Rodolfo Ávila no Campeonato da China de Carros de Turismo

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]odolfo Ávila continua este fim-de-semana a sua aventura no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC), desta vez num palco que nunca visitou, o Circuito de Guizhou, situado no sul da República Popular da China.

O piloto português de Macau, que está pela primeira vez a disputar um campeonato de carros de Turismo a tempo-inteiro, é um dos poucos pilotos do campeonato que nunca competiu neste circuito erigido em 2016.  O circuito de Guizhou, situado na capital da província, Guiyang, tem catorze curvas e um perímetro de 2,198 km, tendo um desenho em forma “ruyi”, o ceptro dos imperadores chineses.

Nas duas provas anteriores, disputadas em Zhuhai e o no circuito de Guangdong, Ávila mostrou um excelente andamento nas corridas, o que lhe permite hoje ocupar o quinto lugar no campeonato.

“A minha maior dificuldade têm sido as qualificações e adaptar-me ao comportamento dos pneus. A qualificação vai ser muito importante nesta pista porque não será fácil ultrapassar nas corridas”, antevê o piloto da SVW333 Racing.

“Temos vindo a melhorar o VW Lamando GTS, mas a concorrência é forte e também não tem estado parada. Vou dar o meu melhor, sempre com o objectivo de ajudar a equipa a somar o maior número de pontos possível, mas tenho a consciência que vai ser um fim-de-semana tudo menos fácil, porque vou ter muito pouco tempo de pista para me familiarizar a um circuito que apenas irei conhecer no primeiro treino-livre de sábado”, conclui o piloto oficial da SAIC Volkswagen.

O dia de sábado será marcado pelas duas sessões de treinos-livres e pela sessão qualificação. As duas corridas realizam-se no domingo.

22 Jun 2017

Piloto macaense Filipe Clemente Souza vai correr no TCR China e no WTCC

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]ilipe Clemente Souza vai ter uma segunda metade do ano bastante preenchida. O piloto de Macau vai participar na temporada completa do novo campeonato TCR China e ainda irá dar uma perninha no Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC).

Neste novo desafio, o piloto macaense irá tripular um VW Golf TCR da equipa Teamworks, que é responsável técnica para a região dos carros TCR do Grupo Volkswagen Audi.

“Escolhi este campeonato é porque é um novo campeonato na China e é um novo conceito de corridas”, disse Souza ao HM sobre este desafio.

O TCR China obriga, por regulamento, a que haja dois pilotos por carro. O piloto da RAEM irá fazer equipa com Samuel Hsieh, um piloto de Hong Kong muito experiente neste tipo de carros e com várias participações nas corrida de suporte do Grande Prémio de Macau. Souza não esconde que a dupla tem como objectivo “lutar pelos lugares do pódio”.

O piloto da Song Veng Racing Team nas provas nacionais ainda não teve a oportunidade de testar o VW Golf TCR da equipa de Hong Kong, mas espera ter fazê-lo ainda antes do arranque da temporada. Contudo, o carro alemão, que este ano apresenta algumas novidades a nível aerodinâmico, é bastante familiar ao piloto de Macau, pois na época passada Souza conduziu um carro semelhante no campeonato TCR Asia Series, mas da equipa germânica Engstler Motorsport, e este ano participou na primeira ronda do mesmo campeonato em Zhuhai, onde terminou no terceiro lugar na segunda corrida.

O campeonato TCR China iria começar em Ordos este fim-de-semana, mas problemas com a pista da Mongólia Interior adiaram o arranque do campeonato para o mês de Agosto, em Xangai. Ao todo serão seis provas, cada uma com três corridas por fim-de-semana, ao longo desta primeira temporada, sendo que a competição chinesa tem uma jornada agendada para o Circuito da Guia no mês de Novembro em que Souza poderá não participar.

Nova aventura no WTCC

Este também será o ano em que Souza irá regressar ao WTCC, onde em 2014 conquistou o Troféu Asiático. O piloto do território tem um acordo com a equipa espanhola Campos Racing para conduzir um Chevrolet Cruze RML TC1 na prova chinesa do campeonato, que se disputa no novo circuito de Ningbo, e no Grande Prémio de Macau, apesar da ronda do Circuito da Guia não estar ainda cem por cento segura.

“Decidi participar porque tudo indica que este será o último ano destes carros TC1 no mundial de Turismo”, explicou Souza ao HM, que não esconde estar curioso para “experimentar um carro TC1”, que é bastante diferente dos carros que tripulou até aqui.

O campeão de Macau de carros de Turismo está consciente das suas limitações nesta sua participação pontual no WTCC, pois enfrentará uma concorrência muito experiente e que conduz estes carros há vários anos, alguns com apoio directo de grandes construtores. Por isso mesmo, os objectivos de Souza resumem-se “a terminar e fazer boas corridas”, gozando ao máximo a possibilidade de ombrear com os melhores do mundo.

16 Jun 2017

Automobilismo | BMW apresentou o seu “Art Car” para o Grande Prémio de Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] 18º exemplar da Colecção BMW Art Car vai participar no 64º Grande Prémio de Macau e foi apresentado a semana transacta na China continental. No Museu de Art Minsheng, em Pequim, em frente a centenas de convidados, incluindo alguns membros da administração da BMW AG, a artista chinesa Cao Fei revelou o seu projecto que ficará aqui exposto até Novembro.

O BMW M6 GT3 empregará uma “realidade aumentada e virtual” e aborda o “futuro da mobilidade, como a condução autónoma e a digitalização”. Com 39 anos, Cao Fei, mais conhecida pelo seu projecto online RMB City (um mundo virtual projectado para o jogo de realidade alternativa Second Life), tornou-se a artista mais jovem a fazer um trabalho desta natureza para a BMW. O carro será visto a correr numa decoração em preto-carbono, isto porque que o design criado pela artista chinesa só é possível ser visto no mundo virtual.

“O BMW Art Car da Cao Fei é uma reflexão sobre a velocidade da mudança na China, sobre a sua tradição e o seu futuro”, era possível ler no comunicado da BMW. O projecto artístico está dividido em três componentes: um vídeo de um praticante espiritual viajando no tempo, recurso à realidade aumentada, exibindo fluxos coloridos de luz, acessíveis através de uma aplicação dedicada e o carro de corrida BMW M6 GT3 no seu preto-carbono original.

“Para mim, a luz representa pensamentos. Como a velocidade dos pensamentos não pode ser medida, o #18 Art Car questiona a existência de limites na mente humana”, diz Cao Fei, lembrando que “nós estamos a entrar numa nova era, onde a mente controla directamente objectos e onde os pensamentos podem ser transferíveis, como operações não tripuladas e inteligência artificial… Que atitudes e temperamentos seguram a chave que abrirá a porta para uma nova era?”

A tradição dos “BMW Art Car”, carros de competição cuja decoração fica a cargo de um artista de renome, como Alexander Calder, Andy Warhol ou Jeff Koons, remonta a 1975. Até hoje foram produzidos dezassete carros, sendo o exemplar que será visto a acelerar nas ruas de Macau o dezoito. O dezoito também será o número escolhido para a corrida em Macau, isto devido á simbologia do número na cultura chinesa. Esta será primeira vez que um “BMW Art Car” corre no Circuito da Guia.

Brasileiro ao volante

Entretanto, a BMW Motorsport já escolheu quem irá pilotar o seu carro entre nós no mês de Novembro. Apesar de contar nas suas fileiras com um especialista no Circuito da Guia e duas vezes vencedor da corrida de Fórmula 3, o português António Félix da Costa, o construtor alemão escolheu outro piloto lusófono para conduzir o BMW M6 GT3 especial, neste caso o brasileiro Augusto Farfus. O piloto de Curitiba conhece bem as ruas da RAEM, tendo vencido por duas ocasiões quando a Corrida da Guia pontuava para o WTCC.

Este carro será inscrito na corrida Taça GT Macau que este ano comemora a sua décima edição. Por confirmar está se esta mesma Taça GT Macau dará corpo pelo terceiro ano consecutivo à Taça do Mundo FIA de GT, apesar de Pun Weng Kun, Presidente do Instituto do Desporto do Governo da RAEM e Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, ter dado sinais no sentido da continuidade durante a cerimónia do anúncio do patrocinador principal do evento.

7 Jun 2017

Provas de qualificação para o Grande Prémio começaram em Zhuhai

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Circuito Internacional de Zhuhai acolheu o primeiro Festival de Corridas de Macau, um evento organizado pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC), que tem, para além de contar para o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa), tem como finalidade apurar os pilotos para a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau do 64º Grande Prémio de Macau do mês de Novembro. Este ano, ao contrário de anos anteriores, as provas de qualificação para o grande evento do mês de Novembro juntam os pilotos de território aos pilotos de Hong Kong e outras paragens.

Neste primeiro evento, os pilotos de Macau dominaram os acontecimentos, vencendo as quatro corridas realizadas no circuito permanente da cidade continental chinesa adjacente à RAEM.

Dias e Souza e limitada

A categoria “AAMC Challenge 1.6 Turbo” assistiu a dois triunfos de pilotos macaenses. Contrariando o favoritismo dos pilotos de Hong Kong, no sábado, Filipe Souza (Chevrolet Cruze) partiu da pole-position para  primeira corrida, tendo ao seu lado Célio Alves Dias (Mini Cooper S), no entanto o campeão de Macau em título viria a abandonar, devido a um furo, abrindo as portas do triunfo a Alves Dias. O piloto macaense viu a bandeira de xadrez com uma margem superior a dois segundos sobre Samson Fung (Peugeot RCZ), o melhor representante da região vizinha, e Leong Chi Kin (Mini Cooper S).

No domingo, Souza teve a sua vingança, partindo do primeiro posto, tendo por lá ficado durante as 12 voltas, superando o veterano Paul Poon (Peugeot RCZ) e Leong Chi Kin. Souza fez ainda a volta mais rápida.

Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) foi 11º classificado na primeira corrida, mas desistiu na segunda. Já Rui Valente penou com problemas mecânicos no primeiro dia, ficando-se pelo modesto 20º lugar. No domingo, o piloto português finalizou no 14º lugar, terminando a segunda corrida do fim-de-semana à frente de Alves Dias, mas ficando com um sabor amargo de boca, porque problemas de travões impediram um resultado quase certo dentro dos dez primeiros.

