Hoje Macau China / ÁsiaEx-presidente filipino detido embarcou num avião para Haia, confirma advogado O ex-presidente filipino, Rodrigo Duterte, detido ao abrigo de um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegados crimes contra a humanidade, embarcou esta terça-feira num avião com destino a Haia, disse o seu advogado. Duterte embarcou no Aeroporto Internacional de Manila com três outras pessoas cerca das 21:00 locais, disse Martin Delgra aos jornalistas, segundo a agência francesa AFP. “Não nos podemos aproximar do avião. O avião ainda está na pista com a porta aberta”, acrescentou na altura. Desconhece-se se o avião já descolou de Manila com destino a Haia, sede do TPI, nos Países Baixos. O Supremo Tribunal das Filipinas tinha anunciado horas antes que iria examinar uma petição apresentada pelo advogado de Duterte para suspender a detenção do ex-presidente. Duterte, 79 anos, foi detido hoje pela polícia filipina ao chegar a Manila proveniente de Hong Kong ao abrigo de um mandato do TPI, que o acusou de crimes contra a humanidade. Os alegados crimes terão sido cometidos durante a guerra antidroga da administração de Duterte (2016-2022), que vitimaram cerca de 6.000 pessoas, segundo a polícia. Várias organizações não-governamentais afirmam que o número de vítimas será de 30.000 mortos em operações antidroga e execuções extrajudiciais. O Gabinete dos Direitos Humanos da ONU concluiu, num relatório publicado em 2020, que havia provas de violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos, como execuções extrajudiciais e detenções arbitrárias. Na sequência da detenção de Duterte, famílias das vítimas de execuções extrajudiciais durante a guerra antidroga participaram numa missa de ação de graças em Quezon City, na região metropolitana de Manila. “Esta é uma missa de ação de graças por uma enorme surpresa, uma surpresa histórica, Duterte foi preso e o seu mandado de prisão foi cumprido”, disse o padre Bong Sarabia aos jornalistas, citado pela agência filipina PNA. “É possível que o caso no Tribunal Penal Internacional prossiga agora. Este é o ano do jubileu, da liberdade e da justiça, especialmente para as famílias que sobreviveram”, acrescentou. Alguns dos familiares disseram que a detenção de Duterte não substitui a dor pelos que foram mortos. “Pelo menos, [Duterte] só foi preso. Os nossos entes queridos foram mortos no local”, disse Amy Jane Lee, cujo marido, Michael, foi morto num tiroteio relacionado com droga em 2017.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China espera “solução justa e duradoura” para a guerra A China disse ontem esperar que seja encontrada uma “solução justa e duradoura” para a guerra entre Ucrânia e Rússia, antes das negociações entre as autoridades norte-americanas e ucranianas na Arábia Saudita. “Esperamos que as partes cheguem a uma solução justa e duradoura que seja aceitável para todos”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, numa conferência de imprensa, em Pequim. “A China apoia todos os esforços que contribuam para uma resolução pacífica da crise”, continuou a porta-voz, quando questionada sobre as conversações. “A China está também pronta a continuar a trabalhar com a comunidade internacional para desempenhar um papel construtivo na resolução política da crise”, acrescentou. Pequim apresenta-se como uma parte neutra na guerra, afirmando não estar a enviar ajuda letal a nenhum dos lados, ao contrário dos Estados Unidos e de outros países ocidentais. Mas a China é um aliado político e económico da Rússia e os membros da NATO descreveram o país asiático como um “facilitador decisivo” da guerra, que nunca condenou. As conversações na Arábia Saudita serão as mais importantes desde a recepção do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, no mês passado.
Hoje Macau China / ÁsiaEx-líder filipino Rodrigo Duterte detido por ordem do TPI O ex-presidente filipino Rodrigo Duterte foi ontem detido no aeroporto internacional de Manila por ordem do Tribunal Penal Internacional, que o acusa de crimes contra a humanidade durante a sangrenta campanha contra a droga, anunciou fonte oficial. “Esta manhã, a Interpol de Manila recebeu a cópia oficial de um mandado de captura emitido pelo TPI [Tribunal Penal Internacional]”, declarou a Presidência das Filipinas em comunicado. “Encontra-se actualmente sob custódia”, referiu. Rodrigo Duterte (2016-2022) foi detido depois de chegar de Hong Kong e a polícia levou-o sob custódia por ordem do TPI, que tem estado a investigar os assassínios em massa que ocorreram durante a campanha repressiva do antigo dirigente contra a droga, referiu o gabinete do Presidente Ferdinand Marcos, em comunicado. O TPI lançou uma investigação sobre os assassínios relacionados com a campanha antidroga sob o comando de Duterte, entre 1 de Novembro de 2011, quando ainda era presidente da Câmara da cidade de Davao, no sul do país, e 16 de Março de 2019, como possíveis crimes contra a humanidade. Duterte retirou as Filipinas em 2019 do Estatuto de Roma, numa medida que os activistas dos direitos humanos dizem que teve como objectivo escapar à responsabilização pelos assassínios. O Governo de Duterte fez movimentações para suspender a investigação deste tribunal no final de 2021, ao argumentar que as autoridades filipinas já estavam a investigar as mesmas alegações e dizendo que o TPI – um tribunal de último recurso – não tinha jurisdição. Juízes do TPI decidiram em Julho de 2023 que a investigação poderia ser retomada e rejeitaram as objecções do Governo Duterte. Intermediário crucial Com sede em Haia, nos Países Baixos, o TPI pode intervir quando os países não querem ou não podem processar os suspeitos dos crimes internacionais mais graves, incluindo genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O Presidente Ferdinand Marcos Jr., que sucedeu a Duterte em 2022 e se envolveu numa amarga disputa política com o antigo Presidente, decidiu não voltar a aderir a este tribunal universal. No entanto, a Administração de Marcos disse que cooperaria se o TPI pedisse à polícia internacional para levar Duterte sob custódia através do chamado “alerta vermelho”, um pedido para que as agências de aplicação da lei em todo o mundo localizem e detenham temporariamente um suspeito de crime.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim apela ao Reino Unido para que deixe de agitar tensões A China disse ontem ao Reino Unido que “pare de atiçar as chamas”, em resposta aos comentários feitos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, que criticou as actividades “perigosas” de Pequim no Mar do Sul da China. O chefe da diplomacia britânica estava de visita às Filipinas, onde apareceu ao lado de um navio da guarda costeira filipina. “Como país de fora da região, o Reino Unido deve respeitar a soberania territorial e os direitos marítimos da China no Mar do Sul da China e abster-se de provocar tensões ou semear a discórdia”, declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa. Pequim e Manila têm reivindicações concorrentes na zona. “Um terço do comércio marítimo mundial passa pelo Mar do Sul da China. O crescimento no Reino Unido e em todo o mundo depende da segurança destas rotas comerciais. É por isso que estamos preocupados com as actividades perigosas e desestabilizadoras da China nesta região”, afirmou o ministro britânico, numa mensagem publicada na rede social X, na segunda-feira. Durante a sua visita às Filipinas, Lammy assinou também um acordo de cooperação com o objectivo de reforçar a colaboração em matéria de defesa e segurança marítima entre os dois países. As Filipinas têm acordos semelhantes com os Estados Unidos, a Austrália e o Japão.
