Xiaomi abre acção judicial contra Washington por “lista negra”

A empresa tecnológica chinesa Xiaomi processou os Departamentos da Defesa e do Tesouro dos Estados Unidos pela inclusão numa “lista negra” de empresas com alegadas ligações às forças armadas chinesas, noticiou no sábado a imprensa oficial local.

A Xiaomi junta-se assim a outras empresas tecnológicas chinesas, como a ByteDance, criadora do TikTok, ou a Huawei, que também entraram com processos contra o governo norte-americano, na sequência de sanções impostas pela administração do ex-Presidente Donald Trump.

Em meados deste mês, os Estados Unidos incluíram a Xiaomi na lista de empresas consideradas por Washington como controladas pelas forças armadas chinesas. De acordo com uma ordem executiva assinada por Trump, os investidores norte-americanos terão de alienar as participações nestas empresas.

A lista inclui também a Huawei, fabricante de equipamento de videovigilância Hikvision, de ‘chips’ SMIC, de aeronaves Comac, e várias empresas estatais em setores-chave como o nuclear, a energia ou as telecomunicações.

Numa declaração divulgada no dia 15, Xiaomi afirmou que sempre cumpriu as leis dos países em que opera e que iria considerar medidas para “proteger os interesses da empresa e dos acionistas”. “A empresa reitera que fornece produtos e serviços para usos civis e comerciais, e confirma que não é propriedade, controlada ou afiliada aos militares chineses”, de acordo com o documento.

Especialistas, citados pelo jornal oficial chinês Global Times, disseram que a iniciativa da Xiaomi vai encorajar outras empresas a tomar medidas legais contra as sanções impostas por Washington, uma vez que Trump já deixou o poder.

Agências de notação, como a S&P, referiram que a inclusão de Xiaomi na “lista negra” deverá ter um “impacto modesto” na empresa tecnológica, que goza de um nível “saudável” de liquidez e de uma “ampla base de investidores”. Recentemente, a Xiaomi angariou mais de 3,9 mil milhões de dólares com a emissão de novas acções e obrigações.

31 Jan 2021

Covid-19 | China soma 92 novos casos, 73 dos quais por contágio local

A Comissão de Saúde da China informou hoje ter diagnosticado 92 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, incluindo 73 por contágio local no nordeste do país. As infecções locais foram detectadas nas províncias de Jilin (63), Heilongjiang (nove) e Hebei (um), indicou.

Os restantes 19 casos foram identificados em viajantes oriundos do estrangeiro na cidade de Xangai (sete) e nas províncias de Liaoning (três), Guangdong (três), Fujian (dois), Shaanxi (dois), Jiangsu (um) e Sichuan (um). As autoridades chinesas redobraram os esforços para conter os surtos que atingiram diferentes regiões do norte da China: várias áreas foram isoladas e realizaram-se testes em massa da população.

A China quer evitar um aumento dos casos durante o período de férias do Ano Novo Lunar, que este ano decorre entre 11 e 17 de fevereiro, quando centenas de milhões de trabalhadores regressam às terras natais. Para evitar uma nova onda de contágios durante aquele período, as autoridades lançaram uma campanha de vacinação, que prevê abranger até 50 milhões de pessoas até ao início do feriado.

A Comissão de Saúde chinesa indicou que, até à meia-noite local, o número total de infetados ativos na China continental fixou-se em 1.668, 76 dos quais em estado grave. Desde o início da pandemia, 89.522 pessoas ficaram infetadas na China, das quais 4.636 morreram e 83.218 recuperaram.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.206.873 mortos resultantes de mais de 102 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

31 Jan 2021

UE aconselha retomada de voos com Macau e Hong Kong mas só com reciprocidade

O Conselho da União Europeia (UE) recomendou esta quinta-feira aos Estados-membros que levantem gradualmente restrições de viagens para sete países terceiros, aconselhando nomeadamente o retomar de ligações às regiões administrativas de Macau e Hong Kong, mas apenas mediante reciprocidade.

Em comunicado, o Conselho indica ter atualizado a “lista de países [terceiros] para os quais as restrições de viagem devem ser levantadas”, como acordado pelos Estados-membros em junho, aquando da adoção de uma recomendação sobre o levantamento gradual das restrições temporárias às viagens não essenciais para a UE em altura de pandemia de covid-19.

Nesse âmbito, e “com base nos critérios e condições” estabelecidos nessa recomendação, a estrutura onde estão representados os países defende que “os Estados-membros devem levantar gradualmente as restrições de viagem nas fronteiras externas” para sete países, nomeadamente para “as regiões administrativas especiais chinesas – Hong Kong e Macau -, sujeitas a confirmação de reciprocidade”.

É também nessa condição de reciprocidade que se mantém a China, ou seja, até o país asiático reabrir as suas fronteiras à UE, como já tem vindo a acontecer.

Incluindo a China, são sete os países terceiros abrangidos, desde logo Austrália, Nova Zelândia, Ruanda, Singapura, Coreia do Sul e Tailândia.

Face à anterior lista, de meados de dezembro passado, o Japão deixa de estar presente, país onde foi detetada uma nova variante do SARS-CoV-2 em viajantes vindos do Brasil.

De fora continuam também países como Estados Unidos da América, Rússia, Índia e Brasil, assim como todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste, que aliás nunca fizeram parte desta ‘lista verde’ desde a sua primeira elaboração, dada a situação epidemiológica.

Para a elaboração desta lista de países terceiros aos quais é permitido que sejam retomadas gradualmente as ligações para a Europa foram determinados critérios tais como o número de casos de contágio nos últimos 14 dias – e por 100 mil habitantes – ser idêntico ou abaixo da média da UE, e haver estabilização ou redução de tendência de novos casos neste período em comparação com os 14 dias anteriores.

Outro critério passa também pela resposta em termos globais à pandemia, tendo em conta aspetos como os testes realizados, medidas de contenção, vigilância e tratamentos.

Isentos destas restrições às viagens de países terceiros para a UE estão cidadãos europeus e familiares, residentes de longa data na União e respetivas famílias e viajantes com funções ou necessidades especiais.

Ainda assim, por esta altura, a UE está a tentar evitar viagens não essenciais dentro e fora do espaço comunitário, dado o agravamento da pandemia.

No que toca às viagens internacionais para a Europa, a Comissão Europeia propôs esta semana a obrigação de cada passageiro apresentar testes PCR negativos realizados até 72 horas antes da partida para um país da UE, medida combinada com quarentena e rastreamento.

29 Jan 2021

Covid-19 | Pequim critica aviso dos EUA sobre missão da OMS em Wuhan

A China rejeitou esta quinta-feira o aviso dos Estados Unidos sobre a missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) no país asiático e acusou Washington de tentar politizar a investigação sobre a origem do novo coronavírus. Especialistas da OMS terminaram hoje o período de quarentena obrigatório após terem entrado na China, devendo iniciar de seguida a sua investigação no terreno sobre a origem da covid-19.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que Washington vai avaliar a “credibilidade do relatório sobre a investigação uma vez concluído”. “É imperativo chegar ao fundo desta questão”, avisou.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, rejeitou “pressupostos negativos” e “interferência política” na missão da OMS.