Vitórias repartidas

A categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Acima” juntou mais de cinco dezenas de viaturas. Também aqui os pilotos da RAEM se superiorizaram à concorrência. Arrancando das duas primeiras posições, Leong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) e Billy Lo (Mitsubishi Evo7) passearam na frente da corrida sem oposição. Ng Kin Veng (Mitsubishi Evo9) completou um pódio preenchido só por pilotos do território. Aproveitando o facto de Leong Ian Veng não ter completado uma só volta, a segunda corrida foi ganha por Lo, seguido por Simon Yan  (Mitsubishi Evo9) e Ng Kin Veng. O oitavo posto conquistado por Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) foi o melhor resultado dos pilotos de matriz portuguesa, ele que na corrida de sábado tinha desistido com um problema na bomba que puxa a gasolina. O estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo7) somou ao 16º lugar da corrida de sábado um interessante nono lugar no domingo. Hélder Assunção (Mitsubishi Evo9) levou para casa um 19º lugar como melhor resultado do fim-de-semana.

O segundo e decisivo Festival de Corridas de Macau está agendado para 23 a 25 de Junho, novamente no Circuito internacional de Zhuhai.

29 Mai 2017

André Couto vai guiar um Bentley nos EUA

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ndré Couto vai para o terceiro fim-de-semana consecutivo de corridas. O piloto de  Macau foi chamado pela Bentley Team Absolute para substituir o suíço Alexandre Imperatori na prova do campeonato norte-americano Pirelli World Challenge SprintX no circuito de Lime Rock, localizado na região da Nova Inglaterra.

“Esta será a minha primeira experiência aos comandos do Bentley Continental GT3”, disse André Couto. “É muito bom poder correr na América porque há muito tempo que não tinha essa hipótese. Eu testei Champ Car em 2001 e a minha primeira corrida aqui foi de karting em 1994”, acrescentou.

Na corrida deste fim-de-semana, Couto fará equipa com o piloto sino-americano Yufeng Luo que este ano está a dar os primeiros passos nas corridas de GT.

“Antes de tudo posso dizer que a pista é bastante interessante, bastante exigente, com curvas de grande velocidade, especialmente as últimas”, disse o piloto luso que este ano está a disputar o Campeonato da China de GT e algumas corridas do campeonato japonês Super GT na classe GT300.

Na terça-feira, numa sessão privada de testes em que várias equipas marcaram presença, Couto teve um primeiro contacto com o Bentley Continental GT3 na pista de Lime Rock e ficou satisfeito com as primeiras sensações ao volante do carro britânico: “Já tive a oportunidade de conduzir vários carros da categoria GT3 e posso dizer que o Bentley é um carro muito bom”, salientou.

Também conhecido por Campeonato Americano de GT, o campeonato Pirelli World Challenge, cujo o campeão em título é o português Álvaro Parente, que também este fim-de-semana competirá em Lime Rock mas ao volante de um McLaren 650S GT3, é considerado um dos mais fortes a nível mundial, muito devido à presença de várias marcas representadas oficialmente. Apesar de ser um campeonato de Sprint na sua essência, de apenas um piloto por carro, no formato SprintX, como este fim-de-semana, o bólide é partilhado por dois pilotos. O programa terá duas corridas de uma hora cada, uma disputa-se já esta sexta-feira e a outra no sábado.

“Estou bastante satisfeito por estar aqui e acredito que nos podemos sair bem. O campeonato tem um nível muito alto e estou desejoso por começar”, afirma Couto em jeito de antevisão para o fim-de-semana que ai vem.

Bom início no Japão

Antes de viajar para terras do “Tio Sam”, o piloto da RAEM teve a sua primeira corrida de 2017 no Japão. No circuito de Fuji, no passado fim-de-semana, o piloto do território levou o Porsche 911 GT3 R da equipa D’Station Racing à sétima posição entre os concorrentes da classe GT300 do campeonato nipónico Super GT.

“Nós começamos em 16º e terminamos em 7º. Significa muito para mim ter contribuído com pontos para a equipa”, verbalizou Couto após a corrida, ele que fez equipa com o experiente piloto local Tomonobu Fujii.

“O traçado deste circuito não beneficia as características do Porsche, logo não tínhamos carro ambicionar o primeiro lugar. Contudo, foi muito bom eu e o Tomo (Tomonobu Fujii)  termos conseguido subir na classificação numa pista com tão poucas áreas para ultrapassagens”, sublinhou o piloto português que regressa ao Japão no próximo mês, para disputar a quarta ronda do campeonato na pista de Sugo. Este ano, o vice-campeão da categoria GT300 em 2015, não está a disputar a totalidade do campeonato, tendo apenas nos seus planos realizar três provas.

26 Mai 2017

Provas de apuramento para o Grande Prémio arrancam este fim-de-semana

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já no próximo fim-de-semana que o Circuito Internacional de Zhuhai recebe o primeiro dos dois Festivais de Corridas de Macau. O evento que começa sexta-feira com as verificações técnicas e documentais reunirá mais de 80 pilotos de carros de Turismo que tentarão obter um bom resultado que lhes permita sonhar com o apuramento para a Taça de Carros de Turismo de Macau do 64º Grande Prémio de Macau do mês de Novembro.

O Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) mudou de moldes, sendo que este ano não só qualifica os pilotos do território para o grande evento de automobilismo da RAEM, mas também os pilotos de fora. A competição organizada pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) será novamente dividida em duas classes: “AAMC Challenge 1.6 Turbo” e “AAMC Challenge 1950cc ou Acima” (anteriormente designada como Roadsport Challenge).

Matriz lusa em força

Apesar das alterações técnicas radicais introduzidas este ano na classe 1.6 Turbo, onde se destaca o fim do peso mínimo das viaturas, o número de inscritos vai manter-se estável. Ao todo, a classe “AAMC Challenge 1.6 Turbo” reuniu três dezenas de inscrições, sendo que vinte e três participantes são de Macau, seis de Hong Kong e um de Singapura. O contingente de matriz portuguesa volta a ser numeroso e de grande valor: Rui Valente (MINI Cooper S), Célio Alves Dias (MINI Cooper S), Hélder Rosa (Peugeot RCZ), Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze), Eurico de Jesus (Ford Fiesta) e o campeão em título Filipe Clemente de Souza (Chevrolet Cruze). As únicas ausências notadas na lista de inscritos são de Álvaro Mourato, como noticiado no HM anteriormente, e de Patrick Chan, mas a contrapor, há três novos pilotos de Macau a iniciarem-se esta temporada. Apesar dos pilotos de Macau estarem em maior número, o favoritismo irá recair novamente na dupla de Hong Kong, Paul Poon e Samson Fung (Peugeot RCZ), que nos últimos anos têm dominado a “Taça CTM” do Grande Prémio de Macau.

Divisão necessária

A categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Acima” juntará cinquenta e cinco participantes, sendo que vinte e dois são pilotos do território. Entre a “prata da casa” estão os macaenses Hélder Assunção (Mitsubishi EVO9), que regressa este ano ao MTCS, Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi EVO9), Jo Rosa Merszei (Mitsubishi EVO9) e o estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi EVO9). Este número elevado de inscritos obrigará à divisão dos concorrentes em dois grupos distintos de número igual. Serão disputadas duas diferentes sessões de qualificação, sendo que a primeira qualifica os vinte mais rápidos de cada grupo para a segunda qualificação e esta, por sua vez, determina a grelha de partida para a corrida. Ambas as categorias vão ter uma corrida de 12 voltas no sábado e outra com o mesmo número de voltas no domingo. Como tal, o procedimento da qualificação para a corrida da categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Acima” repete-se nos dois dias.  Os vinte e cinco melhores de cada categoria, no somatório dos dois Festivais de Corridas de Macau, serão apurados para o Grande Prémio.

24 Mai 2017

CTCC | Ávila admite que não foi uma estreia fácil

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]odolfo Ávila iniciou a sua participação no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) com um terceiro lugar. Apesar de ter subido ao pódio, o piloto de Macau teve que suar as estopinhas para lá chegar. Aliás, Ávila foi obrigado a fazer duas corridas de recuperação no Circuito de Zhuhai.

“Tivemos algumas dificuldades inesperadas na qualificação”, explicou o piloto do território ao HM que foi obrigado a recuperar da nona posição da grelha de partida até ao último lugar no pódio. “Felizmente o trabalho fora de pista foi bem feito e no domingo, principalmente na primeira corrida, o comportamento do carro melhorou bastante, dando-me a possibilidade de conduzir nos limites e avançar na classificação”, salientou Ávila que na segunda corrida voltou a ter que fazer exactamente o mesmo.

A grelha de partida da segunda corrida do CTCC é este ano determinada pela classificação inversa dos doze primeiros classificados da primeira corrida, o que daria a Ávila o 10º posto para o arranque do segundo confronto. Todavia, Ávila foi obrigado a arrancar do 13º lugar da grelha de partida, pois recebeu uma penalização de três posições por uma alegada manobra perigosa, ao ultrapassar o BAIC Senova D60 de Darryl O’Young, durante a primeira corrida. Pela segunda vez no mesmo dia, o piloto do Volkswagen Lamando GTS nº9 ultrapassou vários adversários ao longo das 11 voltas ao circuito da cidade chinesa adjacente a Macau, terminando no sétimo lugar, garantindo preciosos pontos para o campeonato. “Não foi tão fácil como parece. Ora ganhava lugares, ora perdia lugares”, esclareceu o piloto que deu os primeiros passos no automobilismo no Kartódromo de Coloane, que lembra que “neste campeonato as lutas no meio do pelotão são muito aguerridas e é preciso uma atenção suplementar, pois ao mesmo tempo que tentas ultrapassar o carro que segue à tua frente, atrás de ti há quem queira tirar partido da situação e roubar-te a posição. Não há tempo para relaxar.”

Uma nova realidade

Apesar da sua já substancial experiência no automobilismo e até ter no currículo o vice-campeonato do TCR Asia Series de 2015, as corridas de Turismo são um mundo relativamente novo para Ávila.

“A experiência conta muito no automobilismo e os meus adversários já correm nesta disciplina há anos. Eu nunca fiz nenhuma temporada completa de carros de Turismo. Fiz duas provas do campeonato TCR asiático, incluindo o Grande Prémio de Macau, e duas provas do CTCC o ano passado. E foram duas provas em que não deu para aprender muito, pois tivemos diversos problemas no carro”, explicou o piloto português. “As corridas de Turismo são muito diferentes das corridas de Fórmulas ou GT em que participei no passado. Os carros obrigam a um estilo de condução diferente e as corridas também são diferentes, pois os andamentos são muito mais equilibrados, as corridas mais curtas e há mais toques”, acrescenta o piloto oficial da SAIC Volkswagen 333 Racing.

