Hoje Macau China / ÁsiaPequim inaugura área experimental para veículos autónomos O município de Pequim abriu ontem uma área experimental de cerca de 20 quilómetros quadrados para promover a circulação de veículos autónomos, que transportarão passageiros, informou a imprensa estatal. A superfície inclui, no conjunto, 100 quilómetros de extensão de estradas e ruas, no sudeste da capital. A experiência dos passageiros ao andar nestes carros é semelhante a “apanhar um autocarro”, segundo a televisão oficial CCTV. Os veículos são operados pelas empresas Pony.ai e Baidu. De acordo com Wang Shengnan, director de operações automotivas autónomas do Baidu, “colocar paragens em áreas com alto índice de acidentes” foi evitado e “a segurança dos passageiros é a prioridade”. Em “qualquer tipo de acidente” envolvendo os veículos, a empresa licenciada vai ser “responsabilizada”, disse Teng Xuebei, representante da Pony.ai, citado pela imprensa local. O director do gabinete oficial responsável pela área de testes, Jie Fei, explicou que esta zona foi escolhida pela sua “baixa densidade de tráfego”, mas os veículos autónomos devem “evitar circular nas horas de ponta da manhã e da tarde”. Os veículos devem anunciar “claramente” a sua natureza como carros de teste autónomos na sua carroçaria. Plano b Por enquanto, as empresas têm que designar um operador de segurança para se sentar ao volante e ficar atento à estrada, apesar de não conduzir, e somente quando tiverem “quilómetros de deslocamento autónomo acumulado” poderão prescindir do operador, disse Jie. Durante a fase piloto, também vai ser oferecida uma tarifa reduzida, de modo que uma viagem que custaria cerca de 30 yuans está actualmente com um preço inferior a dois yuans. Outras cidades da China, como Xangai, lançaram circuitos piloto semelhantes para esta tecnologia.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Filipinas quer dar alimentos grátis à população para vacinar 15 milhões em três dias O Presidente das Filipinas quer vacinar 15 milhões de pessoas contra a covid-19 em três dias com a ajuda do exército e polícia, e sugeriu a distribuição de alimentos gratuitos aos vacinados para convencer a população. Num discurso transmitido na terça-feira à noite do palácio presidencial de Malacañang em Manila, Rodrigo Duterte pediu às autoridades locais que utilizem “todos os recursos necessários, especialmente recursos humanos” para estes dias nacionais de vacinação entre 29 de novembro e 01 de dezembro. “Autorizo todos os governadores e presidentes de câmara. Gastar o dinheiro. Um dia, pagarei”, disse o Presidente, que incluiu a distribuição de alimentos gratuitos entre as recomendações para persuadir os mais relutantes em se vacinarem . Esta operação sem precedentes no país vai exigir a participação de 160.000 voluntários para multiplicar por sete a taxa habitual de vacinação, que mal chega a 700.000 doses por dia, e para levar as doses para áreas remotas do arquipélago. Duterte também disse que aqueles que não querem ser vacinados não devem ter acesso a restaurantes e hotéis “porque são um perigo para a saúde pública”. Com uma população de mais de 100 milhões, 33,5 milhões de filipinos receberam até agora as doses completa das vacinas, incluindo três milhões de crianças com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos. Muitos filipinos estão relutantes em serem vacinados após a controvérsia de 2016 sobre uma vacina contra o dengue promovida pelo Governo, destinada a crianças, mas que mais tarde se descobriu aumentar o risco de sintomas graves em pacientes que não tinham tido a doença no passado. Depois de manter um dos confinamentos mais longos e rigorosos do mundo em Manila, as autoridades aliviaram quase todas as restrições nos últimos meses, uma vez que o número de casos diminuiu. As Filipinas são o segundo país mais afetado pelo novo coronavírus no Sudeste Asiático, depois da Indonésia, com 2,8 milhões de pessoas infetadas e 47.000 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaDois cidadãos chineses detidos por posse de abalone condenados na África do Sul Dois homens de cidadania chinesa detidos por posse de abalone, um molusco valorizado na Ásia, no valor de cerca de 55.000 euros, foram condenados a dois anos de prisão na África do Sul, anunciaram hoje as autoridades. Os homens, de 50 e 47 anos, foram presos “por posse de 4.600 abalones, incluindo 1.098 abalones cozidos, 1.858 abalones vivos e 1.644 abalones secos” em maio de 2020, anunciou a unidade de polícia de elite da África do Sul, os Falcões. Um cidadão do Maláui, de 33 anos, que trabalhou para os traficantes foi também condenado a um ano de prisão. Por vezes chamado “trufa do mar”, o abalone é um molusco marinho apreciado por elites, particularmente na China. A pesca é regulada por quotas na África do Sul. Nos últimos 10 anos, a quantidade pescada ilegalmente quase duplicou, de acordo com a Traffic, organização não-governamental que controla o comércio de vida selvagem. A maior parte da colheita legal e ilegal do molusco pescado destina-se à Ásia, especialmente a Hong Kong, onde é popular nos restaurantes.
Hoje Macau China / ÁsiaChina assina novo acordo para reforço da colaboração militar com Rússia A Rússia e a China assinaram ontem um quadro de referência para o estreitamento dos laços militares, com Moscovo a referir-se a voos estratégicos norte-americanos cada vez mais frequentes perto das fronteiras dos dois países. O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, e o seu homólogo chinês, Wei Fenghe, “manifestaram o interesse comum em intensificar exercícios militares estratégicos e patrulhas conjuntas da Rússia e da China”, anunciou o Ministério da Defesa russo. “A China e a Rússia são parceiros estratégicos há muitos anos”, disse Shoigu e “hoje, perante crescentes perturbações geopolíticas e maior potencial de conflito em várias partes do mundo, o desenvolvimento desta interacção é especialmente relevante.” Shoigu e Wei saudaram uma série de manobras recentes que envolveram aviões de guerra e forças navais russas e chinesas, e assinaram um plano de cooperação militar para 2021-2025. Shoigu apontou voos cada vez mais frequentes de aviões estratégicos dos EUA perto das fronteiras russas, dizendo que só no último mês houve 30 missões deste tipo. Este mês, durante um exercício da força estratégica global dos EUA, “10 bombardeiros treinaram o cenário de usar armas nucleares contra a Rússia praticamente em simultâneo a partir das direcções este e oeste”, exemplificou Shoigu, acrescentando que se aproximaram até cerca de 20 quilómetros da fronteira russa. “Neste ambiente, a coordenação entre Rússia e China torna-se um factor de estabilização nos assuntos globais”, sustentou o ministro. Em conjunto Na sexta-feira, dois bombardeiros estratégicos russos Tu-95MS e dois bombardeiros estratégicos chineses H-6K fizeram uma patrulha conjunta sobre o Mar do Japão e o Mar da China Oriental, levando a Coreia do Sul a deslocar aviões de combate. A Rússia tem procurado expandir os laços com a China, à medida que as suas relações com os EUA e aliados ocidentais se afundaram para níveis próximos dos da Guerra Fria, sobretudo depois de, em 2014, Moscovo ter avançado com a anexação da península da Crimeia, território da Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaSudeste Asiático | Xi diz que China não vai procurar o domínio sobre a região Xi Jinping, numa conferência virtual com os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, reiterou a intenção do país de manter boas relações com todos vizinhos e de promover um clima de paz na região O Presidente chinês disse ontem que o país não procura o domínio sobre o Sudeste Asiático ou intimidar os vizinhos menores, face aos atritos provocados pelas reivindicações territoriais sobre o Mar do Sul da China. Xi Jinping fez estes comentários durante uma conferência virtual com os dez membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, ou ASEAN, que serviu para celebrar o 30.