SAFP | Consulta de cadernos eleitorais até dia 23

Os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) vão permitir a consulta dos cadernos de recenseamento eleitoral por um período de dez dias, a partir de hoje e até ao dia 23 de Janeiro, ficando disponíveis no balcão de atendimento do SAFP.

No decurso do prazo de exposição dos cadernos de recenseamento eleitoral, os eleitores podem reclamar, por escrito, junto do SAFP, dos dados constantes nos cadernos de recenseamento, com fundamento em erro ou omissão.

Até ao final de Dezembro do ano passado estavam recenseadas em Macau 333.391 pessoas singulares e 783 pessoas colectivas, ou seja, associações.

AL | Dia aberto no sábado

A Assembleia Legislativa vai estar aberta ao público no próximo sábado, entre as 10:00 e as 18:00, de acordo com um comunicado divulgado ontem. Os interessados poderão visitar o hemiciclo e ser recebidos por alguns deputados, que estarão disponíveis para trocar ideias com os visitantes.

Além disso, haverá uma exposição fotográfica sobre as actividades da Assembleia Legislativa, assim como actuações de alunos da Escola de Música do Conservatório de Macau.

O comunicado da AL promete ainda “várias tendas de jogos”. Será também montado um quiosque postal, onde podem ser adquiridos Envelopes Comemorativos do Dia de Abertura do Edifício da Assembleia Legislativa ao Público.

Neste dia, a Assembleia Legislativa disponibiliza shuttle buses gratuitos, de 30 em 30 minutos, entre o Hotel Sintra e o Edifício da Assembleia Legislativa. O primeiro shuttle bus parte do Hotel Sintra às 10:00 e o último sai do Edifício da Assembleia Legislativa às 18:30.

Economia | Pedidas medidas de apoio para residentes e PME

O deputado quer que o Governo explique como vai assegurar as condições de sobrevivência das PME após o fim da política governamental que permitia adiar o pagamento dos empréstimos recebidos durante a pandemia da covid-19

 

O deputado Leong Sun Iok pretende que o Governo apresente medidas para auxiliar os residentes e as pequenas e médias empresas (PME) a fazerem frente aos empréstimos que estão por pagar. O assunto foi abordado numa interpelação escrita, divulgada no portal da Assembleia Legislativa.

Num documento em que aborda o recente pedido do novo Executivo à banca para que continue a prolongar as medidas que permitem aos residentes e as PME endividados apenas pagar os juros, enquanto adiam a devolução do dinheiro emprestado, o deputado pede esclarecimentos sobre o que tem sido feito para ajudar estes residentes.

“Qual é o ponto da situação sobre a devolução dos empréstimos dos residentes e das pequenas e médias empresas?”, pergunta o deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau. “Será que o Governo está a acompanhar a situação dos residentes e das empresas e tem formulado políticas de apoio? Como se garante que os residentes e as empresas estão preparados para a transição pós-empréstimos, de forma a contribuírem para a economia local?”, questiona.

Os pedidos do novo Governo foram deixados depois de ter chegado ao fim o programa promovido pelo Executivo, para garantir que as pequenas e médias empresas não tinham ainda de pagar os empréstimos recebidos durante a covid-19 e a grave crise económica que se seguiu.

Apoiar o consumo

Na interpelação, Leong alerta também que a recuperação da economia está a decorrer de uma forma desigual. De acordo com o relato do deputando, enquanto os negócios nas zonas turísticas recebem mais clientes, os proprietários de restaurantes nas zonas comunitárias lutam para sobreviver, sem perspectivas de mais receitas.

“Os residentes têm-me dito que, embora a economia esteja a recuperar gradualmente, ainda vai demorar algum tempo até que os rendimentos pessoais estejam recuperados. Confrontadas com os menores rendimentos e o fim da política de pagamento de apenas juros, as famílias estão actualmente sob grande pressão financeira”, descreveu o legislador.

Por outro lado, o deputado quer saber se vai haver mais medidas de apoio ao consumo interno, como o Grande Prémio do Consumo, um evento que fazia sorteios de cupões de desconto pelos residentes, quando estes consumiam no comércio local. Os cupões apenas podiam ser utilizados no fim-de-semana seguinte, de forma a evitar que o consumo dos residentes se realizasse no Interior.

“A fim de alcançar um desenvolvimento económico estável a longo prazo, recomenda-se que os departamentos competentes formulem políticas de estímulo à procura interna mais abrangente, incluindo a introdução de políticas de emprego e de formação profissional mais pró-activas, a realização de um bom trabalho de revitalização dos bairros antigos, maior atracção de turistas, reforço das pequenas e médias empresas”, defendeu Leong.

Óbito | Morreu Sam Moore, voz sobrevivente do duo “soul” Sam & Dave

Sam Moore, cantor sobrevivente da dupla Sam & Dave que marcou a música soul nos anos 1960, morreu na sexta-feira, aos 89 anos, em Coral Gables, Florida, anunciou a família, citada pelo The New York Times. Segundo a mulher e agente do músico, Joyce Moore, a voz que marcou sucessos como “Soul Man” e “Hold On, I’m Comin’” morreu na sequência de uma cirurgia.

Sam Moore nasceu em 12 de Outubro de 1935, em Miami, e começou a cantar na igreja, ainda menino. O seu percurso profissional remonta à década de 1950, com as primeiras actuações em clubes de soul e ‘rhythm’n blues’, à semelhança de Dave Prater (1937-1988), mas os dois cantores só se conheceram em 1961, no clube King of Hearts, na cidade natal de Moore, numa noite aberta a músicos em início de carreira.

O New York Times recordou, na edição de domingo, que Sam & Dave acabaram juntos por acaso, a partir do momento em que Moore se juntou a Prater em palco, quando este se esqueceu da letra de uma canção. “A ligação da dupla ao público aconteceu de imediato”, escreve o jornal norte-americano.

A partir desse momento, as actuações ao vivo de Sam & Dave ganharam público e fama. “Eram tão agitados e ousados”, que ficaram conhecidos pela Dupla Dinamite. Segundo o New York Times, “até um artista carismático como Otis Redding hesitava em actuar depois deles, por temer ser ofuscado”.

O início do êxito

Sam Moore, tenor, e Dave Prater, barítono, foram então contratados pela Stax Records, sediada em Memphis, Tennessee, juntando-se ao lote das maiores estrelas da editora. De cada concerto faziam “um espectáculo frenético”, como recorda a agência Associated Press, e gravaram alguns dos êxitos mais duradouros da música soul, como “You Don’t Know Like I Know” e “When Something is Wrong With My Baby”.

A maioria das suas canções foi escrita e produzida por Isaac Hayes e David Porter e contou com a participação dos músicos da Stax, como o guitarrista Steve Cropper, ‘imortalizado’ por uma gravação ao vivo do êxito “Soul Man”, quando Sam & Dave gritaram “Play, Steve”.

O duo Sam & Dave terminou em 1970, e a separação foi seguida de alguns conflitos entre ambos, sobretudo quando Prater tentou, sem sucesso, relançar um New Sam & Dave, com outro cantor. A dupla original impôs-se, no entanto, com o regresso de “Soul Man” às tabelas de vendas no final da década, quando John Belushi e Dan Aykroyd retomaram a canção no filme “Blues Brothers” (“O Dueto da Corda”), de John Landis.

Nas décadas seguintes, Sam Moore manteve-se ligado ao meio musical, tendo trabalhado com Bruce Springsteen, que considerava um dos seus amigos mais próximos. Atuaram juntos e partilharam o tema “Real World”.

Springsteen foi um dos primeiros a reagir à morte de Sam Moore: “Na E Street, estamos de coração partido ao saber da morte de uma das maiores vozes da soul dos Estados Unidos”. Músicos como Al Green, Billy Joel, Elvis Costello, Michael Jackson, Phil Collins, Steve Winwood e Tom Petty confessaram ter a dupla Sam & Dave por referência, ao longo das suas carreiras.

Em 1993, Moore esteve entre vários artistas que apresentaram acções judiciais contra as grandes editoras, alegando que tinham sido enganados quanto aos direitos. O músico disse então à Associated Press que se juntou à iniciativa depois de saber que, apesar de os seus discos venderem milhões, a sua pensão se limitava a um total de 2.285 dólares, que podia receber de uma só vez ou em prestações de 73 dólares mensais.

“Dois mil dólares pela minha vida?”, interrogou-se então. “Se [a indústria musical] está a lucrar comigo, que partilhe um pouco também. Não me dê côdeas a dizer que são biscoitos.”

