João Luz PolíticaNatalidade | Pedidos incentivos e apoios sociais Aumento das licenças de maternidade e paternidade e do montante do subsídio de natalidade devem ser medidas a explorar pelo Governo para inverter a tendência demográfica na RAEM, na óptica da deputada Wong Kit Cheng. A legisladora e vice-presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau está preocupada com a quebra da taxa de natalidade, que baixou para níveis que não eram vistos desde 1985, e espera que o Executivo de Ho Iat Seng dê resposta à crise demográfica. Para tal, sugere que o Governo estude a forma de inverter a situação, implementando políticas nas áreas da saúde, educação, habitação e segurança social. Wong Kit Seng, em declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, recordou que a medida temporária de pagamento de 14 dias de licença de maternidade termina no final deste ano, mas espera que o Governo acelere a regularização do apoio, e que tente aproximar a duração da licença de maternidade ao que se pratica nas regiões vizinhas. A presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau considera que a questão da natalidade não se prende apenas com os elevados custos inerentes a ter e criar um filho, e que o Governo deve ponderar auxiliar instituições que providenciem serviços sociais, como creches. Importa referir que a associação presidida por Ng Sio Lai seria uma das potenciais beneficiárias de uma medida semelhante pelo simples motivo de gerir várias creches e infantários no território. A responsável acrescenta que o Executivo deveria aprovar incentivos fiscais para quem tem filhos e que as obrigações legais das empresas devem vincular em primeiro lugar as grandes companhias e concessionárias de jogo.
João Luz Manchete PolíticaCooperação | Ho Iat Seng estreita laços entre Macau e Jiangxi Em visita a Jiangxi, o Chefe do Executivo e as autoridades provinciais acertaram agulhas para reforçar a cooperação em áreas como o turismo, ciência, tecnologia e medicina tradicional chinesa. Ho Iat Seng agradeceu ao Governo local pelo fornecimento de produtos agrícolas de “alta qualidade” Uma comitiva do Governo da RAEM visitou a província de Jiangxi neste fim-de-semana com o objectivo de acertar detalhes institucionais para reforçar a cooperação entre os dois territórios. Num comunicado divulgado na noite de domingo, o Gabinete de Comunicação Social indica que “Ho Iat Seng acredita que existe potencial de cooperação e espaço de desenvolvimento entre Jiangxi e Macau, em várias áreas, especialmente em turismo, ciência e tecnologia e medicina tradicional chinesa”. Numa reunião com o secretário do Comité Provincial de Jiangxi do PCC, Yin Hong, e o governador da província de Jiangxi, Ye Jinchun, o Chefe do Executivo da RAEM “agradeceu o apoio de Jiangxi a Macau, no fornecimento de produtos agrícolas de alta qualidade”, referindo-se às trocas comerciais entre os dois territórios. Por sua vez, Yin Hong destacou a cooperação estreita e o intercâmbio económico e comercial frequente entre Jiangxi e Macau. O responsável deixou o desejo de que o Governo da RAEM e o Gabinete de Ligação do Governo Central da RAEM continuem a apoiar o desenvolvimento da província, nomeadamente através da plataforma de ligação entre o Interior da China e os países de língua portuguesa para “ajudar as empresas da província a ‘irem além-fronteiras’”. Por outro lado, o secretário do Comité Provincial salientou as “vantagens de Macau nos sectores financeiro moderno, comercial e logístico, e de serviços de qualidade” e a missão estratégica de “impulsionar mais empresas de excelência de Macau a desenvolverem-se em Jiangxi”. Tecnologia verde Yin Hong, que também exerce o cargo de presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Provincial, sugeriu que ambos os territórios “explorem mais o mercado de fornecimento de produtos agrícolas de alta qualidade, desenvolvam a cooperação na cadeia da indústria da medicina tradicional chinesa, reforcem o intercâmbio de quadros qualificados na área de inovação e da ciência e tecnologia e reforcem a colaboração no âmbito da cultura e turismo”. O director do Gabinete de Ligação, Zheng Xincong, que também participou no encontro, elogiou as autoridades de Jiangxi e afirmou que a economia e sociedade da província “alcançaram um forte desenvolvimento, sublinhando que em matéria de civilização ecológica estão entre os melhores do país, tendo um vasto futuro no desenvolvimento do sector de alta tecnologia”. Após o encontro, foram assinados vários acordos de cooperação entre o Governo de Jiangxi, o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, o Governo da RAEM e as entidades competentes.
João Luz Manchete PolíticaRuínas | Mostra criticada por não corresponder à realidade A Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo, organizada pelo Instituto Cultural, gerou críticas por alegadamente conter erros históricos e denotar fraca investigação e fundamentação científica. Uma das críticas incide sobre a recriação de uma missa, onde o padre virtual está virado para os fiéis, algo que só passou a ser prática comum na segunda metade do século XX A exposição “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo — Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo”, organizada pelo Instituto Cultural (IC), tem motivado algumas críticas nas redes sociais devido à alegada falta de autenticidade histórica e reconstrução imaginativa da igreja em ruínas e que é hoje em dia um dos principais pontos turísticos de Macau. Um artigo publicado no jornal All About Macau enumera algumas incorreções históricas, ou ausência de base científica, na reconstrução virtual da Igreja da Madre de Deus, vulgarmente conhecida como Igreja de São Paulo, e das imediações. Uma das inconsistências históricas apontadas pela publicação é o facto de apesar de a igreja ter sido totalmente destruída na sequência de um incêndio em 1835, sem posterior reconstrução, as imagens de uma missa na exposição virtual do IC mostrarem o padre a dirigir a homilia voltado para os crentes. “É impossível que tal tenha acontecido no século XIX, porque antes do Concílio Vaticano II, que se realizou nos anos 1960, os sacerdotes realizavam a missa de frente para o altar. Só depois dessa reforma os sacerdotes ministravam a missa voltados para os crentes (a chamada liturgia versus populum). Portanto, como é que esta situação poderia acontecer até 1835?”, é perguntado na publicação. Recorde-se que o IC apresentou o evento como “a reconstrução virtual das características históricas da antiga Igreja da Madre de Deus, antes de ter sido destruída por um incêndio, permitindo ao público apreciar uma conjectura interpretativa sobre a tipologia arquitectónica barroca da Igreja, com base em dados históricos relativos a um período de cerca de 400 anos.” A paróquia de São Lázaro comentou na conta do IC uma publicação que mostra a reconstrução da Igreja da Madre de Deus, afirmando “o altar representado na imagem não é definitivamente daquele tempo”, e que só passou a ser uma realidade “depois do Concílio Vaticano II”. Mote dado O artigo do All About Macau parte do exemplo da posição do padre na liturgia para caracterizar o rigor científico e histórico da exposição. “Através deste erro óbvio, pode-se aferir a seriedade da reconstrução histórica da igreja pela realidade virtual e a profundidade no estudo histórico,” é referido. É também apontada a falta de fontes e informações sobre o interior da Igreja da Madre de Deus, que se resumem a alguns escritos datados do século XVII e de uma obra do pintor George Chinnery que documentou a sacristia. As escavações arqueológicas às Ruínas de S. Paulo e às imediações realizadas na década de 1990, e o subsequente “estudo aprofundado apenas revelou noções básicas da estrutura e do layout da igreja”, insuficientes. Como tal, sem referências citadas, ou estudos académicos, é concluído que a exposição apresentada pelo IC deveria ser designada como uma criação artística em vez de reconstrução histórica. A página de Facebook da série Originale também sublinhou uma incorrecção temporal na reprodução de uma procissão que terá acontecido em 1603, na manhã da véspera de Natal, apresentando a fachada da Igreja da Madre de Deus já com a fachada e a escadaria cuja construção seria finalizada em 1640. Os comentários na publicação de Facebook não se poupam ao sarcasmo. Um internauta lamenta a falta de lojas de biscoitos de Macau, enquanto que outro comentador afirma que “a história não deve ser inventada, muito menos se deve enganar o público e tratar as pessoas como parvas”. A primeira fase da exposição “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo” estreou na segunda quinzena de Dezembro, atraindo cerca de 13 mil pessoas até 28 de Fevereiro. A segunda fase da exposição retorna na próxima sexta-feira é descrita pelo IC como uma “versão actualizada”, que irá apresentar “aspectos adicionais relativos ao restauro virtual do exterior e do ambiente envolvente da Igreja, apresentando também, de forma mais abrangente e tridimensional, o panorama interior e exterior da antiga Igreja”.