º aniversário das relações. “A China opõe-se resolutamente ao hegemonismo e à política de poder, deseja manter relações amigáveis com os seus vizinhos e, em conjunto, cultivar uma paz duradoura na região. A China absolutamente não vai procurar hegemonia ou, menos ainda, intimidar os [países] pequenos”, disse o chefe de Estado chinês, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. A China tem procurado, repetidamente, amenizar as preocupações sobre o seu crescente poder e influência, particularmente a sua reivindicação de praticamente todo o Mar do Sul da China, que se sobrepõe às reivindicações dos membros da ASEAN como a Malásia, Vietname, Brunei ou Filipinas. O comentário de Xi surge dias depois de navios da guarda costeira chinesa terem bloqueado e usado canhões de água contra dois barcos filipinos que transportavam suprimentos para tropas, numa área disputada no Mar do Sul da China. A China quer reforçar a sua presença naquele território, por onde passam rotas marítimas cruciais, e onde existem depósitos submarinos de petróleo e gás. O país asiático construiu pistas para aviões e outras instalações militares em ilhas artificiais construídas sobre recifes de coral. Acordos na mesa A China e a ASEAN negoceiam há anos um código de conduta, para lidar com os assuntos no Mar do Sul da China, mas essas negociações tiveram pouco progresso. A China continua a ser um mercado crucial para os países do Sudeste Asiático, bem como uma fonte de investimento, e a ASEAN tem procurado evitar conflitos com Pequim. Pequim também tem fortes laços com o Camboja e o Laos, membros da ASEAN. Xi frisou que a paz é o “maior interesse comum” de todos os lados e que a China vai fazer o possível para evitar o conflito. “Devemos ser os construtores e protectores da paz regional, insistir no diálogo em vez do confronto, na parceria e alinhamento, e dar as mãos para lidar com vários factores negativos que ameaçam minar a paz”, disse Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaReduzidas relações com Lituânia em protesto contra representação de Taiwan A China reduziu as relações diplomáticas com a Lituânia ao nível de “encarregado de negócios”, em protesto contra a abertura de uma representação de Taiwan em Vilnius, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “O Governo chinês foi forçado a reduzir as relações diplomáticas entre os dois países (…) para salvaguardar a soberania e as normas fundamentais das relações internacionais”, indicou o Ministério, em comunicado. A Lituânia mantém relações diplomáticas com a China desde 1991, pouco depois de se ter tornado independente da antiga União Soviética. Apesar de não reconhecer oficialmente a ilha, Vilnius tem estreitado, nos últimos anos, o relacionamento com Taipé. Pequim instou o país báltico a “rectificar imediatamente os seus erros” e advertiu Vilnius de que “não deve subestimar a determinação do povo chinês na defesa da sua soberania”. O Governo chinês acusou as autoridades lituanas de “ignorarem as declarações chinesas” e de “não estarem conscientes das consequências” da decisão de autorizar a abertura de um gabinete de representação de Taiwan [Taiwan Representative Office], o que “mina seriamente a soberania e a integridade territorial da China”, de acordo com o mesmo comunicado. As autoridades de Taiwan indicaram que a representação em Vilnius visa “expandir as relações com a Europa Central e Oriental, especialmente com os países bálticos, e reforçar a cooperação e o intercâmbio em vários domínios”. Lamentos lituanos Por seu lado, a Lituânia afirmou ontem lamentar a decisão da China de limitar as relações diplomáticas com Vilnius. “A Lituânia reafirma a adesão à política ‘Uma só China’, mas ao mesmo tempo tem o direito de alargar a cooperação com Taiwan”, incluindo através do estabelecimento de missões não diplomáticas, indicou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros lituano. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Mantas Adomenas, também anunciou a abertura em Taiwan de uma representação da Lituânia, ainda antes do início do próximo ano. Taipé mantém actualmente relações diplomáticas com Guatemala, Honduras, Vaticano, Haiti, Paraguai, Nicarágua, Suazilândia, Tuvalu, Nauru, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, Belize, Ilhas Marshall e Palau.
Hoje Macau China / ÁsiaJO de Inverno de Pequim vão ter sistema para detectar vírus no ar Um grupo de especialistas chineses desenvolveu um sistema de detecção do coronavírus que activa alarmes caso o vírus seja encontrado no ar de uma sala e que vai ser usado nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Em conferência de imprensa, a Comissão Organizadora explicou que vai garantir a “segurança” dos Jogos Olímpicos com avanços tecnológicos, que também vão ser aplicados à desinfecção e que incluirão técnicas de nanofiltração para os sistemas de tratamento e aquecimento da água nas instalações dos Jogos. No caso do Centro Wukesong, que vai sediar as competições de hóquei no gelo, vão ser utilizados robôs para desinfectar as instalações. O objectivo de Pequim é evitar que os Jogos Olímpicos, que vão ter início no dia 4 de Fevereiro, originem um ressurgimento do vírus SARS-CoV-2 na China. O país asiático adopta uma política de tolerância zero contra a covid-19, que inclui rígidas medidas de prevenção, como testes em massa e quarentena nos bairros ou distritos onde são detetados casos da doença. Já foram registados três casos do novo coronavírus entre atletas que estão na capital chinesa para participarem no evento olímpico. Pequim vai assim tornar-se na primeira cidade a sediar os Jogos de Verão e Inverno, embora em 2022 a cidade acolha apenas os eventos no gelo, enquanto as competições na neve vão ocorrer em Yanqing e Zhangjiakou, na província de Hebei. Pouca neve A falta de neve é uma das principais preocupações: Yanqing e Zhangjiakou registam apenas cerca de 20 centímetros de neve por ano, o que tornará necessário o uso de cerca de 186.000 metros cúbicos de água para fabricá-la artificialmente. O Comité garantiu que vão ser utilizados os canhões de neve “mais eficientes” do mundo, que só funcionarão quando os sistemas meteorológicos de “alta precisão” detetarem um aumento da temperatura. Os Jogos de Pequim vão contar com cobertura de quinta geração (5G), já que muitas das entrevistas terão que ser realizadas ‘online’, porque todos os que chegam do exterior permanecerão em “bolhas” que os manterão isolados do resto da China.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Construtora vende participação em plataforma de vídeo por 241 ME A construtora chinesa Evergrande anunciou ontem a venda da participação na plataforma de transmissão de vídeo Hengten por um valor equivalente a 241 milhões de euros, numa altura em que enfrenta uma grave crise de liquidez. Em comunicado, enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, o grupo informou que vendeu à Allied Resources Investment Holdings a posição de 18 por cento na Hengten, com um desconto de 24,3 por cento, face ao valor com que as acções encerraram no dia anterior. A Evergrande garantiu que os recursos captados com a operação “podem ajudar a amenizar os problemas de liquidez” que atravessa. A empresa soma um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros, incluindo cerca de 30 mil milhões em dívidas que têm que ser pagas antes do final do primeiro semestre de 2022. Apesar da injecção de capital, 20 por cento do total, nos próximos cinco dias, e o restante, nos próximos dois meses, a operação representou um prejuízo de 964 milhões de euros, quando considerado o valor contabilístico que as acções transferidas possuíam no final de Junho. As acções da Evergrande caíram 2,5 por cento, enquanto as ações da Hengten, que é considerada a equivalente na China à Netflix, subiram 24,26 por cento. Danos controlados Segundo o The Wall Street Journal, o Governo chinês “quer administrar uma implosão controlada” da empresa, através da venda de alguns activos da construtora a firmas chinesas, ao mesmo tempo que limita os danos para os compradores de residências e fornecedores. Até à data, o conglomerado não teve grande sucesso nos planos de venda de activos. A empresa conseguiu apenas transferir a posição de 20 por cento no banco regional Shengjing Bank para um grupo estatal, pelo equivalente a cerca de 1,3 mil milhões de euros. Outras negociações acabaram por fracassar, como a rescisão da venda de 50,1 por cento da subsidiária de administração de imóveis, a Evergrande Property Services, à Hopson Development. Nas últimas semanas, a Evergrande esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, mas conseguiu sempre cumprir as obrigações em cima do prazo. Determinados a limitar a especulação no sector imobiliário, os reguladores restringiram o acesso do crédito às empresas, visando reduzir os níveis de alavancagem. O imobiliário é o veículo de investimento favorito das famílias chinesas, compondo cerca de 30 por cento do produto interno bruto (PIB) chinês. Embora alguns cidadãos chineses tenham investido as poupanças em novas casas, muitos outros também compraram apartamentos como investimento nos últimos anos, sem qualquer intenção de residir ou alugar os imóveis.