Hoje Macau China / ÁsiaWSJ | EUA e China discutem cimeira Trump-Xi para Junho O diário norte-americano Wall Street Journal (WSJ) noticiou que Washington e Pequim iniciaram ontem discussões sobre uma cimeira entre os líderes dos dois países, em Junho, nos Estados Unidos. A imprensa chinesa tinha já sugerido a possibilidade de um encontro em Abril. As discussões, que as fontes do WSJ disseram estar na fase inicial, estão a decorrer numa altura em que a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias adicionais e outras medidas comerciais contra a China. Também o jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que Trump poderá deslocar-se à China em Abril para se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping. Tanto a Casa Branca como a Embaixada da China nos EUA não quiseram comentar, indicou o WSJ. Desde a vitória do republicano nas presidenciais norte-americanas, em Novembro, que Trump e Xi manifestaram interesse na realização de uma cimeira. Sobre a possibilidade de Trump visitar a China em Abril, a porta-voz da diplomacia chinesa disse para já não ter informações. Desde a posse de Trump, em Janeiro, a administração norte-americana ameaçou, e depois suspendeu, taxas alfandegárias sobre o México e o Canadá, ao mesmo tempo que se comprometeu a punir também a Europa e outros parceiros comerciais. Até agora, a China é o único país que enfrentou efectivamente aumentos generalizados das taxas decididos por Trump. A Casa Branca impôs taxas adicionais de 20 por cento sobre todos os bens oriundos da China, citando o papel do país asiático na crise do fentanil nos EUA. Pequim retaliou rapidamente com taxas próprias, adaptando a resposta para evitar uma escalada das tensões.
Hoje Macau China / ÁsiaEntrada de Musk na política prejudica vendas da Tesla As vendas na China do fabricante norte-americano de carros eléctricos Tesla caíram para metade em Fevereiro, com a entrada do presidente executivo, Elon Musk, na política a ser “parcialmente responsável”, segundo uma associação do sector. “Um empresário de sucesso tem de abraçar a 100 por cento o mercado, tratar bem toda a gente e todos serão bons para si em troca. Mas, se abordarmos a questão numa perspectiva eleitoral, metade dos eleitores vão gostar de nós e a outra metade não”, afirmou ontem o secretário-geral da Associação de Automóveis de Passageiros da China, Cui Dongshu, citado pela agência de notícias Bloomberg. “É um risco inevitável depois de ele ter procurado a sua glória pessoal”, acrescentou Cui, que indicou que parte da população vê agora a Tesla como uma questão política, dada a proximidade de Musk com o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a notoriedade pública da sua iniciativa para reduzir a despesa pública. A Bloomberg recordou que a China não é o único mercado em que a Tesla está a sofrer: na Alemanha, onde Musk se posicionou abertamente a favor do partido de extrema-direita AfD, antes das eleições, as vendas da Tesla caíram 71 por cento, nos dois primeiros meses do ano, enquanto em França caíram 44 por cento. Competição apertada Na Ásia, um dos maiores mercados da Tesla, as vendas caíram 49 por cento, em Fevereiro, em termos homólogos, o que Cui também atribuiu à tradicional época baixa que se segue ao Ano Novo Lunar – a principal época festiva do país – e aos compradores que aguardam o Modelo Y renovado. Além da postura política de Musk, outro factor que está a pesar nas vendas da Tesla é a rápida ascensão de concorrentes locais, como a BYD, que já ultrapassou a marca norte-americana como o maior fabricante de automóveis eléctricos do mundo e aumentou as vendas em 161 por cento, em termos homólogos, no mês passado. A queda da Tesla ocorreu num contexto em que as vendas no mercado automóvel chinês aumentaram 26 por cento após a renovação dos subsídios do “plano de renovação”, promovido por Pequim, com as de carros eléctricos e híbridos a subirem 80 por cento. As vendas da empresa norte-americana estão em queda homóloga há cinco meses e em Fevereiro atingiram o valor mais baixo desde meados de 2022, quando a actividade económica em várias zonas do país estava praticamente parada face à política de ‘zero casos’ de covid-19. Musk, o homem mais rico do mundo, goza de uma boa relação com as autoridades da China, país que visitou várias vezes e onde tem um dos seus principais mercados. Em 2019, a Tesla abriu em Xangai a sua primeira “gigafábrica” fora dos Estados Unidos, na qual produz agora cerca de metade dos veículos que vende a nível mundial. No mês passado, também iniciou a produção na sua nova fábrica de baterias de armazenamento na mesma cidade.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Encerrada sessão de órgão legislativo com meta de crescimento fixada nos 5% A reunião, que acolheu em Pequim durante uma semana 3000 delegados de todo o país, debateu a necessidade de promover o consumo interno, de diminuir a dívida dos governos locais e de fazer frente à guerra comercial imposta pela nova administração norte-americana O órgão legislativo máximo da China encerrou ontem a sessão plenária, considerado o maior evento político anual do país. Um tema recorrente durante a reunião de uma semana da Assembleia Popular Nacional (APN), composta por cerca de 3.000 delegados, entre os quais líderes políticos, empresariais, tecnológicos, mediáticos e artísticos do país, foi a necessidade de impulsionar o investimento e o consumo interno, numa altura em que a economia entrou em deflação. A China está a enfrentar uma profunda crise no sector imobiliário, o intensificar da guerra comercial com os Estados Unidos ou o excesso de endividamento dos governos locais. O órgão legislativo estipulou a meta de crescimento económico para este ano em “cerca de 5 por cento”. Estes desafios incluem a contracção de mais empréstimos para uma série de iniciativas, tais como a concessão de 300 mil milhões de yuan em descontos para os consumidores trocarem os seus carros e electrodomésticos antigos por novos. Mas grande parte dos empréstimos será destinada a apoiar o imobiliário e as administrações locais, que estão sobrecarregadas de dívidas. “Não é claro qual será o impacto deste orçamento na procura interna subjacente e nos esforços para contrariar a deflação, apesar do aumento considerável do