impostas à China para 20 por cento, pouco depois de regressar à Casa Branca, justificando a sua decisão com o facto de, na sua opinião, Pequim não estar a fazer o suficiente para impedir a entrada de fentanil nos Estados Unidos. Desconhece-se, nesta fase, se eventuais novas taxas sobre a China relacionadas com o petróleo venezuelano se juntariam à duplicação acima referida. Outras “guerras” Pequim também acusou ontem o Canadá de prejudicar gravemente os seus interesses, depois de ter apresentado uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC) contestando as taxas alfandegárias aplicadas por Pequim aos produtos canadianos. “Pedimos ao Canadá que tome medidas concretas para corrigir as suas más práticas e garantir a cooperação e as trocas comerciais entre as empresas de ambos os países”, declarou o porta-voz chinês. O Canadá apresentou esta queixa perante a OMC para contestar as taxas alfandegárias aplicadas pela China sobre os produtos agrícolas e da pesca, anunciou na segunda-feira a organização internacional.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio | MNE chinês acusado de deturpar declarações sobre reunião O Governo japonês anunciou ontem que apresentou um protesto formal à China por ter “deturpado” as observações feitas pelo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, durante um encontro com o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi. Wang e Ishiba encontraram-se na sexta-feira passada em Tóquio, numa recepção de cortesia organizada pelo líder japonês, na véspera de uma reunião trilateral entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do Japão, da Coreia do Sul e da China, com o objectivo de promover a futura cooperação entre os três países vizinhos. Após a reunião, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês emitiu um comunicado em que afirmava que Ishiba “reconhece plenamente o importante significado” dos quatro documentos assinados entre as duas nações, aquando do estabelecimento das relações diplomáticas em 1972, e que o dirigente japonês “respeita as posições definidas pela parte chinesa”. O Japão instou Pequim a “retirar imediatamente” a declaração, que “não resiste” aos factos, disse ontem o porta-voz do Governo japonês, Yoshimasa Hayashi, em conferência de imprensa. Hayashi considerou “lamentável” que o Governo chinês tenha emitido uma declaração que “não corresponde à verdade”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês também condenou a declaração chinesa numa nota, afirmando que durante o encontro com Wang, Ishiba “sublinhou a necessidade de reduzir as preocupações” nas relações bilaterais, incluindo “a situação no Mar do Leste da China”, “garantir a segurança dos cidadãos japoneses detidos na China” e o levantamento das restrições chinesas à importação de marisco japonês.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Aumento de despesas com Defesa na calha Taiwan anunciou ontem que vai tentar utilizar excedentes acumulados nos anos anteriores para cobrir o aumento do orçamento da Defesa anunciado pelo líder taiwanês, William Lai, que prometeu aumentar as despesas militares para mais de 3 por cento do PIB. Numa comparência parlamentar, a chefe da Direcção Geral do Orçamento, Contabilidade e Estatística do governo de Taiwan, Chen Shu-tzu, garantiu que o Executivo procurará financiar este aumento com um excedente de 200 mil milhões de dólares taiwaneses, sem excluir a contracção de empréstimos como último recurso. “Em geral, esperamos não ter de nos endividar. Mas se tivermos de nos endividar, temos de o fazer, porque as despesas com a Defesa são muito importantes”, disse, citada pela agência noticiosa estatal CNA. O orçamento da Defesa de Taiwan ronda actualmente os 600 mil milhões de dólares taiwaneses, depois de o parlamento, de maioria oposicionista, ter aprovado uma série de cortes e congelamentos orçamentais relativamente à proposta inicial do governo. Lai, considerado um “independentista” e um “desordeiro” pelo Governo chinês, reiterou na quinta-feira passada a sua intenção de aumentar as despesas militares de Taiwan para mais de 3 por cento do PIB este ano, no meio de tensões acrescidas entre Taipé e Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Anunciados exercícios navais com Tailândia As forças navais da China e da Tailândia vão realizar o exercício militar conjunto “Blue Strike-2025” no final de Março, em