Malásia | Infortúnios marcam início de época de André Couto

[dropcap]O[/dropcap] campeonato Blancpain GT World Challenge Asia, a maior competição de carros de GT com expressão continental na Ásia, teve o seu arranque este fim-de-semana no Circuito Internacional de Sepang. Na Malásia, André Couto deu início à sua temporada desportiva, mas foi tudo menos um fim-de-semana fácil aquele que o piloto do território viveu.

Ao volante do Audi R8 LMS “Evo”, inscrito pela Audi Sport Asia TSRT, Couto e o seu companheiro de equipa David Chen qualificaram-se em 10º e 18º lugar para as duas corridas do fim-de-semana. Ainda pela tarde de sábado realizou-se a primeira corrida de 60 minutos, com o piloto chinês a ser responsável pelo arranque e primeiro turno de condução.

Com a chuva a aparecer, mas não nas proporções diluvianas habituais, a primeira parte da corrida foi disputada com condições traiçoeiras e bem à medida do carro da marca dos anéis.

Aproveitando alguns azares alheios e aquilo que o piloto chinês classificou “de uma afinação perfeita”, Chen levou o Audi ajustado pelo engenheiro português Rúben Silva ao primeiro lugar antes da paragem obrigatória nas boxes para a troca de pilotos.

E foi na troca de pilotos que uma série de azares se abateu sobre a equipa com base em Zhuhai. Primeiro, enquanto esperava a chegada do seu companheiro de equipa, Couto foi abalroado por um Mercedes-AMG atrasado que entrou repentinamente nas suas boxes. O piloto português da RAEM encontrou forças suficientes para recuperar do rude golpe desferido pela asa traseira do carro alemão e entrar no cockpit da sua viatura. Contudo, quando ia para a pista, viu-se bloqueado por um outro concorrente que “estacionou” o seu Porsche em frente ao Audi da TSRT enquanto esperava vaga na sua boxe.

Quando saiu para a pista, quinze segundos depois, Couto já tinha perdido dez posições. Apesar de ter estado na luta pelo top-10, esta foi em vão, pois o carro nº999 acabaria por levar uma penalização de 30 segundos por um alegado toque num adversário de Chen. O 18º lugar acabou por saber a pouco.

Corrida curta

No domingo, na presença de Sua Majestade, o Rei da Malásia, Yang di-Pertuan Agong XVI Al-Sultan Abdullah Ri’ayatuddin Al-Mustafa Billah Shah Ibni Sultan Haji Ahmad Shah Al-Musta’in Billah, que foi ao circuito de Sepang pela primeira vez, para ver o seu sobrinho a competir, a corrida do Audi de Couto foi novamente marcada pelo azar.

Desta vez, à sétima volta, quando Couto estava ao volante do Audi e tinha subido três posições nas primeiras voltas, um princípio de incêndio, causado provavelmente por um tubo de óleo que se soltou, deu por terminada prematuramente a corrida.

O Blancpain GT World Challenge Asia regressa em Maio, na Tailândia, mas já no próximo fim-de-semana Couto volta aos circuitos, desta vez para iniciar a sua temporada no campeonato japonês Super GT, com um Lamborghini Huracan GT3 da equipa JLOC.

Mais Macau

A presença de Macau na prova não se resumiu à presença do piloto português em pista. Alex Liu Lic Ka fez a sua estreia no Blancpain GT World Challenge Asia ao volante de um Honda NSX GT3 “Evo”. Fazendo equipa com o experiente banqueiro-piloto de Hong Kong, Philip Ma, o piloto da RAEM, que é uma cara conhecida das corridas de carros de Turismo locais, obteve um 19º e um 24º lugar, o equivalente ao 2º e ao 4º lugar na categoria “GT3 Am Cup”, destinada aos pilotos amadores.

Também de serviço na pista dos arredores de Kuala Lumpur esteve Duarte Alves. O engenheiro do território foi mais uma vez responsável pelo Audi R8 LMS GT3 da equipa tailandesa B-Quik Racing. Também inscrito na classe “GT3 Am Cup”, o carro alemão desistiu na primeira corrida, devido a uma colisão com um adversário, mas venceu a sua categoria no segundo combate.

8 Abr 2019

Automobilismo | Piloto brasileiro à conquista da Ásia

[dropcap]O[/dropcap] Brasil goza de uma enorme tradição no desporto motorizado. Apelidos como Senna, Piquet ou Fittipaldi vão muito para além da esfera do próprio desporto. Não é estranho ver a bandeira brasileira nos autódromos por este mundo fora, mas curiosamente, essa presença neste ponto do globo é praticamente escassa e só não é nula porque um jovem, que um dia ficou conhecido na sua terra Natal por vender porta a porta cupões do seu patrocinador para ajudar a financiar a sua temporada desportiva, decidiu regressar aonde já foi feliz.

Bruno Carneiro, de 19 anos, decidiu apostar no continente asiático para prosseguir a sua carreira no automobilismo. Residente em Utah, nos EUA, Bruno Carneiro até nem é um novato nestas paragens. Em 2016 tornou-se o primeiro e único piloto brasileiro a vencer um campeonato de automobilismo na China.

A aventura asiática começou em 2015. “Os novos donos da pista Utah viram o meu sucesso, ao ter sido o campeão regional de monolugares em Utah, e convidaram-me para fazer a última etapa do Campeonato FIA da China de Fórmula 4 em Zhuhai. Depois de um pódio no meu primeiro fim-de-semana, viram que tinha potencial para vencer o campeonato e voltei para a temporada de 2016.

Acabamos vencendo o campeonato”, explica o jovem natural de São Paulo.

Depois de ter passado pelo Campeonato Japonês de Fórmula 3, onde terminou em 11º lugar em 2017, Bruno Carneiro fez apenas o primeiro evento de 2018 do mesmo campeonato, não tendo conseguido reunir os apoios necessários para continuar a competir no país do sol nascente.

Contudo, as relações que soube fomentar no sudeste asiático abriram-lhe novamente as portas para o continente.

“Graças às amizades e conexões que fui criando surgiu a oportunidade de trabalhar junto com a equipa Asia Racing Team (ART) no Campeonato de Asiático de Fórmula Renault e aqui estou novamente”, afirma o piloto que na prova de abertura de temporada, realizada no passado fim-de-semana no Circuito Internacional de Zhuhai, subiu ao pódio, após ter sido segundo classificado na primeira corrida.

Nova oportunidade

Sem grandes alternativas para prosseguir a sua carreira nos EUA ou de regressar ao Japão por agora, o jovem brasileiro encontrou na equipa fundada em Macau em 2003 uma nova oportunidade para relançar a sua carreira.

“Acho que correr no asiático de Fórmula Renault pode trazer-me muitas e novas oportunidades, ainda para mais junto com uma equipa que nem a ART, que tem muito sucesso relacionado”, realça Carneiro que pode ser o terceiro piloto lusófono a ter motivos para celebrar com a equipa por onde passaram os ex-pilotos de F1 Kamui Kobayashi ou Rio Haryanto.

O piloto português Rodolfo Ávila, agora ‘Team Manager’ da ART, foi vice-campeão asiático de Fórmula Renault em 2004 e o angolano, também ele residente em Macau, Luís Sá Silva, foi vice-campeão em 2009 defendendo as mesmas cores.

Por outro lado, “com um carro tão bom que nem o Fórmula Renault 2.0/13 é fácil mostrar o nosso valor e isso pode abrir portas no futuro, além de fortes resultados serem bons para colocar no currículo”.

Sonhar com Macau

Como qualquer piloto da sua idade, Bruno Carneiro também sonha um dia correr no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3. “Que sonho que é…”, reconhece. “Eu fui visitar a prova em 2016 e assistir à corrida de F3! É incrível e um sonho, sem dúvida.”

O objectivo este ano é mesmo tentar vencer o ceptro do asiático de Fórmula Renault, o que lhe poderá servir de rampa de lançamento para voos mais altos, mas, por agora, “vamos ver o que o futuro traz e se realmente aparece a oportunidade de poder correr num lugar tão histórico e incrível como o Circuito da Guia.” E como diria o poeta, o “sonho comanda a vida”…

29 Mar 2019

GP Macau | Apuramento de pilotos locais não será em Zhuhai

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Circuito Internacional de Zhuhai preparava-se para acolher as duas provas do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (ex-MTCS, agora novamente MTCC na sigla inglesa) e até tinha duas datas reservadas no seu calendário para os Festivais de Corridas de Macau. Porém, os dois eventos que também servem para apurar os pilotos locais para a “Taça Carros de Turismo de Macau” do Grande Prémio de Macau serão afinal realizados este ano no Circuito Internacional de Guangdong.

As razões para o volte-face não foram publicamente explicadas, mas a verdade é que, ao contrário do circuito permanente da cidade vizinha que até um poster imprimiu, a Associação Geral-Automóvel de Macau-China (AAMC), não tinha ainda confirmado que as suas provas de 2019 iam ser realizadas em Zhuhai.

Este será um regresso ao circuito dos arredores da cidade chinesa de Zhaoqing, onde o AAMC organizou as suas provas pela última vez em 2014. As inscrições para as competições abriram ontem e fecham a 17 de Abril. O custo da inscrição é agora de seis mil renmimbis e todos os concorrentes terão que possuir licença desportiva internacional.

Assim sendo, o primeiro fim-de-semana da competição que apura os pilotos locais de carros de Turismo para o Grande Prémio de Macau está marcado para 25 e 26 de Maio, enquanto que o segundo embate está agendado para 6 e 7 de Julho.

 

Mesmos moldes

O MTCC será novamente dividido em duas classes – “AAMC Challenge 1.6 Turbo” e “AAMC Challenge 1950cc ou Superior”. Os melhores dezoito classificados de cada classe no somatório dos dois fins-de-semana, que totalizam quatro corridas, terão apuramento directo para o grande evento do mês de Novembro. Os que ficarem de fora do top-18 terão que aguardar alguma desistência para terem uma vaga.

A troca do traçado de Zhuhai pelo sinuoso circuito de Guangdong poderá equilibrar os andamentos entre participantes com orçamentos tão díspares, como explica o piloto local Rui Valente: “A diferença de andamentos nota-se menos neste circuito. Em Zhuhai se tens um carro muito bom, ninguém te agarra. Aqui neste circuito é outra história.”

