Covid-19 | China soma 69 casos, mais do que o dobro do dia anterior

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 69 casos de covid-19, no sábado, mais do que o dobro do dia anterior, sendo 48 de contágio local e 21 oriundos do exterior. No sábado, as autoridades chineses tinham contado 17 casos locais.

A maior partes deste casos locais, 46, foram registados na província de Hebei, que circunda Pequim. Desde que foi detetado este surto, as autoridades chinesas impuseram uma quarentena à capital, Shijiazhuang, com 11 milhões de habitantes, de pelo menos uma semana e vão testar todos os residentes.

Os dois outros casos de contágio local foram detetados em Pequim e na província de Liaoning (nordeste), onde foram registados dois surtos menores do que o de Hebei.

Os 21 casos importados foram diagnosticados nas cidades de Xangai (leste) e de Tianjin (nordeste), e nas províncias de Guangdong (sul), Liaoning (nordeste), Fujian (sudeste), Zhejiang (leste), Shanxi (centro) e Shaanxi (centro).

As autoridades chinesas indicaram que foram detetados 27 doentes assintomáticos, 13 dos quais oriundos do exterior, apesar de estes casos só serem considerados confirmados se manifestarem sintomas.

A Comissão de Saúde da China disse que, nas últimas 24 horas, 16 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 588, incluindo 16 em estado grave.

O organismo não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio de 2020.

O país somou, no total, 87.433 infetados desde o início da pandemia e 82.211 pessoas que recuperaram da doença.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.914.057 mortos resultantes de mais de 88 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

10 Jan 2021

Coreia do Norte revê regras do partido único e estabelece congresso quinquenal

A Coreia do Norte concluiu uma revisão das normas do partido único, nas quais destacou a importância de possuir “poderosas capacidades de defesa” e definiu a realização de um congresso quinquenal, foi hoje anunciado.

A revisão foi adoptada ao quinto dia do oitavo congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que decorreu em Pyongyang, no sábado, indicou a agência estatal oficial de notícias KCNA, um dia depois do regime norte-coreano ter definido os Estados Unidos como o “maior inimigo” e prometido reforçar o arsenal nuclear.

“As poderosas capacidades de defesa serviriam para conter as ameaças militares e salvaguardar a estabilidade e um ambiente pacífico na península da Coreia”, de acordo com a KCNA.

O partido único norte-coreano decidiu também autorizar a convocação da comissão militar apenas com a presença “dos membros necessários, sem ter em conta a taxa de assistência” para garantir na prática “a rapidez na discussão de assuntos militares urgentes”, acrescentou.

No congresso partidário, ainda a decorrer e sem dia anunciado para a conclusão, a Coreia do Norte também decidiu restabelecer secretarias no conselho de política executiva, anteriormente eliminadas.

O partido decidiu ainda realizar congressos a cada cinco anos, anunciados vários meses antes.

Até aqui, o congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia decorreu com intervalos aleatórios, mas o atual líder do país, Kim Jong-un, tinha manifestado recentemente a intenção de convocar estas reuniões de forma regular.

O oitavo congresso começou na terça-feira, quase cinco anos depois da realização do sétimo, em maior de 2016. Então, a sessão foi a primeira a realiza-se em 36 anos.

Vários analistas disseram esperar que esta importante reunião política sirva para lançar alguma luz sobre a posição do regime relativamente ao programa nuclear e à mudança de Governo nos Estados Unidos.

No entanto, o regime optou até agora por permanecer em silêncio sobre a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas.

10 Jan 2021

Duas mulheres condenadas por difamação em golpe contra movimento #MeToo da China

Duas jornalistas chinesas foram ontem condenadas por difamação de um terceiro jornalista, num potencial golpe na China para o movimento “#MeToo”, que denuncia as agressões sexuais cometidas por homens com poder.

Um tribunal na cidade de Hangzhou decidiu que as evidências fornecidas por Zou Sicong e He Qian contra o jornalista Deng Fei “não são suficientes para permitir que alguém acredite firmemente, sem qualquer hesitação, que o que foi descrito realmente aconteceu”. O tribunal condenou He e Zou a pagarem 11.712 yuan por danos.

O caso foi baseado num artigo, escrito por He e publicado por Zou, em 2018, no qual He acusou Deng de a atrair para um quarto de hotel, em 2009, para discutir ideias para histórias. Segundo He, Deng começou a despi-la e a tentar beijá-la. He disse que, na época, era uma estagiária de 21 anos numa revista onde Deng era o editor-chefe.

O artigo surgiu numa altura em que várias mulheres jovens em toda a China divulgaram histórias de agressão sexual e má conduta, como parte do movimento global “#MeToo”.

No entanto, o movimento teve dificuldades em ganhar força na China, onde a política, as artes e o mundo dos negócios permanecem predominantemente dominados por homens.

As acusações feitas pública e anonimamente contra algumas dezenas de homens em sectores diferentes geraram uma reação, e desde 2018, pelo menos seis homens entraram com processos de difamação contra as acusadoras ou pessoas que ajudaram a divulgar as acusações. Deng negou a acusação, apontando que “nunca fez nada tão estúpido ou tão mau”.

“Eu nem tive a chance de encontrar evidências relevantes para provar a minha inocência, e além disso, dado que já se passaram 10 anos, nem me lembro dessa pessoa, que disse que só me viu uma vez” apontou. Ao longo do processo, Zou e He disseram que enfrentavam um ónus da prova maior sob a lei chinesa.

Embora a China tenha permitido a má conduta sexual como base para ações judiciais em 2019, a definição de assédio permanece obscura e muito poucos casos resultam em punição. Muitos dos casos são antes tratados em tribunais como disputas laborais ou segundo leis que protegem a reputação pública.

“Isto é igual a dizer a alguém que foi humilhado e ferido, que se não tem gravações de áudio ou vídeos do evento, então o melhor é calar-se”, apontou o advogado de Zou e He, Xu Kai, em comunicado.

“O tribunal impôs todo o ónus da prova sobre Zou Sicong e He Qian”, lamentou. He disse que o julgamento foi um revés, mas que ainda tem esperanças para o movimento. “Quero saber até onde podemos ir com o sistema jurídico existente”, apontou.