Música | “Concerto de Amor em Seul” para ver e ouvir em Fevereiro

No mês mais romântico do ano, e logo a seguir ao Dia dos Namorados, apresenta-se no Venetian Theatre o “Concerto de Amor em Seul”, com músicos vindos da Coreia do Sul que vão actuar na RAEM ao lado da Orquestra de Macau. Trata-se de um concerto integrado na temporada de espectáculos da Orquestra para o ano de 2024/2025

 

O amor expressa-se de forma especial em Fevereiro e, a pensar nisso, o Venetian Theatre apresenta a 15 de Fevereiro, a seguir ao Dia dos Namorados, o espectáculo de música clássica “Concerto de Amor em Seul”, em que músicos sul-coreanos sobem ao palco para tocar ao lado da Orquestra de Macau (OM). O espectáculo é promovido pelo Instituto Cultural e pelo Programa de Artes Performativas da Sands China, integrando-se na temporada de concertos da OM para 2025/2025.

A partir das 20h pode ouvir-se a música tocada por três artistas da Coreia do Sul, nomeadamente a flautista Jasmine Choi, a soprano Lee Myung-Joo e o maestro Sunwook Kim, director musical da Orquestra Filarmónica de Gyeonggi, em colaboração com os músicos da OM.

Pretende-se, assim, criar “uma romântica noite de música”, com actuações de Jasmine Choi, que é tida como a “deusa da flauta”, foi aclamada como uma das dez melhores flautistas da história da música pela “Sinfini Magazine”, do Reino Unido. Choi foi também a primeira chefe do naipe flauta de origem coreana da Orquestra Sinfónica da Viena.

Regressos musicais

Esta não é a primeira vez que a “deusa da flauta” actua em Macau, pois já o fez em 2023 e, precisamente, ao lado da OM. Mas para este espectáculo, Jasmine Choi vai também cooperar com a soprano Lee Myung-Joo, sob a batuta do maestro Sunwook Kim, prometendo-se “mais surpresas” para os espectadores.

Além da regência musical, o maestro Sunwook Kim também é mestre de piano. Foi o vencedor mais jovem e o primeiro vencedor asiático do Concurso Internacional de Piano de Leeds do Reino Unido. Foi convidado para actuar como solista de piano com muitas das principais orquestras e passou a ser o director musical da Orquestra Filarmónica de Gyeonggi a partir de 2023.

Enquanto a jovem soprano, Lee Myung-Joo, que actuou já em Macau, desempenhou recentemente a protagonista na ópera “Madame Butterfly” no Teatro da Ópera do Quebeque de Canadá. Os três músicos vão-se reunir em Macau “para interpretar várias peças cheias de amor”, tais como a versão de flauta do “Concerto para Violino dos Amantes Borboleta”, escrito por He Zhanhao e Chen Gang, ficando a promessa de que o público terá “uma noite doce e amorosa” ao som da música, descreve o IC sobre o espectáculo.

O espectáculo “Concerto de Amor em Seul” tem a duração de 1h30, estando os bilhetes já à venda com preços que variam entre as 150 e as 300 patacas.

CLSA | Correctora espera crescimento “modesto” do jogo

A correctora CLSA antecipa um crescimento da indústria do jogo para este ano que define como “modesto”, de acordo com o mais recente relatório sobre a principal indústria de Macau.

De acordo com o documento citado pelo portal GGR Asia, existe a expectativa de que o jogo tenha um crescimento de 4 por cento para 235,76 mil milhões de patacas, ao longo do ano. Apesar da expansão, os analistas Jeffrey Kiang e Leo Pan consideram que é “modesta” e que o ano deve ser “pouco movimentado”. Este crescimento deverá ser motivado, explica a CLSA, pelo aumento do número de visitantes e de jogadores do mercado de massas nos casinos.

No entanto, o cenário é mais animador para 2026, altura em que se espera que a crise no mercado imobiliário no Interior finalmente estabilize. Face a esse cenário, os analistas acreditam que 2026 poderá assistir a um crescimento da indústria do jogo de 10,4 por cento para 260,19 mil milhões de patacas.

“Na nossa opinião, a queda dos preços dos imóveis na China deverá ser um catalisador para a mudança de confiança; a nossa equipa de investigação imobiliária espera que isso aconteça no segundo semestre de 2025”, indicou a correctora.

Além da estabilização do mercado imobiliário, Jeffrey Kiang e Leo Pan justificam as expectativas de um crescimento mais acelerado com a melhoria da confiança dos consumidores no Interior, um dos principais factores na crise actual.

Jogo | Melco prepara-se para investir na Tailândia

A concessionária liderada por Lawrence Ho abriu uma representação na Tailândia e aguarda agora pela aprovação da nova lei do jogo no país do sudeste asiático para decidir se avança para um novo casino

 

A concessionária Melco Resorts & Entertainment, responsável pelos casinos City of Dreams e Studio City, abriu uma representação na Tailândia e está activamente à procura de novas oportunidades de investimento. O cenário foi traçado pelo presidente da empresa, Lawrence Ho Yau Lung, de acordo com o jornal Bangkok Post, durante um evento em que anunciou uma parceria com a Agência de Conteúdos Criativos da Tailândia (THACCA, em inglês).

O jogo em casino não está legalizado na Tailândia, mas estão a decorrer discussões sobre uma proposta de lei para alterar esse cenário. A aprovação do diploma é esperada para o final do ano, mas poderá demorar mais tempo do que o esperado, dado que o Bangkok Post relatou ontem que o Conselho de Estado da Tailândia pode vetar o diploma, por considerar que faltam algumas garantias para proteger a população de alguns efeitos nefastos da legalização dos casinos.

Segundo as declarações citadas pela publicação tailandesa, Lawrence Ho explicou que antes de decidir dar o passo final, a Melco está a aguardar por uma maior clarificação legislativa sobre aspectos como as exigências sobre o tamanho dos hotéis e empreendimentos turísticos onde vão ficar situados os casinos. Só após esta definição é possível estudar possíveis orçamentos e a viabilidade dos investimentos.

O milionário de Macau terá ainda indicado como cidades consideradas interessantes para um projecto de jogo a capital Bangkok ou Phuket.

Abrir as asas

O interesse da Melco Resorts & Entertainment junta-se ao de outras concessionárias presentes em Macau, como acontece com a Las Vegas Sands, a MGM China e a Wynn Resorts.

De acordo com o analista Jeffrey Kiang, citado pelo portal GGR Asia, em Dezembro deste ano no Seminário Thai Entertainment Complex, o mercado do jogo em casino na Tailândia pode atingir receitas brutas de 15 mil milhões de dólares americanos, o equivalente a 120 mil milhões de patacas.

Actualmente, a Melco Resorts & Entertainment é responsável pela operação de casinos em Macau, mas também nas Filipinas, onde explora o empreendimento City of Dreams Manila, e no Chipre, onde opera o City of Dreams Mediterranean. Além disso, em meados deste ano deve também começar a explorar um casino no Sri Lanka.

HK | 28 vítimas de tráfico humano

As autoridades de Hong Kong disseram ontem que pelo menos 28 residentes foram vítimas de tráfico humano para centros, no Sudeste Asiático, dedicados à burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet.

Desde o segundo trimestre de 2024, as forças de segurança de Hong Kong receberam 28 pedidos de assistência de residentes “alegando estarem detidos em países do Sudeste Asiático e impedidos de partir”.

O Gabinete para a Segurança disse que 16 já conseguiram regressar a Hong Kong, enquanto os restantes 12 “relataram restrições de movimento, mas estavam ainda em segurança e conseguiram contactar as suas famílias” ou as autoridades.

Num comunicado, o gabinete admitiu que “têm surgido sinais de um ressurgimento” de residentes da região semiautónoma chinesa “atraídos para países do Sudeste Asiático e detidos para se envolverem em trabalho ilegal”.

Uma equipa especial, formada em Agosto de 2022 por elementos da Polícia de Hong Kong e do Departamento de Imigração, viajou ontem para a Tailândia. O objectivo é “trocar informações e solicitar às autoridades competentes que ajudem tanto quanto possível no resgate dos requerentes de assistência”, referiu o comunicado.

Malária | Macau regista caso importado

O território registou o primeiro caso de malária importado deste ano, de acordo com a informação dos Serviços de Saúde (SS). Trata-se de um trabalhador não-residente com 49 anos que chegou a Macau há cerca de três meses proveniente de África.

“No dia 8 de Janeiro, apresentou sintomas de calafrios, urina frequente com cor de chá, tendo o doente recorrido por iniciativa própria ao Hospital Kiang Wu. As amostras de sangue revelaram a presença de protozoários do género plasmodium em forma de anel, o sujeito foi diagnosticado com malária, e o seu estado clínico é considerado normal”, revelaram os SS.

“De acordo com a história de viagem, o período de aparecimento de sintomas e os resultados do teste laboratorial, este caso é classificado como caso importado, sendo este o 1.º caso da malária registado em Macau no corrente ano”, foi acrescentado.

Gripe | Homem de 86 anos em estado grave

Um homem com 86 anos está a lutar pela vida, depois de ter sido infectado com gripe. O caso foi adiantado pelos Serviços de Saúde (SS), através de um comunicado publicado na sexta-feira. O idoso, com historial de doenças crónicas e acamado, tinha sido vacinado contra a gripe.