águas próximas da cidade costeira de Zhanjiang, na província de Cantão, no sul da China, informou ontem o Ministério da Defesa chinês. O treino vai centrar-se em tácticas anti-terroristas em áreas urbanas, bem como em operações conjuntas de ataque marítimo e anti-submarino, com o objectivo de “reforçar a cooperação prática e melhorar as capacidades operacionais conjuntas no mar”, disse o Ministério da Defesa chinês, numa declaração na sua conta oficial na Weibo. A Marinha do Exército de Libertação Popular e a Marinha Real Tailandesa vão participar nos exercícios, que fazem parte de uma série de exercícios bilaterais que as duas nações começaram a realizar em 2010. O “Blue Strike-2025” será a sexta edição destes exercícios de treino conjunto, que visam consolidar a confiança mútua, a interoperabilidade e a coordenação em cenários de segurança marítima num contexto marcado por crescentes tensões regionais. Na sua edição mais recente, “Blue Strike-2023”, as forças navais dos dois países efectuaram treinos de combate urbano, sobrevivência na selva e operações aéreas conjuntas. China e Tailândia também realizam exercícios aéreos conjuntos, como o “Falcon Strike”, cuja edição mais recente teve lugar em Agosto de 2024 numa base tailandesa, para reforçar a cooperação táctica entre as respectivas forças aéreas. O Mar do Sul da China, onde se realizará o exercício, é uma zona fundamental do Indo-Pacífico, por onde transitam cerca de 30 por cento do comércio marítimo mundial e onde se sobrepõem várias reivindicações territoriais.
Hoje Macau China / ÁsiaFórum | Prometidos “resultados benéficos” a investidores estrangeiros O Fórum que reuniu em Pequim altos funcionários do Governo e representantes de empresas como a Apple, Mercedes-Benz ou Samsung, serviu para a China anunciar maior abertura ao mercado estrangeiro com benefícios para todos O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, disse no domingo aos executivos de várias multinacionais presentes num fórum do país asiático que a China vai “continuar a abrir-se”, com “resultados vantajosos para todos”. À margem do Fórum de Desenvolvimento da China, He reuniu-se com os directores executivos de empresas como a Apple, Mercedes-Benz ou Samsung, sublinhando que Pequim vai tomar medidas para “melhorar ainda mais o ambiente empresarial”, informou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado. “A China vai acolher mais investimentos de empresas multinacionais, partilhando oportunidades de desenvolvimento”, afirmou o ministro, à margem do fórum, que Pequim apresenta como uma plataforma de diálogo entre altos dirigentes governamentais chineses, executivos de multinacionais e académicos. O fórum surge numa altura em que Pequim está a tentar recuperar o investimento estrangeiro, que atingiu fluxos negativos recorde em 2024, e promover o desenvolvimento do sector privado, com a confiança entre os investidores perto de mínimos históricos. He Lifeng descreveu a economia chinesa como “muito resistente” e “cheia de vitalidade”. Alguns dos executivos que participaram no evento, que terminou ontem, devem reunir-se esta semana com o Presidente chinês, Xi Jinping, segundo a agência de notícias Bloomberg. De acordo com o Governo chinês, o encontro é uma oportunidade para manter contacto directo com a liderança do país asiático, sendo habitualmente frequentado por académicos que simpatizam com Pequim. O tema deste ano, segundo a televisão estatal CGTN, é “libertar todo o potencial de desenvolvimento”, com simpósios sobre macropolítica, inovação científica e tecnológica, ambiente ou desafios demográficos. O fórum tem como pano de fundo o abrandamento da economia da China, num período em que enfrenta o impacto da guerra comercial lançada pelo líder norte-americano, Donald Trump. Ombro com ombro Na cerimónia de abertura, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, afirmou que Pequim está “preparada” para “choques inesperados do exterior”, referindo-se à guerra comercial desencadeada pelo magnata norte-americano, e prometeu que a China vai abrir mais sectores da sua economia ao investimento estrangeiro. O chefe do Executivo chinês instou as empresas internacionais a “resistir” ao “proteccionismo”. Li também reuniu no domingo com o senador norte-americano Steve Daines, do Partido Republicano, a quem disse que Pequim procura “o diálogo e a cooperação com os Estados Unidos”, e