8 Jan 2021

Covid-19 | Filipinas fecha as portas a passageiros oriundos de Portugal e Brasil

As Filipinas proibiram a entrada de estrangeiros que estiveram em Portugal ou no Brasil nas últimas duas semanas, desde ontem, devido à nova estirpe do novo coronavírus.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, o gabinete da Presidência das Filipinas disse que a proibição estará em vigor desde as 00:00 de sexta-feira nas Filipinas e até 15 de janeiro.

A única excepção prevista são os passageiros que apenas mudaram de voo em Portugal ou no Brasil, não tendo abandonado o aeroporto. Este grupo terá ainda assim de se submeter a um período de quarentena de 14 dias, que poderá ser feito em casa, caso façam um teste negativo ao novo coronavírus, que provoca a covid-19.

Já os cidadãos filipinos poderão entrar no país, tendo, no entanto, de se submeter a uma quarentena de 14 dias num local designado pelas autoridades, mesmo que à chegada façam um teste com resultado negativo.

A decisão, fruto de uma recomendação conjunta do Departamento de Saúde e do Departamento dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, abrange ainda passageiros que estiveram na Índia, Finlândia, Noruega ou Jordânia.

A nova estirpe do novo coronavírus foi detectada pela primeira vez na Região Autónoma da Madeira em 28 de dezembro e em Portugal continental em 03 de janeiro. A nova estirpe, conhecida como a estirpe do Reino Unido, é mais contagiosa do que a detectada no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.884.187 mortos resultantes de mais de 87,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 7.472 pessoas dos 456.533 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

O Brasil é o país lusófono mais afectado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (198.974, em mais de 7,8 milhões de casos), depois dos Estados Unidos da América.

8 Jan 2021

China | Ex-presidente do Banco de Desenvolvimento condenado a prisão perpétua

O ex-presidente do Banco de Desenvolvimento da China (BCD), um dos principais financiadores chineses de infra-estruturas além-fronteiras, foi ontem condenado à prisão perpétua por corrupção.

Hu Huaibang foi considerado culpado de usar o seu cargo para receber subornos no valor de 85,5 milhões de yuans, entre 2009 e 2019, segundo o veredicto, citado pela televisão estatal CCTV. Hu foi condenado à prisão perpétua por um tribunal da cidade de Chengde, no norte da China.

O julgamento ocorre dois dias após Lai Xiaomin, o ex-chefe do conglomerado financeiro China Huarong, ter sido condenado à pena de morte, por “corrupção e bigamia”.

Hu Huaibang, que fez carreira no sector financeiro, tornou-se presidente do Banco de Desenvolvimento da China em 2013, cargo que ocupou até 2018.

A instituição é um dos três bancos especializados em financiar infra-estruturas e apoiar empresas chinesas no exterior, ocupando um papel central na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping.

O projecto inclui aeroportos, centrais eléctricas ou zonas de comércio livre, visando dinamizar regiões pouco integradas na economia global.

O Banco de Desenvolvimento da China é, a par do Banco de Importação e Exportação da China (Eximbank), a instituição chinesa que mais dinheiro emprestou a Angola, o maior mutuário africano da China.

Sem tréguas

A China lançou uma campanha anti-corrupção em 2012, desde que o Presidente chinês Xi Jinping assumiu a chefia do Partido Comunista Chinês (PCC). Desde então, mais de um milhão e meio de quadros do PCC foram sancionados.

A mais ampla e persistente campanha anti-corrupção na história da China comunista, lançada por Xi Jinping após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista. A campanha abrange tanto altos funcionários (tigres) como pequenos trabalhadores (moscas).

Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo Presidente Hu Jintao, Ling Jihua.

8 Jan 2021

UE | Acordo de investimentos com a China é “do interesse dos europeus”

Ao assumir a presidência da União Europeia (UE), o primeiro-ministro português, António Costa, sublinhou a importância, para o crescimento europeu e para a garantia de postos de trabalho no velho continente, do acordo de princípio estabelecido entre a UE e o gigante asiático, apelando a uma assinatura final o mais rapidamente possível

 

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu ontem que o acordo de princípio sobre investimentos alcançado entre a União Europeia (UE) e a China na semana passada é “do interesse dos europeus” e deve ser “aprovado o mais rapidamente possível”.

“Um acordo sobre os investimentos reforça as oportunidades das empresas europeias para investir e trabalhar na China, e isso é muito importante para o crescimento económico da Europa e para a protecção dos empregos dos europeus”, sublinhou António Costa durante uma conferência de imprensa com os correspondentes estrangeiros Bruxelas, onde apresentou as prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Salientando que é “essencial” a UE “assegurar condições de concorrência justa” com os outros parceiros internacionais, Costa frisou que a “UE é a região do mundo com os melhores padrões de protecção ambiental, social e dos direitos humanos” e que, como tal, “é preciso desenvolver acordos que assegurem as melhores condições de concorrência para as empresas europeias”.

“[O acordo] é uma condição essencial para obter dos nossos parceiros condições de concorrência justa nas normas ambientais, sociais e de segurança alimentar e sanitária que temos de fazer respeitar no mundo inteiro, e para evitar que possa haver um ‘dumping’ ambiental, social e de segurança, que constitui uma concorrência desleal relativamente à UE”, apontou.

Interrogado sobre a mensagem que a UE emitia ao assinar um acordo de investimentos com um Estado que viola os direitos humanos, Costa sublinhou que “os direitos humanos não são um bem ou um valor comercial” e que têm de ser assegurados “ao nível internacional”, mas defendeu que as “relações económicas” que a UE tem de desenvolver são “outra questão”.

“A UE tem uma posição muito clara sobre a necessidade de se respeitarem os direitos humanos mas também os acordos internacionais que existem, nomeadamente no que se refere a Hong Kong. Por outro lado, temos de desenvolver relações comerciais com as diferentes regiões do mundo e, se quisermos ser uma potência global, não podemos ignorar o enorme mercado que é a China”, sublinhou Costa.

O chefe do executivo concluiu assim referindo que a UE negociou o acordo “no interesse dos Europeus” e pediu que este fosse aprovado “o mais rapidamente possível”.