 

Grande Baía, Grande Turismo

A novidade do Festivais de Corridas de Macau será a introdução da Taça da Grande Baía de GT. Esta competição que irá permitir a participação de trinta e seis concorrentes na 66ª edição do Grande Prémio de Macau terá as suas corridas separadas do MTCC.

A Taça da Grande Baía de GT irá atribuir os troféus da “Taça de Hong Kong de GT” e do “AAMC GT Challenge”. O regulamento e o formato das corridas deste campeonato não foram ainda dados a conhecer, mas é provável que esta competição aceite todo o tipo de viaturas da classe GT4 e também os carros que deram corpo à Taça Lotus. Ao contrário do MTCC, cujos pneus são de livre escolha dos participantes, aqui os concorrentes têm que competir com pneumáticos da marca inglesa Avon.

21 Mar 2019

Audi | André Couto com programa asiático

[dropcap]E[/dropcap]nquanto aguarda pelo resultado dos testes que fará por estes dias em Okayama e que lhe podem abrir novamente as portas do campeonato nipónico Super GT, André Couto viu terça-feira o seu primeiro programa desportivo para a época 2019 confirmado. O piloto português da RAEM vai conduzir um Audi R8 LMS GT3 Evo na temporada completa do Blancpain GT World Challenge Asia.

O anúncio foi feito esta semana pela Audi Sport customer racing Asia, através de um comunicado de imprensa, confirmando o apoio ao Audi inscrito pela equipa chinesa Tianshi Racing Team (TSRT). Nesta nova aventura, Couto irá fazer equipa com David Chen, de 23 anos, na classe Silver-Silver (Prata-Prata). O piloto chinês tem no seu currículo triunfos à classe na Taça Audi R8 LMS e no Asian Le Mans Series, sempre com a equipa TSRT.

Para Martin Kuehl, o director da Audi Sport customer racing Asia, “Couto é um profissional com provas dadas e com muita experiência no Audi R8 LMS GT3”. O responsável alemão admite que “é bom ver uma inscrição tão capaz” no campeonato em que a marca de Ingolstadt contará com mais dois R8 LMS GT3 inscritos pela Absolute Racing.

Esta não será a estreia de André Couto no Blancpain GT World Challenge Asia, campeonato que o ano passado se designava como Blancpain GT Series Asia. O piloto do território conduziu um dos Bentley Continental GT3 da Phoenix Racing Asia na ronda final de Ningbo do ano passado.

Neste programa com a TSRT, Couto irá encontrar o engenheiro português radicado em Zhuhai, Rúben Silva, que o ano transacto o acompanhou no campeonato japonês Super Taikyu Series. Esta dupla tem se encontrado em diversas ocasiões desde que trabalharam juntos pela primeira vez em 2014, quando o piloto de Macau se sagrou vice-campeão da Taça Audi R8 LMS.

A competição organizada pela SRO Motorsport Organisation, a entidade co-organizadora da Taça do Mundo FIA de GT do Grande Prémio de Macau, é composta por doze corridas em seis eventos, e arranca no primeiro fim-de-semana de Abril, em Sepang, passando depois pela Tailândia, Japão, Coreia do Sul e República Popular da China. O calendário do Blancpain GT World Challenge Asia só coincide com o do Super GT no fim-de-semana de 3 e 4 de Agosto, com a prova da Coreia do Sul a ser realizada no mesmo fim-de-semana das 500 milhas de Fuji.

 

15 Mar 2019

Taça do Mundo de Fórmula 3 continua em Macau

O Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA), que teve lugar na pretérita semana em Genebra, confirmou que o 66º Grande Prémio de Macau, a realizar de 14 a 17 de Novembro, vai ser novamente o palco da Taça do Mundo FIA de Fórmula 3.

[dropcap]A[/dropcap]comunicação da FIA foi curta e não detalhou em que moldes será disputada este ano a prova que habitualmente encerra o programa de corridas do evento automobilístico da RAEM. Contudo, visto que a FIA só autoriza o uso da designação “Fórmula 3” a campeonatos que cumpram com a última regulamentação do órgão máximo que rege o automobilismo mundial, é expectável que sejam os mais recentes monolugares da disciplina, apenas usados no novo Campeonato FIA de Fórmula 3, a darem corpo à grelha de partida da corrida.

A utilização dos novos monolugares de Fórmula 3, construídos pela Dallara e com um motor único fornecido pela Mecachrome, poderá requerer alterações ao Circuito da Guia, principalmente a nível de segurança, alterações essas que poderão ter sido já discutidas superficialmente com a Comissão do Grande Prémio e com a Associação Geral Automóvel Macau-China. Nenhuma das duas entidades ainda se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

Com uma potência de 380 cv, os novos carros da Fórmula 3 fizeram o primeiro “shakedown” no dia 1 de Março no circuito de Magny-Cours, em França, e segundo apurou o HM, rodaram com o peso mínimo de 692 kg. Para atender aos requisitos actuais do Circuito da Guia (FIA Grau 3), estes monolugares, com a actual potência, teriam que correr com 760 kg, algo que poderá não ser viável, sendo que a subida do Grau do circuito a solução provável para ultrapassar este obstáculo.

Com a confirmação da continuidade da Taça do Mundo de Fórmula 3 em Macau, a 66ª edição do Grande Prémio vai voltar a contar com três Taças do Mundo da FIA, pois tanto a Taça do Mundo de GT e uma das provas da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR) já tinham sido anteriormente confirmadas.

 Sophia em análise

A FIA também aproveitou também o primeiro Conselho Mundial da 2019 para dar conta dos últimos desenvolvimentos do impressionante acidente de Sophia Floersch no Circuito da Guia.

É possível ler no comunicado de imprensa enviado na passada quinta-feira que: “Um relatório na investigação sobre o acidente durante a Taça do Mundo FIA de F3 em Macau, a 18 de Novembro, foi apresentado ao Conselho. As Comissões relevantes vão agora avaliar as conclusões do relatório.”

Entretanto, na passada semana, Sophia Floersch voltou ao volante de um Fórmula 3 igual ao que tripulou em Macau num teste particular. Sem sequelas do acidente, a jovem de 18 anos cumpriu mais de 200 voltas ao circuito italiano de Monza e foi a mais rápida em pista.

11 Mar 2019

Arquitecto luso acredita que há solução física para o circuito

[dropcap]A[/dropcap] RAE vizinha volta a vestir-se de gala este fim-de-semana para receber a caravana do Campeonato FIA de Fórmula E, a competição de carros eléctricos apadrinhada pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) e que caiu no goto dos construtores automóveis pela sua pegada ambiental.

Durante décadas a fio vários entusiastas lutaram para que Hong Kong tivesse o seu evento motorizado, algo que Macau arrebatou em 1954. Foi com entusiasmo que a ex-colónia britânica recebeu a competição de carros eléctricos pela primeira vez em 2016. Contudo, quatro anos depois, o estro esmoreceu e o contrato vigente entre a Formula E Holdings e as entidades de Hong Kong ainda não foi renovado. A continuidade do evento está dependente dos resultados das negociações em curso e uma decisão final está pendente da viabilidade económica do evento.

Pela primeira vez desde que entrou no calendário, Hong Kong não será a prova de abertura de uma temporada, tendo sido deslocada para o lugar de quinta corrida do calendário. Desenhada pela portuguesa RS Project, a pista urbana de 1,860 km de perímetro na frente do porto continua “estreita mas desafiadora”, como classifica o piloto brasileiro Lucas Di Grassi, campeão da disciplina em 2017.

Para a edição deste ano, “em termos de desenho não houve qualquer alteração de layout”, explicou o arquitecto Rodrigo Nunes ao HM. “Somente o planeamento para a construção é que esteve mais apertado relativamente ao planeamento dos dois primeiros anos, mas neste momento o construtor local também já tem alguma experiência o que permite fazer uma construção mais assertiva.”

A maior novidade do campeonato que conta com a presença de gigantes da indústria automóvel como a Audi, BMW, DS, Nissan, NIO, Jaguar ou Mahindra, é mesmo a utilização de um só carro durante a corrida de “45 minutos mais uma volta”. As novas baterias produzidas pela McLaren Applied Technologies introduzidas na temporada 2018/2019 conseguem durar a corrida completa, evitando-se assim a paragem embaraçosa nas boxes para trocar de carro.

 

Há espaço

O evento organizado pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) teve no seu primeiro ano um prejuízo de 50 milhões de dólares de Hong Kong e a segunda, que correu financeiramente melhor, também não ficou no verde. Não menos problemática para a continuidade do evento é a falta de espaço para aumentar o perímetro do circuito numa área já por si congestionada de edifícios.

Os organizadores do campeonato requerem uma extensão de 2,2 km para os seus circuitos, com a chegada na próxima época de mais dois construtores automóveis: Mercedes e Porsche.

A Estação de Hong Kong ocupa a parte oriental do traçado e não pode ser encerrada durante os dois dias do evento devido às ligações com o aeroporto. Uma solução poderá passar por prolongar o circuito até Wan Chai, pois a primeira parte, na Lung Wo Road, não pode seguir pela parte do túnel. A FIA recusou no passado um traçado proposto nessa zona devido às altas velocidades que os carros iriam atingir. A colocação de chicanes, para abrandar os carros, era uma possibilidade em cima da mesa.

Sem revelar muito do projecto, o arquitecto Rodrigo Nunes está optimista, afirmando “que existem soluções viáveis que já foram apresentadas e o circuito idealmente deverá ter 2,4 km.”

 

Pódio na mira de Félix da Costa

Em termos desportivos, o belga Jérôme D’Ambrosio chega a Hong Kong na liderança do campeonato. Em segundo lugar está uma cara bem conhecida de Macau, António Félix da Costa. O português que venceu por duas vezes a prova de Fórmula 3 da RAEM triunfou na ronda de abertura do campeonato, na Arábia Saudita, e foi segundo classificado no México. A BMW Motorsport está bastante mais forte este ano e “Hong Kong sempre foi um bom circuito para para mim”, relembra o piloto de Cascais que foi 5º e 6º classificado, em 2016 e 2017, respectivamente. “A equipa está altamente motivada, como eu estou. Será a 50ª corrida da Fórmula E e tenho estado envolvido desde a primeira temporada. Isto é também algo que me orgulha”, afirmou o português.

