Covid-19 | China aperta requerimentos a passageiros vindos de Portugal

Os passageiros que mudem de voo em Portugal terão de apresentar dois testes negativos ao novo coronavírus, realizados em locais diferentes, antes de serem autorizados a embarcar para a China, anunciou a Embaixada chinesa.

Num comunicado divulgado na segunda-feira, a Embaixada justifica a decisão com a “grave” situação da pandemia de covid-19 em Portugal, onde “o número de novos casos diagnosticados permanece elevado”.

O objectivo é prevenir a propagação da pandemia além-fronteiras e proteger a saúde e segurança dos passageiros a bordos dos voos com destino à China, sublinha o comunicado. Os dois testes terão de ser feitos em dois laboratórios diferentes de entre as instituições referenciadas pelo Ministério português da Saúde.

A única excepção são os passageiros que tenham um código de saúde de cor verde emitido pela Embaixada chinesa no país de origem. Até agora, os viajantes que apanhavam o voo directo da Beijing Capital Airlines de Lisboa com destino a Xi’an tinham apenas de apresentar um teste negativo feito nas 48 horas antes da partida.

Em Outubro a província de Shaanxi, no centro da China, registou, no espaço de três dias, três casos de covid-19, todos cidadãos chineses regressados ao país através do aeroporto de Lisboa. Um dos homens veio de Angola, um outro de Cabo Verde e o outro partiu da Bolívia e passou ainda por São Paulo, no Brasil.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal morreram 7.286 pessoas dos 436.579 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

6 Jan 2021

Covid-19 | Equipa da OMS esperada na China para investigar origem do vírus

Uma equipa internacional de cientistas encarregada de rastrear a origem da covid-19 deve chegar esta semana à China, um ano após a doença ter sido detetada, pela primeira vez, em Wuhan, no centro do país.

A visita de 10 especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) é considera sensível para o regime chinês, que quer evitar qualquer responsabilidade pela epidemia que já matou mais de 1,8 milhão de pessoas em todo o mundo.

A imprensa estatal e as autoridades têm difundido informações que apontam que o vírus teve origem no exterior, possivelmente via importação de alimentos congelados, o que é rejeitado pela OMS.

Por vezes apontam para a Itália, outras vezes para Estados Unidos ou até Índia, como locais de origem da doença.

“Cada vez mais pesquisas sugerem que a epidemia pode ter aparecido em muitos lugares do mundo”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, no fim de semana.

A visita assemelha-se a uma missão secreta. As datas nem sequer foram especificadas e a OMS referiu apenas que estava marcada para a “primeira semana de janeiro”.

Embora tenha conseguido controlar a doença no seu território, Pequim não conseguiu evitar que o Presidente dos EUA, Donald Trump, acuse regularmente o país de ter espalhado o “vírus chinês” pelo mundo.

As autoridades comunistas condenaram, na semana passada, a quatro anos de prisão a jornalista independente Zhang Zhan, que fez cobertura do surto em Wuhan.

“Qualquer informação sobre o vírus é altamente sensível e sujeita a avaliação antes de ser publicada”, contou à Lusa a jornalista de um órgão estatal chinês.

A epidemia exige que os especialistas internacionais passem por uma quarentena de duas semanas após chegarem a Pequim e terão depois entre três e quatro semanas para realizarem trabalhos de investigação.

Os cientistas devem chegar a Wuhan por volta de 20 de janeiro, um ano após a cidade com 11 milhões de habitantes ter sido colocada sob quarentena.

A data coincide também com a saída de Donald Trump da Casa Branca e alguns observadores presumem que Pequim pode ter esperado pela sua saída antes de autorizar a investigação, para não dar a impressão de estar a ceder às exigências do líder norte-americano.

Este último pediu repetidamente uma investigação internacional sobre a origem do vírus, um pedido feito também pela Austrália, que foi sujeita nos últimos meses a sanções comerciais chinesas.

Mas a demora para o início da investigação significa que os primeiros traços da infeção dificilmente serão encontrados pelos pesquisadores.

“Não estou otimista. Eles chegam depois da batalha”, avisou o especialista em doenças infeciosas Gregory Gray, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

“Será extremamente difícil encontrar a origem do vírus”, admitiu Ilona Kickbusch, do Instituto de Graduação em Estudos Internacionais e de Desenvolvimento de Genebra.

Os cientistas geralmente apontam que o hospedeiro original do vírus é um morcego, mas o animal intermediário que permitiu a contaminação humana é desconhecido.

A OMS, que Trump acusou de estar ao serviço da China, acredita que os seus especialistas poderão investigar livremente, mesmo que Pequim ainda não tenha confirmado que Wuhan está no programa da visita.

“A equipa irá para Wuhan, esse é o objetivo da missão”, disse o chefe de emergências de saúde da instituição de Genebra, Michael Ryan, em meados de dezembro.

“Vamos trabalhar com os nossos colegas chineses, eles não (…) serão supervisionados por funcionários chineses”, garantiu.

A missão é formada por 10 cientistas (Dinamarca, Reino Unido, Holanda, Austrália, Rússia, Vietname, Alemanha, Estados Unidos, Catar e Japão) reconhecidos em suas diversas áreas de atuação.

“Não é uma questão de encontrar um país ou autoridades responsáveis. É uma questão de entender o que aconteceu para reduzir os riscos no futuro”, apontou Fabian Leendertz, do Instituto Robert Koch, na Alemanha. “É preciso entender o que aconteceu para evitar que volte a acontecer”, acrescentou.

5 Jan 2021

Atum vendido por 165 mil euros no primeiro leilão do ano em Tóquio

Um atum vermelho atingiu hoje o valor de 20,8 milhões de ienes (cerca de 165 mil euros) no primeiro leilão deste ano, no mercado de Toyosu de Tóquio, onde a pandemia de covid-19 marcou a sessão inaugural do ano.

O valor do exemplar de 208 quilogramas, capturado por um pesqueiro do nordeste do Japão, ficou muito abaixo do montante alcançado em 2019, quando um atum foi comprado por 193,2 milhões de ienes. A diferença dos valores reflete a difícil situação económica que atravessa o setor nipónico da restauração, devido à pandemia de covid-19.

Em 2019, um exemplar de 278 quilogramas atingiu o preço mais alto, até à data, ao ser comprado por 333,6 milhões de ienes.

O leilão inaugural de 2019 foi o primeiro realizado em Toyosu, novas instalações do mercado de peixe de Tóquio, considerado o maior do mundo. Em 2018, o mercado foi transferido de Tsukiji para Toyosu.

No primeiro leilão deste ano, os participantes foram obrigados a usar máscara, entre outras medidas para impedir contágios da covid-19.

Desde de dezembro passado que não é permitida a presença de visitantes no mercado para assistir aos leilões de peixe, uma das principais atrações turísticas da capital japonesa, devido ao novo coronavírus.

5 Jan 2021

Covid-19 | Daimler colabora com China em investigação sobre vestígios em peças

A construtora automóvel alemã Daimler afirmou hoje que vai colaborar com as autoridades chinesas nas investigações sobre vestígios do novo coronavírus encontrados na embalagem externa de alguns lotes de peças de reposição para automóveis.