João Luz Manchete SociedadeTung Sing Tong | Despejo de loja centenária leva a intervenção policial A execução de um despejo causou confusão na Avenida do Almirante Lacerda, obrigando a intervenção policial. Os dois terrenos em disputa levaram a uma batalha judiciária ganha pela influente Associação de Beneficência Tung Sin Tong, presidida por Chui Sai Peng. No final do dia, uma idosa foi encaminhada para o Ministério Público acusada de desobediência Foto: Macau News Agency A confusão instalou-se na Avenida Almirante Lacerda na quarta-feira durante uma acção de despejo na sequência de uma ordem judicial que obrigou à chamada ao local de um largo contingente policial. Nas redes sociais e na comunicação social foram partilhadas fotografias que mostravam agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) a escoltar pelo braço uma senhora idosa. As autoridades emitiram na quarta-feira à noite um comunicado afirmando que uma pessoa foi levada ao Ministério Público por, alegadamente, impedir a execução de uma ordem judicial. No dia em que foi arrastada para fora do imóvel, Iong Lao Cheng deixou clara a sua mágoa. “A serração tem passado de geração em geração, está na posse da minha família há mais de um século. Trabalho aqui desde os 15 anos e aqui morrerei”, afirmou citada pelo All About Macau. Porém, explicam que às 10h de quarta-feira foi enviado um contingente do CPSP, a pedido do Tribunal de Última Instância, para executar uma acção de despejo que culminou uma batalha judicial entre a Agência Comercial Lee Seng Tiu Kei e a Tung Sin Tong. “Uma pessoa recusou acatar as ordens judiciais e após repetida insistência dos agentes policiais, foi levada ao Comissariado n.º 1 da Praia Grande da Polícia de Segurança Pública, assim como duas outras pessoas, para acompanhamento”. As autoridades salientam que durante a operação não se registaram feridos e que a senhora foi encaminhada para o Ministério Público, acusada de desobediência. Com barbas As cenas de quarta-feira marcaram o final de uma história que remonta à primeira metade do século passado. A Agência Comercial Lee Seng Tiu Ke, uma empresa familiar que se dedica à serração e comércio de madeiras, ocupava dois terrenos na Avenida Almirante Lacerda com cerca de 1.600 metros quadrados. Em 1948, a Associação de Beneficência Tung Sin Tong terá comprado os dois lotes, passando a família que geria a loja a pagar uma renda à associação, situação que se manteve durante quase seis décadas. Em 2007, a associação notificou a família para abandonar as fracções, abrindo o caminho para uma acção judicial que culminou em 2014 com uma decisão do Tribunal de Última Instância onde se negam os argumentos da família e é dada razão à associação. A Associação de Beneficência Tung Sin Tong é presidida por Chui Sai Peng e conta nos seus corpos dirigentes com personalidades conhecidas como Lao Ngai Leong chefe da delegação da RAEM na última sessão da Assembleia Popular Nacional, Ma Iao Iao, filho do histórico empresário Ma Man-kei, o deputado Chui Sai Cheong e Lino Ho Weng Cheong (um dos fundadores da Câmara de Comércio Europeia de Macau e empresário de construção). A Associação de Beneficência Tung Sin Tong é uma instituição de caridade tradicional, com uma longa história de filantropia em Macau, múltiplas vezes reconhecida com distinções oficiais como os prémios Lótus de Ouro, entregues pelo Governo.
João Luz SociedadeHengqin | Trinta residentes queixam-se de casas sem canalização Um grupo de 30 residentes de Macau apresentou queixa às autoridades Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin na sequência da compra de fracções num prédio na Ilha da Montanha que, alegadamente, não corresponde à planta e condições de habitabilidade previstas no contrato de compra e venda dos imóveis. Segundo o jornal Ou Mun, os queixosos apresentaram uma reclamação à Direcção dos Serviços de Planeamento Urbanístico e Construção de Hengqin, depois de não receberem resposta por parte da empresa de construção, argumentando, por exemplo, que os apartamentos do tipo duplex não estão apetrechados com canalização de água. Face à situação, os compradores recusaram tomar posse das fracções e assinar a escritura do registo de aquisição de imóvel. Esta queixa é recorrente em consumidores que compram imóveis em Hengqin que ainda estão em construção, e que na altura da entrega das fracções se deparam com um imóvel impróprio para habitação, ou seja, sem condições para montar uma cozinha ou casa de banho. A dirigente da Associação Geral das Mulheres de Macau e vogal do Conselho dos Consumidores Ao Sio Peng recordou que o Governo tem alertado repetidamente a população para prestar mais atenção aos detalhes da transacção. A responsável vincou que as queixas mais frequentes dizem respeito a problemas de qualidade de materiais, à compra de imóveis que afinal se destinavam para fins comerciais ou à entrega tardia de fracções.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Insegurança e hábito explicam uso de máscaras por jovens Comportamento de grupo, inadequação, insegurança e hábito são factores determinantes para que uma vasta maioria dos jovens de Macau continue a usar máscara, apesar das orientações do Governo que determinaram o alívio do uso. Um académico da UPM aponta receio e falta de autoconfiança como razões para a insistência No dia 26 de Fevereiro, o Governo declarou que, “em circunstâncias normais, não é obrigatório o uso de máscara para todas as pessoas em espaços ao ar livre”. Apesar de não haver na altura qualquer obrigação legal que determinasse a obrigação do uso de máscaras ao ar livre, nem regime sancionatório (excepto durante o período do surto pandémico do Verão passado), a máscara continua a ser uma constante nos rostos de quem percorre as ruas de Macau. A Associação de Beneficência Sin Meng fez um inquérito a alunos do ensino secundário para tentar perceber as razões para o elevado uso de máscaras entre os mais jovens, num vídeo partilhado nas redes sociais. Um aluno da Escola São Paulo testemunha o uso generalizado na escola que frequenta e a razão que o leva a não prescindir da protecção facial. “Basicamente, toda a gente na escola usa máscara”, revela. Apesar do alívio de quase todas as restrições, o estudante confessa que a ideia de destapar o rosto é desconfortável. “Depois de tanto tempo a usar a máscara, não me sinto bem a deixar de usar assim de repente. Preciso de tempo para me adaptar”, acrescenta. Um colega do mesmo estabelecimento de ensino indica que o receio é o motivo pelo qual não prescinde da máscara. “Vou continuar a usar a máscara até a pandemia acabar completamente em todo o Mundo. Acho que só aí me vou sentir seguro para prescindir da máscara”, afirmou. Um aluno do Colégio Yuet Wah explica que o uso da protecção se prende mais por uma questão de prática rotineira. “A maioria dos meus colegas de turma continuam a usar. Eu uso também, mas ando muitas vezes com a máscara no queixo. Continuo a usar por motivos de higiene, o hábito também é outra razão para o fazer”, explicou. Sem rosto O coordenador do curso de licenciatura em Serviço Social da Universidade Politécnica da Macau Dicky Lai Wai Leung encara o fenómeno como o resultado de uma equação com variantes tão diversas como embaraço, insegurança e desprendimento emocional. “Se calhar é uma questão de autoconfiança de falta de afirmação. Os jovens podem sentir-se inibidos a voltar a expor a cara em público”, descodifica o académico doutorado em filosofia pela Universidade de Hong Kong. Além da falta segurança e do receio de infecção, Dicky Lai Wai Leung aponta possíveis razões afectivas para os jovens continuarem a tapar a cara. “Quando não se usavam máscaras, durante a comunicação interpessoal, expunham reacções emocionais através de expressões faciais. O uso da máscara pode ser uma forma de esconder as emoções dos outros”, explica o docente da UPM. Apesar de tudo, o académico defende que a insistência em usar máscara não deve ser estigmatizada. “Não devemos tratar o assunto como um problema, as orientações do Governo para se deixar de usar máscara ainda são recentes. Se tratarmos o uso prolongado de máscaras como um comportamento errado, em vez de corrigirmos algo podem estar a provocar o efeito oposto. É um hábito de autoprotecção e isso não é uma coisa má.”