Félix da Costa não é o único piloto lusófono numa grelha de partida de vinte e dois carros cheia de estrelas. O Brasil conta com quatro pilotos, todos eles ex-pilotos de Fórmula 1 e nomes sonantes do automobilismo “canarinho”. Para além de di Grassi, vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 2005, estarão também à partida Felipe Massa, com a Venturi, Filipe Nasr, com a Dragon, e Nelsinho Piquet Jr, com a Jaguar. Num evento condicionado a um só dia, a corrida principal está agendada para as 16h00.

8 Mar 2019

André Couto vai testar um Lamborghini no Japão

[dropcap]V[/dropcap]ice-campeão do Super GT em 2004, na categoria principal (GT500), e campeão da categoria GT300 em 2015, André Couto nunca escondeu que gostaria de regressar à maior competição de automobilismo do Japão. Uma nova oportunidade surgiu e o piloto português residente em Macau vai participar nos dias oficiais de testes com um Lamborghini Huracan GT3 Evo, da equipa JLOC (Japanese Lamborghini Owners Club), no circuito de Okayama nos dias 16 e 17 de Março.

De acordo com a lista de participantes revelada pela organização do campeonato a que o HM teve acesso, Couto será um dos três pilotos designados para conduzir o Huracan GT3 nº87 da categoria GT300. A equipa fundada em 1994 pelo clube de proprietários de viaturas da marca italiana, que terminou no 11º lugar à classe em 2018, ainda não anunciou oficialmente os seus pilotos para a temporada de 2019, tendo chamando também para este teste oficial os pilotos japoneses Tsubasa Takahashi e Kiyoto Fujinami.

Nas corridas do Super GT as formações de pilotos são constituídas por dois elementos apenas, porém, nas duas corridas mais longas do campeonato, ambas a disputar no circuito de Fuji, existe a possibilidade regulamentar para as equipas utilizarem um terceiro piloto.

Couto participou em quinze temporadas do Super GT. A sua última aparição no campeonato foi em 2017, antes do grave acidente na prova do Campeonato da China de GT, no Circuito Internacional de Zhuhai, que o atirou para uma cama de hospital e o obrigou a uma longa paragem para recuperação.

 

Regresso ao passado

Esta não será a primeira vez que Couto conduzirá um Lamborghini Huracan GT3. O piloto de 42 anos levou um exemplar em todo idêntico ao 12º lugar da corrida encurtada da Taça do Mundo FIA de GT do Grande Prémio de Macau de 2016. Não foi um fim-de-semana de grandes memórias para os Lamborghini, que nunca tiveram andamento para os favoritos, nem para Couto. O piloto da casa, após a corrida, depois de ter feito várias alterações nas afinações no carro ao longo dos quatro dias de prova, lamentou “não ter tido tempo para ganhar confiança com este tipo de afinação do carro”, até porque, na corrida decisiva, “o carro estava realmente melhor”.

Na temporada passada, Couto conduziu um Audi R8 LMS, que tem um motor igual ao Lamborghini, ao quinto posto do campeonato nipónico de resistência Super Taikyu Series, para além de ter realizado participações esporádicas no Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC) e no campeonato TCR China.

O calendário de 2019 do campeonato Super GT é composto por oito eventos, todos eles no Japão, com excepção de uma ronda a realizar no Circuito Internacional de Chang, em Buriram, na Tailândia. O arranque está agendado para o fim-de-semana de 13 e 14 de Abril.

 

 

7 Mar 2019

Motores já roncam para a nova época

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]uma altura em que a maior parte dos agentes do automobilismo local ainda preparam a temporada desportiva que aí vem, em 2019 já houve pilotos de Macau envolvidos em actividades em pista e outros que agora vão anunciando as suas participações em provas internacionais.

O primeiro a entrar em acção foi Kevin Tse que ainda antes do Ano Novo Lunar, no segundo fim-de-semana de Janeiro, participou pela segunda vez consecutiva nas 24 Horas do Dubai. O piloto residente em Hong Kong fez parte da equipa do Centro Porsche Hong Kong e Macau. O Porsche 911 GT3-R que Tse partilhou com Frank Yu, Jonathan Hui e Antares Au terminou a corrida árabe de resistência na 10ª posição da geral e quarto entre os concorrentes amadores.

No mesmo fim-de-semana, mas na Tailândia, realizou-se a terceira prova do campeonato Asian Le Mans Series. Representando a equipa chinesa Tianshi Racing Team, Billy Lo Kai Fung conduziu um Audi R8 LMS GT3 com Max Wiser e Dennis Zhang, terminando a corrida de quatro horas no circuito de Buriram no quarto e último lugar da categoria GT. O ex-vencedor da corrida Road Sport do Grande Prémio de Macau viajou depois para a Malásia para, agora num Audi R8 LMS ultra e na companhia de David Chen, vencer o título 2018/2019 do campeonato chinês GT Masters Asia.

 

A pensar em 2019

Enquanto não vê clarificada a sua temporada de 2019, Charles Leong Hon Chio aceitou um convite de última hora e alinhou no pretérito fim-de-semana na última prova da Asian Winter Series, a competição de Inverno que usa os monolugares da Fórmula 3 asiática e que nas duas jornadas iniciais contou mesmo com a presença de Dan Ticktum, o vencedor das últimas duas edições do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3. Após uma qualificação modesta, o jovem de 17 anos fez um nono, um décimo segundo e um oitavo lugar, respectivamente, nas três corridas disputadas no Circuito Internacional de Sepang, na Malásia.

Se uns ainda fazem planos, outros já os têm firmados, como Alex Liu Lic Ka. O habitual piloto de carros de turismo vai mudar de ares e vai competir na temporada completa do Blancpain GT World Challenge Asia. Depois de aparições esporádicas na Taça Porsche Carrera Ásia e no TCR Asia Series, Liu Lic Ka alinhará a tempo-inteiro no mais forte campeonato de GT do sudeste asiático. O piloto-empresário da RAEM fará equipa com o banqueiro e experiente piloto de Hong Kong, Philip Ma. O duo irá tripular um Honda NSX GT3, que pertence a Ma, num campeonato que conta com prestigiadas marcas como Audi, Ferrari, Lamborghini, Mercedes-AMG e Porsche.

 

Subsídio sem mexidas

A atribuição de subsídios aos pilotos locais que participem em corridas no exterior tem sido um tópico sensível nos últimos anos, mas para a temporada de 2019 não haverá alterações quanto aos critérios para a concessão da verba disponibilizada pela Fundação Macau. Apesar de se manter a obrigatoriedade de participação na edição anterior do Grande Prémio de Macau, o Instituto do Desporto (ID) retirou o ano passado a polémica cláusula que obrigava os pilotos locais a terminarem as suas corridas no evento do Circuito da Guia, aliviando consideravelmente a contestação por parte dos pilotos do território.

28 Fev 2019

Automobilismo | Filipe Souza com projectos aliciantes para este ano

[dropcap]O[/dropcap]s anos passam mas Filipe Souza não tem qualquer intenção de desacelerar em 2019. Bem pelo contrário, o experiente piloto de carros de turismo de Macau vai apostar em várias frentes esta época, num ano em que espera colocar ao dispor dos mais novos a experiência acumulada ao longo de temporadas a fio nos desportos motorizados.

Consciente que cada vez são mais as dificuldades que os jovens pilotos encontram ao entrar neste desporto tão restrito, o piloto de 42 anos, que deu os primeiros passos no automobilismo local como comissário de pista no Grande Prémio, vai dar a mão a um grupo de pilotos com menor experiência.

“Neste momento estou a colaborar com três pilotos e estou interessado em ajudar mais pilotos de Macau que queiram iniciar-se nas corridas”, desvendou Filipe Souza ao HM.

O piloto da RAEM não esconde que estes “têm que demonstrar coragem, que acima de tudo estão empenhados em ganhar e que levam a sério o automobilismo”. O experimentado piloto macaense não pretende “ganhar dinheiro” com esta iniciativa, mas sim concretizar “o sonho de levar mais pilotos de Macau a corridas internacionais.”

O vencedor do Troféu Asiático do WTCC em 2014 está já a trabalhar com Ryan Wong e Kevin Lam, dois pilotos de Macau que estão a dar os primeiros passos neste desporto.

Duas hipóteses

Sobre a temporada de 2019, Souza tem várias propostas em mão, incluindo um aliciante desafio para correr no Campeonato da China de GT, mas a única certeza que tem é que deverá disputar os dois “Festivais de Corrida de Macau” no Circuito de Zhuhai. Contudo, desta vez Souza irá ceder o volante do seu habitual Chevrolet Cruze 1.6T e deverá competir com um Audi RS 3 LMS TCR na categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Superior” (anteriormente designada como Roadsport Challenge), pois “o dono do carro deposita muita confiança em mim”, podendo assim somar importantes quilómetros num carro que poderá conduzir em Novembro na prova da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) no Circuito da Guia.

Por outro lado, o pluri-vencedor da categoria “AAMC Challenge 1.6 Turbo” não esconde que “também gostaria de experimentar o GT4. Já testei o BMW M4 GT4, mas acho que a caixa-de-velocidades fica aquém daquela do Audi e do Mercedes AMG, dois carros que gostaria de testar.”

A categoria GT4 fará parte do recém-nascido Campeonato de Hong Kong de GT, uma competição a organizar pela empresa responsável por levar a Taça Lotus ao Grande Prémio de Macau e que deverá ter uma designação diferente para englobar os interesses da Grande Baía.

Projecto “TCR Spa 500”

A maior novidade no calendário desportivo de Souza poderá estar no continente europeu. O piloto macaense está empenhado em participar na primeira corrida de resistência reservada apenas a viaturas TCR que terá lugar de 4 a 6 de Outubro no circuito belga de Spa-Francorchamps. Esta prova co-organizada pela WSC, a empresa que tem os direitos do TCR, será composta por 500 voltas ao lendário circuito de sete quilómetros.

“A ideia é levar uma equipa de quatro pilotos só de Macau. Neste momento só falta confirmar um elemento”, aclarou Souza que irá recorrer aos serviços de uma equipa europeia para assistência da viatura a designar. O projecto deverá ser confirmado no início do próximo mês.