Antes, o primeiro-ministro já tinha destacado o acordo de princípio com a China como sendo “muito importante” para desenvolver a presença europeia na região do Indo-Pacífico – que identificou como sendo uma prioridade da presidência portuguesa – mas realçou também que era importante “diversificar as parcerias” na zona.

“É preciso diversificar as nossas relações na região do Indo-Pacífico, nomeadamente com a Austrália e a Nova Zelândia, com quem temos negociações sobre um tratado comercial. Vamos organizar também um momento muito, muito especial [durante a presidência portuguesa] que é a cimeira entre a UE e a Índia, com a presença pessoal do Sr. Modi [Presidente da Índia], durante o nosso Conselho informal no Porto, em 8 de Maio”, realçou Costa.

Entendimento histórico

A UE e a China chegaram, em 30 de Dezembro de 2020, a um “acordo de princípio” sobre investimentos, ao fim de sete anos de negociações, durante uma videoconferência entre líderes da UE e o Presidente chinês, Xi Jinping.

De acordo com Bruxelas, este acordo político “irá criar um melhor equilíbrio nas relações comerciais UE-China”, uma vez que “a UE tem sido tradicionalmente muito mais aberta do que a China ao investimento estrangeiro”.
Pequim “compromete-se agora a abrir-se à UE numa série de sectores-chave” e a assegurar “um tratamento justo” às empresas europeias, de modo a que estas possam competir em condições de igualdade, referiu a Comissão.

O texto do acordo deverá ainda ser finalizado pelas partes e aprovado pelo Conselho (Estados-membros) e pelo Parlamento Europeu.

8 Jan 2021

Covid-19 | Província chinesa adopta medidas de bloqueio e confinamento face a novo surto

As autoridades chinesas estão a impor bloqueios e medidas de confinamento numa província do norte da China onde os casos do novo coronavírus mais que duplicaram nos últimos dois dias.

As ligações ferroviárias, aéreas e rodoviárias para Shijiazhuang, uma cidade com cerca de 11 milhões de habitantes que serve como capital da província de Hebei, foram suspensas e as medidas de prevenção e controlo reforçadas nas comunidades urbanas e vilas próximas. As aulas foram suspensas e os dormitórios das escolas isolados.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou que 51 novos casos foram confirmados na província de Hebei, nas últimas 24 horas, elevando o total para 90 desde domingo. Hebei é a província adjacente a Pequim. A maioria dos casos foram detectados na cidade de Shijiazhuang.

As autoridades também impuseram medidas igualmente rígidas nas cidades de Shenyang e Dalian, na província de Liaoning, no nordeste da China.

Face ao receio de uma nova vaga de surtos no país, a China está também a desencorajar viagens durante o feriado do Ano Novo Lunar, que se realiza no próximo mês. A principal festa das famílias chinesas é também a maior migração interna do planeta, com dezenas de milhões de trabalhadores a regressarem às respetivas terras natais.

O aumento de casos ocorre também numa altura em que a China e a Organização Mundial da Saúde negociam os termos de uma visita dos investigadores da OMS, para tentar apurar as origens do novo coronavírus, que foi detetado pela primeira vez na cidade central de Wuhan, no final de 2019. A China relatou um total de 87.278 casos de covid-19 e 4.634 mortes.

7 Jan 2021

Covid-19 | Japão declara estado de emergência sanitária em Tóquio durante um mês

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou hoje um novo estado de emergência em Tóquio e nos seus subúrbios por um mês face ao aumento de novas infeções diárias devido ao novo coronavírus.

Yoshihide Suga anunciou hoje a activação desta disposição legislativa “devido ao sério sentimento de perigo perante a rápida expansão nacional (do vírus)”, durante uma reunião com um painel de especialistas.

A declaração de emergência implicará novas restrições ao horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais considerados não essenciais, bem como o pedido de permanência dos cidadãos em casa, embora sem incluir o internamento obrigatório, entre outras medidas.

O Japão ultrapassou na quarta-feira pela primeira vez as 5.000 infeções diárias devido ao novo coronavírus, a maioria em Tóquio.

Em todo o país foram registados 5.307 novos casos, o primeiro número acima dos cinco mil desde o início da pandemia, havendo níveis de recordes diários em várias cidades, segundo estatísticas divulgadas pela televisão estatal NHK.

Em Tóquio foram registados na quarta-feira 1.591 novos casos, o que é também um novo recorde de contágios diários. A capital do país tem cerca de um quarto das quase 260.000 infeções acumuladas em todo o país.

Estes dados foram conhecidos antes de o Governo central declarar um novo estado de emergência na capital e em outras três cidades vizinhas, as mais afetadas pela terceira onda de infeções observada no Japão desde meados de novembro.

O novo estado de emergência, como o que vigorou entre os meses de abril e maio, não inclui o confinamento obrigatório da população, uma vez que a legislação do Japão não prevê essa medida.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.869.674 mortos resultantes de mais de 86,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

7 Jan 2021

Kim Jong Un quer reforçar capacidade de defesa do país que já é potência nuclear

O dirigente norte-coreano Kim Jong Un comprometeu-se esta quarta-feira a reforçar as capacidades de defesa do país, uma potência nuclear, durante o congresso do partido no poder, a duas semanas de investidura de Joe Biden como presidente dos EUA.

Em relatório apresentado ao congresso do Partido dos Trabalhadores, Kim comprometeu-se a “colocar as capacidades de defesa do Estado a um nível bem superior e a fixar objetivos a alcançar para o conseguir”, segundo informou a agência noticiosa oficial norte-coreana (KCNA, na sigla em Inglês), recebida em Seul.

O 8.º Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia abriu na terça-feira, em Pyongyang, segundo a KCNA. A agência noticiosa do regime de Pyongyang não fez qualquer referência à arma nuclear nem especificou a natureza dos objetivos a atingir, em matéria de defesa.

Mas, durante uma parada militar em outubro, o regime exibiu um míssil que, segundo vários analistas, era o maior míssil intercontinental que alguma vez tinha sido visto. Desde então, imagens obtidas por satélite mostram “a intensificação dos preparativos para uma parada”. Durante o anterior congresso do partido, em 2016, que durou quatro dias, foi organizado um desfile militar.