sublinhou que os laços económicos e comerciais são “fundamentais para as relações bilaterais”, segundo um despacho emitido pela agência noticiosa oficial Xinhua. Li apelou aos Estados Unidos para aderirem aos “princípios do respeito mútuo e da coexistência pacífica” e apelou a uma “comunicação franca” para “aprofundar a confiança”. Daines também se reuniu com o vice-primeiro-ministro He, a quem transmitiu o apelo de Trump para que a China “pare o fluxo de precursores de fentanil”, e disse esperar “mais diálogo de alto nível”. Estas foram as primeiras reuniões de um político norte-americano com altos funcionários chineses desde o regresso de Trump à Sala Oval. A visita surge numa altura em que as tensões entre as duas maiores economias do mundo aumentam devido à imposição mútua de taxas alfandegárias. Acções disparam As acções da CK Hutchison, do bilionário Li Ka-shing, subiram depois de um dos seus filhos ter sido convidado para um fórum com altos funcionários chineses, em Pequim, apesar da venda dos portos da empresa no Panamá. Richard Li foi convidado, na qualidade de fundador do Pacific Century Group, para o Fórum de Desenvolvimento da China do Conselho de Estado. Apesar de Richard Li supervisionar o próprio grupo empresarial e não ter qualquer papel na CK Hutchison, os investidores parecem ter interpretado a sua presença como um sinal positivo para a família Li. As acções da CK Hutchison subiram 5,2 por cento na segunda-feira de manhã, a maior subida em mais de duas semanas.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim e Tóquio juntos em primeiro diálogo de alto nível em seis anos O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Takeshi Iwaya, e o seu homólogo chinês, Wang Yi, acordaram no sábado numa uma cooperação mutuamente benéfica, durante o seu primeiro encontro económico de alto nível em seis anos. Em particular, os dois ministros discutiram questões como a descarbonização e a luta contra a baixa taxa de natalidade, que são problemas em ambos os países, e Iwaya fez um pedido à China para levantar a proibição das importações japonesas de marisco, imposta depois de a água tratada da central eléctrica de Fukushima ter começado a vazar para o mar. Os dois ministros lideraram o primeiro diálogo económico de alto nível entre o Japão e a China em seis anos, após uma pausa devida sobretudo à pandemia de covid-19, tendo os dois países posteriormente mantido conversações separadas sobre as relações bilaterais em geral. No início das conversações económicas, Iwaya disse, citado pela agência Efe, esperar que a reunião “personifique” a cooperação entre os dois países e comprometeu-se a envidar esforços para que os cidadãos japoneses e chineses possam “sentir os benefícios” do progresso nas relações bilaterais. Wang, por seu lado, pareceu criticar as recentes políticas do aliado próximo do Japão, os Estados Unidos, afirmando que “o unilateralismo e o proteccionismo estão na ordem do dia”. O encontro entre os dois países ocorre após a entrada em vigor, no início de Março, de tarifas de 20 por cento sobre a China, aos quais o gigante asiático respondeu com direitos aduaneiros de 10 por cento e 15 por cento sobre produtos agrícolas provenientes dos Estados Unidos. A China já respondeu a uma primeira ronda de tarifas de 10 por cento cobrando 10 por cento a 15 por cento sobre certos produtos americanos, além de introduzir novos controlos de exportação sobre minerais essenciais e abrir uma investigação contra o gigante tecnológico americano Google.
Hoje Macau China / ÁsiaHengqin | Realizada maratona adiada após ataque que matou 35 pessoas Mais de 19 mil pessoas participaram ontem na maratona de Hengqin, que tinha sido adiada após a cidade no sul da China ter sido palco de um ataque com um automóvel que matou 35 pessoas. As autoridades da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin referiram que atletas de 12 países e regiões participaram nas provas de maratona, meia maratona e numa corrida com seis quilómetros. Num comunicado, as autoridades locais sublinharam que mais de 900 corredores vieram de Macau e demonstraram esperança que o desporto possa também reforçar a cooperação com a vizinha região semiautónoma. A maratona estava originalmente marcada para 29 de Dezembro, mas, seis dias antes, a organização adiou a maratona para 23 de Março, sem apresentar qualquer razão. Os organizadores da maratona incluem