défice”, escreveu Jeremy Zook, analista da Fitch Ratings para a China, num relatório. O ambicioso objectivo sugere que Pequim poderá adoptar mais estímulos. No ano passado, o Governo surpreendeu os mercados com várias medidas, iniciadas em Setembro, para alcançar a meta de crescimento de 5 por cento. O ministro das Finanças, Lan Fo’an, disse que o Governo dispõe de instrumentos suficientes para fazer face às incertezas externas ou internas. O Presidente chinês, Xi Jinping, parece empenhado em revigorar o sector privado, que representa grande parte do crescimento e da criação de emprego numa economia que continua a ser dominada pelo Estado. Anos de uma campanha regulatória abalaram, porém, a confiança dos empresários e investidores. A APN analisou comentários sobre uma lei destinada a melhorar o ambiente para as empresas privadas, regulando aspectos do acesso ao mercado, financiamento, concorrência ou protecção dos direitos de propriedade. Xi pretende enviar uma “mensagem aos empresários, mas também aos governos locais e às entidades reguladoras, de que o sector privado é importante e necessário”, afirmou Neil Thomas, investigador de política chinesa no grupo de reflexão Asia Society Policy Institute, citado pela Associated Press. As empresas terão acesso a uma maior percentagem de empréstimos do que anteriormente e o financiamento obtido através da emissão de obrigações será alargado, afirmou o primeiro-ministro chinês, Li Qiang. Economias acorrentadas Muito depende de até que ponto o líder norte-americano, Donald Trump, prossegue a guerra comercial contra a China e outros países. O país asiático diversificou os mercados de exportação nos últimos anos, mas os EUA continuam a ser um parceiro comercial vital. O maior medo não são as taxas alfandegárias, mas a saúde da economia dos EUA e a procura por produtos chineses, escreveu Alicia Garcia Herrero, economista-chefe para a Ásia-Pacífico do banco de investimento Natixis. Trump aumentou as taxas sobre as importações oriundas da China por duas vezes desde que assumiu o cargo em Janeiro. “Se o lado norte-americano continuar a seguir este caminho, lutaremos até ao fim”, advertiu o ministro do Comércio, Wang Wentao, durante a sessão plenária. Questionado sobre a política “América Primeiro” de Trump, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse que a lei da selva reinaria se todos os países adoptassem a mesma abordagem. “Um grande país deve honrar as suas obrigações internacionais e cumprir as suas responsabilidades”, disse, à margem da sessão da APN. “Não deve colocar os interesses egoístas à frente dos princípios e muito menos exercer o seu poder para intimidar os fracos”, apontou.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | MP prossegue processo penal contra Presidente O procurador-geral da Coreia do Sul disse ontem que vai prosseguir com a acusação no processo de insurreição contra o Presidente destituído, apesar de Yoon Suk-yeol ter sido libertado por ordem judicial. A declaração de Shim Woo-jung surge na sequência de rumores de que a acusação seria retirada e o caso encerrado, depois de o Ministério Público ter decidido não recorrer da decisão do tribunal de libertar o líder. “Segui os princípios do devido processo legal depois de ter recolhido várias opiniões da equipa de investigação e de outros”, disse Shim aos jornalistas, justificando a decisão de não recorrer. Shim considerou que a decisão não justifica a demissão – como pedem forças da oposição – e afirmou que vai responder “em conformidade” se o parlamento sul-coreano tomar medidas para o destituir. Yoon Suk-yeol foi detido em meados de Janeiro sob a acusação de insurreição, por ter declarado lei marcial em Dezembro. Na sequência do decreto, que durou apenas algumas horas, foi destituído pela Assembleia Nacional, mas permanece em funções enquanto o Tribunal Constitucional avalia a legalidade da deposição. Após quase dois meses detido, Yoon acabou por ser libertado no sábado, depois de um tribunal de Seul ter decidido que a detenção excedeu o período legal e que a acusação foi apresentada fora do prazo de detenção. O Procurador-Geral declarou ontem que respeita a decisão do tribunal, tendo em conta a autoridade que tem para decidir sobre estas questões, mas salientou que discorda do cálculo utilizado na decisão e que ordenou à equipa de acusação que refutasse este ponto durante o processo penal em curso. A rebelião é a única acusação contra a qual um Presidente sul-coreano não goza de imunidade.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Esperança média de vida aumenta para 79 anos em 2024 A esperança média de vida na China atingiu os 79 anos, depois de ter aumentado 0,4 anos em 2024, segundo dados da Comissão Nacional de Saúde divulgados ontem. O “estilo de vida saudável do povo chinês e a implementação de uma série de estratégias” por parte das autoridades tiveram um “efeito directo na melhoria da saúde” da população do país asiático, explicou ontem o director da Comissão Nacional de Saúde, Lei Haichao, numa conferência de imprensa, à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão legislativo máximo do país. Lei detalhou que a esperança média de vida em 2024 foi um ano e sete meses superior à de 2019, o que representa um “ritmo de melhoria bastante positivo” em cinco anos. O responsável destacou ainda a “diminuição do fosso” na esperança de vida entre as diferentes regiões do país, o que disse ser sintomático de “uma melhoria na igualdade [nos acessos] à saúde”. Lei afirmou que a esperança de vida ultrapassa actualmente os 80 anos em cidades como Pequim e Xangai e em províncias costeiras como Jiangsu, Shandong, Zhejiang, Guangzhou e Hainan. Nas últimas décadas, a China registou ganhos em muitos indicadores de saúde, como a esperança de vida e a mortalidade infantil, embora os dados tendam a ser diferentes entre as prósperas cidades costeiras e as zonas do interior e do leste do país, menos desenvolvidas. A China registou declínios populacionais em 2022, 2023 e 2024, as primeiras contracções desde 1961. Estima-se que, em 2035, cerca de 400 milhões de pessoas com mais de 60 anos vivam no país asiático, o que representará mais de 30 por cento da população da China, com o consequente impacto negativo na força de trabalho e na economia do país.
