Covid-19 | Viagens durante Ano Novo Chinês caíram 58% face a 2020

O número de passageiros que viajaram durante as férias do Ano Novo Lunar na China caiu 57,9%, em relação ao período de férias de 2020, devido aos surtos de covid-19 registados no país nas primeiras semanas do ano. A estimativa divulgada ontem pelo Ministério dos Transportes aponta para um total de 97,7 milhões de viagens realizadas entre os dias 11 e 17 de Fevereiro.

Este número representa também uma queda de 71,5%, em relação à semana do Ano Novo Chinês de 2019, uma diferença ainda maior, porque em 2020 o feriado coincidiu com os estágios iniciais da pandemia, quando as autoridades colocaram sob quarentena a cidade de Wuhan, onde os primeiros casos de covid-19 foram diagnosticados.

O ministério também destacou que, nos seis dias anteriores à época festiva, foram realizadas mais de 176 milhões de viagens por via rodoviária, o que representa uma subida de 97,3%, face ao período de férias de 2020.

Perante os surtos de covid-19 registados em Janeiro, que colocaram o número de infecções no nível mais alto desde julho de 2020, o Governo chinês tomou medidas para reduzir as deslocações durante o Ano Novo Lunar, no que é habitualmente a maior migração humana do mundo.

Para milhões de trabalhadores chineses as férias do Ano Novo Lunar são a única oportunidade que têm para regressar às respetivas terras natais. A imprensa oficial revelou que as reservas de hotéis por hospedes nas suas cidades de residência aumentaram 660% e as visitas a atrações turísticas locais 300%.

Os cinemas arrecadaram cerca de 8.000 milhões de yuan, um novo recorde para esta época festiva e um novo impulso para a recuperação de um dos setores mais afectados pela pandemia. As vendas do sector retalhista aumentaram quase 29%, em relação ao ano anterior, e os serviços de entrega ao domicílio 260%.

O último contágio local pelo novo coronavírus foi detectado na província de Hebei, no norte do país, no dia 15 de Fevereiro.

19 Fev 2021

China critica países desenvolvidos por acumularem vacinas

A China acusou hoje os países desenvolvidos de acumularem grandes quantidades de vacinas, criticando o que considera a “crescente desigualdade” na distribuição de doses nas nações em desenvolvimento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, afirmou, numa conferência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a vacinação, que a “cooperação para combater a pandemia não deve ser um jogo de tudo ou nada”.

Wang Yi rejeitou que Pequim tenha “objectivos geopolíticos” quando se trata da distribuição de vacinas para países em desenvolvimento. “As vacinas estão a ser desenvolvidas e produzidas em velocidade recorde, mas há problemas que precisam ser resolvidos”, disse.

“Há uma lacuna na distribuição. As vacinas estão a ir rapidamente para os países de rendimento alto, mas não para os países em desenvolvimento. Isto só vai exacerbar mais as desigualdades”, defendeu.

Wang Yi pediu que haja uma “distribuição justa e razoável das vacinas” e que os países mais necessitados ou envolvidos em conflitos não sejam deixados para trás. “A China nunca teve objectivos geopolíticos na venda das suas vacinas. Nunca fez cálculos para beneficiar economicamente e não estabeleceu condições políticas”, disse Wang, citado hoje pelo portal do ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

O ministro também indicou que as vacinas devem ser um “produto público acessível em todos os países” e que para a China é “imperativo” fazer o possível para pesquisar, desenvolver e distribuir vacinas em todo o mundo. “A China forneceu assistência a 53 países em desenvolvimento que a solicitaram e exportou vacinas para 22 países. Também ajudou a aumentar a capacidade de produção global”, afirmou.

Pequim entregou ainda 10 milhões de doses das suas vacinas ao mecanismo Covax, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para “evitar que mais pessoas morram pelo [novo] coronavírus”, acrescentou o ministro.

Segundo a imprensa oficial do país asiático, as vacinas desenvolvidas pelas empresas chinesas Sinopharm, Sinovac e CanSino estão a ser usadas em cerca de trinta países em desenvolvimento em África, Ásia ou América Latina, enquanto na Europa só chegaram à Sérvia e Hungria.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou mais uma vez esta semana que, se a campanha de vacinação contra a covid-19 não for implementada em todos os países, o vírus continuará a sofrer mutações, o que poderá prolongar “significativamente” a pandemia.

“Se o vírus se espalhar como um incêndio no sul global, ele sofrerá mutações repetidas vezes. Novas variantes podem tornar-se mais transmissíveis, mais mortais e potencialmente ameaçar a eficácia das vacinas e diagnósticos atuais”, alertou.

O português lembrou que “apenas 10 países administraram 75% de todas as vacinas contra a covid-19. Enquanto isso, mais de 130 países não receberam uma única dose”.

18 Fev 2021

Covid-19 | China limita passageiros vindos de Portugal a voos directos

Os passageiros que vivam em Portugal só serão autorizados a embarcar para a China em voos directos, anunciou na terça-feira a Embaixada chinesa. Num comunicado, a Embaixada justifica a decisão com a “grave e complexa” situação da pandemia de covid-19 em Portugal e a necessidade de evitar “infeções cruzadas em trânsito”.

A Embaixada deixou de aceitar pedidos para a emissão de um código de saúde de cor verde que sejam apresentados por residentes permanentes em Portugal que pretendam viajar para a China através de um outro país.

Existe actualmente apenas uma ligação directa entre a China e Portugal, com a companhia aérea chinesa Beijing Capital Airlines a voar entre Lisboa e Xi’an, na província de Shaanxi, todas as quintas-feiras e sábados.

A Embaixada chinesa em Portugal deixou também de emitir códigos de saúde para passageiros que vivam em outros países que tenham ligações diretas com a China, mas que pretendessem voar a partir de Lisboa, sublinha o comunicado.

A única excepção são os passageiros vindos de países sem voos directos para a China que tenham um código de saúde de cor verde emitido pela Embaixada chinesa no país de origem.

No início de Janeiro a Embaixada já tinha obrigado os passageiros que mudassem de voo em Portugal a apresentar dois testes negativos ao novo coronavírus, realizados em locais diferentes, antes de serem autorizados a embarcar para a China.

A 17 de Janeiro, a província de Shaanxi, no centro da China, registou um caso importado de covid-19, uma chinesa de 42 anos que tinha voado de Lisboa para Xi’an a 3 de Janeiro.

Em Outubro, no espaço de três dias, Shaanxi registou três casos de covid-19, todos cidadãos chineses regressados ao país através de Lisboa. Um dos homens veio de Angola, um outro de Cabo Verde e o outro partiu da Bolívia e passou ainda por São Paulo, no Brasil.