Hoje Macau China / Ásia MancheteImprensa | China e EUA comprometem-se a diminuir restrições sobre jornalistas O clima de tensão entre os dois países está a diminuir. Nas vésperas da cimeira virtual entre Xi e Biden, saiu um acordo que visa aliviar as restrições impostas aos órgãos de comunicação social de ambas as nações A China e os Estados Unidos concordaram em aliviar as restrições para trabalhadores de órgãos de comunicação social dos dois países, reflectindo uma ligeira diminuição das tensões entre os dois lados. O jornal oficial chinês em língua inglesa China Daily noticiou que o acordo foi alcançado antes da cimeira virtual de terça-feira entre o Presidente da China, Xi Jinping, e o homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden. Ao abrigo deste este acordo, os EUA vão emitir vistos de entradas múltiplas de um ano para trabalhadores de órgãos de comunicação social chineses e iniciarão imediatamente um processo para tratar de questões sobre a “duração das acreditações”, apontou o China Daily. A China vai retribuir ao conceder tratamento igual aos jornalistas dos EUA, assim que as políticas norte-americanas entrarem em vigor, e ambos os lados vão emitir vistos para novos candidatos “com base nas leis e regulamentos relevantes”, acrescentou. Em declarações à agência de notícias Associated Press (AP), o Departamento de Estado norte-americano disse que a China se comprometeu a emitir vistos para um grupo de jornalistas dos EUA “desde que sejam elegíveis, de acordo com todas as leis e regulamentos aplicáveis”. “Também vamos continuar a emitir vistos para jornalistas [chineses] que são elegíveis, de acordo com as leis dos EUA”, apontou a mesma fonte, citada pela AP. A China também se comprometeu a aumentar o prazo de validade dos vistos dos jornalistas norte-americanos actualmente a trabalhar no país asiático, dos atuais 90 dias para um ano. “Numa base recíproca, estamos comprometidos em aumentar a validade dos vistos emitidos para jornalistas da RPC [República Popular da China] para um ano também”, de acordo com o comunicado do Departamento de Estado. Ambos os lados também vão oferecer vistos de entradas múltiplas, indicou. Ano difícil No ano passado, os EUA cancelaram 20 vistos emitidos para funcionários de órgãos oficiais chineses e exigiram aos restantes um registo como agentes estrangeiros, entre outros regulamentos. A China retaliou através da expulsão de jornalistas que trabalhavam para órgãos norte-americanos e restringiu severamente as condições para aqueles que continuaram a trabalhar no país. O novo acordo surgiu como “resultado de mais de um ano de difíceis negociações sobre o tratamento dos órgãos de comunicação em ambos os países”, disse o China Daily. O Departamento de Estado disse que permaneceu em consulta com os jornais afectados, bem como outros órgãos que enfrentam falta de pessoal devido às decisões do Governo chinês. “Estamos gratos por os correspondentes poderem retornar à China para continuarem o trabalho. Congratulamo-nos com este progresso, mas vemo-lo apenas como um passo inicial”, apontou, em comunicado. O Departamento de Estado acrescentou que vai continuar a trabalhar para expandir o acesso e melhorar condições para os órgãos norte-americanos e estrangeiros na China. “Continuaremos a defender a liberdade de imprensa como um reflexo dos nossos valores democráticos”, afirmou o Departamento de Estado.
Hoje Macau China / ÁsiaXi e Biden baixam o tom agressivo dos últimos tempos A cimeira China-EUA conseguiu trazer alguma “normalidade” à conversa entre os dois países O Presidente chinês Xi Jinping apelou na terça-feira ao desenvolvimento de uma relação sólida e estável entre a China e os EUA durante uma reunião virtual com o Presidente dos EUA Joe Biden. “A China e os Estados Unidos deveriam respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, prosseguir uma cooperação vantajosa para ambas as partes, e gerir bem os assuntos internos, assumindo simultaneamente responsabilidades internacionais”, disse Xi, que tratou o presidente americano por “velho amigo”, dando o tom a uma conversa mais afável que o esperado. O presidente chinês salientou que tanto a China como os EUA se encontram em fases críticas de desenvolvimento, e que a “aldeia global” da humanidade enfrenta múltiplos desafios. Assumir a responsabilidade de ser grande Xi Jinping afirmou que ambos devem assumir as responsabilidades de grandes países e liderar a resposta global aos desafios pendentes. Para o presidente chinês, a China e os Estados Unidos precisam de apelar ao estabelecimento de um mecanismo de cooperação para a saúde pública global e a prevenção e controlo das doenças transmissíveis, e promover mais intercâmbios e cooperação internacional. “A COVID-19 não será a última crise de saúde pública que a humanidade enfrenta”, salientou Xi. “A resposta a qualquer doença importante deve basear-se na ciência”, disse, acrescentando que politizar doenças não faz bem mas apenas mal. Xi disse também que a prioridade premente na resposta global da COVID é abordar os défices de vacinas e colmatar as lacunas. A China está entre os primeiros a oferecer vacinas aos países em desenvolvimento carenciados, fornecendo mais de 1,7 mil milhões de doses de vacinas acabadas e a granel ao mundo e irá considerar fazer doações adicionais à luz das necessidades dos países em desenvolvimento, referiu Xi. Igualdade e benefício mútuo “A China e os EUA devem respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, e prosseguir uma cooperação vantajosa para ambas as partes”, disse Xi, expressando a sua disponibilidade para trabalhar com o Presidente Biden para construir um consenso e tomar medidas activas para fazer avançar as relações entre a China e os EUA numa direcção positiva. “Se o fizermos, tal será no interesse dos dois povos e irá ao encontro das expectativas da comunidade internacional”, acrescentou Xi. Xi Jinping descreveu as relações económicas e comerciais entre a China e os EUA como sendo de natureza mutuamente benéfica, e disse que as questões económicas e comerciais entre os dois países não devem ser politizadas. “Os dois lados precisam de tornar o bolo maior para a cooperação”, disse Xi. O presidente chinês acrescentou que “a China leva a sério os desejos da comunidade empresarial dos EUA de viajar mais facilmente para a China”, e concordou em actualizar o acordo acelerado, o que irá melhorar ainda mais as trocas económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos e impulsionar a recuperação das duas economias. “Os Estados Unidos deveriam deixar de abusar ou de esticar demasiado o conceito de segurança nacional para reprimir as empresas chinesas”, concluiu. Taiwan: sem descarrilar “A China será obrigada a tomar medidas resolutas, caso as forças separatistas para a ‘independência de Taiwan’ nos provoquem, forcem a nossa mão ou mesmo atravessem a linha vermelha”. Xi atribuiu as actuais tensões às repetidas tentativas das autoridades de Taiwan de procurar o apoio dos EUA para a sua agenda para a independência, bem como à intenção de alguns americanos de utilizar Taiwan para conter a China. “Tais movimentos são extremamente perigosos, tal como brincar com o fogo”, disse Xi. “Quem brincar com o fogo, será queimado”. “O princípio de uma só China e as três declarações conjuntas China-EUA são a base política das relações China-EUA”, disse Xi, observando que as anteriores administrações dos EUA assumiram todas compromissos claros sobre este assunto. “O verdadeiro status quo da questão de Taiwan e o que está no coração de uma China”, salientou Xi, “são os seguintes: existe apenas uma China no mundo e Taiwan faz parte da China, e o Governo da República Popular da China é o único governo legal que representa a China”. Chamando à realização da reunificação completa da China uma aspiração partilhada por todos os filhos e filhas da nação chinesa, Xi disse: “Temos paciência e lutaremos pela perspectiva de uma reunificação pacífica com a máxima sinceridade e esforço”. “Dito isto, se as forças separatistas para a ‘independência de Taiwan’ nos provocarem, forçarem as nossas