Questionado em conferência de imprensa, Zhao considerou que os comentários de Psaki constituem uma “interferência desnecessária” no trabalho dos especialistas, “o que não é propício a resultados científicos sérios”.

O anterior presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a OMS de estar sob as ordens de Pequim e retirou o seu país da organização internacional.

A investigação no terreno, que a China levou mais de um ano a autorizar, é extremamente sensível para o regime comunista, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam para que o vírus tenha tido origem em outros países.

A visita dos especialistas acontece depois de longas negociações com Pequim, que incluíram uma rara reprimenda por parte da OMS, que afirmou que a China estava a demorar muito para fazer os arranjos finais.

Não se sabe com quem é que os especialistas estão autorizados a falar e quais os locais que poderão visitar. “Cada vez mais estudos, inclusive da OMS, mostram que rastrear a origem da covid-19 é um processo que continuará a ser feito por várias regiões [do mundo] e focos epidémicos”, disse Zhao.

29 Jan 2021

Relatório | Xi Jinping elogiou Carrie Lam por ter “cumprido as suas obrigações”

Pequim pretende Hong Kong governado por patriotas. Por isso, os funcionários públicos têm de jurar lealdade à Lei Básica e o sistema eleitoral vai ser profundamente reformado. Xi expressou ainda a sua simpatia pelos que foram alvo de sanções americanas.

 

O presidente Xi Jinping escutou nesta quarta-feira um relatório de trabalho entregue por vídeo link pela chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK), Carrie Lam, sobre o trabalho do governo da RAEHK em 2020, a resposta à COVID-19 e outras situações.

“Em questões importantes como a segurança nacional, adoptou uma posição firme e assumiu responsabilidades, demonstrando seu amor e profundo senso de responsabilidade para com a pátria e Hong Kong”, disse Xi a Lam. “As autoridades centrais reconhecem plenamente seu desempenho e o desempenho do governo da RAEHK no cumprimento de suas obrigações”, comentou Xi.

Também o primeiro-ministro chinês Li Keqiang ouviu o relatório de Carrie Lam, sobre o trabalho do seu governo em 2020. Li referiu que 2020 foi um ano desafiador para Hong Kong, mas que Lam liderou o governo da RAEHK na luta contra a COVID-19, recuperando a economia, abordando as dificuldades da população, estabilizando a sociedade e procurando activamente o apoio de políticas das autoridades centrais para ajudar Hong Kong a integrar melhor o seu desenvolvimento com o desenvolvimento geral do país. “As autoridades centrais reconhecem plenamente o seu desempenho e o desempenho do governo da RAEHK no cumprimento dos deveres”, disse Li.

O primeiro-ministro expressou a sua esperança de que o governo da RAEHK continue seu trabalho de prevenção e controlo da epidemia, abordando as preocupações mais urgentes da população, entre outros.

Por seu lado, Carrie Lam disse que o governo da RAEHK fará esforços contínuos para combater o vírus, restaurar a economia e melhorar o bem-estar da população.

Lam também prometeu vincular o desenvolvimento de Hong Kong à estratégia de desenvolvimento nacional, consolidar o estatuto da região como um centro internacional de finanças, comércio e transporte marítimo e desenvolver a RAEHK como um centro internacional de inovação em ciência e tecnologia.

Especialistas chineses em assuntos de Hong Kong viram esta reunião virtual como um sinal claro de que o governo de Hong Kong “amadureceu politicamente no ano passado, especialmente perante “a atitude dos EUA em relação à lei de segurança nacional de Hong Kong”.

Segundo eles, o encontro virtual também indicou “o caminho futuro das reformas políticas, que ajudarão a continuar o princípio ‘um país, dois sistemas’, de modo mais eficaz e preciso, estabelecendo o objectivo de ver a cidade governada por patriotas”.

Xi Jinping, de facto, referiu que Hong Kong “deve ser governado por patriotas, um princípio básico que está relacionado com a soberania do país, a segurança e os interesses de desenvolvimento, bem como a prosperidade e a estabilidade a longo prazo da cidade”.

Simpatia com os sancionados

O presidente também pediu a Lam que transmitisse a sua simpatia aos funcionários da RAEHK “injustificadamente sancionados pelos EUA”, o que mostra que o governo central reconhece a posição política firme e o desempenho dos funcionários de Hong Kong.

“Estas observações enviam um forte sinal de que o governo central apoiará firmemente aqueles que estão com o país na protecção da soberania nacional, segurança e interesse de desenvolvimento para lidar com as sanções dos EUA”, disse Tian Feilong, professor associado da Universidade Beihang em Pequim e membro da a Associação Chinesa de Estudos de Hong Kong e Macau, com sede em Pequim.

Pelo menos 11 autoridades locais de Hong Kong foram incluídas na lista de sanções da administração Trump em 2020 como a resposta de Washington à lei de segurança nacional de Hong Kong. A lista de sanções inclui Lam, o Comissário da Polícia de Hong Kong Chris Tang, John Lee, Secretário para a Segurança e Teresa Cheng, Secretária para a Justiça. O governo dos EUA também sancionou mais seis indivíduos em Janeiro, incluindo Tam Yiu-chung, delegado de Hong Kong ao Comité Permanente do Congresso Nacional Popular, e dois funcionários da divisão de segurança nacional da Polícia.

Acelerar reformas

Reconhecendo o trabalho de Lam e de outros funcionários da RAEHK mostra que “o governo central considera o governo de HK muito mais maduro politicamente no meio da turbulência antigovernamental e das sanções lideradas pelos EUA”, disse Tian disse, acrescentando que mais esforços devem ser feitos para acelerar as reformas na governação local.

“As observações de Xi estabeleceram o tom fundamental para os assuntos de Hong Kong, e o elogio ao trabalho de Lam poderá dissipar várias dúvidas desnecessárias e discórdias sobre o governo de Hong Kong, permitindo que o governo ganhe confiança e mantenha a moral para continuar o trabalho futuro”, disse Lawrence Tang Fei, membro da Associação Chinesa de Estudos de Hong Kong e Macau.

Durante o encontro, Xi destacou que Hong Kong deve ser governado por patriotas, o que também reflecte o futuro caminho da reforma política na cidade, sob “um país, dois sistemas”, segundo especialistas chineses.

Como Xi enfatizou que somente quando a cidade for governada por patriotas a capacidade total do governo central sobre Hong Kong pode ser realizada e implementada de forma eficaz, Tian concordou com esse resultado, sugerindo que “melhorias adicionais em termos de reforma do sistema devem ser baseadas nesta linha, e futuras reformas devem ser feitas em vários aspectos, incluindo legislação e reforma educacional com melhor compreensão da Constituição e da Lei Básica, além de maior reconhecimento da política e legislação chinesas “, disse.

Sistema eleitoral na mira

Além disso, a aceleração da reforma no sistema eleitoral de Hong Kong e a correcção de algumas brechas na governação local também é algo altamente esperado, acrescentou o especialista.

Os 180.000 funcionários públicos de Hong Kong foram informados recentemente de que tinham quatro semanas para assinar um documento em que prometiam a sua lealdade à Lei Básica e ao princípio “um país, dois sistemas”.