19 Fev 2019

Kartódromo de Coloane mantém os dois eventos internacionais

[dropcap]O[/dropcap] Kartódromo de Coloane vai estar novamente pleno de actividade em 2019. Além dos campeonatos de Macau que preenchem em larga margem as datas disponíveis no calendário de provas da infraestrutura inaugurada em 1996, os dois eventos internacionais de carácter anual acolhidos pelo kartódromo estão já confirmados. O Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) visitará a RAEM no fim-de-semana de 8 e 9 de Junho, enquanto o Grande Prémio Internacional de Karting irá ser realizado no primeiro fim-de-semana de Dezembro.

Macau foi por mais de uma década palco da abertura do Campeonato Open Asiático de Karting, mas este ano não terá a honra de abrir as hostilidades. Isto, porque a organização filipina da competição conseguiu o que há muito ambicionava, realizar um evento na China Interior. Sendo assim, antes da caravana do AKOC desembarcar em Coloane, vai fazer uma paragem em Pequim para a primeira jornada de um campeonato que engloba uma panóplia variada de classes – Mini Rok, F125 Jr Open, X30 Jr, Rok Jr, Rotax Jr, F125 Sr Open, X30 Sr, Rok GP Sr, F125 Master Open e F125 Veteran Open.

Depois da visita ao território no mês de Junho, a competição seguirá para o Kartódromo de Clark, nas Filipinas, e terá também uma ronda em Chang Mai, na Tailândia, para, como é tradição, realizar a sua prova de encerramento de temporada no programa do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau.

O evento que vem sendo a ser co-organizado pela Associação Geral-Automóvel Macau-China (AAMC), Instituto do Desporto (ID) e Direcção dos Serviços de Turismo (DST), está já no calendário internacional de eventos da CIK-FIA, com data marcada para os dias 5, 6, 7 e 8 de Dezembro.

Além das competições que seguem o AKOC, no evento de fim de ano da RAEM estão, por agora, registados no calendário de eventos da federação internacional os campeonatos de karting da China, nas classes Mini Rok, Junior e Master, assim como a “Taça KZ AAMC”, troféu que em 2018 foi ganho por Morghan Loganathan de Singapura.

A exemplo de anos anteriores, o programa do evento que o ano passado reuniu cento e cinquenta pilotos deverá incluir também uma corrida “cabeça de cartaz”, com moldes a anunciar. Recorde-se que o veterano italiano Marco Ardigò venceu a pretérita edição, naquele que foi o seu quinto triunfo no Grande Prémio Internacional de Karting de Macau.

11 Fev 2019

Taça GT | BMW confirma regresso a Macau

[dropcap]A[/dropcap] BMW Motorsport é o primeiro construtor a confirmar a presença na Taça do Mundo FIA de GT – Taça GT Macau da 66ª edição do Grande Prémio de Macau. Os campeões em título vão defender a coroa, depois do ano passado terem sido os últimos confirmar a participação na prova e com uma representação limitada a um carro só.

“A Taça do Mundo FIA de GT no Circuito da Guia é sempre uma fantástica conclusão para a nossa temporada internacional de corridas de GT”, disse ao HM Jens Marquardt, o director da BMW Motorsport. “Temos muito boas memórias deste circuito citadino. Temos vindo a celebrar sucessos aqui há várias décadas. Como em 2018, quando o Augusto Farfus e a BMW Team Schnitzer obtiveram a vitória.”

Apesar de ter confirmado a participação, a BMW Motorsport ainda não decidiu quantos M6 GT3 enviará à RAEM, com que equipas e com que pilotos. A única certeza, após a dominadora exibição do ano transacto, é mesmo a vontade de triunfar.

“Este ano pretendemos regressar e assim que aí estivermos vamos ser caçados. E essa é precisamente a posição em que queres estar no automobilismo”, afirma Marquardt.

A BMW foi uma das marcas que nos últimos anos lamentou o facto do Grande Prémio de Macau coincidir com o fim-de-semana da prova do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC) em Xangai, algo que a FIA decidiu mudar para este ano, alterando a data da prova chinesa.

Sem toque lusófono

Augusto Farfus, o único piloto lusófono a conquistar a Corrida da Guia e a Taça GT Macau, será sem dúvida uma ausência sentida no campo da marca de Munique. O piloto brasileiro, que apesar de manter ligações à BMW Motorsport, assinou um contrato para representar a Hyundai na Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) em 2019.

Nos últimos anos, o regulamento do Grande Prémio de Macau não permite que os pilotos participem em mais de uma corrida do evento e se nada de extraordinário acontecer, a presença de Farfus no Circuito da Guia em 2019 será mesmo para defender as cores do construtor sul-coreano.

A BMW Motorsport conta nos seus quadros com outro piloto lusófono com currículo entre nós. Depois de ter vencido o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, António Félix da Costa afirmou que gostaria de vencer na RAEM, mas desta vez para conduzir na corrida de GT. O piloto português tem estado ao serviço da marca no Campeonato FIA de Fórmula E, de carros eléctricos, sendo por isso pouco provável que seja chamado para conduzir um BMW M6 GT3 oficiais no mês de Novembro.

Adeus Charly

A família da BMW Motorsport sofreu na pretérita semana um rude golpe com o falecimento por doença súbita do lendário Charly Lamm, aos 63 anos. O Chefe de Equipa da Schnitzer foi o arquitecto de vários triunfos internacionais da BMW nas corridas de Turismos e GT, incluindo treze vitórias na Corrida da Guia e uma na Taça GT Macau.

Sem pretensiosismo, sempre disponível para conversar com a imprensa e abraçar o carinho dos fãs, Charly Lamm tinha-se despedido do seu cargo na BMW Team Schnitzer na pretérita edição do Grande Prémio, tendo Farfus e a marca germânica lhe dedicado o triunfo na Taça do Mundo FIA de GT.

“A minha história pessoal com o Circuito Guia começou em 1980, quando vencemos Hans-Joachim Stuck num BMW 320 Group 5. Ainda era um estudante na altura”, disse o alemão no passado mês de Novembro. “Esta vitória nos GT foi um sonho tornado realidade. Macau é um local mágico. Ganhar aqui é sempre o momento alto no ano. Experienciei muitos momentos fantásticos na minha carreira e a vitória de hoje foi definitivamente um deles.”

29 Jan 2019

Automobilismo | Dallara deixa um recado ao Grande Prémio de Macau

[dropcap]E[/dropcap]nquanto a Federação Internacional do Automóvel (FIA) e a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau discutem qual o rumo a dar à prova de Fórmula 3 do Circuito da Guia, o construtor italiano Dallara, que venceu todas as edições da prova desde 1993, alerta para o facto da prova ter um estatuto a manter e, por isso, deverá ter cuidado na escolha que vai fazer para a sua prova de monolugares.

É do conhecimento público que há duas opções em cima da mesa, ambas produzidas pela Dallara, para a continuidade da prova de Fórmula 3 no Circuito da Guia. A primeira é dar as boas-vindas aos novos carros de Fórmula 3 que darão corpo exclusivamente ao novo Campeonato Internacional FIA de F3 e a segunda é manter os monolugares já vistos a competir nas pretéritas edições e que têm homologação até ao final do ano. A primeira opção seria aparentemente uma escolha fácil, se esta não acarretasse obras no circuito, principalmente a nível de segurança, pois os novos Fórmula 3 são mais potentes e rápidos que os da geração anterior.

Se a decisão recair em manter em 2019 os carros vistos em 2018, então novas dúvidas poderão surgir já em 2020, podendo a prova ter de recorrer, em último caso, aos monolugares dos regionais de Fórmula 3, menos potentes e espectaculares. Perante este cenário, o construtor de Varano de’ Melegari está a pensar construir um carro, que deverá ser um Fórmula 3 com uma nomenclatura diferente, capaz suprir esta lacuna, tanto em Macau, como noutros palcos internacionais.

“Não quero prever nada, mas o nosso proposto novo fórmula está em termos de posição ligeiramente abaixo do que será o carro da F3 Internacional e acima dos carros dos regionais”, disse Jos Claes, o líder do projecto de Fórmula 3 da Dallara, à revista inglesa Racecar Engineering. “Cabe ao Grande Prémio de Macau decidir o que quer. Se quiserem manter as pessoas na sala de imprensa, e isso é o resultado de vários anos da presença de pilotos muito importantes com o carro da F3 Internacional, irão manter a qualidade. Mas se trazem o campeonato regional asiático ou qualquer coisa parecida, então a atenção será muito diferente.”

O belga, que há muitos anos é o cérebro por detrás da operação de sucesso da Dallara na categoria, aproveitou também para lembrar que a prova do território tem um estatuto a manter. “Como Grande Prémio, ter o direito de usar o título Grande Prémio sem carros de Fórmula 1, tens que ter cuidado para não desceres muito.”

O Grande Prémio de Macau e o Grande Prémio da Nova Zelândia são os únicos dois eventos com o estatuto FIA de “Grande Prémio” para além das provas do mundial de Fórmula 1.

Questão de peso

A decisão sobre o futuro da prova de Fórmula 3 no território é esperada para breve, sendo que a FIA nunca escondeu que gostaria de manter a Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 na RAEM e para isso a prova terá que certamente abraçar os novos carros. Por isso mesmo, o novo Campeonato Internacional FIA de F3 termina em finais de Setembro para dar às dez equipas tempo para preparar a viagem a Oriente, tendo estas no seu calendário provisório uma visita a Macau em Novembro.

O Circuito da Guia tem a homologação Grau 3 da FIA, o que lhe permite albergar qualquer tipo de competição automóvel com uma relação peso/potência de dois a três quilos por cada cavalo de potência. O novo Fórmula 3 tem 350 cavalos de potência, mas o seu peso é por enquanto uma incógnita. Contudo, um peso mínimo de 700 kg seria necessário para atender aos requisitos actuais do Circuito da Guia, o que é pouco provável já que estes deverão ter um peso mínimo igual ou inferior aos Fórmula 1 (660 kg). Visto que tornar os carros mais pesados só para estes competirem em Macau parece fora de questão, melhorar a segurança da pista, para que esta possa receber a homologação de Grau 2, é a alternativa mais viável.