O CTCC continua no fim-de-semana de 3 e 4 de Junho, com a visita ao Circuito Internacional de Guangdong. Ávila nunca correu no sinuoso circuito localizado na cidade chinesa de Zhaoqing, algo que não o incomoda, pois “vou encarar este fim-de-semana com a mesma atitude e vontade. Darei o meu melhor em pista e acredito que os resultados vão continuar a aparecer”.

16 Mai 2017

André Couto deu nas vistas no Campeonato da China de GT

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] piloto de Macau André Couto estreou-se no Campeonato Chinês de GT este fim-de-semana no Circuito de Goldenport, em Pequim. Na sua estreia absoluta no campeonato e com a equipa Spirit Z Racing, ao volante de um Nissan GT-R Nismo GT3, Couto somou duas décimas posições nas duas corridas de 60 minutos cada que compuseram o programa do evento da abertura da competição chinesa. Contudo, os resultados do piloto português não correspondem de maneira nenhuma à sua exibição.

A dividir as despesas de condução com Yuey Tan – um experiente piloto amador de Singapura – Couto qualificou-se para a primeira corrida do fim-de-semana na 10ª posição.

Ao contrário de outros campeonatos, onde vale o melhor tempo, no Campeonato Chinês de GT a posição da grelha de partida é determinada pelo tempo médio das melhores voltas de cada um dos pilotos. Partindo do décimo posto, Couto fez um arranque espectacular e no final da primeira volta já rodava no terceiro lugar. Contudo, num circuito onde as ultrapassagens são difíceis, o Nissan do piloto luso ficaria preso atrás do enorme Bentley Continental GT3 do tailandês Vutthikorn Inthraphuvasak. Couto acabou por passar o volante ao seu companheiro no terceiro lugar, mas este, com problemas no volante, caiu a pique na classificação durante o seu turno, terminando do duo luso-asiático no 10º lugar.

A história repetiu-se

Na sessão de qualificação realizada na manhã de sábado, onde as condições meteorológicas foram novamente favoráveis ao espectáculo, o piloto português e o seu companheiro de equipa colocaram-se no 7º lugar da grelha de partida.

Desta vez Couto não fez um “arranque canhão”. Em vez disso, o piloto do Nissan GT-R Nismo GT3 foi paulatinamente escalando posições na classificação com o decorrer da corrida. Couto subiu do sétimo posto até ao segundo lugar, e apenas não conseguiu chegar-se ao Audi R8 LMS do piloto amador Xu Jia, que a conduzir a solo incrivelmente venceu ambas as corridas do fim-de-semana e cuja legalidade da viatura foi posta em causa por vários outros concorrentes. Com Yuey Tan ao volante na segunda metade da corrida, o Nissan da Spirit Z Racing voltou retroceder na classificação, vendo a bandeira axadrezada novamente no 10º lugar da geral.

Missão cumprida

Couto reconheceu ao HM que o resultado não espelha o esforço da equipa e que no global “até nos portamos bem para as condições que tínhamos”. O piloto de Macau também admitiu “que se divertiu” nas lutas em que esteve envolvido nas duas corridas e que “vai de cabeça erguida para casa”, pois “fiz o meu trabalho”. A próxima prova do campeonato realiza-se no fim-de-semana de 7 e 8 de Julho no Circuito Internacional de Ordos. Localizado numa das “cidades fantasmas” mais conhecidas da China Continental, este circuito recebeu em 2011 uma prova do Campeonato do Mundo FIA GT1, mas há muito está afastado das grandes competições, sendo por isso uma novidade para o piloto da RAEM. Antes disso, Couto regressa ao Japão, no próximo fim-de-semana, para disputar a prova do campeonato Super GT em Autopolis, onde irá guiar um Porsche 911 GT3-R.

15 Mai 2017

Automobilismo | Theodore Racing mantém parceria com a Prema

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Theodore Racing, a equipa criada pelo empresário de Macau Teddy Yip nos anos de 1970 e que chegou mesmo a chegar à Fórmula 1, voltará este ano a estar representada nos principais circuitos mundiais.

Sem ambições de chegar à Fórmula 1, por agora, Teddy Yip Jr, que em 2013 ressuscitou a nome da equipa fundada pelo seu pai, manterá este ano a parceria que tem com a equipa italiana e ex-vencedora do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, a Prema PowerTeam. “Desde que começamos no 60º Grande Prémio de Macau com a parceria entre a Theodore e a Prema, esta continuou de força em força”, explicou Yip JR ao HM.

“O ano passado a parceria cresceu de forma a incluir a temporada do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, assim como a GP2 (agora chamada Fórmula 2) e os campeonatos ADAC (Alemanha) e italianos de Fórmula 4”. Este ano o programa da equipa italiana concentra-se nos mesmos campeonatos e o nome da Theodore Racing aparecerá associado a pilotos tão conhecidos como Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, ou Guanyu Zhou, o piloto chinês protegido da Scuderia Ferrari, na Fórmula 3, ou então o brasileiro Enzo Fittipaldi, neto de Emerson Fittipaldi, na Fórmula 4.

“Foi na base do projecto do ano passado que construímos o projecto deste ano. Esperamos continuar o nosso sucesso em conjunto por muito tempo no futuro”, elucida o empresário do território que persuadiu a BBIN, um fornecedor de software para iGaming, a apostar neste projecto, após um primeiro investimento no Grande Prémio de Macau de 2016.

Expansão asiática

Por agora o sobrinho de Stanley Ho não tem um plano definido para uma presença mais forte na Ásia, com a excepção da participação habitual no Grande Prémio de Macau. Contudo, Yip Jr tem seguido de perto a evolução do desporto no continente e não fecha as portas a uma possível presença a curto ou médio prazo.

“A expansão à Ásia é certamente um objectivo para a Theodore. Com as suas raízes firmemente plantadas em Macau, apenas faz sentido para a Theodore um regresso à Ásia com um programa a tempo-inteiro”, diz, sem no entanto esclarecer que a grande dúvida “é saber em que campeonato e quando”. As competições mais profissionalizadas do Japão são obviamente uma atracção, mas Yip Jr está atento a todas as oportunidades: “Eu disse anteriormente quanto gostaria de participar no campeonato japonês Super Fórmula, mas não é só isso. Vejo boas oportunidades nas corridas de GT, assim como nas categorias de monolugares na Ásia, como por exemplo a Fórmula 4”.

Em Macau é para vencer

Apesar da Prema PowerTeam não ter ainda definido em que moldes irá participar em Novembro no Grande Prémio de Macau, é certo e seguro que a formação transalpina se irá deslocar à RAEM com os seus Dallara-Mercedes, pintados com as cores da Theodore Racing e os melhores pilotos disponíveis. E o objectivo será novamente vencer, um prazer que o português António Félix da Costa roubou à equipa favorita o ano passado.

“Como sempre, nós esperamos atingir o primeiro lugar do pódio”, afirma sem receio Yip Jr. “Trabalhamos para sermos a equipa melhor preparada no terreno, o que com um pouco de sorte irá trazer-nos resultados. Porém, como sabem, nas corridas não há garantias.  Sendo o Circuito da Guia o que é, o que eu posso garantir é que os fãs terão um fim-de-semana de corridas excitante…”

5 Mai 2017

Automobilismo | Filipe Souza obtém segundo lugar na TCR Asia Series

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]ilipe Clemente Souza regressou no fim-de-semana ao campeonato TCR Asia Series e obteve um espectacular segundo lugar na segunda corrida do fim-de-semana. Aproveitando a passagem do campeonato pelo Circuito Internacional de Zhuhai, Souza juntou-se à Son Veng Racing Team e alinhou à partida com um Volkswagen Golf GTi da equipa do território, preparando assim o que irá ser a sua temporada de 2017, cujos planos finais ainda estão por divulgar, mas que giram na órbita deste tipo de viaturas de turismo. Apesar de ter testado um Audi R8 LMS Cup do troféu monomarca asiático no defeso, Souza deverá continuar a competir nas provas de carros de turismo esta temporada, tanto além fronteiras, como no Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS).

Na primeira corrida do TCR Asia Series no traçado de Zhuhai, o piloto inscrito pela Macau David Racing Team partiu do 7º posto da grelha de partida e terminou na mesma posição. Numa corrida disputada ainda com a pista seca, venceu o Audi RS 3 LMS pilotado pelo jovem Jasper Thong de Hong Kong e da equipa Phoenix Racing Asia, cujo o engenheiro de pista é o macaense Duarte Alves. Na segunda contenda,  Souza partiu no segundo lugar da grelha de partida, mas um arranque pouco inspirado atirou-o para o oitavo lugar ainda na primeira curva. Com a pista molhada e catorze voltas para cumprir, Souza fez uma recuperação notável, chegando até ao segundo posto. O bi-campeão do “AAMC Challenge” ainda se aproximou nas derradeiras voltas do líder e vencedor da corrida, o tailandês Tin Sritrai, em Honda Civic, mas uma ligeira saída de pista na penúltima volta quase deitava tudo a perder.

“Que corrida…foi uma daquelas corridas memoráveis. Obrigado à Son Veng Racing Team pelo serviço e à Macau David Group e Sniper Capital por terem tornado isto possível”, disse no final da corrida um visivelmente satisfeito Souza. A próxima prova do TCR Asia Series volta a ser realizada em Zhuhai, no mês de Maio, mas Souza ainda não sabe se participa, pois é algo que “depende do orçamento disponível”.

Em pista, também a representar a RAEM, esteve também Liu Lic Kai, que neste evento contou com a ajuda do piloto de Macau Rodolfo Ávila para encontrar as melhores afinações da sua viatura, após as dificuldades encontradas na primeira prova do campeonato realizada no mês passado na Malásia. Aos comandos de um SEAT Leon TCR preparado pela equipa Elegant Racing, Liu foi 8º classificado na primeira corrida, após ter arrancado do 10º lugar entre catorze participantes. Na segunda corrida Liu desistiu com problemas de falta de pressão de gasolina no carro espanhol logo na segunda volta.

Vitórias na F4

Filipe Souza não foi o único piloto de Macau a subir ao pódio em Zhuhai este fim-de-semana. Leong Hon Chio venceu duas das três corridas da jornada de abertura do Campeonato da China de Fórmula 4. O piloto de 15 anos da RAEM, que lidera o Campeonato Asiático de Fórmula Renault 2.0, diz que “ainda não sabe” se fará esta temporada mais provas desta categoria de monolugares apoiada pelo gigante da indústria automóvel chinesa Geely, porque “a corrida de Fórmula 4 em Xangai coincide com uma prova do asiático de Fórmula Renault”.

