Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim diz querer trabalhar com França para “evitar que mundo regresse à lei da selva” A conversa telefónica entre o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, e o conselheiro diplomático da presidência francesa, Emmanuel Bonne, serviu para reforçar a cooperação estratégica entre os dois países face à crescente instabilidade global O chefe da diplomacia chinesa disse ontem esperar que China e França “trabalhem em conjunto para evitar que o mundo regresse à lei da selva”, numa conversa com o conselheiro diplomático da presidência francesa, Emmanuel Bonne. Citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros Wang Yi sublinhou que a situação global encontra-se num estado de “crescente incerteza e instabilidade” e apelou à França e à China para que “reforcem a sua parceria estratégica, protejam conjuntamente o multilateralismo genuíno e se oponham à hegemonia unipolar”. Durante a conversa, realizada por telefone, Emmanuel Bonne disse esperar que a China desempenhe “um papel importante na obtenção de um acordo de paz justo, sólido e sustentável” na Ucrânia, um conflito em relação ao qual Pequim tem mantido uma posição ambígua ao longo dos anos. Poder da palavra Wang Yi disse que a China “sempre defendeu a resolução da ‘crise’ através do diálogo” e saudou “todos os esforços que conduzem a um cessar-fogo, um passo necessário para a paz”, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, no mesmo dia em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin, concordaram em iniciar o processo de paz com a Ucrânia, com um cessar-fogo parcial, centrado nas infra-estruturas e na energia. O diplomata chinês também instou a China e a União Europeia a resolverem os atritos comerciais e económicos através do diálogo, após meses de disputas entre as duas partes sobre questões como os veículos eléctricos chineses. “A França opõe-se às guerras comerciais e tarifárias e está disposta a trabalhar com a China para resolver adequadamente as fricções económicas e comerciais através do diálogo”, afirmou Bonne.
Hoje Macau China / ÁsiaPanamá | Pequim critica coerção económica A China evitou ontem comentar o acordo alcançado pelo conglomerado de Hong Kong CK Hutchison para vender as suas participações nos portos do Canal do Panamá ao fundo norte-americano BlackRock, limitando-se a rejeitar a “coerção económica” na cena internacional. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, apelou à “consulta das autoridades chinesas competentes” para obter pormenores específicos sobre o negócio, sem se referir directamente à transação ou a relatos de uma possível interferência de Pequim para impedir a venda. Mas acrescentou que a China rejeita a “coerção económica, hegemonia e intimidação” na cena internacional. As declarações surgem num contexto de crescente tensão sobre o acordo, depois de críticas difundidas por um jornal de Hong Kong afiliado a Pequim. Os portais oficiais da administração chinesa em Macau e Hong Kong divulgaram na sexta-feira o comentário, difundido pelo jornal Ta Kung Pao, uma publicação da antiga colónia britânica vista como sendo próxima de Pequim. O jornal considerou que o negócio que transferiu para um consórcio que inclui a BlackRock e a Terminal Investment Limited uma participação de 80 por cento num conjunto de subsidiárias portuárias, que gerem 43 portos em 23 países, incluindo os portos em ambas as extremidades do Canal do Panamá, em Balboa e Cristobal, “não é uma prática comercial normal”. “Muitos internautas [chineses] criticaram fortemente este acordo e a CK Hutchison Holdings, considerando-o como uma cedência sem espinha, visando apenas o lucro e esquecendo a justiça, ignorando os interesses nacionais e os grandes princípios nacionais, traindo e vendendo todo o povo chinês. Estas expressões emocionais são completamente compreensíveis”, lê-se.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump diz que Presidente chinês visita Washington num “futuro não muito distante” O Presidente norte-americano Donald Trump adiantou na segunda-feira que o seu homólogo chinês Xi Jinping irá visitar Washington num “futuro não muito distante”, perante as crescentes tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo devido à imposição de tarifas. “Isso acontecerá num futuro não muito distante”, revelou Trump aos jornalistas durante uma reunião do novo conselho de administração do Kennedy Center, um centro cultural famoso da capital Washington. O chefe de Estado norte-americano observou ainda que altos funcionários do governo chinês, “logo abaixo” de Xi, visitarão em breve a capital dos EUA, embora não tenha adiantado nomes ou detalhes sobre possíveis datas. Trump mencionou a visita de Xi ao referir que recebeu visitas de líderes estrangeiros na Casa Branca nas últimas semanas e perguntou-lhes como estava Washington. O republicano frisou que está a “limpar Washington”, incluindo tentar limpar tendas usadas por sem-abrigo e grafítis. Na semana passada os meios de comunicação social norte-americanos tinham noticiado que Washington e Pequim iniciaram discussões sobre uma cimeira entre os líderes dos dois países, em Junho, nos Estados Unidos. A imprensa chinesa tinha já sugerido a possibilidade de um encontro em Abril. Também o jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que Trump poderá deslocar-se à China em Abril para se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping. Desde a vitória do republicano nas presidenciais norte-americanas, em Novembro, que Trump e Xi manifestaram interesse na realização de uma cimeira. Futuro em aberto Desde a posse de Trump, em Janeiro, a administração norte-americana ameaçou, e depois suspendeu, taxas alfandegárias sobre o México e o Canadá, ao mesmo tempo que se comprometeu a punir também a Europa e outros parceiros comerciais. Até agora, a China é o único país que enfrentou efectivamente aumentos generalizados das taxas decididos por Trump. A Casa Branca impôs taxas adicionais de 20 por cento sobre todos os bens oriundos da China, citando o papel do país asiático na crise do fentanil nos EUA. Pequim retaliou rapidamente com taxas próprias, adaptando a resposta para evitar uma escalada das tensões. Outras acções que estão a ser consideradas pela equipa comercial de Trump incluem restringir o investimento chinês nos EUA e o investimento norte-americano na China, visar indústrias dominadas pela China, como a construção naval, e limitar ainda mais a venda de produtos de alta tecnologia a empresas chinesas. Trump e Xi já tinham conversado por telefone em Janeiro, dias antes da tomada de posse do norte-americano para o seu segundo mandato, numa conversa em que discutiram as relações comerciais e o futuro nos Estados Unidos da rede social TikTok, da empresa chinesa ByteDance. Donald Trump disse estar aberto a negociar um novo acordo comercial com a China e elogiou Xi repetidamente. Os dois líderes chegaram a um acordo em 2020 para pôr fim à guerra comercial que prejudicava ambas as economias. No entanto, as relações bilaterais deterioraram-se com a pandemia de covid-19, que Trump atribuiu à China.