Hoje Macau China / ÁsiaExplosão em universidade na China faz dois mortos Duas pessoas morreram e pelo menos outras nove ficaram feridas na sequência de uma explosão num laboratório da Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanjing, no leste da China, anunciou hoje a imprensa estatal. O incidente ocorreu na tarde de domingo. Os funcionários estão a investigar a causa da explosão, ocorrida na Escola de Ciência e Tecnologia de Materiais da universidade, informou a emissora estatal CCTV. Nanjing é um importante centro de ensino superior, que atrai também estudantes estrangeiros. As identidades das vítimas não foram divulgadas. Segundo o portal oficial da universidade, mais de mil alunos estrangeiros frequentam cursos nas faculdades de engenharia, negócios e língua chinesa. Não é claro quantos permaneceram depois de a China ter imposto restrições nas entradas no país, como medida preventiva contra a covid-19. A China quer ser um ator importante na aviação global e na indústria aeroespacial, mas os seus esforços para produzir jatos comerciais ainda não tiveram um impacto significativo.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | MNE chinês viaja para o Qatar para se reunir com talibãs O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, vai reunir-se com representantes dos talibãs, no Qatar, até terça-feira, informou hoje a televisão estatal CGTN, numa altura em que os fundamentalistas afegãos procuram reconhecimento internacional. No final de setembro, os principais membros do governo interino dos talibãs reuniram-se com enviados especiais da Rússia, China e Paquistão, na primeira reunião deste tipo, desde que o grupo anunciou cargos executivos importantes, em 7 de setembro, após assumir o controlo de Cabul em meados de agosto. Pequim mantém a sua embaixada no Afeganistão operacional, enquanto espera que os talibãs formem um governo “islâmico, mas aberto e inclusivo”, segundo porta-vozes do Governo chinês, sugerindo que a China vai avaliar o comportamento dos fundamentalistas antes de reconhecer o seu governo. Wang Yi garantiu anteriormente que trabalharia com os países da região “para ajudar o Afeganistão a reconstruir a sua economia e sociedade”, bem como para combater grupos terroristas e o comércio ilegal de drogas. No final de julho, o ministro chinês já tinha recebido uma delegação dos talibãs na cidade de Tianjin, no nordeste da China. Wang disse, na altura, que os talibãs são uma “força militar e política crucial” no Afeganistão, e expressou esperança de que desempenhem um “papel importante no processo de paz”. A China também anunciou a doação de 31 milhões de dólares em cereais e vacinas contra a covid-19 para o país. Pequim aproveitou também a situação para atacar a política externa de Washington, embora também procure proteger os seus projetos de investimento na Ásia Central e prevenir a propagação do terrorismo na região. A prioridade da China é evitar ser afetada pelas hostilidades no Afeganistão, país com o qual compartilha cerca de 60 quilómetros de fronteira, na região noroeste de Xinjiang, uma área habitada sobretudo por membros da etnia de origem muçulmana uigur onde ocorreram vários ataques nas últimas décadas. Pequim quer também eliminar qualquer ameaça ao Corredor Económico China -Paquistão (CPEC), uma rota comercial que ligará a cidade de Kasghar, em Xinjiang, ao porto paquistanês de Gwadar.
Hoje Macau China / ÁsiaMaratona de Pequim adiada indefinidamente após China detectar novos surtos de covid-19 A maratona de Pequim, originalmente marcada para o próximo domingo, foi adiada, indefinidamente, para evitar qualquer risco de transmissão pela covid-19, cem dias antes da capital chinesa receber as Olimpíadas, anunciou hoje a organização. A China registou hoje 39 novos casos de covid-19, testando a sua política de “tolerância zero” em relação ao coronavírus. A Maratona de Pequim foi adiada “para evitar o risco de transmissão epidémica [e] para proteger efetivamente a saúde e a segurança dos corredores, funcionários e residentes”, disseram os organizadores, em comunicado. Cerca de 30.000 corredores deveriam participar do evento. A maratona de Wuhan, que iria contar com 26 mil participantes, e originalmente marcada para o último domingo, também foi cancelada pelos mesmos motivos. Pequim vai marcar os 100 dias que antecedem as Olimpíadas de Inverno na quarta-feira. Os organizadores admitiram no início deste mês que “enfrentam grande pressão” devido à covid-19. As autoridades estão a trabalhar para conter o contágio, através de medidas de confinamento localizadas e testes em massa entre os residentes das zonas afetadas. As autoridades anunciaram a suspensão de viagens organizadas nas cinco regiões onde foram detetados casos, incluindo Pequim. Algumas cidades também suspenderam os serviços de autocarro e táxi.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo de 6,5 de magnitude registado em Taiwan Um sismo de magnitude de 6,5 na escala aberta de Richter foi hoje registado no nordeste de Taiwan, anunciou a agência de meteorologia da ilha. Os habitantes da capital, Taipé, disseram ter sentido fortemente o abalo, ocorrido pelas 13:11, indicou a agência. O epicentro localizou-se no condado de Yilan, a cerca de 61 quilómetros da capital, Taipé, acrescentou. O sismo, que se prolongou por cerca de dez segundos, ocorreu a uma profundidade de 67 quilómetros. Taiwan é regularmente atingida por sismos por se encontrar perto da junção de duas placas tectónicas. Em 2018, a cidade de Hualien, um dos centros turísticos da ilha, foi atingida por um sismo de 6,4 de magnitude, o qual causou 17 mortos e perto de 300 feridos. Em setembro de 1999, um sismo de 7,6 de magnitude fez cerca de 2.400 mortos, na catástrofe natural mais mortífera da história da ilha. Em dezembro do ano passado, um terramoto de 6,2 não causou danos ou vítimas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Adiada maratona de Wuhan devido a aumento de casos de covid-19 A maratona de Wuhan, que devia realizar-se hoje, foi adiada devido aos receios crescentes de ressurgimento da covid-19 na China, à medida que se aproximam os Jogos Olímpicos de inverno de 2022, em Pequim. Na últimas 24 horas, a Comissão de Saúde da China detetou 26 infeções locais no país. Pequim vai assinalar na quarta-feira os 100 dias que antecedem os Jogos Olímpicos de inverno, com início marcado para 04 de fevereiro, tendo os organizadores admitido, no início deste mês, estarem sob “grande pressão” devido à covid-19. As autoridades estão a tentar conter os casos, procedendo a testes em massa dos residentes das localidades afetadas e confinamentos seletivos. Mas perante o aumento do número de casos, a organização da maratona de Wuhan, onde foi identificada a doença em final de 2019, decidiu adiar a prova “para prevenir o risco de propagação da epidemia”, de acordo com um comunicado divulgado no final da semana. O evento devia contar com 26 mil participantes, entre as provas da maratona e da meia maratona, noticiaram os meios de comunicação estatais. Contactada pela agência de notícias France-Presse, a organização da maratona de Pequim, prevista para o próximo domingo, não adiantou se iria manter a prova. A China reduziu drasticamente o número de infeções no país graças a campanhas maciças de testes e ao encerramento das fronteiras.