Hoje Macau China / ÁsiaFoxconn | Lançado modelo de IA em língua chinesa com tecnologia da Nvidia A empresa taiwanesa Hon Hai, conhecida internacionalmente como Foxconn, anunciou ontem o lançamento do seu primeiro grande modelo de linguagem (LLM) em chinês tradicional, desenvolvido em apenas quatro semanas graças aos ‘chips’ da norte-americana Nvidia. O modelo, com o nome de código FoxBrain e originalmente concebido para as aplicações internas do grupo Hon Hai, será de código aberto e “partilhado publicamente no futuro”, afirmou a empresa, em comunicado. O FoxBrain não só tem “poderosas capacidades de compreensão e raciocínio”, como também está “optimizado para o estilo de linguagem dos utilizadores taiwaneses, mostrando um excelente desempenho em testes de raciocínio matemático e lógico”, lê-se na mesma nota. “O nosso modelo FoxBrain adoptou uma estratégia de formação muito eficiente, centrando-se na optimização do processo de formação e não na acumulação cega de poder computacional”, afirmou Li Yung-hui, director do Centro de Investigação de Inteligência Artificial (IA) do Instituto Hon Hai, a entidade responsável por este desenvolvimento. “Através de métodos de formação cuidadosamente concebidos e da optimização de recursos, construímos com êxito um modelo de IA local com poderosas capacidades de raciocínio”, afirmou. “Embora ainda exista uma ligeira diferença em relação ao modelo de destilação do DeepSeek, o desempenho [do FoxBrain] já se aproxima dos padrões líderes mundiais. Em comparação com os modelos de inferência recentemente lançados no mercado, este método mais eficiente e económico constitui um novo marco para o desenvolvimento da IA em Taiwan”, afirmou a empresa tecnológica.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | China promete “todos os esforços” para alcançar reunificação pacífica A China afirmou ontem que vai fazer “todos os esforços” para alcançar uma “reunificação pacífica” com Taiwan, sublinhando que tomará as “medidas necessárias” para “salvaguardar (a) integridade territorial”. “A China está disposta a envidar todos os esforços, com a máxima sinceridade, para alcançar uma reunificação pacífica. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar a nossa soberania nacional e integridade territorial e opormo-nos à independência de Taiwan”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa. Na semana passada, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse, na abertura da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, que termina esta terça-feira, que a China vai “avançar firmemente a causa da reunificação” e opor-se a quaisquer “actividades separatistas”. Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reiterou que “apoiar a independência de Taiwan significa interferir nos assuntos internos da China”.
Hoje Macau China / ÁsiaArmamento | Queda de importações sinaliza auto-suficiência militar A tendência de crescimento da indústria chinesa de armamento acentuou-se significativamente nos últimos anos e assim deverá continuar, segundo um grupo de reflexão sueco As importações chinesas de armamento caíram 64 por cento nos últimos cinco anos, à medida que o país desenvolveu a sua própria tecnologia, indicou ontem um grupo de reflexão sueco. Num relatório, o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI) afirmou que houve uma queda de 64 por cento nas entregas à China entre 2020-24, em comparação com os cinco anos anteriores. A mudança foi impulsionada pelo crescimento da indústria de armas doméstica da China, com sistemas projectados e produzidos localmente substituindo equipamentos que antes eram comprados sobretudo à Rússia – uma tendência que provavelmente continuará, indicou o relatório. Siemon Wezeman, investigador do programa de transferência de armas do SIPRI, afirmou que foram necessários 30 anos para que a China substituísse progressivamente as armas de alta tecnologia importadas por tecnologias desenvolvidas localmente. “Nos últimos cinco anos, as principais coisas que a China ainda importava da Rússia eram basicamente duas: helicópteros e motores – que são extremamente difíceis de produzir se não se tiver experiência no assunto – e foi aí que a China se destacou”, disse. “A China fabrica actualmente os seus próprios motores para aviões de combate, aviões de transporte e navios. O mesmo se passa com os helicópteros, em que a China desenvolveu os seus próprios helicópteros, totalmente chineses, e está a eliminar gradualmente as importações de helicópteros da Rússia e também de modelos europeus”, frisou Wezeman, no relatório. A diminuição das importações chinesas contribuiu para uma redução global de 21 por cento no conjunto das remessas de armas para os países da Ásia e da Oceânia. A quota-parte da região nas importações mundiais de armas também diminuiu de 41 por cento em 2015-19 para 33 por cento. A Ásia Oriental, em particular, viu as importações de armas diminuírem 22 por cento, não só devido à queda da procura por parte da China continental, mas também graças a reduções nas compras de Taiwan e da Coreia do Sul de 27 por cento e 24 por cento, respectivamente. O Japão foi o único país da região a aumentar a quantidade de armamento importado, registando um aumento de 93 por cento, de acordo com o relatório do SIPRI. A China também saiu do top 10 dos importadores de armas pela primeira vez desde 1990-94, enquanto quatro países da região da Ásia e da Oceânia – Índia, Paquistão, Japão e Austrália – entraram na lista dos maiores receptores de armas do mundo. A tendência reflecte as crescentes preocupações entre alguns dos países vizinhos face à ascensão da China. Cliente favorito No leste da Ásia e no sul do Pacífico, Pequim tem adoptado uma postura mais assertiva alargando a sua influência às pequenas nações insulares da região. No que diz respeito às exportações de armas, o SIPRI afirmou que 44 Estados receberam armas chinesas no período entre 2020 e 2024, a maioria dos quais na Ásia e na Oceânia, que representaram uma quota de 77 por cento, seguidos de África, que recebeu 14 por cento. No entanto, 63 por cento das armas exportadas pela China tiveram como destino um único cliente, o Paquistão. Os fornecedores de armas chineses tornaram-se ainda mais dominantes