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Rondas de máscaras e testes continuam. Novos picos esperados O alívio de medidas contra a covid-19 não significa que a pandemia passou, indicou ontem Alvis Lo. O director dos Serviços de Saúde alerta para a hipótese de reinfecções com novas variantes e garante prontidão para novos picos pandémicos. A taxa de infecção actual deve rondar 0,5 por cento da população Actualmente, um em cada 200 testes à covid-19 feitos em Macau dão positivo, o que significa que, pelo menos, 0,5 por cento da população está infectada, revelou ontem o director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, à margem de uma reunião de comissão permanente da Assembleia Legislativa. O responsável adiantou ainda que nesta altura quase ninguém declara infecções de covid-19 na plataforma online criada para o efeito. Apesar dos diminutos índices de infecção, que podem também resultar da baixa testagem, Alvis Lo salienta que o alívio das medidas de combate não significa que a pandemia tenha terminado. Depois da infecção generalizada da população de Macau, entre Dezembro e Janeiro, com uma elevada taxa de propagação, o director dos SS alerta para o declínio imunológico passados entre três a seis meses da infecção. “As pessoas podem também ser reinfectadas com novas variantes do coronavírus. Estimamos que no futuro se registem ocasionais picos de infecção pandémica”, alerta o responsável. Protecção devida Para fazer face ao inevitável retorno da pandemia, Alvis Lo voltou a apelar à vacinação, referindo que actualmente apenas 57 por cento da população foi inoculada com três doses da vacina contra a covid-19, número que caiu ainda mais considerando a quarta dose. “Apesar dos cíclicos picos infecciosos poderem não ser de uma dimensão tão grande como no passado, ainda subsistem riscos e apelamos ao público para não baixar a guarda e tomar as terceiras e quartas doses da vacina para reforçarem as suas defesas”, solicitou o responsável. Alvis Lo garantiu também que o Governo vai continuar a lançar novas rondas dos programas de fornecimento testes rápidos de antigénio e máscaras, apesar da procura ter baixado nos últimos tempos, e assegurar que as reservas de fármacos e materiais de prevenção e tratamento são suficientes para lidar com um novo surto pandémico.
João Luz PolíticaCooperação | Macau e Hengqin procuram investimento na Indonésia A “Delegação Conjunta de Captação de Investimento Macau–Hengqin” fez uma viagem à Indonésia com o propósito de captar e promover investimentos e negócios. Entre domingo e terça-feira, a delegação marcou encontros com a Embaixada da China na Indonésia, a Administração de Desenvolvimento das Exportações Nacionais do Ministério do Comércio da Indonésia, a Câmara de Comércio da China na Indonésia, o Sinar Mas Group, o maior grupo empresarial indonésio. Segundo um comunicado emitido ontem pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), a comitiva procurou estabelecer acordos de cooperação no turismo, investimento recíproco e estabelecimento de sedes. O IPIM sublinha que existe um amplo espaço de cooperação entre Macau, Hengqin e a Indonésia em domínios industriais como investigação e desenvolvimento científico e tecnológico, biomedicina, cultura, turismo e comércio, finanças modernas e economia digital. Na segunda-feira, decorreu a “Sessão de Bolsas de Contactos Indonésia–Macau”, atraindo a participação de 80 empresas indonésias que se reuniram com representantes das empresas de Macau no local. O evento resultou em cerca de 100 encontros comerciais, nas áreas do turismo, convenções e exposições e comércio, finanças, marcas de restauração, produtos alimentares, logística e mobiliário.
João Luz Manchete SociedadeCasinos | Pandemia ensinou a cortar custos e a impulsionar lucros Entre 2024 e 2025, a indústria do jogo de Macau pode ultrapassar os lucros a que estava habituada a contabilizar antes da covid-19. A conclusão é dos analistas da JP Morgan, que argumentam que durante os três anos de pandemia os casinos “aprenderam” a cortar nas despesas, nomeadamente no volume de quartos de hotel, e a manter uma operação mais racional ao nível dos custos Quando Macau se preparava para abdicar das rígidas restrições impostas pela política de zero casos de covid-19, muito se falou sobre as lições retiradas de três anos de pandemia. Na indústria do jogo de Macau, esses três anos parecem ter trazido alguns ensinamentos, pelo menos de acordo com o diagnóstico dos analistas da JP Morgan Securities (Asia Pacific) Ltd. Numa nota divulgada ontem, os especialistas argumentam que as operadoras de jogo devem conseguir manter os custos operacionais 10 por cento abaixo dos registados antes da pandemia, mesmo após a recuperação total da indústria, com base nas lições aprendidas nos últimos três anos, ajudando a impulsionar os lucros. Um corte de 10 por cento nos custos de operação, em relação a 2019, “pode não parecer um grande montante à primeira vista, mas é muito significativo tendo em consideração a capacidade do sector, podendo chegar a 20 por cento, ou mais, em 2024 com base no número de quartos de hotel disponíveis no mercado”, estimam os analistas, citados pelo portal GGR Asia. Aliada a uma gestão operacional mais light, a JP Morgan sublinha a “óbvia alteração no peso do EBITDA (lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) gerado pelo sector de massas, que deverá ser quatro vezes maior que o gerado pelo jogo VIP”. Assim sendo, as poupanças a nível operacional devem ajudar a catapultar os lucros. “Isso dá-nos a confiança para estimar a recuperação do EBITDA para níveis entre 100 e 110 por cento em 2024/2025 face ao registo de 2019, mesmo sem o contributo do jogo VIP”, perspectivam os analistas. Quartos crescentes A JP Morgan espera que o sector aumente este ano o número de quartos disponíveis em cerca de 5 por cento, com a Galaxy Entertainment Group Ltd a acrescentar 450 quartos ao mercado, a Melco Resorts and Entertainment Ltd cerca de 650, e SJM Holdings Ltd 319. Mesmo os novos resorts que foram crescendo no Cotai durante a dormência imposta pela pandemia à indústria turística devem abrir progressivamente, de forma faseada. Por exemplo, a Galaxy irá abrir a 3.ª fase do complexo no Cotai, que inclui uma unidade hoteleira da Raffles, de forma faseada a partir do segundo trimestre do ano.