Hoje Macau China / ÁsiaCrise obriga China a liberalizar sector eléctrico para atingir descarbonização, diz especialista A actual crise de energia que a China enfrenta vai obrigar o país a acelerar as reformas no setor elétrico, apontou um especialista à agência Lusa, frisando a urgência em adoptar medidas para reduzir as emissões. “O que me parece é que, com esta crise, a China vai ter que acelerar o processo de reforma do setor elétrico e do setor energético”, diz Renato Roldão, especialista português em alterações climáticas a viver em Pequim desde 2008, e atual vice-presidente da consultora norte-americana Inner City Fund (ICF) International para a China e Europa. “Algumas pessoas dizem que esta é, de facto, uma das primeiras crises deste momento de transição para fontes de energia renovável”, frisa. No caso da China, a reforma passa por liberalizar os preços da eletricidade para as indústrias, pondo fim aos limites impostos pelos reguladores, e acrescentar custos consoante as emissões de carbono da fonte utilizada na geração de energia, explica Roldão. “Nessas situações, a forma de despacho na eletricidade é diferente, ou seja, o que chamamos em Portugal a ordem de mérito”, descreve. Neste cenário, os preços adicionais cobrados pela emissão de gases com efeito de estufa encarecem o carvão, relativamente ao gás natural, e este último em relação às renováveis. O carvão, que é a fonte de energia mais poluente, continua a fornecer cerca de 60% da produção de eletricidade da China. Nas últimas semanas, o país asiático enfrentou cortes de energia, que interromperam a produção industrial em várias províncias importantes. Entre as razões apontadas para esses cortes estão a recuperação económica global, que pressiona as fábricas a aumentar a produção, os limites da produção de carvão impostos pelos objetivos para o clima e a existência de um preço regulado da eletricidade. O Governo chinês anunciou recentemente uma desregulação parcial dos preços da eletricidade vendida aos fabricantes, numa altura em que a subida de preço do carvão tornou a produção de energia economicamente inviável para as empresas. O país pediu ainda às minas de carvão que aumentem a produção diária, para um mínimo de 12 milhões de toneladas – um valor recorde. Várias províncias chinesas têm também prosseguido com a construção de novas unidades fabris termoelétricas a carvão. O Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou, no entanto, no mês passado, na Assembleia das Nações Unidas, os compromissos chineses para o clima: neutralidade carbónica “antes de 2060” e atingir o pico das emissões “antes de 2030”. “É um efeito do tipo ‘yo-yo’”, nota Roldão, que acrescenta: “Há alturas em que dizem que são as províncias que autorizam novas construções. Outras vezes, é o governo central que diz: ‘não, agora, somos nós que controlamos isto, porque está um bocado descontrolado, vamos controlar o número da nova capacidade instalada’”. No conjunto, no entanto, o especialista considera que, entre usinas que encerraram e outras abertas recentemente, a capacidade instalada não aumentou. Sobre a COP26, a conferência do clima que se realiza em Glasgow, na Escócia, entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro, Renato Roldão diz não ter “grandes expectativas”. “Esta [conferência] devia gerar um aumento da ambição dos países. Era importante que se fizessem de facto anúncios de coisas concretas e não só anúncios políticos vazios”, observa. “No entanto, fala-se muito, muito, e vê-se pouca ação”, realça. Roldão adverte: “Estamos a ficar sem tempo”. “Continuamos sempre a dizer isto: temos pouco tempo, mas começámos agora, ainda pode dar, temos que fazer mais. No ano a seguir, continuamos a dizer a mesma coisa, mas o tempo está a passar e nós não estamos a alterar a forma de produzir e consumir nos vários níveis, de maneira a alinhar com os objetivos”, frisa.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China cancela centenas de voos domésticos após diagnosticar dezenas de casos A China cancelou ontem centenas de voos, encerrou escolas e intensificou os testes em algumas áreas, após ter descoberto surtos de covid-19 ligados a um grupo de turistas. O país mantém uma política de “tolerância zero” com o vírus, incluindo a limitação drástica de entradas no seu território, quarentenas obrigatórias, medidas de confinamento e testes em massa assim que surgem alguns casos. A utilização de aplicações móveis também permite rastrear o movimento de cada indivíduo. Estas medidas permitiram à China retomar a atividade social e económica numa fase prematura da pandemia. No espaço de mais de um ano, o país registou apenas duas mortes. No entanto, casos esporádicos são identificados regularmente. A China registou nos últimos dias algumas dezenas de casos de covid-19, todos vinculados a um casal de idosos que participou de uma viagem organizada. De Xangai, seguiram para a antiga capital Xi’an, no noroeste do país e, a seguir, para a província de Gansu e para a Mongólia Interior, no norte. Em resposta, as autoridades locais fecharam locais turísticos, escolas e locais de entretenimento. Eles também impuseram bloqueios a certos bairros e ordenaram a realização de testes em massa. Os aeroportos das regiões afetadas cancelaram centenas de voos, de acordo com o site especializado VariFlight. Cerca de 60% das partidas programadas para os aeroportos de Xi’an e Lanzhou, que têm uma população de cerca de quatro milhões, foram canceladas. Lanzhou, a capital de Gansu, também aconselhou os seus habitantes a não deixarem a cidade. A Comissão de Saúde da China relatou esta quinta-feira 13 novos casos de covid-19 em todo o país.