as autoridades da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, o grupo Zhuhai Huafa e a Nam Kwong, um grupo controlado pelas autoridades da província de Guangdong mas com sede em Macau. No final de Novembro, os organizadores já tinham adiado a edição deste ano da maratona de Zhuhai, que estava inicialmente marcada para 8 de Dezembro. A competição tinha ficado marcada para 12 de Janeiro de 2025, mas acabou por ser cancelada. A 11 de Novembro, Fan Weiqiu, um homem de 62 anos, conduziu um automóvel deliberadamente contra uma multidão num centro desportivo em Zhuhai, causando a morte de 35 pessoas e ferimentos em outras 43. O atacante “estava revoltado” com a divisão dos activos financeiros definida no âmbito de um processo de divórcio, de acordo com uma investigação preliminar da polícia.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim simplifica registos de casamento para incentivar a natalidade A China anunciou no sábado medidas para simplificar o registo de casamentos e tentar reduzir a pressão financeira sobre os noivos, como mais uma medida para fomentar o aumento da taxa de natalidade. O casamento é quase um pré-requisito para ter um filho na China, uma vez que os nascimentos fora do casamento são mal vistos e não oferecem o mesmo nível de reconhecimento e protecção. No entanto, o número de casamentos diminuiu 20,5 por cento no ano passado e, em 2024, a China registará o terceiro ano consecutivo de decréscimo da população, o que constitui um desafio para o crescimento económico e o financiamento das pensões. As autoridades já lançaram várias medidas, tais como subsídios para quem casa e tem filhos, e foi prometida a construção de mais centros de acolhimento de crianças. A última iniciativa refere que os casais podem agora registar os casamentos em qualquer ponto do país, de acordo com informação divulgada no sábado pela emissora estatal CCTV, citando um documento governamental. Até agora, os casais tinham de se deslocar ao local onde a noiva ou o noivo estavam registados. Por exemplo, um casal que vivesse em Pequim por razões profissionais, mas cuja mulher fosse de Guangzhou e o marido de Xangai, tinha de se deslocar a uma destas duas cidades para cumprir as formalidades necessárias. Obstáculo financeiro Segundo o canal, o Ministério dos Assuntos Civis promete também “combater certos hábitos nocivos como os dotes excessivos e as cerimónias de casamento excessivamente caras”. Um dote é a soma de dinheiro que a família do noivo costuma dar à noiva e é frequentemente visto como um sinal de respeito para com os sogros e uma contribuição para o início da vida do jovem casal. Mas, nalguns casos, os montantes tornaram-se muito elevados, criando pressão financeira para a família do noivo e alimentando as desigualdades sociais. Muitos jovens chineses têm relutância em casar e ter filhos. Entre as principais razões para tal, contam-se a incapacidade financeira para comprar um apartamento, que é muitas vezes uma condição prévia para o casamento, e o elevado custo da educação, desde os cuidados infantis às aulas particulares, consideradas quase indispensáveis para o sucesso escolar de uma criança.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | PM promete abrir mais sectores ao investimento estrangeiro Li Qiang comprometeu-se a reforçar a abertura económica do país e a proteger os interesses “de todas as empresas”, independentemente da nacionalidade dos proprietários O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, prometeu ontem que a China irá abrir mais sectores da economia ao investimento estrangeiro e “proteger os direitos e interesses legítimos de todas as empresas”. A garantia foi dada num discurso proferido na abertura do Fórum Anual de Desenvolvimento da China, em Pequim, que contou com a presença de importantes líderes empresariais. Li enfatizou o compromisso do regime chinês com a “abertura económica” e pediu ainda que as empresas internacionais resistam ao proteccionismo. “Esperamos que os empresários possam tomar medidas mais activas para manter a globalização”, disse o número dois do Governo de Pequim. Li afirmou ainda que espera que os líderes empresariais possam “trabalhar em conjunto, cooperar e alcançar um maior desenvolvimento das (…) empresas para benefício mútuo”. “O Governo chinês esforçar-se-á por proteger os direitos e interesses legítimos de todas as empresas”, independentemente