Os primeiros sintomas da doença foram desenvolvidos a 15 de Dezembro de acordo com os SS, tendo o homem sido tratado pelo médico do lar onde reside. No entanto, os sintomas agravaram-se a 9 de Janeiro, quando apresentou falta de ar, o que fez com que fosse tratado no Hospital Kiang Wu e diagnosticado com gripe A complicada por pneumonia.

Contudo, logo nesse dia, a situação agravou-se e o homem acabou transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos, onde foi ligado a um ventilador. Está em estado considerado “crítico”.

Burlas | PJ alerta para ofertas de emprego suspeitas

Após o actor chinês Wang Xing ter sido sequestrado na Tailândia e obrigado a trabalhar para uma rede de burlas no Myanmar, a PJ emitiu um novo comunicado a alertar os residentes para ofertas de emprego suspeitas

 

A Polícia Judiciária (PJ) alertou os residentes para se manterem atentos e não confiaram em propostas de emprego originárias de alguns países estrangeiros. O comunicado da PJ surge numa altura em que o problema dos cidadãos chineses raptados na Tailândia e transportados para o Myanmar, onde são obrigados a participar em burlas informáticas, volta a estar na ordem do dia, devido ao caso do actor chinês Wang Xing, que foi raptado e só acabou libertado, depois de uma campanha online da namorada.

O aviso surge igualmente na sequência de um caso local, em que a PJ afirma ter actuado a tempo de evitar que um residente fosse atraído com uma proposta falsa de emprego para o estrangeiro, onde seria explorado num centro de burlas.

Segundo as autoridades, a PJ foi contactada por um residente que se mostrou preocupado com uma oferta de emprego recebida por um amigo. O residente explicou às autoridades que a proposta aparentava todos os elementos da prática de rapto e que caso o amigo viajasse para o estrangeiro seria raptado e escravizado num centro de burlas. Como não era capaz de convencer o amigo a recusar o “convite” de trabalho, o residente pediu auxílio à polícia. “A Polícia Judiciária interveio de imediato na investigação e acabou por ajudar a vítima a reconhecer a burla, dissuadindo-a do seu plano de ir para o estrangeiro em tempo útil”, foi revelado pela força policial, que não divulgou o país da oferta de emprego.

A PJ indicou ainda que entre Setembro e Dezembro foram identificados cinco casos de residentes obrigados a trabalhar em centros de burlas, depois de terem sido atraídos com ofertas falsas de emprego. Entre estes, quatro residentes foram obrigados a trabalhar em esquemas de burla em Taiwan, onde acabaram detidos pela polícia local, e no quinto caso o centro de burlas ficava no Camboja, embora o residente tenha conseguido fugir e regressar à RAEM.

No comunicado das autoridades, os residentes são aconselhados a desconfiarem de propostas de emprego que implicam deslocações ao estrangeiro e que prometem salários elevados, para posições em que não são necessárias qualificações.

Wan Kuok Koi mencionado

Nos últimos dias, tem crescido o número de denúncias sobre cidadãos chineses que foram convencidos a deslocarem-se à Tailândia com ofertas de emprego e acabaram raptados no Myanmar e escravizados.

Segundo a BBC, o caso do actor Wang Xing serviu como catalisador para o surgimento de várias denúncias de famílias do Interior desesperadas, que apelam às autoridades chinesas que actuem junto dos governos da Tailândia e Myanmar, para que os seus familiares sejam libertados.

A existência de parques industriais utilizados como centros de burlas informáticas no Myanmar é conhecida e tem sido noticiada frequentemente.

De acordo com os artigos pulicados pela emissora alemã DW e, mais recentemente, pelo jornal Wall Street Journal, Wan Kuok Koi, residente de Macau conhecido como Dente Partido, é um dos responsáveis por um dos centros de burlas no Parque KK, situado entre na fronteira do Myanmar junto à Tailândia.

Também nos últimos dias, a conta de Wan Kuok Koi na rede social Douyin, o Tiktok do Interior, foi bloqueada, ao mesmo tempo que o agora empresário soma acusações online de contribuir para o rapto de cidadãos chineses. Uma destas acusações, partiu do influencer Zhao Haibo, que faz vídeos sobre a prevenção de burlas e que no passado esteve ele mesmo sob suspeita de cometer burlas.

Ratos | Ron Lam pede medidas para travar infestação

O deputado Ron Lam U Tou interpelou o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) sobre as medidas em vigor para combater os focos de infestação de ratos no território, questionando se é feita uma cooperação com os comerciantes nesse sentido.

Ron Lam recordou palavras das autoridades que prometeram o recurso a novas tecnologias para combater as infestações de ratos, questionando qual o progresso dessa medida, desejando que o IAM apresente resultados efectivos das medidas de combate aos ratos e se a situação piorou face aos anos anteriores, tendo em conta as queixas dos residentes.

Ron Lam destacou o exemplo das autoridades de Hong Kong que, com regularidade, publicam dados estatísticos sobre o trabalho de desinfestação e eliminação de ratos, para conhecimento do público e possibilidade de apresentação de sugestões.

RV | Questionado combate a novos tipos de burla

O deputado Leong Sun Iok questionou o Governo, através de uma interpelação escrita, sobre os novos crimes de burla ocorridos com recurso à realidade virtual.

“Segundo as afirmações do Secretário para a Segurança na Assembleia Legislativa, as imagens com troca de rosto não constituem um crime novo, sendo que em Macau não se registou qualquer crime envolvendo vídeos sintetizados com esta tecnologia, além de que a investigação da extorsão com imagens íntimas em que os rostos são trocados é difícil”, lembrou o deputado.

Leong Sun Iok defende ser necessário “o reforço da divulgação na sociedade para a população tomar conhecimento deste tipo de burla”, questionando “de que medidas dispõe o Governo para enfrentar e investigar este novo tipo de burla”. Para o deputado, “as fotografias ou vídeos sintetizados através da inteligência artificial constituem uma grande ameaça para os cidadãos”.

CCCM | Renovada comissão da actual presidente

Carmen Amado Mendes, que tem desempenhado o cargo de presidente do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), vai continuar mais cinco anos à frente da entidade, noticiou a TDM Rádio Macau, que disse ter acesso ao despacho de nomeação assinado pelo ministro português Fernando Alexandre.

As justificações para a continuação da académica à frente do CCCM prendem-se com os resultados obtidos e por terem sido superados os objectivos definidos para o primeiro mandato. Desta forma, a nova comissão começa no dia 17 de Fevereiro e termina em 2030. Carmen Amado Mendes é presidente do CCCM desde Fevereiro de 2020.

Folclore | Consulta apoia dança portuguesa como património

Além da classificação da dança folclórica portuguesa, os resultados da consulta pública mostram o apoio pela integração na Lista do Património Cultural Intangível o pastel de nata

 

O Instituto Cultural (IC) indicou que os residentes presentes numa sessão de consulta pública apoiaram a inscrição de 12 manifestações, incluindo a dança folclórica portuguesa, na Lista do Património Cultural Intangível de Macau.

Num comunicado divulgado na sexta–feira à noite, o IC disse que os cidadãos que participaram na sessão de 7 de Dezembro “concordaram, de um modo geral, com a escolha das manifestações recomendadas para inscrição” na lista. Os residentes prestaram “especial atenção ao trabalho de salvaguarda e divulgação que se seguirá após a inscrição das referidas manifestações na lista e às respectivas medidas de apoio”, acrescentou o IC.

A sessão aberta fez parte de uma consulta, “para efeitos de auscultação da opinião pública”, que começou a 4 de Dezembro e durou 30 dias, terminando em 2 de Janeiro. Durante o mesmo período, o IC também realizou uma outra consulta, sobre “400 peças/conjuntos de bens culturais móveis do espólio do Museu de Macau” a serem classificados para protecção.

O instituto afirmou que recolheu mais de mil “valiosas opiniões de todos os sectores da sociedade” relativas às duas consultas, “graças à participação activa por parte da população”. O ICM prometeu, “tão breve quanto possível, concluir os trabalhos de compilação e avaliação das opiniões recolhidas e, posteriormente, (…) proceder à publicação dos respectivos relatórios finais”.

Em Novembro, a líder de um grupo de dança folclórica portuguesa disse à Lusa que a possível listagem como património cultural intangível de Macau pode ajudar a preservar a cultura de matriz lusa na região chinesa.

“Temos sempre de lutar bastante para manter o mínimo da cultura portuguesa que ainda está viva em Macau, não é fácil”, disse a presidente da Associação de Danças e Cantares Portugueses ‘Macau no Coração’.

