Automobilismo | Mercedes AMG deverá regressar à Taça GT em Macau

A Mercedes AMG deverá regressar em Novembro ao Circuito da Guia para defender o título da Taça do Mundo FIA de GT da 65ª edição do Grande Prémio de Macau, apesar do construtor de Estugarda ainda não ter confirmado os seus planos para a prova

 

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]urante o fim-de-semana do campeonato DTM em Zandvoort, na Holanda, o HM teve a oportunidade de questionar Ulrich Fritz, o CEO da HWA, a equipa oficial da Mercedes-AMG, e um dos obreiros do regresso oficial da marca da estrelinha ao território há cinco anos.

“Neste momento, não posso ainda dar uma resposta final, mas este é um dos eventos principais da temporada de GT. Nós somos campeões e não há uma grande hipótese de não haver um Mercedes à partida”, explicou Fritz ao HM.

Para além de ser um evento comercialmente atractivo para o construtor germânico, para Fritz este “é o evento mais importante das corridas de GT no mundo, como corrida de sprint pelo menos, e é sobre ter os melhores pilotos. Isto, apesar de Macau já ter provado ser mais um jogo (de sorte ou azar); talvez seja algo relacionado com a cidade. É como uma roleta, como vimos o ano passado, com vários carros a baterem na primeira volta, e há dois anos, quando o vencedor venceu com o carro virado ao contrário.”

Características únicas

Alguns construtores já mostraram publicamente o seu desagrado sobre o facto de a Taça do Mundo ser disputada num circuito tão ‘suis generis’ como o da Guia, mas para Fritz essa é uma condicionante que não o incomoda.

“Foi algo criado em Macau e é por isso que todos gostamos de Macau. Como estamos a atribuir um título mundial deveria ser um pouco menos de jogo (de sorte ou azar), mas não me cabe a mim julgar”, esclareceu o responsável germânico.

Até ao dia 31 de Agosto os construtores interessados na prova terão que pagar os 2,500 euros por carro da pré-inscrição e esperar pelo dia 5 de Setembro, quando a FIA decidirá os 25 concorrentes seleccionados. Contudo, só em Outubro as identidades dos concorrentes serão divulgados ao público pela Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau.

A Mercedes AMG venceu a edição 2014 e 2015 da Taça GT Macau, com o alemão Maro Engel, e conquistou a primeira Taça do Mundo FIA o ano passado com o inevitável Edoardo Mortara.

19 Jul 2018

Fórmula 1 | FIA dá nega ao vencedor do GP Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vencedor do último Grande Prémio de Fórmula 3, Daniel Ticktum, viu a Federação Internacional do Automóvel (FIA) fechar-lhe as portas, por agora, à Fórmula 1. A Red Bull, que gere a carreira do inglês de 19 anos, está a estudar a possibilidade de substituir o piloto neo-zelandês Brendon Hartley na equipa Toro Rosso, devido aos parcos resultados que este tem obtido.

O piloto que antes de vencer Macau tinha feito as manchetes por ser banido um ano das corridas, após ter colidido propositadamente num rival quando militava na Fórmula 4, estava designado para participar no primeiro treino-livre do Grande Prémio da Hungria de Fórmula 1, mas a FIA não aprovou. Isto, porque Ticknum não tem pontos suficientes para pedir a Super-Licença necessária para participar na disciplina rainha do automobilismo.

Apesar do Grande Prémio de Macau ter uma importância reconhecida internacionalmente, não oferece qualquer pontos para a Super Licença aos vencedores. Estes pontos são atribuídos apenas aos primeiros três classificados de campeonatos designados.

O Dr Helmut Marko, o influente director desportivo da Red Bull, espera que Ticknum possa participar no testes da Fórmula 1 no final do ano no Abu Dhabi, testes esses que decorrem no princípio da semana do Grande Prémio de Macau e que poderão condicionar o regresso de Ticknum ao Circuito da Guia no mês de Novembro.

17 Jul 2018

Grande Prémio | Joker Lap do WTCR impossível no Circuito da Guia

A organização da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) queria introduzir a Joker Lap na sua jornada dupla em Macau para apimentar o espectáculo, mas chegou à conclusão que tal ideia é impossível de aplicar no Circuito da Guia

 

[dropcap style≠’circle’]I[/dropcap]mplantada o ano passado pela primeira vez no WTCC, no circuito citadino português de Vila Real, o conceito da Joker Lap passa por criar mais um factor de imprevisibilidade nos circuitos urbanos, onde as ultrapassagens são mais difíceis, usando para isso uma variante que os pilotos utilizam, à semelhança do que já acontece noutras disciplinas do automobilismo, como no Rallycross, adicionando um factor de incerteza à corrida e obrigando as equipas a assentar estratégias para que os pilotos percam o menos tempo possível com a manobra.

Em Vila Real, até hoje o único circuito onde o conceito foi utilizado, os concorrentes são obrigados, uma vez por corrida, a contornar a Rotunda M. Coutinho pela faixa da esquerda, quando normalmente o fazer pela direita, perdendo com isso cerca de dois segundos, em comparação com uma volta normal.

Volta impossível

François Ribeiro, o Director do Eurosport Events, a empresa que tem os direitos do WTCR, diz que explorou a viabilidade de introduzir a Joker Lap em Macau, mas confessou que não encontrou um ponto adequado no Circuito da Guia para implementar uma via secundária onde os concorrentes teriam que cumprir a tarefa. “Eu estive a verificar com Macau, mas é simplesmente impossível”, disse Ribeiro à revista inglesa Autosport. “Não há fisicamente uma localização para fazer uma Joker Lap em Macau. Eu fiz uma volta ao circuito mais de dez vezes e não há mesmo um local.”

Sem possibilidades de transpor este conceito unicamente experimentado em Portugal para Macau, Ribeiro tem esperanças que tal seja possível fazê-lo no circuito citadino chinês de Wuhan que este ano recebe uma jornada do WTCR, no mês de Setembro.

17 Jul 2018

Automobilismo | Aos 17 anos Sophia Flörsch irá correr no GP Macau F3

A primeira confirmação para a Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 do 65º Grande Prémio de Macau é Sophia Flörsch, que será apenas a terceira senhora a competir na corrida principal do cartaz desportivo de carácter anual da RAEM

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós dois anos a competir na Fórmula 4, a alemã irá correr pela Van Amersfoort Racing nas sete provas que faltam até ao final do ano do Campeonato Europeu FIA de Fórmula 3 e participará também na prova de fim de época em Macau, anunciou a equipa holandesa na passada sexta-feira.

Sophia Flörsch tem apenas 17 anos e é embaixadora da organização sem fins lucrativas “Dare to be Different” da ex-piloto Susie Wolff, que tem como objectivo proporcionar oportunidades a talentos femininos em todas as áreas dos desportos motorizados, um sector profissional de dominação masculina.

“Depois de um período em que tive de dar prioridade aos estudos para passar os exames da escola, é fantástico regressar à competição e concentrar-me inteiramente na minha carreira”, afirmou a nova recruta da Van Amersfoort Racing, a equipa que serviu de trampolim de Max Verstappen para Fórmula 1.

Sobre a ascensão à Fórmula 3, Sophia, que se iniciou no automobilismo a pilotar karts quando tinha apenas 5 anos e que chegou a estar na mira dos responsáveis pelo exigente programa de jovens pilotos da Red Bull, confessa que tem pela frente “um grande desafio”, e espera que a experiência da sua equipa a permita “aprender bastante”.

A estreia de Sophia ao volante do Dallara Mercedes-Benz acontece já no próximo fim-de-semana no circuito holandês de Zandvoort.

Depois de Cathy e Tatiana

Logo nas suas primeiras edições o Grande Prémio chegou a ter no programa uma corrida de 10 voltas ao Circuito da Guia só para senhoras. Contudo, desde que em 1982 o Grande Prémio de Macau adoptou a Fórmula 3, só mais duas senhoras participaram na prova. Cathy Muller, irmã do bem conhecido Yvan Muller e mãe do piloto do WTCR Yann Ehrlacher, foi a primeira a fazê-lo. A francesa alinhou na edição de 1983 e terminou num honroso 12º lugar entre 25 concorrentes.

Só trinta e um anos depois voltamos a ver uma representante feminina na corrida de Fórmula 3 do Circuito da Guia, foi a ela colombiana Tatiana Calderón. A exemplo de Cathy Muller, Tatiana Calderón não deslumbrou, mas ficou bem longe de desapontar, terminando na 13ª posição num pelotão constituído por 28 pilotos.

Independentemente da performance e do resultado final, só pela sua presença Sophia Flörsch acrescentará mais um motivo de interesse na corrida.

10 Jul 2018

Automobilismo | Nissan confirma presença na Taça do Mundo de GT

A Nissan foi o primeiro construtor a confirmar a presença na edição deste ano da Taça do Mundo FIA de GT que decorrerá dentro do programa do 65º Grande Prémio de Macau. Esta será a primeira participação do construtor nipónico na Taça do Mundo da federação internacional

 

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m parceria com a NISMO, o braço da competição da Nissan, a equipa KCMG vai inscrever três novos Nissan GT-R NISMO GT3 na prova do Circuito da Guia. A equipa de Hong Kong que já venceu a classe LMP2 das 24 Horas de Le Mans participa esta temporada com dois carros da marca nipónica no campeonato Blancpain GT Series Asia.

A formação liderada no terreno pelo japonês Ryuji Doi não confirmou os seus pilotos, mas é provável que a escolha recaia em dois pilotos da sua formação do Blancpain GT Series Asia e num piloto nomeado pela NISMO Motorsport. Alexandre Imperatori, Florian Strauss, Tsugio Matsuda e Edoardo Liberati são os pilotos da equipa do empresário e ex-piloto Paul Ip na competição asiática da SRO.

“Nós não somos novatos em Macau, tendo colocado carros a correr em diversas categorias anteriormente, mas a nossa parceria oficial com a NISMO permite-nos embarcar numa outra excitante oportunidade”, afirmou o responsável japonês.

Esta não será a estreia da NISMO na corrida de GT do Grande Prémio de Macau, pois em 2014, um Nissan GT-R NISMO GT3 privado participou naquela que ainda era apenas chamada Taça Macau GT. Contudo, o maior sucesso da marca na prova remonta a 1990, quando um R32 conduzido por Masahiro Hasemi venceu a célebre Corrida da Guia.