da nacionalidade dos proprietários, prometeu o primeiro-ministro. O fórum conta com a presença de executivos de empresas multinacionais como a Mercedes-Benz e a Samsung, incluindo o director executivo da tecnológica norte-americana Apple, Tim Cook. Prever o imprevisto Há meses que Pequim está a tentar restaurar a confiança dos consumidores e das empresas, que foi enfraquecida por uma crise persistente no sector imobiliário e por novas tensões comerciais com os Estados Unidos. Li Qiang afirmou que Pequim está preparada para “impactos externos inesperados”, referindo-se à guerra comercial desencadeada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. “Estamos preparados para choques inesperados, que, claro, vêm sobretudo do estrangeiro. O Governo chinês terá políticas em vigor para garantir o bom funcionamento da sua economia”, disse Li. O dirigente prometeu que a China continuará na “direcção certa da globalização” face à crescente fragmentação da economia mundial, à medida que se intensifica a guerra comercial com os EUA. “Como um grande país responsável, a China permanecerá firmemente do lado certo da história (…) [praticando] o verdadeiro multilateralismo”, disse Li, numa reunião com líderes de empresas multinacionais em Pequim. A China “seguirá a direcção correcta da globalização económica, praticará o verdadeiro multilateralismo e esforçar-se-á por ser uma força de estabilidade e certeza”, disse Li, acrescentando que “a fragmentação da economia global está a intensificar-se”, enquanto “a instabilidade e a incerteza estão a aumentar”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Inflação desacelera em Janeiro A inflação na região de Hong Kong voltou a desacelerar em Fevereiro, mês em que a China continental caiu em deflação pela primeira vez em mais de um ano, foi ontem anunciado. O índice de preços no consumidor (IPC) subiu 1,4 por cento em Fevereiro, em relação ao período homólogo, informou o Departamento de Censos e Estatística (CSD) de Hong Kong. Em Janeiro, a inflação fixou-se em 2 por cento. Num comunicado, o CSD justificou a desaceleração com o impacto da variação do Ano Novo Lunar, “em particular nos preços dos alimentos e nos custos dos pacotes turísticos”. O período do Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, é a principal festa tradicional das famílias chinesas e acontece em Janeiro ou Fevereiro, consoante o calendário lunar. Este ano, a chamada ‘semana dourada’, um período de feriados na China continental, celebrou-se entre 28 de Janeiro e 4 de Fevereiro, enquanto em 2024, esta época alta para o turismo em Hong Kong aconteceu totalmente em Fevereiro. “Para neutralizar o efeito do Ano Novo Chinês”, o CSD sublinhou que a inflação homóloga para os dois primeiros meses de 2025 fixou-se em 1,7 por cento, mais elevado do que em Dezembro (1,4 por cento). O CSD recordou ainda que entrou em vigor em Janeiro um aumento de 10 por cento na renda da maioria dos residentes em habitações públicas em Hong Kong. Um porta-voz do Governo local defendeu que a inflação foi modesta em Fevereiro e acrescentou que, no geral, “as pressões sobre os preços de vários componentes principais permaneceram amplamente contidas”. Num comunicado, o porta-voz previu que a inflação “deverá manter-se moderada a curto prazo”, mas admitiu que “as incertezas decorrentes das tensões geopolíticas e dos conflitos comerciais continuam a exigir atenção”.
Hoje Macau China / ÁsiaEstudo | Cientistas chineses modificam bactérias para combater tumores Cientistas chineses criaram um sistema para atacar tumores com precisão activado através de luz infravermelha Uma equipa de investigadores chineses desenvolveu um sistema de controlo inteligente em bactérias geneticamente modificadas para atacar tumores de forma precisa e segura, activado por luz infravermelha (NIR). Este avanço pode melhorar significativamente a eficácia das terapias bacterianas contra o cancro ao permitir a administração localizada e regulamentada de medicamentos contra o cancro, referiu na quarta-feira o jornal chinês The Paper. O estudo, publicado na revista Nature Cancer, foi conduzido por cientistas da East China Normal University, com a participação do professor Ye Haifeng e do investigador associado Guan Ningzi. Os especialistas conceberam um sistema optogenético chamado NETMAP (Near-Infrared Light-Mediated PadC-Based Photoswitch), que permite que a