mãos ou mesmo atravessarem a linha vermelha, seremos obrigados a tomar medidas resolutas”, disse Xi. Por seu lado, o presidente dos EUA, Joe Biden, reafirmou a política de longa data do governo dos EUA de uma só China, e declarou que os EUA não apoiam a “independência de Taiwan” e expressou que a paz e a estabilidade devem ser mantidas no Estreito de Taiwan. Xi Jinping acrescentou ainda que “a China não aprova a utilização dos direitos humanos para se imiscuir nos assuntos internos de outros países”, referindo-se a Hong Kong e Xinjiang. “A China não tem intenção de vender o seu próprio caminho de desenvolvimento em todo o mundo. Pelo contrário, a China encoraja todos os países a encontrar caminhos de desenvolvimento adaptados às suas respectivas condições nacionais”, disse Xi. Cooperação em grandes questões “Sendo as duas maiores economias mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China e os EUA precisam de aumentar a comunicação e a cooperação, cada uma delas gerir bem os seus assuntos internos e, ao mesmo tempo, assume a sua quota-parte de responsabilidades internacionais, e trabalha em conjunto para fazer avançar a nobre causa da paz e desenvolvimento mundiais”, disse Xi. “Este é o desejo partilhado pelos povos dos dois países e de todo o mundo, e a missão conjunta dos líderes chineses e americanos”, concluiu. Xi salientou que uma relação sólida e estável entre a China e os EUA é necessária para fazer avançar o respectivo desenvolvimento dos dois países e para salvaguardar um ambiente internacional pacífico e estável, incluindo encontrar respostas eficazes aos desafios globais como as alterações climáticas e a pandemia da COVID-19. Para Xi, “é imperativo que a China e os Estados Unidos mantenham a comunicação sobre políticas macroeconómicas, apoiem a recuperação económica mundial e se protejam contra riscos económicos e financeiros”. “Os Estados Unidos deveriam estar atentos aos efeitos colaterais das suas políticas macroeconómicas internas, e adoptar políticas macroeconómicas responsáveis”, acrescentou Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaPreços de casas novas no Interior caem pelo segundo mês consecutivo Os preços dos imóveis novos na China caíram, em Outubro, relativamente ao mês anterior, depois de em Setembro terem registado a primeira queda desde meados de 2015, indicaram dados oficiais divulgados ontem. Com base no índice de preços divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE), que mede a evolução do custo das casas novas em 70 grandes cidades do país, os preços caíram 0,25 por cento, em relação a Setembro. Em Setembro, o mesmo indicador tinha descido 0,08 por cento, em relação a Agosto, na primeira queda desde Maio de 2015, período em que as construtoras passaram por meses de dificuldades, em parte devido a um excesso de casas, o que obrigou a baixar os preços. O representante do GNE Sheng Guoqing reconheceu uma “ligeira queda” no preço das casas, que foi mais perceptível em cidades mais pequenas. Em Pequim e Xangai, o preço das casas aumentou 0,6 por cento e 0,1 por cento, em relação a Setembro, respectivamente. Em termos homólogos, os preços das casas recém-construídas nas 70 cidades analisadas aumentou 2,84 por cento, em relação a Outubro de 2020. A comparação face ao mês anterior visa medir a evolução de curto prazo do mercado imobiliário que, desde Setembro, atravessa dificuldades, devido à situação financeira de algumas construtoras, sobretudo a gigante Evergrande, que acumula um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros e esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, nas últimas semanas. Outras empresas do sector, como a Sinic ou a Modern Land, não cumpriram oficialmente as obrigações financeiras. Sector de peso Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) alertou para um aumento do “risco de contágio” no sector imobiliário, devido ao impacto destas notícias junto dos potenciais compradores de casas, que parecem optar pela prudência face à actual situação. Já no início deste mês, um relatório de outra agência de ‘rating’, a Moody’s, apontou que as vendas de imóveis na China vão permanecer fracas, nos próximos seis a 12 meses, devido às restrições no acesso a financiamento para as construtoras mais endividadas. Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim para reduzir a alavancagem no sector. As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo. Os problemas do sector imobiliário pesaram sobre a economia chinesa no terceiro trimestre, com um crescimento de 4,9 por cento, em termos homólogos, uma das menores taxas das últimas décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaCasa Branca | Cimeira virtual EUA-China procurará reduzir tensões O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, vão reunir-se numa cimeira virtual esta segunda-feira, com a Casa Branca a dizer que o objectivo primeiro é reduzir as tensões bilaterais. O Governo dos EUA está a tentar baixar as expectativas para a cimeira com o líder chinês, com Biden a sublinhar que os dois países precisam de, antes de tudo o mais, criar mecanismos de defesa em áreas de conflito cada vez mais difíceis nas relações bilaterais. “Os dois líderes discutirão maneiras de administrar com responsabilidade a concorrência entre os Estados Unidos e a República Popular da China, bem como maneiras de trabalhar juntos onde os nossos interesses se alinham”, disse a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, num comunicado em que confirmava a cimeira. “Durante todo o processo, o Presidente Biden deixará claras as intenções e prioridades dos EUA e será claro e franco sobre as nossas preocupações”, disse Psaki. O acordo para realizar esta reunião – a primeira por videoconferência desde que o Presidente norte-americano tomou posse em Janeiro – foi anunciado no início de Outubro pela Casa Branca. O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o assessor de política externa chinês, Yang Jiechi, já chegaram a um acordo sobre o modelo desta cimeira e reuniram-se em Outubro para conversas prévias, em Zurique. Biden e Xi já falaram pelo telefone duas vezes e esta cimeira surge como mais uma oportunidade para as duas superpotências continuarem o diálogo, numa altura em que as relações entre Pequim e Washington se encontram em mínimos sobre uma série de questões, desde o comércio aos direitos humanos, passando pelas ambições regionais da China. Pouca harmonia Xi ainda não saiu da China, durante a pandemia do covid-19, e, por isso, foi proposta uma cimeira em formato virtual para que os dois líderes tenham uma reunião substantiva sobre as diferentes áreas em que os dois países continuam a divergir. Nos últimos meses, vários episódios revelaram uma escalada de tensão entre os dois países, com acusações mútuas de falta de vontade política para uma aproximação diplomática. Biden, na recente cimeira do G20, em Roma, e novamente na reunião climática da ONU, COP26, em Glasgow, criticou Xi por não comparecer aos encontros onde os líderes mundiais discutiram o caminho a seguir na pandemia e as medidas para aliviar o impacto da mudança climática. “Acho que foi um grande erro, francamente, da parte da China … não aparecer”, disse Biden em Glasgow. Sexta-feira, na cimeira virtual do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (AOEC), Biden e Xi estiveram ausentes.