nas aquisições e compras de Islamabade, representando 81 por cento das armas recebidas entre 2020 e 2024, em comparação com 74 por cento nos cinco anos anteriores. Embora a China tenha sido o quarto maior exportador de armas, registou-se uma diminuição de 5,4 por cento nas suas remessas de armas em comparação com 2015-19, bem como uma queda na sua quota de vendas globais de armas, de 6,2 por cento para 5,9 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaCanadá | Pequim impõe tarifas sobre produtos agrícolas Pequim anunciou no sábado a imposição de direitos aduaneiros adicionais sobre vários produtos agrícolas canadianos, incluindo 100 por cento sobre o óleo de colza, em retaliação à imposição por Otava em 2024 de impostos sobre os veículos eléctricos produzidos na China. Na prática, a medida visa sobretudo a “canola”, uma planta desenvolvida no Canadá, aparentada com a colza e utilizada, nomeadamente, para produzir óleo alimentar e rações para animais. O país norte-americano é um dos principais produtores mundiais e a China é um dos seus principais clientes. No ano passado, o Canadá anunciou a imposição de direitos aduaneiros adicionais sobre determinados produtos fabricados na China: 100 por cento sobre os veículos eléctricos e 25 por cento sobre os produtos de aço e alumínio. Pequim prometeu reagir, mas, na altura, manifestou a sua firme oposição a estas medidas, considerando-as proteccionistas. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês declarou no sábado que um inquérito antidiscriminação lançado a 26 de Setembro concluiu que os impostos canadianos “prejudicavam” as empresas chinesas e “afectavam a ordem normal do comércio”, o que levou a China a retaliar. “Serão aplicados direitos aduaneiros adicionais de 100 por cento ao óleo de colza, ao bagaço de oleaginosas e às ervilhas”, afirmou a Comissão da Pauta Aduaneira do Governo chinês numa declaração separada. Será igualmente imposta uma sobretaxa de 25 por cento aos produtos aquáticos e à carne de porco. Estes direitos aduaneiros entrarão em vigor a 20 de Março. Relações instáveis “As medidas canadianas constituem uma violação grave das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), são claramente proteccionistas e discriminam a China”, declarou a comissão. “A China insta o Canadá a corrigir imediatamente as suas más práticas, a levantar as suas medidas restritivas e a eliminar os seus efeitos negativos”, sublinhou o Ministério do Comércio no comunicado de imprensa. As sobretaxas canadianas aplicam-se a automóveis produzidos na China, camiões, autocarros, carrinhas de distribuição eléctricas e certos modelos híbridos. As relações entre Otava e Pequim estão em conflito há vários anos, nomeadamente desde a crise da Huawei e a detenção, em 2018, de Meng Wanzhou, directora financeira do grupo chinês, seguida da prisão na China de dois canadianos.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Legislatura nacional realiza 2.ª reunião plenária A terceira sessão da 14.ª Assembleia Popular Nacional (APN), a legislatura nacional da China, realizou a sua segunda reunião plenária no sábado para deliberar sobre relatórios de trabalho do Comité Permanente da 14.ª APN, do Supremo Tribunal Popular (STP) e da Suprema Procuradoria Popular (SPP). O Presidente chinês, Xi Jinping, e outros líderes, incluindo Li Qiang, Wang Huning, Cai Qi, Ding Xuexiang, Li Xi e Han Zheng, participaram na reunião, indica o diário do Povo. Zhao Leji, presidente do Comité Permanente da APN, apresentou o relatório de trabalho da legislatura nacional na reunião. Revisando o trabalho da mais alta legislatura em 2024, Zhao destacou o seu empenho em fortalecer a implementação da Constituição e aumentar a supervisão de conformidade para manter a autoridade e a inviolabilidade da Constituição. Sobre a utilização das suas funções legislativas para aprimorar o sistema jurídico socialista chinês, a legislatura nacional deliberou sobre 39 itens legislativos ao longo do ano passado, dos quais 24 foram adoptados, incluindo seis leis novas e 14 leis revisadas, afirmou Zhao. A legislatura nacional exerceu legalmente o seu dever de supervisão, disse Zhao, acrescentando que ouviu e deliberou sobre 21 relatórios do Conselho de Estado, da Comissão Nacional de Supervisão, do STP e da SPP. Zhao mencionou que a legislatura nacional também intensificou esforços para apoiar os legisladores no cumprimento de suas funções de acordo com a lei, incluindo ajudar os legisladores a manterem laços estreitos com o povo. Ao apresentar o relatório de trabalho do supremo tribunal, o presidente do STP, Zhang Jun, disse que os tribunais chineses em todos os níveis aceitaram mais de 46 milhões de casos e concluíram mais de 45 milhões de casos em 2024, aproximadamente no mesmo nível do ano anterior. Zhang disse que os tribunais em 2025 farão novas e maiores contribuições para promover a governança baseada na lei em todas as frentes e construir um país socialista sob o Estado de direito em um nível mais elevado.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim ameaça apertar “o laço” As forças armadas chinesas avisaram ontem que irão apertar “o laço” à volta de Taiwan se o separatismo se tornar mais forte, exortando os apoiantes da independência de Taiwan a evitarem o “precipício”, noticiou a imprensa estatal. Quanto mais invasivos se tornarem os separatistas da “independência de Taiwan”, mais apertado será o laço à volta dos seus pescoços e mais afiada será a espada sobre as suas cabeças”, disse o porta-voz do Exército Popular chinês, Wu Qian, aos delegados presentes no evento político anual ‘Duas Sessões’, citado pela agência noticiosa chinesa, Xinhua. O exército chinês “é uma força de acção para lutar contra o separatismo e promover a reunificação”, descreveu Wu Qian. “Vocês montaram o vosso cavalo até ao precipício de um penhasco, mas atrás de vós está a terra. Se continuarem a ir na direcção errada, chegarão a um beco sem saída”, acrescentou. No âmbito das “Duas Sessões”, que reúnem milhares de delegados em Pequim, a China anunciou na passada quarta-feira que vai aumentar o seu orçamento de defesa em 7,2 por cento em 2025, ao mesmo ritmo do aumento verificado no ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Exportações