Sérgio Fonseca DesportoGP Internacional de Karting junta 120 pilotos [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ortugal não estará representado na edição de 2017 do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau, a prova de final de ano co-organizada pela Associação Geral-Automóvel Macau-China (AAMC), Instituto do Desporto e Direcção dos Serviços de Turismo (DST) que se realiza no próximo fim-de-semana no Kartódromo de Coloane. O jovem piloto do Entrocamento, Yohan Sousa, esperava marcar presença na RAEM este mês, a exemplo do ano passado, onde terminou na quinta posição na corrida “cabeça de cartaz”, mas a troca de planos quanto ao evento e a impossibilidade de colocar atempadamente uma logística para estar à partida impediram a sua participação. “Tinha intenções de participar quando foi anunciada a prova, mas depois recebemos uma notícia a dizer que a prova tinha sido cancelada”, explicou ao HM, Yohan Sousa. “Fomos contactados há duas semanas, por e-mail, a dizer que a prova iria mesmo realizar-se com os mesmos apoios do ano passado, mas infelizmente estávamos em Las Vegas, na prova Superkart XXI, e não nos foi possível organizar a logística em tão pouco tempo”, lamenta o piloto português que não esconde que gostaria de ter regressado ao Kartódromo de Coloane este ano. Os campeonatos CIK FIA Ásia-Pacifico para as categorias KZ e OK, que iriam fazer parte do programa da edição de 2017 do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau, foram cancelados a pedido das entidades responsáveis pelo evento no território apenas seis dias depois de terem aberto as inscrições. Apesar da anulação das corridas que iriam atribuir os títulos dos dois mais importantes campeonatos CIK FIA para a região Ásia-Pacifico, a AAMC avançou com a organização da prova, oferecendo uma série de incentivos aos participantes, como um apoio monetário de cerca de 24.000 patacas e alojamento por cinco noites. 120 participantes confirmados Na conferência de imprensa de apresentação da prova, realizada no final da pretérita semana, na presença do vice-presidente da AAMC, Herculano Ribeiro, da chefe do Departamento do Produto Turístico e Eventos da DST, Jennifer Si Tou, e do assistente à coordenação da prova, Armando de Jesus, entre outros membros da organização, foi confirmada a presença de 120 participantes, oriundos da República Popular da China, Austrália, Taipei Chinês, Itália, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Sri Lanka, Índia, Tailândia, Reino Unido, Hong Kong e Macau. Ao todo serão três provas, que envolvem nove grupos, incluindo a “Macau Cup KZ Invitation Race International”, a “AAMC Cup KZ Invitation Race Asia”, o Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC) nas classes Formula 125 Open Sénior, Júnior e Veteranos, X30 Júnior e Sénior, ROK Sénior e Mini ROK. Como é tradição, os quatro dias do evento, a realizar de 7 a 10 de Dezembro, terão entradas gratuitas para os espectadores.
Sérgio Fonseca DesportoFélix da Costa pontua em Hong Kong [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s ares da região do Rio das Pérolas voltaram a fazer bem à estima do piloto português António Félix da Costa. Depois de um ano sem marcar qualquer ponto no Campeonato FIA de Fórmula E, no “ePrix Hong Kong”, o jovem de Cascais, duas vezes vencedor do Grande Prémio de Macau, regressou aos lugares pontuáveis e às boas actuações. A segunda edição do evento de automobilismo do território vizinho teve um formato diferente, com duas corridas, uma no sábado, outra no domingo, no percurso desenhado ao longo da Lung Wo Road, Man Yiu Street e Yiu Sing Street. Na primeira corrida do fim-de-semana, Félix da Costa qualificou-se na oitava posição. Apesar de ter levado um toque na partida, que lhe danificou a asa da frente e de uma paragem demorada nas boxes, para troca de carro, o português terminou no sexto posto. “Foi um bom início de temporada”, admitiu o piloto. No domingo, largando do quarto lugar, Félix da Costa subiu à terceira posição quando Félix Rosenqvist fez um pião logo na primeira curva. O piloto luso da equipa Andretti parecia capaz de terminar num lugar no pódio, mas um novo problema na paragem das boxes, atirou-o para o fundo do pelotão. Félix da Costa viu a bandeira de xadrez no décimo segundo lugar. O inglês Sam Bird venceu a primeira corrida do fim-de-semana no traçado desenhado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes. Jean-Éric Vergne e Nick Heidfeld acompanharam o piloto da DS Virgin Racing na cerimónia do pódio. No domingo, Edoardo Mortara tinha tudo muito bem encaminhado para assegurar o seu primeiro triunfo na sua estreia na categoria de carros electricos, mas um erro a duas voltas do fim do “Sr Macau” abriu as portas à vitória do alemão Daniel Abt. Mortara ainda conseguiu voltar à pista para terminar no terceiro lugar, um lugar atrás de Rosenqvist. Couto em novas funções Afastado provisoriamente das pistas, André Couto estreou-se numa outra função este fim-de-semana. O piloto português de Macau foi chamado pela organização do campeonato para o cargo de Conselheiro dos Pilotos junto dos Comissários Desportivos. Couto ocupou o lugar que em eventos anteriores foi do ex-piloto de F1 Paul Belmondo e do piloto da Bentley GT Andy Soucek.
Sérgio Fonseca DesportoFórmula E : Hong Kong acelera este fim-de-semana [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]uas semanas depois do 64º Grande Prémio de Macau, no próximo fim-de-semana será a vez dos nossos vizinhos de Hong Kong organizarem o seu evento de automobilismo: o “Hong Kong ePrix”. Com mão de um arquitecto português, que deu uns retoques no circuito de Central. A quarta temporada do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E, para carros eléctricos, arranca novamente aqui ao lado, num duplo evento que se divide pelos dias 2 e 3 de Dezembro, a disputar na zona do porto, tendo como pano de fundo os arranha-céus que dominam aquela parte do território. Com uma extensão de 1,86 km, o percurso desenha-se ao longo da Lung Wo Road, Man Yiu Street e Yiu Sing Street, naquela que será a segunda edição da prova. A novidade para este ano é que as duas corridas vão cobrir distâncias diferentes (43 e 45 voltas) de forma a incluir um novo elemento estratégico de corrida, apesar da paragem nas boxes obrigatória para troca de carro, visto que as baterias ainda não aguentam uma corrida inteira, continuar em vigor. Ao contrário do Grande Prémio de Macau, que tem várias corridas e categorias divididas por quatro dias do evento, o “Hong Kong ePrix” tem apenas duas corridas, uma no sábado e outra no domingo. Com um orçamento aproximado superior a 150 milhões de Hong Kong dólares, este evento que era um velho sonho da Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA), já é uma bandeira do turismo do território vizinho. Com a mobilidade eléctrica a ganhar preponderância na indústria automóvel, o interesse dos grandes automóveis pela Fórmula E tem crescido. Audi, Jaguar, Mahindra, Renault e o Grupo Peugeot-Citroen já estão representadas oficialmente na Fórmula E, enquanto que a BMW, Mercedes-Benz, Nissan (no lugar da Renault) e Porsche irão juntar-se à festa nas duas próximas temporadas. A temporada 2017/2018 da Fórmula E, competição que só corre em traçados citadinos, vai também passar por grandes cidades mundiais, como Nova Iorque, Montreal, Roma, Berlim ou Paris, estreando-se no universo lusófono, em São Paulo, e em Zurique, naquela que será a primeira prova de automobilismo de circuito na Suíça depois de sessenta anos de proibição. Mãozinha portuguesa O circuito de Hong Kong foi gizado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes e mantém-se praticamente inalterado em relação à temporada passada, excepto no desenho da chicane entre as Curvas 3 e 4, a zona mais rápida da pista onde os pilotos poderão alcançar velocidades até aos 200 km/h. “Fizemos alterações no desenho e construção da chicane e da curva 1. Tudo o resto irá manter-se como na primeira edição”, explicou o arquitecto português ao HM. “A chicane do ano passado tinha uma abordagem mais rápida do que tentamos por norma fazer devido a condicionalismos do local e do projecto. Este ano vamos fazer um movimento mais acentuado, obrigando os pilotos a travar mais cedo e por conseguinte entrar mais devagar. A definição do apex também será construído com a utilização de correctores integrados em maciços de betão o que irá obrigar os pilotos a cumprir com os limites do traçado.” Relativamente à curva 1, esta será também alvo de uma reformulação ao nível do seu desenho, “na medida em que o raio interior irá ser reduzido consideravelmente dando mais espaço para os carros e consequentemente dando mais opções para os pilotos abordarem a curva. A construção será com o mesmo sistema de correctores integrados.” Apesar de se queixarem das ondulações do asfalto e da sujidade da pista, este é um dos traçados favoritos dos pilotos. Félix da Costa confiante O campeonato Fórmula E reúne um leque de pilotos de luxo, alguns deles ex-Fórmula 1 e outros caras bem conhecidas do Grande Prémio de Macau, como o campeão Lucas di Grassi, Felix Rosenqvist, Edoardo Mortara ou Maro Engel. Outras das cara conhecidas do campeonato é António Félix da Costa, o único piloto português que venceu o Grande Prémio de Macau por duas ocasiões. O piloto de Cascais quer iniciar a temporada com o pé direito e está satisfeito por regressar à ex-colónia britânica. “A cidade de Hong Kong é espectacular, é um lugar muito porreiro para começar a época. É fantástico estar de volta. Eu tenho muito carinho pela área de Hong Kong porque Macau é tão próximo e traz-me muitas boas memórias”, afirma o piloto que a BMW Motorsport emprestará novamente esta época 2017/2018 à MS&AD Andretti. Depois de uma temporada 2016/2017 bastante complicada, dada à falta de competitividade dos monolugares da equipa norte-americana e onde só pontuou na prova de abertura em Hong Kong, Félix da Costa acredita que esta época será melhor, até porque a BMW colocou uma série de engenheiros ao serviço da formação do clã Andretti. “Foi uma boa pré-época com a equipa MS&AD Andretti, todos temos trabalhado bem em conjunto e acredito que temos um futuro brilhante à nossa frente. Precisamos de abordar a temporada quatro com a força máxima e temos que nos comportar como uma equipa a sério. Veremos o que conseguiremos”, diz o português. Para ver as corridas da Fórmula E em Macau terá que sintonizar na FOX Sports que continua a deter os direitos de transmissão televisivas do campeonato.