O governo da RAEHK deve apresentar um projecto ao Conselho Legislativo após o festival da Primavera para melhorar os regulamentos e prometer lealdade. Consultores políticos e especialistas em assuntos de Hong Kong disseram que a reforma eleitoral de Hong Kong é inevitável, com alguns sugerindo a criação de um mecanismo de escrutínio político para garantir que “aqueles que governam Hong Kong sejam patrióticos”.
Lau Siu-kai, vice-presidente da Associação Chinesa de Estudos de Hong Kong e Macau, foi citado como tendo dito numa recente reportagem que o sistema eleitoral em Hong Kong verá “grandes mudanças” para dar continuidade ao princípio de ” patriotas governam a cidade, separatistas e rebeldes excluídos da eleição.”

Espera-se que as reformas incluam vários aspectos diferentes, incluindo a qualificação dos candidatos que concorrem às eleições, qualificação dos eleitores, procedimentos eleitorais, actividades de votação, financiamento eleitoral e outros requisitos.

29 Jan 2021

China | Equipa da OMS em Wuhan termina quarentena e inicia investigação

Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) terminaram hoje o período de quarentena obrigatório após terem entrado na China, devendo iniciar de seguida a sua investigação no terreno sobre a origem da covid-19. Os investigadores foram vistos a sair do hotel onde cumpriram os 14 dias de quarentena e a entrarem num veículo. Não se sabe qual será o seu primeiro destino.

A covid-19 foi inicialmente detectada no final de 2019, na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, centro da China. A equipa de especialistas da OMS viajou para a China, procedente de Singapura, em 14 de janeiro passado, mas desde então observaram duas semanas de quarentena. A missão prolongar-se-á por mais algumas semanas.

A investigação no terreno, que a China levou mais de um ano a autorizar, é extremamente sensível para o regime comunista, cujos órgãos oficiais têm promovido teorias que apontam para que o vírus tenha tido origem em outros países.

A visita dos especialistas acontece depois de longas negociações com Pequim, que incluíram uma rara reprimenda por parte da OMS, que afirmou que a China estava a demorar muito para fazer os arranjos finais.

Não se sabe com quem é que os especialistas estão autorizados a falar e quais os locais que poderão visitar.

Os próprios especialistas do Governo chinês explicaram inicialmente que a doença teve origem num mercado em Wuhan, onde animais selvagens eram vendidos vivos.

Mas a imprensa estatal chinesa gradualmente descartou essa teoria por outra, não comprovada, segundo a qual o vírus poderia ter sido importado através de bens alimentares congelados.

A OMS absteve-se de emitir um juízo, até à data. “Todas as suposições estão sobre a mesa. É claramente muito cedo para chegar a uma conclusão sobre a origem do vírus, seja na China ou fora da China”, disse na semana passada Michael Ryan, diretor para as emergências de saúde na OMS, Michael Ryan.

A organização foi acusada pelo anterior presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estar sob as ordens de Pequim. A nova administração dos EUA pediu na quarta-feira que a investigação internacional fosse “clara e completa”. “É imperativo chegar ao fundo desta questão”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Washington vai avaliar a “credibilidade do relatório sobre a investigação uma vez concluído”, notou.

28 Jan 2021

Covid-19 | China soma 41 novos casos por contágio local

A Comissão de Saúde da China informou hoje que foram diagnosticados 54 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, incluindo 41 por contágio local. As infeções locais foram detetadas nas províncias de Heilongjiang (28), Jilin (nove), Hebei (três), no nordeste da China, e Shaanxi (um), no centro do país.

As autoridades chinesas redobraram os esforços para conter os surtos que atingiram diferentes regiões do norte da China: várias áreas foram isoladas e realizaram-se testes em massa da população, na tentativa de desacelerar a curva de casos.

As autoridades chinesas estão a tentar evitar um aumento dos casos durante o período de férias do Ano Novo Lunar, que este ano decorre entre 11 e 17 de fevereiro, quando centenas de milhões de trabalhadores regressam às suas terras natais.

Para evitar nova onda de contágios durante aquele período, a China lançou uma campanha de vacinação, que prevê abranger até 50 milhões de pessoas até ao início do feriado.

Os restantes 13 casos registados pelas autoridades foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (sete) e Tianjin (dois) e nas províncias de Guangdong (um), Shanxi (um), Jiangsu (um) e Sichuan (um).

A Comissão de Saúde chinesa indicou que, até à última meia-noite local, o número total de infectados activos na China continental fixou-se em 1.820, entre os quais 105 em estado grave. Desde o início da pandemia, 89.326 pessoas ficaram infetadas na China, entre as quais 4.636 morreram.

28 Jan 2021

EUA reiteram ao Japão compromisso na defesa de território disputado com a China

O Presidente dos Estados Unidos reiterou hoje, por telefone, ao primeiro-ministro do Japão o “compromisso inabalável” de Washington na defesa do arquipélago nipónico, incluindo umas pequenas ilhas administradas por Tóquio e reclamadas por Pequim.

Joe Biden e Yoshihide Suga concordaram em fortalecer a aliança militar e estratégica bilateral e cooperar para manter a região do Indo-Pacífico “livre e aberta”, de acordo com comunicados divulgados por Washington e Tóquio, numa altura marcada pela crescente presença marítima da China na região.

“Os líderes também discutiram o compromisso inabalável na defesa do Japão ao abrigo do artigo 5.º do tratado de segurança conjunto, que inclui as ilhas Senkaku”, acrescentou a declaração conjunta.

As Senkaku (chamadas Diaoyu na China) são um grupo de oito ilhas desabitadas (num total de sete quilómetros quadrados) localizadas no mar do Sul da China, a cerca de 150 quilómetros a nordeste de Taiwan, que também reivindica a soberania sobre as Diaoyutai.

A conversa telefónica entre Suga e Biden vem depois de Pequim ter autorizado navios da guarda costeira a utilizar armas contra navios estrangeiros que possam estar a cometer ilegalidades nas águas territoriais chinesas.

A China envia frequentemente navios para áreas próximas das Senkaku e de outros territórios no mar do Sul da China cuja soberania o gigante asiático também disputa com outros países.

Neste contexto, Suga e Biden concordaram também em reforçar a cooperação com a Índia e a Austrália, os dois outros membros do chamado grupo de segurança regional Quad.

Os dois líderes reafirmaram também a necessidade de alcançar a desnuclearização completa da península coreana em relação ao programa de armas de destruição maciça de Pyongyang e ao impasse desde 2019 nas conversações para tentar alcançar o desarmamento do regime de Kim Jong-un.

Suga também saudou as decisões de Biden de regressar ao acordo de Paris e de não retirar os Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde (OMS), ao mesmo tempo que se comprometeram a reforçar a cooperação na luta contra a pandemia e as alterações climáticas.

Na véspera, o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Toshimitsu Motegi, e o novo secretário de Estado norte-americano, Antony Bliken, tinham concordado reforçar a aliança de segurança dos dois países, também durante uma conversa telefónica.

28 Jan 2021

Embaixador português em Pequim defende vantagens do Conselho Europeu com a relação Portugal-China

O embaixador português em Pequim, José Augusto Duarte, defendeu ontem que o conselho da União Europeia (UE) poderá beneficiar da “experiência singular de relacionamento político e diplomático” que Portugal tem com a China, durante a presidência portuguesa.

