Automobilismo | Pilotos locais querem mudanças nas corridas locais

[dropcap=’circle’] O [/dropcap] automobilismo local está a passar por uma fase periclitante. A participação no Grande Prémio está cada vez mais restrito aos pilotos da terra, enquanto que o único campeonato de automóveis sob a égide das entidades do território vive uma fase complicada de transição.

Com três Taças do Mundo FIA, quase inacessíveis para a maioria dos pilotos da RAEM, e uma competição de motociclismo, que por razões de segurança limita a participação apenas àqueles com uma sólida experiência internacional, a presença dos pilotos da casa no Grande Prémio reduz-se nos dias de hoje praticamente à Taça de Carros de Turismo de Macau, mais conhecida por “Taça CTM”.

O actual regulamento técnico do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa), competição que serve de apuramento para a Taça de Carros de Turismo de Macau do Grande Prémio, é único no mundo, planeando Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) conservá-lo até ao final de 2019. No entanto, este obriga a uma exigente ginástica financeira aos que lá competem e aos que sonham um dia lá competir.

“Se no passado, não muito distante, os pilotos locais ombreavam com maquinaria muito próxima, hoje em dia não é assim”, explicou ao HM Álvaro Mourato, um ex-campeão do MTCS e vencedor em 2010 da saudosa Corrida Hotel Fortuna do Grande Prémio de Macau. “Hoje em dia competem os carros e não os pilotos. Quem tem mais possibilidades financeiras e possuir os carros mais competitivos ganha. Qualquer dia até um principiante pode ganhar o MTCS ou a ‘Taça CTM’.”

Mourato tem sido um dos pilotos mais vocais no que respeita aos prejuízos que a escalada dos custos da actual regulamentação tem trazido às corridas de carros de Turismo de Macau. Para o piloto macaense, “precisamos de uma corrida competitiva, talvez um troféu monomarca, e não uma corrida onde estão correr carros tão diferentes, como aqueles com motorizações 1950cc atmosféricos (ex-Roadsport) e 1600cc turbo, isto com um regulamento demasiado aberto.”

 

Kevin Tse, um dos pilotos que corre com a bandeira da Flor de Lotus com mais participações fora de portas e participante no MTCS, partilha da mesma opinião de Mourato. “O problema dos actuais campeonatos organizados pela AAMC é que existem demasiados carros “Frankenstein”. Os carros 1600cc Turbo e Roadsport são mal construídos por garagens locais mas mesmo assim não são baratos de construir e de colocar a correr. E se foram colocados à venda, apenas o mercado local tem interesse”, disse ao HM Kevin Tse.

 

 

Soluções existem

Quase todos os intervenientes concordam que para as corridas locais ganharem um novo fôlego é necessário mudar os regulamentos técnicos, mas também voltar a dar espaço aos da casa no grande evento desportivo do mês de Novembro.

Para o veterano Jo Rosa Merszei, um dos primeiros condutores do território a defender as cores da RAEM no estrangeiro, a solução para um futuro melhor passa “por uma mudança do regulamento para os automóveis; mais baratos, talvez especificações Grupo N (mais próximo das versões de estrada), para que não só aqueles com mais posses tenham possibilidades de correr, mas também em que o comum do cidadão possa ter uma oportunidade também.”

Mourato reforça a ideia que para motivar a entrada de novos competidores e preservar a presença dos actuais é preciso “reduzir os custos”, pois presentemente “obrigar os pilotos locais a competir em classes tão altas é difícil de suportar”. Mas também é “a favor de que hajam corridas só para locais ou tipo Interport e não as que temos actualmente”.

Sendo que a aquisição da viatura tem um peso significativo nos orçamentos dos praticantes, Kevin Tse foca outro ponto importante. “Se adoptarmos por padrões internacionais, comprar e vender carros será muito mais fácil e os custos de manutenção mais baixos. Não serão autorizadas modificações e apenas serão autorizados carros construídos pelos departamentos de competição das marcas. Essa é a forma correcta e realmente muito mais económica de tornar o Grande Prémio atraente para os pilotos locais e para uma audiência internacional.”

Há uma década os pilotos da casa tinham uma corrida de carros e uma corrida de scooters só para si no Grande Prémio. Aliás, muito do sucesso construído pelo evento nas últimas seis décadas passou pela proximidade entre a prova e os habitantes de Macau. O desejo dos pilotos locais é voltar a ter a sua própria corrida.

“Falei com vários pilotos sobre o tema e perguntei se houvesse uma corrida de carros Grupo N no Grande Prémio se estavam interessados em participar e todos dizem que sim”, afirma entusiasticamente Merszei.

Em 2018 e 2019 serão dois anos de transição, mas é esperada uma crescente pressão sobre a AAMC por parte dos pilotos que cada vez menos escondem a sua opinião de que o rumo do automobilismo tem que mudar em prol do desporto.

6 Abr 2018

Grande Prémio de Macau com carros eléctricos não é uma miragem

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s pressões sociais para a utilização de veículos eléctricos nas estradas têm crescido um pouco por todo o mundo e a electrificação automóvel é um passo sem retorno. Macau não é excepção. Basta lembrar que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) abriu no mês passado concurso público para a atribuição de 100 licenças de táxis, exigindo pela primeira vez que os veículos sejam eléctricos. Actualmente, circulam em Macau 250 veículos eléctricos, a esmagadora maioria deles particulares, mas é esperado um aumento significativos nos anos vindouros.

Obviamente o automobilismo não passará ao lado desta nova vaga inovadora da indústria automóvel. Jean Todt, o presidente da FIA, quando visitou Macau no 60º aniversário do Grande Prémio, disse à imprensa que o território, pelas suas características, era o local ideal para ser palco de uma competição de carros eléctricos da FIA. Contudo, o Campeonato FIA de Fórmula E, por enquanto a única competição de carros eléctricos existente, acabou por encontrar apoio e um abrigo aqui ao lado, em Hong Kong.

Dada as actuais especificações dos monolugares de Fórmula E, que precisam de rectas curtas e pontos de travagem fortes, para recarregar as baterias, a ex-colónia inglesa montou um circuito urbano de raiz para o efeito. No traçado do Circuito da Guia, por exemplo, estes carros não iriam funcionar na sua plenitude. “Na sua configuração actual, o Circuito da Guia não é o circuito do momento dada a sua extensão total e às suas longas rectas”, clarificou ao HM o arquitecto português Rodrigo Nunes, o responsável por desenhar vários dos circuitos, todos eles citadinos, do campeonato, incluindo aquele provisoriamente montado em Hong Kong.

Porém, a rápida evolução, fruto da aposta forte dos grandes construtores, irá resolver este problema de autonomia e desembaraço dos carros eléctricos de competição nos próximos anos. Não foi por acaso que no Salão Automóvel de Genebra, a WSC Technology Ltd., uma subsidiária da WSC Ltd, a empresa que criou o conceito TCR, lançou o E TCR – um novo conceito de corridas de carros de Turismo para motorizações eléctricas.

À boleia da Ásia

A SEAT, através da sua marca desportiva Cupra, foi a primeira a apresentar um carro para esta categoria que será introduzida em 2019, mas os mentores desta ideia acreditam que mais construtor irão seguir os passos da casa espanhola, alguns deles da Ásia. Seis dos dez maiores fabricantes de carros eléctricos da actualidade são da República Popular da China. Os subsídios governamentais e a necessidade de reduzir os níveis de poluição das grandes cidades tornaram os construtores chineses dos primeiros a alinhar nesta corrida tecnológica.

David Sonenscher, o responsável máximo pela WSC Asia Limited e pela organização do campeonato TCR Asia Series, admite que este novo conceito é uma oportunidade ideal para estabelecer uma nova era no automobilismo do continente que sempre venerou as corridas de carros de Turismo e sempre se posicionou na linha da frente no que respeita às novas tecnologias.

“O mundo está cada mais e mais focado nas energias limpas, com a região asiática a ser líder em algumas tecnologias emergentes, portanto eu penso que o mercado será bastante receptivo ao desenvolvimento do E TCR”, diz o inglês radicado na Malásia há quase três décadas. “Não há dúvida que o E TCR é parte do futuro do automobilismo e pode-se tornar um foco muito importante para a Ásia, pois a região continua a construir a sua reputação global como um lugar para correr.”

Sendo o Grande Prémio de Macau um dos maiores eventos de automobilismo do continente, claramente que a prova do território está no radar dos mentores do E TCR, até porque o “nosso circuito” tem uma tradição a manter.

Macau sedutor

Marcello Lotti, CEO da WSC Ltd, ex-responsável máximo pelo WTCC e “pai” do conceito TCR, acredita que o novo E TCR se encaixa no perfil do evento da RAEM.

“Se olharem para o que nós fizemos no passado, poderão ver que nós sempre consideramos Macau um evento de importância primordial para as nossas estratégias”, afirmou, em declarações exclusivas ao HM, o empresário italiano, ele que foi o primeiro a compreender o valor acrescentado que o Grande Prémio tinha para oferecer ao campeonato mundial de carros de Turismo e vice-versa.

Para Lotti, “a Corrida da Guia é uma lenda na história dos carros de Turismo, e acima de tudo, todo o evento de Macau sempre deu uma enorme importância às competições para carros de produção, tanto Turismos ou GTs. E esta é uma razão porque nós sempre fizemos o nosso melhor para levar a Macau o WTCC, primeiro, e o TCR, depois.”

Quanto ao futuro, Lotti não esconde que gostaria de ver um dia os carros do primeiro campeonato de carros de turismo eléctricos a competir nas ruas de Macau. “Agora temos que ver como um evento em Macau poderá encaixar nas estratégias que nós estamos a trabalhar com o E TCR, mas não há dúvidas que a ideia de correr no Circuito da Guia com carros de Turismo eléctricos é certamente fascinante”, conclui.

Enquanto um futuro cada vez mais electrificado se vai desenhando, os entusiastas locais dos desportos motorizados poderão continuar, por agora, ainda a desfrutar das sensações provocadas pelos estrondosos motores a combustão.

26 Mar 2018

Automobilismo | Corridas de Zhuhai vão apurar menos pilotos para o GP

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) anunciou as linhas mestras das corridas de apuramento dos pilotos locais de carros de Turismo para a próxima edição do Grande Prémio de Macau.

 

Numa comunicação publicada online, a AAMC confirmou que a corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau do 65º Grande Prémio de Macau vai ser composta por duas classes de carros – 1600cc turbo e 1950cc ou Superior – a exemplo do que aconteceu o ano passado.

Num ano em que os regulamentos técnicos não sofrerão alterações de relevo, os pilotos que ambicionem estar à partida da corrida de Novembro, independentemente da nacionalidade, têm que participar nos “Festival de Corridas de Macau”, organizados pela AAMC no Circuito Internacional de Zhuhai, nos fins-de-semana de 26 e 27 de Maio e 30 Junho e 1 Julho. As duas jornadas duplas de corridas são pontuáveis também para o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS na sigla inglesa).