Sérgio Fonseca DesportoÁvila sagra-se Vice-Campeão do CTCC [dropcap]R[/dropcap]odolfo Ávila sagrou-se ontem Vice-Campeão do Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) de 2017, ao terminar na segunda posição na última corrida da temporada, tendo os seus resultados ao longo da época, e especialmente este fim-de-semana no Circuito Internacional de Xangai, sido preponderantes na conquista do título de Construtores por parte da SAIC Volkswagen. Na sua temporada de estreia no campeonato de automobilismo com maior expressão na República Popular da China, Ávila foi uma presença regular nos lugares pontuáveis, abdicando por vezes de arriscar resultados mais exuberantes em prol do resultado colectivo da equipa. “O objectivo primordial para esta temporada era ajudar a equipa a vencer o título de Construtores e esse foi cumprido”, explicou o piloto português de Macau da equipa SVW333 Racing. “Obviamente que estou igualmente muito satisfeito em ter ficado em segundo lugar no campeonato. Foi um início de temporada difícil, onde tivemos problemas de vária ordem, mas com o decorrer da temporada fomos melhorando. Foi pena o azar na segunda corrida em Wuhan, onde motor partiu quando eu seguia no terceiro lugar, mas isso também faz parte das corridas.” “Esta época foi uma experiência muito interessante para mim, enquanto piloto, pois descobri várias circuitos que desconhecia e tomei contacto com um campeonato extremamente competitivo, em que dentro da pista não há contemplações. Quero também agradecer à SVW333 Racing por me ter dado esta oportunidade e acreditado desde a primeira hora que eu poderia ser uma mais valia para a equipa”, acrescentou Ávila. O piloto da RAEM estava ciente que esta última prova do ano iria ser particularmente complicada, porque os VW Lamando GTS tinham um handicap de peso demasiado elevado, em relação à concorrência directa, devido aos bons resultados nas provas anteriores. Todavia, Ávila não baixou os braços e, depois de ter conquistado um quinto lugar na primeira corrida, hoje, na última e decisiva corrida do ano, terminou num espectacular segundo lugar. “Foi um fim-de-semana muito difícil em termos de performance porque os nossos carros estavam muito pesados. Fui o melhor da minha equipa na qualificação e apenas o décimo da geral. Na primeira corrida, porque era importante terminar e somar o maior número de pontos possíveis, optei por uma toada cautelosa, sem exageros, e consegui terminar no quinto lugar. Hoje, partindo do oitavo lugar, fiz outra corrida limpa e consegui subir posições de oitavo até ao segundo lugar. Dadas as circunstâncias foi a melhor forma de dar uma época dura como concluída”, explicou o piloto do VW Lamando GTS nº9. Rodolfo Ávila subiu ao pódio por três ocasiões esta temporada, terminando o campeonato com 124 pontos, apenas menos sete que o piloto campeão.
Sérgio Fonseca DesportoConstrutores e FIA satisfeitos com a corrida dos GT [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau voltou a ser Macau e na Corrida de Qualificação Taça do Mundo FIA de GT um acidente dantesco deixou sessenta por cento do pelotão de fora, proporcionando pelo segundo ano consecutivo conteúdos virais nas redes sociais e voltando a dar munições aos críticos desta prova. “Não é bem o que queres ver…”, verbalizou o que sentia Maro Engel, momentos depois de assistir nos ecrãs gigantes do circuito à repetição do choque em cadeia no Ramal dos Mouros que obrigou quase todas as equipas e construtores a uma noitada para reparar os carros para domingo.No paddock, a opinião dividiu-se, mais uma vez, entre aqueles que defendem que estes são os riscos normais de uma participação num evento singular a nível mundial e aqueles que acham que o Circuito da Guia não se adequa a uma Taça FIA desta dimensão, com estes carros que custam milhões de patacas. Richard Coleman, CEO da Craft-Bamboo Racing, que inscreveu dois Porsche 911 GT3-R, era um dos mais insatisfeitos no final do dia de sábado. “Eu sei que as pessoas dizem sempre que isto é Macau, mas temos que questionar o espectáculo desportivo da corrida, com apenas uma mão de carros a terminar”, disse o inglês, após saber pelos técnicos da sua equipa que a célula de segurança do Porsche 911 GT3-R de Laurens Vanthoor tinha ficado comprometida e o detentor da Taça do Mundo de 2016 tinha ficado arredado de defender a coroa no domingo. Para a Audi, BMW e Mercedes-Benz o Grande Prémio de Macau continua a ser uma prova obrigatória, pois, para além do que acontece na pista, várias são as acções promocionais com clientes que são colocadas em paralelo com a realização do evento. A visita anual à RAEM é mais do que uma simples corrida de automóveis. A BMW regressou oficialmente este ano ao Circuito da Guia, onde apresentou o seu 18º “Art Car”, e apesar da elevada conta em estragos, não se arrepende. “Foi um fim-de-semana de inacreditavelmente empolgante – com um final dramático”, sintetizou Jens Marquardt, o director desportivo da BMW Motorsport, afirmando ainda que “é difícil desenhar uma conclusão definitiva de uma corrida como esta.” Mesmo não tendo vencido desta vez, a rival Audi, através do seu responsável pelo desporto automóvel, Chris Reinke, resumiu assim o fim-de-semana: “foi caótico, ainda que ultimamente positivo.” A corrida de domingo, ganha por Edoardo Mortara, só contou com catorze dos vinte inscritos, mas o espectáculo em pista não desiludiu os espectadores e aficionados. Está bem como está Os críticos habituais desta corrida – uma Taça do Mundo FIA com carros GT3 num circuito com as características daquele da nossa cidade – têm apontado o tamanho e, principalmente, as velocidades atingidas por estes carros de mais de uma tonelada como uma razão para os vários acidentes, sugerindo que se faça a corrida com outro tipo de carros de Grande Turismo (GT). Esta solução até poderia ser possível, dado o crescimento da categoria GT4, com viaturas de GT mais próximas dos carros do dia-a-dia, com andamento inferior e com custos muito mais baixos. Contudo, para os responsáveis da prova, a Taça do Mundo FIA de GT tem que ser feita com os actuais carros de GT e com as poderosas equipas de fábrica. “É verdade que a categoria GT4 é nova fórmula, mais barata e que irá crescer. Nós já vimos isso no Blancpain GT Series Asia. Mas os carros GT3 são o pináculo das corridas de GT e vão de mão dada com o Grande Prémio de Macau e o seu prestígio. É o mesmo que a obrigatoriedade de pilotos profissionais: esta corrida deve ser o melhor dos melhores”, explicou ao HM Benjamin Franassovici, o responsável da SRO, a entidade apontada pela FIA para cooperar com a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) na organização desta corrida. A federação internacional ainda não confirmou onde será realizada a Taça do Mundo em 2018, mas as indicações sobre um eventual regresso a Macau, ao contrário do que tinha acontecido o ano passado, são hoje bastante positivas.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de Macau51º Grande Prémio de Motos de Macau – Vitória amarga O Circuito da Guia voltou a mostrar-se este fim-de-semana impiedoso e, por mais sofisticadas e aperfeiçoadas que sejam as medidas de segurança impostas, a crueza é ainda uma característica intrínseca dos desportos motorizados [dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]lenn Irwin venceu a 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau que fica marcada pelo acidente mortal do inglês Daniel Hegarty. Na quinta volta da tradicional prova de sábado à tarde, o piloto inglês, que participava pela segunda vez na prova, perdeu o controlo da sua Honda CBR1000RR na Curva dos Pescadores. A corrida foi prontamente interrompida, para prestar os primeiros socorros ao piloto da TopGun Racing, que foi rapidamente transportado para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde iria chegar já sem vida. A corrida não recomeçou e a cerimónia do pódio foi realizada com enorme pesar. Para segundo plano forçosamente fica a parte desportiva do evento deste ano, onde Glenn Irwin e a sua Ducati 199RS mereciam todo o destaque. Ainda na sexta-feira o piloto da Irlanda do Norte entrou para o livro dos recordes do Grande Prémio, ao rodar em 2:23.081, um tempo que para além de lhe ter dado a pole-position, tornou-se o recorde a melhor volta ao Circuito da Guia. Irwin destronou o antigo recorde de Stuart Easton que já levava sete anos. Apesar da ameaça de chuva que pairou sobre Macau no sábado, a corrida realizou-se como o previsto, com a pista seca e condições climatéricas adequadas. Irwin fez um bom arranque, defendendo-se dos vários ataques de Peter Hickman, o vencedor das duas últimas edições, e que na primeira volta ainda chegou a liderar. Enquanto Michael Rutter desceu de terceiro para quinto na partida, Martin Jessopp geria a sua corrida atrás dos dois primeiros, procurando o primeiro triunfo na corrida. O piloto da bem afinada Ducati vermelha da Paul Bird Motorsport, que soube como tirar proveito da melhor performance dos pneus Metzeler sobre os Dunlop que equipavam os rivais das favoritas BMW, conseguiu sacudir a pressão de Hickman e já tinha conseguido uma vantagem de um segundo para o seu principal adversário nas cinco voltas realizadas e que lhe valeram o primeiro triunfo entre nós. Contudo, esta foi uma vitória sem nada para festejar. “O que temos hoje não é uma celebração. As corridas são irrelevantes. Esta é uma forma muito triste de ficar no topo do pódio com champanhe aberto. É um fim muito triste”, disse, em lágrimas, Irwin no final da prova. Michael Rutter, que conseguiu ultrapassar Jessopp e Connor Cummins, completou o pódio. Óbito | Daniel Hegarty (1986-2017) Daniel Hegarty, de 31 anos, casado e pai de duas crianças menores, não era um dos nomes sonantes da prova, mas era um experiente piloto de corridas de estrada e uma das esperanças do motociclismo da especialidade do Reino Unido segundo a imprensa especializada. Na sua segunda participação na prova, Hegarty qualificou-se no 15º lugar, onde rodava quando perdeu o controlo da sua mota na Curva dos Pescadores e chocou violentamente contra as barreiras de protecção. De acordo com o comunicado da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, “o corredor britânico sucumbiu aos ferimentos