“O nosso país nunca abdicou dos seus valores e dos seus modelos no seu território para ter de conseguir construir uma relação inevitavelmente pragmática que sempre trouxe grandes benefícios a ambos os lados, mas especialmente a Portugal”, defendeu José Augusto Duarte, em Pequim.

Referindo-se aos mais de 500 anos de contactos entre os dois países, o embaixador reconheceu, porém, que “alguns dos desafios” atuais na relação com a China são “novos e exigem reflexão de alcance estratégico”.

“Não temos alternativa realista a abordar estes novos desafios sem ser seguindo o modelo de diálogo que Portugal sempre usou na relação com a China: diálogo, paciência, determinação, visão estratégica de longo alcance e realismo de até que ponto podemos influenciar e unir e a partir de onde temos de aceitar conviver com a diferença”, apontou o embaixador.

Numa altura de crescente rivalidade entre China e Estados Unidos, José Augusto Duarte reconheceu que “será certamente desafiante” para a UE conciliar a relação transatlântica e a relação com a China. “A Europa, sendo uma firme e orgulhosa aliada dos EUA, com o qual partilha valores e modelos, não deixa, no entanto, de ter interesses próprios da União Europeia no seu conjunto e de cada Estado Membro”, descreveu. “Uma relação sólida com os nossos aliados americanos não é antagónica com o conceito de autonomia estratégica nem sequer com uma relação construtiva com a China”, acrescentou.

Sobre as negociações para o Acordo de Investimentos entre China e UE, concluídas no final do ano passado, apesar dos apelos da nova administração norte-americana por uma abordagem conjunta para a China, o diplomata português disse que a “desejável revitalização dos nossos lados transatlânticos em nada diverge da conclusão do acordo”. “O acordo, que traz benefícios para a Europa e para a China, com a vantagem acrescida de levar pela primeira vez a China a aderir a algumas convenções internacionais, como no domínio laboral, só pode ser aplaudido pelo mundo inteiro”, defendeu.

28 Jan 2021

Xi Jinping felicitou Marcelo Rebelo de Sousa pela reeleição nas eleições presidenciais em Portugal

O chefe de Estado chinês, Xi Jinping, deu ontem os parabéns a Marcelo Rebelo de Sousa pela reeleição no passado domingo, e disse-lhe que deseja trabalhar com o Presidente português na promoção da cooperação bilateral.

Uma fonte da embaixada da China em Lisboa confirmou à Lusa que as felicitações de Xi Jinping constam de uma carta que será em breve entregue a Marcelo Rebelo de Sousa.

Os desafios colocados pela pandemia de covid-19 deram um novo impulso à “tradicional amizade” sino-portuguesa, estimulando a “cooperação pragmática” na luta contra o novo coronavírus, escreveu o Presidente da China, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Xi Jinping atribui “grande importância” ao desenvolvimento das relações entre a China e Portugal e quer trabalhar com Marcelo Rebelo de Sousa para “beneficiar ambos os países e povos”, refere o comunicado.

28 Jan 2021

Embaixador da China pede à UE para aprofundar relações com Pequim

O chefe da missão da China junto da UE, embaixador Zhang Ming, pediu esta quarta-feira a Bruxelas para aprofundar as relações bilaterais, e disse esperar que o desejo de autonomia estratégia da União Europeia guie a sua política externa no futuro.

Falando num “think tank” da instituição “Friends of Europe” (Amigos da Europa), o embaixador Zhang Ming lembrou que a UE é o maior parceiro comercial da China, embora ambos sejam, paralelamente, concorrentes.

Em dezembro de 2020, a UE e a China assinaram um acordo de investimento, mas Bruxelas também expressou preocupação com a liberdade de expressão, a intimidação de jornalistas e a detenção de defensores dos direitos humanos, advogados e intelectuais na China.

“A China e a UE são parceiros abrangentes e estratégicos com 45 anos de relações diplomáticas. A relação China/UE resistiu ao teste do tempo e tem uma base sólida e um valor próprio. Não está ligada a nenhuma outra relação importante com o país”, argumentou Zhang Ming.

O diplomata chinês referiu que a UE é uma “forte defensora da autonomia estratégica e da cooperação aberta” e disse esperar que “esse espírito continue a guiar a política externa da UE e a contribuir para a estabilidade e o desenvolvimento mundiais”.

Enquanto a administração do ex-Presidente norte-americano, Donald Trump, abandonava acordos e organizações internacionais, aumentando as tensões com os seus aliados na Organização do tratado do Atlântico Norte (NATO), o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, sublinhou a necessidade de a Europa ter uma “autonomia estratégica” para melhor administrar as suas próprias necessidades de segurança.

A ideia semeou alguma confusão sobre as intenções da Europa, com alguns países a vê-la como um sinónimo de agir independentemente dos Estados Unidos e outros como um maior protecionismo comercial ou mesmo como o rompimento com a Aliança Atlântica.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE ainda estão a tentar estabelecer exatamente o que isso significa.

Os críticos dizem que o acordo de investimento, que dará às empresas europeias o mesmo nível de acesso ao mercado na China que as dos Estados Unidos, corre o risco de aumentar as tensões com a nova administração norte-americana, liderada pelo democrata Joe Biden, depois de a UE ter proposto um diálogo transatlântico para lidar com o “desafio estratégico” apresentado pela crescente presença internacional da China.

Nesse sentido, Zhang saudou a decisão de Biden de fazer regressar os Estados Unidos ao Acordo de Alterações Climáticas de Paris e à Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmando esperar que o novo presidente norte-americano ajude a trazer de volta a relação entre os dois países a um “caminho sólido e estável”.

“O confronto levar-nos-á a um beco sem saída. Para enfrentar a atual crise [económica e pandémica], toda a humanidade deve trabalhar em conjunto e em solidariedade”, defendeu o diplomata chinês.

Zhang manifestou também a esperança de que “os amigos europeus de Pequim” possam observar mais de perto a cultura, a história e a realidade da China, vendo-a de uma forma “objetiva, racional e respeitosa” e que tenham em mente a importância da cooperação China/UE para as duas partes e para o mundo.

“É totalmente inaceitável atacar e desacreditar a China, mentindo para obter ganhos políticos e pessoais”, concluiu Zhang.

28 Jan 2021

Mais de 300 polícias feridos nas manifestações de terça-feira em Nova Deli

Mais de 300 polícias de Nova Deli ficaram feridos em confrontos com manifestantes durante a marcha que na terça-feira juntou na capital da Índia dezenas de milhares de agricultores que exigiam a reforma agrária no país.

Inicialmente a marcha decorreu sem problemas, durante o percurso estabelecido pelas autoridades nos arredores de Nova Deli, mas a situação alterou-se quando alguns grupos de manifestantes decidiram alterar o destino, entrando na cidade.

“Mais de 300 polícias ficaram feridos”, disse o porta-voz adjunto da Polícia de Nova Deli, Anil Mittal, sem fornecer mais detalhes sobre o balanço dos protestos de terça-feira.

O subcomissário da Polícia de Nova Deli, Eish Singhal, acrescentou que se registaram igualmente 22 denúncias por violência. As autoridades não se referiram a eventuais manifestantes feridos.

Anteriormente, as forças de segurança comunicaram a morte de um manifestante, durante um acidente, apesar de alguns agricultores afirmarem que o homem foi abatido a tiro.