Receios sobre a velocidade de ponta acima dos 300 km/h que estes carros podem atingir, após o aparatoso acidente de Sophia Floersch, podem ser minimizados pelas palavras Didier Perrin, o director técnico da FIA para a F3, que em declarações à revista AUTO referiu: “vamos limitar o downforce dos carros nas corridas. Para os treinos-livres e qualificação, os pilotos podem usar o potencial máximo do downforce, mas para a corrida iremos limitar o ângulo da asa traseira para termos a certeza que a distância de travagem será um pouco mais longa.”

21 Jan 2019

Hong Kong | Prova de automobilismo em risco

[dropcap]D[/dropcap]urante anos foi o sonho de muitos em Hong Kong, mas quatro anos depois, está a um passo do colapso. No próximo mês de Março e pela terceira vez, a ex-colónia inglesa organiza a sua prova de automobilismo, o “Hong Kong E-Prix”, um evento apenas para carros eléctricos e pontuável para o Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E. Contudo, o contrato existente entre a Formula E Holdings e as entidades da RAE vizinha ainda não foi renovado e a continuidade do evento está em causa

A renovação do contrato está dependente dos resultados das negociações em curso e uma decisão final está pendente da viabilidade económica do evento em torno do circuito citadino gizado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes. Fonte conhecedora das negociações em curso disse ao HM que “provavelmente haverá uma decisão no próximo mês, mas tudo depende das alternativas que serão apresentadas para travar os prejuízos”, sendo que uma das possibilidades “será encontrar um forte patrocinador para equilibrar as contas”.

A competição de carros eléctricos sob a égide da Federação Internacional do Automóvel (FIA) tem um novo promotor para as provas chinesas e este poderá ter uma última palavra. Em declarações ao portal e-racing365, Alejandro Agag, fundador e director executivo do campeonato, afirmou que “o nosso promotor local na China, que é a Enova e que é propiedade da Yungfeng Capital, decide onde as corridas têm lugar dentro de certos parâmetros na China. Nós vamos ter esta época uma corrida em Sanya e estamos a pensar noutra corrida no Interior da China.”

O empresário espanhol que edificou o campeonato e um dia pensou em organizar uma corrida de Fórmula E em Macau referiu também que os parceiros chineses têm interesse em manter a prova no actual traçado de 1.86 quilómetros, que tem o local de partida na Lung Wo Road, em Admiralty. “Eles [Enova] gostam de Hong Kong e nós também gostamos de Hong Kong, mas é muito caro estar lá. Portanto, há outras opções. Mas também há hipóteses de ficar em Hong Kong,” acrescentou Agag, que admitiu que “estamos no meio de negociações, portanto é difícil saber.”

Com um orçamento aproximado superior a 150 milhões de Hong Kong dólares, o evento organizado pela Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) teve no seu primeiro ano um prejuízo de 50 milhões de dólares de Hong Kong. As duas primeiras edições foram realizadas no mês de Outubro, mas a proximidade com o Grande Prémio de Macau, que se realiza anualmente em Novembro, e alterações no calendário da competição onde corre o jovem luso António Félix da Costa passaram a prova da temporada 2018/2019 para o mês de Março.

Problema de espaço

Não menos problemática é a falta de espaço para aumentar o perímetro do circuito numa área já por si congestionada de edifícios e numa altura em que o campeonato requer uma extensão maior para os seus circuitos, com a chegada de mais construtores automóveis e equipas.

Lawrence Yu Kam-kei, o presidente da Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), disse na passada semana ao South China Morning Post que “precisamos de estender o circuito para 2.2 quilómetros na próxima temporada, quando mais duas equipas vão participar no E-Prix. O circuito existente ficará demasiado cheio se aumentar o número de equipas.”

O responsável da HKAA disse também que se vai sentar com o Governo local para procurar alternativas, pois a Estação de Hong Kong ocupa a parte oriental do traçado e não pode ser encerrada durante os dois dias do evento devido às ligações com o aeroporto. Uma solução poderá passar por prolongar o circuito até Wan Chai, pois a primeira parte, na Lung Wo Road, não pode seguir pela parte do túnel, tendo anteriormente a FIA recusado um traçado proposto nessa zona devido às altas velocidades que os carros poderiam atingir. A colocação de chicanes, para abrandar os carros, é uma solução a apresentar à FIA.

Menos bilhetes

Depois de uma primeira edição aquém das expectativas, a segunda edição da prova teve uma receita maior, com oitenta e sete por cento dos lugares disponíveis a serem ocupados. Porém, o número de bilhetes disponíveis para edição deste ano do “Hong Kong E-Prix” será reduzido em cinquenta por cento. Na pretérita edição, realizada em 2017, seis mil bilhetes foram colocados à venda, mas este ano o circuito vai perder a bancada da Lung Wo Road, que dará lugar à area de paddock do troféu monomarca Jaguar I-PACE eTROPHY que será a única prova de suporte da Fórmula E em Hong Kong.

Apesar deste corte substancial na bilheteira, os organizadores do evento esperam compensar, enchendo todas as outras bancadas e aumentando as actividades paralelas, convidando o público a comprar ingressos na E-Village e na nova zona de entretenimento ‘Formula E World’, que irá servir de expositor da história das corridas do campeonato, do desenvolvimento da tecnologia e que passará uma mensagem de sustentabilidade.

15 Jan 2019

Delfim Mendonça Choi promete voltar este ano ao Grande Prémio de Macau

[dropcap]N[/dropcap]a última década o automobilismo do território tem pecado por falta de renovação, não só na ausência de novos nomes no panorama internacional, como também nas competições promovidas pelas instituições da RAEM. Contudo, Delfim Mendonça Choi contraria essa tendência, tendo-se estreado em 2017 nas corridas de carros de Turismo, para obter em 2018 resultados bastante promissores. O piloto macaense espera um dia conseguir subir ao degrau mais alto do pódio numa das corridas do Grande Prémio de Macau.

Apesar de estar atento ao que se passa além fronteiras, Delfim vai, uma vez mais, participar no Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) em 2019, alinhando na classe “AAMC Challenge 1950cc e Superior”. Após o surpreendente segundo lugar conquistado na pretérita temporada da competição organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), a aposta este ano volta a recair no seu Mitsubishi Evo 7.

“Vou correr novamente no MTCS em 2019, com o mesmo carro e na mesma equipa”, disse o piloto de 27 anos ao HM. “Estou também planear fazer corridas na Malásia, Tailândia e Japão”, acrescentou Mendonça Choi, ele que deu os primeiros passos nos desportos motorizados em 2014 do outro lado das Portas do Cerco, em provas amadoras de karting e não esquece um começo atribulado.

“Em 2017, no meu primeiro ano de corridas, tive um problema no transporte do meu carro, porque este chegou na semana da corrida. Portanto, não tive hipótese de testar o meu carro na pista de Zhuhai e nunca tinha conduzido nesta pista”, relembra. “Só tive a oportunidade de testar na quinta-feira anterior ao evento e na sexta-feira era já a qualificação (que apurava os melhores concorrentes para as corridas). Apenas pude experimentar a pista nos videojogos e até correu bem, fui 13º em vinte e cinco concorrentes.”

Para além das questões inerentes a um desporto por si só dispendioso e de acreditar que “o Governo deveria conceder mais apoios aos novos pilotos locais”, Mendonça Choi reconhece que para um jovem não é fácil iniciar-se na modalidade, porque “as corridas locais mudam a regulamentação com demasiada frequência”, o que obriga os concorrentes a fazerem avultados investimentos. “Seria melhor se a AAMC não mudasse tanto as regras e ouvisse mais os pilotos locais”, alerta.

Para o piloto do território, a maior ambição na sua carreira desportiva passa por um dia “vencer uma corrida no Grande Prémio de Macau”, mas não esconde as aspirações a curto prazo de “realizar mais corridas no estrangeiro para ganhar mais experiência e melhorar enquanto piloto”.

Época memorável

Na temporada transacta, Delfim apostou num Mitsubishi Evo 7 para as duas jornadas que compõem o MTCS, mas desta vez entregou o seu carro à equipa SLM Racing Team. Esta troca de preparador deu resultados logo na ronda de abertura, ao obter um segundo e um quarto lugar na classe “AAMC Challenge 1950cc ou Superior”. No segundo confronto no Circuito Internacional de Zhuhai, mais duas subidas ao pódio, e o segundo lugar no campeonato na bagagem.

Para encerrar a temporada, na Taça FOOD4U Carros de Turismo de Macau da 65ª edição do Grande Prémio, o Mitsubishi nº17 terminou no 13º lugar da geral. Em Dezembro último, nas 10 Horas de Buriram, na Tailândia, Delfim Choi fez equipa com três outros experientes pilotos de carros de Turismo de Macau. Na companhia de Ng Kin Ven, Ip Tak Meng e Cheong Chi On, o piloto de matriz portuguesa levou um Honda FD2 ao quinto lugar da geral.

7 Jan 2019

Automobilismo | Campeonato de Carros de Turismo de Macau voltará a Zhuhai

[dropcap]A[/dropcap] Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) ainda não anunciou o calendário de corridas para a edição de 2019 do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa), mas o futuro promotor do Campeonato de Hong Kong de Carros de GT antecipou-se e revelou as duas datas para a competição automóvel da RAEM.
Numa conferência de imprensa, realizada na pretérita semana, na sede do Hong Kong Automobile Association (HKAA), a Richburg Motors deu conta que as duas provas deste no campeonato de GT – cujos contornos ainda são muito vagos mas que poderá atribuir convites para a Taça GT Macau – serão em concomitância com os dois fins-de-semana do “Festival de Corridas de Macau” no Circuito Internacional de Zhuhai, onde por tradição se disputam as provas do MTCS.
Assim sendo, o primeiro fim-de-semana da competição que apura dos pilotos locais de carros de Turismo para o Grande Prémio de Macau está marcado para 25 e 26 de Maio, enquanto que o segundo embate está agendado para 29 e 30 de Junho.
Estas mesmas datas estão já reservadas, como é possível consultar no calendário de eventos do Circuito Internacional de Zhuhai disponibilizado online.