expressão genética seja modulada em bactérias oncolíticas através da irradiação de luz infravermelha. As bactérias utilizadas na investigação foram modificadas para conter um “interruptor biológico” baseado na proteína PadC, que responde à luz NIR e activa a produção de medicamentos anticancerígenos directamente no local do tumor. Este método oferece vantagens em relação às terapêuticas convencionais, permitindo um controlo preciso da dose e reduzindo os efeitos adversos. Segurança e eficácia De acordo com resultados obtidos em modelos pré-clínicos de ratinhos, a aplicação do sistema NETMAP em linfoma, cancro do cólon e cancro da mama demonstrou uma redução tumoral até 80 por cento. Em ensaios com xenoenxertos derivados de doentes (PDX), foi observada uma inibição significativa do crescimento tumoral e um aumento da apoptose das células cancerígenas. O professor Ye enfatizou que a luz infravermelha próxima tem uma elevada penetração nos tecidos biológicos, facilitando a activação de bactérias modificadas sem procedimentos invasivos. Além disso, os investigadores modificaram geneticamente as estirpes bacterianas oncolíticas para melhorar a sua segurança, eliminando os genes associados à toxicidade sem afectar a sua capacidade de colonizar tumores. A equipa de investigação está actualmente a colaborar com o Hospital Ruijin da Universidade de Medicina Jiao Tong de Xangai para avaliar a viabilidade clínica desta tecnologia. Segundo os especialistas, os próximos passos passarão pela expansão dos estudos a outros tipos de cancro, como o melanoma e o cancro da mama, com o objectivo de avançar para testes em humanos. Nos últimos meses, investigadores chineses desenvolveram também ferramentas de inteligência artificial para melhorar a detecção precoce do cancro do esófago e inauguraram dispositivos de produção de isótopos médicos para tratamentos de cancro de alta precisão.
Hoje Macau China / ÁsiaEspionagem | Investigador chinês condenado à morte Um funcionário de um instituto de investigação chinês foi condenado à pena de morte por ter vendido informações confidenciais a uma agência de informação estrangeira, informaram ontem as autoridades da China. Num artigo publicado na rede social chinesa WeChat, o Ministério da Segurança do Estado da China explicou que o acusado, de apelido Liu, trabalhava como assistente de engenharia num instituto de investigação estatal, do qual o organismo não forneceu mais pormenores. Liu terá feito cópias não autorizadas de documentos sensíveis e informações confidenciais durante o seu período no instituto. Após a sua demissão, motivada pela percepção de um tratamento desfavorável e pela falta de oportunidades de promoção, Liu regressou ao sector privado e começou a trabalhar para uma empresa de investimentos. O condenado terá alegadamente participado em práticas como a manipulação de contas em nome de familiares e amigos, bem como a utilização indevida de cartões de crédito para financiar transações especulativas. As perdas resultantes destes investimentos geraram uma situação de grande pressão económica, que o arguido alegadamente tentou aliviar vendendo as informações obtidas ilegalmente, lê-se no artigo. De acordo com a mesma fonte, Liu contactou uma agência de espionagem estrangeira, de um país não especificado, à qual terá oferecido parte dos documentos em troca de uma compensação financeira. Após a primeira transação, a agência cessou o contacto com Liu. No entanto, ele voltou a tentar vender informações classificadas, o que o levou a efectuar várias viagens a diferentes países ao longo de alguns meses. A coordenação entre as autoridades policiais chinesas levou à monitorização das comunicações do acusado, o que levou à sua detenção, após a qual admitiu os actos, de acordo com o ministério.