26 Abr 2017

Álvaro Mourato abdica do Campeonato de Carros de Turismo de Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] novo regulamento da classe “AAMC Challenge” (1,600cc Turbo) do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (ou MTCS na sua sigla inglesa) fez a sua primeira vítima. Álvaro Mourato, um dos históricos das corridas de carros de turismo do território, não irá participar no campeonato organizado pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) esta temporada.

“Este ano não vou competir nas corridas organizadas pelo AAMC”, disse Mourato ao HM, que tem já outros planos. “Em Junho, vou fazer a corrida de resistência de seis horas no circuito citadino de Bangsaen, na Tailândia”, remata.

Os elevados custos que obrigariam a adaptação do seu carro para uma participação condigna no MTCS dissuadiram Mourato de repetir a experiência, optando o piloto da RAEM, que no passado recente foi presença assídua no Campeonato da Malásia de Carros de Turismo com a equipa semi-oficial do construtor automóvel malaio Proton, por alinhar em corridas noutras paragens do Sudeste Asiático.

“Este novo regulamento fez-me optar por não correr no MTCS. Com este novo regulamento, com os patrocínios que tenho, não dá para fazer muito. Como este ano não recebo o subsidio, então decidi participar noutras corridas, mais baratas e com melhor qualidade”, explicou o vencedor da Corrida Troféu Hotel Fortuna/Interport Hong Kong-Macau do 57º Grande Prémio de Macau.

Outras participações

Além da prova rainha do Troféu Toyota Vios, onde poderá vir a fazer equipa com mais dois conhecidos pilotos do território, Mourato deverá tomar parte de outros eventos do troféu monomarca tailandês durante o ano, “porque o mais importante é participar em corridas com qualidade, mais justas, que tenham televisão em directo e muito público no circuito. Infelizmente, no MTCS não temos transmissão televisiva das corridas, nem há público a assistir às nossas corridas”.

Mourato também não tem por agora planos para participar no Grande Prémio de Macau no mês de Novembro. “Eu corro por gosto. Não gosto de correr pelo subsídio”, afirma categoricamente. “Já venci corridas no Grande Prémio de Macau e no MTCS. Já não é nada mau para a minha carreira enquanto piloto, há quem nem sequer consiga andar nos lugares da frente uma vida inteira”.

Quanto ao Peugeot RCZ que Mourato conduziu nas últimas temporadas, este continuará na posse do piloto por enquanto, pois vender uma viatura com estas características técnicas não é algo fácil, “pois no mundo inteiro só existem 40 ou 50 maluquinhos que estão dispostos a participar num campeonato com este regulamento”.

Entretanto, o primeiro Festival de Corridas de Macau está marcado para o fim-de-semana de 26 a 28 de Maio, enquanto o segundo encontro acontecerá de 23 a 25 de Junho. Ambos os eventos serão realizados no Circuito Internacional de Zhuhai e as inscrições encerram esta sexta-feira, dia 21 de Abril.

21 Abr 2017

Automobilismo | Grande Prémio da China deverá prolongar contrato de F1

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] categórica vitória de Lewis Hamilton no Grande Prémio da China atirou para segundo plano aquela que talvez tenha sido a melhor notícia do fim-de-semana do evento, a mais que provável continuidade da prova. O Grande Prémio da China expirou o seu contrato, mas existem fortes indicações que dão conta da manutenção da corrida de Xangai no calendário nos próximos anos.

“Nós não falamos de detalhes ainda, o nosso encontro foi mais sobre o desporto em si e como melhor promovê-lo aqui”, disse Jiang Lan, o responsável máximo da Juss Event, a empresa promotora do evento, citado pelo Shanghai Daily.  Jiang mostrou-se optimista para a renovação do contrato, agora que a Fórmula 1 está nas mãos da empresa norte-americana Liberty Media.

Após anos a fio a negociar com Bernie Ecclestone, é com Chase Carey, o novo homem forte da Fórmula 1, que a Juss Event terá que encontrar um entendimento para a tão esperada renovação de contrato.

“A Fórmula 1 tem assistido a uma queda no número de espectadores em todo o mundo. Mas eu achei o Chase, que tem experiência dos media, mais tolerante e mais aberto de espírito.  Ele está disposto a dar mais poder aos organizadores locais da Fórmula 1”, afirmou o responsável chinês.

“Existe um pouco de expectativa se nós iremos continuar a acolher a corrida”, disse ainda Jiang. “Para além de trabalharmos para fazer a Fórmula 1 uma actividade desportiva importante para a cidade, iremos explorar mais aspectos a seguir, incluindo como usar a Fómula 1 para ajudar ao desenvolvimento da indústria automóvel da China e altas tecnologias relacionadas”.

A prova que se disputa no Circuito Internacional de Xangai, cuja construção custou cerca de 2,600 milhões de patacas, decorreu pela primeira vez em 2004, permitindo às equipas, construtores e patrocinadores aceder ao maior mercado potencial do mundo, mas a corrida nem sempre foi um sucesso comercial para os chineses, o que causou algumas dúvidas quanto à sua continuidade para lá do actual acordo. Isto, para além da organização chinesa ser das que mais pagava anualmente para acolher um Grande Prémio. Depois da euforia inicial, o evento caiu em desleixo, perdendo espectadores e protagonismo, algo que a Juss Event tem vindo com sucesso a recuperar nos últimos cinco anos, tornando-o novamente atractivo para os fãs, entusiastas ou meros curiosos.

A China vem a um pouco a contrariar a tendência do que está a acontecer no continente asiático que começou com o abandono dos Grande Prémios da Coreia do Sul e Índia. Ainda há cerca de duas semanas a Malásia confirmou que o seu Grande Prémio deste ano será o último, pois o governo local diz que o evento já não justifica os 540 milhões de patacas de investimento anual. Singapura está também a negociar os termos do seu contrato, sendo que existe pouca vontade da Cidade de Estado em continuar a desembolsar avultadas somas na organização do evento. Contudo, na China, o Grande Prémio de Fórmula 1 faz parte do Programa de Desenvolvimento da Indústria dos Desportos de Xangai 2016 – 2020. De acordo com o documento, o Grande Prémio, a par com o Torneio de Ténis ATP Masters, a Maratona Internacional e a Liga Diamante da Associação Internacional de Federações de Atletismo, “tornou-se num evento muito importante para a cidade”.

Como é tradição, o Grande Prémio de Macau promoveu-se em Xangai, durante o Grande durante a etapa chinesa da categoria máxima, o Instituto do Desporto participou neste evento, através de uma exposição que incluiu o carro do vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2011, conduzido pelo piloto espanhol Daniel Juncadella. Também presente no local esteve o simulador do Grande Prémio para os visitantes experimentarem a emoção em conduzir no Circuito da Guia. A área de promoção da prova esteve sempre animada, com vários fãs do desporto motorizado visitaram a exposição, tendo a oportunidade de ver pela primeira vez ao vivo um Fórmula 3 e sentir uma emoção aproximada das corridas através do simulador.

Liu estreou-se na Taça Porsche

Liu Lic Ka, uma cara familiar das corridas de carros de turismo do território, estreou-se na Taça Porsche Carrera Ásia, a prova de apoio do programa do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Em Xangai, Liu Lic Ka, que este ano está a participar no TCR Asia Series, e que nunca tinha competido com um Porsche 911 GT3 Cup, foi vigésimo segundo na primeira corrida e décimo oitavo classificado no segundo confronto. Liu tornou-se o terceiro piloto de Macau a correr no troféu monomarca da Porsche no continente asiático, depois de Rodolfo Ávila ter estado presente em 46 eventos entre 2009 e 2016 e Kevin Tse ter alinhado na prova extra-campeonato disputada no Circuito da Guia em 2013.

19 Abr 2017

F1 | Hamilton impõe-se na China e lidera a par com Vettel

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] esperada rivalidade entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel na temporada 2017 da Fórmula 1 teve ontem o segundo episódio, com o britânico da Mercedes a vencer o Grande Prémio da China, duas semanas após a vitória do alemão da Ferrari na Austrália.

Após a segunda prova do Campeonato do Mundo, disputada em Xangai, o equilíbrio é quase perfeito: Hamilton e Vettel partilham a liderança, ambos com 43 pontos, e a Mercedes comanda a classificação de construtores com apenas um ponto de vantagem sobre a marca italiana.

Campeão do mundo em 2008, 2014 e 2015, Hamilton partiu da ‘pole position’ e dominou a corrida do princípio ao fim, para somar a 54.ª vitória da sua carreira, após completar as 56 voltas (305,066 km) em 1:37.36,158 horas.

“Vai a ser um dos (campeonatos) mais renhidos, senão o mais renhido que eu já disputei. Houve voltas em era difícil manter o ritmo e fazer tempos melhores do que Vettel. Tenho muita vontade de ver como se desenrola esta luta”, afirmou Hamilton, de 32 anos, que fez ainda a volta mais rápida, depois de ter batido o recorde da pista no sábado – suplantou o registo de Michael Schumacher que durava desde 2004.

De trás para a frente

Desta vez remetido ao segundo lugar, Vettel cortou meta 6,25 segundos atrás do inglês, enquanto Max Verstappen (Red Bull) completou o pódio, depois de ter largado da 16.ª posição, devido a um problema de motor na qualificação.

Na primeira volta, o holandês recuperou nove lugares e juntou-se aos da frente. De seguida, ultrapassou sucessivamente os finlandeses Kimi Raikkonen (Ferrari), que terminou em quinto, e Valtteri Bottas (Mercedes), sexto, e ainda o seu companheiro de equipa, o australiano Daniel Ricciardo, quarto no final.

A luta entre os dois Red Bull, que para já parecem incapazes de competir com Mercedes e Ferrari, prolongou-se até à última volta e traduziu-se numa diferença inferior a um segundo.

Vettel, quádruplo campeão do mundo (2010 a 2013), também produziu um dos melhores momentos da corrida, ao ultrapassar Raikkonen, Ricciardo e Verstappen entre as voltas 20 e 28, depois de uma prematura ida às ‘boxes’ aproveitando a presença do ‘safety car’ em pista.

“Penso que tivemos azar. Tinha a sensação de que éramos mais rápidos. Não pudemos prová-lo desta vez, mas vamos conseguir para a próxima”, comentou Vettel via rádio ainda no habitáculo do Ferrari.

O 14.º Grande Prémio da China ficou ainda marcado pelos problemas dos McLaren-Honda do espanhol Fernando Alonso e do belga Stoffel Vandoorne, que acabaram por abandonar a corrida, o primeiro com falhas na transmissão e o segundo com um problema de combustível.