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim quer integrar exportadores no mercado interno face a proteccionismo As alterações na estrutura económica mundial, desencadeadas pelas medidas proteccionistas norte-americanas, levam o Governo chinês a intensificar a promoção do consumo interno A China está a estudar medidas para ajudar empresas dependentes das exportações a expandirem-se no mercado interno, numa altura em que procura compensar o impacto das medidas proteccionistas nos Estados Unidos e outros mercados. O Ministério do Comércio chinês está actualmente a explorar as formas mais eficazes de ajudar os exportadores a reorientarem-se para o mercado interno. O ministro Wang Wentao visitou uma empresa de comércio de têxteis em Xangai, este fim de semana, de acordo com Yuyuan Tantian, uma conta na rede social chinesa Weibo afiliada à televisão estatal CCTV. Para os exportadores chineses, uma mudança de foco para o mercado interno traz uma série de desafios, incluindo a adaptação a diferentes preferências dos consumidores, sistemas de pagamento e regimes regulamentares. “Integrar o comércio interno e externo e apoiar as empresas exportadoras na expansão das suas vendas locais será uma estratégia a longo prazo, em vez de uma resposta temporária a choques externos”, lê-se na publicação da Yuyuan Tantian. A medida surge após o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter imposto taxas alfandegárias adicionais de 20 por cento sobre todos os produtos chineses. Washington estará também a preparar-se para lançar um regime tarifário recíproco mais amplo no próximo mês. Pequim retaliou com a imposição de taxas alfandegárias sobre uma série de produtos agroalimentares norte-americanos e restringiu a exportação de vários minerais essenciais. Mas a guerra comercial já se faz sentir em toda a economia chinesa. As exportações da China cresceram 2,3 por cento, em termos homólogos, durante os primeiros dois meses de 2025, um abrandamento significativo em comparação com o crescimento de 10,7 por cento registado em Dezembro. Pequim convocou também executivos do Walmart para conversações na semana passada, depois de ter sido noticiado que o gigante retalhista norte-americano pressionou os fornecedores chineses a baixarem os preços, para compensar o impacto do aumento das taxas alfandegárias. Mas as empresas chinesas enfrentam medidas proteccionistas noutros mercados também, incluindo a Europa e países em desenvolvimento. A Indonésia, por exemplo, impôs taxas de até 200 por cento sobre produtos têxteis chineses, a fim de proteger as pequenas e médias empresas do país contra o que considera ser concorrência desleal. Os EUA são também um mercado importante para a indústria têxtil e de vestuário da China. Cerca de 17 por cento das exportações chinesas de têxteis e vestuário foram para aquele país no ano passado, de acordo com a Yuyuan Tantian. Olhar para dentro Para apoiar a transição para as vendas no mercado interno, o Ministério do Comércio planeia organizar uma série de exposições em todo o país para aconselhar os exportadores a adaptarem os seus canais de vendas e as normas dos produtos ao mercado interno. “A expansão das vendas no mercado interno para as empresas de comércio externo não tem a ver com o escoamento das exportações não vendidas – tem a ver com a introdução de produtos de comércio externo de elevada qualidade no mercado interno”, apontou a conta afiliada à CCTV. A estratégia enquadra-se nos esforços crescentes de Pequim para aumentar a procura interna. Na segunda-feira, o governo revelou um vasto plano para estimular o consumo, que abrange desde a redução dos custos dos cuidados infantis até à estabilização dos mercados imobiliário e bolsista. Os sinais de melhoria estão a surgir gradualmente. Os dados divulgados na segunda-feira mostraram que as vendas a retalho na China aumentaram 4 por cento, em termos homólogos, nos primeiros dois meses de 2025, superando as expectativas dos analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaLondres | Hong Kong nomeia nova líder do gabinete Hong Kong nomeou ontem Fiona Chau Suet-mui como nova directora-geral do escritório comercial da região semiautónoma chinesa em Londres, dez meses depois de um escândalo de espionagem que envolveu um dirigente deste gabinete. Num comunicado, o Governo de Hong Kong disse que Fiona Chau irá assumir de imediato o cargo que até agora pertencia a Gilford Law Sun-on, destacado na capital do Reino Unido desde 2021. Chau será responsável pela promoção das relações bilaterais de Hong Kong com o Reino Unido, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Noruega, Rússia e Suécia. Citada no comunicado, a dirigente prometeu trabalhar para promover “a competitividade internacional” de Hong Kong e “fortalecer os laços económicos, comerciais e culturais” com os nove países. Chau, que já tinha trabalhado nos escritórios comerciais de Hong Kong em Washington e em Bruxelas, era até ontem responsável pelas políticas de renovação urbana no Departamento de Desenvolvimento do Governo do território. Esta nomeação surge dez meses depois de Bill Yuen Chung-biu, de 63 anos, um dirigente do escritório, ter sido acusado de ajudar os serviços de informações de Hong Kong e de interferência estrangeira. Yuen e dois outros suspeitos, Peter Wai Chi-leung, de 38 anos, e Matthew Trickett, de 37 anos, foram detidos no início de Maio e colocados sob medidas de coação. Trickett foi encontrado morto uma semana depois de ter ido a tribunal num parque em Maidenhead, a oeste de Londres, tendo a polícia britânica iniciado uma investigação ao caso. Na altura da detenção, a representação do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Hong Kong “condenou veementemente” o governo britânico por “fabricar acusações, prender arbitrariamente cidadãos chineses e difamar” o governo de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Anunciado contacto telefónico entre Putin e Trump A Presidência da Rússia anunciou ontem que os Presidentes russo e norte-americano vão falar ao telefone hoje, pela segunda vez desde que Donald Trump tomou posse como chefe de Estado, em Janeiro. “Esta conversa está de facto a ser preparada”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa, em Moscovo. De acordo com Peskov, trata-se de um contacto telefónico agendado para hoje. Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que estava disposto a discutir com o homólogo norte-americano, Donald Trump, “as dúvidas” sobre a proposta de trégua de 30 dias na Ucrânia, que Kiev já aceitou. Em resposta à proposta, Putin disse que a Rússia apoia uma trégua, mas vê muitos problemas na implementação e verificação de um cessar-fogo. Moscovo indicou recear também que Kiev utilize a pausa para se reagrupar e rearmar. Putin e Trump falaram pela primeira vez a 12 de Fevereiro. No primeiro contacto telefónico (oficial), os dois líderes concordaram em iniciar um processo de negociação para pôr fim ao conflito na Ucrânia. A Ucrânia foi invadida pela Rússia em 2014, altura em que anexou a península da Crimeia e, em 2022, lançou uma ofensiva militar de grande escala contra o território ucraniano.