quando seguia na ambulância a caminho do Hospital Conde São Januário”. Segundo o coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun, o piloto “sofreu ferimentos graves” e foi de imediato transportado para o hospital. A comissão contactou com a família e membros da equipa garantindo que lhes será prestada toda a assistência. A última fatalidade no Grande Prémio de Macau de Motos tinha acontecido em 2012, quando o português Luís Carreira perdeu a vida na mesma curva na primeira sessão de qualificação. Triste fado lusitano André Pires, o único piloto português da “metrópole” a participar na 64ª edição do Grande Prémio de Macau, não chegou a alinhar na corrida de motos, devido a um problema na sua montada. “Infelizmente é um dos dias mais tristes da minha carreira. Até agora nunca tive um caso de uma corrida em que eu não pudesse alinhar e sempre fizemos tudo para correr”, disse o piloto de Vila Pouca de Aguiar ao HM. “Há coisas que nos ultrapassam, sem dúvida. No warm-up tivemos uma avaria no motor e não temos como prosseguir. Ainda tentámos fazer tudo, mas não temos as peças suplentes.” O piloto transmontano, que se qualificou no 23º lugar entre vinte e oito concorrentes, estava satisfeito com os resultados obtidos até ao problema. “Conseguimos melhorar, até baixei cinco segundos a minha melhor volta. Estava mesmo muito perto do meu melhor tempo e de bater o meu próprio recorde”, explicou, acrescentando que, apesar dos meios limitados ao seu dispor, espera voltar em 2018: ”Espero que surja aí qualquer coisa para que no ano que vem estejamos cá com mais força.” Quanto à Kawasaki ZX10R do Team of Portugal, essa “vai agora para Portugal, fica arrumada e para o ano vamos ver. Esta é uma mota com que corremos em Portugal. Fez a época toda sem problemas mas chegou aqui e aconteceu isto. É triste e não há explicação. Se tivéssemos um motor suplente ainda podíamos ter tentado trocar, mas não temos. Nem dinheiro, nem motor…”
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça da Corrida Chinesa | Assunção no primeiro degrau [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]élder Assunção deu uma grande alegria à comunidade macaense, e não só, ao vencer a Taça da Corrida Chinesa do 64ª edição do Grande Prémio de Macau. Depois de na sexta-feira ter mostrado habilidade para rodar entre os primeiros, o piloto macaense qualificou-se no quarto lugar para a corrida de sábado de manhã. Decidido, Assunção subiu uma posição logo nos primeiros metros da prova, quando o veterano Kenneth Look perdeu o controlo do seu BAIC D50 e gerou uma carambola atrás de si, que provocou a interrupção da corrida para retirar as seis viaturas acidentadas No recomeço, Assunção colou-se à traseira de David Zhu, que se debatia com um carro danificado e pouco cooperante, e ultrapassou o experiente piloto chinês à quarta volta. Contudo, o piloto do território dificilmente poderia ambicionar mais que um já fabuloso segundo lugar, no entanto, quando o Zhang Zhi Qiang seguia isolado na primeira posição, rumo a um triunfo fácil, a sete voltas do fim, o diferencial do BAIC D50 que partiu da pole-posiiton falhou. Assunção herdou então a liderança na corrida e apesar de alguns problemas de pressão de óleo no carro não abrandou o ritmo, terminando com uma confortável vantagem de 11 segundos para Zhu. Num pódio em que todos os concorrentes tripularam os novos BAIC D50, Brian Lee, de Taiwan, subiu ao último degrau. O outro piloto de Macau em prova, Liu Lic Ka, arrancou de último lugar, mas levou o seu SEAT Leon ao quarto posto final.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauCorrida da Guia – Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo: O mandarim inglês [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o regresso do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo, depois de dois anos de ausência, o marroquino Mehdi Bennani e o inglês Rob Huff, ambos em Citroen, dividiram os triunfos, sendo que Huff ficou também com o título de vencedor da Corrida da Guia de 2017. Com a vitória na segunda corrida do fim-de-semana, Huff tornou-se o piloto com mais triunfos no Circuito da Guia, tanto em duas, como em quatro rodas, desempatando assim com Michael Rutter. A primeira corrida do WTCC foi disputada no sábado, com os três primeiros da grelha de partida – Bennani, Tom Coronel (Chevrolet) e Ryo Michigami (Honda) – a terminarem por esta ordem. A corrida de 8 voltas terminou mais cedo, quando à sexta volta, Norbert Michelisz, um dos candidatos ao título, cortou a passagem, ao despistar-se na zona do Ramal dos Mouros, causando um choque em cadeia que ir envolver também Esteban Guerrieri (Honda), Rob Huff (Chevrolet) e Tom Chilton (Citroen). Entre os candidatos ao ceptro do campeonato, Björk foi o melhor, ao terminar no quarto lugar, ao passo que o húngaro da Honda ficou ainda assim com o quinto posto. Autor do novo recorde da pista da Corrida da Guia na qualificação de sexta-feira, Huff partiu confiante da pole-position para a corrida de ontem, tendo Michelisz ao seu lado. Isto, apesar dos mecânicos da equipa All–inkl.com Münnich Motorsport terem passado a noite a tentar recuperar o carro francês. Com a pista bastante molhada, a corrida iniciou-se atrás do Safety-Car conduzido pelo português Bruno Correia. O piloto húngaro da Honda ainda atacou a liderança por duas ocasiões, mas a vitória de Huff nunca foi realmente beliscada, até porque o segundo lugar servia perfeitamente as aspirações de Michelisz no campeonato. A corrida foi mais interessante na luta pelo terceiro lugar do pódio, com Chilton a ultrapassar Guerrieri na última volta, na curva D. Maria, quando o argentino cometeu um erro. Satisfação britânica No final da corrida, Huff mostrou-se extremamente satisfeito com a vitória. O inglês agradeceu o esforço da sua equipa, salientando que “não queria ter outra época no WTCC sem ter uma vitória. Macau sempre foi bom para mim, sinto-me confortável aqui e sabia que poderia vencer, apesar de nunca ter corrido aqui à chuva.” Sobre o recorde obtido, Huff referiu que “ganhar nove meses no mesmo lugar é algo especial e fazê-lo em Macau, o que eu considero o mais difícil circuito do mundo, ainda mais. Acho que vai demorar algum tempo até aparecer alguém que iguale este recorde”. Bjork terminou no quinto posto e a luta pelo título será decidida dentro de quinze dias no Qatar, tendo o piloto sueco da Volvo mais seis pontos e meio que Michelisz. Missão cumprida Sem ambições à partida, o piloto de Macau Mak Ka Lok, o único representante da RAEM nas quatro principais corridas do programa, cumpriu os seus objectivos para este fim-de-semana, qualificando-se para a corrida, mesmo tendo para isso beneficiado de uma autorização especial dos Comissários Desportivos, visto que o seu melhor tempo ficou uma décima de segundo aquém do tempo mínimo para se qualificar automaticamente. Nas duas corridas, o piloto do Lada optou por uma toada conservadora, terminando no 17º lugar em ambas as corridas. Adeus à Guia A corrida de ontem representou um adeus a esta geração de carros do WTCC ao Circuito da Guia. Apesar do contrato ainda não estar assinado, o Eurosport Events, o promotor do WTCC, deverá chegar a um entendimento com a WSC Ltd, para que em 2019 o WTCC utilize os carros do TCR, vistos a competir na Corrida da Guia em 2015 e 2016. O calendário provisório do WTCC para 2019 está igualmente por ser oficializado. Questionado pelo HM, o Eurosport Events não quis comentar sobre a possibilidade do Grande Prémio de Macau permanecer no calendário do campeonato no próximo ano.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça CTM de Carros de Turismo: Glória a dobrar para os da casa [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]eong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) venceu a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau, na primeira vez que esta corrida foi disputada por duas classes diferentes: uma para viaturas 1600cc Turbo e outra para viaturas 1950cc ou Superior. Ao vencer a classe 1600cc Turbo, Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) voltou a subir ao lugar mais alto do pódio do Grande Prémio oito anos depois. Numa corrida disputada na manhã de ontem, com o Circuito da Guia bastante molhado, a partida foi feita atrás do Safety-Car por razões de segurança. Veng aproveitou a maior potência do seu carro para suplantar o poleman Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR R34) ainda antes da Curva do Lisboa. A corrida não teve desenvolvimentos na frente até que os dois primeiros começaram a ultrapassar os concorrentes atrasados. Quando o líder da corrida se aproximava da traseira de Lio Kin Chong (Subaru) na curva um, a duas voltas do fim, o ex-piloto de motas entrou em pião e bateu nos muros. Veng provavelmente também exagerou na travagem para evitar o carro descontrolado que estava à sua frente, entrando também ele em pião e batendo nos muros. Ao mesmo tempo, um acidente com três carros na zona da montanha bloqueou a pista e foram mostradas bandeiras vermelhas. A corrida não recomeçou, o que significou que Veng venceu, à frente do seu adversário nipónico e do colombiano Júlio Acosta (Lotis Évora). O estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo9) e Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) foram os 12º e 14º, respectivamente, na categoria 1950cc ou Superior. Mais intensa foi a luta pela vitória na classe 1600cc Turbo. Filipe Clemente Souza (Chevrolet Cruze) fez um bom arranque e ultrapassou o favorito Paul Poon (Peugeot RCZ), seis vezes vencedor desta corrida. Contudo, um toque na curva do Mandarim danificou o seu carro, que acabou por sucumbir à quinta volta com sobreaquecimento do motor. Com Poon a sentir inúmeras dificuldades com o seu carro, o vencedor da Taça ACP de 1999, Jerónimo Badaraco, não se fez rogado e ultrapassou o piloto de Hong Kong à sétima volta, mantendo depois uma vantagem de segurança suficiente para vencer a categoria, para além de ter sido o nono classificado da geral. Leong Chi Kin (Mini Cooper S) completou o pódio, terminando à frente de Célio Alves Dias (Mini Cooper S) que vinha a recuperar posições e tempo para os demais. Rui Valente (Mini Cooper S), que afirmou não ter gozado a corrida devido à falta de visibilidade, e Eurico de Jesus (Ford Fiesta) ficaram classificados mais cá para trás, com o veterano piloto português a encerrar o Top-10 da categoria.