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Xi emerge como “timoneiro” do “rejuvenescimento” da China Um quadro do Partido Comunista Chinês referiu-se sexta-feira ao secretário-geral, Xi Jinping, como o “timoneiro” do “navio do rejuvenescimento da nação chinesa”, ilustrando a elevação do seu estatuto, após uma resolução histórica aprovada pelos líderes do país. “Ao apoiar e defender firmemente a posição central do secretário-geral Xi, o partido terá uma âncora, o povo chinês uma espinha dorsal e o navio gigante do rejuvenescimento da China um timoneiro firme”, disse Jiang Jinquan, director do Gabinete de Investigação do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), numa conferência de imprensa realizada após a aprovação de uma “resolução histórica” que reforçou a liderança de Xi Jinping. “Não importa quantas ondas agitadas nos esperam, seremos sempre capazes de manter a calma e a compostura”, proclamou. O título de “timoneiro” estava tradicionalmente reservado a Mao Zedong, o fundador da República Popular da China. Mas, na última semana, na sexta sessão plenária do Comité Central, Xi consolidou o seu poder mais do que nunca, com uma “resolução histórica” que estipula a sua visão do passado e futuro do Partido Comunista. Isto lançou as bases para que Xi Jinping assuma um terceiro mandato de cinco anos como secretário-geral do PCC, no congresso que se realiza no próximo ano, elevando-se ao estatuto de Mao e de Deng Xiaoping, que abriu o país à iniciativa privada no início dos anos 1980. A resolução, formalmente adoptada pelo Comité Central do partido, declarou que a liderança de Xi é a “chave para o grande rejuvenescimento da nação chinesa”, segundo o texto publicado pela Xinhua. O Comité Central credenciou Xi Jinping pela “resolução de muitos problemas que [o Partido] deixou de resolver por muito tempo, apesar da intenção de fazê-lo”, de acordo com o documento. Jiang Jinquan explicou que o “pensamento de Xi sobre o socialismo com características chinesas para a nova era” vai guiar o partido na “direcção certa”, apesar da “complexidade da situação”, face a “mudanças no mundo sem precedentes no espaço de um século”. Hu Jintao e Jiang Zemin tiveram transições de poder pacíficas e ordeiras. Espera-se que Xi, no entanto, renuncie a essa tradição e assegure um terceiro mandato de cinco anos como secretário-geral do PCC no final do próximo ano. Metas definidas De acordo com a resolução, os objectivos para a liderança de Xi Jinping centram-se em torno de “dois centenários”, nomeadamente a construção de uma “sociedade moderadamente próspera”, que consistiu na eliminação da pobreza extrema até ao centenário do Partido Comunista, que se celebrou este ano, e, a seguir, a construção de um “país socialista moderno, próspero, forte, democrático, culturalmente avançado e harmonioso”, por altura do centenário da fundação da República Popular da China, em 2049. Embora já tenha sido nomeado o “líder central”, Xi ganha ainda mais prestígio com a inclusão destes termos na resolução emitida na quinta-feira pelo Comité Central do PCC sobre questões históricas relativas aos últimos 100 anos. Este foi apenas o terceiro documento do género. O primeiro foi em 1945, sob o comando de Mao Zedong e, o segundo, em 1981, sob a liderança de Deng. Exercer tal autoridade aos olhos dos historiadores e teóricos do partido certamente faz de Xi uma das figuras chinesas mais dominantes do século, segundo analistas. Tempos difíceis Xi enfrenta, porém, uma situação económica difícil, enquanto a actual abordagem de “tolerância zero” da China em relação à covid-19 ainda não erradicou o surto, ao mesmo tempo que afecta a vida pessoal e financeira de parte da população. A economia da China está também fortemente dependente das vendas de imóveis e construção, com o abrandamento do sector a causar nervosismo. Os mercados financeiros estão preocupados com a possibilidade de a Evergrande Group, entrar em colapso, devido à falta de liquidez e um passivo de pelo menos 260 mil milhões de euros. No exterior, Xi adoptou uma política assertiva. As relações com os Estados Unidos da América atravessam um período tenso, face a disputas no âmbito do comércio, tecnologia ou com o estatuto de Taiwan. “Sob a forte liderança do Comité Central, com o camarada Xi Jinping no núcleo, reuniremos todo o partido como um pedaço de ferro inquebrável e marcharemos em sincronia”, vaticinou sexta-feira Qu Qingshan, director do Instituto de História e Literatura do Partido.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaAPEC | Xi alerta para o regresso à mentalidade de Guerra Fria O Presidente chinês, Xi Jinping, alertou ontem para o ressurgimento de uma mentalidade de Guerra Fria no leste do Pacífico, numa altura em que os Estados Unidos tentam conter a ascensão da China. O comentário de Xi, à margem da cimeira anual do Fórum de Cooperação Económica da Ásia–Pacífico (APEC), surge semanas depois de os EUA, Reino Unido e Austrália anunciarem uma nova aliança de segurança para a região, que inclui o fornecimento de submarinos nucleares para a Austrália. Pequim condenou aquele acordo. A intervenção de Xi foi feita através de um vídeo pré-gravado. O Presidente chinês vai participar numa reunião virtual com outros líderes do Pacífico, incluindo o Presidente dos EUA, Joe Biden, no sábado. Xi disse que as tentativas de traçar fronteiras na região através de linhas ideológicas ou geopolíticas fracassarão. “A região da Ásia-Pacífico não pode e não deve recair no confronto e divisão da era da Guerra Fria”, frisou. O Presidente chinês defendeu que a região deve assegurar o funcionamento das cadeias de abastecimento e continuar a liberalizar o comércio e os investimentos. “A China vai permanecer firme no avanço das reformas e na abertura, visando adicionar ímpeto ao desenvolvimento económico”, assegurou. A tarefa mais urgente na região é fazer um esforço total para combater a pandemia, acrescentou. No conjunto, os membros da APEC somam 3 mil milhões de pessoas e cerca de 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Mas tensões profundas dividem o grupo de 21 nações e territórios, que incluem membros com interesses divergentes entre si, como os EUA, China, Taiwan, Rússia e Austrália.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Delegação de políticos norte-americanos inicia visita à ilha Depois da recente visita de deputados europeus, um grupo de políticos norte-americanos, todos do Partido Republicano, está desde terça-feira em Taiwan. A China já criticou veementemente a presença dos congressistas e senadores dos EUA, classificando-a como mais um “acto de provocação” Um grupo de congressistas e senadores dos Estados Unidos iniciou ontem uma visita a Taiwan, numa viagem que Pequim já classificou como um “acto de provocação”. O jornal de Hong Kong South China Morning Post apontou que a delegação dos EUA desembarcou em Taiwan na terça-feira, a bordo de um avião militar oriundo de Manila. De acordo com o mesmo jornal, que cita duas fontes familiarizadas com a viagem, que pediram o anonimato, a delegação é composta por pelo menos seis representantes políticos, incluindo os senadores John Cornyn, Tommy Tuberville, Mike Crapo e Mike Lee, e o congressista Jake Ellzey, todos do Partido Republicano. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan detalhou que a viagem é organizada pelo Instituto Americano de Taiwan (a embaixada ‘de facto’ de Washington na ilha, já que, em 1979, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas oficiais com Taipé, e estabeleceram laços com Pequim). As autoridades de Taiwan recusaram-se a especificar a duração e os objectivos da visita e anunciaram que estas informações vão ser disponibilizadas “na devida altura”. Relações espinhosas Para a China, este é o mais recente “acto de provocação” num conflito particularmente espinhoso entre as duas maiores economias do mundo. “Exigimos que os Estados Unidos cessem imediatamente as suas acções provocadoras e destrutivas, que levam à escalada da tensão no Estreito de Taiwan, e parem de enviar mensagens erradas às forças separatistas em Taiwan”, disse em comunicado o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Tan Kefei. O porta-voz do comando do Teatro de Operações do Exército Chinês, o coronel Shi Yi, anunciou que os militares chineses vão iniciar uma série de manobras, perto do Estreito de Taiwan – uma acção habitual, de cada vez que políticos estrangeiros visitam a ilha. A última vez que representantes dos EUA visitaram Taiwan foi em Junho passado, enquanto outro grupo fez o mesmo em Abril, a primeira vez desde a chegada de Joe Biden à Casa Branca. Ao longo deste ano, intensificaram-se as incursões de aviões militares chineses na zona de identificação aérea de Taiwan (554 entre Setembro de 2020 e Agosto de 2021, segundo um relatório recente dos militares do território).