e importações abrandam As exportações da China aumentaram 2,3 por cento e as importações caíram mais de 8 por cento, em Janeiro e Fevereiro, em termos homólogos, num período marcado pela incerteza em relação às taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos. O excedente da China nas trocas comerciais com o resto do mundo fixou-se nos 170,52 mil milhões de dólares nos primeiros dois meses do ano. As alfândegas da China publicam os dados comerciais para Janeiro e Fevereiro em conjunto, a fim de evitar qualquer distorção decorrente da semana de férias do Ano Novo Lunar, que acontece todos os anos em dias diferentes. “O crescimento das exportações arrefeceu nos primeiros dois meses de 2025, com a antecipação das taxas a dar menos impulso à procura do que tínhamos previsto”, afirmou Julian Evans-Pritchard, da consultora Capital Economics. “Esta desaceleração ocorre antes de qualquer impacto substancial das taxas, o que quase certamente levará a quedas acentuadas nas exportações para os EUA em breve”, disse. O abrandamento das importações sugere que o aumento da procura impulsionado pelas despesas do governo, no final do ano passado, “já se inverteu parcialmente”, indicou Evans-Pritchard. Esta semana, entrou em vigor o segundo de dois aumentos de 10 por cento nas taxas impostas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações da China, o que deverá afectar as exportações chinesas nos próximos meses. Os compradores e os fornecedores chineses apressaram-se a concluir os negócios, visando evitar o impacto das taxas. As autoridades chinesas manifestaram confiança na capacidade de resistência da economia e no facto de o comércio com outros países poder ajudar a compensar as eventuais reduções das exportações para os EUA após a entrada em vigor das taxas. Pequim afirmou ainda que está aberta a conversações com Washington numa base de respeito mútuo. Saltos e quedas No ano passado, as exportações ajudaram a China a atingir a sua meta de crescimento económico de 5 por cento. Pequim voltou a fixar o objectivo em cerca de 5 por cento, apesar das incertezas quanto às perspectivas comerciais para este ano. As exportações para os EUA cresceram 2,3 por cento, em termos homólogos, em Janeiro-Fevereiro, enquanto as exportações para a União Europeia e o Japão cresceram apenas 0,6 por cento e 0,7 por cento, respectivamente. As exportações para a Rússia caíram 10,9 por cento. A Associação das Nações do Sudeste Asiático continuou a ser o maior parceiro comercial da China, com as exportações a crescerem 5,7 por cento, em termos homólogos. “Embora não se deva dar muita importância a alguns meses de dados, a repartição levanta questões sobre como as tendências de exportação podem mudar quando as taxas começarem a afetar os EUA também”, disse Lynn Song, da ING Economics, num relatório. “Com as taxas a entrarem em vigor em Fevereiro e Março, é provável que o impacto se faça sentir gradualmente nos próximos meses”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim avisa que “nenhuma guerra pode ser ganha” A China advertiu ontem que “nenhuma guerra pode ser ganha”, em resposta às declarações do secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, sobre a preparação militar norte-americana para um eventual conflito com a nação asiática. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, acusou Washington de “incitar deliberadamente ao confronto ideológico” e de exagerar a alegada “ameaça chinesa”. “Exortamos os Estados Unidos a deixarem de impor a sua lógica hegemónica à China, a abandonarem a sua mentalidade obsoleta da Guerra Fria e a absterem-se de utilizar a ‘competição estratégica’ como pretexto para conter e reprimir a China”, afirmou Lin, em conferência de imprensa. As declarações surgem um dia depois de Hegseth ter afirmado, numa entrevista televisiva, que os EUA não querem uma guerra com a China, mas que “aqueles que querem a paz devem preparar-se para a guerra”, justificando assim o reforço militar ordenado pelo Presidente Donald Trump. O responsável norte-americano reagiu assim à embaixada chinesa nos Estados Unidos, que avisou na quarta-feira que se os EUA “quiserem uma guerra, seja ela tarifária, comercial ou outra”, a China está “pronta para lutar até ao fim”. Pequim tem repetidamente rejeitado os argumentos de Washington de que precisa de reforçar as suas Forças Armadas para fazer face a uma possível ameaça militar chinesa. A troca de declarações surge numa altura de tensões crescentes entre as duas potências, marcadas por disputas comerciais e acusações mútuas sobre questões de segurança e geopolíticas.
Hoje Macau China / ÁsiaAlibaba | Acções sobem 7% após anunciar novo modelo de IA As acções da tecnológica chinesa Alibaba subiram ontem quase 7 por cento, depois de ter revelado um novo modelo de inteligência artificial, com desempenho semelhante ao R1 da DeepSeek, mas muito mais eficaz em termos de dados utilizados. As acções da empresa na Bolsa de Valores de Hong Kong subiram 6,93 por cento durante a sessão de ontem de manhã, fixando a valorização até agora este ano em mais de 70 por cento, graças ao impulso da IA, um segmento em que a Alibaba, inicialmente focada no comércio electrónico, está agora a apostar fortemente. Numa mensagem publicada ontem na rede social WeChat, o grupo afirmou que o seu último modelo, denominado QwQ-32B, utiliza apenas 32 mil milhões de parâmetros – as variáveis que aprende durante o seu treino – para oferecer um desempenho semelhante ao do R1, que precisa de 671 mil milhões. A subida da Alibaba em bolsa, segundo analistas citados pela Bloomberg, deve-se à ascensão da IA chinesa e às perspectivas positivas para o seu negócio de computação em nuvem, mas também ao apoio prometido por Pequim ao consumo, que poderá reforçar o seu negócio tradicional de comércio electrónico. Na semana passada, a Alibaba anunciou que vai gastar, pelo menos, 380 mil milhões de yuan nos próximos três anos em IA e infra-estruturas de nuvem, mais do que o investimento combinado nesses dois domínios estratégicos na última década. A empresa sediada em Hangzhou, leste da China, anunciou recentemente um acordo para incorporar o seu modelo Qwen nos iPhones que a Apple vende na China.