João Luz PolíticaPequim agradece a Macau colaboração no combate ao contrabando O Chefe do Executivo reuniu na segunda-feira em Pequim com o director da Administração Geral da Alfândega, Yu Jianhua, com o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin e a diversificação adequada da economia de Macau a dominar a agenda. O responsável da Administração Geral da Alfândega agradeceu ao Governo da RAEM pela colaboração no combate ao contrabando, prevenção e controlo de pandemia. Yu Jianhua fez questão de frisar que “as Alfândegas da China e de Macau têm mantido sempre uma comunicação estreita, obtendo resultados significativos na cooperação pragmática de defesa da segurança económica e comercial e da garantia dos assuntos relativos à vida da população”. No capítulo do desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin, Ho Iat Seng assegurou que as autoridades de Macau e Guangdong estão a trabalhar para concretizar, no final do corrente ano, a política da liberalização da «primeira linha» e controlo da «segunda linha» em relação às trocas de mercadorias. As linhas dizem respeito à construção de dois postos fronteiriços, o primeiro entre Macau e Hengqin e o segundo entre Hengqin e o Interior. Segundo o Chefe do Executivo, as fronteiras irão impulsionar “eficazmente o desenvolvimento de integração entre Macau e Hengqin, bem como, o reforço do intercâmbio e circulação de pessoas entre as duas cidades”. Manter o diálogo Yu Jianhua indicou que a Administração Geral da Alfândega vai continuar “a auscultar as opiniões da parte de Macau, a fim de aprofundar a reforma e inovação, apoiar um desenvolvimento de alta qualidade, acompanhar os trabalhos por forma a assegurar a implementação da política da liberalização da «primeira linha» e controlo da «segunda linha» no corrente ano”. O director referiu ainda que “Macau integra uma parte importante na construção da Grande Baía de Guangdong-HongKong-Macau, por isso, a Administração Geral da Alfândega irá cumprir seriamente as várias políticas e medidas do Governo Central para beneficiar e apoiar Macau a desenvolver a economia, melhorar a vida da população, impulsionar a diversificação adequada da económica e integrar na conjuntura do desenvolvimento nacional”.
João Luz Manchete PolíticaCooperação | Pequim promete apoio a convenções e exposições Num encontro com o vice-ministro do Comércio chinês, Ho Iat Seng recebeu a garantia de que o Governo Central irá apoiar Macau a desenvolver a indústria das convenções e exposições e a diversificar a economia. A reunião aconteceu em Pequim, no rescaldo da sessão anual da 14.ª Assembleia Popular Nacional O Chefe do Executivo reuniu na segunda-feira em Pequim com o vice-ministro do Comércio chinês Wang Shouwen, num dia com a agenda de Ho Iat Seng repleta de encontros com altos dirigentes do Governo Central, antes de regressar ontem a Macau. O responsável do Ministério do Comércio e representante de Negociações do Comércio Internacional (de nível ministerial) começou por referir que a “visita do Chefe do Executivo ao Ministério do Comércio favorece um maior alargamento da forte relação de cooperação existente”. Respondendo ao apelo de Ho Iat Seng, Wang Shouwen garantiu que “o Ministério do Comércio prestará todo o apoio a Macau no sentido de contribuir para reforçar o desenvolvimento da indústria de convenções e exposições, e no futuro trabalho de atracção de comércio e capitais na Zona de Cooperação”. Por sua vez, Ho Iat Seng agradeceu a atenção prestada a Macau pelo ministro do Comércio, em especial a garantia de abastecimento estável de bens essenciais, que ajudou na manutenção do normal funcionamento do mercado local. No que toca ao sector das convenções e exposições, Ho Iat Seng frisou que é uma das “indústrias mais importantes na diversificação adequada da economia de Macau e acrescentou que, após a passagem da pandemia, o sector retomou gradualmente as suas actividades”. Sermão na Montanha O líder do Governo da RAEM deu como exemplos de eventos de grande envergadura organizados em Macau o Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas em Macau e a Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau). Ho Iat Seng acrescentou que o seu Executivo “encontra-se a organizar activamente estes dois grandes eventos, para os quais espera receber as opiniões do Ministro do Comércio e assim contribuir para aumentar a qualidade organizativa”. Em relação à construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, o Chefe do Executivo sublinhou que “as empresas de Macau podem aproveitar o espaço em Hengqin para criar mais marcas locais, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento da Medicina Tradicional Chinesa”.
João Luz Manchete SociedadeHomicídio | PJ anunciou detenção de um residente de Hong Kong Horas depois da detenção, o homem foi levado para o local do crime para ser feita uma “reconstrução” do ocorrido. Durante o procedimento, anunciado horas antes pela Polícia Judiciária, a cara do homem esteve sempre coberta com um saco preto Um homem de Hong Kong foi detido e é o principal suspeito de ter morto a mulher encontrada sem vida, no domingo, na Pensão Residencial Florida. O anúncio foi feito ontem pela Polícia Judiciária (PJ), horas antes das autoridades se terem deslocado ao local do crime, com o homem, para fazer uma reconstrução dos trágicos acontecimentos. Segundo Chong Kam Leong, chefe da Divisão de Informática Forense, a detenção foi feita dez horas depois do alegado homicídio ter acontecido no ZAPE. Horas depois da detenção, a PJ levou o homem ao local do alegado crime, perto da Avenida Almeida Ribeiro, para fazer uma reconstrução, altamente coreografada, do ocorrido. Durante todo o tempo em que esteve a ser exibido aos órgãos de comunicação social e aos transeuntes interessados, a cabeça do homem esteve coberta por um saco preto com dois buracos para os olhos. Apesar do espectáculo mediático da tarde de ontem, a PJ não revelou qualquer informação adicional sobre o crime, mas prometeu que os pormenores seriam revelados na manhã de hoje, através de uma conferência de imprensa. O indivíduo foi ainda levado para a zona da Rotunda Carlos da Maia, onde as autoridades acreditam que tenha estado no domingo, antes de alegadamente ter cometido o crime. Alegada prostituta A notícia do homicídio da residente local de 46 anos foi revelada no domingo, depois do corpo ter sido encontrado pelas 10h50, num quarto da Pensão Residencial Florida, junto da Avenida Almeida Ribeiro. Ontem, o jornal em língua chinesa Macau Today relatou, de acordo com fontes não identificadas, que a residente morta trabalhava como prostituta. Quando foi encontrado, o corpo da mulher apresentava vários ferimentos na cabeça, pelo que o caso foi imediatamente classificado como homicídio. Por esse motivo, as equipas de investigação deslocaram-se ao local onde estiveram a recolher vários tipos de provas, como almofadas, tolhas, robes, malas e lençóis. Por sua vez, o corpo da vítima foi recolhido da Pensão Residencial Florida e levado para ser autopsiado por volta das 17h20.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Pedidos incentivos para visitantes de Hong Kong Dois dirigentes de associações do sector turístico sugeriram medidas para atrair turistas internacionais e de Hong Kong. Paul Wong vê com bons olhos a extensão das ofertas de viagens de autocarro e ferry para visitantes de Hong Kong. Andy Wu considera que o visto para turistas internacionais que visitem Macau devia permitir a entrada em Hengqin Desde que foram levantadas as restrições fronteiriças impostas pela política de zero casos de covid-19, o número de turistas que escolhe Macau como destino fez lembrar os tempos áureos antes da pandemia. Porém, representantes do sector querem medidas que atraiam turistas que pernoitem em Macau e visitantes internacionais. O presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, considera que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) deve apresentar novas ofertas dirigidas para o mercado de Hong Kong, e prolongar a campanha de oferta de viagens de ferry entre as duas regiões administrativas especiais. Recorde-se que a medida prevê que os turistas vindos de Hong Kong, que permaneçam em Macau pelo menos uma noite, só pagam uma viagem até ao final deste mês. Paul Wong gostaria de ver a medida prolongada, uma vez que a sua eficácia está comprovada pelo aumento dos visitantes da região vizinha e do tempo que passam em Macau. O representante acrescenta que Macau deve aproveitar o aumento de turistas internacionais que visitam Hong Kong, e possibilitar que usufruam dos mesmos incentivos de viagens grátis para Macau. Petisco na Montanha Por sua vez, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, considera que a RAEM poderia ser mais atractiva para turistas internacionais se estes pudessem também entrar em Hengqin. Para tal ser possível, o dirigente associativo sugeriu a criação de um visto especial que permita a entrada na Ilha da Montanha a estrangeiros, durante o tempo de estadia em Macau. Na óptica de Andy Wu, a medida devia permitir múltiplas entradas e saídas entre Macau e Hengqin durante o tempo da visita, seja para turismo ou negócios, de forma a promover o aumento da duração das estadias em Macau de turistas internacionais. Em declarações ao jornal Ou Mun, o dirigente associativo destacou a complementaridade em termos de ofertas turísticas entre Macau e Hengqin, oportunidades que deveriam ser exploradas pelas seis concessionárias de jogo para desenvolver as ofertas não-jogo e atrair visitantes do Japão e Coreia do Sul.