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul lança com êxito o seu primeiro foguetão espacial A Coreia do Sul lançou hoje o seu primeiro foguetão de fabrico próprio, segundo as imagens transmitidas pela televisão, tornando-se o décimo país do mundo com capacidade para desenvolver e lançar veículos espaciais. O veículo coreano de lançamento de satélites, chamado Nuri, foi lançado do centro espacial Naro, em Goheung, no sul do país, às 17:00 locais. O Instituto de Investigação Aeroespacial da Coreia (KARI) confirmou que o Nuri colocou com éxito na órbita terrestre, um satélite simulado de 1,5 toneladas ao alcançar 700 quilómetros de altitude cerca de 16 minutos depois de descolar. Cerca de 30 empresas sul-coreanas participaram no desenvolvimento do Nuri, que demorou uma década a ser desenvolvido e custou dois triliões de won. Com seis motores de combustível líquido, pesa 200 toneladas e tem 47,2 metros de comprimento. A Coreia do Sul é a 12.ª maior economia do mundo e um dos países mais avançados tecnologicamente, com o maior fabricante mundial de smartphones e chips Samsung Electronics. O país ficou para trás na corrida à conquista do espaço, que a União Soviética liderou com o lançamento do primeiro satélite em 1957, seguido de perto pelos Estados Unidos. Ásia, China, Japão e Índia desenvolveram programas espaciais avançados, e a Coreia do Norte é o mais recente participante no clube de países capazes de lançar um satélite. Os primeiros dois lançamentos da Coreia do Sul, em 2009 e 2010, com tecnologia russa, foram um fracasso. O segundo foguetão explodiu após dois minutos de voo, com Seul e Moscovo a culparem-se mutuamente. Em 2013, o terceiro lançamento foi um êxito. O negócio do lançamento de satélites está cada vez mais nas mãos de empresas privadas, como a SpaceX de Elon Musk, cujos clientes incluem a agência espacial norte-americana NASA e as forças armadas sul-coreanas. A Coreia do Sul pretende aterrar uma sonda na Lua até 2030.
Hoje Macau China / ÁsiaAcções da construtora chinesa Evergrande afundam após voltarem a ser negociadas As acções da construtora chinesa Evergrande tombaram hoje, com a retomada da negociação na Bolsa de Valores de Hong Kong, depois de a empresa ter revelado que o plano para vender a sua divisão de serviços imobiliários falhou. As ações da Evergrande caíram até 13,6%, após o fim da suspensão de duas semanas, enquanto as ações da afiliada Evergrande Property Services, que também foram congeladas durante o mesmo período, caíram até 10,2%. As ações da Evergrande New Energy Vehicle, a subsidiária de veículos elétricos que negociou em Hong Kong sem interrupção nas últimas semanas, caíram até 14%. A construtora de imobiliário mais endividada do mundo interrompeu a negociação das suas ações e da sua unidade de serviços imobiliários em 04 de outubro. A Evergrande Property Services informou na altura, que esperava uma “possível oferta” pelas suas acções. Durante a suspensão, a Evergrande não comentou as perspectivas da transação, nem sobre cinco pagamentos de juros sob títulos de dívida emitidos em dólares, que falhou. No total, aquele valor ascende a 275 milhões de dólares. A queda ocorre pouco depois de a empresa anunciar que não conseguiu vender 50,1% do capital de uma das suas subsidiárias a outra imobiliária chinesa, a Hopson. O negócio podia ter rendido 2,2 mil milhões de euros à Evergrande. O preço das ações da Evergrande caiu mais de 80%, este ano, representando uma perda superior a 190 mil milhões dólares, em capitalização de mercado. A Evergrande disse que o negócio foi interrompido porque “tinha motivos para acreditar” que o comprador “não cumpriu o pré-requisito” para fazer a oferta. A Hopson referiu em comunicado que estava “preparada para concluir a venda”, mas que não quis pagar diretamente pelas ações, até que as obrigações entre esta última e a Evergrande fossem liquidadas. A construtora chinesa, que enfrenta passivos de quase 260 mil milhões de euros tem lutado para lidar com uma crise de liquidez que gerou preocupações sobre a saúde do setor imobiliário da China.
Hoje Macau China / ÁsiaChina quer reduzir preço do carvão num período de escassez de energia O Governo chinês está a ponderar intervir para reduzir o preço do carvão, cujo aumento está a contribuir para cortes no fornecimento de energia no país e a abrandar a recuperação da segunda maior economia do mundo. O forte aumento no custo das matérias-primas, em particular do carvão, do qual a China depende para abastecer fábricas, levou já ao racionamento de eletricidade e elevou os custos de produção para as empresas. Para aliviar a pressão, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR) chinesa, órgão máximo de planeamento económico do país, admitiu a possibilidade de intervir para reduzir os preços do carvão. “O atual aumento dos preços desvia-se completamente dos fundamentos da oferta e procura”, apontou, em comunicado. A agência “vai usar todos os meios necessários […] para trazer os preços do carvão de volta a uma faixa razoável”, garantiu. A mesma fonte não especificou quais as medidas que podem ser adoptadas. O carvão, fonte de energia particularmente poluente, fornece cerca de 60% da produção de eletricidade na China. Nas últimas semanas, o país enfrentou cortes de energia que interromperam a produção industrial em importantes províncias do país. A CNDR também pediu que as minas de carvão aumentem a produção diária para um mínimo de 12 milhões de toneladas. O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu que o país vai começar a reduzir as emissões antes de 2030. Para aliviar a escassez de energia, o Governo chinês autorizou, na semana passada, um aumento excecional dos preços da eletricidade, para permitir que os produtores possam enfrentar a subida nos custos. Na China, os preços da eletricidade são regulados e não podem oscilar mais ou menos de 10% em relação ao valor padrão. O limite foi aumentado para 20% para as empresas, mas não há limite para setores intensivos em energia, como a produção de aço.