“É muito boa essa iniciativa e se [a dança folclórica portuguesa] entrar realmente na lista era óptimo para a nossa cultura”, defendeu a macaense Ana Manhão Sou. Manhão Sou disse estar confiante de que os residentes de Macau já encaram a dança folclórica portuguesa não como algo estrangeiro, mas sim como parte integrante da cultura do território.

Reconhecimento devido

Além da dança folclórica portuguesa, estão na lista de 12 novas manifestações recomendadas para inscrição os pastéis de nata de Macau, inventados por um britânico radicado na cidade, Andrew Stow, a partir do pastel português.

Em 2019, Macau já tinha inscrito como património cultural intangível as procissões católicas do Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos e de Nossa Senhora de Fátima, a gastronomia macaense e o teatro em patuá, o dialeto crioulo da comunidade.

Em 2021, a gastronomia macaense e o teatro em patuá foram também incluídos pela China na Lista de Património Cultural Imaterial Nacional.

Obras Públicas | Raymond Tam quer secretaria a estudar discursos de Xia Baolong

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, garantiu ir estudar as palavras de Xia Baolong, director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, sobre os discursos de Xi Jinping, aquando da sua passagem por Macau, em Dezembro.

De acordo com um comunicado oficial, Raymond Tam vai “em conjunto com a equipa da área dos Transportes e Obras Públicas, analisar profundamente o discurso do Director Xia, empenhando-se na coragem em reformar e inovar, e aproveitando as vantagens inerentes ao princípio ‘um País, dois sistemas’ para se integrar activamente na conjuntura do desenvolvimento nacional”.

Tam terá ainda destacado “as vantagens e as oportunidades concedidas pelo Governo Central a Macau para o seu desenvolvimento” e considerado que “constituem um alicerce fundamental para o desenvolvimento sustentável de Macau a longo prazo”.

O dirigente prometeu também “estabelecer uma equipa patriótica e eficiente”, que vai trabalhar “na optimização dos serviços e instalações para o bem-estar da população”, e “reforçar a cooperação interdepartamental para construir, com acções concretas, um Macau melhor”.

Cooperação | O Lam defende laços com universidades lusófonas

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura quer tornar Macau “num local de concentração de quadros qualificados no mundo” e “aproveitar plenamente a mistura única das culturas oriental e ocidental”

Foto: Macau Post Daily

 

A nova secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, prometeu reforçar a cooperação com as universidades lusófonas.

A dirigente defendeu a necessidade de “expandir o ‘círculo de amizades’ a nível internacional através de laços estreitos com as instituições de ensino superior dos países de língua portuguesa e dos países ao longo de ‘Uma Faixa, Uma Rota'”.

A iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” é o enorme programa estratégico de infra-estruturas internacionais lançado pelo líder chinês Xi Jinping em 2013.

Num comunicado, O Lam garantiu que irá “continuar a promover a internacionalização do ensino superior de Macau, aprofundar as reformas, inovar os mecanismos e melhorar a qualidade do ensino superior”.

A secretária afirmou querer “tornar Macau num local de concentração de quadros qualificados no mundo”, dando como exemplo os quatro laboratórios de referência do Estado chinês. Por outro lado, O Lam sublinhou ainda a necessidade de “envidar esforços para transformar Macau num ponto de ligação relevante de alto nível do país na abertura ao exterior”.

A secretária apontou como objectivo “aproveitar plenamente a mistura única das culturas oriental e ocidental (…), tornando Macau uma porta importante para o intercâmbio e a compreensão mútua entre as civilizações chinesa e ocidentais”.

Os comentários de O Lam surgiram em resposta a um discurso do director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, num seminário realizado em Pequim na quinta–feira. Xia defendeu a necessidade de “aproveitar ao máximo (…) a função de Macau enquanto elo na cooperação com os países de língua portuguesa”, para reforçar a abertura da China ao exterior.

Ligação lusófona

Em 20 de Dezembro, depois de tomar posse, em declarações aos jornalistas, sem direito a perguntas, O Lam defendeu a necessidade de “aproveitar melhor as vantagens da mistura de culturas ocidental e oriental” para construir em Macau “um local de agregação de quadros qualificados”.

Horas antes, Xi Jinping disse ao novo Governo de Macau que a região deve “continuar a cooperar em todos os aspectos com os países de língua portuguesa”. Num discurso, Xi sublinhou que Macau é “o único local do mundo que tem como línguas oficiais o português e o chinês” e defendeu que a cidade tem de aproveitar “a sua singularidade” para desempenhar “o papel de plataforma entre a China” e os países lusófonos.

O território tem “desempenhado um papel muito importante ao longo da história” da China, como “uma janela para o exterior”, “aproveitando a sua vantagem única de ser a mistura de diferentes culturas”, disse o líder chinês.

Mas Xi sublinhou que Macau precisa de “uma atitude mais tolerante, mais aberta, de estabelecer mais laços de cooperação com o exterior”, para ter “o seu lugar no palco internacional”.

Tóquio | Estudante detida por ferir oito pessoas com um martelo

Uma estudante de 22 anos foi detida depois de ter atacado com um martelo oito estudantes num campus universitário nos arredores de Tóquio, disseram sábado as autoridades locais.

A jovem, uma cidadã sul-coreana identificada como Yoo Ju-hyeon, foi detida depois de ter atacado colegas durante uma aula no Campus Tama da Universidade Hosei, em Machida, a oeste de Tóquio, na sexta–feira.

A polícia foi chamada após receber uma chamada dos funcionários, que conseguiram conter a agressora após o incidente, quando esta ameaçava agredir outros alunos nas instalações da universidade. A estudante disse à polícia que o motivo do ataque foi o facto de estar frustrada por se sentir ignorada e assediada pelos colegas de turma, avançaram os meios de comunicação japoneses.

Os oito alunos atacados sofreram ferimentos ligeiros e nenhum dos feridos perdeu a consciência, disse a televisão pública japonesa NHK. Imagens ao vivo transmitidas pela NHK mostraram uma longa fila de veículos de emergência e ambulâncias a seguir para o campus universitário no distrito de Machida.

Seul | Caixas negras não registaram minutos antes de acidente aéreo

As duas caixas negras do avião que se despenhou a 29 de Dezembro pararam de gravar quatro minutos antes do acidente que matou 179 pessoas, informou sábado o Ministério dos Transportes sul-coreano.

“A análise revelou que o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo não estavam a gravar durante os quatro minutos que antecederam a colisão da aeronave” com o muro que se encontrava no final da pista do aeroporto de Muan, no sul do país, e fez com que o Boeing da Jeju Air explodisse em chamas, disse o ministério, em comunicado.

As autoridades planeiam “investigar a causa da perda de dados”, refere o comunicado, enquanto investigações conjuntas entre especialistas sul-coreanos e norte-americanos, incluindo da fabricante aeronáutica Boeing, foram iniciadas após a tragédia.

Na terça-feira, as autoridades sul-coreanas lançaram um plano de revisão do perímetro dos aeroportos após o pior acidente aéreo da sua história. O acidente levou as autoridades a rever as estruturas de cimento que foram concebidas para alojar os localizadores que servem para orientar os pilotos e facilitar o alinhamento com a pista.

O ministro dos Transportes, Park Sang-woo, indicou que estas paredes serão modificadas independentemente de cumprirem ou não a regulamentação em vigor. “Vamos melhorá-las de uma forma que aumente a segurança”, referiu o governante, sem dar mais detalhes, segundo a imprensa local.

O anúncio ocorre depois de o Governo sul-coreano ter apelado à melhoria da segurança aérea. Desde que a polícia começou a avaliar o aeroporto de Muan para recolher dados e provas, vários especialistas questionaram o desenho da infraestrutura, especialmente no que diz respeito ao muro.

Cortes à vista

A companhia aérea sul-coreana Jeju Air anunciou na terça-feira que vai reduzir as operações. Após o acidente, a companhia aérea de baixo custo já tinha anunciado planos para reduzir os serviços entre 10 e 15 por cento, de forma a reforçar as operações de manutenção de aeronaves.

Embora o plano ainda não esteja finalizado, a Jeju Air disse que irá cancelar todos os 78 voos previstos de 22 a 30 de Março entre Gimhae, o aeroporto que serve Busan, no sudeste da Coreia do Sul, e Clark, nas Filipinas.

A empresa cancelou também outros 110 entre Gimhae e Kaoshiung, em Taiwan, de 03 de Fevereiro a 29 de Março. Também na terça-feira, os dois principais partidos sul-coreanos anunciaram a criação de uma comissão parlamentar conjunta para investigar o acidente, apesar das divisões políticas.

“O Partido do Poder Popular [PPP, no poder] e o Partido Democrático [na oposição] decidiram criar uma comissão especial” para investigar a tragédia e prestar assistência aos familiares, afirmou o PPP.

Num comunicado, o PPP revelou que a comissão irá incluir sete deputados de cada um dos dois movimentos e um último membro não pertencente a nenhum dos partidos.