Vantagens da proximidade

Apesar de vários pilotos terem mostrado o seu desagrado pelas repetidas visitas ao circuito permanente da cidade adjacente a Macau, a verdade é que este representa bastantes vantagens para os intervenientes locais.
“É aqui ao lado e assim não temos custos de viagens e estadias”, explicou ao HM, o experiente piloto português Rui Valente. Ao mesmo tempo, este representa outras preeminências, como o facto de existirem “vários prestadores de serviços em redor do circuito relacionados com o automobilismo e a facilidade de realizar testes.”
Visto que 2019 deverá ser um ano de transição para o MTCS, pois a introdução da nova regulamentação técnica só é expectável em 2020, não são esperadas novidades de vulto na próxima temporada no único campeonato de automobilismo do território, nem a nível técnico, nem a nível desportivo.

27 Dez 2018

Automobilismo | Rui Valente não pensa em parar

Rui Valente comemorou este ano trinta anos de carreira no automobilismo, mas a prova de encerramento de um ano que se queria de consagração não correu em nada como o desejado. Contudo, apesar da enorme frustração, o mais antigo piloto português de Macau em actividade não vai atirar a toalha ao chão

 

[dropcap]D[/dropcap]epois dos infortúnios nas provas de apuramento dos pilotos locais, durante o verão no Circuito Internacional de Zhuhai, Rui Valente foi catapultado para a grelha de partida da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) do 65º Grande Prémio de Macau. No entanto, o regresso à Corrida da Guia foi todo menos fácil e o resultado pouco memorável.

A conduzir um Volkswagen Golf GTi TCR alugado a uma equipa chinesa pela primeira vez, Valente não conseguiu qualificar-se para as três corridas do WTCR que faziam parte do programa. “Fiquei mesmo arrasado”, confessou ao HM o piloto que competiu pela primeira vez no Circuito da Guia em 1988. “Depois da primeira qualificação fiquei totalmente desmotivado. Nunca consegui baixar dos 2 minutos 40 segundos. Perdia sempre muito tempo nos primeiros três sectores e só no último é que conseguia acompanhar os outros carros.”

Para além dos vinte quilogramas suplementares que todos os “wild cards” foram obrigados a carregar pelo regulamento do WTCR, tal como outros pilotos locais, o piloto luso debateu-se com uma contrariedade antes mesmo do arranque. O facto de ter alinhado sem seguro em caso de acidente.

“Num circuito em que qualquer pequeno erro se paga muito caro, não consegui colocar isso para trás das costas durante todo o fim-de-semana”, admite hoje Valente que também consente que não foi só essa a razão para ter ficado aquém das suas expectativas, mas sim “um conjunto de factores” que reunidos não jogaram a seu favor num fim-de-semana sempre muito intenso para os representantes da RAEM.

Nunca digas nunca

Embora a estreia no WTCR não se tenha traduzido na experiência que desejava, Valente não esconde que gostava de voltar ao campeonato mundial de carros de Turismo da FIA, mas com outro tipo de preparação.
“Gostei muito de conduzir o Volkswagen Golf TCR e gostaria de voltar a correr no WTCR, mas para lá voltar teria que ser com outras condições. Fazer duas ou três corridas antes de Macau e participar com seguro. Mas isto custa muito dinheiro e é quase impossível”, reconhece Valente.

Todavia, o habitual piloto do campeonato de carros de Turismo de Macau sabe que mesmo com todas as condições é muito difícil para um piloto local ombrear com os melhores do mundo da especialidade.
“Está fora de questão pensar em andar lá à frente, porque os pilotos que correm no WTCR são de nível mundial e têm uma rodagem completamente diferente. Correm com estes carros o ano todo”, afirma. “Mas gostava de ter uma nova oportunidade…”

Já a pensar em 2019

Fora de questão está por agora poisar o capacete. Valente espera voltar a competir já em Março do próximo ano quando arrancar mais uma edição do “GIC Challenge”, a competição de carros de Turismo organizada pelo Circuito Internacional de Guangdong que engloba as antigas categorias N2000, S2000 e Road Sport, e que se realiza nos meses de Março, Abril e Maio.

“Estou a planear novamente correr no ‘GIC Challenge’, no circuito de Zhaoqing, e depois voltar competir no Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS, na sigla inglesa) com o meu MINI”, afirma.
O MINI Cooper S poderá sofrer algumas modificações durante o defeso, de forma a torná-lo ligeiramente mais competitivo para fazer face à concorrência, mas nada extraordinário, visto que a regulamentação técnica expira no final de 2019.

O calendário do MTCS, a competição organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) que apura os pilotos de carros de Turismo locais para o Grande Prémio, ainda não tem o calendário da próxima temporada definido, podendo novamente regressar a Zhuhai para duas jornadas duplas, ou então, rumar a outro circuito no interior da China.

18 Dez 2018

Automobilismo | Raul Torras promete regresso a Macau

A estreia de Raul Torras no Grande Prémio de Motos de Macau teve tanto de curta, como de intensa. Apesar do aparatoso acidente e do enorme susto, o espanhol de 42 anos promete voltar ao Circuito da Guia já no próximo ano

 

[dropcap]O[/dropcap] piloto espanhol Raul Torras foi um dos dois motociclistas acidentados que visitou o Centro Hospitalar Conde São Januário na manhã do dia 15 de Novembro. Ainda a recuperar das mazelas da queda à passagem do vigésimo quarto minuto do primeiro treino-livre do evento, Torras admite que lhe saiu a lotaria naquele momento particular. Mesmo com a aposta contínua que a organização da prova tem feito na segurança do circuito nos últimos anos, as consequências de um acidente naquele ponto da pista e àquela velocidade poderiam ter sido bem mais graves. “Sinto-me fisicamente muito, mas muito, dorido”, disse Torras ao HM. “O golpe foi muito, muito forte, e a uma velocidade muito alta. Afortunadamente sofri ‘poucas’ lesões.”

Torras perdeu o controlo da sua Yamaha R1 na entrada da Curva do Mandarim Oriental e acabou por bater no muro exterior. O piloto ficou assombrosamente inerte no asfalto, enquanto a moto japonesa acabou por se imobilizar já em chamas longos metros depois.

Estreante no Circuito da Guia, apesar de ter no seu currículo várias presenças nas principais provas de estrada de nível mundial, o piloto foi rapidamente assistido pela equipa de intervenção e transportado de emergência para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde lhe foi diagnosticada uma hemorragia cerebral e uma inflamação da clavícula direita. “É quase um milagre que três dias depois tive alta hospitalar e pude regressar a casa a andar pelos meus próprios pés”, admite o catalão. “Pese embora, como digo, três semanas depois ainda tenho muitas dores nas costas, pescoço e ombros e ainda não consigo fazer a vida normal.”

A recuperar

Mal chegou ao seu país Natal, Torras iniciou o processo de recuperação, porque deixar as pistas nunca foi opção e quer estar pronto o mais depressa possível para voltar à competição. “Agora, sinto-me muito melhor. Iniciei a reabilitação do ombro, tenho mais mobilidade. As dores persistem, mas com menos intensidade”, explica, sendo que “se tudo correr bem, espero estar totalmente recuperado em quatro ou cinco semanas.”
Torras reconhece que o seu acidente não foi provocado por ter saído mal da curva, mas antes por ter tocado no muro interior. As motos chegam a atingir os 250 km/h neste ponto da pista e o segredo passa por encontrar a trajectória certa, o “apex” perfeito.

“O acidente foi culpa minha”, admite hoje o piloto da equipa MartiMotos. “Eu não calculei bem onde estava o vértice da curva, fechei muito o interior e bati na parede com o ombro. Isso desequilibrou-me, fez-me abrir a trajectória e ir contra o muro exterior. Como as curvas são totalmente cegas, é muito difícil saber e, ou, calcular onde está o ápice da curva.”

Missão por completar

Apesar da infeliz primeira passagem pela RAEM, Torras ficou cliente da prova de motociclismo de estrada mais importante do continente asiático e já pensa em competir entre nós em 2019. “À parte de tudo isto, estou ansioso pelo próximo ano. De Macau gostei muito. O Grande Prémio de Macau e a sua organização parecem-me o melhor que já conheci”, afirma Torras que representou o seu país em provas diversas, como a célebre Ilha de Man TT, a North West 200 ou o Grande Prémio de Ulster.

O infortúnio à quinta volta ao Circuito da Guia não o atemorizou, bem pelo contrário, apenas lhe deu um motivo para regressar com mais força, pois Torras acredita que tem agora uma missão a completar. “Claro que eu quero voltar! Embora tenha rodado pouco, realmente gostei de estar aí. Conheci pessoas muito porreiras e quero voltar para, pelo menos, terminar a corrida.

A queda deixou-me com um ‘espinho na cabeça’. É como deixar algo ‘a meio’ e não gosto desse sentimento. Quero terminar o que comecei”, afiança o número 49, que não hesita repetir, “gostei muito da organização do Grande Prémio de Macau. Devo felicitá-los a todos e espero vê-los no próximo ano!”

12 Dez 2018

Karting | Ardigò volta a vencer o Grande Prémio de Macau

[dropcap]M[/dropcap]arco Ardigò venceu pela quinta vez o Grande Prémio Internacional de Karting de Macau que se disputou no pretérito fim-de-semana no Kartódromo de Coloane. O piloto profissional da equipa oficial TonyKart levou a melhor na final da Taça Macau (KZ) sobre o pole-position e seu compatriota Paolo de Conto da rival CRG. O veterano italiano que tem vários títulos de campeão do mundo no seu currículo regressou ao lugar mais alto do pódio, naquela que foi a sua sétima participação no principal evento de karting da RAEM.

Numa disciplina em que os italianos são reis e senhores, o pódio de uma prova disputada com condições climatéricas traiçoeiras foi completo por mais um piloto transalpino, Luca Corbeli, também ele a representar as cores da poderosa TonyKart. O construtor de Brescia ficou também com a melhor volta da final, com o finlandês Simo Puhakka, o quarto classificado ao fim das 20 voltas, a realizar um tempo canhão de 56.975 segundos.

Os italianos Matteo Vigano e Alessio Piccini, este último vencedor desta prova o ano passado, ambos também pilotos da TonyKart Racing Team, seguiram-se na classificação de uma prova que voltou a não contar para qualquer competição da CIK-FIA.

Leong cumpriu

A maior esperança do contingente da casa, Charles Leong Hon Chio, foi o sétimo classificado e o melhor dos pilotos asiáticos na prova. O piloto de 17 anos, que este ano competiu na Fórmula 3, abriu uma excepção e voltou ao karting este fim-de-semana. Arrancando do oitavo lugar da grelha de partida para a final de domingo, Leong perdeu uma posição ainda na volta inicial, para depois se envolver numa luta interessante com o italiano Luigi Musio, em que levou a melhor, aproveitando a desistência do espanhol Pedro Aguilar para terminar no sétimo posto.