A terceira prova do Mundial, o Grande Prémio do Bahrain, disputa-se a 16 de Abril.

10 Abr 2017

Ex-F3 de Michael Schumacher exposto no Caramulo

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m dos carros mais célebres que fez história no Grande Prémio de Macau e que faz parte do espólio do Museu do Grande Prémio de Macau poderá ser visto nas próximas semanas em Portugal. O Museu do Caramulo recebeu, na sua exposição de automóveis, o Reynard 903 Volkswagen ex-Michael Schumacher, cedido pela Fundação Casa da Macau. Trata-se de uma viatura com um historial rico, dado o episódio em que foi protagonista no ano de 1990.

O piloto alemão ganhou o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 ao volante deste Reynard 903 Volkswagen, preparado pela Kawai Steel Racing WTS, após uma renhida luta com o seu arqui-rival Mika Häkkinen. Na altura o vencedor da corrida de Fórmula 3 era decidido pelo resultado do somatório das duas mangas. Häkkinen venceu a primeira manga e partiu da pole-position, mas Schumacher rapidamente subiu à primeira posição. Os dois seguiram nesta ordem, rodando sempre muito próximos, até que na 30ª e derradeira volta da corrida, Schumacher fez um erro e Häkkinen tentou ultrapassar o rival germânico. Vendo que ia perder a posição, Schumacher mudou repentinamente de trajectória para defender a sua posição e o finlandês embateu com violência na traseira do Reynard. Häkkinen, a quem o segundo lugar na corrida tinha dado o triunfo na prova, desistiu ali. Com a asa traseira do Reynard muito danificada, Schumacher conseguiu mesmo assim terminar a corrida e sagrou-se vencedor da prova num dos mais marcantes percursos do Grande Prémio.  Curiosamente, o bi-campeão do mundo de Fórmula 1, Häkkinen, ainda hoje reconhece que o erro daquele acidente foi acima de tudo dele e não uma manobra mal intencionada do alemão.

Para a história

Por ter marcado um período importante da história do automobilismo, o Reynard 903 é considerado um dos mais conhecidos modelos da Fórmula 3 e estará em exposição, no Museu do Caramulo, durante os próximos meses. Com mais de 60 anos de existência e visitado por mais de um milhão e meio de pessoas, o Museu do Caramulo alberga no seu espólio uma colecção de arte, uma colecção de automóveis, motos e bicicletas e uma colecção de brinquedos antigos. O museu fundado pela família Lacerda no início da segunda metade do século passado produz ainda, de forma regular, exposições temáticas e temporárias, e organiza vários eventos.

7 Abr 2017

Taça do Mundo de GT deve voltar este ano

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Federação Internacional do Automóvel (FIA) ainda não confirmou o regresso da Taça do Mundo FIA de GT ao Circuito da Guia este ano, mas Stéphane Ratel, o presidente da SRO Motorsports Group e figura proeminente das corridas de GT a nível mundial, está confiante que a prova irá ficar na RAEM pelo terceiro ano consecutivo.

Apesar dos insistentes rumores que davam conta da possibilidade do moderno circuito francês de Paul Ricard poderia substituir Macau, Ratel, cuja organização ajudou a Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) a colocar de pé este evento nos dois últimos anos, continua a afirmar que Macau é a melhor localização para acolher um evento desta natureza e dimensão.

“Penso que Macau é o melhor lugar para o evento”, disse o francês que também organiza as séries Blancpain GT na Europa e Ásia, em entrevista à publicação especializada norte-americana Sportscar365.  “A ideia é fazê-lo (o evento) um pouco mais profissional. Cada ano temos mais pilotos amadores e mais acidentes.”

Mesmo tendo assumidas pretensões em subir a parada, Ratel admite que será difícil colocar de pé um evento apenas com equipas de fábrica e pilotos profissionais, visto que as corridas de GT (Grande Turismo) estão na sua essência direccionadas à competição-cliente. A Taça do Mundo do ano passado reuniu apenas quatro construtores em Macau, menos um que na edição de 2015 e menos três do que a FIA ambicionava quando em 2014 decidiu avançar com esta prova. O empresário francês conhece melhor que ninguém as dificuldades em persuadir os construtores automóveis em participar oficialmente nesta categoria, pois quando ele próprio tentou organizar um Campeonato do Mundo FIA com viaturas de GT iguais às que vemos em Novembro em Macau este acabou por morrer pelo desinteresse dos próprios fabricantes em apoiar a iniciativa. “Nós sabemos que os construtores da categoria GT3 têm dificuldades em gastar dinheiro em eventos que não sejam bem estabelecidos como as 24 horas de Spa-Francorchamps (Bélgica) ou Nürburgring (Alemanha)”, sublinhou.

Para melhor, está bem

Contudo, por agora, “a ideia é modificar algumas das regulamentações desportivas para melhor executar o evento e orientá-lo mais para pilotos profissionais”. A edição do ano passado que terminou ao fim de três voltas e com o vencedor com as quatro rodas apontadas para o céu deixou os quatro construtores presentes bastante insatisfeitos, ao ponto da Porsche ameaçar não regressar caso o evento não reúna as condições mínimas para proclamar o estatuto que tem. Para os construtores automóveis envolvidos na Taça do Mundo FIA de GT, que fazem um investimento avultado para estarem presentes oficialmente no Grande Prémio de Macau, o evento tem pecado pela falta de tempo no programa, que este ano terá novamente a Taça do Mundo de Fórmula 3 e mundial de carros de turismo (WTCC),  e as pelas interrupções sucessivas causadas por acidentes com pilotos amadores. Isto, apesar do ano passado o maior perturbador ter sido o próprio vencedor da prova, o belga Laurens Vanthoor.

31 Mar 2017

Jovem de Macau brilha no asiático de Fórmula Renault

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uando há doze meses tentou realizar a sua primeira corrida de fórmulas, Leong Hon Chio, ou Charles Leong, foi barrado a participar. Na altura os seus catorze anos e a sua longa experiência de karting não eram suficientes para ser autorizado a correr no Campeonato da China de Fórmula 4. Doze meses passaram, e agora com 15 anos completos, o jovem piloto da RAEM venceu a sua primeira corrida de monolugares. Aliás, Leong fez uma “dobradinha” na prova de abertura do Campeonato Asiático de Fórmula Renault que se disputou no fim-de-semana transacto no Circuito Internacional de Zhuhai, precisamente o mesmo palco onde tinha sido impedido de realizar a sua estreia nas corridas de fórmulas, um feito ao alcance de muito poucos.

“Foi um fim-de-semana perfeito para mim. A minha equipa deu-me um bom carro e tudo correu bem”, expressou o humilde representante da RAEM. Para além de ter vencido as duas corridas, Leong fez ainda a pole-position e bateu o recorde da volta mais rápida de Fórmula Renault 2.0 ao circuito da cidade chinesa adjacente a Macau, ao rodar em 1m33.9s.

“Esta foi a minha primeira participação no asiático de Fórmula Renault. Comparando com as minhas anteriores corridas de karting e outros fórmulas, o Fórmula Renault é mais rápido, logo a pressão é maior  e o desafio também”, disse à comunicação social o piloto do território que corre por uma equipa de Hong Kong.

Leong vai completar a temporada asiática de Fórmula Renault 2.0, campeonato que tem até ao final do ano provas na Malásia, Tailândia, Xangai e Zhejiang, esperando que os bons resultados a alcançar este ano e um apoio do Governo de Macau lhe abra portas para uma oportunidade nos maiores palcos do automobilismo mundial.

“Este ano estou a lançar as bases para o futuro, pois o meu objectivo é participar na Eurocup Fórmula Renault no próximo ano”, afirma com arrojo aquele que é unanimemente apontado como o melhor da última geração de pilotos de Macau.

Entretanto em Zhaoqing

Em Cantão, no primeiro fim-de-semana “GIC Challenge” da temporada, Rui Valente venceu à classe as duas corridas de “Sprint”, ambas de 15 voltas, e ficou em segundo da geral na prova de resistência de uma hora, em que fez dupla com Sérgio Lacerda. No Circuito Internacional de Guangdong, o piloto português radicado no território utilizou o Honda Integra DC5 e não o MINI Cooper S que irá conduzir nas provas de apuramento para o Grande Prémio de Macau no Verão.

22 Mar 2017

Automobilismo | Circuito permanente em Hong Kong é bem visto por cá

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]pesar de várias tentativas frustradas do passado, Hong Kong continua a sonhar em ter o seu próprio circuito de automobilismo. A organização com sucesso de uma corrida citadina do Campeonato FIA de Fórmula E, para carros eléctricos, no passado mês de Outubro, e a recente possibilidade de nascer um complexo para os desportos motorizados no Kai Tak Sports Park, atirou novamente este tema para a praça, ao ponto desta matéria ter sido levada ao Conselho Legislativo de Hong Kong. Em Macau, este projecto, a concretizar-se, será muito bem-vindo.

Com seis anos de experiência no planeamento do Grande Prémio de Singapura, o australiano Simon Gardini é um dos dois designers responsáveis por avaliar a zona do antigo Aeroporto Internacional de Kai Tak onde poderá nascer o circuito.

Na conferência de imprensa organizada pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), Gardini explicou que “dado os constrangimentos da zona em termos de desenvolvimento, nós não estamos a falar sobre um circuito Fórmula 1. Estamos a falar de corridas citadinas, e poderá ser algo para FIA Grau 2, o que nos permite ter tudo menos Fórmula 1, como corridas de GT, super carros, turismos, etc”.

O desenho da pista ainda está numa fase embrionária, mas poderá ter 2.4 quilómetros de perímetro, sendo que terá que ser construída segundo as exigentes normas da FIA e integrada nos outros complexos desportivos já projectados para o recinto.

Lawrence Yu Kam-kee, o actual presidente da HKAA, ambiciona que Kai Tak seja o palco do evento anual da Fórmula E, em vez do circuito improvisado no Porto Vitória e desenhado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes.

Este tópico foi levado ao Conselho Legislativo de Hong Kong pelo deputado Michael Tien. “De facto, zonas vizinhas como Macau, Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Singapura ou Malásia há muito que apostaram nas corridas de automóveis e por vezes têm eventos que atraem milhares de espectadores, para além do benefício económico adicional”, disse o deputado na sua intervenção, relembrando que “Hong Kong organizou o ano passado pela primeira vez uma pequena prova da Fórmula E. Em dois dias tivemos 21,000 espectadores. Foi um bom espectáculo e foi igualmente bom porque 7% dos espectadores eram turistas de fora”.