18 Fev 2021

Covid-19 | China soma 11 novos casos, todos oriundos do exterior

A Comissão de Saúde da China informou hoje que foram diagnosticados 11 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior.

Os casos registados pelas autoridades foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Sichuan (centro), Heilongjiang (nordeste) e Hubei (centro).

A Comissão de Saúde chinesa indicou que, até à meia-noite, o número total de infectados activos na China continental se fixou em 520, entre os quais 10 em estado grave. Desde o início da pandemia, 89.806 pessoas ficaram infectadas na China, tendo morrido 4.636 doentes.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.419.730 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.649 pessoas dos 790.885 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

18 Fev 2021

Centenas de milhar protestam em Myanmar após alerta da ONU sobre violência

Centenas de milhares de pessoas continuaram a manifestar-se esta quarta-feira contra o golpe militar em Myanmar (antiga Birmânia), apesar de a ONU ter alertado que o envio de tropas para Rangum e outras zonas do país fazia temer um aumento da violência.

O relator das Nações Unidas Tom Andrews disse na terça-feira à noite ter informações sobre o envio de soldados para Rangum e para outras cidades de Myanmar. “No passado, os movimentos de tropas como este antecederam assassinatos, desaparecimentos e detenções em grande escala”, disse Andrews num comunicado difundido pela ONU em Genebra.

“Estou assustado, dada a confluência destes dois fatores: organização de manifestações e envio de tropas. Os militares podem cometer ainda mais crimes contra o povo de Myanmar (nome do país imposto pela ditadura militar)”, afirmou.

Além das manifestações em Rangum, verificaram-se protestos na segunda maior cidade da Birmânia, Mandalay, e na capital administrativa do país – Naypyitaw – onde são proibidas reuniões de mais de cinco pessoas.

“Vamos marchar em grande número. Vamos mostrar a nossa força contra o golpe que destruiu o futuro da nossa juventude e do nosso país”, disse Kyi Toe, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia, partido liderado por Aung San Suu Kyi através de uma mensagem na plataforma digital Facebook.

Hoje, na cidade de Rangum, o protesto parecia ser o maior desde o início das manifestações, com centenas de milhares de pessoas. Os manifestantes bloquearam estradas com automóveis, alegando que se encontravam avariados.

Em Naypitaw, milhares de pessoas, incluindo funcionários de instituições bancárias privadas e mecânicos desfilaram pelas avenidas largas da cidade exigindo a libertação de Suu Kyi e do presidente Wun Myint. Em Mandalay, os manifestantes saíram novamente à rua, depois de na segunda-feira as forças de segurança terem apontado as armas a cerca de um milhar de pessoas em protesto.

De acordo com os meios de comunicação locais, a polícia disparou balas de borracha tendo ferido várias pessoas. As marchas fazem parte do processo de desobediência civil iniciado pelos profissionais de saúde apoiados pelos funcionários públicos.

O golpe militar, no dia 1 de Fevereiro, atingiu a frágil democracia da Birmânia, depois da vitória do partido de Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020.

Na terça-feira à noite os militares ordenaram o bloqueio da Internet no país pelo terceiro dia consecutivo durante a madrugada e está a ser preparada legislação quer permite aos militares vigiarem as atividades dos utilizadores de computadores e telemóveis.

Os militares negam o bloqueio da Internet, mas há informações sobre a possível instalação de um sistema informático que permite bloquear a rede e vigiar as atividades nas redes sociais, com o apoio da República Popular da China. O embaixador de Pequim na capital da Birmânia já negou o envolvimento da República Popular da China e negou as informações sobre a cooperação em actos de censura ou apoio militar.

18 Fev 2021

Myanmar | China menciona “exigências razoáveis’ do movimento social

A China mencionou as “exigências razoáveis” do movimento social em Myanmar e esforçou-se para promover o diálogo enquanto exortava todas as partes a permanecer calmas e contidas, evitando a violência, disse o embaixador chinês na terça-feira.

Chen Hai negou rumores recentes sobre a China estar envolvida em transporte de técnicos para Mianmar e ajudar o país a construir uma firewall na internet. “O actual desenvolvimento em Myanmar não é absolutamente o que a China deseja. Esperamos que todos os partidos de Myanmar possam lidar com as diferenças de maneira adequada no âmbito da constituição e das leis para manter a estabilidade política e social”, disse o embaixador.

“A China apoia os esforços de mediação da ASEAN e do enviado especial do Secretário-Geral da ONU para Myanmar. A China também está a desempenhar um papel construtivo, promovendo a paz e o diálogo em sua essência”, disse Chen.

Em resposta aos recentes encontros fora da embaixada da China durante o “Movimento de Desobediência Civil”, Chen disse que “algumas pessoas fizeram uma petição diante de embaixadas e organizações internacionais em Myanmar. Entendemos as suas aspirações. E também mencionamos as suas exigências razoáveis. Nós esforçamos-nos para promover o diálogo entre as diferentes partes. Esperamos que todas as partes possam ficar calmas e contidas, evitando fazer coisas que possam intensificar os conflitos e aumentar as tensões. Na situação actual, a violência deve ser evitada e os direitos básicos das pessoas precisam ser protegidos”, disse.

Chen negou rumores recentes, incluindo transporte de técnicos para Myanmar, construção de uma firewall na internet e de soldados chineses nas ruas. “Para que conste, essas são acusações completamente sem sentido e até ridículas”, disse Chen. “Esperamos sinceramente que o povo de Myanmar possa distinguir o certo do errado e proteger-se contra a manipulação política, a fim de evitar minar a amizade entre os dois povos.”

De acordo com Chen, as aeronaves eram voos de carga normais entre a China e Myanmar, cuja frequência caiu de 15 para 18 voos por dia antes da pandemia para cerca de 5 voos por dia. “Os voos transportam frutos do mar e outras exportações de Myanmar para a China.” Alguém disse que os voos transportavam “armas”. “China e Myanmar são vizinhos que não se podem afastar um do outro. Vizinhos amigos desejam bem uns aos outros. Esperamos que tudo corra bem em Myanmar, em vez de se tornar instável ou mesmo cair no caos”, disse Chen.

18 Fev 2021

China torna-se no maior parceiro comercial da União Europeia em 2020

A China tornou-se o maior parceiro comercial da União Europeia (UE) em 2020. Tanto as exportações como as importações aumentaram apesar da pandemia de Covid-19, informou a Eurostat nesta segunda-feira. De acordo com o serviço estatístico da UE, as importações do bloco vindas da China em 2020 cresceram 5,6% ano ao ano, para 383,5 mil milhões de euros, enquanto as exportações, 2,2%, para 202,5 mil milhões de euros.