Uma iluminação dada a Macau

Por Chan Hin Chi

Foi realizado no passado dia 9 do corrente mês em Pequim um seminário, presidido pelo Director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado da República Popular da China, Xia Baolong, para estudar profundamente o espírito do discurso proferido pelo Presidente da RPC, Xi Jinping, durante a sua visita a Região Administrativa Especial de Macau em homenagem da celebração do 25º aniversário da RAEM. Estiveram também presentes os chefes de Executivo, os Secretários e as individualidades sociais importantes da RAEM e da RAEHK por via online. O Director Xia partilhou com todos os convidados algumas compreensões suas sobre o importante discurso do Presidente Chinês, que incluem o seguinte essencial:

Com o retrospectiva do passado de Macau, verifica-se enorme mudança em Macau graças ao brilhante sucesso na concretização de “Um país, dois sistemas”, o que evidencia, como prova, ao mundo, a vitalidade da política “um País, dois sistemas”;

O discurso importante do Presidente Xi foi proferido com base da visão cronologicamente abrangente, com menção expressiva dos valores contidos na política “um País, dois sistemas” – paz, inclusividade, abertura e partilha respectivamente, destacando-se significamente os sentidos histórico e mundial da referida política;

No discurso importante do Presidente Xi procede-se a uma penetração histórica, encadeando-se o passado, a actualidade e o futuro, revelando-se profundamente as regras de pôr em prática a política “Um país, dois sistemas” e criando-se uma visão inovadora sobre a política “um país, dois sistemas” para a nova era;

O discurso importante do mesmo presidente, com a sua visita a Hengqin, deu orientações sobre o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada de Hengqin, as quais têm enorme significado orientador e enriquecerá, com certeza, duma maneira constante, a prática inovadora no âmbito de prossecução da política “um país, dois sistemas”;

O mesmo discurso reporta-se expressamente às missões importantes na prática da política “Um país, dois sistemas” da nova era, em que se deseja, sinceramente, o bom aproveitamento pelo Governo da RAEM das oportunidades para proceder, dum modo determinante, à reforma e para agir com o sentido de alta responsabilidade, por isso, o discurso serve signficativamente de orientações práticas para abrir uma nova página no domínio do desenvolvimento com alta qualidade das actividades sobre a política “um país, dois sistemas”.

Lidos os referidos 5 pontos que o Director Xia Baolong referiu em relação ao discurso importante do Presidente Xi Jinping, pode-se concluir o seguinte:

A política “um país, dois sistemas” revesta-se da sua singularidade política por se tratar duma política completamente inovadora no universo internacional, em particular para República Popular da China, país que se caracteriza por Estado Soberano, não sendo, de modo algum, nações unidas ou comunidades de nações, nem confederação. Na concepção dogmática, aplica-se, em regra, num Estado soberano um só sistema político, ao invés, a RPC adopta “um país, dois sistemas” em relação às suas duas partes territoriais – Hong Kong e Macau, ao abrigo do artº 31º da sua Constituição, do qual deriva a Lei Básica da RAEHK e a da RAEM. De facto, encontram-se dentro de todo o território da RPC, pelo menos, três sistemas políticos, respectivamente o do interior da China, o da RAEHK e o da RAEM. Foi aberta assim, sem precedentes, uma excepção a nível mundial! Nunca se registou na história mundial o caso deste género antes! É assim aberto novo horizonte por Deng Xiaoping.

Tendo passado, antes do retorno à pátria, por uma decadência económica e situação de segurança do território altamente preocupante, Macau tem-se transformado, ao longo dos 25 anos depois do retorno à pátria, uma região que desempenha o papel de plataforma importante para a cooperação económica e comercial entre a China e os países da língua portuguesa, que marcou desde a criação do Fórum de Macau, o valor total de negócio feito entre a China e os PLP em 220 biliões de dólares americanos, sendo cerca de 20 vezes do valor registado no início da criação do Forum. Segundo o Balanço das Acções do Governo Realizadas no Ano Financeiro de 2024 publicado no Portal do Governo da RAEM em 19 de Novembro de 2024, “a economia de Macau encontra-se numa fase de recuperação firme, tendo sido registados números positivos e seguros em relação aos principais indicadores económicos, alguns deles superiores aos registados em 2019. Até ao fim do terceiro trimestre de 2024, o PIB local situou-se, estimativamente, em 300,97 mil milhões de patacas, registando um crescimento substancial de 11.5% em comparação com o mesmo período do ano anterior… A reserva financeira manteve-se em estado consistente e seguro, apesar de, durante a pandemia, ter sido utilizado um total de 160 mil milhões de patacas para fazer face ao défice financeiro registado durante quatro anos, dos quais, 130 mil milhões de patacas foram destinadas à adopção de medidas para dinamizar a economia e apoiar a população. Em Setembro de 2024, a reserva financeira de Macau cifrou-se, em termos de estimativa preliminar, em cerca de 617 mil milhões de patacas, representando um aumento de 43,5 mil milhões de patacas em relação ao período homólogo de 2019.”

Além disso, superado os impactos do Covid 19, a RAEM conseguiu um PIB sete vezes o nível antes do retorno, e um PIB per capita entre os mais altos do mundo.

Tudo isso revela objectivamente enorme resiliência da RAEM perante as dificuldades sociais graças à política “um país, dois sistemas”, tendo-se aguentado com sucesso e conseguido recuperação apesar de ter sido atacado pela pandemia entre 2020 e 2022.

O facto reflecte que “um país, dois sistemas” é uma boa política que pode seguir a tendência dos tempos e responder às mudanças, preservando os pontos fortes e procurando os outros para beneficiar a região. Por tal, os residentes da RAEM e RAEHK devem ter autoconfiança em boa governação destas regiões por patriotas e por quem respeite a soberania da RPC e a política “um país, dois sistemas”.

Em face ao que foi conseguido, a população da RAEM deve ter também autoconfiança na sua capacidade de gerir a sua sociedade. Para evitar a estagnação de desenvolvimento, o melhor desenvolvimento da RAEM pressupõe o seu posicionamento estratégico e a definição da meta necessariamente a alcançar. O posicionamento envolverá a definição da direcção pela qual a RAEM se caminhará para desenvolver. Com reflexão sobre o passado de Macau, sabe-se que a economia da RAEM desenvolvia muito nos primeiros anos depois da transferência do poder política, mas verifica-se posteriormente bastante vulnerabilidade das actividades do sector de jogo, por exemplo tendo-se muitos jovens dedicado às actividades estreitamente relacionadas com o jogo por causa das remunerações consideráveis, tendo-se encontrado muitos mãos de obra jovens com pouca vontade de aperfeiçoar os seus conhecimento profissionais e académicos, tendo-se notado a prosperidade só aparente na sociedade de Macau e a subida de consumo em geral por haver mais indivíduos dotados dos mais recursos financeiros vindo dos empregos ligados ao jogo, tais como bate-ficha, croupiers…este fenómeno de prosperidade veio finalmente desaparecer por vários factores sociais, sobretudo devido à crise económica internacional e à pandemia do Covid-19, e actualmente, embora passada a pandemia, Macau nunca mais deverá depender economicamente do sector de jogo e tem que se debruçar pela diversificação económica, uma vez que esta é a única saída para crescimento a longo prazo, através da qual, Macau não só poderá desenvolver por si próprio, também poderá tomar “boleia” do desenvolvimento económico do país através da sua integração à Área de Grande Baía e à Ilha de Hengqin.

Os maiores entraves de Macau são a falta de terreno para desenvolvimento e a falta de talentos de alta qualidade. O primeiro poderá ser resolvido com facilidade conforme a publicação pelas Autoridades Centrais da política de definir a Ilha de Henqin para apoiar o desenvolvimento da RAEM, enquanto o segundo irá ser atenuado gradualmente pela adopção das medidas de introdução de talentos qualificados para Macau. Mas o que cabe aos residentes de Macau necessariamente fazer é mudarem os seus pensamentos. Como se sabe, os residentes de Macau são normalmente mais conservadores e prudentes, por tal, se se pretender estimular mais residentes de Macau a deslocar-se a Hengqin para se divertir, estudar, trabalhar ou residir, é aconselhável a tomada de mais medidas eficazes pelas Autoridades da RAEM e de Hengqin, nomeadamente destacar os funcionários públicos jovens para lá trabalhar, criar-lhes condiçoes favoráveis para alojar, comer, fazer exercícos físicos em Hengqin de modo a fazer com que estejam habituados a passar a vida quotidiana em Hengqin, organizar mais visitas de estudantes à zona de cooperação aprofundada de Hengqin para poderem familiazar-se com as facilidades desta zona…tudo isto visa aumentar a presença e a frequência dos jovens locais da RAEM em Hengqin e assim fazer a zona de Hengqin mais movimentada, mais desenvolvida e mais prospera. O mundo será para sempre desenvolvido pelos jovens, e só os jovens são os que podem trazer à Zona de Hengqin um cenário inovador e trazer outros residentes a vir a Hengqin!