“Foi o melhor possível, porque à minha frente só ficaram pilotos de fábrica e campeões do mundo”, disse Leong ao HM, que tripulou um kart CRG da equipa local Solar Racing Team. “Estou satisfeito, porque já não conduzia um karting há um ano e os pilotos europeus que ficaram à minha frente têm outro ritmo e material melhor. Conduzir estes karts com caixa-de-velocidades é muito, mas mesmo muito, divertido”.

Numa prova onde se notou a ausência do campeão de Macau, o retirado João Afonso, o território teve ainda outro piloto a finalizar nos dez primeiros. Cheong Chi Hou conseguiu terminar no novo lugar.

Outros vencedores

A prova organizada pela Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) teve várias outras corridas e vencedores, pois voltou a ser a etapa final do Campeonato Open de Karting da Ásia Pacífico (AKOC, na sigla inglesa).

Morghan Loganathan de Singapura venceu a Taça AAMC, enquanto Emiliano Cyrus levou o troféu da classe Mini ROK também para a cidade de estado. Na categoria Open Master/Veteranos Fórmula 125 o triunfo coube ao japonês Masanori Kato. O malaio Putera Adam foi o mais forte na categoria Fórmula 125 JR OPEN/ROK JR/X30 Junior, ao passo que o chinês Huang Xizheng ficou com os louros da Fórmula 125 SR OPEN/ROK GP SR/X30 Sénior.

11 Dez 2018

GP Macau | Taças do Mundo de Turismos e GT continuam no cartaz

[dropcap]E[/dropcap]speravam-se algumas decisões importantes do último Conselho Mundial da FIA de 2018 no que respeitava ao futuro das três Taças do Mundo da Federação Internacional do Automóvel que fazem parte do programa do Grande Prémio de Macau. De São Petersburgo, na Rússia, veio a esperada confirmação da continuidade da Taça do Mundo de Carros de Turismo, o voto de confiança de como o Circuito da Guia é o palco certo para a Taça do Mundo FIA de GT e uma nebulosa incerteza em relação à prova de Fórmula 3.

Como anunciado aqui há duas semanas, o circuito citadino da RAEM acolherá a nona das dez jornadas triplas da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) de 2019. Todavia, Macau deixa de ser prova de fim de época, rumando o campeonato à Malásia, em data a determinar, para a prova de encerramento de temporada. Em declarações à imprensa francesa, François Ribeiro, o CEO da Eurosport Events, empresa que tem os direitos de promoção do campeonato, referiu que a maioria dos pilotos do WTCR mostraram-se a favor que o Circuito da Guia, pela sua natureza, não fosse palco da última e decisiva prova do campeonato.

Para além de ter anunciado também algumas alterações no sistema de pontuação e o limite de dois carros por equipa e quatro carros por construtor no campeonato, o número máximo de inscritos para a temporada completa passa de 28 para 32. A FIA confirmou também que aceitará a participação de “wild cards”, ou pilotos convidados, no campeonato, mas estes não marcarão pontos. Recorde-se que foi através de “wild cards” que Macau esteve representado este ano na Corrida da Guia com seis concorrentes. O número de “wild cards” do WTCR estava limitado a dois por prova, mas Macau quebrou essa limitação, permitindo a participação de André Couto, Filipe Souza ou Rui Valente.

Luz verde aos GT

Apesar do número de inscritos ter ficado aquém das expectativas na edição do passado mês de Novembro, a Comissão de GT da FIA deu o seu aval para que a próxima edição da Taça do Mundo FIA de GT seja realizada no território, decisão “sujeita à homologação do circuito e acordo com o promotor”. O comunicado da federação internacional também refere que uma “classe dedicada a pilotos Prata será introduzida”.

Em 2017, a própria FIA exigiu que a prova realizada dentro da Taça GT Macau fosse apenas para pilotos Ouro e Platina de acordo com o sistema de categorização do órgão máximo que regula o desporto automóvel a nível mundial. Esta decisão terá afastado a participação de alguns pilotos, principalmente privados que são essenciais para construir uma grelha de partida com mais de duas dezenas de participantes.

Stéphane Ratel, cuja empresa SRO Motorsport Group coordena esta corrida em parceria com a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), afirmou que as duas corridas sem incidentes da pretérita edição vão ajudar à reabilitação da Taça do Mundo FIA de GT, esperando cativar o interesse de mais construtores e pilotos privados em 2019.

Incerteza na F3

No país dos czares, a FIA anunciou o calendário do seu novo campeonato de Fórmula 3, organizado pelas mesmas pessoas que fazem o mundial de Fórmula 1, mas não se pronunciou sobre o Grande Prémio de Macau.

Notícias que vieram a lume na imprensa internacional especializada na quarta-feira deram conta da possibilidade do Grande Prémio manter a aposta nos monolugares actuais, que têm homologação até ao final de 2019, para a corrida de Fórmula 3 do próximo ano, em vez de dar as boas-vindas aos mais modernos, mais seguros e mais rápidos monolugares da última geração. Contudo, a FIA deixou a porta aberta a estes monolugares da última geração no Grande Prémio, visto que a última ronda da temporada do novo campeonato de Fórmula 3 está marcada para o mês de Setembro na Rússia, dando tempo mais que suficiente para preparar a viagem de final de ano à RAEM.

As negociações entre a FIA e a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau sobre este assunto deverão decorrer nas próximas semanas. Todavia, há uma dúvida que sobressai caso a opção recaia sobre os monolugares vistos este ano a competir na prova de Fórmula 3. É que a FIA não permite o uso da nomenclatura “Fórmula 3” em qualquer campeonato que não utilize os Fórmula 3 da última geração. Isto é, campeonatos de Fórmula 3 que usam monolugares das gerações anteriores não podem usar a nomenclatura “Fórmula 3”.

O defunto Campeonato Europeu FIA de F3 chamar-se-á a partir do próximo ano Formula European Masters e o ex-campeonato espanhol da especialidade, que usa os mesmos carros, é designado de Euroformula Open.

Se o entendimento das entidades responsáveis ditar a manutenção dos chassis Dallara F317 e se a FIA mantiver a coerência, a possibilidade do Grande Prémio de Macau outorgar a Taça do Mundo de Fórmula 3 pelo quarto ano consecutivo poderá ficar comprometida. Por outro lado, esta opção adiará apenas por um ano uma decisão mais importante que é o próprio futuro da corrida que atribui o título de vencedor do Grande Prémio de Macau.

7 Dez 2018

Futuro da Taça GT Macau não está em risco

[dropcap]Q[/dropcap]uinze inscritos na edição de 2018 da Taça do Mundo FIA de GT foi um choque tanto para os aficcionados, como para as várias partes envolvidas na organização da prova que fez parte da 65ª edição do Grande Prémio de Macau e que foi ganha contundentemente pelo brasileiro Augusto Farfus Jr.

Mas ao contrário do que poderia ser de esperar, os construtores envolvidos não desanimaram com o desapontante número de concorrentes e prometem voltar no próximo ano, mesmo que para isso a regra introduzida pela FIA em 2017, que impede a participação de pilotos bronze e prata, rotulados como “pilotos privados”, seja abolida.

Em conversa com os jornalistas após a corrida, Chris Reinke, o director desportivo da Audi, disse que “para o futuro, esta corrida precisa de ter uma grelha de partida com 20 carros, ainda melhor se forem 25. Do meu ponto de vista, a primeira prioridade deve ser preservar o conceito existente e conquistar mais construtores.”
Caso este objectivo não seja concretizado, Reinke é a favor da “possibilidade de abrir a grelha de partida novamente a pilotos prata ou bronze para que se atinja o volume necessário de concorrentes”.

Stefan Wendl, o responsável máximo da competição-cliente da Mercedes-AMG, também é a favor que a corrida siga essa via, pois os “pilotos privados endinheirados podem até acabar por ajudar a financiar a participação das equipas de fábrica.”

Stéphane Ratel, cuja a sua empresa SRO Motorsport Group coordena esta corrida em parceria com a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), acredita que qualquer novo construtor precisa de acreditar que tem hipóteses contra aqueles que têm coleccionado informação da pista nos últimos e hoje são praticamente invencíveis.

Da dúzia de construtores que pode participar nesta prova, apenas a Ferrari, por não ter equipa de fábrica na categoria GT3, e a Bentley, por discordar da localização da prova, não tem qualquer interesse nestancorrida. Todavia, apenas cinco participaram oficialmente na edição de 2018: Audi, BMW, Nissan, Mercedes-AMG e Porsche. Se a Honda teve uma experiência traumatizante em 2017, a Lamborghini não compareceu porque a sua equipa oficial no continente asiático está de mala feitas para a Europa. Igualmente ausentes, a Aston Martin e a McLaren vão disponibilizar novos modelos para o mercado apenas em 2019.

O Conselho Mundial da FIA reúne-se a 5 de Dezembro em São Petersburgo, na Rússia, e não há certezas que saia já uma resolução do que fazer com a prova da RAEM. Apenas se sabe que a FIA cedeu à pressão dos construtores e mudou a data da prova de Xangai do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC) que teimosamente coincidia com o Grande Prémio de Macau, o que era do desagrado de algumas marcas, como a Porsche ou a BMW.

Regresso às origens

Caso o voto da FIA seja na direcção de deslocalizar a Taça do Mundo de GT para outras paragens ou até mesmo colocar um ponto final à iniciativa, a presença dos carros de GT no Circuito da Guia não está condenada.

Vários ex-pilotos da Taça GT Macau estiveram presentes como espectadores no evento que marcou o mês de Novembro na RAEM e não escondem a vontade de regressar como faziam num passado recente. Por outro lado, haverá vontade dos organizadores do Campeonato da China de GT em ocupar, em certa medida, o espaço que ficará em aberto caso a Taça GT Macau perca o estatuto de Taça do Mundo FIA.

Apesar da importância do título que atribui a federação internacional, as próprias marcas não descartam regressar ao Circuito da Guia caso a corrida volte aos moldes anteriores, sem um ceptro mundial para outorgar.