Ao mesmo tempo, o comércio de bens com os Estados Unidos, que lideravam a lista de parceiros comerciais da UE até o início de 2020, teve um declínio substancial em ambos os sentidos.

A UE também testemunhou um maior comércio com o resto do mundo em Dezembro de 2020, um aumento de 6,6 mil milhões de euros em relação ao mesmo mês de 2019, o primeiro aumento anual desde que foi atingida pela pandemia.

Em 2020, o mercado único sofreu uma queda de 9,4% nas exportações de bens e de 11,6% nas importações. Com as indústrias amplamente afetadas pelas medidas de confinamento no ano passado, a energia registou de longe a queda mais acentuada entre todos os sectores, seguida por alimentos e bebidas, matérias-primas e produtos químicos.

As cifras da Eurostat na segunda-feira mantêm-se em conformidade com os dados oficiais da China publicados em meados de Janeiro, que mostraram que o comércio com a UE cresceu 5,3%, para 4.495,77 mil milhões de yuans, em 2020.

Enquanto as importações e exportações totais de bens da China expandiram 1,9% ano a ano, para 32,16 biliões de yuans em 2020, um novo recorde, o aumento do comércio com a UE foi mais do que o dobro da taxa média de crescimento.

O resultado fala plenamente “da forte resiliência e importância da cooperação económica e comercial China-UE”, disse Zhang Ming, chefe da Missão Chinesa na UE.

18 Fev 2021

Comércio entre a China e Portugal aumenta 4,82% em 2020

As trocas comerciais entre a China e Portugal aumentaram 4,82% em 2020, em relação ao ano anterior, segundo dados oficiais. O valor total das trocas comerciais no ano passado foi de 6,9 mil milhões de dólares norte-americanos, de acordo com dados oficiais publicados na semana passada no portal do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa (Macau), com base nas estatísticas dos Serviços de Alfândega chineses.

Em 2019, as trocas comerciais entre a China e Portugal tinham atingido 6,6 mil milhões de dólares. Do valor total, Pequim importou mais 19,6%, ou 2,8 mil milhões de dólares em 2020, comparativamente com o período homólogo do ano anterior. Por outro lado, a China exportou menos 3,1% para Portugal, ou 4,2 mil milhões de dólares.

As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa entre Janeiro e Dezembro 2020 foram de 145 mil milhões de dólares, o que representa uma descida de 2,98% no período homólogo de 2019.

O Brasil continua a ser o país lusófono com o maior volume de trocas comerciais com a China, garantindo mais de 80% dos bens transaccionados, seguindo-se Angola, Portugal, Moçambique, Timor-Leste, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

18 Fev 2021

Covid-19 | Japão inicia vacinação a menos de seis meses do início de Jogos Olímpicos

O Japão começou hoje a administrar a vacina contra a covid-19, prevendo imunizar toda a população no prazo de um ano, numa altura em que faltam menos de seis meses para o início dos Jogos Olímpicos.

As primeiras doses da vacina desenvolvida pela Pfizer, a única até agora aprovada no Japão, foram administradas no Centro Médico de Tóquio, no distrito de Meguro, estando previsto alargar a vacinação a uma centena de centros de saúde em todo o país na próxima semana.

A primeira pessoa a receber a vacina foi o director do centro médico, Kazuhiro Araki, que se voluntariou para servir de exemplo e encorajar outros a vacinar-se, disse às televisões. Um total de 12 médicos e enfermeiros foram vacinados no dia do arranque da campanha.

O Japão, um país céptico em relação a vacinas desenvolvidas fora do país, após campanhas anteriores terem tido graves efeitos secundários, está a iniciar a vacinação contra a covid-19 mais de dois meses após o Reino Unido, pioneiro mundial, e a cerca de cinco meses da abertura dos Jogos Olímpicos.

Tanto o Governo japonês como o comité organizador sublinharam que os Jogos Olímpicos, cuja realização tem sido questionada, devido à pandemia, serão realizados dentro do prazo previsto, a partir de 23 de Julho.

“Não estou a ter em conta os Jogos Olímpicos”, disse o ministro responsável pela vacinação, Taro Kono, durante uma conferência de imprensa na véspera do início da campanha, sublinhando que a prioridade do Governo é completar a imunização sem sobressaltos.

O Japão deu luz verde à vacina da Pfizer no domingo, um atraso em relação a outras grandes potências, devido em parte ao intrincado processo de aprovação, que requer estudos clínicos com japoneses.

O país recebeu até agora vacinas suficientes para as duas doses necessárias para 193.050 pessoas, assumindo que as injeções são administradas com agulhas especiais que aproveitam ao máximo o conteúdo da ampola (seis doses), e das quais o país tem falta. As seringas habitualmente usadas no país só conseguem extrair cinco doses.

“Temos agulhas suficientes para vacinar todos os 40.000 trabalhadores de saúde, mas estou determinado a obter agulhas suficientes para toda a vacinação”, disse Kono. O Ministério da Saúde japonês estabeleceu como objectivo completar a campanha de imunização da população, de 126 milhões de pessoas, em cerca de um ano.

O primeiro grupo a receber a vacina integra 40.000 médicos e enfermeiras da linha da frente na luta contra a pandemia, que vão também avaliar os possíveis efeitos das duas inoculações necessárias. Seguir-se-ão, em março, cerca de 3,7 milhões de pessoas ligadas ao setor de saúde e cerca de 36 milhões com mais de 65 anos.

A etapa final, que abarcará a população em geral com mais de 16 anos, só deverá arrancar no final de Junho ou Julho, quando está previsto o início de Tóquio2020.

O Japão chegou a um acordo com três empresas farmacêuticas, Pfizer, Moderna e a britânica AstraZeneca, para fornecer doses suficientes para toda a população e dispor de reservas, pelo que por agora excluiu a aquisição de vacinas desenvolvidas por outras empresas.

O Japão enfrentou a terceira vaga da pandemia de covid-19 este inverno e mantém activados os níveis de alerta, embora tenha registado muito menos infecções em comparação com outras grandes economias.

Nos últimos dias, o país tem registado entre 1.300 a 1.400 novos casos diários e, no total, contabiliza cerca de 418 mil infeções e 7.139 mortes desde o início da pandemia, de acordo com a contagem independente da Universidade norte-americana Johns Hopkins.