A imprensa estatal chinesa noticiou que 11 funcionários da Daimler em Pequim foram diagnosticados com a doença. Os funcionários trabalham no centro de distribuição de peças de reposição da Mercedes-Benz, localizado na capital chinesa, e que é responsável pelo serviço pós-venda para diferentes partes do norte da China.

Os contágios ocorreram devido ao contacto desses funcionários com um portador assintomático de covid-19 vindo do exterior. A empresa decidiu colocar em quarentena parte do quadro de funcionários e testar todos os trabalhadores das concessionárias em Pequim.

Após a descoberta dos casos, o primeiro dos quais em 26 de dezembro, a empresa realizou testes aos funcionários em outras partes da China, mas todos apresentaram resultado negativo.

“Até agora, apenas algumas amostras de peças deram positivo e foi constatado que isso se deve aos casos confirmados terem contaminado as peças”, disse a subsidiária da Daimler em Pequim, apontando que as “investigações excluem a [transmissão do] vírus devido a produtos importados”.

Um dos principais especialistas do Centro de Controlo de Doenças (CDC) chinês já tinha esclarecido que foram os funcionários que transmitiram os vestígios do vírus para as peças sobressalentes e não o contrário.

De acordo com a televisão estatal CGTN, os reguladores locais alegaram que a subsidiária da Daimler não cumpriu estritamente os regulamentos de prevenção da doença, permitindo reuniões entre funcionários e o uso impróprio de máscaras.

A fabricante alemã decidiu, entretanto, encerrar várias concessionárias em Pequim e só reabrirá até que um ambiente seguro para trabalhadores e clientes seja “garantido, com a confirmação conjunta das autoridades locais”.

Devido ao frio, o agente infeccioso sobreviveu nas peças durante o transporte para outras zonas da China, onde nos últimos dias foram encontrados vestígios do vírus nas embalagens de vários lotes de peças de reposição em centros de distribuição da Daimler, incluindo na região da Mongólia Interior e nas província de Shanxi ou Shandong.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.843.631 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

5 Jan 2021

Covid-19 | China designa de alto risco áreas próximas de Pequim com 14 casos locais

A China designou hoje partes da província de Hebei, que circunda Pequim, como zonas de alto risco, depois de diagnosticar 14 novos casos de covid-19, todos por contágio local. Ao todo, a Comissão de Saúde da China anunciou terem sido identificados 17 casos de contágio local e 16 importados.

As autoridades chinesas disseram que 11 casos locais foram detetados na cidade de Shijiazuang, onde estão planeados alguns eventos para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.

Mais três casos locais foram diagnosticados na cidade de Yantai. Algumas áreas de Shijiazhuang foram classificadas de alto risco, o que significa que a população vai ser testada e submetida a medidas de isolamento, enquanto partes de Yantai foram consideradas áreas de risco médio.

Outras 30 pessoas tiveram testes positivos para o novo coronavírus, mas sem apresentarem sintomas, acrescentaram.

Os funcionários de saúde estão a investigar se um único evento, uma reunião de família, estará na origem de muitos dos casos em Hebei.

Foram ainda encontrados casos por contágio local na província de Liaoning (dois), no nordeste da China, e em Pequim (um), onde desde 18 de dezembro se diagnosticaram 28 casos da doença.

O país somou ainda 16 casos importados, em Xangai (leste), Guangdong (sudeste), Tianjin (norte), Liaoning (nordeste), Jiangsu (leste), Fujian (sudeste), Henan (centro) e Sichuan (centro).

As autoridades chinesas disseram que, nas últimas 24 horas, 12 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 432, incluindo 13 doentes em estado grave.

A China registou um total de 87.183 casos de covid-19 e 4.634 mortos, desde que a doença foi detetada, em Wuhan, cidade do centro do país. Pessoas com teste positivo, mas sem sintomas, são contadas à parte.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.843.631 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

5 Jan 2021

Covid-19 | Pequim inicia vacinação em larga escala antes do Ano Novo Chinês

Milhares de pessoas fizeram ontem fila num parque em Pequim para serem vacinadas contra a covid-19, numa altura em que as autoridades tentam evitar nova vaga epidémica, nas vésperas do Ano Novo Chinês.

Mais de 73 mil pessoas foram vacinadas na capital chinesa, entre sexta-feira e domingo, segundo a imprensa local.
Funcionários municipais e motoristas de autocarro foram os primeiros a receber a injecção.

As autoridades médicas anunciaram na quinta-feira que deram luz verde “condicional” ao uso generalizado de uma das vacinas fabricadas na China, cujo produtor, a Sinopharm, afirma ter uma taxa de eficácia de 79 por cento.

Um dos candidatos, citado pela agência France-Presse, disse que a sua empresa tinha marcado a consulta e que queria ser vacinado “para ficar descansado”. “Acho que os efeitos colaterais, se houver, serão suportáveis”, acrescentou.

Sem esperar pelo sinal verde oficial das autoridades médicas, a China começou a vacinar milhões de pessoas, no Verão passado, incluindo funcionários de saúde, estudantes ou diplomatas. Mais de 4,5 milhões de doses foram já administradas, disseram as autoridades na semana passada.

5 Jan 2021

MNE chinês sobre o futuro das relações com a administração Biden: “Uma nova janela de esperança”

Wang Yi ataca os que nos EUA vêem a China como “a maior ameaça” e dá o exemplo das relações com a União Europeia que, no seu entender, “resistiu às profundas mudanças no mundo”

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China considerou, em entrevista concedida à Xinhua, que “nos últimos anos, as relações China-EUA enfrentaram dificuldades sem precedentes.” Wang Yi entende que tal se deve “aos sérios equívocos dos formuladores de políticas dos EUA sobre a China. Alguns vêem a China como a chamada maior ameaça, e a sua política para a China, com base nessa percepção equivocada, está simplesmente errada. Para o chefe da diplomacia chinesa, “o que aconteceu prova que a tentativa dos Estados Unidos de suprimir a China e iniciar uma nova Guerra Fria não só prejudicou gravemente os interesses dos dois povos, mas também causou graves perturbações no mundo. Tal política não encontrará apoio e está fadada ao fracasso.”

Contudo, Wang Yi não deixa de exprimir algum optimismo com a chegada ao poder de Joe Biden. “As relações China-EUA chegam a uma nova encruzilhada e abre-se uma nova janela de esperança. Esperamos que a próxima administração dos Estados Unidos volte a uma abordagem sensata, retome o diálogo com a China, restaure a normalidade das relações bilaterais e reinicie a cooperação”, afirmou.

A parte chinesa está, segundo Wang Yi, disposta a cooperar. “A política da China em relação aos EUA é consistente e estável. Estamos prontos para desenvolver uma relação de coordenação, cooperação e estabilidade. A China nunca se intromete nos assuntos internos dos EUA e valoriza a coexistência pacífica e a cooperação mutuamente benéfica”, considerou. No entanto, tudo depende dos americanos: “os EUA também precisam respeitar o sistema social e o caminho de desenvolvimento escolhido pelo povo chinês e respeitar os seus direitos legítimos de procurar uma vida melhor. Sabemos que algumas pessoas nos Estados Unidos estão preocupadas com o rápido desenvolvimento da China. No entanto, a melhor maneira de manter a liderança é por meio do auto-aperfeiçoamento constante, não bloqueando o desenvolvimento dos outros”, explicou Wang.