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Alerta máximo antes de decisão sobre Presidente A polícia da Coreia do Sul vai activar o nível mais elevado de alerta e mobilizar todos os agentes no dia da decisão do Tribunal Constitucional sobre a destituição formal do Presidente Yoon Suk–yeol. As autoridades sul-coreanas anunciaram ontem o plano, num esforço para evitar protestos em massa e possíveis ataques a instalações importantes, incluindo o tribunal, no meio do actual clima de tensão política no país. O plano inclui a mobilização de 14 mil polícias de choque em Seul, representando 60 por cento das forças de controlo de distúrbios disponíveis no país, de acordo com a agência de notícias pública Yonhap. A data exacta da audiência ainda não foi divulgada, mas a expectativa é que aconteça antes do final de Março. O Tribunal Constitucional concluiu no final de Fevereiro a análise do processo de destituição de Yoon, devido à imposição da declaração de lei marcial a 3 de Dezembro. Unidades de segurança pessoal, detectives e forças especiais serão mobilizadas em redor do tribunal, e equipamento antidrone também será mobilizado para impedir voos ilegais sobre a área, que foi declarada zona de exclusão aérea já na semana passada. As autoridades alertaram que qualquer tentativa de invasão do tribunal resultará em detenções imediatas. Há receios sobre uma possível repetição dos incidentes de 19 de Janeiro, quando os apoiantes de Yoon invadiram o Tribunal Distrital Ocidental de Seul para protestar contra a decisão de prolongar a detenção do Presidente. Durante os confrontos, foram relatados ataques contra agentes da polícia e jornalistas, bem como danos em instalações. No sábado, milhares de sul-coreanos encheram as ruas do centro de Seul em grandes manifestações a favor e contra Yoon, sem que se tenham registado incidentes.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Eleicões legislativas a 7 de Dezembro O Governo de Hong Kong anunciou terça-feira que a região vai realizar eleições a 07 de Dezembro para o parlamento, que pela segunda vez só irá aceitar “candidatos patriotas”. O líder do Governo de Hong Kong, John Lee, garantiu que a votação vai “seleccionar uma nova geração de legisladores que sejam patriotas, capazes e responsáveis”. O Chefe do Executivo sublinhou ainda que pediu ao Gabinete de Assuntos Constitucionais e do Continente, responsável pelas relações com Pequim, para trabalhar com a comissão eleitoral. John Lee disse que os dois órgãos vão “trabalhar em estreita colaboração (…) para fazer um planeamento adequado e elaborar planos de contingência em áreas como a publicidade, o recrutamento e formação do pessoal eleitoral”. Os actuais membros do Conselho Legislativo (LegCo, na sigla em inglês), o parlamento de Hong Kong, com 90 lugares, terminam o mandato de quatro anos no final deste ano. Desde a concretização da última reforma eleitoral em 2021, o LegCo não conta com qualquer representação da oposição. Isto porque a actual regulamentação proíbe a participação de candidatos que não sejam considerados patriotas. Todos os candidatos devem passar por uma avaliação de lealdade e conseguir o apoio de pelo menos 10 dos 1.500 membros do Comité Eleitoral, órgão que também nomeia diretamente 40 legisladores. A estrutura do LegCo estabelece que apenas 20 lugares serão eleitos por sufrágio directo pelos cidadãos de Hong Kong, menos 15 do que antes da reforma eleitoral. Os outros 30 são preenchidos por representantes de grupos funcionais, principalmente ligados a indústrias, ofícios ou profissões específicas. O Comité Eleitoral de Hong Kong tem actualmente 90 lugares, que serão preenchidos numa nova votação marcada para 07 de Setembro. Quase 8.600 eleitores foram registados neste organismo, que inclui empresas, profissionais e delegados do órgão legislativo da China continental, de acordo com dados de 2024, publicados pelo portal de notícias Hong Kong Free Press.
Hoje Macau China / ÁsiaAdiada fábrica da BYD no México por receio de fuga de tecnologia para EUA A China está a adiar a aprovação de uma nova fábrica da BYD no México, por receio de que a tecnologia desenvolvida pela empresa possa acabar nas mãos dos EUA, informou ontem o Financial Times. Segundo fontes citadas pelo jornal britânico, que pediram para não ser identificadas, o Ministério do Comércio chinês considera que o México teria acesso ilimitado aos sistemas e tecnologias avançadas da BYD e que a proximidade do país em relação aos Estados Unidos poderia significar que os norte-americanos também poderiam aceder a essas tecnologias. A BYD anunciou em 2023 planos para construir uma fábrica no México, onde produziria cerca de 150 mil veículos por ano e criaria 10 mil postos de trabalho. O plano da empresa sediada em Shenzhen também incluía o fabrico de automóveis na Indonésia, no Brasil e na Hungria. No entanto, os fabricantes de automóveis chineses precisam de aprovação comercial para produzir veículos no estrangeiro, e Pequim está a dar preferência aos