Mesmos moldes do passado

Apesar da Nissan ter sido por agora o único construtor a confirmar a sua presença na Taça do Mundo, há duas semanas, em entrevista à Rádio Macau, Domingos Piedade disse que Mercedes AMG planeava voltar em Novembro com Edoardo Mortara, vencedor da edição transacta, e Daniel Juncadella.

Igualmente é esperada a presença oficial da Audi, cujos responsáveis continuam a considerar esta corrida como “uma mais valia” para promover os seus produtos no continente asiático. BMW, Honda e Porsche poderão também fazer-se representar em parceria com equipas da região, a exemplo do ano passado.

A prova de GT voltará este ano a estar limitada a 25 inscrições, sendo que apenas pilotos classificados pela FIA como “ouro” e “platina” estão autorizados a participar. O programa será igual ao ano passado, com uma corrida de qualificação no sábado e a corrida decisiva de 18 voltas no domingo. O evento deverá começar com a tradicional exposição na Praça Tap Seac uma semana antes.

As inscrições para esta corrida abriram no dia 29 de Junho e só encerram a 31 de Agosto. Um comité de selecção irá depois escolher os participantes até ao dia 5 de Setembro, seguindo-se o período de registo, e só depois estes serão dados a conhecer ao público em geral.

5 Jul 2018

Rui Valente está por agora fora do Grande Prémio de Macau

Foi um fim-de-semana de decisões aqui ao lado no Circuito Internacional de Zhuhai para os pilotos de carros de Turismo locais. O segundo “Festival de Corridas de Macau” do ano trouxe muita animação, alegrias, tristezas e decidiu os apurados para a Taça de Carros de Turismo de Macau da 65ª edição da Grande Prémio de Macau

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] competição organizada pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) que este ano está novamente dividida em duas classes – “AAMC Challenge 1.6 Turbo” e “AAMC Challenge 1950cc ou Superior” (anteriormente designada como Roadsport Challenge) – teve novamente quatro corridas e, mais uma vez, quatro vencedores diferentes.

À imagem do primeiro confronto, os pilotos de Hong Kong foram mais fortes entre os carros de motor 1600cc Turbo, enquanto na colorida categoria para viaturas de cilindradas superiores a 1950cc foram os pilotos de Macau a tomarem conta dos acontecimentos.

 

Classe do Suncity

A classe “AAMC Challenge 1.6 Turbo” reuniu os mesmos vinte e sete participantes do primeiro evento e a primeira corrida, no sábado, foi totalmente dominada pelos muito bem preparados Peugeot RCZ da equipa Suncity Racing Team de Hong Kong. Andrew Lo estreou-se a vencer, tendo a companhia na cerimónia do pódio dos seus companheiros de equipa Alex Fung e Paul Poon que tinha arrancado da pole-position.

Ryan Wong (Chevrolet Cruze) foi o quarto classificado e melhor dos representantes de Macau, terminado à frente de Leong Chi Kin (MINI Cooper S).

Dentro do Top-10 terminou o melhor dos nomes portugueses, Célio Alves Dias (MINI Cooper S), no nono posto. No que respeita à armada de macaenses, Hélder Assunção foi 13º, Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) finalizou no lugar seguinte, ao passado que Eurico de Jesus foi 16º. Rui Valente complicou as contas da qualificação, ao ser apenas 20º classificado devido a problemas de travões que destruíram ao longo da corrida um pneu. Filipe Souza (Chevrolet Cruze) continuou a sua senda de infortúnios e nem sequer arrancou para a primeira corrida do fim-de-semana devido a problemas de motor.

No domingo, dia decisivo para muitos, a corrida foi disputada em piso molhado, mas gradualmente a secar. A Suncity Racing Team fez outra dobradinha, com Alex Fung a ver a bandeira de xadrez à frente de Paul Poon. Sem andamento para ombrear com os dois primeiros, Cheong Chi On (Peugeot RCZ) foi o melhor dos representantes do território, conquistando o último lugar de honra.

Destaque para a corrida inglória de Rui Valente. O piloto português, que teve um acidente no treino matinal e que por isso não participou na qualificação, arrancou de último. Apostando em pneus slicks e com o asfalto a secar, Valente foi galgando posições durante as 12 voltas, terminando num doloroso 9º lugar. Mais uma volta e Valente teria subido a oitavo e com isso conseguido o ambicionado apuramento para o Grande Prémio. Naquele que é o seu 30º ano no automobilismo, Valente terá agora que esperar que algum dos 18 pilotos que ficou à sua frente não se inscreva para a Taça de Carros de Turismo de Macau do mês de Novembro.

Badaraco, o vencedor desta categoria na “Taça CTM” na pretérita edição do Grande Prémio, deu um ar da sua graça, terminando no quarto posto. Assunção foi 14º e “Bebe” Eurico finalizou em 23º, enquanto Dias terminou classificou no 19º posto, mas já com duas voltas de atraso. Filipe Souza somou mais um abandono.

 

Para os de cá

Na mais numerosa categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Superior”, onde cinquenta concorrentes lutaram por apenas dezoito vagas, assistiu-se dois triunfos de pilotos da RAEM, a exemplo do que tinha acontecido no primeiro fim-de-semana no mês de Maio.

Na tarde de sábado Leong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) voltou a impor-se, com uma certa naturalidade, vencendo a corrida a seu bel-prazer, obtendo o seu segundo triunfo do ano. Stephen Lee (Mitsubishi Evo9) e o japonês Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR-34) perfizeram o pódio.

No domingo foi a vez do veterano Wong Wan Long (Mitsubishi Evo10) levar a melhor, por um segundo e meio sobre Samson Fung (Audi TTRS) de Hong Kong e Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo9). O piloto macaense já tinha sido quarto classificado na primeira corrida e voltou ao pódio numa corrida em que terminou a escassos dois segundos e meio do vencedor.

Luciano Castilho Lameiras teve um fim-de-semana desapontante, tendo-se qualificado para a corrida de sábado, mas não cumprindo qualquer volta, ao passo que no domingo só realizou três voltas. Por seu lado, Jo Merszei optou por não alinhar na prova por não ter uma viatura competitiva à disposição, como tinha ficado evidente no primeiro evento.

Nos próximos dias a AAMC deverá anunciar o início do período de inscrições para o Grande Prémio, onde os 18 melhores classificados de cada categoria têm acesso imediato. Aqueles que não conseguiram o apuramento directo terão que esperar por alguma desistência para terem acesso à grande corrida do ano.

3 Jul 2018

Tiago Monteiro espera participar em provas do WTCR

O piloto português Tiago Monteiro disse, em conferência de imprensa, no fim-de-semana da prova de Vila Real da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), que almeja regressar à competição antes do final da presente temporada.

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] piloto português, de 41 anos, sofreu um violento acidente em Setembro de 2017, numa sessão de testes privados da Honda, em Barcelona, não tendo regressado ao volante em competição desde então. Contudo, Monteiro tinha esperanças reais de regressar à competição no circuito urbano de Vila Real no passado fim-de-semana, porque a evolução da sua saúde nos últimos meses tem sido muito positiva.

“A nível da visão estou quase 100 por cento recuperado, as cervicais e o ombro também, mas o traumatismo craniano foi muito forte e teve consequências maiores do que se pensava inicialmente”, referiu o portuense aos jornalistas. O piloto afirmou que a equipa médica que o tem acompanhado, tanto em Portugal, como em Miami, analisou todos os exames e concluiu que ainda era cedo para o regresso ao volante. “O impacto foi muito violento e deixa sempre sequelas. Apesar de estar a recuperar, era perigoso voltar a arriscar o impacto em menos de 12 meses após o acidente”, sublinhou.

Confiante, o ex-piloto de Fórmula 1 afirmou que se sente “completamente pronto e em plena forma” e adiantou que já teve autorização médica para fazer testes em pistas e que estes, “foram positivos”, salientando ainda que sentiu “uma adrenalina incrível” e que não teve “qualquer apreensão”.

O primeiro e único piloto português a triunfar no Circuito da Guia frisou a sua vontade de regressar à competição em algumas das provas finais do WTCR 2018. “A minha concentração e os meus objectivos estão no final da temporada. Agora, o meu objectivo é fazer algumas corridas no final da época para melhor preparar o próximo ano”, disse o piloto que não esconde a vontade de regressar ao circuito citadino da RAEM, lugar de boas memórias.

Enquanto não retorna ao activo no campeonato promovido pela Eurosport Events, Monteiro vai sendo substituído pelo jovem belga Benjamin Lessennes ao volante do Honda Civic da Boutsen Ginion Racing. A temporada inaugural do WTCR é composta por dez provas, sendo que as quatro últimas jornadas são disputadas no continente asiático; duas na China Continental (Ningbo e Wuhan), uma no Japão (Suzuka) e o Grande Prémio de Macau. 

Dois de Macau

Apesar de não ter pilotos a tempo inteiro na temporada 2018 do WTCR, existe a possibilidade de Macau ter dois pilotos na prova de encerramento da época. A organização do campeonato irá atribuir dois “wildcards” a pilotos locais que participem em provas de carros de Turismo e, segundo o que o HM apurou, há vários candidatos entre os pilotos do território. A introdução este ano do conceito TCR no “Mundial de Turismos” diminuiu os custos por prova, tornando agora a categoria rainha das corridas de Turismos muito mais apetecível aos pilotos privados em comparação com do defunto WTCC.

25 Jun 2018

Rutter acredita no potencial das motos eléctricas no GP Macau

A mobilidade eléctrica está cada vez mais a ganhar espaço na nossa sociedade e à conta disso os desportos motorizados vivem um momento de transição. Depois das competições de carros eléctricos promovidos pela FIA, como o Campeonato FIA de Fórmula E que tem no calendário uma corrida nas ruas de Hong Kong, agora é a vez do MotoGP lançar a sua competição mundial de motas eléctricas, a MotoE

 

[dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]orridas de motas eléctricas não são uma novidade. Na famosa prova da Ilha de Man, desde que foi criada a categoria de emissão-zero, em 2010, as motas eléctricas têm sido uma presença regular numa classe à parte. O preparador semi-oficial da Honda, a Mugen, tem investido fortemente nesta classe – fala-se em valores acima dos 30 milhões de patacas por ano – e pilotos bem conhecidos do Grande Prémio de Macau como John McGuiness e Michael Rutter já experimentaram as sensações de conduzir estas máquinas que não pesam mais de 240kg e atingem velocidades acima dos 280 km/h.