Hoje Macau China / ÁsiaPlenário do PCC e covid-19 explicam ausência de Xi na COP26 A ausência do Presidente Xi Jinping da conferência do clima COP26, que termina na sexta-feira ao fim de duas semanas, não é surpreendente face à actual situação interna da China, apontam analistas, destacando os desafios das metas ambientais estipuladas por Pequim. “Visto pelo prisma da política interna chinesa, nunca houve muitas chances de que Xi comparecesse pessoalmente na COP26”, diz Melinda Liu, jornalista radicada em Pequim há mais de três décadas. Em causa, estão as restritas medidas de prevenção contra a covid-19, que praticamente eliminaram as viagens de e para o país asiático, que continua a insistir numa política de “zero casos”, ao contrário do resto do mundo, que está a aprender a coexistir com o vírus. Quem chega à China oriundo do exterior tem que cumprir uma quarentena de até 21 dias. Como resultado, Xi Jinping não sai da China desde o início da pandemia. O encontro em Glasgow coincide ainda com uma reunião-chave do Partido Comunista Chinês (PCC), que arrancou na segunda-feira. O plenário do Comité Central do PCC, que decorre até 12 de Novembro, reúne os 300 membros mais poderosos do Partido e vai servir para lançar as bases para um terceiro mandato de Xi Jinping, que será oficializado no próximo Congresso do PCC, no Outono de 2022. Metas ambiciosas A China é o maior emissor de gases poluentes do planeta e cerca de dois terços da sua produção energética assenta na queima do carvão. O país tem, no entanto, assumido ambições ímpares para a transição energética. O Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou, em Setembro passado, na Assembleia das Nações Unidas, os compromissos chineses para o clima: neutralidade carbónica “antes de 2060” e atingir o pico das emissões “antes de 2030”. O país tem já um dos programas de energia nuclear mais ambiciosos do mundo e um acelerado desenvolvimento da capacidade instalada em energia renovável. Zhang Xiaohui, reitor de economia da Escola de Finanças PBC da Universidade de Tsinghua, estima que, para atingir a neutralidade carbónica até 2060, a China vai ter que investir mais de 46 biliões de dólares. Mas o principal problema não é a falta de capacidade instalada de energia renovável, mas antes a ausência de capacidade de armazenamento da electricidade produzida e de uma ordem de mérito que penalize o uso de fontes poluentes, explica Renato Roldão, especialista em alterações climáticas a viver em Pequim desde 2008. Uma liberalização dos preços da electricidade para as indústrias, pondo fim aos limites impostos pelos reguladores, acrescentaria custos consoante as emissões de carbono da fonte utilizada na geração de energia. “Nessas situações, a forma de despacho na electricidade é diferente, ou seja, o que chamamos em Portugal a ordem de mérito”, descreve Roldão. Neste cenário, os preços adicionais cobrados pela emissão de gases com efeito de estufa encarecem o carvão, relativamente ao gás natural, e este último em relação às renováveis. A pior crise energética das últimas décadas, que afectou nos últimos meses a China, obrigou o país a reactivar minas de carvão, expondo a sua dependência face àquele combustível fóssil, numa altura em que os líderes mundiais se reuniam na conferência do clima. Para atingir os objetivos de descarbonização, a China tem que encerrar e substituir, nos próximos 20 anos, 660 centrais termoeléctricas a carvão. “É o equivalente ao total da produção energética em toda a União Europeia”, aponta Wuttke. Segundo o empresário, as metas estipuladas por Xi Jinping em Setembro surpreenderam não só os países ocidentais, como os próprios ministérios na China. “Mas ele está a falar a sério e um Presidente com tanto poder, se delineou estas metas, é para cumprir”, resume.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Iniciada reunião-chave para consolidar poder de Xi Jinping Centenas de membros da elite política da China reúnem-se desde ontem, em Pequim, num dos mais importantes eventos deste ano na agenda política do país, que deve servir para consolidar o poder do Presidente Xi Jinping. Xi deve assegurar um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), reforçando ainda mais o seu estatuto como o líder mais poderoso da China, desde o fundador do regime comunista, Mao Zedong, que esteve no poder entre 1949 e 1976. O Comité Central do PCC reúne até quinta-feira, com um plenário de portas fechadas. Num comunicado, a agência noticiosa oficial Xinhua anunciou que o encontro teve início ontem. Na ordem do dia está uma resolução sobre a História do Partido, que completou 100 anos, em Julho passado. O PCC liderou todos os grupos étnicos da China em conquistas notáveis nos últimos 100 anos na história do desenvolvimento humano, de acordo com um comunicado divulgado após a reunião de Outubro do Comitê Central do PCC, onde foi decidida a realização deste plenário. Os chineses que sofreram subjugação e intimidação desde o advento dos tempos modernos levantaram-se. A nação chinesa avança em direcção à modernização em todas as frentes e o socialismo abriu um caminho de sucesso no país mais populoso do mundo, pode ler-se no comunicado. Além disso, acrescenta o documento, a China está a dar passos largos para se manter a par dos tempos, e abraça uma perspectiva brilhante de rejuvenescimento nacional. O XX Congresso realiza-se no próximo ano e vai servir para oficializar o terceiro mandato de Xi. Homem com visão Durante o seu século de existência, o PCC adoptou apenas duas resoluções sobre a História do Partido: uma em 1945, quatro anos antes de Mao assumir o poder, e a outra em 1981, quando Deng Xiaoping lançou as reformas que converteram a China na segunda maior economia do mundo. Os analistas não têm dúvidas de que Xi Jinping está a tentar aumentar ainda mais a sua influência no país, o primeiro a ser atingido, há quase dois anos, pela pandemia de covid-19. A imprensa estatal chinesa continua a repetir que a política de “zero casos”, adoptada pelas autoridades, é a mais acertada, apesar dos novos surtos detectados em várias províncias. Num longo despacho transmitido no sábado, a Xinhua informou que o Presidente passou “uma noite sem dormir”, em Janeiro de 2020, pouco antes de impor a quarentena em Wuhan, a cidade no centro da China onde foram diagnosticados os primeiros casos da doença. “O tempo mostrou que esta abordagem rígida é a única opção viável”, escreveu a Xinhua. Para a agência, Xi é um “homem determinado e activo, um homem de reflexão e sentimentos profundos, um homem que herdou uma história, mas não hesita em inovar, e que tem uma visão para o futuro”.