7 Jan 2021

Covid-19 | China soma 63 casos, 52 por contágio local e 11 oriundos do exterior

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 63 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, entre os quais 52 por contágio local e 11 oriundos do exterior. A província de Hebei, que circunda Pequim, somou 51 casos locais, nas últimas 24 horas, depois de ter registado 100 casos positivos nos três dias anteriores.

A cidade de Shijiazhuang, capital de Hebei, iniciou na quarta-feira uma campanha maciça de testes de deteção da covid-19, que abrange os 11 milhões de habitantes. O outro caso local foi detectado na província de Liaoning, no nordeste da China.

Os 11 casos importados foram diagnosticados em Xangai (leste), Guangdong (sul), Shaanxi (centro) e Hebei (norte). As autoridades chinesas disseram que, nas últimas 24 horas, 21 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas activas no país se fixou em 485, incluindo 13 doentes em estado grave.

A Comissão de Saúde da China não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio passado. O país somou, no total, 87.278 infectados desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.869.674 mortos resultantes de mais de 86,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

7 Jan 2021

Hong Kong | Activista Joshua Wong enfrenta nova acusação por subversão

O activista de Hong Kong Joshua Wong, actualmente a cumprir pena de prisão pelo papel nas manifestações de 2019, foi hoje também acusado de subversão, disseram fontes policiais, citadas pela agência France-Presse (AFP).

O líder estudantil pró-democracia, de 24 anos, já tinha sido condenado a 13 meses e meio de prisão em 02 de dezembro, pelo envolvimento nas manifestações na região administrativa especial no sul da República Popular da China.

Wong, que iniciou o activismo político aos 13 anos e é considerado como uma das principais figuras do movimento pró-democracia em Hong Kong, já passou algum tempo atrás das grades.

Na quarta-feira, mais de 50 figuras da oposição foram presas em Hong Kong, incluindo um advogado dos Estados Unidos, entretanto libertado sob fiança, na maior repressão feita até agora sob a recente lei de segurança nacional imposta pela China. As detenções já foram condenadas pelos Estados Unidos e pela UE, que exigiu a libertação imediata dos activistas.

“Enquanto UE, exigimos a libertação imediata destas pessoas”, disse na quarta-feira o porta-voz da Comissão Europeia para a política externa, Peter Stano, apontando que o assunto será abordado na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, no final deste mês, ocasião na qual serão equacionadas medidas de actuação por parte do bloco comunitário.

Em 2 de Dezembro, três figuras importantes do movimento pró-democracia, Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam, foram condenadas a penas de prisão pelo envolvimento nos protestos de 2019.

7 Jan 2021

Covid-19 | China nega ter impedido especialistas da OMS de entrarem no país

A China negou ontem ter impedido a entrada no país de uma equipa de especialistas que vai examinar as origens da covid-19 e garantiu que as discussões com a Organização Mundial da Saúde (OMS) prosseguem.

“A China está em contacto com a OMS para que especialistas possam visitar o país. A China está a trabalhar muito nas ambiciosas tarefas de prevenção, mas ainda enfrenta dificuldades para acelerar os preparativos, algo que a OMS sabe perfeitamente bem”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.

Hua afirmou que “primeiro é preciso concluir os procedimentos necessários e tomar as medidas pertinentes”. “Ainda estamos a negociar com a OMS sobre isso”, apontou. “Nunca houve qualquer problema de cooperação entre a China e a OMS. (…) As duas partes estão em contacto para marcar uma data e preparar a visita”, acrescentou.

O director da Organização Mundial da Saúde disse “estar desiludido” com as autoridades chinesas, por não terem ainda permitido a entrada na China de uma equipa de especialistas que vai examinar as origens da covid-19.

Numa rara crítica a Pequim, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que os membros de uma equipa internacional de cientistas encarregada de rastrear a origem do novo coronavírus deixaram os respectivos países nas últimas 24 horas, como parte de um acordo com o Governo chinês.

“Hoje soubemos que as autoridades chinesas ainda não finalizaram as permissões necessárias para a chegada da equipa à China”, disse Tedros, durante uma conferência de imprensa, em Genebra.

A missão é formada por dez cientistas (Dinamarca, Reino Unido, Holanda, Austrália, Rússia, Vietname, Alemanha, Estados Unidos, Qatar e Japão) reconhecidos em diversas áreas de actuação. Alguns estão vinculados à OMS e outros à Organização Mundial de Saúde Animal. Espera-se que os especialistas visitem a cidade de Wuhan, onde foram detectados os primeiros casos de covid-19 em dezembro de 2019.

7 Jan 2021

Covid-19 | Japão ultrapassa pela primeira vez as 5.000 infeções diárias

O Japão ultrapassou ontem pela primeira vez as 5.000 infeções diárias devido ao novo coronavírus, a maioria em Tóquio, no momento em que o Governo finaliza o anúncio de um novo estado de emergência.

Em todo o país foram registados ontem 5.307 novos casos, o primeiro número acima dos cinco mil desde o início da pandemia, havendo níveis de recordes diários em várias cidades, segundo estatísticas divulgadas pela televisão estatal NHK.

Em Tóquio foram registados hoje 1.591 novos casos, o que é também um novo recorde de contágios diários. A capital do país tem cerca de um quarto das quase 260.000 infeções acumuladas em todo o país.

Esses dados são conhecidos antes de o Governo central declarar um novo estado de emergência na capital e em outras três cidades vizinhas, as mais afetadas pela terceira onda de infeções observada no Japão desde meados de novembro.

O Executivo central planeia declarar a emergência nas quatro cidades a partir de quinta-feira e com duração de um mês, uma vez que conclua o processo de consulta com uma comissão de especialistas em saúde e explique a medida perante a Dieta (Parlamento) do Japão.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, anunciou na última segunda-feira que o seu objetivo é aplicar essa medida de forma mais “limitada” do que a que vigorou em todo o país na primavera passada para enfrentar a primeira onda de infeções.