A marcha e o desfile de tratores agrícolas foram um dos muitos protestos que se têm verificado na Índia contra as três leis do Governo que liberalizam o setor.

Os incidentes ocorreram quando a manifestação ocupou o espaço da cidade onde tinha lugar o desfile militar do Dia da República que assinala a aprovação da Constituição – a 26 de janeiro de 1950 – três anos após o fim do domínio colonial britânico (1947).

Alguns manifestantes, com tratores e escavadoras, retiraram as barricadas de cimento e os veículos da polícia que impediam a passagem tendo a polícia de choque usado gás lacrimogéneo e canhões de água.

No centro da cidade registaram-se confrontos entre a polícia e os manifestantes, sendo que centenas de agricultores invadiram o Forte Vermelho, um palácio do século XVII, que simboliza a independência do país da Índia, em 1947.

Entretanto, as principais organizações do setor agrícola condenaram a violência durante os confrontos de terça-feira relacionando os desacatos com “criminosos infiltrados” que participaram numa “conspiração” contra um movimento de contestação pacífico.

“Os protestos pacíficos vão continuar hoje. Vamos usar o protesto pacífico, partilhar a mensagem e torná-la ‘viral’ para que as vozes dos nossos agricultores cheguem ao Governo”, disse hoje Kisan Ekta Morcha, um dos principais organizadores da marcha através de uma mensagem na rede social Twitter.

A “grande marcha” de Nova Deli foi apoiada por milhares de concentrações em vários pontos do país e acontece após três meses de protestos contra o governo do primeiro-ministro Narendra Modi. Os agricultores pretendem o fim das três leis que liberalizam os preços e as quantidades dos produtos.

A legislação aprovada em 2020 obriga os agricultores, base económica e social do país, a negociarem diretamente os preços e as quantidades de produção com as empresas de distribuição. Os agricultores queixam-se que deste modo ficam expostos aos interesses das grandes empresas porque deixam de existir salvaguardas legais de proteção sobre abusos cometidos na cadeia de distribuição.

O Governo, que chegou a propor uma moratória de 18 meses na aplicação da nova legislação, defende que a partir deste momento cada agricultor pode negociar diretamente com o setor de distribuição e venda. Os sindicatos rejeitaram o adiamento do prazo de vigência da lei e mantêm os protestos, tendo marcado uma marcha no início de fevereiro frente ao Parlamento, em Nova Deli

27 Jan 2021

Hong Kong instaura confinamentos sem aviso prévio para combater novos surtos

Hong Kong confinou inesperadamente e sem aviso na noite de terça-feira uma parte da cidade, para testar todos os residentes, tendo os acessos sido fechados pela polícia, numa nova estratégia para combater a pandemia. De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), a polícia isolou um perímetro em torno de cerca de 20 edifícios densamente povoados no bairro de Yau Ma Tei.

A chefe do executivo, Carrie Lam, explicou que estes “confinamentos sem aviso prévio” são necessários para impedir a fuga de pessoas antes do destacamento dos profissionais de saúde encarregados de realizar o rastreio. “Agradeço às pessoas desta área restringida pela sua cooperação”, escreveu hoje Lam na rede social Facebook, já depois de o bloqueio ter sido levantado.

No último fim de semana, um confinamento durante dois dias noutra zona da cidade foi divulgado algumas horas antes na imprensa local, após uma fuga de informação. Durante a operação de terça-feira, mais pequena que a do fim de semana, cerca de 330 residentes foram testados, tendo sido detetado apenas um caso de covid-19. As autoridades do território sob administração chinesa avisaram que mais confinamentos deste tipo poderão ser necessários nos próximos dias.

Desde o início da pandemia, Hong Kong registou cerca de 10.000 casos de covid-19 e mais de 170 mortes provocadas pela doença. Nas últimas semanas, surgiram novos surtos em bairros muito pobres, revelando enormes desigualdades naquele centro financeiro internacional.

27 Jan 2021

Covid-19 | Mais de 22 milhões de pessoas já receberam vacina na China

Mais de 22 milhões de pessoas na China já receberam uma dose da vacina para a covid-19, revelou hoje um alto funcionário da Comissão Nacional de Saúde do país.

Citado pelo jornal estatal Global Times, Zeng Yixin, vice-diretor da Comissão, indicou que 22,77 milhões de doses foram administradas até à data e que o país está a “fazer progressos adequados” na sua campanha de vacinação para grupos considerados de risco.

Segundo a imprensa local, as autoridades planeiam vacinar 50 milhões de pessoas antes das férias do Ano Novo Lunar, que em 2021 calham entre 11 e 17 de Fevereiro. Centenas de milhões de trabalhadores radicados nas prósperas cidades do litoral regressam por esta altura às respetivas terras natais.

“Antes de injectar as doses, o pessoal médico deve informar aos que vão ser inoculados sobre as contra-indicações, bem como acompanhar quaisquer reações adversas”, acrescentou Zeng. Em várias províncias chinesas, as celebrações públicas do Ano Novo Lunar foram canceladas.

No dia 15 de Dezembro, a China aprovou uma campanha de vacinação para o inverno, que tem como foco pessoas de grupos de risco e profissionais de saúde ou funcionários em mercados, entre outros.

A vacinação para esses casos “emergenciais” começou a realizar-se em meados de 2020, com um total de 4,5 milhões de doses distribuídas até ao final do ano passado.

Os planos prevêem que, uma vez aprovadas mais vacinas e ampliada a capacidade de produção, o antígeno passe a ser fornecido para idosos ou doentes crónicos e para o restante da população.

No último dia de 2020, a China deu o primeiro sinal verde para a comercialização de uma das mais cobiçadas vacinas desenvolvidas no país, a da farmacêutica estatal Sinopharm e da sua subsidiária Instituto de Produtos Biológicos de Pequim. A vacina tem uma eficácia de 79,3%, segundo a empresa.

27 Jan 2021

Covid-19 | China soma 55 novos casos por contágio local

A Comissão de Saúde da China informou hoje que foram diagnosticados 75 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, incluindo 55 por contágio local. As infeções locais foram detetadas nas províncias de Heilongjiang (29), Jilin (14) e Hebei (sete). Pequim diagnosticou quatro novos casos e Xangai, a “capital” económica do país, registou um caso.

As autoridades chinesas redobraram os esforços para conter os surtos que atingiram diferentes regiões do norte da China: várias áreas foram isoladas e realizaram-se testes em massa da população, na tentativa de desacelerar a curva de casos.

Os quatro casos em Pequim foram detetados no distrito de Daxing, onde as autoridades estão a tentar controlar um ressurgimento da covid-19, através de confinamentos selectivos e realização de testes.

As autoridades chinesas estão a tentar evitar um aumento dos casos durante o período de férias do Ano Novo Lunar, que este ano decorre entre 11 e 17 de Fevereiro, quando centenas de milhões de trabalhadores regressam às suas terras natais.

Algumas províncias chinesas baniram já as celebrações públicas. Os restantes 20 casos registados pelas autoridades foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (cinco) e Tianjin (dois) e nas províncias de Guangdong (sete), Gansu (quatro), Jiangsu (um) e Sichuan (um).

A Comissão de Saúde chinesa indicou que, até à última meia-noite local, o número total de infectados activos na China continental fixou-se em 1.862, 111 dos quais em estado grave.