Hoje Macau China / ÁsiaPreços das casas novas caem pela primeira vez na China desde 2015 Os preços das casas novas na China registaram, em setembro, a primeira queda intermensal desde abril de 2015, segundo dados oficiais divulgados hoje, numa altura em que várias construtoras chinesas enfrentam problemas de liquidez. Dados do Gabinete Nacional de Estatísticas revelaram que os preços das casas novas caíram em mais de metade das 70 cidades pesquisadas, em comparação com agosto. A análise feita pelo banco de investimento Goldman Sachs apurou um declínio de 0,5% nos preços, após incluir ajustes sazonais. Os dados vão aumentar a pressão sobre a liderança chinesa, que está a tentar regular o vasto setor imobiliário do país, mas enfrenta inadimplências crescentes e atividade mais lenta, num setor que tem sido crucial para o crescimento económico nos últimos anos. Os preços das casas novas subiram 3,8%, em termos homólogos, mas a queda mensal segue a divulgação de dados dececionantes relativos ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), no terceiro trimestre. Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim visando reduzir a alavancagem no setor. As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo. A campanha resultou já numa crise de liquidez na construtora Evergrande, que falhou o pagamento de vários títulos de dívida emitidos além-fronteiras. Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, a queda deve-se também ao excesso de imóveis no inventário das imobiliárias, o que obrigou a baixar os preços. O jornal cita o diretor da consultora E-House China, Yan Yuejin, que garantiu que o mercado imobiliário chinês passou de uma situação de “superaquecimento” para “superarrefecimento”. As reformas no setor fazem parte de uma série de medidas ambiciosas do Presidente chinês, Xi Jinping, à medida que se aproxima do final do segundo mandato, e que se alarga aos setores tecnologia e ensino. Além de restringir o crédito, o Governo introduziu este ano limites aos empréstimos hipotecários e pode, em breve, iniciar um imposto sobre a propriedade, para conter a especulação. “No primeiro semestre deste ano, muitas pessoas acreditavam que as restrições imobiliárias seriam temporárias”, notou Ting Lu, economista-chefe do grupo financeiro Nomura para a China. “À medida que o Governo chinês revelou cada vez mais determinação nas restrições impostas ao imobiliário, as expectativas das famílias chinesas em relação aos preços das casas mudaram”, descreveu. “Eles podem ter deixado de acreditar que o preço das suas casas vai aumentar para sempre”, acrescentou. “Isso é muito, muito importante”.
Hoje Macau China / ÁsiaGuerra entre Taiwan e China em 2022 é improvável, diz chefe de segurança taiwanês As hipóteses de uma guerra entre a China continental e Taiwan em 2022 são “muito baixas”, defendeu hoje o diretor geral do Gabinete Nacional de Segurança taiwanês, Chen Ming-Tong, segundo a agência de notícias da ilha CNA. Embora “haja vários eventos aos quais é preciso estar atento”, Chen previu que “não haverá problemas” durante o resto do mandato da Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que decorre até 2024. Como exemplo de “eventos inesperados” que podem surgir em qualquer momento, Chen mencionou a pandemia de covid-19. Além disso, aproveitou a ocasião para acusar o Presidente chinês, Xi Jinping, de tomar um rumo cada vez mais “autoritário e totalitário” e de pôr em perigo a “liberdade e a democracia”. As incursões de aviões chineses da Zona de Identificação de Defesa Aérea taiwanesa no início de outubro fizeram com que as relações entre Taipé e Pequim atravessassem o “seu pior momento em quatro décadas”, de acordo com o ministro da Defesa da ilha, Chiu Kuo-cheng. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência. Os Presidentes da China e Taiwan, Xi Jinping e Tsai Ing-wen, reiteraram este mês as posições opostas sobre a ambição de Pequim de “reunificar” a República Popular com a ilha, que considera uma província rebelde. Xi Jinping que, ao contrário de outras ocasiões insistiu numa “reunificação pacífica”, disse que aqueles que “traem a pátria e procuram dividir o país serão desprezados pelo povo e condenados pela história”. Por seu lado, Tsai rejeitou a ideia e afirmou que Pequim “não oferece, nem um estilo de vida livre e democrático para Taiwan, nem soberania para os seus 23 milhões de habitantes”.
Hoje Macau China / ÁsiaNATO | Organização quer mudanças para lidar com ascensão da China O secretário-geral da NATO disse numa entrevista ao jornal Financial Times que lidar com a “ameaça à segurança” que acarreta a ascensão da China vai ser parte importante do futuro da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Numa entrevista ontem publicada, Jens Stoltenberg referiu que a ascensão do país asiático já está a ter impacto na segurança europeia, face às suas capacidades cibernéticas, novas tecnologias e mísseis de longo alcance. Como defender os aliados dessas ameaças vai ser abordado de forma “integral” na nova doutrina da aliança para a próxima década, apontou. “A NATO é uma aliança da América do Norte com a Europa. Mas esta região enfrenta desafios globais: terrorismo, cibersegurança, mas também a ascensão da China. Portanto, quando se trata de fortalecer a nossa defesa colectiva, trata-se também de como lidar com a ascensão da China”, disse Stoltenberg, citado pelo Financial Times. A NATO vai adoptar o seu novo conceito estratégico numa cimeira marcada para o Verão de 2022, que delineará o propósito da aliança para os próximos 10 anos. A versão actual, adoptada em 2010, não contém qualquer referência à China.