Hoje Macau China / ÁsiaVendas da Abyss & Habidecor na China subiram 50% em 2021 As vendas da empresa de têxteis portuguesa Abyss & Habidecor na China aumentaram 50 por cento, este ano, face a 2020, à medida que as restrições impostas pela pandemia da covid-19 favorecem marcas com presença forte no país As restrições impostas em Março de 2020, incluindo quarentena centralizada de até 21 dias para quem chega à China, interromperam o turismo de compras, mas aceleraram as vendas domésticas, beneficiando as marcas estabelecidas no país. “A pandemia acabou por acelerar as vendas domésticas, com um aumento de 50 por cento face a 2020”, disse à agência Lusa Wu Bin, o director da marca na China, à margem de um evento de lançamento da colecção Outono – Inverno. O evento decorreu na loja principal Abyss & Habidecor na China, situada num centro comercial de luxo na área central de Guomao, o distrito financeiro da capital chinesa que sedia várias multinacionais. O país asiático é o maior mercado do mundo para as marcas de luxo. Antes da pandemia da covid-19, a China era também o maior emissor de turistas. As duas realidades confundem-se: os cerca de 170 milhões de chineses que viajaram para o exterior, em 2019, representaram mais de um terço de todas as vendas globais de bens de luxo, segundo analistas. A Abyss & Habidecor abriu a sua primeira loja na China em 2005. Hoje, soma 40 lojas no país, que passou a ser o seu quinto maior mercado. A suíte do China World Summit, um dos mais emblemáticos hotéis da capital chinesa, usa apenas artigos da marca, ilustrando a penetração única da empresa portuguesa no mercado chinês. “Há algumas marcas [portuguesas] que estão a seguir caminho e a tentar entrar, mas, desta forma, tão gritante, com uma presença tão forte, e pelas próprias mãos, não existe mais nenhuma”, descreveu João Falardo, Delegado da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) em Pequim, à agência Lusa. A gerente de vendas encarregada da distribuição no mercado chinês, Yulia Yan, frisou a “crescente importância” do comércio electrónico para as vendas da empresa portuguesa na China. Influências virtuais A China é há oito anos consecutivos o maior mercado do mundo em vendas ‘online’, segundo o Ministério do Comércio chinês. O comércio electrónico corresponde a 24,9 por cento do sector retalhista do país. De acordo com dados oficiais, em 2020, o volume total de transacções em vendas ‘online’ na China atingiu 9,8 biliões de yuan, mais de metade do conjunto mundial de vendas pela Internet. Isto suscitou a ascensão dos influenciadores digitais, que estão a reescrever as regras da publicidade e gestão de marca no país. Seis celebridades ‘online’ chinesas, alguns com quase dois milhões de seguidores nas redes sociais do país, participaram do lançamento da nova colecção da Abyss & Habidecor. “Os órgãos de imprensa tradicionais continuam a ter o seu espaço”, notou Wu Bin. “Mas, para chegar aos clientes os influenciadores digitais são agora cruciais”. As trocas comerciais entre a China e Portugal aumentaram 4,82 por cento em 2020, em relação ao ano anterior, segundo dados das alfândegas chinesas. Pequim importou mais 19,6 por cento, ou o equivalente a 2,3 mil milhões de euros, face a 2019.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | China pede que Washington pare de reprimir estudantes chineses Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, pediu esta quarta-feira que os Estados Unidos parem de atormentar e reprimir os estudantes e académicos chineses no país, a fim de criar uma atmosfera saudável para os intercâmbios culturais e a cooperação educativa bilaterais. Wang fez as declarações em conferência de imprensa em resposta a uma pergunta sobre a recente repatriação de estudantes e académicos visitantes chineses por parte dos Estados Unidos. Wang disse que houve frequentes incidentes e actos de repressão contra estudantes e académicos chineses nos Estados Unidos, acrescentando que há alguns dias um académico chinês visitante com visto emitido pelo governo americano foi repatriado após ser interrogado ao entrar no país. De acordo com estatísticas incompletas, desde Agosto deste ano, cerca de 30 estudantes e académicos visitantes chineses nos Estados Unidos sofreram tratamento injusto, e muitas pessoas foram atormentadas e interrogadas pelos Estados Unidos de forma brutal, assinalou Wang. “A maioria dos antes mencionados foi questionada se eles ou seus parentes eram membros do Partido Comunista, ou se o governo chinês lhes tinha atribuído tarefas antes de irem ao país”, disse Wang, acrescentando que alguns deles foram repatriados por razões incríveis, como serem suspeitos de ter antecedentes militares porque se encontraram fotos de formação militar universitária nos seus telefones. “Estes interrogatórios foram muito além do âmbito da aplicação normal da lei reivindicada pelos Estados Unidos”. Wang disse que os Estados Unidos, por um lado, afirmam que dão boas-vindas a estudantes chineses, e por outro, herdaram o legado venenoso da administração anterior.
Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | EUA acusados de “manipulação” sobre capacidade de Pequim A China denunciou ontem o que classificou de “manipulação” por parte dos Estados Unidos, após a publicação de um relatório do Pentágono sobre a aceleração mais rápida do que o previsto do programa nuclear chinês. O Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) estimou que Pequim está a desenvolver o seu arsenal nuclear muito mais rápido do que o antecipado e que já pode lançar mísseis balísticos armados com ogivas nucleares a partir do mar, terra e ar. A China está a modernizar o seu exército para “enfrentar os Estados Unidos da América (EUA)” na região do Indo-Pacífico e facilitar a reunificação de Taiwan, notou o documento. Wang Wenbin, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, acusou os Estados Unidos de tentar “puxar” pela tese da ameaça chinesa. “O relatório, divulgado pelo Pentágono, como os anteriores, ignora os factos e está cheio de preconceitos”, disse Wang aos jornalistas, criticando Washington por “manipulação”. Na edição anterior deste relatório entregue no Congresso norte-americano, e publicado no início de Setembro de 2020, o Pentágono estimou que a China tinha “cerca de 200” ogivas nucleares, mas anteviu que este número podia duplicar nos próximos dez anos. Com 700 ogivas nucleares, até 2027, e 1.000, até 2030, as novas projecções dos militares dos EUA mostram uma forte aceleração da capacidade atómica de Pequim. “A China provavelmente já estabeleceu uma ‘tríade nuclear’ nascente, ou seja, a capacidade de lançar mísseis balísticos nucleares a partir do mar, terra e ar”, lê-se no documento. Temores americanos Os autores do relatório basearam-se, em particular, em declarações das autoridades chinesas na imprensa oficial e em imagens de satélite que mostram a construção de um número significativo de silos nucleares. Apenas parte deste documento foi tornado público, sendo o restante classificado como segredo da Defesa dos EUA. “É muito preocupante para nós”, admitiu um responsável norte-americano, acrescentando que esta aceleração “levanta questões sobre as intenções” da China. Mesmo com 1.000 ogivas nucleares, o arsenal chinês estaria longe de se igualar ao dos Estados Unidos e da Rússia, que juntos possuem mais de 90 por cento das armas nucleares mundiais. Em Outubro de 2020, o Partido Comunista Chinês estabeleceu como meta modernizar a organização, o pessoal, o armamento e o equipamento do seu exército, até 2027, lembrou o relatório.
Hoje Macau China / ÁsiaToyota mais que duplica lucros no primeiro semestre do ano fiscal O fabricante automóvel japonês Toyota Motor anunciou hoje que ganhou 1,52 biliões de ienes, entre abril e setembro, mais 142,2% do que no mesmo período do ano passado. De acordo com a empresa, estes resultados deveram-se ao aumento da procura e dos preços. As vendas do gigante automóvel subiram 36,1% para 15,48 biliões de ienes no período em análise e primeiro semestre do ano fiscal japonês. A empresa registou um lucro bruto de 2,14 biliões de ienes, mais 194,2% do que no ano anterior, e registou um lucro operacional de 1,75 biliões de ienes, ou mais 236,1%, de acordo com o último relatório financeiro da Toyota. Nos seis meses em análise, o maior fabricante de veículos do mundo vendeu 5.265.000 unidades, incluindo as marcas Hino e Daihatsu, o que representa um aumento de 20,6% em relação ao ano anterior. Até final do ano financeiro, em 31 de março de 2022, a empresa espera colocar 10,29 milhões, num aumento de 3,7%. “As vendas de automóveis novos continuam sob pressão, mas as vendas de automóveis usados estão a níveis mais elevados”, uma tendência que fez subir os preços destas unidades e contribuiu positivamente para o resultado final da Toyota, apesar do declínio na produção, disse o diretor financeiro da empresa, Kenta Kon, na apresentação do relatório. Até agora, o fabricante japonês tem cortado repetidamente a produção global e salientou continuar a ter em conta os fatores de risco como a imprevisibilidade do fornecimento, o custo das matérias-primas e a pandemia da covid-19.