O MNE chinês refere ainda que o mundo não precisa que “a China se torne noutro Estados Unidos”. A solução será “resolver as diferenças através do diálogo e da expansão de interesses convergentes através da cooperação. Isso permitirá que os dois grandes países estabeleçam um modelo de convivência que beneficie ambos e o mundo, abrindo novas perspectivas de desenvolvimento em linha com a tendência da história”, concluiu.

Europa-China: parceiros estratégicos

Já em relação à União Europeia (EU), a posição chinesa é bem diferente. Para Wang Yi, “a nossa relação com a UE resistiu às profundas mudanças no mundo. De um modo geral, centrou-se no diálogo, na cooperação e no benefício mútuo e demonstrou uma forte vitalidade ao progredir com o tempo. Para os dois lados, a experiência mais importante é permanecer comprometido com a coexistência pacífica, cooperação aberta, multilateralismo e diálogo e consulta.” Isto também porque Wang entende que “a China e a UE são parceiros estratégicos abrangentes, não rivais sistémicos.”

Exemplo desta situação é o novo acordo recentemente assinado. “O presidente Xi Jinping e os líderes europeus anunciaram conjuntamente a conclusão das negociações sobre um tratado de investimento China-UE, acrescentando um novo e forte impulso à cooperação.” Tal acontece no ano em a China se tornou no “maior parceiro comercial da UE pela primeira vez”. Para Wang, isto é “uma óptima notícia para a economia global” e “um exemplo claro de como, trabalhando juntos no espírito de compreensão mútua, acomodação mútua e consulta igualitária, as duas partes podem abrir amplas perspectivas de cooperação.”

5 Jan 2021

Actividade industrial na China desacelera em Novembro

A actividade industrial na China cresceu a um ritmo menor em Dezembro, após ter registado no mês anterior a maior expansão desde Novembro de 2010, indicaram dados hoje divulgados.

O Índice do Gestor de Compras (PMI) do sector manufatureiro, elaborado pelo jornal de informação económica Caixin, é tido por muitos investidores como referência para o país asiático. Em Dezembro, aquele indicador fixou-se nos 53 pontos, 1,9 unidades abaixo do valor atingido em Novembro.

Um valor acima da marca dos 50 pontos representa um crescimento da actividade, em relação ao mês anterior, enquanto abaixo representa uma contração. O Gabinete de Estatísticas (GNE) chinês divulgou o PMI oficial na semana passada. Segundo o GNE, o índice registou uma desaceleração de 0,2 pontos, para 51,9 unidades. Ainda assim, foi a terceira melhor marca do ano.

Os dados ilustram a rápida recuperação da indústria chinesa, após a queda da atividade no início de 2020, quando o país aplicou restritas medidas de prevenção contra a pandemia da covid-19.

Um economista da Caixin disse que os dados do PMI mostram que o “impacto negativo da epidemia na economia nacional continuou a diminuir e a recuperação económica na era pós-pandemia deve prolongar-se por vários meses”.

Wang Zhe lembrou que, atendendo ao baixo nível dos indicadores, no primeiro semestre do ano passado, devido aos efeitos da pandemia, os dados macroeconómicos para os primeiros meses de 2021 indicarão grande crescimento homólogo.

O especialista alertou, porém, para a necessidade de focar no rápido aumento do preço das matérias-primas, o que está a acarretar custos mais elevados para as empresas, afetando negativamente a taxa de desemprego.

A China praticamente erradicou a doença, excepto por alguns surtos esporádicos, aos quais reage com a realização de testes maciços e isolamento de distritos ou cidades.

Isto permitiu uma recuperação rápida do abalo económico sofrido no início do ano: embora a economia tenha caído 6,8%, nos primeiros três meses de 2020, nos dois trimestres seguintes cresceu 3,2% e 4,9%, respectivamente.

4 Jan 2021

Covid-19 | China soma 20 casos importados e 13 por contágio local

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 33 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, entre os quais 20 oriundos do exterior e 13 por contágio local.

Pequim somou dois casos por contágio local. A capital chinesa registou 27 infetados, desde 18 de dezembro passado, mas as autoridades asseguraram que o surto está “sob controlo”.

A província de Hebei, que circunda Pequim, somou quatro casos locais, nas últimas 24 horas.

A província de Liaoning, que detetou um surto no mês passado na cidade portuária de Dalian, somou mais seis casos locais no domingo. Heilongjiang, que também fica no nordeste da China, diagnosticou um caso local.

Os 20 casos importados foram diagnosticados nos municípios de Xangai (leste) e Tianjin (norte) e nas províncias de Shaanxi (centro), Sichuan (sudoeste), Guangdong (sul), Shanxi (norte), Mongólia Interior (norte), Liaoning (nordeste) e Fujian (leste).

As autoridades chinesas disseram que, nas últimas 24 horas, 17 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 411, incluindo dez doentes em estado grave.

A Comissão de Saúde da China não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio passado. O país somou, no total, 87.150 infetados desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.835.824 mortos resultantes de mais de 84,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

4 Jan 2021

Covid-19 | Governo japonês prevê no estado de emergência na região de Tóquio

O primeiro-ministro japonês anunciou hoje que o Governo estava a planear um novo estado de emergência na região metropolitana de Tóquio devido ao aumento dos casos de covid-19, considerando a situação do país “muito grave”.

Yoshihide Suga disse também esperar que a campanha de vacinação comece a partir do fim de fevereiro. Em conferência de imprensa, o responsável acrescentou que será dos primeiros a receber a vacina.

Suga pediu à população para evitar saídas dispensáveis e declarou que o Governo japonês estava a preparar alterações à lei para poder sancionar estabelecimentos que não reduzam horários ou encerramento temporário. Ao mesmo tempo, prometeu incentivos.

Mais uma vez, o primeiro-ministro japonês reafirmou o compromisso de organizar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, adiados para o verão deste ano devido à pandemia, repetindo que a organização do evento será “uma prova de que a humanidade venceu o vírus”.

Após suceder em setembro a Shinzo Abe, que se demitiu por razões de saúde, Yoshihide Suga tem sido alvo de fortes críticas relativas à gestão da crise sanitárias pelo Governo.

Com cerca de 240 mil infectados e menos de 3.600 mortos, de acordo com os dados oficiais, o Japão tem sido relativamente poupado pela pandemia quando comparado com vários países. Desde novembro, as autoridades sanitárias nipónicas estão a registar um forte aumento dos contágios, que ultrapassaram, na quinta-feira e pela primeira vez, a barreira dos quatro mil novos casos em 24 horas.

No sábado, os governadores de Tóquio e de três regiões vizinhas pediram ao Governo para declarar um novo estado de emergência, tal como em abril e maio passados, progressivamente alargado a todo o país.

Até aqui, o Governo de Suga mostrou-se hesitante em decretar um novo estado de emergência, depois de três trimestres de recessão económica.

No entanto, o primeiro-ministro nipónico admitiu agora que “uma mensagem mais forte era necessária”.