E quando é que a motas eléctricas terão espaço no Grande Prémio de Motos de Macau? “Obviamente, é difícil prever se acontecerá ou quando”, disse Michael Rutter quando questionado pelo HM, “mas seria muito interessante tentar”, acrescenta o motociclista com mais sucessos no Circuito da Guia e que tem um conhecimento vasto deste tipo de motas, tendo conduzido a Segway MotoCzysz primeiro e agora a ainda mais competitiva Mugen Shinden.

Ao contrário dos actuais carros da Fórmula E, que só aguentam meia corrida, Rutter acredita que uma moto de TT seria capaz de completar as 12 voltas do Grande Prémio. Sobre a possibilidade de no futuro a corrida combinar na mesma corrida as motas convencionais, com as motas eléctricas, Rutter, que no mês passado triunfou novamente na TT Zero, diz que tal cenário não é de todo inconcebível.

“Definitivamente, isso não seria impossível, dependendo da gestão da potência e a velocidade por volta (das motas eléctricas). Mas só experimentando no circuito de Macau é que seria possível realmente perceber a diferença por volta deste dois tipos diferentes de motos”, remata o britânico.

 

Mais difíceis de domar

Mesmo para um piloto de estrada experiente como Rutter, as motas eléctricas têm os seus truques e a transição das motos com motores a combustões requer um ‘mindset’ diferente.

“A maior diferença é o ‘feeling’ que tens da mota”, explica o veterano natural de Stourbridge. “Principalmente quando aceleras. Não há o ‘lag’ habitual, não tens de esperar (que a potência seja entregue à roda). Não consegues pôr a roda traseira a patinar”.

Dado que são máquinas mais traiçoeiras, Rutter confessa que é preciso “um maior cuidado” para evitar erros, erros que nas corridas de duas rodas e em circuitos de estrada se pagam muito caro.

 

Vem para a nona

O recordista de vitórias no Grande Prémio de Motos de Macau está esperançado em regressar no mês de Novembro ao Circuito da Guia, com o intuito de alcançar a nona vitória numa prova que conhece como poucos.

O piloto britânico ainda não tem definida a sua participação, nem com que equipa, nem com que mota. “Estou confiante que sim, estou a tentar regressar. Espero lá estar (no Grande Prémio)”, confessa.

Nesta última década, Rutter terminou todas as corridas do Grande Prémio no pódio, tendo visto na edição passada a bandeira de xadrez na terceira posição.

22 Jun 2018

Automobilismo | Jo Merszei alerta para o esquecimento de Barry Bland

Vai fazer um ano que uma figura proeminente da história do Grande Prémio de Macau nos deixou, mas, para além do seu legado, pouco mais se tem feito em sua memória, alerta o eclético piloto de Macau Jo Merszei

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om qualidades pessoais e conhecimento do meio altamente reconhecidas, o inglês Barry Bland, aquele que será sempre recordado como o pai do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, esteve mais de trinta anos ao serviço do maior evento desportivo do território, tendo saído abruptamente em 2016, meses depois do evento passar para a alçada do Instituto do Desporto.

“De 1983 a 2016, o Barry trouxe as mega estrelas do amanhã a Macau para correr. A maior parte dos actuais e ex-pilotos de Fórmula 1 devem ao Barry, de uma forma ou de outra, pela sua ajuda e orientação”, realçou Jo Merszei ao HM. “O Barry ajudou muitos pilotos sem fundos a entrar em contacto com os patrocinadores certos, colocando esses pilotos a correr. Ele era um bom amigo, um cavalheiro e ganhou respeito que ombreava os grandes nomes do automobilismo mundial”.

Em 1983 Bland convenceu Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado, e Phil Taylor, do clube automóvel de Hong Kong, que a Fórmula 3 era o caminho a seguir no Grande Prémio. Na altura a Fórmula Atlantic estava em plena decadência. À época, a então Fórmula 2 parecia ser o caminho a seguir, mas dois meses antes da prova o plano foi abortado porque a largura da Curva da Estátua (onde estava a estátua equestre de Ferreira do Amaral), agora Curva do Lisboa, não ser suficiente para os carros passarem. Pelo mérito de persuadir as entidades responsáveis na hora H e o empenho colocado na prova ao longo dos anos, o piloto macaense não quer ver o nome de Barry Bland esquecido.

“Com a experiência e profissionalismo das pessoas de Macau, sob a orientação do então Coordenador, o Engº Costa Antunes, o evento ganhou estatura no automobilismo global”, destaca Jo Merszei, que crê que “sem uma boa parceria, sem o Barry, o Grande Prémio de Macau nunca teria chegado ao patamar em que está hoje.”

 Final atribulado

O fim da ligação ao Grande Prémio do ex-presidente da Comissão de Monolugares da FIA e organizador do Masters de Zandvoort, a prova europeia mais relevante do calendário de Fórmula 3, fez correr muitas linhas na imprensa especializada internacional, principalmente de língua inglesa. Jo Merszei recapitula esses momentos, em que as equipas europeias de Fórmula 3 temeram pela continuidade da emblemática corrida de encerramento de temporada.

“Nos últimos dias de Outubro de 2016, engenheiros e chefes de equipa da Fórmula 3 começaram a contactar-nos relativamente à questão de quem ficaria a responsabilidade pela gestão do Grande Prémio de Macau. Esta era certamente uma questão desconcertante porque todos estavam ocupados a preparar o Grande Prémio. Com o passar dos dias, foi posto a circular nos bastidores a informação que a regulamentação e a logística não estavam disponíveis e as equipas começaram a ficar desesperadas para saber o que se estava a passar”, recorda Jo Merszei. “No fim, o Barry foi obrigado a demitir-se do seu serviço, por respeito à sua reputação, responsabilidade e pela integridade à sua empresa, a MRC.”

Jo Merszei, ele próprio um piloto que ascendeu à Fórmula 3 com a preciosa ajuda do britânico, relembra que “todos os mecânicos, engenheiros e chefes de equipa estavam a falar como desonroso e desleal o Grande Prémio de Macau e o Instituto do Desporto tinham sido ao praticar um acto de traição ao Sr Grande Prémio de Macau, o próprio, Barry Bland. Um reputado e amplamente jornal local noticiou que o Barry e a comissão do Grande Prémio tinham chegado a um impasse. Essa foi uma grande subavaliação. A verdade e os detalhes criaram ainda mais desapontamento”, assevera.

In memoriam

Aquelas semanas de incerteza no início do Outono de 2016 acabaram por não beliscar a reputação do evento da RAEM, mas não deixaram de passar uma imagem menos abonatória de ingratidão que hoje poderia ser compensada com um reconhecimento à altura, acredita o actual piloto do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS).

“No caso do Barry Bland, a reputação e imagem limpa de Macau ficaram manchada pelos poderes”, afirma convictamente o piloto macaense. “Os departamentos e as pessoas responsáveis pelo Grande Prémio de Macau têm muito que fazer para redimir a nossa imagem no desporto internacional.”

Jo Merszei sugere que se preste uma devida homenagem a este amigo da terra. “Talvez uma placa ou uma fotografia emoldurada do ‘Sr Macau GP’ no nosso Museu do Grande Prémio em memória do seu imenso trabalho pela prova e pelas pessoas de Macau. É o mínimo que podemos fazer”, diz. “Até o nosso honorável Chefe do Executivo, o Dr. Fernando Chui Sai On, reconheceu o contributo que o Barry deu a Macau, ao presenteá-lo com o Certificado de Prestígio em 2012.”

Com a saída de cena de Bland em 2016 e a ascensão a Taça do Mundo FIA, a corrida Fórmula 3 em Macau é agora administrada pela própria federação internacional em cooperação com Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau.

20 Jun 2018

Automobilismo | Jovem piloto de Macau assina com equipa inglesa

Depois de meses de impasse, o jovem piloto de Macau, Leong Hon Chio, mais conhecido no meio por Charles Leong, confirmou que vai participar no renovado Campeonato Asiático de Fórmula 3 na temporada de 2018

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] piloto de 16 anos conseguiu encontrar as condições necessárias para assinar pela Hitech Dragon GP, o braço asiático da experiente equipa inglesa Hitech GP. Na temporada passada, Leong conquistou o feito de ter vencido, de uma assentada, o Campeonato da China de Fórmula 4 e o Campeonato Asiático de Fórmula Renault 2.0.

Para Oliver Oakes, o responsável máximo da Hitech GP, o piloto que deu os primeiros passos no automobilismo no Kartódromo de Coloane é uma forte contratação. “O seu sucesso nos últimos anos provam que ele é um piloto extremamente capaz e nós estamos confiantes que ele vai brilhar durante esta época”, afirma o inglês.

Depois de analisar as propostas que tinha de várias equipas, Leong escolheu aquela apresentada pela formação baseada nos arredores do circuito de Silverstone. “Estou bastante entusiasmado por me juntar a uma equipa tão experiente que opera em múltiplos campeonatos. Estou plenamente confiante de que seremos competitivos na F3 Ásia este ano”, assevera o piloto.

A Hitech Dragon GP irá inscrever três carros no campeonato certificado pela FIA, sendo que para além de Leong, também o sul-africano Raoul Hyman, um piloto que já conduziu de Fórmula 3 nos circuitos europeus, assinou para guiar um dos monolugares construídos pela Tatuus e igual para todos os concorrentes.

O Campeonato Asiático de Fórmula 3 tem início marcado para o fim-de-semana de 13 e 14 de Julho na Malásia e na sua temporada de estreia é composta por cinco eventos, cada um com três corridas, passando pelos circuitos de Sepang, Ningbo e Xangai.

Missão GP

Ao assinar pela Hitech GP, Leong dá mais um passo rumo ao sonho de correr no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3. A equipa britânica está presente no Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3 e conta estar entre nós no mês de Novembro para participar na corrida rainha da categoria. Os monolugares do europeu da especialidade são os utilizados na prova do Circuito da Guia, mais potentes e mais rápidos que aqueles que vão dar corpo à competição no continente asiático.

O HM sabe que Leong não tem ainda nenhum acordo com a Hitech GP para a prova, mas este assunto deverá ser discutido mais tarde no ano. Desde 2015 que Macau não conta com nenhum representante na prova de Fórmula 3 do Grande Prémio. Caso o jovem piloto do território consiga alinhar na corrida, então estará finalmente habilitado a receber o subsídio para os pilotos de Macau que correm além fronteiras, o que será um apoio vital para que possa continuar a subir degraus na pirâmide do automobilismo mundial.