João Luz Manchete PolíticaAPN | Xi Jinping liga desenvolvimento do país com prosperidade de Macau Construir uma nação forte é um desígnio inseparável da garantia de estabilidade e prosperidade de Macau e Hong Kong, afirmou Xi Jinping no discurso de encerramento da sessão da Assembleia Popular Nacional. O novo primeiro-ministro Li Qiang traçou um futuro risonho para as regiões administrativas especiais, com o apoio do Governo Central “Promover a construção de um país forte é um objectivo inseparável da prosperidade e estabilidade a longo prazo de Hong Kong e Macau”, afirmou Xi Jinping no discurso de encerramento da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), que terminou ontem em Pequim. No primeiro discurso do terceiro mandato enquanto Presidente da República Popular da China (RPC), Xi comprometeu-se no apoio incondicional ao desenvolvimento económico de Macau e Hong Kong e apelou à integração das regiões administrativas especiais no desenvolvimento global da nação. Perante os mais de 3.000 delegados que encheram o Grande Salão do Povo em Pequim, Xi Jinping destacou as especificidades fundamentais das regiões nos desígnios futuros do país. “Devemos implementar de forma plena, precisa e inabalável o princípio ‘Um País, Dois Sistemas, ‘Macau governado pelas suas gentes’ e ‘Hong Kong governando pelas suas gentes’ com alto grau de autonomia”, afirmou o Presidente chinês. Durante o discurso, que durou 15 minutos, Xi Jinping prometeu apoiar o desenvolvimento económico e melhorar a qualidade de vida das populações de Macau e Hong Kong, reiterando que as duas regiões devem reforçar a integração nas grandes políticas nacionais. Primeiras palavras Li Qiang também mencionou as regiões administrativas especiais na primeira conferência de imprensa em que participou na qualidade de primeiro-ministro da RPC. O responsável indicou que o Governo Central sempre deu grande importâncias às “vantagens e características” de Macau e Hong Kong e mostrou-se esperançado que as recentes dificuldades sentidas pelas duas regiões tenham sido meramente passageiras. “O Governo Central irá implementar de forma plena, precisa e inabalável o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, apoiar absolutamente a integração de Hong Kong e Macau no desenvolvimento global do país, promover o crescimento económica e a melhoria da vida das populações, assim como aumentar a competitividade internacional das regiões administrativas especiais”, afirmou Li Qiang. O primeiro-ministro destacou também a importância das especificidades das regiões para a estratégia nacional, em particular o papel que Macau assumiu desde o retorno à pátria como reputado Centro Mundial de Turismo e Lazer, e Hong Kong enquanto praça financeira, comercial e centro portuário. “Com o apoio da nação, e as garantias proporcionadas pelo princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, os estatutos de Hong Kong e Macau serão reforçados. O futuro de Hong Kong e Macau será certamente mais brilhante”, completou Li Qiang.
João Luz SociedadeGoverno garante que reservas de sangue são suficientes “Actualmente, as reservas de sangue em Macau são suficientes”, indicaram os Serviços de Saúde (SS), acrescentando que vão “continuar a monitorizar e avaliar a situação de procura e oferta de sangue em Macau, de modo a garantir a suficiência e a segurança das reservas de sangue em Macau”. A informação consta de uma resposta a interpelação do deputado Ma Io Fong respondida pelo director substituto dos SS, Cheang Seng Ip. O deputado mostrou preocupação sobre o aumento constante da procura de sangue, agravado pelo envelhecimento da população, a necessidade de cuidados médicos durante a pandemia e o curto prazo de conservação do sangue. Factores que levam à necessidade de aumentar a percentagem de doadores para “manter a estabilidade da reserva de sangue”. O responsável dos SS destacou a importância do mecanismo de monitorização de fornecimento de sangue, que estabeleceu diferentes graus de critérios para o nível de armazenamento de sangue. Quando o “Centro de Transfusões de Sangue prevê uma tendência de escassez nas reservas de sangue, apela de imediato, através dos meios de comunicação social e envio de mensagens aos dadores para participarem na dádiva de sangue”. Em 2022, o Centro de Transfusões de Sangue organizou cerca de 170 actividades de doação de sangue em grupo, tendo registado a doação de sangue de mais de 3.700 pessoas. O Governo indica também que os principais destinatários das campanhas de recolha de sangue são jovens estudantes do ensino secundário e funcionários públicos, que “têm direito a dispensa de serviço no dia da colheita”.
João Luz Manchete SociedadeCrime | Idoso português burla mulher em 1,8 milhões Uma residente foi burlada ao longo de dois anos, seduzida pela promessa de riquezas feita por um cidadão português de 74 anos. Depois de dar sinais de levar uma vida de opulência, o homem propôs um negócio de venda de relógios de luxo, que acabaria por desfalcar a vítima em 1,78 milhões de dólares de Hong Kong Uma vida fácil de abundância e luxos quotidianos. Foi esta a expectativa que um cidadão português transmitiu a uma residente no dia em que se conheceram, em Novembro de 2018, num restaurante de yum cha na zona central da península de Macau. A aparência do indivíduo, ostentando marcas luxuosas e relógios caros, passou a ser a imagem transmitida à vítima em encontros posteriores. O português, de 74 anos de idade, vangloriava-se da vida de luxo e riqueza que levava na Tailândia, imagem que seria determinante para o golpe que já estava em acção e que culminou com a sua detenção na passada quinta-feira, depois de aterrar no Aeroporto Internacional de Macau. Segundo informações veiculadas pela Polícia Judiciária, o suspeito terá alegadamente convencido a vítima a participar num esquema de venda de relógios de luxo. Sob o pretexto de pagar portes de envio, despesas alfandegárias e de transporte, a vítima começou a fazer transferências de dinheiro para uma conta bancária num banco tailandês. Mais tarde, o suspeito alegou estar retido em Guangzhou devido às restrições resultantes do combate à pandemia na cidade, motivo pelo qual precisava de dinheiro para cobrir as despesas do dia-a-dia, até conseguir regressar à Tailândia. Milhões invisíveis Convencida de que estaria a ajudar um homem abastado, entre Novembro de 2019 e Junho de 2021, a residente, com idade na casa dos 50 anos, fez 55 transferências bancárias para a conta do suspeito, num total de 1,78 milhões de dólares de Hong Kong. Além da promessa de enviar artigos de relojoaria de luxo, nas comunicações via WeChat o suspeito convenceu a vítima de que teria ganho um prémio avultado numa lotaria e recebido dividendos de investimentos, razões que levaram a residente a confiar que seria ressarcida das despesas feitas. A meio de Junho de 2021, sem reembolso das despesas pagas e sem os relógios prometidos, a residente finalmente apercebeu-se de que teria sido vítima de uma burla e apresentou queixa às autoridades. Depois de ser detido, na passada quinta-feira, a PJ indicou que o suspeito admitiu os crimes praticados e que terá gasto o dinheiro transferido pela residente com despesas do quotidiano na Tailândia. O suspeito, um reformado de apelido Lei, detentor de passaporte português, terá nascido em Macau, fala fluentemente cantonês, mas não tem título de residente da RAEM. O caso foi enviado para o Ministério Público e o indivíduo é suspeito da prática do crime de burla, que devido ao prejuízo patrimonial de valor consideravelmente elevado pode resultar na pena de prisão de dois a 10 anos.