países que fazem parte da sua iniciativa de desenvolvimento de infraestruturas internacionais conhecida como “Faixa e Rota”. Por decidir De acordo com o jornal, o regresso de Donald Trump à Casa Branca fez com que o México perdesse algum do entusiasmo pelo projecto da BYD, tornando mais prioritária a manutenção das relações com o vizinho do norte face à ameaça de taxas sobre o comércio transfronteiriço. Depois de a equipa de Trump ter acusado o México de ser uma “porta das traseiras” para produtos chineses entrarem nos Estados Unidos sem pagarem os impostos aplicáveis, o Governo mexicano anunciou taxas contra os têxteis do país asiático e investigações ao aço e alumínio chineses por alegada concorrência desleal. “O novo Governo mexicano adoptou uma atitude hostil em relação às empresas chinesas, o que torna a situação ainda mais difícil para a BYD”, explicou uma das fontes citadas pelo Financial Times. Para Gregor Sebastian, analista da Rhodium, “o Governo mexicano gostaria obviamente de obter algum investimento chinês, mas a sua relação comercial com os Estados Unidos é muito mais importante”. Numa entrevista recente ao FT, a vice-presidente executiva da BYD, Stella Li, disse que a empresa “ainda não decidiu” o que vai acontecer com o plano de abrir uma fábrica no México: “Todos os dias há notícias diferentes. Temos de estar sempre a ver como melhorar e satisfazer, para conseguirmos o melhor resultado para todos”. No entanto, em Fevereiro, Li tinha avançado que a BYD iria escolher a localização da fábrica antes do final do ano. Em 2024, a fabricante de carros eléctricos vendeu mais de 40 mil veículos no México, e revelou que o objectivo para este ano é duplicar o volume de vendas e abrir 30 novos concessionários no país.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim saúda empenho para um cessar-fogo na Ucrânia após chamada entre Trump e Putin A China saudou ontem “todos os esforços” para alcançar um cessar-fogo na Ucrânia, um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter contactado o seu homólogo russo, Vladimir Putin. “Desde o início da crise, a China tem defendido a resolução do conflito através do diálogo e das negociações. Apoiamos todos os esforços para alcançar um cessar-fogo, pois acreditamos que este é um passo necessário para a paz”, disse ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, quando questionada sobre a conversa entre os líderes dos EUA e da Rússia. Quanto aos relatos sobre o alegado envolvimento de empresas chinesas em actividades extractivas em território ucraniano ocupado pela Rússia, Mao Ning disse “não ter conhecimento dos pormenores específicos mencionados”. “No entanto, a posição da China sobre a crise na Ucrânia tem sido sempre consistente e clara. Os quatro pontos propostos pelo Presidente [chinês] Xi Jinping continuam a ser a nossa linha de orientação fundamental para abordar a questão”, acrescentou. A Casa Branca e o Kremlin informaram na terça-feira sobre o telefonema entre Trump e Putin, no qual o líder russo concordou em suspender temporariamente os ataques às infra-estruturas energéticas ucranianas enquanto Washington e Moscovo exploram negociações técnicas para um cessar-fogo marítimo no Mar Negro e, eventualmente, uma paz permanente. O Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, afirmou que “Putin rejeitou na prática a proposta de um cessar-fogo global” e denunciou os contínuos ataques da Rússia à Ucrânia. Jogo de equilíbrios Desde o início da invasão, a China tem defendido o respeito pela “soberania e integridade territorial de todos os países”, em referência à Ucrânia, ao mesmo tempo que apela a que sejam tidas em conta as “preocupações legítimas de todas as partes”, em referência à Rússia. Pequim opôs-se às sanções unilaterais contra Moscovo e apelou a um processo de paz que respeite o equilíbrio entre a segurança europeia e a estabilidade global. Neste contexto, a China tem mantido uma relação estreita com a Rússia, com um aumento do comércio bilateral e uma postura diplomática que tem sido criticada pelo Ocidente, que acusa Pequim de fornecer peças-chave para a indústria militar russa, algo que o Governo chinês nega. No domingo, terá lugar em Jeddah, na Arábia Saudita, uma nova ronda de conversações liderada pelos EUA, com a presença de delegações russas e norte-americanas, enquanto a Ucrânia deverá decidir a sua participação nos próximos dias.