Este ano, os participantes têm que possuir uma licença de competição internacional válida, mas licenças internacionais de competição com validade de participação de uma só corrida não serão aceites. Esta medida não afectará os pilotos do território mas poderá ter implicação na participação dos pilotos menos experientes de Hong Kong que podem obter licenças internacionais provisórias através da sua associação automóvel.

A maior novidade em 2018 será mesmo a redução dos pilotos que sairão apurados dos quatro duelos a travar em Zhuhai. A nota emitida pela AAMC diz que “após os dois eventos com um total de quatro provas de cada classe realizadas, os 18 pilotos melhores classificados serão seleccionados para participarem na Taça de Carros de Turismo de Macau do 65º Grande Prémio de Macau.”

 

Todos juntos

Quer isto dizer que um total de 36 concorrentes serão apurados para a Taça de Carros de Turismo de Macau, habitualmente conhecida por “Taça CTM”, o número máximo de viaturas permitido nas grelhas de partida do Grande Prémio. O ano passado, o primeiro em que as duas classes do MTCS foram aglomeradas numa só corrida, após o fim da Corrida Macau Road Sport, foram apurados 25 concorrentes por classe, num total de 50 pilotos. Este número obrigou a qualificações separadas por classe no Grande Prémio e que eliminaram seis concorrentes por classe antes da corrida conjunta de domingo.

O formato da edição de 2018 da Taça de Carros de Turismo de Macau, no fim-de-semana do Grande Prémio, ainda não foi oficialmente divulgado, desconhecendo-se, para já, se as classes 1600cc turbo e 1950cc ou Superior terão qualificações independentes ou se os 36 participantes se qualificam em conjunto. A experiencia de 2017 de unir duas categorias, com bólides e andamentos tão discrepantes, não foi do agrado da generalidade dos pilotos.

No caso de desistências entre os concorrentes apurados, as vagas serão ocupadas pelos pilotos que obtiveram a melhor classificação seguinte na classificação geral em cada classe. O período de inscrições durará de 3 a 20 de Abril e o seu custo não foi alterado, mantendo-se nas 6000 patacas.

 

20 Mar 2018

AAMC nomeou um homem para represente nacional do “Women in Motorsport”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), que representa o território na Federação Internacional do Automóvel (FIA), não terá assento permanente na Comissão de Mulheres da FIA, mas, ao contrário da grande maioria das suas congéneres, o seu representante nacional, é um homem!

Criada com a bênção de Jean Todt, a Comissão de Mulheres da FIA foi estabelecida em 2009 e pretende encorajar mais mulheres a participarem em diferentes níveis do desporto automóvel, tendo como presidente a francesa Michèle Mouton, a primeira senhora a vencer uma prova do Campeonato do Mundo de Ralis. Por seu lado, os representantes nacionais servem como ligação da Comissão dentro do espectro da sua área de jurisdição.

Apesar de não ter nenhum membro feminino de relevo na Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), esta nomeou a piloto de ralis Joana Barbosa. Já a homologa federação brasileira Brasil, fez o mesmo, escolhendo para esse papel Fabiana Ecclestone, a esposa do ex-patrão da Fórmula 1 Bernie Ecclestone e que durante muitos anos foi um pilar na organização do Grande Prémio do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos.

Por seu lado, a AAMC, que também não tem qualquer senhora nos seus cargos dirigentes, optou por nomear um homem, Thomas Wong. O HM contactou a AAMC com o intuito de tentar perceber esta escolha, mas até ao momento da publicação deste artigo não recebeu qualquer resposta.

Dos cinquenta e dois membros nacionais da “Women in Motorsports”, apenas Macau, Uruguai e México optaram por um membro do sexo masculino. Esta não é a primeira vez que a AAMC tem a oportunidade para nomear uma senhora para um acontecimento principalmente focado para elas e não o faz. Na primeira edição da Taça da Corrida China, onde as quatro associações automóveis da Grande China tinham que ter um carro com uma piloto do sexo feminino, ao contrário da China Continental, Taipé Chinês e Hong Kong, Macau não se fez representar, mesmo contando nos seus associados com uma piloto com créditos firmados e andamento para envergonhar alguns dos seus adversários do sexo oposto.

 

Há espaço para mais

Diana Rosário foi a campeã da Ford Fórmula Campus em 2009, até hoje a única piloto feminino a obter um título de monolugares no continente asiático, e acredita que Macau ainda tem um longo caminho a percorrer no que respeita à integração das mulheres no desporto automóvel.

“Neste momento, não vejo que esteja a ser feito alguma coisa nesse sentido. Como piloto de Macau por tantos anos, nunca tive qualquer especial atenção ou apoio por isso”, explicou a piloto da RAEM. “Mesmo a trabalhando noutras posições do desporto automóvel, como Directora de Corridas ou participando na organização de eventos e campeonatos em Hong Kong e na China, nunca houve nenhuma intenção de me chamarem para fazer parte, para ajudar.”

Os objectivos da FIA não passam só por ter mais mulheres ao volante, mas ter mais elementos do sexo feminino com papeis relevantes no desporto, desde a organização de eventos, parte técnica, assessorias e comissariados. Esta ambição tem uma razão e um propósito que vai para lá do comercial e do politicamente correcto na sociedade actual.

“Eu acredito que as mulheres merecem mais, como podem ver pela representatividade que as mulheres têm na FIA e o porquê que a FIA quer dar ouvidos às mulheres. É preciso ouvir as mulheres, porque isso ajudará a desenvolver ainda mais o desporto”, afirma a actual instrutora da Mercedes AMG China e figura de destaque na organização do troféu Renault Clio China.

Apesar de não se vislumbrar qualquer mudança na mentalidade local a curto prazo, Diana Rosário espera que as intenções da federação internacional tenham repercussões no território: “Eu espero que as organizações em Macau realmente pensem sobre isto. Eu vejo umas quantas mulheres com conhecimento nos desportos motorizados, porque não dar mais oportunidades também às mulheres?”

 

Projecto FIA no Karting

A FIA vai promover este ano um projecto piloto que visa promover o desporto automóvel junto do público feminino com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos. Por enquanto, a ideia apresentada no Salão Automóvel de Genebra apenas contempla países europeus, mas o conceito deverá expandir-se a outros continentes nos próximos anos. Portugal foi um dos oito países escolhidos pela FIA e pela União Europeia para desenvolver o projecto: “The Girls on Track”.

A FPAK terá como missão organizar, até final de 2018, dois eventos de karting intitulados “Karting Challenge” e atrair para estas iniciativas o maior número de jovens do sexo feminino para experimentarem a modalidade. Aquelas que melhor se saírem neste desafio terão a possibilidade de disputar a grande final contra as pilotos seleccionadas dos restantes países num evento organizado em Le Mans, França.

16 Mar 2018

Asiático de Karting abre e encerra temporada na RAEM

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Kartódromo de Coloane voltará a acolher dois eventos do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) em 2018, mantendo uma tradição com mais de uma década em que o traçado de Macau abre e encerra a temporada da mais importante competição de karting do continente asiático.

A prova de abertura do campeonato asiático será realizada em concomitância com os campeonatos do território, no fim-de-semana de 9 e 10 de Junho. Por seu lado, a prova de encerramento do AKOC está prevista para o fim-de-semana de 8 e 9 de Dezembro. Este evento poderá ser parte integrante do Grande Prémio Internacional de Karting, a exemplo de edições anteriores.

O formato deste ano do Grande Prémio Internacional de Karting, co-organizado em anos anteriores pela Associação Geral-Automóvel Macau-China (AAMC), Instituto do Desporto (ID) e Direcção dos Serviços de Turismo (DST), não foi ainda dado a conhecer ao público. O ano passado a prova iria atribuir os títulos CIK FIA Ásia-Pacifico para as categorias KZ e OK, algo que viria a não acontecer a pedido das entidades responsáveis pelo evento no território. Apesar da anulação das corridas que iriam outorgar os títulos dos dois mais importantes campeonatos da federação internacional de karting para a região Ásia-Pacifico, a AAMC avançou com a organização da prova, oferecendo uma série de incentivos aos participantes, conseguindo assim reunir cento e vinte concorrentes de catorze países e territórios.

Criado em 2002 e com base operacional nas Filipinas, o AKOC tenta agrupar os melhores pilotos e principais categorias de karting neste ponto do globo. Os fins-de-semana de provas compreendem provas as classes Fórmula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos, ROK Sénior e Mini ROK.

Para além da RAEM, a competição rainha de karting irá visitar este ano novamente a Carmona Race Track, nas Filipinas, e o Circuito de Kart de Bira, na Tailândia. A novidade para esta temporada é a presença da Indonésia, um país com uma longa tradição na modalidade, no calendário. O Kartódromo do Circuito Internacional de Sentul, na Indonésia, foi o lugar escolhido para substituir a prova que se disputava previamente em Singapura.

Entretanto, a AAMC anunciou o calendário de seis provas dos Campeonatos de Karting e Motociclismo de Macau. O primeiro evento está agendado para o segundo fim-de-semana de Março, prolongando-se os campeonatos até ao mês de Dezembro, sendo que todos os eventos vão ser realizados no kartódromo inaugurado em 1996.

12 Mar 2018

FIA mantém Taças do Mundo em Macau

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA), realizado na passada sexta-feira, em Genebra, confirmou a continuidade das Taças do Mundo FIA de GT e Fórmula 3 no Circuito da Guia.

Apesar da contestação de alguma imprensa especializada e de alguns construtores menos satisfeitos, amplificada pelos aparatosos acidentes das últimas duas edições, a maioria dos envolvidos na Taça do Mundo FIA de GT expressou interesse em que este título fosse disputado no exigente traçado de Macau, em vez de o ser num qualquer circuito convencional.

A posição geográfica de Macau e a importância do mercado asiático para os construtores automóveis, além do evento se ajustar perfeitamente às intenções comerciais e promocionais das marcas, fazem do imperdoável Circuito da Guia o palco preferencial para se disputar o título mais elevado da categoria FIA GT3.

Por seu lado, a continuação da Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 no território era esperada, até porque não existe qualquer outra prova extra-campeonato de Fórmula 3 reconhecida pela federação internacional que não aquela que se discute nas ruas do território. A edição deste ano terá uma particularidade, pois poderá ser a última da história da categoria em que estarão em pista monolugares equipados com motores de diferentes construtores.

Na reunião da FIA na Suíça ficou decidido a instituição em 2019 do Campeonato FIA de Fórmula 3 que fará parte da plataforma dos fins-de-semana do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Este campeonato terá a particularidade de ser realizado com um chassis e um motor único. Esta decisão, que não é consensual no paddock da disciplina, quebra uma velha tradição da Fórmula 3 que sempre foi ao longo da sua história uma categoria que colocou frente-a-frente fornecedores de motores e também de chassis, apesar do jugo da Dallara nas duas últimas décadas.

A 65ª edição do Grande Prémio de Macau irá decorrer de 15 a 18 de Novembro. O programa do evento deste ano ainda não foi apresentado, mas para além das duas competições acima citadas, estão igualmente confirmadas as provas da nova Taça do Mundo FIA de Carros de Turismos (WTCC) e o Grande Prémio de Motos de Macau.