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauGrande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA: Jackpot saiu a Ticktum [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á um velho dizer nas corridas de automóveis que tão bem se aplica à corrida de ontem – “para terminares em primeiro, primeiro tens que terminar”. Daniel Ticktum venceu a 64ª edição do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA, num final de corrida dramático em que o piloto inglês de 18 anos beneficiou do despiste na última curva dos dois primeiros classificados à altura. O piloto britânico da equipa alemã Motopark largava do oitavo lugar para a sua terceira corrida de Fórmula 3, com esperanças de chegar ao pódio. Ticktum fez uma excelente corrida até ao terceiro lugar, mas o piloto protegido da Red Bull estava longe de imaginar o cenário que lhe esperava na abordagem à última curva. Terceiro classificado o ano passado e com o estatuto de favorito este ano, Sérgio Sette Câmara herdou o primeiro lugar na corrida logo após a primeira ronda de bandeiras amarelas. O brasileiro da Motopark liderou boa parte da corrida, mas a duas voltas do fim viu-se sob intensa pressão de Ferdinand Habsburg que paulatinamente foi subindo lugares na classificação até se colocar na traseira do seu rival, ganhando dois segundos nas últimas três voltas. O piloto austríaco de sangue real da equipa Carlin estava disposto a vencer o Grande Prémio à primeira e depois de não ter conseguido concretizar a manobra de ultrapassagem ao brasileiro no Lisboa, fez a última volta com a “faca nos dentes”. Na última curva, Habsburg tentou uma ultrapassagem impossível a Câmara. Para evitar o toque, o brasileiro saiu da sua trajectória habitual, e o resultado final foi trágico para ambos. Câmara foi o primeiro a bater nas barreiras de protecção da Curva “R”. Habsburg ainda tentou completar a curva, mas com a velocidade que ia acabou também ele por bater nos muros, terminando a corrida em três rodas e no quarto lugar como consolação. A vitória de Ticktum acaba por acontecer na penúltima passagem pelo Lisboa. O inglês, então a rodar em quinto, fez uma ultrapassagem de encher o olho a Maximilian Gunther e a Lando Norris, subindo ao terceiro lugar. O que viria a acontecer a seguir, nem Ticktum queria acreditar. “Não há palavras para descrever o que sinto e senti quando cruzei a linha de meta”, afirmava o vencedor. “Com estes períodos de bandeiras amarelas e Safety-Car, é preciso ter calma e eu estava calmo. Claro que há quem vá dizer que eu tive sorte, mas o meu andamento durante o fim-de-semana e aquela ultrapassagem quase que fazem para merecer esta vitória.” Lando Norris chegou a Macau como o “todo favorito”, mas só o foi na quinta-feira. O piloto de reserva da McLaren F1 perdeu o primeiro lugar na qualificação para a Corrida de Qualificação na sexta-feira e no sábado foi apenas sétimo, após uma corrida em culpou os pneus para tão pálida exibição. Ontem, Norris correu atrás do prejuízo, mas este segundo lugar acabou por ser imerecido para quem tão elevadas expectativas trazia consigo. Ralf Aron completou o pódio. O piloto da Estónia teve um fim-de-semana discreto em que nem se deu por ele, mas um final de corrida onde superou Gunther e Pedro Piquet valeu-lhe um resultado de todo inesperado para quem largou do 13º lugar para esta corrida. Para a decisiva corrida do fim-de-semana, o piloto inglês Callum Illott largou do lugar da pole-position fruto do triunfo incontestado na Corrida de Qualificação de sábado, em que se impôs, por esta ordem, a Joel Eriksson, Sérgio Sette Câmara e Maximilian Gunther. O grande favorito para esta corrida, o inglês Lando Norris, foi apenas sétimo no confronto da manhã de sábado. Callum Illott e Joel Eriksson dividiram a primeira linha da grelha de partida, mas ambos ficaram cedo fora da contenda. Mick Schumacher também teve problemas no seu monolugar, mas fez a melhor volta da corrida. Rendez-vous à Macao Trinta e quatro anos depois do lançamento do livro “Regresso a Macau” da conhecida banda desenhada belga, as cores da Vaillante voltaram a ser novamente “vistas” no Circuito da Guia, desta feita, com o franco-argentino Sacha Fenestraz a vestir a pele de Michel Valliant, ao volante de um monolugar Dallara-Volkswagen da equipa Carlin decorado com as cores da equipa fictícia Vaillante. Curiosamente no livro saído da caneta de Jean Graton, inspirado numa visita ao território em 1981, a Vaillante participou no Grande Prémio em parceria com a Theodore Racing. Desta vez, foram rivais. O próximo livro de Michel Valliant em Macau, agora escrito por Philippe Graton, que esteve entre nós no Festival Literário Rota das Letras, está previsto sair em Outubro de 2018.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauGrande Prémio de Macau de Fórmula 3: Favorito assumiu-se [dropcap]L[/dropcap]ando Norris fez jus ao seu estatuto de favorito e foi o mais rápido por uma larga margem na primeira sessão de qualificação do “Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA”. Contudo, como nem todos os candidatos à vitória utilizaram o mesmo número de pneus novos, só hoje se ficará a perceber melhor a diferença entre os pilotos da frente. Depois de uma sessão de treinos livres relativamente morna pela manhã, onde Sérgio Sette Câmara foi o mais lesto, o espectáculo foi outro da parte da tarde. Depois dos acidentes do veterano japonês Ryuji “Dragon” Kumita e do espanhol Alex Palou a abrir a sessão, esta estabilizou, com os tempos a caírem progressivamente, numa batalha acesa pelo melhor registo, até que, a onze minutos do término, o Dallara-VW de Sette Câmara embateu com estrondo nas barreiras de protecção da Curva “R”, felizmente sem consequências para o piloto brasileiro. Contudo, a sessão teve que ser interrompida por mais de trinta minutos para restabelecer a segurança na pista. De volta ao normal No regresso à normalidade, Norris rodou em 2:11.570 com o Dallara-VW da equipa Carlin, deixando a concorrência sem argumentos. Contudo, o piloto protegido da McLaren F1 é prudente quanto ao registo obtido. “Nós colocámos dois pneus novos, o que nos deu vantagem sobre os nossos adversários. Amanhã todos irão meter pneus novos e irão melhorar. Estou satisfeito como correu esta sessão, mas ainda temos que melhorar as afinações do carro”, explicou o piloto de 18 anos. Lando Norris foi o mais rápido na primeira sessão de qualificação para a corrida de Fórmula 3, a prova rainha do Grande Prémio de Macau. FOTO © J. Price / GPM Pedro Piquet foi quem ficou mais perto ficou do britânico, tendo o brasileiro do Dallara-Mercedes, terminado a nove décimas do campeão europeu da especialidade, mas também ele colocou dois pneus novos nos últimos momentos da sessão. Maximilien Gunther, o melhor dos pilotos da SJM Theodore Racing e que liderou boa parte da sessão, e Daniel Ticktum, o jovem do Red Bull Junior Team que este fim-de-semana regressa à Fórmula 3, seguiram-se na tabela de tempos, à frente de Joel Eriksson e Yuhi Sekiguchi, sendo que este dois últimos se queixaram de não ter tempo para realizar uma volta limpa. Arredado prematuramente, Sette Câmara ficou com o nono tempo do dia, mas o recordista da melhor volta de Fórmula 3 ao Circuito da Guia mostrou que tem qualidade para ir mais além hoje. A sessão terminou mais cedo que o previsto porque o indiano Jehan Daruvala bateu na subida de São Francisco, causando a quarta e última bandeira vermelha. Os Fórmula 3 regressam à pista hoje, para mais uma sessão de treinos-livres pela manhã, e para enfrentarem a segunda qualificação à tarde, qualificação essa que será decisiva na formação da grelha de partida para a Corrida de Qualificação de sábado. Como é tradição, será na tarde de domingo que será disputada a corrida que decidirá o vencedor do 64º Grande Prémio de Macau.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça da Corrida Chinesa: Assunção deixa boas indicações [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] “outra” corrida de suporte do programa este ano é a Taça da Corrida Chinesa e foi a primeira entre as provas dos automóveis a sair para a pista. O que um dia foi uma corrida confinada ao troféu monomarca que dá nome à corrida em Macau, em que as quatro associações automóveis da “Grande China” se confrontavam saudavelmente no asfalto, apresenta-se este fim-de-semana sem essa originalidade, com uma grelha de partida que mistura os carros do troféu monomarca – os novos BAIC D50 – e alguns participantes do campeonato TCR China, uma competição cujas viaturas são de todo idênticas àquelas que vimos na Corrida da Guia em 2016. O treino-livre de ontem teve os primeiros acidentes do dia, e não foram tão poucos quanto isso, obrigando os comissários de pista a transpirar logo pela manhã. Nesta sessão, os cinco mais velozes ficaram separados por apenas seis décimas de segundo, com o experiente chinês Zhang Zhi Qiang (BAIC) a efectuar a melhor volta. Os dois pilotos da RAEM não desiludiram, terminando ambos dentro dos cinco primeiros. Hélder Assunção fez o terceiro melhor tempo com o BAIC da equipa Tianjin Leo Racing. Aproveitando o seu superior conhecimento do traçado, na sua estreia ao volante do carro de construção chinesa, o piloto macaense ficou a escassos 0.496 segundos do melhor tempo da sessão, num claro sinal prometedor para o fim-de-semana. Numa sessão de treinos em que houve lugar à mostragem de uma bandeira vermelha e foi realmente difícil efectuar voltas limpas, Liu Lic Ka, em SEAT Leon TCR, obteve o quinto melhor tempo. A qualificação desta corrida decorre amanhã, com a corrida a ser disputada no sábado. Favoritos nem sequer a Macau chegaram Os mais atentos com certeza se aperceberam que nem todos os carros da lista de inscritos desta corrida participaram no treino-livre. Isto aconteceu porque os contentores das equipas participantes no campeonato TCR China, provenientes de Ningbo, “não chegaram ao destino” e com isto os principais favoritos ficaram prematuramente de fora, reduzindo em oito concorrentes a grelha de partida.