17 Fev 2021

Coreia do Norte | Mulher de Kim Jong-un reaparece em actos públicos após mais de um ano de ausência

A mulher do líder norte-coreano Kim Jong-un fez a sua primeira aparição pública após mais de um ano ausente em cerimónias, informaram hoje os medias estatais, encerrando a polémica sobre a sua ausência prolongada. Ri Sol ju acompanhou o marido num concerto destinado a comemorar o nascimento de Kim Jong-il, pai e também antecessor do atual líder norte-coreano.

O aniversário do nascimento do segundo integrante da dinastia Kim é conhecido como o “Dia da Estrela Brilhante”. É um dos feriados mais importantes do calendário norte-coreano. O jornal oficial Rodong Sinmun divulgou fotos do casal a sorrir e a aplaudir os artistas que se apresentavam no Teatro de Artes de Mansudae, em Pyongyang.

“Quando o secretário-geral entrou no auditório do teatro com a sua mulher Ri Sol ju, ao som de uma música de boas-vindas, todos os participantes os aplaudiram e saudaram”, relatou a agência de notícias oficial KCNA. Nas fotos publicadas, nenhum dos espectadores está a usar máscara.

Ri Sol ju não era vista em público desde Janeiro de 2020, durante um evento relacionado com o Ano Novo Lunar.

A sua ausência suscitou muitas especulações sobre o seu estado de saúde. Muitos questionaram se a mulher do líder norte-coreano estava isolada para se proteger do novo coronavírus ou se estava grávida. O casal terá, provavelmente, três filhos.

A Coreia do Norte encerrou as suas fronteiras no início do ano passado numa tentativa de se proteger da pandemia. Kim afirmou repetidamente que o seu país continuava livre do novo coronavírus, o que os especialistas estrangeiros duvidam.

A publicação das fotos ocorre no dia seguinte a uma reunião dos parlamentares sul-coreanos com os serviços de informação de Seul, na qual foi transmitido que a mulher do líder norte-coreano estava a abster-se de qualquer aparição pública devido à pandemia do novo coronavírus e passava o seu tempo junto dos seus filhos.

Ri Sol ju é, juntamente com a irmã do seu marido, Kim Yo-jong, uma das mulheres mais conhecidas do regime patriarcal.

17 Fev 2021

Covid-19 | Piratas informáticos norte-coreanos tentam entrar nos sistemas da Pfizer

Piratas informáticos norte-coreanos tentaram entrar nos sistemas da Pfizer para encontrar informações sobre a vacina produzida pelo gigante farmacêutico contra a covid-19, de acordo com os serviços secretos da Coreia do Sul citados pela imprensa local.

Segundo declarou aos jornalistas a deputada sul-coreana Ha Tae-keung, o Serviço Nacional de Inteligência informou que a Coreia do Norte “tentou obter as tecnologias contidas na vacina e os tratamentos usados contra a covid-19 através de um ciberataque dirigido à Pfizer”.

A Coreia do Norte foi o primeiro país do mundo a encerrar as suas fronteiras, no final de janeiro de 2020, para tentar proteger-se da pandemia que surgiu em dezembro de 2019 na vizinha China e que depois se espalhou por todo o mundo.

O líder norte-coreano Kim Jong Un afirmou que o país não registou qualquer caso de contaminação pelo novo coronavírus, mas o que é considerado como sendo pouco provável pelos peritos, já que a China faz fronteira com o país e é o seu principal parceiro comercial.

O fecho de fronteiras aumentou a pressão sobre a economia norte-coreana, já submetida a sanções internacionais devido ao programa nuclear e balístico desenvolvido por aquele regime comunista.

Segundo peritos ocidentais, a Coreia do Norte dispõe de um “exército” de milhares de piratas informáticos muito bem treinados, que já perpetraram ataques a empresas, instituições e centros de investigação, em particular da Coreia do Sul.

A coreia do Norte terá, igualmente, desviado ao longo dos últimos meses mais de 300 milhões de dólares em cripto moedas através de ataques informáticos destinados a financiar o seu programa nuclear e balístico, segundo um relatório confidencial da ONU divulgado há poucos dias.

Apesar de afirmar estar isenta do vírus, a Coreia do Norte fez recentemente uma encomenda de vacinas contra a covid-19, devendo receber cerca de dois milhões de doses, segundo a Aliança Global de vacinas (Gavi), membro do programa Covax, que coordena a distribuição de vacinas aos países pobres.

Embora não haja ainda confirmação oficial, o país terá pedido ajuda internacional, já que as infra-estruturas médicas norte-coreanas são consideradas inadequadas para fazer face a uma pandemia.

17 Fev 2021

Hong Kong | Activistas no banco dos réus por organizarem manifestação

Vários activistas proeminentes da luta pró-democracia em Hong Kong compareceram em tribunal, acusados de organizar uma das maiores manifestações de 2019, em protesto contra a lei da extradição. Entre os nove arguidos, encontram-se algumas das personalidades mais respeitadas da antiga colónia britânica, incluindo o advogado Martin Lee, de 82 anos, que há décadas foi escolhido por Pequim para redigir a Lei Básica, o texto que serve de mini-constituição na região semi-autónoma.

Também acusados estão a antiga deputada da oposição Margaret Ng, uma advogada de 73 anos, e o magnata dos media Jimmy Lai, que se encontra actualmente em prisão preventiva, por acusações separadas ao abrigo da lei da segurança nacional.

Vários são figuras de destaque na Frente Civil pelos Direitos Humanos, a coligação que organizou as maiores manifestações em 2019, quando a cidade viveu a sua pior crise política desde a entrega em 1997, com ações e mobilizações quase diárias. Quando os arguidos entraram no tribunal, vários activistas fizeram a saudação com três dedos, um gesto que se tornou um símbolo da luta contra o autoritarismo na Ásia.

O grupo, que enfrenta até cinco anos de prisão, é acusado de organizar em 18 de Agosto de 2019 a segunda maior manifestação em sete meses de protesto. Os organizadores tinham estimado uma participação de 1,7 milhões de manifestantes, que representariam quase um quarto da população de Hong Kong, um número que não pôde ser verificado de forma independente.

17 Fev 2021

Covid-19 | New York Times acusado de falsificar declarações sobre origem do vírus

Profissionais de uma equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS), que concluíram sua missão de rastreamento da origem da COVID-19 na China, denunciaram o The New York Times por uma reportagem controversa, enfatizando que os seus colegas foram “selectivamente mal citados” e a história não é verdadeira.

“Esta não foi a minha experiência na missão da OMS. Como líder do grupo de trabalho animal/ambiental, encontrei confiança e abertura nos meus colegas da China. Nós tivemos acesso a novos dados críticos durante todo o tempo e aumentámos a nossa compreensão dos caminhos prováveis de propagação”, esclareceu Peter Daszak, membro da equipe da OMS, no Twitter depois de ser citado pelo The New York Times.