João Luz PolíticaMembros de Macau na APN afirmam vontade popular na reeleição de Xi Logo após a reeleição de Xi Jinping como Presidente do Estado e da Comissão Militar Central, os membros de Macau na primeira sessão da 14.ª Assembleia Popular Nacional (APN) celebraram a renovação dos mandatos no topo da hierarquia política nacional. O chefe da delegação de Macau à APN, Lao Ngai Leong, afirmou que a reeleição do Presidente Xi Jinping é a via correcta para corresponder aos desejos dos 1,4 mil milhões de chineses, incluindo dos compatriotas da RAEM. Lao Ngai Leong deixou ainda, em declarações ao jornal Ou Mun, elogios à governação de Xi Jinping, que sempre demonstrou elevada à atenção ao desenvolvimento de Macau, ao bem-estar da população, e à forma como o território aproveita as suas vantagens específicas no contexto da integração no desenvolvimento nacional. O presidente da Assembleia Legislativa, e subchefe da delegação de Macau na APN, Kou Hoi In destacou a reeleição do Presidente da República Popular da China como a demonstração da vontade colectiva e personificação da esperança e voz de todos os chineses, incluindo os compatriotas de Macau. O recém-eleito para o Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional afirmou ainda que, desde o 18.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China Xi Jinping tem liderado o país na resolução de problemas. Ovação colectiva O deputado Chui Sai Peng, também subchefe da delegação da RAEM, sublinhou o facto de que depois do resultado da eleição ser divulgado, todos os participantes na APN ovacionaram Xi Jinping durante muito tempo, “mostrando a defensa e o amor do partido e das pessoas para com o Presidente Xi Jinping”, afirmou citado pelo jornal Ou Mun. Por sua vez, o membro de Macau e presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau Ng Sio Lai afirmou que Xi Jinping é o núcleo do Governo Central, e que sob as suas orientações Macau atingirá a recuperação económica, resolver os assuntos que afectam o bem-estar da população e manter a estabilidade social. O membro de Macau à APN Ho Sut Heng, que preside à Federação das Associações dos Operários de Macau, a pátria sempre apoiou fortemente o desenvolvimento de Macau, e que cabe à RAEM cumprir absolutamente as estratégias do 20.º Congresso Nacional e das duas sessões magnas, concretizando o princípio “Um País, Dois Sistemas” e “Macau governada por patriotas”.
João Luz Grande Plano MancheteCovid-19 | Infecção de variante ómicron BA.1 confere menor imunidade As infecções provocadas pelas variantes alfa, beta e delta do SARS-CoV-2 protegiam muito mais contra reinfecções do que a variante ómicron BA.1. A conclusão consta de um estudo, publicado na The Lancet, que analisa dados recolhidos em 65 outros estudos, referentes a 19 países, naquela que é a mais exaustiva investigação sobre imunidade natural Ao longo das sucessivas ondas pandémicas, um pouco por todo o mundo, a imunidade de grupo gerada pela infecção natural por covid-19 foi sendo apregoada como um mal que vinha para o bem. No entanto, a constante mutação do novo tipo de coronavírus, e outros factores como a vacinação em massa, entraram na equação. Na semana passada, a prestigiada revista científica The Lancet publicou um dos mais exaustivos estudos sobre a graduação da imunidade conferida por infecções das diversas variantes de SARS-CoV-2. O estudo resulta da análise a uma compilação de 65 estudos, realizados em 19 países, que compararam os riscos de contrair covid-19 entre pessoas que já foram infectadas previamente e entre quem nunca foi infectado. As investigações científicas que se debruçaram sobre a chamada imunidade híbrida (combinação de imunidade natural e vacinação) não foram tidas em consideração para este estudo, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. Os cientistas procuraram respostas para várias questões, entre elas quanto tempo dura a protecção conferida por uma infecção de SARS-CoV-2, até que ponto somos susceptíveis a novas variantes e se a imunidade natural reduz as probabilidades de infecções severas. O estudo procurou ainda avaliar os diferentes graus de imunidade entre variantes e a forma como se vão desvanecendo com o tempo. O largo escopo da investigação analisou dados de estudos realizados desde o início da pandemia até Setembro do ano passado, incidindo principalmente sobre as variantes alfa, beta, delta e ómicron BA.1. Leis da gravidade O grupo de cientistas da COVID-19 Forecasting Team separou dados relativos a protecção contra reinfecções, das consequências sintomáticas da doença e dos casos severos de covid-19 (definidos pela necessidade de hospitalização ou morte). Um dos resultados mais relevantes indica que infecções produzidas pelas variantes alfa, beta e delta conferiam maior grau de imunidade natural, em comparação com a variante ómicron BA.1. Contrair covid-19 com as variantes pré-omicrónicas conferia uma protecção elevada para novas infecções sintomáticas (82 por cento), face à protecção moderada (45 por cento) resultante da infecção pela variante ómicron BA.1. Também a duração do período de elevada protecção imunológica difere. Nas primeiras variantes, os estudos indicam que as defesas contra novas infecções baixam para 78,6 por cento passados 10 meses, enquanto na variante ómicron BA.1 a protecção baixava mais rapidamente para 36,1 por cento passados 10 meses. No que diz respeito à severidade da doença, os dados indicam que as variantes pré-omicrónicas conferem 90 por cento de protecção nos 10 meses seguintes, e 88 por cento para a ómicron BA.1, apesar de diferentes graus de quebra imunológica após esse período. Os resultados revelaram também que a protecção contra doenças graves após infecção natural é comparável à imunidade recebida pela toma de duas doses de vacina, para todas as variantes da SARS-CoV-2. À procura de sentido A avaliação ao progresso de uma doença respiratória altamente contagiosa é uma tarefa complicada, ainda para mais quando esta doença atinge o patamar de transmissibilidade como a SARS-CoV-2, que se tornou progressivamente mais contagiosa e capaz de contornar a resposta imunológica gerada por infecções das primeiras variantes. Enquanto perspectiva de fundo, o estudo refere que os anticorpos neutralizantes gerados após uma infecção viral anterior são importantes para prevenir a entrada subsequente do vírus em células susceptíveis. Estas moléculas em Y reconhecem proteínas intactas do exterior do vírus e ligam-se a elas, impedindo que o vírus se agarre ao receptor celular necessário para a infecção. Mas, para persistirem e sobreviverem, vírus como o SARS-CoV-2 introduzem no seu genoma mutações aleatórias quando se replicam, procurando dessa forma alterar as suas proteínas de forma a escapar à detecção da resposta imunológica, numa luta pela sobrevivência que ocorre à dimensão microscópica. A especificidade das várias linhagens da variante ómicron resultam de muitas mutações tornando-as substancialmente diferentes das variantes anteriores, permitindo a evasão ao sistema imunológico. Não baixar a guarda “A vacinação é o modo mais seguro de conseguir imunidade, enquanto a obtenção da imunidade natural (através do contágio) deve ser ponderada face aos riscos de doença grave e morte associados à infecção inicial”, diz Stephen Lim, do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME, na sigla em inglês) na Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o autor principal da análise, citado no comunicado que divulga o estudo. Caroline Stein, também do IHME e co-autora do estudo, assinala que “as vacinas continuam a ser importantes para todos” para proteger quer as populações de alto risco, como os maiores de 60 anos e os que já têm outras doenças. “Isto também inclui populações que não foram infectadas anteriormente e grupos não vacinados, bem como os que foram infectados ou receberam a última dose da vacina há mais de seis meses”, adianta, defendendo que a imunidade natural e a situação em relação à vacinação devem ser tidas em conta para “obter uma imagem completa do perfil de imunidade de um indivíduo”. Segundo outro dos co-autores do estudo, Hasan Nassereldine, do IHME, a menor protecção das infecções com as estirpes ancestrais em relação à variante ómicron e às suas sub-linhagens reflecte as mutações que ocorreram e que lhes permitem “escapar da imunidade adquirida mais facilmente do que outras