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça GT Macau – SJM | Um plantel de luxo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 10ª edição da Taça GT Macau será celebrada este ano com a continuidade, pelo terceiro consecutivo, da Taça do Mundo de GT da FIA. Depois do fiasco do ano passado, em que o vencedor terminou com as quatro rodas apontadas para o ar, todos os intervenientes esperam um desfecho diferente, em que o espectáculo esteja a altura da imponência destes carros e do potencial dos pilotos intervenientes. Para este ano a FIA decidiu contra a participação de pilotos amadores e conseguiu persuadir os grandes construtores a regressarem. Assim, serão apenas vinte os pilotos presentes, representando alguns dos mais prestigiados construtores automóveis mundiais: Audi, BMW, Ferrari, Honda, Lamborghini, Mercedes-Benz e Porsche. A grelha de partida está recheada de nomes bem conhecidos de Macau. Laurens Vanthoor retorna à Guia para defender o título, mas desta vez ao volante de um Porsche. A marca alemã contará ainda com um segundo carro para Darryl O’Young, o piloto de Hong Kong que venceu a primeira edição desta corrida em 2008. Maro Engel, que venceu esta corrida por duas ocasiões, em 2014 e 2015 (a primeira da Taça do Mundo em Macau), volta a ser um dos ponta-de-lança da Mercedes-Benz. A casa de Estugarda conta com outro nome conhecido nas suas fileiras este ano. O “Sr. Macau”, Edoardo Mortara, o piloto com mais triunfos nesta corrida, então pela Audi, vai tentar vencer esta corrida pela quarta vez. Os nomes sonantes não se ficam por aqui. A Mercedes-Benz, que traz quatro carros de fábrica, ainda contará com o espanhol Daniel Juncadella que venceu o Grande Prémio de Macau de F3. Outro ex-vencedor de F3 que está de regresso à RAEM é Lucas Di Grassi. O brasileiro campeão da Fórmula E, para carros eléctricos, tripulará um Audi e tentará emular o sucesso conseguido em 2005 nos monolugares. Por fim, Felix Rosenqvist, o sueco que venceu a corrida de F3 por duas ocasiões, estreia-se na corrida dos “supercarros” com um Ferrari 488 GT3 de uma equipa norte-americana. A BMW abdicou de António Félix da Costa, para tristeza dos adeptos portugueses, mas convocou Augusto Farfus que também por cá já venceu, nos tempos em que a marca da Baviera corria no WTCC, com a particularidade do brasileiro ir conduzir o 18º “BMW Art Car” desenhado pela artista chinesa Cao Fei. Quem segue de perto as corridas de GT sabe que a lista de favoritos não se fica por aqui, pois há um ex-vencedor das 24 Horas de Le Mans, Romain Dumas, o campeão da Blancpain GT Sprint Cup, Mirko Bortolotti, um ex-campeão do DTM, Marco Wittman, ou o vencedor da Bathurst 1000, Chaz Mostert. Depois da Corrida de Qualificação no sábado, onde ninguém quererá cometer exageros, que no “nosso” circuito se pagam caro, espera-se uma super corrida de 18 voltas no domingo à hora de almoço. A não perder… Reputação intacta A corrida do ano passado, que teve apenas duas voltas competitivas, irritou as marcas e mereceu, com justiça, apupos por parte do público. Afinal de contas, a corrida acabou prematuramente e os espectadores pagaram por um espectáculo que não assistiram. Contudo, apesar do sururu causado, a reputação da corrida não saiu beliscada. “Macau é Macau e alguma controvérsia faz parte do espectáculo”, explicou ao HM Benjamin Franassovici, o responsável para esta prova da reputada empresa francesa SRO Organization, que entre outros campeonatos, organiza as Blancpain GT Series na Europa e Ásia, e que, pelo terceiro ano consecutivo, está a colaborar com a FIA e a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) em Macau. “O que aconteceu o ano passado foi algo único, penso que não veremos algo igual outra vez, mas foi também um acontecimento que gerou um vasto interesse num mundo mais amplo graças às redes sociais”, explica o responsável, que acrescenta: “Não penso que tenha sido má publicidade, e até pode ser considerado o contrário. Mas não acredito que um episódio assim irá acontecer de novo.” Este ano, das setes marcas que aceitaram o desafio da federação internacional, seis estão representadas a nível oficial (ndr: apenas a Ferrari não é oficial), o que é um recorde para a prova. Por outro lado, a Honda escolheu esta prova estrear pela primeira vez no continente asiático o novo NSX GT3. Pilotos de Fábrica Audi Lucas Di Grassi Nico Muller Robin Frijns BMW Augusto Farfus Marco Wittman Tom Blomqvist Ferrari Felix Rosenqvist Honda Renger Van der Zande Lamborghini Mirko Bortolotti Mercedes-Benz Maro Engel Edoardo Mortara Raffaele Marciello Dani Juncadella Porsche Laurens Vanthoor Romain Dumas Darryl O’Young
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de Macau51º Grande Prémio de Motos de Macau: Irwin esmaga favoritos Rutter e Hickman [dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]lenn Irwin não esteve com contemplações e na sessão de qualificação de ontem esmagou os favoritos do Grande Prémio de Motos de Macau. O piloto da Ducati vermelha impôs-se a Michael Rutter em 1,462 segundos e deixou Peter Hickman, o vencedor da edição de 2016, a 1,952 segundos. O piloto da Irlanda do Norte já tinha mostrado ao que vinha nos treinos-livres, mas foi na qualificação, que encerrou o programa do primeiro dia do Grande Prémio, que verdadeiramente impressionou. Contudo, resta saber quanto Rutter, que parou dez minutos antes da sessão acabar, e Hickman esconderam no dia de ontem e o que ainda realmente dispõem as suas BMW para contra-atacar a ofensiva inicial da mota italiana. Irwin rodou em 2:24.310, ficando a apenas sete décimas do recorde da pista. “A pista ainda está um pouco suja, mas vai melhorar. Ainda há algumas coisas que podemos fazer na mota. Por exemplo, estamos a ter muita aderência na zona central do pneu. Ter aderência é bom, mas assim estou a perder tempo. Amanhã talvez use um pneu diferente, mais duro”, disse o piloto da reputada equipa Paul Bird Motorsport. Conor Cummins e Martin Jessopp, dois outros veteranos do Circuito da Guia, foram quarto e quinto respectivamente, com Derek Sheils a surpreender ao ser sexto. O português André Pires marcou o 26º tempo, a 13,281 segundos da marca registada pelo herói do dia. Os pilotos das duas rodas abrem hoje pelas 7h30 as hostilidades do segundo dia do Grande Prémio ao disputarem a sessão de qualificação final que determinará a grelha de partida para a corrida de sábado à tarde.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça do mundo de F3 da FIA | Poucos mas bons [dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]inte e um jovens lobos, e um veterano, dão corpo à edição deste ano do “Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA”, naquela que é a mais pequena grelha de partida da prova desde 1983, quando a categoria de Fórmula 3 foi introduzida no Circuito da Guia. Apesar do número inferior a edições anteriores, que nunca esteve abaixo dos 28 concorrentes, a prova rainha do cartaz do evento volta a reunir esta semana os melhores pilotos da especialidade, sequiosos de suceder ao português António Félix da Costa como vencedor de tão prestigiada corrida. Entre os participantes, destacam-se Lando Norris, o campeão europeu e a partir do próximo ano terceiro piloto da McLaren F1, e Joel Eriksson, o vice-campeão europeu e protegido da BMW. Num ano em que os motores Volkswagen se impuseram aos Mercedes-Benz, este duo, que utilizará os propulsores do construtor de Wolfsburg, assume algum favoritismo. Por seu lado, a marca de “estrelinha” volta a depositar uma enorme fé nos monolugares da SJM Theodore Racing by Prema. Callum Ilott e Maximilian Gunther irão capitanear a armada de quatro carros preparados pela equipa italiana Prema PowerTeam e patrocinados por Teddy Yip Jr, filho de Teddy Yip, um dos grandes impulsionadores do Grande Prémio de Macau. Ao contrário das edições anteriores, quando houve uma avalanche de “veteranos” da Fórmula 3 com vitórias no Circuito da Guia no seu currículo, este ano haverá só a participação de três pilotos de “outra geração”, neste caso, Sérgio Sette Câmara, Kenta Yamashita e Yuhi Sekiguchi. Apesar de não serem nomes tão sonantes, o piloto brasileiro, que detém o recorde da volta mais rápida ao Circuito da Guia, e Yamashita, foram precisamente o terceiro e quarto classificados, respectivamente, na edição do ano passado, apenas atrás dos incontornáveis Félix da Costa e Felix Rosenqvist, o que lhes dá entrada no restrito grupo de candidatos ao triunfo. A lista de participantes conta com dois apelidos bastante familiares, mesmo para aqueles que não seguem de perto o automobilismo: Piquet e Schumacher. Pedro Piquet é filho do tricampeão do mundo de F1, enquanto Mick Schumacher é filho do heptacampeão mundial. Ambos competiram este ano no europeu da especialidade, mas ficaram fora do “Top-10”. Destaque ainda para a participação de Ryuji Kumita, que corre com o pseudónimo de “Dragon” e que aos cinquenta anos de idade fará a sua estreia na prova. O piloto japonês, que há vários anos disputa o campeonato de Fórmula 3 nipónico, irá tornar-se o piloto mais velho na corrida desde que Barry Bland, que nos deixou este ano, convenceu Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado, que a Fórmula 3 era o caminho a seguir. Este ano, após um ano de interrupção, os Fórmula 3, todos construídos pela fábrica italiana Dallara, voltam a ser “calçados” pela Yokohama. O que eles dizem Felix Rosenqvist (Ferrari): “A pista de Macau muda todos os anos. Num carro de GT sentem-se mais os ressaltos, logo é uma sensação diferente. Considero-me um potencial vencedor.” Laurens Vanthoor (Porsche): “Será um desafio num carro diferente, com uma nova equipa. O ano passado eu estava na Audi a lutar contra os Porsche, este ano é ao contrário. Será interessante.” Maro Engel (Mercedes): “A oposição é de grande nível e todos estão motivados. Contudo, nós também temos uma equipa forte e um carro que tem tudo o que é preciso para vencer.” Edoardo Mortara (Mercedes): “Sinto-me muito confortável em Macau e sempre tive muito sucesso aqui no passado. Agora o meu maior objectivo é conseguir vencer para a Mercedes-AMG.” Marco Wittman (BMW): “Adoro Macau, mas a minha experiência em carros de GT até agora foi no BMW Z4 GT3. Estou curioso para ver como se comporta o BMW M6 GT3 nestas ruas apertadas.”