“O Governo planeia decretar o estado de emergência” com medidas que permitam, nomeadamente, reduzir as infeções em bares e restaurantes”, declarou.

O estado de emergência permite aos governadores locais pedir às empresas que fechem e aos habitantes que fiquem em casa, sem impor medidas ou qualquer sanção em caso de incumprimento.

Sobre as vacinas, Suga declarou que o Governo esperava dados precisos das empresas farmacêuticas norte-americanas até final do mês, e a campanha podia começar a partir do final de fevereiro.

As vacinas serão prioritárias para “o pessoal de saúde, idosos e funcionários de lares”, indicou o primeiro-ministro, acrescentando que será um dos primeiros a ser vacinado.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.835.824 mortos resultantes de mais de 84,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

4 Jan 2021

Kim Jong Un agradece apoio dos norte-coreanos “em tempos difíceis”

O líder da Coreia do Norte agradeceu no dia 1 o apoio popular dos norte-coreanos “em tempos difíceis”, numa carta manuscrita publicada por ocasião do Ano Novo, a alguns dias de um congresso do partido no poder.

“Agradeço ao povo por ter sempre confiado no nosso partido e por o ter apoiado, mesmo nos momentos difíceis”, afirmou Kim Jong Un, no que foi interpretado como uma referência às dificuldades económicas causadas pelas sanções internacionais e pelas restrições para conter a pandemia.

A mensagem foi divulgada após uma cerimónia marcada por fogo-de-artifício, danças e cânticos, na praça Kim Il Sung, em Pyongyang, para assinalar a entrada em 2021. A cerimónia foi organizada apesar da pandemia de covid-19, com a Coreia do Norte a afirmar que não registou qualquer caso da doença no seu território.

Kim dirige-se habitualmente aos norte-coreanos no dia 01 de janeiro, numa mensagem transmitida pela televisão em que antecipa a política que será seguida ao longo no ano.

No ano passado, essa tradição foi interrompida e o líder norte-coreano optou por falar em 31 de dezembro, numa sessão plenária do Partido dos Trabalhadores (no poder).

Este ano, muitos observadores diziam não esperar que a tradição fosse retomada, a alguns dias da abertura de um congresso partidário, o primeiro em cinco anos. Os ‘media’ oficiais anunciaram que o congresso teria lugar no início de janeiro, sem adiantar uma data precisa.

“Desejo sinceramente a todas as famílias do país as maiores felicidades e boa saúde”, declarou Kim, na carta divulgada pela agência noticiosa oficial KCNA.

“Neste novo ano, também me esforçarei para fazer avançar a nova era em que os ideais e desejos de nosso povo se tornarão realidade”, prometeu.

Segundo os ‘media’ sul-coreanos, foi a primeira vez desde 1995 que um líder da Coreia do Norte se dirigiu por carta à população por ocasião do Ano Novo. A última carta tinha sido escrita por Kim Jong Il, pai e antecessor do atual líder.

4 Jan 2021

5G | País empenha-se na aceleração da promoção da rede em 2021

A China vai construir mais de 600.000 antenas de 5G em 2021, à medida que o país acelera a promoção da tecnologia sem fios, segundo os últimos dados do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação.

Até meados de Dezembro, a China já construiu mais de 718.000 torres de 5G e já possuiu sinais de 5G disponíveis em mais de 300 cidades.

“O país vai promover a construção e aplicação da rede 5G de maneira ordenada, acelerará a cobertura 5G nas cidades principais e avançará na construção cooperativa e no compartilhamento de torres 5G entre as operadoras de telecomunicações”, disse Xiao Yaqing, ministro da indústria e tecnologia da informação, numa conferência de imprensa na segunda-feira passada.

“Mais esforços serão realizados para desenvolver projectos-pilotos da rede 5G industrial, concentrando-se em 10 indústrias-chave e formando 20 cenários de aplicação industrial típicos”, disse ainda Xiao, sem dar detalhes.

O plano da promoção do 5G para o próximo ano estabelecerá uma infraestrutura de telecomunicações sólida para uma integração mais profunda das economias digital e real, ajudará a estabilizar o investimento e acelerará as actualizações industriais, comentaram os especialistas.

Xiang Ligang, director geral da Aliança de Consumo de Informação, uma associação da indústria de telecomunicações, disse que a China já construiu a maior rede 5G comercial e que a internet industrial e de consumo do país também entraram em modo de rápida aplicação.

“A maior ênfase na rede 5G privada industrial no próximo ano acelerará a aplicação de tecnologias digitais em sectores tradicionais e ajudará a nação a procurar o desenvolvimento da manufactura de alta qualidade”, disse Xiang.

Mais de 1.100 projectos que se concentram na implementação da integração do 5G e a Internet industrial estavam a ser construídos na China em Novembro, indicou o ministério.

Cobertura assegurada

A Industrial Securities, uma empresa de segurança, informou em nota de investigação que o plano de construção da rede 5G para 2021 está praticamente alinhado com as expectativas do mercado. Com a ascensão das empresas chinesas na cadeia industrial de telecomunicações na era do 5G, a lucratividade das operadoras de telecomunicações chinesas e dos fornecedores de equipamentos de telecomunicações deverá crescer.

Yang Jie, presidente da China Mobile, a maior operadora de telecomunicações do país asiático, disse que a empresa planeia alcançar uma cobertura 5G completa nas cidades, condados e principais vilas no próximo ano.

Liu Duo, chefe da Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação, afirmou que cerca de 20 por cento das aplicações 5G serão orientadas pelo consumidor, e 80 por cento do seu potencial comercial reside no seu uso em sectores tradicionais. Como resultado, a combinação de 5G com a Internet industrial será de maior importância para o impulso da China nas actualizações industriais em grande escala.

4 Jan 2021

Covid-19 | Índia autoriza vacinas da Biotech e Oxford/AstraZeneca

A Índia autorizou hoje duas vacinas covid-19, abrindo caminho a um enorme programa de inoculação para travar a pandemia do novo coronavírus no segundo país mais populoso do mundo.

O regulador de medicamentos da Índia deu uma autorização de emergência para as vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford e pelo biofarmacêutica AstraZeneca, e outra desenvolvida pela empresa indiana Bharat Biotech.

O plano inicial de vacinação do país visa vacinar 300 milhões de pessoas até agosto, desde trabalhadores da saúde a pessoal da linha de frente, incluindo a polícia e aquelas consideradas mais vulneráveis devido à sua idade ou outras doenças.

O Instituto Serum da Índia, a maior empresa mundial de fabrico de vacinas, foi contratado pela AstraZeneca para fazer mil milhões de doses para nações em desenvolvimento, incluindo a Índia. Na sexta-feira, O Reino Unido foi o primeiro a aprovar a vacina.

A outra vacina conhecida como Covaxin é desenvolvida pela Bharat Biotech, em colaboração com agências governamentais.

A empresa completou apenas duas das três fases de ensaio. A terceira, que testa a sua eficácia, teve início em meados de novembro.

Os primeiros estudos clínicos mostraram que a vacina não tem quaisquer efeitos secundários graves e produz anticorpos para a covid-19.