Hoje Macau China / ÁsiaRobótica | Governo destaca “salto” na indústria “estratégica” para o futuro global A China aproxima-se significativamente dos padrões internacionais no campo tecnológico dedicado à robótica, acertando o passo numa área cada vez mais determinante para a economia mundial A tecnologia de robótica da China deu um “salto”, e a diferença com os desenvolvimentos e padrões internacionais “diminuiu significativamente”, defendeu ontem um especialista, à margem da sessão plenária do órgão máximo legislativo do país. Em conferência de imprensa, Qiao Hong, especialista em indústria de robôs da Academia Chinesa de Ciências, destacou os rápidos progressos realizados pela China e a importância estratégica da robótica para o futuro económico do país. Até há cerca de uma década, a China importava quase todos os robôs industriais utilizados nas suas fábricas. Em 2024, a produção interna aumentou 14,2 por cento, em termos homólogos, para 556.000 unidades, segundo dados citados por Qiao. Um robô é qualquer máquina capaz de executar automaticamente uma série de tarefas, e inclui braços robóticos, carros autónomos ou veículos aéreos não tripulados militares. Mas Qiao destacou ainda os avanços do país no segmento de robôs humanoides, que podem utilizar ferramentas e operar em ambientes humanos como casas, hospitais ou lares de idosos. A utilização destes robôs, com cabeça, tronco, braços e pernas, em fábricas e armazéns, converge com o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial, como o da plataforma chinesa DeepSeek, e pode compensar pelo rápido envelhecimento da população da China, que se assume como um país de “não-imigração”. “Prevê-se que os robôs humanoides se tornem na próxima inovação revolucionária a seguir aos computadores, telemóveis e veículos de nova energia, transformando profundamente a produção, os estilos de vida humanos e a paisagem industrial global”, lê-se numa directriz recente do Ministério da Indústria e das Tecnologias da Informação da China (MIIT). O mercado de robôs humanoides na China atingiu aproximadamente 2,76 mil milhões de yuan em 2024, segundo Qiao Hong. O especialista destacou o “sistema industrial abrangente” e a “cadeia de abastecimento robusta”, que permite ao país produzir eficazmente os componentes e o equipamento completo das máquinas necessárias para os robôs. Qiao apontou também a escala do mercado interno. “A China tem uma enorme procura de aplicações de robôs em sectores como a indústria transformadora, a logística e os serviços. Esta vasta dimensão do mercado e a diversidade de cenários de aplicação na China oferecem um impulso contínuo para a actualização interactiva da tecnologia dos robôs”, frisou. Amigos fabricados O ministério indicou que, até 2027, os robôs humanoides devem ser integrados nas cadeias de produção “em grande escala” e a sua utilização alargada a “toda a sociedade”. “Devem ser alcançados progressos no desenvolvimento de mãos, braços e pés robóticos, bem como na integração da inteligência artificial”, lê-se no documento. A Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão máximo legislativo da China cuja sessão anual decorre até 11 de Março, é descrita pela imprensa oficial como o “supremo órgão do poder de Estado na China” e a “expressão máxima da democracia socialista”. Esta semana, os delegados vão aprovar novas leis, nomeações políticas e relatórios de trabalho do Governo, que detalham o progresso de vários departamentos e ministérios.
Hoje Macau China / ÁsiaBrasil | China suspende importações de carne de bovino de três fábricas A China suspendeu temporariamente as importações de carne bovina de três fábricas brasileiras, anunciou ontem o Governo do Brasil, garantindo que a decisão não vai afectar as relações comerciais bilaterais. A Administração Geral das Alfândegas da China realizou uma série de “auditorias por vídeo” nas unidades afectadas e detectou que estas não cumprem todos os requisitos de importação estabelecidos pelo país asiático, explicou o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, em comunicado. As empresas, cujos nomes não foram divulgados pela pasta, já foram notificadas e estão a “tomar medidas correctivas” para atender às exigências do órgão chinês, segundo o Governo brasileiro. A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina e o maior parceiro comercial do país sul-americano. O Brasil, um dos maiores fornecedores mundiais de proteína animal, terminou 2024 com uma produção recorde de 31,57 milhões de toneladas de carne bovina, suína e de frango, bem como exportações recorde de 10,26 milhões de toneladas, de acordo com dados oficiais.