Tien aproveitou para clarificar que “apesar de eu não ser um entusiasta de automobilismo”, o facto de existir “uma grande parcela de terra, deve ser um bom caso para se estudar”.

Para o também membro do Conselho Distrital de Tsuen Wan, “Hong Kong está absolutamente qualificada para ter uma pista. Para além da pista, a infra-estrutura pode incluir hotel, restaurantes, áreas de recreação, fonte termal e uma série de outro tipo de estruturas”.

Dada a proximidade à Disneyland, o deputado do Novo Partido do Povo salientou as sinergias que poderão ser criadas em termos de turismo e lazer. Isto, porque “para além das corridas de carros, a pista pode ser usada para provas e actividades de ciclismo”.

Benéfico para nós

A construção um circuito permanente de automobilismo na RAEM é algo fora de questão, dada a perceptível falta de espaço para o levantamento de uma infra-estrutura desta natureza.

Desde 1996 que o Circuito Internacional de Zhuhai, a cerca de 45 minutos de distância das Portas do Cerco, é o palco favorito para os pilotos do território exercitarem as suas capacidades ao volante quando o Kartódromo de Coloane não é uma alternativa. Contudo, devido à complicada logística, causada pelas limitações na importação de veículos de competição construídos no estrangeiro, e os elevados custos de transporte, uma outra opção na região será sempre recebida de braços abertos.

Existe uma certa unanimidade quanto às vantagens que poderão trazer aos agentes do território o aparecimento de novo complexo na região vizinha. “A existência de qualquer pista perto de Macau trará sempre vantagens para os pilotos locais. É sempre mais um lugar para treinar, praticar e competir. Sendo localizado fora da China Continental, os trâmites de importação e exportação dos carros e equipamentos serão sempre mais fáceis de resolver”, explicou fonte conhecedora do meio automobilismo do território que pediu anonimato ao HM, realçando que um dos benefícios mais palpáveis está na evolução daqueles que representam Macau nos eventos motorizados: “Podemos comparar a “performance” dos pilotos locais, antes e depois da existência das pistas permanentes vizinhas de Zhuhai e Cantão. Com a existência destas duas pistas, os pilotos locais conseguiram evoluir muito a técnica de condução e afinação dos carros”.

Conhecedor do automobilismo asiático e com uma vasta experiência internacional, Duarte Alves também concorda que um circuito em Hong Kong irá ser muito positivo para os desportos motorizados em Macau, pois “um circuito e infra-estruturas para o desporto motorizado numa região vizinha e de fácil acesso, em especial se for de alto nível, é sempre uma mais valia, não só para os pilotos, como também para as equipas que competem sob a bandeira da RAEM”.

O engenheiro de pista da B-Quick Racing e da Phoenix Asia Racing acredita que um circuito aqui ao lado irá beneficiar os desporto motorizados da RAEM “é mais um circuito para  adicionar ao leque de opções para treinar e competir, podendo assim oferecer uma oportunidade para os pilotos progredirem. O facto de Hong Kong estar tão perto, oferece também mais flexibilidade para os pilotos que tenham uma agenda mais apertada”.

Alves, que é também vice-presidente da Associação dos Jovens Empresários de Macau, relembra que o circuito permanente mais próximo da RAEM é o de Zhuhai, que é base operacional da grande maioria das equipas com licença desportiva de Macau e acolhe as duas provas do Campeonato de Carros de Turismo de Macau, hoje “apresenta falta de investimento e fraca manutenção”.

Já um novo circuito em Hong Kong “poderá prometer melhores infra-estruturas para as equipas de Macau utilizarem como base, não só dando apoio aos pilotos da RAEM, mas também desenvolvendo esta vertente comercial do desporto motorizado”.

Alves alerta também que outras variáveis irão entrar na equação do sucesso deste circuito, pois ”tudo dependerá dos custos de arrendamento das garagens, logística e também de mão de obra. Como qualquer investimento, tudo dependerá se o circuito será financeiramente atractivo para as condições que oferece, comparado a outros circuitos da região. Resumindo, como é típico nesta indústria, as condições financeiras irão ditar se os pilotos e equipas conseguirão tirar máximo proveito”.

16 Mar 2017

Grande Prémio | Taça da Corrida Chinesa também vai mudar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] quarta edição da Taça da Corrida Chinesa no Grande Prémio de Macau vai muito provavelmente ter um formato diferente daquele visto nas pretéritas edições em que a competição monomarca visitou o Circuito da Guia.

Criada em 2014 pela Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, a Taça da Corrida Chinesa é uma competição constituída por quatro provas em que todos os participantes conduzem viaturas BAIC Senova D70 (um carro que tem como base o Saab 9-5), com a particularidade de cada associação automóvel da Grande China – China continental, Macau, Hong Kong e Taipé Chinês – ter o direito de inscrever três viaturas para três pilotos nomeados por si. As restantes viaturas participantes nas corridas são alugadas a pilotos privados e não pontuam para o campeonato das associações automóveis.

Contudo, a exemplo da Taça de Carros de Turismo de Macau, esta corrida irá sofrer alterações, juntando duas categorias numa só corrida este ano. Segundo o que apurou o HM, a corrida deste ano em Novembro colocará em pista, para além dos vários BAIC Senova D70, também os carros do recém-criado campeonato TCR China. A organização do campeonato TCR China está também a cargo da empresa Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, que pertence ao empresário Xia Qing, o promotor do influente Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC), e no final do ano passado anunciou uma corrida do seu campeonato nas ruas do território.

Quanto ao número de carros por categoria, “ainda não está definido, mas gostávamos de ter entre 16 a 18 concorrentes de TCR e mais 16 a 18 concorrentes na Taça da Corrida Chinesa”, disse fonte da organização chinesa contactada pelo HM. Devido ao interesse na prova da RAEM, a selecção dos participantes deverá ser feita por convites, com a prioridade a recair nos pilotos que participem na temporada completa do TCR China, seguida daqueles que tomarem parte no homólogo campeonato TCR Asia Series, com quem o campeonato chinês terá uma parceria e eventos em comuns nesta época de estreia. Por se tratar de uma competição que apela ao patriotismo chinês, no que respeita à nacionalidade dos pilotos, a mesma fonte esclareceu que “com os TCR não haverá limitações quanto à nacionalidade, mas a Taça da Corrida Chinesa, como nos anos anteriores, só será permitida a participação de pilotos chineses”.

O HM acredita que estas alterações, e possivelmente o nome da corrida no programa do evento, só serão oficializadas mais tarde no ano, depois do aval da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau.

A pontuar

Os carros da categoria TCR foram vistos nos dois últimos anos no Circuito da Guia, dando forma à Corrida da Guia. Todavia, em 2017, a Corrida da Guia, a mais importante corrida de carros de turismo do continente asiático, voltará a receber um evento pontuável para o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), campeonato que também aceitará carros da categoria TCR numa segunda categoria. Ao contrário das corridas do WTCC, cujo número de carros na grelha de partida tem diminuído, a categoria TCR está em pleno crescimento, tendo nos últimos meses atraídos grandes construtores como a Audi, KIA e Hyundai. Os carros do CTCC, que o ano passado se estrearam no Circuito da Guia, não deverão ser aceites na Taça da Corrida Chinesa.

9 Mar 2017

Valente surpresa

Piloto português de Macau volta a apostar no MTCS e GIC Challenge

[dropcap]A[/dropcap] Associação Geral Automóvel  Macau-China (AAMC) já publicou o regulamento técnico que regerá o Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS, na sigla inglesa) que em 2017 terá duas categorias fundidas numa só. Pela primeira vez os concorrentes a categoria “AAMC Challenge” (para viaturas com motorizações até 1,600cc Turbo) e “AAMC Road Sport” vão dividir a pistas nas mesmas corridas, tanto nas provas de apuramento em Zhuhai, como no fim-de-semana do 64º Grande Prémio de Macau. Para além do formato, o regulamento técnico para as viaturas até 1,600cc Turbo, também sofreu alterações significativas, com destaque para o fim do restritores que limitavam a potência dos MINI, Peugeot, Chevrolet e Ford que pululam esta categoria, e pela ausência de peso mínimo para as viaturas participantes.

O experiente piloto português de Macau Rui Valente, que foi um dos pilotos que sempre apostou nesta classe desde o início, recebeu com surpresa o novo regulamento.

“É a primeira vez que vejo no automobilismo um regulamento técnico em que não há peso mínimo”, disse Valente ao HM. “Se conseguíssemos ter um 1,600cc Turbo com 300 Kg seria o cenário ideal. Mas isso é impossível. Nos carros actuais, vamos ter que tirar 200 ou 300 Kg, pois mais do que isso já começa a ser perigoso”.

Valente, que se notabilizou no automobilismo do território por diversas participações na Corrida da Guia na época dourada dos Super Turismo, vai levar o seu MINI Cooper S a uma “cura de emagrecimento” do outro lado da fronteira. “O meu MINI pesa cerca de 900kg e 50kg são de lastro que será fácil de retirar. Depois vamos trocar o capot, trocar os vidros para plástico, a pintura terá que ser a mínima possível, etc. Se chegarmos aos 700 e tal Kg já ficaria satisfeito”.

Rui Valente, que se notabilizou no automobilismo do território por diversas participações na Corrida da Guia na época dourada dos Super Turismo, vai levar o seu MINI Cooper S a uma “cura de emagrecimento” do outro lado da fronteira

Basicamente, com os novos regulamentos introduzidos pela AAMC, qualquer carro do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), poderá alinhar no MTCS. Felizmente para a saúde e equilíbrio do campeonato, o preço de um carro do WTCC da última geração, aquela que foi concebida a pensar para motorizações 1,600cc Turbo, é absurdo para a realidade do território. Como Valente não tem 700,000 patacas para gastar num carro do WTCC sem motor, que terá que ser alugado à parte, a aposta recaí também em melhorar a sua viatura a nível de motor. “Vou tentar arranjar um motor melhor, talvez no estrangeiro, mas veremos se consigo reunir verba para cobrir todos estes custos”, explicou o piloto.

Preparar Macau

Este ano, para além dos concorrentes da classe 1,600cc Turbo se terem que qualificar nas habituais corridas de Zhuhai no Verão, os pilotos do território já terão que se qualificar junto com os rivais de Hong Kong e outras paragens que irão enfrentar nas ruas do território em Novembro. Os 25 melhores serão apurados para o Grande Prémio, mas só 17 serão apurados para a finalíssima de sábado da Taça de Carros de Turismo de Macau.