Hoje Macau China / ÁsiaSingapura vai executar preso com dificuldades intelectuais por tráfico de droga As autoridades de Singapura planeiam executar, na próxima semana, um preso com dificuldades intelectuais por ter entrado no país com uma pequena quantidade de droga, denunciaram hoje organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos. O malaio Nagaenthran Dharmalingam foi preso, em abril de 2009, com 42,72 gramas de heroína encontrados durante um controlo fronteiriço. Um ano mais tarde foi condenado à morte por um tribunal da cidade-Estado. Durante o processo judicial, a avaliação psicológica determinou que o acusado sofre de problemas mentais e dificuldades intelectuais, afirmou a organização não-governamental (ONG) International Federation for Human Rights (FIDH). “O desrespeito pelos direitos humanos e pelas normas internacionais no caso de Dharmalingam é agravado pelo tratamento cruel em relação à família. Depois de o terem mantido no corredor da morte durante mais de uma década, apressam-se agora a executá-lo e tornam quase impossíveis visitas da família”, disse o secretário-geral da FIDH, Adilur Rahman Khan. Os representantes legais do réu interpuseram um recurso ao Supremo Tribunal da cidade-Estado, que será analisado na segunda-feira, para tentar impedir a execução agendada para quarta-feira, na prisão de Changi. Numa carta enviada na quarta-feira ao Presidente de Singapura, Halimah Yacob, a ONG de defesa dos direitos humanos, Amnistia Internacional (AI), pediu uma intervenção imediata para impedir a execução do malaio, uma vez que podiam acontecer “múltiplas violações das leis internacionais sobre direitos humanos”. A AI sublinhou que as dificuldades intelectuais do preso, também demonstradas em análises posteriores em 2013, 2016 e 2017, “podem ter afetado a sua capacidade de avaliar os riscos e o seu relato das circunstâncias do crime”. As autoridades malaias estão também a tentar mediar para tentar anular a execução da pena de morte. O Ministro dos Negócios Estrangeiros malaio, Saifuddin Abdullah, disse na quarta-feira ter enviado uma carta à homóloga de Singapura, Vivian Balakrishnan, para discutir o caso do cidadão malaio, e acrescentou que as autoridades malaias estão a acompanhar o progresso, além de prestarem assistência consular ao réu e à família. Em 2019, Singapura realizou a última execução registada, por enforcamento, de quatro presos, dois dos quais eram toxicodependentes, de acordo com a FIDH. Singapura e Malásia, que também aplica a pena de morte, defendem que a pena capital é uma medida dissuasora contra o tráfico de droga, homicídios e outros crimes, sendo alvo de críticas de organizações de defesa dos direitos humanos.
Hoje Macau China / ÁsiaMaior siderurgia de Pequim convertida em parque ilustra ambições climáticas da China Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa Ni Yaosheng lembra-se quando a fuligem da antiga fábrica siderúrgica Shougang cobria os parapeitos das janelas de sua casa, situada na zona ocidental de Pequim. “Formava-se uma camada espessa de cinzas”, descreveu à agência Lusa. “Após o encerramento da fábrica, o ar melhorou e voltámos a ver o azul do céu”, disse. O imponente conjunto de fornalhas e chaminés continuou a dominar a paisagem no extremo oeste de Pequim, mas agora os cinzas metálicos e claros do outono na capital chinesa surgem envolvidos pelos tons alaranjados e avermelhados do arvoredo. A transformação ilustra a ambição da China em melhorar a qualidade do ar, em detrimento de um modelo económico assente em indústrias pesadas e um setor energético dependente de combustíveis fósseis. No entanto, a liderança chinesa enfrenta vários desafios na busca pela sustentabilidade. Nas últimas semanas, o país asiático enfrentou cortes de energia que obrigaram ao racionamento em várias províncias importantes. “Eu estou na China desde o início dos anos 1980 e esta é, de longe, a maior crise [energética] que eu já vi”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Comércio da União Europeia no país, Joerg Wuttke. “E veio para ficar, pelo menos, até à primavera do próximo ano”, previu. Entre os motivos para a crise energética estão os limites na produção de carvão impostos pelos “objetivos para o clima” e a existência de um preço regulado da eletricidade. “Quando o preço do carvão e de outros combustíveis sobe, não é possível para as empresas geradoras passar os custos para o preço final da eletricidade”, explicou à Lusa Renato Roldão, especialista português em alterações climáticas a viver em Pequim desde 2008, e atual vice-presidente da consultora norte-americana Inner City Fund (ICF) para a China e Europa. “Isto torna a produção de energia economicamente inviável, pelo que algumas centrais passaram a operar a 50% da sua capacidade”, notou. No caso da China, a reforma passa por liberalizar os preços da eletricidade para as indústrias, pondo fim aos limites impostos pelos reguladores, e acrescentar custos consoante as emissões de carbono da fonte utilizada na geração de energia, defendeu Roldão. A China é o maior emissor mundial de gases poluentes. Quase dois terços da energia consumida no país assentam na queima do carvão. O Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou, em setembro passado, na Assembleia das Nações Unidas, os compromissos chineses para o clima: neutralidade carbónica “antes de 2060” e atingir o pico das emissões “antes de 2030”. Face à crise energética, o Governo chinês anunciou ainda uma desregulação parcial dos preços da eletricidade vendida aos fabricantes. “Isto constitui uma boa oportunidade”, notou Roldão. “Se os combustíveis fósseis refletirem integralmente os seus custos, as renováveis passam a ser mais competitivas, devido à redução dramática dos custos da tecnologia para geração de energia solar e eólica e com o armazenamento da energia. Estas tecnologias estão a tornar-se cada vez mais competitivas, mesmo sem subsídios”, apontou. No fim de semana, as ruas da antiga siderurgia de Shougang, outrora com milhares de trabalhadores, enchem-se de crianças. Casais namoram nos bancos de jardim. Os escritórios foram convertidos em galerias, museus e incubadoras para ‘start-ups’. “A fuligem desapareceu das nossas casas”, observou Ni.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China detecta 109 casos nas últimas 24 horas A China detectou 109 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, 93 por contágio local e os restantes oriundos do estrangeiro, anunciaram hoje as autoridades de saúde do país. Os 93 casos locais foram detetados nos municípios de Pequim (nove) e Chongqing (quatro) e nas regiões autónomas da Mongólia Interior (seis) e Ningxia (dois) e nas províncias de Heilongjiang (35), Gansu (14), Hebei (14), Jiangxi (dois), Sichuan (um), Yunnan (dois) e Qinghai (quatro). Os restantes 16 casos foram diagnosticados em viajantes provenientes do estrangeiro, nos municípios de Xangai (leste) e nas províncias de Guangdong (sudeste), Yunnan (sul), Liaoning (nordeste), Zhejiang (leste), Shandong (leste), Guangxi (sul) e Sichuan (sul). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos ativos é de 1000, entre os quais 37 graves. Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 97.423 casos da doença e 4.636 mortos.