Desde o início da pandemia, 89.272 pessoas ficaram infectadas na China, entre as quais 4.636 morreram. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.149.818 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins, dos EUA.

27 Jan 2021

Principal aeroporto do sul da China foi o mais movimentado do mundo em 2020

O principal aeroporto da província chinesa de Guangdong, que faz fronteira com Macau e Hong Kong, foi o mais movimentado do mundo, em 2020, ultrapassado o de Atlanta, nos Estados Unidos. No total, 43,77 milhões de passageiros passaram pelo Aeroporto Internacional Baiyun, em Cantão, capital da província de Guangdong e a maior cidade do sul da China.

Os dados, publicados no portal oficial do aeroporto, indicaram que este foi o mais movimentando do mundo, apesar de ter reduzido o número de passageiros em mais de 40%, durante o ano passado, reflectindo o impacto da pandemia da covid-19 no tráfego aéreo.

No Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson de Atlanta, o número de passageiros caiu 61,17% em 2020, em comparação com o ano anterior, para 42,9 milhões. Atlanta detém o recorde do aeroporto mais movimentado do planeta há 22 anos, em parte devido por servir de base à maior companhia aérea norte-americana, a Delta Air Lines.

Em 2019, o aeroporto de Cantão movimentou 73,38 milhões de passageiros, o que o colocou no 11.º lugar da classificação mundial. No entanto, durante 2020, as medidas rígidas aplicadas pelas autoridades chinesas contra a covid-19 levaram a uma recuperação da normalidade mais cedo do que em outras partes do mundo, de modo que o tráfego voltou a fluir mais cedo.

Por exemplo, o aeroporto de Cantão registou mais de cinco milhões de passageiros em Novembro passado, o único no mundo a ultrapassar esta barreira mensal desde o início da epidemia, de acordo com mesmo o comunicado.

27 Jan 2021

Davos | Angela Merkel diz que limite da cooperação económica com a China está nos valores fundamentais

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu esta terça-feira o acordo de investimentos entre a União Europeia e a China, mas advertiu sobre os limites da cooperação económica com Pequim, pelas diferenças em torno de “valores fundamentais”.

Na sua intervenção durante a edição virtual do Fórum de Davos, a chanceler sublinhou a importância do acordo de princípio sobre investimentos alcançado em finais de dezembro entre a União Europeia (UE) e a China, em grande parte devido à sua própria intervenção no exercício da presidência rotativa do Conselho Europeu.

Merkel disse estar “muito feliz” com o acordo, porque supõe um salto qualitativo para os investimentos europeus na China ao alcançar uma “melhor reciprocidade” e “mais transparência nos subsídios”, além de garantir um “acesso justo” no domínio da alta tecnologia.

O pacto consegue também estabelecer uma série de requisitos na “protecção do meio ambiente” e condições laborais “justas”, algo “muito importante”, segundo a chanceler.

No entanto, Merkel destacou que o seu entendimento de multilateralismo é diferente do do Presidente chinês, Xi Jinping, que defendeu a cooperação internacional e o comércio livre na segunda-feira durante a sua intervenção no fórum.

A chanceler sublinhou que ambas as concepções chocam em “valores elementares”, como a “dignidade de cada pessoa”, pelo que a cooperação está limitada.

Além disso, acrescentou que a “transparência é fundamental” no que se refere à China, para que se possa saber desde fora “o que se passa num país” e se leva a cabo “um comércio baseado em regras ou não”, um ponto sobre o qual reconheceu que tem havido recentemente “tensões e controvérsias”.

Embora não explicitamente, Merkel parecia referir-se a relatórios recentes sobre o uso maciço por parte da China de pessoas da minoria étnica uigur como mão-de-obra forçada na produção de algodão e na fabricação de painéis solares.

Merkel considerou ainda que faltou transparência a Pequim no início da pandemia de covid-19, quando começaram a ser detetados casos da doença e no que se refere ao fornecimento de informações à Organização Mundial da Saúde.

Para a chanceler alemã, o multilateralismo significa também trabalhar para fortalecer as cadeias de produção transnacionais, evitar problemas de abastecimento no início da pandemia e prevenir o surgimento do “protecionismo regional”

Nesse sentido, defendeu também a revitalização da Organização Mundial do Comércio após a “paralisia dos últimos anos”, porque actualmente “não está totalmente operacional” e é “parte essencial de um comércio baseado em valores”.

27 Jan 2021

Taiwan | Pequim exige aos EUA que não enviem “sinais errados”

A China pediu aos Estados Unidos que tratem de “maneira prudente e apropriada as questões relacionadas com Taiwan e evitem enviar sinais errados às forças de independentistas de Taiwan”, disse na segunda-feira o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, numa conferência de imprensa em resposta a uma declaração emitida pelo Departamento de Estado dos EUA segundo a qual a China deveria parar de pressionar Taiwan e estabelecer um diálogo significativo com a ilha.

Zhao apontou que a posição da China sobre a questão de Taiwan é consistente e clara: “Só existe uma China e a região de Taiwan é uma parte inalienável do território chinês.” A China está determinada a salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial, e opõe-se à “independência de Taiwan” e à interferência de forças externas, salientou o porta-voz.

Segundo Pequim, “a causa da actual tensão e perturbação nas relações com Taiwan reside nos responsáveis do Partido Democrata Progressista que se recusam a reconhecer o Consenso de 1992, que incorpora o princípio de uma só China, fortalecendo os contatos com forças externas e fazendo provocações em busca da independência de Taiwan, sublinhou Zhao.

“Com base na adesão ao Consenso de 1992 e na oposição à ‘independência de Taiwan’, estamos prontos para conduzir um diálogo e consulta com todos os partidos políticos, grupos e personalidades de Taiwan, para que possamos resolver as diferenças e construir um consenso sobre questões políticas através do Estreito e em questões relacionadas à promoção da reunificação pacífica da China”, disse Zhao.

“Exortamos os EUA a cumprir seriamente o princípio de uma só China e os três comunicados conjuntos China-EUA, lidar com as questões relacionadas com Taiwan de forma prudente e adequada, e abster-se de enviar quaisquer sinais errados às forças de ‘independentistas de Taiwan’ para evitar prejudicar as relações China-EUA, a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, concluiu Zhao.

27 Jan 2021

China | Primeiro-ministro quer atender às preocupações populares

O governo chinês afirma-se empenhado na melhoria das condições de vida da população. Li Keqiang exortou a um maior empenhamento de vários sectores, da educação à economia, passando pela cultura e o desporto

 

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu empenhamento para resolver as preocupações do povo e melhorar a subsistência das pessoas, pela promoção do desenvolvimento económico e social. Li fez este pedido na segunda-feira enquanto presidia um simpósio com a presença de representantes dos sectores de educação, ciência e tecnologia, cultura, saúde e desporto, além de membros do público. O vice-primeiro-ministro, Han Zheng foi outro dos participantes da reunião.

Segundo a Xinhua, o primeiro-ministro discutiu estes assuntos com os referidos representantes, que “também partilharam as suas ideias”. Neste sentido, apresentaram sugestões sobre uma minuta de relatório de trabalho do governo e o projecto do 14º Plano Quinquenal (2021-2025) para o Desenvolvimento Económico e Social Nacional e os Objectivos de Longo Prazo Até ao Ano de 2035.