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauTaça CTM de Carros de Turismo de Macau: Um pouco de tudo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Taça CTM de Carros de Turismo de Macau, aquela que é a corrida que mais pilotos de Macau reúne, trinta e cinco no total, apresenta-se com um formato diferente este ano, aglomerando numa só corrida os concorrentes da “antiga” Taça CTM e aqueles que participavam na extinta Corrida Macau Road Sport Challenge. A corrida que já foi um marco das corridas de carros de Turismo no continente asiático será dividida em duas classes, uma para viaturas 1600cc Turbo e outra para viaturas 1950cc ou Acima, uma decisão que não foi do agrado da maioria dos pilotos. Vinte e cinco pilotos de cada uma das classes foram apurados para esta prova nas corridas de qualificação realizadas no Verão no Circuito de Zhuhai, mas destes, apenas dezoito melhores de cada classe irão participar na corrida da manhã de domingo. Cada categoria terá as suas sessões de treinos-livres e qualificação exclusivas, reunindo-se todo o pelotão de 36 viaturas na corrida de 12 voltas. Na classe 1600cc Turbo, onde participam cinco conhecidos nomes portugueses, Paul Poon (Peugeot RCZ), seis vezes vencedor desta corrida, confirmou o favoritismo, efectuando a melhor marca. Numa sessão que acabou com bandeiras vermelhas, devido ao aparatoso acidente de Ryan Wong (Chevrolet Cruze) na Curva “R”, Liu Man Kit (Mini Cooper S) e Célio Alves Dias (Mini Cooper S), ambos de Macau, foram os segundo e terceiro mais rápido, respectivamente. Filipe Clemente Souza (Chevrolet Cruze) foi apenas o quinto na tabela de tempos, mas antes da sessão ser interrompida vinha claramente a melhorar o seu melhor “crono”. Eurico de Jesus (Ford Fiesta) fez o 11º tempo, ao passo que Rui Valente (Mini Cooper S), com problemas técnicos, e Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) que deu um ligeiro toque no gancho da Melco, tiveram um dia menos feliz. Disputada sob um sol radioso, a sessão dos concorrentes da classe 1950cc ou Acima, os carros mais rápidos das duas classes, foi bastante tranquila, sem incidentes de maior, com o grande favorito à vitória no domingo e piloto local Leong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) a realizar o melhor tempo, superando por oito décimas de segundo o colombiano residente em Zhuhai, Julio Acosta (Lotus Evora). Mesmo com o carro a verter óleo, Wong Wan Long (Mitsubishi Evo9), outro piloto do contingente da casa, foi o terceiro. Apesar de ter perdido algum tempo da sessão parado nas boxes, Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) fez o nono tempo, ao passo que o estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo9) foi o 17º na sessão.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de Macau51ª edição do Grande Prémio de Motos – Reedição de 2016 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau vai ser uma reedição do confronto do ano transacto. Os três primeiros da corrida de 2016 – Peter Hickman, Michael Rutter e Martin Jessopp – assumem o papel de principais intervenientes na prova desta semana. Este trio, que promete proporcionar um duelo memorável, está munido de BMW S1000RR, a mota de eleição na actualidade nas corridas de estrada. Hickman e Rutter farão equipa na SMT / Bathams, enquanto Jessopp montará pela Riders Motorcycle. Cada um deles tem um objectivo firme. Hickman quer chegar à terceira vitória em Macau, Rutter quer atingir o nono triunfo e Jessopp alcançar o seu primeiro, depois de ter subido ao pódio por cinco ocasiões. Como acontece todos os anos, são vários os veteranos de Macau à partida, como Gary Johnson, Connor Cummins ou Horst Saiger. Contudo, segundo a imprensa especializada, há dois “novatos”, a ter em conta. Gleen Irwin, em Ducati 1199RS, já o ano passado deu nas vistas com a mota italiana, ao passo que Dean Harrison, em Kawasaki ZX10RR, que este ano vem a fazer uma fortíssima segunda metade de temporada, com triunfos no GP Uslter e na Classic TT. Será nesta corrida que iremos encontrar o único piloto que representará Portugal no evento. André Pires já prepara o regresso a Macau onde vai tripular a Kawasaki ZX10R, preparada por uma equipa portuguesa, com que competiu ao longo da temporada. Apesar de uma preparação com limitações, o piloto transmontano ambiciona ficar classificado acima do 13º lugar, o seu melhor registo no território. Para os que seguem com mais atenção esta corrida Grande Prémio certamente irão sentir a falta de nomes familiares como John McGuinness, que correu em Macau por 18 anos consecutivos, ou Ian Hutchinson, ambos ainda a recuperar de mazelas físicas, resultado de acidentes. Já Stuart Easton, outro ex-vencedor no Circuito da Guia, retirou-se das pistas no final do ano passado. Segurança é prioridade Quem ao vivo assiste pela primeira vez à única corrida de “duas rodas” do programa, fica deveras impressionado com as velocidades que os pilotos atingem entre os muros do Circuito da Guia. As corridas de motociclismo em circuitos de estrada são das mais perigosas entre as várias especialidades do desporto motorizado, e, como tal, em Macau, a segurança é levada à risca, apesar das particularidades do próprio circuito. “Este é talvez o único evento nos tempos que correm que conjuga automóveis e motociclos no mesmo programa, sendo este basicamente um circuito montado para automóveis”, explicou ao HM Carlos Barreto, o Director de Corrida do Grande Prémio de Motos. “As medidas de segurança implementadas nos últimos anos, digamos a fase moderna do evento, foram na sua maioria para os automóveis e tendo em conta esses pressupostos, resta-nos trabalhar sobre o que existe, no sentido de assegurar as melhores condições possíveis para os pilotos dos motociclos.” Há uma série de medidas suplementares que anualmente se implementam, procurando sempre manter uma articulação com a rotina diária da cidade, designadamente, “optimizar o pavimento nas zonas que carecem de reparação para não existirem diferenças no granulado e nas junções, “queimar” a sinalização horizontal rodoviária nas zonas mais críticas, como zonas de travagem, curvas rápidas, por exemplo, onde todos os anos há uma ou outra situação nova fruto do desenvolvimento da cidade”, refere o engenheiro de profissão, reforçando que existe “um diálogo permanente com os pilotos, informando-os das condições do circuito, que podem alterar-se num mesmo dia.” Tornar isto tudo possível não é tarefa fácil, visto que a prova da RAEM, ao contrário das principais corridas de “Road Racing”, como a Ilha de Man TT ou a NW200, tem que existir um entendimento com as entidades responsáveis pelas corridas de automóveis. “É necessário muito diálogo interno para se procurar conciliar as propostas da FIA e, por vezes, esse compromisso pode demorar um nadinha mais”, acentua Carlos Barreto, que dá como exemplo “a passadeira para peões ao início da Estrada de São Francisco que foi recolocada uns metros adiante e essa alteração, efectuada a título permanente em 2016, o que contribuiu para melhorar em termos de segurança esta zona do circuito para os pilotos de motociclos.” Ao longo destes anos a prova do território manteve a sua elevada estima internacional e continua todos os anos a atrair os melhores pilotos da actualidade, no que respeita ao motociclismo de velocidade de estrada. E isto não acontece por acaso. “Em primeiro lugar, a simpatia da equipa que organiza o evento, o espírito e o apelo da cidade, a atmosfera e a excitação sentida e vivida nesses dias, que podem ser longos, o programa social que lhes é preparado e que serve para promover os pilotos e as equipas nesta parte do globo, a crescente cobertura pelos “media” especializados de todo o mundo”, a que se alia “a glória de conquistar este circuito, um circuito exigente e que pelas suas características constitui um grande desafio à capacidade e adrenalina desses pilotos.” Apesar de todas medidas segurança que têm vindo a ser implementadas ao longo dos anos, o risco inerente à natureza desta corrida dá inevitavelmente outro valor ao título de vencedor do Grande Prémio de Macau de Motos, continuando este a ser altamente cobiçado e respeitado no “mundo” das corridas de motociclismo.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Apenas um piloto de Portugal ao volante [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi confirmado na noite de quinta-feira que Tiago Monteiro não irá participar na prova do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) na 64ª edição do Grande Prémio de Macau. A ausência do piloto portuense significa que o contingente da “metrópole” será o mais pequeno das últimas três décadas. O piloto português de 41 anos continua ainda em recuperação após o violento acidente sofrido numa sessão de testes privada em Barcelona, no início de Setembro, que lhe afectou a visão e outras funções cognitivas. Monteiro liderava o mundial até à altura do acidente que lhe custou também a participação nas provas de Motegi (Japão) e Ningbo (China). Depois de ter triunfado na Corrida da Guia o ano passado, tendo sido o primeiro piloto português a conseguir tal feito, Monteiro não poderá defender o título e muito provavelmente ficará arredado da luta pelo ceptro do campeonato. No entanto, nesta fase, o mais importante para o piloto oficial da Honda é mesmo recuperar todas as suas capacidades físicas. “Não escondo a desilusão de não poder continuar a lutar pelo título no WTCC em Macau. O Circuito da Guia é um dos mais desafiantes e das pistas que mais gosto. Sinto-me preparado para voltar e encontro-me fisicamente capaz, no entanto, o risco de um segundo impacto poderia ser desastroso para o meu corpo, pelo que é necessário esperar um pouco mais”, explicou o piloto português, em comunicado de imprensa. Tal como na prova da China, o argentino Esteban Guerrieri irá novamente substituir Monteiro no terceiro Honda Civic TC1 de fábrica. Desde os anos 80 Com a confirmação da ausência de Monteiro, a lista de pilotos portugueses presentes na edição deste ano do evento desportivo de referência da RAEM cai para apenas um representante, André Pires, no Grande Prémio de Motos. Já há mais de trinta anos que a presença de pilotos portugueses não residentes em Macau era tão pequena. Apesar do Grande Prémio de Macau ter gozado sempre uma projecção aceitável em Portugal, até porque o evento tinha a colaboração da Secção de Macau do Automóvel Club de Portugal, só em meados de 1980 é que começaram a aparecer pilotos profissionais do país, tanto nas motas, como nos automóveis, uma comparência que tem sido contínua até aos dias de hoje. O primeiro piloto profissional de Portugal a competir no Circuito da Guia foi o lisboeta Joaquim Filipe Nogueira que participou na corrida principal do Grande Prémio em 1966, tendo liderado e desistido à segunda volta com um Lotus 22 emprestado por Teddy Yip, visto que o seu Brabham F3-4 ficou preso na alfândega de São Francisco (Califórnia) quando fazia escala para Hong Kong.