A Índia, com quase 1,4 mil milhões de pessoas, é o segundo país afetado pelo coronavírus depois dos Estados Unidos com mais de 10,3 milhões de casos confirmados e 149.435 mortes, embora a taxa de contágios tenha diminuído significativamente a partir de um pico em meados de setembro.

Um pedido de autorização de vacina feito pela Pfizer ainda está a ser analisado pelas autoridades indianas.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.827.565 mortos resultantes de mais de 83,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

3 Jan 2021

Xi Jinping diz que acordo com UE vai ajudar a criar uma “economia mundial aberta”

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que o “acordo de princípio” sobre Investimentos alcançado esta quarta-feira com a União Europeia (UE) dará um “importante contributo” para a construção de uma “economia mundial aberta”.

Ao fim de quase sete anos de negociações, o bloco comunitário e Pequim chegaram hoje a um “acordo de princípio” sobre Investimentos durante uma videoconferência entre os líderes da UE e Xi Jinping.

Segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, o Presidente chinês declarou durante a videoconferência que este acordo também vai servir para impulsionar o caminho da recuperação após a actual pandemia da doença covid-19 e reforçar a confiança internacional na globalização económica e no comércio livre.

A UE e a China estavam a negociar este acordo desde 2014, mas, nas últimas semanas, as conversações avançaram de forma substancial face a um compromisso das partes de concluir um documento antes do final do ano.

De acordo com Bruxelas, o acordo político hoje alcançado “irá criar um melhor equilíbrio nas relações comerciais UE-China”, uma vez que “a UE tem sido tradicionalmente muito mais aberta do que a China ao investimento estrangeiro”.

Pequim “compromete-se agora a abrir-se à UE numa série de sectores-chave” e a assegurar “um tratamento justo” às empresas europeias, de modo a que estas possam competir em condições de igualdade, referiu a Comissão Europeia.

“Pela primeira vez, a China também concordou com disposições ambiciosas sobre desenvolvimento sustentável, incluindo compromissos sobre trabalho forçado e a ratificação das convenções fundamentais relevantes da Organização Internacional do Trabalho”, indicou o executivo comunitário em comunicado.

O texto do acordo deverá ainda ser finalizado pelas partes e aprovado pelo Conselho (Estados-membros) e pelo Parlamento Europeu, o que só sucederá numa fase posterior, em 2021.

A “conclusão em princípio” das negociações sobre este novo acordo de investimento UE-China ocorreu durante uma videoconferência, na qual a UE esteve representada pelos presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, tendo ainda participado a chanceler alemã, Angela Merkel (cujo país ocupa até ao final de dezembro a presidência semestral rotativa do Conselho da UE, que será assumida por Portugal no início do ano) e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

31 Dez 2020

Covid-19 | China apela a trabalhadores que não viajem durante Ano Novo Lunar

O Governo chinês está a encorajar dezenas de milhões de trabalhadores migrantes a não regressarem à terra natal durante as férias do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, para evitar a propagação do novo coronavírus.

A medida da Comissão Nacional de Saúde, conhecida ontem, não é uma proibição formal de viajar, mas constitui uma recomendação excecional, na única época do ano em que milhões de trabalhadores migrantes podem estar com as suas famílias.

A comissão disse que está a encorajar os governos provinciais a persuadirem os trabalhadores a seguirem aquela sugestão. A mesma fonte apontou que os trabalhadores que ficarem nos locais onde trabalham devem receber pagamento extra e tirar férias noutra altura.

A ausência de um bloqueio nas vésperas do Ano Novo Lunar do ano em curso foi responsável pela propagação do vírus por todo o país e, a seguir, por outras partes do mundo.

A China praticamente erradicou a transmissão local do coronavírus, mas as autoridades continuam em alerta máximo, face a um possível ressurgimento. As escolas já estão programadas para começar as férias do Ano Novo Lunar uma semana antes e os turistas foram orientados a não se deslocarem até Pequim durante o feriado.

O novo coronavírus foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, no final do ano passado. Os números oficiais da China apontam para 4.634 mortes, entre 87.027 casos confirmados de covid-19 no país.

“Os governos locais devem intensificar os esforços para encorajarem empresas e instituições a (…) orientarem os trabalhadores a tirarem férias nos seus locais de trabalho apenas dentro do possível”, disse a comissão, em comunicado.

A semana do Ano Novo Lunar é tradicionalmente a época em que as famílias se reúnem para refeições e visitas a templos e mercados. Milhões de chineses regressam à terra natal, na maior migração interna do planeta, em longas viagens de comboio, avião ou autocarro. Milhões de chineses de classe média também aproveitam a ocasião para viajar em lazer.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.791.033 mortos resultantes de mais de 81,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

31 Dez 2020

Turquia afasta eventual envio de uigures para China após ratificação de tratado

A Turquia assegurou ontem que não irá enviar membros da minoria muçulmana uigur refugiados em território turco para a China, apesar da recente ratificação por parte de Pequim de um tratado de extradição com Ancara.

“É incorreto dizer que (a ratificação de Pequim) significa que a Turquia irá enviar uigures de volta para a China”, afirmou o chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, numa conferência de imprensa realizada na capital do país, Ancara.

“Isso só será aplicado a pessoas culpadas (de crimes). No passado, existiram pedidos para o envio de uigures que se encontravam na Turquia para a China. A Turquia não aplicou tais medidas”, prosseguiu o ministro dos Negócios Estrangeiros turco.

No sábado passado, o Parlamento chinês ratificou um tratado de extradição assinado em 2017 com Ancara, acordo que Pequim quer utilizar, em particular, para acelerar o regresso de alguns uigures suspeitos de “terrorismo” e refugiados em território turco.

O Parlamento turco não ratificou o texto, mas a medida anunciada pelas autoridades chinesas suscitou preocupação junto da diáspora uigur – estimada em cerca de 50.000 pessoas – refugiada na Turquia, maioritariamente na cidade de Istambul.

A Turquia tem laços linguísticos e culturais com os uigures (um dos 56 grupos étnicos que existem no território chinês), que são maioritariamente muçulmanos e falam na sua grande maioria uma língua relacionada com o turco.

O Estado turco foi durante muito tempo um dos principais defensores da causa uigur a nível internacional. Posteriormente, e de forma a proteger os interesses económicos do país, as críticas turcas em relação ao tratamento desta minoria ficaram mais discretas.

Alguns artigos publicados denunciaram que a Turquia já deportou, de forma discreta, membros da minoria uigur para a China, nomeadamente através de países terceiros.

Os uigures (bem como os cazaques) são etnicamente distintos do grupo étnico maioritário na China, os chineses han, e constituem uma grande parte da população em Xinjiang (noroeste), uma vasta região chinesa que faz fronteira com o Afeganistão e o Paquistão.

Esta etnia representa um pouco menos de metade dos 25 milhões de pessoas que vivem na região de Xinjiang, um vasto território semidesértico no noroeste da China há muito atingido por ataques violentos, que Pequim atribui a elementos separatistas e islamitas.

A China tem sido acusada de ter lançado uma política de vigilância máxima e de concentrar minorias étnicas chinesas de origem muçulmana em campos de doutrinação e reeducação no extremo noroeste do território chinês. Segundo peritos estrangeiros, pelo menos um milhão de pessoas, incluindo uigures, estarão nestes “campos”.