Hoje Macau China / ÁsiaCanal do Panamá | China nega controlo e evita comentar venda de portos A China classificou ontem como “completamente falsas” as alegações de que controla o Canal do Panamá e evitou comentar a recente venda de dois portos na via navegável por um grupo de Hong Kong. “A China apoia a soberania do Panamá sobre as operações do canal e está empenhada em mantê-lo como uma via fluvial internacional permanentemente neutra”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa. O porta-voz afirmou que a ideia de que a China tem o controlo total sobre o canal é “completamente falsa”. Questionado sobre a venda dos portos de Balboa e Cristobal pelo conglomerado de Hong Kong CK Hutchison a um consórcio liderado pela norte-americana BlackRock, Lin recusou-se a comentar e lembrou que o Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong já se pronunciou sobre a questão. O acordo, avaliado em 22,8 mil milhões de dólares, inclui também a transferência da participação da CK Hutchison em 43 outros portos de 23 países, embora exclua os terminais na China e Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim avisa que resistirá até ao fim se EUA continuarem com guerra comercial A China avisou ontem que vai “resistir até ao fim” se os Estados Unidos “insistirem em prejudicar os interesses chineses”, em resposta às novas taxas alfandegárias impostas por Washington sobre produtos oriundos do país asiático. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, reiterou, em conferência de imprensa, que Pequim “se opõe firmemente” à decisão dos Estados Unidos de utilizar o fentanil como desculpa para aplicar mais taxas sobre as exportações chinesas. “Se os EUA querem realmente resolver o problema do fentanil, devem negociar com a China com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo”, afirmou o porta-voz. Lin Jian disse que não tinha visto as declarações da embaixada chinesa nos Estados Unidos, segundo as quais a China está “pronta para qualquer tipo de guerra”, mas insistiu que Pequim deixou clara a sua posição. “Exortamos os EUA a abandonar as suas tácticas de intimidação e a regressar ao caminho certo do diálogo e da cooperação o mais rapidamente possível”, concluiu. O executivo chinês defendeu, num livro branco sobre o fentanil divulgado na véspera, que tomou medidas rigorosas contra a produção e o tráfico de fentanil e dos seus precursores químicos. O Governo chinês afirmou ainda que tem promovido activamente a construção de um sistema de rastreabilidade com recurso às novas tecnologias para monitorizar quaisquer ligações à produção, transporte, importação e exportação destas drogas. Déjà vu Trump disse que 90 por cento das mortes por consumo de opiáceos nos EUA se devem ao fentanil. Washington defende que os opiáceos chegam através do México e do Canadá, mas cujos precursores vêm da China. Na sua primeira presidência, Trump teve já uma relação tensa com Pequim, ao impor várias rondas de taxas, no valor de cerca de 370 mil milhões de dólares anuais, a que a China respondeu com taxas sobre as exportações norte-americanas. Washington anunciou esta semana a duplicação para 20 por cento das taxas sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com taxas de 10 por cento e 15 por cento sobre as importações agrícolas dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Pequim apresenta meta ambiciosa do PIB para 5% Pelo terceiro ano consecutivo, a administração chinesa voltou a colocar a meta do PIB nos 5 por cento. O objectivo foi anunciado ontem pelo primeiro-ministro Li Qiang na sessão plenária anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão legislativo máximo da China O objectivo de crescimento estipulado pelas autoridades chinesas para este ano, de “cerca de 5 por cento”, é ambicioso, mas o aumento do défice orçamental será insuficiente para evitar que a economia abrande, alertaram analistas. “Os responsáveis políticos chineses mantiveram um objectivo ambicioso para o crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto], mas são mais cautelosos nas suas previsões para o crescimento nominal e a inflação. E, embora tenham anunciado um aumento do apoio fiscal, o grau de flexibilização é mais moderado do que parece”, escreveu Julian Evans-Pritchard, analista da consultora Capital Economics, num relatório. O especialista disse estar céptico quanto à possibilidade de as medidas anunciadas evitarem um abrandamento do crescimento em 2025, marcado por “ventos contrários no cenário internacional e pela ausência de uma mudança mais pronunciada nas despesas públicas para apoiar o consumo”. Depois de ter reservado uma percentagem recorde das despesas para o investimento em 2024, Pequim parece agora voltar-se mais para o consumo, “embora nada de extraordinário”, com o equivalente a 41,3 mil milhões de dólares em obrigações para financiar o “plano de renovação” do Governo para os electrodomésticos ou a electrónica, notou o analista. Hong Hao, da gestora de activos chinesa Grow Investment Group, observou que o relatório oficial deste ano é o que mais vezes menciona a palavra ‘consumo’ numa década, mas Evans-Pritchard ressalvou que as autoridades “não estão a contar com um impulso considerável” sob a forma de reflexão. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, revelou ontem que o objectivo de crescimento económico para o actual ano fiscal é de “cerca de 5 por cento”, pelo terceiro ano consecutivo, e que o défice fiscal vai ser aumentado em um ponto percentual, para 4 por cento, como parte dos esforços do Governo para relançar a recuperação. Apesar do “maior aumento em décadas” no rácio entre o défice e o PIB, Evans-Pritchard estimou que, tendo em conta outros factores, o aumento real da despesa será de cerca de 1,5 por cento, inferior ao de ciclos de flexibilização anteriores, como 2015 (2 por cento) e 2020 (3,6 por cento). Cartas na manga Citada pela agência de notícias financeiras Bloomberg, Charu Chanana, da plataforma de negociação em bolsa Saxo Markets, disse que os objectivos revelados por Li “estão dentro das expectativas” e mostram que as autoridades ainda estão “a guardar munições para mais tarde”, uma análise que mereceu a concordância de Lee Homin, do banco suíço Lombard Odier, que acredita que Pequim poderá considerar ajustar o objectivo do défice a meio do ano, quando se tornar claro o impacto das taxas alfandegárias impostas por Washington sobre bens oriundos da China. As últimas projecções do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial apontam para um crescimento do PIB chinês de cerca de 4,5 por cento, depois de ter crescido 5 por cento, em 2024, impulsionado por um esforço extra das autoridades no final do ano. Evans-Pritchard salientou que a meta para a inflação, que passou de 3 por cento, no ano passado, para 2 por cento, é a mais baixa desde 2003, e observou que “é pouco provável que o Banco Popular da China [banco central] faça tudo o que for necessário para trazer” o indicador de volta a esse nível: “Um objectivo mais baixo sugere alguma aceitação oficial do actual ambiente deflacionário”.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim reitera que não cede à pressão dos EUA A China advertiu ontem que “não cederá a pressões” e acusou os Estados Unidos de utilizarem as taxas alfandegárias como instrumento político, no meio de uma escalada da guerra comercial entre as duas potências. “A China não tolera a hegemonia nem a intimidação. Se os EUA insistirem em tácticas de pressão máxima contra a China, escolheram o adversário errado”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa. Os Estados Unidos puseram ontem em vigor taxas adicionais de 20 por cento sobre todos os bens oriundos da China. Pequim retaliou com taxas de até 15 por cento sobre produtos agroalimentares norte-americanos, incluindo soja, trigo e carne de vaca (ver texto secundário). Lin afirmou que “os Estados Unidos impõem taxas para desviar a atenção dos seus próprios problemas internos”. De acordo com o porta-voz, estas medidas “não resolverão os desafios dos EUA, mas prejudicarão a cooperação bilateral em sectores-chave, como a tecnologia”. Apesar da escalada das tensões, o porta-voz disse que Pequim continua empenhada no diálogo, mas sublinhou que este deve ser feito “com base na igualdade e no respeito e benefício mútuos”. “Se os EUA querem realmente resolver os seus problemas, devem encetar negociações sérias”, acrescentou.