Li Keqiang sublinhou a necessidade de manter uma abordagem centrada nas pessoas e acelerar esforços para enfrentar o desenvolvimento desequilibrado e inadequado, enquanto avança o desenvolvimento económico e social nos próximos cinco anos.

Além disso, o primeiro-ministro exigiu esforços para promover a educação de qualidade e justa e reforçar os pontos fracos do sector, especialmente no ensino obrigatório, para tornar acessível às crianças em áreas rurais e remotas uma melhor aprendizadgem.

Enfatizando o melhoramento das capacidades de inovação científica e tecnológica de forma completa, Li apontou que a base para a inovação deve ser consolidada enquanto se aprofunda a reforma do sistema de gestão para a ciência e tecnologia.

Apesar de elogiar as contribuições do sector médico e de saúde na prevenção e controlo de epidemias, Li exigiu esforços contínuos para melhorar o sistema público de saúde e expandir os serviços médicos de qualidade em maior escala.

Na frente desportiva, o primeiro-ministro pediu melhores produtos e serviços desportivos e de fitness para beneficiar a saúde das pessoas.

Falando sobre a cultura tradicional chinesa, Li pediu a promoção de clássicos, juntamente com a criação de mais trabalhos “de excelência e inspiradores” para atender às crescentes exigências imateriais da população.

Por outro lado, o primeiro-ministro afirmou que “garantir a segurança alimentar é crucial para a revitalização rural”, e exigiu mais empenhamento na melhoria das políticas de apoio à agricultura, mais benefícios para os agricultores e um consequente aumento do seu rendimento.

27 Jan 2021

Analistas dizem que pressão sobre a China vai continuar com Administração Biden

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não vai confrontar a China imediatamente, mas a pressão sobre o país asiático deve manter-se, prevêem analistas. Biden parece determinado a abordar as queixas sobre as práticas comerciais da China, que levaram o seu antecessor, Donald Trump, a lançar uma guerra comercial contra Pequim, em 2017.

A administração de Biden deve reduzir o foco de Trump no défice comercial com o país asiático e fazer maior pressão para que a China abra a sua economia, que permanece dominada pelo Estado. Não são esperadas, no entanto, grandes mudanças nas relações entre Washington e Pequim.

“Acho que Biden vai-se concentrar mais em tentar reformas estruturais”, escreveu Louis Kuijs, analista da consultora Oxford Economics, num relatório. Biden está a avaliar as taxas alfandegárias sobre produtos chineses e quer coordenar medidas futuras com aliados, disse a porta-voz da Casa Branca Jen Psakim, na segunda-feira. “O presidente está comprometido em impedir os abusos económicos da China”, disse Jen Psaki.

Washington tem poucos resultados para mostrar com a guerra comercial iniciada por Trump. Esta trouxe o Governo chinês à mesa de negociações, mas turvou o comércio global, aumentou os preços ao consumidor e eliminou empregos.

O último grande desenvolvimento foi há um ano, quando os dois lados assinaram o acordo “Fase Um”, no qual a China se comprometeu a comprar mais produtos aos EUA e a melhorar a proteção dos direitos de propriedade intelectual no país.

A China enfrenta mais oposição do que nunca em Washington devido ao seu histórico comercial, disputas territoriais com vizinhos, repressão em Hong Kong, relatos de abusos contra chineses de origem muçulmana e acusações de roubo de tecnologia e espionagem.

“O terreno mudou de maneira significativa”, disse Nathan Sheets, ex-vice-secretário do Tesouro para assuntos internacionais no governo de Barack Obama.
Katherine Tai, a escolha de Biden para lidar com os assuntos do comércio externo, fez já uma crítica à China, durante um discurso este mês.

“Enfrentamos uma competição cada vez mais acirrada, de uma China crescente e ambiciosa”, disse Tai. “Uma China cuja economia é dirigida por planeadores centrais, que não estão sujeitos às pressões do pluralismo político, eleições democráticas ou opinião popular”, descreveu.

Isto significa que a China precisa fazer mudanças se quiser progredir, disse Raoul Leering, analista de comércio global no ING.

Este analista defendeu que, embora muitas das declarações de Trump tenham sido “quase absurdas”, ele esteve certo ao dizer que a China tem mais barreiras comerciais e intervenção oficial na economia do que os Estados Unidos.

“Dependerá da China, da velocidade com que implementa reformas e muda as políticas, para ver se Biden vai reverter as barreiras comerciais”, disse.

Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse esperar que Washington “recupere a sua racionalidade”.

Europa, Japão e outros governos criticaram as táticas de Trump, mas ecoam as reclamações de que Pequim rouba tecnologia e quebra as promessas de abertura de mercado, ao subsidiar e proteger as empresas domésticas.

A China está a construir “campeões nacionais”, como a PetroChina Ltd., o maior produtor de petróleo da Ásia, e a China Mobile Ltd., a maior operadora de telecomunicações do mundo. O Partido Comunista declarou, em 2013, a indústria estatal o “núcleo da economia”.

Fora do setor estatal, o partido está a subsidiar líderes industriais em setores como energia solar, carros elétricos ou telecomunicações de última geração.

Trump aumentou ainda a pressão ao cortar o acesso da Huawei, o grupo chinês de equipamentos de telecomunicação, a tecnologia norte-americana, incluindo componentes essenciais para os seus produtos.

Cidadãos norte-americanos foram ainda obrigados a vender ações de empresas chinesas que Washington diz terem ligações às forças armadas chinesas.

O Partido Comunista respondeu ao acelerar a sua campanha para tornar a China numa “potência tecnológica” auto-suficiente.

Psaki, a porta-voz da Casa Branca, disse que Biden também está a rever estas questões, mas não deu nenhuma indicação de possíveis mudanças.

Biden quer responsabilizar Pequim por “práticas injustas e ilegais” e garantir que a tecnologia norte-americana não facilita a ascensão militar da China, disse Psaki.

“É difícil ver os EUA a reverem as recentes tendências na política para a China”, apontou num relatório Sylvia Sheng, do JP Morgan Asset Management.

É improvável que as restrições à tecnologia sejam atenuadas porque Washington “considera a China um concorrente”, lembrou Tu Xinquan, diretor do Instituto de Estudos da Organização Mundial do Comércio, na Universidade de Negócios Internacionais e Economia de Pequim.

26 Jan 2021

Polícia lança gás lacrimogéneo em marcha de protesto de agricultores na Índia

A polícia indiana lançou gás lacrimogéneo e jactos de água contra agricultores que participavam numa marcha de protesto em Nova Deli contra leis que liberalizam o sector, enquanto decorre paralelamente o desfile nacional do Dia da República.

Apesar de os líderes da marcha terem apelado à não-violência, pedindo aos manifestantes para respeitarem a rota designada pelas forças de segurança, alguns grupos terão removido barricadas de betão com a ajuda de tratores, enquanto a polícia de choque disparava canhões de água e lançava gás lacrimogéneo.

Um vídeo divulgado na rede social Twitter por um dos líderes do protesto, Yogendra Yadav, mostra os distúrbios entre a polícia e os manifestantes. O objectivo da marcha é pressionar o Governo indiano a revogar três leis que liberalizam o sector agrícola.