O notícia acusou cientistas chineses de se recusarem a partilhar dados importantes sobre os primeiros dias da pandemia COVID-19, citando investigadores independentes da OMS. A equipa internacional, tendo terminado seu trabalho em Wuhan, na China, foi composta por especialistas da Austrália, Dinamarca, Alemanha, Japão, Holanda, Qatar, Rússia, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Vietnãame.

A equipa também inclui especialistas da OMS e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e da Organização Mundial da Saúde Animal.

No relatório, Daszak disse que sua viagem foi emocionalmente desgastante ao entenderem o trauma dos primeiros dias da pandemia. Thea K. Fischer, a epidemiologista dinamarquesa da equipa, também refutou imediatamente a reportagem, que acusou de “distorcer intencionalmente” as observações dos entrevistados e lançar “sombras sobre importantes trabalhos científicos”.

“Esta não foi a minha experiência nem no lado epidemiológico. Construímos um bom relacionamento na equipa epidemiológica chinesa/internacional. Permitir discussões acaloradas reflecte um profundo nível de empenhamento na sala”, explicou no Twitter.

Ecoando a raiva de Fischer, Daszak tuitou numa nota de resposta: “Ouça! Ouça! É decepcionante passar tempo com jornalistas explicando as importantes descobertas do nosso exaustivo trabalho de um mês na China, para acabar vendo os nossos colegas, selectivamente mal citados, serem encaixados numa narrativa que foi prescrita antes do início do trabalho. Que vergonha @New York Times!”

Outros especialistas em saúde também expressaram as suas opiniões sobre o incidente, pedindo confiança e respeito mútuos à cooperação internacional na pesquisa de COVID-19. “A colaboração é sobre confiança e respeito mútuos. Se não existe isso, ninguém vai partilhar dados. Como cientistas da EID, precisamos urgentemente descartar a porcaria política. Espero que haja boa vontade pessoal duradoura, suficiente para nós procedermos efetivamente…” tuitou Hume Field, um conselheiro científico e político da EcoHealth Alliance em Nova Iorque.

A equipa internacional apresentou as suas descobertas iniciais descartando a hipótese de que o vírus escapou de um laboratório. A equipa está a trabalhar num relatório resumido, previsto para ser publicado nesta semana, enquanto um relatório final completo será publicado nas próximas semanas, de acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS.

O chefe da OMS explicou que a missão alcançou uma melhor compreensão dos primeiros dias da pandemia, e identificou áreas para análise e pesquisa posteriores. “Sempre dissemos que, essa missão não encontraria todas as respostas, mas adicionou informações importantes que nos aproximam da compreensão das origens do vírus”, acrescentou.

O rastreamento da origem da COVID-19 é “uma questão científica complexa envolvendo muitos países e regiões”, e deve ser realizada por cientistas globais com colaboração, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, no início da semana passada.

“O governo chinês tem dado forte apoio e assistência para a visita da missão da OMS à China, como parte da cooperação global de estudos de rastreamento de origens”, observou ele, enfatizando que a China manterá abertura, transparência, estreita comunicação e cooperação com a OMS.

17 Fev 2021

Japão anuncia pior registo diário de mortes por covid-19

O Japão anunciou hoje que registou o pior número de mortes num só dia, ao contabilizar 121 óbitos por covid-19 nas últimas 24 horas. O número adiantado pelo Ministério da Saúde japonês aumentou o total de mortos no país para 6.678 desde o início da pandemia.

O Japão ainda não iniciou a vacinação contra o novo coronavírus. As vacinas para o pessoal médico estão previstas para este mês. A área metropolitana de Tóquio está sob estado de emergência, com as autoridades a pedirem aos residentes para ficarem em casa e os restaurantes a fecharem durante a noite.

Embora os casos tenham permanecido relativamente baixos no Japão no ano passado, em comparação com os Estados Unidos e a Europa, as infeções têm vindo a aumentar recentemente, no momento em que crescem os pedidos para serem cancelados os Jogos Olímpicos de Tóquio, programados para começarem em julho.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.341.496 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

11 Fev 2021

Covid-19 | OMS começa a deixar a China sem resultados conclusivos

Especialistas da missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) encarregados de investigar as origens do novo coronavírus começaram ontem a deixar a China, país que consideram o “início do caminho” para desvendar a origem da covid-19. “A equipa está a trabalhar até sair [da China]. Este é apenas o início do caminho, com muito trabalho a ser feito, seguindo as pistas dos nossos colegas chineses”, afirmou ontem o britânico Peter Daszak, membro da missão, na rede social Twitter. “Muito orgulhoso das nossas conquistas e realista sobre o percurso que nos espera”, acrescentou.

Também Marion Koopmans, virologista holandesa, declarou-se “exausta”, mas comemorou a missão de 27 dias em Wuhan, a cidade chinesa onde foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19. “Estou realmente ansiosa para dar os próximos passos”, escreveu no Twitter.

A epidemiologista dinamarquesa Thea K. Fischer, que considerou na mesma rede social que a missão foi uma “experiência única”, apontou duas teorias preliminares sobre as origens do vírus: através de um animal que serviu de hospedeiro intermediário para humanos ou através de algum alimento congelado.

Esta segunda teoria tem sido defendida pela China repetidamente, nos últimos meses, após a detecção de vestígios do vírus em alguns produtos congelados importados pelo país asiático. A investigação é extremamente sensível para o regime, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam que o vírus teve origem em outros países.

A administração do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou o Instituto de Virologia de Wuhan de ter deixado o vírus escapar, voluntariamente ou não. Peter Daszak admitiu que a equipa teve de realizar as suas investigações num ambiente de pressão política.

O chefe da missão, o especialista em zoonose dinamarquês Peter Ben Embarek, descartou na que o vírus tenha tido origem num laboratório, e considerou a possibilidade de que tenha chegado à China por meio de produtos congelados.

“Tudo continua a apontar para um reservatório deste vírus, ou um vírus semelhante, nas populações de morcegos”, seja na China, em outros países asiáticos ou mesmo em outros lugares, defendeu. O especialista disse que rastrear o percurso do vírus ainda é um “trabalho em andamento”.

11 Fev 2021

Covid-19 | OMS diz ser improvável que vírus tenha escapado de laboratório

Um especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse hoje que é improvável que o novo coronavírus tenha escapado de um laboratório chinês, defendendo antes a possibilidade de ter sido transmitido por um animal.