Isto significa que as novas restrições consistirão principalmente em limitar o horário dos bares e restaurantes, considerados pelas autoridades como as principais fontes da terceira vaga de infeções, para além de promover o teletrabalho e reduzir as deslocações não essenciais dos cidadãos.

O novo estado de emergência, como o que vigorou entre os meses de abril e maio, não inclui o confinamento obrigatório da população, uma vez que o a legislação do Japão não prevê essa medida.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 7.286 pessoas dos 436.579 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

7 Jan 2021

China critica ordem executiva de Trump que bane aplicações chinesas

O Governo chinês acusou ontem os Estados Unidos de usarem indevidamente a segurança nacional como pretexto para prejudicarem empresas chinesas, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter banido várias aplicações chinesas.

Trump assinou na terça-feira uma ordem executiva que proíbe transações com as carteiras digitais chinesas Alipay e WeChat Pay e seis outras aplicações.

A ordem surge no âmbito de uma prolongada guerra comercial e tecnológica entre as duas maiores economias do mundo e acusações de espionagem, que resultaram na rápida deterioração das relações entre os EUA e a China.

A decisão de Trump surge também depois de a Bolsa de Valores de Nova Iorque ter anunciado, na semana passada, que iria remover três companhias de telecomunicações chinesas, para logo de seguida recuar naquela decisão.
“Este é outro exemplo do comportamento intimidatório, arbitrário e hegemónico dos EUA”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

“É um exemplo de como os Estados Unidos generalizam excessivamente o conceito de segurança nacional e abusam do seu poder nacional para suprimirem injustificadamente empresas estrangeiras”, acusou.

Pequim tomará “medidas necessárias” não especificadas para proteger as empresas chinesas, disse Hua, repetindo declarações do Governo chinês, feitas após anúncios anteriores de sanções por parte dos EUA, mas que raramente resultaram em acções concretas.

A ordem de Trump cita preocupações não especificadas sobre aplicações que recolhem dados pessoais e financeiros dos cidadão norte-americanos e os partilham com o regime chinês.

Hua ridicularizou este argumento, apontando para os serviços de inteligência do Governo dos EUA. “Isso é como um ladrão que rouba desenfreadamente, mas depois clama querer proteger-se de um assalto”, disse Hua.
“É hipócrita e ridículo”, apontou.

Outros obstáculos

As aplicações chinesas enfrentam oposição semelhante na Índia, que bloqueou dezenas desses programas por motivos de segurança, face a um impasse militar sobre uma secção da fronteira disputada entre os dois países.
Em Agosto, Trump proibiu as negociações com a popular aplicação de vídeo de propriedade chinesa TikTok e a aplicação de mensagens WeChat.

Outras aplicações afectadas pela ordem de Trump são CamScanner, QQ Wallet, SHAREit, Tencent QQ, VMate e WPS Office.

Trump também impôs restrições no acesso à tecnologia dos EUA pelo grupo chinês de telecomunicações Huawei e outras empresas.

Uma ordem de Novembro proíbe os investidores norte-americanos de comprarem títulos emitidos por empresas alegadamente ligadas ao exército chinês.

As empresas de tecnologia dos Estados Unidos temem que Pequim possa retaliar tornando mais difícil fazer negócios na segunda maior economia do mundo.

Analistas políticos esperam que o presidente eleito Joe Biden tente retomar a cooperação com Pequim em questões como as alterações climáticas e a pandemia do novo coronavírus.

7 Jan 2021

Covid-19 | OMS “desiludida” com atraso na aprovação de entrada de especialistas na China

O director da Organização Mundial da Saúde disse hoje “estar desiludido” com as autoridades chinesas, por não terem ainda permitido a entrada na China de uma equipa de especialistas que vai examinar as origens da covid-19.

Numa rara crítica a Pequim, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que os membros de uma equipa internacional de cientistas encarregada de rastrear a origem do novo coronavírus deixaram os respectivos países, nas últimas 24 horas, como parte de um acordo com o Governo chinês.

“Hoje soubemos que as autoridades chinesas ainda não finalizaram as permissões necessárias para a chegada da equipa à China”, disse Tedros, durante uma conferência de imprensa, em Genebra. “Estou muito desapontado com esta notícia, visto que dois membros já começaram a viagem e outros não puderam partir no último minuto”, disse.

Tedros garantiu que “deixou claro” que a missão é uma prioridade para a agência de saúde da ONU, e que tem a “certeza de que a China está a acelerar os procedimentos internos” para que os trabalhos de investigação arranquem. “Estamos ansiosos para iniciar esta missão o mais rápido possível”, disse.

Espera-se que os especialistas visitem a cidade de Wuhan, onde foram detectados os primeiros casos de covid-19 em dezembro de 2019.

O chefe de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, disse que a investigação devia ter arrancado na terça-feira, mas que as aprovações necessárias não foram ainda concedidas, incluindo a emissão de vistos.

A imprensa estatal e as autoridades chinesas têm difundido informações que apontam para uma origem externa do vírus, possivelmente através da importação de alimentos congelados, o que é rejeitado pela OMS. Itália, Estados Unidos e Índia foram já apontados como locais de origem da doença.

“Cada vez mais pesquisas sugerem que a epidemia pode ter aparecido em muitos lugares do mundo”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, no fim de semana.

A OMS foi alvo de duras críticas por parte do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou a organização de estar ao serviço da China.

Ryan disse que Tedros “tomou medidas imediatas” e contactou altos funcionários chineses para “enfatizar a natureza crítica” desta investigação.

“Esperamos que esta seja apenas uma questão logística e burocrática que possa ser resolvida muito rapidamente”, acrescentou Ryan.

A missão é formada por dez cientistas (Dinamarca, Reino Unido, Holanda, Austrália, Rússia, Vietname, Alemanha, Estados Unidos, Qatar e Japão) reconhecidos em diversas áreas de atuação.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

6 Jan 2021

Covid-19 | China soma 32 casos, 23 por contágio local e nove oriundos do exterior

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 32 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, entre os quais 23 por contágio local e nove oriundos do exterior. A província de Hebei, que circunda Pequim, somou 20 casos locais, nas últimas 24 horas.