12 Mar 2018

Automobilismo | Rodolfo Ávila gostava de voltar com a SAIC VW

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sua primeira participação a tempo inteiro no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC), em 2017, Rodolfo Ávila garantiu o vice-campeonato ao serviço da equipa oficial da SAIC Volkswagen. O piloto do território ainda não tem a época desportiva de 2018 definida, mas admite estar em negociações para repetir a participação no CTCC com a SV333 Racing.

Sem adiantar muito, Ávila revelou ao HM que, neste momento, está a “discutir a possibilidade de regressar ao CTCC com a SAIC Volkswagen”. O piloto da RAEM reconhece que “gostaria muito de continuar no campeonato depois da experiência do ano passado.”

Após duas provas com a SW333 Racing em 2016, o piloto de Macau foi convidado a fazer a temporada completa daquele que é o campeonato de automobilismo mais popular da República Popular da China ao volante de um dos quatro Volkswagen Lamando GTS oficiais. Com o objectivo único de ajudar a SAIC Volkswagen a triunfar no campeonato de Construtores, objectivo esse que foi cumprido, Ávila subiu por três ocasiões ao pódio, tendo terminado na segunda posição do campeonato e como melhor representante da equipa que contou em algumas provas com os serviços do campeão do mundo de carros de Turismo de 2012 e recordista de triunfos no Circuito da Guia, o inglês Rob Huff.

Tradicionalmente, só depois do Ano Novo Lunar é que as equipas do CTCC confirmam os seus pilotos, divulgam os seus projectos e iniciam o seu programa de testes de pré-temporada. O calendário do CTCC de 2018 ainda não foi dado a conhecer à imprensa, mas deverá compreender novamente oito eventos, em circuitos permanentes e citadinos, todos na China Continental.

Perninha nos GT

O piloto português do território teve algumas incursões nas corridas de GT o ano passado, conduzindo um Aston Martin Vantage GT4 no Campeonato da China de GT e um KTM X-BOW no campeonato GT Masters. No início do presente ano, Ávila testou no circuito malaio de Sepang o novo Audi R8 LMS GT4 e não descarta, de acordo com a sua disponibilidade, a possibilidade de voltar a correr em provas soltas dos campeonatos de Grande Turismo na região.

“Gostaria de fazer algumas corridas de carros de GT, porque as experiências e os resultados que consegui o ano passado foram interessantes”, esclarece, deixando claro que por agora não tem nada ainda em concreto, pois “terei que procurar oportunidades ao longo da época”.

Ávila tem uma vasta experiência em provas de GT, tendo vencido, ao volante de um Ferrari, o Asian SuperCar Championship em 2008, e sido vice-campeão da Taça Porsche Carrera Ásia em 2011.

1 Mar 2018

Instituto do Desporto mexe no regulamento da atribuição de subsídios aos pilotos

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] atribuição de subsídios aos pilotos locais que participem em corridas no exterior tem ao longo dos anos causado um incómodo braço de ferro entre pilotos e as entidade responsáveis do território. Este tema controverso teve um novo desenvolvimento este ano, mas, para variar, positivo para o lado dos pilotos.
Para se habilitarem a receber este vital apoio monetário, os pilotos portugueses e chineses da RAEM tinham, entre outros critérios obrigatórios a cumprir, que participar no Grande Prémio de Macau e, desde 2013, de chegar ao fim da prova onde participavam.

Estas duas cláusulas foram sempre veemente contestadas pelos pilotos, principalmente a segunda, que obrigava os corredores da casa a dosearem o seu andamento no fim-de-semana do Grande Prémio para não comprometerem um suporte financeiro vital para a temporada seguinte e, ao mesmo tempo, rezarem a todos os Deuses do Olimpo para que o azar não lhes batesse à porta no mais importante fim-de-semana de Novembro.
Felizmente, o bom senso sobrepôs-se ao orgulho e o contestado ponto 2.4 da “atribuição de subsídios aos pilotos locais que participem em corridas no exterior durante 2018” deixou cair a obrigatoriedade de terminar a corrida do Grande Prémio de Macau. Diz agora o dito ponto que basta “Ter participado nas corridas oficiais do Grande Prémio de Macau (GPM) realizadas durante 2017 (com partida efectuada)”.
O ano passado, o polémico ponto 2.4 referia ser obrigatório “Ter terminado e obtido uma classificação oficial que se situe numa posição entre as 70% melhores classificações finais dos pilotos participantes de Macau numa das corridas do Grande Prémio de Macau (GPM) realizadas durante 2016.”
Caso os requisitos não tivessem sido alterados este ano, apenas vinte pilotos estariam à partida qualificados para acederem ao apoio do Governo da RAEM. Com esta alteração, passam a ser trinta e sete aqueles que até 28 de Fevereiro se podem candidatar à verba disponibilizada pela Fundação Macau.

IDM está atento

Se os pilotos portugueses foram os primeiros a mostrar publicamente o desagrado pela forma como este subsidio era e é atribuído, o mal-estar estendeu-se rapidamente também aos pilotos de etnia chinesa. Esta alteração nos critérios dos requerentes foi obviamente bem recebida, não só por quem dela beneficiará, mas também pela comunidade dos desportos motorizados de Macau no geral.
Questionado pelo HM sobre qual a razão que motivou este ajuste de peso, o Instituto do Desporto (ID) esclareceu por escrito que “o esquema de alocação dos subsídios para os pilotos locais participação em provas no exterior é concebido para apoiar os pilotos de Macau com recursos e condições para participarem em eventos de desportos motorizados, com o objectivo último de elevar o níveis competitivos dos pilotos locais.”
O IDM admite que está aberto a sugestões e deixa a promessa que irá estar atento ao assunto, deixando no ar que o actual sistema para poderá evolver para melhor.
“À medida que o tempo passa, nós temos trabalhado continuamente em formas de melhorar o sistema, incluindo tendo em consideração as ideias e sugestões que recebemos dos pilotos. No futuro nós iremos continuar a olhar para encontrar métodos para apoiar os pilotos locais e a criar condições para um desenvolvimento a longo termo dos desportos motorizados de Macau”, explicou o organismo responsável por executar a política desportiva do território.

Não chega a todos

Esta medida salutar não é no entanto suficientemente abrangente para evitar que os três pilotos da RAEM mais representativos da actualidade estejam automaticamente desclassificados a candidatar-se ao subsídio, o que demonstra a incongruência do sistema ainda em vigor.
André Couto, Rodolfo Ávila e o jovem Leong Hon Chio não participaram na edição transacta do Grande Prémio, por diferentes razões, e nem os triunfos que conquistaram em 2017 – Ávila foi vice-campeão do mais popular campeonato de automobilismo da República Popular da China e Leong venceu de uma assentada o Campeonato da China de F4 e o Campeonato Asiático de Fórmula Renault na sua estreia em monolugares – nem o vasto currículo internacional, como no caso de Couto, são argumentos suficientes para serem merecedores de qualquer apoio do território que representam fora de portas.
Este pequeno volte-face das entidades responsáveis de Macau irá apaziguar ligeiramente a insatisfação crescente, mas não será ainda suficiente para trazer a tão desejada paz e um pouco de consenso ao automobilismo do território.

21 Fev 2018

“Grid girls” continuarão a ser vistas no Grande Prémio

Em plena altura do defeso, o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 saltou para as capas dos jornais quando há duas semanas anunciou o fim das “grid girls” nos Grande Prémios, seguindo o exemplo de outros campeonatos sancionados pela FIA e até de outros desportos. Todavia, por cá, no Grande Prémio de Macau, tudo ficará como antes

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á décadas os pilotos encontrarem o seu lugar na grelha de partida através de uma placa com o seu nome ou número sustentada por uma modelo remunerada para o efeito. Contudo, esta tradição do “Grande Circo” chegou ao fim, numa decisão que não foi nada consensual, mas que para os novos donos da categoria principal do desporto automóvel é uma tentativa de melhorar a sua imagem perante uma sociedade que cada vez menos perdulária a qualquer manifestação menos politicamente correcta.

O grupo americano Liberty Media, que tem os direitos comerciais da Fórmula 1 desde 2017, tenta reinventar a categoria e torná-la mais atrativa para o público jovem. Se muitos concordaram com a medida, outros mostraram-se efusivamente o seu desagrado, entre eles figuras proeminentes do paddock, como Niki Lauda, o ex-responsável máximo Bernie Ecclestone, os pilotos Max Verstappen e Sebastien Vettel e até algumas modelos.

Para apaziguar os ânimos, os responsáveis pelos aspectos comerciais da Fórmula 1 revelaram uma solução para identificar o lugar de cada um dos pilotos na grelha de partida. Assim, crianças com uma carreira no automobilismo escolhidas por mérito ou por sorteio permanecerão na grelha de partida com o nome de cada um dos pilotos em todos os Grandes Prémios.

Contudo, esta decisão, que trazia dinheiro aos cofres da Fórmula 1 e que também atingirá as categorias de suporte – Fórmula 2 e GP3 Series – acabará por afectar as centrais de modelos exclusivamente dedicadas às necessidades do desporto automóvel, que agora vão sentir um decréscimo progressivo de actividade, uma vez que as restantes categorias tendem seguir a Fórmula 1.

O Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC) já tinha banido as “grid girls” e, depois da decisão da Fórmula 1, é de esperar que as restantes competições sob a égide da federação internacional sigam o exemplo a curto prazo. Contudo, e por agora, o Grande Prémio de Macau não vai seguir esse caminho.

Imunes por cá

A presença de modelos no paddock do Grande Prémio, representando as cores de patrocinadores e marcas associadas ao evento, sempre foi uma imagem forte do evento, recaindo nelas, e às vezes neles, muita da atenção de fotógrafos e curiosos.

Esta tradição do evento do território irá continuar, pelo menos na próxima edição. Questionado pelo HM, o Instituto do Desporto disse que “a Comissão Organizadora do Grande Prémio está atenta às mudanças em termos da disposição de alguns dos maiores eventos de automobilismo no mundo”.

No entanto, a entidade responsável pela organização da maior manifestação desportiva de carácter anual da RAEM esclarece que “de momento não tem planos para cancelar ou substituir o uso de “grid girls” e está concentrada nos preparativos gerais e organização do evento deste ano.”

O Grande Prémio de Macau não é caso único a não seguir esta via restritiva. Os responsáveis do campeonato MotoGP, a competição mundial mais importante de motociclismo, deixaram bem claro que a tradição das “grid girls” é para manter e está totalmente fora de questão tocar nesse tópico, o mesmo acontecendo com o campeonato de carros eléctricos Fórmula E que também não abdicará do ritual.

WTCR irá dialogar

A Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) é uma das três competições FIA no programa do Grande Prémio. A competição de carros de Turismo, que este ano vai sofrer várias alterações em termos desportivos, também deixará de adoptar as “grid girls” na maioria dos seus eventos. Porém, a organização do WTCR deixa a última palavra para os promotores locais.

“Como promotores do WTCR, o Eurosport Events não organizará qualquer “grid girls”, nem “grid boys”. Em vez disso vamos aumentar os nossos esforços em trazer sons e músicas às pré-grelhas, DJs e entretenimento para os nossos fãs e convidados”, explicou ao HM François Ribeiro, o CEO do Eurosport Events, salientando, no entanto, que o WTCR irá manter o hábito “de ter modelos na cerimónia do pódio para ajudar no protocolo”.