6 Jun 2018

Automobilismo | AAMC organiza prova da Taça da Corrida Chinesa em Zhuhai

Sem espaço no programa da 65ª edição do Grande Prémio de Macau, a Taça da Corrida Chinesa terá a sua corrida da RAEM no Circuito Internacional de Zhuhai. O calendário para 2018 deste troféu monomarca foi dado a conhecer na passada sexta-feira

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, o organizador desta corrida, que na realidade não é apenas uma, mas sim um campeonato disputado com viaturas BAIC Senova D50 TCR em vários circuitos da Grande China, esperava regressar ao Circuito da Guia este ano, mas acabou por ver a sua prova ultrapassada pela “Taça de Grande Baía”.

A Taça da Corrida Chinesa, prova que o ano passado foi ganha no Circuito da Guia pelo macaense Hélder Assunção, vai manter o espírito das edições anteriores, realizando cinco eventos organizados pelas associações desportivas nacionais da República Popular da China, Hong Kong, Taiwan e Macau.

A prova até aqui organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) no fim-de-semana do Grande Prémio de Macau como última prova da temporada, vai passar agora a ser a prova de abertura. A Taça da Corrida Chinesa sob a égide da AAMC irá decorrer no fim-de-semana de 30 de Junho e 1 de Julho, no circuito permanente da cidade chinesa adjacente à RAEM, durante o segundo “Festival de Corridas de Macau” do ano.

“A cerimónia de abertura da Taça da Corrida Chinesa será na casa da associação automóvel de Macau, AAMC, em Zhuhai, Guangdong, de 30 de Junho a 1 de Julho. Esta será a primeira vez que a Taça da Corrida Chinesa corre no Circuito Internacional de Zhuhai, enfrentando com empenho os desafios da primeira pista construída na China”, dizia comunicação da organização do campeonato colocada a correr nas redes sociais.

Para além de Zhuhai, o calendário de cinco eventos inclui também passagens por circuitos em Guangzhu, Ningbo, Xangai e Wuhan.

Milhões para a Taça da Grande Baía

Entretanto, o promotor da “Taça de Grande Baía”, Eric Wong, confirmou à imprensa de Hong Kong, o que o HM já tinha noticiado em primeira mão: esta nova adição ao programa do Grande Prémio será disputada com viaturas da marca Lotus. O gestor da Richburg Lotus escreveu dois artigos de opinião na imprensa de Hong Kong, publicados na pretérita semana, onde revelou que a sua organização adquiriu vinte e cinco Lotus, motorizados com blocos V6 de 3.5 litros, por 20 milhões de dólares de Hong Kong. Com negociações em curso entre a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e o promotor desta iniciativa, pormenores sobre os moldes de como esta competição destinada a pilotos da região Guangdong-Hong Kong-Macau será disputada serão dados a conhecer ao público mais tarde.

30 Mai 2018

Automobilismo | Primeiro “Festival de Corridas de Macau” de 2018 em Zhuhai

O Circuito Internacional de Zhuhai foi palco da primeira jornada dupla das duas categoria que compõem o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa). Em disputa estão as trinta e seis vagas para a Taça de Carros de Turismo de Macau do 65º Grande Prémio de Macau

 

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi com muito calor, dentro e fora da pista, amenizado por uma chuva perturbadora no domingo, que se disputou, no fim-de-semana, o primeiro “Festival de Corridas de Macau” de 2018. A competição organizada pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) que este ano está novamente dividida em duas classes – “AAMC Challenge 1.6 Turbo” e “AAMC Challenge 1950cc ou Superior” (anteriormente designada como Roadsport Challenge) – teve quatro corridas e quatro vencedores diferentes.

Para os pilotos macaenses, este primeiro embate da temporada teve sensações mistas, mas praticamente todos os nomes portugueses em pista deram passos importantes rumo a um lugar na grelha de partida do grande evento do mês de Novembro. Dois terminaram mesmo em lugares do pódio.

Domínio de Hong Kong

A classe “AAMC Challenge 1.6 Turbo” reuniu vinte e sete participantes, menos três que o ano passado, e neste primeiro confronto os representantes da região vizinha foram claramente mais forte. Apenas Hélder Assunção foi capaz de travar o ímpeto dos poucos mas fortes concorrentes de Hong Kong.

Na primeira corrida, no tarde de sábado, três Peugeot RCZ da Suncity Racing Team monopolizaram as três posições do pódio, com Paul Poon a ver a bandeira de xadrez à frente dos colegas de equipa Alex Fung e Andrew Lo. Ao terminar no quarto lugar, Ip Tak Meng (Ford Fiesta ST), naquele que foi o seu melhor resultado no MTCS até hoje, acabou por ser o melhor classificado dos pilotos da RAEM. Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze), vencedor da classe na Taça CTM na edição passada, foi o 6º classicado, ao passo que o seu companheiro de equipa Filipe Souza, que se tinha qualificado na segunda posição, foi apenas o 8º classificado, tendo-se atrasado devido a um problema no turbo do seu Chevrolet Cruze.

Com a chegada da chuva, no domingo, a vantagem dos Peugeot RCZ da Suncity Racing Team deixou de ser tão evidente, mas se Alex Fung conquistou a sua primeira vitória no MTCS, desta vez a cerimónia do pódio teve um intruso. Assunção, cujo o Ford Fiesta ST tinha terminado no 9º lugar na primeira corrida do fim-de-semana, foi o segundo classificado a apenas meio segundo do vencedor. Paul Poon completou o pódio. Badaraco e Souza foram quinto e sexto, respectivamente, com este ultimo novamente a braços com problemas no turbo do seu carro.

Fora do top-10 em ambas as corridas ficaram Eurico de Jesus (Ford Fiesta ST), que somou um 11º e um 14º lugar, e Célio Alves Dias (MINI Cooper S) que ficou 13º e 11º lugar.

Rui Valente, que este ano celebra trinta anos de carreira, teve um fim-de-semana difícil. O colector do escape do MINI Cooper S estalou e estragou a corrida de sábado do piloto português. Depois de uma noitada a reparar a viatura, Valente regressou no domingo para terminar no 17º lugar, o que o obrigará a um esforço suplementar nas duas corridas que faltam para conseguir o apuramento.

“Prata da Casa” impõe-se

Na mais numerosa categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Superior”, onde cinquenta concorrentes lutam por apenas dezoito vagas, o pelotão teve, a exemplo do ano transacto, que ser dividido em dois nas sessões de qualificação, onde só os mais rápidos tiveram acesso às corridas. Os pilotos de Macau dominaram.

No sábado, numa corrida realizada sob temperaturas nada simpáticas para as viaturas de preparação local, os pilotos de Macau chamaram a si todas as posições do pódio, com o veterano Wong Wan Long (Mitsubishi Evo10) a levar a melhor sobre o surpreendente Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo7) e Chan Chi Ha (Mitsubishi Evo8).

No domingo, com a chuva a tomar o papel de principal protagonista, dando uma vantagem mais clara aos carros com tracção total sob os duas rodas motrizes, Ng Kin Veng (Mitsubishi Evo9) destacou-se na qualificação matinal, mas, nas 12 voltas de corrida, Leong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) impôs-se sobre Wong Wan Long e Veng. Delfim Mendonça Choi arrancou do terceiro lugar, mas acabaria por cair das posições do pódio, cortando mesmo assim a linha de meta num positivo quarto lugar.

No que respeita aos pilotos macaenses, o experiente Jo Merszei (Mitsubishi Evo9) conseguiu um 13º e um 16º lugares , ao passo que Luciano Lameiras (Mitsubishi Evo9) ficou em branco em ambas as corridas, complicando as contas do apuramento.

Os pilotos e máquinas terão agora um interregno de um mês para recuperar energias e preparar o segundo e decisivo Festival de Corridas de Macau, agendado para o fim-de-semana de 30 de Junho e 1 de Julho.

29 Mai 2018

Nova corrida do GP com carros da marca Lotus

Na conferência de imprensa da passada quarta-feira, no Centro de Ciência de Macau, a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) apresentou o patrocinador principal e deu a conhecer o programa da edição número sessenta e cinco do maior cartaz desportivo de carácter anual do território

 

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]as seis corridas confirmadas, apenas uma é novidade: a “Greater Bay Area Cup”. Todavia, detalhes sobre a “Taça de Grande Baía”, na designação oficial em português, não foram dados a conhecer na conferência de imprensa.

Chong Coc Veng, o presidente da Associação Geral do Automóvel de Macau-China, afirmou na cerimónia que ainda estão a decorrer negociações com o promotor desta iniciativa e que pormenores sobre os moldes de como esta competição será disputada serão dados a conhecer ao público mais tarde. Porém, o também Coordenador da Subcomissão Desportiva da COGPM, referiu igualmente que esta competição será monomarca, disputada por um tipo único de viaturas, e terá duas corridas na China antes da prova no Circuito da Guia.

Várias fontes adiantaram ao HM que esta corrida será disputada com viaturas da marca Lotus, modelo Exige motorizados por blocos V6 com compressor, e será co-organizada pela Richburg Lotus. O Circuito Internacional de Zhuhai será muito provavelmente o palco das corridas chinesas que antecedem o evento da RAEM.

Nos últimos quatro anos a dita “slot comercial” do Grande Prémio foi ocupada pela Corrida da Taça Chinesa, prova que o ano passado foi ganha pelo macaense Hélder Assunção. A Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, o organizador desta corrida, que na realidade não é apenas uma, mas sim um campeonato disputado com viaturas BAIC Senova D50 TCR em circuitos da Grande China, esperava regressar ao Circuito da Guia este ano, mas terá sido ultrapassada pela oferta rival.

 

Um regresso

Esta não será primeira vez que o Grande Prémio acolhe um troféu monomarca organizada pelo importador do construtor britânico recentemente adquirido pelo gigante chinês Geely. Em 2015, pelas mãos da Richburg Lotus, disputou-se a Suncity Lotus Celebrity Cup, uma competição primordialmente pensada para atrair celebridades do showbiz de Hong Kong. Contudo, a “corrida de celebridades”, que contou com dezasseis Lotus Elise, teve um pódio sem uma única celebridade, sendo composto por três pilotos que conseguiram comprar lugares na grelha de partida. Sin Ling Fung de Hong Kong venceu a corrida, seguido dos conterrâneos Vincent Chao e Kevin Liu. O actor Fong Lik Sun foi a primeira celebridade na lista, vendo a bandeira de xadrez no sétimo posto da geral. Já antes, em 2014, ano em que o evento foi realizado em dois fins de semanas, os Elise tinham sido vistos a competir a solo na Corrida Cotai Strip Resorts Lotus Grande China.