Quanto aos valores contidos na política “um País, dois sistemas” – paz, inclusividade, abertura e partilha, entende-se que são também os valores com os quais as Autoridades Centrais da RPC ganham crédito (ou seja, confiança) entre os países da língua portuguesa, entre os países do Médio Oriente e entre os países africanos, bem como entre os países latinos. Apregoando a palavra de ordem “criação duma Comunidade com Futuro Compartilhado para a Humanidade”, a RPC actua sempre para estabelecer o relacionamento com os outros países numa forma de paz, inclusividade, abertura e partilha. No mesmo sentido, a política “um pais, dois sistemas” engloba o grande significado dos referidos valores, quer dizer, sob a protecção da Constituição da RPC, mantém-se em vigor o capitalismo na RAEM, de modo a maximizar as vantagens desta ideologia enquanto se mantém o socialismo no interior da China. Como se menciona atrás, a política “um país, dois sistemas” resulta satisfatoriamente até à presente data por se ter levado a efeito em paz, inclusividade, abertura e partilha, especialmente ao se fazer transferência do poder político, tudo foi resolvido por negociação diplomática no ar amigável. A “paz” valoriza a convivência em harmonia e em paz, resolvendo conflitos ou divergências por negociação; a “inclusividade” significa a generosidade com a qual se dá respeito à diversidade e diferenças de regimes; a “abertura” traduz-se numa altitude acolhedora para o mundo, sendo Macau sempre aberto ao mundo para que se procure o desenvolvimento em conjunto; a “partilha” refere-se ao gozo de frutos e sucessos obtidos de cooperação e trabalhos em conjunto.

Tendo em consideração os referidos valores, a comunicação e a ligação eficiente tanto no interior como com o exterior, constituem as vantagens da política “um país, dois sistemas” que a RAEM e a RAEHK podem trazer e consolidar em prol dos interesses do Estado e das regiões. Neste contexto, merece frisar a comunicação e ligação da RAEM necessariamente com os países da língua portuguesa no domínio internacional, porque a “ponte de Macau” não é apenas aquela que se vê fisicamente entre a península de Macau e a Ilha da Taipa, também é a outra que não se vê mas existe para a comunicar, negociar e fortificar relacionamentos com os países da língua portuguesa e demais países.

Não se pode deixar de acrescentar-se um algo do meu entendimento sobre as seguintes duas expressões relevantes: 1. A “segurança de alto nível”, expressão que deve ser substanciada pelos esforços a fazer pelas Autoridades da RAEM para prosseguir a fortificação da segurança territorial e da segurança do Estado de modo a minimizar a a eventualidade de qualquer acto prejudicial à segurança. Assim sendo, como se mencionaram tanto o Chefe de Executivo como o Secretário para a Segurança, é imprescindível proceder ao reforço institucional, sobretudo por produção ou revisão de actos normativos em causa, bem como efectuar campanhas, formações e estudos académicos relacionados com a segurança no sentido de sensibilizar toda a população da RAEM. Quanto às actividades de sensibilização, vale a pena de prestar-se atenção à qualidade e aos pensamentos dos docentes envolvidos, na maneira em que estes docentes influenciarão profundamente os jovens na sua visão política. E é de notar que esses docentes não são apenas os da área jurídica, mas também das demais áreas, por exemplo, nas áreas de ciências de sociologia, media e política. 2. O “desenvolvimento com alta qualidade”. Expressão esta que conotativamente significa que não basta o desenvolvimento normal a lutar pela RAEM e se deve avançar mais para a frente com o propósito de fazer desenvolvimento em diversas vertentes mas em boa qualidade. Só assim é que o tal desenvolvimento se direccionará em conformidade com as políticas nacionalmente traçadas.

Além do entendimento supracitado, em sede das actividades de sensibilização sobre as mensagens dadas pelo Director Xia Baolong no que se concerne aos Discursos Importantes do Presidente Xi Jinping, opina-se aqui que a nível dos destinatários, tais actividades devam ser efectuadas também de modo mais abrangente, ampliando o leque dos destinatários aos trabalhadores das empresas de capital público, por forma a criar um entendimento conforme ou interpretação conforme sobre as referidas mensagens importantes.

Como conclusão, é dada, do seminário, uma iluminação que norteará claramente a governação das Autoridades da RAEM em todos os aspectos. As palavras do Director Xia Baolong ajudam as pessoas a compreender melhor os discursos importantes do Presidente Xi Jinping durante a sua última visita a Macau, bem como a levar a cabo as tarefas do desenvolvimento em todos os sectores da RAEM na nova era.

GP Macau | Luca Engstler ainda recupera do acidente

Apesar de todos os anos a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau colocar vários recursos e muita energia na segurança dos pilotos, o Circuito da Guia continua, e continuará, a ser um dos mais perigosos e arriscados do mundo. Este ano, o jovem alemão Luca Engstler, que participou pela primeira vez num carro GT3, sentiu na pele a velha máxima deste circuito: “os erros pagam-se caro”

 

Passadas oito semanas após o acidente mais grave da sua carreira, o piloto de 24 anos ainda está a recuperar do aparatoso infortúnio na sessão de qualificação da Taça do Mundo de GT da FIA do 71.º Grande Prémio de Macau. Na tarde de sexta-feira, com o cronómetro a contar e quando tentava melhorar a sua marca, Luca Engstler perdeu o controlo do seu Lamborghini Huracán GT3 EVO na temida Curva do Mandarim, batendo a mais de 230 km/h nas barreiras de protecção. O carro inscrito pela Liqui Moly Team Engstler, mas preparado e colocado a correr pela Grasser Racing Team, ficou completamente destruído e o piloto germânico chegou mesmo a ficar inconsciente após o impacto.

“Este é um evento único, o andamento dos Lamborghini não estava muito bom e para estarmos à frente tínhamos que arriscar mais que os outros. Basicamente, fui completamente a fundo e não tive sucesso”, explicou assim Luca Engstler, na altura, o acidente que sofreu. Dois meses depois daquele que foi “o dia mais horrível da minha vida até hoje”, o ex-campeão alemão de Turismo (TCR) ainda se encontra em processo de recuperação.

“Foi realmente um grande impacto”, recordou Luca Engstler, em conversa com o portal especializado Motorsport-Total.com, que precisou de uma cadeira de rodas após o acidente. “O grande problema foi que o meu tornozelo direito sofreu bastante. Rasguei os ligamentos laterais e tive bastantes hemorragias na tíbia e na fíbula, o que causou alguma preocupação”, relembrou.

Voltar a caminhar normalmente foi também um grande desafio para o jovem piloto da Lamborghini, que na temporada de 2024 venceu de forma impressionante duas corridas da DTM e participou pela primeira vez num carro GT3 em Macau. “Demorei bastante tempo para conseguir andar”, recordou. “Nos primeiros dois ou três dias, estive mesmo de cadeira de rodas, porque simplesmente não conseguia fazer nada e todos os ossos me doíam”, descreveu Engstler à publicação do seu país, referindo que “tinha hematomas por todo o lado e tudo estava difícil”.

A recuperar

Ainda assim, Lucas Engstler, no final do dia do acidente, já no Centro Hospitalar Conde de São Januário, fez uma publicação nas redes sociais a afirmar que estava tudo bem. O piloto, que se encontrava em Macau acompanhado pelo seu pai, Franz Engstler — também piloto e uma figura bem conhecida do automobilismo asiático —, quis tranquilizar os mais próximos. Dois dias após o acidente, apareceu na grelha de partida da Taça do Mundo de GT da FIA, no domingo, sem muletas, apenas ligeiramente apoiado por um guarda-chuva.

“O que era importante para mim era não querer fazer um grande alarido sobre isto”, explicou ao portal germânico. “No final, o acidente parecia muito grave, mas isso só demonstra o quão seguros são os carros”, realçou.

O piloto continua a recuperar das sequelas do forte impacto. Aproveitou a pausa de Inverno para fazer uma viagem de autocaravana até à Suécia com o seu melhor amigo. “Está tudo a correr bem”, afirmou, esclarecendo que já consegue correr. “Diria que estou a 95 por cento e não tenho danos permanentes.”

Após o acidente, o alemão trabalhou na sua recuperação na região do Allgäu, na sua terra Natal, “com alguns conhecidos, que são fisioterapeutas e médicos. Recebi uma excelente assistência”.

Regresso para breve

Luca Engstler admite que se tornou impaciente durante o processo de recuperação. “Disseram-me que só poderia voltar a fazer desporto no início de Fevereiro, mas claro que isso não consegui aceitar”, reconhecendo que começou a treinar mais cedo do que o recomendado.