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste recebeu mais de mil milhões de euros de indústria extractiva em 2022 Timor-Leste recebeu 1,4 mil milhões de dólares da indústria extractiva em 2022, segundo um relatório da Iniciativa para a Transparência nas Indústrias Extractivas (EITI). “Em relação ao montante das receitas pagas pelas empresas ao Estado verificou-se uma diferença entre os anos de 2021, com um orçamento total de 729 milhões de dólares [669 milhões de euros], e 2022, onde o orçamento total atingiu 1,401 mil milhões de dólares”, afirmou a coordenadora timorense do EITI, Emília de Jesus. Emília de Jesus falava durante a apresentação do relatório anual da EITI referente ao ano de 2022, em Díli, que contou com a presença do ministro do Petróleo e Recursos Minerais, Francisco Monteiro, sociedade civil e estudantes universitários. Segundo a coordenadora, as receitas foram obtidas através de impostos, FTP (First Tranche Petroleum), ‘royalties’ e taxas. O relatório recordou também que, em Abril de 2022, Timor-Leste obteve a pontuação “Global Elevada” na implementação das normas da EITI para o ano de 2019, com um total de 58 pontos. Mas, a EITI recomendou “medidas correctivas”, que devem ser implementadas antes da próxima validação, relacionadas com a coordenação, alinhamento de prioridades, impacto dos dados no debate público sobre o sector e com limitações na informação sobre novos projectos. Durante a apresentação, a coordenadora timorense do EITI salientou que houve atrasos na disseminação e divulgação de informação por causa da pandemia de covid-19. Sabedoria partilhada Timor-Leste aderiu a esta iniciativa em 2003, com o objectivo de garantir a transparência e prestação de contas na gestão dos recursos naturais, nomeadamente petróleo, gás e minerais. Além disso, um dos papéis fundamentais da EITI é facilitar o acesso do público à informação, promovendo a sua disseminação por diversos meios. “O objectivo deste seminário é garantir transparência no sector mineiro e facilitar o acesso à informação ao público, de forma a estimular debates sobre a gestão dos recursos naturais do país. Timor-Leste continua a ser considerado um exemplo na gestão transparente dos seus recursos naturais”, disse a coordenadora. O ministro do Petróleo e Recursos Minerais, Francisco da Costa Monteiro, destacou a importância da disseminação daquela informação, uma vez que permite reunir diversos setores da sociedade para discutir as riquezas naturais de Timor-Leste. “Esta é uma actividade realizada anualmente através de auditorias independentes conduzidas por entidades internacionais, que analisam os valores que Timor-Leste recebe do sector estratégico do petróleo e minerais. Em 2022, os montantes divulgados correspondem às quantias que as empresas reportaram ter pagado”, explicou o ministro. O documento refere também que Timor-Leste já está a criar um quadro legal que favoreça a transição energética e energia verde, incluindo o desenvolvimento de iniciativas de captura, utilização e armazenamento de carbono, e a finalizar a publicação dos relatórios da EITI referentes aos anos de 2023 e 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaG7 | Pequim denuncia “duplicidade de critérios” sobre gastos militares A China acusou ontem o G7 de aplicar “dois pesos e duas medidas” em matéria de Defesa, rejeitando as preocupações expressas numa recente cimeira do bloco sobre as despesas militares de Pequim e a cooperação com a Rússia. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, expressou a “firme rejeição” de Pequim sobre o que chamou de “distorções e ataques infundados” no comunicado conjunto dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia). “As despesas com a Defesa da China são necessárias para salvaguardar a nossa soberania, segurança e interesses de desenvolvimento. É aberta, transparente, razoável e moderada”, defendeu. Mao criticou o grupo de países ocidentais por “negligenciar as próprias responsabilidades” e “evitar falar dos riscos de proliferação nuclear gerados pela aliança AUKUS, entre os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália”. A porta-voz chinesa acrescentou que “em vez de abordar estes perigos, o G7 opta por visar a China, o que constitui uma flagrante duplicidade de critérios”. A diplomata rejeitou as acusações sobre o alegado fornecimento de equipamento militar à Rússia no contexto do conflito na Ucrânia, assegurando que “a China nunca forneceu armas letais a nenhuma das partes envolvidas” e que a política de exportação de produtos de dupla utilização “é regida por controlos rigorosos”. Em relação às alegações do G7 de que “a superprodução” chinesa distorce os mercados globais, Mao disse que tais acusações “foram desmentidas pelos factos” e acusou os países do bloco de “politizar as relações económicas e comerciais”. O comunicado do G7 também reiterou a oposição a qualquer tentativa unilateral de “mudar o ‘status quo’ pela força” no estreito de Taiwan, uma referência que a China rejeitou fortemente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Anunciado plano para “impulsionar vigorosamente” gastos A China anunciou ontem um plano para revitalizar o consumo interno, numa altura em que Pequim luta para promover a confiança dos consumidores e combater as pressões deflacionistas na segunda maior economia do mundo. O Governo vai “impulsionar vigorosamente o consumo” e “expandir a procura interna em todas as direcções”, apontou a agência noticiosa oficial Xinhua, fazendo eco do apelo do Presidente chinês, Xi Jinping, no final do ano passado, para que os decisores políticos passassem a apoiar a procura, na sequência de um impulso sustentado para impulsionar a indústria. O plano do Conselho de Estado (Executivo) centrar-se-á no aumento dos rendimentos, na estabilização do sector imobiliário e do mercado bolsista e na melhoria dos serviços médicos e de pensões, embora os responsáveis políticos tenham fornecido poucos pormenores sobre as despesas fiscais, durante uma conferência de imprensa em Pequim. Durante a conferência, as autoridades repetiram em grande parte os números publicados no orçamento anual na semana passada durante a sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, onde os delegados reafirmaram o consumo como prioridade máxima. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,8 por cento, enquanto os futuros do petróleo Brent, a referência internacional do petróleo, subiram 0,6por cento para 71 dólares por barril. O índice CSI 300 da China continental, que reúne as maiores empresas cotadas em Xangai e Shenzhen, encerrou com uma queda de 0,2 por cento. Os gastos dos consumidores na China permanecem fracos desde o fim da pandemia da covid-19, há mais de dois anos, uma vez que as famílias se mantêm cautelosas com as despesas. Os preços no consumidor registaram deflação em Fevereiro, embora a leitura tenha sido afectada pelo feriado do Ano Novo Lunar. O abrandamento do vasto sector imobiliário da China, em parte impulsionado por uma iniciativa de desalavancagem do Governo e que já vai no seu quarto ano, também reavivou os apelos dos economistas para o reforço da procura interna. Novos alvos Em Setembro passado, os decisores políticos revelaram um pacote há muito aguardado para apoiar a economia, mas as medidas centraram-se sobretudo nos mercados bolsistas. O novo plano de consumo inclui promessas de aumento do salário mínimo, reforço do apoio à educação e criação de um sistema de subsídios para a guarda de crianças, uma questão premente, uma vez que a população da China está a diminuir há três anos consecutivos. Lynn Song, economista-chefe do banco holandês ING para a Grande China, escreveu que o plano coloca “uma ênfase considerável no aumento da capacidade e da vontade de consumo das famílias” e poderá “ajudar a transição económica da China para um modelo de crescimento orientado para o consumo”. Os dados divulgados na segunda-feira também mostraram que a produção industrial cresceu 5,9 por cento em termos homólogos nos primeiros dois meses de 2025, abrandando em relação aos 6,2por cento registados em Dezembro, mas superando as expectativas dos analistas de um aumento de 5,3 por cento. O novo pacote de medidas irá também promover o consumo “interno”. Pequim alargou a isenção de vistos a dezenas de países no ano passado, num esforço para relançar o turismo internacional após a pandemia.