Pequim tem sempre rejeitado este alegado plano de “genocídio cultural” de minorias muçulmanas na China, alegando que estas instalações são “centros de formação profissional”, destinadas a ajudar a população a encontrar trabalho e a mantê-la afastada do extremismo e do terrorismo.

Muitos dos refugiados uigures que se encontram na Turquia não têm notícias dos seus familiares que estão nestas estruturas.

Denúncias internacionais também apontaram este ano que os uigures estão a ser alegadamente submetidos a esterilizações forçadas, no sentido de reduzir e controlar a natalidade desta população.

Cerca de 20 uigures voltaram hoje a concentrar-se, pelo nono dia consecutivo, em frente ao consulado chinês em Istambul para pedir notícias dos respetivos familiares. Também apelaram às autoridades turcas para que não ratifiquem o tratado de extradição com a China.

“Estamos muito preocupados. Esperamos que o Estado (turco) não aprove isso”, disse, em declarações à agência France Presse (AFP), Omer Faruh, cuja mãe e filhos estão detidos no território chinês.

31 Dez 2020

UE e China alcançam “acordo de princípio” sobre investimentos

A União Europeia e a China chegaram esta quarta-feira a um “acordo de princípio” sobre Investimentos, ao fim de sete anos de negociações, durante uma videoconferência entre líderes da UE e o Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou a Comissão Europeia.

De acordo com Bruxelas, este acordo político “irá criar um melhor equilíbrio nas relações comerciais UE-China”, uma vez que “a UE tem sido tradicionalmente muito mais aberta do que a China ao investimento estrangeiro”.

Pequim “compromete-se agora a abrir-se à UE numa série de sectores-chave” e a assegurar “um tratamento justo” às empresas europeias, de modo a que estas possam competir em condições de igualdade, referiu a Comissão.

“Pela primeira vez, a China também concordou com disposições ambiciosas sobre desenvolvimento sustentável, incluindo compromissos sobre trabalho forçado e a ratificação das convenções fundamentais relevantes da Organização Internacional do Trabalho”, indica o executivo comunitário em comunicado.

Os baixos padrões laborais chineses, e em particular a questão do trabalho forçado, constituíam, para vários Estados-membros da UE, o principal obstáculo à conclusão de um acordo com Pequim.

O texto do acordo deverá ainda ser finalizado pelas partes e aprovado pelo Conselho (Estados-membros) e pelo Parlamento Europeu, o que só sucederá numa fase posterior.

A “conclusão em princípio” das negociações sobre este novo acordo de investimento UE-China ocorreu durante uma videoconferência celebrada hoje, na qual a UE esteve representada pelos presidentes da Comissão, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, tendo ainda participado a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, enquanto a China se fez representar pelo seu chefe de Estado, Xi Jinping.

Numa declaração divulgada em Bruxelas, Von der Leyen considerou este acordo “um marco importante” nas relações da UE com a China, apontando que o mesmo “proporcionará aos investidores europeus um acesso sem precedentes ao mercado chinês”, ao mesmo tempo que “compromete a China com princípios ambiciosos a nível de sustentabilidade, transparência e não-discriminação”.

Por seu lado, o vice-presidente executivo da Comissão Valdis Dombrovskis, que tem a seu cargo a pasta do Comércio, sublinhou que “este acordo dará às empresas europeias um enorme impulso num dos maiores mercados do mundo e de mais rápido crescimento, ajudando-as a operar e a competir na China”.

“Garantimos compromissos vinculativos em matéria de ambiente, alterações climáticas e combate ao trabalho forçado. Envolver-nos-emos de perto com a China para assegurar que todos os compromissos sejam plenamente cumpridos”, garantiu.

De acordo com um comunicado conjunto da Comissão e do Conselho, durante a videoconferência de hoje os líderes abordaram também outros dossiês, designadamente o combate às alterações climáticas, a pandemia da covid-19, Hong Kong e direitos humanos, com os dirigentes europeus a congratularem-se com “importantes progressos numa série de questões-chave”, mas “contínuas expectativas e preocupações noutras áreas”, sem especificar.

A União Europeia reiterou ainda o convite dirigido ao Presidente chinês, Xi Jinping, para uma cimeira UE-China ao mais alto nível, com a participação dos chefes de Estado e de Governo dos 27, que chegou a estar prevista para este ano mas foi adiada devido à covid-19, devendo então decorrer em Bruxelas em 2021, em data ainda a definir.

31 Dez 2020

Sismo de 5,1 no Japão sem danos materiais e pessoais a registar

Um terramoto de 5,1 graus na escala de Ritcher atingiu hoje o Japão e foi fortemente sentido em Tóquio, sem que as autoridades tenham emitido qualquer aviso de tsunami ou comunicado danos materiais ou pessoais.

O sismo ocorreu às 09:35 com o epicentro localizado em Ibaraki, a nordeste de Tóquio, a cerca de 60 quilómetros de profundidade, informou a Agência Meteorológica do Japão.

O terramoto atingiu o nível 4 na escala japonesa de 7, mais concentrado nas áreas afectadas (Ibaraki, Tochigi e Chiba), mas foi também sentido e registado como nível 3 na capital.

O Japão está situado no chamado Anel de Fogo, uma das zonas sísmicas mais activas do mundo, com as infra-estruturas nacionais a serem concebidas para resistir aos terramotos.

30 Dez 2020

Covid-19 | Chinesa Sinopharm diz que a sua vacina tem 79% de eficácia

A farmacêutica estatal chinesa Sinopharm revelou hoje que uma das suas vacinas candidatas contra a covid-19 revelou uma eficácia de 79,34%, e que já pediu autorização às autoridades do país asiático para comercializá-la.

Esta é a primeira vacina, entre as várias chinesas que concluíram a fase 3 de testes, de que é conhecida oficialmente a sua eficácia.

No início do mês, as autoridades dos Emirados Árabes Unidos, um dos países que participaram nos testes da vacina, tinham apontado para 86% de eficácia.

O país árabe tornou-se assim o primeiro a aprovar uma vacina chinesa, mesmo antes da própria China, que ainda não autorizou oficialmente a comercialização de nenhuma das vacinas desenvolvidas no país, embora a imprensa estatal tenha assegurado que esse processo estará concluído antes do final deste ano.

O Instituto de Produtos Biológicos de Pequim, uma subsidiária da Sinopharm, disse que os resultados dos testes de fase 3 revelaram que os seus níveis de segurança são “bons” e que todos os participantes desenvolveram altos níveis de anticorpos, após receberem ambas as doses, embora não mencione possíveis efeitos colaterais.

O comunicado refere, em linha com os testes realizados nos Emirados Árabes Unidos, que a taxa de soroconversão, ou de desenvolvimento dos anticorpos que defendem contra a infeção, é de 99,5%.

O Instituto de Produtos Biológicos de Pequim assegurou que os dados provisórios extraídos dos ensaios estão em linha com as normas técnicas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Esta vacina tem sido usada na China, desde julho passado, em grupos de maior risco, como funcionários de saúde ou de programas de prevenção da doença, trabalhadores em portos ou serviços logísticos, ou profissionais colocados em países onde o risco de contágio é considerado alto.