Felizmente para Luca Engstler, o DTM só começa no último fim de semana de Abril. Nos próximos tempos, o piloto planeia voltar a sentar-se novamente ao volante, possivelmente num kart de aluguer para começar. O objectivo é estar em forma para o início da pré-temporada e dos testes de preparação do popular campeonato alemão, agendados para meados de Fevereiro e início de Março.

Quanto ao Grande Prémio de Macau, dois dias depois do acidente, Luca Engstler foi bastante claro: “Disse a todos que o meu objectivo é regressar e tentar lutar pela vitória nesta grande corrida.”

Portugal | Vinho, azeite ou cortiça cruzam Nova Rota da Seda

O transporte ferroviário assume-se cada vez mais como uma alternativa eficaz ao comércio por via marítima entre Portugal e a China

 

Reportagem de João Pimenta, agência Lusa 

No centro do vasto território chinês, a mais de mil quilómetros do litoral, centenas de produtos portugueses chegam semanalmente em comboios de carga, reflectindo a crescente importância do transporte ferroviário no comércio China – Europa.

Carregados com vinho, azeite, flor de sal, produtos de cortiça ou os tradicionais sabonetes Ach Brito, os contentores partem de Tilburg, nos Países Baixos, e percorrem quase 11.000 quilómetros, atravessando a Alemanha, Polónia, Bielorrússia, Rússia e Cazaquistão, até chegar a Chengdu, a capital da província de Sichuan.

“É muito vantajoso: permitiu que a posição de Chengdu no interior da China se convertesse de periférica para central e reduziu o tempo de transporte, que foi afectado pela instabilidade no Mar Vermelho”, explicou à agência Lusa Ni Xiaozhen, co-fundadora do Pavilhão de Portugal, um espaço destinado à exposição e venda a grosso de produtos portugueses, situado no Porto Ferroviário Internacional de Chengdu.

A crise no Mar Vermelho, suscitada pelos ataques dos rebeldes Houthis, forçou as empresas de transportes a desviar navios de mercadorias para o Cabo da Boa Esperança, o que triplicou os preços dos fretes e aumentou o tempo de viagem em 15 dias.

“O transporte naval demora, pelo menos, quatro meses. A ligação ferroviária permite reduzir o tempo para apenas 13 dias”, explicou Ni, que emigrou para Portugal em 1998. O custo é também apenas um quinto do frete aéreo.

Ainda antes da crise no Mar Vermelho, o transporte ferroviário de mercadorias pela Eurásia foi impulsionado pela pandemia da covid-19, beneficiando das interrupções nas vias aérea e marítima.

Pequim construiu na última década alguns dos maiores portos secos do mundo nos países da Ásia Central, capazes de descarregar um comboio de contentores em menos de 50 minutos.

A primeira ligação ferroviária foi inaugurada em 2013, com destino final em Almati, a maior cidade do Cazaquistão. Nos últimos anos, novas vias passaram a incluir o resto da Ásia Central, Médio Oriente e a região do Cáucaso, com paragem final na Alemanha, Países Baixos, Polónia, Bélgica ou Espanha.

Bem público

No ano passado, o valor das mercadorias transportadas por comboios representou mais de 7 por cento do comércio total entre a China e a Europa, segundo dados das alfândegas chinesas.

O transporte ferroviário insere-se na Iniciativa Faixa e Rota, ou Nova Rota da Seda, um gigantesco projecto internacional de infraestruturas lançado por Pequim e inspirado nas milenares rotas comerciais que outrora ligaram a China Antiga ao mediterrâneo.

“O serviço de comboios de mercadorias China – Europa é um importante vector de cooperação aberta e de benefício mútuo entre os países envolvidos na Iniciativa Faixa e Rota e uma nova rota de transporte, para todas as condições meteorológicas, de elevada capacidade e com baixas emissões de carbono, que se tornou num bem público internacional”, descreveu à Lusa um funcionário da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planeamento económico da China.

A iniciativa aproximou Pequim da Ásia Central, região historicamente sob a órbita de Moscovo, composta por cinco repúblicas ex-soviéticas (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão). Na semana passada, o Presidente do Quirguizistão, Sadyr Japarov, deu início à construção da linha ferroviária China – Quirguizistão – Uzbequistão, que terá uma extensão total de 522,94 quilómetros.

Presença regular

Com uma área de 500 metros quadrados, o Pavilhão de Portugal foi inaugurado em 2021, resultado de uma parceria entre empresários portugueses e chineses. O espaço reúne dezenas de marcas portuguesas, incluindo vinhos, azeite, cortiça ou têxtil.

Além do espaço de exposição e venda em Chengdu, o Pavilhão de Portugal tem uma presença regular em feiras especializadas de produtos internacionais na China.

Situados em pontos opostos na vasta massa terrestre da Eurásia, Portugal e China distinguem-se também pela dimensão. Com cerca de 1,4 mil milhões de habitantes, o país asiático é a segunda maior economia do mundo e o principal mercado para diversos produtos, desde matérias-primas ou produtos alimentares a bens acabados. Esta escala, no entanto, nem sempre é compatível com a reduzida capacidade de produção das empresas portuguesas, alertou Ni Xiaozhen.

“Existe mercado na China para os produtos portugueses, mas falta volume a Portugal para responder à dimensão das encomendas”, explicou. “Mas julgo que, desde que haja trabalho sério, será possível definir estratégias que fomentem o comércio”, vincou.

Pequim lança maior emissão de obrigações de sempre em Hong Kong para apoiar moeda

A China vai lançar uma emissão de obrigações no valor de 60 mil milhões de yuan, a maior realizada através de Hong Kong, para apoiar o câmbio do renmimbi. Num comunicado publicado ontem, a Autoridade Monetária de Hong Kong, o regulador financeiro da região semiautónoma chinesa, anunciou que estas obrigações terão uma maturidade de seis meses.

A agência de notícias financeiras Bloomberg notou que este é um número recorde em leilões deste tipo realizados pelo banco central da China através da antiga colónia britânica, desde que começaram em 2018, e salientou que a instituição vai absorver a quantidade de yuan actualmente disponível no mercado, gerando assim procura pela moeda.

“A absorção de liquidez provavelmente limitará o financiamento ‘offshore’ de yuan no curto prazo, mas a força do dólar [norte-americano] e as incertezas tarifárias contínuas provavelmente continuarão a pressionar o yuan para baixo”, disse Wee Khoon Chong, analista do banco de investimento BNY, citado pela Bloomberg.

O banco central da China não recorre a emissões de obrigações para apoiar a moeda desde 2023, e as previsões de liquidez apertada em Hong Kong fizeram com que os custos de financiamento do renmimbi atingissem o valor mais elevado desde meados de 2021.

Nos últimos meses, o banco central chinês fixou repetidamente taxas de câmbio oficiais mais fortes do que o previsto – em relação às quais a taxa ‘onshore’, a que é transacionada nos mercados chineses, só pode flutuar num máximo de 2 por cento por dia – para defender a moeda, tornando também público o compromisso de manter a estabilidade cambial. Esta semana, o yuan esteve muito perto de cair para o valor mais baixo desde finais de 2007.

Final infeliz

Desde meados de 2024 até ao final de Setembro, o valor da moeda chinesa registou tendência ascendente, devido às expectativas de cortes nas taxas de juro nos Estados Unidos e de um prolongamento significativo das medidas de apoio à economia chinesa, face a uma recuperação aquém do esperado após a pandemia da covid-19.

No entanto, a curva inverteu-se perante a desilusão dos investidores com as medidas de estímulo anunciadas por Pequim e a vitória eleitoral nos EUA do republicano Donald Trump, que iniciou em 2018 uma guerra comercial contra a China, durante o seu primeiro mandato, e prometeu impor novas taxas alfandegárias sobre as importações do país asiático.

A Oxford Economics estimou que a China permitirá uma depreciação entre 20 por cento e 25 por cento no caso de Trump cumprir a sua promessa de aumentar as taxas para 60 por cento, embora veja um cenário mais realista de as taxas subirem da média actual de 17 por cento para 30 por cento, o que se traduziria numa perda de valor entre 6 por cento e 8 por cento para a moeda chinesa.

“Cartão dourado” mais cintilante

Em 2024, Macau teve desempenhos excepcionais a vários níveis. Por exemplo, o número de turistas que visitaram a cidade, entre Janeiro e Novembro, atingiu os 31,88 milhões, um aumento de 26.2 por cento em comparação com o mesmo período de 2023. Na sequência da implementação, a partir de 1 de Janeiro de 2025, das políticas de “uma entrada por semana” (residentes de Zhuhai de visita a Macau) e “visto para várias entradas” (residentes da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin de visita a Macau) acredito que o sector comercial de Macau vai ficar ainda mais vibrante e mais próspero.