variantes”. “Os dados limitados que temos sobre a protecção da imunidade natural da variante ómicron e das suas sub-linhagens sublinham a importância de uma avaliação contínua, principalmente porque se calcula que tenham infectado 46 por cento da população em todo o mundo entre Novembro de 2021 e Junho de 2022”, diz o cientista, adiantando serem também necessárias mais investigações para “avaliar a imunidade natural de variantes emergentes e analisar a protecção fornecida por combinações de vacinação e infecção natural”. Buracos na estrada Os autores do estudo “Protecção da infecção com SARS-CoV-2 contra a reinfecção: uma revisão sistemática e meta-análise” observam que o trabalho tem algumas limitações, dado serem limitados os dados sobre a variante ómicron BA.1 e as suas sub-linhagens, bem como sobre situação em África. Os analistas adiantam também que os cálculos sobre a protecção podem ter sido influenciados por serem limitados os dados disponíveis além dos 10 meses após a infecção inicial, bem como por serem registadas de modo diferente ou incompleto informações, por exemplo, sobre uma infecção anterior ou internamentos hospitalares. Desde 1 de Junho de 2022, estima-se que a pandemia de covid-19 causou 17,2 milhões de mortes (6,88 milhões das quais foram registadas) e 7,63 mil milhões de infecções e reinfecções, segundo o estudo, que adianta que “uma grande proporção dessas infecções ocorreu após 14 de Novembro de 2022”. “A imunidade conferida por infecções deve ser ponderada juntamente com a protecção conseguida com a vacinação na avaliação dos encargos futuros com a covid-19, fornecendo indicações sobre quando os indivíduos devem ser vacinados e sobre políticas que tornem a vacinação obrigatória para trabalhadores ou restrinjam o acesso a locais onde o risco de transmissão é alto (…), com base no estado imunológico”. Com Lusa
João Luz Manchete SociedadeCinemateca Paixão | Actual gestora vai apresentar candidatura A empresa que tem gerido a Cinemateca Paixão nos últimos três anos vai a jogo e apresentará uma proposta ao concurso público para continuar a operar o espaço na Travessa da Paixão. Ao HM, a gestora de operações da cinemateca garantiu que se mantém a inspiração para oferecer ao público de Macau um programa diverso e de qualidade Quando a Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada ganhou o concurso público para a gestão da Cinemateca Paixão em Junho de 2020, o sector local do audiovisual foi apanhado de surpresa em relação ao novo player que surgiu, aparentemente do nada. O repúdio pela decisão gerou mesmo a entrega de duas petições à secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Leong U, por um grupo de cineastas autodenominado “Macau Cinematheque Matters”. Volvidos cerca de três anos, e face a um novo concurso público para gerir o espaço da Travessa da Paixão, os ânimos serenaram e voltam a preparar-se candidaturas. Em declarações ao HM, Jenny Ip, responsável pela gestão das operações da Cinemateca Paixão nos últimos três anos, confirma que a Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada voltará a participar no concurso público. “Vamos ter uma discussão interna para analisar as condições do concurso público. Mas a nossa inspiração para o futuro continua a ser a mesma que tivemos nestes três anos, que é proporcionar ao público de Macau um programa diversificado e de qualidade. Mas uma coisa posso garantir, temos a certeza de que vamos apresentar uma nova proposta”, contou ao HM a gestora de operações da Cinemateca Paixão, Jenny Ip. Questão de milhões A direcção da Associação Audiovisual CUT, que esteve à frente da Cinemateca Paixão nos primeiros anos de existência do espaço, indicou ontem ao HM estar a analisar as condições do concurso público e a “considerar seriamente” apresentar uma candidatura. No concurso público anterior, as duas candidatas apresentaram propostas de orçamento para gerir a Cinemateca Paixão bem díspares. Enquanto o montante apresentado pela companhia In foi de 15,24 milhões de patacas, a Cut Limitada colocou em cima da mesa uma proposta de 34,8 milhões de patacas.
João Luz SociedadePJ | Alerta para novo tipo de fraude telefónica A Polícia Judiciária (PJ) lançou ontem mais um alerta depois de ter recebido “várias denúncias sobre chamadas telefónicas de origem desconhecida”. Segundo as autoridades, a táctica dos burlões passaria por afirmar que um familiar da vítima “teve um conflito com alguém (por causa de problema passional, de agressão ou de acidente de viação)”, para depois pedir dinheiro “para resolver o tal assunto”. Apesar da armadilha montada pelos burlões, a PJ afirma que as potenciais vítimas que apresentaram queixa “conseguiram contactar os respectivos familiares e esclarecer a situação, descobrindo que tinham sido vítimas de uma tentativa de fraude”. Assim sendo, a polícia alerta a população para que recuse proceder a transferências bancárias ou entrega de remessas de dinheiro e desligar a chamada telefónica quando do outro lado alguém afirmar que um “familiar está envolvido em qualquer conflito, a ser sequestrado, agredido ou detido”. Além de recomendar a não revelação de dados pessoais, a PJ apela a quem receber estas chamadas para contactar as autoridades.
João Luz Manchete PolíticaJustiça | Defesa de Li Canfeng diz que a acusação não tem provas No segundo dia de alegações finais, a defesa de Li Canfeng argumentou que faltam provas na acusação do Ministério Público. Também o defensor de Jaime Carion, João Miguel Barros, acusa o MP de violar a lei por imputar nas alegações finais um novo crime ao ex-director, impedido a produção de prova ou contraditório O julgamento do caso das Obras Públicas, que entre os arguidos Li Canfeng Jaime Carion, e os empresários Sio Tak Hong, William Kuan e Ng Lap Seng, está na recta final. O Tribunal Judicial de Base foi ontem palco do segundo dia de alegações finais, com destaque para a intervenção da defesa de Li Canfeng, que apontou a falta de provas apresentadas pelo Ministério Público (MP) para acusar o ex-director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). A mesma tese foi defendida por advogados de outros arguidos, com todos a negaram o envolvimento em qualquer actividade ilegal. Um dos casos em abordados ontem, foi o processo de junção de dois lotes de terreno na Taipa, junto à Avenida Dr. Sun Yat Sen, que no final de 2017 acabou por ser vendida pela empresa de William Kuan a um grupo do Interior a adquirir a concessão por um preço recorde à altura (627,1 mil dólares de Hong Kong por metro quadrado). A tese do MP é que a junção destes lotes, que acabaram por ser bastante rentáveis para o empresário que também é arguido, resultaram de um favor de Li Canfeng. A advogada de Lau Pou Fong, que era secretária da empresa de William Kuan, alegou que os testemunhos recolhidos em tribunal a pessoal técnico da DSSOPT não apontam para uma realidade em que Li Canfeng tenha pressionado funcionários para aprovar a junção dos terrenos. Raimundo atento Na quarta-feira, o MP argumentou que Li Canfeng terá “tinha aproveitado a desculpa da tradução do documento e assim pedido para entregar um novo parecer ao Executivo”, acabando por fazer alterações “secretas” no conteúdo do parecer, segundo o Ponto Final. A tese da acusação incide sobre o uso da tradução como ferramenta para enganar Chui Sai On e Raimundo do Rosário, que teriam assinado e aprovado a junção dos terrenos por engano, por pensarem que o novo documento seria apenas a mesma versão traduzida. Segundo o jornal Ou Mun, a defesa da secretária de William Kuan alegou que a tese do MP contraria, por exemplo, o testemunho da chefe do Departamento Jurídico da DSSOPT que salienta a seriedade de Raimundo do Rosário e que seria impossível enganar o secretário e o Chefe do Executivo a aprovar um acto com o qual discordavam. A defesa de Jaime Carion apresentou também ontem as suas alegações finais. O advogado João Miguel Barros acusou o MP de violar a lei ao acrescentar ao rol de acusações que recaem sobre Jaime Carion um novo crime já na fase de alegações finais, impossibilitando desta forma a produção de prova e negando o direito ao contraditório por parte da defesa, indicou ontem o Canal Macau da TDM. O crime em questão é o enriquecimento injustificado, razão pela qual a acusação pediu a apreensão de mais de 40 imóveis de que são proprietários o ex-director das Obras Públicas e familiares.