“Vou fazer o carro para que esteja competitivo nas corridas de Zhuhai. Se vir que é possível entrar nesse lote dos 17, então irei participar na corrida. Se vir que não tenho carro para competir pelos primeiros lugares vou ter que avaliar outras possibilidades dentro do Grande Prémio”, explicou o piloto da On Wheels Motorsports que o ano passado terminou a sua corrida do Grande Prémio de Macau na 15ª posição, após sofrer uma quebra brusca de potência na última volta, o que lhe custou três posições.

Enquanto o MINI vai sendo preparado, Valente vai voltar a tirar da garagem o saudoso Honda Integra DC5, viatura que utilizará nas cinco rondas do troféu de resistência “GIC Challenge” que se disputa de Março a Setembro no Circuito Internacional de Guangdong, na cidade continental de Zhaoqing. Sérgio Lacerda poderá ser o companheiro de equipa de Valente nesta competição organizada pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) e que conta também com a participação de vários pilotos da RAEM.

24 Fev 2017

Mudanças no Campeonato de Carros de Turismo não agradam a pilotos locais

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] notícia de que o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) irá sofrer esta temporada uma importante alteração na sua estrutura de classes foi recebida com bastante apreensão entre os intervenientes, neste caso, os pilotos de carros de turismo do território. Antes das férias do Novo Ano Lunar, a Associação Geral Automóvel  Macau-China (AAMC) anunciou que a corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau do 64º Grande Prémio de Macau vai ser composta por dois tipos de viaturas: 1,600cc Turbo e 1,950cc ou superior. Esta decisão terá igualmente reflexos no campeonato local, pois em vez de existirem duas classes, com duas corridas separadas, em 2017 teremos duas classes mas uma só corrida.

“Não é uma boa notícia para nós”, afirma Filipe Clemente Souza, o bi-campeão da categoria “AAMC Challenge” (1,600cc Turbo) do MTCS, porque “em comparação com os carros da categoria Road Sport, os nossos carros são muito diferentes”.

A diferença a que o experiente Souza se refere está na performance dos carros, fruto de dois regulamentos técnicos concebidos para campeonatos com filosofias bastante díspares. No circuito de Zhuhai, a diferença em pista entre os carros 1,600cc Turbo e os carros da Road Sport chegaram, nas corridas disputadas no ano transacto, a ser de nove segundos por volta.

Outros contras

O piloto macaense Álvaro Mourato levanta também outra questão: a menor visibilidade que vão ter os pilotos da classe 1,600cc Turbo a partir de agora.

“O comum telespectador não percebe. Só sabe quem acabou em primeiro na televisão. Mesmo que venças a classe 1,600cc Turbo, o mais certo é que nem sequer sejas apanhado na TV. Assim, as pessoas não saberão sequer quem venceu a categoria”, explicou ao HM o piloto macaense. Ao mesmo tempo, Mourato realça o potencial perigo de estarem em pista dois tipo de viaturas com andamentos tão díspares. “Isto de ter duas classes numa só categoria poderá ser um grande perigo. Os carros da Road Sport têm mais 500 cavalos de potência e nós nos 1,600cc Turbo, mesmo se o regulamento for alterado, temos apenas 300 e poucos cavalos de potência”, afirma o ex-vencedor da corrida Troféu Hotel Fortuna, lembrando que será “o grande perigo nas curvas de alta velocidades”.

O HM contactou vários pilotos, mas nem todos quiseram prestar declarações nesta altura. Há quem opte pela publicação dos regulamentos técnicos da classe por parte da AAMC antes de se pronunciar publicamente sobre o assunto. É esperado que o futuro regulamento da classe 1,600cc Turbo, a apresentar em breve pela AAMC, traga um incremento de performance para os carros elegíveis na categoria, mas, mesmo após as alterações nas viaturas, é do senso comum que dificilmente estas possam chegar ao andamento em pista dos actuais carros da classe Road Sport.

15 Fev 2017

Taça de Carros de Turismo de Macau vai sofrer alterações

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ntes das férias do Novo Ano Lunar, a Associação Geral Automóvel  Macau-China (AAMC) anunciou que a corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau, que nas últimas duas décadas tem sido conhecida por “Taça CTM”, do 64º Grande Prémio de Macau, vai ser composta por dois tipos de viaturas ou duas classes: 1,600cc Turbo e 1,950cc ou superior. Noutras palavras, as duas classes que compunham o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS na sigla inglesa) – a “AAMC Challenge” (1,600cc Turbo) e a “AAMC Macau Road Sport” (1,950cc ou superior) – e que tinham corridas separadas até aqui, vão fundir-se numa só corrida este ano. Divididos em duas classes, os dois tipos de viaturas que formam o MTCS correrão juntos, tanto nas corridas de apuramento, na China continental, como no Grande Prémio, em Novembro.

A Taça de Carros de Turismo de Macau, uma das mais importantes, se não mesmo a mais importante corrida do automobilismo local, será igualmente também disputada em moldes diferentes no 64º Grande Prémio de Macau. Ambas as classes vão estar separadas no treino-livre de quinta-feira de 30 minutos e no treino de qualificação de sexta-feira. Os dezoito melhores pilotos de cada classe na sessão de qualificação serão então apurados para a grande corrida a disputar no sábado, onde ambas as classes se juntam como nas provas de apuramento. Contudo, no final da corrida, haverá uma cerimónia de pódio, separada, uma para cada uma das classes. Os trinta e seis apurados para a corrida de sábado ficarão isentos do pagamento da taxa de inscrição.

Para todos

Como o HM já havia noticiado, a AAMC voltará a organizar dois fins-de-semana de corridas no Circuito Internacional de Zhuhai, que, como habitualmente, servirão de apuramento para os pilotos de carros de turismo locais para o grande evento do mês de Novembro. Contudo, este ano há uma novidade, pois também os pilotos estrangeiros terão de se qualificar pela mesma via. A comunicação da AAMC, escrita também em língua portuguesa, diz que, a partir de agora, os “…pilotos interessados em participar na corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau (…) independentemente da sua nacionalidade, têm que participar nas provas de uma das classes do Festival de Corridas de Macau…”.

Após o somatório dos dois eventos, que totalizam quatro corridas, “os 25 pilotos melhores classificados serão seleccionados para participarem” e caso haja uma desistência de um piloto qualificado “esta vaga será substituída pelo piloto que tiver a melhor classificação seguinte”.

O primeiro Festival de Corridas de Macau está marcado para de 26 a 28 de Maio, enquanto o segundo encontro acontecerá de 23 a 25 de Junho. As inscrições abrem a 3 de Abril e encerram no dia 21.  É esperado para breve um novo anúncio da AAMC, agora com o regulamento técnico de ambas as classes, sendo que a palavra que corre nos bastidores do automobilismo local é que a classe 1,600cc Turbo vai sofrer alterações.

8 Fev 2017

BMW Art Car projectado por Cao Fei no Grande Prémio de Macau

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o fim-de-semana passado, em Daytona Beach, nos Estados Unidos da América, a BMW Motorsport confirmou que o próximo “BMW Art Car” – que em 2015 foi concessionado à artista chinesa Cao Fei e que só este ano será apresentado ao público – será visto a competir, pela primeira e única vez, em Novembro no Grande Prémio de Macau. Apesar do enorme historial da BMW no Circuito da Guia, onde é o único fabricante a ter vencido provas de automóveis e motos, esta será a primeira vez que um “BMW Art Car” correrá no evento de automobilismo mais expressivo do Sudeste Asiático.

A artista multimédia chinesa Cao Fei foi a escolhida para projectar este 18º carro da colecção BMW Art Car, juntando o seu nome a um rol de artistas famosos como Alexander Calder, Frank Stella, Roy Lichtenstein, Andy Warhol, Robert Rauschenberg ou David Hockney, que pintaram modelos BMW icónicos ao longo nas últimas quatro décadas. Com 39 anos, Fei, talvez mais conhecida por seu projecto online RMB City (um mundo virtual projectado para o jogo de realidade alternativa Second Life), vai tornar-se a artista mais jovem a fazer um trabalho desta natureza para a BMW. Por nunca ter trabalhado com automóveis antes, Fei debruçou algum tempo na investigação da relação intercultural entre o público e avanços na tecnologia de condução, especialmente na República Popular da China, de uma forma nunca antes vista.

A escolha da artista chinesa coube a um painel de doze juízes, directores e curadores de alguns dos mais prestigiados museus de arte contemporânea do mundo, tais como o Museu Solomon R. Guggenheim ou o Museu Whitney de Arte Americana, ambos em Nova Iorque. Esta colecção nasceu em 1975 quando o piloto amador francês e apaixonado por arte, Hervé Poulain, em colaboração com o então director da BMW Motorsport, Jochen Neerpasch,  pediram ao seu amigo e reputado escultor francês Alexander Calder para lhes desenhar um carro. O resultado foi um BMW 3.0 CSL, que em 1975 participou nas 24 horas de Le Mans e rapidamente se tornou o carro favorito dos fãs pela sua decoração desigual, assim nascendo a Colecção BMW Art Car. Para além de estarem expostos no museu da marca alemã em Munique, estes carros viajam um pouco por todo o mundo para exposições.

Um português ao volante?

O carro a apresentar por Cao Fei em Macau será um BMW M6 GT3 e até poderá ser conduzido por um piloto português. António Félix da Costa é um dos pilotos que pertence aos quadros da BMW Motorsport e provavelmente aquele que melhor conhece o Circuito da Guia. O jovem de Cascais venceu por duas vezes o Grande Prémio de Fórmula 3  e o ano passado deixou claro em declarações aos jornalistas que queria regressar num futuro próximo à prova de Macau, não num Fórmula 3, mas sim num carro de GT.

Sobre a participação no Grande Prémio, a BMW Motorsport ainda não decidiu se alinhará com a sua equipa oficial ou se fará representar por uma equipa privada. “Ainda não decidimos”, disse fonte oficial da BMW ao HM. “Como é sabido, o ano passado participamos com uma equipa-cliente, esta também pode ser uma opção em 2017”.

Nenhum dos BMW Art Car até aqui produzidos para competição foi conduzido por pilotos portugueses.

2 Fev 2017

Taça do Mundo de GT em Macau não gera consensos

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uando o Eurosport Events e então Comissão do Grande Prémio de Macau não renovaram o contrato para o regresso em 2015 do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) ao Circuito da Guia, a Taça do Mundo de GT da FIA foi apresentada com pompa e circunstância como “cabeça de cartaz” do evento. Todavia, depois de duas edições, ambas disputadas em Macau, a prova, que ainda não consta do calendário internacional da Federação Internacional do Automóvel (FIA), está sob fogo cruzado.