“Nesse cenário, iremos avaliar a nossa participação, mas para nós, Audi Sport customer racing, provavelmente fará sentido (voltar), pois temos muitos clientes na Ásia”, afirma Reinke.

Já Frank-Steffen Walliser, o responsável máximo da Porsche Motorsport, que este ano também não deixou de marcar presença entre nós, deixa claro que a marca de Weissach voltará de qualquer maneira, até porque “haverá sempre a corrida de GT em Macau, isso é garantido, mas em que condições, logo veremos…”

30 Nov 2018

Guia mantém WTCR mas deverá deixar de ser palco da finalissima

[dropcap]O[/dropcap] calendário de 2019 do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) ainda não foi anunciado, mas este deverá contar novamente com a presença do Circuito da Guia que, no entanto, desta vez não será a prova de encerramento de temporada.

Segundo o calendário provisório para a próxima temporada que tem circulado pelas equipas do mundial e a que o HM teve acesso, a última prova de 2019 deverá ser disputada na Malásia, no Circuito Internacional de Sepang. O evento será realizado no último fim-de-semana de Dezembro em concomitância com o Campeonato do Mundo de Endurance de Motociclismo e poderá ser realizado à noite, aproveitando o novo sistema de luzes instalado pelo ex-circuito malaio de Fórmula 1 este ano. A competição de duas rodas é também promovida pelo Eurosport Events, o promotor do WTCR.

Depois do sucesso da edição de 2018, a continuidade do WTCR no Circuito da Guia não parece estar em questão, tendo François Ribeiro, o CEO do Eurosport Events, garantido que “nós vamos voltar (a Macau) com uma grelha ainda mais competitiva”.

O calendário do WTCR deverá ser dado a conhecer depois do próximo Conselho Mundial da FIA que está agendado para o dia 5 de Dezembro, em São Petersburgo, na Rússia. Para além de Macau, o campeonato deverá manter as duas provas no interior da China, uma no circuito de Ningbo, e outra em Suzhou, no lugar do circuito citadino de Wuhan. Esta última prova é uma incógnita, visto que não há qualquer circuito permanente na cidade da província de Jingsu.

Portugal irá manter-se também no calendário, com a habitual jornada no Circuito de Vila Real, no mês de Julho e como última prova no continente europeu. O 66º Grande Prémio de Macau deverá ser disputado de 14 a 17 de Novembro.

Regresso de Farfus

Augusto Farfus, que no fim-de-semana passado conquistou a Taça do Mundo FIA de GT pela BMW, deverá ser um dos rostos do WTCR em 2019. Durante o Grande Prémio de Macau, a BMW Motorsport anunciou que o brasileiro irá deixar o campeonato alemão DTM. Segundo rumores do paddock, Farfus está de malas feitas para a Hyundai.

O construtor coreano que venceu o campeonato de pilotos com Gabriele Tarquini vai deixar de contar com Yvan Muller e Thed Bjork. A Cyan Racing aproveitou o Grande Prémio para anunciar que Muller vai acompanhar Björk na primeira campanha dos Lynk & Co 03 TCR no WTCR. O carro chinês desenvolvido pela Geely Group Motorsport na Suécia foi apanhado recentemente a testar no Circuito do Estoril, já com Muller ao volante. A marca chinesa ainda não confirmou quantas viaturas colocará no terreno no WTCR de 2019, mas Yann Ehrlacher, sobrinho de Muller, é um dos nomes apontados a um terceiro carro.

23 Nov 2018

Grande Prémio | Eléctricos querem corrida em 2019

[dropcap]U[/dropcap]m par de protótipos de construção chinesa e motorização eléctrica estiveram expostos no paddock do Grande Prémio. O “Cotrends”, visto este fim-de-semana pela primeira vez fora da China Interior, é um dos carros que vai dar corpo ao futuro Campeonato Chinês de Carros Eléctricos, competição que tem o apoio da Mitime, uma subsidiária do Grupo Geely, a marca de automóveis chinesa que possui no seu portfolio a Volvo e a Lotus.

De acordo com CEO e fundador da Yi-Hood Racing, Leo Zhang, cuja empresa serve para promover esta primeira competição de automóveis eléctricos, o campeonato a ser lançado no próximo ano quer ter uma corrida em Macau. A prova no Circuito da Guia será, segundo o próprio, o final de um campeonato com seis provas e que juntará estes protótipos a carros de Turismo eléctricos.

Questionado pelo HM, em entrevista publicada no final da pretérita semana, sobre a eventualidade do Circuito da Guia receber uma prova de carros eléctricos num futuro próximo, o Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio disse: “A utilização de carros eléctricos em competição ainda é recente, mas vamos continuar a acompanhar o desenvolvimento deste tipo de provas.

Por enquanto, vamos continuar a apostar nas corridas com os carros tradicionais. Mas é claro que se houver um desenvolvimento muito interessante deste tipo de veículos, vamos avançar e criar condições para receber uma prova deste género.“

Os dois protótipos “Cotrends” que nos visitaram foram desenvolvidos pelo construtor automóvel chinês NIO, uma marca que quer roubar espaço ao mercado da Tesla e que este ano começou a ser negociada na bolsa de Nova Iorque.

19 Nov 2018

Taça GT Macau | Muitas razões para participação reduzida

[dropcap]A[/dropcap]penas quinze concorrentes se inscreveram na Taça GT Macau este ano, o número mais baixo de sempre desde a introdução desta corrida no programa do evento em 2008 e o mínimo no regulamento para a corrida se realizar. A presença de cinco marcas representadas oficialmente – Audi, BMW, Mercedes AMG, Nissan e Porsche – não dilui um sentimento ténue de decepção generalizado em redor de uma das quatro corridas principais do fim-de-semana e uma das três Taças do Mundo da FIA a serem atribuídas entre nós.

Marcas como a Aston Martin, Bentley, Ferrari, McLaren, Lexus ou Honda têm carros para esta prova mas optaram por não visitar o Circuito da Guia. Se por exemplo a Ferrari não tem equipa oficial nas provas de GT3, já os construtores britânicos estão a lançar novos carros e estes ainda não estão “no ponto” para enfrentar esta prova no mês de Novembro.

Uma outra razão para o número tão parco de inscritos é a ausência total de pilotos amadores, que foram colocados à parte desde 2017 por vontade da FIA, e que em tempos constituíam o esqueleto da grelha de partida. O crescente aumento dos custos dos carros da categoria GT3 e os custos particulares desta corrida também afastaram pilotos com currículo e capacidade para alinhar na prova. O HM teve conhecimento de dois conhecidos pilotos de Macau que pretenderam participar na prova, mas optaram por não o fazer por não reunirem as condições necessárias.

As equipas não gostam de falar abertamente em orçamentos, sendo que estes variam consoante as condições oferecidas, mas uma participação nesta corrida pode atingir o dobro de uma participação na corrida de Fórmula 3. Se esta prova era possível de realizar por 300 mil patacas há meia dúzia de anos, hoje em dia requer orçamentos acima do milhão de patacas.

Num modelo de negócio ainda muito baseado no aluguer de viaturas por parte das equipas aos pilotos que não contam com o apoio dos grandes construtores, outro dos motivos que acabou por afastar a participação de privados este ano foi a dificuldade em encontrar seguradoras motivadas em cobrir os riscos de uma prova que o ano passado ficou marcada por um acidente que deixou de fora mais de dez concorrentes. Felizmente para a prova, as marcas podem dar-se ao luxo de enfrentar o Circuito da Guia sem segurar os seus carros. Como diz Chris Reinke, o director da Audi Sport, “isto magoa no budget, mas acontece só uma vez. Ou estás preparado para o desafio, ou ficas em casa”.

19 Nov 2018

GP Macau | Dan Ticktum quer entrar no clube restrito

[dropcap]D[/dropcap]an Ticknum encara com muita tranquilidade este seu regresso ao Circuito da Guia. O piloto da Red Bull Junior Team vai tentar igualar o feito de Edoardo Mortara (2009/10), António Félix da Costa (2012/16) e Felix Rosenqvist (2014/15). Para isso, terá de vencer pela segunda vez o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3.

Nesta sua terceira visita à RAEM, o piloto inglês da equipa Motopark sacode a pressão e o favoritismo que lhe é naturalmente atribuído. “Claro que podem dizer que tenho pressão sobre mim, porque estou a regressar como vencedor, mas eu não olho para isso assim”, diz o jovem de 19 anos. “Estou de mente tranquila. Sei o que esperar. É o meu terceiro ano aqui e tenho que encarar (o GP) como um plano e cumpri-lo por partes. Se tentares apressá-lo, o mais provável é que faças alguma coisa tonta”.

Ticknum não teve um fim-de-semana particularmente fácil na Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 em 2017 e o triunfo caiu-lhe do céu na última volta quando o arquiduque austríaco Ferdinand Habsburg e o brasileiro Sérgio Sette Câmara colidiram na última curva da corrida. “O ano passado foi tudo um pouco desastroso até à última corrida”, relembra Ticknum, que salienta nunca ter baixado os braços: “Quando se trata de Macau, tudo pode mudar muito rapidamente e nunca podemos desistir.”

Depois de ter sido temporariamente considerado este ano pela Red Bill para um volante na Toro Rosso no mundial de Fórmula 1, Ticknum vai tentar em Macau desforrar-se de uma temporada no europeu de Fórmula 3 onde, contra as expectativas, perdeu o título para Mick Schumacher.

Red Bull dá-te dois

A Red Bull estreia este fim-de-semana entre nós um novo piloto. O estónio Juri Vips de 18 anos junta-se à academia de pilotos da marca de bebidas energéticas que possui duas equipas de Fórmula 1 e fará a sua primeira corrida com a Red Bull na sua primeira visita ao Circuito da Guia.

“De certa forma, eu vou um pouco às cegas porque nunca cá estive”, admite Vips que também conduzirá um monolugar Dallara-Volkswagen da equipa Motopark.

Vips nunca esteve em Macau antes, mas é um especialista em circuitos citadinos e conquistou a sua primeira vitória na categoria no circuito citadino alemão de Norisring, no mês de Junho passado.

“Não há nada melhor que ter um bom companheiro de equipa. Com a vitória do Dan o ano passado e a experiência da equipa em Macau, devo ter tudo que preciso”, conclui confiante o quarto classificado do europeu de F3.

14 Nov 2018