18 Mai 2018

Automobilismo | Número de pilotos locais mantêm-se estável

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] m total de oitenta pilotos de Macau, divididos em duas classes, vão lutar pelos 36 lugares disponíveis na Taça de Carros de Turismo de Macau, a prova de apuramento para o Campeonato de Carros de Turismo de Macau.
Apesar do número menor de vagas que este ano o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) tem para oferecer para a Taça de Carros de Turismo de Macau do Grande Prémio de Macau, o número de participantes inscritos na edição de 2018 não foi dramaticamente inferior comparando com a edição transacta. Ao todo serão oitenta pilotos, divididos por duas classes, que vão lutar pelos trinta e seis lugares disponíveis na célebre corrida de carros de Turismo do final do mês de Novembro.
A competição organizada pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) será novamente dividida em duas classes: “AAMC Challenge 1.6 Turbo” e “AAMC Challenge 1950cc ou Superior” (anteriormente designada como Roadsport Challenge).
Ao todo, a classe “AAMC Challenge 1.6 Turbo” reuniu vinte e oito participantes, menos dois que o ano passado, sendo que vinte e dois são portadores de licença desportiva da RAEM, menos um que em 2017, cinco são de Hong Kong e há um concorrente de Singapura. Por seu lado, a categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Superior” juntará cinquenta e dois participantes, menos três que na pretérita temporada, sendo que vinte são pilotos do território, menos dois que em 2017.

Estabilidade de vagas
O número de pilotos de matriz portuguesa manteve-se estável, com uma forte representação na classe “AAMC Challenge 1.6 Turbo”. Na lista de candidatos ao triunfo estarão os companheiros de equipa Felipe Clemente Souza (Chevrolet Cruze), campeão em 2016 e 2017, e Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze), vencedor à classe na Taça CTM na edição passada. Igualmente presente está Rui Valente (MINI Cooper S), um nome incontornável do desporto motorizado do território, assim como Celio Alves Dias (MINI Cooper S), Eurico de Jesus (Ford Fiesta) e o vencedor da Corrida Taça Chinesa de 2017, Hélder Assunção (Ford Fiesta).
Na classe “AAMC Challenge 1950cc ou Superior”, que conta com pilotos de seis diferentes países ou territórios, estão inscritos os macaenses Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo7), Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) e Jo Rosa Merszei (Mitsubishi Evo9).
Os dezoito melhores classificados de cada categoria, no somatório dos dois Festivais de Corridas de Macau – organizados pela AAMC no Circuito Internacional de Zhuhai, nos fins-de-semana de 26 e 27 de Maio e 30 Junho e 1 Julho – serão apurados para o Grande Prémio.

11 Mai 2018

F3 poderá ditar alterações ao Circuito da Guia

A Fórmula 3 irá sofrer uma profunda mutação em 2019, o que poderá ter reflexos no Grande Prémio de Macau, já que os novos monolugares da categoria, mais potentes, poderão obrigar a que sejam feitas alterações ao actual traçado do Circuito da Guia

 

[dropcap style≠‘circle’]P[/dropcap]ara que os novos carros de Fórmula 3 possam competir no popular circuito do território a partir de 2019, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) poderá exigir um grau superior àquele que actualmente detém o Circuito da Guia. Neste momento, o circuito do território tem a homologação Grau 3 da FIA, o que lhe permite acolher qualquer tipo de competição automóvel com uma relação peso/potência de dois a três quilos por cada cavalo de potência.

A nova Fórmula 3 tem 350 cavalos de potência prometidos, portanto, um peso mínimo de 700 kg seria necessário para atender aos requisitos actuais do Circuito da Guia. Contudo, os futuros Fórmula 3 terão que ter um peso mínimo igual ao inferior aos Fórmula 1. Visto que tornar os carros mais pesados só para estes competirem em Macau parece fora de questão, melhorar a segurança da pista, para que esta possa receber a homologação de Grau 2, é a alternativa mais viável.

Em declarações este fim-de-semana ao portal alemão ‘Motorsport-Total.com’, Laurent Mekies , Director de Segurança da FIA, disse que “queremos garantir a segurança necessária para os carros. Se o circuito de Macau for classificado como Grau 2, carros de corrida com uma relação peso/potência de um a dois quilos por cavalo de potência deverão ser autorizados a correr. Os (futuros) carros de Fórmula 3 não serão mais pesados que os carros de Fórmula 1, que devem pesar no mínimo 660 kg no próximo ano. Se um carro chegar a Macau não estando conforme o Grau 3 de homologação da pista, não vamos apenas acrescentar peso para torná-lo elegível, seria uma decisão estúpida.”

Simulações deverão ser feitas para perceber como a pista precisará ser ajustada a uma nova realidade. “Se tivermos que chegar a Grau 2, faremos isso”, continua Mekies. “Nós olhamos para onde as simulações nos levam, e elas são muito mais precisas do que apenas olhar para a relação peso/potencia.”

O Presidente do Instituto do Desporto da RAEM, Pun Weng Kun Pun, disse ao portal alemão que “se forem necessárias alterações na pista para um tipo de carro, iremos avaliá-las e verificar a sua viabilidade”.

Opções em aberto

No entanto, visto que ainda nenhuma proposta para intervenção no circuito foi elaborada ou apresentada, o responsável máximo pela entidade que coordena o evento não pode avaliar se é possível aumentar a grau de homologação da pista. Devido à sua natureza, a margem para transformações no traçado do Circuito da Guia é muito reduzida e, num cenário de impossibilidade, pode até acontecer que Macau deixe cair a Taça do Mundo FIA de Fórmula 3, mantendo mesmo assim a disciplina no programa do fim-de-semana.

De acordo com Pun, o actual carro da Fórmula 3, que continuará a ser usado no campeonato japonês e possivelmente num outro campeonato a ser organizado pelo actual promotor do europeu da especialidade, pode servir de base para que a disciplina que consagrou vários nomes sonantes do automobilismo mundial entre nós possa manter-se no programa do evento. Os Fórmula 3 da actualidade pesam 580kg e debitam 240cv.

“Os organizadores vão pesar todas as opções”, afirmou o presidente. “Vamos tomar a decisão que é melhor para a reputação, popularidade e história do Grande Prémio de Macau.”

O contrato entre a FIA e a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau tem uma periodicidade anual. Sobre este assunto, Pun disse ainda à publicação germânica que “trabalhamos sempre com a FIA numa base anual para o Grande Prémio de Fórmula 3 desde 1983. Olhamos para o programa de corridas ano após ano e este deve ser de primeira classe e variado.”

Segundo a mesma fonte, Pun espera que, devido aos muitos anos de cooperação entre as entidades de Macau e a federação internacional, uma solução do interesse de ambas as partes seja encontrada, esperando que esta cooperação continue por muitos e longos anos.

1 Mai 2018

Automobilismo | Rui Valente comemora esta época 30 anos de carreira

Rui Valente comemora em 2018 trinta anos de carreira no automobilismo. O piloto português radicado no território vai novamente participar no Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS), com o intuito de se apurar para a Taça de Carros de Turismo de Macau do 65º Grande Prémio de Macau no mês de Novembro

 

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]nfrentando a nova temporada com a mesma motivação e dedicação de outros tempos, o veterano piloto luso antevê dificuldades acrescidas, até porque este ano “na classe 1600cc Turbo vamos ter 28 carros e só 18 é que são apurados para o Grande Prémio, enquanto que na classe 1950cc e Superior vão estar 41 e só também são apurados 18. O evento tem todas as condições para fazer duas corridas e os pilotos já mostraram essa vontade a quem de direito, mas vamos novamente correr todos juntos.”

A experiência de 2017 de unir as duas categorias do MTCS, com bólides e andamentos tão discrepantes, não foi do agrado da maioria dos pilotos e Valente, que compete na classe 1600cc Turbo desde 2014, não é excepção.

“São carros muito diferentes. Na classe 1600cc Turbo, tiraram os restritores do turbo e acabaram com o limite de peso, para diminuir a diferença para os carros da classe 1950cc e Superior. Torna-se perigoso, pois ao diminuirmos extremadamente o peso, podemos comprometer a segurança”, explicou ao HM o piloto do MINI Cooper. “Ao longo dos anos participei em diversas competições e em lado nenhum do mundo há um campeonato onde há normas e regras assim. É um absurdo”, realça.

Riscos desnecessários

Foram já vários os pilotos do território a mostrar o seu desagrado publicamente por esta mescla de carros de origens distintas. Acima de tudo, porque em causa está o risco elevado de acidentes, tal a diferença de andamento entre os automóveis.

“O ano passado, no Grande Prémio, as diferenças não foram tão notórias porque choveu na corrida e houve um certo cuidado por parte de todos os participantes. Os 1600cc turbo são mais rápidos nas curvas que os carros da classe 1950cc e Superior preparados localmente, que por sua vez nas rectas são muito mais velozes que nós. Ora passávamos na zona sinuosa, como depois éramos ultrapassados nas rápidas. Mas em condições normais, de piso seco, esta diferença de andamento é um sério risco para todos os participantes”, aclara o nono classificado da classe 1600cc turbo da edição passada da “Taça CTM”.

Por outro lado, o facto de não existir um travão regulamentar, está a tornar com que as máquinas estejam cada vez mais esticadas ao limite e os pilotos terão que conduzir cada vez mais nos confines das suas capacidades. Valente destaca a melhoria abrupta dos tempos por volta de 2016 para 2017, sabendo em antemão que em 2018 as marcas obtidas o ano transacto também deverão cair.

“Como exemplo, em 2016, a minha melhor volta no Grande Prémio foi de 2min53s, mas, em 2017, com o meu MINI praticamente de origem, apenas tirando o restritor e com um turbo Garrett, foi de 2min44s. Isto, com um 1.1 bar de pressão de turbo. Imaginem só o que pode fazer um carro ex-WTCC, que com este regulamento até podem cá correr, que têm um bloco de motor especial e capaz de pressão 1.6 bar de turbo…”

Apesar da atitude conservadora da generalidade dos pilotos a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau do ano passado terminou prematuramente com bandeiras vermelhas, depois do primeiro classificado e vencedor à geral Leong Ian Veng ter colidido um concorrente atrasado e de três outros se terem desentendido bloqueado a pista na zona da montanha.