João Luz SociedadeEuropa | MNE alerta estudantes para sequestros falsos O Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China na RAEM emitiu ontem um alerta a apelar a residentes de Macau que estudem no estrangeiro, em particular na Europa, para terem cuidado com esquemas de “falsos sequestros”. Este tipo de crime costuma envolver o contacto telefónico de alguém que se faz passar agentes das autoridades do Interior da China ou da Interpol que acabavam por convencer as vítimas a filmar um vídeo onde fingem pedir um resgate por terem sido sequestrados. Apesar de estarem em segurança, os jovens acedem ao pedido e os burlões usam o vídeo para extorquir dinheiro a familiares e amigos das vítimas. Uma situação semelhante aconteceu a um jovem de Macau “há alguns dias”, segundo relato o comissariado. “Os criminosos abusam das características dos estudantes estrangeiros que acabaram de chegar e que não estão profundamente envolvidos no mundo, fingindo serem agentes da autoridade (…) para ameaçar, intimidar, extorquir” os jovens. Por esta razão, o comissariado destaca que os alunos devem proteger bem os dados importantes, tal como o passaporte, número de telemóvel, conta bancária e a palavra-passe e ter cuidado com chamadas de pessoas que alegam estar envolvidas em investigações policiais. Se forem contactados, o MNE sugere a denúncia à polícia, às entidades consulares e, em caso de necessidade, pedir ajuda ao Centro de Antifraude de Internet de Telecomunicações da China.
João Luz Manchete SociedadeIC | Aberto concurso público para gerir Cinemateca Paixão por três anos O Instituto Cultural abriu ontem o concurso público para adjudicar a gestão das operações da Cinemateca Paixão até ao final de Julho de 2026. Os candidatos podem submeter candidaturas até 11 de Abril, após o pagamento de uma caução de 440 mil patacas A gestão da Cinemateca Paixão durante os próximos três anos volta a ser submetida a concurso público de para adjudicação da prestação de serviços de operação. De acordo com o anúncio publicado ontem pelo Instituto Cultural no Boletim Oficial, a duração da prestação dos serviços é de “trinta e seis meses, de 1 de Agosto de 2023 a 31 de Julho de 2026”. Os candidatos à adjudicação devem entregar as suas propostas até às 17h do dia 11 de Abril, mas primeiro devem pagar a caução provisória no valor de 440 mil patacas, “mediante depósito em numerário ou garantia bancária a favor do Instituto Cultural”, menos 114 mil patacas do que no anterior concurso público para gerir o espaço. O anúncio assinado pela presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, estipula que o limite máximo para o preço proposto se fixa em 22 milhões de patacas. Três anos depois O IC estabelece como critérios de apreciação das propostas quatro factores a ponderar. O preço apresentado para os três anos de adjudicação vale 40 por cento, enquanto o “grau de perfeição da proposta operacional trienal e do plano operacional para os primeiros doze meses” vale outros 40 por cento na decisão final. Finalmente, a “experiência da pessoa proposta para director de operações” tem um peso de 12 por cento na avaliação, enquanto a “experiência da pessoa proposta para consultor” vale oito por cento. Recorde-se que a Cinemateca Paixão abriu ao público no final de Março de 2017, tornando-se num dos locais de peregrinação para os cinéfilos de Macau. Durante os primeiros três anos de operação, a Associação Audiovisual CUT esteve ao leme da programação no espaço situado na Travessa da Paixão. Em 2020, num concurso que levantou alguma polémica, a gestão ficou cargo da Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada, uma entidade ligada ao grupo junket Suncity, através da associação que organizou o Festival Internacional de Cinema de Macau. O HM contactou a direcção da Associação Audiovisual CUT, que estava a analisar as condições do concurso público e a “considerar seriamente” apresentar uma candidatura. Foram enviadas questões também à Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada, mas até ao fecho desta edição não recebemos resposta.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Terceira semana de Fevereiro mais rentável que Janeiro Sem contar com os períodos de feriados, a terceira semana de Fevereiro foi a melhor em mais de três anos, com receitas brutas diárias de cerca de 400 milhões de patacas. A JP Morgan Securities prevê que o segmento de massas consiga recuperar este mês para 70 por cento dos níveis e receitas antes da pandemia A galinha dos ovos de ouro de Macau parece estar de volta a um nível de produção que faz lembrar os tempos antes da covid-19 arrasar o “galinheiro”. Segundo os analistas da JP Morgan Securities (Asia Pacific) Ltd, a média diária de receitas brutas dos casinos de Macau continuou na terceira semana de Fevereiro a ultrapassar a média registada em Janeiro, apesar de este ano os feriados do Ano Novo Chinês terem calhado no mês passado. A corretora estima que indústria do jogo da RAEM tenha apurado na terceira semana de Fevereiro receitas brutas médias de cerca de 400 milhões de patacas por dia, valor que representa o melhor resultado numa semana sem feriados em mais de três anos Aliás, os números sugerem uma recuperação de mais de 45 por cento em relação a níveis anteriores à covid-19. Previsão que se torna mais optimista quando focada nas receitas correspondentes ao segmento de massas, que poderá recuperar para montantes entre 65 a 70 por cento das receitas registadas antes da pandemia, segundo os analistas da JP Morgan citados pelo portal GGR Asia. Feitas as contas Em termos de receitas agregadas, os analistas da corretora apontam para receitas brutas de 7,2 mil milhões de patacas apurados nos primeiros 19 dias de Fevereiro. O total agregado indica uma média diária entre 375 a 380 milhões de patacas em receitas brutas. “Este resultado está ligeiramente acima das fortes receitas brutas registadas em Janeiro”, quando os cofres dos casinos amealharam por dia 374 milhões de patacas, concluem os analistas DS Kim e Mufan Shi, citados pelo GGR Asia. Mas, mais do que o valor cru dos milhões, os analistas destacam “a sólida performance tendo em conta a fraca sazonalidade típica dos períodos posteriores a feriados”. Já as notícias sobre a morte do jogo VIP, parecem ter sido manifestamente exageradas, pelo menos de acordo com as projecções da JP Morgan. “Estimamos que o jogo VIP recupere para cerca de 15 por cento dos níveis antes da pandemia, um progresso sólido para um mercado que supostamente estará em vias de extinção”, é referido. Apesar do sinal de vitalidade, os analistas sublinham que as receitas apuradas pelo segmento VIP não serão o principal motor da indústria do jogo, mantendo-se em níveis residuais face ao mercado de massas.