Ciente que existe uma certa oposição a esta medida drástica, Ribeiro deixa, porém, a porta aberta ao diálogo. “Nós entendemos o facto que alguns promotores de eventos queiram continuar a tradição das ‘grid girls’ e iremos sentar-nos com eles para avaliarmos a situação e tomar as decisões adequadas”, elucida o dirigente francês.

Com mais de sessenta anos de história, o carnaval do Grande Prémio deverá passar a curto prazo incólume às pressões da sociedade moderna, sendo a questão que se coloca – até quando?

13 Fev 2018

Fórmula 3 ex-Michael Schumacher vai ser cabeça de cartaz

[dropcap style≠‘circle’]M[/dropcap]acau irá contribuir para aquela que será a maior exposição de monolugares – carros de competição também conhecidos como Fórmulas – a realizar em Portugal.

O Reynard 903 – Volkswagen, gentilmente cedido pela Fundação Casa de Macau, que Michael Schumacher conduziu à vitória no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 1990, será o “cabeça de cartaz” da exposição “Monolugares em Portugal – Passado e Presente” que estará patente ao público, de 10 de Fevereiro a 14 de Março, no Museu do Automóvel de Vila Nova de Famalicão.

A mostra reunirá alguns dos fórmulas que ajudaram a escrever capítulos da história do automobilismo em território português, desde Fórmula BMW, Fórmula Ford, Fórmula V ou Fórmula Renault, até monolugares de construção lusitana, como o APIS.

“É com enorme orgulho que vamos reunir aqui, em Vila Nova de Famalicão, um espólio tão vasto de monolugares de competição. Em nome do Museu, gostaria de agradecer à Fundação Casa de Macau, pela cedência de um carro que faz parte dos livros de história do automobilismo mundial, assim como a todos os proprietários privados, cuja preciosa colaboração foi indispensável para tornar esta exposição possível”, disse o director do Museu, Amadeu Melo e Silva.

Este Reynard ex-Michael Schumacher é um dos monolugares de Fórmula 3 mais marcantes do automobilismo mundial, pois foi com ele que o alemão triunfou no Circuito da Guia, levando de vencida o seu eterno rival Mika Häkkinen com uma manobra bastante polémica. Os dois pilotos iriam replicar esta batalha anos mais tarde na Fórmula 1. Dada à sua importância histórica, ao longo dos anos este monolugar tem sido utilizado para promover o Grande Prémio.

Num espaço de 3 mil metros quadrados, em Ribeirão, o Museu do Automóvel de Vila Nova de Famalicão, que em 2017 passou a integrar a Associação Internacional de Museus de Transportes e Comunicações, guarda um valioso espólio de mais de uma centena de viaturas, retratando a evolução do design e da técnica do automóvel ao longo do século XX. O alcance da instituição não se esgota nas colecções expostas, estendendo-se às áreas da formação e educação através da Escola de Restauro Automóvel e da Escola de Educação Rodoviária.

6 Fev 2018

MotoGP estuda provas em circuitos citadinos

[dropcap]O[/dropcap] pequeno mundo do MotoGP, a categoria rainha do motociclismo mundial, recebeu com surpresa a possibilidade do campeonato ter provas em circuitos citadinos num futuro próximo. Todavia, a possibilidade que certamente deixaria muitos fãs locais em estado de êxtase, de Valentino Rossi, Marc Márquez ou Jorge Lorenzo visitarem o Circuito da Guia, é, no mínimo, muito pequena.

Numa entrevista ao diário espanhol Expansión, o CEO da Dorna Sports, Carmelo Ezpeleta, revelou que existem planos para uma primeira prova “numa cidade quente”, sendo este, segundo o promotor do campeonato, “um projecto sólido”.

No sábado passado, à margem da conferência de imprensa de apresentação da equipa oficial da Yamaha, o promotor do MotoGP revelou ao site oficial do campeonato mais informações sobre o projecto. “É uma ideia que começámos a falar. Estamos a trabalhar com um governo asiático para tentar fazer um circuito semi-permanente com todas as medidas de segurança de um traçado permanente mas com características interessantes. Não penso que o projecto esteja pronto, no mínimo, até dentro de dois anos.”

Ezpeleta explicou que este traçado citadino “tem como característica principal, além de ser um circuito com toda a segurança dentro de uma cidade, um paddock que ficará totalmente coberto, integrado num centro de exposições. Assim, durante o Grande Prémio utiliza-se para apoio à corrida, e durante o resto do ano pode ser usado para muitas outras coisas. Isso permitiria ter um paddock climatizado numa zona de muito calor.”

Apesar das provas de estrada de motociclismo utilizarem estradas públicas, a única prova de motociclismo a nível mundial num circuito citadino continua a ser o Grande Prémio de Motos de Macau que este ano vai para a sua 52ª edição.

Probabilidades baixas

Apesar das insistências do HM, a Dorna Sport não respondeu às questões colocadas pelo HM sobre e eventualidade do Circuito da Guia acolher um evento do MotoGP no futuro. Contudo, várias fontes ligadas ao campeonato consultadas pelo HM acham pouco possível, a começar “pela dimensão reduzida do paddock, passando pelo facto do fim-de-semana Grande Prémio acolher actualmente três competições da Federação Internacional do Automóvel”.

O circuito citadino da RAEM tem as suas particularidades, por ser “talvez o único evento nos tempos que correm que conjuga automóveis e motociclos no mesmo programa, sendo este basicamente um circuito montado para automóveis”, explicou ao HM, no passado mês de Novembro, Carlos Barreto, o Director de Corrida do Grande Prémio de Motos.

Embora o circuito respeite todas as medidas de segurança impostas pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM), nos últimos anos as alterações feitas ao circuito a pensar na segurança dos concorrentes têm sido na sua maioria pensadas para os automóveis. Há também uma série de medidas suplementares que anualmente são implementadas pela Comissão Organizadora para manter uma articulação saudável com a rotina diária da cidade. Tornar isto tudo possível não é tarefa fácil, visto que a prova de motos de Macau, ao contrário das principais corridas de “Road Racing”, como a Ilha de Man TT ou a NW200, obriga a um entendimento com as entidades responsáveis pelas corridas de automóveis.

“É necessário muito diálogo interno para se procurar conciliar as propostas da FIA e, por vezes, esse compromisso pode demorar um nadinha mais”, acentuou na altura Carlos Barreto, que deu como exemplo “a passadeira para peões no início da Estrada de São Francisco que foi recolocada uns metros adiante e essa alteração, efectuada a título permanente em 2016, contribuiu para melhorar em termos de segurança esta zona do circuito para os pilotos de motociclos.”

Mesmo cumprindo todas as rigorosas normas de segurança, fatalidades, como aquela que manchou a edição de 2017, são impossíveis de evitar e estão intrinsecamente apegadas à natureza da competição.

Outras paragens

Na mesma entrevista Ezpeleta admitiu que muitos países têm mostrado interesse em receber provas do MotoGP, admitindo que mais de 20 provas por ano é neste momento difícil, apesar de 22 eventos ser o número ideal do ponto de vista do empresário espanhol.

No que respeita ao continente asiático, este ano a popular competição das duas rodas passará pela Tailândia, que se estreia no calendário, pela Malásia, que abdicou do Grande Prémio de Fórmula 1, mas não da sua prova de motociclismo, e pelo Japão, um país que é paragem obrigatória dada a fortíssima presença dos construtores nipónicos.

Por muito incrível que pareça, a China continua fora do calendário. O MotoGP visitou o circuito de Xangai de 2005 e 2008, mas para além do evento nunca ter sido financeiramente viável para o promotor local, vários problemas com as alfandegas chinesas saturaram a Dorna.

Indonésia deverá ser a próxima paragem asiática do MotoGP já em 2019, caso o novo circuito de Palembang, no sul da ilha de Sumatra, esteja pronto atempadamente. A acontecer, este será um regresso do campeonato à Indonésia que até 1997 organizava o seu Grande Prémio de Motociclismo no Circuito de Sentul.

2 Fev 2018

Álvaro Mourato prossegue carreira no exterior

[dropcap style≠’circle’]Á[/dropcap]lvaro Mourato tem sido na última década e meia um dos principais intervenientes das corridas de carros de Turismo de Macau. No entanto, o piloto macaense abandonou o ano passado o campeonato local – MTCS – e não tem planos em regressar este ano.

A actual regulamentação técnica do MTCS afastou Mourato, como afastou outros pilotos locais. O piloto da RAEM vai continuar a apostar em corridas de carros de Turismo soltas e fora de portas, mantendo a forma, para, quiçá, regressar um dia à competição bandeira da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC).

“Para este ano tenho um plano com uma equipa japonesa para correr nas 10 Horas de Buriram, na Tailândia”, explicou o piloto ao HM, recordando que “ano passado fiz a corrida de resistência no circuito citadino de Bangsaen da Toyota Vios Cup e terminei no quinto lugar.”

Mourato não perdeu a vontade de competir entre nós, mas reconhece que a subida em flecha dos custos de participação não ajudam a um eventual regresso ao campeonato que em 2018 terá novamente duas jornadas duplas no Circuito Internacional de Zhuhai.

“É difícil de continuar no MTCS, o custo está cada vez mais elevado. Fica caro tanto competir no MTCS, como no Grande Prémio de Macau. Seja na Taça CTM, como na Taça da Corrida Chinesa”, deixa claro o vencedor da corrida Troféu Hotel Fortuna/Interport Hong Kong-Macau da edição de 2010 do Grande Prémio de Macau.

 

Custos que assustam

A opinião não é única, nem sequer é novidade para quem segue de perto o desporto automóvel local. O actual regulamento das provas de apuramento dos pilotos de carros de Turismo do território para o Grande Prémio de Macau, único no mundo, é demasiado pesado para as carteiras da maioria dos participantes, até porque os patrocinadores não abundam nesta cidade.

Apesar de nenhum piloto gostar de falar abertamente dos custos envolvidos nas provas locais, até porque estes variam muito de piloto para piloto, a verdade é que um carro competitivo na classe 1600cc Turbo pode ser superior a um milhão de Patacas e há quem diga que na classe acima de 1950cc há viaturas a custar o dobro.

“Não vale a pena a AAMC andar a inventar regulamentos, como este que estamos a usar – 1600cc Turbo e Superior 1950cc – pois não existem em mais lado nenhum do mundo e são muito perigosos para os pilotos e sócios, no sentido que acabam por ficar pendurados”, salienta, referindo que “sem existir um controlo das ECU dos carros, ou uma única marca de ECU, e não houver controlo do limite das RPM, muitos mecânicos de Macau, mas também de Hong Kong, vão puxar os carros até ao limite, ou para lá dos limites. No fim, é uma corrida para queimar dinheiro.”

Como solução para este problema, Mourato sugere que “a AAMC deveria contratar alguém para trabalhar nesta área. Eu próprio não me importaria de pagar um pouco mais de inscrição para que existisse um engenheiro ou um técnico capaz de controlar esta área”.