Apuramento na mira

Como em anos anteriores, para melhor preparar o MTCS de 2018, Rui Valente tem marcado presença nas provas de carros de Turismo organizadas no Circuito Internacional de Guangdong. “São seis corridas e venci as quatro primeiras. Correm Grupo N, S2000, um pouco de tudo. É muito bom para treinar, para além que os custos de correr com o Honda são muito inferiores aos do MINI…”, conta.

Aquele que foi o terceiro piloto português da história a competir na Corrida da Guia, está ciente das suas limitações em termos de material, mas acredita que mesmo assim o apuramento é possível.

“Não dá para ganhar”, responde com sinceridade, pois “para isso, teria que investir muito, o que é impossível com os apoios que tenho. Em vez de gastar 300 ou 400 mil patacas por temporada, teria que gastar 1 milhão ou milhão e meio, o que está fora de questão. Por outro lado, os regulamentos vão mudar em 2020 e não fazia sentido investir esse tipo de valores no carro para fazer apenas duas épocas.”

Os pilotos que ambicionem estar à partida da corrida de Novembro, independentemente da nacionalidade, têm que participar nos dois “Festival de Corridas de Macau”, organizados pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China no Circuito Internacional de Zhuhai, nos fins-de-semana de 26 e 27 de Maio e 30 Junho e 1 Julho. As duas jornadas duplas de corridas são pontuáveis também para o MTCS.

“Apesar de ainda não ter testado o carro em Zhuhai, estou confiante que posso conseguir apurar-me para o Grande Prémio”, afiança Valente. “Se chover, encantado da vida, caso contrário, com o carro que tenho, ficar entre o 12º e o 15º lugar é possível. Há que pensar positivo. Se conseguir apurar-me, talvez faça um investimento no carro para terminar nos cinco primeiros no Grande Prémio”, diz em jeito de conclusão o piloto que se estreou no Circuito da Guia em 1988, ao volante de um Toyota Corolla AE86 preparado pela equipa de Rui Clemente.

27 Abr 2018

Automobilismo | Pilotos locais querem mudanças nas corridas locais

[dropcap=’circle’] O [/dropcap] automobilismo local está a passar por uma fase periclitante. A participação no Grande Prémio está cada vez mais restrito aos pilotos da terra, enquanto que o único campeonato de automóveis sob a égide das entidades do território vive uma fase complicada de transição.

Com três Taças do Mundo FIA, quase inacessíveis para a maioria dos pilotos da RAEM, e uma competição de motociclismo, que por razões de segurança limita a participação apenas àqueles com uma sólida experiência internacional, a presença dos pilotos da casa no Grande Prémio reduz-se nos dias de hoje praticamente à Taça de Carros de Turismo de Macau, mais conhecida por “Taça CTM”.

O actual regulamento técnico do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa), competição que serve de apuramento para a Taça de Carros de Turismo de Macau do Grande Prémio, é único no mundo, planeando Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) conservá-lo até ao final de 2019. No entanto, este obriga a uma exigente ginástica financeira aos que lá competem e aos que sonham um dia lá competir.

“Se no passado, não muito distante, os pilotos locais ombreavam com maquinaria muito próxima, hoje em dia não é assim”, explicou ao HM Álvaro Mourato, um ex-campeão do MTCS e vencedor em 2010 da saudosa Corrida Hotel Fortuna do Grande Prémio de Macau. “Hoje em dia competem os carros e não os pilotos. Quem tem mais possibilidades financeiras e possuir os carros mais competitivos ganha. Qualquer dia até um principiante pode ganhar o MTCS ou a ‘Taça CTM’.”

Mourato tem sido um dos pilotos mais vocais no que respeita aos prejuízos que a escalada dos custos da actual regulamentação tem trazido às corridas de carros de Turismo de Macau. Para o piloto macaense, “precisamos de uma corrida competitiva, talvez um troféu monomarca, e não uma corrida onde estão correr carros tão diferentes, como aqueles com motorizações 1950cc atmosféricos (ex-Roadsport) e 1600cc turbo, isto com um regulamento demasiado aberto.”

 

Kevin Tse, um dos pilotos que corre com a bandeira da Flor de Lotus com mais participações fora de portas e participante no MTCS, partilha da mesma opinião de Mourato. “O problema dos actuais campeonatos organizados pela AAMC é que existem demasiados carros “Frankenstein”. Os carros 1600cc Turbo e Roadsport são mal construídos por garagens locais mas mesmo assim não são baratos de construir e de colocar a correr. E se foram colocados à venda, apenas o mercado local tem interesse”, disse ao HM Kevin Tse.

 

 

Soluções existem

Quase todos os intervenientes concordam que para as corridas locais ganharem um novo fôlego é necessário mudar os regulamentos técnicos, mas também voltar a dar espaço aos da casa no grande evento desportivo do mês de Novembro.

Para o veterano Jo Rosa Merszei, um dos primeiros condutores do território a defender as cores da RAEM no estrangeiro, a solução para um futuro melhor passa “por uma mudança do regulamento para os automóveis; mais baratos, talvez especificações Grupo N (mais próximo das versões de estrada), para que não só aqueles com mais posses tenham possibilidades de correr, mas também em que o comum do cidadão possa ter uma oportunidade também.”

Mourato reforça a ideia que para motivar a entrada de novos competidores e preservar a presença dos actuais é preciso “reduzir os custos”, pois presentemente “obrigar os pilotos locais a competir em classes tão altas é difícil de suportar”. Mas também é “a favor de que hajam corridas só para locais ou tipo Interport e não as que temos actualmente”.

Sendo que a aquisição da viatura tem um peso significativo nos orçamentos dos praticantes, Kevin Tse foca outro ponto importante. “Se adoptarmos por padrões internacionais, comprar e vender carros será muito mais fácil e os custos de manutenção mais baixos. Não serão autorizadas modificações e apenas serão autorizados carros construídos pelos departamentos de competição das marcas. Essa é a forma correcta e realmente muito mais económica de tornar o Grande Prémio atraente para os pilotos locais e para uma audiência internacional.”

Há uma década os pilotos da casa tinham uma corrida de carros e uma corrida de scooters só para si no Grande Prémio. Aliás, muito do sucesso construído pelo evento nas últimas seis décadas passou pela proximidade entre a prova e os habitantes de Macau. O desejo dos pilotos locais é voltar a ter a sua própria corrida.

“Falei com vários pilotos sobre o tema e perguntei se houvesse uma corrida de carros Grupo N no Grande Prémio se estavam interessados em participar e todos dizem que sim”, afirma entusiasticamente Merszei.

Em 2018 e 2019 serão dois anos de transição, mas é esperada uma crescente pressão sobre a AAMC por parte dos pilotos que cada vez menos escondem a sua opinião de que o rumo do automobilismo tem que mudar em prol do desporto.

6 Abr 2018

Grande Prémio de Macau com carros eléctricos não é uma miragem

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s pressões sociais para a utilização de veículos eléctricos nas estradas têm crescido um pouco por todo o mundo e a electrificação automóvel é um passo sem retorno. Macau não é excepção. Basta lembrar que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) abriu no mês passado concurso público para a atribuição de 100 licenças de táxis, exigindo pela primeira vez que os veículos sejam eléctricos. Actualmente, circulam em Macau 250 veículos eléctricos, a esmagadora maioria deles particulares, mas é esperado um aumento significativos nos anos vindouros.

Obviamente o automobilismo não passará ao lado desta nova vaga inovadora da indústria automóvel. Jean Todt, o presidente da FIA, quando visitou Macau no 60º aniversário do Grande Prémio, disse à imprensa que o território, pelas suas características, era o local ideal para ser palco de uma competição de carros eléctricos da FIA. Contudo, o Campeonato FIA de Fórmula E, por enquanto a única competição de carros eléctricos existente, acabou por encontrar apoio e um abrigo aqui ao lado, em Hong Kong.

Dada as actuais especificações dos monolugares de Fórmula E, que precisam de rectas curtas e pontos de travagem fortes, para recarregar as baterias, a ex-colónia inglesa montou um circuito urbano de raiz para o efeito. No traçado do Circuito da Guia, por exemplo, estes carros não iriam funcionar na sua plenitude. “Na sua configuração actual, o Circuito da Guia não é o circuito do momento dada a sua extensão total e às suas longas rectas”, clarificou ao HM o arquitecto português Rodrigo Nunes, o responsável por desenhar vários dos circuitos, todos eles citadinos, do campeonato, incluindo aquele provisoriamente montado em Hong Kong.

Porém, a rápida evolução, fruto da aposta forte dos grandes construtores, irá resolver este problema de autonomia e desembaraço dos carros eléctricos de competição nos próximos anos. Não foi por acaso que no Salão Automóvel de Genebra, a WSC Technology Ltd., uma subsidiária da WSC Ltd, a empresa que criou o conceito TCR, lançou o E TCR – um novo conceito de corridas de carros de Turismo para motorizações eléctricas.

À boleia da Ásia

A SEAT, através da sua marca desportiva Cupra, foi a primeira a apresentar um carro para esta categoria que será introduzida em 2019, mas os mentores desta ideia acreditam que mais construtor irão seguir os passos da casa espanhola, alguns deles da Ásia. Seis dos dez maiores fabricantes de carros eléctricos da actualidade são da República Popular da China. Os subsídios governamentais e a necessidade de reduzir os níveis de poluição das grandes cidades tornaram os construtores chineses dos primeiros a alinhar nesta corrida tecnológica.

David Sonenscher, o responsável máximo pela WSC Asia Limited e pela organização do campeonato TCR Asia Series, admite que este novo conceito é uma oportunidade ideal para estabelecer uma nova era no automobilismo do continente que sempre venerou as corridas de carros de Turismo e sempre se posicionou na linha da frente no que respeita às novas tecnologias.

“O mundo está cada mais e mais focado nas energias limpas, com a região asiática a ser líder em algumas tecnologias emergentes, portanto eu penso que o mercado será bastante receptivo ao desenvolvimento do E TCR”, diz o inglês radicado na Malásia há quase três décadas. “Não há dúvida que o E TCR é parte do futuro do automobilismo e pode-se tornar um foco muito importante para a Ásia, pois a região continua a construir a sua reputação global como um lugar para correr.”

Sendo o Grande Prémio de Macau um dos maiores eventos de automobilismo do continente, claramente que a prova do território está no radar dos mentores do E TCR, até porque o “nosso circuito” tem uma tradição a manter.