Hoje Macau China / ÁsiaCrescimento da China abranda no terceiro trimestre com crises na construção e na energia O ritmo de crescimento da economia chinesa abrandou, no terceiro trimestre, com a crise na construção e as restrições oficiais sobre o uso de energia pelas fábricas a pesarem na recuperação do país, foi hoje anunciado. A segunda maior economia do mundo cresceu 4,9%, em relação ao mesmo período do ano anterior, nos três meses entre junho e setembro, quando no trimestre anterior tinha registado uma subida de 7,9%, de acordo com os dados do Governo chinês. A produção nas fábricas, as vendas no retalho e o investimento na construção e em outros ativos fixos enfraqueceram. O crescimento enfrenta pressão devido a uma vasta campanha reguladora, à medida que Pequim tenta tornar a economia chinesa energeticamente mais eficiente e reduzir o galopante aumento da dívida, pública e privada, para evitar problemas financeiros. O setor manufatureiro foi prejudicado pela escassez de ‘chips’ de processador e outros componentes, devido à pandemia da covid-19. Na comparação com o trimestre anterior, a produção no período entre julho e setembro praticamente estagnou, expandindo-se apenas 0,2%. Este valor foi inferior ao registado no período entre abril e junho, de 1,2%, um dos mais fracos dos últimos dez anos. “O crescimento vai desacelerar ainda mais”, disse Louis Kuijs, da consultora Oxford Economics, num relatório. O analista argumentou que os “números de crescimento fracos” devem levar Pequim, nos próximos meses, a aliviar o controlo sobre o crédito e a impulsionar a atividade económica, incentivando a construção de infraestruturas. A construção, que sustenta milhões de empregos na China, desacelerou, desde que os reguladores aumentaram o controlo, no ano passado, sobre o endividamento das empresas. Uma das maiores construtoras, a Evergrande Group, está a lutar para cumprir o pagamento de juros sobre títulos de dívida que ascendem a milhares de milhões de dólares. Isto alimentou receios de que o colapso da empresa se possa alastrar a outras construtoras, embora economistas tenham afirmado que a ameaça para os mercados financeiros globais é pequena. O setor manufatureiro foi prejudicado pela redução no fornecimento de energia, imposto por algumas províncias, para evitar exceder as metas oficiais de eficiência energética. A produção nas fábricas abrandou, em setembro, ao expandir apenas 0,05%, em comparação com o mês anterior. Isto ficou abaixo do crescimento de 7,3% nos primeiros nove meses do ano. Os analistas do setor privado reduziram as perspetivas de crescimento da economia chinesa, para este ano, embora ainda esperem um aumento de cerca de 8%, o que estaria entre os mais fortes do mundo. A meta oficial do Partido Comunista Chinês é “acima de 6%”, o que deixa espaço para Pequim manter a campanha reguladora. “A perspetiva de curto prazo para a economia da China, no quarto trimestre, continua a ser difícil, devido ao impacto da contínua escassez de energia no inverno e à desaceleração contínua no setor imobiliário”, disse Rajiv Biswas, da consultora IHS Market, num relatório. “O setor imobiliário continua a ser atingido por incertezas, relacionadas com problemas de dívida da Evergrande e temores de contágio noutras empresas de imobiliário”. Os números deste ano são exagerados pela comparação base com 2020, quando fábricas e retalhistas foram fechados, devido às medidas de confinamento. No primeiro trimestre de 2021, a economia chinesa cresceu um recorde de 18,3%. Em setembro, o crescimento das vendas do retalho abrandou 4,4%, em relação ao ano anterior. Os investimentos em imóveis, fábricas, habitação e outros ativos fixos aumentaram 0,17, em setembro, depois de terem aumentado 7,3%, nos primeiros nove meses. As vendas de automóveis caíram 16,5%, em setembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com a Associação de Fabricantes de Automóveis Chinesa. O grupo afirmou que a produção foi interrompida pela falta de ‘chips’ de processador. As importações, um indicador da procura interna chinesa, aumentaram 17,6%, em setembro, em relação ao ano anterior, mas isso representou apenas metade do crescimento de 33% registado no mês anterior.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Banco Central diz que riscos são “administráveis” O banco central da China considerou “administráveis” os riscos que a dívida da construtora Evergrande acarreta para o sistema financeiro chinês, numa altura em que o conglomerado ameaça entrar em incumprimento. A maior imobiliária da China soma quase 260 mil milhões de euros em dívidas, valor superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. A queda da construtora pode ter um efeito dominó no resto da economia: o imobiliário é o veículo de investimento favorito das famílias chinesas, pelo que uma crise sistémica no sector poderia ter fortes repercussões. A Evergrande “tem sido muito mal administrada”, observou um alto quadro do Banco Popular da China, Zou Lan, citado pela imprensa local. O grupo luta há várias semanas para honrar o pagamento de juros e entregar apartamentos aos seus clientes. “No geral, o risco de contágio para o sistema financeiro é administrável”, disse Zou. As autoridades “instaram a Evergrande a aumentar esforços para se desfazer de activos e acelerar a retomada das obras”, acrescentou. Vários fornecedores subcontratados pela empresa reclamaram que não estão a ser pagos e alguns levaram os seus casos a tribunal. Além do sector imobiliário, a empresa investiu nos sectores turismo, tecnologia digital, seguros, saúde e até veículos eléctricos. Fundada em 2019, a construtora automóvel Evergrande Auto tinha como ambição revolucionar o sector e competir com a norte-americana Tesla. Zou considerou agora que a empresa diversificou “às cegas”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina testou míssil supersónico em órbita, escreve Financial Times A China testou em órbita, em agosto, um míssil hipersónico com capacidade nuclear, noticiou o Financial Times, citando várias fontes com conhecimento da realização deste teste. De acordo com as fontes citadas pelo jornal, na edição de sábado, o míssil circulou a terra em órbita baixa antes de descer em direção a um alvo, que falhou. Três das fontes disseram ao jornal que o planador hipersónico foi lançado por um foguete “Long Marche”, tendo o teste sido mantido em segredo. O progresso da China em armas hipersónicas surpreendeu os serviços secretos dos EUA, segundo o artigo. O porta-voz do Pentágono, John Kirby, não comentou os detalhes do artigo, mas mostrou preocupação. “Exprimimos claramente as nossas preocupações sobre o desenvolvimento militar que a China continua a prosseguir, que aumenta as tensões na região e arredores. Esta é uma das razões pelas quais consideramos a China como o nosso desafio número um”, disse. Além de Pequim, também os Estados Unidos, a Rússia e pelo menos cinco outros países estão a trabalhar em tecnologia hipersónica. Os mísseis hipersónicos conseguem voar ultrapassando mais de cinco vezes a velocidade do som, tal como os tradicionais mísseis balísticos que podem transportar armas nucleares. Enquanto os mísseis balísticos voam alto no espaço, fazendo um arco para atingir o seu alvo, um míssil hipersónico faz uma trajetória baixa na atmosfera, podendo atingir o seu alvo mais rapidamente. Por outro lado, um míssil hipersónico é manobrável, dificultando um contra-ataque para o derrubar. O teste agora relatado ocorre no momento em que as tensões entre os EUA e a China aumentaram e Pequim intensificou as atividades militares perto de Taiwan, a democracia autónoma alinhada a Washington que a China vê como uma província à espera da reunificação.