Pequim somou um caso de contágio local. A capital chinesa registou 29 infetados, desde 18 de dezembro passado, mas as autoridades asseguraram que o surto está “sob controlo”.

As províncias de Liaoning e Heilongjiang, ambas no nordeste da China, detetaram um caso de contágio local cada uma.

Os nove casos importados foram diagnosticados nos municípios de Xangai (leste) e Tianjin (norte) e nas províncias de Guangdong (sul) e Shaanxi (centro).

As autoridades chinesas disseram que, nas últimas 24 horas, 21 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 443, incluindo 14 doentes em estado grave.

A Comissão de Saúde da China não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio passado. O país somou, no total, 87.215 infetados desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

6 Jan 2021

Coreia do Norte | Kim Jong Un abre congresso do partido com admissão de erros

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, abriu o primeiro congresso do seu partido em cinco anos com a admissão de erros e a promessa de novos objetivos de desenvolvimento, informou hoje a agência estatal.

A agência noticiosa estatal da Coreia do Norte (KCNA, na sigla em Inglês) informou o início do congresso do Partido dos Trabalhadores, na terça-feira, em Pyongyang, com a presença de milhares de delegados e observadores.

O seu discurso de abertura, Kim, segundo a KCNA, disse que os objetivos de desenvolvimento estabelecidos no congresso de 2016 “não foram alcançados em quase todas as áreas”. Insistindo, Kim disse que a Coreia do Norte “não deve repetir as lições dolorosas”.

É esperado que a Coreia do Norte seja dotada de um novo plano de desenvolvimento quinquenal no congresso em curso.

O atual congresso ocorre quando Kim enfrenta o maior desafio dos seus nove anos de direção do país, devido ao que classificou de “crises múltiplas”, com uma economia constrangida pelo encerramento de fronteiras provocado pela pandemia, uma série de desastres naturais no verão passado e a continuação de sanções internacionais, lideradas pelos EUA.

Outra fonte de preocupação para Kim é a pose prevista do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, que, ao contrário de Donald Trump, deve evitar a diplomacia de cimeiras ‘top-down’ e manter as sanções punitivas de Pyonyang, se Kim não der passos relevantes no sentido da desnuclearização.

Oficialmente, o congresso é o principal órgão de tomada de decisão do partido, se bem que no dia-a-dia as decisões são tomadas por Kim e membros do seu círculo restrito.

O congresso vai, contudo, dar a Kim a possibilidade de solidificar a sua autoridade, com o anúncio de novos objetivos do Estado, a nomeação de fiéis para os principais postos e apelos à unidade sob a sua liderança.

O encerramento da fronteira com a China, que dura há um ano, o seu principal parceiro comercial, por causa da pandemia, está a ter um forte peso sobre uma economia que já estava com grandes problemas.

O comércio bilateral caiu 79% nos primeiros 11 meses de 2020, em relação ao mesmo período de 2019, segundo o analista Song Jaeguk, do Instituto de Investigação Económica IBK, baseado em Seul, que estimou em 9,3% a contração da economia norte-coreana em 2020.

No seguimento de acentuada queda do seu comércio bilateral, a Coreia do Norte experimentou uma quadruplicação de importações alimentares, enquanto o funcionamento das suas fábricas caiu para o nível mais baixo desde que Kim ascendeu ao poder, devido à escassez de matérias-primas, segundo as informações transmitidas aos deputados sul-coreanos pela agência de espionagem da Coreia do Sul.

6 Jan 2021

Hong Kong | Polícia detém cerca de 50 activistas e políticos da oposição

A polícia de Hong Kong deteve hoje cerca de 50 activistas e políticos da oposição pela alegada violação da controversa Lei de Segurança Nacional, noticiou a imprensa da região administrativa especial chinesa.

Muitos dos opositores, incluindo vários ex-deputados, foram detidos pela participação em julho nas ‘primárias’ do campo pró-democracia, antes das eleições legislativas de setembro.

As legislativas foram posteriormente adiadas devido à pandemia do novo coronavírus, justificaram então as autoridades locais.

O jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP) indicou que o número de detidos é o mais elevado desde que a polémica Lei de Segurança Nacional entrou em vigor, em 30 de junho, prevendo até prisão perpétua em casos de secessão ou conluio com forças estrangeiras.

Segundo o SCMP, a maioria dos detidos tinha organizado ou participado nas ‘primárias’ promovidas pelo campo pró-democracia, como parte de uma estratégia para obter “mais de 35” deputados no Conselho Legislativo, de forma a assumir o controlo da legislatura que integra 70 membros.

A legislação imposta no território em 30 de junho por Pequim prevê a prisão perpétua (o que não sucede em Macau, a outra região administrativa especial chinesa) e a punição para quatro tipos de crimes: atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras que ponham em risco a segurança nacional.

Tal como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado a partir de 1997 um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa, ao abrigo do princípio “um país, dois sistemas”.

O Governo chinês criou o Gabinete de Salvaguarda da Segurança Nacional em Hong Kong, oito dias após a entrada em vigor da nova legislação e a polícia passou também a ter poderes reforçados, para garantir o cumprimento da lei, criticada pela comunidade internacional, advogados, ativistas e jornalistas.

O documento surgiu após repetidas advertências do poder comunista chinês contra a dissidência em Hong Kong, abalada em 2019 por sete meses de manifestações em defesa de reformas democráticas e quase sempre marcadas por confrontos com a polícia, que levaram à detenção de mais de nove mil pessoas.

6 Jan 2021

Ex-director de grupo financeiro chinês condenado à morte por corrupção e bigamia

Um antigo presidente do conglomerado financeiro chinês Huarong foi ontem condenado à pena de morte por “corrupção e bigamia”, informou hoje um tribunal chinês. Lai Xiaomin foi considerado culpado de obter o equivalente a 1,79 mil milhões de yuan em subornos.

As quantias eram “extremamente grandes e as circunstâncias particularmente graves, e com intenções extremamente maliciosas”, apontou um tribunal de Tianjin, no norte do país. O réu também foi condenado por bigamia, por ter “vivido muito tempo com outras mulheres”, fora do casamento, e das quais teve filhos ilegítimos.