Macau sedutor

Marcello Lotti, CEO da WSC Ltd, ex-responsável máximo pelo WTCC e “pai” do conceito TCR, acredita que o novo E TCR se encaixa no perfil do evento da RAEM.

“Se olharem para o que nós fizemos no passado, poderão ver que nós sempre consideramos Macau um evento de importância primordial para as nossas estratégias”, afirmou, em declarações exclusivas ao HM, o empresário italiano, ele que foi o primeiro a compreender o valor acrescentado que o Grande Prémio tinha para oferecer ao campeonato mundial de carros de Turismo e vice-versa.

Para Lotti, “a Corrida da Guia é uma lenda na história dos carros de Turismo, e acima de tudo, todo o evento de Macau sempre deu uma enorme importância às competições para carros de produção, tanto Turismos ou GTs. E esta é uma razão porque nós sempre fizemos o nosso melhor para levar a Macau o WTCC, primeiro, e o TCR, depois.”

Quanto ao futuro, Lotti não esconde que gostaria de ver um dia os carros do primeiro campeonato de carros de turismo eléctricos a competir nas ruas de Macau. “Agora temos que ver como um evento em Macau poderá encaixar nas estratégias que nós estamos a trabalhar com o E TCR, mas não há dúvidas que a ideia de correr no Circuito da Guia com carros de Turismo eléctricos é certamente fascinante”, conclui.

Enquanto um futuro cada vez mais electrificado se vai desenhando, os entusiastas locais dos desportos motorizados poderão continuar, por agora, ainda a desfrutar das sensações provocadas pelos estrondosos motores a combustão.

26 Mar 2018

Automobilismo | Corridas de Zhuhai vão apurar menos pilotos para o GP

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) anunciou as linhas mestras das corridas de apuramento dos pilotos locais de carros de Turismo para a próxima edição do Grande Prémio de Macau.

 

Numa comunicação publicada online, a AAMC confirmou que a corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau do 65º Grande Prémio de Macau vai ser composta por duas classes de carros – 1600cc turbo e 1950cc ou Superior – a exemplo do que aconteceu o ano passado.

Num ano em que os regulamentos técnicos não sofrerão alterações de relevo, os pilotos que ambicionem estar à partida da corrida de Novembro, independentemente da nacionalidade, têm que participar nos “Festival de Corridas de Macau”, organizados pela AAMC no Circuito Internacional de Zhuhai, nos fins-de-semana de 26 e 27 de Maio e 30 Junho e 1 Julho. As duas jornadas duplas de corridas são pontuáveis também para o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS na sigla inglesa).

Este ano, os participantes têm que possuir uma licença de competição internacional válida, mas licenças internacionais de competição com validade de participação de uma só corrida não serão aceites. Esta medida não afectará os pilotos do território mas poderá ter implicação na participação dos pilotos menos experientes de Hong Kong que podem obter licenças internacionais provisórias através da sua associação automóvel.

A maior novidade em 2018 será mesmo a redução dos pilotos que sairão apurados dos quatro duelos a travar em Zhuhai. A nota emitida pela AAMC diz que “após os dois eventos com um total de quatro provas de cada classe realizadas, os 18 pilotos melhores classificados serão seleccionados para participarem na Taça de Carros de Turismo de Macau do 65º Grande Prémio de Macau.”

 

Todos juntos

Quer isto dizer que um total de 36 concorrentes serão apurados para a Taça de Carros de Turismo de Macau, habitualmente conhecida por “Taça CTM”, o número máximo de viaturas permitido nas grelhas de partida do Grande Prémio. O ano passado, o primeiro em que as duas classes do MTCS foram aglomeradas numa só corrida, após o fim da Corrida Macau Road Sport, foram apurados 25 concorrentes por classe, num total de 50 pilotos. Este número obrigou a qualificações separadas por classe no Grande Prémio e que eliminaram seis concorrentes por classe antes da corrida conjunta de domingo.

O formato da edição de 2018 da Taça de Carros de Turismo de Macau, no fim-de-semana do Grande Prémio, ainda não foi oficialmente divulgado, desconhecendo-se, para já, se as classes 1600cc turbo e 1950cc ou Superior terão qualificações independentes ou se os 36 participantes se qualificam em conjunto. A experiencia de 2017 de unir duas categorias, com bólides e andamentos tão discrepantes, não foi do agrado da generalidade dos pilotos.

No caso de desistências entre os concorrentes apurados, as vagas serão ocupadas pelos pilotos que obtiveram a melhor classificação seguinte na classificação geral em cada classe. O período de inscrições durará de 3 a 20 de Abril e o seu custo não foi alterado, mantendo-se nas 6000 patacas.

 

20 Mar 2018

AAMC nomeou um homem para represente nacional do “Women in Motorsport”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), que representa o território na Federação Internacional do Automóvel (FIA), não terá assento permanente na Comissão de Mulheres da FIA, mas, ao contrário da grande maioria das suas congéneres, o seu representante nacional, é um homem!

Criada com a bênção de Jean Todt, a Comissão de Mulheres da FIA foi estabelecida em 2009 e pretende encorajar mais mulheres a participarem em diferentes níveis do desporto automóvel, tendo como presidente a francesa Michèle Mouton, a primeira senhora a vencer uma prova do Campeonato do Mundo de Ralis. Por seu lado, os representantes nacionais servem como ligação da Comissão dentro do espectro da sua área de jurisdição.

Apesar de não ter nenhum membro feminino de relevo na Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), esta nomeou a piloto de ralis Joana Barbosa. Já a homologa federação brasileira Brasil, fez o mesmo, escolhendo para esse papel Fabiana Ecclestone, a esposa do ex-patrão da Fórmula 1 Bernie Ecclestone e que durante muitos anos foi um pilar na organização do Grande Prémio do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos.

Por seu lado, a AAMC, que também não tem qualquer senhora nos seus cargos dirigentes, optou por nomear um homem, Thomas Wong. O HM contactou a AAMC com o intuito de tentar perceber esta escolha, mas até ao momento da publicação deste artigo não recebeu qualquer resposta.

Dos cinquenta e dois membros nacionais da “Women in Motorsports”, apenas Macau, Uruguai e México optaram por um membro do sexo masculino. Esta não é a primeira vez que a AAMC tem a oportunidade para nomear uma senhora para um acontecimento principalmente focado para elas e não o faz. Na primeira edição da Taça da Corrida China, onde as quatro associações automóveis da Grande China tinham que ter um carro com uma piloto do sexo feminino, ao contrário da China Continental, Taipé Chinês e Hong Kong, Macau não se fez representar, mesmo contando nos seus associados com uma piloto com créditos firmados e andamento para envergonhar alguns dos seus adversários do sexo oposto.

 

Há espaço para mais

Diana Rosário foi a campeã da Ford Fórmula Campus em 2009, até hoje a única piloto feminino a obter um título de monolugares no continente asiático, e acredita que Macau ainda tem um longo caminho a percorrer no que respeita à integração das mulheres no desporto automóvel.

“Neste momento, não vejo que esteja a ser feito alguma coisa nesse sentido. Como piloto de Macau por tantos anos, nunca tive qualquer especial atenção ou apoio por isso”, explicou a piloto da RAEM. “Mesmo a trabalhando noutras posições do desporto automóvel, como Directora de Corridas ou participando na organização de eventos e campeonatos em Hong Kong e na China, nunca houve nenhuma intenção de me chamarem para fazer parte, para ajudar.”

Os objectivos da FIA não passam só por ter mais mulheres ao volante, mas ter mais elementos do sexo feminino com papeis relevantes no desporto, desde a organização de eventos, parte técnica, assessorias e comissariados. Esta ambição tem uma razão e um propósito que vai para lá do comercial e do politicamente correcto na sociedade actual.

“Eu acredito que as mulheres merecem mais, como podem ver pela representatividade que as mulheres têm na FIA e o porquê que a FIA quer dar ouvidos às mulheres. É preciso ouvir as mulheres, porque isso ajudará a desenvolver ainda mais o desporto”, afirma a actual instrutora da Mercedes AMG China e figura de destaque na organização do troféu Renault Clio China.

Apesar de não se vislumbrar qualquer mudança na mentalidade local a curto prazo, Diana Rosário espera que as intenções da federação internacional tenham repercussões no território: “Eu espero que as organizações em Macau realmente pensem sobre isto. Eu vejo umas quantas mulheres com conhecimento nos desportos motorizados, porque não dar mais oportunidades também às mulheres?”

 

Projecto FIA no Karting

A FIA vai promover este ano um projecto piloto que visa promover o desporto automóvel junto do público feminino com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos. Por enquanto, a ideia apresentada no Salão Automóvel de Genebra apenas contempla países europeus, mas o conceito deverá expandir-se a outros continentes nos próximos anos. Portugal foi um dos oito países escolhidos pela FIA e pela União Europeia para desenvolver o projecto: “The Girls on Track”.

A FPAK terá como missão organizar, até final de 2018, dois eventos de karting intitulados “Karting Challenge” e atrair para estas iniciativas o maior número de jovens do sexo feminino para experimentarem a modalidade. Aquelas que melhor se saírem neste desafio terão a possibilidade de disputar a grande final contra as pilotos seleccionadas dos restantes países num evento organizado em Le Mans, França.

16 Mar 2018

Asiático de Karting abre e encerra temporada na RAEM

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Kartódromo de Coloane voltará a acolher dois eventos do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) em 2018, mantendo uma tradição com mais de uma década em que o traçado de Macau abre e encerra a temporada da mais importante competição de karting do continente asiático.

A prova de abertura do campeonato asiático será realizada em concomitância com os campeonatos do território, no fim-de-semana de 9 e 10 de Junho. Por seu lado, a prova de encerramento do AKOC está prevista para o fim-de-semana de 8 e 9 de Dezembro. Este evento poderá ser parte integrante do Grande Prémio Internacional de Karting, a exemplo de edições anteriores.

O formato deste ano do Grande Prémio Internacional de Karting, co-organizado em anos anteriores pela Associação Geral-Automóvel Macau-China (AAMC), Instituto do Desporto (ID) e Direcção dos Serviços de Turismo (DST), não foi ainda dado a conhecer ao público. O ano passado a prova iria atribuir os títulos CIK FIA Ásia-Pacifico para as categorias KZ e OK, algo que viria a não acontecer a pedido das entidades responsáveis pelo evento no território. Apesar da anulação das corridas que iriam outorgar os títulos dos dois mais importantes campeonatos da federação internacional de karting para a região Ásia-Pacifico, a AAMC avançou com a organização da prova, oferecendo uma série de incentivos aos participantes, conseguindo assim reunir cento e vinte concorrentes de catorze países e territórios.