Os organizadores esperavam uma participação de cerca de “250.000 tratores e veículos e mais de um milhão de agricultores”. A rota, que deveria contornar a capital indiana, de acordo com as instruções da polícia, desviou-se em algumas zonas da cidade, levando a confrontos entre a polícia de choque e os manifestantes.

Os organizadores da marcha tinham apelado aos manifestantes para que mostrassem um comportamento exemplar, de forma a que nada “manchasse” um momento “histórico”.

“A nossa vitória depende de o desfile decorrer pacificamente, sem quaisquer acontecimentos indesejados. Lembrem-se que o nosso objetivo não é conquistar Deli, mas conquistar os corações do povo deste país”, sublinharam.

A marcha na capital está a ser apoiada por milhares de manifestações em toda a Índia, após dois meses de protestos contra o Governo do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, exigindo que revogue leis que liberalizam tanto os preços de venda como a quantidade de algumas colheitas vendidas.

A situação obriga os agricultores a negociarem os preços com grandes empresas da cadeia de distribuição.

O Governo indiano, que chegou a propor uma moratória de 18 meses na aplicação das leis, rejeitada pelos sindicatos, defendeu, no entanto, a reforma, afirmando que permitirá aos agricultores negociar nos seus próprios termos. Os agricultores dizem, no entanto, que os diplomas os deixam indefesos e nas mãos das grandes empresas.

26 Jan 2021

China regista segunda morte por covid-19 este mês

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje uma nova morte no país devido à covid-19, a segunda em Janeiro, após quase oito meses sem registar vítimas mortais. O óbito ocorreu na província de Jilin, palco de um dos surtos recentes no país, onde o número oficial de mortos é agora de 4.636.

Em 14 de janeiro, as autoridades chinesas tinham anunciado a primeira morte em cerca de oito meses, de acordo com as estatísticas oficiais. As autoridades de saúde registaram 82 novos casos, entre os quais 69 por contágio local, em contraste com 117 infeções locais identificadas na segunda-feira.

Os casos foram detetados nas províncias de Heilongjiang (53), Jilin (sete) e Hebei (cinco), enquanto as cidades de Pequim e de Xangai registaram dois casos cada.

As autoridades chinesas redobraram os esforços para conter os surtos que atingiram aquelas três províncias situadas no norte do país, onde várias áreas foram isoladas e a população testada para o vírus.

Os dois casos em Pequim foram detetados no distrito de Daxing, onde as autoridades estão a tentar conter um surto, por meio de confinamentos seletivos e da realização de testes.

A China quer evitar nova onda de contágios no período de férias do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, que este ano decorre entre 11 e 17 de fevereiro e durante o qual centenas de milhões de trabalhadores regressam à terra natal.

O país registou ainda 13 casos, nas últimas 24 horas, diagnosticados em viajantes oriundos do exterior, nas cidades de Xangai (oito) e nas províncias de Guangdong (dois), Fujian (um), Hunan (um) e Shaanxi (um).

Da mesma forma, a Comissão de Saúde da China indicou que o número total de infetados ativos no país é de 1.885, 110 dos quais em estado grave. Desde o início da pandemia, as autoridades registaram 89.197 casos de covid-19.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

26 Jan 2021

Covid-19 | Coreia do Sul pretende alcançar “imunidade de grupo” em Novembro

A Coreia do Sul pretende alcançar a chamada “imunidade de grupo” contra a covid-19 em Novembro, após ter vacinado 70% da sua população até ao terceiro trimestre, de acordo com um plano de acção apresentado esta segunda-feira pelas autoridades.

O programa divulgado pela Agência de Controlo e Prevenção de Doenças Infecciosas (KDCA) prevê que, antes do final do primeiro trimestre, os profissionais de saúde (de alto risco devido ao seu maior potencial de exposição ao vírus) e os que trabalham em lares de idosos já terão recebido a vacina.

A previsão é de que as primeiras vacinas cheguem ao país em fevereiro e a vacinação comece imediatamente, de acordo com o documento, explicando que no segundo trimestre as vacinas serão aplicadas a todos os maiores de 65 anos e ao restante dos trabalhadores do sector da saúde. Depois, no terceiro trimestre, será a vez dos portadores de doenças crónicas e das pessoas entre 19 e 64 anos.

Este plano de acção, coordenado pelo KDCA e pelos Ministérios da Saúde e Segurança Alimentar e Farmacologia, inclui os primeiros dados do plano de vacinação, cujos detalhes completos serão apresentados no dia 28 de Janeiro e com o qual está prevista a inoculação gratuita ao 51 milhões de habitantes do país.

Por meio do programa Covax (Fundo de acesso para vacinas contra a covid-19) e de contractos com quatro empresas farmacêuticas (AstraZeneca, Pfizer, Johnson & Johnson e Moderna), o Governo sul-coreano afirma ter vacinas suficientes para os 56 milhões de habitantes este ano.

O plano apresentado hoje também inclui disposições para fortalecer o combate ao vírus, como o aumento da capacidade de testes que, até meados de fevereiro, permitirá à Coreia do Sul realizar até 240 mil testes de diagnóstico por dia.

O número de funcionários encarregados da investigação epidemiológica para rastreamento de contactos passará de 325 para 385, segundo o documento. A Coreia do Sul, que nunca recorreu a confinamentos ou encerramentos de fronteiras, é um dos países que melhor lidou com a pandemia.

O país, que actualmente regista entre 300 e 400 infecções diárias e tem uma incidência cumulativa em 14 dias de 11,7 casos por 100.000 habitantes, tem no total pouco mais de 69.000 infeções locais e 1.360 mortes desde o início da pandemia.

26 Jan 2021

Davos | Xi Jinping alerta para riscos de uma “nova guerra fria”

O Presidente chinês, Xi Jinping, alertou esta segunda-feira contra a possibilidade de uma “nova guerra fria”, avisando que apenas levará a “um beco sem saída”, numa mensagem de vídeo para o Fórum Económico Mundial em Davos.

Sem nunca nomear os Estados Unidos, Xi apresentou-se como o grande defensor do multilateralismo e da globalização, tal como tinha feito no mesmo fórum, há quatro anos, pouco depois de Donald Trump ter chegado à Casa Branca.

Ontem, menos de uma semana depois de Joe Biden ter tomado posse como Presidente dos EUA, o Presidente chinês parece ter querido avisá-lo dos riscos da continuação de uma política de confronto entre os dois países, nomeadamente na área comercial e tecnológica.

Donald Trum e Xi Jinping encetaram uma dura guerra comercial, que ainda permanece, e Joe Biden prometeu manter um rumo de limitações às ambições expansionistas de Pequim, nomeadamente com a criação de uma liga de países democráticos que faça frente aos planos chineses.

Na mensagem endereçada ao Fórum Económico Mundial, o Presidente da China lançou avisos contra essa estratégia de criação de blocos.

“Construir clãs ou iniciar uma nova guerra fria, rejeitar, ameaçar ou intimidar os outros, impor a dissociação, interromper cadeias de abastecimento ou impor sanções a fim de causar isolamento só vai empurrar o mundo para a divisão e até para o confronto”, alertou Xi Jinping. “O confronto apenas nos conduzirá a um beco sem saída”, concluiu o líder chinês.

26 Jan 2021