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi espera que UE assegure “independência” na relação com Pequim O Presidente da China, Xi Jinping, disse ontem à chanceler cessante da Alemanha, Angela Merkel, desejar que a União Europeia (UE) “mantenha a sua independência”, nas relações com o país asiático, durante uma conversa por telefone. “Espero que a UE mantenha a sua independência, proteja os seus próprios interesses e a unidade da comunidade internacional, e trabalhe com a China e outros países para resolver conjuntamente os problemas da paz e desenvolvimento”, frisou Xi, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A mensagem é transmitida numa altura em que os Estados Unidos tentam reaproximar-se dos aliados tradicionais, como a UE, depois de as relações entre Washington e grande parte do mundo terem sido abaladas pela política isolacionista do anterior líder norte-americano Donald Trump (2017 -2021). Xi disse ainda que a “aspiração comum da China e da UE é a procura pela paz e o desenvolvimento” e que ambas as partes “estão comprometidas em manter o multilateralismo”, enquanto “apoiam a liberalização do comércio e do investimento”. Amiga Merkel No entanto, fontes diplomáticas e empresariais da Europa a operar na China têm denunciado repetidamente a desigualdade que as suas empresas enfrentam ao entrar e competir no mercado chinês. Sobre as relações com a Alemanha, o Presidente chinês elogiou a forma como Merkel se relacionou com a China, durante os 16 anos que liderou a Alemanha. “China e Alemanha colocaram em jogo a complementaridade económica dos dois países”, lê-se no comunicado, que aponta que ambos beneficiaram da relação. “Isto mostra como uma relação de tudo ou nada pode ser completamente evitada”, concluiu. A Alemanha é um dos membros da UE que mais aposta nas relações com a China, país no qual algumas das suas grandes empresas – especialmente do sector automóvel, como a Volkswagen ou a Mercedes – têm importantes interesses económicos.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande volta a falhar pagamento de juros sobre títulos de dívida Detentores de dívida da construtora chinesa Evergrande disseram hoje não ter recebido o pagamento de juros sobre três títulos emitidos em dólares, numa altura em que a dívida corporativa chinesa negoceia aos preços mais altos numa década. A construtora mais endividada do mundo deveria ter feito o pagamento de juros, num valor total de 148 milhões de dólares, até ao meio-dia de terça-feira em Hong Kong. Os investidores disseram não terem recebido o dinheiro, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto, citadas pelo jornal Financial Times. Os títulos foram negociados pela última vez entre 21 e 22 cêntimos por cada dólar. No mês passado, a Evergrande falhou um pagamento crucial de 83,5 milhões de dólares de juros, sobre um título que vence no próximo ano. A falha desencadeou um período de carência de 30 dias, antes de a empresa entrar formalmente em incumprimento. A empresa já perdeu pelo menos cinco pagamentos de juros de títulos. A crise de liquidez da Evergrande suscitou dúvidas sobre a saúde financeira do setor imobiliário chinês, à medida que as vendas diminuem e Pequim pressiona as construtoras a reduzirem os níveis de dívida. O mercado de títulos de dívida com altas taxas de juros da Ásia, no qual as construtoras chinesas estão entre os maiores emissores, após décadas de rápida urbanização no país, foi agitado por vendas em pânico, nos últimos dias, que empurrou as taxas para os valores mais altos numa década. A Sinic Holdings, outra construtora chinesa, disse na noite de segunda-feira que “provavelmente” vai entrar em incumprimento, porque “não tem recursos financeiros” suficientes. As obrigações estão a ser negociados a cerca de 25 cêntimos por cada dólar. A construtora Fantasia, que foi fundada por uma sobrinha do ex-vice-presidente chinês Zeng Qinghong, falhou também o pagamento de juros sobre um título de 206 milhões de dólares. O sentimento em relação aos títulos da Evergrande piorou consideravelmente em julho, após uma série de incidentes que incluíram o congelamento dos seus depósitos num banco chinês e a suspensão da venda de alguns projetos. A venda de novas casas e terrenos no setor imobiliário da China representa cerca de um quarto da economia do país.
Hoje Macau China / ÁsiaCiclone “Kompasu” deixa nove mortos e 11 desaparecidos nas Filipinas Pelo menos nove pessoas morreram e 11 foram dadas como desaparecidas nas Filipinas, após a passagem do ciclone tropical severo Kompasu, que provocou inundações e aluimentos de terra, anunciaram hoje as autoridades. As fortes chuvas provocadas pela tempestade tropical fustigaram a ilha mais populosa do arquipélago, Luzon. Quatro pessoas morreram em aluimentos de terras na província montanhosa de Benguet e uma pessoa afogou-se na província costeira de Cagayan, disse a agência de gestão de catástrofes filipina. Sete pessoas foram dadas como desaparecidas na ilha de Luzon. “Onze municípios foram inundados mas a situação acalmou esta manhã”, disse Rogelio Sending, responsável pelas comunicações para a província de Cagayan, à agência France-Presse (AFP). As principais estradas e pontes ainda estão inundadas, acrescentou, embora as águas tenham começado a regredir. A tempestade tropical provocou uma inundação repentina numa aldeia na província de Palawan, uma ilha no sudoeste do arquipélago, fazendo quatro mortos. Quatro pessoas estão desaparecidas nesta ilha. Todos os anos, cerca de 20 tempestades atingem as Filipinas, um arquipélago composto por mais de 7.600 ilhas, devastando culturas e infra-estruturas, o que contribui para manter milhões de pessoas em situação de pobreza.