 

Futuro deveria ser TCR

Em 2020 a AAMC prepara-se para introduzir um novo regulamento técnico nas corridas locais, o que quer dizer que teremos um parque automóvel totalmente novo dentro de dois anos. Isto também significa que os pilotos vão ter novamente que abrir os cordões à bolsa.

Para Mourato, o mais importante é que a “AAMC tem que encontrar uma solução para que não fiquemos outra vez pendurados”, aconselhando que o futuro do MTCS, a exemplo de vários outros campeonatos nacionais de carros de Turismo, incluindo o português, adopte os regulamentos da categoria TCR.

“Na minha opinião deveríamos optar pelos carros TCR, mas tudo dependerá dos preços”, salientando que a melhor solução poderá passar “por antigos carros de TCR, pois em 2020 esses já serão baratos. É como agora, se quiseres comprar um carro do WTCC de 2010, vais conseguir preços bons. Optando por carros TCR das primeiras gerações, podemos vir a ter um campeonato de alto nível e custo baixo”, conclui o piloto da terra.

Para além de ser um conceito com provas dadas por todo o mundo e cortar pela raiz os custos derivados do desenvolvimento local dos carros, a categoria TCR tem a vantagem abrir aos pilotos locais e investidores a um vasto mercado em segunda mão e à possibilidade de usar as viaturas noutras competições.

Quer isto dizer que, o investimento feito num carro não ficará apenas confinado a três provas por ano, podendo este ser usado em diversos outros campeonatos e corridas do sudeste asiático. Ao mesmo tempo, esta opção permitirá aos pilotos que queiram ou necessitem de vender as suas viaturas para recuperar parte do investimento inicial entrarem num mercado verdadeiramente global.

25 Jan 2018

Piloto de Macau foi ao pódio no Dubai

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]o alinhar nas 24 Horas do Dubai, como vem sido um hábito nos últimos anos, Kevin Tse Wing Kin tornou-se o primeiro piloto de Macau a realizar uma corrida de automobilismo na temporada de 2018.

O piloto que corre com a bandeira da RAEM subiu ao pódio na categoria GT4 aos comandos de um Mercedes-AMG GT da equipa alemã Black Flacon, fazendo equipa com os pilotos de Hong Kong Frank Yu, Jonathan Hui e Antares Au. Este quarteto esteve na luta pelo triunfo na categoria GT4 com os dois Audi R8 LMS da Phoenix Racing, mas um problema de travões na 22ª hora não permitiu que sonhassem mais que uma posição no pódio à classe e o 31º lugar à geral.

“Esta foi a minha terceira participação nas 24 Horas do Dubai. Eu adoro a atmosfera do Dubai, com uma grelha de partida de 90 carros a competir durante vinte e quatro horas. O ano passado tivemos o Robert Kubica, o Brendon Hartlety e o Jean Eric Vergne a correr na mesma corrida, portanto, este é um verdadeiro evento internacional de alto nível”, explicou Tse ao HM.

Para um piloto mais habituado às corridas de Turismo de curta duração, a prova árabe de resistência é um desafio completamente diferente.

“As corridas de endurance não são apenas de velocidade pura, mas mais de conservação de pneus e resistência e jogadas de estratégia. É perfeito para uma equipa de quatro pilotos amadores, pois nós ainda tivemos a hipótese de lutar por um bom resultado, apesar de o nosso andamento, numa volta só, não ser o ideal”, realça.

O Mercedes AMG GT3, também da Black Falcon, pilotado por Abdulaziz Al Faisal, Hubert Haupt, Yelmer Buurman e Gabriele Piana foi o vencedor da prova de Dubai à geral, ao passo que o português Rui Águas terminou muito atrasado depois de um contacto com um outro concorrente o ter obrigado a uma paragem de três horas e meia nas boxes para reparações.

Aposta certa

A exemplo da categoria de carros de Turismo TCR, a categoria GT4 também está em voga por todo o mundo. Rodolfo Ávila testou a semana passada o Audi R8 LMS na Malásia e teceu rasgados elogios à máquina construída em Ingolstadt. Tse também concorda que estes pequenos grandes carros de Grande Turismo são interessantíssimos de pilotar.

“O AMG é um grande carro de corridas. Basicamente é um mini GT3, pois o GT4 carrega partes do GT3 da AMG”, salienta Tse, que na edição passada da prova alinhou ao volante de um Porsche Cayman da mesma categoria.

Ainda sobre o bólide germânico, que na sua versão de competição custa cerca de dois milhões de patacas, o piloto-empresário explicou que se trata de “um carro fácil de conduzir e mecanicamente foi perfeito durante 24 horas. Parece que o Audi R8 GT4 também é um pacote muito competitivo, já que os tempos por volta são muito parecidos entre os dois carros. Com o orçamento dos GT3 cada vez mais caro, acho que a classe GT4 ficará mais popular nos próximos anos, especialmente para os pilotos amadores.”

GP é a prioridade

O piloto de Macau, que reside em Hong Kong, não esconde que o seu objectivo principal para a temporada de 2018 passa novamente por repetir a presença no Grande Prémio de Macau no mês de Novembro.

“O Grande Prémio é definitivamente o momento alto do ano e nada supera, em termos de corridas, o Circuito da Guia”, afirma Tse que em 2017, Tse tripulou um Volkswagen Golf TCR na Taça CTM de Carros de Turismo de Macau, mas acabou por abandonar devido a um acidente.

Contudo, o experiente piloto que compete com a licença desportiva do território ainda não traçou um plano exacto para a temporada que aí vem. Confirmada está a sua presença no Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS, na sigla inglesa).

“Ainda não sei ao certo em que corrida irei tomar parte nos fins-de-semana de provas da AAMC em Zhuhai, mas espero tomar uma decisão em breve”, concluiu o piloto que tem no seu currículo passagens pelos campeonatos TCR Asia Series, Asian Le Mans Series e Taça Porsche Carrera Ásia.

19 Jan 2018

Vencedor da Taça CTM não sabe se volta ao GP

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]o passado mês de Novembro, Jerónimo Badaraco voltou a subir ao degrau mais alto do pódio no Grande Prémio de Macau. “Nóni”, como é conhecido no meio automobilístico do território, venceu a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau na categoria até 1600cc Turbo, naquele que foi o seu segundo triunfo no Circuito da Guia, depois de em 1999 ter triunfado na Taça ACP.

Depois deste sucesso, o piloto macaense, que suplantou a favorita concorrência de Hong Kong numa corrida disputada em condições adversas, não pensa em pendurar já o capacete, mas não sabe se voltará a competir no final do ano no Circuito da Guia.

“Acho que esta temporada irei fazer algumas provas lá fora”, explicou o piloto da RAEM ao HM, que no passado chegou a realizar provas soltas do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), deixando claro que “quanto ao Grande Prémio de Macau de 2018, ainda não tomei qualquer decisão.”

A razão para optar por corridas fora da região deve-se a uma razão muito simples: “são corridas muito mais divertidas! Da forma como estão a fazer o Grande Prémio de Macau, com duas classes, não é tão divertido, nem justo, para os pilotos carros até 1600cc Turbo.”

Badaraco já tem alguns campeonatos em vista, mas uma decisão definitiva sobre onde marcará presença na época que aí se avizinha só acontecerá nas próximas semanas. Para optimizar os custos, o piloto do território deverá continuar a utilizar o seu Chevrolet Cruze 1.6T, podendo alugar uma outra viatura caso venha a realizar provas de resistência.

 

Combinação perigosa

Apesar de ter vencido a primeira edição da Taça CTM de Carros de Turismo de Macau que juntou duas diferentes categorias de viaturas – até 1600cc Turbo e superior a 1950cc – Badaraco, a exemplo de outros concorrentes, não vê com bons olhos esta fusão de carros com performances tão discrepantes.

“Não creio que a forma como agora são combinadas duas classes na mesma corrida esteja correcta e seja justa! Especialmente para a classe 1.6 Turbo”, explica o piloto do Chevrolet preparado pela Song Veng Racing Team.

“Nóni” é da opinião que a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) e a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau não estão a seguir o caminho correcto, principalmente porque o andamento entre os carros das duas classes “são muito diferentes. Especialmente no molhado. Como piloto com vários anos de experiência posso dizer que é perigoso combinar as duas classes numa mesma corrida. Basta fazer uma pesquisa sobre os tempos por volta do carro mais rápido da classe superior a 1950cc e do mais lento da classe até 1600cc Turbo…”

 

Qualificação também não convence

Badaraco também não concorda com o sistema de qualificação adoptado para o Grande Prémio de Macau que obriga os pilotos da RAEM a disputar, em conjunto com pilotos originários de outros países e territórios, duas jornadas duplas no Circuito de Zhuhai. “Está muito mal arranjada”, afirma.

O facto dos pilotos locais de carros de Turismo terem que realizar duas fases de apuramento até tomarem parte da grelha de partida para a corrida do Grande Prémio, é algo que não convence o condutor de Macau.

“Primeiro temos que fazer as qualificações na China, no Circuito Internacional de Zhuhai, em que apenas vinte e cinco concorrentes se apuram para o Grande Prémio de Macau. Depois, no fim-de-semana do Grande Prémio de Macau, temos que fazer outra qualificação em que se qualificam os dezoito melhores de cada classe, porque a grelha tem apenas trinta e seis lugares. Isto significa que em Macau temos que tirar sete carros de cada categoria. Penso que deveríamos apenas autorizar dezoito carros a virem a Macau depois das qualificações na China, em vez de termos outra qualificação no Grande Prémio”.

Apesar da AAMC não ter ainda divulgado publicamente o calendário de provas para 2018, o Circuito Internacional de Zhuhai já publicou o seu calendário de eventos para o próximo ano, onde constam dois fins-de-semana de corridas para o apuramento para o Grande Prémio de Macau, tal como aconteceu nas épocas anteriores. O primeiro evento no circuito permanente da cidade chinesa adjacente a Macau será realizado de 25 a 27 de Maio, ao passo que a segunda prova está agendada para o fim-de-semana de 30 de Junho e 1 de Julho.

17 Jan 2018

Taça da Corrida Chinesa voltará ao que era no GP

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Taça da Corrida Chinesa deverá apresentar novos moldes na 65ª edição do Grande Prémio de Macau. A competição monomarca apoiada pelo construtor automóvel chinês BAIC deverá regressar pelo quinto ano consecutivo ao Circuito da Guia e voltará apostar aos moldes vistos antes de 2017. Isto é, a habitual primeira corrida do programa de festas do evento anual da RAEM passará novamente a ser disputada por um tipo único de viaturas, neste caso os novos BAIC Senova D50 TCR.

O ano passado os BAIC Senova D50 dividiram pela primeira vez o asfalto da cidade de Macau com algumas viaturas da categoria TCR, provenientes do campeonato TCR China Series. O HM apurou que este foi um episódio excepcional e não se repetirá este ano. Segundo fonte da competição chinesa, “desta vez não haverá carros TCR, porque a Taça da Corrida Chinesa terá mais de trinta inscritos este ano.”