Sérgio Fonseca DesportoCharles Leong sagrou-se o mais jovem campeão do asiático Fórmula Renault 2.0 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] piloto de Macau, Leong Hon Chio, mais conhecido no meio automobilístico por Charles Leong, de apenas 15 anos, sagrou-se este ano o mais jovem campeão da história do asiático de Fórmula Renault 2.0 e como prémio teve a oportunidade de viajar até à Europa para um primeiro contacto com o automobilismo do velho continente, aquele que é mundialmente reconhecido como o mais exigente. O campeão asiático participou no teste colectivo organizado pela Renault Sport a semana passada no circuito de Barcelona. Em Espanha, Leong foi colocado num dos monolugares da equipa inglesa Mark Burdett Motorsport e fez o 31º tempo entre os trinta e seis participantes convidado pela marca francesa. O actualmente único representante de Macau em provas de fórmulas de formação admitiu que esta experiência não foi fácil dado o desconhecimento que tinha da pista catalã e da presença em pista de vários monolugares. “O Fórmula Renault é um verdadeiro carro de corridas, onde se conseguem atingir velocidades de ponta elevadas. É um excelente carro, mas esta pista foi difícil de aprender por causa do tráfego”, disse o jovem piloto da RAEM. Sobre os planos da próxima época, Charles mantém o discurso contido, até porque tudo dependerá dos apoios que consiga reunir. “Vamos ver como corre este Inverno, mas espero conseguir competir na Eurocup (Fórmula Renault 2.0) no próximo ano”. Leong aproveitou a estadia na Europa para visitar as fábricas de Fórmula 1 da Renault e Force India e estabelecer contactos a pensar no futuro. Campeão chinês de F4 Antes do périplo europeu, o aluno da Escola Internacional de Macau festejou mais outro sucesso. Para além do Campeonato Asiático de Fórmula Renault 2.0, Leong também alcançou o título de campeão da China de Fórmula 4 naquela que foi a sua participação a tempo inteiro na categoria. O piloto do território dominou a competição apoiada pelo construtor automóvel chinês Geely de fio a pavio. Com esta conquista somou pontos para a Super-Licença da FIA, ganhou o almejado prémio monetário de 150,000 yuan e um convite para estar presente na tradicional cerimónia de entrega de prémios da Federação Internacional do Automóvel no final do ano.
Sérgio Fonseca DesportoMak Ka Lok irá representar a RAEM na corrida do WTCC [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]em André Couto, nem Rodolfo Ávila, nem Andy Chang. Nas quatro corridas “cabeça de cartaz” do 64º Grande Prémio de Macau, a RAEM tem um só representante: Mak Ka Lok. O veterano piloto de Macau vai conduzir o mesmo Lada Vesta TC1 que Filipe Clemente Souza conduziu nas provas do mundial em Ningbo (China) e Motegi (Japão) na Corrida da Guia que este ano volta albergar uma ronda do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC). O facto de apenas ter agendado o primeiro contacto com o carro e a equipa RC Motorsport no fim-de-semana do Grande Prémio limitam as ambições de Mak Ka Lok que participou na Corrida da Guia, quando esta pontuava para o WTCC, de 2011 a 2013 com o seu BMW 320si. “É um grande desafio para mim correr nestas corridas. Como sabem, eu nunca conduzi, nem irei testar um carro TC1 antes do Grande Prémio”, admite Mak Ka Lok, em conversa com o HM. “Claro que isto fará com que seja lento na sessão inicial, mas acredito que vou melhorar sessão após sessão. O meu objectivo é terminar todas as sessões sem cometer erros e qualificar-me dentro dos 107% do tempo da pole-position.” Se cumprir o objectivo de obter a marca mínima obrigatória para alinhar nas duas corridas do fim-de-semana, o que já por si não será fácil, Mak Ka Lok espera “ver a bandeira de xadrez nas duas corridas”, sendo que o resultado final ficará forçosamente para segundo plano, pois “não seria realista dizer que ambiciono ganhar ou colocar as expectativas muito altas.” Como preparação para a corrida “vou fazer alguns treinos para apurar a minha condução, com o apoio de sessões de simulador em Macau. Acredito que possa ajudar, pois é isso que fazem as equipas de Fórmula 1 com o limite de treinos antes das corridas”. Quase por acaso Apesar de ser um piloto regular das corridas de carros de Turismo do território, Mak Ka Lok não procura uma carreira internacional, nem tem ambições de ombrear com os melhores pilotos da especialidade. Contudo, brotada a oportunidade, o piloto do território não disse que não ao desafio de voltar a correr com os melhores do mundo da especialidade. “Foi uma situação bastante acidental”, explicou ao HM. “Um amigo perguntou-me em Maio se eu queria correr no WTCC em Macau, porque alguém tinha reservado o lugar e por alguma razão não poderia correr. Mas na altura ninguém estava certo se o WTCC iria regressar a Macau ou não. Então, prometi que se o WTCC regressasse, iria aproveitar a oportunidade. E assim foi!” Caso Mak Ka Lok não tivesse chocado com esta oportunidade, então, pela primeira vez na história, a RAEM não teria qualquer representante numa das corridas “cabeça de cartaz” do seu maior evento desportivo de carácter anual.
Sérgio Fonseca DesportoBMW tinha outros planos para Félix da Costa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] lista de inscritos da 10ª edição da Taça GT Macau e 3ª edição da Taça do Mundo FIA de GT é uma das mais fortes, talvez mesmo a mais forte, do programa da 64ª edição do Grande Prémio de Macau. Contudo, há uma ausência que se destaca entre tantos nomes sonantes, o de António Félix da Costa. Com dois triunfos no Grande Prémio de Fórmula 3, o piloto português era uma opção evidente para a BMW para a prova de Grande Turismo do território, mas o construtor de Munique acabou por apostar no brasileiro Augusto Farfus Jr, no alemão Marco Wittmann e no australiano Chaz Mostert para conduzirem os BMW M6 GT3 oficiais, ou semi-oficiais, nas ruas do território. Félix da Costa ficou obviamente desapontado com a escolha da BMW Motorsport, mas está consciente que o construtor germânico tem outras prioridades delineadas para si. “Infelizmente este ano não vou correr em Macau, pois é um evento muito especial ao qual adoraria regressar nos GTs”, revelou o piloto da linha de Cascais ao HM, explicando que “temos compromissos de Fórmula E nessa altura e o campeonato começa logo no fim-de-semana seguinte, pelo que a BMW optou por outros pilotos, de forma a que eu me possa concentrar na Fórmula E!” Félix da Costa renovou com a MS&AD Andretti, a equipa oficial da BMW Motorsport na competição de carros eléctricos cuja quarta temporada arranca no fim-de-semana de 2 e 3 de Dezembro aqui ao lado nas ruas de Hong Kong. Em Macau para ensinar Apesar de não ter responsabilidades ao volante de 16 a 19 de Novembro, o piloto luso deverá estar presente no evento, numa função bastante diferente, mas igualmente importante. “É quase certo que esteja em Macau, mas do lado de fora, com outras funções”, disse ainda Félix da Costa ao HM. Dada a sua rapidez e experiência neste circuito singular aos comandos dos Dallara de Fórmula 3, o piloto luso tem sido requisitado por vários pilotos e equipas para exercer a posição de “driver coach”. Além do envolvimento no Campeonato FIA de Fórmula E, Félix da Costa também exerce um papel preponderante no novo programa desportivo da BMW Motorsport no Campeonato do Mundo FIA de Endurance, sendo um dos pilotos de testes do novo BMW M8 GTE.