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Preços das casas novas caem pelo 21º mês consecutivo Os preços das casas novas na China caíram pelo 21º mês consecutivo em Fevereiro, a um ritmo mais rápido do que em Janeiro, apesar das medidas do governo para enfrentar a longa crise do sector. Os preços em 70 cidades seleccionadas caíram 0,14 por cento, de acordo com cálculos feitos com base nos números divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (NBS) da China, que tinham reflectido uma contração de 0,07 por cento em Janeiro. Entre as localidades mencionadas, 45 registaram reduções nos preços da habitação em comparação com 42 em Janeiro, enquanto 18 – incluindo algumas importantes como Pequim, Xangai e Shenzhen – a registarem aumentos, menos do que no mês anterior (24). Os cálculos efectuados com base nos dados do NBS reflectem igualmente uma redução de 0,34 por cento no preço das casas em segunda mão em Fevereiro, a mesma taxa que no mês anterior. No caso deste tipo de imóveis, 65 das 70 cidades registaram descidas, duas mantiveram-se ao mesmo nível de Janeiro e três registaram subidas. Nos últimos meses, as autoridades chinesas anunciaram medidas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim devido às implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas. Uma das principais causas do recente abrandamento da economia é precisamente a crise no sector imobiliário, cujo peso no Produto Interno Bruto (PIB) chinês – somando os factores indirectos – foi estimado em cerca de 30 por cento por diferentes analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição anuncia referendos sobre pena de morte e lei marcial em Taiwan O principal partido da oposição de Taiwan anunciou ontem a realização de referendos sobre a abolição da pena de morte e sobre a lei marcial e acusou o Governo de instrumentalizar a ameaça da China. Em declarações divulgadas pela agência de notícias taiwanesa CNA, o presidente do Kuomintang (KMT), Eric Chu, explicou que o objectivo dos dois referendos é que a população “se manifeste e expresse a sua vontade”, opondo-se à “abolição de facto” da pena capital e exigindo que o governo não provoque “riscos de guerra ou a imposição da lei marcial”. Embora o Tribunal Constitucional de Taiwan tenha confirmado a constitucionalidade da pena de morte para os casos mais graves em Setembro, Chu queixou-se de que a exigência de que os tribunais emitam “decisões unânimes” sobre estes casos resultou numa “abolição de facto da pena de morte, o que impede que se faça justiça”. Relativamente ao segundo referendo, o líder da oposição denunciou que rotular a China como “força estrangeira hostil” com base em “posições pró-independência poderia levar ambos os lados do Estreito de Taiwan a uma situação de “quase-guerra”. Na passada quinta-feira, o líder do território, William Lai Ching-te, chamou à China uma “força estrangeira hostil”, num dos seus discursos mais duros desde que assumiu o cargo. Ontem, durante o mesmo encontro com a imprensa, um deputado do KMT, Lo Chih-chiang, argumentou que as 17 propostas de Lai para atenuar a influência da China e as operações de infiltração se assemelham a um “quase estado de lei marcial”, o que suscitou receios de guerra entre a população da ilha. “A promoção destes dois referendos é um esforço colectivo para proteger Taiwan e a democracia, utilizando mecanismos democráticos mais amplos para garantir a segurança de todos os cidadãos”, concluiu Chu. Aprovação em discussão Após o anúncio destas consultas, o líder do grupo parlamentar do Partido Democrático Progressista (DPP) Ker Chien-ming, classificou como “uma piada” a proposta do KMT de realizar um referendo sobre a lei marcial, afirmando que o próprio líder do território se opunha a tal medida e recordando que o Tribunal Constitucional já se pronunciou sobre a constitucionalidade da pena de morte. De acordo com a Lei do Referendo de Taiwan, os legisladores têm o poder de convocar consultas populares sobre questões políticas relevantes. Se for aprovada, a proposta poderá ser submetida a uma revisão a partir de 21 de Abril no parlamento, onde o KMT e o aliado Partido Popular de Taiwan detêm a maioria dos assentos, informou a CNA na sexta-feira. O anúncio destes dois referendos faz parte de uma luta política mais alargada entre o governo e a oposição taiwanesa, que tem usado a sua maioria para, entre outras coisas, rejeitar o orçamento apresentado pelo Executivo.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim condena sanções dos EUA contra a Tailândia A China criticou ontem as sanções impostas pelos Estados Unidos aos funcionários tailandeses envolvidos na deportação de 40 cidadãos chineses e acusou Washington de politizar a cooperação entre os países em matéria de segurança. “A deportação forçada e indiscriminada de imigrantes ilegais pelos Estados Unidos contrasta fortemente com as suas tentativas de atacar, difamar e impor sanções contra a cooperação legítima entre outros países em matéria de aplicação da lei. Trata-se de um acto típico de assédio”, declarou ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao Ning rejeitou o que chamou de “difamação maliciosa” e descreveu as restrições impostas por Washington aos funcionários tailandeses como “ilegais”, afirmando que a cooperação entre a China e a Tailândia foi efectuada “no âmbito das leis chinesas e tailandesas, do direito internacional e das normas globais”. Mao argumentou que as 40 pessoas repatriadas “deixaram a China ilegalmente” e ficaram “retidas na Tailândia durante 10 anos”. “O Governo chinês tem a responsabilidade de proteger os seus cidadãos, ajudá-los a reunir-se com as suas famílias e facilitar a sua reintegração na sociedade”, acrescentou. A porta-voz também criticou a posição de Washington, lembrando que, no ano fiscal de 2024, as autoridades norte-americanas deportaram mais de 270.000 imigrantes ilegais de 192 países, o número mais elevado desde 2014. “Os EUA usam os Direitos Humanos para manipular questões sociais, interferir nos assuntos internos da China e interromper a cooperação normal no âmbito da aplicação da lei”, disse. Respeito mútuo O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou recentemente sanções contra funcionários e ex-funcionários tailandeses pelo seu papel na deportação de 40 membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur para a China, argumentando que Washington está “empenhado em combater os esforços da China para pressionar os governos a deportar à força os uigures e outros grupos” que os EUA dizem enfrentar abusos no gigante asiático. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia defendeu no sábado a deportação, afirmando que o processo foi realizado “seguindo os princípios humanitários” e reiterou que Banguecoque “esclareceu este assunto em várias ocasiões com os países que manifestaram preocupação”, sublinhando que a relação com os EUA deve basear-se no “respeito mútuo”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Produção industrial aumenta 5,9% nos dois primeiros meses do ano O crescimento alcançado em Janeiro e Fevereiro superou as expectativas dos analistas A produção industrial da China subiu 5,9 por cento, em termos homólogos, nos dois primeiros meses do ano, acima da previsão dos analistas, segundo dados oficiais divulgados ontem. O ritmo de crescimento nos dois primeiros meses do ano é, no entanto, 0,3 por cento inferior ao atingido em Dezembro. Entre os três principais sectores em que o Gabinete Nacional de Estatísticas (NBS) do país asiático divide o indicador, o que mais contribuiu para a produção em Janeiro e Fevereiro foi a indústria transformadora (+6,9 por cento), seguida da indústria extractiva (+4,3 por cento) e da produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água, que registou um avanço de 1,1 por cento. A instituição destacou a retoma da produção em alguns segmentos, como a indústria de fabrico de automóveis (+12 por cento), os têxteis (+7 por cento) ou a indústria de processamento de alimentos (+8,3 por cento). O NBS divulgou também outros dados estatísticos, como as vendas a retalho – indicador-chave do estado do consumo -, que cresceram 4 por cento em termos homólogos, uma percentagem que está em linha com as previsões dos analistas e que é superior à de Dezembro (+3,7 por cento) e ao valor global para 2024 (+3,5 por cento). A taxa de desemprego oficial nas zonas urbanas situou-se em 5,4 por cento no final de Fevereiro, mais 0,2 por cento do que no final do primeiro mês do ano. O investimento em activos fixos aumentou 4,1 por cento, em termos homólogos, nos dois primeiros meses do ano, ultrapassando também fortemente o registo anterior (+3,2 por cento) e as previsões dos analistas (+3,6 por cento). Nos segmentos em que se divide este último indicador, o investimento destinado ao sector primário (agricultura, mineração, pescas, silvicultura) avançou 12,2 por cento, enquanto o destinado à indústria aumentou 11,4 por cento e o destinado ao sector terciário (serviços) 0,7 por cento. Queda abrandada O investimento em promoção imobiliária caiu 9,8 por cento nos dois primeiros meses do ano, um valor menor em comparação com a queda registada em 2024 (-10,6 por cento), no contexto de uma crise prolongada no sector, que tem pesado na recuperação económica do país asiático. O NBS publica os dados para Janeiro e Fevereiro em conjunto, a fim de evitar qualquer distorção decorrente da semana de férias do Ano Novo Lunar, que calha todos os anos em dias diferentes.
Hoje Macau China / ÁsiaManila | Centenas manifestam-se em apoio ao ex-presidente Duterte Centenas de pessoas manifestaram-se sábado na capital das Filipinas, Manila, para demonstrar apoio ao ex-presidente Rodrigo Duterte, acusado de crimes contra a humanidade pela sangrenta campanha antidroga que liderou. Duterte foi detido na terça-feira nas Filipinas pelas autoridades locais e, horas mais tarde, foi enviado para Haia, nos Países Baixos, onde compareceu sexta-feira perante os juízes do Tribunal Penal Internacional. “Tragam-no de volta” e “Apoiamos o presidente Rodrigo Duterte” foram algumas das frases mais repetidas durante a manifestação, que começou com uma oração pela saúde do antigo presidente, de 79 anos. Durante a presidência de Duterte, entre 2016 e 2022, cerca de 6.000 pessoas foram assassinadas em operações antidroga e execuções extrajudiciais, segundo dados da polícia. As estimativas são, no entanto, contestadas pelas organizações não-governamentais locais que afirmam que as operações culminaram na morte de mais de 30.000 pessoas. O ex-presidente foi detido na sequência de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional. O tribunal considera Duterte responsável por crimes contra a humanidade e diz existirem “motivos razoáveis” para acreditar que liderou um esquadrão da morte e usou o seu poder para levar a cabo execuções extrajudiciais. A investigação do tribunal sobre as execuções extrajudiciais iniciou-se em 2018 e, em 2021, foram associadas as autoridades e forças de segurança aos crimes cometidos, apesar de Duterte ter retirado o país da organização em 2019 numa tentativa de não ser implicado.
Hoje Macau China / ÁsiaBanguecoque | Derrocada de autoestrada em construção causa cinco mortos Pelo menos cinco pessoas morreram, duas continuam desaparecidas e 27 ficaram feridas no sábado, após o desabamento de uma autoestrada elevada, em construção a sul de Banguecoque, informaram as autoridades. O incidente ocorreu no distrito de Chom Thong, por volta das 02:00, quando a estrutura de ferro e betão desabou, numa altura em que um grupo de mais de 20 trabalhadores estava na área. Fotografias publicadas nas redes sociais pelo Conselho Municipal de Banguecoque e pelo departamento de relações públicas da província de Samut Sakhon, onde o projecto está a ser realizado, mostram uma pilha de escombros devido à queda de vigas e pilares. O Departamento de Prevenção e Mitigação de Desastres tailandês observou em comunicado que este é o oitavo acidente resultante da construção desta infra-estrutura, incluindo a queda de uma grua horizontal em Novembro, que fez seis mortos. Em Junho de 2023, duas pessoas morreram e várias ficaram feridas quando uma ponte em construção desabou sobre vários carros que passavam, num outro acidente relacionado com o mesmo projecto, que arrancou em 2022. O ministro dos Transportes, Suriya Jungrungreangkit, ordenou uma investigação sobre o incidente de sábado, com o objectivo de evitar novas mortes. Os acidentes de construção são comuns na Tailândia devido à fraca aplicação das normas de segurança e à utilização de pessoal não qualificado.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Milhares manifestam-se pró e contra Yoon Suk Yeol A destituição do antigo Presidente sul-coreano, após o seu anúncio de lei marcial e posterior detenção, tem gerado fricções de monta na sociedade do país asiático Milhares de sul-coreanos encheram no sábado as ruas do centro de Seul em grandes manifestações a favor e contra o presidente destituído da Coreia do Sul Yoon Suk Yeol, sem que se tenham registado incidentes. As manifestações ocorrem numa altura em que o Tribunal Constitucional sul-coreano vai decidir, na próxima semana, sobre a destituição formal do cargo de Yoon devido à imposição da lei marcial em Dezembro de 2024. Agitando faixas e cartazes que exigem a destituição do presidente conservador, grandes multidões de manifestantes anti-Yoon encheram as ruas perto do tribunal, onde a polícia tinha recentemente reforçado a segurança em antecipação da decisão esperada já na próxima semana. Os apoiantes de Yoon reuniram-se em ruas próximas, agitando bandeiras sul-coreanas e norte-americanas e apelando ao regresso do seu herói, cuja tomada de poder mal concebida evocou memórias das ditaduras militares vistas pela