Há pouco mais de um mês, o presidente da Sinopharm, Liu Jingzhen, afirmou que quase um milhão de pessoas na China tinham recebido uma das vacinas de “emergência” e que apenas um pequeno número experimentou efeitos adversos e ligeiros.

Atualmente, quatro vacinas desenvolvidas na China alcançaram a fase 3 dos ensaios clínicos – duas da Sinopharm, uma da Sinovac e uma da CanSino Biologics.

30 Dez 2020

China condena activistas de Hong Kong a penas entre sete meses e três anos de prisão

Dez activistas de Hong Kong acusados de terem entrado ilegalmente em águas territoriais da China, durante uma tentativa de fuga para Taiwan, foram hoje condenados a penas entre sete meses e três anos de cadeia.

De acordo com a rádio pública de Hong Kong, a RTHK, Tang Kai-yin, considerado o líder do grupo, foi condenado a três anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 20 mil yuans pelo tribunal do distrito de Yantian, em Shenzhen, zona económica especial chinesa adjacente à região semi-autónoma.

A única mulher do grupo, Quinn Moon, recebeu uma sentença de dois anos de prisão e uma multa de 15 mil yuans, por o tribunal ter considerado que desempenhou um papel de co-liderança no caso.

Os restantes oito detidos, incluindo o residente de Hong Kong com passaporte português Tsz Lun Kok, foram condenados a sete meses de cadeia e multas de 10 mil yuans, indicou a RTHK.

O grupo, na maioria ligado aos protestos anti-governamentais do ano passado, em Hong Kong, foi julgado na segunda-feira, em Shenzhen, e, de acordo com o tribunal, todos se apresentaram como culpados de travessia ilegal das águas da China continental.

O tribunal, que divulgou o veredicto no seu ‘site’, referiu ter decidido as sentenças depois de ter avaliado o papel dos diferentes réus, a extensão e consequências do crime em causa e também o remorso demonstrado.

Em 23 de Agosto, um grupo de 23 residentes de Hong Kong foi detido pela guarda costeira da província chinesa de Guangdong (sul), depois de ter saído da região administrativa especial chinesa numa lancha.

A tentativa de fuga terá sido motivada pela imposição por Pequim da lei de segurança nacional em Hong Kong. Desde então, vários críticos do Governo fugiram de Hong Kong, muitos dos quais para Taiwan.

Dois elementos do grupo, menores de idade, não foram julgados em Shenzhen e foram entregues esta tarde à polícia de Hong Kong, que admitiu a possibilidade destes enfrentarem acusações adicionais, acrescentou a RTHK.

30 Dez 2020

Covid-19 | China transforma crise em oportunidade face a “caos” no Ocidente

Numa altura em que o Ocidente, em particular a Europa e os EUA, se debatem com um aumento crescente de casos de covid-19, a China parece recuperar a passos largos, num sinal de que o “século americano” pode muito bem ter chegado ao fim

 

Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa 

Um ano após o primeiro caso de covid-19 ter sido diagnosticado, a China é o único grande país que derrotou a doença, reforçando a crença doméstica na superioridade do autoritarismo, face ao “declínio” do Ocidente liberal. “A ideia de que o Ocidente fazia tudo melhor acabou”, resumiu à agência Lusa um diplomata europeu colocado em Pequim, acrescentando: “Após esta epidemia, os chineses nunca mais vão olhar para nós da mesma forma”.
Três semanas após o primeiro caso de uma “misteriosa pneumonia” ter sido anunciado pelas autoridades de Wuhan, no centro da China, em 31 de Dezembro, as autoridades chinesas adoptaram restritas medidas de prevenção, que incluíram isolar cidades com milhões de habitantes.

A origem da doença continua a ser uma incógnita, mas os estágios iniciais do surto revelaram que as autoridades foram lentas a agir. Mais grave: no final de Dezembro, já vários médicos em Wuhan alertavam para os perigos de uma nova doença desconhecida, mas a polícia deteve oito deles para os “educar” sobre os perigos associados a espalhar rumores.

Mas, assim que a liderança do Partido Comunista se mobilizou, fê-lo com resolução. O anúncio do bloqueio de Wuhan, em 23 de Janeiro, surgiu a meio da noite, sem aviso ou debate público.

Enquanto a afluência de pessoas sobrecarregava os hospitais da cidade, pacientes com sintomas leves foram mandados para casa, onde infectaram os familiares.

Num fenómeno raro no país, que condena frequentemente à prisão críticos do regime por “perturbação da ordem pública”, críticas abertas ao regime multiplicavam-se nas redes sociais chinesas. No entanto, quando parecia que o Partido Comunista Chinês tinha tropeçado num buraco, esse buraco revelou-se uma mina de ouro.

O caos a Ocidente

Mais de dois meses após o primeiro caso de covid-19 ter sido diagnosticado em Wuhan, a Europa e os Estados Unidos sucumbiram ao caos, ultrapassando rapidamente a China no número total de infectados e mortos.

“Está na hora de acordar da fé cega no sistema ocidental”, proclamou, em editorial, o jornal oficial China Education News. “No Ocidente, as violentas lutas partidárias estão a agravar-se, as fissuras sociais a aprofundar-se e começa-se a formar uma grave crise social”, vincou.

Para Wang Xiangsui, coronel aposentado do exército chinês e professor universitário, a luta contra a pandemia é uma história de “vencedores e vencidos”.

“Nós somos a potência vitoriosa, enquanto os Estados Unidos caíram no caos e penso que podem muito bem tornar-se na potência derrotada”, apontou.

A ideia de um Ocidente em declínio e uma China triunfal não é nova no país. O fundador da República Popular da China, Mao Zedong, comparava o mundo capitalista a alguém às portas da morte.

Estas ideias terão sido abaladas quando o Partido Comunista adoptou reformas de mercado e os Estados Unidos emergiram como a única superpotência, após o colapso da União Soviética.

“No entanto, a crise financeira de 2008, da qual a China saiu relativamente ilesa, fez com que os líderes chineses se questionassem se o declínio ruinoso do capitalismo que Mao previra não teria de facto chegado”, escreve Julian Gewirtz, Professora de História na Universidade de Columbia, na revista Foreign Affairs.

A pandemia da covid-19 deu finalmente aos comentadores chineses a oportunidade de declarar o “fim do século americano”. Num cenário que contrasta com a situação vivida em vários países, na China, à porta dos restaurantes mais populares formam-se agora longas filas, os ginásios enchem-se de pessoas ao fim da tarde e os alunos há vários meses voltaram às salas de aula.

Uma exposição temática sobre a luta de Wuhan contra o surto, no norte da cidade, exalta o papel do Partido Comunista Chinês, em particular do líder Xi Jinping, na luta contra a epidemia, mas não faz qualquer referência à origem da covid-19.

A exposição enaltece antes o apoio prestado pela China a países estrangeiros, incluindo o envio de equipamento médico e funcionários de saúde, e a generosidade dos líderes chineses em partilharem a “solução chinesa” com o mundo.