Sob a alçada da Mãe Pátria, o “cartão de visita dourado” de Macau parece brilhar mais intensamente. Mas, na realidade, a seguir ao fim dos benefícios electrónicos oferecidos através do “Grande prémio para o consumo em Macau”, houve pedidos de todos os sectores da sociedade para a reintrodução do “Plano de Benefícios do Consumo por Meio Electrónico”. O número de lojas que têm vindo a fechar por toda a cidade não diminuiu apesar do aumento do turismo e os casos de suicídio são frequentes. Sob o “cartão de visita dourado” escondem-se problemas com que o novo Chefe do Executivo de Macau, Sam Ho Fai, terá de lidar, sendo as eleições para a Assembleia Legislativa o mais importante.

No Sufrágio Directo das eleições para a Assembleia Legislativa em 2021, o número de cidadãos com direito a voto aumentou em cerca de 20.000, mas a taxa de afluência às urnas caiu em quase 15 pontos percentuais, em comparação a 2017. Se a diminuição da taxa de afluência às urnas pode ser atribuída ao impacto da pandemia, como explicar que os votos nulos tenham duplicado e os votos em branco tenham quadruplicado? Em última análise, este fenómeno pode estar associado à desqualificação de 21 candidatos que pretendiam concorrer às eleições para a Assembleia Legislativa nesse ano.

Na sequência da desqualificação de alguns candidatos, as eleições para a Assembleia Legislativa de 2021 podem ser descritas como as eleições onde participaram “patriotas”. Ao longo dos últimos anos, os residentes de Macau têm acompanhado o desempenho da Assembleia Legislativa. A revisão da “Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau”, aprovada em 2024, aplicou na prática o princípio “Macau governado pelos patriotas”. Por outro lado, a tarefa de verificação do “patriotismo” dos candidatos foi entregue à “Comissão de Defesa da Segurança do Estado da Região Administrativa Especial de Macau”. Os candidatos que não são aceites depois de escrutinados não podem apresentar reclamação ou interpor recurso contencioso, ao passo que os que foram desqualificados em 2021 ainda tiveram a oportunidade de descobrir os motivos da desclassificação e de recorrer. Embora tenha havido razões para rever a “Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau”, os efeitos dessa revisão foram contraproducentes e devem ser analisados e rectificados.

A “Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau” revista estipula que os indivíduos que tenham sido desqualificados para as eleições à Assembleia Legislativa estão impedidos de se recandidatar nos próximos cinco anos. Por outras palavras, perdem a oportunidade de concorrer a duas eleições consecutivas para este parlamento. Num lugar como Macau, com uma ecologia política desequilibrada, encontrar candidatos que possam concorrer às eleições para a Assembleia Legislativa e que tenham hipótese de ganhar é uma tarefa bastante desafiante. A Associação de Novo Macau, liderada pelo ex-deputado Ng Kuok Cheong, precisou de se esforçar durante 17 anos para conseguir que três dos seus membros fossem eleitos deputados da Assembleia.

Para além da prosperidade económica, a democracia e o estado de direito são igualmente importantes para o sucesso de qualquer local. Uma das funções da Assembleia Legislativa é apoiar o Executivo da RAEM a alcançar uma governação efectiva. No Sufrágio Directo das eleições para a Assembleia Legislativa em 2025, onde se espera que venham a existir mais 10.000 eleitores, para inverter a tendência anterior de diminuição da afluência às urnas será necessário um esforço por parte das pessoas envolvidas no processo. Por exemplo, através de um reforço de divulgação das actividades eleitorais, incluindo a forma como as autoridades incentivam mais “patriotas” a candidatar-se e a participarem na governação. Para fazer com que o “cartão de visita dourado” fique mais cintilante é de crucial importância encontrar os agentes certos que lhe puxem o brilho.

Hong Kong | Festival das Artes traz teatro, ópera e dança já em Fevereiro

Já é conhecido o cartaz da 53.ª edição do Festival de Artes de Hong Kong, que traz um programa repleto de ballet, dança, música e teatro que promete agradar a todos, sem esquecer uma vertente educativa. Entre os dias 19 de Fevereiro e 30 de Março apresentam-se vários espectáculos de um grupo de ópera de Xangai ou uma tragédia grega

 

Teatro, dança, ópera chinesa. São várias as artes que podem ser vistas na 53.ª edição do Festival de Artes de Hong Kong, que decorre entre os dias 19 de Fevereiro e 30 de Março em diversas salas de espectáculo da região vizinha.

Um dos destaques é a série de vários espectáculos protagonizados pelo grupo Shanghai Yue Opera House, que acontecem entre os dias 27 de Fevereiro e 1 de Março no Grande Teatro do Centro Cultural de Hong Kong.

O Shanghai Yue Opera House é descrito como “um dos mais importantes grupos de artes performativas da China”, celebrando este ano 70 anos de existência. Este grupo dedica-se à ópera Yue, um dos cinco géneros principais da ópera chinesa, inspirando-se em outros formatos de ópera chinesa, como a de Pequim, a ópera Kun e ópera Shao. A ópera Yue é oriunda de Zhejiang, e no caso específico deste grupo de Xangai, a sua estreia em Hong Kong fez-se em 1960.

Assim, o cartaz do 53.º Festival apresenta quatro programas, “a moderna ópera Yue Family, adaptada de um romance de renome; o adorado clássico The Jade Hairpin; uma das produções mais icónicas da trupe; The Butterfly Lovers (versão Yuan e Fan); bem como uma selecção magistral de excertos”, descreve-se na apresentação oficial do programa.

Já os amantes de ballet, podem assistir ao espectáculo do Ballet Nacional da República Checa, “La Sylphide”, que se apresenta entre os dias 6 e 8 de Março, também no Grande Teatro do Centro Cultural de Hong Kong. Esta é a oportunidade para o público se deixar “enfeitiçar por uma história de conto de fadas”, protagonizada por “uma heroína mágica, um belo herói de kilt e uma bruxa malvada”.

“La Sylphide” é um bailado bastante antigo, foi criado para o Royal Danish Ballet por August Bournonville em 1836, tendo sido “cuidadosamente preservado desde então”. Este espectáculo proporciona a oportunidade para recordar “o ballet romântico do início do século XIX”, tendo a Escócia como cenário e em que os bailarinos usam os tradicionais kilts escoceses. Segundo o cartaz, “a requintada dança de Bournonville irá cativar os amantes do ballet, enquanto as personagens animadas e a história de conto de fadas fazem deste um programa ideal para toda a família”.

Dançar com RV

No dia 29 de Março o Festival apresenta um espectáculo de música clássica com a China National Centre for the Performing Arts Orchestra, em que os músicos liderados pelo maestro Lu Jia vão interpretar composições de Franz Liszt e Richard Wagner.

Esta edição do Festival de Artes de Hong Kong traz também um espectáculo de dança interactiva com recurso à realidade virtual, intitulado “Le Bal de Paris”, de Blanca Li. Apresentado no Studio Theatre do Centro Cultural de Hong Kong, no dia 27 de Fevereiro e entre os dias 4 e 9 de Maio, proporciona ao público uma experiência de 40 minutos em que se mistura dança e realidade virtual, num projecto da coreógrafa espanhola e cineasta Bianca Li. É como se fosse um grande baile em Paris em que cada participante tem o seu próprio avatar, estando o espectáculo programado para dez espectadores e dois bailarinos profissionais em palco.

Da Grécia chega, nos dias 1 e 3 de Março, uma peça que remete para a mitologia grega, com a tragédia “Hippolytus”, do National Theatre of Greece, e que se baseia num clássico de Eurípides. Nesta peça, Hipólito, filho ilegítimo de Teseu e defensor declarado da castidade, ofende a deusa do amor, Afrodite, ao recusar a paixão carnal que ela tanto lhe pede. Assim, para o castigar, a deusa vingativa faz com que a sua madrasta se apaixone por ele, marcando o início da sua queda.

“Hippolytus” é uma produção de 2023 dirigida pela distinta encenadora e directora artística do Festival de Epidauro de Atenas, Katerina Evangelatos, tendo no elenco o total de 20 actores, mais um coro e um grupo de músicos. Esta peça apresenta-se no Lyric Theatre na Hong Kong Academy for Performing Arts.

Citada por um comunicado, Flora Yu, directora-executiva do Festival de Artes de Hong Kong, disse que esta edição “apresenta uma vasta gama de programas excepcionais destinados a inspirar e encantar o público, prometendo experiências inesquecíveis aos festivaleiros de todas as idades e origens”. A responsável destacou as apresentações com “mestres de renome de Hong Kong e de todo o mundo”, e “uma série de obras-primas inspiradas na literatura clássica da China e do mundo ocidental”.

Haverá ainda actividades no programa PLUS, com uma vertente mais pedagógica e educacional, que inclui “um extenso programa de divulgação e educação destinado a introduzir artes performativas de qualidade à próxima geração”, referiu Flora Yu. Os bilhetes começaram a ser vendidos em Dezembro, sendo que mais de 50 por cento foram vendidos no período de pré-venda.