última vez na década de 1980. A polícia enviou milhares de agentes para manter a segurança e não houve relatos imediatos de grandes confrontos ou feridos. Os organizadores dos protestos anti-Yoon estimaram a afluência de 1,1 milhões de pessoas, enquanto a polícia calculou que o número de participantes se situava nas dezenas de milhares. Marchando em direcção às ruas próximas do tribunal, os manifestantes cantaram e entoaram palavras de ordem exigindo a destituição de Yoon e a sua prisão por causa da imposição da lei marcial, que durou pouco tempo, a 3 de Dezembro. Os poderes de Yoon foram suspensos depois de a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, o ter destituído 11 dias depois, dia 14. “Não podemos esperar nem um único dia”, disse um dos líderes do protesto no palco. “Esta é a ordem dos nossos cidadãos – o Tribunal Constitucional deve afastar imediatamente Yoon Suk Yeol, o líder da rebelião!” País dividido Para que Yoon seja formalmente destituído do cargo, pelo menos seis dos oito juízes em funções no Tribunal Constitucional têm de aprovar a moção de destituição aprovada pelos deputados. Se não o fizerem, os poderes presidenciais de Yoon serão imediatamente restabelecidos. Chung Sung-il, um manifestante anti-Yoon, de 72 anos, disse que esperava que o tribunal destituísse Yoon, “a 100 por cento”. “Se ele for reintegrado, muitas coisas perigosas podem acontecer”, advertiu. As manifestações pró-Yoon contaram com a presença de membros do Partido do Poder Popular, conservador, incluindo Yoon Sang-hyun, deputado nos últimos cinco mandatos, que defendeu a imposição da lei marcial pelo Presidente como uma tentativa de travar a “ditadura legislativa” dos liberais, que obstruíram a sua agenda com a maioria na Assembleia. A multidão entoou repetidamente o nome de Yoon Suk Yeol e segurou cartazes onde se lia “Dissolvam a Assembleia Nacional”. “O Presidente Yoon declarou a lei marcial para proteger a Coreia do Sul livre e democrática”, disse Jin Woo-chan, um apoiante de Yoon de 20 anos. Yoon argumentou que o decreto de lei marcial era necessário para vencer a oposição liberal “anti-Estado”, que, segundo disse, utilizou indevidamente a maioria legislativa para bloquear a sua agenda.
Hoje Macau China / ÁsiaIA | Baidu lança modelos gratuitos para competir com DeepSeek O gigante chinês da Internet Baidu lançou ontem dois novos modelos gratuitos de inteligência artificial (IA) generativa, numa altura de feroz concorrência no sector. O anúncio surge dois meses depois de a startup chinesa DeepSeek ter abalado o mundo da tecnologia com o potente robô de conversação desenvolvido a baixo custo e a funcionar com menos recursos. Numa publicação na rede social WeChat, o Baidu anunciou que lançou o mais recente modelo de raciocínio X1 – que a empresa afirma oferecer um desempenho semelhante ao do DeepSeek, mas a um custo inferior – bem como um novo modelo de base, o Ernie 4.5. Estas ferramentas, que são gratuitas e foram lançadas duas semanas antes do previsto, estão disponíveis através do robô de conversação da Baidu, o Ernie Bot. Até agora, os utilizadores tinham de pagar uma taxa de subscrição mensal para aceder aos mais recentes modelos de IA da empresa. O Baidu foi uma das primeiras empresas chinesas a implementar uma plataforma de IA generativa em 2023, mas os robôs de conversação de empresas rivais, como a ByteDance, proprietária do TikTok, e a Moonshot AI, rapidamente saturaram o mercado. A DeepSeek, por outro lado, veio mudar o panorama, com um modelo tão eficaz quanto os norte-americanos, como o ChatGPT, mas com um custo de desenvolvimento muito mais baixo. As empresas e agências governamentais chinesas foram rápidas a integrar o software da DeepSeek nas próprias ferramentas, tornando-o disponível ao público. O Baidu, por exemplo, integrou o modelo de raciocínio R1 do DeepSeek no motor de busca tradicional. Em Fevereiro, a Tencent, proprietária do WeChat, também lançou um novo modelo de IA que afirma responder a consultas mais rapidamente do que a DeepSeek, ao mesmo tempo que utiliza a tecnologia da rival para a plataforma de mensagens.
Hoje Macau China / ÁsiaIrão | Questão nuclear num “momento crítico” No final de uma reunião em Pequim que juntou altos representantes da China, Rússia e Irão, O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, enfatizou o momento determinante que o Irão atravessa face às novas pressões norte-americanas O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, afirmou na sexta-feira que a questão nuclear iraniana atingiu um “momento crítico”, no final de uma reunião tripartida entre China, Rússia e Irão, em Pequim. “O acordo internacional sobre a questão nuclear iraniana foi uma conquista importante alcançada através do diálogo e da negociação”, afirmou Wang Yi, citado pelo jornal oficial China Daily, acrescentando que a “situação atingiu mais uma vez um momento crítico”. Wang apresentou a posição de cinco pontos da China para a resolução da questão nuclear iraniana durante as conversações com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Ryabkov Sergey Alexeevich, e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Kazem Gharibabadi, que se encontram em Pequim, para uma reunião tripartida. “Todas as partes devem defender a visão de uma segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável, criar activamente condições para o reactamento do diálogo e das negociações e evitar acções que provoquem uma escalada das tensões”, afirmou. O chefe da diplomacia chinesa afirmou que o Irão deve continuar a aderir ao seu compromisso de não desenvolver armas nucleares, enquanto todas as partes devem respeitar plenamente o direito do Irão, enquanto signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, à utilização pacífica da energia nuclear. O Irão assinou um acordo nuclear, formalmente conhecido como Plano de Acção Conjunto Global (PACG), em Julho de 2015, com seis países – Grã-Bretanha, China, França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos -, aceitando restrições ao seu programa nuclear em troca de um alívio das sanções. Os EUA retiraram-se do acordo em Maio de 2018 e restabeleceram as sanções. Durante a reunião, Wang apelou à obtenção de um novo consenso com base no quadro do PACG e manifestou a esperança de que todas as partes avancem na mesma direcção e retomem o diálogo e as negociações o mais rapidamente possível. Os EUA devem demonstrar sinceridade política e regressar às conversações o mais rapidamente possível, argumentou. Washington impôs na passada quinta-feira novas sanções contra o Ministro do Petróleo iraniano, Mohsen Paknejad, entidades que venderam crude iraniano à China e navios envolvidos em transferências de petróleo além-fronteiras (‘offshore’). Na reunião trilateral de sexta-feira, os vice-ministros sublinharam ainda a importância de respeitar a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, que consagrou o acordo nuclear de 2015 com Teerão, bem como o seu “calendário”. China e Rússia saudaram “a reafirmação por parte do Irão da natureza pacífica do seu programa nuclear e o facto de se abster de desenvolver armas nucleares”, segundo a Xinhua. Também elogiaram “o compromisso do Irão de cumprir plenamente as obrigações do Tratado” e manifestaram o seu apoio à “política de cooperação