Sérgio Fonseca DesportoTemporal de Ningbo não trava Ávila nem Souza [dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]ois pilotos da RAEM estiveram em pleno destaque na inauguração do novo circuito chinês de Ningbo no pretérito fim-de-semana. Num evento que ficará marcado pelas condições climatéricas adversas, Filipe Clemente de Souza fez a sua estreia este ano no Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), conseguindo pontuar à primeira, enquanto Rodolfo Ávila continuou a sua campanha no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC), conseguindo dois resultados que lhe permitiram subir na classificação do campeonato. Souza pontua no WTCC O ex-campeão de Macau de carros de Turismo, Filipe Souza, aos comandos de um LADA Vesta TCR da equipa RC Motorsport, qualificou-se na décima sexta posição para as duas corridas do fim-de-semana, tendo aproveitado os vários acidentes da primeira corrida, para terminar, com uma actuação firme e sem erros, no décimo lugar, somando assim um ponto. A segunda corrida haveria de ser anulada após três voltas atrás do safety-car, pois a direcção da corrida considerou que não estavam reunidas as condições mínimas de seguranças. “Estava muito perigoso”, reconheceu Souza ao HM. O piloto do território ficou satisfeito com o trabalho da equipa, que mostrou ser “muito profissional”, e gostou da primeira experiência ao volante de Lada, “um carro muito diferente do VW Golf TCR”, que habitualmente conduz no campeonato TCR China, e mais parecido “com o meu Chevrolet do MTCS”. Souza voltará a tripular o carro da marca russa na prova do WTCC no Japão, no último fim-de-semana de Outubro. A primeira corrida do WTCC em Ningbo foi ganha pelo argentino Esteban Guerrieri em Chevrolet Cruze. O piloto português Tiago Monteiro foi o grande ausente na prova, estando o portuense neste momento a recuperar do violento acidente no mês passado numa sessão privada de testes da Honda em Barcelona. Ávila sobe no CTCC Numa pista desconhecida à partida por todos os dezanove pilotos do CTCC, Ávila obteve o seu melhor resultado em qualificação esta temporada. Arrancando do quarto lugar para a primeira corrida do fim-de-semana, o piloto da equipa oficial do construtor SAIC Volkswagen sofreu uma série de toques no início, perdendo posições que haveria de recuperar até ao final, vendo a bandeira de xadrez no quinto lugar. Na segunda corrida, disputada também sob intensa chuva, Ávila fez um pião logo nos momentos iniciais, o que o obrigou a fazer outra corrida de recuperação com o VW Lamando GTS que o levou até ao sétimo posto. “Apesar de não ter conseguido um lugar no pódio, como gostaria, este fim-de-semana acabou por ser uma operação muito positiva no que respeita aos pontos obtidos, tanto para mim, como para a equipa”, disse Ávila que chegou à província chinesa de Zhejiang no sétimo lugar e regressou a casa em quarto. A próxima prova do CTCC será também uma estreia no campeonato. Ávila e os seus adversários na competição de carros de Turismo mais popular do continente asiático vão enfrentar-se num circuito citadino edificado em redor do Centro Desportivo de Wuhan, na província de Hubei, no fim-de-semana de 11 e 12 de Novembro.
Sérgio Fonseca DesportoRosenqvist esperado de Ferrari [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois de ter vencido o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 2014 e 2015 e ter finalizado em segundo o ano passado, Felix Rosenqvist deverá regressar este ano ao Circuito da Guia, mas para competir pela primeira vez na Taça do Mundo FIA de GT. A notícia foi avançada ontem pela revista inglesa Autosport, mas carece ainda de confirmação oficial, até porque a lista de inscritos da prova só será divulgada a 24 de Outubro. O piloto sueco deverá conduzir no circuito do território um Ferrari 488 GT3 da equipa norte-americana Scuderia Corse, estrutura que tem como director desportivo Stefan Johansson. O ex-piloto da Ferrari na Fórmula 1 venceu a Corrida de Qualificação do Grande Prémio de Macau em 1984 e, para além de grande entusiasta do Circuito da Guia, é também responsável pela gestão da carreira desportiva de Rosenqvist. Se conseguir vencer a corrida, Rosenqvist, que este ano está a competir no campeonato de monolugares japonês Super Fórmula, tornar-se-á o segundo piloto a vencer a corrida de Fórmula 3 e a prova de GT, um feito apenas conseguido até aqui por Edoardo Mortara. Com a participação inesperada deste Ferrari, o número de construtores diferentes na prova deverá ascender a seis. Corrida que promete A terceira edição da Taça do Mundo FIA de GT promete trazer alguns nomes sonantes ao Circuito da Guia. É aguardada com alguma expectativa se a Mercedes-Benz convoca o “Sr. Macau” Edoardo Mortara para esta corrida, se a BMW aposta em António Félix da Costa, se a Porsche chama o campeão em título Laurens Vanthoor e se a Audi comparece à partida com um outro piloto lusófono ex-vencedor no Circuito da Guia. Enquanto essas dúvidas não são dissipadas, confirmada já está a participação do brasileiro Augusto Farfus, que guiará um BMW M6 GT3 especial: o 18º exemplar da Colecção BMW Art Car, saído da imaginação da artista chinesa Cao Fei. O construtor da Baviera irá reforçar-se em Macau com mais dois M6 GT3 de uma equipa privada de Taiwan. A AAI Motorsports vai colocar em pista um BMW para o alemão Marco Wittmann, um ex-campeão do DTM, piloto de fábrica da casa de Munique e que já foi sétimo classificado nesta corrida, e outro para o australiano Chaz Mostert que compete no seu país no campeonato V8 Supercars e que impressionou nas 24 Horas de Bathurst. Já a Mercedes irá reforçar-se em Macau com mais AMG GT3 da equipa privada GruppeM Racing, entregues aos pilotos Raffaele Marciello e Maximillian Buhk.
Sérgio Fonseca DesportoRui Reigoto gostava de voltar ao Circuito da Guia [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ui Reigoto é um nome incontornável do motociclismo de velocidade em Portugal. O piloto de Chaves que coleccionou ao longo da sua carreira desportiva vários títulos nacionais nas principais categorias do Campeonato Nacional de Velocidade, bem como vitórias importantes em provas internacionais, como no Grande Prémio de Macau, gostaria de regressar ao Circuito da Guia em Novembro, no entanto, a regulamentação do 51º Grande Prémio de Motos de Macau não o permite. Actualmente, os requisitos de participação na prova de duas rodas do Grande Prémio obrigam a que os pilotos tenham participado na prova do território nos últimos dois anos (2015 ou 2016), ou então que tenham tomado parte em eventos de estrada como a Ilha de Man, o Grande Prémio do Ulster ou a North West 200. Apesar de cumprir o segundo critério, que exige a que os pilotos tenham competido nos últimos anos na classe Superbikes ou Superstock 1000 de um campeonato nacional reconhecido, Reigoto já não corre no Circuito da Guia desde 2008, onde tripulou uma Kawazaki na agora extinta classe Supersport, nem tem possibilidades de participar nas provas britânicas. Esta situação não deixa de ser frustrante para um piloto que também conquistou títulos em provas de resistência. “Sempre que fui a Macau obtive bons resultados e só por uma vez não fui o melhor português”, relembra Reigoto ao HM. Questionado pelo HM se a organização da prova deveria abrir uma excepção para o seu caso, o piloto de Chaves é bastante claro: “Não digo abrir uma excepção só por abrir. Sou um piloto que já ganhei em Macau em 1998 e 2000 (classe Supersport) e acho que os vencedores deveriam ter uma atenção mais especial. Felizmente tenho um currículo que fala por mim.” Vontade não falta Se num passado recente Portugal contava com três motociclistas nas grelhas de partida do Grande Prémio de Motos, este ano, a exemplo do que aconteceu em 2016, apenas André Pires cumpre os requisitos de selecção para estar presente na prova. Apesar das restrições, o evento da RAEM continua a despertar bastante interesse em Portugal e a Federação de Motociclismo de Portugal (FMP) não esconde que gostava de num futuro próximo contar com uma participação mais numerosa. “Não são os portugueses que não querem ir… Macau é que não deixa ir ninguém sem antes participar noutras provas que se realizam no Reino Unido”, salienta o piloto da equipa lusa Yamaha Reigoto JBS / Anubisnetworks. O piloto nortenho admite que “não tem receio em participar em qualquer prova desde que tenha um pouco de colaboração dos organizadores, pois não vivo a 100 km das provas em questão, mas a mais de 3000 km…” Reigoto, que nas pistas portuguesas mantém a invencibilidade esta temporada na categoria de Superbike, após ter vencido ambas as corridas do passado fim-de-semana no Autódromo do Estoril, realça que “desde que eu e o Luís Carreira deixamos de correr em Macau, nunca mais tivemos um português ao nosso nível. Os resultados de todos falam por si”. Embora este ano não possa competir na prova e de uma alteração nos critérios de selecção do Grande Prémio de Motos ser pouco provável a curto prazo, Reigoto reconhece que “ir a Macau ainda hoje é um sonho, porque adoro a pista, as pessoas e a atmosfera do Grande Prémio…” O Circuito da Guia continua a preencher o imaginário dos pilotos de motas em Portugal e a FMP quer manter as boas relações com os agentes do território, sendo expectável que o actual cenário melhore para os pilotos lusos nos tempos vindouros.