Em Janeiro de 2020, Lai fez uma confissão, que foi transmitida pela cadeia televisiva estatal CCTV. As imagens de um apartamento em Pequim, que se acredita pertencer a Lai, com cofres e armários cheios de maços de dinheiro, foram também amplamente divulgadas pela imprensa.

Lai Xiaomin garantiu que não “gastou um único cêntimo”. “Não me atrevi a gastar” o dinheiro, disse. As fotos também mostraram carros de luxo e barras de ouro que Lai supostamente aceitou como suborno.

Após ascender ao poder em 2013, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou a mais ampla campanha anti-corrupção de que há memória na China. Desde então, mais de um milhão e meio de quadros do Partido Comunista foram punidos.

6 Jan 2021

Covid-19 | Japão decide na quinta-feira novo estado de emergência

O Governo do Japão anunciou que vai decidir na quinta-feira a declaração de um novo estado de emergência sanitária, devido ao aumento das infeções de covid-19, sobretudo na capital.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, durante uma reunião do comité executivo do partido no poder, depois de na véspera o governante ter anunciado planos para declarar nova emergência sanitária, para combater a terceira vaga de infeções no país.

“A nossa prioridade é dar uma resposta forte ao coronavírus”, disse Suga, durante a reunião, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo.

O primeiro-ministro japonês acrescentou que vai tomar a decisão sobre o estado de emergência após ouvir o parecer do painel consultivo de peritos de saúde do Governo, que estabelecerá “a direção” das novas medidas extraordinárias.

O estado de emergência seria inicialmente declarado em Tóquio, que esta terça-feira atingiu o segundo maior número diário de casos, após um recorde na semana passada, seguindo-se as prefeituras vizinhas de Chiba, Saitama e Kanagawa, podendo durar um mês.

O primeiro-ministro japonês disse que a medida, que não inclui confinamento, seria tomada de “forma limitada”, centrando-se na redução dos horários de funcionamento de bares e restaurantes, considerados pelas autoridades como o principal foco da terceira vaga da pandemia.

O governo nipónico declarou o estado de emergência entre Abril e Maio do ano passado, durante a primeira vaga de covid-19, uma medida que afectou estabelecimentos comerciais, escolas e instalações públicas, causando um forte impacto económico.

Desde Novembro, as autoridades sanitárias estão a registar um aumento dos contágios, que ultrapassaram pela primeira vez na quinta-feira a barreira dos quatro mil novos casos em 24 horas. Desde o início da pandemia, o Japão registou 248.500 casos e 3.680 mortes causadas pela covid-19.

Além da declaração de estado de emergência, o executivo japonês planeia reforçar as restrições fronteiriças instauradas desde finais de Dezembro, após a deteção de novas estirpes de covid-19 no Reino Unido e na África do Sul.

O Japão proibiu a entrada de todos os visitantes estrangeiros até final de Janeiro e cancelou a concessão de novos vistos para o país, com exceção de vistos de negócios de curta duração para uma dúzia de países asiáticos. Com as novas restrições, estas autorizações de entrada deverão igualmente ser abolidas, de acordo com jornais locais.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.843.631 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

6 Jan 2021

Covid-19 | China aperta requerimentos a passageiros vindos de Portugal

Os passageiros que mudem de voo em Portugal terão de apresentar dois testes negativos ao novo coronavírus, realizados em locais diferentes, antes de serem autorizados a embarcar para a China, anunciou a Embaixada chinesa.

Num comunicado divulgado na segunda-feira, a Embaixada justifica a decisão com a “grave” situação da pandemia de covid-19 em Portugal, onde “o número de novos casos diagnosticados permanece elevado”.

O objectivo é prevenir a propagação da pandemia além-fronteiras e proteger a saúde e segurança dos passageiros a bordos dos voos com destino à China, sublinha o comunicado. Os dois testes terão de ser feitos em dois laboratórios diferentes de entre as instituições referenciadas pelo Ministério português da Saúde.

A única excepção são os passageiros que tenham um código de saúde de cor verde emitido pela Embaixada chinesa no país de origem. Até agora, os viajantes que apanhavam o voo directo da Beijing Capital Airlines de Lisboa com destino a Xi’an tinham apenas de apresentar um teste negativo feito nas 48 horas antes da partida.

Em Outubro a província de Shaanxi, no centro da China, registou, no espaço de três dias, três casos de covid-19, todos cidadãos chineses regressados ao país através do aeroporto de Lisboa. Um dos homens veio de Angola, um outro de Cabo Verde e o outro partiu da Bolívia e passou ainda por São Paulo, no Brasil.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal morreram 7.286 pessoas dos 436.579 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

6 Jan 2021

Covid-19 | Equipa da OMS esperada na China para investigar origem do vírus

Uma equipa internacional de cientistas encarregada de rastrear a origem da covid-19 deve chegar esta semana à China, um ano após a doença ter sido detetada, pela primeira vez, em Wuhan, no centro do país.

A visita de 10 especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) é considera sensível para o regime chinês, que quer evitar qualquer responsabilidade pela epidemia que já matou mais de 1,8 milhão de pessoas em todo o mundo.

A imprensa estatal e as autoridades têm difundido informações que apontam que o vírus teve origem no exterior, possivelmente via importação de alimentos congelados, o que é rejeitado pela OMS.

Por vezes apontam para a Itália, outras vezes para Estados Unidos ou até Índia, como locais de origem da doença.

“Cada vez mais pesquisas sugerem que a epidemia pode ter aparecido em muitos lugares do mundo”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, no fim de semana.

A visita assemelha-se a uma missão secreta. As datas nem sequer foram especificadas e a OMS referiu apenas que estava marcada para a “primeira semana de janeiro”.

Embora tenha conseguido controlar a doença no seu território, Pequim não conseguiu evitar que o Presidente dos EUA, Donald Trump, acuse regularmente o país de ter espalhado o “vírus chinês” pelo mundo.

As autoridades comunistas condenaram, na semana passada, a quatro anos de prisão a jornalista independente Zhang Zhan, que fez cobertura do surto em Wuhan.

“Qualquer informação sobre o vírus é altamente sensível e sujeita a avaliação antes de ser publicada”, contou à Lusa a jornalista de um órgão estatal chinês.