do Irão com a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA)”. Respeito mútuo O diálogo trilateral ocorre num período de tensões crescentes com Washington, que reactivou a sua política de “pressão máxima” sobre o Irão, com novas sanções destinadas a reduzir as vendas de petróleo. O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse no início deste mês que enviou uma carta a Teerão a pedir o reinício das negociações, embora o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, tenha rejeitado qualquer diálogo com “países arrogantes”. O Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, reafirmou que Teerão “não negociará sob pressão ou intimidação” e só considerará um acordo “baseado no respeito mútuo”. O Irão manteve conversações em Genebra com a Alemanha, a França e o Reino Unido, mas sem progressos significativos. China e Rússia estão a tentar consolidar-se como mediadores num processo em que o Ocidente endureceu a sua pressão. Pequim reforçou a sua cooperação com Teerão a nível comercial e energético, enquanto Moscovo é um aliado fundamental do país persa na cena internacional. A AIEA confirmou, entretanto, que Teerão já acumulou 274 quilos de urânio enriquecido a 60 por cento, aproximando-se do limiar para utilização militar. Teerão terá acelerado significativamente o seu programa nuclear nos últimos meses, quadruplicando a sua taxa de enriquecimento de urânio para 60 por cento e reduzindo a cooperação com os inspetores da agência.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Acções registam recorde de vendas no estrangeiro com queda da TSMC As acções de empresas taiwanesas sofreram a maior fuga de sempre de investidores estrangeiros devido à alienação da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), o maior fabricante de semicondutores do mundo, informou ontem a Bloomberg. De acordo com os dados do mercado bolsista compilados pela agência de notícias, os fundos globais reduziram as suas posições nas últimas 12 sessões no mercado bolsista da ilha, desinvestindo em acções no valor líquido de 391 mil milhões de dólares taiwaneses desde quarta-feira. A TSMC, que representa mais de um terço do peso do índice de referência do mercado bolsista taiwanês Taiex, caiu quase 10 por cento nesse período, uma vez que os investidores estrangeiros venderam 155 milhões de acções, segundo a Bloomberg. O mercado bolsista de Taiwan foi arrastado pela queda global das acções de fabricantes de semicondutores este ano, devido a preocupações com a elevada valorização do sector e com o aparecimento do DeepSeek, uma das aplicações de inteligência artificial (IA) mais avançadas da China, explicou a Bloomberg. A TSMC, que registou receitas equivalentes a 15.500 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano, mais 39,2 por cento do que no mesmo período de 2024, descia 0,4 por cento na mesma altura, depois de ter fechado a subir 1,75 por cento no dia anterior. Sede do maior fabricante de semicondutores do mundo (TSMC) e da maior montadora de produtos tecnológicos do mundo (Foxconn), Taiwan tem beneficiado fortemente do crescimento da inteligência artificial e da computação de alto desempenho, graças à boa relação entre as empresas da ilha e os líderes do sector, como a Nvidia e a AMD.
Hoje Macau China / ÁsiaEnsino / IA | Cursos nas escolas primárias e secundárias de Pequim ainda este ano A partir do segundo semestre de 2025, todas as escolas primárias e secundárias de Pequim oferecerão cursos gerais de inteligência artificial (IA) com carga horária de pelo menos 8 horas por ano, de acordo com o Plano de Promoção da Educação em Inteligência Artificial nas Escolas Primárias e Secundárias (2025-2027), divulgado recentemente pela Comissão Municipal de Educação de Pequim, indica o Diário do Povo. O currículo abrangerá todas as etapas da educação, desde o ensino fundamental até o ensino médio, e visa fortalecer as capacidades dos alunos nesta área-chave. As escolas terão a flexibilidade de criar cursos autónomos de IA ou combiná-los com outras disciplinas, como tecnologia da informação, ciência, actividades práticas e educação para trabalho, acrescenta a publicação. Além disso, no âmbito do programa, a capital chinesa planeia treinar cem reconhecidos professores especializados e mil professores especializados de destaque no ensino de IA. A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo de Pequim para acelerar a construção de um sistema educacional de IA com características da capital e, ao mesmo tempo, promover a reforma e o desenvolvimento da educação básica. Concentrando-se em seis áreas-chave da aplicação da IA, incluindo ensino, aprendizagem, fomento, avaliação, pesquisa e administração, a cidade explorará novos cenários de aplicação da IA. Este ambicioso plano coloca Pequim como pioneira na integração da IA na educação, visando preparar os alunos para navegar no mundo digital enquanto usam a tecnologia de forma responsável.
Hoje Macau China / ÁsiaGolfo de Omã | China, Rússia e Irão completam exercícios As marinhas das três nações levaram a cabo simulações de salvamento de embarcações sequestradas para reforçar a capacidade de luta contra o terrorismo marítimo e a pirataria A China, o Irão e a Rússia concluíram ontem uma série de exercícios marítimos no âmbito de manobras conjuntas nas proximidades do porto iraniano de Chabahar, no golfo de Omã. De acordo com a imprensa oficial chinesa, as três marinhas simularam operações de salvamento de navios comerciais sequestrados, com o objectivo de “reforçar as capacidades navais dos três países para fazer face a ameaças à segurança”. A operação decorreu numa região próxima do porto de Chabahar e incluiu ataques a alvos marítimos, abordagem e controlo de danos, bem como operações conjuntas de busca e salvamento. De acordo com a televisão estatal chinesa CCTV, os exercícios incluíram disparos de metralhadora pesada contra alvos marítimos, treino noturno de tiro ao alvo e salvamento de embarcações comerciais simuladas sequestradas. Citado pelo jornal oficial Global Times, Zhang Junshe, um perito em assuntos militares chineses, disse que o exercício se centrou na luta contra o terrorismo marítimo e a pirataria. Os exercícios, apelidados de “Security Ties 2025”, têm como objectivo “aprofundar a confiança militar mútua e a cooperação pragmática entre as forças armadas dos países participantes”, afirmou o Exército chinês, em comunicado. A história repete-se A Marinha do Exército de Libertação Popular da China (ELP) enviou o contratorpedeiro Baotou e o navio de abastecimento Gaoyouhu para participar nos exercícios, detalhou a mesma fonte. Os exercícios anuais foram realizados numa data semelhante em 2024, também nas águas do Golfo de Omã, e envolveram forças chinesas com o contratorpedeiro de mísseis guiados Urumqi, a fragata de mísseis Linyi e o navio de abastecimento Dongpinghu. O exercício do ano passado coincidiu com os combates dos rebeldes Huthis no Iémen contra os navios de guerra norte-americanos e britânicos estacionados no mar Vermelho para proteger a navegação nesta via fluvial estratégica, através da qual se estima que passe 15 por cento do comércio marítimo mundial. Os exercícios deste ano coincidem com uma reunião em Pequim, na sexta-feira, entre representantes da China, da Rússia e do Irão sobre a “questão nuclear” iraniana.