Por se tratar de uma competição que apela ao patriotismo chinês, no que respeita à nacionalidade dos pilotos, a mesma fonte esclareceu que “pilotos estrangeiros não poderão correr. Como nos anos anteriores, só será permitida a participação de pilotos chineses”.

Organizada pela Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, a Taça da Corrida Chinesa é um campeonato composto usualmente por quatro eventos, mas em 2018 o número de eventos poderá ascender aos cinco ou seis eventos. O calendário para a temporada que aí vem deverá ser “apresentado em breve”, sendo a tradicional corrida no território o ponto alto da temporada para pilotos e equipas.

A 65ª edição do Grande Prémio de Macau será realizada de 15 a 18 de Novembro e a presença da prova da Taça da Corrida Chinesa no programa de corridas está ainda pendente de confirmação da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau.

2017 foi um ano especial

A edição do ano passado da Taça da Corrida Chinesa será recordada, acima de tudo, pelo triunfo de Hélder Assunção. O piloto macaense teve um fim-de-semana isento de erros e soube como capitalizar as falhas dos pilotos mais rápidos e experientes para colocar a bandeira da RAEM no mastro principal da cerimónia do pódio.

A prova ficou igualmente marcada pela ausência de grande parte do pelotão do campeonato TCR China Series. Os contentores provenientes de Ningbo, carregados com os carros e material, daqueles que eram os favoritos à vitória à geral nesta corrida, não chegaram a Macau devido a problemas alfandegários. Sendo assim, apenas três SEAT Leon TCR, que estavam estacionados em Zhuhai antes da prova, um deles do piloto do território Alex Liu Lic Ka, se imiscuíram sem grande sucesso na luta dos carros “made in China”.

15 Jan 2018

WTCC | Circuito da Guia eleito o melhor de sempre

Nem Monza se compara. O Circuito da Guia foi considerado “o melhor de sempre”, por um painel de 18 países. E tudo começou numa tertúlia…

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Circuito da Guia foi eleito como o “melhor circuito de todos os tempos” do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), de acordo com um painel constituído pela imprensa de dezoito países e territórios, em que o Hoje Macau esteve representado.

O circuito do território, que nasceu numa tertúlia de quatro amigos portugueses no Hotel Riviera em 1954, fez parte do calendário do WTCC de 2005 a 2014, regressando este ano para a penúltima prova da história do campeonato, onde Mehdi Benanni e Rob Huff dividiram os triunfos, foi aquele que mais votos arrecadou por parte dos jornalistas que acompanharam o campeonato.

Macau teve uma pontuação de 43 pontos, superando o circuito alemão de Nürburgring Nordschleife, que teve 27 pontos, e o mítico traçado de Monza, em Itália, que somou 16. Dos quatro circuitos portugueses por onde o WTCC passou nesta sua segunda iteração, Vila Real foi o melhor classificado, tendo o traçado citadino transmontano sido o sexto mais votado, com um total de 7 pontos.

Depois de treze anos o WTCC chegou ao fim no final da temporada de 2017. A partir de 2018, o campeonato passa a ser uma Taça do Mundo FIA e chamar-se-á WTCR – FIA World Touring Car Cup. A nova competição, que continua sob a égide do Eurosport Events, anunciou na pretérita semana o calendário de dez provas para 2018 e confirmou que visitará o Grande Prémio de Macau, de 15 a 18 de Novembro.

Monteiro foi o “Piloto do Ano”

Os órgãos de comunicação social elegeram também o francês Yvan Muller, como o melhor piloto de sempre do WTCC, e o Citroën C-Elysée recebeu o troféu de melhor carro. Já o piloto português Tiago Monteiro, que ainda se encontra a recuperar de um violento acidente num teste privado em Barcelona no passado mês de Setembro, foi eleito o “Piloto do Ano” pelo júri constituído por vinte e cinco jornalistas. Monteiro, que era líder isolado do WTCC quando sofreu o acidente que não lhe permitiu completar a temporada, recebeu 10 votos, ao passo que Norbert Michelisz teve sete e o campeão Thed Björk cinco.

“Fico feliz com este troféu. Claro que gostava mais de ter vencido o campeonato, mas fico muito sensibilizado pela forma como estes jornalistas avaliaram o meu trabalho sabendo que não tive hipótese de continuar a correr. São estes pequenos detalhes que me fazem continuar focado na recuperação e com o regresso em mente”, afirmou o primeiro e único piloto português a triunfar na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau e que nas últimas semanas esteve no EUA onde visitou alguns médicos.

27 Dez 2017

Corridas de carros de Turismo vão continuar por Zhuhai

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS na sigla inglesa) vai manter o mesmo formato na próxima temporada, tanto no que respeita ao calendário de provas, como ao regulamento técnico que rege as competições de automóveis do território.

Apesar da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) não ter ainda divulgado publicamente o calendário de provas para 2018, o Circuito Internacional de Zhuhai já publicou o seu calendário de eventos para o próximo ano, onde constam dois fins-de-semana de corridas para o MTCS, tal como aconteceu nas épocas anteriores.

O primeiro evento no circuito permanente da cidade chinesa adjacente a Macau será realizado de 25 a 27 de Maio, ao passo que a segunda prova está agendada para o fim-de-semana de 30 de Junho e 1 de Julho.

Como é habitual, a AAMC deverá divulgar os critérios de selecção e apuramento para o 65º Grande Prémio de Macau mais tarde.

Pela primeira vez este ano, a participação nas provas do MTCS foi obrigatória a todos os pilotos, não são apenas aos portadores de licença desportiva do território, que quiseram qualificar-se para a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau do Grande Prémio, colocando frente-a-frente nas decisivas corridas de apuramento os pilotos de Macau, Hong Kong, Taipé Chinês e outras nacionalidades. Ao todo estiveram envolvidos no MTCS de 2017 setenta e sete pilotos.

 

Regulamentos são para manter

 

Quanto à regulamentação técnica do campeonato, os pilotos da RAEM foram informados durante o briefing de pilotos que antecedeu a edição deste ano do Grande Prémio de Macau que não haverá alterações de vulto, tanto em 2018, como em 2019. Uma nova regulamentação será apenas introduzida em 2020, o que irá permitir aos pilotos manter os carros que utilizaram este ano por mais duas temporadas, o que permitirá a vários pilotos rentabilizar os altos investimentos feitos este ano e em anos precedentes.

Continuarão a existir duas classes, uma para viaturas com motores 1.600cc Turbo e outra para viaturas de motorização 1.950cc ou Superior.

Em 2017, Paul Poon, piloto de Hong Kong, em Peugeot RCZ, venceu a categoria para viaturas com motores 1.600cc Turbo, seguido dos pilotos de Macau Leong Chi Kin e Célio Alves Dias. Entre os concorrentes da categoria para viaturas de motorização 1.950cc ou Superior triunfou Billy Lo, da RAEM, em Mitsubishi, que superou Yam Chi Yuen e Leong Ian Veng.

19 Dez 2017

O WTCC chegou ao fim, passará a chamar-se WTCR

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho Mundial da FIA que se realizou na pretérita semana em Paris ditou o fim esperado do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC). A partir de agora, o campeonato passa a ser uma Taça do Mundo FIA. A WTCR – FIA World Touring Car Cup será promovida pela mesma empresa que liderou o WTCC nos últimos treze anos, o Eurosport Events Limited, mas os carros mudam. Esta metamorfose deverá ter reflexos no Grande Prémio de Macau.

Para além da troca de denominação, o campeonato será agora apenas para equipas privadas, deixando claramente de fora a presença de equipas das marcas. Visto que o Eurosport Events adquiriu por dois anos os direitos da regulamentação TCR aos organizadores do campeonato TCR International Series, o campeonato passa a aceitar apenas os carros da categoria TCR, vistos entre nós na Corrida da Guia em 2015 e 2016.

Depois de dois anos de ausência, o WTCC regressou ao Circuito da Guia no passado mês de Novembro. O calendário do WTCR 2018 não foi anunciado no Conselho Mundial da FIA, mas circula pelas equipas interessadas no campeonato uma versão provisória onde Macau é a última prova da temporada.

“O calendário de 2018 da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo será anunciado no devido tempo”, afirmou François Ribeiro, o CEO do Eurosport Events, quando questionado pelo HM. “Não podemos comentar eventos individuais até os acordos estarem finalizados, mas é a nossa intenção incluir vários eventos que apareceram no calendário do WTCC nos últimos anos.”

Uma certeza é que o calendário de 2018 do WTCR será composto por dez eventos e passará por quatro continentes: África, América, Ásia e Europa.

Pilotos locais

De Paris também saiu a informação que um mínimo de dois carros por equipa podem inscritos na temporada completa, com um preço de inscrição de €150,000 por equipa. Haverá um tecto máximo de 26 carros para a época toda, mas em cada prova a organização abrirá a grelha de partida a dois pilotos convidados (wildcards).

“Definitivamente, o facto dos carros TCR substituírem os TC1 será mais favorável aos pilotos locais que queiram correr no Grande Prémio”, admitiu Mak Ka Lok, ao HM.

Pilotos como Filipe Souza e Mak Mak Lok, que disputaram este ano provas do WTCC, poderão assim usufruir destes dois “wildcards” para regressarem à Corrida da Guia, caso não haja lugares livres nos 26 inicialmente inscritos. Dada a impossibilidade de alugar um carro da anterior geração (TC1), sem ser a equipas regulares do WTCC, os preços praticados pelas equipas eram sempre bastante inflacionados. Por outro lado, o custos de colocar a correr um TC1 eram já por si mais caros, atingindo valores acima de meio milhão de patacas por prova do WTCC.

Para além dos custos inferiores em volta de um carro TCR, estas viaturas já são utilizadas em mais de vinte campeonatos em todo o mundo, tendo mesmo competido este ano no campeonato de Macau de carros de Turismo (MTCS) e sido integrados na Corrida da Taça Chinesa do 64º Grande Prémio de Macau. Alfa Romeo, Audi, Ford, Honda, Hyundai, KIA, LADA, Opel, Peugeot, Renault, SEAT, Subaru e Volkswagen são os constutores que já têm carros homologados para este campeonato.

Implicação no programa

Outra novidade do WTCR será o formato do fim-de-semana e este poderá ter implicações no programa do Grande Prémio de Macau do próximo ano, visto que cada fim-de-semana passa a ter três corridas, em vez das duas habituais. A primeira corrida será disputada ao sábado e a segundo e terceira no domingo.

Para além do número de corridas aumentar, também haverá duas sessões de qualificação por prova, uma a mais que anteriormente, e duas sessões de treinos-livres. Com o intuito de reduzir os custos, cada fim-de-semana de prova será composto por apenas dois dias – sábado e domingo – mas a exemplo do que aconteceu no passado, os organizadores do campeonato poderão ser forçado a alterar o formato habitual consoante as circunstâncias do evento onde o WTCR está inserido.

13 Dez 2017

GP Internacional de Karting junta 120 pilotos

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ortugal não estará representado na edição de 2017 do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau, a prova de final de ano co-organizada pela Associação Geral-Automóvel Macau-China (AAMC), Instituto do Desporto e Direcção dos Serviços de Turismo (DST) que se realiza no próximo fim-de-semana no Kartódromo de Coloane.