No seguimento do aumento do envolvimento dos grandes construtores automóveis na categoria GT3, a FIA achou por bem criar um troféu para colocar as marcas frente-a-frente numa categoria inicialmente concebida para pilotos e equipas privadas. Quando Baku, a capital do Azerbaijão, optou por acolher o Grande Prémio da Europa de Fórmula 1, em vez desta Taça do Mundo, a FIA encontrou em Macau o palco ideal para a sua realização. “O objectivo da Taça GT Mundial da FIA é trazer os carros de GT melhores e mais rápidos, bem como acolher equipas e pilotos para correrem num local com prestígio. Quando a FIA considerou pensar num circuito para realizar o primeiro evento mundial, pretendíamos atrair o melhor, tinha que ser apelativo para os fabricantes e para os pilotos, e poder oferecer algo especial”, proferiu Christian Schacht, Presidente da Comissão de GT da FIA, no dia da apresentação da taça.

Contudo, após duas edições, a localização da prova está a ser posta em questão pelos intervenientes. Para se perceber porquê é preciso recuar até Novembro de 2016. A corrida de 18 voltas teve apenas quatro e terminou com o carro vencedor virado ao contrário e o público a assobiar a decisão de dar por finalizada a corrida com apenas quatro voltas cumpridas. Um acidente logo na volta inicial, que danificou as barreiras de protecção na Curva dos Pescadores, obrigou à amostragem da bandeira vermelha. No recomeço, e como a reparação necessária foi longa, apenas 15 minutos extra foram atribuídos à corrida. Earl Bamber, em Porsche, colou-se ao então primeiro classificado Laurens Vanthoor e passou-o. Na vã esperança de recuperar o lugar, o piloto belga exagerou na Curva do Mandarim. O piloto da Audi passou por cima do corrector interno, perdeu o controlo do carro, bateu nas barreiras de protecção do lado oposto e o Audi R8 levantou voo, terminando de rodas no ar. Apesar do aparatoso acidente, intensamente partilhado nas redes sociais, Vanthoor não se aleijou, saiu pelo próprio pé e ainda celebrou o triunfo.

O resultado não foi de todo do agrado das marcas rivais, tendo a Porsche e a Mercedes-Benz mostrado o seu desagrado pela decisão da direcção de prova, ameaçado até não regressar e levar a prova a discussão no próximo Conselho Mundial da FIA.

Infelizmente, até ao fecho desta edição, e mesmo após várias insistências do HM, não foi possível obter um comentário sobre o assunto da federação internacional.

Em 2016 construtor de Weissach foi o primeiro a assumir a participação oficial na prova. Este ano, a Porsche, a principal derrotada em 2016, ainda não confirmou se regressará ao Circuito da Guia. Primeiro, porque a equipa oficial do construtor de Weissach está de volta ao Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC), cuja prova do Bahrein coincide mais uma vez na data com o Grande Prémio de Macau. Segundo, a Porsche, que apostou forte em 2016, não gostou do final desse fim-de-semana.

Para Frank-Steffen Walliser, o responsável máximo da Porsche Motorsport, se a prova recebeu o título de Taça do Mundo da FIA, então “deve ser claro que é o acto principal e que há tempo suficiente para fazer o que é necessário. E ficar sem tempo numa Taça do Mundo FIA não é apropriado”, disse o responsável germânico. Questionada pelo HM, sobre se tem planos para voltar à RAEM em 2017 ou a comentar o que pensa da própria corrida, a Porsche Motorsport ficou-se por um lacónico “não comento”.

Audi Alinha

A Audi foi das primeiras marcas a apostar na renovada prova de GT da RAEM, até mesmo antes desta ter o estatuto mundial que hoje tem. O sul da China continua a ser um mercado importantíssimo e não foi por acaso que 500 convidados estiveram presentes numa cerimónia realizada pela Audi no hotel JW Marriott durante o evento. “O Grande Prémio de Macau marca uma das datas mais importantes no nosso calendário e é um importante palco de testes para a nossa tecnologia de ponta”, disse o director da Audi Hong Kong, Rene Koneberg, na abertura desta mesma cerimónia. Portanto não é com surpresa que o construtor de Ingolstadt defenda o regresso às ruas do território da prova.

“Para um evento excepcional como a Taça do Mundo FIA de GT, precisas também de uma pista especial. Não há dúvida de que o circuito de Macau tem essa condição. É uma pista com o seu próprio ADN, como o Nürburgring Nordschleife na Alemanha ou Bathurst na Austrália”, afirmou ao HM, Chris Reinke, director da competição-cliente da Audi Sport. Contudo, o dirigente alemão realça que “a forma como a corrida se desenrolou em 2016 esteve longe de ser perfeita. Mas eu penso que devemos olhar para os procedimentos de corrida em primeiro lugar, em vez de questionar se Macau é o local certo para este evento”.

Mesmo depois ao escândalo das emissões poluentes que está a abalar o Grupo VAG e com reflexos negativos na competição automóvel, o autónomo departamento de competição-cliente da Audi mantém-se a funcionar e para tal, no fim do dia, o que mais importa para os alemães é que a Taça do Mundo  continue, independentemente do circuito ou país. “No final do dia, cabe ao promotor escolher a pista adequada para a Taça do Mundo da FIA, e depois nós iremos comprometer-nos com este evento, seja em Macau ou num qualquer outro lugar”, exalta Reinke.

A Mercedes-Benz, a Lamborghini, a Aston Martin e a McLaren foram os outros fabricantes que estiveram presentes nas edições passadas desta prova. Se para a Mercedes-Benz, vencedora da Taça em 2015 com Maro Engel, a prova de Macau é usada também com o propósito  de promover a marca desportiva AMG, já o mesmo não se pode dizer dos outros construtores.

“A Lamborghini só está envolvida na competição cliente, não entramos como equipa oficial”, esclareceu uma fonte oficial do construtor italiano ao HM. “Se uma das nossas equipas quiser participar na Taça do Mundo, como em 2016 a FFF Racing Team, então teremos todo gosto em apoiá-los, como é habitual”, informou.

Já os dois construtores britânicos não repetiram a experiência de 2015 em 2016 por falta de equipas parceiras na região, como noticiado anteriormente pelo HM.

Pilotos a favor

“É algo que nós temos que pensar no futuro com a FIA, se é que realmente querem continuar a fazer a Taça do Mundo nesta pista, porque o resultado não é representativo e não é bom para os fãs”, desabafava o francês Kevin Estre, piloto da Porsche e segundo classificado na corrida do ano passado, após a corrida. Apesar de todas as limitações do Circuito da Guia, para Álvaro Parente, o único piloto com licença desportiva de Portugal a ter participado nesta prova, em 2015, faz todo o sentido manter Macau como palco deste evento.

“O Circuito da Guia é muito exigente e muito diversificado e onde os pilotos ainda podem fazer a diferença. Acho que é um grande palco para realizar a Taça do Mundo”, disse o piloto da McLaren GT ao HM.  Contudo, para o portuense “talvez se tenha que dar mais alguma importância à competição – com mais tempo de pista – e talvez devam exigir pilotos mais experientes. No entanto, o ano passado foi um piloto muito experiente que causou a situação mais caricata”.

A opinião do piloto português é partilhada por vários colegas de profissão, a começar pelo próprio Laurens Vanthoor que acabou por ser o principal responsável por este debate.

“Esta é uma pista onde os melhores pilotos de GT e marcas devem competir”, disse aos jornalistas o belga vencedor da prova, momentos depois do episódio do fim-de-semana de Novembro. “Foi uma corrida infeliz e foi bom que a tenham parado”, lamentou, realçando que “no entanto, talvez devêssemos ter a certeza que haverá uma almofada maior de tempo para fazer a corrida. No final, foi o que aconteceu, não nos foi dada a oportunidade de ir novamente para a pista. É claro que haverá sempre “Safety-Cars” e bandeiras amarelas…”, conclui o vencedor da Taça do Mundo, que um mês depois do Grande Prémio de Macau trocou a Audi pela rival Porsche.

1 Fev 2017

Carros de Turismo | Campeonatos de Macau voltam a Zhuhai

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sua sigla inglesa) já tem calendário provisório para a temporada de 2017. A competição promovida pela Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) vai voltar a apostar em dois eventos e ambos a realizar no Circuito Internacional de Zhuhai, como demonstra o calendário de provas para este ano do circuito permanente da cidade continental chinesa adjacente à RAEM.

O primeiro “Festival de Corridas de Macau” está marcado para 27 e 28 de Maio, sendo que o segundo fim-de-semana está agendado para 24 e 25 de Junho. Esta é uma boa notícia para os pilotos locais que, na sua maioria, preferem competir na pista de Zhuhai, devido à conveniência da localização e às condições da própria pista. Isto, para além dos custos menores que acarreta competir em Zhuhai, comparando com outras paragens que o MTCS visitou na última década, como por exemplo, o circuito de Fórmula 1 de Sepang, na Malásia. Nos dois últimos anos, em parceria com a Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), a AAMC organizou três fins-de-semana de corridas no Circuito Internacional de Guangdong. Neste momento o circuito localizado nos subúrbios da cidade de Zhaoqing tem duas datas reservadas e por confirmar para o mês de Março para realizar o “GIC Challenge” de 2017. Estes eventos serviram nos últimos anos para os pilotos de Macau preparem os seus carros antes das jornadas decisivas do MTCS que, para além de atribuírem os títulos aos pilotos do território, qualificam-nos para as corridas de carros de turismo do Grande Prémio de Macau.

Novidades em 2017?

Apesar da estabilidade do calendário, 2017 poderá ser um ano de grandes novidades para os pilotos de carros de turismo locais. Segundo apurou o HM junto de diversas fontes, há movimentações para uma eventual alteração nos regulamentos técnicos da categoria “AAMC Challenge”, destinada às viaturas de preparação local com motores 1.6 Turbo e cujos elevados custos de preparação das viaturas têm sido colocados em causa pelos pilotos.

Ao mesmo tempo, poderão também existir mudanças no programa de corridas de suporte do Grande Prémio de Macau que terão impacto directo no número de pilotos do território apurados para o grande evento do mês de Novembro. As próprias provas de qualificação dos pilotos locais para as corridas de carros de turismo de suporte do programa do Grande Prémio poderão sofrer alterações na sua essência e não se restringir, como até aqui, apenas aos pilotos da RAEM. A Taça AAMC de GT, que no passado foi um título atribuído aos participantes em provas seleccionados do campeonato GT Asia Series, também poderá regressar este ano.

19 Jan 2017