Hoje Macau China / ÁsiaCharles Michel e Xi Jinping realizam videoconferência esta semana O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, vão ter uma conversa por telefone na sexta-feira, avançou hoje o jornal de Hong Kong South China Morning Post. A teleconferência, que decorre por volta das 10:30 no horário de Bruxelas, será a primeira ocasião em que os dois líderes falam diretamente, desde o final do ano passado. Xi falou em várias ocasiões com líderes de países europeus, como a chanceler cessante da Alemanha, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron. Fontes citadas pelo South China Morning Post asseguram que a China estava relutante em retomar as negociações oficiais, após a deterioração nas relações entre Pequim e a União Europeia, mas que um “esforço coletivo” foi realizado em Bruxelas para consertar os laços. Em março, a UE impôs as suas primeiras sanções ao país asiático – especificamente a quatro altos funcionários e uma entidade – desde o massacre da Praça de Tiananmen, em 1989, como resultado das “graves violações dos direitos humanos” contra minorias de origem muçulmana na região de Xinjiang, no noroeste da China. Pequim respondeu com medidas semelhantes contra eurodeputados, políticos, investigadores e entidades europeias que criticam o país asiático. O Parlamento Europeu congelou em maio o processo de ratificação do acordo de investimento alcançado entre a UE e a China, em dezembro do ano passado, após sete anos de negociações, com uma resolução aprovada por ampla maioria.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Clube de negócios luso-chinês inaugura sede em Cantão Um grupo de empresários portugueses e chineses inaugurou ontem um clube de negócios em Cantão, visando impulsionar o comércio e o investimento, numa altura em que as viagens para aquele país estão praticamente suspensas. “Fazemos tudo o que faz uma câmara de comércio e mais o que eles não fazem”, explicou à agência Lusa Dário Silva, empresário natural do Porto, radicado na China há mais de dez anos, e um dos fundadores do clube de negócios, designado PorCham. O projecto conta com 50 associados, que representam um total de volume de negócios de 2,5 mil milhões de euros, maioritariamente empresas chinesas com interesses em Portugal, segundo a mesma fonte. “O objectivo da PorCham é transformar-se na primeira Câmara de Comércio China–Portugal com sede na China, o que não existe e nunca existiu”, explicou Dário Silva. “Há já alguns projectos de investimento em estudo que passam pela criação de dois fundos de investimento, um vocacionado para o sector imobiliário e outro para o sector empresarial e industrial, bem como dois possíveis investimentos industriais, um no sector da saúde e outro no sector dos compósitos”, revelou. O clube vai também servir para fazer “mediação” de negócios e representar produtos portugueses em feiras comerciais na China, numa altura em que as entradas no país são restringidas pelas medidas de prevenção contra a covid-19. A emissão de autorizações de residência ou vistos de negócios foi reduzida durante o período da pandemia. “Muitos [dos empresários] não podem vir, mas já houve casos em que os empresários enviam o produto e nós representamos”, disse Dário Silva.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaAlimentação | Pequim tenta reduzir desperdício face a clima extremo O clima extremo que afecta importantes regiões agrícolas da China constitui um desafio para a segurança alimentar do país mais populoso do mundo, apontam especialistas, numa altura em que Pequim tenta reduzir o desperdício alimentar [dropcap]O[/dropcap]s efeitos das alterações climáticas na agricultura levaram à acção das autoridades, em particular no combate ao desperdício alimentar. “Certamente tem impacto na produção e armazenamento de grãos”, explicou à agência Lusa Cao Yang, alto quadro das reservas de grãos da China. “O futuro das alterações climáticas é muito imprevisível e, por isso, devemos atribuir-lhe grande importância. É um teste para todo o mundo”, realçou o também professor da Universidade de Agricultura e Silvicultura da Universidade de Zhejiang, no leste da China. Níveis recorde de precipitação registados este Verão em Henan, província líder na produção agrícola da China, causaram mais de 300 mortos e obrigaram à retirada de 1,5 milhão de pessoas. As perdas económicas directas ascenderam a 14.269 milhões de yuans. Fenómenos semelhantes ocorreram na Alemanha e Bélgica no mesmo período. O país asiático alimenta quase 19 por cento da população mundial com apenas 8,5 por cento das terras aráveis do mundo. Em comparação, o Brasil, por exemplo, tem quase 7 por cento das terras aráveis para 2,7 por cento da população mundial. Estes números tornam a segurança alimentar ou a gestão das reservas de grãos ou proteína animal em questões de alto interesse para Pequim, explicou Li Peiwu, o director do laboratório nacional da China para experiências agrícolas, à agência Lusa. “Esta tem sido uma questão para a China desde os tempos antigos”, apontou. “O Governo chinês sempre atribuiu grande importância à segurança alimentar. O secretário-geral [do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping], costuma dizer que os chineses devem segurar firmemente as tigelas de arroz com as suas próprias mãos”, descreveu. Encher a barriga Este ano, o país asiático promulgou uma ampla lei, destinada a reduzir o desperdício de alimentos. Ao comer fora, os anfitriões chineses tradicionalmente pedem comida em excesso, como forma de demonstrar hospitalidade aos convidados, mas os restaurantes podem agora cobrar uma taxa extra aos clientes que desperdiçam grande quantidade de comida. Os estabelecimentos que encorajam pedidos excessivos recebem, primeiro, um aviso e, de seguida, uma multa de até 10.000 yuans por reincidência. Segundo estimativas oficiais, a restauração é responsável pelo desperdício de cerca de 18 milhões de toneladas de alimentos por ano no país asiático, o suficiente para alimentar até 50 milhões de pessoas, de acordo com a Academia de Ciências Sociais da China. Mas o retalho representa apenas metade do problema. Uma quantidade equivalente é desperdiçada durante a fase de produção, ou colheita, fixando o total das perdas em cerca de 35 milhões de toneladas. “Para reduzir as perdas de grãos, devemos contar com o progresso científico e tecnológico (…) no processo produtivo, através da semeadura de precisão, melhoria do nível de mecanização da colheita, e aplicação de conceitos de agricultura inteligente e aprimoramento da capacidade e funcionalidade das instalações de armazenamento”, explicou Li Peiwu. A campanha contra o desperdício atingiu também figuras que se tornaram célebres nas redes sociais pelos seus vídeos a devorar grandes quantidades de comida.