O jovem piloto do Entrocamento, Yohan Sousa, esperava marcar presença na RAEM este mês, a exemplo do ano passado, onde terminou na quinta posição na corrida “cabeça de cartaz”, mas a troca de planos quanto ao evento e a impossibilidade de colocar atempadamente uma logística para estar à partida impediram a sua participação.

“Tinha intenções de participar quando foi anunciada a prova, mas depois recebemos uma notícia a dizer que a prova tinha sido cancelada”, explicou ao HM, Yohan Sousa. “Fomos contactados há duas semanas, por e-mail, a dizer que a prova iria mesmo realizar-se com os mesmos apoios do ano passado, mas infelizmente estávamos em Las Vegas, na prova Superkart XXI, e não nos foi possível organizar a logística em tão pouco tempo”, lamenta o piloto português que não esconde que gostaria de ter regressado ao Kartódromo de Coloane este ano.

Os campeonatos CIK FIA Ásia-Pacifico para as categorias KZ e OK, que iriam fazer parte do programa da edição de 2017 do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau, foram cancelados a pedido das entidades responsáveis pelo evento no território apenas seis dias depois de terem aberto as inscrições.

Apesar da anulação das corridas que iriam atribuir os títulos dos dois mais importantes campeonatos CIK FIA para a região Ásia-Pacifico, a AAMC avançou com a organização da prova, oferecendo uma série de incentivos aos participantes, como um apoio monetário de cerca de 24.000 patacas e alojamento por cinco noites.

120 participantes confirmados

Na conferência de imprensa de apresentação da prova, realizada no final da pretérita semana, na presença do vice-presidente da AAMC, Herculano Ribeiro, da chefe do Departamento do Produto Turístico e Eventos da DST, Jennifer Si Tou, e do assistente à coordenação da prova, Armando de Jesus, entre outros membros da organização, foi confirmada a presença de 120 participantes, oriundos da República Popular da China, Austrália, Taipei Chinês, Itália, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Sri Lanka, Índia, Tailândia, Reino Unido, Hong Kong e Macau.

Ao todo serão três provas, que envolvem nove grupos, incluindo a “Macau Cup KZ Invitation Race International”, a “AAMC Cup KZ Invitation Race Asia”, o Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC) nas classes Formula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos, X30 Júnior e Sénior, ROK Sénior e Mini ROK.

Como é tradição, os quatro dias do evento, a realizar de 7 a 10 de Dezembro, terão entradas gratuitas para os espectadores.

5 Dez 2017

Félix da Costa pontua em Hong Kong

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s ares da região do Rio das Pérolas voltaram a fazer bem à estima do piloto português António Félix da Costa. Depois de um ano sem marcar qualquer ponto no Campeonato FIA de Fórmula E, no “ePrix Hong Kong”, o jovem de Cascais, duas vezes vencedor do Grande Prémio de Macau, regressou aos lugares pontuáveis e às boas actuações.

A segunda edição do evento de automobilismo do território vizinho teve um formato diferente, com duas corridas, uma no sábado, outra no domingo, no percurso desenhado ao longo da Lung Wo Road, Man Yiu Street e Yiu Sing Street.

Na primeira corrida do fim-de-semana, Félix da Costa qualificou-se na oitava posição. Apesar de ter levado um toque na partida, que lhe danificou a asa da frente e de uma paragem demorada nas boxes, para troca de carro, o português terminou no sexto posto. “Foi um bom início de temporada”, admitiu o piloto.

No domingo, largando do quarto lugar, Félix da Costa subiu à terceira posição quando Félix Rosenqvist fez um pião logo na primeira curva. O piloto luso da equipa Andretti parecia capaz de terminar num lugar no pódio, mas um novo problema na paragem das boxes, atirou-o para o fundo do pelotão. Félix da Costa viu a bandeira de xadrez no décimo segundo lugar.

O inglês Sam Bird venceu a primeira corrida do fim-de-semana no traçado desenhado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes. Jean-Éric Vergne e Nick Heidfeld acompanharam o piloto da DS Virgin Racing na cerimónia do pódio.

No domingo, Edoardo Mortara tinha tudo muito bem encaminhado para assegurar o seu primeiro triunfo na sua estreia na categoria de carros electricos, mas um erro a duas voltas do fim do “Sr Macau” abriu as portas à vitória do alemão Daniel Abt. Mortara ainda conseguiu voltar à pista para terminar no terceiro lugar, um lugar atrás de Rosenqvist.

Couto em novas funções

Afastado provisoriamente das pistas, André Couto estreou-se numa outra função este fim-de-semana. O piloto português de Macau foi chamado pela organização do campeonato para o cargo de Conselheiro dos Pilotos junto dos Comissários Desportivos. Couto ocupou o lugar que em eventos anteriores foi do ex-piloto de F1 Paul Belmondo e do piloto da Bentley GT Andy Soucek.

4 Dez 2017

Fórmula E : Hong Kong acelera este fim-de-semana

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]uas semanas depois do 64º Grande Prémio de Macau, no próximo fim-de-semana será a vez dos nossos vizinhos de Hong Kong organizarem o seu evento de automobilismo: o “Hong Kong ePrix”. Com mão de um arquitecto português, que deu uns retoques no circuito de Central.

A quarta temporada do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E, para carros eléctricos, arranca novamente aqui ao lado, num duplo evento que se divide pelos dias 2 e 3 de Dezembro, a disputar na zona do porto, tendo como pano de fundo os arranha-céus que dominam aquela parte do território. Com uma extensão de 1,86 km, o percurso desenha-se ao longo da Lung Wo Road, Man Yiu Street e Yiu Sing Street, naquela que será a segunda edição da prova.

A novidade para este ano é que as duas corridas vão cobrir distâncias diferentes (43 e 45 voltas) de forma a incluir um novo elemento estratégico de corrida, apesar da paragem nas boxes obrigatória para troca de carro, visto que as baterias ainda não aguentam uma corrida inteira, continuar em vigor.

Ao contrário do Grande Prémio de Macau, que tem várias corridas e categorias divididas por quatro dias do evento, o “Hong Kong ePrix” tem apenas duas corridas, uma no sábado e outra no domingo.

Com um orçamento aproximado superior a 150 milhões de Hong Kong dólares, este evento que era um velho sonho da Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), já é uma bandeira do turismo do território vizinho.

Com a mobilidade eléctrica a ganhar preponderância na indústria automóvel, o interesse dos grandes automóveis pela Fórmula E tem crescido. Audi, Jaguar, Mahindra, Renault e o Grupo Peugeot-Citroen já estão representadas oficialmente na Fórmula E, enquanto que a BMW, Mercedes-Benz, Nissan (no lugar da Renault) e Porsche irão juntar-se à festa nas duas próximas temporadas.

A temporada 2017/2018 da Fórmula E, competição que só corre em traçados citadinos, vai também passar por grandes cidades mundiais, como Nova Iorque, Montreal, Roma, Berlim ou Paris, estreando-se no universo lusófono, em São Paulo, e em Zurique, naquela que será a primeira prova de automobilismo de circuito na Suíça depois de sessenta anos de proibição.

 

Mãozinha portuguesa

O circuito de Hong Kong foi gizado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes e mantém-se praticamente inalterado em relação à temporada passada, excepto no desenho da chicane entre as Curvas 3 e 4, a zona mais rápida da pista onde os pilotos poderão alcançar velocidades até aos 200 km/h.

“Fizemos alterações no desenho e construção da chicane e da curva 1. Tudo o resto irá manter-se como na primeira edição”, explicou o arquitecto português ao HM. “A chicane do ano passado tinha uma abordagem mais rápida do que tentamos por norma fazer devido a condicionalismos do local e do projecto. Este ano vamos fazer um movimento mais acentuado, obrigando os pilotos a travar mais cedo e por conseguinte entrar mais devagar. A definição do apex também será construído com a utilização de correctores integrados em maciços de betão o que irá obrigar os pilotos a cumprir com os limites do traçado.”

Relativamente à curva 1, esta será também alvo de uma reformulação ao nível do seu desenho, “na medida em que o raio interior irá ser reduzido consideravelmente dando mais espaço para os carros e consequentemente dando mais opções para os pilotos abordarem a curva. A construção será com o mesmo sistema de correctores integrados.”

Apesar de se queixarem das ondulações do asfalto e da sujidade da pista, este é um dos traçados favoritos dos pilotos.

 

Félix da Costa confiante

O campeonato Fórmula E reúne um leque de pilotos de luxo, alguns deles ex-Fórmula 1 e outros caras bem conhecidas do Grande Prémio de Macau, como o campeão Lucas di Grassi, Felix Rosenqvist, Edoardo Mortara ou Maro Engel. Outras das cara conhecidas do campeonato é António Félix da Costa, o único piloto português que venceu o Grande Prémio de Macau por duas ocasiões. O piloto de Cascais quer iniciar a temporada com o pé direito e está satisfeito por regressar à ex-colónia britânica.

“A cidade de Hong Kong é espectacular, é um lugar muito porreiro para começar a época. É fantástico estar de volta. Eu tenho muito carinho pela área de Hong Kong porque Macau é tão próximo e traz-me muitas boas memórias”, afirma o piloto que a BMW Motorsport emprestará novamente esta época 2017/2018 à MS&AD Andretti.

Depois de uma temporada 2016/2017 bastante complicada, dada à falta de competitividade dos monolugares da equipa norte-americana e onde só pontuou na prova de abertura em Hong Kong, Félix da Costa acredita que esta época será melhor, até porque a BMW colocou uma série de engenheiros ao serviço da formação do clã Andretti.

“Foi uma boa pré-época com a equipa MS&AD Andretti, todos temos trabalhado bem em conjunto e acredito que temos um futuro brilhante à nossa frente. Precisamos de abordar a temporada quatro com a força máxima e temos que nos comportar como uma equipa a sério. Veremos o que conseguiremos”, diz o português.

Para ver as corridas da Fórmula E em Macau terá que sintonizar na FOX Sports que continua a deter os direitos de transmissão televisivas do campeonato.

29 Nov 2017

Ávila sagra-se Vice-Campeão do CTCC

[dropcap]R[/dropcap]odolfo Ávila sagrou-se ontem Vice-Campeão do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) de 2017, ao terminar na segunda posição na última corrida da temporada, tendo os seus resultados ao longo da época, e especialmente este fim-de-semana no Circuito Internacional de Xangai, sido preponderantes na conquista do título de Construtores por parte da SAIC Volkswagen.

Na sua temporada de estreia no campeonato de automobilismo com maior expressão na República Popular da China, Ávila foi uma presença regular nos lugares pontuáveis, abdicando por vezes de arriscar resultados mais exuberantes em prol do resultado colectivo da equipa.

“O objectivo primordial para esta temporada era ajudar a equipa a vencer o título de Construtores e esse foi cumprido”, explicou o piloto português de Macau da equipa SVW333 Racing. “Obviamente que estou igualmente muito satisfeito em ter ficado em segundo lugar no campeonato. Foi um início de temporada difícil, onde tivemos problemas de vária ordem, mas com o decorrer da temporada fomos melhorando. Foi pena o azar na  segunda corrida em Wuhan, onde motor partiu quando eu seguia no terceiro lugar, mas isso também faz parte das corridas.”