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Japão lamenta imposição de tarifas sobre o aço O Japão lamentou ontem ser alvo das tarifas aduaneiras de 25 por cento sobre o aço, impostas pelos Estados Unidos, alertando que as barreiras alfandegárias podem ter um impacto considerável nas ligações económicas. O porta-voz do Governo de Tóquio, Yoshimasa Hayashi, disse “ser lamentável” que o Japão não tenha conseguido a isenção nas tarifas sobre o aço e o alumínio, em vigor desde ontem, marcando uma nova etapa na guerra comercial entre os Estados Unidos e os principais parceiros comerciais. Além do Japão, União Europeia, Canadá, China e Austrália são afectados por esta medida, e o objectivo declarado do Presidente norte-americano, Donald Trump, passa por proteger a indústria siderúrgica dos EUA, que tem visto a produção diminuir de ano para ano face a uma concorrência cada vez mais forte, particularmente da Ásia (ver página 11). Os Estados Unidos importam cerca de metade do aço e do alumínio utilizados no país, para sectores tão variados como as indústrias automóvel e aeronáutica, a petroquímica e os produtos de consumo básicos, como os enlatados. Hayashi disse ainda que o aço e o alumínio japoneses não comprometem a segurança nacional dos Estados Unidos e que os produtos japoneses são de alta qualidade, difíceis de substituir, reforçando a competitividade da indústria transformadora norte-americana. “As medidas de restrição comercial adoptadas pelos Estados Unidos vão ter provavelmente um impacto considerável nas relações económicas entre o Japão e os Estados Unidos, bem como no sistema comercial multilateral”, advertiu ainda o porta-voz, sem mencionar eventuais represálias. Sem escape No início da semana, o ministro do Comércio japonês, Yoji Muto, deslocou-se a Washington para tentar obter uma isenção da Administração norte-americana, mas sem êxito. O Japão exportou 31,4 milhões de toneladas de aço em 2024, incluindo 1,12 milhões de toneladas para os Estados Unidos, de acordo com dados das autoridades japonesas. Este valor corresponde a 4 por cento das importações de aço dos Estados Unidos, sendo Tóquio o sexto maior fornecedor, atrás do Canadá, do Brasil e do México. Até 2022, o Japão obteve a isenção sobre os direitos de exportação, para os Estados Unidos, de 1,25 milhões de toneladas de aço, por ano. Donald Trump ameaça também agravar as taxas sobre as importações de automóveis a partir de Abril. Trata-se de uma questão importante para Tóquio visto que, no ano passado, a indústria automóvel representou cerca de 28 por cento de todas as exportações japonesas para os Estados Unidos. Durante o primeiro mandato, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já tinha imposto direitos aduaneiros de 25 por cento sobre o aço e de 10 por cento sobre o alumínio, numa tentativa de proteger a indústria americana sobretudo do centro e oeste norte-americanos.
Hoje Macau China / ÁsiaPaquistão | China condena desvio de comboio A China condenou ontem o desvio do comboio Jaffar Express pelo grupo rebelde Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), que é responsável por vários ataques contra as forças de segurança paquistanesas e os investimentos chineses na região. “A China condena firmemente este ataque e opõe-se a qualquer tipo de terrorismo, independentemente da sua forma. Continuaremos a apoiar firmemente o Paquistão na luta contra o terrorismo, bem como a manter a estabilidade e a proteger os civis”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa. A porta-voz acrescentou que a China está “pronta a trabalhar em operações anti-terroristas com o Paquistão para manter a região segura e estável”. Mais de 150 passageiros foram resgatados numa complexa operação de segurança na província paquistanesa do Baluchistão, na sequência do sequestro do comboio Jaffar Express por membros do BLA, informaram ontem fontes militares. As forças de segurança prosseguem a operação para libertar os restantes reféns detidos pelo BLA, que se apoderou do comboio com mais de 400 passageiros a bordo, quando este se dirigia de Quetta para Peshawar. O BLA, que procura a independência do Baluchistão, a maior província do Paquistão, tem uma longa história de insurreição, com ataques contra as forças de segurança paquistanesas e os investimentos chineses na região.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Esperado choque limitado das taxas sobre aço e alumínio A Associação do Ferro e do Aço da China previu ontem um impacto limitado das taxas de 25 por cento impostas pelos EUA sobre as importações de aço e alumínio, mas advertiu para o efeito adverso para a indústria mundial. Nas bolsas chinesas, nove das dez maiores empresas siderúrgicas chinesas registaram ontem perdas, mas no caso do alumínio, a Chalco e a China Hongqiao, as duas principais empresas deste sector, ganharam 4,63 por cento e 2,2 por cento, respectivamente. No que diz respeito a esta medida imposta pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, que entrou ontem em vigor, a associação chinesa prevê um impacto “limitado”, já que as exportações de aço da China para os EUA “representam uma pequena percentagem”. No entanto, “a longo prazo, pode levar outros países a seguir o exemplo, reduzindo a competitividade das exportações de aço da China”. O vice-secretário-geral da organização, Zhang Longqiang, disse à estação estatal CCTV que a medida é “um acto de proteccionismo comercial” e manifestou “firme oposição” às novas taxas porque “não são conducentes a um comércio saudável e justo e à concorrência no mercado”. “O aumento das taxas não vai, em última análise, proteger a indústria siderúrgica dos EUA – pelo contrário. Além disso, numa perspectiva de médio e longo prazo, as taxas terão um impacto adverso na cadeia industrial e na cadeia de abastecimento da indústria siderúrgica mundial, incluindo a da China”, afirmou. A porta-voz para o Comércio, He Yongqian, sublinhou ainda que “muitos países se opuseram explicitamente”. Pequim protestou na altura contra as taxas de 25 por cento impostas pelos EUA sobre as importações de aço e alumínio, sublinhando que não há vencedores em disputas comerciais. Embora os EUA não estejam entre os seus principais compradores – importaram cerca de 1,8 por cento das compras de aço do país asiático – a China exporta estes materiais para outros países como o Canadá e o México, que por sua vez os vendem ao país norte-americano. Efeito dominó Segundo os especialistas, alguns produtos são comprados por outros países e reenviados para os Estados Unidos, o que afectaria o aço semiacabado chinês, que é transformado em países como o México ou o Vietname antes de ser exportado para os Estados Unidos. Os especialistas preveem também um efeito dominó, uma vez que as taxas aumentarão os preços do aço e do alumínio, em especial nos EUA, o que conduzirá a aumentos generalizados a nível mundial. Outros consultores sugerem que as medidas se destinam a impedir a evasão das taxas, através do transbordo de aço e alumínio através de países terceiros, no que é conhecido como comércio “triangular”. Na segunda-feira, entraram em vigor novas taxas chinesas sobre os produtos agrícolas dos EUA, em resposta às taxas anteriormente impostas por Washington sobre produtos chineses.