A epidemia exige que os especialistas internacionais passem por uma quarentena de duas semanas após chegarem a Pequim e terão depois entre três e quatro semanas para realizarem trabalhos de investigação.

Os cientistas devem chegar a Wuhan por volta de 20 de janeiro, um ano após a cidade com 11 milhões de habitantes ter sido colocada sob quarentena.

A data coincide também com a saída de Donald Trump da Casa Branca e alguns observadores presumem que Pequim pode ter esperado pela sua saída antes de autorizar a investigação, para não dar a impressão de estar a ceder às exigências do líder norte-americano.

Este último pediu repetidamente uma investigação internacional sobre a origem do vírus, um pedido feito também pela Austrália, que foi sujeita nos últimos meses a sanções comerciais chinesas.

Mas a demora para o início da investigação significa que os primeiros traços da infeção dificilmente serão encontrados pelos pesquisadores.

“Não estou otimista. Eles chegam depois da batalha”, avisou o especialista em doenças infeciosas Gregory Gray, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

“Será extremamente difícil encontrar a origem do vírus”, admitiu Ilona Kickbusch, do Instituto de Graduação em Estudos Internacionais e de Desenvolvimento de Genebra.

Os cientistas geralmente apontam que o hospedeiro original do vírus é um morcego, mas o animal intermediário que permitiu a contaminação humana é desconhecido.

A OMS, que Trump acusou de estar ao serviço da China, acredita que os seus especialistas poderão investigar livremente, mesmo que Pequim ainda não tenha confirmado que Wuhan está no programa da visita.

“A equipa irá para Wuhan, esse é o objetivo da missão”, disse o chefe de emergências de saúde da instituição de Genebra, Michael Ryan, em meados de dezembro.

“Vamos trabalhar com os nossos colegas chineses, eles não (…) serão supervisionados por funcionários chineses”, garantiu.

A missão é formada por 10 cientistas (Dinamarca, Reino Unido, Holanda, Austrália, Rússia, Vietname, Alemanha, Estados Unidos, Catar e Japão) reconhecidos em suas diversas áreas de atuação.

“Não é uma questão de encontrar um país ou autoridades responsáveis. É uma questão de entender o que aconteceu para reduzir os riscos no futuro”, apontou Fabian Leendertz, do Instituto Robert Koch, na Alemanha. “É preciso entender o que aconteceu para evitar que volte a acontecer”, acrescentou.

5 Jan 2021

Atum vendido por 165 mil euros no primeiro leilão do ano em Tóquio

Um atum vermelho atingiu hoje o valor de 20,8 milhões de ienes (cerca de 165 mil euros) no primeiro leilão deste ano, no mercado de Toyosu de Tóquio, onde a pandemia de covid-19 marcou a sessão inaugural do ano.

O valor do exemplar de 208 quilogramas, capturado por um pesqueiro do nordeste do Japão, ficou muito abaixo do montante alcançado em 2019, quando um atum foi comprado por 193,2 milhões de ienes. A diferença dos valores reflete a difícil situação económica que atravessa o setor nipónico da restauração, devido à pandemia de covid-19.

Em 2019, um exemplar de 278 quilogramas atingiu o preço mais alto, até à data, ao ser comprado por 333,6 milhões de ienes.

O leilão inaugural de 2019 foi o primeiro realizado em Toyosu, novas instalações do mercado de peixe de Tóquio, considerado o maior do mundo. Em 2018, o mercado foi transferido de Tsukiji para Toyosu.

No primeiro leilão deste ano, os participantes foram obrigados a usar máscara, entre outras medidas para impedir contágios da covid-19.

Desde de dezembro passado que não é permitida a presença de visitantes no mercado para assistir aos leilões de peixe, uma das principais atrações turísticas da capital japonesa, devido ao novo coronavírus.

5 Jan 2021

Covid-19 | Daimler colabora com China em investigação sobre vestígios em peças

A construtora automóvel alemã Daimler afirmou hoje que vai colaborar com as autoridades chinesas nas investigações sobre vestígios do novo coronavírus encontrados na embalagem externa de alguns lotes de peças de reposição para automóveis.

A imprensa estatal chinesa noticiou que 11 funcionários da Daimler em Pequim foram diagnosticados com a doença. Os funcionários trabalham no centro de distribuição de peças de reposição da Mercedes-Benz, localizado na capital chinesa, e que é responsável pelo serviço pós-venda para diferentes partes do norte da China.

Os contágios ocorreram devido ao contacto desses funcionários com um portador assintomático de covid-19 vindo do exterior. A empresa decidiu colocar em quarentena parte do quadro de funcionários e testar todos os trabalhadores das concessionárias em Pequim.

Após a descoberta dos casos, o primeiro dos quais em 26 de dezembro, a empresa realizou testes aos funcionários em outras partes da China, mas todos apresentaram resultado negativo.

“Até agora, apenas algumas amostras de peças deram positivo e foi constatado que isso se deve aos casos confirmados terem contaminado as peças”, disse a subsidiária da Daimler em Pequim, apontando que as “investigações excluem a [transmissão do] vírus devido a produtos importados”.

Um dos principais especialistas do Centro de Controlo de Doenças (CDC) chinês já tinha esclarecido que foram os funcionários que transmitiram os vestígios do vírus para as peças sobressalentes e não o contrário.

De acordo com a televisão estatal CGTN, os reguladores locais alegaram que a subsidiária da Daimler não cumpriu estritamente os regulamentos de prevenção da doença, permitindo reuniões entre funcionários e o uso impróprio de máscaras.

A fabricante alemã decidiu, entretanto, encerrar várias concessionárias em Pequim e só reabrirá até que um ambiente seguro para trabalhadores e clientes seja “garantido, com a confirmação conjunta das autoridades locais”.

Devido ao frio, o agente infeccioso sobreviveu nas peças durante o transporte para outras zonas da China, onde nos últimos dias foram encontrados vestígios do vírus nas embalagens de vários lotes de peças de reposição em centros de distribuição da Daimler, incluindo na região da Mongólia Interior e nas província de Shanxi ou Shandong.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.843.631 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

5 Jan 2021