“Esta época foi uma experiência muito interessante para mim, enquanto piloto, pois descobri várias circuitos que desconhecia e tomei contacto com um campeonato extremamente competitivo, em que dentro da pista não há contemplações. Quero também agradecer à SVW333 Racing por me ter dado esta oportunidade e acreditado desde a primeira hora que eu poderia ser uma mais valia para a equipa”, acrescentou Ávila.

O piloto da RAEM estava ciente que esta última prova do ano iria ser particularmente complicada, porque os VW Lamando GTS tinham um handicap de peso demasiado elevado, em relação à concorrência directa, devido aos bons resultados nas provas anteriores. Todavia, Ávila não baixou os braços e, depois de ter conquistado um quinto lugar na primeira corrida, hoje, na última e decisiva corrida do ano, terminou num espectacular segundo lugar.

“Foi um fim-de-semana muito difícil em termos de performance porque os nossos carros estavam muito pesados. Fui o melhor da minha equipa na qualificação e apenas o décimo da geral. Na primeira corrida, porque era importante terminar e somar o maior número de pontos possíveis, optei por uma toada cautelosa, sem exageros, e consegui terminar no quinto lugar. Hoje, partindo do oitavo lugar, fiz outra corrida limpa e consegui subir posições de oitavo até ao segundo lugar. Dadas as circunstâncias foi a melhor forma de dar uma época dura como concluída”, explicou o piloto do VW Lamando GTS nº9.

Rodolfo Ávila subiu ao pódio por três ocasiões esta temporada, terminando o campeonato com 124 pontos, apenas menos sete que o piloto campeão.

27 Nov 2017

Construtores e FIA satisfeitos com a corrida dos GT

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau voltou a ser Macau e na Corrida de Qualificação Taça do Mundo FIA de GT um acidente dantesco deixou sessenta por cento do pelotão de fora, proporcionando pelo segundo ano consecutivo conteúdos virais nas redes sociais e voltando a dar munições aos críticos desta prova.

“Não é bem o que queres ver…”, verbalizou o que sentia Maro Engel, momentos depois de assistir nos ecrãs gigantes do circuito à repetição do choque em cadeia no Ramal dos Mouros que obrigou quase todas as equipas e construtores a uma noitada para reparar os carros para domingo.No paddock, a opinião dividiu-se, mais uma vez, entre aqueles que defendem que estes são os riscos normais de uma participação num evento singular a nível mundial e aqueles que acham que o Circuito da Guia não se adequa a uma Taça FIA desta dimensão, com estes carros que custam milhões de patacas.

Richard Coleman, CEO da Craft-Bamboo Racing, que inscreveu dois Porsche 911 GT3-R, era um dos mais insatisfeitos no final do dia de sábado. “Eu sei que as pessoas dizem sempre que isto é Macau, mas temos que questionar o espectáculo desportivo da corrida, com apenas uma mão de carros a terminar”, disse o inglês, após saber pelos técnicos da sua equipa que a célula de segurança do Porsche 911 GT3-R de Laurens Vanthoor tinha ficado comprometida e o detentor da Taça do Mundo de 2016 tinha ficado arredado de defender a coroa no domingo.

Para a Audi, BMW e Mercedes-Benz o Grande Prémio de Macau continua a ser uma prova obrigatória, pois, para além do que acontece na pista, várias são as acções promocionais com clientes que são colocadas em paralelo com a realização do evento.

A visita anual à RAEM é mais do que uma simples corrida de automóveis. A BMW regressou oficialmente este ano ao Circuito da Guia, onde apresentou o seu 18º “Art Car”, e apesar da elevada conta em estragos, não se arrepende.

“Foi um fim-de-semana de inacreditavelmente empolgante – com um final dramático”, sintetizou Jens Marquardt, o director desportivo da BMW Motorsport, afirmando ainda que “é difícil desenhar uma conclusão definitiva de uma corrida como esta.”

Mesmo não tendo vencido desta vez, a rival Audi, através do seu responsável pelo desporto automóvel, Chris Reinke, resumiu assim o fim-de-semana: “foi caótico, ainda que ultimamente positivo.”

A corrida de domingo, ganha por Edoardo Mortara, só contou com catorze dos vinte inscritos, mas o espectáculo em pista não desiludiu os espectadores e aficionados.

Está bem como está

Os críticos habituais desta corrida – uma Taça do Mundo FIA com carros GT3 num circuito com as características daquele da nossa cidade – têm apontado o tamanho e, principalmente, as velocidades atingidas por estes carros de mais de uma tonelada como uma razão para os vários acidentes, sugerindo que se faça a corrida com outro tipo de carros de Grande Turismo (GT). Esta solução até poderia ser possível, dado o crescimento da categoria GT4, com viaturas de GT mais próximas dos carros do dia-a-dia, com andamento inferior e com custos muito mais baixos.

Contudo, para os responsáveis da prova, a Taça do Mundo FIA de GT tem que ser feita com os actuais carros de GT e com as poderosas equipas de fábrica.

“É verdade que a categoria GT4 é nova fórmula, mais barata e que irá crescer. Nós já vimos isso no Blancpain GT Series Asia. Mas os carros GT3 são o pináculo das corridas de GT e vão de mão dada com o Grande Prémio de Macau e o seu prestígio. É o mesmo que a obrigatoriedade de pilotos profissionais: esta corrida deve ser o melhor dos melhores”, explicou ao HM Benjamin Franassovici, o responsável da SRO, a entidade apontada pela FIA para cooperar com a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) na organização desta corrida.

A federação internacional ainda não confirmou onde será realizada a Taça do Mundo em 2018, mas as indicações sobre um eventual regresso a Macau, ao contrário do que tinha acontecido o ano passado, são hoje bastante positivas.

23 Nov 2017

51º Grande Prémio de Motos de Macau – Vitória amarga

O Circuito da Guia voltou a mostrar-se este fim-de-semana impiedoso e, por mais sofisticadas e aperfeiçoadas que sejam as medidas de segurança impostas, a crueza é ainda uma característica intrínseca dos desportos motorizados

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]lenn Irwin venceu a 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau que fica marcada pelo acidente mortal do inglês Daniel Hegarty. Na quinta volta da tradicional prova de sábado à tarde, o piloto inglês, que participava pela segunda vez na prova, perdeu o controlo da sua Honda CBR1000RR na Curva dos Pescadores. A corrida foi prontamente interrompida, para prestar os primeiros socorros ao piloto da TopGun Racing, que foi rapidamente transportado para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde iria chegar já sem vida. A corrida não recomeçou e a cerimónia do pódio foi realizada com enorme pesar.

Para segundo plano forçosamente fica a parte desportiva do evento deste ano, onde Glenn Irwin e a sua Ducati 199RS mereciam todo o destaque. Ainda na sexta-feira o piloto da Irlanda do Norte entrou para o livro dos recordes do Grande Prémio, ao rodar em 2:23.081, um tempo que para além de lhe ter dado a pole-position, tornou-se o recorde a melhor volta ao Circuito da Guia. Irwin destronou o antigo recorde de Stuart Easton que já levava sete anos.

Apesar da ameaça de chuva que pairou sobre Macau no sábado, a corrida realizou-se como o previsto, com a pista seca e condições climatéricas  adequadas.

Irwin fez um bom arranque, defendendo-se dos vários ataques de Peter Hickman, o vencedor das duas últimas edições, e que na primeira volta ainda chegou a liderar. Enquanto Michael Rutter desceu de terceiro para quinto na partida, Martin Jessopp geria a sua corrida atrás dos dois primeiros, procurando o primeiro triunfo na corrida.

O piloto da bem afinada Ducati vermelha da Paul Bird Motorsport, que soube como tirar proveito da melhor performance dos pneus Metzeler sobre os Dunlop que equipavam os rivais das favoritas BMW, conseguiu sacudir a pressão de Hickman e já tinha conseguido uma vantagem de um segundo para o seu principal adversário nas cinco voltas realizadas e que lhe valeram o primeiro triunfo entre nós. Contudo, esta foi uma vitória sem nada para festejar.

“O que temos hoje não é uma celebração.  As corridas são irrelevantes. Esta é uma forma muito triste de ficar no topo do pódio com champanhe aberto. É um fim muito triste”, disse, em lágrimas, Irwin no final da prova.

Michael Rutter, que conseguiu ultrapassar Jessopp e Connor Cummins, completou o pódio.

Óbito | Daniel Hegarty (1986-2017)

Daniel Hegarty, de 31 anos, casado e pai de duas crianças menores, não era um dos nomes sonantes da prova, mas era um experiente piloto de corridas de estrada e uma das esperanças do motociclismo da especialidade do Reino Unido segundo a imprensa especializada.

Na sua segunda participação na prova, Hegarty qualificou-se no 15º lugar, onde rodava quando perdeu o controlo da sua mota na Curva dos Pescadores e chocou violentamente contra as barreiras de protecção.

De acordo com o comunicado da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, “o corredor britânico sucumbiu aos ferimentos quando seguia na ambulância a caminho do Hospital Conde São Januário”.

Segundo o coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun, o piloto “sofreu ferimentos graves” e foi de imediato transportado para o hospital. A comissão contactou com a família e membros da equipa garantindo que lhes será prestada toda a assistência.

A última fatalidade no Grande Prémio de Macau de Motos tinha acontecido em 2012, quando o português Luís Carreira perdeu a vida na mesma curva na primeira sessão de qualificação.

Triste fado lusitano

André Pires, o único piloto português da “metrópole” a participar na 64ª edição do Grande Prémio de Macau, não chegou a alinhar na corrida de motos, devido a um problema na sua montada.

“Infelizmente é um dos dias mais tristes da minha carreira. Até agora nunca tive um caso de uma corrida em que eu não pudesse alinhar e sempre fizemos tudo para correr”, disse o piloto de Vila Pouca de Aguiar ao HM. “Há coisas que nos ultrapassam, sem dúvida. No warm-up tivemos uma avaria no motor e não temos como prosseguir. Ainda tentámos fazer tudo, mas não temos as peças suplentes.”

O piloto transmontano, que se qualificou no 23º lugar entre vinte e oito concorrentes, estava satisfeito com os resultados obtidos até ao problema.

“Conseguimos melhorar, até baixei cinco segundos a minha melhor volta. Estava mesmo muito perto do meu melhor tempo e de bater o meu próprio recorde”, explicou, acrescentando que, apesar dos meios limitados ao seu dispor, espera voltar em 2018: ”Espero que surja aí qualquer coisa para que no ano que vem estejamos cá com mais força.”

Quanto à Kawasaki ZX10R do Team of Portugal, essa “vai agora para Portugal, fica arrumada e para o ano vamos ver. Esta é uma mota com que corremos em Portugal. Fez a época toda sem problemas mas chegou aqui e aconteceu isto. É triste e não há explicação. Se tivéssemos um motor suplente ainda podíamos ter tentado trocar, mas não temos. Nem dinheiro, nem motor…”

20 Nov 2017