O especialista em segurança alimentar e doenças animais da OMS Peter Ben Embarek fez um resumo da investigação levada a cabo por uma equipa de cientistas chineses e da OMS sobre as possíveis origens do novo coronavírus em Wuhan, a cidade chinesa onde os primeiros casos de covid-19 foram diagnosticados.

O Instituto de Virologia de Wuhan, um dos principais laboratórios de pesquisa de vírus da China, construiu um arquivo de informações genéticas sobre coronavírus em morcegos, após o surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave, que surgiu no país asiático, em 2003.

Isto levou a alegações de que a covid-19 poderia ter saído daquelas instalações, teoria promovida pelo anterior presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Juntamente com cientistas do instituto, a equipa da OMS, que inclui especialistas de 10 países, visitou hospitais, institutos de pesquisa e o mercado de frutos do mar onde foram diagnosticados os primeiros casos.

“As nossas descobertas iniciais sugerem que a introdução, através de uma espécie hospedeira intermediária, é o caminho mais provável, o que exigirá mais estudos e pesquisas mais específicas”, disse Embarek. “No entanto, as descobertas sugerem que a hipótese de se tratar de um incidente num laboratório é extremamente improvável”, acrescentou.

Os investigadores chineses anunciaram que não encontraram o animal que está na origem do novo coronavírus. A transmissão para o ser humano a partir de um animal é provável, mas “ainda não foi identificada”, disse Liang Wannian, chefe da delegação de cientistas chineses.

Wuhan, cidade localizada no centro da China, diagnosticou os primeiros casos do novo coronavírus no final de 2019, no que as autoridades de saúde designaram então de “pneumonia por causa desconhecida”.

Os investigadores disseram não ter encontrado indícios da presença do vírus em Wuhan antes de os primeiros casos terem sido diagnosticados. “Nos dois meses anteriores a dezembro não há evidências de que o [vírus] estivesse a circular na cidade”, disse Liang, em conferência de imprensa da OMS sobre os resultados da sua investigação.

A missão da OMS sobre as origens da transmissão do vírus é importante para prevenir a ocorrência de futuras epidemias, mas só se concretizou passado mais de um ano depois de os primeiros casos terem sido diagnosticados.

Pequim continuou a negar os pedidos de uma investigação estritamente independente. A investigação é extremamente sensível para o regime comunista, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam que o vírus teve origem em outros países.

A visita dos especialistas acontece depois de longas negociações com Pequim, que incluíram uma rara reprimenda por parte da OMS, que afirmou que a China estava a demorar muito para fazer os arranjos finais. A OMS já tinha alertado que seria necessário ter paciência antes de encontrar a origem do vírus.

10 Fev 2021

OMS anuncia hoje primeiros resultados sobre investigação quanto à origem do novo coronavírus

A equipa de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) que se encontra na China para tentar descobrir a origem da pandemia de covid-19 vai dar uma conferência de imprensa, anunciou hoje a instituição.

“A equipa internacional que procura compreender a origem do coronavírus associado à covid-19 e que termina a estada de 14 dias em Wuhan, na China, dará uma conferência de imprensa com os colegas chineses”, indica num comunicado a OMS, que acrescenta que o encontro com os jornalistas começará às 08:00 TMG.

Wuhan foi onde se reportaram os primeiros casos de covid-19 em Dezembro de 2019. A pandemia já provocou mais de 2,3 milhões de mortes entre os mais de 106 milhões de casos de contágio.

A missão para determinar a origem da transmissão do coronavírus aos humanos, considerada extremamente importante para tentar melhorar a luta contra uma possível nova epidemia, foi difícil de concretizar, uma vez que a China se mostrou muito relutante em permitir a presença dos especialistas mundiais de diferentes áreas, desde a epidemiologia à zoologia.

A autorização chegou um ano após a pandemia ter sido declarada. Pequim recebeu muito mal as críticas ao modo como lidou no início da crise, em particular os ataques muito virulentos de Donald Trump, enquanto Presidente dos Estados Unidos.

As autoridades chinesas indicam que têm estado a trabalhar há meses para acabar com as dúvidas sobre onde e como o coronavírus pode ter começado a infectar seres humanos. Tendo chegado à China em Janeiro, os especialistas da OMS foram seguidos por todo o lado por uma grande quantidade de jornalistas chineses e internacionais.

Os peritos puderam utilizar as redes sociais e ser entrevistados, tendo um deles, Peter Daszak, zoólogo que dirige a organização não-governamental EcoHelth, com sede em Nova Iorque, afirmado sexta-feira que a equipa teve acesso a todos os lugares que pretendia observar.

Entre esses lugares figurou o Instituto de Virologia de Wuhan, que os norte-americanos acusaram de ser a fonte da propagação do vírus, mas também o mercado de animais, onde os primeiros casos foram relatados. A OMS já avisou que é preciso ter paciência antes de encontrar uma possível resposta, mensagem reiterada por um membro da equipa, Hung Nguyen-Viet, em entrevista à agência noticiosa France-Presse (AFP).

“Estamos num processo e precisamos de tempo e de esforço para entender” o que aconteceu, explicou o especialista, co-director do Programa de Saúde Humana e Animal do Instituto Internacional de Pesquisa sobre Reprodução de Nairóbi. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.316.812 mortos no mundo, resultantes de mais de 106 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

9 Fev 2021

Covid-19 | China soma 14 novos casos, todos oriundos do exterior

A Comissão de Saúde da China informou hoje que foram diagnosticados 14 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, todos oriundos do exterior. Os casos registados pelas autoridades foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior, na cidade de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Jiangsu (leste), Zhejiang (leste), Fujian (sudeste), Shandong (nordeste) e Sichuan (centro).

Pelo segundo dia consecutivo, o país não registou casos de infecção local. A Comissão de Saúde chinesa indicou que, até à meia-noite, o número total de infectados activos na China continental se fixou em 1.057, entre os quais 18 em estado grave.

Desde o início da pandemia, 89.720 pessoas ficaram infetadas na China, tendo morrido 4.636 doentes. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.316.812 mortos no mundo, resultantes de mais de 106 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

9 Fev 2021

Myanmar | Reino Unido e UE pedem reunião de emergência na ONU

O Reino Unido, a União Europeia e outros 19 membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU convocaram esta segunda-feira uma reunião de emergência deste organismo para discutir a situação em Myanmar após o golpe militar. O pedido “é uma resposta ao estado de emergência imposto em Myanmar e à detenção arbitrária de políticos e membros da sociedade civil eleitos democraticamente”, disse o embaixador do Reino Unido nas Nações Unidas em Genebra, Julian Braithwaite.