Criado em 2002 e com base operacional nas Filipinas, o AKOC tenta agrupar os melhores pilotos e principais categorias de karting neste ponto do globo. Os fins-de-semana de provas compreendem provas as classes Fórmula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos, ROK Sénior e Mini ROK.

Para além da RAEM, a competição rainha de karting irá visitar este ano novamente a Carmona Race Track, nas Filipinas, e o Circuito de Kart de Bira, na Tailândia. A novidade para esta temporada é a presença da Indonésia, um país com uma longa tradição na modalidade, no calendário. O Kartódromo do Circuito Internacional de Sentul, na Indonésia, foi o lugar escolhido para substituir a prova que se disputava previamente em Singapura.

Entretanto, a AAMC anunciou o calendário de seis provas dos Campeonatos de Karting e Motociclismo de Macau. O primeiro evento está agendado para o segundo fim-de-semana de Março, prolongando-se os campeonatos até ao mês de Dezembro, sendo que todos os eventos vão ser realizados no kartódromo inaugurado em 1996.

12 Mar 2018

FIA mantém Taças do Mundo em Macau

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA), realizado na passada sexta-feira, em Genebra, confirmou a continuidade das Taças do Mundo FIA de GT e Fórmula 3 no Circuito da Guia.

Apesar da contestação de alguma imprensa especializada e de alguns construtores menos satisfeitos, amplificada pelos aparatosos acidentes das últimas duas edições, a maioria dos envolvidos na Taça do Mundo FIA de GT expressou interesse em que este título fosse disputado no exigente traçado de Macau, em vez de o ser num qualquer circuito convencional.

A posição geográfica de Macau e a importância do mercado asiático para os construtores automóveis, além do evento se ajustar perfeitamente às intenções comerciais e promocionais das marcas, fazem do imperdoável Circuito da Guia o palco preferencial para se disputar o título mais elevado da categoria FIA GT3.

Por seu lado, a continuação da Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 no território era esperada, até porque não existe qualquer outra prova extra-campeonato de Fórmula 3 reconhecida pela federação internacional que não aquela que se discute nas ruas do território. A edição deste ano terá uma particularidade, pois poderá ser a última da história da categoria em que estarão em pista monolugares equipados com motores de diferentes construtores.

Na reunião da FIA na Suíça ficou decidido a instituição em 2019 do Campeonato FIA de Fórmula 3 que fará parte da plataforma dos fins-de-semana do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Este campeonato terá a particularidade de ser realizado com um chassis e um motor único. Esta decisão, que não é consensual no paddock da disciplina, quebra uma velha tradição da Fórmula 3 que sempre foi ao longo da sua história uma categoria que colocou frente-a-frente fornecedores de motores e também de chassis, apesar do jugo da Dallara nas duas últimas décadas.

A 65ª edição do Grande Prémio de Macau irá decorrer de 15 a 18 de Novembro. O programa do evento deste ano ainda não foi apresentado, mas para além das duas competições acima citadas, estão igualmente confirmadas as provas da nova Taça do Mundo FIA de Carros de Turismos (WTCC) e o Grande Prémio de Motos de Macau.

12 Mar 2018

Automobilismo | Rodolfo Ávila gostava de voltar com a SAIC VW

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sua primeira participação a tempo inteiro no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC), em 2017, Rodolfo Ávila garantiu o vice-campeonato ao serviço da equipa oficial da SAIC Volkswagen. O piloto do território ainda não tem a época desportiva de 2018 definida, mas admite estar em negociações para repetir a participação no CTCC com a SV333 Racing.

Sem adiantar muito, Ávila revelou ao HM que, neste momento, está a “discutir a possibilidade de regressar ao CTCC com a SAIC Volkswagen”. O piloto da RAEM reconhece que “gostaria muito de continuar no campeonato depois da experiência do ano passado.”

Após duas provas com a SW333 Racing em 2016, o piloto de Macau foi convidado a fazer a temporada completa daquele que é o campeonato de automobilismo mais popular da República Popular da China ao volante de um dos quatro Volkswagen Lamando GTS oficiais. Com o objectivo único de ajudar a SAIC Volkswagen a triunfar no campeonato de Construtores, objectivo esse que foi cumprido, Ávila subiu por três ocasiões ao pódio, tendo terminado na segunda posição do campeonato e como melhor representante da equipa que contou em algumas provas com os serviços do campeão do mundo de carros de Turismo de 2012 e recordista de triunfos no Circuito da Guia, o inglês Rob Huff.

Tradicionalmente, só depois do Ano Novo Lunar é que as equipas do CTCC confirmam os seus pilotos, divulgam os seus projectos e iniciam o seu programa de testes de pré-temporada. O calendário do CTCC de 2018 ainda não foi dado a conhecer à imprensa, mas deverá compreender novamente oito eventos, em circuitos permanentes e citadinos, todos na China Continental.

Perninha nos GT

O piloto português do território teve algumas incursões nas corridas de GT o ano passado, conduzindo um Aston Martin Vantage GT4 no Campeonato da China de GT e um KTM X-BOW no campeonato GT Masters. No início do presente ano, Ávila testou no circuito malaio de Sepang o novo Audi R8 LMS GT4 e não descarta, de acordo com a sua disponibilidade, a possibilidade de voltar a correr em provas soltas dos campeonatos de Grande Turismo na região.

“Gostaria de fazer algumas corridas de carros de GT, porque as experiências e os resultados que consegui o ano passado foram interessantes”, esclarece, deixando claro que por agora não tem nada ainda em concreto, pois “terei que procurar oportunidades ao longo da época”.

Ávila tem uma vasta experiência em provas de GT, tendo vencido, ao volante de um Ferrari, o Asian SuperCar Championship em 2008, e sido vice-campeão da Taça Porsche Carrera Ásia em 2011.

1 Mar 2018

Instituto do Desporto mexe no regulamento da atribuição de subsídios aos pilotos

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] atribuição de subsídios aos pilotos locais que participem em corridas no exterior tem ao longo dos anos causado um incómodo braço de ferro entre pilotos e as entidade responsáveis do território. Este tema controverso teve um novo desenvolvimento este ano, mas, para variar, positivo para o lado dos pilotos.
Para se habilitarem a receber este vital apoio monetário, os pilotos portugueses e chineses da RAEM tinham, entre outros critérios obrigatórios a cumprir, que participar no Grande Prémio de Macau e, desde 2013, de chegar ao fim da prova onde participavam.

Estas duas cláusulas foram sempre veemente contestadas pelos pilotos, principalmente a segunda, que obrigava os corredores da casa a dosearem o seu andamento no fim-de-semana do Grande Prémio para não comprometerem um suporte financeiro vital para a temporada seguinte e, ao mesmo tempo, rezarem a todos os Deuses do Olimpo para que o azar não lhes batesse à porta no mais importante fim-de-semana de Novembro.
Felizmente, o bom senso sobrepôs-se ao orgulho e o contestado ponto 2.4 da “atribuição de subsídios aos pilotos locais que participem em corridas no exterior durante 2018” deixou cair a obrigatoriedade de terminar a corrida do Grande Prémio de Macau. Diz agora o dito ponto que basta “Ter participado nas corridas oficiais do Grande Prémio de Macau (GPM) realizadas durante 2017 (com partida efectuada)”.
O ano passado, o polémico ponto 2.4 referia ser obrigatório “Ter terminado e obtido uma classificação oficial que se situe numa posição entre as 70% melhores classificações finais dos pilotos participantes de Macau numa das corridas do Grande Prémio de Macau (GPM) realizadas durante 2016.”
Caso os requisitos não tivessem sido alterados este ano, apenas vinte pilotos estariam à partida qualificados para acederem ao apoio do Governo da RAEM. Com esta alteração, passam a ser trinta e sete aqueles que até 28 de Fevereiro se podem candidatar à verba disponibilizada pela Fundação Macau.

IDM está atento

Se os pilotos portugueses foram os primeiros a mostrar publicamente o desagrado pela forma como este subsidio era e é atribuído, o mal-estar estendeu-se rapidamente também aos pilotos de etnia chinesa. Esta alteração nos critérios dos requerentes foi obviamente bem recebida, não só por quem dela beneficiará, mas também pela comunidade dos desportos motorizados de Macau no geral.
Questionado pelo HM sobre qual a razão que motivou este ajuste de peso, o Instituto do Desporto (ID) esclareceu por escrito que “o esquema de alocação dos subsídios para os pilotos locais participação em provas no exterior é concebido para apoiar os pilotos de Macau com recursos e condições para participarem em eventos de desportos motorizados, com o objectivo último de elevar o níveis competitivos dos pilotos locais.”
O IDM admite que está aberto a sugestões e deixa a promessa que irá estar atento ao assunto, deixando no ar que o actual sistema para poderá evolver para melhor.
“À medida que o tempo passa, nós temos trabalhado continuamente em formas de melhorar o sistema, incluindo tendo em consideração as ideias e sugestões que recebemos dos pilotos. No futuro nós iremos continuar a olhar para encontrar métodos para apoiar os pilotos locais e a criar condições para um desenvolvimento a longo termo dos desportos motorizados de Macau”, explicou o organismo responsável por executar a política desportiva do território.

Não chega a todos

Esta medida salutar não é no entanto suficientemente abrangente para evitar que os três pilotos da RAEM mais representativos da actualidade estejam automaticamente desclassificados a candidatar-se ao subsídio, o que demonstra a incongruência do sistema ainda em vigor.
André Couto, Rodolfo Ávila e o jovem Leong Hon Chio não participaram na edição transacta do Grande Prémio, por diferentes razões, e nem os triunfos que conquistaram em 2017 – Ávila foi vice-campeão do mais popular campeonato de automobilismo da República Popular da China e Leong venceu de uma assentada o Campeonato da China de F4 e o Campeonato Asiático de Fórmula Renault na sua estreia em monolugares – nem o vasto currículo internacional, como no caso de Couto, são argumentos suficientes para serem merecedores de qualquer apoio do território que representam fora de portas.
Este pequeno volte-face das entidades responsáveis de Macau irá apaziguar ligeiramente a insatisfação crescente, mas não será ainda suficiente para trazer a tão desejada paz e um pouco de consenso ao automobilismo do território.

21 Fev 2018