Zhao Xiaosong, um estudante chinês, de 24 anos, que assiste à exposição, parece convencido. “Em dois meses conseguimos derrotar a doença. Um feito único a nível mundial”, explica à Lusa. “O Partido Comunista desempenhou um papel crucial”, diz.

30 Dez 2020

Activistas de Hong Kong julgados na China declaram-se culpados, revelam familiares

Familiares dos jovens de Hong Kong, entre os quais o luso-chinês Tsz Lun Kok, acusados na China de tentarem escapar de lancha, face a uma campanha repressiva contra dissidentes, revelaram hoje que os jovens se declararam culpados.

As famílias dos detidos foram ainda informadas por advogados nomeados pelo tribunal do distrito de Yantian, na cidade de Shenzhen, sudeste da China, que o veredicto será entregue na quarta-feira, de acordo com a associação 12 Hongkongers Concern Group, que está a apoiar as famílias.

Não se sabe se os 10 jovens que foram a julgamento na segunda-feira serão condenados já na quarta, mas os tribunais chineses costumam emitir sentenças em simultâneo com os veredictos.

Os 10 réus, incluindo o luso-chinês Tsz Lun Kok, são acusados de cruzamento ilegal da fronteira. Dois deles são também acusados de terem organizado a tentativa de fuga, segundo a acusação, emitida em Shenzhen. São ainda esperadas audiências separadas para dois menores, que também estavam a bordo do barco.

Os 12 detidos, a maioria ligados aos protestos anti-governamentais do ano passado, em Hong Kong, estão detidos há cerca de quatro meses em Shenzhen, cidade chinesa adjacente à antiga colónia britânica, por “travessia ilegal” das águas continentais.

O grupo tinha iniciado a viagem com destino a Taiwan, onde se pensa que procuravam asilo, quando a lancha em que seguiam foi interceptada, em 23 de agosto, pela guarda costeira chinesa.

A tentativa de fuga terá sido motivada pela imposição por Pequim de uma lei de segurança nacional em Hong Kong. Desde então, vários críticos do governo fugiram de Hong Kong, muitos para a ilha de Taiwan.

A imprensa de Hong Kong diz que pelo menos um dos réus pode ter recebido um mandado de prisão, sob a nova lei de segurança nacional.

Familiares dos réus afirmaram que foram impedidos de contratar os seus próprios advogados e que as acusações têm motivação política.

Os réus podem ser condenados a até um ano de prisão, por cruzarem a fronteira, e a sete anos, por terem organizado a viagem.

Os familiares foram informados apenas na sexta-feira de que o julgamento iria decorrer na segunda. Ou seja, não puderam assistir à sessão, devido à quarentena de 14 dias imposta a quem chega à China continental, uma medida de combate à pandemia de covid-19.

Tsz Lun Kok, que tem nacionalidade portuguesa e chinesa, embora a China não reconheça a dupla nacionalidade, tinha já sido detido em 18 de novembro de 2019, em Hong Kong, e mais tarde libertado, durante o cerco da polícia à Universidade Politécnica daquele território, sendo acusado de motim, por ter participado alegadamente numa manobra para desviar as atenções das forças de segurança com o objetivo de permitir a fuga de estudantes refugiados no interior.

29 Dez 2020

Empresário e produtor chinês Lin Qi morto com suspeitas de envenenamento

O empresário chinês Lin Qi, administrador da empresa de videojogos Yoozoo e produtor de uma série na Netflix, morreu na sexta-feira, alegadamente por envenenamento, e as autoridades chinesas detiveram um suspeito, foi ontem anunciado.

A Yoozoo Games confirmou, em comunicado, que Lin Qi, de 39 anos, morreu na sexta-feira, dia de Natal, depois de ter estado hospitalizado, mas não revelou a causa da morte.

A polícia de Shangai revelou que o empresário foi hospitalizado no dia 17, na sequência de um envenenamento, e que deteve um homem, que trabalha na Yoozoo, suspeito de ter cometido o crime.

A publicação Caixin, citada pela Associated Press, indica que o suspeito do envenenamento estava a trabalhar na produção da série “The Three-Body Problem” para a plataforma de ‘streaming’ Netflix, da qual Lin Qi era coprodutor executivo.

A imprensa chinesa local acrescenta que o suspeito é Xu Yao, um outro executivo da Yoozoo, responsável pela área de produção para cinema e televisão, e que terá havido uma disputa entre administradores por causa daquela série.

A “The Three-Body Problem” é uma série de ficção, a partir de uma popular trilogia de ficção científica do autor chinês Liu Cixin, e está a ser produzida também por David Benioff e D. B. Weiss, criadores da série “A Guerra dos Tronos”.

Por sua vez, a emprega Yoozoo desenvolveu o videojogo “Game of Thrones: Winter is coming”.

Lin Qi fundou a Yoozoo – também conhecida como Yuzou Interactive – em 2009, e tinha uma fortuna estimada em mil milhões de dólares.

O primeiro volume da trilogia do escritor Liu Cixin será publicada em Portugal em 2021 pela Relógio d’Água, com o título “O problema dos três corpos”.

29 Dez 2020

ONU pede libertação da jornalista chinesa que reportou surto em Wuhan

A ONU apelou ontem à libertação da jornalista chinesa independente Zhang Zhan, condenada esta segunda-feira a quatro anos de prisão pelas informações que recolheu sobre o surto inicial do novo coronavírus em Wuhan, no centro da China.

O apelo dirigido às autoridades chinesas foi feito pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, a ex-Presidente chilena Michelle Bachelet.

“Temos falado sobre este caso com as autoridades ao longo de 2020 e consideramos este caso com um exemplo das restrições excessivas à liberdade de expressão em relação à covid-19”, afirmou a equipa de Michelle Bachelet numa mensagem publicada na rede social Twitter.

Um tribunal de Xangai condenou hoje Zhang Zhan a quatro anos de prisão.

Zhang Zhan viajou para Wuhan, em fevereiro passado, para recolher informações sobre o surto inicial da covid-19, ocorrido no final de dezembro de 2019, e a subsequente campanha de prevenção contra a doença e tratamento dos pacientes, mas desapareceu, em maio, sendo mais tarde revelado que tinha sido detida pela polícia em Xangai, no leste da China.

O tribunal considerou que Zhang Zhan tinha “provocado distúrbios” e “procurado problemas” com as notícias que fez sobre o surto em Wuhan.

A jornalista independente recusou-se a reconhecer as acusações, tendo considerado que as informações publicadas por si em plataformas chinesas como o WeChat ou nas redes sociais Twitter e YouTube não deveriam ter sido censuradas.

Segundo a organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional, o trabalho de Zhang Zhan centrou-se na denúncia das detenções de outros repórteres independentes e do assédio que foi feito a familiares de vítimas do novo coronavírus durante aquele que é considerado como o primeiro surto da pandemia da covid-19 e que posteriormente viria a ganhar proporções mundiais.

A organização Defensores dos Direitos Humanos na China revelou, em setembro passado, que a jornalista tinha sido presa por informar que os cidadãos de Wuhan receberam comida estragada, durante as 11 semanas de confinamento da cidade, ou que foram obrigados a pagar para realizarem testes de deteção do novo coronavírus.

A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 1.765.049 mortos resultantes de mais de 80,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

29 Dez 2020