“Temos de responder com urgência à provação pela qual o povo de Myanmar está a passar e à rápida deterioração da situação dos direitos humanos”, acrescentou o diplomata, durante uma reunião do Conselho, por videoconferência. A reunião deve ocorrer na quinta-feira, de acordo com uma mensagem na rede social Twitter de Dominic Raab, secretário de Negócios Estrangeiros britânico.

Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Myanmar desde o golpe de Estado no início da semana passada, para protestar contra o regresso dos militares ao poder, apesar das inúmeras detenções e da censura na Internet. O embaixador disse que o grupo que propôs a reunião de emergência informará outros membros do Conselho sobre a redação de uma resolução conjunta.

A reunião de emergência – cujo pedido é validado desde que reúna pelo menos um terço dos 47 membros do Conselho – deve ser realizada antes do início da sessão regular do Conselho de Direitos Humanos, com sede em Genebra, que arranca no dia 22 Fevereiro.

Lei marcial imposta

A Junta Militar birmanesa decretou ontem a lei marcial após sucessivos protestos e uma greve geral em curso, que está a paralisar o país. Os militares declararam a lei marcial em pelo menos seis localidades, impondo o recolher obrigatório e proibindo reuniões com mais de cinco pessoas, bem como discursos públicos.

A medida, que afecta vários distritos de Rangum, a maior cidade e o centro económico do país, entrou também em vigor nas regiões de Mandalay, Monywa, Loikaw, Hpsaung e Myaungmya.

Ontem também, e pela primeira vez desde o golpe de Estado, o líder da Junta Militar birmanesa, Min Aung Hlaing, falou ao país para justificar o golpe de Estado, insistindo nas acusações anteriores de fraude eleitoral nas eleições de novembro de 2020, afirmando que a sublevação acabou por tornar-se “inevitável”.

Numa mensagem na televisão pública MRTV, o general golpista assegurou que, apesar de as anteriores eleições (2010 e 2015) terem sido justas e livres, as de 2020 “estiveram repletas de irregularidades”, e garantiu que prova disso foi a alta participação registada apesar da pandemia de covid-19. Min Hlaing pediu a todos os cidadãos que permaneçam “unidos como país” e que se foquem “nos factos e não nas emoções”.

Logo após o golpe de estado, o Exército de Myanmar (antiga Birmânia) prendeu parte dos membros do Governo eleito, entre eles a líder e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, cujo partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND), venceu com 83%. O exército disse ter descoberto “mais de 10 milhões de casos de fraudes” e exigiu à Comissão Eleitoral a publicação das listas eleitorais para conformação, o que o órgão encarregado do escrutínio recusou. No discurso, o militar, de 64 anos, denunciou a existência de “mais de 200 fraudes” e prometeu investigar as supostas irregularidades, além de ter como missão combater a gerir a crise pandémica e restaurar o crescimento económico.

“Enquanto salvamos o país durante um tempo, não alteraremos nenhuma política externa, administrativa ou económica. Vamos continuar como dantes”, frisou, tendo como pando de fundo a promessa de realizar novas eleições gerais dentro de um ano.

Min Hlaing referiu-se também à situação da minoria muçulmana rohingya, sem a mencionar explicitamente, e garantiu que está a trabalhar com as autoridades do Bangladesh para que os deslocados possam ser repatriados “logo que possível”. Após uma operação de repressão militar lançada em agosto de 2017, no estado de Rakhine, no nordeste do país, mais de 725.000 rohingya fugiram para o vizinho Bangladesh. A intervenção do líder golpista surge no meio da condenação internacional e de protestos maciços contra a sublevação militar.

Há cerca de uma década, os militares, que governaram o país com ‘mão de ferro’ entre 1962 e 2011, desenharam uma “democracia disciplinada” sem terem renunciado totalmente ao poder. Apesar da realização de eleições democráticas, o Exército tinha 25% das cadeiras no Parlamento e os Ministérios do Interior, Fronteiras e Defesa.

9 Fev 2021

China publica regras anti-monopólio para regular o sector digital

A China publicou esta segunda-feira várias normas que visam “prevenir e barrar práticas monopolistas” de plataformas digitais, numa altura em que várias empresas do sector digital foram multadas por este tipo de conduta. Estas directrizes proíbem, por exemplo, as empresas de forçar os clientes a escolher entre duas plataformas ou vendas abaixo do custo de aquisição, como forma de concorrência desleal.

A Administração Estatal de Regulação do Mercado indicou que os regulamentos visam “proteger a concorrência no mercado” e “salvaguardar os interesses do consumidor e do público”.

Em Dezembro passado, o regulador multou os grupos Alibaba e Tencent por não cumprirem os procedimentos anti-monopólio na aquisição de outras empresas. Um porta-voz da agência disse na altura que, “embora o valor das multas seja relativamente baixo”, sinalizam uma fiscalização mais forte do sector.

9 Fev 2021

Mais de mil manifestantes em Rangum contra o golpe de Estado em Myanmar

Mais de mil pessoas começaram hoje a manifestar-se nas ruas de Rangum contra o golpe de Estado no início deste mês, no qual a líder Aung San Suu Kyi foi afastada do poder. “Estou a participar neste movimento porque não quero a ditadura”, disse à agência de notícias France-Presse o trabalhador de uma fábrica de confecção Hnin Thazin, durante o protesto na capital económica do país, iniciado às 10h locais.

Ao mesmo tempo, os manifestantes apelavam para a realização de uma greve geral, tal como haviam feito durante o fim de semana, um pouco por todo o país.

“Não vamos trabalhar mesmo que o nosso salário baixe”, acrescentou, desfilando ao lado de outros trabalhadores, monges e estudantes, que agitavam bandeiras vermelhas nas quais se podia ler: “Libertem os nossos dirigentes”, “Respeitem os nossos votos” ou “Rejeitem o golpe de Estado”.

Em várias cidades do país decorriam protestos idênticos, tal como no fim de semana, com os manifestantes a gritarem: “Não queremos ditadura militar”, “Libertem ‘Mãe Suu'”. Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da Paz, foi detida, em local não conhecido, na segunda-feira.

As manifestações, as mais importantes desde a revolta popular de 2007, violentamente reprimida pelos militares, decorreram sem grandes incidentes.

Numa mensagem enviada aos órgãos de comunicação social, os organizadores dos protestos exigiram uma “revolução em todo o país contra a ditadura” e apelaram para uma greve geral, com um pedido aos funcionários públicos e trabalhadores das empresas privadas para se juntarem ao movimento.

Dezenas de funcionários públicos de vários ministérios tinham já deixado de trabalhar na semana passada, em sinal de protesto.