Hoje Macau China / ÁsiaSuíça | Pequim classifica como “construtivo” encontro com EUA A reunião entre altos cargos das duas nações em território neutro pôs alguma água na fervura e fez descer as tensões acumuladas nos últimos tempos. Um encontro virtual entre Joe Biden e Xi Jinping, até ao fim deste ano, continua a ser uma carta em cima da mesa [dropcap]A[/dropcap] China descreveu ontem como “construtivo” o encontro entre o conselheiro de Segurança Nacional do Presidente dos Estados Unidos, Jake Sullivan, e o chefe da diplomacia chinesa, Yang Jiechi, na cidade suíça de Zurique. “A reunião foi construtiva e propícia para melhorar o entendimento”, apontou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, em comunicado. “Foi acordado fortalecer a comunicação, lidar adequadamente com as diferenças, evitar conflitos e trabalhar para que as relações bilaterais retornem ao caminho certo”, lê-se na mesma nota. A relação entre as duas maiores economias do mundo deteriorou-se, nos últimos anos, abalada por atritos no comércio, tecnologia, Direitos Humanos ou segurança. O comunicado chinês não refere se o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, realizarão um encontro virtual, antes do final deste ano, conforme afirmou na quarta-feira o alto funcionário dos EUA. A mesma fonte sublinhou que Washington deseja “estabilidade”, para “poder competir de forma intensa, mas responsável”, embora Pequim tenha salientado ontem que se opõe ao uso da palavra “competição”, para definir as relações entre os dois países. Yang disse que a China quer uma “coexistência pacífica”, enquanto Sullivan enfatizou que os EUA vão “continuar a investir na sua própria força nacional” e a “trabalhar com os seus aliados e parceiros”, de acordo com o comunicado da Casa Branca. Caminho do respeito Segundo o comunicado chinês, Yang disse ao seu interlocutor que espera que os EUA adoptem “políticas racionais e pragmáticas” e não usem “questões de soberania e segurança” para “interferirem” nos assuntos internos da China. O comunicado chinês também refere que os Estados Unidos “aderiram” ao acordo, segundo o qual Washington reconhece Pequim como o único Governo de toda a China. Taiwan é um dos principais motivos de conflito entre as duas potências, especialmente porque Washington é o principal fornecedor de armas da ilha e seria o seu maior aliado militar, caso a China tente a reunificação através da força. Ambas as partes concordaram que a conversa ocorreu num tom “respeitoso”, em contraste com a cimeira de Março, na qual os representantes de ambas as potências protagonizaram uma acesa troca de acusações.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | EUA e China concordam respeitar acordo sobre Taiwan Joe Biden e Xi Jinping falaram por telefone e concordaram em respeitar o acordo entre os dois países, datado de 1979, que reconhece Pequim como o único Governo chinês de Taiwan [dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos disse ter falado com o homólogo chinês sobre Taiwan e que tinham concordado em respeitar o ‘status quo’, quando as tensões entre Pequim e Taipé estão a aumentar. “Falei com Xi [Jinping] sobre Taiwan. Concordámos… em cumprir o acordo sobre Taiwan. Deixámos claro que não creio que [ele] deva fazer outra coisa que não seja cumprir o acordo”, disse Joe Biden aos jornalistas, na terça-feira, em Washington, de acordo com a agência de notícias EFE. Biden parecia referir-se ao ‘status quo’ entre os EUA e a China, no qual Washington reconhece, desde 1979, Pequim como o único Governo chinês, com o entendimento de que Taiwan terá um futuro pacífico. Esta política é conhecida como “uma só China” e foi adoptada pelo antigo Presidente Jimmy Carter. Ao abrigo desta política, os Estados Unidos garantem apoio político e militar a Taiwan, mas não prometem explicitamente defender a ilha de um ataque da China, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP). A chamada entre Biden e Xi surgiu depois de Taiwan ter afirmado que as relações com Pequim atravessam “o pior momento em 40 anos” e denunciado que 150 caças chineses entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) da ilha, nos últimos dias. O ministro da Defesa taiwanês, Chiu Kuo-cheng, afirmou que a China será “capaz de encenar uma invasão em grande escala” da ilha até 2025. Franceses na ilha Taiwan recebe também desde ontem uma delegação de quatro senadores franceses chefiada pelo antigo ministro francês da Defesa Alain Richard, apesar dos fortes protestos da embaixada de Pequim em Paris. A delegação francesa tem, entre outros encontros, uma reunião marcada com a chefe de Estado de Taiwan, Tsai Ing-wen. O ministro francês dos Negócios Estrangeiros já rejeitou os protestos da República Popular da China afirmando que os senadores são livres de se deslocarem para onde entenderem. Taiwan já felicitou a delegação francesa por ter resistido às pressões de Pequim. “Saúdo com sinceridade e dou as boas vindas a Taiwan à delegação francesa chefiada pelo senador Alain Richard. Estou ansiosa por me encontrar com vocês e de trabalharmos juntos no sentido de reforçar as ligações entre Taiwan e a França”, disse Tsai Ing-wen através de uma mensagem que foi divulgada através da rede social Twitter. “Os senadores efectuam esta visita apesar das ameaças do embaixador da República Popular da China em França, mostrando um empenhamento indefetível em relação ao espírito da liberdade e da democracia”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan em comunicado publicado na terça-feira. A embaixada da República Popular da China avisou ontem, no portal oficial da embaixada em Paris, que esta visita pode afectar “a imagem de França”, os interesses de Pequim e as relações sino-francesas. Em Fevereiro, o embaixador chinês em Paris enviou uma carta ao antigo ministro francês da Defesa, Alain Richard, declarando que a visita é “uma violação clara do princípio de uma só China” e que a deslocação “iria transmitir um mau sinal às forças independentistas de Taiwan”. Membro da maioria presidencial, Alain Richard preside o Grupo de Informação entre o Senado de Paris e Taiwan e já visitou Taipé em 2015 e em 2018. Richard recusa estar a pôr em causa o princípio de “uma só China”.