Os militares puseram fim, em 01 de fevereiro, a uma frágil transição democrática, ao instaurarem o estado de emergência por um ano e detiveram Suu Kyi e outros dirigentes da Liga Nacional para a Democracia (LND).

Mais de 150 pessoas, entre deputados, responsáveis locais e ativistas, foram interpelados e continuam detidos, indicou a AAPP.

As ligações à internet foram parcialmente restabelecidas no domingo, depois de uma perturbação no serviço de 24 horas, mas o acesso à rede social Facebook, principal ferramenta de comunicação para milhões de birmaneses, continua a ser restrito.

O país viveu sob um regime militar durante cerca de 50 anos, desde a independência em 1948. Uma liberalização progressiva começou em 2010, e cinco anos depois, com a vitória da LND nas eleições, chegou ao poder um governo civil, dirigido de facto por Suu Kyi.

Muito criticada até há pouco pela comunidade internacional pela alegada passividade na crise dos muçulmanos rohingyas, Aung San Suu Kyi, que viveu sob residência vigiada durante 15 anos pela oposição à junta, continua a ser extremamente popular no país.

De acordo com fontes partidárias, a ex-dirigente estará de “boa saúde”, confinada a uma residência em Naypyidaw, a capital construída pelos militares.

A LND venceu novamente as legislativas de novembro, num escrutínio cuja regularidade foi contestada pelos militares, apesar de observadores internacionais não terem constatado quaisquer problemas graves. Os militares prometeram eleições livres depois do fim do estado de emergência.

8 Fev 2021

Jornalista Cheng Lei acusada na China de fornecer segredos de Estado, diz Governo australiano

O Governo da Austrália disse hoje que a jornalista australiana Cheng Lei, detida na China, foi acusada de “fornecer segredos de Estado a um país estrangeiro”. A ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Marise Payne, afirmou que as autoridades chinesas apresentaram na sexta-feira uma acusação formal contra Cheng, nascida na China e apresentadora da televisão pública chinesa CGTN, detida desde 13 de agosto.

O Governo australiano manifestou “grande preocupação” às autoridades chinesas acerca da detenção de Cheng e está a prestar-lhe assistência consular. “Esperamos que as normas básicas de equidade, justiça processual e tratamento humano sejam cumpridas, de acordo com as normas internacionais”, disse Payne.

Além da jornalista, a China também deteve Yang Hengjun, escritor chinês-australiano, desde o início de 2019, por alegada espionagem. As relações já tensas entre Camberra e Pequim têm estado sob pressão crescente desde que a Austrália lançou este ano uma investigação independente sobre a origem do novo coronavírus, cujos primeiros casos da doença foram detetados na cidade chinesa de Wuhan.

A Austrália também aprovou várias leis contra a interferência na política interna de países estrangeiros, sem citar explicitamente a China, com Pequim a responder impondo direitos aduaneiros a algumas importações australianas.

8 Fev 2021

Seca afecta 330.000 pessoas no sul da China

Centenas de milhares de pessoas no sul e no leste da China estão a enfrentar escassez de água potável, devido aos baixos níveis de precipitação registados nos últimos meses, revelaram as autoridades. O Ministério dos Recursos Hídricos disse que mais de 500.000 hectares de terras aráveis foram afetados pela seca, deixando 330.000 pessoas em áreas rurais sem abastecimento suficiente de água potável.

Desde outubro que os níveis de precipitação nas regiões a sul do rio Yangtse se fixaram entre 50% e 80% abaixo do normal, indicou a mesma fonte, citada pela imprensa chinesa. Cerca de 2,4 milhões de pessoas nas províncias de Zhejiang, Guangdong e Fujian já foram afetadas pela seca, e as preocupações estão a aumentar em Guangxi, Hunan e Yunnan, segundo o ministério.

Em Taizhou, província de Zhejiang, os residentes da vila de Sanmen estão a enfrentar a pior seca dos últimos 50 anos, informou a emissora estatal CCTV. As autoridades locais ordenaram que o abastecimento de água para as famílias funcione apenas em dias alternados e que as empresas não essenciais que usam grandes quantidades de água suspendam as suas operações.

Nas áreas rurais, a água potável é entregue aos moradores por bombeiros e novos poços estão a ser abertos para aumentar o abastecimento.

Yuan Yuan, vice-diretor do departamento de previsão da Administração Meteorológica da China, disse em entrevista ao portal Thepaper.cn que a seca foi causada principalmente pela La Niña, um padrão climático complexo que ocorre devido às variações das temperaturas na banda equatorial do Oceano Pacífico. “A circulação anormal do ciclone continuou desde outubro e a sua intensidade aumentou no inverno”, referiu.

Qian Yonglan, investigador do Centro Meteorológico Nacional, apontou que a seca já teve um impacto prejudicial nas safras de outono e inverno, como a batata, pimentão, tomate e banana, e pode representar uma ameaça às colheitas de arroz. “Se a precipitação continuar baixa, pode afetar o plantio do arroz”, descreveu.

8 Fev 2021

EUA | Biden diz que vai haver “concorrência extrema” com China, mas não um conflito

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ontem que a rivalidade com a China vai traduzir-se numa “concorrência extrema”, mas assegurou que quer evitar qualquer conflito entre as duas potências mundiais.

Numa entrevista à televisão norte-americana CBS, de que foram divulgados apenas excertos, Biden diz que ainda não falou com o homólogo chinês, Xi Jiping, mas frisou não ter “nenhuma razão para não lhe telefonar” e que “há muito para falar”. “Ele é muito inteligente, é muito duro. Ele não tem – e não digo isto como uma crítica, é apenas a realidade -, ele não tem um grama de democracia em si”, acrescentou o Presidente norte-americano na entrevista.

“Sempre lhe disse que não precisamos de ter um conflito. Mas vai haver uma concorrência extrema. E não o vou fazer da maneira que ele sabe. E é por isso que ele também está a enviar sinais. Não o vou fazer da maneira que Trump o fez. Vamos concentrar-nos nas regras internacionais”, acrescentou.

A China é considerada por Washington como o seu principal adversário estratégico. Apesar disso, no seu primeiro discurso sobre política externa, na semana passada, Joe Biden foi relativamente vago quanto ao assunto, prometendo apenas estar disposto a enfrentar “o avanço do autoritarismo, em particular as ambições crescentes da China”.

Biden disse então também que se vai empenhar, sem precisar, em “contrariar os abusos económicos da China” e os seus “atos de agressão” e que vai defender os direitos humanos, embora esteja determinado a trabalhar com Pequim “quando isso for do interesse dos Estados Unidos”.

8 Fev 2021